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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 342 | MAIO DE 2018 FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar? Mt 25, 37-39

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 342 | MAIO DE 2018FECH

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Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos

doente ou preso, e fomos te visitar?

““Mt 25, 37-39

“A experiência mostrou-me que as pessoas têm, fundamentalmente, uma orientação positiva. Acabei por me convencer de que quanto mais um indivíduo é compreendido

e aceito, maior tendência tem para abandonar as falsas defesas que empregou para enfrentar a vida, e para progredir num caminho construtivo”

[Tornar-se pessoa, Carl Rogers]

A fé cristã é vivida sempre em comuni-dade. A própria oração ensinada aos discípulos por Jesus indica o caráter

comunitário e fraterno da experiência cris-tã. Não podemos chamar um Deus de Pai Nosso se não aceitarmos em compreender os outros como nossos irmãos e irmãs.

Corremos um terrível risco no momento histórico em que vivemos. Com vidas ace-leradas pelo desenvolvimento tecnológico, é incrível como cada vez mais não temos tempo a perder com os outros. Passamos indiferentes, silenciados em nossos univer-sos particulares, voltados somente à inte-ração com a interface de nossos aparelhos

eletrônicos. Com isso, há uma perda significativa da

irmandade que deveria nos unir aos outros, subvertemos nossas vidas e nos tornamos avatares desconectados de nosso próprio ser. O personagem que encontramos nas redes sociais nem sempre é o respectivo que transita pelas ruas.

Assim, a caridade e a misericórdia cris-tãs são elementos desafiantes a serem in-seridos no contexto atual por contrariarem per si a nova ordem mundial, reforçada pe-los meios de comunicação. O cristão deve então desafiar-se a si próprio, questionar--se sobre sua dependência de recursos

tecnológicos e se abrir ao relacionamento humano que desafia, contradiz e impulsio-na as mentes a algo novo.

Nesta edição, apresentamos diversas saídas de emergência da realidade entor-pecente que insiste em nos desvincular de nossa maior meta: construir e viver a fra-ternidade. Nunca podemos nos esquecer que a mensagem cristã se baseia no amor e respeito mútuos, na vivência sincera e autêntica da alteridade e, sobretudo, na inspiração constante e total de um Deus Trinitário.

editorial

voz do pastor

expediente

Um dos traços mais marcantes da his-tória cristã é a caridade, manifestada de incontáveis modos. A Igreja, em

seu papel de instrumento da misericórdia de Deus, demonstra a cada homem e a cada mulher o rosto amoroso de Deus, quando se coloca a serviço do outro, especialmente da-queles que mais necessitam de nosso apoio.

A 5ª urgência da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, Igreja a serviço da vida plena para todos, reforça a tarefa incansável das comunidades em trabalhar pela dignida-de de todos. Assim, cada iniciativa de nos-sas paróquias, nossos movimentos e nossas pastorais, precisa comprometer-se com a fraternidade.

Em nossa Assembleia de Pastoral, nós nos propomos a refletir sobre nossa cami-nhada na dimensão social, iluminando as discussões preparatórias com a temática

Caridade Cristã e Partilha. Queremos, como diocese missionária, oferecer nossa contri-buição à sociedade que tanto sofre com a violência, a corrupção e a miséria.

“É preciso uma renovada pastoral social que vise à promoção humana integral. Trata--se de um serviço inerente à toda ação evan-gelizadora que deve estar presente em toda a diocese. E não apenas ações de assisten-cialismos esporádicos que ficam aquém da promoção humana integral” (5ª ADP 30).

Olhar o homem em todo o seu potencial, valorizando seus dons, é agir como Jesus Cristo agiu em sua missão, pois Ele era ca-paz de perceber a beleza e a profundidade de cada vocação. Hoje, a Igreja, sua discípu-la, deve se esforçar em fazer acontecer um desenvolvimento e o ressurgimento de uma nova humanidade, aberta à ação do Espírito Santo, que não se cansa em motivar os mis-

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoLUIZ FERNANDO GOMESJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

MISSÃO: CARIDADE CRISTÃ E PARTILHA

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

sionários da esperança.“A dignidade da pessoa humana e o bem

comum estão por cima da tranquilidade de alguns que não querem renunciar aos seus privilégios” (EG 218). O papa Francisco indi-ca, com essa afirmação na exortação apos-tólica Alegria do Evangelho, o profetismo de cada cristão e cada cristã na denúncia de situações que prejudicam a sociedade em geral.

Não podemos aceitar que nossa realida-de seja destruída pelo interesse de poucos que não valorizam o bem comum oferecido gratuitamente por Deus. É preciso arregaçar as mangas e nos colocar a serviço de nossas comunidades e de nossas cidades, impedin-do que o mal, presente no coração humano, continue a apagar a luz de Cristo que habita em nós.

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

A vida é uma dádiva de Deus. Um chama-do do Criador à existência. Este chama-do traz em si um objetivo. Tornar-se um

ser. No que se refere à “vida humana”, este chamado é pleno de sentido. Viver não é sim-plesmente aguardar o tempo passar, aguardar o seu próprio findar, mas viver para nós, cris-tãos, é uma grande graça de Deus. Entenden-do a vida como dom de Deus, como dádiva, presente, viver se torna uma honra, uma gra-ça, um momento especial.

Em si, a vida possui uma grande força. O potencial da vida vai muito além do que nós conseguimos imaginar. É um mistério, em grande parte, insondável. Ao nos chamar à existência, dando-nos a vida, no segundo rela-to da criação, o autor sagrado nos recorda que “Javé Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente” (Gn 2,7).

É fundamental, em nossa vida, recor-darmos este sopro do Criador que está na origem de tudo. Este sopro nos acompanha. O sopro do Criador nos põe em condições de viver. Garante a vida. Sopro que é dom e

mistério. Sopro que sai de dentro do Criador, como intenção, como ruah, como vento forte, como hálito, como garantia de vida. Sopro do Espírito Santo que dá elevação, dignidade, completude, “acabamento” à vida humana. O sopro que sai de Deus, transmite o profundo do criador e o homem se torna um ser vivente.

Assim, na teologia católica, nós temos dois termos fundamentais: a imanência e a trans-cendência. De um modo simples, podemos dizer que a imanência é a vida voltada para as preocupações cotidianas, o trabalho, as ocu-pações e afazeres. Em suma, é a vida voltada para a terra. A transcendência é a vida voltada para cima, para frente, para a superação de tudo, para a esperança. Em suma, é a vida vol-tada para o céu.

A vida, no seu conjunto imanência e trans-cendência, se firma pelo “sopro do criador”. Todos sentimos que faz parte da vida superar obstáculos, adquirir sentido, alegria, em suma, viver! Pelo “sopro criador” algumas palavras soam como fundamentais na vida humana, como: caminhar, superar, esperar, esforçar, amar, esperançar, rezar etc. Podemos dizer

que a vida pode ser comparada a uma árvo-re. Possui raízes que penetram no chão, que desce, que de certo modo a prende no chão. A vida para baixo. Sinal de imanência. Mas a árvore possui também a parte externa, a copa com seus galhos, folhas e frutos. Pelos galhos, pela copa, ela recebe a luz do sol, a chuva, o vento e enfeita o universo. A vida para cima. Eis a transcendência!

Jesus nos ensinou a ver o valor grandio-so da vida. Ele a via como um dom, além da materialidade, do efêmero de todas as coisas. Para defender e anunciar o valor da vida que vai sendo construída a partir do sopro inicial “Jesus ficou de pé e gritou: ‘Se alguém tem sede, venha a mim, e aquele que acredita em mim, beba” (Jo 7, 37-38). Sabia que de den-tro da vida sairia todo o bem e toda a graça. “Do seu seio jorrarão rios de água” (Jo 7,38b). Pela teologia entendemos que há, na vida, um “princípio esperança”, algo que nos faz ver além dos fatos. Tudo isto se resume, para nós, em uma palavra: Espiritualidade. Eis a raiz pro-funda que dá sentido à vida: viver por Cristo, com Cristo e em Cristo.

opiniãoA VIDA COMO DOM E MISTÉRIO

Todos sabemos que o desafio da atuali-dade é retomarmos o que de fato significa a vida. A grande crise da atualidade é de que ganhamos a vida como um dom gratuito e não sabemos vivê-la. Na conjuntura do momento atual, olhamos em demasia para a “terra” e muito pouco para o “céu”. Estamos sobre-carregados, cansados com tantas ocupações com coisas da terra e indiferentes para com as coisas do céu. A falta de uma espiritualidade, de solidez, de transcendência é a enfermida-de da atualidade. Nos ocupamos em demasia com as coisas, com a materialidade e esque-cemos do sopro do Criador. Estamos por de-mais na imanência. A paz vem por ambas as dimensões, imanência e transcendência, e não por uma em detrimento da outra. Oxalá vivamos na sabedoria de Jesus que sabia con-jugar trabalho e descanso, oração e ação, co-ragem do profetismo e a ternura de abraçar as crianças, estar na multidão e num lugar deser-to e afastado. Na sua sabedoria, ele poderia, de fato, dizer “eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Por padre Edimar Mendes Xavier, reitor do Seminário Diocesano Santo Antônio

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

notíciasTexto: Lucinéia Maroti/Imagem: Rafael Batista

Texto: padre Leandro Melo/Imagem: Pascom Seminário São JoséTexto e Imagem: Pascom Sagrado Coração de Jesus

Com informações e imagem do portal Vatican News

Jovens de Monte Belo e Areado participam de retiro sobre a paz

Clérigos e leigos celebram 20 anos das instalações do Seminário São José

Paróquia Sagrado Coração de Jesus acolhe novo administrador paroquial

Francisco lança exortação sobre os desafios da santidade na época atual

Nos dias 9 a 11 de março, 140 jovens participaram do 6º Retiro Espiritual Re-volução Jesus, da Paróquia Imaculada

Conceição, de Monte Belo, que contou com a participação de 15 jovens de Areado.

O retiro foi realizado em Machado, na Vila Bethânia, onde foram realizadas palestras, missas, confissões, gincanas, dinâmicas, te-atros, danças, músicas, testemunhos, adora-ção ao Santíssimo Sacramento e um luau.

Com o tema “Sou Guerreiro e não de-sisto, sou do Exército de Cristo”, o retiro evi-denciou a necessidade de jovens engajados na missão do Senhor, utilizando a metáfora “exército da paz”, dando ênfase à Campanha

O Seminário Diocesano São José, no dia 19 de março, celebrou o aniversário de 20 anos da instalação no atual prédio

no bairro Parque do Convento, em Guaxupé. O Seminário em si possui 58 anos de fundação.

O evento comemorou também os 95 anos do primeiro Seminário Diocesano Nossa Se-nhora Auxiliadora. O decreto oficial de instala-ção aconteceu em 19 março de 1923.

A celebração foi presidida pelo bispo dio-cesano, dom José Lanza Neto, e concelebrada pelo reitor do Seminário Propedêutico, padre Leandro José de Melo, e demais presbíteros diocesanos.

Em sua homilia, o bispo afirmou a alegria

No dia 5 de abril, padre Lucas Muniz as-sumiu, como administrador paroquial, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus,

em Poços de Caldas. A celebração contou com a presença do bispo diocesano, dom José Lan-za Neto, que empossou o novo responsável pela comunidade.

A missa de acolhida ao padre Lucas emo-cionou os paroquianos e os familiares do pa-dre que estavam presentes, marcando o mo-mento de mudança e alegria para a paróquia. Padre Graciano Cirina, pároco desde a funda-ção da comunidade, continuará exercendo seu ministério na comunidade, auxiliando o novo administrador.

da Fraternidade deste ano “Fraternidade e superação da violência” com o lema “Somos todos irmãos” (Mt, 23,8).

Foram desenvolvidos, também, assuntos cotidianos como: família, drogas, fé cristã, amizades e como ser jovens no mundo de hoje. Padre Arnoldo Lourenço Barbosa e irmã Sandra Regina Rizzoli estiveram presentes todos os dias, apoiando e conduzindo a espi-ritualidade do retiro.

Os jovens foram recebidos em Monte Belo com uma carreata pela cidade, em se-guida com uma queima de fogos e a celebra-ção da Santa Missa com a participação dos familiares e amigos dos jovens.

em celebrar a data que marca a instalação do atual prédio. Destacou os esforços de dom José Geraldo Oliveira do Vale pela formação presbiteral na Diocese de Guaxupé, seja na compra do prédio atual ou na construção do Seminário Diocesano Santo Antônio (Pouso Alegre). Ressaltou, também, ao final da homi-lia, as virtudes evangélicas de São José como homem obediente na fé.

Em suas palavras, o reitor, padre Leandro José, agradeceu profundamente a Deus por lançar no coração do homem o desejo de se consagrar a Deus. E recordou, ainda, a acolhi-da de mais de 650 seminaristas no Seminário São José desde sua fundação.

E m sua exortação apostól ica Gaudete et Exsultate [“Ale-grai-vos e Exultai” (Mt 5, 12) ] ,

lançada no dia 9 de abri l , o papa Francisco dá indicações sobre como viver a santidade – um chamado que é para todos – em um mundo que apresenta tantos desafios à fé. Mas Francisco começa o documento falando sobre o espír i to de alegria.

De acordo com o pontíf ice, o chamado à santidade é para todos, porque a Igreja sempre ensinou que é um chamado universal e possível a qualquer um, como demonstrado pelos muitos santos “da porta ao lado”. Santo seria aquele que sabe

comover-se e mover-se para ajudar os miseráveis e curar as misérias. Quem esquiva-se das “elucubra-ções” de velhas heresias sempre atuais e quem, entre outras coisas, em um mundo “acelerado” e agres-sivo, “é capaz de viver com alegria e senso de humor”.

Esse é o espír i to de alegria que o Papa Francisco escolhe colocar na abertura de sua mais recente exor-tação apostól ica. O t í tulo repete as palavras que Jesus dir ige “aos que são perseguidos ou humilhados por

causa dele”.Nos cinco capítulos e 44 páginas

do documento, o Papa segue a l inha de seu magistério mais profundo, a Igreja próxima à “carne de Cris-to sofredor”. Os 177 parágrafos não são – adverte o papa – “um trata-do sobre a santidade, com muitas definições e dist inções”, mas uma maneira de “fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade”, indi-cando “os seus r iscos, desafios e oportunidades” (GE 2).

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

Texto: Coordenação de Pastoral

Texto/Foto: Pascom - Basílica Nossa Senhora da Saúde

Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação – CNBB

Texto/Imagem: Ândrei Viterbo L. Figueiredo

Fundo de Solidariedade abre inscrições para projetos contra violência

Basílica de Poços de Caldas acolhe novo vigário paroquial

56ª Assembleia Geral dos Bispos discutiu a Formação Presbiteral

Capuchinhos celebramJubileu em Poços de Caldas

No dia 8 de abril, o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, e o coordenador de pastoral, padre Henrique Neveston,

realizaram a abertura do processo seletivo de projetos ligados à Campanha da Fraternidade (CF) deste ano. Poderão participar os projetos que realizem ações em prol da Superação da Violência, tema da CF 2018.

Os recursos provêm do Fundo Diocesano de Solidariedade, oriundos da percentagem da Coleta da Solidariedade, como parte integran-te da Campanha da Fraternidade, realizada no Domingo de Ramos em todas as comunida-des, paróquias de nossa Diocese. Essa Coleta configura-se como um gesto concreto de fra-ternidade, partilha e solidariedade. Bispo, pa-dres, religiosos (as), lideranças leigas, agentes de pastoral, colégios católicos e movimentos eclesiais são motivadores e animadores da Campanha da Fraternidade, para que todos participem, oferecendo sua solidariedade em favor de pessoas, grupos e comunidades.

Dos valores arrecadados pela Coleta Na-cional da Solidariedade da Campanha da Fra-ternidade – CF 2018, realizada no Domingo de Ramos – 25/03/2018–, 60% serão destinados ao Fundo Diocesano de Solidariedade – FDS. Os demais 40% serão destinados ao Fundo Nacional de Solidariedade. O Fundo é resulta-

No dia 15 de abril, a comunidade paro-quial da Basílica Nossa Senhora da Saú-de acolheu seu novo vigário paroquial,

padre Paulo Rogério Sobral. Designado pelo bispo diocesano, dom José Lanza Neto, o pa-dre irá contribuir com o pároco, padre Francis-co Carlos Pereira, nas atividades pastorais da paróquia.

A missa de acolhida foi presidida pelo pá-roco e concelebrada pelo novo vigário. Esteve presente o estagiário pastoral Antônio Batista Cirino, ordenado no dia 21 de abril. A celebra-ção foi marcada por alegria e festa, onde a co-munidade acolheu padre Paulo com fraternida-de e alegria pela sua presença, se dispondo a auxiliá-lo em seu ministério na nova paróquia.

O Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida, no pátio do Santuário Nacio-nal de Nossa Senhora Aparecida, em

Aparecida (SP), recebeu, entre os dias 11 e 20 de abril, o episcopado brasileiro que conta, atualmente, com mais de 300 bispos. Todo o trabalho de preparação para o encontro foi re-alizado sob a coordenação do secretário-geral, dom Leonardo Steiner, que foi substituído no comando da reunião por dom Esmeraldo Fa-rias, bispo auxiliar de São Luís (MA).

No dia 17 de abril, o Santuário Nossa Senhora de Fátima, em Poços de Caldas, celebrou 50 anos da che-

gada dos capuchinhos em uma missa so-lene presidida por Frei Sebastião Lázaro de Oliveira, ministro provincial da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos de Minas Gerais, e concelebrada pelos freis Lázaro de Freitas e Evandro Moreira de Melo e o padre José Maria de Oliveira.

Em suas palavras, frei Sebastião desta-cou a importância da presença dos capu-chinhos em Minas Gerais, principalmente

do de uma coleta solidária, que tem como fina-lidade apoiar projetos que combatam a exclu-são social, garantindo sua aplicação em favor de iniciativas que concretizem os objetivos da Campanha da Fraternidade de cada ano.

Acesse o Edital e o Formulário Orientador no site da diocese (guaxupe.org.br) e participe da seleção.

Temas da assembleiaO tema central do encontro foram as “Dire-

trizes para a Formação dos Presbíteros da Igre-ja no Brasil”. Além desse assunto, os bispos tra-taram de outros temas. Entre eles, estão: Texto sobre novas comunidades, Estatutos da CNBB, Pensando o Brasil: Estado laico, Ano do Laica-to, Sínodo da Pan-Amazônia e indicações para as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), que serão renovadas em 2019.

em Poços de Caldas, como, a exemplo de São Francisco de Assis, os primeiros frades Emílio Santi Piro e Aldo Nasello deixaram tudo que tinham e saíram em missão.

Em comemoração aos 50 anos foi co-locada uma placa comemorativa no Santu-ário Nossa Senhora de Fátima. Ao final da celebração, Maurício Martins, ministro local da Ordem Franciscana Secular, destacou o trabalho de ser missionário na realidade vi-vida na Diocese de Guaxupé pelas Santas Missões Populares, Assembleia Diocesana e, também, o Ano do Laicato.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

em pautaCARIDADE: COMPROMISSO QUE TRANSFORMA O MUNDO

No capítulo 25 do Evangelho de Mateus, a caridade é exaltada como a condição primordial para

salvação. “Vinde, Benditos de meu Pai, para herdar o reino preparado para vós desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era migrante e me acolhestes, estava nu e me vestistes, estava enfermo e me visitastes, estava encarcerado e fostes ver-me” (cf. Mt 25, 34-36).

Neste discurso de Jesus está implícito o maior mandamento cristão: a ordem do amor a Deus, aos irmãos e a si mesmo (cf. Mt 22, 37). Diante disso, desde as primeiras comunidades, descritas no li-vro dos Atos dos Apóstolos, as obras de misericórdia são a marca registrada dos seguidores de Jesus, que tinham tudo em comum (cf. At 2, 44), pois entendiam que sem as obras, a fé estava morta (cf. Tg 2, 26).

Com o crescimento dos adeptos da mensagem cristã e, consequentemente, a consolidação da Igreja Católica, a ca-ridade tornou-se a marca imprescindível da vida dos cristãos. Orfanatos, asilos, hospitais e casas de acolhida foram os principais meios criados para espalhar o

amor de Deus aos necessitados e peque-ninos do Reino, aos quais Deus se reve-lou (cf. Mt 11, 25).

Ainda movida por essa força obla-tiva, a Igreja continua sendo uma das principais fontes de caridade e serviço às pessoas necessitadas do mundo atu-al. Neste ano em que a Igreja do Brasil celebra o Ano do Laicato, destacando a ação dos leigos como “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14), são eles os protagonistas das obras de caridade. Na Diocese de Guaxupé, dezenas de movi-mentos, grupos e pastorais se dedicam a este serviço evangélico, levando alívio e conforto a inúmeras pessoas que vivem em situações difíceis.

Em Botelhos, a leiga Maria Luzia de Lima está à frente da Pastoral da Saúde, que, na comunidade, atua como um gru-po de apoio a todas as pessoas que estão em situações delicadas, como a enfermi-dade e a pobreza. “Depois que comecei a fazer parte dessa pastoral, tudo mudou. Se não fosse esse trabalho, por tudo que eu já passei eu já estaria lá em baixo, no chão. Perceber o sofrimento do outro, suas dificuldades, mudou tudo”. Aproxi-madamente 15 pessoas trabalham três vezes por semana visitando o hospital da

cidade, casas de pessoas doentes e as-sistindo as famílias mais carentes. “Nós vamos rezar na casa dos enfermos e sem-pre ouvimos depois que Deus atendeu a nossa oração. Eu amo o que eu faço, amo servir essas pessoas que estão sofrendo e precisam de nós”, concluiu Maria Luzia.

Em Alfenas, Aliene Eleonora de Carva-lho atua na Pastoral da Pessoa Encarce-rada, que realiza visitas às quartas-feiras aos detentos, dando apoio, levando a mi-sericórdia e o perdão, bem como suporte para as famílias que vão até o presídio periodicamente para visitas. “Talvez seja uma das pastorais mais difíceis de se ser-vir, assim como talvez, também, seja uma das pastorais na qual mais se exercite a fé e a caridade em seu sentido mais con-creto”, partilhou.

Atualmente, várias pessoas colabo-ram com essa pastoral, e, mesmo enfren-tando diversas dificuldades, não deixam de doar seu tempo para ser sinal de Deus no meio dos seus irmãos que se encon-tram nessa situação. “A vivência de cada visita é uma experiência nova e rica, sempre. Cada visita é marcada por algo diferente, é tudo muito intenso e de uma beleza que emociona. Seja na participa-ção dos encarcerados nas orações, nos

cantos, no acolhimento quando se grita: ‘a Igreja chegou’, mas especialmente nas lágrimas que se derramam por se senti-rem, ainda, humanos” comentou Aliene Eleonora.

Desenvolvendo um trabalho com mo-radores de rua e pessoas carentes em Passos, um grupo chamado Jovens Ca-tólicos se empenha, todas as quintas-fei-ras, em levar amparo àqueles que vivem à margem da sociedade. Segundo Layon Martins Fonseca, que hoje coordena o grupo, “as pessoas que estão nessas cir-cunstâncias estão carentes e gostam de conversar. É mais uma questão de deixá--los falar”. O grupo sempre consegue do-ações de alimentos que são distribuídos para cerca de 50 pessoas mensalmente.

“Uma das coisas que me tocaram nessa missão é o amor e o jeito como as pessoas, que já participavam desse gru-po, cuidavam e atendiam os moradores de rua. São poucos os que conseguem realmente tocá-los, ajudá-los, curar suas feridas. Tentamos ajudar o máximo que podemos. Eu tinha nojo das pessoas, pois muitas estavam sujas, largadas, mas esses são nossos irmãos. É como Jesus que tocava as pessoas e se deixava ser tocado. Esse trabalho ajuda a me reno-

6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

CÁRITAS: APAIXONADOS PELO REINO DE DEUS

Por Luiz Fernando Gomes, seminarista – Teologia

O povo do tempo de Jesus vivia em extrema necessidade. Espe-rava, por isso, ansiosamente, a

chegada de um libertador, que tivesse poder para derrotar os que controla-vam a vida econômica e religiosa e o submetia com violência a interesses alheios. Para o povo, o Reino de Deus viria de forma espetacular, mostrando o poder divino. Por isso, perguntava a Jesus: onde está o Reino de Deus que anuncias?

Tanto a prática como as parábolas de Jesus geravam encanto e perplexi-dade, ao mesmo tempo. Suas ações testemunhavam que ele estava con-vencido que “são os pobres os bem--aventurados, porque deles é o Reino de Deus” (Lc 6, 20): ele ia ao encontro dos que viviam à margem da socieda-de e da religião, dos que eram consi-derados impuros e pecadores, e comia com eles, festejava com eles, os liber-tava de maus espíritos, de doenças e outras limitações. Isso era admirável, lembrava a misericórdia divina, mas levantava dúvidas: estará aqui e atu-ando desta forma o Reino de Deus? O “Todo poderoso” age desta forma e junto com gente tão sem poder?

Para que pudessem compreen-der sua boa notícia e suas ações, Je-sus criou uma série de parábolas do Reino. Todas vão abrindo a possibili-dade de perceber como, onde, por que e para que Deus age na história humana. Uma vez mais, surpresas e perplexidade: o Reino age como uma semente, e como a menor delas, mor-rendo para que nasçam muitas outras?

Como a semente que, uma vez joga-da na terra, faz seu caminho de ger-minação ajudada por outras energias que não as do semeador? Ou é como a quantia adequada de fermento que uma mulher mistura com a massa e a transforma em pão? É algo de muito valor, como uma pedra preciosa, que vale tudo que se tem para alcançá-la? Ou como uma moeda perdida por uma mulher pobre que faz de tudo para re-encontrá-la e, ao dar com ela, chama as amigas para festejar? É como os pássaros do céu e os lírios do campo, que Deus alimenta e veste com brilho sem que façam nada para isso?

O fato é que Deus age amorosa-mente na história, e sua ação apare-ce nas práticas de Jesus e nas ações amorosas de toda e qualquer pessoa que se associa a Ele. Uma das formas de seu amor é desejar a participação das pessoas em seu projeto, na cons-trução do Reino. Por isso, no segui-mento de Jesus, a paixão dos que são Cáritas é o anúncio e a participação na construção do Reino de Deus. Trata-se de algo profundamente espiritual e histórico, uma realidade divina e polí-tica. E tão política que Jesus não teve dúvida de anunciar: “se tiverem fé, vo-cês não só farão as obras que eu faço, mas farão até maiores” (Jo 14, 12). Em outras palavras, Deus atua em todos os tempos e lugares, e não depende de nós; mas nós, em nosso tempo e lugar, podemos atuar com Ele a partir das potencialidades e possibilidades existentes, avançando na construção do Reino, ainda incompleto.

[Fonte: Cáritas Brasileira, Somos Cáritas]

var, enfrentando o medo, o frio, tudo em favor do próximo”, partilhou Layon Mar-tins.

Em Monte Belo, as pastorais e os movimentos da paróquia realizam todos os domingos um almoço destinado às crianças carentes da cidade. Cerca de 120 crianças são beneficiadas. A cada semana uma pastoral é responsável pela preparação dos alimentos. Marilda dos Reis Marques, que coordena a Pastoral do Dízimo, partilhou: “Minha família sem-pre foi muito religiosa, desde pequena ia à Igreja, mas só participávamos das mis-sas. Depois do convite do padre, começa-mos a frequentar mais e a colaborar com a Pastoral do Dízimo, me tornando muito mais ativa na Igreja”.

Muito além do almoço, há o interes-se de se relacionar com as crianças, se tornando fonte de apoio e estímulo para vida de oração. Os alimentos são adquiri-dos por meio de doações e também com o dinheiro ofertado pelos dizimistas. “Eu me sinto muito honrada. Sinto-me feliz, isso melhora muito minha autoestima. As crianças sempre precisam de afeto e é muito gratificante poder ajudá-las. Cada vez me apaixono mais por esse trabalho social”, disse Marilda dos Reis.

Reforçando a necessidade da doação de cada cristão na luta por um mundo mais humano e fraterno, papa Francisco, em sua mais recente exortação apostóli-ca Gaudete et Exsultate, assegura que, como “não se pode conceber Cristo sem o Reino que Ele veio trazer, também a tua missão é inseparável da construção do Reino: «procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça» (Mt 6, 33). Por isso, não te santificarás sem te entregares de corpo e alma, dando o melhor de ti nes-te compromisso” (n.25). Sendo assim, “cada cristão, quanto mais se santifica, tanto mais fecundo se torna para o mun-do” (n.33).

Certamente, todo este apostolado so-cial capaz de transformar o mundo é rea-lizado por pessoas de fé, que realmente fizeram e fazem uma experiência com o Cristo Ressuscitado. Muito além de sanar as necessidades básicas dos pequeninos do reino, dão a eles a prova de que Deus os ama e se importa com eles. São, por fim, continuadores da missão de Jesus, leigos, religiosos e clérigos que ouvi-ram e atenderam o apelo do homem de Nazaré: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho” (cf. Mc 16, 15), não só com pa-lavras, mas com obras (cf. Mt 10, 1-8).

A paixão de Jesus foi anunciar, com sua vida e palavra, que o Reino de Deus já está presente no mundo, está na vida do povo, em tudo que

constrói o mundo e agrada ao Pai.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

sagradas escriturasREINO DE DEUS X REINO DOS CÉSARES

Por padre José Luiz Gonzaga do Prado, biblista e professor na Faculdade Católica em Pouso Alegre

Por papa Paulo VI

Comunidades familiares x ReiO livro As Tribos de Javé, de Gotwald,

fez grande sucesso. Hoje, o alcance históri-co de suas intuições é seriamente questio-nado, se não abandonado e rejeitado pelos especialistas. Nos inícios, o povo da Bíblia teria sido apenas uma confederação de comunidades familiares ou tribos, gover-nadas por Conselhos dos mais velhos, os anciãos, presbíteros ou pais e mães. Não havia rei, um chefe único, um monarca. Foi um tempo de grande harmonia e igualdade social.

Só com Saul, Davi em seguida, e, es-pecialmente com Salomão, teria entrado a monarquia e, com ela, a centralização do poder e a desigualdade social, a opressão do povo e o paraíso perdido. As pesquisas atuais afirmam que não foi exatamente assim. Em vários textos do Primeiro Testa-mento, entretanto, há críticas muito fortes ao poder concentrado nas mãos de um rei e, por outro lado, como no livro de Rute, há uma grande valorização dos conselhos tribais.

Reino de Deus x Reino de CésarO Novo Testamento aconteceu dentro

do Império Romano, ou governo do Rei de Roma. O Apóstolo Paulo e os Evangelhos sinóticos insistem fortemente no Reino de Deus. É o reinado, o poder de governar, o império de Deus.

Nos Evangelhos sinóticos, Jesus anun-ciou a chegada próxima do reinado de Deus. Em Tessalônica (Atos 17,7), diziam que Paulo teria anunciado um outro rei, que seria Jesus, um judeu crucificado, em vez de César.

No Evangelho de João, os judeus, a instituição religiosa, entregam Jesus a Pila-tos, à instituição civil, dizendo: “Não nos é permitido matar ninguém” (Não matarás!).

Mas quando Pilatos diz: “Vou matar o rei de vocês?” Eles respondem: “Não temos outro rei a não ser César”. A instituição religiosa recusa o reinado de Deus. Pilatos, então, lhes entrega Jesus para que eles o cruci-fiquem.

Evangelho x EvangelhosA palavra Evangelho, ou Boa Notícia,

não foi criada por Jesus ou pelos cristãos. Já existia no Império Romano. Falavam em Boas Notícias como o nascimento de um rei ou a chegada do poder imperial a um lugar. Eram os evangelhos do Império Romano, a propaganda oficial do governo. Agora Evangelho é um só, uma só é a Boa Notícia, a chegada próxima do Império de Deus, a mudança radical no mundo governado pe-los césares.

Irmãos x ClientesA organização política e social do Impé-

rio era essencialmente desigual. Seguia o modelo Patronos & Clientes. César, o Im-perador, era o deus acessível, absoluto e onipotente, tudo podia e não devia satis-fação a ninguém. Era o grande patrono de

todos. Seus amigos ou clientes, como Pila-tos, tinham outros que lhes eram amigos ou clientes, em escala descendente. Os últimos só eram clientes. Ao patrono, todos deviam fides (fidelidade e, também, fé, em latim) e gratidão. O cliente, ou dependen-te, se identificava pelo seu patrono, era da ‘política’ deste ou daquele, dava-lhe todo o apoio e tudo o que recebia através dele eram favores.

O primeiro escrito do Novo Testamento, a Carta aos Tessalonicenses, já modifica isso. O breve escrito traz 16 vezes a palavra irmãos. Agora não somos mais patronos e clientes, mestres e alunos ou pais e filhos/filhas, somos todos iguais, somos irmãos. O relacionamento agora é horizontal e não mais vertical.

Igreja da ralé x Igreja da eliteA palavra ecclesia, ou igreja, era utili-

zada no Império romano, especialmente nas cidades gregas onde Paulo atuou. Era um Conselho semelhante ao Sinédrio dos setenta anciãos dos judeus. Esse grupo, tomado da elite social e econômica das ci-dades gregas, podia decidir algumas ques-

tões sob as ordens de Roma e era chamado de ecclesia.

Paulo evangelizou Tessalônica “traba-lhando noite e dia para não ser pesado aos irmãos” e os irmãos de Tessalônica eram todos do pesado. No mundo grego, o tra-balhador braçal era a ralé da sociedade, os pés, enquanto a cabeça eram os sábios e os governantes. À reunião desses trabalha-dores braçais é que Paulo dá o nome de Igreja dos tessalonicenses, que tem Deus por pai ou patrono e um único Senhor, Je-sus Cristo.

Réstea de alho x MacDonaldQuando, na reunião dos Grupos de

Reflexão do dia 8 de abril, Fátima colocou aquela cabeça de alho como símbolo das coisas boas e das dificuldades do seu Gru-po ou da sua Comunidade, todos ficaram curiosos para saber o que significava aqui-lo. Ela falou da cabeça de alho com aquela capa que une e protege os dentes. Depois, os dentes agrupados, diferentes, mas não desiguais. Eles estão ligados à raiz, eles dão gosto ou despertam discretamente o gosto dos alimentos, eles podem gerar ou-tras cabeças de alho etc.

Ocorreu-me, e o disse aos que estavam reunidos, que as estruturas da Igreja de-vem se comparar à réstea de alho que, com os elementos naturais do próprio alho, une as diversas cabeças. Aí o importante são as cabeças e os dentes de alho, não as ramas trançadas que unem umas cabeças às ou-tras, cada qual mantendo sua identidade.

O contrário acontece na rede de lancho-netes, onde os lanches são todos iguais, as vestes, iguaizinhas no mundo todo, os objetos utilizados, tudo igual, plenamente uniforme. É a uniformidade monárquica de cima para baixo, não a unidade natural que vem das raízes e respeita as diferenças.

documentoPOPULORUM PROGRESSIO: ESPERANÇA DE UM MUNDO MELHOR

São os povos os autores e primeiros responsáveis do próprio desenvolvi-mento. Mas não o poderão realizar

isolados. Fases deste caminho do desen-volvimento que leva à paz são os acordos regionais entre os povos fracos a fim de se apoiarem mutuamente, as relações mais amplas para se entre-ajudarem e as con-venções mais audazes, entre uns e outros, para estabelecerem programas comuns.

Alguns julgarão utópicas tais esperan-ças. Pode ser que, no seu realismo, se en-ganem e não se tenham apercebido do di-

namismo de um mundo que quer viver mais fraternalmente e que, apesar das suas ig-norâncias e dos seus erros, e até dos seus pecados, das suas recaídas na barbárie e das longas divagações fora do caminho da salvação, se vai aproximando lentamente, mesmo sem dar por isso, do seu Criador. Este caminho para mais humanidade pede esforço e sacrifício: mas o próprio sofri-mento, aceito por amor dos nossos irmãos, é portador de progresso para toda a família humana. Os cristãos sabem que a união ao sacrifício do Salvador contribui para a edu-

cação do Corpo de Cristo na sua plenitude: o povo de Deus reunido.

Neste caminhar, todos somos solidá-rios. A todos, quisemos nós lembrar a am-plitude do drama e a urgência da obra que se pretende realizar. Soou a hora da ação: estão em jogo a sobrevivência de tantas crianças inocentes, o acesso a uma con-dição humana de tantas famílias infelizes, a paz do mundo e o futuro da civilização. Que todos os homens e todos os povos as-sumam suas responsabilidades.

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8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

vida contemplativaA ESPIRITUALIDADE DA VIDA CONTEMPLATIVA

Por Santa Teresa de Ávila, século XVI

Por Irmã Elizabeth, ocd., Carmelo São José, em Passos

Ao percorrermos a Sagrada Escritura, veremos que Deus sempre reservou pessoas para seu serviço, para se

consagrarem de maneira especial a Ele. Deus escolhe uma tribo, entre as doze tribos de Israel, para se dedicar exclusivamente ao Seu serviço, no templo, a tribo de Levi: “Os levitas não têm parte no meio de vós: sua herança é serem sacerdotes do Senhor” (Js 18,7a). Este povo não recebeu uma porção da terra prometida, nem cidades, mas o pró-prio Deus é sua herança.

No Antigo Testamento, encontra-mos este mistério de predileção de Deus para com algumas pessoas, por exemplo: Abraão, Moisés, Elias e os profetas, os juí-zes, até chegarmos a João Batista, depois a Virgem Maria e Jesus, o consagrado ao Pai por excelência. Cada Instituto Religioso na Igreja expressa um aspecto da vida de Je-sus. As famílias religiosas que se dedicam à educação procuram expressar Jesus em sua missão de ensino do Reino ao povo. Aquelas que se dedicam aos enfermos o expressam curando a todos. Em outras, vemos Jesus cuidando dos pobres, pregando o Evange-lho etc. E temos Jesus orando ao Pai, na so-lidão e no silêncio, como o protótipo da vida religiosa contemplativa.

Se olharmos a história da Igreja vemos como, desde os tempos dos apóstolos, a forma de cada cristão expressar seu amor a Jesus Cristo era dando, literalmente, a pró-pria vida, através do martírio. O martírio era seu testemunho máximo de amor Àquele que deu sua vida por nós. Quando Constan-tino conquistou o trono do império romano e proclamou a religião cristã como a religião oficial do império, surgiu a dúvida: como testemunhar o amor incondicional a Jesus agora, que não podemos mais ser mártires? A resposta foi a busca do deserto, da solidão e oração, para viver o “martírio branco”, sem derramamento de sangue, mas dando a vida gota a gota por amor a Ele, renunciando a

patrimônio espiritualUM PACTO DE AMIZADEEu falo por experiência: quem começou

a ter oração não a deixe, apesar dos erros que tiver cometido, porque atra-

vés dela pode voltar a emendar-se, caso contrário será muito difícil. Que o demônio a ninguém tente como a mim: abandonar a oração sob pretexto de humildade. Creia que as palavras do Senhor não enganam: se nos arrependermos verdadeiramente e nos determinarmos a não O ofender, volta

a ter-nos a amizade que tinha, a conceder as graças que concedia, a por vezes até mais, quando o arrependimento o merece.

A quem ainda não começou, por amor do Senhor, rogo que não se prive de tão grande bem. Aqui não há que temer, mas desejar. Mesmo que não avance nem che-gue a ser perfeito, ao ponto de merecer as consolações e os gostos que Deus lhes dá, por pouco que aproveite irá aprendendo o

caminho para o céu. E se persevera, confio na misericórdia de Deus que não fica sem recompensa quem O tomou por amigo. Porque, a meu ver, a oração mental não é mais do que uma relação de amizade, es-tando muitas vezes a sós, com Quem sabe-mos que nos ama».

(Trecho retirado da obra Vida 8, 5)

tudo e buscando somente a Deus.Os eremitas, ou Padres do Deserto, ti-

nham este ideal: orar e trabalhar. Viviam pobremente e queriam imitar em tudo a Je-sus Cristo. A vida monástica e contemplati-va surgiu aí. O que é um monge? Segundo Thomas Merton, “O monge é um homem chamado pelo Espírito Santo a renunciar aos cuidados, desejos e ambições dos ou-tros homens para dedicar toda a sua vida à procura de Deus...Numa cultura materialis-ta, porém fundamentalmente irreligiosa, o monge se torna incompreensível porque ele ‘não produz nada’. Sua vida parece ser com-

pletamente inútil” (obra A vida silenciosa). Na verdade, a vocação monástica e contem-plativa é pouco compreendida por aqueles que vivem a dinâmica da eficácia e utilidade consumista. Muitos, ao passar diante de um Carmelo, se perguntam: O que fazem estas irmãs trancadas aí, com tanto apostolado a se fazer, com tantos pobres, famintos, doen-tes, necessitados a cuidar?

A resposta para esta pergunta só pode ser uma: fé! O contemplativo é alguém cha-mado a ser a “retaguarda” daqueles que estão na linha de frente da evangelização, são uma força escondida mas muito neces-

sária e eficaz. Santa Teresa de Ávila, ao fun-dar a Ordem do Carmelo Descalço, deu-lhe um objetivo totalmente eclesial. Dizia ela às Carmelitas: “Minhas Irmãs, se as vossas orações, penitências e sacrifícios não forem para o bem da Igreja, saibam que não estão cumprindo a missão para a qual o Senhor vos reuniu aqui” (C 3,10). Esta é a vida de uma carmelita, oferecer toda a sua jornada pelo bem da Igreja, pela evangelização dos povos, pela conversão dos pecadores, por aqueles que estão à frente, principalmente os sacerdotes, bispos, líderes cristãos, para que sejam o que devem ser no mundo, ou seja, um sinal visível do amor de Deus pela humanidade.

A vida em um Carmelo está totalmente direcionada a este fim. Em sua simplicidade, temos nosso dia muito bem organizado en-tre oração comunitária/litúrgica, com a Mis-sa diária, as sete orações canônicas da Litur-gia das Horas, duas horas de oração pessoal silenciosa, trabalho, encontros comunitários para recreação e formação, leitura espiritu-al, solidão na cela (quarto), enfim, não sobra tempo ocioso, todo ele está orientado para a busca de Deus e a salvação do mundo. Na busca da vivência dos votos de castidade, pobreza e obediência, queremos dar um testemunho de amor a Jesus Cristo e de provocação diante dos contra valores que a sociedade atual impõe, principalmente à juventude e às famílias.

Em nosso Carmelo São José de Passos, somos, atualmente, treze Irmãs de diversas idades e cidades, buscando ser para toda a nossa querida Diocese um sinal crível de eternidade, de “busca das coisas do alto”. São numerosas as pessoas que nos procu-ram para aconselhamento, pedidos de ora-ção e orientação espiritual. Essa, também, é uma expressão de nosso carisma. Mas o mais importante é que estamos aqui para rezar... para sermos oração com a Igreja e para a Igreja!

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

catequeseINICIAÇÃO À VIDA CRISTA: COMUNHÃO E ITINERÁRIO DE FÉ

Já há algum tempo a Igreja vem

refletindo sobre o tema da Inicia-ção à Vida Cristã (IVC) com inspira-ção catecumenal por seus docu-mentos, estudos e vozes. Apon-ta-se a iminente necessidade de repensar os nos-sos itinerários ca-tequéticos para que os processos de transmissão e amadurecimento da fé desenvol-vam a mística do discípulo missio-nário de Jesus Cristo. Tanto que hoje o assunto é urgência da nos-sa Igreja, tratado nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Con-ferência Nacional dos Bispos do Brasil, por estar mais que comprovado que as metodologias tradicionais não respondem mais às de-mandas atuais. Os desafios são enormes, pois não se trata de mudar radicalmente o jeito de catequizar, mas ter muita “perse-verança, docilidade à voz do espírito, sen-sibilidade aos sinais dos tempos, escolhas corajosas e paciência” (doc. 107, n.º 9).

Com esse espírito, levando-se em con-sideração a inspiração catecumenal, de-pois de muito estudo, reflexão e vivência, a comissão para a IVC da Arquidiocese de Pouso Alegre, com o envolvimento das dio-ceses de Campanha e Guaxupé, produziu um material próprio que viesse ao encontro não só ao que a Igreja no Brasil tem falado, mas à realidade das nossas comunidades, nascendo, então, o projeto Viver em Cristo, cujo objetivo é apresentar subsídios para a realização de uma catequese que promova a profundidade das vivências mistagógicas e celebrativas, numa verdadeira interação da catequese com a liturgia, oferecendo ao catequizando um itinerário de fé e de evan-gelização que lhe possibilite se transformar em verdadeiro discípulo missionário.

São três volumes: Anúncio de Jesus Cristo: Tempo de Semear; Aprofundamento da fé: Tempo de cultivar; e Vivência Qua-resmal e Mistagógica: Tempo de colher e partilhar os frutos. Contudo, só o primeiro encontra-se à disposição.

Assim, o primeiro volume “O Anúncio

Por Edon Fonseca Borges, advogado e coordenador diocesano de Catequese

de Jesus Cristo – Tempo de Semear”, lan-çado pela editora PAULUS, está disponí-vel para aquisição na Cúria Diocesana de Guaxupé. A metodologia é constituída da apresentação de Jesus a partir dos Evan-gelhos, dando maior clareza (aspectos da pessoa e ação) de quem seja Jesus Cristo, a quem todo iniciado segue como discípu-lo e amigo; atividades em grupos; contato com o introdutor indicado pela comunida-de; celebrações e formação continuada de catequistas, com temas apropriados. O material propõe uma celebração de boas--vindas a ser realizada na festa da Epifania do Senhor. Todo o processo dura cerca de 1 ano e meio. Sugere oito encontros a serem realizados nas seguintes datas li-túrgicas: Os quatro primeiros encontros nos domingos da quaresma; propõe um intervalo para preparativos e participação na Semana Santa; retomada dos encontros no segundo domingo de Páscoa indo até a solenidade de Ascensão do Senhor, culmi-nando esse tempo de anúncio com a parti-cipação de todos os envolvidos (iniciandos, catequistas e introdutores) na celebração da solenidade de Pentecostes.

Vale lembrar que não é obrigatório aca-tar a sugestão dos encontros nas datas su-geridas pelo subsídio, contudo, se trata de tempo litúrgico oportuno para a iniciação cristã daqueles que querem ser evangeli-zados. Isso porque catequese e liturgia de-

vem andar juntas, como acentuam os inú-meros documentos da Igreja que ressaltam essa necessária interação entre as dimen-sões litúrgica e bíblico-catequética: Concí-lio Vaticano II, Christus Dominus, 14,1043 e 13,1040; Gravissimum Educationis, 4,1509; Catechesi Tradendae, 23; Catequese Re-novada (CR), 89, 90; Diretório Nacional de Catequese (DNC), 118, 120.

São duas faces do mesmo Mistério, como afirma padre Vanildo de Paiva, um dos catequétas responsáveis pela ideali-zação do projeto Viver em Cristo. Aliás, o padre assevera em sua obra sobre o tema que: “A catequese, sem a liturgia, esvazia--se da dimensão do Mistério e reduz-se a um amontoado de ensinamentos e teorias sobre Deus e a Igreja, até bonitos, talvez, mas sem qualquer significado mais profun-do para a vida. Por outro lado, a liturgia, sem a catequese, é carente do sentido do conteúdo da fé, que se consolida no apro-fundamento da mensagem cristã, o que a catequese assume como missão própria”.

Nessa linha, tem-se em conta que não basta atingir só o intelecto do iniciado na fé, mas todo seu ser. Nesse processo de  des-escolarização da catequese, não pode faltar a recuperação do caráter litúr-gico da catequese (orante e mistagógico), voltar a ser percurso, um  itinerário de fé, afinal celebrar a fé é fundamental. Nossa fé é proclamada, vivida, celebrada.

Quando se vincula catequese e liturgia, facilita--se que o misté-rio profundo do amor libertador de Deus, revela-do plenamente no Mistério Pascal de Jesus, chegue até nós, envolva--nos, atraia-nos e comprometa-nos com a vida: vida plena para todos. A liturgia e a ca-tequese devem atrair por si mes-mas: porque são plenas de sentido, porque dão força para viver, porque ressignificam nos-sa vida. Qualquer tentativa de atrair pessoas através de outra motiva-ção seria esvaziar a vida de fé do seu sentido mais original.

Assim, a cate-quese de IVC, tem como processo

o despertar para a missionariedade. Por isso, ela tem como missão revelar a ação pedagógica de Deus que se dá a conhe-cer ao povo que Ele escolheu para si (cf. Ex 3,7-15). A catequese e a missão se pro-cessam numa interação permanente, onde os evangelizadores, catequistas e catequi-zandos são “crescentes e aprendentes”. A ação evangelizadora, de modo especial a catequese, traduz sempre a mística missio-nária que animava os primeiros cristãos. A catequese exige conversão interior e contí-nuo retorno ao núcleo do Evangelho (que-rigma), ou seja, ao Mistério de Jesus Cristo em sua Páscoa libertadora, vivida e cele-brada continuamente na liturgia. Sem isso, ela deixa de produzir os frutos desejados.

Toda ação da Igreja leva ao seguimento mais intenso de Jesus (CR 64) e ao compro-misso com seu projeto missionário (DNC 84). A partir da Conferência de Aparecida, essa junção inseparável ‘discípulos missio-nários’ é chamada a ser um eixo central de toda a ação evangelizadora de nossa Igre-ja. O estado permanente de missão é uma urgência necessária. Sentimos a neces-sidade de renovação, de uma verdadeira “conversão pastoral para a missão”.

Que nossos projetos de Iniciação à Vida Cristã atinjam o objetivo de integrar cate-quese e liturgia e seja o caminho para uma Igreja cada vez mais missionária e samari-tana!

10 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

assembeia dos bisbosMENSAGEM DA CONFERÊNCIA NACIONALDOS BISPOS DO BRASIL AO POVO DE DEUSEm comunhão com o Papa Francisco,

nós, Bispos membros da CNBB, reuni-dos na 56ª Assembleia Geral, em Apa-

recida – SP, agradecemos a Deus pelos 65 anos da CNBB, dom de Deus para a Igreja e para a sociedade brasileira. Convidamos os membros de nossas comunidades e todas as pessoas de boa vontade a se associa-rem à reflexão que fazemos sobre nossa missão e assumirem conosco o compromis-so de percorrer este caminho de comunhão e serviço.

Vivemos um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB. Queremos promover o diálogo respeitoso, que esti-mule e faça crescer a nossa comunhão na fé, pois, só permanecendo unidos em Cris-to podemos experimentar a alegria de ser discípulos missionários.

A Igreja fundada por Cristo é mistério de comunhão: “povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (São Cipriano). Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (cf. Ef 5,25), assim deve-mos amá-la e por ela nos doar. Por isso, não é possível compreender a Igreja sim-plesmente a partir de categorias sociológi-cas, políticas e ideológicas, pois ela é, na história, o povo de Deus, o corpo de Cristo, e o templo do Espírito Santo.

Nós, Bispos da Igreja Católica, suces-sores dos Apóstolos, estamos unidos entre nós por uma fraternidade sacramental e em comunhão com o sucessor de Pedro; isso nos constitui um colégio a serviço da Igreja (cf. Christus Dominus, 3). O nosso afeto co-legial se concretiza também nas Conferên-cias Episcopais, expressão da catolicidade

Texto/Imagem: Divulgação

e unidade da Igreja. O Con-cílio Vaticano II, na Lumen Gentium, 23, atribui o sur-gimento das Conferências à Divina Pro-vidência e, no decreto Christus Do-minus, 37, de-termina que sejam esta-belecidas em todos os pa-íses em que está presente a Igreja.

Em sua missão evangelizadora, a CNBB vem servindo à sociedade brasileira, pau-tando sua atuação pelo Evangelho e pelo Magistério, particularmente pela Doutrina Social da Igreja. “A fé age pela caridade” (Gl 5,6); por isso, a Igreja, a partir de Jesus Cristo, que revela o mistério do homem, promove o humanismo integral e solidário em defesa da vida, desde a concepção até o fim natural. Igualmente, a opção prefe-rencial pelos pobres é uma marca distintiva da história desta Conferência. O Papa Ben-to XVI afirmou que “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológi-ca naquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com a sua pobreza”. É a partir de Jesus Cristo que a Igreja se dedica aos pobres e marginalizados, pois neles ela toca a própria carne sofredora de

Cristo, como exorta o Papa Francisco.

A CNBB não se iden-tifica com nenhuma ide-ologia ou par-tido político. As ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espé-cie de ONG, sem levar em conta a graça

e a união interior com Cristo; por outro, vi-ver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos outros e conside-rando-o superficial e mundano (cf. Gaudete et Exsultate, n. 100-101).

Ao assumir posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políti-cas, a CNBB o faz por exigência do Evange-lho. A Igreja reivindica sempre a liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação hu-mana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76). Isso nos compromete profeticamente. Não podemos nos calar quando a vida é amea-çada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Se, por este motivo, formos perseguidos, nos configuraremos a Jesus Cristo, vivendo a

bem-aventurança da perseguição (Mt 5,11).A Conferência Episcopal, como institui-

ção colegiada, não pode ser responsabili-zada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quan-do realizadas por eclesiásticos.

Neste Ano Nacional do Laicato, concla-mamos todos os fiéis a viverem a integra-lidade da fé, na comunhão eclesial, cons-truindo uma sociedade impregnada dos valores do Reino de Deus. Para isso, a liber-dade de expressão e o diálogo responsá-vel são indispensáveis. Devem, porém, ser pautados pela verdade, fortaleza, prudên-cia, reverência e amor “para com aqueles que, em razão do seu cargo, representam a pessoa de Cristo” (LG 37). “Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor” (Papa Francisco, Mensagem para o 52º dia Mundial das Comunicações de 2018).

Deste Santuário de Nossa Senhora Apa-recida, invocamos, por sua materna inter-cessão, abundantes bênçãos divinas sobre todos.

Aparecida-SP, 19 de abril de 2018.

Cardeal Sergio da RochaArcebispo de Brasília – DF

Presidente da CNBB

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJArcebispo São Salvador da Bahia

Vice-Presidente da CNBB

para lerMARIA: TODA DE DEUS E TÃO HUMANA

Esta obra Maria, toda de Deus e tão humana é uma edição atualizada e ampliada do livro da coleção LBT

que trazia este mesmo nome e que não será mais reeditado. Esta nova edição, publicada em parceria com a Editora Santuário, é um verdadeiro Compêndio de Mariologia, que apresenta a visão cristã acerca da Mãe de Jesus na Bíblia, nos Dogmas e no Culto.

O autor, Afonso Murad, oferece um texto acessível, elaborado com simpli-cidade e profundidade. De forma equi-librada, consegue dosar a riqueza de

sentido das narrativas e das compara-ções com a precisão dos conceitos. Res-gata os dados fundamentais da Bíblia e da Tradição Eclesial, articulando-os com as correntes teológicas atuais. A p r e -senta uma mariologia em estreita liga-ção com outras disciplinas teológicas, como a teologia bíblica, a cristologia, a trindade, a antropologia teológica, a liturgia e a escatologia. Além disso, enriquece o leitor com breves textos complementares de vários autores ao final de cada capítulo. Atento às novas linguagens e à interatividade com o lei-

tor, Maria, toda de Deus e tão humana se prolonga no blog, onde se encontram breves textos, vídeos, apresentações e opiniões de internautas.

Este livro foi concebido como um texto-base para o estudo de mariologia em cursos de iniciação teológica para leigos(as) e para cursos seminarísticos e acadêmicos de teologia. Dirige-se, tam-bém, aos líderes cristãos de diversas pastorais, movimentos e comunidades, bem como àqueles que buscam conhe-cimentos consistentes e atualizados so-bre Maria, a mãe de Jesus.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

comunicaçõesaniversários maio

agenda pastoral

Natalício3 Padre Jeremias Nicanor Alves Moreira3 Padre Paulo Rogério Sobral4 Padre Geraldo Henrique Benjamin10 Padre Benedito Clímaco Passos14 Padre José Benedito dos Santos15 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI20 Padre José Hamilton de Castro

1 Encontro da Campanha da Mãe Peregrina Infanto-Juvenil – Mãe Rainha Dia do Trabalho3 Reunião do Conselho de Formação Presbiteral – Guaxupé4-6 9º Encontro de Casais com Cristo – 3ª etapa – setor São Sebastião do Paraíso5 Reunião da Coordenação Diocesana dos MECE’s – Guaxupé Reunião da Coordenação da Formação de Leigos – Guaxupé Reunião da Equipe Diocesana da Pastoral da Comunicação – Guaxupé Reunião do Setor Juventude – Guaxupé6 Encontro Diocesano de Ministérios – Renovação Carismática Católica – Encontro Setorial da Mãe Rainha – Setor Areado9 Reunião dos Presbíteros – Setor Passos – Paróquia São Benedito – Passos10 Reunião dos Presbíteros – Setor Guaxupé – Nova Resende11 Reunião do Conselho de Presbíteros – Guaxupé13 Dia das Mães Ascensão do Senhor Dia Mundial das Comunicações Sociais14 Reunião dos Presbíteros – Setores Alfenas e Areado – Areado

21 Padre Hiansen Vieira Franco22 Padre Antônio Carlos Maia22 Diácono Antônio Batista Cirino24 Padre Graziano Cirina26 Padre Homero Hélio de OliveiraOrdenação4 Padre Francisco Albertin Ferreira4 Padre José Hamilton de Castro

16 Reunião dos Presbíteros – Setor Poços de Caldas – Paróquia Santo Expedito – Poços de Caldas17 Reunião dos Presbíteros – Setores Cássia e São Sebastião do Paraíso – Paróquia Nossa Senhora da Abadia – São Sebastião do Paraíso18 Reunião da Pastoral da Juventude – Setor Cássia18-20 Cursilho Masculino – Poços de Caldas19 Reunião do Setor Famílias – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Catequese – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana dos Grupos de Reflexão – Guaxupé20 Pentecostes Diocesano – Jornada de Formação para o Laicato – Juruaia25-27 Cursilho Feminino – Poços de Caldas26 Reunião da Coordenação Diocesana da Renovação Carismática Católica – Petúnia Reunião com Grupos de Animação Missionária – Setores Missionários27 Solenidade da Santíssima Trindade 28 Celebração do falecimento do 4º bispo diocesano – Servo de Deus Dom Inácio João Dal Monte31 Corpus Christi

6 Padre Dione R. Ferreira Piza7 Padre César Acorinte 7 Padre Rovilson Ângelo da Silva9 Padre Francisco Carlos Pereira10 Padre Eduardo Pádua Carvalho13 Padre Michel Donizetti Pires16 Padre Antônio Donizeti de Oliveira16 Padre Francisco Clóvis Nery

20 Padre Geraldo Henrique Benjamin22 Padre Vítor Aparecido Francisco22 Padre José Carlos de Carvalho 25 Padre Marcos Luís Silva Rezende27 Padre Lucas de Souza Muniz30 Padre Donizete Miranda Mendes30 Padre José Ricardo Esteves Pereira31 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI

atos da cúria

ano do laicato

• Padre Lucas de Souza Muniz, nomeado administrador paroquial da Paróquia Sagra-do Coração de Jesus, em Poços de Caldas, no dia 5 de abril de 2018.

• Padre Paulo Rogério Sobral, nomeado vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em Poços de Caldas, no dia 15 de abril de 2018.

Caros padres e conselheiros paroquiais,Nossa diocese se prepara para celebrar um grande Pentecostes no dia 20 de maio.

Estaremos reunidos o dia todo em Juruaia para a Jornada Diocesana de Formação para Leigos, destinada a todos os conselheiros do Conselho de Pastoral Paroquial e do Conse-lho Administrativo e Econômico Paroquial de todas as paróquias de nossa diocese.

O evento busca celebrar a presença e a atuação dos leigos em cada realidade pastoral--missionária. Teremos a presença de assessores convidados que irão favorecer o aprimo-ramento da vocação laical, além de momentos de partilha e participação.

E, à tarde, são convidados a estar conosco todos os padres e as comunidades paro-quiais para a celebração da Santa Missa, às 15 horas, com a presença de nosso bispo diocesano, dom José Lanza Neto.

Contamos com sua participação.

Padre Henrique NevestonCoordenador Diocesano de Pastoral

12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ