senai processo tig e eletrodo revestido

Upload: prox000

Post on 07-Jul-2015

620 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

-

Tecnologia de Solda Processo TIG e Eletrodo Revestido

-

Federao das Indstrias do Estado de Pernambuco Presidente Jorge Wicks Crte Real Departamento Regional do SENAI de Pernambuco Diretor Regional Antnio Carlos Maranho de Aguiar Diretor Tcnico Uaci Edvaldo Matias Diretor Administrativo e Financeiro Heinz Dieter Loges

677.027 S474t

SENAI. DR. PE. Tecnologia de solda processo tig e eletrodo revestido. Recife, SENAI.PE/DITEC/DET, 2001. 49 p. il. 1. SOLDA ELETRODO REVESTIDO 2. MATERIAL DIDTICO - SOLDA I. Ttulo

Direitos autorais de propriedade exclusiva do SENAI. Proibida a reproduo parcial ou total, fora do Sistema, sem a expressa autorizao do seu Departamento Regional.

SENAI - Departamento Regional de Pernambuco Rua Frei Cassimiro, 88 - Santo Amaro 50l00-260 - Recife - PE Tel.: (081) 3416.9300 Fax: (081) 3222-3837

-

SUMRIO

Processo TIG Eletrodos Parmetros de Soldagem Corrente de Soldagem Gases de Proteo Classificao ABNT Classificao AWS Mquinas para Soldagem Variveis que Influenciam nas Soldagens Eletrodos para Soldagem Manual a Arco Segurana e Equipamento de Proteo Individual (EPI) Bibliografia

5 7 10 12 14 23 25 28 33 37 42 49

SENAI-PE

PROCESSO TIG

Caractersticas do Processo

TIG o processo de soldagem ao arco eltrico com proteo gasosa que utiliza eletrodo de tungstnio, um gs inerte, para proteger a poa de fuso. O nome TIG uma abreviao de Tungsten Inert Gs (gs inerte tungstnio), em que tungstnio o material de que feito o eletrodo e gs inerte refere-se ao gs que no reage com outros materiais. Na Alemanha, o processo TIG conhecido como WIG, sigla de Wolfranium Inert Gas. O processo TIG apresenta variantes, tais como a soldagem TIG por pontos, TIG por corrente pulsada e TIG com arame quente ou hot wire. O processo TIG tambm conhecido por GTAW ou Gas Tungsten Arc Welding (soldagem a arco com gs tungstnio). No processo TIG, o aquecimento obtido por meio de um arco eltrico gerado com auxilio de um eletrodo no consumvel de tungstnio o qual no deve se fundir para evitar defeitos ou descontinuidades no cordo de solda. O eletrodo e a poa de fuso so protegidos por uma atmosfera gasosa constituda de gs inerte, isto , um gs que no reage com outros materiais, ou uma mistura de gases inertes, geralmente argnio ou hlio. O processo TIG permite soldar materiais com ou sem material de adio. Dependendo da aplicao da solda, possvel adicionar material poa de fuso; nesse caso, o material deve ser compatvel com o metal de base. O processo TIG foi desenvolvido na dcada de 40 para soldagem de aos inoxidveis e de ligas de alumnio e magnsio; atualmente, utilizado para soldar praticamente todos os metais.bocal Eletrodo de tungstnio Vareta de adio Metal fundido Gs de proteo

5

SENAI-PE

Aplicao O processo TIG utilizado na soldagem de todos os tipos de juntas e chapas, principalmente as de espessura menor que 10mm. um processo adequado a quase todos os metais, em especial titnio, zircnio, ligas de alumnio e magnsio, aos ligados, inoxidveis, ligas de nquel e ligas especiais. um processo bastante utilizado para soldagem de tubos, na indstria aeroespacial e nuclear e em trabalhos de reparao devido facilidade em controlar o processo e a possibilidade de utilizar material de adio. Vantagens Este processo tem a vantagem de apresentar cordes de solda de alta qualidade, sem escria e sem respingos e pode ser empregado em todas as posies e tipos de juntas. Em razo de admitir um controle preciso de entrega trmica, a soldagem TIG a mais adequada para unir metais de pequena espessura, para fazer cordes em componentes sensveis ao calor, para trabalhos de manuteno e tambm para soldar pontos em chapas finas. Desvantagens Uma desvantagem no processo TIG que o trabalho s pode ser realizado em local coberto ou protegido; se utilizada no campo, a soldagem TIG sofre a influncia da circulao de ar no local e a proteo fornecida pelo gs inerte prejudicada; outra desvantagem que na soldagem de chapas grossas sua produtividade baixa.

6

SENAI-PE

ELETRODOS

O eletrodo utilizado na soldagem TIG o de tungstnio, que tem o maior ponto de fuso dos metais: 3400oC. Alm disso, o tungstnio chamado termoinico porque tem facilidade de emitir eltrons, o que auxilia bastante a estabilidade do arco; o tungstnio pode ser puro (99%) ou com ligas de zircnio ou trio. Os eletrodos de tungstnio puro tm a vantagem de apresentar menor custo e menor efeito de retificao quando utilizada a corrente alternada. Por outro lado, as desvantagens so a dificuldade na abertura do arco e menor durabilidade. Composio qumica do eletrodo Os elementos qumicos adicionados ao eletrodo so importantes para permitir um desempenho melhor do processo de soldagem. Os eletrodos com adio de zircnia ou tria apresentam vantagens, tais como maior durabilidade, maior resistncia com potncias elevadas e melhores propriedades de ignio. Por outro lado, as desvantagens, quando se utiliza corrente alternada, so o custo maior, maior efeito de retificao e menor estabilidade do arco. A norma AWS A5.12-92 estabelece um cdigo para a identificao dos eletrodos conforme sua composio qumica. Segundo esse cdigo, a letra E significa eletrodo; W para wolfrmio (ou tungstnio), o elemento qumico de que feito o eletrodo, X o elemento qumico adicionado ao eletrodo e P significa puro. Tungstnio puro Elemento qumico adicionado Tungstnio Eletrodo E W X P

7

SENAI-PE

EWCe o eletrodo de tungstnio com xido de crio, conhecido como cria; este tipo de eletrodo apresenta maior facilidade de ignio, melhor estabilidade do arco, reduzida taxa de vaporizao ou queima e trabalha muito bem com corrente alternada ou contnua, em qualquer polaridade; estas vantagens aumentam com o aumento de quantidade de cria. EWLa o eletrodo de tungstnio que contm 1% de xido de lantnio, conhecido como lantnia; as caractersticas de operao e vantagens deste eletrodo so muito similares s do eletrodo com cria. O eletrodo EWTh contm xido de trio, conhecido como tria; a tria responsvel pelo aumento de vida til do eletrodo em relao aos eletrodos de tungstnio puro devido a sua alta emisso de eltrons, melhor ignio e estabilidade do arco. Estes eletrodos tm maior vida til e apresentam grande resistncia a contaminantes de tungstnio na solda. EWZr o eletrodo com adio do xido de zircnio, conhecido como zircnia; este eletrodo o preferido para aplicaes nas quais a contaminao por tungstnio deve ser minimizada. O eletrodo com zircnia tem bom desempenho quando usado com corrente alternada e apresenta alta resistncia a contaminao. Classificao do eletrodo A classificao do eletrodo quanto composio qumica encontra-se na norma ANSI/AWS A5.12-92, apresentada no quadro.Classificao AWS EWP EWCe-2 EWLa-1 EWTh 1 (1%) EWTh 2 (2%) EWZr-1 EWG W % 99,5 98,3 98,5 97,5 99,1 94,5 CeO2 % La2O3 % 0,9-1,2 ThO2 % 0,8-1,2 1,7-2,2 ZrO2 % 0,15-0,40 Outros% (mx.) 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 Cor de Ponta Verde Laranja Preta Amarela Vermelha Marrom Cinza

97,5 1,8 -2,2

Os nmeros 1 e 2 apresentam a quantidade de material adicionado

8

SENAI-PE

Preparao do eletrodo Conforme a corrente utilizada na soldagem, bem como o dimetro do eletrodo, necessrio fazer uma preparao prvia da ponta do eletrodo. Essa preparao feita por meio de esmerilhamento da ponta, sempre no sentido longitudinal, para facilitar o direcionamento dos eltrons. Em casos especiais, as marcas do esmerilhamento so retiradas por meio de polimento. Na soldagem com corrente contnua, a ponta do eletrodo deve ser pontiaguda. O cone correto da ponta pode ser obtido por uma norma prtica: a altura do cone deve ser duas vezes o dimetro do eletrodo.

No caso de soldagem com corrente alternada, a ponta do eletrodo deve ser ligeiramente arredondada. Escolha do eletrodo A escolha do tipo e do dimetro do eletrodo deve levar em considerao a espessura e o tipo do material, o tipo de junta, o nmero de passes e os parmetros de soldagem, como amperagem e tenso, alm da composio qumica do eletrodo. Um quadro auxilia a seleo do eletrodo. Dimetro do eletrodo pol. mm 0.020 0.040 1/16 1/32 1/8 5/32 0.5 1.0 1.6 2.4 3.2 4.0 Tungstnio puro Ampres CA 5 - 15 10 - 60 50 - 100 100 - 160 130 - 180 180 - 230 Tungstnio/Trio Tungstnio/Zircnio Ampres CA Ampres CC

5 - 20 15 - 80 70 - 150 110 - 200 150 - 200 180 - 250

5 - 20 20 - 80 80 - 150 120 - 220 200 - 300 250 - 400

9

SENAI-PE

PARMETROS DE SOLDAGEM

Os parmetros de soldagem so responsveis pela qualidade do cordo de solda; assim, preciso conhecer essas variveis para escolher o procedimento adequado a cada tipo de trabalho. Os parmetros a considerar so o comprimento do arco, a velocidade de soldagem, a vazo do gs e a corrente de soldagem. Comprimento do arco O comprimento do arco a distncia entre a ponta do eletrodo e o metal de base; o aumento do comprimento faz aumentar tambm a tenso do arco, sob uma dada corrente de soldagem e determinado gs de proteo. O comprimento do arco influencia o cordo de solda, que ser tanto mais largo quanto maior for o arco. Um arco muito curto ou muito longo torna-se instvel, favorecendo a formao de porosidades, mordeduras e falta de fuso. Velocidade de soldagem A velocidade de soldagem tem influncia sobre a penetrao e a largura do cordo de solda; assim, se a velocidade aumenta, a penetrao e o cordo diminuem, acontecendo o mesmo tambm com o reforo, quando se solda com adio de metal. Uma velocidade maior melhora a eficincia e a produtividade da soldagem, reduzindo os custos de produo; no entanto, velocidades altas demais podem causar descontinuidades, como falta de penetrao e mordeduras. Vazo do gs Para que a proteo oferecida pelo gs seja eficiente, preciso considerar a vazo do gs. A vazo deve ser forte o suficiente para deslocar o ar para longe da rea da solda e assim proteger a poa de fuso; no entanto, uma vazo elevada pode causar turbulncia no fluxo do gs, resultando em descontinuidade ou defeitos no cordo e instabilidade do arco, sem falar no custo maior de soldagem.

10

SENAI-PE

A vazo ideal leva em considerao fatores como: tipo de gs utilizado; distncia entre o bocal e a pea; tipo e posio da tocha; tipo de junta; dimetro do bocal; velocidade e posio de soldagem; tipo de metal a ser soldado e tamanho da poa de fuso.

Existem no mercado dispositivos adaptveis tocha que permitem um fluxo de gs mais suave e eficiente. Uma regra para determinar a vazo ideal fazer um teste, iniciando com vazo elevada e diminuindo gradativamente at que comece uma oxidao superficial do cordo; a vazo ideal ser a mais prxima e superior a essa. Uma vazo baixa no oferece proteo adequada poa de fuso, causando tambm descontinuidades.

11

SENAI-PE

CORRENTE DE SOLDAGEM

O ajuste da vazo de gs est relacionado com a intensidade de corrente ideal para os diferentes metais a soldar. Considerando o argnio como gs de proteo, a relao vazo/corrente pode ser mostrada em um quadro.Vazo de gs l / min. (argnio) 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 100 cobre, magnsio, nquel, titnio alumnio ao carbono e inox

200

300

Corrente (A)

Um quadro pode auxiliar a selecionar o gs recomendado para os diferentes metais.Manual Espessura 3,2 mm > 3,2 mm Ar-He Ar-He He He Ar Ar Automtica Espessura 3,2 mm > 3,2 mm Ar-He Ar-He A2H2 He Ar Ar

Material Solda TIG

Alumnio e ligas Ao carbono Ao inoxidvel Nquel e ligas Cobre Titnio e ligas

- corrente alternada, alta freqncia - corrente contnua, polari dade direta Ar - He - contm acima de 75% de Hlio A2 - H2 - contm acima de 15% de Hidrognio He

Consumveis Os consumveis utilizados na soldagem TIG so o metal de adio e os gases de proteo. Metal de adio O metal de adio para soldagem TIG geralmente apresentado sob forma de vareta com cerca de 1 metro de comprimento. No caso de soldagem mecanizada, utilizam-se bobinas de fio enrolado. Os dimetros dos fios e das 12

SENAI-PE

varetas obedecem a um padro que varia entre 0,5 mm e 5 mm. Os materiais e ligas utilizados na confeco das varetas so variados; classificam-se segundo sua composio qumica e de acordo com as propriedades do metal depositado. importante que o metal de adio esteja isento de umidade, oleosidade e oxidao. Escolha do metal de adio A escolha do metal de adio leva em considerao fatores como: similaridade com o metal de base, composio qumica, propriedades mecnicas e custos razoveis. O dimetro do fio ou da vareta deve corresponder espessura das peas a soldar ou quantidade de material que ser depositada. Estas informaes encontram-se disponveis nos catlogos dos fabricantes. Especificao do metal de adio Os consumveis utilizados como metal de adio na soldagem TIG so especificados segundo normas que definem as caractersticas do arame, as propriedades mecnicas desejadas, ensaios recomendados, dados de identificao, garantia do fabricante, condies de aceitao e embalagem. Um quadro pode auxiliar na busca da norma AWS referente a um determinado metal de base a ser soldado, com a especificao completa do material de adio recomendado para tal soldagem. Arames e Varetas Soldagem de cobre Soldagem de aos ao Cr e Cr Ni resistentes corroso Soldagem de alumnio Revestimento Soldagem de nquel Soldagem de titnio Soldagem de ao-carbono de baixa liga Soldagem de magnsio Soldagem de zircnio N da Especificao A5.7 A5.9 A5.10 A5.13 A5.14 A5.16 A5.18 A5.19 A5.24

13

SENAI-PE

GASES DE PROTEO

Os gases de proteo utilizados no processo TIG so os inertes, isto , que no reagem com o eletrodo nem com a poa de fuso; como exemplos citam-se o argnio, mais utilizado, o hlio ou uma mistura de ambos. Os gases de proteo do processo TIG devem ter um grau de pureza de 99,99%, no mnimo, para que a solda apresente a qualidade desejada. O teor de umidade tambm um fator importante que deve ser controlado. A escolha do gs depende de fatores como tipo de metal que se quer soldar, espessura das peas e posio de soldagem. As misturas de argnio e hlio, respectivamente 70% e 30% e 30% e 70%, so as que apresentam os melhores resultados na soldagem de metais no ferrosos, como alumnio, magnsio e ligas. As misturas argnio e hidrognio (8% em geral) so as mais utilizadas em soldagem TIG manual e automtica dos aos inoxidveis. Funo do gs A principal funo de um gs de proteo no processo TIG excluir os gases da atmosfera que podem contaminar a poa de fuso, o eletrodo e a parte aquecida da vareta de adio. A escolha do gs importante porque influencia a velocidade de soldagem. Emprego do argnio O emprego do gs argnio no processo TIG apresenta algumas vantagens, como: uma boa estabilidade do arco; baixo consumo do gs; baixas tenses de arco; custo baixo do processo; facilidade na abertura do arco e melhor efeito de limpeza de xidos quando usada a corrente alternada.

14

SENAI-PE

Por ser mais pesado que o ar, o argnio forma uma eficiente cortina de proteo ao redor da poa de fuso. Emprego do Hlio O gs hlio empregado no processo TIG apresenta consumo alto, pois um gs mais leve que o ar; sua densidade baixa provoca a subida do gs em turbulncia, prejudicando a proteo da poa de fuso; por isso, o fluxo do hlio deve ser de 2 a 3 vezes maior que a do argnio. O hlio requer altas tenses de soldagem, o que demanda maior energia para uma mesma corrente e comprimento de arco; permite grande penetrao do cordo de solda; apresenta custo alto, mas, em contrapartida, possibilita maior velocidade no caso de soldagem automtica de alumnio e suas ligas. Em soldagem automtica de alumnio e suas ligas, o gs hlio puro pode ser utilizado com corrente contnua e polaridade negativa. Equipamento Para as aplicaes mais comuns, o equipamento requerido para soldagem pelo processo TIG relativamente simples. Consiste de uma fonte de energia eltrica que pode ser ao mesmo tempo um transformador, no caso de corrente alternada, ou um retificador ou gerador, no caso de corrente contnua; uma tocha com suporte para o eletrodo; um cabo de conduo para o gs de proteo; um cabo para o sistema de refrigerao e um para a fonte de energia; uma fonte de gs, que pode ser um cilindro e um regulador de presso, ou um conjunto de cilindros com canalizao para alimentar a rede de distribuio, no caso de soldagem com vrios postos de trabalho; e um regulador de vazo de gs.

15

SENAI-PE

Transformador Um transformador bsico para soldagem com corrente alternada apresenta as seguintes partes: transformador monofsico ou trifsico, responsvel pela transformao da corrente da rede em corrente de soldagem pela reduo da tenso da rede para tenso de soldagem e pelo aumento da intensidade da corrente da rede para intensidade de corrente de soldagem; gerador de alta freqncia, que gera impulsos de alta tenso de elevada freqncia para ignio sem contato do arco eltrico durante a soldagem; condensador protetor; condensador-filtro, para compensao das semi-ondas variveis de corrente que podem surgir na soldagem; vlvula magntica de gs protetor, eletromagnticos do suprimento de gs; para abertura e fechamento

unidades de comando, com as funes de ativao e desativao da corrente de soldagem, controle da vlvula magntica de gs protetor com tempo regulvel para pr e ps-fluxo, regulagem do condensador de filtragem. Retificador Um retificador para soldagem TIG com corrente contnua apresenta as seguintes partes: transformador monofsico ou trifsico, responsvel pela diminuio da tenso da rede para tenso de soldagem e aumento da intensidade de corrente da rede para intensidade de corrente de soldagem; retificador, que transforma a corrente alternada monofsica ou trifsica em corrente contnua; ventilador-resfriador; chave de presso de gua; vlvula magntica de gs protetor, e unidades de comando, com as funes de ativao e desativao da corrente de soldagem, regulagem da intensidade da corrente de soldagem, controle da vlvula magntica de gs protetor com tempo regulvel para pr e ps-fluxo e desativao da corrente de soldagem na falta de gua.

16

SENAI-PE

Tocha A tocha conduz a corrente e o gs inerte para a zona de soldagem; tem a extremidade revestida de material isolante a fim de ser manuseada com segurana pelo operador. A tocha serve como suporte do eletrodo de tungstnio e tambm fornece o gs de proteo. Dentro da tocha existe uma pina que segura o eletrodo, e que deve ser selecionada de acordo com o dimetro do eletrodo. Uma grande variedade de tochas existentes no mercado possibilita sua adaptao a soldas de difcil acesso.

O bocal da tocha, que pode ser cermico ou metlico, tem a funo de direcionar o gs de proteo; tambm, deve ser escolhido segundo a espessura e a forma da junta a ser soldada ou a corrente eltrica utilizada. O bocal de cermica recomendado para corrente de soldagem inferior a 250 A. O dimetro do bocal de gs deve ter um tamanho suficiente para proteger adequadamente a poa de fuso e a rea aquecida. Uma regra prtica diz que o dimetro interno do bocal deve ser de quatro vezes o dimetro do eletrodo. Sistema de refrigerao da tocha O forte calor do arco eltrico e as altas correntes impem a refrigerao da tocha e do cabo de soldagem. Desta forma, consegue-se uma proteo adequada e o equipamento torna-se flexvel e de fcil manejo. A refrigerao da tocha pode ser feita por gua ou por ar. Refrigerao gua A gua utilizada para o resfriamento deve ser limpa, a fim de no restringir ou entupir as passagens, o que ocasiona superaquecimento e avaria do equipamento. Nos casos em que a gua disponvel no limpa, aconselha-se o uso de filtros. A maioria das oficinas tem um suprimento de gua potvel; no entanto, s vezes o trabalho executado em grandes oficinas ou no campo, 17

SENAI-PE

onde nem sempre se pode obter gua sob presso adequada, principalmente quando se usa mangueira muito longa; em tais casos, recomenda-se o uso de uma unidade com bomba e tanque de gua, com capacidade suficiente para as necessidades. Modernos conjuntos TIG com tochas resfriadas a gua dispem de uma unidade autnoma de resfriamento. A presso adequada de gua varia de acordo com a tocha; se a presso de gua existente for superior a 4 kg/cm, necessrio utilizar o regulador de gua para evitar possveis avarias nas mangueiras. O sistema de refrigerao a gua, dotado de motor eltrico, bomba e radiador, empregado em ciclos de trabalho bem altos, na faixa de 200 a 450A, dependendo do fabricante. Refrigerao a ar A tocha tambm pode ser refrigerada a ar; esse sistema est limitado a uma corrente em torno de 200A, conforme o fabricante, e utilizado na soldagem de chapas finas, com um ciclo de trabalho bem baixo. A tocha refrigerada a ar mais leve e tem um custo menor que o do sistema a gua. Ignio do arco No processo TIG, a ignio do arco feita sem tocar o eletrodo na pea para evitar a transferncia do tungstnio para a pea e danos no eletrodo, o qual deve ser apontado antes do incio do trabalho. A abertura feita por meio de dispositivos que formam um tipo de arco piloto. O mais utilizado um ignitor de alta freqncia que providencia um sinal de alta tenso e alta freqncia, de 5kV e 5kHz, e permite a ionizao da coluna de gs entre o eletrodo e a pea, induzindo a abertura. Alguns segundos antes de abrir o arco, recomendvel iniciar a vazo do gs inerte; esse intervalo de tempo conhecido como pr purga de gs. Em seguida, acende-se o arco com auxlio do ignitor de alta freqncia e dirige-se a tocha para um determinado local de modo a permitir a formao da poa de fuso; quando a poa atinge o tamanho necessrio, pode-se iniciar a soldagem. O sinal de alta freqncia de potncia baixssima e no afeta a segurana do operador. Cilindro de gs O gs de proteo fornecido em cilindros de ao sob presso. Para tornar a presso adequada ao funcionamento da tocha, adapta-se um regulador com 18

SENAI-PE

medidor de vazo. A medio da vazo necessria porque os vrios materiais requerem diferentes fluxos de gs para uma proteo adequada. Nos casos em que grande quantidade de material soldada continuamente, possvel fazer estoques de argnio lquido, de mistura de gases e tambm de argnio e outros gases, usando misturadores e uma canalizao de cilindros com medidor de vazo para cada posto de soldagem. Fontes de soldagem No processo de soldagem TIG, as fontes de soldagem fornecem corrente contnua (CC) ou corrente alternada (CA), dependendo da aplicao que ser feita da soldagem. Corrente contnua Quando se trabalha com CC, o ignitor de alta freqncia usado apenas para abrir o arco e em seguida desligado. Geralmente os aparelhos possuem um dispositivo que inibe as fascas do ignitor quando o arco est aberto. Na soldagem com CC, o circuito pode ter o eletrodo ligado tanto ao plo negativo quanto ao positivo. Corrente contnua com polaridade negativa Quando o eletrodo est ligado ao plo negativo CC-, os eltrons fluem do eletrodo em altas velocidades, bombardeando o metal de base e provocando um aquecimento considervel nesse metal; a concentrao de calor, portanto, de aproximadamente 70% na pea e 30% no eletrodo. O cordo de solda obtido com CC- estreito e com grande penetrao. Este tipo de corrente aplicado na soldagem de ao, cobre, aos austenticos ao cromonquel e ligas resistentes ao calor.

19

SENAI-PE

Corrente contnua com polaridade positiva Quando ligado ao plo positivo, CC+, o eletrodo positivo e o metal negativo; os eltrons fluem do metal de base para o eletrodo, o qual se aquece e tende a fundir a extremidade. A concentrao de calor de aproximadamente 30% na pea e 70% no eletrodo. Por esta razo, a soldagem com CC+ requer um eletrodo com dimetro maior ou uma corrente mais baixa para evitar o superaquecimento e conseqente fuso do eletrodo, que contamina a poa de fuso. Esse inconveniente torna a soldagem com CC+ pouco utilizada, uma vez que no vivel para correntes elevadas. O cordo de solda obtido largo, com pequena penetrao.

Efeito de limpeza A corrente contnua com polaridade positiva CC+, produz um efeito chamado efeito de limpeza, que a remoo de camadas superficiais de xido refratrios normalmente presentes nos metais, tais como alumnio e magnsio. O efeito de limpeza acontece pela ao do arco eltrico: os eltrons que deixam o metal de base ou os ons do gs bombardeiam a pelcula de xido, causando seu rompimento. No entanto, como a polaridade positiva pouco utilizada, costuma-se usar a corrente alternada para provocar esse efeito, uma vez que o rompimento do xido acontece na metade positiva do ciclo. Corrente alternada Teoricamente, uma soldagem com CA uma combinao das soldagens com CC+ e CC-. A corrente assemelha-se a uma onda, cuja parte superior representa a polaridade positiva, ou CC+, e a inferior a negativa ou CC-. Os eltrons e os ons partem da pea para o eletrodo e vice-versa, causando uma concentrao equilibrada de calor de 50% para cada um e um cordo com penetrao mdia.

20

SENAI-PE

A CA aplicada na soldagem de alumnio, magnsio e suas ligas. Na soldagem com CA, o arco tende a extinguir quando a corrente muito baixa ou nula, uma vez que a corrente cai a zero a cada inverso de polaridade; neste caso, o ignitor deve permanecer ligado para estabilizar a descarga eltrica.

Efeito de retificao Quando se utiliza CA com eletrodo de tungstnio puro, acontece o efeito de retificao, que a diferena de emissividade eletrnica existente entre o eletrodo de tungstnio puro, acontece o efeito de retificao, que a diferena de emissividade eletrnica existente entre o eletrodo de tungstnio e o material que est sendo soldado. Na CA, existe uma mudana cclica do fluxo de eltrons, que ora se deslocam do eletrodo de tungstnio para a poa de fuso, ora saem da poa de fuso em direo ao eletrodo. Devido ao efeito de retificao, h um desbalanceamento nesse movimento, tornando a emisso de eltrons vindos da poa de fuso menor que a emisso de eltrons provenientes do eletrodo; isto provoca o aparecimento de duas senides de intensidades diferentes.Corrente

Emisso de eltrons da poatempo

Emisso de eltrons do eletrodo

O efeito de retificao mais prejudicial no caso da soldagem de alumnio e de magnsio, que apresentam xido refratrio, porque o fluxo de eltrons emitido pela poa de fuso no suficiente para romper completamente a camada de xido existente durante a soldagem. A fim de atenuar o efeito de retificao, utiliza-se um transformador com condensador-filtro, que equilibra as senides representantes do fluxo de eltrons.

21

SENAI-PE

Corrente

Tempo

Corrente de alta freqncia Quando se trabalha com CA, existe em algumas mquinas um circuito aberto que fornece alta tenso ou alta freqncia por meio de um gerador, com as finalidades de permitir a abertura do arco eltrico sem que o eletrodo toque a pea e tambm promover a reignio do arco, nas situaes em que a corrente alternada tende a zero. As correntes de soldagem utilizadas no processo TIG apresentam curvas caractersticas de forte inclinao ou curvas caractersticas tombantes.

22

SENAI-PE

CLASSIFICAO ABNT

Os eletrodos so identificados por quatro algarismos, seguidos de uma letra. Os quatro algarismos bsicos, identificadores de eletrodo tm o seguinte significado:Limite de resistncia trao da solda em quilograma fora por milmetro quadrado (Kgf/mm2). O terceiro algarismo varia de 1 a 4 e indica a posio em que o eletrodo pode soldar, sendo que: 1 - todas as posies; 2 - todas as posies com exceo da vertical descendente; 3 - posio plana e horizontal; 4 - posio plana. O quarto algarismo varia de 0 a 5 e indica, ao mesmo tempo, a natureza da corrente e o grau de penetrao da solda, sendo que: 0 corrente contnua e grande penetrao; 1 corrente contnua ou alternada e grande penetrao; 2 corrente contnua e mdia penetrao; 3 corrente contnua ou alternada e mdia penetrao; 4 corrente contnua e pequena penetrao; 5 corrente contnua ou alternada e pequena penetrao.

4 8 1 2 -B As letras A, B, C, O, R, T e V so utilizadas para indicar o tipo de revestimento, sendo que: A cido B Bsico C Celulsico O Oxidante R Rutlico T Titnio V Qualquer outro no mencionado anteriormente Observao: Quando direita destas letras, aparecer a letra F porque existe adio de p de ferro no revestimento.

23

SENAI-PE

Para melhor fixao acompanhe os exemplos a seguir: 1) Eletrodo 44 10 - C 44 1 0 - C Revestimento celulsico CC grande penetrao Soldagem em todas as posies 44 Kgf / mm2 2) Eletrodo 4835 - BF 48 3 5 -B F Revestimento com adio de p de ferro Revestimento do tipo bsico CA ou CC pequena penetrao Soldagem nas posies plana e horizontal 48 Kgf / mm2

24

SENAI-PE

CLASSIFICAO AWS

Na classificao AWS, os eletrodos para ao doce ou de baixa liga, so identificados atravs de uma letra e quatro ou cinco algarismos. Vamos conhecer o significado da letra e dos algarismos do seguinte exemplo: Vareta para soldagem a arco eltrico manual Limite de resistncia trao em milhar de libras por polegada quadrada (lb / pol2) Posio em que o eletrodo pode soldar, sendo: 1 1 - Todas as posies 2 2 - Plana e horizontal (filete) 3 3 - Plana 4 4 - Vertical descendente Tipo de corrente, polaridade e tipo de revestimento E 6 0 1 0

A seguir, temos a tabela AWS A. 51-78 que esclarece o significado dos ltimos algarismos. Dois ltimos algarismos 10 11 12 13 14 15 16 18 20 24 27 28 Tipo de corrente CC CC ou CA CC ou CA CC ou CA CC ou CA C CC ou CA CC ou CA CC ou CA CC ou CA CC ou CA CC ou CA Polaridade Inversa (+) Inversa (+) Direta (-) Inversa/Direta (+ Inversa/Direta (+ Inversa (+) Inversa (+) Inversa/Direta (+ Inversa/Direta (+ Inversa/Direta (+ Inversa/Direta (+ Inversa (+) Revestimento Celulsico Celulsico Rutlico Rutlico Rutlico Bsico Bsico Bsico cido Rutlico cido Bsico

-) -)

-) -) -) -)

25

SENAI-PE

Observao: No caso do nmero ser composto de cinco algarismos, os trs primeiros indicam o limite de resistncia trao. Exemplo: Eletrodo E 10018 Neste caso o limite de resistncia a trao igual a 100000 lb /pol2. Para melhor fixao acompanhe os exemplos a seguir: 1) Eletrodo E 7018 70 18 Resistncia trao em lb / pol2 = 70.000 lb / pol2. 70 1 8 Posio de soldagem = todas as posies.

70

18 Tipo de corrente = CA ou CC Polaridade em CC = Inversa (+) Revestimento = bsico

1) Eletrodo E 6020 60 20 Resistncia trao

60

2

0 Posio de soldagem = plana e horizontal (filetes)

26

SENAI-PE

60

20 Tipo de corrente = CC ou CA Polaridade em CC = Direta ( - ) Revestimento = cido

Observao: Para converter lb/pol2 em kgf/mm2, deve-se multiplicar a quantidade de lb/pol2 pela constante 0,0007031. Exemplo: Converter 70.000 lb / pol2 para kgf / mm2. Soluo: multiplica-se a quantidade de lb / pol2 pela constante 0,0007031. Ento, temos: 0,0007031 x 70.000 49,2170000 Resposta: 70.000 lb/pol2 = 49.217 kgf/mm2. Quando o clculo no exige preciso podemos multiplicar simplesmente pela constante 0,0007. Teremos: 70.000 x 0,0007 49,0000 Resposta: 70.000 lb/pol2 49 kgf/mm2. Nota: psi = lb/pol2 = libras por polegada quadrada. CC = DC = corrente contnua. CA = AC = corrente alternada. Kgf/mm2 = quilograma fora por milmetro quadrado.

27

SENAI-PE

MQUINAS PARA SOLDAGEM

So mquinas adaptadas para trabalhos de soldagem. Existem trs tipos bsicos de mquinas para soldar com eletrodo revestido: transformador para soldagem; gerador para soldagem; retificador para soldagem.

Os modelos variam de fabricante para fabricante, mas o princpio de funcionamento de cada tipo de mquina o mesmo. Transformador para soldagem uma mquina eltrica esttica (no tem partes mveis), destinada a alimentar um arco eltrico com corrente alternada.

Pode ser de pequeno, mdio e grande porte, dependendo do trabalho a ser executado.

Ligaes soltas

28

SENAI-PE

Pode ser do tipo monofsico ou trifsico e alimentado com tenses de 110 V, 220 V, 380 V e 440 V. Os transformadores, sendo mquinas para soldagem com corrente alternada (no tem polaridade definida), s permitem o uso de eletrodos apropriados para este tipo de corrente. Observao: Para trabalhos de longa durao e eletrodos de maiores dimetros, deve-se ter o cuidado em selecionar a mquina com potncia adequada. A mquina normalmente dispe de dois terminais para ligao dos cabos (terra e porta-eletrodo).

O transformador, na maioria dos casos, tem um dispositivo volante-manivela, onde feita a regulagem da intensidade da corrente (amperagem).

Observao: Em mquinas de pequeno porte, a regulagem da intensidade feita atravs de pino-tomada, sendo o cabo terra ligado internamente.

29

SENAI-PE

Gerador para soldagem uma mquina eltrica rotativa (tem partes mveis) destinada a alimentar um arco eltrico com corrente contnua.

Pode ser de pequeno, mdio e grande porte, dependendo da exigncia do trabalho a ser realizado. Os geradores so largamente empregados por apresentarem os seguintes recursos: permitem o uso de todos os tipos de eletrodo devido a corrente contnua; geram sua prpria energia atravs do acoplamento de um dispositivo girante que pode ser um trator, motor a combusto, roda dgua, motores eltricos etc.

quando acoplados a motores eltricos necessitam de rede eltrica trifsica com tenses de 220/380/440 V; resistem bem a trabalhos de longa durao.

30

SENAI-PE

O gerador dispe de dois ou trs terminais para a ligao dos cabos (terra e porta-eletrodos), onde vem indicada a polaridade.

Para regular a intensidade da corrente (amperagem) dispe de uma alavanca que deslocada entre duas escalas graduadas em ampres.

Observao: O gerador contm partes girantes sujeitas a desgastes; por esse motivo deve se estabelecer e seguir um plano de manuteno e lubrificao, de acordo com as instrues fornecidas pelo fabricante. Retificador para soldagem uma mquina eltrica esttica (no tem partes mveis) destinada a alimentar um arco eltrico com corrente contnua.

Pode ser do tipo monofsico ou trifsico, alimentado com tenses de 220/380/440 V, de pequeno, mdio e grande porte, dependendo da exigncia do trabalho a ser executado. O retificador suporta bem os trabalhos de longa durao devido a um dispositivo de resfriamento (ventilador) acoplado ao seu prprio gabinete.

31

SENAI-PE

Os retificadores so atualmente as mquinas mais empregadas onde existe rede eltrica de alimentao por apresentarem as seguintes vantagens: economia no consumo de energia eltrica; menor rudo; menor manuteno, por no terem partes mveis.

O retificador dispe de dois (2) ou trs (3) terminais para a ligao dos cabos (terra e porta-eletrodo), onde vem indicada a polaridade (-+).

O retificador tem um dispositivo volante-manivela ou reostato, onde feita a regulagem da intensidade da corrente (amperagem).

32

SENAI-PE

VARIVEIS QUE INFLUENCIAM NAS SOLDAGENS

Na soldagem a arco diversas variveis devem ser levadas em conta, principalmente as seguintes: ajuste da corrente; comprimento do arco; velocidade de avano; ngulo do eletrodo.

Ajuste da Corrente

A corrente fornecida pela mquina deve variar de acordo com o dimetro do eletrodo. Quando o dimetro do eletrodo vem indicado em polegada fracionria, uma regra geral pode ser estabelecida para o ajuste da corrente. Esta a regra: a intensidade da corrente (amperagem) para trabalhar com eletrodo revestido, deve corresponder aproximadamente medida do dimetro do ncleo do eletrodo em milsimos de polegada. Exemplo: Qual a amperagem aproximada para trabalhar com um eletrodo de 1/8 de dimetro? Soluo: Para transformar polegada fracionria em polegada milesimal, divide-se o numerador da frao pelo seu denominador, ou seja: 1 8 numerador denominador

ou 1:8 = 0,125

Ento, se 1/8 = 125 milsimos de polegada, para trabalhar com um eletrodo revestido de 1/8 de dimetro, usa-se aproximadamente 125 A.

33

SENAI-PE

Quando o dimetro do eletrodo vem indicado em milmetros aplica-se a constante 40, ou seja: para cada 1 mm usa-se 40 A. Exemplo: Calcular a intensidade da corrente conveniente para soldar com eletrodo revestido de 3,2 m de dimetro. Soluo: Se para cada 1 mm usa-se 40 A, multiplicando-se 3,2 mm por 40 A, vamos encontrar a amperagem aproximada para soldar com eletrodo de 3,2 mm de dimetro. Ento, se 3,2 x 40 = 128, para soldar com eletrodo revestido de 3,2 mm de dimetro usa-se aproximadamente 128 A. Comprimento do arco Para determin-lo, aplica-se a seguinte regra: O comprimento do arco nas soldagens com eletrodos revestidos deve ser igual ou ligeiramente inferior ao dimetro do ncleo do eletrodo que est sendo usado. Exemplo: O comprimento do arco, para um eletrodo revestido de 1/8 (3,175 mm) deve ser mantido entre 2,5 3,175 mm. Na tabela a seguir, podemos observar algumas diferenas na soldagem quando trabalhamos com arco curto ou arco longo. Arco curto Maior penetrao Solda menos espelhada Menos respingos Velocidade de avano Varia de acordo com a intensidade da corrente, com a dimenso da pea e com o tipo de cordo desejado. Arco longo Menor penetrao Solda mais espalhada Excesso de respingos

34

SENAI-PE

ngulo do eletrodo Varia de acordo com a posio de soldagem e, tambm em funo do formato da pea a ser soldada.

Exerccios

1) Das afirmativas abaixo, coloque (X) nas que representam variveis que devem ser levadas em conta na soldagem a arco. a) ( b) ( c) ( d) ( e) ( f) ( g) ( h) ( ) Ajuste da corrente. ) Largura do arco. ) Comprimento do arco. ) Comprimento do avano. ) Direo do avano. ) Velocidade do avano. ) Velocidade do arco. ) ngulo do eletrodo.

2) Sabendo que, a intensidade da corrente (amperagem) para trabalhar com eletrodos revestidos, deve corresponder aproximadamente medida do dimetro do ncleo do eletrodo em milsimos de polegada; calcule e registre a intensidade da corrente para trabalhar com eletrodo de 5/32 de dimetro.

3) Sabendo que, quando o dimetro do eletrodo vem indicado em milmetros, para cada milmetro usa-se 40 A. Calcule e registre a intensidade da corrente para trabalhar com eletrodo de 4 mm de dimetro.

35

SENAI-PE

Preencha corretamente o espao em branco na frase abaixo. 4) O comprimento do arco nas soldagens com eletrodos revestidos, deve ser igual ou ligeiramente inferior ao _______________ do ncleo do eletrodo que est sendo usado. 5) Analise os itens apresentados e relacione-os corretamente na Coluna A ou na Coluna B. Itens Coluna A Arco Curto ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ Coluna B Arco Longo __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________

A - maior penetrao B - solda mais espalhada C - menos respingos D - maior penetrao E - excesso de respingos F - solda menos espalhada

Coloque (V) nas afirmativas corretas e (F) nas falsas. 6) ( ) A velocidade de avano varia de acordo com a polaridade da mquina. 7) ( ) A velocidade de avano varia de acordo com a intensidade da corrente, com a dimenso da pea e com o tipo de cordo desejado. 8) ( ) O ngulo do eletrodo varia de acordo com a posio de soldagem e tambm em funo do formato da pea a ser soldado. Questes 1 2 3 4 5 6 7 8 Respostas A; C; F; H 156 A 160 A Dimetro Coluna A A; F; C Coluna B B; D; E F V V

36

SENAI-PE

ELETRODOS PARA SOLDAGEM MANUAL A ARCO

uma vareta metlica preparada para servir como material de adio nos processos de soldagem a arco voltaico.

Tipos de Eletrodo

O eletrodo pode ser de dois tipos: nu ou revestido. Nu uma simples vareta de composio definida, pouco utilizada atualmente.

Revestido constitudo de um ncleo metlico (alma), revestido de compostos orgnicos e minerais, ferro-liga, etc., com porcentagens definidas. O eletrodo pode ser revestido por extruso ou simplesmente banhado, podendo ser fino, mdio ou espesso. O material do ncleo pode ser ferroso ou no ferroso e sua escolha feita de acordo com o material da pea a ser soldada. Os componentes do revestimento vem sob forma de p, unidos por um aglomerante cola, normalmente silicato de potssio ou de sdio.

Revestimento Ncleo metlico (alma) Extremo no revestido (pega) 37

SENAI-PE

Tipos de Revestimento do Eletrodo

Os mais comuns so: rutlico, bsico, celulsico, cido e oxidante. Rutlico Contm geralmente rutilo com pequenas porcentagens de celulose e ferro ligas. usado com vantagens em trabalhos:

de chaparia fina e mdia.

que requerem bom acabamento.Cordo de acabamento

com estruturas metlicas. Observao: Sua escria auto-destacvel quando

Escria

38

SENAI-PE

Bsico Contm em seu revestimento fluorita, carbono de clcio e ferro liga. um eletrodo muito empregado nas soldagens pelas seguintes razes:

tem boas propriedades mecnicas dificilmente apresenta trincas, seja a quente ou a frio; seu manuseio relativamente fcil; usado para soldar aos comuns, de baixa liga e ferro fundido (quando esteno necessita usinagem posterior).

Observaes: 1) Devido composio do seu revestimento, esse eletrodo absorve facilmente a umidade do ar (higroscpico). 2) importante guard-lo em estuga apropriada, aps abrir a lata. Celulsico Contm no seu revestimento materiais orgnicos combustveis (celulose, p de madeira, etc.). muito usado para soldagem onde:

a penetrao muito importante; as incluses de escria so indesejveis.Solda de tubulao (seco)

Os dois (2) tipos de eletrodos que vamos citar em seguida so menos usados que os trs (3) j mencionados. cido Seu revestimento composto de xido de ferro, xido de mangans e outros desoxidantes. A posio de trabalho mais recomendada para este eletrodo a plana.

39

SENAI-PE

Oxidante Seu revestimento contm xido de ferro (hematita) podendo ter ou no xido de mangans. Sua penetrao pequena e suas propriedades mecnicas muito ruins. usado em trabalhos onde o aspecto do cordo mais importante do que sua resistncia.

Observao: Em alguns tipos de revestimento, so adicionadas partculas metlicas que do ao eletrodo outras caractersticas como:

maior rendimento de trabalho (p de ferro); propriedades definidas (ferro-ligas).Funes do revestimento As funes do revestimento so muitas. Vamos a seguir, discriminar as mais importantes e dividi-las em trs grupos. Funo eltrica Tornar o ar entre o eletrodo e a pea melhor condutor, facilitando a passagem da corrente eltrica, o que permite estabelecer e manter o arco estvel (ionizao). Funo metalrgica Formar uma cortina gasosa que envolve o arco e o metal em fuso, impedindo a ao prejudicial do ar (oxignio e nitrognio) e tambm adicionar elementos de liga e desoxidantes, para diminuir as impurezas. Funo fsica Guiar as gotas de metal em direo poa de fuso, facilitando a soldagem nas diversas posies e atrasar o resfriamento do cordo atravs da formao da escria, proporcionando melhores propriedades mecnicas solda.

40

SENAI-PE

Tabela Resumo dos Tipos de Eletrodo e seus Dados Tcnicos

Tipo de Eletrodo Dados Tcnicos Tipo e componentes do revestimento

Rutlico

Bsico Baixo Hidrognio Espesso, contendo carbonato de clcio, outros carbonatos bsicos e fluor. Deve estar seco para evitar porosidade na solda.

Celulsico

cido

Oxidante

Mdio e espesso, contendo rutilo ou compostos derivados xidos de titnio.

Posio de soldagem

Todas

Todas

Fino, contendo materiais orgnicos combustvei s que ao se queimarem produzem uma camada espessa de gs protetor. Todas

Mdio ou espesso, contendo xido de ferro e mangans e outros desoxidante s.

Espesso, contendo xido de ferro com o sem xido de magans.

Tipo de CA ou CC - CA ou CC + corrente ou + Propriedades Muito boas, mecnicas do utilizado para depsito soldas de grande responsabilid ade. Velocidade Regular Regular de fuso Penetrao Pequena Mdia Escria Densa e Compacta e viscosa, espessa, geralmente facilmente auto destacvel. destacvel. Tendncia a Regular Baixa trinca

CA ou CC + Boas

Plana e horizontal (filete) CA ou CC Boas

Plana e horizontal (filete) CC Poucas, utilizado apenas para acabament o. Elevada Pequena Pesada, compacta e auto destacvel. Elevada

Elevada

Elevada

Grande Mdia Pouca, de cida, fcil facilmente remoo. destacvel; porosa e frivel. Regular Regular

41

SENAI-PE

SEGURANA E EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI)

Nas operaes de soldagem, o soldador deve estar atento s normas de segurana, devendo:

usar o Equipamento de Proteo Individual (EPI) para evitar danos fsicosou prejuzos sade.

usar biombos para proteger as pessoas que o rodeiam.

evitar danos materiais, no soldando em locais onde haja materiais de fcilcombusto como leo, gasolina, thiner, querosene, etc. e materiais explosivos como plvora, dinamite, etc.

42

SENAI-PE

Posto de Trabalho de Solda o local onde o soldador trabalha. Pode ser em cabines de solda ou em outros locais onde seja necessrio executar uma solda. Vamos citar as precaues a serem observadas em alguns destes locais. Cabine Deve ser pintada em cor escura e fosca para evitar reflexo de luz. Deve ter ventilao suficiente para que os gases (fumos) liberados pelo eletrodo durante a soldagem no sejam aspirados pelo soldador; apesar desses gases normalmente no serem txicos, podem afetar as vias respiratrias. Observaes: 1) Em locais fechados necessrio colocar exaustores. 2) No se deve soldar peas pintadas ou encharcadas de leo ou graxa. Solda de campo Nesta situao, alm das precaues normais, o soldador precisa estar atento aos danos provocados pela ao da corrente eltrica, evitando trabalhar em locais midos, debaixo de chuva, descalo ou com calados em ms condies. Solda de manuteno Deve-se tomar cuidados especiais com soldagens prximas a materiais inflamveis ou explosivos.

43

SENAI-PE

Perigos Especficos da Operao de Soldagem

So considerados perigosos os raios, a luminosidade, as altas temperaturas e os respingos lanados durante a soldagem.

Dos raios emitidos os mais nocivos so o ultravioleta e o infravermelho. Raio ultravioleta Provoca:

queimaduras graves, com destruio das clulas e com isso a destruioprematura da pele;

ataque severo ao globo ocular podendo resultar em conjuntivite catarral,lcera da crnea, etc. Raio infravermelho responsvel por danos como:

queimaduras de 1 e 2graus; catarata (doena dos olhos que escurece a viso); freqente dor de cabea; vista cansada.Observao: os raios infravermelhos e ultravioleta so invisveis. Respingos So pequenas gotas de metal fundido que saltam no ato da soldagem, em todas as direes. Podem estar entre 100 e 1700C e seu dimetro pode chegar at 6 mm. So responsveis por queimaduras no soldador e tambm por incndios, se carem sobre material combustvel. 44

SENAI-PE

Observao: Os riscos acima citados deixam de existir se o soldador se proteger com o EPI e trabalhar em local que oferea condies seguras.

Equipamento de Proteo Individual (EPI)

Mscaras So fabricadas de material incombustvel, isolante trmico e eltrico, leve e resistente (fibra de vidro, fibra prensada, etc.). Servem para proteger o soldador dos raios, dos respingos e da temperatura elevada emitida durante a soldagem. Existem vrios modelos e sua escolha deve ser feita de acordo com o tipo de trabalho a ser executado.

Filtros de luz So vidros protetores, que devem absorver no mnimo 99,5% da radiao emitida nas soldagens. Tonalidade dos filtros A tonalidade dos filtros deve ser selecionada de acordo com a intensidade da corrente, para que haja absoro quase total dos raios emitidos (infravermelhos e ultravioleta).

45

SENAI-PE

Classificao N10 para soldagem at 200 ampres N12 para soldagem entre 200 e 400 ampres N14 para soldagem acima de 400 ampres Observaes: 1) Os filtros devem ser protegidos em ambos os lados por um vidro comum incolor. 2) Obedecendo classificao mencionada, a absoro infravermelhos e ultravioletas ser de no mnimo 99,5%. Montagem dos vidros A montagem dos vidros na mscara deve ser feita conforme mostra a figura abaixo. dos raios

Luvas Protegem as mos.

Avental Protege a frente do corpo.

46

SENAI-PE

Mangas ou Mangotes Protegem os braos.

Perneiras ou Polainas Protegem as pernas e os ps do soldador.

Todos esses equipamentos de proteo destinam-se a proteger o soldador contra: calor; respingos; radiao emitida pelo arco.

Observaes: 1) Luvas, avental, mangas e perneiras so feitas de raspas de couro. 2) Para trabalhos especiais, onde a temperatura muito alta, usa-se equipamento de alumnio-amianto.

47

SENAI-PE

Exerccios

Coloque V nas afirmativas verdadeiras e F nas falsas: 1) ( ) Ao soldar, o soldador deve evitar danos fsicos ou prejuzos sade. 2) ( ) Ao soldar, o soldador deve proteger as pessoas que o rodeiam. 3) ( ) Ao soldar, o soldador deve executar o seu trabalho sem se preocupar com as pessoas que o ajudam ou rodeiam.

48

SENAI-PE

BIBLIOGRAFIA

SENAI/SP. Soldagem. So Paulo, 1997. (Coleo Tecnologia SENAI). 553 p. v. a. SENAI/DN. Noes de eletricidade aplicada a soldagem. Rio de Janeiro, 1 edio, 1983. (Unidade de Instruo 1). SENAI/DN. Segurana e equipamento de proteo individual (EPI). Rio de Janeiro, 1 Edio, 1983. (Unidade de Instruo 2). SENAI/DN. Mquinas para soldagem. Rio de Janeiro, 1 edio, 1983. (Unidade de Instruo 4). SENAI/DN. Variveis que influenciam nas soldagens. Rio de Janeiro, 1 edio, 1983. (Unidade de Instruo 5). SENAI/DN. Eletrodos para soldagem manual a arco. Rio de Janeiro, 1 edio, 1983. (Unidade de Instruo 9). SENAI/DN. Classificao e armazenagem dos eletrodos. Rio de Janeiro, 1 edio, 1983. (Unidade de Instruo 10).

49

-

Elaborao Jos Roberto de Souza Digitao Edna Maria dos Santos Diagramao Anna Daniella C. Teixeira Editorao Diviso de Educao e Tecnologia DET.

50