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Sábado 14 | Novembro | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 878 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita PUBLICIDADE DESPORTO PÁGINA 11 FERNANDO OLIVEIRA PREPARA-SE PARA FECHAR CICLO PRESIDENCIAL NO VITÓRIA O presidente do Vitória de Setúbal afirma ao Semmais que não se vai recandidatar a novo mandato. Em tempo de aniversário do clube, o líder vitoriano diz que ainda falta fazer muita coisa, mas não atira a toalha ao chão. Sobre as relações com a Câmara não quer falar. SOCIEDADE PÁGINA 2 HOSPITAL DE SETÚBAL VAI CONSULTAR RECLUSOS POR VIDEOVIGILÂNCIA É uma experiência piloto a nível nacional e vai arrancar no final deste ano, dirigida aos re- clusos das cadeias de Setúbal e de Pinheiro da Cruze. A ideia é evitar saídas dos detidos das prisões, reduzindo custos. As consultas vão ser feitas através das “webcam” dos computadores. SOCIEDADE PÁGINA 4 DISTRITO TEM SEIS CONCELHOS COM “BOM” PODER DE COMPRA Sines, Alcochete, Almada, Setúbal, Montijo e Barreiro recebem nota positiva no estudo que o INE realizou sobre poder de compra. Sines, contudo, destaca-se dos demais e a proximida- de do porto é trunfo. Na cauda, surgem Alcácer, Moita, Grândola, Santiago e Palmela. A CASA DO PEIXE RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167 semmais AISET QUER ATRAIR ESTUDANTES PARA INDÚSTRIA SEXY DA REGIÃO O líder da associação dos Industriais de Setúbal, Melo Pires, afirma ao Semmais que o setor necessita de uma região com mais recursos humanos ligados à nova realidade da indústria tecnológica e sexy e quer reconstruir a imagem de um “território de excelência”. NEGÓCIOS PÁGINA 10 imagem por Aha-soft

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Edição do Semmais de 14 de Novembro

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Sábado 14 | Novembro | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 878 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interdita

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DESPORTO PÁGINA 11FERNANDO OLIVEIRA PREPARA-SE PARA FECHAR CICLO PRESIDENCIAL NO VITÓRIA O presidente do Vitória de Setúbal afirma ao Semmais que não se vai recandidatar a novo mandato. Em tempo de aniversário do clube, o líder vitoriano diz que ainda falta fazer muita coisa, mas não atira a toalha ao chão. Sobre as relações com a Câmara não quer falar.

SOCIEDADE PÁGINA 2HOSPITAL DE SETÚBAL VAI CONSULTAR RECLUSOS POR VIDEOVIGILÂNCIA É uma experiência piloto a nível nacional e vai arrancar no final deste ano, dirigida aos re-clusos das cadeias de Setúbal e de Pinheiro da Cruze. A ideia é evitar saídas dos detidos das prisões, reduzindo custos. As consultas vão ser feitas através das “webcam” dos computadores.

SOCIEDADE PÁGINA 4DISTRITO TEM SEIS CONCELHOS COM “BOM” PODER DE COMPRA Sines, Alcochete, Almada, Setúbal, Montijo e Barreiro recebem nota positiva no estudo que o INE realizou sobre poder de compra. Sines, contudo, destaca-se dos demais e a proximida-de do porto é trunfo. Na cauda, surgem Alcácer, Moita, Grândola, Santiago e Palmela.

A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

semmaisAISET QUER ATRAIR ESTUDANTES PARA INDÚSTRIA SEXY DA REGIÃOO líder da associação dos Industriais de Setúbal, Melo Pires, afirma ao Semmais que o setor necessita de uma região com mais recursos humanos ligados à nova realidade da indústria tecnológica e sexy e quer reconstruir a imagem de um “território de excelência”.

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Os dois acontecimentos levantam questões de segurança, mas também do risco que se corre porque é preciso ir ao mar revolto em tempo de crise. As autoridades apelam aos cuidados redobrados, a Sesibal diz que o risco «é consequência da crise que afeta o setor».

DOIS NAUFRÁGIOS EM SESIMBRA E NA COSTA REVELADORES DAS CONDIÇÕES ATUAIS DA FAINA PISCATÓRIA

A crise que obriga os pescadores a correrem risco de vida na região

PROJETO PILOTO TENCIONA EVITAR SAÍDAS DOS DETIDOS DAS PRISÕES PARA POUPAR CUSTOS

Hospital de Setúbal começa a consultar reclusos por videoconferência

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

SOCIEDADE

Dois valentes sustos em menos de um mês deixa-ram à vista desarmada as

dificuldades que o mar tem im-posto aos pescadores da região, que tentaram ir à faina. Primeiro foi o naufrágio em Sesimbra, onde os 14 tripulantes foram sal-vos, a 23 de outubro, enquanto a 3 de novembro outra embarca-ção de pesca era virada pelas ondas na Costa de Caparica. Os quatro homens que iam a bordo escaparam com vida, mas pe-rante o mar revolto o porta-voz da Autoridade Marítima, Nuno Leitão, apressou-se a deixar o alerta: «as pessoas têm que ter

cuidados redobrados quando vão para o mar». O presidente da Sesibal, Ricardo Santos, con-corda, mas justifica que o risco é consequência da crise que afeta o setor no distrito. A região é uma das zonas de costa em Portugal que está sob o olhar atento da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), que acaba de revelar um relató-rio onde quantifica 70 mortes no setor das pescas entre 2005 e 2014, em todo o país, juntando naufrágios e faina, tendo regis-tado ainda quase 12 mil feridos. Nas últimas duas décadas o dis-trito somou mais de 40 vítimas mortais, tendo a mais recente grande tragédia ocorrido em de-zembro de 2012 quando seis

O Hospital de São Bernardo, em Setúbal, deverá come-çar a ter consultas via

computador, no final do ano, diri-gidas aos reclusos dos estabeleci-mentos prisionais da cidade e de Pinheiro da Cruz (Grândola). O projeto, que é piloto em Portugal, tenciona evitar saídas dos detidos das prisões, que chegam, em mé-dia, às 4 mil por ano em todo o país, o que acarreta elevados cus-tos, com a utilização de uma via-tura, dois motoristas e dois polí-cias, além do risco de fuga. Com este sistema, em tudo semelhante à videoconferência, vai ser possível proporcionar consultas de especialidade aos reclusos, com recurso a médicos do Serviço Nacional de Saúde, tratando-se de uma solução já conhecida em algumas zonas do país que carecem de especialis-tas em áreas como a dermatolo-gia, cardiologia e cardiologia pe-diátrica, sendo os pacientes monitorizados a partir de casa.

pescadores morreram após o “cochicho”, a embarcação onde seguiam, ter naufragado ao lar-go da Caparica. De acordo com dados do guia prático “Segurança e Saúde no Trabalho no Setor da Pesca - Riscos Profissionais e Medidas Preventivas nas Diferentes Artes de Pesca”, a maioria das vítimas mortais aconteceu em naufrá-gios (41), durante a faina de pes-ca registaram-se 19 mortes, ha-vendo ainda a registar dez mortos de outras causas, não especificadas. No que diz respeito à perigo-sidade do trabalho, a ACT afirma que o exercício laboral no setor da pesca «é um dos que apresen-ta maiores índices de sinistrali-

dade, devido às características próprias da atividade», já que se realiza longe de terra firme, «no frágil equilíbrio de uma embar-cação, com espaços de trabalho limitados, processos de trabalho física e psicologicamente exigen-tes e à mercê de difíceis condi-ções naturais». «É frequente a precariedade nas relações labo-rais e a prática de horários de tra-balho atípicos que assumem um impacto fortemente negativo nas condições da segurança e saúde no trabalho», adianta. As justificações de quem tem que ir ao mar

É aqui que entroncam os argu-mentos de Ricardo Santos, pre-

sidente da Sesibal (Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines). «Ir ao mar, para estes pescadores, é uma questão de sobrevivência. As pessoas não querem, mas são obrigadas a entrar no mar para dar de comer às famílias», diz o dirigente co-nhecedor das dificuldades eco-nómicas dos cerca de 2 mil pes-cadores que percorrem o distrito de Setúbal. Por isso admite que «se houvesse alguma almofada fi-nanceira» os pescadores não teriam a necessidade de «cor-rer tantos riscos» quando o mar se apresenta revolto como tem sido uma quase constante no último mês. «Mas é preciso dizer que o preço a que vende-mos hoje a cavala e o carapau é igual ao de há 30 anos e que só o gasóleo aumentou 400%», exemplifica. Mas haverá mais explica-ções que agravam o risco de quem tem necessidade de ir à faina com mau tempo, ainda se-gundo Ricardo Santos. «As nos-sas embarcações estão muito velhas. Era preciso uma reno-vação urgente da frota em vá-rios quadrantes, que permitisse mais estabilidade e habitabili-dade a quem vai a bordo. Isso também é segurança», alerta.

Centro Hospitalar de Setúbal controla por webcam

A fase-piloto destina-se ao Cen-tro Hospitalar de Setúbal e Cen-tro Hospitalar e Universitário de Coimbra, bastando uma web-cam instalada no interior de uma sala onde o doente estará acompanhado pelo médico da prisão e pelo clínico do hospital. Citado pelo DN, José Semedo Moreira, diretor de serviços da Di-

reção- Geral de Reinserção e Ser-viços Prisionais (DGRSP), avança que «caso estes projetos-piloto corram bem, e o do Centro Hospi-talar de Setúbal deverá ser o pri-meiro, temos um projeto, submeti-do a candidatura ao Portugal 2020, que se pretende alargar a todo o país, quer com as entidades exter-nas à DGRSP quer aproveitando os recursos internos, nomeada-mente em sede de consulta exter-na com o Hospital Prisional».

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALNOTÁRIA

MARIA TERESA OLIVEIRA

Sito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal

Certifico, para efeitos de publicação que no dia onze de novem-bro de dois mil e quinze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 147 do livro 286 – A, de escrituras diver-sas, na qual: Jorge Gonçalves Casimiro e mulher, Maria Luísa Flamino Casimiro, casados sob o regime da comunhão de adqui-ridos, residentes na Travessa dos Viveiros, n.º 5, Santo Ovídio em Setúbal, contribuintes números 128939109 e 136798195, justifi-caram a posse em comum e sem determinação de parte ou de direito, invocando a usucapião, do seguinte imóvel:Prédio Urbano, composto de Rés-do-chão para habitação com a área coberta de cento e quarenta e dois vírgula noventa e nove metros quadrados e logradouro de trezentos e cinquenta e sete vírgula zero um metros quadrados, sito na Travessa dos Viveiros, n.º 5, Santo Ovídeo, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, ain-da por descrever na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 4268.

Está conforme.

Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D

em Setúbal, 11 de Novembro de 2015.

A Notária,

Maria Teresa Oliveira

Com registada sob o número 1879

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SOCIEDADE

Este pode ser considerado um ano histórico, já que em 2014, em igual período, foram registados seis mortes por acidente de trabalho e, em 2013 foram 11.

DE JANEIRO A OUTUBRO DESTE ANO FORAM REGISTADOS APENAS DOIS ACIDENTES MORTAIS

Distrito «trava» acidentes de trabalho com menos quatro mortes em relação a 2014

Dois acidentes com dois Porsches em duas horas junto a Grândola

Palmela e Barreiro reforçam rede de ciclovia

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

Os acidentes de trabalho mortais baixaram este ano no distrito de Setú-

bal. Segundo os dados da Auto-ridade para as Condições de Trabalho (ACT), entre 1 de janei-ro e 19 de outubro foram regis-tados dois acidentes de trabalho mortais, menos quatro do que em igual período do ano passa-do e menos nove face às 11 víti-mas registadas em 2013. Já em 2012 tinham morrido em serviço

oito pessoas, o que faz de 2015, para já, um ano histórico. Já quanto aos acidentes gra-ves, o distrito registou menos dois sinistros face a igual período do ano passado, baixando de 16 para 14 ocorrências, com as esta-tísticas da ACT a mostrarem que a maioria dos acidentes ocorreu no mês de janeiro, enquanto a quarta-feira é o dia da semana com mais acidentes fatais. O documento agora revelado sublinha ainda que a maioria das vítimas são homens com idades entre os 45 e os 54 anos e que

construção a para da indústria transformadora são os setores com mais vítimas mortais registadas.

Volume de obras não tem recuperado no distrito

Contudo, segundo o especialista em segurança no trabalho, João Vaz Amorim, continua a haver duas explicações plausíveis para a queda do número de acidentes de trabalho no distrito de Setú-bal. É que, diz, «o volume de obras não tem recuperado na re-gião, como sucede no resto do

Era 10.00 horas de quinta--feira quando um primei-ro Porshe, de matrícula

francesa se despistou depois do nó de Grândola Sul, vindo a ca-potar várias vezes ao longo de 200 metros na vala de separação da via. Um dos dois homens que seguiam no carro (ambos portu-gueses) morreu, sendo o corpo transportado para o Instituto de Medicina Legal do Hospital do Litoral Alentejano, enquanto o condutor sofreu ferimentos gra-ves, tendo sido transferido por um helicóptero do INEM para o Hospital São José, em Lisboa. Duas horas depois, na mes-ma zona, eis que se registou um

OS NÃO DECLARADOS DEVIDO À CRISEO número de trabalhadores não declarados aumentou 34% nos últimos dois anos, segundo revelou também a ACT. Os falsos prestadores de serviços registaram uma subida de 200% sendo que 34% dos casos foram entre-tanto regularizados. A ACT justifica o aumento das situ-ações de trabalho não declarado, bem como dos falsos estágios remunerados, falsa prestação de serviços ou falsas situações de voluntariado, com «a situação de cri-se», salientando que estes fenómenos diminuem as re-ceitas do Estado e representam «um grave fator de con-corrência desleal para as empresas que cumprem as suas obrigações».

país. E com menos pessoas a tra-balhar risco também baixa», su-blinha, admitindo que de há uns anos a esta parte os trabalhado-res e as entidades patronais têm dado mais prioridade à questão da segurança, «apostando forte-mente na formação das pessoas que não incorram em comporta-mentos de risco. Na prática, a ideia é nunca facilitar, nem que seja para se apertar um simples parafuso», refere aos Semmais. Recorde-se que é considera-do pela ACT como acidente de trabalho «todo o acontecimento

inesperado e imprevisto, in-cluindo os atos de violência, de-rivado do trabalho ou com ele relacionado, do qual resulta uma lesão corporal ou mental, de um ou vários trabalhadores». São também considerados nas estatísticas os acidentes de viagem, de transporte ou circu-lação, nos quais os trabalhado-res ficam lesionados e que ocor-rem por causa , ou no decurso, do trabalho, isto é, quando exer-cem uma atividade económica, ou estão a trabalhar, ou realizam tarefas para o empregador.

segundo acidente, envolvendo outro Porsche, agora de matrí-cula portuguesa, que viria a ro-dopiar e a embater no separador metálico, após ter sido atingido na traseira por um Fiat de matrí-cula espanhola. Deste segundo acidente não resultaram vítimas, segundo a GNR. Uma fonte do CDOS de Setú-bal avançou que a equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e os bom-beiros de Grândola que estavam envolvidos nas operações de so-corro do primeiro despiste pres-taram assistência aos conduto-res dos dois veículos, mas sem registo de ferimentos.

A primeira fase da ciclovia de Aires, na freguesia de Palmela, é contratualizada

esta semana e deverá ter início durante este mês. A empreitada relativa a esta fase, compreendi-da entre o extremo sul da Av.ª Joaquim Lino dos Reis e a escola de Aires, tem o valor de cerca de 28 mil e 500 euros e um prazo de execução de 21 dias. Esta ciclovia apresenta um troço partilhado entre peões, bi-cicletas e automóveis em baixa velocidade, e um corredor dedi-cado. A obra contempla, tam-bém, uma passagem sobreleva-da para atravessamento da rua Fundadores do Airense, pelo que trará a vantagem adicional de melhorar a acessibilidade para peões e impor novas medidas de acalmia de tráfego. Este troço integra a rede mu-nicipal e a rede intermunicipal de ciclovias, que contempla a ci-clovia de Quinta do Anjo, o pro-longamento da ecopista de Pi-nhal Novo e a 2.ª fase da ciclovia de Aires, entre outras pistas e

corredores cicláveis. O investi-mento municipal na promoção da mobilidade suave e acessibi-lidade ascende a mais de um mi-lhão de euros, repartido pelos próximos quatro anos. Entretanto, o município do Barreiro aprovou, na sua reu-nião ordinária pública do passa-

do dia 21 de outubro, a rede ci-clável, com vista a «uma sociedade mais saudável, uma vivência urbana com qualidade e a necessidade de alinharmos práticas urbanas com necessi-dades prementes de redução das emissões de gases com efeito es-tufa».

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SOCIEDADE

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Os concelhos de Sines, Alcochete, Almada, Setúbal, Montijo e Barreiro recebem nota positiva neste item do Instituto Nacional de Estatísticas. Os piores são Alcácer, Moita e Grândola, abaixo dos 90 pontos.

Por esta ordem. Sines, Alco-chete, Almada, Setúbal, Montijo e Barreiro. Eis os

seis municípios do distrito que se distinguem no recente estudo exibido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o indi-cador do poder de compra dos portugueses, relativo a 2013. O valor de referência para o nosso país está fixado nos cem pontos. Já a soma dos municípios a nor-te e sul do Sado atinge um resul-tado modesto, com 90,7, depois dos 99,8 de 2011. Sines surge mesmo em claro destaque a nível nacional ao atingir a sétima posição do ranking, com 128 pontos, ficando apenas atrás de Lisboa (207,9), Oeiras (180,7), Porto (169,8), Faro (132,3), Coimbra (130,3) e São João da Madeira (130,1). Mas Sines não surge no “top” da lista por acaso. Nem surpre-

ende a conclusão do estudo do INE. Há alguns anos que Sines se vem afirmando como sendo um concelho de «grande potencial», tirando partido do seu porto de águas profundas. O economista António Silvestre afirma mesmo que o marasmo a que esta zona do país esteve sujeita «já é coisa do passado», depois da região ter começado a acompanhar a evo-lução do país, logrando resistir melhor às várias crises. Aliás, in-siste, «o Porto de Sines é, inclusi-vamente, a maior prova do su-cesso que vale a aposta no mar, com a criação de plataformas de apoio. Sines está só a aproveitar os seus recursos endógenos, que são muito ricos».

Edil explica fenómeno pelo aumento demográfico

Alcochete vem mais atrás, mas alcançou os 115,2. Um resultado que não constitui novidade para o presidente da Câmara, Luís

Franco, para quem o crescimen-to demográfico pode explicar o fenómeno. O concelho viu a po-pulação aumentar de 13 mil ha-bitantes para 18 mil em apenas uma década, sendo provável que se tenham instalado no concelho «pessoas com maior capacidade financeira e maior poder de compra. Efeito de Lisboa aqui ao lado», resume o edil, admitindo que quem escolheu Alcochete nos últimos anos tenha aqui en-contrado «características endó-genas, vivência do território e espaço público. Depois porque estamos muito perto de Lisboa e estamos dotados de excelentes acessibilidades». O presidente inclui ainda o comércio local e o efeito Freeport na lista das possíveis explicações, mas regista que a câmara tem in-vestido em áreas sectoriais «mui-to importantes», citando o exem-plo da regeneração urbana. «Tem sido uma prioridade da autar-quia. Também ao nível do investi-

mento público, em 2014 inaugu-rámos a nova frente ribeirinha e isso redinamizou o comércio», refere, anunciado maior projeção da terra para breve com a cons-trução, já em marcha, de empre-endimentos turísticos e do novo terminal para a Base Aérea nº 6, no Montijo, com porta de armas em Alcochete. «Também é um de-safio para não cedermos a pres-sões urbanísticas que gerem de-gradação da nossa atratividade», ressalva.

Os mais e os menos do distrito

Ainda entre os concelhos «mais abastados» do distrito surgem Almada (107,4 pontos), Setúbal (105,8), Montijo (102,8) e Barrei-ro (100,5). Porém, mesmo nos municípios que revelaram maior

poder de compra na região é re-gistada uma queda comparando com 2011, quando Sines se tinha fixado nos 136,9, Alcochete (123,4), Almada (109,8), Setúbal (107,3) e Montijo (103,9). Só o Barreiro escapou à tendência já que dois anos antes se tinha fica-do pelos 100,1 tendo agora au-mentado quatro décimas. Em oposição, Odemira (mu-nicípio do distrito de Beja mas que integra a sub-região do Li-toral Alentejano para efeitos es-tatísticos) é o concelho em que o indicador do poder de compra é mais baixo (76), embora tenha aumentado em cinco pontos o valor de 2011. Seguem-se Alcá-cer do Sal (79,3), Moita (80,9) Grândola (87,4), Seixal (92), Santiago do Cacém (94,9) e Pal-mela (96,8).

ESTUDO DO INE DISTINGUE SINES COM A SÉTIMA POSIÇÃO NO RANKING, COM 128 PONTOS

Há seis municípios na região com «bom» poder de compra

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

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SOCIEDADEMULTIOPTICAS PITA CELEBRA UM ANO NO ALEGRO SETÚBAL

Formação e organização garantem qualidade do serviço

TEXTO CAROLINA BICOIMAGEM SM

A MultiOpticas Pita está a celebrar um ano de atividade no

Alegro Setúbal. Após o in-vestimento da empresa na abertura da primeira loja em centro comercial, ao fim de doze meses de fun-cionamento o balanço é positivo, sublinha Sónia Almeida, um dos rostos da segunda geração e respon-sável pela direção comer-cial. “Quando decidimos investir na abertura desta loja a nossa preocupação prendia-se com a desloca-lização dos nossos clien-tes. Não sabíamos como seria. Mas, a loja da baixa continua a funcionar em pleno, tem os seus pró-prios clientes e, felizmente,

estamos a conseguir con-quistar novos clientes”. A abertura da loja Mul-tiOpticas Pita no centro comercial Alegro veio, as-sim, dar resposta às ne-cessidades de outros tipos de cliente. “Para nós é gra-tificante ver que estamos a recuperar clientes que, por diversas razões, não podiam deslocar-se à bai-xa. Temos conseguido manter um bom nível de funcionamento em todas as nossas lojas”, admite Sónia Almeida. Para a “família” Pita, a satisfação, e por conse-quência, a fidelização do cliente são os objetivos primordiais. Para que os mesmos sejam alcança-

O pintor Rogério Chora inaugurou uma nova exposi-

ção de pintura, intitulada Motivos Vários, na sala de exposições do Clube Mili-tar de Oficiais de Setúbal, situada na Praça do Boca-ge. A mostra conta com obras recheadas de luz e cor, inspiradas em cenas da faina marítima, serra da Arrábida, entre outros ce-nários. Um ano depois da Grande Exposição Come-morativa dos 50 anos de

dos, há que garantir a ele-vada qualidade do serviço. Um serviço de “excelên-cia” que assenta na forma-ção do pessoal, devida-mente especializado, e na organização da estrutura de trabalho. É esta a mis-são da Óptica Pita, fran-queada da MultiOpticas desde 1989. “Para nós o principal são as pessoas. Podemos ter excelentes instalações e equipamen-tos mas, acima de tudo, devemos prestar o melhor atendimento e acompa-nhamento ao cliente” frisa Aureliano Carvalho, con-sultor da empresa, real-çando o verdadeiro signi-ficado da palavra “excelência”. “Os clientes que vem até nós para comprar uns óculos saem a ver bem e satisfeitos. Te-mos essa preocupação e essa é a base do sucesso. Isto é a excelência”.

Duas lojas abriram portas em 2014

No ano passado, para além da loja no Alegro, a Multiop-ticas Pita inaugurou um es-paço em Sines. Em nove

meses, a empresa investiu em duas lojas e criou uma dezena de postos de traba-lho, ocupados por pessoal devidamente formado e qualificado. Um investi-mento avultado, nos recur-sos humanos e nos equipa-mentos, que dará frutos a médio e longo prazo. “O grande fator dife-renciador da MultiOpticas Pita é a aposta no desen-volvimento, nunca descu-rando a qualidade do ser-viço. O investimento, não tem de dar lucro ontem. Aqui a preocupação é in-vestir para, progressiva-mente e paulatinamente, ir melhorando a passos fir-mes. E os resultados estão à vista”, sublinha o consul-tor Aureliano Carvalho. Uma opinião partilha-da pela fundadora da Óp-tica Pita, Brígida Almeida. “É errado pensar que ao abrir uma unidade de ne-gócio o lucro é imediato”.

Projeto Europeu em fase de investigação

A MultiOpticas Pita está, desde outubro de 2013, en-volvida no projeto europeu

OPTICIAN2020m a decor-rer até 2016. Este é o segun-do projeto internacional que conta com a participa-ção da MultiOpticas Pita. O OPTICIAN2020 é um projeto, cofinanciado pela Comissão Europeia, que visa produzir, de for-ma flexível e por enco-menda, óculos personali-zados por agrupamentos de produção óptica. “Neste projeto estão en-volvidas duas ópticas: uma no norte da europa e outra no sul da europa. Nesta úl-tima, somos nós que, numa zona experimental, sere-mos o demonstrador para um determinado número de usuários. Vamos testar todos os equipamentos e tecnologias inerentes e per-ceber se é possível produzir óculos adaptados à medida do rosto de cada pessoa. As conclusões vão determinar que tipo de serviço é que pode surgir desta inova-ção”, explica Sónia Almei-da, da MultiOpticas Pita.

Empresa certificada internacionalmente

Devidamente certificada

de acordo com as normas internacionais, a Óptica Pita decidiu apostar na área da indústria, no que concerne, especificamen-te, ao fornecimento de óculos de proteção a em-presas de grande dimen-são no distrito e também de âmbito nacional. Nos tempos que correm as leis tornam-se mais exigentes e as instituições estão, cada vez mais, preocupa-das com o conforto dos seus colaboradores. “O óculo só protege se for certificado no seu con-junto (armação e lente) e esta cerificação custa mui-to dinheiro. Embora te-nhamos a montagem de óculos na nossa oficina, não podemos proceder à montagem de óculos de proteção porque não te-mos o laboratório para fa-zer os testes necessários. Mas, sendo esta uma em-presa certificada pela nor-ma ISSO 9001:2000, ten-tamos responder a esta necessidade das empresas deslocando-nos até elas e fornecendo-lhes direta-mente”, esclarece Aurelia-no Carvalho.

QUADROS EXPOSTOS ATÉ DIA 26 NO CLUBE MILITAR DE OFICIAIS DE SETÚBAL

Rogério Chora inaugura em Setúbal nova exposição de pintura

Pintura, o chamado “pin-tor de Setúbal” reune 40 quadros pintados entre os anos 2013 e 2015. De acor-do com as palavras de Ana Margarida Chora, filha do autor e coordenadora da exposição, “o tema deste ano manifesta não só as pigmentações penetrantes e as formas expressivas que constituem a chancela do artista, mas também a essência tornada objeto de contemplação e materiali-zada sobre a tela”. A exposição marca também a estreia do artista no espaço do Clube Militar de Oficiais. “O coronel Al-ves, presidente do clube,

manifestou a sua total dis-ponibilidade e foi graças a ele que estou aqui”, expli-cou Rogério Chora. Contu-do, devido às dimensões limitadas da galeria, os quadros de maior porte fi-caram de fora da mostra, ainda que já se esteja a pre-parar uma nova iniciativa para expor as telas maio-res na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal. Para além das tradicio-nais paisagens da serra e do Rio Sado, algumas pro-duções centram-se em ce-nários rurais tipicamente alentejanos, marca não tão recorrente na obra. “Os meus avós paternos eram da Vidigueira e é de-vido a essas raízes que pinto paisagens diferentes da minha cidade”, disse. O espólio ficará paten-te no Clube Militar dos Oficiais até ao dia 26 de novembro, podendo ser visitado de segunda a do-mingo, das 10h30 ao 12h30 e das 14h30 às 18h30. A entrada é gratuita e todas as obras são para venda ao público.

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MOITAPARQUE HORTÍCOLA VAI NASCER NO VALE DA AMOREIRAO município aprovou a celebração de um protocolo de colaboração com a Fundação EDP, para o desenvolvi-mento do projeto do parque hortícola do Vale da Amo-reira, na sequência da candidatura apresentada ao pro-grama EDP Solidária.Esta iniciativa solidária visa apoiar projetos que visam a melhoria da qualidade de vida das pessoas, em particu-lar das socialmente desfavorecidas, a integração de co-munidades em risco de exclusão social e a promoção do empreendedorismo social. O projeto apresentado pelo município ao programa foi selecionado pelo júri e foi um dos vencedores do referido programa, pelo que vai ser celebrado um protocolo de colaboração para regular os termos e condições associados ao desenvolvimento do referido programa.

SEIXAL MUNICÍPIO ABRE CANDIDATURAS AO PRÉMIO REDES PARA O DESENVOLVIMENTO Encontram-se a decorrer, até dia 22, as candidaturas ao Prémio Redes para o Desenvolvimento, que visa apoiar as duas melhores iniciativas de educação para a cidadania global apresentadas por organizações da sociedade civil.Este prémio, no valor de 10 mil euros, é dirigido à comu-nidade escolar e à população local de vários municípios.Os candidatos serão apoiados por um serviço de assis-tência técnica, acompanhamento e monitorização até ao final da implementação das atividades/metodologias vencedoras.Esta iniciativa realiza-se no âmbito do projeto Redes para o Desenvolvimento: Educação Global para uma Co-operação Mais Eficiente. Este projeto é financiado pela União Europeia e pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, através das linhas de financiamento de Edu-cação para o Desenvolvimento, implementado em par-ceria pelas câmaras municipais de Loures e do Seixal e o Instituto Marquês de Valle Flôr nos municípios referidos.

GRÂNDOLA WORKSHOP ENSINA A FAZER BOMBONS No âmbito do “Experimenta – Workshops/Oficinas”, a Câmara Municipal de Grândola promove este mês um workshop de Bombons Artesanais, por Rosário Fonseca.Este workshop terá lugar nos dias 16, 17 e 18, a partir das 19h30, no Estúdio Jovem, para um grupo máximo de dez pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 35 anos.“Experimenta – Workshops/Oficinas” foi lançado pelo município grandolense em março e tem como principal objetivo o enriquecimento individual, a aprendizagem de novos conhecimentos, o aprofundamento de áreas de in-teresse e a troca de experiências.No âmbito deste novo projeto municipal está prevista a realização de um conjunto de workshops e oficinas sobre diferentes temáticas, envolvendo sempre que possível, dinamizadores e formadores do concelho.

ALCOCHETE CAMINHADA SOLIDÁRIA E PERCURSO PEDESTRE POR BOAS CAUSAS“Seja solidário. Alimente Sorrisos Caminhando” é o lema desta iniciativa organizada pelo Grupo Socio-Caritativo de Samouco. Nesta 2.ª edição, o princípio solidário man-tém-se: a entrega de um alimento no ato da inscrição com destino a famílias carenciadas do concelho. E a an-teceder a caminhada haverá ainda uma aula de aqueci-mento. A concentração é este sábado, às 15 horas, junto à Igreja do Samouco.Entretanto, para dar a conhecer a beleza da herdade da Barroca d´Alva, onde se situa a Ermida de Santo António de Ussa, terá lugar, este domingo, um passeio pedestre integrado no programa Alcochet´Aventura. Concentra-ção às 9 horas, junto à Praça de Toiros de Alcochete.

LOCAL

PALMELA ADEGAS E AGENTES LOCAIS BRINDAM À CIDADE DO VINHO O município assinala, no próximo dia 27, o 4.º aniversário da distinção “Palmela Cidade Europeia do Vinho”. Para marcar a efeméride, as adegas e os agentes locais e regio-nais ligados aos setores do vinho e do turismo são convi-dados para um momento de convívio e celebração, às 18 horas, na Casa Mãe da Rota de Vinhos da Península de Setúbal, em Palmela, onde estará a decorrer uma exposi-ção e prova de vinhos da região premiados com meda-lhas de ouro, em 2015.“Cidade Europeia do Vinho” é um prémio atribuído, anu-almente, pela Rede Europeia de Cidades do Vinho, na se-quência de uma candidatura apresentada pelos municí-pios associados. Em 2012, Palmela foi o primeiro município, a nível europeu, a ser agraciado com esta dis-tinção, fruto de uma candidatura forte, construída com os parceiros que fazem desta região um destino incon-tornável para os apreciadores de bons vinhos e gastro-nomia, natureza exuberante e património histórico e cul-tural ímpar.

BARREIROMUNICÍPIO VAI ADQUIRIR A QUINTA BRAANCAMP O município vai adquirir a Quinta do Braamcamp. Para o edil Carlos Humberto, trata-se de um passo importan-te na estratégia de requalificação da zona ribeirinha e de reapropriação dos rios por parte da população. Foram aprovados ainda, um empréstimo, cuja verba contempla a aquisição da Quinta e de uma Muleta do Tejo, e a inter-venção com vista à recuperação, faseada, de parte da zona ribeirinha, «complementando com fundos comunitários que já temos pensados para utilizar neste território», re-feriu o autarca.Esta medida assume importância «muito grande» numa estratégia que o município tem vindo a prosseguir e a concretizar no sentido de «voltar o concelho para os rios e aproximar a população da zona ribeirinha, de modo a aproveitarmos melhor as potencialidades do Tejo e do Coina, no sentido de valorizarmos, do ponto de vista ma-terial e imaterial, este território entre o Bico do Mexilhoei-ro e Alburrica e a Av.ª dos Sapadores», vincou.

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SETÚBALPRAÇA DE PORTUGAL COM REQUALIFICAÇÃO À VISTAO município aprovou, na quarta-feira, em reunião públi-ca, uma alteração ao loteamento municipal da Praça de Portugal, medida que reformula a ocupação espacial e que permite a requalificação daquela área da cidade. A medida permite «redimensionar as áreas afetas ao es-paço público na perspetiva de requalificar esta área da cidade, dotando-a de uma ocupação de qualidade e pro-movendo um maior equilíbrio urbano e uma adequada imagem deste território», reforça o documento.Além de habitações, será criada uma área de espaços verdes e uma área de equipamento de fruição coletiva.

SESIMBRA MUNICÍPIO DEBATE O ESTADO DA EDUCAÇÃO NO CONCELHO A escola básica n.º 3 da Quinta do Conde recebe, este sá-bado, às 15 horas, uma sessão temática sobre o estado da educação no concelho, promovida pela Assembleia Municipal.Na última década, o município realizou «forte investi-mento» na educação, fazendo do concelho um «exemplo a ter em conta» nesta área. Atualmente, o município tem um parque escolar consolidado ao nível do pré-escolar e 1.º ciclo, mas o mesmo não se pode dizer do 2.º, 3.º ciclo e secundário, da responsabilidade do Ministério da Edu-cação. O caso «mais grave» é, sem dúvida, a falta de mais uma escola secundária na Quinta do Conde, o que obriga muitas crianças a terem que recorrer a outros concelhos para prosseguir os estudos.

ALMADA DEMOLIÇÕES NA FONTE DA TELHA VÃO AVANÇAR

Grande parte dos edifícios da Fonte da Telha será demo-lida para que possa haver uma requalificação urbanísti-ca da zona. De acordo com documentos divulgados pelo município, o principal problema destas habitações tem que ver com «a instabilidade da arriba fóssil e a proxi-midade do mar». Os moradores e comerciantes da loca-lidade não estão satisfeitos com a decisão e não querem perder as suas casas e lojas. Na quarta-feira, a Câmara anunciou em nota de imprensa que compreende as pre-ocupações dos habitantes mas garante que estes «muito beneficiarão com a melhoria das condições gerais» da Fonte da Telha. São cerca de 400 pessoas que moram nas casas, cuja de-molição está prevista no plano de pormenor da Fonte da Telha. O município sublinha que se trata de uma proposta «em fase de apreciação e discussão pública», em que po-dem ser feitas alterações de modo a incluir «contributos relevantes».

SANTIAGO DO CACÉM BEIJINHA ELOGIA TRABALHO DOS MÉDICOS CUBANOSO presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, esteve, no dia 5 de novembro, a acompanhar a visita da embaixadora de Cuba em Portugal, Johana de la Torre, ao Hospital do Litoral Alentejano, congratulando--se com o possível reforço do contingente médico cubano na região.O reforço do acordo entre Portugal e Cuba foi uma das notas dominantes da visita e o edil sublinhou «o papel fundamental destes profissionais», destacando que, «se não fossem estes médicos, tínhamos mais 23 por cento de pessoas sem médico de família». O autarca realçou «o trabalho altamente meritório que estes médicos têm fei-to junto das nossas populações. São bons profissionais e bons seres humanos», mostrando-se «grato ao estado cubano» e assegurando que «o município vai continuar a colaborar no sentido de atrair profissionais de saúde para a região».O Litoral Alentejano conta, nesta fase, com 12 médicos ao abrigo do acordo entre Portugal e Cuba.

SINES PATRIMÓNIO INDUSTRIAL E CULTURAL EM DEBATEO complexo industrial e portuário de Sines, enquanto património histórico e cultural da região e do país, vai estar em discussão num seminário a promover pelo Con-selho das Comunidades de Sines, no dia 19, no Centro de Artes de Sines. Intitulada “Seminário Indústria, Património e Cultura”, a iniciativa tem como objetivo lançar um debate sobre a relação entre estes três elementos na perspetiva de um território que apresenta um tecido industrial planeado e organizado que constitui um importante marco na histó-ria da indústria portuguesa.Muitos dos elementos construídos a partir da década de 70 podem ser vistos já com um valor patrimonial, pois contam como nenhum outro a história de Sines do últi-mo quartel do século XX e a eles está associada uma me-mória coletiva ainda fresca, enraizada ainda em muitos dos participantes da sua génese.

ALCÁCER DO SAL PROENÇA EXIGE REPARAÇÃO URGENTE DO IC1 O presidente do município e presidente da Comunidade Intermunicipal do Litoral Alentejano, Vítor Proença, re-clamou junto do presidente das Infraestruturas de Por-tugal, António Ramalho, a reparação urgente do IC1 entre Alcácer do Sal e Grândola.O autarca presidiu no dia 6 de novembro à quarta reu-nião do Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Intermunicipal, que reuniu na PSA – Terminal XXI, em Sines.Lamentavelmente, Vítor Proença não obteve garantias do início da reparação do IC1. António Ramalho alegou que o Estado Português ainda não conseguiu rececionar dos privados a subconcessão da parceria público-priva-da. O edil considerou inaceitável que o líder da Infraes-truturas de Portugal alegue que as populações têm uma alternativa ao IC1 através da A2, o que as obriga a terem de pagar portagem. O município promete continuar a bater-se pela reparação desta importante estrada.

LOCAL

MONTIJO DANÇAS DE SALÃO ESTREIAM FESTIVAL Pela primeira vez, Montijo é palco do Festival de Danças de Salão, este sábado, a partir das 13 horas, no pavilhão des-portivo municipal. O evento reúne, cerca de 200 pares de dançarinos e muito público.O evento decorre das 13 às 18h30 e das 20 às 24 horas. Os pares a concurso serão avaliados por um jurado, constituí-do por três júris internacionais e dois nacionais.A iniciativa conta, ainda, com a presença de grupos con-vidados que atuam nos intervalos da competição, nome-adamente o Grupo We Can Dance, o Grupo United Dance Crew, e um grupo de ballet da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro.A organização é da Escola de Dança Dance2You e da Asso-ciação Portuguesa de Professores de Dança de Salão Inter-nacional, com o apoio do município e da Sociedade Filar-mónica 1.º de Dezembro.

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CULTURA

Fadista Aldina Duarte apresenta novo disco no Seixal

A fadista Aldina Duarte atua no auditório do Seixal, este sábado,

às 21h30, para apresentar o espetáculo “Romance(s)”, que inclui fados do seu mais recente disco e tam-bém os fados incontorná-veis da sua carreira. A fa-dista estará acompanhada por Paulo Parreira na gui-tarra e Rogério Ferreira na viola. Os ingressos custam dez euros.Aldina Duarte é uma das grandes vozes do fado, a quem chamam a “voz in-teligente”, pela sua sin-gular capacidade inter-pretativa. A sua personalidade artística é reconhecida por todas as gerações do fado, pela crítica musical, por artis-tas das mais diversas ar-

tes e personalidades pú-blicas de todas as áreas da cultura e do conheci-mento. Mantém, desde a edição do seu primeiro disco “Apenas o Amor”, em 2004, um público ab-solutamente fiel e abran-gente. Em 2014, festejou duas décadas no fado.Em 2015, Aldina Duarte re-gressa aos discos com “Romance(s)”, que conta com poesia de Maria do Rosário Pedreira e produ-ção de Pedro Gonçalves, dos Dead Combo.

“Carne Viva” está de regresso ao Forum Luísa Todi

A peça “Carne Viva”, texto inédito do brasileiro Lucianno

Maza, que estreou na últi-ma Festa do Teatro, do Te-atro Fontenova, está de volta ao Forum Luísa Todi, em Setúbal, este sábado, às 21h30, e domingo, às 17 horas. Conta a história de uma mulher, destituída de nome ou qualquer característica em especial, apenas a sua identidade de género so-bressai: a sua condição fe-

minina. É a esposa perfeita, que está sempre a preparar algo para saciar a fome do seu marido, enquanto uma ebulição acontece dentro de si. Ao receber um pedaço de carne para cortar em bifes, esta personagem do quotidiano, comum em muitas casas, adquire ares espetaculares, entrando num transe espiritual e carnal. Ela acredita ser o próprio Jesus Cristo - aquele cuja carne foi per-

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Dança de Almada apresenta “Riot” em Itália

A Companhia de Dança de Almada vai apre-sentar a peça “Riot” a

Nápoles, em Itália, no dia 27, no Teatro Bellini. Trata-se de uma peça do programa Coreógrafos Emergentes, promovido pela própria companhia há vários anos. “Riot”, do jovem coreó-grafo Bruno Duarte, é uma criação coreográfica inspi-rada numa ideia poética de Hermann Hesse, teve an-testreia em Leiria, sua ci-dade natal, e estreou em Almada em maio de 2014. Bruno Duarte é licen-ciado em Dança, pela Es-cola Superior de Dança de Lisboa, tendo iniciado os seus estudos nesta área com os professores Nuno Carvalho e Cláudia Cardo-so. Como bailarino, tem dançado em várias produ-

ções independentes e de companhias portuguesas. Como produtor, coprodu-ziu a peça de videodança “.5”, vencedora do prémio de melhor vídeodança em concurso/escolha do pú-blico, do festival InShadow. Como criador, apresentou as peças “someone else ago”, para Boxnova do

CCB, “metamorfose” para a Culturgest, “overflow” para a EPC Dance Company, e “Riot” para a CDA. Bruno Duarte leciona-rá um workshop de dança contemporânea, dia 28, no centro coreográfico e de artes performativas contemporâneas, Art Ga-rage.

furada violentamente e cujo corpo se come na eu-caristia. Misturando o sagrado da narrativa cristã ao pro-fano do drama doméstico, a história discute o lugar ocupado pela mulher numa sociedade patriar-cal, representada por um Deus masculino. Entre de-lírios e consciências da mente, uma mulher per-corre diferentes momen-tos da sua vida, na busca pela liberdade da cruz so-

O jovem estudante Tiago Pinto, de 18 anos, confessa que

não esperava ganhar o Moda Sado porque lhe dis-seram que «não tinha altu-ra suficiente para ser mo-delo de passerelle mas sim para modelo comercial». Apesar de ter sido a primeira vez que pisou a passerelle, o setubalense Tiago Pinto sonha fazer carreira como «modelo comercial», mas, reconhe-ce que o mundo das pas-serelles pode ajudá-lo a alcançar essa sua grande meta. Por isso, «gostaria

de conciliar as duas coi-sas», vinca, não pondo de parte, também, a sua pai-xão pela representação. Tiago Pinto, que se sente atraído pelo mundo da moda e das passerelles, confessa que se inscreveu por vontade própria e, também, por incentivo da família. «Tenho várias pessoas da família ligadas ao teatro, jornalismo e te-levisão», conta. O jovem está a estudar na Faculdade de Arquite-tura, em Lisboa, e está a fazer o seu primeiro ano de mestrado. Gosta de praticar desporto, fazer ginásio, estar com os amigos, andar de moto e cuidar da sua imagem.

Depois de vencer o Moda Sado, Tiago Pinto quer fazer carreira nos palcos e nas passerelles

cial, a qual ela e tantas ou-tras mulheres parecem condenadas. Originalmente um monólogo, esta encena-ção reúne em cena três intérpretes das lingua-gens do teatro: teatro ges-tual e canto. As interpretações são de Graziela Dias, Eduardo Dias e Sofia Crispim Rosado.Os figurinos pertencem a Sara Rodrigues e a músi-ca é da autoria de Bruno Moraes.

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE NOVEMBRO | 2015 | 9

CTA repõe em palco “O Mandarim”

A peça “O Mandarim”, de Eça de Queiroz, com encenação de

Teresa Gafeira, continua em cena no Teatro Joa-quim Benite, em Almada, até dia 22. Trata-se de uma produção da Companhia de Teatro de Almada. Uma conversa com o público, no foyer do teatro, está agendada para este sába-do, às 18 horas. A peça estreou em No-vembro de 2014 e esgotou as suas 15 sessões. Retrata a história de Teodoro, o amanuense do Ministério do Reino que vê na morte de um mandarim decrépi-to a oportunidade de satis-fazer as ambições burgue-

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CULTURA

SESIMBRA14SÁBADO21H30REORGANIZAÇÕES FONÉTICASTeatro João Motas

A peça “A Tempestade” é uma produção do Teatro Griot, a partir do texto de William Shakespeare, na qual Bruno Bravo encena reorganizações fonéticas, numa convocação do presente onde a imobilidade e o dinamismo se descobrem em espanto.

MONTIJO14SÁBADO21H30TEATRO DE MARIONETASTeatro Joaquim D´Almeida

“Por este rio acima”, pretende homenagear duas obras-primas da cultura portuguesa, “A Peregrina-ção”, de Fernão Mendes Pinto, e o disco “Por este rio acima”, de Fausto, provando que o teatro de mario-netas pode ser para todas as idades.

ALCOCHETE14SÁBADO17HGALA DE DANÇA DO CONSERVATÓRIOForum Cultural

O Conservatório Regional de Artes do Montijo entrega, nesta gala de dança, os diplomas aos alu-nos de dança que realizaram os exames da Royal Academy of Dance e apresenta ao público, também, criações coreográficas. A produção e organização pertence ao Conservatório Regional de Artes do Montijo.

BARREIRO15DOMINGO16HCOMÉDIA “LAR DOCE LAR”Forum José Manuel Figueiredo

A comédia “Lar Doce Lar”, protagonizada pelos ato-res Maria Rueff e Joaquim Monchique, dá a conhe-cer o quotidiano da residência Antúrios Dourados para Seniores de Qualidade. Maria Rueff recebeu, com esta peça, o Globo de Ouro para Melhor Atriz.

SETÚBAL20SEXTA21H30‘ROUXINOL’ SADINO APRESENTA NOVO CDForum Luísa TodiO cantor Miguel Guerreiro apresenta o mais recente CD “Até ao Fim”. Após mais uma digressão pelo Japão, o setubalense regressa a Setúbal para mostar o seu talento. Miguel Guerreiro venceu o programa da TVI “Uma Canção para Ti”.

AGENDA

CONVITES PARA “NOITE DAS MIL ESTRELAS” E MOSTRA DE TEATRO DE ALMADA “A Noite das Mil Estrelas”, em cena no Casino Estoril, é um musical de Filipe La Féria que conta a história do Casino Estoril e da Costa do Sol desde as suas origens à atualidade. O musical faz reviver no palco os grandes artistas que ali atuaram. Alexandra, Gonçalo Salgueiro, Vanessa, Pedro Bargado, Dora, Rui Andrade, entre outros, são os prota-gonistas do espetáculo que apresenta um corpo de baile, coreografado por Marco Mercier, e três acrobatas. Também temos convites para a 19.ª Mostra de Teatro de Almada, que está a decorrer até dia 29 deste mês em vários palcos de Almada. Há convites para as peças “Einstein” (dia 13, 21h30); “A Festa” (14, 22h30); “Suave como fio de azeite” (15, 21h30); “Beremiz na terra plana” (19, 21h30); “A Cadeira” (20, 21h30); “Da Seda” (21, 21 horas); “Um carimbo para a viagem” (22, 21 horas); “Contos negros para os filhos dos brancos” (24, 14 horas); “Deus já foi mulher” (25, 21h30); “Dramas de princesas. A morte e a donzela” (28, 21h30) e “Quando é que vamos onde…” (29, 19 horas). Para ganhar os convites basta ligar 969 431 085 ou 918 047 918.

sas que tanto alimentava. O Diabo tenta-o: para ma-tar Ti Chin-Fu basta tocar a campainha, “como quem chama um criado” e sem que uma gota de sangue suje vergonhosamente os punhos da sua camisa. Te-odoro cede. Mas o que se prepara para viver está longe da existência des-preocupada e opulenta com que sonha. Esta obra apela à ima-ginação, mantendo ao mesmo tempo a veia rea-lista, tipicamente queiro-siana, por meio da crítica social que é inerente a este autor e ao seu legado. Na peça mantém-se a crítica incessante a um sistema

político decadente, ao ne-potismo, ao compadrio, aos preconceitos que guiam a sociedade, à bu-rocracia; faz-se o retrato da burguesia frívola de Lisboa; e lança-se um

olhar saudosista sobre a terra natal e os hábitos fa-miliares. Com André Alves, Ce-lestino Silva, Joana Franco Campos, João Farraia, Ma-ria Frade e Pedro Walter.

Filipe La Feria estreia, em breve, no Teatro Politeama, em Lis-

boa, o novo musical “Tar-zan”, dirigido em especial ao público infanto-juvenil, mas que também pode ser visto por adultos. La Féria construiu um deslumbrante musical num cenário mágico de fantasia e encantamento transformando a mensa-gem desta obra eterna, uma lição de vida, num es-petáculo divertido e bem humorado onde crianças e adultos são transportados

para um mundo de sonho, solidário, pleno de ternura e amor. Como no ano passado, onde “O Principezinho” foi premiado como o melhor espetáculo para a infância e juventude, com o prémio Pumpkin Awards 2015, e unanimemente considerado pela crítica e público como um dos melhores espctácu-los juvenis da temporada, também “Tarzan” será uma viagem maravilhosa e ines-quecível e um ensinamento que permanecerá para toda a vida.

La Feria vai estrear o musical “Tarzan” para toda a família

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NEGÓCIOSANTÓNIO MELO PIRES FAZ BALANÇO DE UM ANO DE ATIVIDADE E PROMETE MAIS AÇÃO PARA 2016

Presidente da Aiset quer atrair alunos para uma indústria sexy e tecnológica

Setúbal inaugura nova fábrica para fabrico e reparação de componentes para navios

Salários dos trabalhadores da Autoeuropa vão crescer 20 euros no novo acordo laboral válido até Setembro de 2016

A Associação da Indústria da Península de Setúbal, fundada há cerca de um ano pelos principais ‘players’ do setor na região, quer tornar o ‘cluster’ mais atrativo junto das escolas e dos seus alunos. E recriar a imagem do “território industrial” de excelência. António Melo Pires, diretor-geral da Autoeuropa, que preside à direção da Aiset, diz que o próximo ano vai ser a valer!

TEXTO RAUL TAVARESIMAGEM SM

A necessidade de mais inte-gração entre as empresas que operam na região, a

aposta decisiva na formação de recursos humanos e a reconstru-ção da imagem do designado “território industrial” constituem o tripé de necessidades identifi-cadas pelos responsáveis das empresas do setor industrual da península. Este desígnio foi avançado ao Semmais pelo líder da Aiset – As-sociação da Indústria da Penín-sula de Setúbal, António Melo Pires, numa altura em que a or-ganização está prestes a concluir o seu primeiro ano de vida. «Es-tamos perante um momento em que se começa a notar falta de recursos humanos qualificados nestas áreas para empresas que têm necessidade de crescer», afirma Melo Pires. Para o responsável, que é

A presidente do município de Setúbal, Dores Meira, mar-ca presença, no dia 17, no

Parque Industrial Sapec Bay, na Mitrena, na inauguração da uni-dade operacional de Portugal da empresa sueca Alfa Laval. Juntamente com represen-tantes da empresa, entre os quais o vice-presidente executivo, Nish Patel, e o diretor da Alfa La-val Portugal, Paulo Simões, a au-tarca assinala a abertura das no-vas instalações localizadas naquele parque industrial do concelho. O centro de produção, servi-ços e reparação de Setúbal vai co-brir os mercados da Europa e da América do Norte com o fabrico e reparação de peças para caldei-ras e outros componentes para

também diretor-geral da Au-toeuropa, é preciso quebrar o preconceito de que a indústria não é atrativa para os jovens. «É um paradigma que temos que ultrapassar, de que a indústria é pesada, suja e pouco sesy, e que também se prende com o ensino da matemática e da física, por-que a tendência é para que os alunos e as suas famílias optem pelas ciências humanas», explica ao Semmais. E para atacar de frente este constrangimento, a Aiset está a desenvolver uma «ferramenta digital» que, segundo Melo Pires, «vai permitir uma maior aproxi-mação aos alunos do ensino se-cundário, desmistificando essa imagem, e procurando atrair no-vos recursos profissionalizantes através de uma imagem mais adequada». Nomeadamente, su-blinha, o facto de a indústria de hoje ser «muito tecnológica, sus-tentável e que vale a pena para quem quer ter um desenvolvi-

mento profissional e pessoal de grande futuro».

Aiset conta com 48 empresas we quer passar conhecimento

Noutro plano, o responsável re-fere que o ensino universitário «tem que se voltar mais para a região», dando o exemplo do Instituto Politécnico de Setúbal e do Pólo do Monte da Caparica da Universidade Nova de Lisboa. «Este último tem estado mais vi-rado para norte do que para a região e é preciso inverter isso», afirma. E estão a dar passos nes-se sentido, razão pela qual a prestigiada instituição de ensino já faz parte da Associação. Com um ano de existência, a Aiset conta hoje com 48 mem-bros, entre grandes e pequenas empresas. António Melo Pires, rejeita a ideia de que se trata de um organismo elitista e resume a estratégia pela lógica dos “vasos comunicantes”: «Falta-nos inte-

gação, porque a sustentabilidade de um tecido empresarial é ga-rantida pela convergência e tra-balho conjunto dos operadores. Temos uma região com empre-sas muito distintas entre si, mas com as mesmas necessidades, daí a importância de uma posi-ção conjunta». Por outro lado, diz o líder da Aiset, «é preciso passar conhecimento de umas para outras, e é isso que temos vindo a fazer, porque estamos inseridos numa região muito competitiva e com condições para desenvolver aqui um clus-ter de excelência». A outra base da estratégia da Aiset passa por reconstruir a imagem da região, de modo a ca-minhar para a ideia de que a Pe-nínsula é atrativa para as empre-sas que procuram investir. O mapeamento de bolsa de terre-nos e a divulgação dessa nova roupagem industrial, moderna, sofisticada, sexy e tecnológica, são batalhas prometidas.

GANHAR PESO INSTITUCIONAL PARA ESTANCAR O «DIVERGIR» COM LISBOAO responsável da Aiset não tem dúvidas de que a Pe-nínsula de Setúbal, que de-tém algumas das maiores exportadoras do país, tem tudo para vingar. Falta ape-nas fechar o ciclo da forma-ção dos recursos humanos, ganhar peso institucional e maior integração. «Na área das acessibilidades opera-mos numa região privile-giada, embora falte rentabi-lizar melhor a ferrovia».Por esse e por outros facto-res, António Melo Pires não percebe o porque de a re-gião «ter divergido tanto de Lisboa» nos últimos anos, apesar dos incentivos de que dispôs. «As empresas não vivem só das acessibili-dades, temos que desenvol-ver as outras ferramentas e outras mais-valias».Agora, com a preparação do Plano Estratégico da Ai-set em preparação, o qual deverá ser apresentado a 14 de Dezembro, a Associação quer dar o salto. E mesmo com as limitações de um or-ganismo que desenvolve a sua atividade «com muito voluntarismo», mostrar que a região tem um interlocu-tor forte e com peso institu-cional.«A questão da inovação é decisiva, e no quadro do “Portugal 20-20”, estamos a trabalhar com as empresas a forma de aceder a esses fundos, porque é ai que vai residir a grande oportuni-dade», afirma.

dar serviço a bordo de navios. As novas instalações, que in-cluem os escritórios comerciais anteriormente localizados em Lisboa, têm 3000 metros qua-drados de área e devem estar em pleno funcionamento ainda du-rante o outono. A Alfa Laval atua em várias áreas, em particular no desen-volvimento de equipamentos e serviços para aquecer, arrefecer, separar e transportar produtos farmacêuticos, óleo, hidrocarbo-netos, água, compostos quími-cos, bebidas, alimentos e amido. A empresa, presente em cerca de cem países, emprega perto de 18 mil pessoas e alcançou quase quatro mil milhões de euros em vendas em 2014, mais 18 por cento do que em 2013.

A Volkswagen Autoeuropa vai aumentar os salários dos seus trabalhadores em

1,5 por cento. Na semana passada, a proposta da administração era de um por cento, mas as negocia-ções permitiram um pré-acordo que prevê uma subida dessa pro-posta. O aumento tem efeitos retro-ativos a 1 de Outubro e será de 20 euros, no mínimo. É válido até ao dia 30 de Setembro de 2016, pe-ríodo de validade do novo acor-do laboral. Além deste aumento salarial, o documento da empresa garan-te ainda que, até ao final de 2016, não haverá despedimentos cole-tivos na fábrica de Palmela. A empresa compromete-se ainda a converter em permanentes, to-

dos os contratos de trabalho temporário. Mas ficam salva-guardadas as condições de mer-cado e a situação na fábrica. António Chora, o líder da Co-missão de Trabalhadores da Au-toeuropa, não entrou muito em detalhes. «No próximo dia 19, os

trabalhadores reúnem-se em plenário. A votação do pré-acor-do com a empresa está prevista para quatro dias depois, a 23 de Novembro». Trabalham neste momento na Autoeuropa mais de 3 700 trabalhadores.

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VITÓRIA DE SETÚBAL | 105º ANIVERSÁRIOFERNANDO OLIVEIRA, PRESIDENTE DO VITÓRIA DE SETÚBAL, EM ENTREVISTA, DIZ NÃO ESTAR A PENSAR EM NOVA RECANDIDATURA

«Não quero falar sobre a Câmara, isso é um assunto tabu»

Em tempo de apagar as 105 velas do VFC, o líder mostra-se orgulhoso com o atual plantel sénior de futebol mas parece não estar satisfeito com o município. Diz que a Câmara é um assunto tabu mas não levantou o véu. Faltam o novo estádio, campos para treinos, patrocínios do tecido empresarial e receitas no Bingo. Contudo, Fernando Oliveira não deita a toalha ao chão e tudo fará para que os pergaminhos do clube não sejam beliscados. Nova recandidatura está fora de questão.

Está satisfeito com o atual plantel sénior de futebol do V. Setúbal?

Estou, bastante satisfeito. A equipa está a ter um comportamento muito bom e os sócios estão sa-tisfeitos com os resulta-dos, aplaudem a equipa e concordam com a nossa política de contratações. Os jogadores estão a hon-rar os pergaminhos do clu-be e estão cá de acordo com as nossas possibilida-des financeiras. Temos ter consciência que não pode-mos ir mais além.

O clube ativou agora um se-gundo PER. Isso significa que o primeiro não correu bem?

Correu muito bem. Só que havia outras situações que nós precisávamos de ter em conta e avançámos para um segundo PER, porque entendemos que era benéfico. Foi só por isso. Nós estamos aqui para defender os interes-ses do Vitória e arranjámos os argumentos necessários para ultrapassar certos problemas. É um ato de gestão, aquilo que fizemos.

Qual a meta para a presen-te época desportiva?

A meta é não descer de di-visão. Estamos a cometer um feito que não acontecia já há alguns bons anos. Esta direção está a gerir o clube há sete anos e o clu-be tem-se mantido sempre na I Liga, apesar das mui-tas dificuldades por causa de passivos que fomos herdando. Apesar de tudo, o VFC tem demonstrado

alguma vitalidade e visibi-lidade. Não somos um clu-be dos coitadinhos. Temos os nossos pergaminhos, os quais defendemos até à exaustão, quer pela sua di-nâmica quer pelo que sen-tirmos pelo Vitória, que é admirado em todo o País. O Vitória, todos os domin-gos, é aplaudido e admira-do pela maioria das cida-des do País.

No final da presente época desportiva vão apostar na venda de jogadores?

Nós não sabemos se isso vai ou não acontecer. Nós queríamos vender jogado-res, já, para ontem. Se isso acontecesse era muito bom. Não quero eviden-ciar nenhum jogador, por uma questão de não estar a melindrar ninguém. En-quanto ganharmos os jo-gos, o plantel é todo valo-rizado, e quando se perde, os jogadores não prestam para nada. Portanto, o plantel tem-se portado bem, os jogadores estão a valorizar-se e a valorizar o clube.

Tenciona recandidatar-se a novo mandato?

Não. Tudo tem os seus li-mites. Temos consciência disso. Mas se eu conseguir criar alguma estabilidade para os dirigentes vindou-ros, já ficava feliz. Ainda me falta dois anos de man-dato.

Como reage ao facto de o treinador José Couceiro ter vindo a público pedir a in-solvência do VFC por causa de uma dívida de 75 mil eu-ros?

Essa dívida é completa-mente mentira. O José Couceiro deveria ter mais

cuidado, porque os orde-nados foram-lhe todos pa-gos. Não lhe devemos um tostão de ordenados. Os seus adjuntos abdicaram de um prémio que tinham a receber. Aquilo que ele pede é um prémio. Mas nós temos muitas razões de queixa dele. Não vou enumerar nem dizer nada. Para mim, é um assunto encerrado.

Como está o processo do novo estádio?

Para já, um novo estádio não é possível. Isso é do conhecimento público. Es-tamos a encetar diligên-cias para que o atual está-dio do Bonfim seja recuperado. Mas não va-mos, para já, prometer nada.

«Se tiver que fechar, o Bin-go tem que fechar»

E o Bingo? É para continuar ou o seu encerramento po-derá vir a ser uma realida-de?

Ainda não sabemos o des-fecho. Vamos fazer uma reestruturação e depois logo se vê como fica. O Bingo não cria receitas para pagar aos seus 47 tra-balhadores nem às autori-dades tributárias. É o gran-de drama deste e de todos os Bingos. É um problema nacional e a prova é que já fecharam uma quantidade deles. As pessoas não têm dinheiro para comer, quanto mais jogar ao Bin-go. Infelizmente, depara-mo-nos com muitas difi-culdades, algumas das quais complicadíssimas. Se tiver que fechar, tem que fechar.

Defende que o município de-veria construir um estádio

municipal, à semelhança de outras cidades?

Em relação à Câmara de Setúbal eu não me pro-nuncio. É um assunto tabu e, portanto, eu não quero falar nessa matéria.

O clube está dotado de es-paços suficientes para os

treinos das equipas dos vá-rios escalões?

Claro que não tem. No rel-vado do nosso estádio cos-tumam estar a treinar qua-tro equipas. Esse é o nosso calcanhar de Aquiles. Na Várzea estamos a ver se conseguimos recuperar os campos que lá existem

para os treinos, uma vez que não reúnem as medi-das nem condições para se efetuarem lá jogos de fute-bol. É preciso valorizar os treinos e os jogadores e es-tamos a trabalhar nesse sentido.

Não acha que o tecido em-presarial da nossa região deveria olhar com outros olhos para o V. Setúbal?

Penso que sim. Nós gosta-ríamos que essas empre-sas pudessem desenvolver mais apoios com o VFC. Temos feito várias diligên-cias nesse sentido mas percebemos, perfeitamen-te, que a situação de crise que o País viveu nos últi-mos anos, também afetou esse tipo de patrocínios. O tecido empresarial não está muito bem e, logica-mente, que isso se reflete nos patrocínios que as em-presas das região pode-riam dar, eventualmente. A situação não ajuda.

ENTREVISTA ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

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12 | SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE NOVEMBRO | 2015

VITÓRIA DE SETÚBAL | 105º ANIVERSÁRIO

O VITÓRIA NÃO É GRANDE, É ENORME

O Vitória Futebol Clube, também conhecido como Vitória de Setúbal, é o principal clube desportivo de Setúbal e do distrito.

Foi fundado a 20 de Novembro de 1910 e está a festejar este ano os seus 105 anos de vida. A modalidade principal é o futebol, sendo que os principais feitos conquistados são três Taças de Portugal, uma Taça da Liga, uma Mini Copa do Mundo, uma Taça Copa Ibérica e uma Taça Teresa Herrera. Tem como lema: “O Vitória não é grande, é enorme”. Além do futebol, este clube distingue--se também em outras modalidades como ande-bol, judo, ginástica, kickboxing, karaté, ténis de mesa, atletismo, rugby, e futebol de praia tendo sido Campeão Nacional de Futebol de Praia em 2007/2008 e 2009/2010. Tem 1 600 atletas em todas as modalidades.Utiliza como cores principais o verde e branco e a sua mascote é um roaz corvineiro (espécie de Golfinho que habita o Rio Sado). O símbolo inclui um [castelo com três torres (representando os três castelos da região: Castelo de S. Filipe, Castelo de Palmela e Forte de Sesimbra), uma roda de bicicle-ta (uma das modalidades principais na génese do clube), um pergaminho com o local e data de fundação, um ramo de Oliveira representando a vitória e os valores de honra a ela associados de acordo com a mesma simbologia na Grécia Antiga, uma bola de futebol e um escudo verde e branco.O Vitória Futebol Clube tem 21 892 sócios e cerca de 200 mil adeptos. O seu presidente é Fernando Oliveira e o atual treinador de futebol sénior é Quim Machado que, à 10.ª jornada da atual tem-porada da I Liga, colocou o clube em 6.º lugar, com 14 pontos. Kia, Giovanni Galli, Super Bock, Betclic e Hummel são os principais patrocinadores. O ano de 2005 ficará na memória de todos os vitorianos pela reconquista da Taça de Portugal, 32 anos depois, ganhando ao Benfica por 2-1 golos de Manuel José e Meyong pelo Vitória, bem como pela conquista da Supertaça Ibérica frente ao Bétis de Sevilha em Ayamonte, com golos de Nandinho e Ricardo Chaves pelo Vitória. No ano de 2008 fez história ao conquistar a 1.ª edição da Taça da Liga, batendo o Sporting Clube de Portugal por 3-2 após as grandes penalidades (0-0 no tempo regulamen-tar) defendendo o guarda-redes Eduardo 3 dessas penalidades.A 24 de Junho de 1932 foi feito Oficial da Ordem de Benemerência, a 31 de Janeiro de 1986 foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique e a 10 de Maio de 1999 foi feito Membro--Honorário da Ordem da Instrução Pública.

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SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE NOVEMBRO | 2015 | 13

DIA 15

9h30 Caminhada do VFC, com partida junto ao Bingo (10,5 Kms) e à gestão de sócios (5,5 Kms), e chegada no interior do estádio do Bonfim. Ambas as caminhadas passam junto à antiga sede do VFC, no Palácio dos Salemas, e ao atual jardim de Algodeia, onde funcionou o primeiro campo de jogos do VFC. Junto ao palácio Salema, os participantes na caminhada de 5,5 quilómetros, terão direito a participar numa aula de Zumba, promovida pela classe de Zumba do VFC. E na Algodeia será colocada uma tela com a foto de antigos jogadores do clube.

DIA 20

10h Hastear da Bandeira, com colocação de uma coroa de flores na estátua de JJ;11h Inauguração da nova sala de conferências de imprensa;17h Abertura da sala de conferências de imprensa aos sócios e simpatizantes, com encerramento previsto às 20 horas;18h Missa solene na Igreja da Ordem Terceira; 20h Pavilhão Antoine Velge. Jantar do 105.º aniversário, que deverá contar com mais de 400 participantes. Haverá entrega de emblemas aos sócios. Cada pessoa paga 20 euros. As crianças dos 5 aos 12 anos pagam apenas 10 euros.

DIA 2817h Jogo entre o V. Setúbal e o União da Madeira. Campanha pela Igualdade “Orange The World”, em que as pessoas são convidadas a levar para o estádio uma peça de roupa de côr laranja, em sinal de protesto contra a violência e o direito à igualdade nas escolas.

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105.º ANIVERSÁRIOPROGRAMA

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE NOVEMBRO | 2015

OPINIAOED

ITORIA

L

Raul TavaresDiretor

A situação política no país está a arrumada e agora, perante, as opções toma-

das no Parlamento, há que andar para a frente e sem demoras.Na verdade, o busílis da questão teve a ver com a decisão do PS, diga-se em coerência com o que foi dito na campanha eleitoral, em não estar disposto a apoiar o governo de direita. E fê-lo pelas razões conheci-das, comprovadas, aliás, no programa apresentado pelo governo da coligação indigita-do por Cavaco Silva: continua-ção da política de austeridade, em que, mais uma vez, as finanças públicas e o neo--liberalismo se sobrepunham à vida das pessoas, à melhoria dos seus rendimentos e à normalização das políticas sociais.Com o cenário de uma Assembleia da República composto por uma maioria clara de esquerda, a queda do governo foi o toque final. Manda a Constituição que se prossigam outras soluções no quadro Parlamentar e foi isso que sucedeu.Toda a gincana política à volta da atual situação é apenas isso. Nenhum argumento belisca a legitimidade de um eventual governo proposto pelo Partido Socialista, com apoio de incidência parlamentar das três forças à sua esquerda. Nenhum. São as regras da democracia que deveriam ser aceites de forma natural.O PS não é obrigado a apoiar um governo com o qual atualmente tem um divórcio insanável do ponto de vista programático e, por conse-quência, a coligação de direita nunca conseguiria apoios parlamentares que pudessem assegurar a governação. É assim. Não há dúvidas.E a ideia peregrina de alterar a Constituição para que pudessem ocorrer, antes do tempo, novas eleições, é igualmente uma aberração, porque no espírito constitu-cional, o tempo de seis meses que as permitem, após um ato eleitoral, corresponde exacta-mente à lógica de que não se pode alterar assim, de forma leviana, resultados eleitorais.A coligação ganhou, é verdade. Mas não conseguiu formar um governo estável. O PS conse-gui apoios parlamentares para que isso suceda.Cavaco Silva não tem outra alternativa. Ou dá cobertura a um governo composto de apoios amplos do espectro da esquerda partidária, ou, caso não queira afincar esse ónus no seu currículo político, demite-se.

Os cenários criaram as opções

Primeira página, a um mês dos 102 anos

E ela lá subiu!» – eis a expressão que na grande manifestação/

concentração que a CGTP-IN convocou na passada terça--feira em frente a Assembleia da República para festejar a queda do governo cavaquista nos colocou imbuídos de justificada curiosidade.Mas tinha a ver com o Avante! de 8 de Outubro, pelo que aqui reproduzimos o que inspirava um trabalhador, ao dirigir-se-nos.Dedicava naturalmente grande pate do seu conteúdo aos resultados das Eleições Legislativas, e por isso foi objecto com êxito de uma promoção de venda alargada, com saída à rua.Todo e qualquer um poderia certificar-se se porventura um qualquer outro jornal partidário - o Avante! é semanal - dedicaria 17 pági-nas com os quadros, concelho a concelho, terra a terra, apetece dizer, minuciosamen-

te dando a conhecer o que esteve em jogo: a partir do número de inscritos, o núme-ro de votantes, de votos brancos e nulos, os distribuí-dos entre os partidos e coligações, comparando estes valores com os das eleições de 2011.Poderia alguém esfregar as mão de contente, porquanto a Coligação Democrática Unitária, PCP/PEV, aparece em muitas regiões com resultados curtos.Mas esse Avante! saiu no dia em que a campanha do PCP se dava a prosseguir com novos materiais, logo à partida com grande visibilidade, garantin-do: «Luta e confiança por um Portugal com futuro», sob o lema de sempre: «Uma política Patriótica e de Esquerda, Cumprir a Consti-tuição». E então os gestos mais simples foram os de primeira página, por na do Avante! em causa, ainda por cima com

efeitos coloridos, aparecer em escada a progressão da CDU entre 2002 e 2015 numa coluna ascendente a corres-ponder inalteravelmente ao número de deputados eleitos no arco temporal contemplan-do 5 eleições: 12-14-15-16-17.Ficava esclarecido que em nenhum distrito a CDU perdeu deputados, ganhando mais um - mais uma, aquela que subiu as escadarias da AR, voltando ao início indiciador! – no Porto.A CDU crescera pois em votos, mais votos, mais percentagem, mais deputados, e a derrota da coligação PSD/CDS-PP consideramo-la nós, os comunistas, inseparável da

As raízes de todo o conhecimento ocidental estabeleceram-se na

Grécia, cerca do século VI a.C., quando ciência, filosofia, arte e religião eram ensinadas nas Escolas de Mistérios duma forma integral e não fragmenta-da. Depois, no Ocidente, cada um desses aspectos do saber começou a ser estudado separadamente para que se pudesse desenvolver e aprofun-dar de uma forma mais rápida. A religião reinou durante a Idade Média, condicionando ciência, arte e filosofia. Esta libertou-se parcialmente de cer-tos dogmas religiosos e, no Renascimento, com o Iluminis-mo, assistiu-se a uma reavalia-ção do conceito de Deus, tendo o Medo vindo a ser gradual-mente substituído pelo Amor (Deus é Luz…). Surgiram alterações na arquitectura do pensamento e das formas – transição da horizontalidade românica para a verticalidade gótica –, estas obviamente possíveis através dos progres-sos científicos que proporciona-ram a descoberta de técnicas adequadas a esse desiderato.Posteriormente a ciência dominou com mão de ferro, muitas vezes ridicularizando as manifestações de carácter religioso: a pretensa superiori-dade racional de Caim sobre a reconhecida e assumida atitude fideísta de Abel (e depois de Seth). Os desafiadores exercí-cios da Mente (e do intelecto)

serão sempre condição para alguns avanços científicos e civilizacionais de modo a que a estagnação, o conformismo e a degeneração não prevaleçam, pois na Natureza não existem pontos mortos, embora por vezes assim pareça. E a Arte vai acompanhando estas evoluções, constituindo-se como um barómetro adequado para aferir a ‘realidade’ dos tempos.A perpetuação de algumas fórmulas do ‘pensamento mágico’ por via de relações fusionadas entre o Estado e a Igreja, para, através do obscu-rantismo, se promover o exercício do poder, foi generica-mente aplicada durante a Idade Média (sobretudo até à Refor-ma) no Ocidente, mas ainda prevalece em certos países do Oriente Médio que não admi-tem a laicidade do Estado.Assumindo-se que o primado da Razão sobre a Fé determinou uma mais rápida evolução do pensamento filosófico e científico, com todas as impli-cações vertidas no que se denomina de progresso mate-rial, encontramos em Descartes (1596-1650), matemático e físico, o pioneiro do pensamen-to filosófico moderno, seguin-do-se-lhe, entre outros, figuras incontornáveis como Isaac Newton (1642-1727) que, para além de matemático, astróno-mo, filósofo e teólogo, é consi-derado o pai da física clássica. Para alguns terá sido mesmo quem maior impacto causou na

história da Ciência; para outros foi o maior génio da História. Soube-se, tardiamente, que foi também um estudioso do ocultismo e um grande alqui-mista, o que provocou enorme mal estar nalguns meios científicos mais ortodoxos, para não dizer ‘conservadores’. Bastante mais tarde, formulan-do a teoria da relatividade, Einstein (1879-1955) fundaria com Max Planck (1858-1947) a teoria quântica, derrubando os alicerces da física clássica. Inaugurando a física moderna, os pressupostos admitidos por esta teoria tiveram implica-ções determinantes nas pesquisas sobre a estrutura do átomo e a realidade do mundo sub-atómico. Desde há uns 50 anos que alguns autores (cientistas) têm estabelecido curiosas analogias entre a física moderna e as ideias básicas existentes nas tradições filosóficas e religiosas do Extremo Oriente. Não me refiro já a outras correntes na área do realismo mágico, da literatura fantástica ou da ficção científica. Lembram-se do ‘Despertar dos Mágicos’ (Louís Pauwels e Jacques Bergier),

escrito em 1960?Pois as lições decorrentes das descobertas científicas no campo das teorias atómica e sub-atómica estão longe de constituir algo inteiramente desconhecido ou inédito no que se refere ao que julgamos saber acerca da compreensão huma-na.Possuindo uma história na nossa própria cultura, elas desfrutam de uma posição mais destacada e central no pensa-mento budista ou hindu. Já pensadores como Buda ou Lao Tsé tentaram harmonizar o posicionamento humano como simultaneamente espectador e actor no drama da nossa existência individual e colectiva.É curioso verificar como os fundamentos da Física do século XX – a teoria quântica e a teoria da relatividade – nos conduzem a uma conceptuali-zação do mundo bastante idêntica àquela que tem um hindu, um budista ou um taoísta. E que certas correntes ocidentais – embora não tão divulgadas publicamente – também possuem. E cuja similaridade a Ciência vai fortalecendo.

Viajar no Tempo

luta contra a política de direita. Pelo que sendo a coluna de que falamos ascen-dente, a escada não é escadi-nha para descer e assim a luta continua.Em sintonia, pois, a da raiva anti-comunista da direita perante a votação no hemici-clo, e a força do PCP. Circuns-tâncias da vida, ainda por cima. Terminada a manifestação, no regresso às casa ou ao trabalho nocturno, a caminho de autocarros, metro, barcos e outros meios de transporte, num ou noutro recanto dos convívios de grupo, os bem merecidos, ouviam-se «para-béns a você». Era dia 10, cento e dois anos de Álvaro Cunhal.

PENSO, LOGO INSISTO.

FERNANDO RAIMUNDOCOLABORADOR

POLITICA E CULTURA

VALDEMAR SANTOS MILITANTE DO PCP

SEMMAIS | SÁBADO | 14 DE NOVEMBRO | 2015 | 15

Bálsamo Sazonal

OPINIAO

Diretor Raul Tavares | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

A essência do outono não é íntegra sem o doce verão de S. Martinho. O som da

chuva enche corações, o cheiro a lareiras acesas dá vontade de dançar e o sabor das castanhas conforta o lar. Os lindos reflexos da realidade nas poças de água aconchegam o olhar,

À hora que escrevo este apontamento permanece a incerteza do desfecho a

ser dado pelo Presidente da República a esta situação política que decorre do chumbo do governo ainda em gestão e a aceitação e posse dum governo apoiado pela maioria dos deputados com assento na Assembleia da República. Sobressai a estupefação e a indignação pelo que tem sido um comportamento extremado de certos elementos duma direita trauliteira, que teve o seu ponto alto no que me foi dado ver através de imagens e comentários feitos na rede cibernauta do Facebook, onde alguns se vangloriam de ter participado numa manifestação às portas da Assembleia da República, quando da votação da moção de rejeição que fez cair o “seu” governo.Não que não seja legal essa manifestação, como decerto não estarão feridas de legitimi-dade as moções de rejeição

apresentadas, a queda do governo e a apresentação duma alternativa dum governo suportado pela vontade maiori-tária do Parlamento, em perfeita consonância com a lei constitucional que rege a República Portuguesa. Não se trata de legitimidade mas antes do culminar dum triste espetá-culo a que não faltaram os argumentos mais inapropriados como os que foram palavras de ordem dessa manifestação desesperada. Trata-se da Democracia, que parece ser palavra vã na sua boca e que, em nada corresponde aos seus sentimentos ressabiados.Que dizer das tais palavras de ordem repetidas com azedume: “Costa rua que a casa não é tua!”; “Abaixo a ditadura, fora o PREC”; “Eleições, eleições”? Se a primeira denota uma distorção da convivência democrática em que só eles se encontram possuídos pelo dom da governa-ção, da posse do tal “pote” almejado (se bem se lembram

desta expressão?!), a segunda aponta para resquícios que importa despertar acenando com o “papão” e a terceira para o desespero onde cabe o chamamento do seu “alter ego”, que lhes valha com a inusitada atitude antidemocrática, no extremo pela marcação de novas eleições.É verdade que corresponde a uma manifestação de cerca de 300 pessoas como dizem os jornais. Mas que traduz tudo o que se passou neste período pós-eleitoral, onde não faltou uma argumentação repetitiva que versou sobre a tradição, a pertença ao arco da governa-ção, o fim do mundo que se apressava sobre um Portugal excluído das instituições internacionais, a queda da bolsa, as descidas do rating da República, a reação dos mercados, etc.. A quem não interessava discernir sobre a legalidade duma solução democrática consignada pela Constituição da República

Portuguesa, onde claramente se aponta o local exato e a forma como se escolhem os governos para Portugal. Isto é, na Assem-bleia da República através da votação dum Programa de Governo por parte dos deputa-dos da nação. Deputados que estão todos em pé de igualdade, valendo pelo seu voto, embora representando as diversas forças partidárias. E por assim dizer, legitimados pelo processo que levou à sua eleição, em que o voto de cada um dos cidadãos eleitores vale de igual modo, independentemente da sua origem, situação, credo ou raça. Não se trata dos bons e dos maus, porque se assim fosse a vida ensinou-nos que os que se

Uma manifestação desesperada

Em democracia a legitimi-dade política e jurídica para a formação dos

governos tem regras. No caso português, passam pela avalia-ção política dos resultados eleitorais e pela necessidade de sustentação do governo no parlamento.A proposta de governo de iniciativa do PS, beneficiando de apoio parlamentar maioritário, não é afetada por qualquer ilegitimidade. Existiam outras alternativas, a saber – a formação de um governo dos chamados partidos do arco da governação, PSD, PS, PP, ou a constituição de um governo da coligação PSD/PP.A primeira destas alternativas estava, à partida, excluída. Isto pela avaliação da prática política do anterior governo que, desde o início, não só não deu tradução a qualquer diálogo com os

partidos da oposição como levou longe de mais a austerida-de, contribuindo para a grave degradação económico-social da classe média, para o empo-brecimento geral do país e para a perda da sua influência externa. O PS, em circunstância alguma, poderia aceitar uma alternativa deste tipo. A segunda alternativa jamais poderia ter o voto favorável do PS pelas mesmíssimas razões, implicando quanto muito a abstenção para a passagem do governo. O PS passou a ser o único partido no parlamento com possibilidade de, por si só, bloquear qualquer iniciativa do governo, facto que não excluía entendimentos alargados à esquerda para fazer valer no parlamento iniciativas próprias. Esta alternativa foi sustentada por militantes do PS nas votações havidas na Comissão

Nacional e Política, embora com expressão minoritária.É do domínio público que o próprio autor do presente que nunca partilhou as teses da ala tida por mais à direita do seu partido também a sustentou. Natural e saudavelmente, expressou-a como é próprio de um partido plural, com uma especificidade – a abstenção do PS à passagem de um governo de coligação do PSD e do PP só faria sentido com uma intransi-gente oposição no parlamento à continuação das políticas de austeridade cegas, podendo e devendo o PS avançar com propostos conjuntas, negocia-das à esquerda. O objetivo seria o de repor direitos retirados com as malfeitorias do governo de direita, mas também reafir-mar a dignidade de Portugal e dos portugueses tão afetadas pelo governo de direita.

Esta posição levava em linha de conta o previsível agravamento da crise à escala global e os efeitos que isso poderá ter no futuro governo.O que importa, porém, agora é olhar para o futuro, aceitando, respeitando e contribuindo para fazer vingar a proposta maiori-tariamente sufragada pelos eleitos no parlamento e nos órgãos próprios do PS, susten-tando a queda do governo do PSD e do PP, e apoiando, em alternativa, um governo de iniciativa do PS.Esta é a consequência lógica do

O que importa agora é olhar para o futuro

jogo democrático e de quem o aceita na sua plenitude.Uma e outra destas duas alterna-tivas não estão isentas de riscos, reconheço-o, mas isso é próprio da política. Por isso – e como disse – agora o importante é olhar para o futuro apoiando com toda a força a defesa de um governo de iniciativa PS nos exatos termos propostos, com a firme convicção que ela vai trazer mudanças nas políticas seguidas pelo governo de direita, fortemente condenadas pelo povo português e para bem deste e do nosso futuro coletivo.

A VERDADE DAS COISAS SIMPLES

JOSÉ ANTÓNIO CONTRADANÇAS ECONOMISTA

POLÍTICA MESMO

VITOR RAMALHOADVOGADO

consideram hoje bons já foram maus noutras circunstâncias, mesmo até nas ditas questões europeias que tanto alimenta-ram a peleja.Repito-me no que me levou a este apontamento, mais que não seja a tristeza de ver algumas pes-soas conhecidas, com responsa-bilidades na vida política conce-lhia e distrital, exaltarem o azedume e “postarem” no Facebook a sua participação ativa numa manifestação que, embora legítima, foi um espernear de última hora, correspondendo a uma atitude de desespero pouco digna onde pontuava o ódio e a reclamação de decisões pouco consentâneas ao funcionamento da democracia.

os casacos quentes protegem a mente e o acobreado manto de folhas no chão transpira paz para as cidades.As cores da época são quentes e não é possível alcançar a sua natureza balsâmica sem o caloroso abraço dos raios solares amarelos e a sensação de

liberdade que trazem consigo. S. Martinho encerra habilmente o verão e inicia o inverno, a pouco e pouco, devagarinho.Celebram-se as castanhas, as batatas doces, as sopas caseiras, as romãs e os diospiros. Despe-dem-se os figos frescos, as cerejas, os morangos e os almoços na praia.Convidam-se as lareiras, os

agasalhos, as chuvas intermi-tentes e os nevoeiros na serra. Abre-se mão das longas tardes de praia, do bronze na pele, dos piqueniques no parque e do calor persistente.O verão cumpriu a sua missão e afasta-se lentamente, o inverno aproxima-se, espreitando, tímido, pela porta entreaberta e o outono insiste que se unam.

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO

MARGARIDA NIETOESTUDANTE