seminário métodos qualitativos 2 _ corrigido

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MÉTODOS QUALITATIVOS NA MÉTODOS QUALITATIVOS NA PESQUISA PESQUISA INTERDISCIPLINAR INTERDISCIPLINAR Larissa Giroldo Mariana Gutierres Arteiro da Paz Papucides Bosco Tiago Niela Rafael Gianesella Galvão ICA - ICA - 5763 5763 Pesquisa Interdisciplinar Pesquisa Interdisciplinar Ambiental Ambiental USP – Universidade de São Paulo PROCAM – Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental Estudo de Caso – Percepção Ambiental – Análise de Conteúdo Adalberto Wodianer Marcondes da Silva Amanda Martins Jacob Carmen Lucia Melges Elias Gattás Eloísa Albuquerque José Alfredo Bosi

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Page 1: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

MÉTODOS QUALITATIVOS NA MÉTODOS QUALITATIVOS NA PESQUISA INTERDISCIPLINARPESQUISA INTERDISCIPLINAR

Larissa Giroldo

Mariana Gutierres Arteiro da Paz

Papucides Bosco Tiago Niela

Rafael Gianesella Galvão

ICA - 5763ICA - 5763 Pesquisa Interdisciplinar Ambiental Pesquisa Interdisciplinar Ambiental

USP – Universidade de São PauloPROCAM – Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental

Estudo de Caso – Percepção Ambiental – Análise de Conteúdo

Adalberto Wodianer Marcondes da SilvaAmanda Martins JacobCarmen Lucia Melges Elias GattásEloísa AlbuquerqueJosé Alfredo Bosi

Page 2: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Contextualização e Considerações Gerais – Estudo de Caso como Método de Contextualização e Considerações Gerais – Estudo de Caso como Método de Pesquisa – Projeto e Lógica do Estudo de Caso – Exemplo de Tese do PROCAMPesquisa – Projeto e Lógica do Estudo de Caso – Exemplo de Tese do PROCAM.

ESTUDO DE CASOESTUDO DE CASO1.1.

Primeira Parte

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Segundo GIL (2002) O estudo de caso é um método de investigação em pesquisa social caracterizado por:

Estudar poucos objetos de pesquisa de maneira aprofundada (com o maior nível de detalhamento possível)

Investigação de fenômenos e condições específicas Utilização favorável na análise de temas com alta

complexidade, permitindo a formulação de problemas e a construção de hipóteses

Estudo de CasoEstudo de Caso Contextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

(...) Em resumo, o estudo de caso permite uma investigação para preservar as características holísticas e significativas dos acontecimentos da vida real – tais como: ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de setores econômicos (YIN, 2005, p. 20).

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Estudo de CasoEstudo de Caso Contextualização e Contextualização e ConsideraçõesConsiderações GeraisGerais

Observação diretaObservação direta Levantamento de Levantamento de

documentos e arquivosdocumentos e arquivos Entrevistasntrevistas

Pode ser: Descritivo Exploratório Explanatório

O Estudo de Caso

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Para determinar se o estudo de caso é o método ideal de análise da pesquisa, o autor Robert Yin (2005), estabeleceu um protocolo com base em três perguntas:

Existem questões do tipo “como” e “por que” nas perguntas de pesquisa?

Quando o pesquisador possui pouco controle sobre os fenômenos e acontecimentos que ocorrem dentro do objeto de estudo?

Quando a pesquisa se concentra em fatos contemporâneos?

Estudo de CasoEstudo de Caso Contextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

Page 6: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

A proposição de estudos de caso único deve considerar a existência de casos (YIN, 2005):

RAROS, ÚNICOS OU EXTREMOS – Ocorre quando o fenômeno estudado possui um comportamento atípico ou extremamente raro, no qual não há teorias explicativas relacionadas (pelo menos não convincentes) e quando o caso é fundamental para testar uma teoria específica

TÍPICOS OU REPRESENTATIVOS – Ocorre quando a situação ou o fenômeno estudado reflete com certa precisão a teoria proposta.

REVELADORES – Situação ou fenômeno até então inacessível à investigação científica.

LONGITUDINAIS – Estudo de um mesmo caso sob pontos de vista diferentes no tempo

Estudo de CasoContextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

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Limitações no uso dos estudos de caso: Falta de concisão ou rigor na pesquisa devido a falta de protocolo Dificuldade de generalização científica Falta de literatura na área sobre os procedimentos necessários para a

instauração dos estudos de caso (YIN, 2005).

Características do Pesquisador: (YIN, 2005) Fazer boas perguntas e a partir delas saber interpretar as respostas Ser um bom ouvinte e não se deixar levar por ideologias e conceitos

pré-concebidos Saber adaptar-se as diferentes situações que surgem ao decorrer da

pesquisa Possuir uma noção clara acerca das questões que estão sendo

estudadas sem perder o foco da pesquisa Ser imparcial em relação à essas mesmas noções.

Estudo de CasoEstudo de CasoContextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

Page 8: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Limitações no uso dos estudos de caso: Falta de concisão ou rigor na pesquisa devido a falta de

protocolo Dificuldade de generalização científica Falta de literatura na área sobre os procedimentos

necessários para a instauração dos estudos de caso (YIN, 2005).

Estudo de Casos Múltiplos Replicação da mesma lógica de análise para mais de um

estudo de caso – resultando em um maior número de evidências e uma maior confiabilidade da pesquisa. Exemplo: vários indivíduos, localidades, instituições e etc.

Estudo de CasoEstudo de CasoContextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

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Estudo de CasoEstudo de Caso

Segundo Robert Yin (2005) os componentes do projeto de pesquisa devem levar em conta quatro itens principais:

Questões do estudo: existência de questões do tipo “como” e “por que” nas perguntas de pesquisa. Definição dos objetivos e propósitos do estudo de caso.

Proposições do estudo: identificar as proposições, verificando a partir de qual princípio elas foram concebidas para direcionar o foco da pesquisa, a retomada do referencial teórico é importante.

Unidade de análise: Significa definir do que é o “caso”. Essa definição não precisa ser definitiva logo no início do projeto de pesquisa, todas as escolhas podem ser revistas.

Lógica dos dados e das preposições e os critérios para a interpretação das constatações: significa relacionar os dados obtidos às proposições impostas inicialmente na pesquisa.

Estudo de Caso como Estudo de Caso como Método de PesquisaMétodo de Pesquisa

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Estudo de CasoEstudo de Caso

Na definição da unidade de analise, ou seja, o estudo de caso propriamente dito, Robert Yin (2005) estabelece um protocolo:

Introdução ao estudo de caso e objetivo do protocolo: Levantamento de questões, hipóteses e preposições do estudo de caso; estabelecimento da estrutura teórica (escopo), além da definição de uma linha de investigação.

Procedimentos da coleta de dados: Necessita de um plano descritivo para a coleta de dados com a definição dos locais a serem visitados e das pessoas a serem contatadas ou entrevistadas.

Esboço do relatório de estudo de caso contendo basicamente: a descrição prática das atividades desenvolvidas no estudo de caso, os resultados obtidos por meio da aplicação dos procedimentos de coleta.

Questões do estudo de caso: compreende a avaliação final e interpretação dos resultados obtidos.

Estudo de Caso como Estudo de Caso como Método de PesquisaMétodo de Pesquisa

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Estudo de CasoEstudo de Caso

Fontes de Coleta de Dados e Utilização de Evidências (YIN, 2005)

Utilização de várias fontes de evidência como: documentos, registros em arquivos, artefatos físicos, entrevistas e observação direta e participante – com o objetivo de direcionar o foco de pesquisa e realizar constatações e conclusões acerca do estudo.

Criação de um banco de dados: desenvolvimento de uma forma de organizar os dados coletados aumentando a confiabilidade do estudo, essa organização dos dados pode ocorrer por meio de notas, documentos, tabelas e narrativas.

Manter o encadeamento de evidências: esse princípio possui o objetivo de permitir que o leitor seja capaz, por meio da leitura seqüencial e lógica, de entender todo o contexto da pesquisa desde as questões iniciais até as conclusões.

Estudo de Caso como Estudo de Caso como Método de PesquisaMétodo de Pesquisa

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Estudo de CasoEstudo de CasoProjeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

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Estudo de CasoProjeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

PLANOQuando usar os estudos de caso como método de pesquisa?Identificar as questões de pesquisa ou outras justificativas para a realização de um estudo de caso; Decidir usar o método do estudo de caso, comparando com outros métodos; eEntender seus pontos fortes e suas limitações.

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PROJETOIdentificação e estabelecimento da lógica

do seu estudo de caso:

Definir a unidade de analise e os prováveis casos para estudo;

Desenvolver a teoria, as proposições e os assuntos subjacentes ao estudo antecipado;

Identificar o projecto do estudo de caso (único, múltiplo, holístico e integrado); e

Definir os procedimentos para manter a qualidade do estudo de caso.

Estudo de CasoEstudo de CasoProjeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

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PREPARAÇÃO PARA COLETA DE EVIDÊNCIAO que é necessário antes de dar início à coleta dos dados do estudo de caso?

Ampliar as habilidades como investigador de estudo de caso;

Treinar para o estudo de caso específico; Desenvolver o protocolo do estudo de caso; Conduzir um caso piloto; e Obter aprovação para a proteção dos sujeitos

humanos

Estudo de CasoEstudo de Caso Projeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

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COLETA DE EVIDÊNCIAPrincípios que devem ser seguidos no trabalho com seis (6) fontes de evidencia:

Seguir o protocolo do estudo de caso; Usar múltiplas fontes de evidência Criar um banco de dados do estudo de caso; Manter um encadeamento de evidência.

Estudo de CasoEstudo de Caso Projeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

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ANÁLISE DA EVIDÊNCIAComo iniciar sua análise, suas escolhas

analíticas e como funcionam?

Contar com proposições teóricas e outras estratégias;

Considerar qualquer uma das cinco técnicas analíticas, usando dados qualitativos, quantitativos ou ambos;

Explorar as explanações rivais; e Apresentar os dados separados das interpretações.

Estudo de CasoEstudo de CasoProjeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

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COMPARTILHAMENTORelatório dos estudos de caso (como

compor):

Definir o público; Compor os materiais textuais e visuais; Apresentar evidência suficiente para o leitor

alcançar suas próprias conclusões; e Revisar e reescrever até estar bem feito

Estudo de CasoEstudo de Caso Projeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

Page 20: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

“Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de

reciclagem”

Introdução

Objetivo: entender a inserção dos catadores no campo da indústria de reciclagem, confrontando a abordagem da Economia Solidária com a Teoria institucional

Problema: como e por que está ocorrendo a inclusão dos catadores na cadeia de reciclagem da embalagem PET?

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

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Questões Proposições

Como se desenvolver uma cadeia produtiva e um serviço público inovadores no âmbito da produção e disposição de resíduos?

A organização dos catadores em sistemas cooperativistas de Economia Solidária não é de fato uma via para sua inclusão social.

Como promover políticas públicas que reconheçam a participação dos catadores nos processos de coleta e de reciclagem?

A exclusão dos catadores é o que o qualifica para o trabalho.

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

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Coleta de dados

I. Identificar e contatar os profissionais a serem entrevistados

II. Elaborar o protocolo de pesquisa III. Realizar as entrevistas e audiência a

palestras

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

Page 23: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Procedimentos analíticos

Esboço do relatório de estudo de caso contendo basicamente: a descrição prática das atividades desenvolvidas no estudo de caso, os resultados obtidos por meio da aplicação dos procedimentos de coleta.

Questões do estudo de caso: compreende a avaliação final e interpretação dos resultados obtidos.

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

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Resultados e questões

Cooperativas integradas a um campo organizacional presidido pela lógica da acumulação - submetidas a pressões isomórficas.

Catadores não se enquadram na categoria de excluídos - trabalhadores úteis e fundamentais

Catadores vivem um processo de exclusão e inclusão social

Campo da indústria de reciclagem como uma estrutura social - os catadores passam a ser o grupo desafiante do campo.

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

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.

Bibliografia Principal:Bibliografia Principal:

Bibliografia Complementar:Bibliografia Complementar:BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais: os pólos da prática metodológica. Rio de Janeiro: 1977.

DENZIN N. K.; LINCOLN Y. S. O Planejamento da Pesquisa Qualitativa: Teorias e Abordagem. 2ª Ed. Porto Alegre: 2006. 432p

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GONÇALVES-DIAS, S. L. F. Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de reciclagem. Tese (Doutorado – PROCAM). SANTOS, M. C. L. dos; orientadora. São Paulo: 2009. 198 p.

YIN. R. K. Estudo de Caso: Planejamento e Método. 4ª Ed. Porto Alegre: 2010. 248p

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PERCEPÇÃO AMBIENTALPERCEPÇÃO AMBIENTAL2.2.

Segunda Parte

Contextualização e Considerações Gerais – Percepção Ambiental Contextualização e Considerações Gerais – Percepção Ambiental como Método de Pesquisa – Exemplo: como Método de Pesquisa – Exemplo: A Imagem da Cidade A Imagem da Cidade de de

LynchLynch

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O conceito Percepção Ambiental vai da fisiologia à semiótica, passando pelas representações sociais ou pelo funcionalismo:

Análise atomista - séc. XIX e até o início do séc. XX;

A Teoria da Gestalt, surgida no início do século XX; Idéias de psicólogos alemães e austríacos; Estudos de percepção das cores de Goethe; Fenomenologia e o Existencialismo;

Percepção AmbientalPercepção Ambiental

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Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Sendo definida por:

Operação que expõe a lógica da linguagem que organiza os signos (Ferrara -1993);

Representação da população (Ianni -1999); Piaget a partir do construtivismo (Oliveira -2002) ; Lynch e Cullen através de uma vertente

estruturalista ; Peirce ou de Saussure pela semiótica; Uma vertente fenomenológica, que teria em Tuan e

na geografia humanística a sua inspiração mais forte.

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Legibilidade Construindo a imagem Estrutura e identidade Imaginabilidade

Percepção AmbientalPercepção AmbientalLynch – A imagem da cidade Lynch – A imagem da cidade

A IMAGEM DO MEIO

AMBIENTE

A IMAGEM DA CIDADE E OS

SEUS ELEMENTOS

1. Vias:2. Limites:3. Bairros:4. Cruzamentos:5. Pontos marcantes: inter-relação de elementos, a imagem mutável e a qualidade da imagem

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Percepção AmbientalPercepção AmbientalLynch – A imagem da cidade Lynch – A imagem da cidade

A FORMA DA CIDADE

UMA NOVA ESCALA

Desenhando as ruasO design de outros elementosQualidades de forma: 1. Singularidade, 2.Simplicidade de forma, 3.Continuidade, 4.Predominância, 5.Clareza de ligação, 6.Diferenciação direcional, 7.Alcance visual, 8.Consciência do movimento; e 9.Séries temporais

O sentido do todoA forma metropolitanaUm vasto ambiente urbano pode ter uma forma perceptível, numa estrutura elástica aos hábitos dos cidadãos, aberta a mudanças de função e significado, receptiva à formação de novas imagens. Nesta escala, a educação visual deverá levar o cidadão a atuar sobre o seu mundo visual, propiciando a ele a capacidade de ver mais nitidamente.

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As imagens do meio ambiente derivam de um processo bilateral:

O observador deveria participar ativamente na percepção do mundo e criticamente no desenvolvimento da sua imagem, embora concorde com a imagem criada entre membros de seu grupo.

Percepção AmbientalPercepção AmbientalLynch – A imagem da cidade Lynch – A imagem da cidade

Observador

Meio

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A imagem do meio ambiente pode ser analisada em três componentes:

Identidade - distinção de outras coisas, enquanto entidade separável, individual ou particular;

Estrutura – relação espacial ou estrutural do objeto com o observador e com os outros objetos;

Significado – relação de significado tanto prático como emocional.

Percepção AmbientalPercepção AmbientalLynch – A imagem da cidade Lynch – A imagem da cidade

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Percepção AmbientalPercepção Ambiental

As abordagens filosóficas nas pesquisas da percepção ambiental a partir de Merleau-Ponty , o essencial é captar a percepção viva, a percepção em via de realização. Para isso, é necessário se livrar de todos os preconceitos dogmáticos que proporcionam apenas percepções fossilizadas, espécies de objetos cadáveres.

Na análise dos espaços vividos, segundo Serpa a fenomenologia da imaginação de Bachelard exige que “vivamos diretamente as imagens, que as consideremos como acontecimentos súbitos da vida”. (2001, p.34)

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Percepção AmbientalPercepção Ambiental

As discussões da estética permitem uma importante reflexão para a educação ambiental no que diz respeito às perdas de contato com a concretude nos grandes centros urbanos, que significam também perda de contato com a natureza e o lugar habitado, em função da disseminação das hiper-realidades e proliferação dos não-lugares, que dessensibilizam cada vez mais o ser humano.

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Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Estudos sobre percepção ambiental no campo da educação ambiental são iniciativas que podemos considerar relativamente novas, se comparadas à inserção da temática em outros campos de conhecimento,como a psicologia e a geografia. Há, no entanto, uma preocupação recente que diz respeito às formas como essas iniciativas têm sido conduzidas,principalmente quanto à adoção dos referenciais teóricos e às diferentes questões e abordagens de pesquisa que são ancoradas no tema, algumas vezes desprovidas do entendimento do seu real significado.

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Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Há uma determinada complexidade na natureza do fenômeno, o que gera uma demanda por aportes teóricos de outras áreas do conhecimento;

Essa complexidade se revela no surgimento de vários conceitos articuladores quando se busca evidenciar como se dá a percepção,tais como memória, imaginário e construção social da imagem, conhecimentos populares, elementos estéticos, processoscognitivos e topofilia;

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Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Há uma certa superficialidade, detectável nos estudos no campo da educação ambiental, no uso desses conceitos e seus fundamentos advindos de outras áreas de conhecimento;

O não-entendimento do real sentido do fenômeno tem significado alguns reducionismos nos estudos da percepção no campo da educação ambiental, especialmente nos que se caracterizam pela reprodução de levantamentos conceituais e pela falta de fundamentação teórica adequada.

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Bibliografia Principal:Bibliografia Principal:

LYNCH, KevinLYNCH, Kevin, , A A Imagem da CidadeImagem da Cidade, , Edições 70, 1989Edições 70, 1989

Bibliografia Complementar:Bibliografia Complementar:

DESCARTES, RenéDESCARTES, René, Discurso , Discurso do Métododo Método, Os Pensadores, Abril , Os Pensadores, Abril Cultural, 1979Cultural, 1979MERLEAU-PONTY, Maurice, MERLEAU-PONTY, Maurice, Fenomenologia da PercepçãoFenomenologia da Percepção, , Martins Fontes, 2006Martins Fontes, 2006

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ANÁLISE DE CONTEÚDOANÁLISE DE CONTEÚDO3.3.

Terceira Parte

Contextualização e Considerações Gerais – Análise de Conteúdo Contextualização e Considerações Gerais – Análise de Conteúdo como Método de Pesquisa –– Exemplo: Análise de conteúdo de como Método de Pesquisa –– Exemplo: Análise de conteúdo de

BARDIN.BARDIN.

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Definição:

“Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos, e objetivos de descrição do conteúdo da mensagem, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) desta mensagem.”

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Histórico

Primeiras análises: hermenêutica 1915: Lasswell 2º Guerra Mundial e Guerra-Fria:

investigação e descrição objetiva. 1950 á 1960: diminuição das análises de

conteúdo. 1960: início da interdisciplinaridade.

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Interdisciplinaridade

Tratamento e análise de mensagem podendo ser utilizado em diversas

disciplinas:

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Método:

1) Pré – análise 2) Exploração do material 3) Tratamento dos resultados obtidos e

interpretação

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

1) Pré- análise: Escolha dos documentos a analisar; Formulação de hipótese e objetivos; Elaboração de indicadores que

fundamentem a interpretação final; Operações sucessivas, Reflexivo e

organizacional2) Exploração do material: Fase longa consistindo da codificação do

material após a conclusão da pré análise.

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3a) Tratamento de resultados obtido e interpretação

Condensação e relevância das informações obtidas através da análise (operações estatísticas, simples ou complexas estabelecendo quadro de resultados, figuras e modelos)

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3b) Tratamento dos dados obtidos:

- Codificação:Tratamento do material através de escolhas representativas para o conteúdo:- Análise temática;- Compreensão do contexto em que o objeto está inserido;- Análise qualitativa e quantitativa.

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3c) Tratamento dos dados obtidos:Categorização

Uma classificação dos elementos seguidos por reagrupamento dos mesmos com critérios previamente definidos:-Inventário;-Classificação.

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3d) Tratamento dos dados obtidos:Inferência

Inferência é uma interpretação controlada da análise de um conteúdo e possui dois aspectos:

O teórico (pólos de atração) e; O prático ou realista.

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Polos da análise (de atração) A análise fornece informações

suplementares ao seu leitor, os pólos de atração de uma análise são o sujeito e o objeto a ser analisado.

Podem se basear no mecanismo clássico da comunicação: de um lado a mensagem, de outro, o receptor.

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

A – o emissor pode ser um individuo ou um grupo de indivíduos que exprimem mensagens que os representa.

B – o receptor, novamente, pode ser um indivíduo ou um grupo emissor que se dirige ao receptor.

C – a mensagem pode fornecer informações sobre o emissor ou sobre o receptor, sem ela não é possível fazer uma análise.

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Existem dois níveis de análise:O continente ( significantes, código) e o

conteúdo (significados, significação):

O código - entender até que ponto a mensagem informa o que queremos saber.

A significação – é o significado que a mensagem fornece: seu conteúdo. Muitas vezes o conteúdo encontrado na mensagem pode estar ligado a códigos que sustentam uma significação.

D- O medium é o canal que a mensagem é transmitida. ( TV, telefone, carta, livro, filme e etc...)

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Na análise de conteúdo a inferência torna-se importante no momento em que se analisa a função expressiva da comunicação, na medida em que é uma interpretação controlada. Pode-se analisar o receptor (com hipóteses) de como a mensagem exprime e representa o emissor ou analisar o receptor (do que a mensagem representa para quem a recebe).

No entanto é sempre necessário a inferência da mensagem porque é o ponto de partida da análise.

A inferência é o início da indução para investigar as causas da mensagem. Os indicadores de inferência são de naturezas diversas de acordo com seu objetivo.

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Page 55: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

1 - Análise Categorial Desmembramento do texto em unidades Investigação por temas (análise temática): uma

possibilidade de categorização

2 - Análise de avaliação Medida das atitudes: detectar uma “pré disposição”,

manifestação de juízo de valor Extrair mensagens: Seleciona-se enunciados que

exprimem uma avaliação. Observa-se como os termos são utilizados e associados.

Adjetivos, substantivos etc. Ex: “o Herói oferece a paz”

Atenção ao nível de favoritismo/desfavorotismo

Page 56: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3 – Análise da enunciação Considera a produção da palavra como um

processo. O discurso é um momento num processo de elaboração.

Condições de produção da palavra em entrevistas (ou qualquer comunicação):

Triângulo: LOCUTOR OBJETO INTERLOCUTOR

Observar figuras de retórica

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Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

4 – Análise da Expressão

Preocupação com características formais. Índices Ex: quantidade de palavras diferentes utilizadas.

Riqueza de vocabulário. Léxico. Quantidades de palavras exprimem mal estar X

descontração (utilizado em terapias) Características da frase.

Page 58: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

5 – Análise das relações

Relações que os elementos do texto mantém entre si.

Presenças simultâneas: co-ocorrências Ex: Capitalismo – Exploração

dinheiro – doença Mensuração de frequências

Page 59: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

PráticasPráticas

As principais técnicas de análise de conteúdos começam a ser utilizadas nos Estados Unidos com foco principal em análise de mídia impressa, principalmente jornais e revistas, com foco em análise política de conteúdos editoriais e avaliação de conteúdos relacionados ao marketing.

A edição revista avaliada neste trabalho é de 1977 e, apesar de já incluir temas relacionados à informatização deste tipo de análise, não se aproximou dos volumes de conteúdos oferecidos pela Internet.

Page 60: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Análise de associação de Análise de associação de termos ou palavras e de termos ou palavras e de frequênciafrequência

Associação de palavras

Neste caso pega-se o objeto da pesquisa e busca-se na pesquisa associar a termos escolhidos ou termos que surgem de forma espontânea nas respostas ou no conteúdo analisado.

Frequência das palavras

Esta análise se basei a frequência com que determinados termos aparecem em uma pesquisa, um texto ou um discurso,e é interpretada a partir de seus significados.

Page 61: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Objetos para a análiseObjetos para a análise

A Análise de Conteúdo pode ser aplicada a qualquer meio de transmissão de mensagens. Apesar do texto de Laurence Bardin ser mais enfático em modelos que tem o texto como plataforma da mensagem, é possível trabalhar com conteúdos pictográficos, em áudio e vídeo, além de mensagens do universo da internet. É cada vez mais comum a análise de conteúdos de sites e de mídias sociais para a determinação não apenas da mensagem, mas também o estabelecimento de padrões de comportamento.

Page 62: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Exemplos e RealidadeExemplos e Realidade

O livro se atém a exemplos simples de análises de conteúdos de pesquisas, como a relação de pessoas com o automóvel, ou a análise de conteúdos de uma seção de horóscopo de uma revista feminina. São exemplos didáticos que servem para a compreensão da metodologia e importantes porque mostram como formular as hipóteses de pesquisas e trabalhar os resultados a partir de uma série de variáveis de fatores de análise. A realidade, no entanto, está surpreendendo. Empresas de telefonia móvel estão coletando dados de seus clientes para estabelecimento de padrões comportamentais, hábitos de mobilidade e de consumo através de técnicas de análises de conteúdos.

Page 63: Seminário   métodos qualitativos 2 _ corrigido

Partículas que se movemPartículas que se movem

“Transformamos a sociedade num laboratório no qual o comportamento pode ser observado de modo muito objetivo”

Albert-Lazlo Barabasi – Northeastern University

“Foi analisado o conteúdo emocional de palavras usadas em 9,7 milhões de tweets postados por 2,7 milhões de usuários e os dados permitiram prever o comportamento da bolsa de valores”.

The Wall Street Journal

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Limites éticos e sociaisLimites éticos e sociais

A possibilidade de análise de qualquer tipo de conteúdo sob a ótica do mercado deve ser objeto de um debate ético. No entanto, seu uso para obter-se dados socialmente aceitos deve ser estimulado.

A academia tem o dever de estabelecer os limites sob os quais as ferramentas da pesquisa científica tem o direito de atuar.

O campo da ética do pesquisador nunca foi ou será tão intensamente testado como nas atuais demandas por “aperfeiçoamento” das ações de mercado via instrumental científico.

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Bibliografia Principal:Bibliografia Principal:

BARDIN, Laurence. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo.Análise de conteúdo.

Edições de 1977 e Edições de 1977 e 2008.2008.