seminário hist. paisagismo - parte 2

17
Cidade romana As bases da civilização romana encontravam-se no POVO ETRUSCO, surgido no século IX a.C., na costa tirrênica, e depois expandido para o interior entre os séculos VII e VI a.C. através de cidades de traçado irregular e cercadas de muralhas, depois modificadas pelos romanos. Na Etrúria, existiam muitas cidades-estado (Volterra, Arezzo, Cordona, Chiusi, Perugia, etc.), governadas de modo aristocrático e unidas por uma liga religiosa. Porém, a partir do século V a.C. a influência grega foi decisiva.

Upload: ariana-vieira

Post on 15-Jun-2015

541 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Cidade romana

As bases da civilização romana encontravam-se no POVO ETRUSCO, surgido no século IX a.C., na costa tirrênica, e depois expandido para o interior entre os séculos VII e VI a.C. através de cidades de traçado irregular e cercadas de muralhas, depois modificadas pelos romanos.

Na Etrúria, existiam muitas cidades-estado (Volterra, Arezzo, Cordona, Chiusi, Perugia, etc.), governadas de modo aristocrático e unidas por uma liga religiosa. Porém, a partir do século V a.C. a influência grega foi decisiva.

Page 2: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Modelo de Castrum

As novas cidades romanas eram chamadas deCASTRUM e eram traçadas a partir de duas grandes vias – a Cardo Maximus e a Decumanus Maximus – que se cortavam em ângulo reto junto ao forum.

A disposição regular e ortogonal das castraoriginou-se dos acampamentos romanos,que se desenvolviam em forma quadrada, cujas vias principais partiam da tenda do general.

Page 3: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Cidade-colônia de Aosta

Cidade-colônia de Bostra(atual Baedecker)

Dando maior flexibilidade ao modelo grego, os romanos deram grande importância àorientação no planejamento urbano, atentando para a salubridade, a higiene e aexposição ao sol, aos ventos e à umidade do terreno, além do respeito à topografia.

Havia preocupações com a drenagem, a insolação adequada (cômodos para o sul, o sol de inverno), o abastecimento de água proaquedutos e a pavimentação em pedra das vias.

Page 4: Seminário   hist. paisagismo - parte 2
Page 5: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Analogamente, os traçados retilíneos também serviam como referência para a divisão racional do território cultivável do Império, estabelecendo-se parcelas quadradas de 50 he. (anturiae), que eram atribuídas aos colonos romanos ou latinos enviados aos territórios de conquista.

Cidadecolônia de TrierCenturiatio em Ímola (Itália)

Page 6: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Cidade vitruviana

Roma ideal (gravura de 1527)

Vitrúvio concebia a CIDADEIDEAL como aquela dotada deplanta octogonal e rodeada de

muralhas, por motivos nãosomente defensivos, como

também meteorológicos, já quevisava protegê-la dos ventos

predominantes.

Suas idéias, perdidas na eramedieval, mas resgatadas no

Renascimento, influenciaram aUTOPIA URBANA, com plantascirculares e poligonais dentro

das quais se situavamquarteirões em trama ou

dispostos em linhas radiais.

Page 7: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Roma republicanaRio Tibre e as Sete Colinas

Roma nasceuestrategicamente à margemdireita do rio Tibre (Tevere)em uma região com váriascolinas – destacando-se os

setes montes: Caelius,Cispius, Oppius, Aventinus,

Palatinus, Quirinalis eViminalis –, que garantiram

seu desenvolvimentoprogressivo e seguro, além

de um sistema eficaz demuros, aquedutos e

grandes obras públicas.

Page 8: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Arco de Tito(81 dC, Roma)

Ruínas dasTermas de Caracala(216 dC, Roma)

O desenvolvimentohistórico de Roma foi

marcado pela construçãode grandes estruturas

urbanas, como diversosfóruns, templos, teatros,

anfiteatros e termas. Durante toda a era

republicana, de 508 a 44a.C., Roma foi embelezada

com novos edifícios eestruturas majestosas,

voltadas a cortejostriunfais e festividades.

Page 9: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

ROMA Imperial

Page 10: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Interior(Altura e diâmetro do domo = 43,3 m)

Pantheon(118-125 dC, Roma)

No primeiro século doImpério, ROMA cresceu de

400.000 para 1.200.000habitantes (Séc. II d.C.). O

reinado de Augusto,fundador do sistema

imperial,estabeleceu um padrão deembelezamento da capitalque acabou sendo seguido

pelos imperadoressubseqüentes, que fizeram

uma série de reformasvoltadas ao luxo e à

grandiloqüência da cidade.Coliseum(78-80 dC, Roma)Capacidade para 55.000 pessoas

Page 11: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Mercado de Trajano(Roma)

Nesse período, Roma atingeseu máximo poderio, o queacaba se refletindo em seuaspecto físico e territorial.

Paralelamente às construçõespúblicas, desenvolve-se aconstrução de moradias:

As DOMUS (casas individuaistérreas ou assobradadas,

agrupadas em torno do atriume do peristilum)

As INSULAE (casas coletivasde vários andares, surgidas no

século IV a.C., formadas porum térreo comercial, tabernae,com apartamentos superiores,

cenacula).

Tabernae

Insulae

Page 12: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Roma atual

Roma imperial

No início da era cristã,ROMA crescia

congestionada e a redeviária tornou-se

insuficiente. Surgiramproblemas de moradia,

limpeza e abastecimento. A decadência do IMPÉRIOROMANO, iniciada após oreinado de Marco Aurélio

(121-180 d.C.) conduziu aoseu colapso e progressivo

desprestígio, cujapopulação diminuiu até

25.000 pessoas em plenaIdade Média.Roma atual

Roma imperial

Page 13: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Conclusão O desenho em retícula regular de vias paralelas, com porções

delimitadoras iguais ou semelhantes de solo para a distribuição de moradias, consistiu no sistema-base de colonização dos antigos

gregos e romanos.

Além dessa divisão racional do espaço, o ZONEAMENTO FUNCIONAL foi outra característica que marcou a organização das cidades-colônia clássicas, destacando-se o local de concentração

das atividades urbanas públicas (ágora grega, depois forum romano).

Page 14: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Planta da cidade-colôniade Herculaneum(Itália)

Forum principalde Pompéia(Itália)

Na Roma antiga, aGRELHA GEOMÉTRICAorientada constituiu-se

como um esquemapresidido por uma razão

ordenadora no interior doqual tudo era disposto e

medido: os lugaresinstitucionais civis e

religiosos (forum), osedifícios públicos (teatrose termas) e as habitações

(domus e insulae)

Page 15: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Apesar desse esquema urbano reticulado, sua flexibilidade permitiu, na época imperial, o processo de romanização

sistemática dos centros urbanos pré-existentes à conquista, sobretudo nas cidades gregas e helenísticas em que já existiam

implantações consolidadas.

Page 16: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Cidade-colôniade Palmira

Sabrahta

Leptis Magna

A idéia de cidade queo mundo clássico

transmitirá para asculturas seguintes

seria, portanto, a deuma urbe onde os ixos

estruturais tomamforma na composição,estes destacados porpórticos e por uma

arquitetura articulada,que valoriza aspectoscenográfico-espaciais.

Page 17: Seminário   hist. paisagismo - parte 2

Bibliografia

BENÉVOLO, L. Diseño de la ciudad. 3a. ed. Barcelona: Gustavo Gilli, v. I, 1982.

_____. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2001. 730p. GOITIA, F. C. Breve história do urbanismo. 5a. ed. Lisboa: Presença, 2003.

MUMFORD, L. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. 5a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

NORBERG-SCHULZ, C. Arquitectura occidental. Barcelona: Gustavo Gilli, 1983.

PEVSNER, N. Panorama da arquitetura ocidental. São Paulo: Martins Fontes, 1988.