seminário - exercicios contra indicados

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ESCOLA SUPERIOR SÃO FRANCISCO DE ASSIS - ESFA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA ALTAIR CLEMENTE LOPES CHAIANY MARQUEZINI JULIANA ROSA DO NASCIMENTO FISIOLOGIA DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS EXERCÍCIOS CONTRA-INDICADOS E EXERCÍCIOS RESISTIDOS: FUNDAMENTAÇÕES EM EVIDÊNCIAS

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ESCOLA SUPERIOR SO FRANCISCO DE ASSIS - ESFALICENCIATURA EM EDUCAO FSICA

ALTAIR CLEMENTE LOPESCHAIANY MARQUEZINIJULIANA ROSA DO NASCIMENTO

FISIOLOGIA DOS EXERCCIOS RESISTIDOSEXERCCIOS CONTRA-INDICADOS E EXERCCIOS RESISTIDOS: FUNDAMENTAES EM EVIDNCIAS

SANTA TERESA2015

INTRODUOOs riscos de leses so inevitveis na realizao de atividades que envolvam aes motoras de moderada a alta intensidade, todavia, durante a prescrio de exerccios de fora, os riscos de leses podem ser evitados de acordo com as limitaes de cada indivduo. Alguns esportes como os de combate, contato corporal e ginstica possuem, por natureza prpria, um ato grau do risco de leso. Em relao aos exerccios resistidos, o risco de leso reduzido em razo da segurana dos equipamentos, entretanto, a prescrio de exerccio sem embasamento cientfico potencializa esses riscos. As leses podem ser classificadas em duas categorias: traumticas e por excesso de uso.As leses traumticas so acontecimentos inesperados, nos quais sentimos o efeito imediato e sabemos que alguma coisa errada aconteceu, como por exemplo, dor, edema, ferida, escoriaes. Elas ainda podem ser clarificadas em extrnsecas, motivada por alguma causa externa como um golpe, uma toro ou queda, e intrnsecas, sem causa evidente,como estiramento da musculatura, rompimento de tendo.As leses por excesso de uso geralmente esto associadas a certas atividades, usualmente repetitivas e aumentam gradativamente como por exemplo inflamao do cotovelo do tenista e tornozelo do corredor. Esse captulo tem por objetivo descrever as possveis leses com a realizao de treinamentos errneos e fornecer base de prescrio de exerccios de fora, de forma a evitar leses de acordo com a progresso do treinamento.

Agachamento totalEsse um exerccio bastante eficaz para a funcionalidade dos membros inferiores, porm, importante deixar claro que o profissional deve ser cuidadoso quanto a prescrio desse exerccio para indivduos que apresentem desordem pantelofemoral e do ligamento cruzado posterior (LCP).Durante a realizao do agachamento profundo observada maior inclinao do tronco frente. Desse modo ocorre maior deslocamento ma massa corporal para uma posio mais prxima da articulao do joelho e consequentemente o afastamento da articulao coxofemoral, gerando um recrutamento maior dos msculos do glteo e posteriores da coxa aumentando a tenso patelar. observado que a posio dos ps mais unidos gera alta atividade do gastrocnmio, quando comparado aos ps mais afastados. Os ps mais afastados durante uma flexo de joelhos a partir de 90 causa grande tenso no LCP e estiramento do tendo patelar. comum ocorrer leso no menisco por execuo incorreta do exerccio, os sintomas mais comuns so limitao articular durante o movimento, dor e derrame articular. O posicionamento entre 70 e 80 mantm o complexo articular do joelho inalterado e maior recrutamento de unidades motoras.

Leg Press (posicionamentos corretos)Existem algumas duvidas sobre o posicionamento dos ps durante o exerccio de leg press. Estudos mostram que os ps no alto do aparelho e afastados geram muito mais tenso nos posteriores de coxa, quando comparado aos ps aproximados.A articulao do joelho comprometida em alguns ngulos de execuo do exerccio. Entre 50 e 70 no observada alterao do complexo do joelho, estejam os ps no alto do aparelho ou na parte baixa com os ps afastados. Quando o exerccio realizado com os ps prximos, seja na parte alta ou baixa do aparelho observada grande tenso pentelofemoral e tibiofemoral. Em relao reabilitao recomenda-se a utilizao do exerccio leg press entre 90 e 45.Em uma pesquisa realizada pelo teste de 1RM em relao ao ngulo adotado no exerccio de leg press, constatou que houve diferenas significativas nos testes realizados com 80, 90 e 100. OS resultados mostraram que o teste de 1 RM aplicado a 100 apresenta ganhos significativos em relao s outras angulaes testadas. OS pesquisadores hipotetizaram que quanto menor as angulaes entre a perna/coxa e coxa/abdmen, maior ser a resistncia ofertada no movimento. O recrutamento do quadrceps mais ativado quando os ps se mantm na rea intermediria ou baixa do aparelho com ps afastados. Quanto ao recrutamento do reto femoral recomenda-se o movimento com os ps em dorsiflexo na rea intermediria do aparelho e afastados.

Levantamento terraA execuo deste movimento de forma correta bastante eficaz na preveno e reabilitao de problemas na regio lombar. Uma anlise na coluna de atletas de levantamento de peso mostrou que, embora a coluna esteja em flexo total no exerccio, cada vrtebra permanece de 2 a 3 da amplitude mxima da flexo, demonstrando controle dos estabilizadores. Mas quando o exerccio realizado de forma errnea fica constatado um grande risco de leso, sendo a principal delas no disco intervertebral. A sobrecarga imposta causa presso sobre a parede anterior do disco, fator que ocasiona a hrnia de disco. Neste momento a dor pode no ser presente, mas o esforo repetido do movimento provoca um quadro crnico da dor. Em suma o exerccio gera grande tenso no corpo da vrtebra, abalando a estrutura anatmica da coluna vertebral.

Exerccios com movimentos parciais Os exerccios de fora quando realizados em toda sua amplitude previnem o encurtamento muscular e geram tenso em todo ngulo articular. Os exerccios realizados de forma parcial implicam no menor grau de flexibilidade (encurtamento do comprimento muscular) em relao aos exerccios amplos, consequentemente, o grau de fora ser maior no ngulo articular que apresentar maior exigncia.Assim, os exerccios parciais no contribuem com a capacidade biomecnica dos segmentos do corpo em relao ao movimento desejado (JENSEN e FISHER, 1979). Na tabela a seguir podemos ver um exemplo de variao de fora em relao ao ngulo de contrao.

Flexo de cotovelo agachado no Pulley BaixoDurante a realizao deste movimento ocorre grande tenso no tendo patelar. Este fato ocasionado por o tendo patelar ser muito curto e se estende entre o plo distal da patela e a tuberosidade tibial. Entretanto, atua como ponto de concentrao para a trao exercida pelo grupo muscular do quadrceps durante os movimentos do joelho. O tendo patelar muito exigido quando os movimentos do joelho envolvem uma flexo completa sob o peso do corpo, podendo com o tempo de treinamento, gerar dor patelofemoral. Outro agravante deste exerccio a leve flexo do tronco, sendo o mesmo fato em relao ao levantamento terra (hrnia de disco), porm, em menor intensidade.

Exerccios sentados sem o apoio de um banco a 75 e 85 de inclinaoDe acordo com a progresso das repeties, aumenta a tendncia do indivduo de realizar uma flexo da coluna, consequentemente, aumento na presso dos discos, que fora o fludo interno da coluna contra a parede posterior e mais fina dos discos.Ao realizarmos exerccios sem uma postura e apoio correto das costas podemos estar expostos a dois problemas posturais: a hrnia de disco (citada anteriormente) e a osteofitose (bico de papagaio). A osteofitose aparece decorrente da protuso progressiva do anel fibroso do disco intervertebral, dando origem formao de osteofitos cujos efeitos so agravados pela desidratao gradual do disco intervertebral, causando a aproximao das vrtebras, comprimindo a raiz nervosa e causando dores. Assim, qualquer tipo de exerccios sentado deve ser realizado com apoio de um banco entre 75 e 85 de inclinao.

REMADA EM P AT A ALTURA DO QUEIXO Durante a execuo progressiva deste movimento, o risco de leso observado na regio dos ombros, caracterizando-se especificamente pelo processo inflamatrio que acomete a bursa. Estas so representadas por pequenas bolsas de paredes finas, constitudas de fibras de colgenos e revestidas de membrana sinovial. So localizadas nas regies onde os tecidos so submetidos frico, ou seja, nas proximidades das inseres tendinosas e articulaes (GLOUSMAN et al, 1988; KUMAR et al., 1989). A principal caractersticas para detectar um processo inflamatrio decorrente deste tipo exerccio, sendo mal prescrito ou mal realizado, sintoma da dor local (TAKAHASHI et al., 1992). Este sintoma de dor caracterstico de movimentos de abduo, rotao externa e elevao do membro superior. Quando detectada, mas no tratada adequadamente, a dor irradia-se para a regio escapular ou braos e gera grave incapacidade funcional, consequentemente, ocasiona no aparecimento da capsulite adesiva ou da sndrome da distrofia simptico-reflexa (KUMAR et al., 1989).Em relao ao melhor posicionamento a ser utilizado na execuo deste movimento, CIULLO e ZARINS (1983) destacam a elevao da sobrecarga at a regio mdia do osso externo.

DESENVOLVIMENTO DE OMBROS POR TRS Do ponto de vista funcional, atividades cotidianas no requerem a prtica de levantar uma resistncia por trs da cabea. Mas pessoas devem freqentemente levantar uma resistncia pela frente do corpo ou, no caso do exerccio desenvolvimento por trs, tambm lateralmente. A execuo deste movimento gera tenso extrema no complexo do ombro. Estas tenses so relativamente altas na regio do supraepinhoso, infraespinhoso e subescapular. Alm destes fatores a execuo deste exerccio provoca a rotao da cabea do mero para trs e com movimentos repetivos em contato direto entre a capsla articular e a bursa, gera-se uma bursite. importante mencionar que o comprometimento do manguito rotador visvel com a prtica progressiva deste exerccio. Assim, HORRIGAN et al (1999) relatam que a abduo de ombro 45 com as mos supinadas mostram-se mais eficaz na reabilitao do manguito rotador, quando comparado com a rotao interna e externa de ombro.

ABDUO DE OMBROS ACIMA DE 90A utilizao deste tipo de exerccio progressivamente gera uma tendinopatia, que ocorre pela compresso do manguito rotador (principalmente no tendo do msculo supra-espinhal) e a cabea longa do msculo bceps braquial entre a cabea umeral e o arco coracoacromial (formado pelo ligamento coracoacromial, poro ntero-inferior do acrmio e articulao acrmio-clavicular) (NEER, 1983;1990). Durante a execuo sucessiva e prolongada do movimento o risco de leso classificado em 3 fases distintas de acordo com a idade do indivduo: 1 - edema e hemorragia (< 25 anos); 2 - tendinite e fibrose (entre 25 e 40 anos); 3 - osteofitos e ruptura (> 40 anos) (NEER, 1990).A dor no ombro o sintoma principal e inicial, pois conseqncia de edema e hemorragia local, a princpio reversvel. Se o indivduo continuar a realizar movimentos apesar da dor, haver fibrose e tendinite crnica do manguito rotador at que finalmente haja ruptura completa do manguito com alteraes e prejuzos estruturais e funcionais que s sero resolvidos atravs da interveno cirrgica (CIULLO, 1996). Desta forma, a recomendao segura para a realizao deste exerccio seria entre os ngulos articulares de 70 a 75.

CONCLUSO O capitulo discutido, apontou que os exerccios resistidos so os mais eficientes para aumentarem os estmulos hipertrficos das reas articulares, em virtude das sobrecargas e amplitudes controladas e da ausncia de impacto significativo. Porm, este fato no deve ser levado em considerao quando abrange prescries de programas de treinamento de forma errnea. O professor de educao fsica deve considerar toda forma de estudos cientficos na sua prescrio de treinamento, de modo a aumentar a segurana articular e evitar possveis leses nos indivduos treinados ou destreinados.

REFERNCIAMAIOR, A, S. Fisiologia dos Exerccios Resistidos. Editora Phorte. 1 Edio. Ano 2008.