seminario de fisiologia vegetal
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPOS DE PATOS - PB
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DISCIPLINA: FISIOLOGIA VEGETAL
GIBERELINAS
HAVANE ESTEFANE LINDOMAR RICARDO
A DESCOBERTA DAS GIBERELINAS
• Na Ásia, plantadores de arroz conheciam uma doença que
causava nestas plantas um crescimento excepcional, que
consequentemente suprimia a produção de sementes.
• No Japão, essa doença era chamada de “planta boba”
(bakanae);
• Em 1926, Kurosawa descobriu que o crescimento
excepcional dessas plantas era causada por uma substância,
secretada pelo fungo Gibberella fugikuroi, que infectava o
vegetal;
• Na década de 1930 esta substância foi isolada e
denominada de giberelina A;
• Na década de 1950, americanos e ingleses elucidaram a
estrutura do material purificado de filtrados de cultura de
fungos, ao qual denominaram de ácido giberélico;
• Quase ao mesmo tempo, cientistas japoneses, isolaram três
giberelinas a partir da giberelina A original e as chamaram
de GA1, GA2 e GA3 (ácido giberélico);
• Em 1958 uma giberelina (GA1) foi finalmente identificada
em sementes imaturas do feijão escarlate (Phaeseolus
coccineus). A partir de então, esta substância passou a ser
considerada um hormônio vegetal.
Estrutura:
GIBERELINAS
• As giberelinas são definidas por sua estrutura química
baseado em um esqueleto ent-giberelano tetracíclico (com
20 átomos de carbono). Podem ser divididas em dois
grupos de acordo com sua estrutura: GA-C20 e GA-C19
(giberelinas que perderam o átomo de carbono na posição
20 durante o metabolismo).
• Essas GAs ativas são GAs-C19 e possuem um anel 4,10-
lactona. As GAs-C20 não possuem atividade biológica,
mas podem ser metabolizadas em GAs-C19 que podem ser
bioativas.
Esqueleto ent-giberelano (136 GAs conhecidas*)
* http://www.plant-hormones.info/ga1info.htm
LOCAIS DE PRODUÇÃO
As giberelinas podem ser sintetizadas a partir do:
Embrião das sementes;
Meristema apical do caule;
Folhas jovens;
Talvez nas raízes (ainda é incerto).
MECANISMOS E MODO DE AÇÃO
A GA promove a divisão e o alongamento celular
preferencialmente em células jovens. Por sua vez, as
auxinas promovem a extensão celular. A aplicação de
giberelina provoca o alongamento dos entrenós em várias
espécies.
TRANSPORTE
Efeitos Fisiológicos das Giberelinas
• Promovem a germinação de sementes
Para a quebra de dormência de sementes que requerem luz ou
frio para a indução da germinação;
Para o enfraquecimento da camada do endosperma que
envolve o embrião e restringe o seu crescimento;
Para a produção de enzimas hidrolíticas (como amilases e
proteases em cereais);
Para a mobilização de reservas energéticas do endosperma;
Para a ativação do crescimento vegetativo do embrião.
• Estimulam o crescimento do caule e da raiz
A aplicação de giberelina promove o alongamento dos
entrenós em várias espécies. No entanto, o estímulo mais
pronunciado tem sido visto em espécies de plantas anãs ou
em rosetas, bem como nos membros da família Poaceae
(gramíneas), com a aplicação na parte aérea promoveu tanto
alongamento da parte aérea quanto da raiz.
• Regulam a transição da fase juvenil para a
fase adulta
Muitas plantas perenes não florescem até que elas
alcancem um certo estádio de maturidade.
A aplicação de GA parece regular esta transição:
• Em algumas coníferas, aplicação de GA4+7 promove a
passagem de estádio juvenil para adulto;
• Influenciam a iniciação floral e a determinação
do sexo
Iniciação floral
A GAs pode substituir estímulos ambientais, tais como dias
longos e baixa temperatura, necessários para a indução do
florescimento em algumas espécies.
Determinação do sexo
É o processo pelo qual flores unissexuais são formadas em
plantas monóicas (pepino e milho) e dióicas (espinafre e
Cannabis sativa).
A determinação do sexo é geneticamente regulada, podendo
sofrer influência de fatores ambientais (fotoperíodo,
temperatura e estado nutricional) e estes efeitos ambientais
podem ser mediados por GAs:
• Em dicotiledôneas, como pepino (Cucumis savativus),
cânhamo (Cannabis sativa) e espinafre, as GAs promovem a
formação de flores estaminadas.
• No milho, as GAs suprimem a formação dos estames e
promovam a formação do pistilo.
• Promovem o desenvolvimento do pólen e o
crescimento do tubo polínico
Mutantes anões, deficientes em giberelina (Arabidopsis
Thaliana e no arroz), apresentam falhas nos processos de
desenvolvimento da antera e da formação de pólen. Estes
dois defeitos, que levam à esterilidade masculina, podem ser
revertidos pela aplicação de GA bioativa.
Em outros mutantes em que a resposta à GA é bloqueada
(em vez da biossíntese de GA), os defeitos no
desenvolvimento da antera e do pólen não podem ser
revertidos pelo tratamento com GA, de modo que esses
mutantes são macho-estéreis.
• Promovem o estabelecimento do fruto e a
Partenocarpia
As aplicações de GAs podem causar o estabelecimento do
fruto (o início do crescimento do fruto após a polinização)
e o crescimento de alguns frutos (pera e maçã).
O estabelecimento de frutos induzido por GA pode ocorrer
em ausência de polinização, resultando em fruto
partenocárpico (frutos sem semente).
• Aplicações comerciais das giberelinas e dos
inibidores de sua biossíntese
PRODUÇÃO DE FRUTOS
UVA – Aumentar o comprimento da haste do cacho;
MAÇA – Provocar o alongamento do fruto, melhorando sua
forma;
CITRUS – Provocar o retardamento da senescência.
PRODUÇÃO DE CERVEJA E UÍSQUE
Durante a produção do malte, a partir de sementes de
cevada, giberelinas são usadas para acelerar a degradação do
amido.
AUMENTAR A PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR
Giberelinas aumentam o tamanho dos entrenós, em
consequência ocorre aumento na produção de sacarose.
Alguns resultados mostram que aplicação de GA induz um
aumento de 20 ton/hectare na produção bruta de colmo e de
2 ton/hectare na produção de açúcar
Os inibidores da biossíntese de GAs conhecidos como
retardam-te do crescimento, eles têm sido utilizados na
agricultura, bem como no melhoramento genético, podendo
ser utilizados na redução do acamamento de plantas, no
crescimento de árvores, na tolerância a estresses ambientais
(proteger de geada) e na indução do florescimento.
Biossíntese e desativação de giberelinas
É importante conhecer a biossíntese e a desativação de
giberelinas à medida que isso contribui para o entendimento
da homeostasia de GA.
Homeostasia de GA entende-se pela manutenção de níveis
apropriados de GA bioativa em células e tecidos vegetais
durante o ciclo de vida. A homeostasia depende da
regulação da biossíntese, desativação e transporte de GA.
O isolamento de mutantes com comprimento do caule
alterado tornou possível determinar quais das GAs
presentes em uma planta têm atividade biológica intrínseca.
O uso de mutantes também facilitou a identificação e a
clonagem de genes que codificam as enzimas na rota
biossintética de GA.
O sequenciamento dos genomas de A. thaliana e arroz
levaram ao desenvolvimento de bancos de dados
completos, que facilitam a rápida identificação de genes e
proteínas relacionados ao metabolismo e regulação de
giberelinas.
Referencias Bibliográficas
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/giberelinas/giberelinas-2.php
http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/livro/fruticultura_funda
mentos_pratica/9.3.htm