seminário aspectos jurídicos das mudanças climáticas

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/ PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS SEMINÁRIO DIREITO AMBIENTAL 19-09-2015 TEMA:ASPECTOS JURÍDICOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SEMINARISTAS ANTÔNIO CORDEIRO DA SILVA E-mail. [email protected] Whatsapp : (18)98131-0266 RAFAEL MENDONÇA DAVES E-mail. [email protected]

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EM INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS

SEMINÁRIO DIREITO AMBIENTAL 19-09-2015

TEMA:ASPECTOS JURÍDICOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

SEMINARISTAS

ANTÔNIO CORDEIRO DA SILVA

E-mail. [email protected]

Whatsapp: (18)98131-0266

RAFAEL MENDONÇA DAVES

E-mail. [email protected]

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I. INTRODUÇÃO

• A mudança global do clima é tema que ganha a cada dia maior relevância na agenda de governos, dasempresas e da sociedade como um todo. Embora ainda seja marcado por muita polêmica, o aquecimentodo planeta fruto da atividade humana é, hoje, reconhecido pela comunidade científica internacional edemanda grande disposição política para sua mitigação.

• As mudanças climáticas são produzidas em diferentes escalas de tempo em um ou vários fatoresmeteorológicos como, por exemplo: temperaturas máximas e mínimas, índices pluviométricos (chuvas),temperaturas dos oceanos, nebulosidade, umidade relativa do ar, etc.

• Tais fatores decorrem do aquecimento global, que consiste no aumento da temperatura média dos oceanos eda camada de ar próxima à superfície da Terra. Isto se deve principalmente ao aumento das emissões de gasesna atmosfera que causam o efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2).

• Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global e consequentemente as mudançasclimáticas, destacam-se: a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural)para geração de energia, atividades industriais e transportes; conversão do uso do solo; agropecuária; descartede resíduos sólidos (lixo) e desmatamento. Todas estas atividades emitem grande quantidade de CO² e degases formadores do efeito estufa.

• Por conta do desenvolvimento industrial os países desenvolvidos tem sido responsáveis pela maior parte dasemissões de gases de efeito estufa (GEE), embora os países em desenvolvimento vêm aumentandoconsideravelmente suas emissões. Atualmente, a China ocupa o primeiro lugar do ranking, seguido por EstadosUnidos, União Europeia e pelo Brasil.

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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ANTONIO CORDEIRO DA SILVA PÓS TOLEDO 2015

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O que é ?• Refere-se à variação do clima em escala global ou dos climas

regionais da Terra ao longo do tempo. Estas variações dizemrespeito a mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidadee outros fenômenos climáticos.

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As mudanças climáticas podem ser

caracterizadas pelo aquecimento

global que se verifica na Terra, e

ocorre devido ao aumento

indiscriminado das emissões de gases

causadores do Efeito Estufa.

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Gases que causam o Efeito Estufa

Contribuição relativa de gases provenientes de atividades antrópicas ao efeito estufa

•Dióxido de Carbono CO2

•Metano CH4

•Clorofluorcarbonos (CFCs -artificial)

•Óxido Nitroso

•Ozônio (O3)

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II. ASPECTOS JURÍDICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• A Constituição de 1988 assegura a todos o direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado e impõe ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo epreservá-lo para as presentes e futuras gerações (art. 225, caput). Sendo o meioambiente ecologicamente equilibrado fator essencial para a qualidade de vida, a suatutela busca assegurar o direito fundamental da pessoa humana à vida .

• Como forma de tutela da qualidade do meio ambiente e da vida, a Constituição impõe aoPoder Público o dever de preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover omanejo ecológico das espécies e ecossistemas (art. 225, § 1º, I da CF/88).

• O dever de preservar equivale a proteger o que se encontra em boas condições e o dever derecuperar equivale a corrigir o que foi degradado. Por manejo ecológico das espécies e dosecossistemas se entende a gestão com o objetivo de preservá-los e recuperá-los.

• o art. 225 oferece fundamento de validade jurídica para uma série deinstrumentos, como: (i) preservação e restauração de processosecológicos, (ii) manejo de espécies e ecossistemas, (iii) conservação dadiversidade biológica, (iv) estabelecimento de unidades de conservaçãoda natureza, (v) licenciamento ambiental, (vi) controle de bens eprocessos produtivos perigosos e (vii) promoção da educação ambiental.Dispõe também sobre a recuperação de áreas degradadas, aresponsabilização penal e administrativa dos agentes da degradaçãoambiental, a obrigação de reparar o dano ambiental e a localização dereatores nucleares.

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ALÉM DO ART. 225 DA CF 88Dentre as normas de proteção ambiental dispersas no texto

constitucional, merecem destaque, para o nosso propósito neste

trabalho: (i) o art. 186, II, pelo qual a utilização adequada dos

recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente

constituem requisitos para que a propriedade rural cumpra sua

função social; e (ii) o art. 170, VI, que fixa como princípio da

ordem econômica a defesa do meio ambiente, inclusive

mediante tratamento diferenciado conforme o impacto

ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de

elaboração e prestação. Cabe ressaltar que a redação do inciso VI

do art. 170 da Constituição Federal foi modificada pela Emenda

Constitucional nº 42, de 2003, que introduziu modificações no

Sistema Tributário Nacional. No plano infraconstitucional, o

ordenamento jurídico brasileiro conta com normas relacionadas aos

mais diversos aspectos da proteção ambiental e mudanças

climáticas como a Lei de Política Nacional de Mudança do Clima

Lei n. 12.187 de 29 de dezembro de 2009.

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CONFERÊNCIAS SOBRE O CLIMA QUANDO REPRESENTANTESDOS PAÍSES SIGNATÁRIOS DA CONVENÇÃO QUADRO INICIAMSUAS REUNIÕES ANUAIS A PARTIR DE 1995.

COP 1: Berlim, em 1995; COP 2: Genebra, em 1996; COP 3: Kyoto, em 1997; COP 4: Buenos Aires, em 1998;COP 5: Bonn, em 1999; COP 6: Haia, em 2000 /COP (EXTRAORDINÁRIA) 6: Bonn, em 2001;COP 7: Marrakesh, em 2001; COP 8: Delhi, em 2002; COP 9: Milão, em 2003; COP 10: Buenos Aires, em 2004; COP 11: Montreal, em 2005; COP 12: Nairobi, em 2006; COP 13: Bali, em 2007; COP 14: Poznan, em 2008;

COP 15: Copenhagen - Dinamarca, em 2009.

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III. A CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇA DO CLIMA

• Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimentoocorrida na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1992.

• A Convenção foi subscrita em 09 de maio de 1992 por 154 nações e acomunidade europeia, com vigência em 21 de março de 1994.

• A ratificação pelo Congresso Nacional brasileiro se deu pelo DecretoLegislativo 01/1994 e promulgada pelo Decreto presidencial2.652/1998.

• Estabilizar a concentração dos gases efeito estufa na atmosfera numnível que possa evitar a interferência perigosa com o sistema climático;assegurar que a produção alimentar não seja ameaçada; possibilitar queo desenvolvimento econômico se dê de forma sustentável.

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• Compromissos:• Elaborar inventários nacionais de emissões de gases de efeito estufa;

• Implementar programas nacionais e/ou regionais com medidas para mitigar amudança do clima e se adaptar a ela;

• Promover o desenvolvimento, a aplicação e a difusão de tecnologias, práticas eprocessos que controlem, reduzam ou previnam as emissões antrópicas de gases deefeito estufa;

• Promover e cooperar em pesquisas científicas, tecnológicas, técnicas,socioeconômicas e outras, em observações sistemáticas e no desenvolvimento debancos de dados relativos ao sistema do clima;

• Promover e cooperar na educação, treinamento e conscientização pública em relaçãoà mudança do clima.

• Compromissos específicos para os países desenvolvidos:• Adotar políticas e medidas nacionais para reduzir as emissões de gases de efeito

estufa, buscando reverter suas emissões antrópicas desses gases aos níveis de 1990,até o ano 2000;

• Transferir recursos tecnológicos e financeiros para países em desenvolvimento;

• Auxiliar os países em desenvolvimento, particularmente os mais vulneráveis àmudança do clima, a implementar ações de adaptação e se preparar para a mudançado clima, reduzindo os seus impactos.

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• Aspectos jurídicos apresentados na Convenção (artigo 3º, item 03):

1. As Partes devem proteger o sistema climático em beneficio das gerações presentes e futurasda humanidade com base na equidade e em conformidade com suas responsabilidadescomuns, mas diferenciadas e respectivas capacidades. Em decorrência, as Partes paísesdesenvolvidos devem tomar a iniciativa no combate à mudança do clima e a seus efeitosnegativos.

2. Devem ser levadas em plena consideração as necessidades específicas e circunstânciasespeciais das Partes países em desenvolvimento, em especial aqueles particularmente maisvulneráveis aos efeitos negativos da mudança do clima, e das Partes, em especial Partespaíses em desenvolvimento, que tenham que assumir encargos desproporcionais eanormais sob esta Convenção.

3. As Partes devem adotar medidas de precaução para prever, evitar ou minimizar ascausas da mudança do clima e mitigar seus efeitos negativos. Quando surgiremameaças de danos sérios ou irreversíveis, a falta de plena certeza científica não deveser usada como razão para postergar essas medidas, levando em conta que as políticas emedidas adotadas para enfrentar a mudança do clima devem ser eficazes em função doscustos, de modo a assegurar benefícios mundiais ao menor custo possível. Para esse fim,essas políticas e medidas-devem levar em conta os diferentes contextos socioeconômicos,ser abrangentes, cobrir todas as fontes, sumidouros e reservatórios significativos de gasesde efeito estufa e adaptações, e abranger todos os setores econômicos. As Partesinteressadas podem realizar esforços, em cooperação, para enfrentar a mudança do clima.

4. As Partes têm o direito ao desenvolvimento sustentável e devem promovê-lo. As políticas emedidas para proteger o sistema climático contra mudanças induzidas pelo homem devemser adequadas às condições específicas de cada Parte e devem ser integradas aos programasnacionais de desenvolvimento, levando em conta que o desenvolvimento econômico éessencial à adoção de medidas para enfrentar a mudança do clima.

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5. As Partes devem cooperar para promover um sistema econômico internacional favorável e aberto conducenteao crescimento e ao desenvolvimento econômico sustentáveis de todas as Partes, em especial das Partespaíses em desenvolvimento, possibilitando-lhes, assim, melhor enfrentar os problemas da mudança do clima.As medidas adotadas para combater a mudança do clima, inclusive as unilaterais, não devem constituir meiode discriminação arbitrária ou injustificável ou restrição velada ao comércio internacional.

• Por sua vez, o artigo 4º, item 01, destaca as responsabilidades comuns, mas diferenciadasdas nações.

• 1. Todas as Partes, levando em conta suas responsabilidades comuns mas diferenciadas e suas prioridades dedesenvolvimento, objetivos e circunstâncias específicos, nacionais e regionais, devem:

a) Elaborar, atualizar periodicamente, publicar e por à disposição da Conferência das Partes, em conformidadecom o Artigo 12, inventários nacionais de emissões antrópicas por fontes e das remoções por sumidouros detodos os gases de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal, empregando metodologiascomparáveis a serem acordadas pela Conferência das Partes;

b) Formular, implementar, publicar e atualizar regularmente programas nacionais e, conforme o caso, regionais,que incluam medidas para mitigar a mudança do clima, enfrentando as emissões antrópicas por fontes eremoções por sumidouros de todos os gases de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal, bemcomo medidas para permitir adaptação adequada à mudança do clima;

c) Promover e cooperar para o desenvolvimento, aplicação e difusão, inclusive transferência, de tecnologias,práticas e processos que controlem, reduzam ou previnam as emissões antrópicas de gases de efeito estufa nãocontrolados pelo Protocolo de Montreal em todos os setores pertinentes, inclusive nos setores de energia,transportes, indústria, agricultura, silvicultura e administração de resíduos;

d) Promover a gestão sustentável, bem como promover e cooperar na conservação e fortalecimento, conforme ocaso, de sumidouros e reservatórios de todos os gases de efeito estufa não controlados pelo Protocolo deMontreal, incluindo a biomassa, as florestas e os oceanos como também outros ecossistemas terrestres,costeiros e marinhos;

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e) Cooperar nos preparativos para a adaptação aos impactos da mudança do clima;desenvolver e elaborar planos adequados e integrados para a gestão de zonascosteiras, recursos hídricos e agricultura, e para a proteção e recuperação deregiões, particularmente na África, afetadas pela seca e desertificação, bem comopor Inundações;

f) Levar em conta, na medida do possível, os fatores relacionados com a mudança doclima em suas políticas e medidas sociais, econômicas e ambientais pertinentes, bemcomo empregar métodos adequados, tais como avaliações de impactos, formulados edefinidos nacionalmente, com vistas a minimizar os efeitos negativos na economia,na saúde pública e na qualidade do meio ambiente, provocados por projetos oumedidas aplicadas pelas Partes para mitigarem a mudança do clima ou a ela seadaptarem;

g) Promover e cooperar em pesquisas científicas, tecnológicas, técnicas,socioeconômicas e outras, em observações sistemáticas e no desenvolvimento debancos de dados relativos ao sistema climático, cuja finalidade seja esclarecer ereduzir ou eliminar as incertezas ainda existentes em relação às causas, efeitos,magnitude e evolução no tempo da mudança do clima e as consequênciaseconômicas e sociais de diversas estratégias de resposta;

h) Promover e cooperar no intercâmbio pleno, aberto e imediato de informaçõescientíficas, tecnológicas, técnicas, socioeconômicas e jurídicas relativas ao sistemaclimático e à mudança do clima, bem como às consequências econômicas e sociais dediversas estratégias de resposta;

i) Promover e cooperar na educação, treinamento e conscientização pública emrelação à mudança do clima, e estimular a mais ampla participação nesse processo,inclusive a participação de organizações não-governamentais; e

j) Transmitir à Conferência da Partes informações relativas à implementação, emconformidade com o Artigo 12.

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IV. PROTOCOLO DE KYOTO À CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBREMUDANÇAS DO CLIMA

• Celebrado em 11 de dezembro de 1997, em Kyoto, no Japão, durante a realização daTerceira Sessão da Conferência das Partes obre Mudança do Clima – COP 03.

• Ratificado pelo Congresso Nacional brasileiro pelo Decreto legislativo 144/2002 epromulgado pelo Decreto presidencial 5.445/2005.

• Trouxe metas específicas para a redução mundial de emissão de gases que causam oefeito estufa.

• Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) – artigo 12 do Protocolo.

• 2. O objetivo do mecanismo de desenvolvimento limpo deve ser assistir às Partes não incluídas no Anexo I paraque atinjam o desenvolvimento sustentável e contribuam para o objetivo final da Convenção, e assistir às Partesincluídas no Anexo I para que cumpram seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões,assumidos no Artigo 3.

• 3. Sob o mecanismo de desenvolvimento limpo:(a) As Partes não incluídas no Anexo I beneficiar-se-ão deatividades de projetos que resultem em reduções certificadas de emissões; e (b) As Partes incluídas no Anexo Ipodem utilizar as reduções certificadas de emissões, resultantes de tais atividades de projetos, para contribuircom o cumprimento de parte de seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões, assumidosno Artigo 3, como determinado pela Conferência das Partes na qualidade de reunião das Partes deste Protocolo.

• 4. O mecanismo de desenvolvimento limpo deve sujeitar-se à autoridade e orientação da Conferência das Partesna qualidade de reunião das Partes deste Protocolo e à supervisão de um conselho executivo do mecanismo dedesenvolvimento limpo.

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• Condição suspensiva de vigência do Protocolo (artigo 25):

• 1. Este Protocolo entra em vigor no nonagésimo dia após a data em que pelomenos 55 Partes da Convenção, englobando as Partes incluídas no Anexo I quecontabilizaram no total pelo menos 55 por cento das emissões totais dedióxido de carbono em 1990 das Partes incluídas no Anexo I, tenhamdepositado seus instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.

• 2. Para os fins deste Artigo, "as emissões totais de dióxido de carbono em1990 das Partes incluídas no Anexo I" significa a quantidade comunicadaanteriormente ou na data de adoção deste Protocolo pelas Partes incluídas noAnexo I em sua primeira comunicação nacional, submetida em conformidadecom o Artigo 12 da Convenção.

• 3. Para cada Estado ou organização regional de integração econômica queratifique, aceite, aprove ou adira a este Protocolo após terem sido reunidas ascondições para entrada em vigor descritas no parágrafo 1 acima, esteProtocolo entra em vigor no nonagésimo dia após a data de depósito de seuinstrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.

• 4. Para os fins deste Artigo, qualquer instrumento depositado por umaorganização regional de integração econômica não deve ser considerado comoadicional aos depositados por Estados-Membros da organização.

• 17ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 17): estabeleceu aprorrogação do prazo de cumprimento das metas do Protocolo de Kyotopara além do ano de 2012.

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ANEXO B

Compromisso de redução ou limitação quantificada de emissões

(porcentagem do ano base ou período)

• Alemanha............................................................... 92 Mônaco......................................................................... 92

• Austrália....................................................108 Noruega..........................................................................101

• Áustria.........................................................92 Nova Zelândia.................................................................100

• Bélgica........................................................ 92 Países Baixos.................................................................. 92

• Bulgária*.................................................... 92 Polônia*......................................................................... 94

• Canadá........................................... 94 Portugal.......................................................................... 92

• Comunidade Européia..................................... 92 Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.......... 92

• Croácia*. ..................................................... 95 República Tcheca*.......................................................... 92

• Dinamarca. ................................................. 92 Romênia*........................................................................ 92

• Eslováquia*................................................. 92 Suécia.............................................................................. 92

• Eslovênia*. ................................................. 92 Suíça................................................................................ 92

• Espanha. ..................................................... 92 Ucrânia*..........................................................................100

• Estados Unidos da América. ......................93

• Estônia*.........................................................92

• Federação Russa*. ......................................100

• Finlândia.......................................................92

• França. ..........................................................92

• Grécia. ...........................................................92

• Hungria*.. ....................................................94

• Irlanda...........................................................92

• Islândia... .....................................................110

• Itália................................................................92

• Japão. .............................................................94

• Letônia*.........................................................92

• Liechtenstein. ..............................................92

• Lituânia*. .....................................................92

• Luxemburgo.................................................92

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V. ACORDO DE COPENHAGUE (DINAMARCA)

• Objetivava a celebração de um novo tratado internacional para a instituição de novas metas de redução dos gases que causam o efeito estufa, a partir de 2013;

• Não concordância entre as nações para a celebração de um novo acordo climático;

• Apenas foi aprovado um documento não vinculante:Os Chefes de Estado, Chefes de Governo, Ministros e outros chefes de delegação presentes na

Conferência sobre Mudança de Clima de 2009 em Copenhague "tomaram nota" do Acordo deCopenhague, cuja íntegra é mostrada mais abaixo e cujos principais pontos, por item, são assinaladosem seguida:

1. O princípio de responsabilidade comum, mas diferenciada, é enfatizado para tambémreafirmar a necessidade de todos de combater as mudanças do clima. É reconhecida a necessidade deestabilizar a concentração de GEE na atmosfera e reconhecendo-se o ponto de vista científico deredução da elevação de temperatura até 2 graus centígrados, incentivando a ação cooperativa paracombater as mudanças de clima;

2. Concordam que grandes cortes nas emissões são necessários de acordo com a ciência edocumentação fornecida pelo IPCC. Concordam em alcançar o pico da concentração atmosférica "omais cedo possível" e que este máximo será atingido mais tarde pelos países emdesenvolvimento. Reconhecem que o maior impacto será causado sobre países particularmentevulneráveis .

3. A adaptação é necessária, sobretudo em países menos desenvolvidos, em pequenas ilhas, epaíses da África; Os países ricos devem fornecer os aportes financeiros, recursos tecnológicos ecapacidade de empreendimento para apoiar a adaptação em países em desenvolvimento,

4. As Partes do Anexo 1 (do protocolo de Quioto) oferecerão metas de emissão em formuláriodado no Anexo 1 abaixo até 31 de Janeiro de 2010. O processo de verificação obedecerá aprocedimentos já fixados ou a serem fixados pela Conferência das Partes;

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5. Os países "não Anexo I" submeterão suas ações no formato do Anexo 2 abaixo. Prazos de comunicação de

dois anos são fixados para comunicações nacionais e inventários. Um processo de avaliação das medidasimplementadas, previsto para "consultas internacionais e análises" sob regulamentação clara, deveráassegurar a soberania dos países envolvidos; Quando houver apoio internacional às ações nacionais demitigação, elas estarão sujeitas a verificações internacionais de acordo com procedimentos estabelecidos pelaConferência das Partes;

6. É reconhecida a necessidade de limitar o desmatamento e a necessidade de financiar as ações neste sentido,inclusive pelo mecanismo dos chamados REDD-plus (sigla em inglês para Reducing Emissions from Deforestation and ForestDegradation;. Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), com a adição de programas deconservação e manejo florestal.

7. Estimular o uso de mecanismos de mercado de promover medidas de mitigação, dando especialassistência a países em desenvolvimento;

8. Reunir fundos adicionais para a mitigação com destaque para ações na área de REDD-plus. O objetivo é chegar a30 US$ bi em 2010/2011 e alcançar 100 US$ bi em 2020. A preferência para as medidas em adaptação será para pequenas ilhas eÁfrica. É previsto um fundo multilateral e que boa parte dos fundos serão manejados pelo Copenhagen Green Climate Fund;

9. Um painel de alto nível será criado sob coordenação da Conferência das Partes para articular a reunião dessesfundos;

10. Ficou decidido que o Copenhagen Green Climate Fund será estabelecido como uma entidade operacionaldo mecanismo de financiamento da Convenção, para apoiar projetos, programas, políticas e outras atividadenos países em desenvolvimento relacionados à mitigação, adaptação, infra-estrutura, desenvolvimento etransferência de tecnologia

11. Foi criado um Mecanismo de Tecnológico para acelerar o desenvolvimento tecnológico no sentido de apoiarações de adaptação e mitigação para orientar países em função de suas capacidades e circunstâncias próprias.

12. A Convenção pede apoio para que o Acordo seja implementado por volta de 2015 e que se considera apossibilidade de estender o objetivo de longo prazo de limtiar o aumento de temperatura global a 1,5 grausCelcius

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VI. POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA

• O Brasil é signatário do Protocolo de Kyoto, que prevê metas de redução dos gases que causam o efeito estufa. Entretanto, conquanto não integre o anexo B do Protocolo, não assumiu nenhum compromisso específico nesse sentido;

• Fracasso na fixação de metas de redução a partir do ano de 2013 (Conferência de Copenhague) - aprovação da Política Nacional de Mudança do Clima - PNMC, por intermédio da Lei 12.187, de 29 de dezembro de 2009;

• Lei 3.135, de 05 de junho 2007, que instituiu a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável no Amazonas ;

• Decreto 7.390, que regulamente a Lei 12.187/2009, tornando aplicável vários dispositivos da Política Nacional sobre Mudança do Clima.

• Lei nº 12.553/2011 instituiu o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, a ser comemorado em 16 de março.

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a) MEDIDAS EXECUTÓRIAS

i. Responsabilidade pela execução da PNMC: União, Estados, do Distrito Federal e dos municípios, assim como dos entes integrantes da Administração PúblicaIndireta;

ii. Tomar medidas para prever, evitar ou minimizar as causas identificadas da mudança climática com origem antrópica no território nacional;

iii. Levar em consideração os diferentes contextos socioeconômicos de sua aplicação, distribuindo os ônus e encargos decorrentes entre os setores econômicos;

iv. As ações de âmbito nacional para o enfrentamento das alterações climáticas devem considerar e integrar as ações promovidas no âmbito estadual e municipal por entidades públicas e privadas;

v. As instituições financeiras oficiais deverão disponibilizar linhas de crédito e financiamento específicas para desenvolver ações e atividades que atendam aos objetivos da Lei 12.187/2009 voltadas para induzir a conduta dos agentes privados à observância e execução da PNMC, no âmbito de suas ações e responsabilidades sociais.

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b) PRINCÍPIOS (artigo 3º, caput, da Lei 12.187/2009)

Art. 3º. A PNMC e as ações dela decorrentes, executadas sob a responsabilidade dos entes políticos e dos órgãos da administração pública, observarão os princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã, do desenvolvimento sustentável e o das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, este último no âmbito internacional, e, quanto às medidas a serem adotadas na sua execução, será considerado o seguinte:

i. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO:

• Declaração do Rio – ECO/1992 – Princípio 15: de modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para precaver a degradação ambiental;

• Possibilidade de inversão do ônus da prova nas demandas ambientais;

• Previsto expressamente na Convenção sobre Mudança do Clima (artigo 3º, item 03): 3. As Partes devem adotar medidas de precaução para prever, evitar ou minimizar as causas da mudança do clima e mitigar seus efeitos negativos. Quando surgirem ameaças de danos sérios ou irreversíveis, a falta de plena certeza científica não deve ser usada como razão para postergar essas medidas, levando em conta que as políticas e medidas adotadas para enfrentar a mudança do clima devem ser eficazes em função dos custos, de modo a assegurar benefícios mundiais ao menor custo possível. Para esse fim, essas políticas e medidas devem levar em conta os diferentes contextos socioeconômicos, ser abrangentes, cobrir todas as fontes, sumidouros e reservatórios significativos de gases de efeito estufa e adaptações, e abranger todos os setores econômicos. As Partes interessadas podem realizar esforços, em cooperação, para enfrentar a mudança do clima.

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ii. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO

• Por este princípio, implicitamente consagrado no artigo 225, da CF, e presente em resoluções do CONAMA, já se tem base científica para prever os danos ambientais decorrentes de determinada atividade lesiva ao meio ambiente, devendo-se impor ao empreendedor condicionantes no licenciamento ambiental para mitigar ou elidir os prejuízos;

• Ele se volta a atividade de vasto conhecimento humano (risco certo, conhecido ou concreto), em que já se definiram a extensão e a natureza dos danos ambientais, trabalhando com boa margem de segurança. Exemplo de sua aplicação é a exigência de estudo ambiental para o licenciamento de atividade apta a causar degradação ambiental.

iii. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO CIDADÃ

• Pontifica que as pessoas têm o direito de participar ativamente das decisões políticas ambientais, em decorrência do sistema democrático semidireto, uma vez que os danos ambientais são transindivuais;

• Declaração do Rio de 1992, Princípio 10: a melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de danos.

iv. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:

• Declaração do Rio de 1992, Princípio 04: para se alcançar um desenvolvimento sustentável a proteção ambiental deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada separadamente.

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v. PRINCÍPIO DAS RESPONSABILIDAES COMUNS (NO ÂMBITO INTERNACIONAL)• Tem feição ambiental internacional, decorrendo do princípio da Isonomia, pontificando que todas

as nações são responsáveis pelo controle da poluição e busca da sustentabilidade, mas os países mais poluidores deverão adotar as medidas mais drásticas, pois são os principais responsáveis pela degradação ambiental na Biosfera, tendo sido previsto no Protocolo de Kyoto (artigo 4º, I).

c) OBJETIVOS: • Compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a proteção do sistema climático e à

redução das emissões trópicas de gases de efeito estufa em relação às suas diferentes fontes;

• O fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa no território nacional, assim considerados os processos, atividades ou mecanismos que removam da atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás de efeito estufa;

• Implementar medidas para promover a adaptação à mudança do clima pelas três esferas da Federação, com a participação e a colaboração dos agentes econômicos e sociais interessados ou beneficiários, em particular aqueles especialmente vulneráveis aos seus efeitos adversos;

• Preservar, conservar e recuperar os recursos ambientais, com particular atenção aos grandes biomas naturais tidos como Patrimônio Nacional;

• A consolidação e a expansão das áreas legalmente protegidas e o incentivo aos reflorestamentos e à recomposição da cobertura vegetal em áreas degradadas;

• O estímulo ao desenvolvimento do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões – MBRE, que será operacionalizado em bolsas de mercadorias e futuros, bolsa de valores e entidades de balcão organizado, autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários.

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d) DIRETRIZES (artigo 5º, da Lei nº 12.187/2009)

Art. 5º. São diretrizes da Política Nacional sobre Mudança do Clima:

I - os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, no Protocolo de Quioto e nos demais documentos sobre mudança do clima dos quais vier a ser signatário;II - as ações de mitigação da mudança do clima em consonância com o desenvolvimento sustentável, que sejam, sempre que possível, mensuráveis para sua adequada quantificação e verificação a posteriori;III - as medidas de adaptação para reduzir os efeitos adversos da mudança do clima e a vulnerabilidade dos sistemas ambiental, social e econômico;IV - as estratégias integradas de mitigação e adaptação à mudança do clima nos âmbitos local, regional e nacional;V - o estímulo e o apoio à participação dos governos federal, estadual, distrital e municipal, assim como do setor produtivo, do meio acadêmico e da sociedade civil organizada, no desenvolvimento e na execução de políticas, planos, programas e ações relacionados à mudança do clima;VI - a promoção e o desenvolvimento de pesquisas científico-tecnológicas, e a difusão de tecnologias, processos e práticas orientados a:a) mitigar a mudança do clima por meio da redução de emissões antrópicas por fontes e do fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa;b) reduzir as incertezas nas projeções nacionais e regionais futuras da mudança do clima;c) identificar vulnerabilidades e adotar medidas de adaptação adequadas;VII - a utilização de instrumentos financeiros e econômicos para promover ações de mitigação e adaptação à mudança do clima, observado o disposto no art. 6o;VIII - a identificação, e sua articulação com a Política prevista nesta Lei, de instrumentos de ação governamental já estabelecidos aptos a contribuir para proteger o sistema climático;IX - o apoio e o fomento às atividades que efetivamente reduzam as emissões ou promovam as remoções por sumidouros de gases de efeito estufa;X - a promoção da cooperação internacional no âmbito bilateral, regional e multilateral para o financiamento, a capacitação, o desenvolvimento, a transferência e a difusão de tecnologias e processos para a implementação de ações de mitigação e adaptação, incluindo a pesquisa científica, a observação sistemática e o intercâmbio de informações;XI - o aperfeiçoamento da observação sistemática e precisa do clima e suas manifestações no território nacional e nas áreas oceânicas contíguas;XII - a promoção da disseminação de informações, a educação, a capacitação e a conscientização pública sobre mudança do clima;XIII - o estímulo e o apoio à manutenção e à promoção:a) de práticas, atividades e tecnologias de baixas emissões de gases de efeito estufa;b) de padrões sustentáveis de produção e consumo.

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e) INSTRUMENTOS (artigo 6º, da Lei nº 12.187/2009)

Art. 6º. São instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima:

I - o Plano Nacional sobre Mudança do Clima;

II - o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima;

III - os Planos de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento nos biomas;

IV - a Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de acordo com os critérios estabelecidos por essa Convenção e por suas Conferências das Partes;

V - as resoluções da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima;

VI - as medidas fiscais e tributárias destinadas a estimular a redução das emissões e remoção de gases de efeito estufa, incluindo alíquotas diferenciadas, isenções, compensações e incentivos, a serem estabelecidos em lei específica;

VII - as linhas de crédito e financiamento específicas de agentes financeiros públicos e privados;

VIII - o desenvolvimento de linhas de pesquisa por agências de fomento;

IX - as dotações específicas para ações em mudança do clima no orçamento da União;

X - os mecanismos financeiros e econômicos referentes à mitigação da mudança do clima e à adaptação aos efeitos da mudança do clima que existam no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Protocolo de Quioto;

XI - os mecanismos financeiros e econômicos, no âmbito nacional, referentes à mitigação e à adaptação à mudança do clima;

XII - as medidas existentes, ou a serem criadas, que estimulem o desenvolvimento de processos e tecnologias, que contribuam para a redução de emissões e remoções de gases de efeito estufa, bem como para a adaptação, dentre as quais o estabelecimento de critérios de preferência nas licitações e concorrências públicas, compreendidas aí as parcerias público-privadas e a autorização, permissão, outorga e concessão para exploração de serviços públicos e recursos naturais, para as propostas que propiciem maior economia de energia, água e outros recursos naturais e redução da emissão de gases de efeito estufa e de resíduos;

XIII - os registros, inventários, estimativas, avaliações e quaisquer outros estudos de emissões de gases de efeito estufa e de suas fontes, elaborados com base em informações e dados fornecidos por entidades públicas e privadas;

XIV - as medidas de divulgação, educação e conscientização;

XV - o monitoramento climático nacional;

XVI - os indicadores de sustentabilidade;

XVII - o estabelecimento de padrões ambientais e de metas, quantificáveis e verificáveis, para a redução de emissões antrópicas por fontes e para as remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa;

XVIII - a avaliação de impactos ambientais sobre o microclima e o macroclima.

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Instrumentos instititucionais para a atuação da Política Nacional de Mudança do Clima (artigo 7º, da Lei nº 12.187/2009):

Art. 7º. Os instrumentos institucionais para a atuação da Política Nacional de Mudança do Clima incluem:

I - o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima;

II - a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima;

III - o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima;

IV - a Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais - Rede Clima;

V - a Comissão de Coordenação das Atividades de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia.

• O Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, criado pelo Decreto nº 6.263/2007, tem a função de elaborar a Política Nacional sobre Mudança do Clima e o Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

• A Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima foi instituída pelo Decreto de 07 de julho de 1999, alterado pelo Decreto de 10 de janeiro de 2006, tendo a finalidade de articular as ações de governo decorrentes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima e seus instrumentos subsidiários de que o Brasil seja parte.

• A Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) foi instituída pelo Ministério de Ciência e Tecnologia no final de 2007 e tem como objetivo principal gerar e disseminar conhecimentos para que o Brasil possa responder aos desafios representados pelas causas e efeitos da mudanças climáticas globais.

• A Comissão de Coordenação das Atividades de Metereologia, Climatologia e Hidrologia – CMCH foi criada pelo Decreto 6.065/2007, sendo órgão colegiado integrante da estrutura básica do Ministério da Ciência e Tecnologia, que tomará decisões de caráter deliberativo sobre a formulação de políticas e ações em Metereologia, Climatologia e Hidrologia, no âmbito da sua competência.

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f) META BRASILEIRA DE REDUÇÃO DOS GASES QUE CAUSAM O EFEITO ESTUFA

Art. 12 da Lei 12.187/2009. Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará, como compromisso nacional voluntário, ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com vistas em reduzir entre 36,1% (trinta e seis inteiros e um décimo por cento) e 38,9% (trinta e oito inteiros e nove décimos por cento) suas emissões projetadas até 2020. Parágrafo único. A projeção das emissões para 2020 assim como o detalhamento das ações para alcançar o objetivo expresso no caput serão dispostos por decreto, tendo por base o segundo Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal, a ser concluído em 2010.

• O dispositivo não é autoaplicável, dependendo da edição de decreto que disponha sobre a projeção de emissões para 2020, assim como o detalhamento das ações para alcançar o objetivo expresso, tendo por base o segundo Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estuda não Controlados pelo Protocolo de Montreal

• Decreto 7.390, de 10.12.2010 - A projeção das emissões nacionais de gases de efeito estufa para o ano de 2020 é de 3.236 milhões tonCO2eq (ver anexo do ato regulamentar). Serão implementadas ações que almejem reduzir entre 1.168 milhões de tonCO2eq e 1.259 milhões de tonCO2eq do total das emissões estimadas.

• Planos de ação para a prevenção e controle do desmatamento nos biomas e planos setoriais de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas

Art. 3º do Decreto 7.390/2010. Para efeito da presente regulamentação, são considerados os seguintes planos de ação para a prevenção e controle do desmatamento nos biomas e planos setoriais de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas:

I - Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal - PPCDAm;

II - Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado - PPCerrado;

III - Plano Decenal de Expansão de Energia - PDE;

IV - Plano para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura; e

V - Plano de Redução de Emissões da Siderurgia

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• AÇÕES ESPECÍFICAS PARA ATINGIR A META DE REDUÇÃO:

Art. 6º do Decreto 7.390/2010. Para alcançar o compromisso nacional voluntário de que trata o art. 12 da Lei nº 12.187, de 2009, serão implementadas ações que almejem reduzir entre 1.168 milhões de tonCO2eq e 1.259 milhões de tonCO2eq do total das emissões estimadas no art. 5o.

§ 1º. Para cumprimento do disposto no caput, serão inicialmente consideradas as seguintes ações contidas nos planos referidos no art. 3º deste Decreto:

I - redução de oitenta por cento dos índices anuais de desmatamento na Amazônia Legal em relação à média verificada entre os anos de 1996 a 2005;

II - redução de quarenta por cento dos índices anuais de desmatamento no Bioma Cerrado em relação à média verificada entre os anos de 1999 a 2008;

III - expansão da oferta hidroelétrica, da oferta de fontes alternativas renováveis, notadamente centrais eólicas, pequenas centrais hidroelétricas e bioeletricidade, da oferta de biocombustíveis, e incremento da eficiência energética;

IV - recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas;

V - ampliação do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta em 4 milhões de hectares;

VI - expansão da prática de plantio direto na palha em 8 milhões de hectares;

VII - expansão da fixação biológica de nitrogênio em 5,5 milhões de hectares de áreas de cultivo, em substituição ao uso de fertilizantes nitrogenados;

VIII - expansão do plantio de florestas em 3 milhões de hectares;

IX - ampliação do uso de tecnologias para tratamento de 4,4 milhões de m3 de dejetos de animais; e

X - incremento da utilização na siderurgia do carvão vegetal originário de florestas plantadas e melhoria na eficiência do processo de carbonização.

• Para fins de acompanhamento do cumprimento da meta, serão publicadas a partir de 2012, estimativas anuais de gases de efeito estufa no Brasil.

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VII. O NOVO CÓDIGO FLORESTAL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Criação de uma Política Nacional de Manejo e Controle de Queimadas, Prevenção e Combates aos Incêndios Florestais:

Art. 40 da Lei 12.651/2012. O Governo Federal deverá estabelecer uma Política Nacional de Manejo e Controle de Queimadas, Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, que promova a articulação institucional com vistas na substituição do uso do fogo no meio rural, no controle de queimadas, na prevenção e no combate aos incêndios florestais e no manejo do fogo em áreas naturais protegidas.

Instituição de programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente:

Art. 41 da Lei 12.651/2012. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de progressividade, abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação:

I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente:

a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono;

e) a regulação do clima;

§ 4º. As atividades de manutenção das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito são elegíveis para quaisquer pagamentos ou incentivos por serviços ambientais, configurando adicionalidade para

fins de mercados nacionais e internacionais de reduções de emissões certificadas de gases de efeito estufa.