semana da cidadania 2016

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O tema Juventude e Bem Comum será a tônica do debate da Semana da Cidadania 2016.

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  • Por compreender que a construo do Bem Comum exige

    que, enquanto cristos, faamos uma opo radical pelos/as pobres,

    nossa ao transformadora precisa se unir luta dos injustiados e

    das injustiadas do sistema, dos excludos e das excludas do

    processo chamado desenvolvimento do pas, dos e das que no

    tm acesso aos bens e aos meios de produo e de sobrevivncia,

    propondo e dinamizando uma nova forma de se viver. Ousamos

    assumir e ecoar o pedido que o papa Francisco fez junto aos

    movimentos populares, em outubro de 2014: nenhuma famlia sem

    teto; nenhum campons sem terra; nenhum trabalhador sem

    direitos!

    Na encclica LaudatoS', o Papa Francisco nos diz que a

    ecologia humana inseparvel da noo de bem comum, princpio

    este que desempenha um papel central e unicador na tica social

    (LS, 156). Mais adiante, ele continua:

    O bem comum pressupe o respeito pela pessoa

    humana enquanto tal, com direitos fundamentais e

    inalienveis orientados para o seu desenvolvimento

    integral. Exige tambm os dispositivos de bem-estar e

    segurana social e o desenvolvimento dos vrios grupos

    intermedirios, aplicando o princpio da subsidiariedade

    [...]. Por m, o bem comum requer a paz social, isto , a

    estabilidade e a segurana de uma certa ordem, que no

    se realiza sem uma ateno particular justia

    distributiva, cuja violao gera sempre violncia [...].

    (FRANCISCO, Encclica LaudadoS', n. 157)

    Partilhar e democratizar o acesso terra, ao teto e ao

    trabalho: os trs T's que perpassam a construo da dignidade da

    pessoa humana, da justia social e dos sinais do Reino, formas que

    APRESENTAO

  • podemos abordar o Bem Comum. Perpassa a construo da

    cidadania, onde precisamos visibilizar a juventude que atingida

    diretamente pela concentrao histrica desses trs T's nas mos

    dos mesmos grupos.

    Terra, Teto e Trabalho so trs eixos que as Pastorais da

    Juventude do Brasil colocam na ciranda da discusso a ser feita em

    preparao Semana da Cidadania de 2016. Terra, Teto e Trabalho

    so direitos inalienveis, e que, nessa reexo sobre o Bem Comum,

    precisam ser assumidos por todos e todas de boa vontade.

    Para contribuir nessa discusso, elaboramos trs roteiros de

    encontros a partir dos trs eixos (Terra, Teto e Trabalho), que

    abordaro as dimenses da promoo da dignidade da pessoa

    humana, da justia social e dos sinais do Reino; e um roteiro de

    celebrao do Ofcio Divino da Juventude, a serem realizados pelos

    grupos de jovens. A Semana da Cidadania, de 16 a 23 de abril, ser

    para desenvolvermos os gestos concretos que nos proporemos a

    assumir no processo. Vamos l!

    De mos dadas, brademos o Sol da esperana neste cho que

    h de ver a justia brotar!

    Com muito carinho,

  • Roteiro de encono 0

    JUVENTUDE E TERRANenhum campons sem terra! (Papa ancisco)

    Ambientao: sementes de variados tipos (feijo, arroz, trigo, milho,

    pipoca, de verduras e de ores... Elas podem estar em potinhos,

    saquinhos, ou em pequenos montes em cima da bandeira), po,

    bacia com terra, jarro com gua, bandeiras de sua pastoral e outras

    de luta, Bblia, vela...

    Objetivo: Reetir sobre o direito da e terra, tambm como meio de

    produo partilhado, mas sobretudo, como dom da Vida que gera

    frutos, e como espao de direito e pertena de comunidades que

    vivem nela e dela cuidam.

    Acolhida

    Saudar com muita alegria a cada jovem que chega para participar do

    encontro. Chamar pelo nome, e convidar para sentar-se.

    Iniciar declamando a poesia de Dom Pedro Casaldliga, Malditas

    sejam todas as cercas:

    Malditas sejam todas as cercas!

    Malditas todas as propriedades privadas

    Que nos privam de viver e de amar!

    Malditas sejam todas as leis,

    Amanhadas por umas poucas mos,

    Para ampararem cercas e bois

    E fazer da terra escrava

    E escravos os homens.

  • Canto:Salve a Romaria (Z Vicente)

    (Disponvel em: )https://goo.gl/X008ea

    1. Irmos esta a Me-Terra, nosso Deus assim deixou.

    Hoje somos peregrinos pelos caminhos que Cristo andou

    Meu povo um povo romeiro desde os tempos de Abrao

    Vamos nesta marcha santa, esta terra tanta em to poucas mos

    Ref.: Salve, salve a caminhada! Salve, salve a romaria!

    Em busca da nova aurora de um novo dia! (2x)

    2. Em nome de tantos povos que habitaram esse imenso cho.

    Dos ndios to massacrados, um clamor sagrado de converso.

    Ningum dono da terra, pois a terra mais que me

    Disse o Mestre, disse o rio: no quebre esse o de inspirao

    3. Bendita escrava Anastcia, salve o negro, rei Zumbi

    Das terras da liberdade, novos quilombos faam surgir

    Quem vem nesta romaria, da promessa seguidor

    Ser sempre abenoado e acompanhado na luz do amor

    4. Bendita seja esta marcha dos romeiros da esperana

    Quem tem Deus na companhia luta noite e dia, mas no se cansa

    Bendita histria sagrada do beato Conselheiro

    Salve a luta dos Sem-Terra e dos Sem-Teto do mundo inteiro

    Realidades... Texto para reexo:

    Conforme os dados do IBGE, na dcada de 60 praticamente

    55% da populao brasileira residia no campo, ao passo que nos

    anos 2000 passou a ser 18,8% no campo, e 81,2% na cidade, e em

    2010, 15,6% no campo e 84,4% na cidade. A essa inverso

    chamamos de xodo rural, e que como podemos observar, foi

    intenso, e onde a juventude foi diretamente atingida.

    Ao reverter esses nmeros em consequncias, citamos

    algumas muito srias: no campo, aumento da concentrao de terra

  • e do empobrecimento das famlias que no acompanharam o

    processo e o progresso da Revoluo Verde, inmeros casos de

    trabalho escravo ou anlogos escravido nos grandes latifndios;

    na cidade, o surgimento de periferias e de cintures de pobreza, pois

    nunca houveram programas bsicos como de emprego ou de

    salrios dignos, de habitao, sade, saneamento bsico, educao,

    e que dessem conta de acolher o grande contingente populacional

    que chegava vindo do interior.

    A concentrao de terra possui faces perversas. Em 2010,

    56,7% das terras agricultveis esto nas mos de 2,8% dos

    produtores rurais. So os chamados latifndios, e onde a funo

    social da terra geralmente insignicante. Ao mesmo tempo, os

    pequenos produtores rurais representam 62,2% dos minifndios, e

    buscam sobreviver com apenas 7,9% das terras agricultveis do pas.

    Somados concentrao de terra nas mos de poucos e em

    decorrncia dessa concentrao esto os casos dos conitos

    provocados pelo Agronegcio. Dados divulgados pela Comisso

    Pastoral da Terra (CPT), sobre os Conitos no Campo, denunciam

    que em 2014 foram 49 homicdios registrados, o maior nmero em

    A Revoluo Verde foi

    um processo de mode

    rnizao da agricultura

    , onde se

    prometia tornar os cam

    pos muito mais produtiv

    os. Surge aps o m da 2

    Guerra

    Mundial. O preo pago p

    or essa modernizao fo

    i o uso intensivo de agro

    txicos,

    sementes hbridas e tr

    ansgnicas (que fez co

    m que muitas semente

    s crioulas

    fossem perdidas, ger

    ando uma dependnc

    ia de empresas de se

    mentes),

    maquinrio pesado (sub

    stituindo a mo de obra f

    amiliar), emprstimos b

    ancrios

    com juros altssimos (q

    ue endividou muitos ag

    ricultores). O Agroneg

    cio ganha

    amplo espao, e se torna

    fortemente o modelo ag

    rcola adotado por vrio

    s pases.

    Ainda, dentro desse pa

    cote da Revoluo Ver

    de, est a mudana na e

    ducao,

    com o fechamento de es

    colas do e no campo, e um

    a educao totalmente

    voltada

    para o mundo urbano, e

    a intensicao do xod

    o rural, que fez com qu

    e muitas

    famlias, mas especialm

    ente os/as jovens, migras

    sem do campo para a cid

    ade. Em

    detrimento Revoluo

    Verde, est o campesin

    ato, com suas prticas m

    ilenares

    de cuidado da terra e d

    as sementes, na amplit

    ude da biodiversidade,

    na busca

    permanente do equilbri

    o da relao do homem e

    da mulher com a Nature

    za.

  • 12 anos. No total, no conito pela terra, foram 793 ocorrncias

    registradas em todo o territrio nacional, entre ocorrncias e

    famlias que foram despejadas, expulsas, ameaadas de despejo ou

    expulso, tiveram seus bens destrudos ou sofreram aes de

    pistolagem.

    Sobre a funo social da terra, descrita no Estatuto da

    Terra (Lei n 4.504/1964), se entende que uma propriedade

    desempenha sua funo social quando nela favorecido o bem-

    estar das famlias proprietrias e de trabalhadores/as que nela

    trabalham; quando se mantm nveis satisfatrios de produtividade

    e haja garantia da conservao dos recursos naturais, alm da

    observao das disposies legais que regulam as justas relaes de

    trabalho entre os que a possuem e a cultivem. As propriedades que

    no cumprem a funo social da sua terra podem ser expropriadas

    pelo Estado com nalidades de reforma agrria.

    O trabalho escravo, ou anlogo escravido, por exemplo,

    denuncia a ausncia da funo social da terra de determinada

    propriedade. O mesmo Caderno de Conitos no Campo 2014, da

    CPT, fala que nesse ano houve 131 ocorrncias/denncias no Brasil,

    envolvendo 2.493 trabalhadores/as. Desses/as, 1.241 foram

    libertos/as, e 28 eram menores de idade.

    Nesses latifndios, a terra usada e abusada a bel prazer dos

    latifundirios, preocupados muito mais com seus lucros. A produo

    agrcola se reduz a poucas variedades como soja, milho, algodo,

    maior parte destinada exportao, e com cada vez mais fora, o

    plantio de pinnus e eucalipto, chamados de desertos verdes e

    com uso intenso de venenos e adubos qumicos, causando um

    empobrecimento e contaminao do solo, da gua, do ar, e de toda a

    produo.

  • No agronegcio, a terra tida apenas como meio de produo

    e de produtividade, responsvel em gerar riquezas, e a sua

    concentrao nas mos de poucos no algo questionvel. Logo,

    no h sentimento de pertena e de corresponsabilidade para com a

    terra e com toda a vida que nela existe e gera, e menos ainda h a

    preocupao com tantos e tantas que possuem laos com a terra, e,

    no entanto, no a possuem nem para tirar seu autossustento.

    Fontes de consulta: http://censo2010.ibge.gov.br/noticias-

    censo?view=noticia&id=1&idnoticia=1766&t=censo-2010-populacao-brasil-190-732-694-

    pessoas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4504.htm (Senso do IBGE 2010); (Lei

    4.504/1964); e (Download do Caderno de Conitos no http://www.cptnacional.org.br/

    Campo- 2014).

    Elaborao do texto: Aline Ogliari

    Iluminando com a Palavra...

    - Levtico 25, 23-24

    (Tempo para rezar a leitura)

    Pistas para reexo:

    Como a leitura nos fala, a terra pertence a Deus, que a prometeu

    para todo o seu povo. Ele a d gratuitamente, e por isso, todos e

    todas tm direito ela. Caso algum a tenha que vender,

    independente dos motivos, ter direito resgat-la.

    Deus no quer a concentrao de terra, nem a concentrao dos

    frutos que ela d, e logo, nem as desigualdades sociais que so

    decorrentes disso. Garantir e defender o direito terra, e ao seu

    acesso, evitar que ela esteja concentrada nas mos de poucos,

    fazendo assim a vontade de Deus.

    Esquentando a Conversa:

    Dinmica

    Pegar a vasilha com a terra, e pedir que todos/as observem. O que

  • vemos?

    Aps, fazer isso com as sementes. Perguntar novamente o que se v.

    Repetir o mesmo gesto de contemplao diante da vasilha e gua,

    com o mesmo questionamento.

    Aps as reexes do grupo, misturar as sementes na terra. O que

    vemos?. Adicionar uma quantidade gua, e repetir a pergunta.

    Pistas para a reexo da dinmica:

    Ao juntar tudo, o que que d? D po e d vinho! D feijo, d arroz,

    d salada, d fruta. Juntar tudo faz dar alimento para o nosso povo!

    A terra, se bem cuidada e repartida, gera comida, que precisa ser

    repartidatambm. Nosso povo tem fome de alimento bom, que s

    ser 100% saudvel se houver relao de justia entre quem produz

    e o que se produzido, com quem quer produzir de fato, e com os

    meios que so usados para a produo, lembrando sempre que a

    terra no mera produtora e provedora de recursos. Ela precisa ser

    respeitada na sua complexidade, limites, tempos e ciclos.

    E de tudo, precisamos nos comprometer com o cuidado da terra

    porque tambm viemos dela. Somos mistura de barro, no sopro

    divino da Criao. O que est na terra tambm est em ns.

    Conversando...

    - O que a gente observa de relao entre a leitura bblica e a

    dinmica?

    - O que acontece se a terra estiver nas mos de apenas algumas

    pessoas?

    - E se nessa terra for cultivada apenas uma variedade de produto?

    Compromissos do grupo

    Como compromisso com a terra, nas dimenses da justia

    social e promoo da dignidade da pessoa humana, defendemos a

  • Agroecologia como o modelo campons mais prximo daquilo que

    chamamos e entendemos como o Reino de Deus. A Agroecologia

    um modelo alternativo que se contrape ao Agronegcio, e temos

    inmeras experincias de agroecologia e campesinato por esse

    nosso Brasil.

    Consumir produtos agroecolgicos consumir produtos

    saudveis, livres de venenos, adubos qumicos e transgnicos. Mas

    muito mais que isso, pois consumir esses produtos tambm

    incentiva essas experincias de produo e tudo o que os envolve.

    Alis, falando em incentivo, essas experincias to positivas

    recebem nada ou praticamente nada de incentivo e investimento do

    Poder Pblico, nas diferentes instncias e, em muitos casos, nem das

    prprias comunidades locais.

    A reivindicao do direito terra, pela Reforma Agrria e pela

    demarcao das terras dos povos tradicionais, tem a perspectiva da

    Agroecologia e do campesinato como proposta de fundo.

    E a? Vamos buscar saber mais sobre a agroecologia e o

    campesinato?

    Que tal buscar informaes se h feiras de produtos

    agroecolgicos em nossa cidade, e tentar sempre dar prioridade ao

    consumo desses produtos?

    No seu municpio, existem assentamentos de Reforma

    Agrria ou territrios de povos tradicionais? Que tal buscar conhecer

    as suas histrias e ir visit-los?

    Para nalizar essa roda, ungir as mos dos/as presentes com o

    barro feito na dinmica, lembrando que tambm somos barro, e

    nalizar rezando a orao do Pai Nosso.

    - Senhor, dai po a quem tem fome, e fome de justia a quem

    tem po.

  • Canto: Assim j ningum chora mais(Z Pinto)

    (Disponvel em: )https://goo.gl/9xcYRz

    1. Sabemos que o capitalismo diz no ser preciso ter Reforma

    Agrria.

    Seu projeto traz misria, milhes de sem-terra jogados na estrada.

    Com medo de ir pra cidade, enfrentar favela, fome e desemprego

    Sada nessa situao segurar as mos de outros companheiros.

    Ref.: E assim j ningum chora mais, ningum tira o po de ningum.

    O cho onde pisava o boi feijo e arroz; capim j no convm (2x)

    2. Compadre junte ao movimento, convide a comadre e a crianada.

    Porque a terra s pertence a quem traz nas mos os calos da enxada.

    Se somos contra o latifndio, da Me Natureza somos aliados.

    E viva a vitria no cho sem a concentrao dos latifundirios!

    3. Seguimos ocupando terra, derrubando cercas, conquistando o

    cho.

    Que chore o latifundirio, pra sorrir os lhos de quem colhe o po.

    E a luta por Reforma Agrria a gente at pra se tiver, enm,

    Coragem a burguesia agrria de ensinar seus lhos a comer capim.

    Sugestes de documentrios/vdeos e leituras:

    - Nas terras do Bem-Vir:

    https://www.youtube.com/watch?v=VibNE-8dN7o

    - Em nome do Progre$$o:

    https://www.youtube.com/watch?v=kEJpEqcMILc

    - Documento 101 da CNBB A Igreja e a questo agrria brasileira

    no incio do Sculo XXI

    - Carta pastoral Uma Igreja da Amaznia em conito com o

    latifndio (de Dom Pedro Casaldliga), disponvel em:

    http://www.prelaziasaofelixdoaraguaia.org.br/dompedro/01Carta

    PastoralDomPedro.pdf

  • Roteiro de encono 0

    JUVENTUDE E TETONenhuma famlia sem teto! (Papa ancisco)

    Ambientao: Preparar o espao com folhas jogadas pelo cho,

    papelo espalhados, imagens de jovens, famlias e crianas

    moradoras de rua. No centro do espao: telhas, tijolo, bblia, vela,

    bandeiras das pastorais, de movimentos.

    Objetivo: Propiciar aos jovens uma reexo sobre a dignidade

    humana, construindo um olhar crtico sobre a sociedade e as mazelas

    que o capitalismo causa, ferindo a proposta do Reino.

    Acolhida

    Ainda pelo lado de fora do espao a ser realizado o encontro, o/a

    animador/a rene os/as jovens para a acolhida com a msica

    Utopia.

    Animador/a: Por isso vem! Entra pro meio... Chega mais, Deus

    quem chama voc importante. Como somos todos importantes,

    sabemos tambm que unidos temos maior fora pra lutar, pra

    reivindicar nossos anseios, nossas vontades que alimentam nossas

    utopias e essa nossa vontade de abalar de, gritar e ser ouvido nos d

    mais coragem quando vemos jovens sem trabalho, mulheres sem

    teto pra morar, crianas nas ruas sendo vtimas de drogas e

    prostituio. Antes de entrar no espao, peo a vocs que faam

    memria h essas pessoas que por falta de um lar digno para viver,

    acabam na vulnerabilidade das ruas.

  • Texto para Grupo 1:

    Segundo estimativas recentemente realizadas pela

    Organizao das Naes Unidas (ONU), mais de 100 milhes de

    pessoas em todo o mundo no possuem um lugar para viver,

    enquanto mais de 1 bilho reside em moradias inadequadas. Esse

    problema uma reproduo das desigualdades sociais e de renda

    existentes nas sociedades.

    No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geograa

    e Estatstica (IBGE), mais de 11 milhes de pessoas vivem em favelas

    ou em moradias consideradas precrias. Se considerarmos que uma

    moradia adequada um local que apresenta sistema de

    fornecimento de gua, esgoto, coleta de lixo e, no mximo, duas

    pessoas por dormitrio, apenas 52% da populao brasileira vive em

    condies regulares de residncia, segundo o prprio IBGE. Vale

    destaque tambm para o fato de mais de 32 mil pessoas viverem em

    situao de rua no pas.

    Existem muitas casas que sequer possuem acesso rede de

    eletricidade, a maior parte delas construdas como favelas e

    invases irregulares, geralmente realizadas por uma parte da

    populao que no tem condies de pagar aluguel ou nanciar uma

    casa prpria. A maioria dessas casas encontra-se em reas de risco,

    como margens de rios propensas a inundaes e morros muito

    inclinados, onde pode haver deslizamentos de terra em pocas de

    chuva.

    Os problemas de moradia no mundo manifestam-se de

    maneira mais intensa nos pases subdesenvolvidos, aqueles que

    possuem mais limitaes sociais, um maior nvel de pobreza e

    desigualdade acentuada. Nesses pases, o processo de urbanizao

    vem ocorrendo de maneira muito rpida, formando cidades muito

    grandes, mas sem as infraestruturas (gua, esgoto e outras)

  • As/os jovens devem ser conduzidos para o centro onde ser realizado o

    encontro e neste centro estaro os objetos: telhas inteiras, quebras,

    telhas velhas e novas, pincel atmico, bblia, tijolo, vela, relatos de

    moradores de rua. Entrando ao som da msica Casa no campo de Elis

    Regina disponvel em: http://www.vagalume.com.br/elis-

    regina/casa-no-campo.html.Os/as jovens sero conduzidos/as a

    pegarem telhas ou pedaos de telhas que estiverem no centro junto

    com os smbolos. Eles/as devero colocar na telha o nome da pessoa

    que pensou no incio e assim ser a apresentao do grupo. Ele/a ir

    dizer o seu nome e o nome de outra pessoa que escreveu na telha e

    ele/a vai dizer de onde essa pessoa, dar caractersticas fsicas,

    econmicas etc. Aps a apresentao, as telhas voltam para o centro.

    Identidade da pessoa humana e justia social

    Animador/a: Vivemos num pas, cercado por problemas sociais onde

    as injustias ganham espao. Ao longo da nossa histria, foram

    muitas as pessoas que sofreram agresso, opresso, desprezo e

    tiveram e/ou tem sua dignidade ferida. Vamos fazer memria a essas

    pessoas que a gente no sabe quem , mas sabemos que existem e

    que sofrem pela falta de um teto pra morar. No podemos esquecer

    as crueldades cometidas por pessoas que acham que so os donos

    do destino das outras pessoas, e que no agem dentro da proposta

    da Constituio Federal.

    Com ajuda dos textos, formar trs grupos. Nos grupos, os/as

    participantes podero ver as causas do problema. No mesmo grupo

    iro discutir os motivos que levou e levam ao problema. Por nal em

    uma roda de debate maior, os/as participantes iro escrever possveis

    solues para amenizar o problema.

  • necessrias para o recebimento dessa populao. Assim, nesses

    pases, com destaque para o Brasil, comum a manifestao do

    processo de favelizao.

    Grupo 2: Voz do Papa Francisco

    O pontce esteve reunido na Feira Exposio de Santa Cruz,

    co m o p r e s i d e n t e Evo M o r a l e s e a s d e l e g a e s , p o r

    aproximadamente 3 horas, perodo em que falou sobre questes

    envolvendo o capitalismo, defesa da me terra e da natureza, entre

    outros assuntos.

    Ele declarou que h necessidade de mudanas estruturais

    profundas na sociedade, que sejam capazes de combater o modelo

    capitalista, pois ainda h muitos camponeses sem terra, famlias

    sem teto, trabalhadores sem direitos e pessoas feridas em sua

    dignidade.

    Como lder mximo dos catlicos, o Papa Francisco

    consolidou sua identicao com as demandas dos movimentos

    sociais. Quando o capital se torna um dolo e direciona as escolhas

    dos seres humanos, quando a avidez do dinheiro domina o sistema

    socioeconmico, ele arruna a sociedade, condena o homem,

    tornando-o escravo, e destri a fraternidade entre os povos, disse o

    Papa.Elearmou ainda que todos tem direito terra, habitao e

    trabalho, considerando-os direitos sagrados, pelos quais vale a

    pena lutar.

    Precisamos e queremos uma mudana que atinja o mundo

    inteiro porque hoje a interdependncia global exige respostas

    globais para os problemas locais. A globalizao da esperana, que

    nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta

    globalizao da excluso e da indiferena, explicou.

    O pontce tambm comentou que a comunidade cientca

  • tm produzindo danos irreversveis ao ecossistema, castigando os

    povos, poluindo o solo, a gua e o ar, e colocando os seres vivos em

    constante ameaa. Cuidem bem da me terra', pediu.O futuro da

    humanidade no est unicamente nas mos da elite e dos

    poderosos.Ele est fundamentalmente nas mos dos povos e na sua

    capacidade de se organizar e promover alternativas criativas na

    busca diria por trabalho, moradia, terra, apontou o papa.

    Ao m do seu pronunciamento, Papa Francisco disse aos

    participantes que jamais percam sua f revolucionria", e que eles

    estaro em suas oraes. Tambm pediu para que zessem o mesmo

    por ele. Rezem por mim e, se algum no puder rezar me mande

    boas vibraes, concluiu.

    O papa declarou que h necessidade de mudanas estruturais

    profundas na sociedade, que sejam capazes de combater o modelo

    capitalista, pois ainda h muitos camponeses sem terra, famlias

    sem teto, trabalhadores sem direitos e pessoas feridas em sua

    dignidade.

    Grupo 3: Constituio Federal

    Sabe-se que a moradia desde os tempos remotos uma

    necessidade fundamental dos seres humanos de baixa renda que

    a grande maioria pois, para os detentores do poder parece no

    ser.

    O grande problema da falta de moradia para tantos cidados,

    alm de proceder de um passado histrico, fruto no s de

    ausncia de polticas pblicas, mas, tambm de uma poltica que

    sempre esteve voltada para os interesses individuais, deixando de

    lado os menos favorecidos, burlando, assim, todos os tratados

    internacionais e os direitos sociais garantidos pela Carta Magna.

    O direito moradia digna foi reconhecido e implantado como

  • pressuposto para a dignidade da pessoa humana, desde 1948, com a

    Declarao Universal dos Direitos Humanos e, foi recepcionado e

    propagado na Constituio Federal de 1988, por advento da Emenda

    Constitucional n 26/00, em seu artigo 6, caput.

    Art. 6 So direitos sociais a educao, a sade, a

    alimentao, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a

    previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a

    assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio. (grifei)

    Com bem se v, a constitucionalizao do direito moradia, e

    sua incluso dentre os direitos sociais, abriu uma discusso acerca da

    validade e eccia de tal norma.

    No h dvida de que a incluso do direito moradia no rol

    dos direitos sociais traz repercusses ao mundo ftico que no

    podem ser olvidadas pelos juristas.

    Considerando que os direitos sociais esto na esteira dos

    direitos fundamentais do ser humano, tem-se, como decorrncia,

    que eles subordinam-se regra da auto-aplicabilidade, ou seja,

    aplicao imediata conforme preceitua o artigo 5, 1 da

    Constituio Federal.

    Sem esquecer que aps a data de 1948, vrios tratados

    internacionais rearmaram que os Estados tm a obrigao de

    promover e proteger o direito moradia digna e, j existe inmeros

    textos diferentes da ONU que reconhecem tal direito. Apesar disso,

    a implementao deste direito ainda um grande desao.

    Sabemos todos que a no possibilidade de moradia adequada

    e digna rompe os laos familiares e ponto de partida para o

    processo de falncia da dignidade do homem que acaba por ser

    excludo do meio social. Entre as previses assustadoras da ONU,

    atualmente, quase 1 bilho de pessoas um sexto da populao

    mundial vive em favelas. E se o ritmo continuar, esse nmero vai

  • subir para 1,4 bilho em 2020 o equivalente populao da China.

    compromisso assumido pelo Estado Brasileiro a defesa dos direitos

    sociais econmicos e culturais. Ter moradia digna um direito

    humano que t no rol dos direitos sociais do cidado brasileiro.

    Podemos at armar que morar um direito cultural de todo

    cidado.

    Socializao dos grupos de trabalho

    Provocao: A partir do que foi lido, percebemos que

    moradia realidade para algumas pessoas, para outras no, h

    muitas famlias sem teto, trabalhadores sem direitos e pessoas

    feridas em sua dignidade. E o que nos diz a lei? Porque isso acontece?

    (Tempo para o debate e exposio dos grupos de trabalho).

    Provocao: Porque ser que no Brasil ainda existe tantas

    pessoas morando na rua em situaes subumanas? E se Jesus Cristo

    entrasse por essa porta aqui? O que ser que ele nos diria com

    relao a isso que debatemos?

    (Tempo para debate)

    Sinais do Reino

    Canto:A palavra de Deus j chegou, nova Luz clareou para o

    povo (bis). Quando a Bblia Sagrada se abriu todo pobre j viu um

    mundo novo (bis).

    Leitura da Palavra: Mateus 7, 24-29

    'Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica

    como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.

    Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram

    contra aquela casa, e ela no caiu, porque tinha seus alicerces na

  • rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e no as pratica como

    um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva,

    transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela

    casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda'. Quando Jesus acabou de

    dizer essas coisas, as multides estavam maravilhadas com o seu

    ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e no

    como os mestres da lei.

    Intertextualizar e partilhar com o tema trabalhado, buscando

    marcas e sinais do Reino presentes na Palavra.

    Avaliao do encontro e encerramento

    Final izando esse encontro, sairemos cobertos de

    questionamentos sobre a situao da vida humana aquilo que

    normal e o que se considera normose numa sociedade em que

    mata, oprime e nega direito.

    Preces espontneas...

    Peamos a Deus que Pai e Me a sua beno e que nos

    atenda os nossos pedidos.

    Mstica de encerramento

    C o m a m s i c a d e P r o j o t a , d i s p o n v e l e m :

    http://www.vagalume.com.br/projota/em-volta-da-fogueira.html.

    Os/as participantes do encontro simbolicamente erguem uma casa

    com os tijolos e telhas que tem no espao.

    De mos dadas, reza-se o Pai Nosso.

    Despedida com abrao coletivo, e canto de envio com a msica O que

    vale o amor, d isponvel em: http:// letras.mus.br/ze-

    vicente/988303/

  • Sugestes de documentrios/vdeos e leituras:

    http://www.doladodeca.com.br/2010/09/17/moradia-nosso-

    direito/

    http://www.vagalume.com.br/elis-regina/casa-no-campo.html

    h t t p : / / w w w. v a g a l u m e . co m . b r/ p r o j o t a / e m - vo l t a - d a -

    fogueira.html

    h t t p : / / w w w . a m b i t o -

    juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1

    2892

  • Roteiro de encono 0

    JUVENTUDE E TRABALHONenhum abalhador sem direitos! (Papa ancisco)

    Ambientao: Diversas prosses e instrumentos de trabalho,

    carteiras de trabalho (pedir aos/s jovens que tragam alguma a

    prpria, para quem j a tem, ou de algum prximo), classicados de

    emprego, correntes, par de sandlias, velas bblia.

    Objetivo: Reetir sobre o trabalho criativo solidrio, as alternativas

    que existe para enfrentar o problema do desemprego, entender o

    que trabalho escravo, o cuidado com o que comum, do outro.

    Acolhida

    Sejam bem vindos e bem vindas! Essa roda de conversa nos provoca a

    olharmos a realidade do trabalho nas nossas vidas, perceber o

    quanto somos importantes diante de Deus Pai desde as obras que

    realizamos.

    Antes de iniciarmos esse encontro, que tal fazermos memria dos

    outros dois que j realizamos, sobre Terra e Teto? O que

    conversamos?

    Canto:Guerreiro menino (Fagner)

    (Disponvel em: )https://www.youtube.com/watch?v=2t7XXneQgtk

    Um homem tambm chora

    Menina morena

    Tambm deseja colo

    Palavras amenas

    Precisa de carinho

    Precisa de ternura

  • Precisa de um abrao

    Da prpria candura

    Guerreiros so pessoas

    So fortes, so frgeis

    Guerreiros so meninos

    No fundo do peito

    Precisam de um descanso

    Precisam de um remanso

    Precisam de um sonho

    Que os tornem perfeitos

    triste ver este homem

    Guerreiro menino

    Com a barra de seu tempo

    Por sobre seus ombros

    Eu vejo que ele berra

    Eu vejo que ele sangra

    A dor que traz no peito

    Pois ama e ama

    Um homem se humilha

    Se castram seu sonho

    Seu sonho sua vida

    E a vida o trabalho

    E sem o seu trabalho

    Um homem no tem honra

    E sem a sua honra

    Se morre, se mata

    No d pra ser feliz

    Realidades

    O grupo motivado a expressar o que signica o emprego, na vida de

    cada um. Escrever na folha a sua ideia a respeito (todas as folhas

    devem ser colocadas no meio da roda).

    Esquentando a Conversa:

    Dinmica do Repolho: Escrever as perguntas abaixo relacionadas,

    uma em cada folha de papel A4 (ou uma pergunta em cada metade

  • de uma folha). Em seguida, amass-las, uma sobre a outra, como se

    fosse um formato de um repolho. Se escolhe um/uma jovem e joga o

    repolho de papel para este/a, o qual ir retirar apenas uma folha

    do repolho de papel e ir ler em voz alta a pergunta. Aps sua

    resposta, este/a escolher outro/a jovem, e jogar o repolho de

    papel para o escolhido. A dinmica prossegue at que se esgotem

    as perguntas.

    Alguns dados para ajudar na reexo:

    Dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de

    Domiclios (Pnad/2013) indicam que ampla maioria dos(as)

    jovens brasileiros (63%) est inserida no mundo do trabalho,

    procurando emprego, trabalhando ou j vivendo a experincia

    do desemprego. Essa realidade particularmente acentuada

    quando considerados os indicadores da populao com idade

    superior aos 18 anos, visto que 69% das moas e rapazes com

    idade entre 18 e 24 anos fazem parte da Populao

    Economicamente Ativa (PEA), percentual que se eleva para 80%

    entre o grupo de 25 a 29 anos de idade. Como apontado na

    pesquisa Agenda Juventude Brasil (SNJ 2013), so as

    dimenses do trabalho e da educao que estruturam as

    expectativas e projetos de vida dos jovens: o que fazem e

    projetam fazer nesses campos que julgam que pode melhorar

    suas vidas e fazerem se sentir realizados. Por isso mesmo, o

    trabalho gura como um dos principais temas de interesse e de

    preocupao dos (as) jovens (Fonte: Secretaria Nacional de

    Juventude)

    - Que lugar o emprego ocupa em nossos planos de vida?

    - Qual a realidade atual do emprego para a maioria dos jovens?

    - Quais so as causas dessa situao?

    - Que mudanas ocorrem no mundo do trabalho no mundo atual?

    - Existem diferenas de condies de trabalho para os homens,

    mulheres, para negros, brancos e indgenas? Quais?

  • Canto: Fbrica (Renato Russo)

    Nosso dia vai chegar

    Teremos nossa vez

    No pedir demais:

    Quero justia,

    Quero trabalhar em paz.

    No muito o que lhe peo

    Eu quero trabalho honesto

    Em vez de escravido.

    Deve haver algum lugar

    Onde o mais forte no

    Consegue escravizar

    Quem no tem chance.

    De onde vem a indiferena

    Temperada a ferro e fogo?

    Quem guarda os portes da fbrica?

    O cu j foi azul, mas agora cinza.

    O que era verde aqui j no existe mais.

    Quem me dera acreditar

    Que no acontece nada

    De tanto brincar com fogo

    Que venha o fogo ento.

    Esse ar deixou minha vista cansada

    Nada demais.

    Reetindo...

    A injusta distribuio da renda faz com que os/as jovens e

    muitas crianas tenham que ingressar no mercado de trabalho para

    sobreviverem e ajudarem na manuteno de suas famlias, sem

    conseguir conciliar trabalho com estudo, lazer, cultura... Muitos/as

    ingressam sem experincia e capacitao, sujeitam-se a qualquer

    tipo de salrio e emprego, e submetem-se a intensas jornadas de

    trabalho que consomem todas as suas energias e tempo.

    No discurso aos movimentos populares em julho de 2015, na

    Bolvia, o papa Francisco condena o trabalho escravo: quantas

  • pessoas, em todo o mundo so vtimas deste tipo de escravido, na

    qual a pessoa que serve ao trabalho, enquanto deveria ser o

    trabalho a oferecer um servio pessoa para que ela tenha

    dignidade. Por isso declaramos em nome de todos e de cada um dos

    nossos credos, que a escravido moderna um crime contra a

    humanidade.

    Todos e todas ns sabemos que o direito ao trabalho

    fundamental para manter a dignidade humana. Porm, outra

    dimenso que devemos observar em nossas lutas por condies de

    melhorar a vida o direito ao lazer, ao descanso e cultura, que no

    usufrumos por termos uma vida quase escrava, onde as relaes do

    trabalho esgotam toda a criatividade e tempo, e nos colocam como

    mera mo de obra na obteno de lucros para os patres de grandes

    empresas, fazendo a roda do sistema girar.

    Em tempos de muitas crises que atingem o direito ao trabalho

    digno, louvamos pelas alternativas existentes como as inmeras

    experincias de cooperativas de economia solidria, e das polticas

    pblicas voltadas para o trabalho e para a capacitao. Tudo isso

    graas mobilizao de movimentos sociais, sindicais, pastorais,

    como a Rede Um Grito Pela Vida, Pastorais da Juventude, Pastoral

    Operria, Comisso Pastoral da Terra, Servio de Proteo aos

    Migrantes, a Critas; e s denncias de alguns mrtires e profetas da

    justia, como Santo Dias da Silva, Margarida Alves, Roseli Nunes,

    Dom Toms Balduno, Pe. Josimo, Pe. Ezequiel Ramin...

    Canto:Orao pela Messe (Pe.Zezinho)

    Poucos os operrios, poucos trabalhadores e a fome do povo

    aumenta mais e mais. s o Senhor da messe, ouve esta nossa

    p r e c e , p e s a n g u e n o v o n a s v e i a s d a t u a I g r e j a .

    1. Falta po porque falta trigo. Falta trigo porque no semeiam e

    faltam semeadores porque ningum foi l fora chamar. Falta f

  • porque no se ouve. No se ouve porque no se fala e falta esse jeito

    novo de levar luz e de profetizar.

    2. Falta gente pra ir ao povo, descobrir porque o povo se cala.

    Pastores e animadores pra incentivar o teu povo a falar. Falta luz

    porque no se acende. No se acende porque faltam sonhos; e falta

    esse jeito novo de levar luz e falar de Jesus.

    Leitura bblica: Mateus 1, 1-16

    Pistas para a reexo:

    - Qual a realidade de desemprego descrita na parbola?

    Conhecemos em nossas cidades lugares parecidos com as praas

    onde se encontra desempregados?

    - Como olhamos e pensamos sobre a forma de remunerao dos

    trabalhadores descrita na parbola? Aceitaramos e concordaramos

    com a proposta justa para Deus de pagar pelo trabalho?

    - Sobre a relao que o emprego e salrio tem com a dignidade de

    uma pessoa, o que o grupo pode reetir?

    Canto: Trabalhador (Seu Jorge)

    Est na luta, no corre-corre, no dia-a-dia

    Marmita fria, mas se precisa ir trabalhar

    Essa rotina em toda rma comea s sete da manh

    Patro reclama e manda embora quem atrasar

    Trabalhador

    Trabalhador brasileiro

    Dentista, frentista, polcia, bombeiro

    Trabalhador brasileiro

    Tem gari por a que formado engenheiro

    Trabalhador brasileiro

    Trabalhador

    E sem dinheiro vai dar um jeito

    Vai pro servio

    compromisso, vai ter problema se ele faltar

    Salrio pouco, no d pra nada

    Desempregado tambm no d

    E desse jeito a vida segue sem melhorar

    Trabalhador

    Trabalhador brasileiro

  • Garom, garonete, jurista, pedreiro

    Trabalhador brasileiro

    Trabalha igual burro e no ganha dinheiro

    Trabalhador brasileiro

    Trabalhador

    Compromisso do grupo

    A Economia Solidria uma alternativa concreta de construo de

    novas relaes sociais, polticas e de trabalho, se contrapondo ao

    modelo econmico vigente, de explorao de mo de obra e de

    recursos naturais, e de concentrao de riquezas. Existem muitas

    experincias de cooperativas de produo a partir da proposta da

    Economia Solidria: de artesanato, de reutilizao e reciclagem de

    materiais, de produo de alimentos, padarias, costuras...

    So sinais do Reino que acontecem aqui!

    Existe alguma experincia em nosso municpio? Que tal buscarmos

    conhecer alguma prxima ao nosso grupo?

    Vamos buscar saber quantas pessoas ajudam a organizar a

    experincia, e quantas famlias fazem parte; quantas pessoas so

    atingidas direta ou indiretamente pela experincia comunitria

    (desde a compra de materiais, produo e venda dos produtos).

    Perguntem se h cursos de formao para os/as associados/as, e se o

    Poder Pblico incentiva essa e outras experincias parecidas.

    Vamos l!!

    Todos/as: Deus, que quisestes submeter s foras da natureza ao

    trabalho humano, concedei que, dedicando-nos aos trabalhos,

    saibamos associar generosamente nossa obra de aperfeioamento

    de vossa Criao. Por Cristo nosso Senhor Criador. Amm.

  • Canto: Utopia (Ze Vicente)

    Quando o dia da paz renascer

    Quando o Sol da esperana brilhar. Eu vou cantar.

    Quando o povo nas ruas sorrir

    E a roseira de novo orir. Eu vou cantar.

    Quando as cercas carem no cho

    Quando as mesas se encherem de po. Eu vou cantar.

    Quando os muros que cercam os jardins, destrudos

    Ento os jasmins vo perfumar

    Vai ser to bonito se ouvir a cano

    Cantada de novo.

    No olhar da gente a certeza de irmos

    reinado do povo (2x)

    Quando as armas da destruio

    Destrudas em cada nao. Eu vou sonhar.

    E o decreto que encerra a opresso

    Assinado s no corao vai triunfar.

    Quando a voz da verdade se ouvir

    E a mentira no mais existir ser enm. Tempo novo de

    Eterna justia sem mais dio sem sangue ou cobia vai ser assim.

    Vai ser to bonito se ouvir a cano

    Cantada de novo.

    No olhar da gente a certeza de irmos

    reinado do povo (2x)

  • Sugestes d leitura:

    Vamos conhecer um pouco da Flask, que era uma fbrica privada, e

    que estava beira da falncia. Por terem salrios atrasados, sem

    direitos trabalhistas assegurados, e pelo cenrio de desemprego, os

    operrios e as operrias tomaram os meios de produo para seu

    controle, e ocuparam a fbrica e toda a produo.

    Partilha da Flask Fbrica sob controle Operrio

    Em 12 de junho de 2003, ns, trabalhadores da Flask,

    decidimos tomar nosso presente em nossas mos, decidimos alterar

    o destino que o capitalismo e os patres nos empunham. Ns

    decidimos tomar a fbrica e coloc-la sob o controle dos prprios

    trabalhadores. Marchamos nestes dez anos defendendo a palavra

    de ordem 'Fbrica quebrada fbrica ocupada, e fbrica ocupada

    deve ser estatizada e colocada sob controle dos trabalhadores'.

    A fora que nos moveu foi a mesma que nos fez suar de sol a

    sol, durante nossa vida, vendendo nossa energia para rodar as

    mquinas do capitalismo e com isso receber um salrio para comer,

    morar e criar nossas crianas. Mais do que isso, a fora que nos

    moveu foi a necessidade de acabar com o horror que vivamos e

    tambm o conjunto de nossa classe.

    Porm, em 12 de junho de 2003, nossa fora estava animada

    tambm com a certeza de que um perodo havia que se esgotar. O

    perodo em que tudo estava organizado somente para o interesse

    dos patres. Foi esta esperana, que, naquele momento, se

    materializava a vitria de Lula. Tendo ele como presidente, nos dava

    uma coragem ainda maior para irmos em frente. ramos mais de

    trezentos que participavam da assembleia que realizamos naquele

  • dia. ramos uma fora que havia tirado os trilhos da histria do seu

    caminho.

    E por isso decidimos reconstruir tudo. Assim, ocupamos a

    fbrica e nos articulamos para garantir o direito ao trabalho, nossa

    principal forma de dignidade. Para tanto, s havia um caminho,

    avanar para tomar as fbricas dos patres, reorganiz-las de acordo

    com os interesses de nossa classe, de acordo com os interesses mais

    gerais da humanidade - a vida e a solidariedade entre os prprios

    trabalhadores, uma vida sem explorao. Organizamos, a partir da,

    uma nova fbrica para se trabalhar. Nos unimos aos sem terra para

    lutar por reforma agrria e o pelo m do latifndio. Gritamos:

    'Quando o campo e a cidade se unir a burguesia no vai resistir'.

    Da mesma forma, nos solidarizamos com todo o povo

    trabalhador explorado, impulsionando a luta pela moradia.

    Decidimos comear a unir convico e ao a partir do terreno do

    patro que durante dcadas sugou nossa vida. Tomamos o terreno, e

    construmos a Vila Operria, onde vivem hoje 564 famlias. Assim

    como impulsionamos o projeto Fbrica de Cultura e Esporte, com

    centenas de atividades realizadas, envolvendo o conjunto da

    comunidade, com crianas, jovens e adultos, garantindo acesso

    cultura, lazer, etc.

    (Fonte: )http://www.fabricasocupadas.org.br/site/index.php/manifesto