sem titulo 2015 - catálogo
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semttulo2015
catlogo
1impresso
Subsolo da biblioteca pblica
Pelotas - Rio Grande do Sul
15 de novembro a 17 de dezembro de 2015
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S/ ttulo uma expresso usada por artistas para
nomear trabalhos, identic-los em sua trajetria
prossional, muitas vezes, pela seqncia S/ ttulo
1,2,3,4...Opo usada para intitular o que no pode ser
nomeado em apenas algumas palavras, ou por inuenciar
a compreenso do trabalho, ou por, simplesmente, no
existir. A escolha de tal expresso para nomear essa
exposio se d ao fato de no termos encontrado apalavra que traduz a diversidade de propostas, contextos
e expressividade reunidos no conjunto de trabalhos
expostos na Biblioteca Pblica.
Essa multiplicidade de discursos trazidos pelos
artistas visuais fruto das inmeras possibilidades da
arte contempornea: reexes pertinentes visualidade
permitem explorar a expressividade com a riqueza de
questes em diferentes linguagens. Os formandos docurso de Bacharelado em Artes Visuais, iniciantes em
seus percursos poticos representam essa diversidade
no contexto da arte.
A trajetria de cada artista feita de sucessivos
trabalhos e exposies, percursos trilhados de
reexes sobre a contemporaneidade. Os artistas desta
exposio so a ltima gerao de alunos que conclui o
processo acadmico de formao na cidade de Pelotas,
contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento da
arte e na arte.
por kellyWENDT.
S/ttulo, 2015
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8Bruna marques
10camila cuqui
12Izzy BD
14flvio michelazzo
16elaine terezinha rodrigues dias
18izabel neitzel
20Eloir Antnio Oliveira da Silva
22 Jernimo Dos Santos Goulart
24LUCAS melo aguiar
26HYGOR GONALVES
28rodrigo dorta marques
30Leandro Silveira Rodrigues
32ficha tcnica
sumrio
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8BRUNA MARQUES
DA praia, quasexilo.Bruna Marques
uma artista da praia,
do Laranjal
afasta- se do centro,
da cidade, do tumulto
pra reetir
com um m de tarde,
um chimarro, um inegvel p na areia
a une
com o sol se pondo
um tabaco
a natureza e a vida, natureza vida
da rvore que nem extrada madeira,
ela faz a quasexilo
mas facilmente seria mais que xilo
quando chama a fotograa de impresso
se houvesse a prepotncia de ser
qualquer coisa alm de uma folha caindo da rvore
um trabalho sensvel que perpassa
assume a palavra como pensamento
brincando quase sem querer,
com neologismoe construes de palavras
com a tipograa
da memria.
por CAMILA CUQUI.
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10CAMILA CUQUI
O UNIVERSODE CUQUI.
Cuqui transparece suas vivncias em seu processocriativo, com tamanha intensidade que, particularmente,
consigo reconhec-la em seu trabalho.
A melodia de sua msica hbrida e a autenticidade
de suas idias resulta em um mundo nico e particular,
onde a gravura de uma galinha passa a ser cu, uma
simples estrutura vira uma cabine cheia de energias,
uma personagem ganha vida, o som que incorpora imagens,
tudo isso, muitas vezes, reunidos num s trabalho.
Desvendo seus trabalhos, como prticas que
transpassam a gravura, a msica, o desenho, o corpo.
Prticas distintas, que acabam se cruzando e resultam
no fantstico Universo de Cuqui.
por Bruna marques.
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literrio fantsticoem camadas. O pelotense Diego Soares especialista em
Patrimnio Cultural e licenciado em Artes Visuais pela
Universidade Federal de Pelotas. O artista traz para
suas pinturas um mundo fantasioso e colorido, que
reete sua infncia e nos leva a interagir visualmente
com este universo. Suas pinturas compreendem as
camadas de tinta aplicadas de maneira prpria, saindo
de uma nica tela e nos trazendo, atravs dos suportestransparentes, vrias possibilidades de viso. Nos leva
a pensar o que gura e o que fundo em seu trabalho,
devido a essa ampla possibilidade de dilogos com as
sobreposies que so criadas.
As guras fantsticas nos rememoram a seres
mitolgicos, e o uso das cores chapadas nas camadas
nos permite um passeio visual harmnico pelas obras.
Suas inuncias grcas vm da cultura pop ocidental e
oriental, dos contos de fada, do universo da ilustrao,
e de movimentos da histria da arte como o Rococ e
a Art Noveau. O uso das cores ricamente elaborada,
casando as linhas suaves e precisas em seus desenhos
com o uso de materiais populares. Sua discusso com
pintura se instala no campo tridimensional, bem como
os limites com a ilustrao.
Partindo do universo da pintura de camadas, Diego
nos traz belas imagens para apreciao.
por flvio michelazzo.
Izzy BD
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14Flvio Michelazzo
TODA MELANCOLIA EM TONS FRIOS. Oartista desenvolve um trabalho com leo sobre tela do gnero
retrato, usando como temtica e potica a no pose e a esttica do
frio. Ele procura pessoas desconhecidas, a esmo na rua, no inverno,
se apropriando das imagens e as reproduzindo na tela, em tons frios
e rebaixados, mostrando o lado melanclico e depressivo da estao.
O interessante a ressaltar no trabalho de Michelazzo o contedo
histrico da pintura e da fotograa, que trazem nelas a tradio do
retrato e da pose e estdio, a evoluo dessas duas formas de arte.
J se sabe da tradio do gnero retrato na pintura, bem como
dos dias, meses e at longos anos que uma pintura com modelo vivo
demorava a car pronta. Com a fotograa, aconteceu quase o mesmo,
mas com o advento dos avanos teolgicos, o processo de captura
de imagens se tornou mais rpido e o cliente obtinha sua foto em
menos tempo. Isso melhorou a qualidade de vida do fotgrafo, que
antes se intoxicava com substncias qumicas, durante o processo de
preparao e revelao da chapa.
Durante todo o trabalho do artista, possvel notar essa
ntima relao entre as duas linguagens, que tem em comum a tradio
do retrato. Opondo-se ao articialismo da pose, ou ao fragmento de
cena observado por uma janela renascentista (tassinari), buscando
a naturalidade dos desconhecidos que sofrem com os rigores das
intempries do inverno. Sendo outro ponto que vejo tambm se
relacionar com ahistoria da pintura, que tambm explorou o realismo
do sculo XIX. Michelazzo no se preocupa em capturar pessoas belas,
em momentos prazerosos e, sim, em momentos comuns do cotidiano, como
andar na rua em dias nublados e chuvosos, o franzir de testa nosdias de vento, a diculdade em locomover-se com as muitas roupas
grossas para aguentar o frio ou pessoas em estado de introspeco.
Por vezes, caractersticas que relembram a pintura de Van Gogh e
Picasso, na fase azul, em que eles mostravam em seus tons frios toda
a melancolia, sofrimento e depresso das pessoas retratadas ou em
paisagens. A paleta de cor escolhida pelo artista traz esse peso das
cores que tambm tem sua historicidade.
por Izzy BD.
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16ELAINE terezinha rodrigues DIAS
A geologia, de Elaine Dias. A artista gacha Elaine Dias, em nal de sua graduao,
j apresenta uma produo signicativa de arte contempornea.
Pode-se dizer que sua produo fruto da apropriao de um
pedao de madeira corrodo pelo cupim. Atravs dele, ela
cria suas pinturas.
Num primeiro momento, observando suas telas, no
possvel fazer essa ligao entre a sua pintura e o seu
referencial, ponto de partida. A aluso imagem est nahorizontalidade criada pela congurao das fendas deixadas
pelo inseto. Suas pinturas so sucessivas divises de cores,
s vezes delineadas, outras, nem tanto, formando camadas e
intervalos, produzindo uma linearidade pela superfcie.
Essa estrutura remete s camadas estratigrcas, estudadas
na geologia, nas quais diferentes tipos de elementos so
encontrados no solo e no subsolo: areia, terra, gua, rocha,
argila, etc. A diversidade dos elementos, suas texturas e
cores reforam essa percepo de relao na sua visualidade.
No trabalho, a densidade do material pictrico e as
diferentes orientaes das pinceladas, visveis na pintura,
o que torna pertinente essa comparao. Elaine Dias
trabalha com liberdade em suas pinceladas, enriquecendo a
produo em artes visuais, ampliando as experincias com
essa materialidade do seu prprio fazer. Suas telas tm
carter alegre, devido s cores de sua paleta leve, com
tons degradados e puros, o que conduz o olhar a percorrer oscaminhos e os espaos que, provocados pela diferena de cor,
ganham uma espacialidade.
Nessa produo em exposio, a artista nos apresenta a
estrutura de uma de suas pinturas. Nele, podemos observar
um laborioso trabalho de pulso, sugerindo uma paisagem feita
com caneta esferogrca na cor azul sobre papel vegetal.
por izabel neitzel.
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18IZABEL NEITZEL
Um mundoadmirvelde planos nassobreposies de Izabel Neitzel.
Izabel Neitzel, uma artista singular, com mtodos
acurados, nos quais desenvolve meios precisos, atraentes
e surpreendentes. Traz liberdade em seus trabalhos,
pois transita por diversas linguagens e tcnicas,
construindo de forma distinta uma confuso no olhar.
Suas pinturas se caracterizam pelas sobreposies,
repetio e apropriao de elementos. A cor, ao fundo
da pintura, por exemplo, uma mescla de rosa, azul,
lils e roxo, com diferentes camadas de guras que so
repetidas e ordenadas entre si.
A artista brinca com o ldico e reinventa o que
faz. Das suas memrias com o artesanato, transporta
a experincia e o virtuosismo de seu universo e de
seu cotidiano. Ao que orienta o pensamento que a
conduz, pois reete em seu processo escolhas de imagens
que deseja repetir, daquelas que sofrem inuncias
e daquelas que sero ajustadas, conforme a harmonia
das cores e o formato dos elementos. O procedimento
desdobra-se, tendo como resultado, combinaes
variadas e surpreendentes, transcendendo os limites
da criatividade.
Seus prprios caminhos propem situaes diversasa serem experimentadas, criando um mundo admirvel, por
meio de diferentes planos. A fuso surge das combinaes
das vrias imagens sobrepostas que lembram brinquedos
de crianas, enfeites, ornamentos, transparncias e,
por vezes, linhas costurando uma nova silhueta que,
reunidos, tornam-se outra coisa, quase uma estampa,
tramas visuais, capazes de se transportar para o
bidimensional.
por ELAINE terezinha rodrigues DIAS.
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A arte digitaleanalgicade Eloir.
Em seus trabalhos, Eloir Antnio Oliveira daSilva utiliza a cermica como fonte principal em seus
trabalhos, apresentando neles variadas temticas.
Peas tridimensionais de cermica, com referncia em
August Rodin, bem como de suas inuncias mitolgicas
e representao humana, contidas em releituras
bidimensionais correspondentes, criadas numa plataforma
digital. As imagens digitais so disponibilizadas pela
rede wireless, por meio de dispositivos com acesso ao
wi-, como notbooks, tablets e smartphones.
O trabalho Do barro ao bit- Espao virtual
coletivo de arte traz a proposta da mixagem entre a
arte analgica e a digital. Para isso, o autor traa
um paralelo, utilizando o primitivismo da escultura
cermica, a manipulao digital de imagens e o acessoa uma plataforma digital, atravs da tecnologia
wireless, o que resulta no Espao virtual coletivo
(ciberespao).
Eloir abre espao para uma nova percepo, simultnea
s habituais formas de interao com as obras de arte,
promovendo um maior acesso ao espectador, utilizando o
ciberespao de forma colaborativa. Essa nova experincia
se d atravs da interface, que constitui uma das trspartes que compe o trabalho, juntamente com as peas
em cermica e as imagens manipuladas digitalmente,
unindo high tech e low tech. Desta forma, explora o
ciber espao, a m de reetir a arte contempornea,
pensando em ampliar e otimizar a experincia, atravs
do acesso virtual do espectador s obras.
Por Jernimo dos santos Goulart.
Eloir Antnio Oliveira da Silva
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AsZonas Restritas,de Jernimo Goulart.(Crebro)
As esculturas com arame farpado e luzes propem umaexperincia extra-sensorial, instigando os sentidos
humanos, zonas restritas, reetindo sentimentos que
no conhecemos e temos diculdades para compreender e
lidar com eles.
Seus trabalhos abordam temas sobre a memria:
pensamentos e sentimentos guardados, que no dividimos
e no permitimos que inuncias externas afetem-nos.
Como se nos cercssemos de uma cpsula protetora,
restringindo o acesso, produzindo um lugar seguro,
onde nada sai e nada entra. Atravs de arames farpados,
o artista busca mexer em nossas feridas, desejos e
sentimentos.
As luzes, inseridas de forma intermitente em seusvolumes, passam a sensao de inquietude, sempre
presente e em atividade. Essa inteno relaciona-se
com o reexo humano dos impulsos neurais, que emite
estmulos aos msculos e leva ao e reao de todo
o conito gerado por sensaes e sentimentos secretos.
A obra busca estimular o instinto do corpo: o acesso
involuntrio a essas zonas restritas, atos involuntrios
e irracionais, exagerados e descoordenados, que
extravasam e violentam o homem.
por Eloir AntnioOliveira da Silva.
Jernimo Dos Santos Goulart
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UMA OBRA DE FICOCOMANIMAO.
A animao sempre esteve presente na vida do
artista Lucas Melo Aguiar, se mostrando ativa e de
forma ativista. O prprio artista quem cria o roteiro,
personagens, os desenhos e animaes.
Busca uma qualidade visual de uma animao que
est extinta por motivos puramente econmicos e fazer
com que ela se reproduza por meio de dispositivos
e elementos tcnicos que o artista possui, o mesmo
principio se aplica as outras formas de sua produo,
tanto na pintura quanto no desenho, ele cria uma ancora
visual que d vazo aos conceitos de sua obra.
No curta O Leitor: o atleta de vestibular
mostra uma realidade implcita, mas j conhecida dos
vestibulandos brasileiros. Com muito humor, insere afrase Esta uma obra de cono comeo da animao
que possui linguagem simples e incisiva onde critica o
ensino no pas. A animao rene um leque de referncias
dentro do mundo das animaes.
por Hygor Gonalves.
LUCAS melo aguiar
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Pixel art, de Rodrigo Dorta Marques.
Rodrigo Dorta denomina seu trabalho como
multimdia, utiliza mestiagem da arte eletrnica
(digital). Esttica simplicada impura, focando na
esttica digital, relacionado Lowart. As estticas
Pixel Arte e Low Poly esto inseridas em seu contexto
de pesquisa, com referncia aos computadores da gerao
de 70, capazes de representar imagens, atravs de
monitores de tubo de raio catdicos, com capacidade
limitada, conforme a quantidade de pontos de exibio
suportados pela tela, que so eles: os pixels.
O termo Pixel Art vinculado ao pontilhismo, no
qual Dorta busca referncias para entrecruzar essas
linguagens, para explorar a tcnica ponto a ponto, pixel
por pixel. O artista discute o avano da tecnologia
que, segundo ele, quer acabar com o Pixel que, devido alta resoluo de tela e imagem, minimiza- o. Entende
que a idia de Pixel como se fosse um tomo da imagem
digital, defende a re-signicao do Pixel em seu
trabalho, criando a idia de reciclagem digital.
Seu processo criativo abrange desde releituras de
obras como o auto-retrato, de Lucian Freud, Reection,
pintura de Hopper Nighthawks a tcnicas de artistas
eletrnicos dos anos 70.
Leandro Silveira Rodrigues.
rodrigo dorta marques
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FICHA tcnica
coordenao:kelly wendt
Capa:Camila Cuqui
Diagramao:Rodrigo Dorta marques
Design e indentidade visual:camila cuquiRodrigo dorta marques
Reviso ortogrfica:
sabrina d'vilaJernimo Dos Santos Goulart
textos e artistas participantes:Bruna marquescamila cuquiIzzy BD
flvio michelazzoelaine terezinha rodrigues diasizabel neitzelEloir Ant nio Oliveira da SilvaJernimo Dos Santos GoulartLUCAS melo aguiarHYGOR GONALVES
rodrigo dorta marquesLeandro Silveira RodriguesKelly Wendt
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PELOTAS, 2015.
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