sem medo do volante

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volante Sem medo do Sem medo do Ronny Santos/Folhapress A atendente Elaine de Jesus Oliveira perdeu o medo e dirige todos os dias para o trabalho Mulheres buscam a ajuda de centros especializados para perder o medo de dirigir e encarar o trânsito de São Paulo A atendente Elaine de Jesus Oliveira, 34 anos, tinha acabado de tirar a carta de motorista, no ano passado, quando teve uma experiência negativa que cau- sou nela pavor de dirigir. “Tive um aci- dente de carro, quando meu cunhado estava dirigindo. Um caminhão bateu no nosso carro. Então, eu passei a ter muito medo, começava a tremer só de pegar no volante. Nem cheguei a dirigir um carro”, conta ela. Meses depois, Elaine decidiu se ma- tricular em um curso direcionado para mulheres que têm medo de dirigir ou que querem se aperfeiçoar. “Fiquei mais segura e confiante depois das au- las. Agora, vou trabalhar de carro todos os dias, sem medo”, orgulha-se. No curso, as mulheres têm aulas bá- sicas e práticas, além de acompanha- mento psicológico. “Com base na ava- liação inicial, trabalhamos a parte téc- nica e emocional, englobando o comportamento no trânsito, de forma a entender de onde vem a insegurança da mulher, para então solucionar isso”, diz Grace Alves, psicóloga clínica e criado- ra da empresa Mulheres Habilitadas. O curso é voltado apenas para mu- lheres e é totalmente direcionado a es- se público. “Culturalmente, no Brasil, a mulher não é estimulada a dirigir. Ela brinca de boneca enquanto o homem brinca de carrinho”, diz Grace. Sergio Luiz Braghini, professor da Fundação Escola de Sociologia e Políti- ca de São Paulo, avalia: “É uma pressão moral e não comportamental. A condi 34

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Mulheres buscam a ajuda de centros especializados para perder o medo de dirigir e encarar o trânsito de São Paulo.

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Page 1: Sem medo do volante

volanteSemmedodoSemmedodo

RonnySantos/Folhapress

A atendente Elaine de Jesus Oliveira perdeuomedo e dirige todos os dias para o trabalho

Mulheresbuscamaajudadecentrosespecializadosparaperderomedodedirigir eencararo trânsitodeSãoPaulo

A atendente Elaine de Jesus Oliveira,34anos, tinhaacabadode tiraracartademotorista, noanopassado,quandoteveumaexperiêncianegativaquecau-sounelapavordedirigir. “Tiveumaci-dentedecarro, quandomeucunhadoestavadirigindo.Umcaminhãobateunonossocarro. Então, eupassei a termuitomedo, começavaa tremersódepegarnovolante.Nemcheguei adirigirumcarro”, contaela.Mesesdepois, Elainedecidiu sema-

tricularemumcursodirecionadoparamulheresque têmmedodedirigir ouquequeremseaperfeiçoar. “Fiqueimais seguraeconfiantedepoisdasau-

las.Agora, vou trabalharde carro todososdias, semmedo”, orgulha-se.Nocurso, asmulheres têmaulasbá-

sicasepráticas, alémdeacompanha-mentopsicológico. “Combasenaava-liação inicial, trabalhamosaparte téc-nicaeemocional, englobandoocomportamentono trânsito, de formaaentenderdeondevema insegurançadamulher, paraentãosolucionar isso”, dizGraceAlves, psicólogaclínicaecriado-radaempresaMulheresHabilitadas.Ocursoé voltadoapenasparamu-

lhereseé totalmentedirecionadoaes-sepúblico. “Culturalmente, noBrasil, amulhernãoéestimuladaadirigir. Elabrincadebonecaenquantoohomembrincadecarrinho”, dizGrace.SergioLuizBraghini, professorda

FundaçãoEscoladeSociologiaePolíti-cadeSãoPaulo, avalia: “Éumapressãomoral enãocomportamental.Acondi

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comportamento

ção cultural de que ohomemdevedirigir pe-samais sobreelesdoquesobreasmulheres”,pontua.OpsicólogoArmando

Ribeiroconcorda. “Paraasmulheres, adireçãorepresentaautonomia,liberdade.Emgeral, elasnãosesentemtãopressionadasa tirara carteiradehabilitaçãoassimqueatingema idadepermitida”, apontaele, coordenadordoprogramadeavaliaçãodoestressedaBeneficênciaPortuguesadeSãoPaulo.Omedodo trânsitooudopreconceito

temfeitoos cursos femininos terembastanteprocura. “As razõespodemsertraumas, faltadeprática, insegurançadedeixarocarromorreremumaladei-raoudeperderocontrole casooutros

motoristas fiquembuzinando”, listaCarlaMüller, proprietária docentrodetreinamentoMulheresnoTrânsito.Aquantidadedeaulasvariadeacor-

do comcadacaso.Nasescolas, ospre-çosvariamconformeoatendimentoqueaalunaprecisa—vaideR$188aR$3.000.No fim,muitas se revelamboasmotoristas. “Amulherémais cui-dadosaezelosa.Meu lemaé:mulhernovolante, segurançaconstante”, encerraCarla. (LaísOliveira)

Culturalmente, no Brasil, a mulhernão é estimulada a dirigir. Elabrinca de boneca enquanto ohomem brinca de carrinhoGraceAlves,psicólogaclínicaecriadoradocursoGraceAlves,psicólogaclínicaecriadoradocursoGraceAlves,psicólogaclínicaecriadoradocursoMulheresHabilitadasMulheresHabilitadasMulheresHabilitadas

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Agora ■■■ RevistadaHora Domingo,27/9/2015 35