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1 A N N O DOMINGO, 30 DE OUTUBRO DE 1901 Ar.c 14 SEM ANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E A-GRICOLA Assij^náhih Anno, iSooo réis; semestre, Soo réis. Pagamento adeantado. H Na cobrança pelo correio, accresce opremio do vale, ^ Avulso, no dia da publicação, 20 réis, EDITOR — José Augusto Saloio U RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS A Ll)E(iA LLW iA Publicações Annuncios— 1.® publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, A 20 féis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial, Os auto- « graphot não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio EXPEDIENTE Acceitam-se com grati dão «gsjaesquer noticias que sejam «le interesse publico. Á ALIMENTACAO MODERNA Queixam-se todos do enfraquecimento gradual que a nossa raça tem expe rimentado. Uma das causas primor- diaes dessa degenerescen- cia é a má alimentação e as falsificações que abusi vamente se tem introduzi do nas substancias alimen tares. (3 pão e o assucar lá vêm misturados com o gesso; a manteiga junctamente com a margarina faz a de licia dos amadores de tor radas; o azeite misturado com oleos de diversas qua lidades ; o café lá vêm com a cevada (e isso ainda é o menos!); o vinagre é o no me de baptismo que toma o acido acético impuro; o vinho só Deus sabe quan tas drogas contém; o lei te... com agua, quando não é cousa peior; emfim tudo isto, sem fallarmos noutros alimentos, taes co mo o chocolate, queijos, etc., etc.; constitue a nutri- cção dos pobres nos tem pos actuaes. Quer dizer, transforma- se o estomago da pobre humanidade, numa droga ria de primeira ordem! E ainda querem que os homens sejam robustos! Além dos factores que acima apresentamos em rapida resenha, teremos ainda de accrescentar o ar, contaminado pelos produ- ctos de combustão das in- numeras fabricas e a agua inquinada de quantas im- mundicies ha! Pobre humanidade! J. A í S. INSTRUCÇÃO E EDUCAÇÃO Instruir é ministrar um instrumento que pode per der ou salvar a sociedade, mas instruir, educando, isto é, desenvolver os dotes physicos e intellectuaes da infancia, educando-a ao mesmo tempo nos grandes princípios da moralidade e justiça, da liberdade e b jne- íicencia, é árchitectar o grande edifício do futuro social, é lánçar á terra the- souros inexgotaveis, é ca minhar sereno com osblhos íitós na estrella rutilante do verdadeiro Progresso^ é ali mentar e vivificar a seiva da viridente e frondosa ar vore do Bem, é em summa contribuir poderosamente para a felicidade das famí lias e dos povos. A familia é o sacrario onde a creança recebe os primeiros elementos edu cativos; e é a mãe que tem a seu cargo essa missão no bilíssima. E’ ella que ama, e mais do que ninguém, o ente que rido que traz no seio antes de o vêr e conhecer, for mando com elle como que a mesma homogeneidade e alimentando-o com o seu proprio alimento. E que se ria a familia sem a mãe? Seria templo sem altar ou altar sem imagem; jar dim sem flores ou flores sem aroma; céo sem estrel- las ou estrellas sem scintil- lações. E’ circumscripto o hori- sonte da mulher, e todavia, nada mais nobre, mais di gno, nem mais sublime do que 0 papel que ella, como mãe, tem a desempenhar na grande esphera social. Ella não é chamada ás controvérsias do foro, em que se debatem questões mais ou menos graves, to das tendentes a fazer trium- phar a justiça, a restabele cer o equilíbrio social; não defende nos campos de ba talha, expondo o peito ás balas, os direitos e a auto nomia da patria:— tudo isso pertence ao homem, que symbolisa a coragem, a for ça, o heroísmo, a aspiração á gloria, conseguindo ás ve zes que a posteridade lhe levante o monumento da sua immortalidade. Onde não reina plena mente o doce equilíbrio da paz e da harmonia, deslo cada estará a mulher, cuja essencia symbolisa a perso nificação da tranquillidade. E é sobretudo no lar do mestico onde se gosa esse socego intimo, salutar; é ahi que a mãe, esse con- juncto de caricias, de dis- velos, de abnegação, inspi ra no espirito da creança as primeiras noções da verdade e da moral mais pura. A mãe com o filho ao <joIlo atíirma que com pre bende a sua missão, que maó declina o seu direito, nem se, exime ao seu de ver; e é sublime, é gran dioso, é encantador, vêr essa dualidade divina em que parece estabelecer-se uma corrente magnética de amor, de sentimentos homogeneo,s, porque, se a creança chora, vereis la grimas nos olhos da mãe ; se sorri, vereis assomar aos' labios da mãe um sorriso de amor e de contenta mento; se adoece, vereis a mãe desatar-se em dedica ções e carinhos, passando noites veladas ao pé do fi lho, sacrificando o socego e a saude, sem nunca sol tar um queixume, nem ma nifestar um enfado, e tendo unicamente em vista o res tabelecimento do seu filho querido! E’ que a mãe é o anjo tutelar da creança; é o in- termedio entre o filho e a Providencia; é o anjo das lagrimas com que tantas ve/.es escreve sobre o rosto do filho o amor ardentíssi mo que lhe consagra; é a aurora que illuminà; é o vulto meigo, sympathico, que acaricia. Cada palavra, cada idéa, cada pensamento da mãe, fica tão profundamente gravado no espirito da creança que ella chega a pensar pelo pensar da sua mãe, a fallar pelo seu fal- lar e a obrar por seu exem plo. E’ sublime, é nobre, é grandioso o sacerdocio da mulher; assim como é gra ve a sua responsabilidade moral quando ella, como mãe, tem de educar aquel- las cêras molles que se ada ptam ás impressões de qual quer sello que se lhes ap- plique, porque é então n’a- quelle periodo em que a creança desponta para a sida, que se formam gé nios, caracteres e convic ções. Nada é estacionario no mundo physico, e o homem, acompanhando as evolu ções da natureza, cresce, robustece-se, e se tem a in felicidade de ceder cega mente aos prazeres perni ciosos, ás desordens e de cepções de que está semea do o prado social, não ha voz, não ha palavras sufii- cientemente poderosas, não ha um EU TE PEÇO la crimoso de mãe adorável, não ha conselhos efificaz- mente salutares, que o arranquem dessa desorien tação que, levando-o de or gia em orgia, de desregra mento em desregramento, despenha-o num abysmo de perdição, de que só a morte vem por fim des- prendel-o. Quantas lagrimas pun- gentissimas não derramará aquella que é verdadeira mente mãe, quando vê per dido para sempre o seu fi lho querido! Como a haste que só deixa morrer a flor á min gua de seiva morrendo com ella, a mãe, só não salvará o filho, quando, esgotados todos os recursos e perdi das todas as esperanças, vê tambem fugir-lhe o con tentamento, a alegria e o socego. Como se vê, é no seio da familia que se lançam os alicerces do edifício da edu cação moral, e é na escola que se continua e conclue esse edifício, ministrando- se ao mesmo tempo a ins trucção propriamente dita. * A historia da humanida de, dividindo-se em varios periodos, maniíestaqueem cada um d elles, houve uma feição característica do es tado da sua civilisacão. . y Assim, em uns predomi nava a guerra, guerra sem tréguas, cruentissima, de vastadora, em que os for tes e os poderosos invoca vam como direito a força e poderio, conquistando á custa destes dois elemen tos os territorios com que constituíam nacões. Em outros, iniciaram-se e completaram-se os des cobrimentos que eram co mo que o complemento das conquistas e o termo das suas aspirações. Noutros, saudava-se en- thusiasticamente a aurora da litteratura e da scien- cia, desses dois beneficos e salutares factores que, ao passo que estabeleciam o equilíbrio no mundo social em bases mais seguras, iam fomentando e preparando o periodo da Renascença, que foi presenteado com tres inventos capitaes: — a polvora, o papel e a bús sola. A bússola preparou-a a descoberta; o papel pre parou a imprensa; a pol vora preparou a conquista. Eis os tres grandes agen tes que conquistaram para a sciencia novos horison- tes, para as lettras novos es plendores, para a socieda de novas aspirações. Albuquerque, Guttem- berg, Magalhães: — eis a trindade venerável que re volucionou e impulsionou o mundo scientifico e litte- rario, dilatando luminosa mente os âmbitos do mun do moral e intellectual. De todas as tres invenções a mais notável é incontesta velmente a imprensa, por que com ella baratearam-se os livros; deu-se curso uni versal e immortal ao pen samento; a sciencia come- cou a assomar a cabeca > > ora ás frestas das cellas dos conventos, ora ás ameias de algum casteilo feudal; a instrucção, percorrendo todas as camadas da gran de montanha humana, co meçou a diffundir torrentes e torrentes de luz, e como consequencia logica a civi- lisação abria as suas por tas a um mundo novo, avido de luz, como a ave rompendo o ovo que a en cerra, como a chrysallida metamorphoseando-se em borboleta. Foi assim que raiou o crepusculo matutino do se culo XVI, e que expirou a «edade media». Ao impulso energico e habil de D. João II, auxiliado pela aura popu lar, os grilhões do feudalis mo haviam começado a cahir despedaçados e sobre

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Page 1: SEM ANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E A-GRICOLA · U RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS A L l)E (iA L L W iA P ublicações Annuncios—1.® publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

1 ANNO DOMINGO, 30 DE OUTUBRO DE 1901 Ar.c 14

SEM A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A -G R IC O L A

A ssij^náhihAnno, iSooo réis; semestre, Soo réis. Pagamento adeantado. H Na cobrança pelo correio, accresce oprem io do vale, ^Avulso, no dia da publicação, 20 réis,

EDITOR— José Augusto SaloioU RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS

A L l ) E ( i A L L W i A

P u b lic a ç õ e sAnnuncios— 1.® publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

A 20 féis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial, Os auto- « graphot não se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

EXPEDIENTE

A c c e ita m -se com g r a t i­d ão «gsjaesquer n o t ic ia s q u e sejam «le in t e r e s s e p u b lic o .

Á ALIMENTACAO

MODERNA

Queixam-se todos do enfraquecimento gradual que a nossa raça tem expe­rimentado.

Uma das causas primor- diaes dessa degenerescen- cia é a má alimentação e as falsificações que abusi­vamente se tem introduzi­do nas substancias alimen­tares.

(3 pão e o assucar lá vêm misturados com o gesso; a manteiga junctamente com a margarina faz a de­licia dos amadores de tor­radas; o azeite misturado com oleos de diversas qua­lidades ; o café lá vêm com a cevada (e isso ainda é o menos!); o vinagre é o no­me de baptismo que toma o acido acético impuro; o vinho só Deus sabe quan­tas drogas contém; o lei­te... com agua, quando não é cousa peior; emfim tudo isto, sem fallarmos noutros alimentos, taes co­mo o chocolate, queijos, etc., etc.; constitue a nutri- cção dos pobres nos tem­pos actuaes.

Quer dizer, transforma- se o estomago da pobre humanidade, numa droga­ria de primeira ordem!

E ainda querem que os homens sejam robustos!

Além dos factores que acima apresentamos em rapida resenha, teremos ainda de accrescentar o ar, contaminado pelos produ- ctos de combustão das in- numeras fabricas e a agua inquinada de quantas im- mundicies ha!

Pobre humanidade!

J. A í S.

INSTRUCÇÃO E EDUCAÇÃO

Instruir é ministrar um instrumento que pode per­der ou salvar a sociedade,

mas instruir, educando, isto é, desenvolver os dotes physicos e intellectuaes da infancia, educando-a ao mesmo tempo nos grandes princípios da moralidade e justiça, da liberdade e b jne- íicencia, é árchitectar o grande edifício do futuro social, é lánçar á terra the- souros inexgotaveis, é ca­minhar sereno com osblhos íitós na estrella rutilante do verdadeiro Progresso é ali­mentar e vivificar a seiva da viridente e frondosa ar­vore do Bem, é em summa contribuir poderosamente para a felicidade das famí­lias e dos povos.

A familia é o sacrario onde a creança recebe os primeiros elementos edu­cativos; e é a mãe que tem a seu cargo essa missão no­bilíssima.

E’ ella que ama, e mais do que ninguém, o ente que­rido que traz no seio antes de o vêr e conhecer, for­mando com elle como que a mesma homogeneidade e alimentando-o com o seu proprio alimento. E que se­ria a familia sem a mãe?

Seria templo sem altar ou altar sem imagem; jar­dim sem flores ou flores sem aroma; céo sem estrel- las ou estrellas sem scintil- lações.

E’ circumscripto o hori- sonte da mulher, e todavia, nada mais nobre, mais di­gno, nem mais sublime do que 0 papel que ella, como mãe, tem a desempenhar na grande esphera social.

Ella não é chamada ás controvérsias do foro, em que se debatem questões mais ou menos graves, to­das tendentes a fazer trium- phar a justiça, a restabele­cer o equilíbrio social; não defende nos campos de ba­talha, expondo o peito ás balas, os direitos e a auto­nomia da patria:— tudo isso pertence ao homem, que symbolisa a coragem, a for­ça, o heroísmo, a aspiração á gloria, conseguindo ás ve­zes que a posteridade lhe levante o monumento da sua immortalidade.

Onde não reina plena­mente o doce equilíbrio da paz e da harmonia, deslo­cada estará a mulher, cuja

essencia symbolisa a perso­nificação da tranquillidade. E é sobretudo no lar do­mestico onde se gosa esse socego intimo, salutar; é ahi que a mãe, esse con- juncto de caricias, de dis- velos, de abnegação, inspi­ra no espirito da creança as primeiras noções da verdade e da moral mais pura.

A mãe com o filho ao <joIlo atíirma que com pre­bende a sua missão, que maó declina o seu direito, nem se, exime ao seu de­ver; e é sublime, é gran­dioso, é encantador, vêr essa dualidade divina em que parece estabelecer-se uma corrente magnética de amor, de sentimentos homogeneo,s, porque, se a creança chora, vereis la­grimas nos olhos da mãe ; se sorri, vereis assomar aos' labios da mãe um sorriso de amor e de contenta­mento; se adoece, vereis a mãe desatar-se em dedica­ções e carinhos, passando noites veladas ao pé do fi­lho, sacrificando o socego e a saude, sem nunca sol­tar um queixume, nem ma­nifestar um enfado, e tendo unicamente em vista o res­tabelecimento do seu filho querido!

E’ que a mãe é o anjo tutelar da creança; é o in- termedio entre o filho e a Providencia; é o anjo das lagrimas com que tantas ve/.es escreve sobre o rosto do filho o amor ardentíssi­mo que lhe consagra; é a aurora que illuminà; é o vulto meigo, sympathico, que acaricia.

Cada palavra, cada idéa, cada pensamento da mãe, fica tão profundamente gravado no espirito da creança que ella chega a pensar pelo pensar da sua mãe, a fallar pelo seu fal- lar e a obrar por seu exem­plo.

E’ sublime, é nobre, é grandioso o sacerdocio da mulher; assim como é gra­ve a sua responsabilidade moral quando ella, como mãe, tem de educar aquel- las cêras molles que se ada­ptam ás impressões de qual­quer sello que se lhes ap- plique, porque é então n’a-

quelle periodo em que a creança desponta para a sida, que se formam gé­nios, caracteres e convic­ções.

Nada é estacionario no mundo physico, e o homem, acompanhando as evolu­ções da natureza, cresce, robustece-se, e se tem a in­felicidade de ceder cega­mente aos prazeres perni­ciosos, ás desordens e de­cepções de que está semea­do o prado social, não ha voz, não ha palavras sufii- cientemente poderosas, não ha um EU TE PEÇO la­crimoso de mãe adorável, não ha conselhos efificaz- mente salutares, que o arranquem dessa desorien­tação que, levando-o de or­gia em orgia, de desregra­mento em desregramento, despenha-o num abysmo de perdição, de que só a morte vem por fim des- prendel-o.

Quantas lagrimas pun- gentissimas não derramará aquella que é verdadeira­mente mãe, quando vê per­dido para sempre o seu fi­lho querido!

Como a haste que só deixa morrer a flor á min­gua de seiva morrendo com ella, a mãe, só não salvará o filho, quando, esgotados todos os recursos e perdi­das todas as esperanças, vê tambem fugir-lhe o con­tentamento, a alegria e osocego.

Como se vê, é no seio da familia que se lançam os alicerces do edifício da edu­cação moral, e é na escola que se continua e conclue esse edifício, ministrando- se ao mesmo tempo a ins­trucção propriamente dita.

*

A historia da humanida­de, dividindo-se em varios periodos, maniíestaqueem cada um d elles, houve uma feição característica do es­tado da sua civilisacão.. y

Assim, em uns predomi­nava a guerra, guerra sem tréguas, cruentissima, de­vastadora, em que os for­tes e os poderosos invoca­vam como direito a força e poderio, conquistando á custa destes dois elemen­tos os territorios com que constituíam nacões.

Em outros, iniciaram-se e completaram-se os des­cobrimentos que eram co­mo que o complemento das conquistas e o termo das suas aspirações.

Noutros, saudava-se en- thusiasticamente a aurora da litteratura e da scien- cia, desses dois beneficos e salutares factores que, ao passo que estabeleciam o equilíbrio no mundo social em bases mais seguras, iam fomentando e preparando o periodo da Renascença, que foi presenteado com tres inventos capitaes: — a polvora, o papel e a bús­sola. A bússola preparou-a a descoberta; o papel pre­parou a imprensa; a pol­vora preparou a conquista.

Eis os tres grandes agen­tes que conquistaram para a sciencia novos horison- tes, para as lettras novos es­plendores, para a socieda­de novas aspirações.

Albuquerque, Guttem- berg, Magalhães: — eis a trindade venerável que re­volucionou e impulsionou o mundo scientifico e litte- rario, dilatando luminosa­mente os âmbitos do mun­do moral e intellectual. De todas as tres invenções a mais notável é incontesta­velmente a imprensa, por­que com ella baratearam-se os livros; deu-se curso uni­versal e immortal ao pen­samento; a sciencia come- cou a assomar a cabeca> > ora ás frestas das cellas dos conventos, ora ás ameias de algum casteilo feudal; a instrucção, percorrendo todas as camadas da gran­de montanha humana, co­meçou a diffundir torrentes e torrentes de luz, e como consequencia logica a civi- lisação abria as suas por­tas a um mundo novo, avido de luz, como a ave rompendo o ovo que a en­cerra, como a chrysallida metamorphoseando-se em borboleta.

Foi assim que raiou o crepusculo matutino do se­culo X V I, e que expirou a «edade media». Ao impulso energico e habil de D. JoãoII, auxiliado pela aura popu­lar, os grilhões do feudalis­mo haviam começado a cahir despedaçados e sobre

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2 O D O M I N G O

as suas ruinas levantou-se, magestoso e soberbo, um novo edificio social. A so­ciedade entrou numa era brilhantíssima em que as conquistas do genio substi­tuíam vantajosamente as «conquistas da força, fazen­do com que a força do di­reito triumphasse do direito da força, com que não hou­vesse fortes e fracos, venci­dos e vencedores, e com que todos fossem eguaes perante a lei e com um só

. direito : — o amor univer­sal!

Esse raiar de uma nova civilisacão era o desenvot-

y

vimento pausado e regular da sciencia, das lettras, das artes e do progresso.

Era o primeiro relâmpa­go de uma tempestade de luz; era o genio convidan­do para a immortalidade. E’ assim que nós vemos Bartholomeu Dias, o ou­sado navegador, Phebo Moniz, o illustre patriota e orador eloquente, e Luiz de Camões, o egregio can­tor das glorias da patria, immortalisarem seus no­mes que figuram brilhante­mente nas paginas da nos­sa historia.

*

Diffunda-se em todas ascamadas sociaes a educa-cão e a instruccão; contri- .* > >bua quanto possivel cada um em sua esphera para a felicidade dos povos, que assenta naquelles dois prin­cípios; e levantemos jubi­losos eenthusiasmados este brado que synthetisa as nossas aspirações e que symbolisa o labaro da civi­lisacão : —>

Salvé, estrella reluzentis sima do Progresso!!

M e n d e s P i n h e i r o

ínfimos

Os infimos e desprezí­veis correspondentes d’ 4 Folha da Tarde e Van­guarda não podem defen­der-se da tremebunda re- primenda que lhes applicá- mos, e por tal motivo an­dam aparvalhados, confian­do o segundo a sua defeza

a um sr. doitor da Van­guarda, para assim sair um pouquito mais airoso...

Coitaditos! Quizeram semear ventos e não gos­taram de colher tempesta­des!. ..

Vamos lá primeiramente chicotear as faces* relaxa­das e sujíssimas do corres­pondente dVI Folha da Tarde. Este K . Gd Pitos, in­sinua torpemente que o proprietário deste semana­rio já habitou o edificio do Largo da Caldeira, como se fosse deshonra softrer prisão correccional por partir a cara a um pai que lhe diftámou a familia e cujos sentimentos nive­lam com os sentimentos do despresivel correspon­dente.

Em seguida passa a si proprio o attestado vitissi- mo de mentiroso, pois num numero dVl Folha da Tar­de diz que «em Aldegalle­ga existem apenas dois po­ços particulares d agua po­tável, cujos donos a vendem por bom dinheiro», e nou­tro, o de quarta-feira ulti­ma, vem dizer-nos desca­radamente, confessando as­sim a yillania, que «para abastecimento da villa não ha mais que dois poços cuja agua é vendida, embora bas­tante barata, e que mais existem, mas em quintaes», não accrescentando o vil- lão que quasi todos são franqueados pelos seus do­nos ao publico, que de.lles se utilisam, somente para fazer crer que a falta de agua subsiste.

Este sacripanta desmente formalmente a sua corres­pondência publicada na Folha de 9 do corrente !

Até já temos dó de bater neste inconsciente..

*

Ao reles jornalista que se constituiu advogado do correspondente da I Tan- guarda, usando de phra­scado digno do mais des­prezível fadista refilão do Bairro Alto ou Mouraria, devolvemos intactos os in­sultos ordinarissimos com que pretendeu ferir-nos e que devem adequar-se per­

feitamente ao caracter do refilão que os vomitou.

E quando o honradíssi­mo correspondente da Van­guarda quizer descer da sua dignidade para responder ao salafrario que o atrope­lou neste pasquim, então fallaremos...

0 GUARDA FISCAL

Brevemente começare­mos a publicar a sensacio­nal e engraçadissima histo­ria veridica d'0 guarda fis­cal, escripta em linguagem simples e algo humorís­tica.

Dentre outros destaca­mos os seguintes capítulos, em que o auctor descreve as scenas grotescas do per­sonagem que dá o titulo á historia:

A festa dAtalaya— A troca da farda e chan/álho por uma farpellinha d pai- -ana — A deshonra da far­da — Attitude tragicomica.

A scena do ultimo capi­tulo passa-se numa photo- graphia, em que o photo- graphado, de chanfalho em punho, aggride desespera­damente um gato assa­nhado ...

OS MISERÁVEIS

f lS u f c r i l t O S

Tem passado incommo- dado de saude o nosso amigo sr. Francisco da Sil­va, mui digno vice-presi­dente da Camara desta villa.

Continua mal de saude o nosso bom amigo Ma­nuel Ferreira Gjraldes.

Aos nossos estimáveis amigos desejamos um com pleto restabelecimento.

Na quinta-feira ultima na estrada Nova defronte da quinta do sr. Manuel da Costa, dois carros corriam desabridamente em disa- lio, atropelando um pobre homem que ficou bastante mal tratado.

Foi conduzido para o hospital da Misericórdia, sahindo no dia immediato numa maca para o hospi­tal de S. José de Lisboa.

0 echo trai de longe aos meus ouvidos Um prolongado e tétrico clamor.São ais dolentes, fúnebres gemidos,São gritos arrancados pela Dor.

E o triste cortejo dessa gente Que não tem lar nem pão— dos desgraçados. Vo~es de som metallico, plangente Como um dobre sinistro de finados.

■■ • ' >IV a phalange d esses miseráveis Que similham a onda movediça;Dos que accumulam odios implacaveis;Dos que lêem fonie e sêde de Justiça.

São os filhos misérrimos do povo Que só vêem a vida negrejar...Mas quando se form ar 0 mundo novo Hão de elles finalmente trium phar!...

Tremam então os déspotas tyrannos N essa hora d horrenda expiação.As lagrimas choradas tantos annos Tornaram-lhes de bronze o coração.

Quando raiar no céo a nova aurora Ha de ouvir-se na terra uni som profundo. Serão elles, trazendo em voç sonora A grande lei da redempção do mundo!

J o a q u im d o s A n jo s

P E N S A M E NTOS

— 0 que nós sabemos é acanhado; o que nóspresen- timos é immenso; é por isso que o poeta ultrapassa o erudito.— Padre Joseph Roux.

O F o rtu m a

Teve logar na quinta-fei­ra ultima uma sessão de prestidigitação pelo ceie-! bre artista Augusto Fortu­na, no salão do Novo Club.

Hoje* no mesmo Club, repetir-se-ha o mesmo es­pectáculo, pelo que, espe­ramos que nenhum dos di­gnos socios do Novo Club faltará.

E’ hoje que o relogio dafreguev.ia começa a dar as horas.

n c s n s c u i i t t i o

Fomos procurados pelo sr. Antonio Camillo No­gueira Junior que nos disse ser falsa a correspondencia publicada na Vanguarda de

10 do corrente. Segundo nos consta, e, por informa­ções fidedignas, podemos aííirmar que é completa­mente destituída de funda­mento tal correspondencia; parecendo mais um deva­neio, ou um dos muitos ac- cessos de loucura de que costuma ser atacado o di­gníssimo correspondente. O conto não foi mal arran­jado, e, quem não conhe­ce o sr. Nogueira ha de imaginar que em Alde­gallega se acoutam bandi­dos e assassinos, como os lendários «Alti-Baba ou os Quarenta Ladrões».

A imaginação romanesca do sabio correspondente está sempre disposta a ar- chitectar scenas, como a de um famigerado bandido em noite de inverno fria e triste, acariciando com as

14 FOLHETIM

Traduccão.de J. DOS ANJOS

A ULTIMA CRUZADAX II

A morte altiva do marquez, que se parecia com um suicídio estoico, lava­va a mancha, salvava o nome com- promettido. Todos os grandes clubs se reuniram na egreja. em redor do catafalco, para lhe prestarem as hon rns fúnebres.

X III

— A menina permitte-me que lhe apresente meu primo, o sr. de Tail-

lemaure? disse o conde de Puvmirol. que desde o começo da «soirée» re­petira aquella phrase cerimoniosa a mais de sessenta pessoas.

Regina levantou os olhos para o tal primo, que náo se apresentava muito bem, e encostou o leque aos labios para occultar um sorriso.

O sr. de Taillemaure tinha u.m ar acanhado. As mulheres incommoda- vam-n’o com os seus olhares curiosos. Parecia-lhe que estava n’ um paiz des­conhecido.

Mas a menina d'Eguzon, dissimulan­do logo a sua primeira impressão, escreveu o nome de Guilherme na $ua carteirinha de baile, animou-o amigavelmente e disse-lhe:

— Então faz ténção de ficar assim, sem dançar. até amanhã?

Mordia-a no coração a idéa fixa de licar toda a vida solteira, apesar da|

sua formosura e do seu dote. O fim dramatico do pae, a loucura da mãe. não afugentariam sempre os namora­dos? Eete recemchegado, que appa- recia de improviso, náo seria o mari­do que ella desejava?

Conversou com o sr. de Taillemau­re, deslumbrando-o com as suas apre­ciações e arrancando-lhe ao mesmo tempo confidencias, sabendo o valor exacto da sua fortuna e o rendimento das suas propriedades. Separaram-se só no fim do «cotillon», promettendo tornarema ver-se, na semana seguine. em outro baile. E Guilherme seguiu-a então de sa ão em salão, aos ba ares de caridade, aos sermões de quares­ma. aos theatros, a toda a p. rte on­de ella mostrava os seus cabe los lou­ros.

— S 'rei a sua irmã mais nova. diza ella rndo.

E dobrava-se ao jugo d’aquellas mãos caprichosas. Mas como elle,com toda a sua timidez, não ou ara con­fessar-lhe o seu amor, ella apressou o desenlace.

— Meu pobre amigo, disse-lhe uma vez, parece-me que não devemos vêr- nos mais...

— Nunca mais a vêr! repetiu ma- chinalmente o sr. de Taillemaure.

— O mundo é tão mau e a familia tão estúpida! Não temos o direito de valsar quatro vezes juntos n'um baile, de falar dirante um quarto de hora sósinhos. Olhe. neste momento estão a olhar para nós. O senhor compro- mette-me e por isso é précizo não nos vermos mais!

-Nunca mais a vêr! continuou Guilherme, em tom sombrio.

— Havia um meio de arranjar tu­d o ... A irmã podia converter-se em

esposa, mas nem um nem outro pen­samos n'isso, não é verdade?

Havia uma entoação tão extraordi- naria n'aquelle «náo é verdade» que o sr. de Taillemaure ficou devéras commovido. Tel-a-hia elle oflendido alguma vez ? Náo adivinhara ella ainda o amor que lhe absorvia a vida? Des- posal-a? Nem sequer o sonha\a. Mas era ella quem falava n'isso. E não mentia. Dizia-lhe aquillo docemente, simplesmente, como se dizem as coi­sas afiectuosas.

Guilherme estendeu a mão á meni­na d’Eguzon.

— Consente n’isso? implorou.— Consinto, disse ella, um pouco

commovida.

(Continua].

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O DO MI N G O

mãos febris a navalha que ha de prostrar a victima in­defesa.

Sempre imaginativo o es­pirito do sabio correspon­dente. Ora valha-o Deus!

A is i e g a l l e g ; i « lo l& i l i a í c -j d . Í!S> <le O u t w b r o «lel » O l .

Os abaixo assignados, membros da Direcção da Sociedade Phylannonica^.“ de Dezembro, em seu no­me e no da Sociedade que representam, vem por este meio protestar contra a in­sidiosa calumnia, publica­da na «Folha da Tarde» de 16 do corrente, na qual é attingido o regente, o sr. Balthazar Manuel Valente, não só por ser falsa tal correspondencia, mas por­que o sr. Valente é a todos os respeitos, considerado um verdadeiro homem de bem, e, um caracter dia­mantino.

Pelo seu excessivo .zêlo, e rigoroso cumprimento dos seus deveres, tem con­seguido grangear a estima e consideração publicas. Todos os que com elle têm convivido são unanimes em confessar que o seu saber, o seu zêlo e a sua dedica­ção são sem limites.

A d i r e c ç ã o

Francisco da Silva ; — Antonio Christiano Saloio; — Joaquim Duarte Pereira Ratto; — Marcianno A u­gusto da Silva e Joaquim dos Santos Oliveira.

AGRADECIMENTOMaria Loduvina Gouveia,

Emiiia Angélica Gouveia, Annibal Gouveia, Jacintho Antonio Gouveia, Henri- queta Barbara Gouveia, Antonio Maria Gouveia, Euphemia da Silva Gou­veia e José Antonio Gou­veia faltariam a um sagra­do dever se não viessem por este meio patentear o seu eterno reconhecimento para com todas as pessoas que acompanharam á ulti­ma morada seu muito cho­rado esposo, pae e sogro, Francisco Antonio Gou­veia., Es“ualmente agradecem a 1 hylarmonica i." de De­zembro.

Aldegallega, iy de outu­bro de iy o i .

l E C Í i l

A VIDA « ' A L D E I AI

A l l i v e s n o s e s i l i o r s l o s a ío r

.Continuafo),

Recalcando no intimo da alma a dòr cruel que o alan- ceãva, Mathias julgou-se desde aquelle momento pae de dois lilhos: Esther e Augusto.

Metteu-os num collegio de primeira ordem em Lis­boa e retirou-se com seu irmão João para um loga- rejo proximo daquella ci­dade.

Teve a felicidade de vêr que seu sobrinho e sua fi­lha correspondiam prodi­gamente aos cuidados que a sua alma generosa e hon­rada lhe inspirava.

Era impossível imaginar uma filha, mais carinhosa do que Esther e um sobri­nho mais dedicado que Au­gusto.

Logo que aquelles ter­minaram os seus estudos no collegio, d’ahi os reti­rou e teve com elles uma conversação bastante seria, pelos motivos que a di- ctava.

A ’ sua-filha, deu-lhe sim­ples e amoraveis conselhos, instruindo-a riaquillo que constitue os indispensáveis dotes de uma bôa dona de casa, e investiu-a nesse cargo.

Emquanto a Augusto, perguntou-lhe qual a car­reira que desejava seguir, declarando-lhe ao mesmo tempo que os bens que elle herdara, lhe permittiam uma vida desafogada, mas que devia aproveitar a in­telligencia que Deus lhe déra estudando qualquer cousa que emfim o tornas­se um dia, um homem util para a sociedade. Augusto decidiu-se pela carreira me­dica.

Cursou todas as cadei­ras com geral applauso dos seus professores, nos quaes contava outros tantos ami- gos.

Esther pelo seu lado. ti­nha-se tornado uma senho­ra digna de sympathia e respeito.

Alliando á formosura do rosto a do coração, tão instruida como modesta, era a joia de ouro do pro­vérbio arabe.

_ Era um gosto vel-a admi­nistrando a casa; um enlevo ouvil-a conversar; um en­canto escutar essas harmo­nias divinas, suprema glo­ria, dos Mozart, Verdi, Cho- pin, etc.r)cue ella arrancava sem exfórço do piano.

Voltando porém á nossa narrativa, diremos que Au­gusto defendera these um

dia antes, merecendo do jury palavras de louvor.

Tetegraphou immediata- mente para a familia, par­ticipando-lhe o facto, e que chegava n aquelle dia, e ahi está o motivo porque na villa Esther (Augusto\ oassini tinha bãptisado a pit- tocesca propriedade) ia um reboliço enorme,'na occa­sião que vamos tratando.

•• >, t(Continua).

A G R I C U L T U R A

A s e m e s i t e i r a « lo m aS ial

Realisado o corte do cen­teio proceda-se logo á la- vragern da terra que se destinar para a producção do nabal, que é sçmpre me­lhor nas que já foram es­trumadas para centeio ou trigo.

O nabal quer terra leve e lavrada quatro ou cinco vezes, com pequenos inter- vallos e com a necessária fundura. A sementeira de­ve ser rara e feita na se­gunda quinzena de julho ou na primeira de agosto.

Lavrada a terra pela ul­tima vez, aliza-se com a grade, lança-se-lhe o estru­me, que deve ser miudo e bem cortido, deita-se a se- •mente, é em seguida dá-se uma lavra muito de leve á terra, com um pequeno arado de mão, com o fim de cobrir o estrume e en­volver a semente.com a ter­ra; não se aliza, deixando- se toda em sulcos, proprios da lavragem, e assim fica concluída a sementeira; e a terra assim estrumada dá depois fruetos dois ou tres annos.

O nabal não se póde es­cusar, devendo semear-se em campo e não em aca­nhada horta, em vista de todos os lucros que offerè- ce aos agricultores e a to­dos em geral.

Dá-nos emquanto novo as nabiças e folhas, depois os nabos e mais tarde os grelos, que tudo tem pro­cura e grande consumo nos mercados públicos; e não é só á gente que o na­bal presta uma boa ali­mentação, mas tambem aos gados bovino e suino, que engordam admiravel­mente com este alimento, reconhec idam ente sadio, accrescendo ainda a notá­vel circumstancia, que, já depois de nos ter dado to­das as verduras menciona­das, ainda os gados referi­dos comem os nabos par­tidos ás rodeilas, não es­tando apodrecidos.

O- nabal não se estruma com esterco de cavallariça, porque os nabos são ata­cados por bichos que se in­

troduzem nelles e os de­terioram. Caso egual se dá com as batatas.

0 AOs A S ;A c c ía s a s i s o s a s se g ss ia a

íc s assigíEalG5S‘;ss reee?>I- «las

Dos exm.05 srs. :

D. Luciana Pereira, um semestre, 5oo réis.

José Antonio. Saloio, um semestre, 5oo réis.

(Continua)A s s i g u a t w r a s «le f o r aAntonio Vicente, um an­

no, iooo réis.Êstevam Marques, um

anno, i ooo réis.Custodio da Silva, um

anno, iooo réis.D. Carolina Correia, um

anno, iooo réis.íContinua)

A l^ liN C r O ^

A N N Ú H G I O

( l . a E » asb li® ;içâo )

Pelo juizo desta comar­ca e cartorio do 2.0 officio Moutinho, e pelo inventa­rio orphanologico a que se procede por obito de D. Archanja Maria da Costa e seu marido Luiz José da Çosta, e cabeça do casal o coherdeiro Lourenço José dá Costa, da villa.da Moi­ta, vão á praça, á porta do tribunal desta comarca, no diá 27 do corrente mez de outubro, pelo meio dia, para serem vendidos pelo maior preço sobre o abai­xo declarado os seguintes prédios do cazal:— Uma morada de cazas de lojas, primeiro andar e quintal na Rua Direita da villa da Moita, d esta comarca, com os numerós de policia 14 e 15 e rio valor de y6ó$óoo réis — Um predio com pri­meiro' andar, que serve de adega, ná Travessa da Hor­ta da mesma villa no va­lor de qooíSoo.o réis. Am­bos os .prédios são livres de fôro.;.e o arrematante, álém das despezas da pra­ça, pagará por inteiro a contribuição de registo. Al­deia Gallega do Ribatejo, 3 de outubro de 1901.Verifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

N. Souto.

,1

Ha para vender collec- ções de jornaes, taes como: Seculo, Pimpão, Parodia, Supplemento ao Seculo, e outros; assim como livros, antigos de diversos idio­mas.

Nesta redacoão se trata.

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4 O D O M I N G O

C A S A C O M M E R C I A L1)E

J U S T I N O S I M Õ E SR U A D A F A B R IC A — Aldegallega

Especialidade em chá, café, rssucar. manteigas nacionaes^e estrangeiras, massas; dôces, semeas. arroz, legumes, azeite, ] etroleo, sabão de todas as qualidades; artigos ce fanqueiro e retrozeiro, louças, carne de porco, taba cos, etc., etc.

O propriet rio d’esta casa vende tudo por preços convidativos, e além d'isso todo o freguez tem direito a uma senha quando compre a importan­cia de 200 réis para cima, e quando juntar 5o senhas terá direito a umbrinde bonito e valioso.

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CORREEIRO E SELLEIRO 18, R U A D O F O R N O , 18

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JOSE’ AUGUSTO SALOIO

Encarrega-se de todos os trabalhos typographicos.R. D E JOSÉ M A R IA DOS SA N TO S

COMPANHIA FABRIL m mP o r 5 00 réis semanaes se adquirem as cele­

bres machinas SIMGER para coser.Pedidos a AURÉLIO JO ÃO DA CRUZ, cobrador

da casa ã d c o c k & c v e concessionário em Portu­gal para a venda das ditas machinas.

Envia catalogos a quem os desejar, 70, rua do Rato, 70 — Alcochete.

ERCEARIA ALDEGALLENSEDE

José Antonio Nunes

N ’este estabelecimento encontra-se á venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso offerecer as maiores garantias aos seus estimá­veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.

A N T I G A 1 E I » C I A R I A 1)0 P O V OD! D

D O M I N G O S A N T O N I O S A L O I OX ‘e s íe estiihcteeisncnfa» e u co a iíira -sc á v c« «la p e lo s p r e ç o s m a is e o n v l-

«laáivos. bi 111 v a r ia d o s o ríia n e s tio <!e g e ie cro s p r o p r io s «lo s e u rasaio <lc eom - e uereio . o ííe r e e e u ílo p o r is s o as m a io re s g a ra n tia s aos s e u s e s t im á v e is ffre- a;«e*es e ao re s p e it á v e l p u lv lie o .

R U A 3 3 0 G A E S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

1 9 - L A E G O X 3 -A. E G R E J A - I 9 - A

a ld e g a lle g a d o R ib a te jo

ALDEGALLEGA DO RIBATEJOGrande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende

todos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e algunsAINDA MAIS BARATOS

Grande collecção d’artigos de Retroseiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR O .

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B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piuguinhas para crean- ças de todas as edades.

A C O R PRETA D’ESTE A RTIG O E GARANTIDA A divisa desta casa é GANHAR POUCO PARA VENDER MUITO.

JOÃO BENTO & NUNES DE CARVALHO88, R. DIREITA, 90-2, R. DO CONDE, 2

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G R A N D E D E P O S I T O D A A C R E D I T A D A F A B R I C A DEJANSEN & C. L I S B O A

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PEDIDOS A LUCAS & C.A — ALDEGALLEGA

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