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11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas
SELEÇÃO DE FAMÍLIAS DE MEIOS IRMÃOS DE MILHO PIPOCA COM
ENFASE NA PRODUTIVIDADE E NA CAPACIDADE DE EXPANSÃO.
Wilma Dias Santana1, Aurélio Vaz-de-Melo
², Rubens Ribeiro da Silva
3
1Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi-TO; [email protected]; Permanência/UFT
2Orientador; Curso de Biotecnologia; Campus de Gurupi-TO; [email protected]
3Co-orientador; Curso de Agronomia; Campus de Gurupi-TO; [email protected]
Resumo
O número de cultivares de milho pipoca de alta qualidade no Brasil, ainda é limitado.
Pensando nisso, foram avaliadas seis marcas comerciais de milho pipoca, na UFT-Gurupi, em 2011-
2012. Duas delas ganharam destaque ao longo da pesquisa: Produtos Paulista e Yoki. 40 famílias
foram obtidas do cruzamento desses dois produtos, as quais foram consideradas no resultado e
discussão. O objetivo do trabalho foi fazer a seleção de famílias de meios irmãos de milho pipoca
com ênfase na produtividade e na capacidade de expansão. A correlação negativa entre a
capacidade de expansão e produtividade de grãos foi visível nos resultados e mostraram a
dificuldade da seleção simultânea para as duas características. O ganho de seleção para capacidade
de expansão foi maior que para produtividade, demonstrando a probabilidade de sucesso na seleção
de genótipos superiores para essa característica. Os resultados foram satisfatórios e demonstraram
que as famílias de meios irmãos de milho pipoca avaliadas são fontes promissoras para o programa
de melhoramento.
Palavras-chave: Popcorn; capacidade de expansão; melhoramento genético.
INTRODUÇÃO
O milho pipoca é um alimento bastante apreciado no Brasil. Embora seu cultivo ainda esteja
restringido a pequenas áreas, este apresenta boas perspectivas de expansão. Alguns fatores positivos
contribuem para isso: a cultura pode ser totalmente mecanizada, é pouco suscetível ao ataque de
pragas e doenças e seus preços não são controlados pelo governo. Além disso, é uma cultura
rendosa. O seu preço tem sido, no mínimo, três vezes superior ao do milho comum. Em
contrapartida, há um fator que limita essa expansão: a falta de cultivares bem adaptados às nossas
condições de clima e solo (COOPERCITRUS, 2012).
Grande parte do milho pipoca encontrado no mercado ainda é importado, devido
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principalmente, à limitação de cultivares de alta qualidade e à tecnologia de produção inadequada.
Um dos principais objetivos do melhoramento do milho pipoca é a obtenção de cultivares que
apresentem alta produtividade e qualidade. Ao produtor interessa a alta produtividade e boas
características agronômicas, e ao consumidor, a alta capacidade de expansão que confere melhor
textura, maciez e sabor a pipoca. E quanto maior a capacidade de expansão, melhor preço é
agregado ao produto, uma vez que a mesma é sinônimo de qualidade.
O melhoramento genético do milho pipoca voltado para as condições edafoclimáticas do
Tocantins é de fato, uma ferramenta que pode melhorar a produção deste grão no Estado e diminuir
a importação.
Sendo assim, objetivou-se nesse trabalho, avaliar as possibilidades de êxito no melhoramento
dessa população pela predição de ganhos genéticos e inter-relações das variáveis analisadas pela
resposta correlacionada.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins, TO, (280 m de altitude,
nas coordenadas 11°43’45” S e 49°04’07” W), no Campus Universitário de Gurupi, em Gurupi –
TO.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualisados, com duas repetições. A
parcela experimental foi constituída de duas linhas de quatro metros de comprimento, espaçadas em
0,70 m. A adubação de plantio, que foi feita de acordo com as análises de solo, segundo a
recomendação para a cultura (RIBEIRO et. al, 1999). Os tratos culturais foram realizados sempre
que necessário, de acordo com as recomendações técnicas à cultura do milho (GALVÃO e
MIRANDA, 2004). O plantio foi realizado em 20/12/2011.
Duas marcas comerciais de milho pipoca foram utilizadas na presente pesquisa: produtos
Paulista e Yoki. Por meio de uma recombinação desses dois genitores comerciais foram obtidas 40
famílias. As características avaliadas nas 40 famílias foram: Capacidade de expansão (CE); Peso de
grãos/ Espiga (PE); e Produção de grãos por hectare (PROD).
A CE foi mensurada pelo cálculo da razão entre o volume da pipoca expandida e o peso de
cem grãos crus. Para estourar cada amostra adotou-se tempo (3 minutos e 50 segundos) temperatura
(230°C) e quantidade de óleo (4ml), critérios esses, padrões na análise de todas as famílias
avaliadas. Cada família, por sua vez representada por 100 grãos. O volume da pipoca expandida foi
medido em uma proveta graduada de 1000 ml.
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Para a realização das análises estatísticas referentes a cada característica foi utilizado o
Aplicativo Computacional em Genética e Estatística – Programa Genes versão Windows (CRUZ,
2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 encontram-se as estimativas dos valores e as significâncias dos quadrados
médios, bem como as médias e os coeficientes percentuais de variação experimental das três
características avaliadas. Verificou-se a existência de variabilidade genética significativa em relação
às características estudadas (Tabela 1), pelo teste F a 1%.
TABELA 1-Resumo da análise de variância; em blocos ao acaso; de características avaliadas em famílias de
meio- irmãos de milho pipoca; em experimento conduzido em UFT-Gurupi TO no ano de 2011-2012.
FV
GL
Quadrado Médio
PE PROD CE
BLOCO/AMB 1 9,38 41505,16 0,1445
TRATAMENTO 39 139,78** 1397262,7** 532,46**
RESÍDUO 39 0,477015 2187,50 0,219
Média 18,39 1803,65 34,34
CV (%) 3,76 2,59 1,36
ESTIMADORES Estimativas dos parâmetros genéticos
PGE PROD CE
VariâVariância fenotípica 69,891816 698631,367564 266,228872
VariâVariância ambiental 0,238508 1093,753712 0,109429
VariâVariância genotípica 69,653308 697537,613853 266,119442
HerdHerdabilidade (%) 99,6587 99,8434 99,9589
CoefCoeficiente de variação genético (%) 45.3844 46,3054 47,5049
RazãRazão CVg/CVe 12.0838 17,857 34,8703
PGE- peso de espigas, em kg.ha-1
; PROD- produtividade de espigas, expresso em kg.ha-1
; CE- capacidade de
expansão, expressa pelo volume de pipoca expandido pelo peso de cem grãos (ml.g-1
); CVg/CVe- índice de
variação; ** e * significativos a 1% e 5% de probabilidade; respectivamente; pelo teste F ,ns não-
significativo pelo teste F.
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Os coeficientes de variação foram baixos pela classificação de Scapim et al.; (1995), o
que indica precisão nos dados e qualidade no experimento.
A média da capacidade de expansão esteve acima da média mínima para a
comercialização que é 15 ml.ml-1
(Pacheco et al., 1996). Rangel et al., (2007) constataram em seus
trabalhos que o melhor resultado para CE foi de 26,54 ml. g-1
, valor esse, bem abaixo da média
verificada na tabela (34,34).
Para a herdabilidade, a capacidade de expansão apresentou o maior valor, que pode ser
considerado um bom percentual (Pereira e Amaral Júnior, 2001), segundo esses autores, essa é uma
característica comandada por efeito aditivo e controlada por vários genes, com herdabilidade
variando de 70% a 90%, por essa razão é bem mais fácil de ser trabalhada no programa de
melhoramento do que a produtividade de grãos. Entretanto, como as estimativas de herdabilidade
encontradas para todas as características avaliadas foram bem semelhantes, pode-se considerar que
a seleção com base nas características avaliadas tende a ser eficiente.
Os valores de produtividade do presente trabalho não foram tão satisfatórios, levando
em consideração os bons resultados obtidos por Galvão et al., (2000) para produtividade de grãos.
Nesses ensaios, a produtividade média de grãos ficou acima de 4.000 kg.ha-1
, cujos resultados se
aproximam dos melhores híbridos norte-americanos. Galvão (2000) destacou ainda, que a
capacidade de expansão média variou de 32 a 36 mL.g-1
, enquanto a média (Tabela 1) para CE da
presente pesquisa, foi 34.34. Ou seja, de acordo com esses autores citados anteriormente a
produtividade não foi satisfatória, porém a média da CE está entre as médias verificadas.
A característica PROD, foi a que apresentou maiores valores para variância fenotípica,
ambiental e genotípica. Já o maior coeficiente de variação genético foi observado em CE. De
maneira geral, altos valores de coeficiente de variação genético, denota ampla variação genética
entre os genótipos estudados. Variação essa, que pode ser aproveitada em programas de
melhoramento, visando à formação de composto para seleção recorrente. Os valores observados
para o coeficiente de variação genético no experimento estudado, levam a crer que genótipos
superiores para produtividade e capacidade de expansão podem ser encontrados.
O CVg/CVe foi maior para CE do que para PRODU e PE, logo a probabilidade de maior
facilidade e sucesso na seleção para CE é bem maior. Entretanto, os valores CVg/CVe para PRODU
e PGE demonstram que mesmo apresentando valores inferiores à CE pode-se esperar obtenção de
ganhos na seleção de genótipos superiores, quando o interesse é produtividade.
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LITERATURA CITADA
CRUZ, C. D. 2005. Programa Genes-versão Windows: aplicativo computacional em genética e
estatística. Viçosa. Universidade Federal de Viçosa.
GALVÃO, J. C. C. & MIRANDA, G. V. Tecnologias de Produção de Milho. Viçosa: UFV, 2004,
336p.
GALVÃO, J. C. C.; SAWAZAKI, E.; MIRANDA, G. V. Comportamento de híbridos de milho
pipoca em Coimbra, Minas Gerais. Revista Ceres, Viçosa, v. 47, n. 270, p. 201-218, 2000.
PACHECO, C. A. P.; CASTOLDI, F. L.; ALVARENGA, E. M. Efeito do dano mecânico na
qualidade fisiológica e na capacidade de expansão de sementes de milho-pipoca. Revista Brasileira
de Sementes, Brasília, v. 7, n. 2, p. 267-270, 1996.
PEREIRA, M. G.; AMARAL JÚNIOR, A. T. Estimation of genetic components in popcorn based
on the nested design. Crop Breeding and Applied Biotechnology, n. 1 p. 3-10, 2001.
RANGEL, R. M.; AMARAL JÚNIOR, A. T.; VIANA, A. P.; FREITAS JÚNIOR, S. P.; PEREIRA,
M. G. Prediction of popcorn hybrid and composites means. Crop Breeding and Applied
Biotechnology, Viçosa, v. 7, n. 3, p. 287-295, 2007.
REVISTA COOPERCITRUS. Disponível em:
<http://www.revistacoopercitrus.com.br/?pag=materia&codigo=3047>. Acesso em: 24 de agosto de
2012.
RIBEIRO, A. C.; GUIMARÂES, P. T. G.; ALVAREZ V. V. H. 1999. Recomendações para o uso
de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais – 5a Aproximação. Viçosa: Comissão de
Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais.
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.