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ACÓRDÃO EMENTA ADMINISTllATIVO. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASDJDII'. CESSÃO GRATUITA DE ESPAÇO NO TRJ' -l. TERMO DE CESSÃO DE USO OlJ2012, CUSTEIO DE DESPESAS DJBETAS. DIRKTBlZ ESTABELECIDA PELO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA E PELO l'lUBlJNAL DE CONTAS DA UNIÃO. RESOLUÇÃO Sl'F/4:16/JOlO. 1. Saldo a OJd.em doe Advogadcll do Bruil- OAB entidade prestador& de 8l:IViço p(lblli:o iD.clependcme. 6 1icilo que ocupe n01 'l'l:ibunaia (TRF - I) para a pmtaçlo de aâviclades de apoio 1011 jnri!Hijcjon!!dnt, mcditmle 1m110 de ce sslo ele uao a 1illllo gratuito, gratuidade em 'Yiltude ela qualllio eleve pagar pelo uso (em si mesmo) do espaço que ocupa, mas llio equivale a que Dio I'CipOI1da por 8lgumas cletpeea.s dimaa decorrc:D1ea da uti1iZI!çio do espaço. 2. N"ao 6 cabfvela isenção compteca de todos os 6nus ela ocupação, cabeDdo a "parâcipaçio propon:imlll1 da cessionúja no mimo du desp s com llll!ZI•rtmçio, ClOD!II!IVliÇâo e 'Yigilincia do pmdio" (Decietu .3.72512001- art. 13, Vll). Inrmnbo..lhe o pagmnsrto (apenas) dai "clesp r CGIIl IIIJ&mme. instalação e CODJSVliÇio de m6veia e lllBDldlios de 1impaza dos 1SJ18Ç011 midos." OrimiiiiÇão do TCU (Acó!dio 115412011) e do CNJ (Pedido de PmvidBncias 0000187-81.2013.2.00.0000). 3. Revido da "C!án•lla Quinta- Do Resaan:imento de Despesaa", iDHdda 1111 Termo de Cessão de Uso 000112012 - TRF, que estabelece pua a OAB/DF o deva' de rec:oJher valores relalivos a custos com •m'Hmçlo de CIICl1Pa elitlica c tclelime, pam ajlutaHe à oric:ntaçlo do CNJ c do TCU. Deve ser observada, ainda, a R.eloluçlo STF n• 426, de 19/04tl010 (ar. 4"). 4. Defurimmtn pm:ial do pedido de iaençlo. ACÓRDÃO Decic!e o Conselho de Admillia1raçio deferirpercj8lmeDII: o prdido, l unanimidade Comelbo de AdmiDiltraçio do TRF da 1• Regiio- Brasllia, 02 de maio de 2019. OLINDO MENEZES, R.eJatm se i I .d. Documento usillado elewllicamnhl por OJ!Ddo Mnezt1, Dfleniberpdor FecJenl, em L!J 0610912019, u 17:24 (horirio de BruOia), confurme ut. 1•, III, "b", da Lei 11.41912006. eleu nx.a A do dollUIIIe!llo pode ser conferida no 1rit1:: hUp://pmal.trfl,ju.1m\Jortaltrfi/IICIYicotlveri&&-proçeno.htm iDfimnmdo o vc:rl&ador 8840882 e o ç6cligo CllC mlCIIDB. AcOrdlo TRF1-oAIKllndoMenezesea40&82 SEI 0002742-94.2015.4.0UOOO I pg. 1

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ACÓRDÃO

EMENTA

ADMINISTllATIVO. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASDJDII'. CESSÃO GRATUITA DE ESPAÇO NO TRJ' -l. TERMO DE CESSÃO DE USO OlJ2012, CUSTEIO DE DESPESAS DJBETAS. DIRKTBlZ ESTABELECIDA PELO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA E PELO l'lUBlJNAL DE CONTAS DA UNIÃO. RESOLUÇÃO Sl'F/4:16/JOlO.

1. Saldo a OJd.em doe Advogadcll do Bruil- OAB entidade prestador& de 8l:IViço p(lblli:o iD.clependcme. 6 1icilo que ocupe espaço~ n01 'l'l:ibunaia (TRF - I) para a pmtaçlo de aâviclades de apoio 1011 jnri!Hijcjon!!dnt, mcditmle 1m110 de c e sslo ele uao a 1illllo gratuito, gratuidade em 'Yiltude ela qualllio eleve pagar pelo uso (em si mesmo) do espaço que ocupa, mas llio equivale a que Dio I'CipOI1da por 8lgumas cletpeea.s dimaa decorrc:D1ea da uti1iZI!çio do espaço.

2. N"ao 6 cabfvela isenção compteca de todos os 6nus ela ocupação, cabeDdo a "parâcipaçio propon:imlll1 da cessionúja no mimo du desp s com llll!ZI•rtmçio, ClOD!II!IVliÇâo e 'Yigilincia do pmdio" (Decietu .3.72512001- art. 13, Vll). Inrmnbo..lhe o pagmnsrto (apenas) dai "clesp r CGIIl IIIJ&mme. instalação e CODJSVliÇio de m6veia e lllBDldlios de 1impaza dos 1SJ18Ç011 midos." OrimiiiiÇão do TCU (Acó!dio 115412011) e do CNJ (Pedido de PmvidBncias 0000187-81.2013.2.00.0000).

3. Revido da "C!án•lla Quinta- Do Resaan:imento de Despesaa", iDHdda 1111 Termo de Cessão de Uso 000112012 - TRF, que estabelece pua a OAB/DF o deva' de rec:oJher valores relalivos a custos com •m'Hmçlo de CIICl1Pa elitlica c tclelime, pam ajlutaHe à oric:ntaçlo do CNJ c do TCU. Deve ser observada, ainda, a R.eloluçlo STF n• 426, de 19/04tl010 (ar. 4").

4. Defurimmtn pm:ial do pedido de iaençlo.

ACÓRDÃO

Decic!e o Conselho de Admillia1raçio deferirpercj8lmeDII: o prdido, l unanimidade

Comelbo de AdmiDiltraçio do TRF da 1• Regiio-Brasllia, 02 de maio de 2019.

De~Fedsal OLINDO MENEZES, R.eJatm

sei I .d. Documento usillado elewllicamnhl por OJ!Ddo Mnezt1, Dfleniberpdor FecJenl, em ••>~•6•!~;. L!J 0610912019, u 17:24 (horirio de BruOia), confurme ut. 1•, III, "b", da Lei 11.41912006. eleu nx.a

A ~U~ti::Dticidade do dollUIIIe!llo pode ser conferida no 1rit1:: hUp://pmal.trfl,ju.1m\Jortaltrfi/IICIYicotlveri&&-proçeno.htm iDfimnmdo o ~:6digo vc:rl&ador 8840882 e o ç6cligo CllC mlCIIDB.

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SAU/SUL- Quadra 02, Bloco A, Praça dos Tnbunais Superiores- CEP 70070-900- Brasília- DF- www.trfl .jus.br 0002742-64.2015.4.01.8000 8840882v5

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1• REGIÃO

ACÓRDÃO

RELATÓRIO

O Exmo. Sr. Desembargador Federal OLINDO MENEZES (Relator): - Cuida­se de requerimento formulado pela Ordem dos Advogados do Brasn - Conselho Seccional do Distrito Federal, postulando a isenção do pagamento de custos relativos à utilização de energia elétrica e telefone nas salas de apoio aos advogados instaladas nas dependências deste Tribunal, tudo em razão de correspondência dirigida ao órgão pela Presidência do Tribunal (Oficio n° 46117, de 20/03/20 17), para reco1himento do valor de R$ 12.969,98, relativa ao período de 23/03/2012 a 23/02/2015.

Sustenta que a celebmção de termo de permissão de uso, em 2006, não previa ressarcimento dessas despesas, o que passou a constar do novo termo assinado em 2012, o que não deve prevalecer, porquanto a cessão deve ser gratuita, considerada a obrigação imposta ao Poder Judiciário pelo art. 7°, § 4°, da Lei no 8.906/1994, e pelo art. 133 da Constituição Federal, dada a natureza pública do serviço prestado.

Destaca que a cobrança dessa verba constitui verdadeira hipótese de cessão onerosa de espaço público, contrariando a Lei 8.906/94 e a Constituição, e enfraquecendo garantias individuais do processo pela imposição de óbices quanto à instalação da estrutura :fisica necessária para o uso da advocacia; que outros Tnbunais concedem esse espaço sem ônus, como o Supremo Tribunal Federal, que regulou a matéria por meio da Resolução n° 426/2010; e que o CNJ tem considerado ilegal e inconstitucional qualquer disposição que exceda aos limites traçados nessa Resolução.

Processado o recurso, a Assessoria Jurídica - ASnJR opina pelo não aco1himento da isenção total dos custos, diretos e indiretos, como postula a cessionária, senão pela revisão da cláusula quinta do Termo de Cessão de Uso 112012, para que seja seguido o entendimento do CNJ.

É o relatório.

VOTO

O Exmo. Sr. Desembargador Federal OLINDO MENEZES (Relator): -Inicialmente, este Tribunal celebrou com a OAB/DF o Termo de Permissão de Uso 001/2006, para utilização, pela permissionária, de área destinada ao uso dos advogados. Não havia, nesse instrumento, nenhuma cláusula para disciplinar ressarcimento de despesas;

Findo o prazo máximo de vigência do Termo, de 60 (sessenta) meses, celebrou-se novo ajuste, o Termo de Permissão de Uso 0002/2011, replicando-se as mesmas cláusulas do Termo anterior, termo que foi "rescindido", amigavelmente, no dia 23/02/2012, data em que os mesmos entes celebraram o Termo de Cessão de Uso 0001/2012, ora em vigor, com idêntico objeto.

Nesse Termo, porém, consta o dever de ressarcimento, pelo cessionário, de parte das despesas relativas à utilização de energia elétrica e telefone, previsto na Cláusula Quinta - Do

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Ressarcimento de Despesas, cláusula cuja validade é agora questionada pelo cessionária, pelas razões sumariadas no relatório.

Enfatiza a requerente que o advogado, segundo previsão constitucional (art. 133), é indispensável à administração da justiça; que (foi visto) a cessão da área deve ser gratuita, e não onerosa, por se tratar de obrigação imposta ao Poder Judiciário pelo art. 7°, § 4°, da Lei 8.906/1994; e que "sem qualquer justificativa plausíve~ firmou-se novo Termo de Permissão de Uso, datado de 23 de fevereiro de 2012, o qual previa o ressarcimento de despesas relativas à utilização de energia elétrica e telefone."

Nessa concepção, se a natureza do serviço prestado é pública, a consequência natural é que seja custeado por receitas públicas, pelo que a cobrança, ainda que para cobrir despesas com energia elétrica e telefonia, implica autêntica hipótese de cessão onerosa de espaço público, tanto mais que outros Tribunais concedem, sem ônus, os espaços para a sala dos advogados, como o Supremo Tribunal Federal - STF, que regulou a matéria por meio da Resolução 426/2010.

Embora a requerente tenha razão em parte no pedido, é bom lembrar que, tendo assinado tanto o referido Termo de Cessão de Uso, quanto a "rescisão" do anterior Termo de Permissão de Uso, presume-se o seu assentimento a todas as cláusulas do instrumento, razão por que não se explica a sua irresignação tardia depois de mais de 04 (quatro) anos de vigência da referida cláusula, sem que tenha sido contestada, ainda que não haja notícia de que ela tenha sido cumprida, em algum momento, pelo cessionário.

De toda forma, e como ressalta o estudo da Assessoria Jurídica do Tribunal,ill "é necessário observar a natureza jurídica da OAB, porque da certeza sobre essa definição dependem os órgãos da administração pública, para saber se eventuais termos de permissão ou de cessão de uso, celebrados com essa instituição, podem ser realizados a título gratuito, ou se somente oneroso."

E ressalta que, como decidiu o Supremo Tribunal Federal- STF, na ADI 3.026/2003, em 08/06/2006, a natureza jurídica da OAB é de "entidade prestadora de serviço público independente, categoria impar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro", pelo que "Não se enquadra em nenhuma das outras categorias, nem mesmo na de autarquia em regime especial."

''Não é entidade da Administração Indireta, e, por isso, não está sujeita ao controle da Administração, 'nem a qualquer de suas partes está vinculada". Ocupa-se das atividades dos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, mas não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Embora possua autonomia e independência funcional, possui, também, finalidade institucional. Daí porque, conquanto possua características de atividade particular, não pode ser conceituada como atividade privada, em sentido estrito."

Nesse cenário, de entidade prestadora de serviço público independente, pode a Administração Pública celebrar com a OAB termos de permissão ou de cessão de uso a título gratuito, gratuidade em virtude da qual a entidade não paga pelo uso do espaço que ocupa nos órgãos públicos, que não equivale à vedação de participação no rateio de despesas com manutenção e conservação do bem cedido.

Essa participação até mesmo se impõe, porque a legislação de regência não permite, em casos dessa natureza, a existência de qualquer ônus para a União, como se infere da leitura combinada dos artigos 12 e 13 do Decreto 3.725/2001, que regulamenta a Lei 9.636/1998, desse teor:

Art. 12. Não será considerada utilização em fim diferente do previsto no termo de entrega, a que se refere o § 2 o do art. 79 do Decreto-Lei no 9.760, de 1946, a cessão de uso a terceiros, a título gratuito ou oneroso, de áreas para exercício das seguintes atividades de apoio necessárias ao desempenho da atividade do órgão a que o imóvel foi entregue:

I-posto bancário;

li-posto dos correios e telégrafos;

m- restaurante e lanchonete;

IV- central de atendimento a saúde;

V -creche; e

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VI - outras atividades similares que venham a ser consideradas necessárias pelos Ministros de Estado, ou autoridades com competência equivalente nos Poderes Legislativo e Judiciário, responsáveis pela administração do imóvel.

Art. 13. A cessão de que trata o artigo anterior será formalizada pelo chefe da repartição, estabelecimento ou serviço público federal a que tenha sido entregue o imóvel, desde que aprovada sua realização pelo Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, respectivos Ministros de Estado ou autoridades com competência equivalente nos Poderes Legislativo e Judiciário, conforme for o caso, observados os procedimentos licitatórios previstos em lei e as seguintes condições:

(. .. ) li- inexistência de qualquer ônus para a União, sobretudo no que diz respeito aos empregados da cessionária;

(. .. ) VII - pllrticipllçiio proporcional d11 cessioiUÍrill no rateio das despes11s com 11Ulllutençiio, conserv11çiio e Jligillincill do prédio; (Destacou-se).

Portanto, seja qual for a hipótese de cessão de uso, gratuita ou onerosa, o cessionário deve participar do rateio das despesas de manutenção, conservação e vigilância do bem cedido, sendo essa a razão da "Cláusula Quinta- Do Ressarcimento de Despesas", inserida no Termo de Cessão de Uso 000112012, que estabelece para a OAB/DF o dever de recolher valores relativos a custos com utilização de energia elétrica e telefone.

O Tribunal de Contas da União- TCU já decidiu matéria similar, e, considerando tratar­se da OAB, a ela conferiu tratamento diferenciado: No Acórdão 1154/2011 - TCU- 28 Câmara, ao julgar recurso do Tribunal Regional do Trabalho da 1 7a Região, no que diz respeito à cessão de uso de espaço físico daquele Tnbunal para a OAB/ES, para a utilização como sala de advogados, decidiu tomar insubsistente o subitem 1.5.1.2 do Acórdão 4.804/2009- 2a Câmara, recorrido, considerando que, dada a indispensabilidade do advogado para a administração da justiça (art. 133 -CF), devem ser ressarcidas somente as verbas referentes aos custos diretos com a utilização do imóve~ como telefone, limpeza, instalação e conservação de móveis e utensilios, dispensado o ressarcimento de verbas com custos indiretos.

Para melhor retratar esse posicionamento do TCU, confiram-se os termos do subitem tomado insubsistente (Acórdão 4.804/2009 - 28 Câmara) e os respectivos trechos do voto condutor do Acórdão 1154/20 11 - 28 Câmara:

(Subitem tornado insubsistente -Acórdão 4.804/2009- 2a Câmara.)

1.5.1.2. adote providências, relativamente aos contratos de cessão de uso de imóveis do TRT!ES firmados com o Banco do Brasil S.A. em 2006, e com a Caixa Econômica Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil no Estado do Espírito Santo em 2007, com vistas ao ressarcimento de todos os custos incorridos até a presente data pelo TRT!ES com os imóveis cedidos, inclusive o rateio das despesas da Administração com os prédios onde se localizam as salas/loja cedidas, a exemplo de limpeza, higienização, serviço de segurança, manutenção predial, manutenção de elevadores, água/esgoto e energia elétrica, incluindo nos respectivos contratos cláusula específica acerca da obrigatoriedade dos cessionários arcarem com todas as mencionadas despesas inerentes à cessão; (Voto condutor do Acórdão 1154/2011 -r Câmara.)

Observa o parecer da ASJUR que o TCU, ao se referir a custos diretos, não forneceu conceito, limitando-se a exemplificar, mas, no subitem tomado insubsistente, são citados como exemplos de custos a ser cobrados dos cessionários as despesas com "limpeza, higienização, serviço de segurança, manutenção predial, manutenção de elevadores, água/esgoto e energia elétrica", envolvendo custos diretos e indiretos.

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Mas, em maior definição, o voto condutor do acórdão superveniente (Acórdão 115412011 - 2a Câmara) deu como exemplos de custos diretos "telefone, limpeza, instalação e conservação de móveis e utensílios", não incluindo os custos com serviço de segurança, manutenção predial, manutenção de elevadores, água/esgoto e energia elétrica.

Custos diretos são aqueles que podem ser aferidos ou medidos objetivamente, nos quais podem ser incluídos os de água/esgoto e energia elétrica, existentes medidores individuais para a área cedida.

Mas, pelo que consta do Termo de Cessão de Uso 112012, não parece existir medidores para esses custos, pois são fixados valores sob a fonna de rateamento.

O Conselho Nacional de Justiça - CNJ, no Pedido de Providências 0000187-81.2013.2.00.0000, proposto pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil- OAB contra decisão do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, adotando os mesmos fundamentos do Acórdão 1154/20 11 - TCU - 2a Câmara, determinou que o Conselho requerido desse nova redação a dispositivos de sua Resolução no 87/2011, para limitar a cobrança do cessionário apenas às despesas diretas com a utilização de áreas para salas de advogados, nesses termos.

PEDIDO DE PROVID2NCIAS - RESOLUÇÃO No 87/2011 DO CONSELHO SUPERIOR DA JUS11ÇA DO TRABALHO- CESSÃO DE USO DE SALA ESPECIAL NOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO PARA USO PERMANENTE DOS ADVOGADOS - PAR11CIPAÇÃO DA OAB NAS DESPESAS COM TELEFONE, INSTALAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE MÓVEIS E UTENSiuOS DE LIMPEZA DOS ESPAÇOS CEDIDOS.

1. O Eg. 'Iribunal de Contas da União já afirmou que a Ordem dos Advogados do Brasil, por exercer atividade indispensável à administração da Justiça, sem fins lucrativos, só deve ressarcir o 1Hbunal das ''despesas com telefone, instalação e conservação de móveis e utensílios de limpeza dos espaços cedidos" (TC 023.839/2009-5- Acórdão n. 1154/2011).

2. Já a Resolução TJ0 8712011 do Conselho Superior da Justiça do

Trabalho estabelece a obrigação de rateio de despesas com ''manutenção, conservação, fornecimento de água e energia elétrica, vigilância e taxas ou quotas condominiais, bem como de outras despesas operacionais advindas de seu fUncionamento".

3. Determinação para que o Conselho Superior da Justiça do Trabalho dê nova redação ao §2°do art. 10 da Resolução n°87/2011, para excluir a responsabilidade da OAB pelas despesas elencadas no caput do art. 1 O, referentes ao fornecimento de água e energia elétrica e taxas ou quotas condominiais, observando a fundamentação deste voto Pedido de Providências julgado procedente.

De observar-se, portanto, que, nos termos das decisões do TCU e do CNJ, a cessão de uso de áreas dos prédios dos tribunais para a OAB, embora ocorra a título gratuito- não se paga pelo uso :fisico do espaço -, impõe o dever do cessionário de ressarcir verbas relativas aos custos diretos, dos quais o CNJ, explicitamente, exclui as despesas com "fornecimento de água e energia elétrica".

A cláusula quinta do Termo de Cessão de Uso 1/2012, celebrado entre o TRF - 1 e a OAB/DF, conteúda pela cessionária, prevê o ressarcimento das verbas relativas aos custos com energia elétrica e telefone.

Para ajustar-se à orientação dos órgãos de controle, tanto do TCU quanto do CNJ, é de ser revista a redação dessa cláusula. Para evitar a busca de conceituação para custos diretos, o que pode gerar controvérsias, afigura-se aconselhável adotar a orientação expressa no aludido Pedido de Providências/CNJ 0000187-81.2013.2.00.0000, ancorada no precedente do TCU:

1. O Eg. Tribunal de Contas da União já afirmou que a Ordem dos AdvOJzados do Brasil. por exercer atividade indispensável à

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É o voto.

W Firmado pelo Dr. Elvéclo Ma111ns Soares Souto, Assessor Adjunto.

Dornmmto uaiDado eletrolli.çamente por OliDdo Meueze1, DeiCIDRrpdor ll'edenl, mn ll/041'2019, u 14:06 (horârio de BJUilia), c:onfonDe 111:t. 1', m, "b", da Loi 11.419/2006.

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SAU/SUL-Quldn Ol,BloooA, i'rlll"dool'liluoQ S·i w • CI!P 7007G-900 • BlllalliA -DP • ....,.,trfl,;...br 0002742-64.2015.4.01.8000 'ml330v8

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