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1 INFORMAÇÕES SOBRE SEGUROS Sobre SUSEP DPEM DPVAT Seguro Rural Seguro Compreensivo Seguro-Garantia Seguro de Pessoas Seguro de Danos Seguro de Transportes Seguro de Crédito Interno Microsseguros Seguros de automóveis Informações Úteis Tabela FIPE

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2

Apresentação

A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e

fiscalização dos mercados de seguro, previdência

privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia

vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo

Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, que

também instituiu o Sistema Nacional de Seguros

Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional

de Seguros Privados - CNSP, o IRB Brasil

Resseguros S.A. - IRB Brasil Re, as sociedades

autorizadas a operar em seguros privados e

capitalização, as entidades de previdência privada

aberta e os corretores habilitados. Com a edição da

Medida Provisória nº 1940-17, de 06.01.2000, o CNSP teve sua composição alterada.

Missão

" Atuar na regulação, supervisão, fiscalização e

incentivo das atividades de seguros, previdência

complementar aberta e capitalização, de forma ágil,

eficiente, ética e transparente, protegendo os

direitos dos consumidores e os interesses da sociedade em geral. "

Composição Atual do CNSP

MINISTRO DA FAZENDA - Presidente

SUPERINTENDENTE DA SUSEP - Presidente Substituto

Representante do Ministério da Justiça

Representante do Ministério da Previdência e Assistência Social

Representante do Banco Central do Brasil

Representante da Comissão de Valores Mobiliários

3

Atribuições do CNSP

1. Fixar diretrizes e normas da política de seguros

privados;

2. Regular a constituição, organização,

funcionamento e fiscalização dos que exercem

atividades subordinadas ao Sistema Nacional de

Seguros Privados, bem como a aplicação das

penalidades previstas;

3. Fixar as características gerais dos contratos de

seguro, previdência privada aberta,

capitalização e resseguro;

4. Estabelecer as diretrizes gerais das operações

de resseguro;

5. Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e

do IRB;

6. Prescrever os critérios de constituição das

Sociedades Seguradoras, de Capitalização,

Entidades de Previdência Privada Aberta e

Resseguradores, com fixação dos limites legais

e técnicos das respectivas operações;

7. Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor.

4

Atribuições da SUSEP

1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades

Seguradoras, de Capitalização, Entidades de

Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na

qualidade de executora da política traçada pelo

CNSP;

2. Atuar no sentido de proteger a captação de

poupança popular que se efetua através das

operações de seguro, previdência privada aberta,

de capitalização e resseguro;

3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores

dos mercados supervisionados;

4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos

instrumentos operacionais a eles vinculados, com

vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de

Seguros Privados e do Sistema Nacional de

Capitalização;

5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua

jurisdição, assegurando sua expansão e o

funcionamento das entidades que neles operem;

6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que

integram o mercado;

7. Disciplinar e acompanhar os investimentos

daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas;

8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e

exercer as atividades que por este forem

delegadas;

9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do

CNSP.

5

Estrutura

A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor,

composto pelo Superintendente e por quatro

Diretores. Também integram o Colegiado, sem

direito a voto, o Secretário-Geral e Procurador-

Geral. Compete ao Colegiado fixar as políticas

gerais da Autarquia, com vistas à ordenação das

atividades do mercado, cumprir e fazer cumprir as

deliberações do CNSP e aprovar instruções,

circulares e pareceres de orientação em matérias de

sua competência.

A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente

que tem, ainda, como atribuições, promover os atos

de gestão da Autarquia e sua representação perante

o Governo e à sociedade. Clique no Organograma para visualização da composição.

6

HISTÓRIA DO SEGURO

INÍCIO DA ATIVIDADE SEGURADORA NO BRASIL

A atividade seguradora no Brasil teve início com a

abertura dos portos ao comércio internacional, em

1808. A primeira sociedade de seguros a funcionar

no país foi a "Companhia de Seguros BOA-FÉ", em

24 de fevereiro daquele ano, que tinha por objetivo operar no seguro marítimo.

Neste período, a atividade seguradora era regulada

pelas leis portuguesas. Somente em 1850, com a

promulgação do "Código Comercial Brasileiro" (Lei

n° 556, de 25 de junho de 1850) é que o seguro

marítimo foi pela primeira vez estudado e regulado em todos os seus aspectos.

O advento do "Código Comercial Brasileiro" foi de

fundamental importância para o desenvolvimento

do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de

inúmeras seguradoras, que passaram a operar não

só com o seguro marítimo, expressamente previsto

na legislação, mas, também, com o seguro

terrestre. Até mesmo a exploração do seguro de

vida, proibido expressamente pelo Código

Comercial, foi autorizada em 1855, sob o

fundamento de que o Código Comercial só proibia o

seguro de vida quando feito juntamente com o

seguro marítimo. Com a expansão do setor, as

empresas de seguros estrangeiras começaram a se

interessar pelo mercado brasileiro, surgindo, por

volta de 1862, as primeiras sucursais de seguradoras sediadas no exterior.

7

Estas sucursais transferiam para suas matrizes os

recursos financeiros obtidos pelos prêmios

cobrados, provocando uma significativa evasão de

divisas. Assim, visando proteger os interesses

econômicos do País, foi promulgada, em 5 de

setembro de 1895, a Lei n° 294, dispondo

exclusivamente sobre as companhias estrangeiras

de seguros de vida, determinando que suas

reservas técnicas fossem constituídas e tivessem

seus recursos aplicados no Brasil, para fazer frente aos riscos aqui assumidos.

Algumas empresas estrangeiras mostraram-se

discordantes das disposições contidas no referido diploma legal e fecharam suas sucursais.

O mercado segurador brasileiro já havia alcançado

desenvolvimento satisfatório no final do século XIX.

Concorreram para isso, em primeiro lugar, o Código

Comercial, estabelecendo as regras necessárias

sobre seguros maritimos, aplicadas também para os

seguros terrestres e, em segundo lugar, a

instalação no Brasil de seguradoras estrangeiras, com vasta experiência em seguros terrestres.

SURGIMENTO DA PREVIDÊNCIA PRIVADA

O século XIX também foi marcado pelo surgimento

da "previdência privada" brasileira, pode-se dizer

que inaugurada em 10 de janeiro de 1835, com a

criação do MONGERAL - Montepio Geral de

Economia dos Servidores do Estado -proposto pelo

então Ministro da Justiça, Barão de Sepetiba, que,

pela primeira vez, oferecia planos com

características de facultatividade e mutualismo. A

8

Previdência Social só viria a ser instituída através da Lei n° 4.682 (Lei Elói Chaves), de 24/01/1923.

A CRIAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA GERAL DE SEGUROS

O Decreto n° 4.270, de 10/12/1901, e seu

regulamento anexo, conhecido como "Regulamento

Murtinho", regulamentaram o funcionamento das

companhias de seguros de vida, marítimos e

terrestres, nacionais e estrangeiras, já existentes ou

que viessem a se organizar no território nacional.

Além de estender as normas de fiscalização a todas

as seguradoras que operavam no País, o

Regulamento Murtinho criou a "Superintendência

Geral de Seguros", subordinada diretamente ao

Ministério da Fazenda. Com a criação da

Superintendência, foram concentradas, numa única

repartição especializada, todas as questões

atinentes à fiscalização de seguros, antes

distribuídas entre diferentes órgãos. Sua jurisdição

alcançava todo o território nacional e, de sua

competência, constavam as fiscalizações preventiva,

exercida por ocasião do exame da documentação da

sociedade que requeria autorização para funcionar,

e repressiva, sob a forma de inspeção direta,

periódica, das sociedades. Posteriormente, em 12

de dezembro de 1906, através do Decreto n° 5.072,

a Superintendência Geral de Seguros foi substituída

por uma Inspetoria de Seguros, também subordinada ao Ministério da Fazenda.

9

O CONTRATO DE SEGURO NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

Foi em 1º de janeiro de 1916 que se deu o maior

avanço de ordem jurídica no campo do contrato de

seguro, ao ser sancionada a Lei n° 3.071, que

promulgou o "Código Civil Brasileiro", com um

capítulo específico dedicado ao "contrato de

seguro". Os preceitos formulados pelo Código Civil e

pelo Código Comercial passaram a compor, em

conjunto, o que se chama Direito Privado do

Seguro. Esses preceitos fixaram os princípios

essenciais do contrato e disciplinaram os direitos e

obrigações das partes, de modo a evitar e dirimir

conflitos entre os interessados. Foram esses

princípios fundamentais que garantiram o desenvolvimento da instituição do seguro.

SURGIMENTO DA PRIMEIRA EMPRESA DE

CAPITALIZAÇÃO

A primeira empresa de capitalização do Brasil foi

fundada em 1929, chamada de "Sul América

Capitalização S.A". Entretanto, somente 3 anos

mais tarde, em 10 de março de 1932, é que foi

oficializada a autorização para funcionamento das

sociedades de capitalização através do Decreto n°

21.143, posteriormente regulamentado pelo Decreto

n° 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, também sob

o controle da Inspetoria de Seguros. O parágrafo

único do artigo 1 o do referido Decreto definia: "As

únicas sociedades que poderão usar o nome de

"capitalização" serão as que, autorizadas pelo

Governo, tiverem por objetivo oferecer ao público,

de acordo com planos aprovados pela Inspetoria de

Seguros, a constituição de um capital minimo

10

perfeitamente determinado em cada plano e pago

em moeda corrente, em um prazo máximo indicado

no dito plano, à pessoa que subscrever ou possuir

um titulo, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no mesmo titulo".

CRIAÇÃO DO DNSPC

Em 28 de junho de 1933, o Decreto n° 22.865

transferiu a "Inspetoria de Seguros" do Ministério da

Fazenda para o Ministério do Trabalho, Indústria e

Comércio. No ano seguinte, através do Decreto n°

24.782, de 14/07/1934, foi extinta a Inspetoria de

Seguros e criado o Departamento Nacional de

Seguros Privados e Capitalização -DNSPC, também subordinado àquele Ministério.

PRINCÍPIO DE NACIONALIZAÇÃO DO SEGURO

Com a promulgação da Constituição de 1937

(Estado Novo), foi estabelecido o "Princípio de

Nacionalização do Seguro", já preconizado na

Constituição de 1934. Em conseqüência, foi

promulgado o Decreto n° 5.901, de 20 de junho de

1940, criando os seguros obrigatórios para

comerciantes, industriais e concessionários de

serviços públicos, pessoas fisicas ou jurídicas,

contra os riscos de incêndios e transportes

(ferroviário, rodoviário, aéreo, marítimo, fluvial ou

lacustre), nas condições estabelecidas no mencionado regulamento.

11

CRIAÇÃO DO INSTITUTO DE RESSEGUROS DO

BRASIL - IRB

Nesse mesmo período foi criado, em 1939, o

Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), através do

Decreto-lei n° 1.186, de 3 de abril de 1939. As so-

ciedades seguradoras ficaram obrigadas, desde

então, a ressegurar no IRB as responsabilidades

que excedessem sua capacidade de retenção

própria, que, através da retrocessão, passou a

compartilhar o risco com as sociedades seguradoras

em operação no Brasil. Com esta medida, o

Governo Federal procurou evitar que grande parte

das divisas fosse consumida com a remessa, para o

exterior, de importâncias vultosas relativas a

prêmios de resseguros em companhias estrangeiras.

É importante reconhecer o saldo positivo da atuação

do IRB, propiciando a criação efetiva e a

consolidação de um mercado segurador nacional, ou

seja, preponderantemente ocupado por empresas

nacionais, sendo que as empresas com participação

estrangeira deixaram de se comportar como meras

agências de captação de seguros para suas

respectivas matrizes, sendo induzidas a se organizar

como empresas brasileiras, constituindo e aplicando suas reservas no País.

O IRB adotou, desde o início de suas operações,

duas providências eficazes visando criar condições

de competitividade para o aparecimento e o

desenvolvimento de seguradoras de capital

brasileiro: o estabelecimento de baixos limites de

retenção e a criação do chamado excedente único.

Através da adoção de baixos limites de retenção e

12

do mecanismo do excedente único, empresas pouco

capitalizadas e menos instrumentadas tecnicamente

-como era o caso das empresas de capital nacional -

passaram a ter condições de concorrer com as

seguradoras estrangeiras, uma vez que tinham

assegurada a automaticidade da cobertura de resseguro.

CRIAÇÃO DA SUSEP

Em 1966, através do Decreto-lei n° 73, de 21 de

'novembro de 1966, foram reguladas todas as

operações de seguros e resseguros e instituído o

Sistema Nacional de Seguros Privados, constituído

pelo Conselho Nacional de Seguros Privados

(CNSP); Superintendência de Seguros Privados

(SUSEP); Instituto de Resseguros do Brasil (IRB);

sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e corretores habilitados.

O Departamento Nacional de Seguros Privados e

Capitalização - DNSPC -foi substituído pela

Superintendência de Seguros Privados - SUSEP -

entidade autárquica, dotada de personalidade

jurídica de Direito Público, com autonomia

administrativa e financeira, jurisdicionada ao

Ministério da Indústria e do Comércio até 1979,

quando passou a estar vinculada ao Ministério da

Fazenda.

Em 28 de fevereiro de 1967, o Decreto n°

22.456/33, que regulamentava as operações das

sociedades de capitalização, foi revogado pelo

Decreto-lei n° 261, passando a atividade de

capitalização a subordinar-se, também, a

numerosos dispositivos do Decreto-lei n° 73/66.

13

Adicionalmente, foi instituído o Sistema Nacional de

Capitalização, constituído pelo CNSP, SUSEP e pelas

sociedades autorizadas a operar em capitalização.

Fonte: Anuário Estatístico da SUSEP 1997

SEGURO DPEM

I - O que é DPEM? II - O que cobre e o que não cobre o Seguro DPEM? III - Quanto vou receber se for vítima de acidente coberto pelo seguro? IV - É possível receber mais de uma indenização em decorrência de um mesmo acidente em coberturas diferentes? V - Quem tem direito de receber a indenização? VI - Quem são os beneficiários do seguro? VII - Quem contrata este seguro? VIII - Como contratar? IX - Qual é a vigência do Seguro? X - Posso transferir meu bilhete de seguro de uma embarcação para outra? XI - Pode uma embarcação ter mais de dois bilhetes de seguro DPEM? XII - O que acontece se o proprietário deixar de pagar o DPEM? XIII - Quais as embarcações abrangidas pelo DPEM? XIV - Quanto custa o Seguro? XV - De quem é a responsabilidade pelo pagamento da indenização? XVI - Quais são os documentos necessários para obter a indenização? XVII - Existe necessidade de nomear procurador para recebimento da indenização? XVIII - Qual é o prazo para o recebimento da indenização? XIX - Quais são as normas que regem o DPEM?

14

XX - Quem procurar em caso de dúvidas?

XXI - Como fazer uma reclamação contra uma Seguradora junto à SUSEP?

O que é DPEM?

O seguro DPEM foi instituído pela Lei nº 8.374, de

30/12/91, que em seu artigo 1º alterou a alínea "l"

do artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21/11/66.

Tem por finalidade dar cobertura aos danos

pessoais causados por embarcações ou por sua

carga às pessoas embarcadas, transportadas ou não

transportadas, inclusive aos proprietários,

tripulantes e condutores das embarcações,

independentemente da embarcação estar ou não em operação.

Entretanto, no caso de acidente ocorrido fora do

território nacional, somente terão cobertura as

pessoas embarcadas ou transportadas em embarcações de bandeira brasileira.

O que cobre e o que não cobre o Seguro DPEM?

Os danos pessoais cobertos pelo referido seguro

compreendem as indenizações por morte, invalidez

permanente e despesas de assistência médica e

suplementares, mediante simples prova do acidente

e do dano decorrente, independente da existência de culpa.

A cobertura do seguro não abrange:

15

a) danos pessoais decorrentes de radiações

ionizantes ou de contaminação pela radioatividade

de qualquer combustível nuclear ou de qualquer resíduo de combustão de matéria nuclear; e

b) multas e fianças impostas aos condutores ou proprietários das embarcações.

Quanto vou receber se for vítima de acidente coberto pelo seguro?

As indenizações serão pagas diretamente ao

beneficiário, por pessoa vitimada, em qualquer

caso, com base nas importâncias seguradas

vigentes na data do sinistro, independentemente da

data de emissão do bilhete de seguro, observados os valores fixados na tabela abaixo:

Morte R$ 13.500,00

Invalidez Permanente até R$

13.500,00

Despesas de Assistência Médica e

Suplementares até R$ 2.700,00

O valor da indenização por invalidez permanente

será determinado aplicando-se sobre o valor da

tabela anterior o percentual estabelecido de

conformidade com as normas para o seguro de acidentes pessoais.

O pagamento da indenização poderá ser feito em

cheque nominal ao beneficiário, ainda que haja

representação, ou, também, poderá ser realizado

através de depósito ou transferência eletrônica de

16

dados (TED) para a conta corrente do beneficiário,

observada a legislação do Sistema de Pagamentos

Brasileiro.

É possível receber mais de uma indenização

em decorrência de um mesmo acidente em coberturas diferentes?

As indenizações por morte e invalidez permanente

não são cumulativas; se, depois de paga uma

indenização por invalidez permanente, verifica-se a

morte em conseqüência do mesmo acidente, a

sociedade seguradora pagará a indenização por

morte, deduzida a indenização já paga por invalidez permanente.

No caso de ter sido efetuado reembolso das

despesas de assistência médica e suplementares,

este valor não poderá ser descontado da indenização por morte ou invalidez permanente.

Quem tem direito de receber a indenização?

Todas as pessoas embarcadas, transportadas ou

não, inclusive proprietários, tripulantes e condutores

de embarcações, que foram vítimas de acidentes

envolvendo embarcações ou as cargas por elas transportadas, em operação ou não.

Quem são os beneficiários do seguro?

17

A indenização no caso de morte será paga, na

constância do casamento ao cônjuge sobrevivente

ou pessoa a este equiparada. Na falta do

beneficiário descrito anteriormente, os beneficiários serão os herdeiros legais.

Nos casos de invalidez permanente e despesas de

assistência médica e suplementares, a indenização será paga à própria vítima.

Quem contrata este seguro?

Estão obrigados a contratar este seguro todos os

proprietários, ou armadores em geral, de

embarcações nacionais ou estrangeiras sujeitas à

inscrição nas Capitanias dos Portos ou Repartições a estas subordinadas.

A contratação do Seguro Obrigatório DPEM é

obrigatória para todas as embarcações, qualquer

que seja a sua propulsão e seu uso, tais como:

esporte ou recreio, embarcações de passageiros, de carga, de pesca e qualquer outra atividade.

O não pagamento do seguro caracteriza que a embarcação não está devidamente licenciada.

Como contratar?

O prêmio do Seguro Obrigatório DPEM deverá ser

recolhido obrigatoriamente através de bilhete de

seguro, emitido por embarcação, bastando o

proprietário da embarcação entrar em contato com

um corretor de seguros habilitado ou uma seguradora.

18

O pagamento do prêmio de seguro relativo às

embarcações que forem submetidas ao processo de

inscrição deverá anteceder à expedição do Título de Inscrição ou Documento Provisório de Propriedade.

Qual é a vigência do Seguro?

O bilhete de seguro terá vigência de um ano, a contar:

a) Em caso de bilhete novo, das 24 (vinte e quatro)

horas do dia do pagamento do prêmio na rede

bancária, cartão de crédito ou outra forma admitida em lei; e

b) Em caso de renovação, das 24 (vinte e quatro)

horas do dia do vencimento do bilhete anterior,

desde que o prêmio do bilhete da renovação tenha sido pago até aquela data.

Posso transferir meu bilhete de seguro de uma embarcação para outra?

É vedado o endosso transferindo o bilhete de seguro

de uma embarcação para outra. Em caso de

transferência de proprietário da embarcação, o

bilhete de seguro se transfere automaticamente

para o novo proprietário, independentemente de endosso.

Pode uma embarcação ter mais de um bilhete

de seguro DPEM?

É vedada a emissão de mais de um bilhete de

seguro para a mesma embarcação. Na hipótese de

19

ocorrer duplicidade de seguro, prevalecerá sempre o

seguro mais antigo e o prêmio do bilhete a ser

inutilizado será integralmente restituído.

O que acontece se o proprietário deixar de pagar o DPEM?

Todos os proprietários ou armadores em geral, de

embarcações nacionais ou estrangeiras que

deixarem de contratar o seguro ficarão sujeitos à

multa de valor igual ao dobro do prêmio anual, por

ano ou fração de ano. Para efeito de aplicação da

multa considerar-se-á o valor do prêmio na data de seu pagamento.

Além disso, não se procederá a inscrição, nem se

expedirá provisão de registro, termo de vistoria ou

certificado de regularização de embarcação, sem a comprovação da existência do seguro, em vigor.

As multas serão aplicadas pela Capitania dos Portos

ou por Repartições a elas subordinadas, na forma

estabelecida pela Diretoria de Portos e Costas do Ministério da Marinha.

Para fim de controle e de acordo com os artigos 2º

e 14 da Lei nº 8.374, de 31/12/91, sempre que

solicitado pela autoridade competente, o

responsável pela embarcação deverá exibir, além do

Termo de Vistoria ou do Certificado de

Regularização de Embarcação, o bilhete de seguro devidamente quitado.

20

Quais as embarcações abrangidas pelo DPEM?

Consideram-se embarcações os veículos destinados

ao tráfego marítimo, fluvial ou lacustre, dotados ou

não de propulsão própria. A obrigatoriedade do

seguro DPEM se aplica exclusivamente às

embarcações sujeitas à inscrição nas Capitanias dos Portos ou Repartições a estas subordinadas.

Para efeito do seguro, as embarcações são divididas em 3 classes tarifárias:

Classificação das Embarcações

Uso / Tipo

Área de

Navegação

Ramo

Atividade ou Serviço Classe

Tarifária

Comercial

MAR (LON,

CAB e APM)

CAR / PES / PAS /

PAC / REB / OUT 3

INT

PES / OUT 2

PAS / PAC / CAR /

REB 3

APP

PAS / PAC / PES /

OUT 1

REB 2

CAR 3

Esporte e/ou

Recreio MAR/INT ESP 1

Embarcações

Miúdas (exceto

Jet-Ski / Moto

Aquática)

MAR / INT /

APP

PAS / PAC / CAR /

ESP / PES / OUT 1

Jet Ski / Moto

Aquática INT ESP 2

21

Descrição da codificação da área de navegação e da

atividade ou serviço utilizado na tabela de

Classificação das Embarcações:

Área de Navegação

LON Longo curso

CAB Cabotagem

MAR Mar aberto

INT Interior

APM Apoio

Marítimo

APP Apoio

Portuário

Atividade ou Serviço

PAS Passageiro

PAC Passageiro e Carga

CAR Carga

REB

Rebocador /

Empurrador

OUT

Outra Atividade ou

Serviço

ESP Esporte e/ou Recreio

PES Pesca

Quanto custa o Seguro?

Valores dos prêmios tarifários (sem a incidência de IOF*), por classe, no seguro DPEM:

Classe

Tarifária Prêmio Tarifário

1 17,20

22

2 33,61

3 93,23

(*) IOF:

- O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

incide sobre os prêmios tarifários, na forma da

legislação específica. Exemplo: Prêmio bruto =

Prêmio tarifário x (1 + alíquota do IOF), o prêmio

bruto é o efetivamente cobrado ao segurado.

- A alíquota do IOF no seguro DPEM, atualmente, é

de 0,38%, de acordo com o disposto no Decreto

6.306/07, redação dada pelo Decreto 6.339/08, de 03/01/2008.

De quem é a responsabilidade pelo pagamento da indenização?

Em geral, na eventualidade de sinistro os

beneficiários devem dirigir-se à seguradora contratada.

Na ocorrência de acidente do qual participem duas

ou mais embarcações, a indenização será paga pelo

segurador da embarcação em que a pessoa

vitimada era transportada. Quando, entretanto, as

vítimas não estiverem sendo transportadas, ou não

sendo possível identificar em qual embarcação a

pessoa vitimada era transportada, as indenizações a

elas correspondentes serão pagas, em partes iguais,

pelos seguradores das embarcações envolvidas. Na

hipótese de haver embarcações não identificadas e

identificadas, a indenização será paga pelos seguradores destas últimas.

23

Para o caso de morte ou invalidez permanente

causadas exclusivamente por embarcações não-

identificadas, a indenização, de 100% do valor

previsto nas normas vigentes, será paga pelo IRB

Brasil Resseguros (IRB) e rateada através de

consórcio específico, entre as sociedades

seguradoras que operam o DPEM. Assim, a vítima

ou seus herdeiros poderão solicitar o pagamento da

indenização, dirigindo-se à qualquer seguradora que opere o seguro em referência.

Comprovado o pagamento, a Seguradora que

houver pago a indenização poderá, mediante ação

própria, haver do responsável pelo acidente a

importância efetivamente indenizada, salvo se, na

data da ocorrência do evento a embarcação

causadora do dano estiver com o bilhete de Seguro DPEM em vigor.

Se constatada alguma irregularidade na utilização

da embarcação, a seguradora poderá, se comprovar

o pagamento da indenização, haver do segurado a importância excedente indenizada.

Quais são os documentos necessários para obter a indenização?

São os seguintes documentos necessários para o recebimento da indenização:

- No Caso de Morte:

• documento de ocorrência, expedido pela

autoridade competente (Capitania dos Portos, suas

Delegacias e Agências);

• certidão de óbito, ou sentença judicial que

24

produza os mesmos efeitos;

• documento comprobatório da qualidade de

beneficiário;

• laudo cadavérico comprovando a causa da

morte, no caso de morte causada por embarcação não identificada.

- No Caso de Invalidez Permanente:

• documento de ocorrência, expedido pela

autoridade competente (Capitania dos Portos, suas

Delegacias e Agência);

• prova de atendimento por hospital,

ambulatório ou médico-assistente; e

• relatório do médico-assistente, atestando o grau de invalidez do órgão ou membro atingido.

- No caso de reembolso de "despesas médico-

hospitalares" às vítimas:

• documento de ocorrência, expedido pela

autoridade competente (Capitania dos Portos, suas

Delegacias e Agências);

• prova de atendimento da vítima por hospital,

ambulatório ou médico-assistente; • comprovante das despesas efetuadas.

Observação Importante:

Caso seja detectada falha, de ordem formal, em um

dos documentos mencionados acima, ou a

existência de indícios de fraude, deverá a sociedade

seguradora, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, a

contar do recebimento da documentação, notificar o

interessado, com AR (aviso de recebimento),

solicitando os documentos ou esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos.

25

A sociedade seguradora fica isenta do pagamento

de qualquer indenização se constatado que houve

fraude ou tentativa de fraude, simulação do

acontecimento ou agravamento das suas

conseqüências para obter ou aumentar a indenização.

Existe necessidade de nomear procurador para recebimento da indenização?

Não há necessidade de nomear procurador para

recebimento de indenização de seguro DPEM, que

poderá ser requerida pela própria vítima do acidente

ou por seus beneficiários. Caso seja nomeado

procurador, faz-se necessário apresentar a procuração.

Qual é o prazo para o recebimento da indenização?

As indenizações por morte, invalidez permanente e

despesas de assistência médica e suplementares

serão pagas no prazo de 15 (quinze) dias, a contar

da entrega dos documentos completos à sociedade seguradora.

Havendo pendências ou falhas de ordem formal nos

documentos, o prazo de 15 dias será suspenso,

reiniciando sua contagem a partir do dia útil

subseqüente àquele em que as mesmas forem completamente solucionadas.

Quais são as normas que regem o DPEM?

26

• Lei N.º 8.374, de 30 de dezembro de 1991,

dispõe sobre Seguro Obrigatório de Danos Pessoais

causados por embarcações, ou por sua carga -

DPEM.

• Resolução CNSP Nº 128, de 5 de maio de

2005, dispõe sobre as Normas Disciplinadoras e os

Elementos Mínimos que, obrigatoriamente, devem

constar do bilhete do Seguro Obrigatório de Danos

Pessoais Causados por Embarcações ou por sua Carga – Seguro DPEM.

• Resolução CNSP N.º 152, de 29 de novembro

de 2006, altera os valores de indenização para as

coberturas do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais

Causados por Embarcações ou por sua Carga – Seguro DPEM.

• Circular SUSEP N.º 304, de 19 de outubro de

2005, dispõe sobre as condições tarifárias do seguro

obrigatório de danos pessoais causados por embarcações ou por sua carga – seguro DPEM.

• Circular SUSEP N.º 332, de 4 de dezembro de

2006, altera os valores de prêmio tarifário, por

classe, do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais

Causados por Embarcações ou por sua Carga – Seguro DPEM.

As Leis e o Decreto podem ser encontrados no

sítio www.presidencia.gov.br e os demais normativos neste sítio.

Quem procurar em caso de dúvidas?

• Através do DISQUE SUSEP - 0800 021 8484

• Pela internet, no site www.susep.gov.br – link

27

"FALE CONOSCO"

• Por carta ou pessoalmente na Sede ou nas

Regionais da SUSEP.

Como fazer uma reclamação contra uma Seguradora junto à SUSEP?

Inicialmente contatamos com a Ouvidoria da empresa reclamada, para solução da questão.

Quando o cliente não se sente satisfeito, então,

deve dirigir-se à SUSEP com os documentos

comprobatórios para a formalização do

Procedimento de Atendimento ao Consumidor - PAC.

Para instruir corretamente um processo de

reclamação junto à SUSEP, agilizando inclusive sua

conclusão, o interessado deverá encaminhar os documentos discriminados abaixo:

a) requerimento à SUSEP, devidamente datado e

assinado pelo interessado, incluindo a narração dos fatos e com indicação da divergência ou dúvida;

b) interessado pessoa física – qualificação, cópia

do documento de identidade, CPF e informações para contato;

c) interessado pessoa jurídica – qualificação,

estatuto ou contrato social e informações para contato;

28

d) representante legal de pessoa física ou jurídica

– qualificação, procuração ou instrumento que

comprove seus poderes de representação,

documento de identidade, CPF e informações para contato;

e) resposta final da ouvidoria ou do setor de

atendimento da empresa reclamada ou

comprovante de que o pleito apresentado à SUSEP

foi encaminhado à empresa, após transcorrido o prazo estabelecido em norma.

f) documentos específicos do ramo, conforme

indicado a seguir:

• Bilhete de seguro DPEM;

• Aviso de sinistro;

• Documento de registro da ocorrência;

• Recibo de pagamento da indenização, em caso

de divergência de valores pagos;

• Comprovante de entrega dos documentos

exigidos, pela seguradora, para regulação do sinistro (recomendável).

• Em caso de morte:

a. documento de ocorrência, expedido pela

autoridade competente (Capitania dos Portos, suas Delegacias e Agências);

b. certidão de óbito, ou sentença judicial que produza os mesmos efeitos;

c. comprovante da qualidade de beneficiário; e

d. laudo cadavérico comprovando a causa da

morte, no caso de morte causada por embarcação não identificada.

29

• Em caso de Invalidez Permanente:

a. documento de ocorrência, expedido pela

autoridade competente (Capitania dos Portos, suas Delegacias e Agências);

b. prova de atendimento por hospital, ambulatório ou médico-assistente; e

c. relatório do médico assistente, atestando o grau de invalidez do órgão ou membro atingido.

• Em caso de reembolso de despesas de assistência médicas e suplementares:

a. Documento de ocorrência, expedido pela

autoridade competente (Capitania dos Portos,

suas Delegacias e Agências);

b. Prova de atendimento da vítima por hospital,

ambulatório ou médico-assistente; e c. Comprovante das despesas efetuadas.

30

SEGURO DPVAT

I-O que é DPVAT?

II -O que cobre e o que não cobre o Seguro DPVAT? III - Quais são os atuais valores de indenização do DPVAT no caso de envolvimento em acidente de trânsito?

IV - É possível receber mais de uma indenização em decorrência de um mesmo acidente em coberturas diferentes? V - Quem tem direito a receber a indenização? VI - Quem são os beneficiários do seguro? VII - Quais as categorias de veículos automotores abrangidas pelo DPVAT? VIII - O que é o Consórcio DPVAT? IX - Como contratar? X - Qual é a vigência do Seguro?

XI - Posso transferir meu bilhete de seguro de um veículo para outro? XII - Pode um veículo ter mais de dois bilhetes de seguro DPVAT? XIII - O que acontece se o proprietário deixar de pagar o DPVAT? XIV - O pagamento do DPVAT pode ser parcelado? XV - Quem está coberto pelo Seguro? XVI - Todas as Seguradoras participam dos Consórcios DPVAT?

XVII - Quanto custa o Seguro? XVIII - Como obter a indenização no caso de acidentes? XIX - Quais são os documentos necessários para obter a indenização? XX - Existe necessidade de nomear procurador para recebimento da indenização? XXI - Qual é o prazo para o recebimento da indenização? XXII - Qual é a diferença entre Seguro facultativo de RCF-

31

V, APP e o DPVAT?

XXIII - Existe a possibilidade de isentar do pagamento do seguro obrigatório os proprietários de veículos que possuam apólices de seguros com empresas privadas? XXIV - Quem procurar em caso de dúvidas? XXV - Quais são as normas que regem o DPVAT? XXVI - Como fazer uma reclamação contra uma Seguradora junto à SUSEP?

I - O que é DPVAT?

É o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados

por Veículos Automotores de Vias Terrestres, ou por

sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não (Seguro

DPVAT), criado pela Lei n° 6.194/74, alterada pela

Lei 8.441/92, 11.482/07 e 11.945/09, com a

finalidade de amparar as vítimas de acidentes de

trânsito em todo o território nacional, não importando de quem seja a culpa dos acidentes.

II - O que cobre e o que não cobre o Seguro

DPVAT?

A seguradora efetuará o pagamento das

indenizações a seguir especificadas, por pessoa vitimada:

1. Morte: Caso a vítima venha a falecer em

virtude do acidente de trânsito, seus beneficiários

terão direito ao recebimento de uma indenização

correspondente à importância segurada vigente na época da ocorrência do sinistro.

2. Invalidez Permanente: Caso a vítima de

acidente de trânsito venha a se invalidar

32

permanentemente em virtude do acidente, ou seja,

desde que esteja terminado o tratamento e seja

definitivo o caráter da invalidez, a quantia que se

apurar, tomando-se por base o percentual da

incapacidade de que for portadora a vítima, de

acordo com a tabela de Danos Corporais Totais,

constante do anexo à Lei n.º 6.194/74, com a

alteração dada pela Lei nº 11.945/09, tendo como

indenização máxima a importância segurada vigente na época da ocorrência do sinistro.

3. Despesas de Assistência Médica e

Suplementares (DAMS): Caso a vítima de acidente

de trânsito venha a efetuar, para seu tratamento,

sob orientação médica, despesas com assistência

médica e suplementares, a própria vítima terá

direito ao recebimento de uma indenização, a título

de reembolso, correspondente ao valor das

respectivas despesas, até o limite definido em

tabela de ampla aceitação no mercado, tendo como

teto máximo o valor vigente na época da ocorrência do sinistro.

Os valores correspondentes às indenizações, na

hipótese de não cumprimento do prazo para o

pagamento da respectiva obrigação pecuniária,

sujeitam-se à correção monetária segundo índice

oficial regularmente estabelecido e juros moratórios

com base em critérios fixados na regulamentação específica de seguro privado.

Não estão cobertos pelo DPVAT:

1. Danos materiais (roubo, colisão ou incêndio de veículos);

33

2. Acidentes ocorridos fora do território nacional;

3. Multas e fianças impostas ao condutor ou

proprietário do veículo e quaisquer despesas decorrentes de ações ou processos criminais; e

4. Danos pessoais resultantes de radiações

ionizantes ou contaminações por radioatividade de

qualquer tipo de combustível nuclear, ou de qualquer resíduo de combustão de matéria nuclear.

III - Quais são os atuais valores de

indenização do DPVAT no caso de

envolvimento em acidente de trânsito?

Os valores de indenização por cobertura são os

constantes da tabela abaixo, valores estes fixados

na Lei 6.194/74, por meio da Lei 11.482, de 31/05/2007:

Morte R$ 13.500,00

Invalidez Permanente (1) até R$ 13.500,00

Reembolso de Despesas Médicas e

Hospitalares (DAMS) (2) até R$ 2.700,00

(1) A quantia que se apurar, tomará por base o

percentual da incapacidade de que for portadora a

vítima, de acordo com os critérios estabelecidos no

§1º, e seus incisos, do art. 3º da Lei n.º 6.194/74,

com as alterações dadas pelas Leis nº11.482/07 e

nº 11.945/09, e com a tabela de Danos Corporais

Totais, constante do anexo daquela Lei, tendo como

indenização máxima a importância segurada vigente na época da ocorrência do sinistro.

34

(2) Os valores de indenização de DAMS serão pagos

até o limite definido em tabela de ampla aceitação

no mercado, tendo como teto máximo o valor

vigente na data de ocorrência do sinistro. Os valores

de indenização de tal tabela deverão ter, como

limite mínimo, os valores constantes da Tabela do

Sistema Único de Saúde (SUS). O Seguro DPVAT

assegura à vítima o reembolso de despesas médico-

hospitalares, desde que devidamente comprovadas,

efetuadas pela rede credenciada junto ao Sistema

Único de Saúde, quando em caráter privado, vedada

a cessão de direitos, bem como veda o reembolso

quando o atendimento for realizado pelo SUS, sob

pena de descredenciamento do estabelecimento de

saúde do SUS, sem prejuízo das demais penalidades previstas em lei.

OBSERVAÇÕES:

1. Qualquer indenização será paga com base no

valor vigente na data da ocorrência do sinistro, em

cheque nominal aos beneficiários, descontável no

dia e na praça da sucursal que fizer a liquidação, no prazo de trinta dias da entrega dos documentos.

O pagamento também poderá ser realizado através

de depósito ou transferência eletrônica de dados

(TED) para a conta corrente ou conta poupança do

beneficiário, observada a legislação do Sistema de Pagamentos Brasileiro.

2. O valor da indenização do DPVAT não tem

relação com o valor salário mínimo vigente no país.

Os valores de indenização do seguro DPVAT são os fixados pela Lei 11.482/07.

35

IV - É possível receber mais de uma

indenização em decorrência de um mesmo

acidente em coberturas diferentes?

As indenizações por morte e invalidez permanente

não são cumulativas. No caso de ocorrência da

morte da vítima em decorrência do mesmo acidente

que já havia propiciado o pagamento de indenização

por invalidez permanente, a sociedade seguradora

pagará a indenização por morte, deduzida a

importância já paga por invalidez permanente.

Já no caso de ter sido efetuado algum reembolso de

despesas de assistência médica e suplementares

(DAMS) este não poderá ser descontado de

qualquer pagamento por morte ou invalidez

permanente que venha a ser pago em decorrência de um mesmo acidente.

V - Quem tem direito a receber a indenização?

Qualquer vítima de acidente envolvendo veículo,

inclusive motoristas e passageiros, ou seus

beneficiários, podem requerer a indenização do

DPVAT. As indenizações são pagas individualmente,

não importando quantas vítimas o acidente tenha

causado. O pagamento independe da apuração de

culpados. Além disso, mesmo que o veículo não

esteja em dia com o DPVAT ou não possa ser

identificado, as vítimas ou seus beneficiários têm direito à cobertura.

36

Se, por exemplo, em uma batida, há dois carros

envolvidos, cada um com quatro ocupantes, e

também um pedestre, e se as nove pessoas forem

atingidas, todas terão direito a receber indenizações do DPVAT separadamente.

VI - Quem são os beneficiários do seguro?

1. Em caso de Morte:

Na ocorrência de morte, a indenização será paga de

acordo com o disposto no art. 792 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.

2. Em caso de Invalidez Permanente:

A própria vítima.

3. Em caso de Reembolso de Despesas de Assistência Médica e Suplementares (DAMS):

A própria vítima.

Observação 1: O Seguro DPVAT assegura à vítima o

reembolso de despesas médico-hospitalares, desde

que devidamente comprovadas, efetuadas pela rede

credenciada junto ao Sistema Único de Saúde,

quando em caráter privado, vedada a cessão de

direitos, bem como veda o reembolso quando o

atendimento for realizado pelo SUS, sob pena de

descredenciamento do estabelecimento de saúde do

SUS, sem prejuízo das demais penalidades previstas em lei.

Observação 2: Em caso de morte, deixando a vítima

beneficiários incapazes, a indenização será liberada

em nome de quem detiver o encargo de sua guarda,

37

sustento ou despesas, conforme dispuser alvará judicial.

VII - Quais as categorias de veículos automotores abrangidas pelo DPVAT?

Categoria 1 - Automóveis particulares;

Categoria 2 - Táxis e carros de aluguel;

Categoria 3 - Ônibus, microônibus e lotação com

cobrança de frete (urbanos, interurbanos, rurais e interestaduais);

Categoria 4 - Microônibus com cobrança de frete

mas com lotação não superior a 10 passageiros e

Ônibus, microônibus e lotações sem cobrança de

frete (Urbanos, Interurbanos, Rurais e Interestaduais);

Categoria 9 - Motocicletas, motonetas, ciclomotores e similares; e

Categoria 10 - Máquinas de terraplanagem e

equipamentos móveis em geral, quando licenciados,

camionetas tipo "pick-up" de até 1.500 Kg de carga,

caminhões e outros veículos. Esta categoria inclui também:

I – Veículos que utilizem "chapas de experiência" e

"chapas de fabricante", para trafegarem em vias

públicas, dispensando-se, nos respectivos bilhetes

de seguro, o preenchimento de características de

identificação dos veículos, salvo a espécie e o número de chapa;

38

II – Tratores de pneus, com reboques acoplados à

sua traseira destinados especificamente a conduzir

passageiros a passeio, mediante cobrança de

passagem, considerando-se cada unidade da

composição como um veículo distinto para fim de tarifação;

III – Veículos enviados por fabricantes a

concessionários e distribuidores, que trafegam por

suas próprias rodas, para diversos pontos do País,

nas chamadas "viagens de entrega", desde que

regularmente licenciados, terão cobertura por meio

de bilhete Único emitido exclusivamente a favor de

fabricantes e concessionários, cuja cobertura vigerá por um ano;

IV – Caminhões ou veículos "pick-up" adaptados ou

não, com banco sobre a carroceria para o transporte

de operários, lavradores ou trabalhadores rurais aos

locais de trabalho; e

V – Reboques e semi-reboques destinados ao transporte de passageiros e de carga.

VIII - O que é o Consórcio DPVAT?

Para operar no seguro DPVAT, as sociedades

seguradoras deverão aderir, simultaneamente, aos

dois consórcios específicos, um englobando as

categorias 1, 2, 9 e 10 e o outro, as categorias 3 e 4.

Cada um dos consórcios terá como entidade líder

uma seguradora especializada no seguro DPVAT,

podendo a mesma seguradora ser a entidade líder dos dois consórcios.

39

Qualquer uma das sociedades seguradoras

pertencentes aos consórcios se obriga a receber as

solicitações de indenização e reclamações que lhes

forem apresentadas pelos segurados ou beneficiários.

Os pagamentos de indenizações serão realizados

pelos consórcios, representados por seus respectivos líderes.

Ficam excluídos dos consórcios:

I - os seguros de veículos pertencentes aos órgãos

da Administração PÚblica Direta, Indireta,

Autárquica e Fundacional dos Governos Estaduais

que, por força de legislação estadual, estejam

obrigados a contratar seguros em sociedade

seguradora sob controle acionário de qualquer dos

referidos órgãos pÚblicos e a canalizar recursos

para programas de seguro rural, respeitadas as

normas tarifárias e condições aprovadas pelo CNSP; e

II - veículos enviados por fabricantes a

concessionários e distribuidores, que trafegam por

suas próprias rodas, para diversos pontos do País,

nas chamadas "viagens de entrega", desde que

regularmente licenciados, terão cobertura por meio

de bilhete Único emitido exclusivamente a favor de

fabricantes e concessionários, cuja cobertura vigerá por um ano.

Para os veículos excluídos dos consórcios, o seguro

DPVAT será operado de forma independente por

sociedade seguradora.

40

Observação: A partir de 1º de janeiro de 2008,

consórcios foram criados em substituição aos

convênios ora existentes.

IX - Como contratar?

Para as categorias pertencentes aos Consórcios

DPVAT, a contratação do seguro obedecerá aos seguintes procedimentos:

1 - No caso de veículos sujeitos ao Imposto sobre

Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, o

bilhete de seguro será emitido, exclusivamente,

com o Certificado de Registro e Licenciamento Anual.

a) Para o Consórcio que inclui as categorias 1, 2, 9

e 10, o prêmio de seguro será pago conjuntamente

com a cota Única ou com a primeira parcela do IPVA.

b) Para o Consórcio que inclui as categorias 3 e 4,

será permitido o pagamento do prêmio do seguro

em nÚmero de parcelas não superior ao do

parcelamento do Imposto sobre Propriedade de

Veículos Automotores – IPVA, conforme disposto na

Resolução CNSP 154/06, ou, exclusivamente no ano

de 2009, em parcela Única que deverá ter

vencimento até a data do emplacamento ou

licenciamento anual do respectivo veículo, conforme

definido na Resolução CNSP Nº192/08 e na

Resolução CNSP Nº207/09. A forma de cobrança do

prêmio para esse Consórcio em 2009 deve ser

definida em função de acordos operacionais entre o DETRAN de cada Estado e o Consórcio DPVAT.

41

c) No primeiro licenciamento do veículo, o valor do

prêmio será calculado de forma proporcional,

considerando-se o número de meses entre o mês de

licenciamento, inclusive, e dezembro do mesmo ano.

d) Nas categorias 1, 2, 9 e 10, a data de

vencimento para pagamento do prêmio do Seguro

DPVAT coincidirá com a data de vencimento para

recolhimento da quota Única ou da primeira prestação do IPVA.

e) Nas categorias 3 e 4, a data de vencimento para

pagamento do prêmio do Seguro DPVAT coincidirá

com a data de vencimento para o recolhimento da

quota Única ou das prestações do IPVA, se for

utilizado a primeiro opção de pagamento do prêmio disposta na alínea "b".

2 - No caso de veículos isentos do Imposto sobre

Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, a

contratação do Seguro DPVAT será efetuada

juntamente com o emplacamento ou no licenciamento anual.

3 - Na primeira contratação, o valor do prêmio será

calculado de forma proporcional, considerando-se o

número de meses entre o mês de contratação, inclusive, e dezembro do mesmo ano.

4 - O pagamento do prêmio deverá ser efetuado somente na rede bancária.

5 - Para os veículos excluídos dos Consórcios, o

Seguro DPVAT será operado de forma independente por cada sociedade seguradora.

42

X - Qual é a vigência do Seguro?

Corresponderá ao ano civil.

Os veículos novos estão sujeitos à aplicação de

"pro-rata". Um veículo adquirido no mês de julho,

por exemplo, deve pagar apenas 6/12 do prêmio,

pois estará coberto durante 6 meses no seu primeiro ano de circulação.

XI - Posso transferir meu bilhete de seguro de um veículo para outro?

Não. Em caso de transferência de propriedade do

veículo, o bilhete de seguro se transfere

automaticamente para o novo proprietário, independentemente de endosso.

XII - Pode um veículo ter mais de dois bilhetes de seguro DPVAT?

É vedada a emissão de mais de um bilhete de

seguro para o mesmo veículo. Na hipótese de

ocorrer duplicidade de seguro, prevalecerá sempre o seguro mais antigo.

XIII - O que acontece se o proprietário deixar de pagar o DPVAT?

Todo proprietário de veículo deve manter o Seguro

Obrigatório DPVAT em dia, conforme determina as

normas em vigor. O não pagamento do seguro

acarreta a seguinte implicação: o veículo não é

considerado devidamente licenciado para efeitos de

43

fiscalização, estando o proprietário sujeito às penalidades previstas na legislação.

Além disso, em atendimento ao disposto no art. 112

do Decreto-lei nº 73/66, com redação dada pela Lei

Complementar 126/07, as pessoas que deixarem de

contratar os seguros legalmente obrigatórios, sem

prejuízo de outras sanções legais, será aplicada multa de o dobro do valor do prêmio.

XIV - O pagamento do DPVAT pode ser

parcelado?

Para o Consórcio que inclui as categorias 1, 2, 9 e

10 não é permitido o parcelamento do pagamento dos prêmios do Seguro DPVAT.

Para o Consórcio que inclui as categorias 3 e 4, o

pagamento do prêmio do seguro DPVAT poderá ser

realizado de forma parcelada, sendo que, o número

de parcelas não poderá ser superior ao do

parcelamento do Imposto sobre Propriedade de

Veículos Automotores – IPVA, observado o disposto no item IX.

XV - Quem está coberto pelo Seguro?

Todas as pessoas, transportadas ou não, que foram

vítimas de acidentes de trânsito causados por

veículos automotores de vias terrestres, ou por sua carga.

A cobertura abrangerá, inclusive, danos pessoais

causados aos proprietários e motoristas dos veículos, seus beneficiários e dependentes.

44

XVI - Todas as Seguradoras participam dos Consórcios DPVAT?

Para operar o seguro DPVAT, as sociedades

seguradoras deverão aderir, simultaneamente, aos

dois Consórcios específicos, um englobando as

categorias 1, 2, 9 e 10 e o outro as categorias 3 e 4.

O contrato de constituição do Consórcio deverá

conter as regras de adesão e retirada das

seguradoras e suas alterações deverão ser previamente aprovadas pela SUSEP.

XVII - Quanto custa o Seguro?

Os prêmios tarifários (sem a incidência de IOF*),

por categoria, são estabelecidos através da

Resolução do Conselho Nacional de Seguros

Privados nº 192/2008 (alterada pela Resolução

CNSP nº 215/2010), em:

Categoria Prêmio

Tarifário (R$)

1 96,63

2 96,63

3 390,84

4 242,33

9 274,06

10 101,13

(*) IOF:

45

- O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

incide sobre os prêmios tarifários, na forma da

legislação específica.

Exemplo: Prêmio bruto = Prêmio tarifário x (1 +

alíquota do IOF), o prêmio bruto é o efetivamente cobrado ao segurado.

- A alíquota do IOF no seguro DPVAT, atualmente,

é de 0,38%, de acordo com o disposto no Decreto

6.306/07, redação dada pelo Decreto 6.339/08, de 03/01/2008.

Observação: Adicionalmente ao prêmio tarifário do

seguro, será cobrado o valor de R$ 4,15 (quatro

reais e quinze centavos), a título de custo da

emissão e da cobrança da apólice ou do bilhete do

Seguro DPVAT, em atendimento ao disposto nos §§

3º e 4º do art. 12 da Lei Nº 6.194, de 19 de

dezembro de 1974, incluídos pelo artigo 30 da Lei Nº 11.945, de 4 de junho de 2009.

XVIII - Como obter a indenização no caso de

acidentes?

O procedimento para receber a indenização do

Seguro Obrigatório DPVAT é simples e dispensa a

ajuda de intermediários. O interessado deve ter

cuidado ao aceitar a ajuda de terceiros, pois são

muitos os casos de fraudes e de pagamentos de honorários desnecessários.

Os pedidos de indenização do DPVAT devem ser

feitos através de quaisquer seguradoras

consorciadas. Basta que o interessado escolha a

46

seguradora de sua preferência e apresente a documentação necessária.

Em caso de dúvida, o beneficiário deve ligar para a

Central de Atendimento dos Consórcios DPVAT:

0800-0221204, ou consultar o site dos Consórcios

na internet www.dpvatseguro.com.br, ou, ainda,

ligar para a central de atendimento da SUSEP: 0800-0218484.

XIX - Quais são os documentos necessários para obter a indenização?

A vítima, ou seu beneficiário, deve dirigir-se à seguradora apresentando os seguintes documentos:

– Indenização por morte:

a) certidão de óbito;

b) registro de ocorrência expedido pela autoridade policial competente; e

c) prova da qualidade de beneficiário.

– Indenização por invalidez permanente:

a) laudo do Instituto Médico Legal da jurisdição do

acidente ou da residência da vítima, com verificação

da existência e quantificação das lesões

permanentes, totais ou parciais, de acordo com os

percentuais da tabela constante do anexo à Lei

6.194/74, alterado pela Lei Nº 11.945, de 4 de junho de 2009;

b) registro da ocorrência expedido pela autoridade policial competente.

47

- Indenização de despesas de assistência médica e suplementares:

a) prova das despesas médicas efetuadas;

b) prova de que as despesas referidas na alínea

"a" decorrem de atendimento à vítima de danos

pessoais decorrentes de acidente envolvendo veículo automotor de via terrestre;

c) registro de ocorrência expedido pela autoridade

policial competente, da qual deverá constar,

obrigatoriamente, o nome do hospital, ambulatório,

ou médico assistente que tiver prestado o primeiro atendimento à vítima.

Caso seja detectada falha, de ordem formal, em um

dos documentos ou a existência de indícios de

fraude, deverá a sociedade seguradora, no prazo

máximo de 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da documentação, notificar o

interessado, com "aviso de recebimento",

solicitando os documentos ou esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos.

– Quando as declarações contidas em

documento apresentado não caracterizarem a

ocorrência de sinistro coberto, por não

comprovarem a existência de acidente com veículo

automotor de via terrestre, a produção de dano

pessoal ou o nexo causal entre esses fatos, deverá a sociedade seguradora:

a) notificar a vítima ou, em caso de morte, seu

herdeiro legal ou mandatário devidamente

48

constituído, da falha encontrada, por meio de

correspondência com "aviso de recebimento", a ser

expedida no prazo máximo de quinze dias contados da data de entrega da documentação; e

b) na data de expedição da notificação,

encaminhar à SUSEP cópia do inteiro teor da correspondência enviada.

– Uma vez esclarecidos os fatos ou sanada, pelo

interessado, a falha indicada na notificação

expedida pela sociedade seguradora, esta deverá

pagar a indenização no prazo máximo de 30

(trinta), a contar da data do recebimento da resposta.

XX - Existe necessidade de nomear procurador para recebimento da indenização?

Não há necessidade de nomear procurador para

recebimento de indenização de seguro DPVAT, que

poderá ser requerida pela própria vítima do acidente

ou por seus beneficiários. Caso seja nomeado

procurador, faz-se necessário apresentar a procuração.

XXI - Qual é o prazo para o recebimento da indenização?

O prazo para liberação do pagamento é de 30

(trinta) dias, nos casos em que a documentação

apresentada encontra-se completa e regular.

Havendo pendências na documentação, o prazo de

30 (trinta) dias é suspenso e reiniciado a partir da data em que as mesmas forem solucionadas.

49

XXII - Qual é a diferença entre Seguro facultativo de RCF-V, APP e o DPVAT?

A Lei 6.194/74 introduziu como obrigatório o Seguro

de DPVAT com a finalidade de amparar as vítimas

de acidentes de trânsito em todo território nacional,

independente de apuração de culpa.

Estão cobertas todas as pessoas, transportadas ou

não, que forem vítimas de acidentes de trânsito

causados por veículos automotores de vias

terrestres, ou por sua carga. Neste ramo não se

consideram como vítimas apenas os terceiros

envolvidos. Qualquer pessoa, mesmo o filho do

motorista, pode receber a indenização se estiver no

interior do veículo acidentado. Não estão cobertos os danos materiais causados a terceiros.

Para complementar a cobertura do seguro DPVAT

poderíamos contemplar os seguintes seguros,

oferecidos de forma facultativa pelo mercado segurador:

RCF- V: Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos. Existem duas coberturas:

- Danos Materiais: por esta cobertura, caso o

segurado seja o responsável, a seguradora reembolsa os prejuízos materiais de terceiros.

- Danos Corporais: por esta cobertura, caso o

segurado seja o responsável, a seguradora

reembolsa os prejuízos relacionados a danos

50

corporais (ferimentos, lesões ou morte) causados a terceiros.

APP: Acidentes Pessoais de Passageiros. Esta

cobertura visa indenizar os passageiros ou seus

beneficiários, transportado pelo veículo segurado

por lesões ou morte que venham a sofrer.

Nestes casos, as garantias ficam limitadas ao valor

da importância segurada contratada. Os contratos

prevêem importâncias seguradas distintas, por

veículo, para as garantias de danos materiais, de

danos corporais e de APP.

Observamos ainda que, de acordo com as normas

vigentes, a garantia de danos corporais concedida

pelo seguro de RCF-V somente deve responder, em

cada reclamação, pela parte da indenização que

exceder os limites vigentes na data do sinistro para

as coberturas do seguro obrigatório de DPVAT.

Este dispositivo evita que haja duplicidade de

cobertura, nos casos em que ambos os seguros estejam cobrindo o mesmo risco.

XXIII - Existe a possibilidade de isentar do

pagamento do seguro obrigatório os

proprietários de veículos que possuam

apólices de seguros com empresas privadas?

Não. O Seguro DPVAT possui sua contratação

obrigatória por Lei.

Destaca-se ainda que o objetivo do seguro DPVAT é

de indenizar a vítima ou a seu beneficiário em

decorrência de morte, invalidez permanente ou

despesas de assistência médica e suplementar em

acidente de trânsito. O mesmo não indeniza os

51

danos materiais causados ao proprietário do veículo que tenha se envolvido em acidente ou roubo.

XXIV - Quem procurar em caso de dúvidas?

Seguradora Líder dos Consórcios do Seguro DPVAT:

• Central DPVAT: 0800-0221204 (ligações gratuitas)

• Canal Fale Conosco DPVAT em www.dpvatseguro.com.br

• Atendimento presencial DPVAT: Seguradora

Líder Dos Consórcios do Seguro DPVAT: Rua

Senador Dantas, 76 - 3º andar – Centro – Rio de Janeiro.

• Outros pontos de atendimento presencial:

Listagem disponível através do

link www.dpvatseguro.com.br/ptatendimento/main.asp

• Central de atendimento da SUSEP: 0800-0218484 (ligações gratuitas)

XXV - Quais são as normas que regem o DPVAT?

1. Lei N.º 6.194, de 19 de dezembro de 1974,

dispõe sobre Seguro Obrigatório de Danos

Pessoais causados por veículos automotores de

via terrestre, ou por sua carga, a pessoas

transportadas ou não - DPVAT.

2. Lei N.º 8.441, de 13 de julho de 1992, altera

dispositivos da Lei n.º 6.194 de 19 de

dezembro de 1974.

52

3. Lei N.º 11.482, de 31 de maio de 2007, que

altera dispositivos da Lei n.º 6.194 de 19 de

dezembro de 1974.

4. Lei N.º 11.945, de 4 de junho de 2009, que

altera dispositivos da Lei n.º 6.194 de 19 de

dezembro de 1974.

5. Decreto N.º 2.867, de 8 de dezembro de 1998,

dispõe sobre a repartição de recursos

provenientes do Seguro DPVAT.

6. Portaria Interministerial 4.044/98.

7. Resolução CNSP N.º 192, de 16 de dezembro

de 2008, dispõe sobre as condições tarifárias

do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais

Causados por Veículos Automotores de Via

Terrestre, ou por sua Carga, a Pessoas

Transportadas ou não – Seguro DPVAT, e dá

outras providências.

8. Resolução CNSP N.º 153, de 8 de dezembro de

2006, dispõe sobre a Constituição das Provisões

Técnicas do Seguro Obrigatório de Danos

Pessoais Causados por Veículos Automotores de

Via Terrestre, ou por sua Carga, a Pessoas

Transportadas ou não - Seguro DPVAT.

9. Resolução CNSP N.º 154, de 8 de dezembro de

2006, altera e consolida as Normas

Disciplinadoras do Seguro Obrigatório de Danos

Pessoais Causados por Veículos Automotores de

Via Terrestre, ou por sua Carga, a Pessoas

Transportadas ou não - Seguro DPVAT.

10. Resolução CNSP N.º 192, de 16 de

dezembro de 2008, que dispõe sobre as

condições tarifárias do Seguro Obrigatório de

Danos Pessoais Causados por Veículos

Automotores de Via Terrestre, ou por sua

53

Carga, a Pessoas Transportadas ou não -

Seguro DPVAT.

11. Resolução CNSP N.º 196, de 16 de

dezembro de 2008, que altera o art. 11 do

anexo a Resolução CNSP n.º 154, de 8 de

dezembro de 2006.

12. Circular SUSEP N.º 393, de 16 de outubro

de 2009, que altera e consolida as instruções

complementares para a operação do Seguro

Obrigatório de Danos Pessoais Causados por

Veículos Automotores de Via Terrestre, ou por

sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não –

Seguro DPVAT.

13. Resolução CNSP N.º 207, de 27 de

novembro de 2009, que dispõe sobre o prazo

para pagamento do prêmio do Consórcio que

inclui as categorias 3 e 4 do Seguro Obrigatório

de Danos Pessoais Causados por Veículos

Automotores de Via Terrestre, ou por sua

Carga, a Pessoas Transportadas ou Não –

Seguro DPVAT.

14. Resolução CNSP N.º 215, de 6 de

dezembro de 2010, que altera dispositivos da

Resolução CNSP nº 192, de 30 de dezembro de

2008.

15. Resolução CNSP N.º 230, de 28 de

dezembro de 2010, que dispõe sobre o prazo

de vencimento para o pagamento do prêmio do

Consórcio que inclui as categorias 3 e 4 do

Seguro Obrigatório de Danos Pessoais

Causados por Veículos Automotores de Via

Terrestre, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou não - Seguro DPVAT.

54

Obs.: As Leis e o Decreto podem ser encontrados no

site www.presidencia.gov.br e os demais

normativos neste Sítio.

XXVI - Como fazer uma reclamação contra uma Seguradora junto à SUSEP?

As reclamações à SUSEP podem ser formuladas pelos seguintes canais:

1. Pessoal (Sede, ou Regionais DF, MG, PA, RS e SP)

2. Telefone (Disque SUSEP 0800 021 8484)

3. Internet (site ww.susep.gov.br - link FALE CONOSCO)

4. Carta (para qualquer de nossos endereços)

Inicialmente a SUSEP, por intermédio do

Atendimento ao Público, contata com a Ouvidoria da

empresa, com a finalidade de sanar imediatamente

o problema. Cientificando o cliente que, no caso da

não solução, deverá retornar encaminhando os

documentos comprobatórios, necessários à

instrução de processo, os quais estão relacionados na Circular SUSEP nº 292/05.

Com relação aos documentos necessários à

instrução dos processos relativos às reclamações do

seguro DPVAT, adaptamos a circular 292 as

alterações da Lei nº 11.482/2007, que altera a Lei nº 6.194/2004.

Para instruir corretamente um processo de

reclamação junto à SUSEP, agilizando inclusive sua

55

conclusão, o interessado deverá encaminhar as

informações e cópias de documentos a seguir

discriminados:

a) Em caso de Morte:

- Requerimento à SUSEP, devidamente datado e

assinado pelo interessado, incluindo a narração dos fatos e com indicação da divergência ou dúvida;

- Interessado pessoa física - qualificação, cópia do

documento de identidade, CPF e informações para contato;

- Interessado pessoa jurídica - qualificação, cópia do

documento de identidade, CPF e informações para contato;

- Representante legal de pessoa física ou jurídica -

qualificação, procuração ou instrumento que

comprove seus poderes de representação,

documento de identidade, CPF e informações para

contato;

- Resposta final da ouvidoria ou do setor de atendimento da empresa reclamada;

- Bilhete de seguro (DPVAT categorias 3 e 4 - até dez/2004);

- Aviso de sinistro;

- Registro da ocorrência expedido por autoridade policial competente;

- Certidão de óbito;

- Comprovante da qualidade de beneficiário;

56

- Comprovante de entrega dos documentos

exigidos, pela seguradora, para regulação do

sinistro (recomendável).

b) Em caso de Invalidez Permanente:

- Requerimento à SUSEP, devidamente datado e

assinado pelo interessado, incluindo a narração dos fatos e com indicação da divergência ou dúvida;

- Interessado pessoa física - qualificação, cópia do

documento de identidade, CPF e informações para contato;

- Interessado pessoa jurídica - qualificação, cópia do

documento de identidade, CPF e informações para contato;

- Representante legal de pessoa física ou jurídica -

qualificação, procuração ou instrumento que

comprove seus poderes de representação,

documento de identidade, CPF e informações para

contato;

- Resposta final da ouvidoria ou do setor de atendimento da empresa reclamada;

- Bilhete de seguro (DPVAT categorias 3 e 4 - até dez/2004);

- Aviso de sinistro;

- Registro da ocorrência expedido por autoridade policial competente;

- Laudo do Instituto Médico Legal da jurisdição do

acidente ou da residência da vítima, com verificação

da existência e quantificação das lesões

57

permanentes, totais ou parciais de acordo com os

percentuais da tabela constante do anexo à Lei

6.194/74;

- Comprovante de entrega dos documentos

exigidos, pela seguradora, para regulação do sinistro (recomendável).

c) Em caso de Reembolso de DAMS:

- Requerimento à SUSEP, devidamente datado e

assinado pelo interessado, incluindo a narração dos

fatos e com indicação da divergência ou dúvida;

- Interessado pessoa física - qualificação, cópia do

documento de identidade, CPF e informações para contato;

- Interessado pessoa jurídica - qualificação, cópia do

documento de identidade, CPF e informações para contato;

- Representante legal de pessoa física ou jurídica -

qualificação, procuração ou instrumento que

comprove seus poderes de representação,

documento de identidade, CPF e informações para contato;

- Resposta final da ouvidoria ou do setor de

atendimento da empresa reclamada;

- Bilhete de seguro (DPVAT categorias 3 e 4 - até dez/2004);

- Aviso de sinistro;

- Registro de ocorrência expedido pela autoridade

policial competente, do qual deverá constar,

obrigatoriamente, o nome do hospital, ambulatório,

58

ou médico assistente que tiver prestado o primeiro atendimento à vítima;

- Comprovantes de pagamento das despesas medicas;

- Prova de que as despesas decorrem do

atendimento à vítima de acidente envolvendo veículo automotor de via terrestre;

- Recibo de pagamento de indenização (em caso de divergência de valores pagos);

- Comprovante de entrega dos documentos

exigidos, pela seguradora, para regulação do sinistro (recomendável).

59

SEGURO RURAL

O Que é o Seguro Rural?

Quais São as Modalidades do Seguro Rural?

O Que Cobre Cada Uma das Modalidades do Seguro Rural?

Qual é o Prazo para o Recebimento da Indenização em Cada Uma das Modalidades do Seguro Rural?

Qual a Diferença Entre Seguro Pecuário e Seguro de Animais?

Qual a Diferença Entre Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários e Penhor Rural?

O Que é CPR?

O Que é o FESR?

Quem Pode Ter a Garantia do FESR?

De Onde Vêm as Receitas do FESR?

O Que Fazer para Obter a Garantia do FESR?

O que é Subvenção Econômica ao Prêmio do Seguro Rural?

Quais São as Normas (SUSEP/CNSP) que Regem o Seguro Rural?

Quem Procurar em Caso de Dúvidas?

O que é o Seguro Rural?

60

O Seguro Rural é um dos mais importantes

instrumentos de política agrícola, por permitir ao

produtor proteger-se contra perdas decorrentes

principalmente de fenômenos climáticos adversos.

Contudo, é mais abrangente, cobrindo não só a

atividade agrícola, mas também a atividade

pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus

produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos produtores.

O objetivo maior do Seguro Rural é oferecer

coberturas que, ao mesmo tempo, atendam ao

produtor e à sua produção, à sua família, à geração

de garantias a seus financiadores, investidores,

parceiros de negócios, todos interessados na maior

diluição possível dos riscos, pela combinação dos diversos ramos de seguro.

Quais São as Modalidades do Seguro Rural?

1. Seguro Agrícola

1. Ramo 01: Seguro Agrícola Sem Cobertura

do FESR

2. Ramo 02: Seguro Agrícola Com Cobertura

do FESR

2. Seguro Pecuário

1. Ramo 03: Seguro Pecuário Sem Cobertura

do FESR

2. Ramo 04: Seguro Pecuário Com Cobertura

do FESR

3. Seguro Aqüícola

1. Ramo 05: Seguro Aqüícola Sem Cobertura

do FESR

2. Ramo 06: Seguro Aqüícola Com Cobertura

do FESR

61

4. Seguro de Benfeitorias e Produtos

Agropecuários (Ramo 30)

5. Seguro de Penhor Rural

1. Ramo 62: Seguro de Penhor Rural

Instituição Financeira Privada

2. Ramo 63: Seguro de Penhor Rural

Instituição Financeira Pública

6. Seguro de Florestas

1. Ramo 07: Seguro de Florestas Sem

Cobertura do FESR

2. Ramo 08: Seguro de Florestas Com

Cobertura do FESR

7. Seguro de Vida do Produtor Rural (Ramo 98) 8. Seguro de Cédula do Produto Rural (Ramo 09)

O Que Cobre Cada Uma das Modalidades do Seguro Rural?

Seguro Agrícola: Este seguro cobre as explorações

agrícolas contra perdas decorrentes principalmente

de fenômenos meteorológicos. Cobre basicamente a

vida da planta, desde sua emergência até a

colheita, contra a maioria dos riscos de origem

externa, tais como, incêndio e raio, tromba d'água,

ventos fortes, granizo, geada, chuvas excessivas, seca e variação excessiva de temperatura.

Seguro Pecuário: Este seguro tem por objetivo

garantir o pagamento de indenização em caso de

morte de animal destinado, exclusivamente, ao

consumo, produção, cria, recria, engorda ou trabalho por tração.

Os animais destinados à reprodução por monta

natural, coleta de sêmen ou transferência de

embriões, cuja finalidade seja, exclusivamente, o

62

incremento e/ou melhoria de plantéis daqueles

animais mencionados no parágrafo anterior, estão

também enquadrados na modalidade de seguro pecuário.

Seguro Aqüícola: Este seguro garante indenização

por morte e/ou outros riscos inerentes à animais

aquáticos (peixes, crustáceos, ...) em conseqüência de acidentes e doenças.

Seguro de Benfeitorias e Produtos

Agropecuários: Este seguro tem por objetivo

cobrir perdas e/ou danos causados aos bens,

diretamente relacionados às atividades agrícola,

pecuária, aqüícola ou florestal, que não tenham sido

oferecidos em garantia de operações de crédito rural.

Seguro de Penhor Rural: O Seguro de Penhor

Rural tem por objetivo cobrir perdas e/ou danos

causados aos bens, diretamente relacionados às

atividades agrícola, pecuária, aqüícola ou florestal,

que tenham sido oferecidos em garantia de operações de crédito rural.

Observada a natureza da instituição financeira, o

Seguro de Penhor Rural se divide em dois ramos

distintos: Penhor Rural – Instituições Financeiras

Públicas e Penhor Rural – Instituições Financeiras Privadas.

OBS.: Todas as operações dos seguros de bens

diretamente relacionados às atividades agrícola,

pecuária, aqüícola ou florestal devem ser

comercializadas e contabilizadas nos ramos Penhor

Rural (ramos 62 e 63) e Benfeitorias e Produtos

63

Agropecuários (ramo 30), observadas as respectivas

definições, sob pena de aplicação de penalidade,

nos termos da legislação vigente.

Seguro de Florestas: Este seguro tem o objetivo

de garantir pagamento de indenização pelos

prejuízos causados nas florestas seguradas,

identificadas e caracterizadas na apólice, desde que

tenham decorrido diretamente de um ou mais riscos cobertos.

Seguro de Vida: Este seguro é destinado ao

produtor rural, devedor de crédito rural, e terá sua

vigência limitada ao período de financiamento,

sendo que o beneficiário será o agente financiador.

Seguro de Cédula do Produto Rural - CPR: O

seguro de CPR tem por objetivo garantir ao

segurado o pagamento de indenização, na hipótese

de comprovada falta de cumprimento, por parte do tomador, de obrigações estabelecidas na CPR.

Qual é o Prazo para o Recebimento da

Indenização em Cada Uma das Modalidades do Seguro Rural?

O prazo para recebimento da indenização está

limitado a no máximo 30 dias, contados a partir do

cumprimento de todas as exigências por parte do

Segurado, de acordo com a norma em vigor e

observado o que dispuser nas condições contratuais do seguro contrato.

Qual a Diferença Entre Seguro Pecuário e Seguro de Animais?

64

O Seguro Pecuário, definido como modalidade de

Seguro Rural, tem por objetivo garantir o

pagamento de indenização, em caso de morte de

animal destinado, exclusivamente, ao consumo,

produção, cria, recria, engorda ou trabalho por tração.

Os animais destinados à reprodução por monta

natural, coleta de sêmen ou transferência de

embriões, cuja finalidade seja, exclusivamente, o

incremento e/ou melhoria de plantéis daqueles

animais mencionados no parágrafo anterior, estão

também enquadrados na modalidade de seguro pecuário.

O Seguro de Animais tem por objetivo garantir o

pagamento de indenização, em caso de morte de

animais classificados como de elite ou domésticos e não está enquadrado como Seguro Rural.

Entendem-se como animais de elite os destinados

ao lazer ou à participação em torneios/provas

esportivas, bem como aqueles utilizados,

exclusivamente, na coleta de sêmen e transferência

de embriões para fins distintos dos estabelecidos

para o Seguro Pecuário.

Entendem-se como animais domésticos aqueles

adaptados ao convívio familiar e destinados,

exclusivamente, à companhia de pessoas ou guarda residencial.

Vale lembrar que, por estar enquadrado como uma

modalidade de seguro rural, o Seguro Pecuário goza

de isenção tributária irrestrita de quaisquer

impostos ou tributos federais, nos termos do art. 19

65

do Decreto-Lei 73/66, o que não ocorre com o Seguro de Animais.

O Seguro de Animais não está enquadrado como uma modalidade de Seguro Rural.

Qual a Diferença Entre Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários e Penhor Rural?

Os Seguros de Benfeitorias e Produtos

Agropecuários têm por objetivo cobrir perdas e/ou

danos causados aos bens, diretamente relacionados

às atividades agrícola, pecuária, aqüícola ou

florestal, que não tenham sido oferecidos em garantia de operações de crédito rural.

O Seguro de Penhor Rural tem por objetivo cobrir

perdas e/ou danos causados aos bens, diretamente

relacionados às atividades agrícola, pecuária,

aqüícola ou florestal, que tenham sido oferecidos em garantia de operações de crédito rural.

O Que é CPR?

É um título emitido por produtor rural ou suas

associações, inclusive cooperativas, criado pela Lei

n° 8.929, de 22/08/94. O produtor rural, através da

CPR, vende a termo sua produção agropecuária,

recebe o valor da venda no ato da formalização do

negócio e se compromete a entregar o produto

vendido na quantidade, qualidade e em local e data

estipulados no título.

Através da Lei n° 10.200, de 2001, fica permitida a liquidação financeira da CPR.

O Que é o FESR?

66

O Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR foi

criado pelo Decreto-lei nº 73, de 21.11.66, tendo

como gestor a IRB – Brasil Re.

Sua finalidade é manter e garantir o equilíbrio das

operações agrícolas no país, bem como atender à

cobertura suplementar dos riscos de catástrofe, inerentes à atividade rural.

O exercício do FESR é de 1° de julho a 30 de junho do ano seguinte.

As Sociedades Seguradoras e a IRB recuperam do

FESR a parcela de seus sinistros retidos quando

esta se situar entre 100% e 150% dos prêmios

puros ou for superior a 250% dos prêmios puros. A

faixa de 150% a 250% pode ser amparada por um

contrato de resseguro uma vez que não é coberta pelo FESR.

Quem Pode ter a Garantia do FESR?

As Sociedades Seguradoras que operam nas seguintes modalidades:

1. Seguro Agrícola (Custeio, pela Res. CNSP

50/01)

2. Seguro Pecuário

3. Seguro Aqüícola

4. Seguro de Florestas

5. Seguro de Penhor Rural – instituições

financeiras públicas

6. Seguro de Penhor Rural – instituições financeiras privadas

De Onde Vêm as Receitas do FESR?

67

As receitas do fundo têm as seguintes origens:

1. excedentes do máximo admissível tecnicamente

como lucro nas operações de seguros: agrícola,

pecuário, aqüícola, de florestas e penhor rural.

2. crédito especial da União, quando necessário,

para cobertura de deficiência operacional verificada no exercício anterior.

O Que Fazer Para Obter a Garantia do FESR?

As Sociedades Seguradoras que operem com o

FESR devem apresentar ao Gestor do FESR, com

antecedência mínima de 90 dias do início do

exercício, plano de operações com as seguintes informações mínimas:

1. relação das regiões e culturas que pretendam

atuar em cada exercício do Fundo, observando,

obrigatoriamente, as orientações do

zoneamento agrícola do Ministério da

Agricultura e Abastecimento ou instituições

oficiais de pesquisa, caso as operações incluam

o seguro agrícola;

2. programa de resseguro relacionado a cada uma das modalidades selecionadas para atuação.

A garantia do FESR está condicionada à aprovação

pela SUSEP das Condições contratuais e Nota

Técnica Atuarial (NTA), para cada exercício. O

material deverá ser encaminhado com antecedência mínima de 90 dias do início do exercício.

A aprovação da NTA fica condicionada à apresentação da cobertura de resseguro.

68

Para fins de custeio das despesas administrativas

deve ser considerado na NTA o percentual de 10%

dos prêmios emitidos, ou até 20%, desde que devidamente justificado.

O que é Subvenção Econômica ao Prêmio do Seguro Rural?

É o pagamento pelo Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) de parte do prêmio de seguro rural devido pelo produtor.

Essa subvenção tem o objetivo de tornar o seguro rural mais acessível para todos os produtores rurais.

Quais São as Normas (SUSEP/CNSP) que Regem o Seguro Rural?

• Resolução CNSP 46/2001 – Dispõe sobre o

Seguro Rural e o Fundo de Estabilidade do Seguro

Rural - FESR, de sua administração e controle por

seu Gestor, e dá outras providências.

• Resolução CNSP 50/2001 – Dispõe sobre a

participação da IRB-Brasil Resseguros S.A. na

garantia de que trata o Capítulo IV da Resolução

CNSP nº 46, de 12 de fevereiro de 2001, e dá outras providências.

• Resolução CNSP n° 95/2002 - Altera RESOLUÇÃO

CNSP No 46, de 2002 para incluir o Seguro de Vida

do produtor rural, quando este estiver vinculado à

crédito rural, e o Seguro de CPR como modalidades do seguro rural, portanto com isenção de IOF.

• Circular SUSEP n° 261/04 – Dispõe sobre o seguro CPR e dá outras providências.

69

• Circular SUSEP n° 268/2004 – Disponibiliza no

site da SUSEP as novas condições contratuais do

plano padronizado do seguro de florestas e dá outras providências

• Circular SUSEP n° 308/2005 – Dispõe sobre o seguro de Penhor Rural e dá outras providências.

• Circular SUSEP n° 305/2005 – Dispõe sobre o seguro de Benfeitorias e dá outras providências.

• Circular SUSEP n° 286/05– Dispõe sobre o seguro pecuário e o seguro de animais.

• Circular SUSEP n° 360/08 - (Seguro Rural -

Anexo VII) Dispõe sobre o envio de dados pelas

Sociedades Seguradoras, Entidades Abertas de

Previdência Complementar e Caixa Econômica Federal (CAIXA).

• Lei n° 10.823/03 – Dispõe sobre a subvenção

econômica ao prêmio do Seguro Rural e dá outras

providências.

• Decreto n° 5.121/04 – Regulamenta a Lei n°

10.823/03, que dispõe sobre a subvenção

econômica ao prêmio do Seguro Rural e dá outras providências.

70

SEGURO-GARANTIA

01-O que é seguro-garantia?

02-Quais são as partes envolvidas no seguro-garantia?

03-Como se relacionam as partes em uma operação de seguro-garantia?

04-Quem contrata este seguro?

05-O que é um contrato de contragarantia?

06-Quais são as modalidades do seguro-garantia?

07-Qual os normativos em vigor da SUSEP que tratam do seguro-garantia?

08-O que ocorre na falta de pagamento do prêmio do seguro?

09-Quais são os casos de isenção de responsabilidade da seguradora?

10-Qual o valor da garantia?

11-Como é a vigência do seguro-garantia?

12-Como são definidas as taxas e os prêmios praticados?

13-Quais são os detalhes para a regulação e liquidação de um sinistro?

71

01 - O que é seguro-garantia?

É um seguro que tem a finalidade de garantir o fiel cumprimento das obrigações contraídas pelo tomador junto ao segurado em contratos privados ou públicos, bem como em licitações.

02 - Quais são as partes envolvidas no seguro-garantia?

Tomador: pessoa jurídica ou pessoa física que assume a tarefa de construir, fornecer bens ou prestar serviços, por meio de um contrato contendo as obrigações estabelecidas. Ao mesmo tempo, torna-se cliente e parceiro da seguradora, que passa a garantir seus serviços. O Tomador é o risco; o interessado em cumprir o contrato. É ele quem paga o prêmio do seguro.

Segurado: pessoa física ou jurídica contratante da obrigação junto ao tomador.

Segurador: quem garante a realização do contrato.

03 - Como se relacionam as partes em uma operação de seguro-garantia?

O segurado recebe uma apólice emitida pela seguradora, garantindo as obrigações do tomador contraídas no contrato principal. Para que se conclua a operação, a seguradora e o tomador assinam o contrato de

72

contragarantia, garantindo o direito de regresso da seguradora contra o tomador em um eventual sinistro.

04 - Quem contrata o seguro-garantia?

Geralmente este seguro é utilizado na construção civil, porém pode ser aplicado em contratos de prestação de serviços, fornecimento e obrigações aduaneiras.

05 - O que é um contrato de contragarantia?

É um instrumento legal que permite obter ressarcimento junto ao tomador dos valores pagos pela seguradora ao segurado. Este contrato não interfere no direito do segurado.

06 - Quais são as modalidades do seguro-garantia?

Seguro-garantia do Concorrente

O objetivo é garantir a indenização, até o valor fixado na apólice, se o tomador, após vencer a concorrência prevista em edital, deixar de assinar o contrato de execução ou de fornecimento previsto no edital ou convite.

Exemplo: É publicado um edital de concorrência pública para construção de um hospital. Um dos requisitos estabelecidos pelo edital é a apresentação de uma apólice de garantia que cubra a obrigação de assinar o contrato, nos termos propostos, caso seja vencedor.

Seguro-garantia do Executante Construtor, Executante Fornecedor e Executante Prestador de Serviços

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O objetivo é garantir a indenização, até o valor fixado na apólice, dos prejuízos decorrentes do inadimplemento do tomador em relação às obrigações assumidas em contratos de construção, fornecimento ou prestação de serviços, firmado entre ele e o segurado e coberto pela apólice.

Exemplo: Uma vez vencida a concorrência pública para a construção do hospital, o tomador, no ato de assinatura do contrato, apresenta uma garantia de execução, garantindo que o hospital ficará pronto.

Seguro-garantia de Adiantamento de Pagamento

O objetivo é garantir a indenização, até o valor fixado na apólice, dos prejuízos decorrentes do inadimplemento do tomador, em relação aos adiantamentos de pagamentos concedidos contratualmente pelo segurado e que não tenham sido liquidados na forma prevista, conforme o contrato de execução.

Exemplo: O segurado acordou contratualmente que, para início das obras do hospital, seria adiantada uma parcela de pagamento para fins de aquisição de materiais. Desta forma, o dinheiro só será liberado antecipadamente mediante a apresentação de uma apólice de seguro-garantia.

Seguro-garantia de Perfeito Funcionamento

O objetivo é garantir a indenização, até o valor fixado na apólice, dos prejuízos decorrentes da inadequação de qualidade da construção, bens fornecidos ou serviços prestados, conforme contrato assinado entre as partes.

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Exemplo: Uma empresa encomenda uma bomba hidráulica com determinada capacidade. Após o recebimento, constata-se que o equipamento não atingiu as especificações anteriormente acordadas.

Seguro-garantia Imobiliário

Este seguro também é conhecido como seguro-garantia de Conclusão de Obra ou seguro-garantia para licenciamento das construções de prédios residenciais multifamiliares e comerciais.

O objetivo é assegurar que o construtor executará a obra nas condições fixadas no memorial de incorporação, garantindo a entrega do imóvel naquelas condições ou, eventualmente após acordo, a devolução das importâncias recebidas. O principal objetivo desta modalidade é garantir a conclusão da obra e não a devolução de recursos.

Exemplo: Esta modalidade de seguro poderá ser utilizada nas vendas de unidades na planta. O segurado é o adquirente do imóvel e o tomador é o incorporador.

Seguro-garantia Aduaneiro

O objetivo é garantir a indenização à Receita Federal, em suas diversas Secretarias, correspondentes ao pagamento de tributos suspensos por regulamento aduaneiro específico, nas situações em que o tomador não cumpra suas obrigações. O seguro é utilizado como garantia para

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viabilizar a obtenção de regimes aduaneiros, como por exemplo, o regime de admissão temporária.

O risco envolvido é que, ao final do contrato, os equipamentos devem retornar ao exterior ou que seja comprovada sua destruição; caso contrário, os tributos são devidos e se o tomador não recolhê-los, o seguro será acionado.

Outros tipos de garantias aduaneiras podem ser: drawback, trânsito temporário e valoração aduaneira.

Exemplo: Uma empresa petroleira necessita trazer para a Petrobrás, durante um ano, equipamentos para prospecção de petróleo em águas profundas. Para que estes equipamentos possam entrar no Brasil sem pagamento de tributos, a empresa petroleira solicita à Receita Federal um regime especial de importação (admissão temporária) com suspensão de tributos, mediante a apresentação de um Seguro Aduaneiro.

Seguro-garantia para Concessões

A concessão é um instrumento utilizado pelo governo a fim de transferir para iniciativa privada um serviço ou um bem do próprio governo. Esta transferência é feita por um período de aproximadamente 20 anos, podendo ser estendido ou reduzido conforme o caso. A iniciativa privada assume os investimentos em manutenção e melhorias, remunerando-se através da cobrança de uma tarifa.

O seguro-garantia para concessões é feito mediante apólices anuais renováveis uma vez que a seguradora não poderia assumir um risco por todo o prazo de concessão.

O objetivo da apólice é garantir a indenização ao órgão do governo que está realizando a concessão de um serviço ou

76

de um bem público, quando ocorrer o descumprimento das obrigações relativas ao contrato de concessão.

Exemplo: concessão de rodovias, concessão de água e esgoto, etc.

07 - Qual os normativos em vigor da SUSEP que tratam do seguro-garantia?

Circular SUSEP 232 de 03/06/2003 - Divulga as

informações mínimas que deverão estar contidas na

apólice, nas condições gerais e nas condições

especiais para os contratos de seguro-garantia e dá outras disposições.

08 - O que ocorre na falta de pagamento do prêmio do seguro?

Cabe ao tomador o pagamento do prêmio do seguro enquanto houver risco, não sendo permitido, com tudo, o cancelamento da apólice por falta de pagamento do prêmio total ou parcial.

09 - Quais são os casos de isenção de responsabilidade da seguradora?

A seguradora ficará isenta de responsabilidade em relação à apólice nas seguintes hipóteses:

1. Caso fortuito ou de força maior; 2. Descumprimento das obrigações do tomador,

decorrente de atos ou fatos de responsabilidade do segurado;

3. Alteração das obrigações contratuais, garantidas pela apólice, acordadas entre segurado e tomador, sem prévia anuência da seguradora.

77

4. No caso de existirem duas ou mais garantias, cobrindo cada uma delas, de forma parcial, o objeto exigido pelo segurado, a seguradora responderá proporcionalmente, com os demais participantes, de acordo com as responsabilidades assumidas.

10 - Qual o valor da garantia?

O valor da garantia pela apólice deverá ser como valor máximo de indenização. Deverá equivaler à perda máxima fixada ou provável a que o segurado estará sujeito, não podendo ser superior ao valor do contrato segurado. Normalmente, em contratos públicos, este valor equivale a 1% do valor do contrato, para garantias de ocorrência, e 5% do valor do contrato, no caso de garantias de execução.

11 - Como é a vigência do seguro-garantia?

Independente do prazo de vigência estabelecido na apólice, a condição assumida pela seguradora, de fiadora e principal pagadora das obrigações contratualmente acordadas pelo tomador perante o segurado, só se extingue com a devolução da apólice pelo segurado, ou com a declaração, por escrito, deste, do cumprimento integral das obrigações do tomador no contrato afiançado.

12 - Como são definidas as taxas e os prêmios praticados?

É uma prática comum classificar os tomadores em classes A, B, C e D, a partir de uma análise cadastral sobre sua situação econômico-financeira, sendo A e B conceitos considerados seguráveis de imediato e C e D dependentes de uma análise mais profunda, podendo resultar em garantias adicionais (notas promissórias, hipotecas, etc).

78

No entanto, cada seguradora tem liberdade de adotar os critérios que considerar mais adequados.

13 - Quais são os detalhes para a regulação e liquidação de um sinistro?

Confirmado o descumprimento, pelo tomador, das obrigações do contrato afiançado pela apólice, o segurado terá direito de exigir da seguradora a indenização devida, quando resultar infrutífera a intimação extrajudicial de pagamento feita ao tomador.

Tomada pelo segurado a medida extrajudicial (aquela formalizada sem que se utilize procedimento legal de juízo, como por exemplo, uma notificação por escrito) de intimação do tomador, comprovando que este descumpriu sua obrigação contratual, e este não a atendendo, a seguradora assume a responsabilidade total pela execução do contrato ou paga a indenização ao segurado.

Caracterizado o sinistro e paga a indenização, a seguradora sub-rogar-se-á nos direitos e ações do segurado contra o tomador ou terceiros, cujo atos ou fatos tenham dado causa ao pagamento. Esta sub-rogação inclui o direito à execução das contragarantias oferecidas pelo tomador quando da contratação do seguro.

É normalmente conhecida no seguro-garantia a possibilidade da seguradora, ao invés de simplesmente pagar uma perda financeira, substituir o tomador por outra empresa que tenha capacidade de concluir o contrato objeto do seguro, porém, todos estes trâmites de liquidação dependem da concordância do segurado.

79

SEGUROS DE PESSOAS

Estes seguros têm por objetivo garantir o

pagamento de uma indenização ao segurado e

aos seus beneficiários, observadas as

condições contratuais e as garantias

contratadas. Como exemplo de seguros de

pessoas, temos o seguro de vida, seguro

funeral, seguro de acidentes pessoais, seguro

educacional, seguro viagem, seguro

prestamista, seguro de diária por internação

hospitalar, seguro desemprego (perda de

renda), seguro de diária de incapacidade

temporária, seguro de perda de certificado de

habilitação de vôo.

Os seguros de pessoas podem ser contratados de

forma individual ou coletiva. Nos seguros coletivos,

os segurados aderem a uma apólice contratada pelo

estipulante, que tem poderes de representação dos

segurados perante a seguradora, nos termos da regulamentação vigente.

80

Normas específicas de Seguros de Pessoas

Coberturas de Risco:

Resolução CNSP 117/2004,

Circular SUSEP 302/2005 e

Circular SUSEP 317/2006

Cobertura por Sobrevivência:

Resolução CNSP 140/2005, (com redação alterada pela Resolução CNSP 148/2006) e

Circular SUSEP 339/2007

Nota de Esclarecimento sobre a nova regulamentação dos Seguros de Pessoas

Principais pontos a serem observados pelo consumidor em relação ao seguro contratado

Principais Dúvidas

Reclamações/Denúncias contra seguradoras

PLANOS APROVADOS:

· VGBL

PLANOS COM COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA

81

Inicialmente, esclarecemos que a operação de

planos com cobertura por sobrevivência é regulada,

basicamente, pela Resolução CNSP 140/2005 (com

redação alterada pela Resolução CNSP 148/2006),

que altera e consolida as regras de funcionamento e

os critérios para operação da cobertura por

sobrevivência oferecida em plano de seguro de vida

e dá outras providências, e pela Circular SUSEP

339/2007.

Existem 8 (oito) tipos de planos com cobertura por

sobrevivência.

Os fundos para aplicação dos recursos variam dos

mais agressivos, que investem em renda variável

(ações), aos mais conservadores, que aplicam

apenas em títulos públicos e/ou títulos privados.

Portanto, haverá opções para diferentes tipos de

investidores, dependendo do seu perfil de

investimento. O segurado deverá estar atento para

as políticas de investimentos dos fundos, em

especial para os percentuais mínimo e máximo de investimentos em renda variável.

• Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL):

quando, durante o período de diferimento, a

remuneração da provisão matemática de benefícios

a conceder for baseada na rentabilidade da(s)

carteira(s) de investimentos de FIE(s), no(s)

qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos

respectivos recursos, sem garantia de remuneração

mínima e de atualização de valores e sempre

estruturados na modalidade de contribuição

variável.

82

Os recursos vertidos ao plano por meio do

pagamento de prêmios, depois de descontado,

quando for o caso, o carregamento, ou de

portabilidades, serão apropriados à provisão

matemática de benefícios a conceder e aplicados

pela sociedade seguradora, de acordo com os

percentuais previamente estabelecidos pelo

segurado na proposta, em quotas de FIEs

vinculados ao plano, até o segundo dia útil

subseqüente ao da efetiva disponibilidade dos

recursos, tendo como base os valores das quotas

em vigor na data da aplicação.

No caso de planos coletivos, os recursos dos

prêmios pagos pelo estipulante-instituidor serão

aplicados pela sociedade seguradora em FIEs

vinculados ao plano, de acordo com os percentuais

previamente estabelecidos, pelo estipulante-

instituidor, na proposta de contratação.

Os percentuais mencionados acima poderão ser

alterados por solicitação expressa do segurado e, no

caso de planos coletivos, pelo estipulante-

instituidor, no que se refere aos recursos por ele

aportados para o plano.

• Vida com Remuneração Garantida e

"Performance" (VRGP): quando garantir aos

segurados, durante o período de diferimento,

remuneração por meio da contratação de índice de

atualização de valores e de taxa de juros e a

reversão, parcial ou total, de resultados financeiros.

83

• Vida com Remuneração Garantida e

"Performance" sem Atualização (VRSA):

quando garantir aos segurados, durante o período

de diferimento, remuneração por meio da

contratação de taxa de juros e a reversão, parcial

ou total, de resultados financeiros e sempre

estruturados na modalidade de contribuição variável.

• Vida com Atualização Garantida e

"Performance" (VAGP): quando garantir aos

segurados, durante o período de diferimento, por

meio da contratação de índice de preços, apenas a

atualização de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros.

• Vida com Renda Imediata (VRI): quando,

mediante prêmio único, garantir o pagamento do capital segurado, sob a forma de renda imediata.

• Dotal Puro: quando garantir aos segurados,

durante o período de diferimento, remuneração por

meio da contratação de índice de atualização de

valores, taxa de juros e, opcionalmente, tábua

biométrica, sem reversão de resultados financeiros,

sendo o capital segurado pago ao segurado

sobrevivente ao término do período de diferimento.

Esses planos são sempre estruturados na modalidade de benefício definido.

• Dotal Misto: quando garantir aos segurados,

durante o período de diferimento, remuneração por

meio da contratação de índice de atualização de

valores, taxa de juros e, opcionalmente, tábua

84

biométrica, sem reversão de resultados financeiros,

sendo o capital segurado pago em função da

sobrevivência do segurado ao período de

diferimento ou de sua morte ocorrida durante

aquele período. Esses planos são sempre estruturados na modalidade de benefício definido.

• Dotal Misto com Performance : quando

garantir aos segurados, durante o período de

diferimento, remuneração por meio da contratação

de índice de atualização de valores, taxa de juros e,

opcionalmente, tábua biométrica, com reversão,

parcial ou total, de resultados financeiros, sendo o

capital segurado pago em função da sobrevivência

do segurado ao período de diferimento ou de sua

morte ocorrida durante aquele período. Esses

planos são sempre estruturados na modalidade de benefício definido.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PLANOS

Tipos

de Plano

Modalidades Período de Diferimento

Benefício

Definido

Contribuição

Variável

Capitalização

Índice

Taxa de

Juros

(ii)

Reversão de

Resultados

Financeiros

(iv)

Tábua

Biométrica

(i)

Financeira Atuarial

VGBL · ·

VRGP · · · · · · · ·

VRSA · · · · · · ·

VAGP · · · · · · ·

VRI · Não Aplicável

Dotal Puro · · · · · ·

Dotal Misto · · · · · ·

Dotal Misto

com

Performance

· · · · · · ·

Tipos Período de Pagamento da Indenização

85

De

Plano Índice

Taxa de Juros

(iii)

Reversão de

Resultados

Financeiros

(iv)

Tábua

Biométrica

(i)

VGBL · · · ·

VRGP · · · ·

VRSA · · · ·

VAGP · · · ·

VRI · · · ·

Dotal Puro · · · ·

Dotal Misto · · · ·

Dotal Misto com

Performance · · · ·

i) Para planos que prevejam capitalização atuarial

durante o período de diferimento ou pagamento da

indenização.

ii) A taxa de juros é diferente de 0 (zero)

iii) A taxa de juros deve ser fixada entre 0% e 6%

ao ano

iv) A reversão de resultados financeiros é facultativa, e poderá ser total ou parcial.

Durante o período de diferimento o segurado poderá

solicitar, independentemente do número de prêmios

pagos, resgate ou portabilidade, parcial ou total, de

recursos do saldo da Provisão Matemática de

Benefícios a Conceder, após o cumprimento do

prazo de carência estabelecido no regulamento.

As portabilidades serão feitas entre planos de

seguro de vida com cobertura por sobrevivência.

A contratação pode ocorrer da forma individual ou

coletiva.

PRINCIPAIS PONTOS A SEREM OBSERVADOS

PELO CONSUMIDOR EM RELAÇÃO AO SEGURO CONTRATADO:

86

1. Faça uma pesquisa de preços antes de contratar

qualquer plano. Mas atenção: faça a comparação

sempre considerando o mesmo tipo de cobertura e

o mesmo valor de capital segurado, avaliando, também, a existência de período de carência.

2. Leia atentamente a proposta e condições gerais

do seguro, em especial as cláusulas referentes às garantias e aos respectivos riscos excluídos.

3. Não efetue pagamentos em dinheiro ou com

cheques ao portador, nem forneça dados pessoais

ou efetue pagamentos àqueles que recorrem

pessoalmente ou por telefone alegando necessidade

prévia para liberação de valores de indenizações ou benefícios.

4. Cada plano comercializado pelas seguradoras

deve ser submetido para análise e arquivamento

pela SUSEP, recebendo um número identificador,

denominado número do processo SUSEP, que deve

constar de todo o material do plano, como por

exemplo: material de divulgação, proposta de

contratação ou adesão, condições gerais, certificado

individual, extratos, etc. Mas atenção: o registro do

plano na SUSEP não implica, por parte da

Autarquia, incentivo ou recomendação a sua comercialização.

5. A proposta de contratação ou de adesão deverá

ser totalmente preenchida e assinada. Caso haja

declaração pessoal de saúde, questionário de perfil

ou de avaliação de risco, deve-se responder a todas

as perguntas com respostas corretas e completas,

pois isto poderá acarretar na negativa de

87

pagamento da indenização caso haja alguma declaração falsa.

6. Verifique se a proposta contém os valores iniciais

do prêmio e dos capitais segurados discriminados por cada tipo de cobertura contratada.

7. As condições gerais contêm uma série de

informações importantes, como por exemplo:

glossário, contendo as principais definições, o

período de carência, riscos excluídos, o critério de

atualização de valores, os documentos necessários

no caso de pagamento da indenização e etc. As

condições do plano de seguro devem estar à

disposição do proponente previamente à assinatura da respectiva proposta.

8. Verifique se os seus direitos estão sendo

cumpridos pelas empresas, como por exemplo, o

recebimento da apólice (seguros individuais) ou do

certificado individual (seguros coletivos) e, se for o caso, de extratos periódicos.

9. Ao formular reclamação à SUSEP, apresente

documentação que comprove seu vínculo com a

empresa, tais como: cópia da apólice, certificado de

seguro, contracheque ou outro documento que

comprove o pagamento do prêmio, contrato etc.

Para maiores esclarecimentos consulte a Circular

SUSEP 292/2005 ou o item RECLAMAÇOES CONTRA SEGURADORAS ao final desta página.

10. A reclamação deverá ser feita pelo segurado /

beneficiário ou por procurador, através de

documento contendo endereço completo para correspondência.

88

11. O processo instaurado na SUSEP, baseado nas

informações constantes da denúncia, constitui

procedimento administrativo para apuração de

irregularidade cometida pela empresa. Ressaltamos,

que no âmbito de competência da SUSEP, a

empresa reclamada estará sujeita à aplicação de

sanções administrativas, caso fiquem comprovadas

irregularidades. Assim, para fins de recebimento de

valores considerados devidos deverá ser acionado o Poder Judiciário.

12. O ingresso de ação junto ao Poder Judiciário não

suspende o curso do processo administrativo na

esfera da SUSEP. A instauração de processo

administrativo junto a SUSEP não suspende ou

interrompe o prazo prescricional da respectiva ação judicial.

13. Consulte o Novo Código Civil ( Lei nº

10.406/02) sobre os prazos prescricionais.

Obs. Importante:

É vedado ao estipulante recolher dos segurados, a

título de prêmio de seguro, qualquer valor que

exceda o calculado pela sociedade seguradora,

destinado ao custeio do plano; quando houver

recolhimento, juntamente com o prêmio, de outros

valores devidos ao estipulante ou à sociedade

seguradora, a qualquer título, é obrigatório o

destaque no documento utilizado na cobrança do

valor do prêmio do seguro (art.34 da Resolução CNSP 117/2004).

PRINCIPAIS DÚVIDAS

89

As condições contratuais podem restringir coberturas ou direitos do segurado?

Sim. Dessa forma, é importante que o segurado

tenha conhecimento de seu conteúdo antes mesmo

de "fechar" o seguro. Porém, tais restrições deverão

ser apresentadas com destaque para facilitar a sua identificação.

O que se entende por perda de direito?

Por perda de direito entende-se a ocorrência de um

fato que provoca a perda do direito do segurado à

indenização ainda que, a princípio, o sinistro seja

oriundo de um risco coberto, ficando, então, a

seguradora isenta de qualquer obrigação decorrente do contrato.

Ocorre a perda de direito se:

- o sinistro ocorrer por culpa grave ou dolo do segurado ou beneficiário do seguro;

- a reclamação de indenização por sinistro for fraudulenta ou de má-fé;

- o segurado, corretor, beneficiários ou ainda seus

representantes e prepostos fizerem declarações

falsas ou, por qualquer meio, tentarem obter benefícios ilícitos do seguro.

- O segurado agravar intencionalmente o risco.

O que é prêmio do seguro?

É o valor que o segurado paga à seguradora pelo

seguro, para que ele transfira a esta o risco. Pagar

90

o prêmio é uma das principais obrigações do segurado.

Como é determinado o valor do prêmio de seguro?

O valor do prêmio será fixado pela seguradora a

partir das informações que lhe foram enviadas pelo segurado.

Ressaltamos que a SUSEP não tem o poder legal de

impor ou controlar os preços cobrados pelas

empresas, e sim as taxas mínimas para constituição

de provisões técnicas visando a manutenção da

solvência da seguradora. Sendo assim, desde que a

seguradora respeite a taxa mínima e os limites

máximos de carregamento estabelecidos no produto

encaminhado à SUSEP, ela tem a liberdade de

estabelecer seus preços, cabendo ao

estipulante/segurado buscar o contrato que lhe

satisfaça em termos de preço/garantias ofertadas, como em qualquer mercado de livre concorrência.

O que acontece se houver atraso nos pagamentos dos prêmios?

O não pagamento do prêmio nas datas previstas

poderá acarretar a suspensão ou até mesmo o

cancelamento do seguro, prejudicando o direito à

indenização, caso o sinistro ocorra após a data de

suspensão ou cancelamento. As condições gerais,

na cláusula "pagamento de prêmio", deverão

informar em que hipóteses ocorrerão a suspensão

e/ou o cancelamento do contrato em razão da falta de pagamento de prêmio.

91

É extremamente importante manter todos os

comprovantes de pagamento do prêmio para

eventual reclamação de indenização.

No caso de não ocorrer o cancelamento imediato da

apólice ou do certificado individual por

inadimplência do segurado ou do estipulante, a

seguradora adotará uma das seguintes hipóteses, conforme definido nas condições gerais do seguro:

I – cobertura dos sinistros ocorridos durante o

período de inadimplência, com a conseqüente

cobrança do prêmio devido ou, quando for o caso,

seu abatimento da indenização paga ao(s) beneficiário(s); ou

II – não cobertura dos sinistros ocorridos durante o

período de inadimplência, sendo vedada a cobrança dos prêmios referentes a este período.

O prazo de tolerância e/ou suspensão de que

tratam, respectivamente, os incisos I e II estarão especificados nas condições gerais.

Qual é o início de vigência do seguro?

No caso de seguro em que a proposta foi

recepcionada na seguradora sem pagamento de

prêmio, o início de vigência da cobertura será a data

de aceitação da proposta ou outra se expressamente acordarem segurado e seguradora.

No caso de seguro de proposta recepcionadas pela

seguradora com adiantamento para futuro

pagamento de prêmio, o contrato terá início de

vigência a partir da data da recepção da proposta pela seguradora.

92

A seguradora poderá recusar a proposta?

Sim. A sociedade seguradora tem o prazo de 15

(quinze) dias para se pronunciar quanto à proposta

de seguro apresentada pelo segurado ou seu

corretor. Encerrado este prazo, não tendo havido a

recusa da seguradora, o seguro passa a ser considerado como aceito.

A solicitação de documentos complementares, para

análise e aceitação do risco ou da alteração

proposta, poderá ser feita apenas uma vez, durante

este prazo. Neste caso, o prazo de 15 (quinze)

ficará suspenso, voltando a correr a partir da data em que se der a entrega da documentação.

No caso de recusa, a seguradora deverá comunicar

formalmente ao segurado a não aceitação do seguro, justificando a recusa.

Posso cancelar a minha apólice durante a vigência do seguro?

Sim. O contrato poderá ser rescindido com a concordância de ambas as partes.

Além disso, poderá ocorrer o cancelamento automático do seguro nos seguintes casos:

1. Por falta do pagamento único ou da

primeira parcela do prêmio;

2. Quando ocorrer a indenização integral;

3. Por inadimplência de prêmio parcelado, nos prazos previstos nas condições gerais.

Como devo proceder em caso de sinistro?

93

O segurado deverá avisar imediatamente a

seguradora, preencher o formulário de aviso de

sinistro e apresentar a documentação básica

necessária, conforme definida nas condições gerais do seguro.

Qual o prazo para receber a indenização?

A liquidação dos sinistros deverá ser feita num

prazo não superior a trinta dias, contados a partir

do cumprimento de todas as exigências contratuais feitas ao segurado.

Os procedimentos para a liquidação de sinistros

devem ser claramente informados na apólice, com

especificação dos documentos básicos necessários a serem apresentados para cada tipo de cobertura.

A contagem do prazo poderá ser suspensa quando,

no caso de dúvida fundada e justificável, forem

solicitados novos documentos, sendo reiniciada, de

quando havia parado, a partir do cumprimento das exigências pelo segurado.

A seguradora poderá pagar a indenização na forma de bens ou serviços?

Sim. Na cláusula correspondente à liquidação de

sinistros, o plano de seguro poderá admitir as

hipóteses de substituição do pagamento do capital

segurado em dinheiro por pagamento em bens ou

serviços (por exemplo, serviço de funeral e entrega

de cestas básicas), desde que expressamente solicitada pelo segurado ou beneficiários.

Quem pode ser estipulante de uma apólice coletiva de seguros de pessoas?

94

Qualquer pessoa física ou jurídica pode ser estipulante, exceto:

1. Corretoras de seguros, seus sócios, dirigentes,

administradores, empregados, prepostos ou

representantes;

2. Corretores; e

3. Sociedades seguradoras, seus dirigentes,

administradores, empregados, prepostos ou representantes;

Quais as coberturas que podem ser oferecidas nos seguros de pessoas?

Os planos de seguros podem oferecer, juntos ou separadamente, os seguintes tipos de coberturas

1. Morte (natural ou acidental);

2. Morte acidental;

3. Invalidez Permanente Total ou Parcial por

Acidente: pagamento de indenização em caso

de perda, redução ou impotência funcional

definitiva, total ou parcial, de membro ou órgão

decorrente de acidente pessoal. Deverá ser

observada atentamente a tabela para o calculo

da indenização prevista no plano de seguro;

4. Invalidez Laborativa Permanente Total por

Doença: pagamento de indenização em caso de

invalidez para a qual não se pode esperar

recuperação ou reabilitação, com os recursos

terapêuticos disponíveis no momento de sua

constatação, para a atividade laborativa

principal do segurado;

5. Invalidez Funcional Permanente Total por

Doença: pagamento de indenização em caso de

invalidez conseqüente de doença que cause a

95

perda da existência independente do segurado,

na forma estabelecida no plano de seguro;

6. Diárias por Incapacidade: pagamento de diárias

em caso de impossibilidade continua e

ininterrupta do segurado exercer a sua

profissão ou ocupação, durante o período em

que se encontrar sob tratamento médico;

7. Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas

em caso de acidente pessoal: garante o

reembolso, limitado ao capital segurado, de

despesas médicas, hospitalares e odontológicas

efetuadas pelo segurado para seu tratamento,

sob orientação médica, iniciado nos 30 (trinta)

primeiros dias contados da data do acidente

pessoal coberto;

8. Diária por Internação Hospitalar: pagamento de

indenização proporcional ao período de

internação do segurado, observados o período

de franquia e o limite contratual máximo por

evento fixado no plano de seguro;

9. Doenças Graves: pagamento de indenização em

decorrência de diagnóstico de doenças

devidamente especificadas e caracterizadas no

plano de seguro;

10. Perda de Renda: pagamento de indenização em

caso de perda de emprego. Deverão ser

observados os critérios estabelecidos no plano

de seguro, como tempo mínimo de carteira

profissional assinada, tempo mínimo no ultimo

emprego, motivos de demissão, entre outros;

11. Auxílio Funeral: reembolso das despesas com o

funeral até o limite do capital segurado. Ainda

que a seguradora ofereça a alternativa de

prestação de serviços, é garantida a livre

escolha dos prestadores de serviço pelos

96

beneficiários com o respectivo reembolso das

despesas efetuadas;

12. Cobertura para segurados dependentes

(cônjuges, companheiros, filhos);

13. Sobrevivência: pagamento de indenização, sob

a forma de pagamento único ou de renda, caso

o segurado sobreviva ao período estipulado no

plano de seguro;

14. Outras coberturas relacionadas a seguros de pessoas.

A SUSEP proibiu a venda da cobertura de invalidez por doença?

A cobertura de Invalidez Permanente por Doença –

IPD tem trazido diversos problemas aos

consumidores que têm seus sinistros negados, e

suas expectativas frustradas, em virtude da

abrangência do conceito de invalidez e divergências

na sua caracterização.

Com vistas a resolver esta questão, a SUSEP vedou

a comercialização de cobertura em que o

pagamento da indenização esteja condicionado à

impossibilidade do exercício, pelo segurado, de toda e qualquer atividade laborativa.

Adicionalmente, a nova regulamentação criou duas

novas conceituações para a invalidez por doença:

laborativa ou funcional. Na primeira, não se espera

recuperação ou reabilitação com os recursos

terapêuticos disponíveis no momento da sua

constatação para a atividade que o segurado obteve

a maior renda, dentro de exercício anual definido nas condições contratuais.

97

Já a invalidez funcional decorre da ocorrência de

quadro clínico incapacitante que inviabilize de forma

irreversível o pleno exercício das relações

autonômicas do segurado (perda da existência

independente do segurado), comprovada na forma definida nas condições do contrato de seguro.

Ressaltamos que a SUSEP não proibiu a

comercialização de invalidez por doença, mas

apenas determinou que o seu conceito seja bem

especificado e transparente para os consumidores.

A seguradora pode comercializar outros tipos de

coberturas de invalidez relacionada à doença, que

tenham sua caracterização bem definida, como, por

exemplo, a Invalidez Funcional Permanente Total

por Doença e a Invalidez Laborativa Permanente

Total por Doença, previstas na Circular SUSEP

302/2005, além de outros tipos elaborados pela seguradora.

O que é seguro viagem?

O seguro de viagem tem por objetivo garantir aos

segurados, durante período de viagem previamente

determinado, o pagamento de indenização quando

da ocorrência de riscos previstos e cobertos, nos

termos das condições gerais e especiais

contratadas. Este seguro deve oferecer, no mínimo,

as coberturas básicas de morte acidental e/ou

invalidez permanente total ou parcial por acidente,

podendo ser oferecidas outras coberturas, desde

que as mesmas estejam relacionadas com viagem,

como, por exemplo, cobertura por perda ou roubo de bagagem.

O que é seguro educacional?

98

O seguro educacional visa auxiliar o custeio das

despesas com educação do beneficiário, em razão

da ocorrência dos eventos cobertos. Considerando

que existe a possibilidade de diferenciação nos

critérios de atualização das mensalidades escolares

e do capital segurado, deverá ser observado que o

capital segurado pode não ser suficiente para quitar

integralmente as mensalidades. Não se incluem na

modalidade educacional os seguros de acidentes

pessoais que visem, exclusivamente, à cobertura de

acidentes dos educandos durante a permanência no estabelecimento de ensino ou em seu trajeto.

O que é seguro prestamista?

O seguro prestamista é aquele no qual os segurados

convencionam pagar prestações ao estipulante para

amortizar dívida contraída ou para atender a

compromisso assumido. O primeiro beneficiário é o

próprio estipulante pelo valor do saldo da dívida ou

do compromisso. A diferença que ultrapassar o

saldo será paga ao segundo beneficiário, indicado

pelo segurado. O seguro prestamista, geralmente,

apresenta as coberturas de morte, invalidez e desemprego.

Qual a diferença entre o Seguro Auxílio

Funeral e a Assistência Funeral? Quais

seguradoras estão autorizadas a comercializar esta modalidade?

O Seguro Auxílio Funeral é uma modalidade do

Seguro de Pessoas. Portanto, todas as seguradoras

autorizadas a operar no ramo vida podem

comercializar esta cobertura, desde que incluída em

99

algum plano devidamente protocolado nesta Autarquia.

Esta cobertura, geralmente com capital segurado de

baixo valor, tem por objetivo reembolsar os gastos

referentes ao funeral no caso de morte do

segurado. A sua caracterização como seguro está

condicionada à livre escolha dos prestadores de

serviços, com cobrança de prêmio e constituição de provisão.

De forma distinta, a Assistência Funeral é tratada

como um serviço complementar ao contrato de

seguro, não havendo direito à livre escolha, ou seja,

o segurado fica limitado aos prestadores de serviço

indicados pela seguradora. Neste caso, deve ser observado que:

- os serviços não podem ser prestados diretamente pela seguradora;

- os serviços terão seus regulamentos previstos em

documento próprio apartado das condições contratuais do seguro;

- quando cobrado do segurado, o pagamento dos

serviços deverá estar discriminado do premio de seguro;

- o regulamento não poderá prever o pagamento em espécie ou reembolso ao segurado;

Qual o prazo de vigência dos seguros de pessoas?

100

Os seguros de pessoas podem ser estabelecidos por

prazo determinado (um ano, dois anos...) ou por

toda a vida do segurado (seguro vitalício).

A apólice de seguro e o certificado individual

deverão especificar o inicio e o fim de vigência do seguro.

A apólice com prazo determinado poderá ser

renovada automaticamente uma única vez, pelo

mesmo prazo contratado anteriormente. As

renovações posteriores deverão ser feitas, obrigatoriamente, de forma expressa.

Nos seguros coletivos, a renovação que não implicar

em alteração da apólice com ônus ou deveres

adicionais para os segurados ou a redução de seus direitos, poderá ser feita pelo estipulante.

A seguradora é obrigada a renovar o meu seguro?

Não. A seguradora, assim como os segurados, não

está obrigada a renovar apólices após o final de

vigência, devendo comunicar sua decisão de não

renovação com a antecedência prevista nas normas.

É importante destacar que a não renovação de uma

apólice na data de seu vencimento, nos termos do

que dispõe o Código Civil, não caracteriza o

cancelamento unilateral de um contrato durante sua vigência

Além disso, o fato de uma apólice ter sido renovada

anualmente ao longo de vários anos, não implica,

necessariamente, na obrigatoriedade de novas renovações.

101

Ressaltamos, ainda, que em geral, em casos de não

renovação, é oferecida a possibilidade de

contratação de uma nova apólice, a qual,

entretanto, não necessariamente contém as

mesmas coberturas, mesmas condições contratuais

ou mesmas taxas de seguro. Isso ocorre até pela

necessidade de que os novos contratos estejam

adequados aos níveis de transparência e de respeito

ao consumidor exigidos pela legislação atual, tanto

a editada pela SUSEP e CNSP como o próprio Código do Consumidor e o Código Civil.

As apólices de seguros de pessoas podem ser alteradas durante a sua vigência?

Sim. Entretanto, qualquer alteração nas condições

contratuais em vigor deverá ser realizada por

aditivo à apólice, com a concordância expressa e

escrita do segurado ou de seu representante,

ratificada pelo correspondente endosso.

Com relação aos seguros coletivos, qualquer

modificação da apólice que implique em ônus, dever

ou redução de direitos para os segurados dependerá

da anuência expressa de segurados que

representem, no mínimo, três quartos do grupo segurado.

Todo plano de seguros de pessoas permite resgate?

Não. O resgate consiste na restituição do montante

acumulado na provisão constituída, devendo ser

observado o regime financeiro (repartição /

capitalização) adotado na estruturação do plano de seguro.

102

A maioria dos planos de seguros de pessoas com

coberturas de risco (morte, invalidez, doenças

graves, etc) são estruturados em regime financeiro

de repartição, no qual todos os prêmios pagos pelos

segurados de um mesmo plano, em um

determinado período, destinam-se ao custeio das

despesas de administração e das indenizações a

serem pagas no próprio período. Em outras

palavras, os valores arrecadados ao longo dos

períodos são destinados aos pagamentos de

indenizações referentes a eventos que ocorram no

âmbito do grupo segurado e não à acumulação

individual de cada segurado. Isso explica o fato de

que prêmios de valor inferior, muitas vezes, a R$

20,00, dão direito a indenizações, no caso de morte,

acidente ou invalidez, de valores superiores a R$

10.000,00, independentemente de ter o segurado,

por exemplo, assinado a proposta no mês anterior

(ou seja, tendo pago somente um prêmio de menos

de R$ 20,00). Dessa forma, as coberturas

estruturadas no regime financeiro de repartição não

dão direito a resgate ou devolução de quaisquer

prêmios pagos, e os segurados ou beneficiários só

terão direito a alguma indenização em caso de sinistro.

Nos seguros de pessoas com coberturas de risco,

estruturados no regime financeiro de capitalização,

haverá a constituição da provisão matemática de

benefícios a conceder com base nos prêmios pagos

mensalmente, capitalizados atuarialmente, após o

desconto das importâncias relativas às despesas de

corretagem, colocação e administração do plano, e

à parcela do prêmio destinada à cobertura de risco

que o segurado está exposto. Dessa forma, estes

103

seguros podem prever nas suas condições gerais o

direito ao resgate. Entretanto, deve ficar claro para

os segurados que o resgate, nestes casos,

corresponderá a um valor calculado atuarialmente

que não representará o somatório dos prêmios pagos.

Somente os prêmios destinados à cobertura por

sobrevivência dão direito, obrigatoriamente, a resgate.

O segurado pode contratar simultaneamente mais de um seguro de pessoas?

Sim. Não há limite para o valor da indenização,

podendo o segurado contratar quantos seguros

quiser. Cada seguradora efetivará a indenização de

acordo com o valor do capital segurado constante de cada contrato.

Entretanto, é facultado à sociedade seguradora

solicitar, quando da assinatura da proposta ou da

solicitação de aumento do valor do capital segurado,

para efeito de subscrição, informação ao proponente

ou ao segurado quanto à contratação de outros seguros de pessoas com coberturas concomitantes.

Os menores de 14 anos podem fazer seguro de vida?

Para os menores de 14 (catorze) anos é permitido,

exclusivamente, o oferecimento e a contratação de

coberturas por sobrevivência ou coberturas de

riscos relacionadas ao reembolso de despesas

como, por exemplo, as despesas com o funeral ou

104

despesas médicas, hospitalares e odontológicas decorrentes de acidente pessoal.

Não havendo nomeação de beneficiário na

apólice de seguro, qual o procedimento a ser

seguido à época do pagamento da indenização?

Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou

se por qualquer motivo não prevalecer a que for

feita, o capital segurado será pago por metade ao

cônjuge não separado judicialmente, e o restante

aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da

vocação hereditária. Na falta destes, serão

beneficiários os que provarem que a morte do

segurado os privou dos meios necessários à subsistência.

Importante mencionar que se o segurado não

renunciar a faculdade, ou se o seguro não tiver

como causa declarada a garantia de alguma

obrigação, é lícita a substituição do beneficiário, por

ato entre vivos ou de última vontade. A seguradora,

que não for cientificada oportunamente da

substituição, desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo beneficiário.

Existe algum tipo de atualização do capital

segurado e do prêmio (contribuição) ao longo da vigência do seguro?

Sim. Os seguros de pessoas com vigência superior a

um ano deverão conter cláusula de atualização

anual de valores (prêmio e capital segurado), com

base em índice geral de preços estabelecido nas

condições gerais. Dessa forma, anualmente, os

105

valores dos prêmios e dos capitais segurados devem ser atualizados pela variação do índice pactuado.

Para as coberturas de risco custeadas mediante

pagamento único ou anual do prêmio, o capital

segurado (benefício) deverá ser atualizado, com

base no índice de preços pactuado, até a data do evento gerador.

Alternativamente ao critério de atualização de

valores por índice de preços, nos planos coletivos

estruturados no regime financeiro de repartição, é

facultada a adoção de cláusula de recálculo do

capital segurado, segundo fatores objetivos (por

exemplo: variação salarial, mensalidade escolar)

expressos nas condições gerais, na apólice, no certificado, nas propostas e no contrato.

O valor do prêmio de seguro deve aumentar

sempre na mesma proporção do valor do capital segurado?

Não. Para o cálculo do prêmio de seguro é adotada a seguinte fórmula:

Prêmio = Capital Segurado (valor da indenização) x

Taxa (expressa a probabilidade de ocorrência do

evento coberto na apólice). Destaca-se que, no caso

dos seguros de vida, a probabilidade de ocorrência

de morte aumenta com o aumento da idade dos segurados.

Da análise da fórmula acima, podemos observar que

o prêmio sofre acréscimo de valor sempre que

existe aumento do capital segurado e/ou da taxa.

Portanto, o aumento do capital segurado não ocorre

106

necessariamente na mesma proporção ou na mesma periodicidade do reajuste do prêmio.

Sendo assim, além da atualização monetária

(aumento proporcional de valores de prêmio e de

capital segurado), dependendo da estrutura do

plano, o valor do prêmio pode ser recalculado em decorrência da mudança de idade do segurado.

Nos planos individuais, a forma como os prêmios

serão alterados de acordo com a faixa etária do

segurado, incluindo os valores ou percentuais constará das Condições Gerais do seguro.

Nos planos coletivos, a forma como os prêmios

serão alterados de acordo com a faixa etária do

segurado, incluindo os valores ou percentuais,

deverão constar das condições contratuais e ser

disponibilizados aos proponentes quando da adesão ao seguro.

A concessão de aposentadoria por invalidez

por instituições oficiais de previdência

significa que tenho direito à indenização por invalidez no seguro de pessoas?

Não. A aposentadoria por invalidez concedida por

instituições oficiais de previdência, ou

assemelhadas, não caracteriza por si só o estado de

invalidez nos seguros de pessoas, que deve ser comprovado através de declaração médica.

No caso de divergências sobre a causa,

natureza ou extensão de lesões, bem como a

avaliação da incapacidade relacionadas ao segurado, o que deve ser feito?

107

No caso de divergência sobre a causa, natureza ou

extensão de lesões, bem como avaliação da

incapacidade relacionada ao segurado, a sociedade

seguradora deverá propor ao segurado, por meio de

correspondência escrita, dentro do prazo de 15

(quinze) dias, a contar da data da contestação, a constituição de junta médica.

A junta médica será constituída por 3 (três)

membros, sendo um nomeado pela sociedade

seguradora, outro pelo segurado e um terceiro,

desempatador, escolhido pelos dois nomeados,

cabendo a cada uma das partes pagar os honorários

do médico que tiver designado, sendo que os

honorários do terceiro serão pagos, em partes iguais, pelo segurado e pela sociedade seguradora.

O prazo para constituição da junta médica será de,

no máximo, 15 (quinze) dias a contar da data da

indicação do membro nomeado pelo segurado.

O que é o VGBL?

O VGBL – Vida Gerador de Benefícios Livre é um

plano de seguro de pessoas com cobertura por

sobrevivência, cuja principal característica é a

ausência de rentabilidade mínima garantida durante

a fase de acumulação dos recursos, sendo a

rentabilidade da provisão idêntica à rentabilidade do fundo onde os recursos estão aplicados.

Os fundos para aplicação dos recursos variam dos

mais agressivos, que investem em renda variável

(ações), aos mais conservadores, que aplicam

apenas em títulos públicos e/ou títulos privados.

Portanto, haverá opções para diferentes tipos de

108

investidores, dependendo do seu perfil de

investimento. O segurado deverá estar atento para

as políticas de investimentos dos fundos, em

especial para os percentuais mínimo e máximo de investimentos em renda variável.

O segurado pode acompanhar diariamente, por

meio de divulgação em periódico de grande

circulação definido no regulamento, as seguintes

informações sobre os fundos: taxa de administração

praticada, valor do patrimônio líquido, valor da

quota e rentabilidades acumuladas no mês e no ano civil a que se referirem.

Nos planos de seguros com cobertura por

sobrevivência, deve-se ter especial atenção para os

custos envolvidos na operação (carregamento e

taxa de administração). Quanto maiores esses custos menos recursos ficarão na provisão.

A provisão matemática de benefícios a conceder

pode ser considerada como sendo a “conta” onde

são colocadas todos os prêmios (pagamentos)

efetuados pelo segurado. Já a provisão matemática

de benefícios concedidos pode ser considerada

como a “conta” para onde é transferido todo o

dinheiro da provisão matemática de benefícios a

conceder, quando o segurado entra em gozo do

benefício (começa a receber a renda).

Para cálculo do valor da indenização a ser paga sob

a forma de renda, a empresa considerará o

montante acumulado na provisão ao término do

período de acumulação, as tábuas biométricas de

sobrevivência e a taxa de juros. O segurado poderá

verificar se seu plano VGBL foi aprovado pela

109

SUSEP, simular o valor da renda a ser recebida ou

verificar informações fornecidas pela seguradora

acessando o site: www.susep.gov.br.

O valor do benefício pago sob a forma de renda será

atualizado anualmente, pelo indexador adotado no

regulamento do plano, podendo haver, durante o

período de pagamento da indenização sob a forma de renda, o repasse de excedentes financeiros.

O plano VGBL permite resgate ou portabilidade dos recursos acumulados?

Sim. Durante o período de acumulação, o segurado

tem o direito de solicitar, independentemente do

número de prêmios pagos, o resgate ou

portabilidade, parcial ou total, dos recursos

acumulados na sua provisão, observados os prazos

de carência e os intervalos previstos no

regulamento. Destaca-se que as portabilidades só

poderão ser feitas entre planos de seguro de vida com cobertura por sobrevivência.

No que se refere ao resgate e a portabilidade, o

segurado deve ficar atento para que as seguradoras

cumpram os prazos estabelecidos no regulamento

para o pagamento do resgate e/ou efetivação da

portabilidade. No caso de não cumprimento dos prazos, deve o segurado denunciar o fato à SUSEP.

Qual a diferença entre o VGBL e o PGBL?

O VGBL é um plano de seguro de pessoas com

cobertura por sobrevivência destinado à parcela de

consumidores que não usufruem o benefício de

diferimento do imposto de renda previsto no modelo

110

completo da declaração de ajuste anual do imposto de renda para pessoas físicas (I.R.P.F.).

Dessa forma, quando do recebimento de resgate ou

indenização sob a forma de renda ou pagamento

único, a alíquota do I.R incidirá sobre a diferença

positiva entre esse valor e o somatório dos respectivos prêmios pagos.

Em contrapartida, no PGBL, as pessoas usufruem o

diferimento fiscal previsto no modelo completo da

declaração de ajuste anual do I.R.P.F, e a alíquota

do I.R. incidirá sobre o valor a ser resgatado ou recebido sob a forma de renda.

111

Seguro de Danos

A Estrutura dos Planos de Seguros de Danos

As apólices (contratos de seguro) contêm um

conjunto de cláusulas contratuais, chamadas, em

conjunto, Condições Contratuais, que estabelecem

as obrigações e direitos do Segurado e do Segurador.

As condições contratuais podem agregar:

• Condições Gerais: nome dado, nos

contratos de seguro, às condições comuns a todas

as modalidades e/ou coberturas de um plano de

seguro, que estabelecem as obrigações e os direitos

das partes contratantes. Por exemplo, estão entre

as cláusulas obrigatoriamente presentes, nas

condições gerais, aquelas que estabelecem o objeto do seguro, o foro, as obrigações do segurado, etc.;

• Condições Especiais ou Acessórias:

especificam as diferentes modalidades de cobertura

que possam existir dentro de um mesmo plano de

seguro. São disposições anexadas à apólice, que

modificam as condições gerais, ampliando ou restringindo as suas disposições;

112

• Condições Particulares: conjunto de

cláusulas que alteram as Condições Gerais e/ou

Especiais de um plano de seguro, modificando ou

cancelando disposições já existentes, ou, ainda,

introduzindo novas disposições e eventualmente

ampliando ou restringindo a cobertura; são

especificadas para cada contrato, pois

individualizam determinados tópicos ou coberturas de um contrato em particular.

OBSERVAÇÕES:

• Já na apresentação da proposta de seguro,

as Condições Contratuais completas devem estar à disposição do Segurado.

• Qualquer alteração restritiva ou que

implique em ônus para o Segurado, em quaisquer

das Condições do contrato, deverá ser realizada por

endosso ou aditivo ao contrato, com a concordância expressa e escrita do segurado.

• Deverão ser apresentadas com destaque as obrigações e/ou restrições de direito do segurado

• A definição dos termos técnicos utilizados no contrato deverá constar das Condições Gerais.

• O termo “Limite Máximo de Garantia”

utilizado ao longo deste texto, comumente assume

outras denominações nos contratos de seguro,

dentre elas “importância segurada”.

Condições Gerais

As Condições Gerais contemplam, normalmente, as seguintes partes:

113

• Objetivo do Seguro

O objetivo do seguro de danos é garantir ao

segurado, até o limite máximo de garantia e de

acordo com as condições do contrato, o pagamento

de indenização por prejuízos, devidamente

comprovados, diretamente decorrentes de perdas

e/ou danos causados aos bens segurados, ocorridos

no local segurado, em conseqüência de risco coberto.

• Aceitação e Renovação do Seguro

A seguradora terá o prazo de quinze dias corridos,

contados a partir do recebimento e imediato

protocolo da proposta de seguro, para manifestar-

se sobre a proposta. O prazo será de quarenta de

cinco dias no caso de seguros rurais com subvenção

econômica dos prêmios nos termos da Lei No 10.823, de 19 de dezembro de 2003.

A recusa da proposta de seguro será comunicada

pela seguradora por escrito ao proponente, com as devidas justificativas.

No caso de não aceitação da proposta de seguro por

parte da Sociedade Seguradora, em que já tenha

havido pagamento de prêmio, os valores pagos

deverão ser devolvidos, atualizados de acordo com

as normas em vigor, da data do pagamento pelo

segurado até a data da efetiva restituição. A

cobertura perdurará por mais dois dias úteis,

contados a partir da data que o proponente, seu

representante ou corretor de seguros tiver conhecimento formal da recusa.

114

A renovação poderá ser feita de dois modos: de forma tácita (automática) ou expressa.

• Vigência e Cancelamento

Normalmente, o prazo de vigência do seguro de

danos é de um ano. E, entra em vigor a partir das

vinte e quatro horas do início de vigência especificado na proposta.

Nada impede, entretanto, que sejam contratados

seguros com prazos inferiores ou superiores a um

ano. O custo do seguro é calculado em função desse prazo.

Seguro a Prazo Curto é o seguro contratado por

prazo inferior a um ano. O prêmio é calculado em

função de uma tabela de prazo curto que majora,

em termos relativos, o valor dos prêmios em relação ao prêmio anual.

Seguro a Prazo Longo (plurianual) é o seguro

contratado por prazo superior a um ano. Nesse

seguro utiliza-se uma tabela de prazo longo que

diminui, em termos relativos, o valor do prêmio em

relação ao prêmio anual. O Seguro a Prazo Longo só

poderá ser contratado pelo prazo máximo de cinco anos.

O contrato poderá ser rescindido, total ou parcialmente por acordo entre as partes.

No caso de rescisão por iniciativa da Seguradora

será restituído ao Segurado a parte do prêmio

recebido proporcionalmente, ou seja, na base “pro-

rata temporis” pelo tempo a decorrer. Por exemplo:

se já decorreu 60% do prazo de vigência do seguro,

115

a seguradora poderá reter 60% do prêmio, restituindo 40% do prêmio ao segurado.

Se a iniciativa tiver sido do Segurado, a Seguradora

reterá a parte do prêmio recebido com base na

tabela prazo curto pelo tempo decorrido. Por

exemplo: decorridos cento e vinte dias da vigência

do contrato, com base na tabela prazo curto, a seguradora poderá reter 50% do prêmio.

• Âmbito Geográfico

Define onde o seguro se aplica e usualmente é somente no Brasil.

Entretanto, no caso de existir cobertura

internacional, em que haja o reembolso de despesas

efetuadas no exterior, os eventuais encargos de

tradução ficarão totalmente a cargo da Sociedade Seguradora.

• Garantias ou Riscos Cobertos

São os riscos previstos e descritos em cada uma das coberturas, a básica e as agregadas.

Os riscos excluídos pertinentes a cada uma das

coberturas deverão ser inseridos após a descrição dos seus respectivos riscos cobertos.

Deverá ser especificado o limite máximo de

garantia. Caso o seguro conjugue mais de uma

cobertura deverão ser especificados, também, os

limites máximos de indenização (de cada

cobertura). Para as coberturas adicionais o limite

máximo de garantia de cada uma delas poderá ser

116

fixado como porcentagem ou fração do limite máximo de garantia para a cobertura básica.

• Forma de Contratação

A forma de contratação do limite máximo de

garantia deverá ser estabelecida nas Condições Gerais do seguro.

O limite máximo de garantia pode ser contratado sob três formas:

• Risco Absoluto;

• Risco Relativo;

• Risco Total;

Para entendermos os possíveis modos de

contratação dos limites máximos de garantia de

cada uma das coberturas, daremos a seguir algumas informações:

• Limite Máximo de Garantia (LMG): é

livremente estipulado, pelo próprio segurado, para

cada uma das coberturas contratadas, e representa

o limite máximo de responsabilidade que a seguradora deverá pagar (indenização);

• Cláusula de Rateio: condição

contratual que prevê a possibilidade do segurado

assumir uma proporção da indenização do seguro

117

quando o valor em risco declarado for inferior ao valor em risco apurado no momento do sinistro;

• Valor em Risco (VR): é o valor total de

reposição dos bens segurados imediatamente antes da ocorrência do sinistro;

OBSERVAÇÕES:

• A nomenclatura de Primeiro Risco Absoluto

e Primeiro Risco Relativo justifica-se por existir a

possibilidade técnica de contratação de seguro a

Segundo Risco, Terceiro Risco, embora raramente utilizada;

• Nos sinistros em que haja franquia e

rateio, simultaneamente, calculam-se os prejuízos

indenizáveis, aplicando-se as regras da franquia e depois as regras do rateio;

Risco Absoluto

Nessa forma de contratação, o segurador responde

pelos prejuízos, integralmente, até o montante do

limite máximo de garantia, deduzidas eventuais

franquias. Não haverá, em hipótese alguma, aplicação de cláusula de rateio.

Risco Relativo

Sempre que houver a probabilidade de qualquer

bem do segurado, num determinado local, ser

atingido por um mesmo evento, sem que o dano

seja total, é, normalmente, utilizada a forma de contratação a risco relativo.

118

O seguro a primeiro risco relativo é bastante

comum nos ramos Compreensivos e Riscos

Nomeados e Operacionais.

Nesse tipo de contratação o segurado declara, no

momento da contratação, o valor em risco dos bens (valor em risco declarado – VRD).

No momento do sinistro, é apurado o valor em risco

dos bens (VRA). Se esse valor for superior ao valor

em risco declarado, haverá aplicação da cláusula de

rateio e a indenização será reduzida na proporção

da diferença entre o prêmio pago e aquele que seria efetivamente devido, conforme fórmula abaixo:

Exemplo: Suponha que o segurado contratou um

seguro e declarou o valor em risco (VRD) como

sendo igual a R$ 40.000,00. Ocorrido o sinistro, o

perito (regulador de sinistro) apurou o valor em

risco e esse valor foi igual a R$ 50.000,00. O prejuízo foi igual a R$ 2.000,00.

Como há insuficiência, ou seja, VRD < VRA será

aplicada a cláusula de rateio e o valor da indenização será:

119

Risco Total

No momento da contratação do seguro, é possível

conhecer o valor dos bens expostos ao risco,

estabelecendo-se esse valor como montante do

limite máximo de garantia, que é fixado pelo

segurado. Assim, esse montante será igual ao valor atual do bem, ou múltiplo deste (LMG = k*VA).

Na ocorrência do sinistro, quando esse LMG é

compatível com o valor apurado naquele momento,

a seguradora arca sozinha com o prejuízo até o

limite máximo de indenização, ou seja, não será

aplicada cláusula de rateio. Porém, se, na data do

sinistro, for constatado que o valor do objeto é

superior ao valor segurado (LMG < VRA) haverá rateio da seguinte forma:

Exemplo: Suponha que o segurado contratou um

seguro com limite máximo de garantia igual a R$

3.200.000,00. Ocorrido o sinistro, o perito

(regulador de sinistro) apurou o valor em risco e

esse valor foi igual a R$ 6.400.000,00. O prejuízo foi igual a R$ 500.000,00.

Como há insuficiência, ou seja, LMG < VRA, será

aplicada a cláusula de rateio, e o valor da indenização será:

120

Cláusula de Rateio Parcial

Em algumas situações acordadas entre o segurado e

a seguradora, o rateio pode ser parcial. Esse tipo de

rateio pode ser adotado tanto para seguros a risco relativo quanto para seguros a risco total.

O rateio parcial é a cláusula constante das

condições da apólice, que objetiva diminuir a

participação do segurado nos prejuízos parciais quando ocorre rateio por insuficiência de seguro.

Para que isso seja possível, é definido um

percentual de redução (k) que é utilizado na

fórmula de cálculo da indenização com rateio como

redutor do valor em risco apurado. Assim, tal

percentual servirá para diminuir o valor do

denominador da fração LMG/VRA. Logo, o valor da

indenização aumentará. A fórmula da indenização ficará da seguinte forma:

A cláusula de rateio parcial será aplicada caso o

VRD < K x VRA. E, ainda, para a contratação desse

121

tipo de rateio, por conta do aumento do valor da

indenização, a seguradora cobra um prêmio

adicional.

Exemplo: Suponha que o segurado contratou um

seguro com limite máximo de garantia igual a R$

100.000,00 e percentual de redução K = 70%.

Ocorrido o sinistro, o perito (regulador de sinistro)

apurou o valor em risco e esse valor foi igual a R$ 200.000,00. O prejuízo foi igual a R$ 50.000,00.

Verificação de insuficiência:

O seguro é insuficiente, será utilizada cláusula de

rateio.

Assim, o valor da indenização será:

• Pagamento do Prêmio

Os seguros podem ser pagos em parcela única ou de forma fracionada.

Quando o vencimento cair em dia em que não haja

expediente bancário, o pagamento do prêmio

poderá ser efetuado no primeiro dia útil seguinte em que houver expediente bancário.

122

O não pagamento do prêmio, nos seguros com

pagamento único, ou o não pagamento da primeira

parcela, nos casos dos seguros com prêmio

fracionado, nas datas previstas, implicará o

cancelamento automático do contrato, desde o seu início de vigência.

Nos seguros contratados com fracionamento do

pagamento do prêmio, na hipótese de não

pagamento de uma das parcelas subseqüentes a

primeira, a cobertura permanece válida e o prazo de

vigência da cobertura será ajustado em função do

prêmio efetivamente pago, observada, no mínimo, a fração prevista na tabela de prazo curto.

Exemplo: Cobertura contratada por R$ 1.800,00,

pagáveis em seis parcelas iguais e sucessivas de R$

300,00. Foram pagas três parcelas. Por quantos dias a cobertura teria validade?

Então temos:

Prêmio efetivamente pago: R$ 300,00 x 3 = 900,00

Prêmio devido: R$ 1.800,00

Razão: 900,00/1.800,00 = 0,50 = 50%. Assim, o segurado pagou 50% do prêmio devido.

Consultando a tabela, verificamos que a COBERTURA é válida por cento e vinte dias.

• Tabela de Prazo Curto

Prazo

dias

% do

prêmio

anual

Prazo

dias

% do

prêmio

anual

Prazo

dias

% do

prêmio

anual

15 13 135 56 255 83

30 20 150 60 270 85

45 27 165 66 285 88

60 30 180 70 300 90

123

75 37 195 73 315 93

90 40 210 75 330 95

105 46 225 78 345 98

120 50 240 80 365 100

Para percentuais não previstos na tabela, deverão

ser aplicados os percentuais imediatamente superiores.

O segurado poderá restabelecer a vigência, pelo

período inicialmente contratado, desde que retome

o pagamento do prêmio devido, dentro do prazo

estabelecido conforme a tabela, sendo facultado à

Seguradora, unicamente, a cobrança de juros legais equivalentes aos praticados no mercado financeiro.

Ao término do prazo estabelecido, sem que haja o

restabelecimento,operará de pleno direito o

cancelamento do contrato de seguro, desde que haja expressa previsão contratual neste sentido.

• Ocorrência e Liquidação do Sinistro

Ocorrendo qualquer um dos eventos garantidos

pelas coberturas contratadas, o segurado, por meio

de aviso de sinistro, deverá comunicar o sinistro à seguradora, tão logo dele tenha conhecimento.

A liquidação dos sinistros será feita num prazo não

superior a trinta dias, contados a partir do

cumprimento de todas as exigências feitas ao segurado.

A contagem do prazo é suspensa quando, no caso

de dúvida fundada e justificável, forem solicitados

124

novos documentos, e reiniciada a partir do cumprimento das exigências.

Os procedimentos para a liquidação de sinistros

devem ser claramente informados na apólice, com

especificação dos documentos básicos necessários a serem apresentados para cada tipo de cobertura.

• Franquias

A franquia é o valor previsto na apólice pelo qual o

segurado fica responsável em cada sinistro,

tornando-se até esse valor segurador de si próprio.

Existem dois tipos de franquia: simples, em que o

segurador responde pela totalidade dos prejuízos

sempre que estes ultrapassarem a franquia

estabelecida; ou dedutível, onde o segurador só paga os prejuízos que ultrapassarem a franquia.

As franquias podem ser fixadas em valor absoluto

ou como percentual do limite máximo de garantia.

Se for estabelecida como percentual dos prejuízos

indenizáveis, comumente recebe o nome de

Participação Obrigatória do Segurado (POS). E sua

contratação resulta, naturalmente, em redução de

prêmio, já que os sinistros a cargo do segurador diminuem.

• Sub-rogação de Direitos

Pelo pagamento da indenização, cujo recibo vale

como instrumento de cessão, a Seguradora fica

sub-rogada em todos os direitos do segurado contra

125

aqueles que por ato, fato ou omissão tenham

causado os prejuízos indenizados ou que para eles

tenham concorrido.

Ou seja, caso o prejuízo sofrido pelo segurado tenha

sido decorrente de ato doloso (intencional) ou

culposo (involuntário, caracterizado pela

negligência, imprudência ou imperícia) de um

terceiro, a seguradora, após pagamento da

indenização, sub-roga-se (toma o lugar) no direito

dele (segurado), podendo ingressar na justiça com

uma ação de regresso, ou seja, pleitear na justiça,

contra o causador do prejuízo (terceiro), o ressarcimento da indenização paga ao segurado.

• Foro

O foro competente para dirimir eventuais litígios é o do domicílio do segurado.

• Perda de Direito

A seguradora ficará isenta de qualquer obrigação

decorrente do contrato se:

• O segurado agravar intencionalmente o risco;

• O sinistro ocorrer por culpa grave ou dolo do Segurado ou Beneficiário do seguro;

• A reclamação de indenização por sinistro for fraudulenta ou de má-fé;

126

• O segurado ou beneficiário ou ainda seus

representantes e prepostos fizerem declarações

falsas ou, por qualquer meio, tentarem obter benefícios ilícitos do seguro;

• O segurado não participar o sinistro à

sociedade seguradora, tão logo tome conhecimento,

e não adotar as providências imediatas para minorar suas conseqüências;

• Concorrência de Apólices

O segurado que, na vigência do contrato, pretender

obter novo seguro sobre os mesmos bens e contra

os mesmos riscos deverá comunicar sua intenção,

previamente, por escrito, a todas as sociedades

seguradoras envolvidas, sob pena de perda de direito.

Na ocorrência de sinistro contemplado por

coberturas concorrentes, ou seja, que garantam os

mesmos interesses contra os mesmos riscos, em

apólices distintas, a distribuição de responsabilidade

entre as sociedades seguradoras envolvidas deverá obedecer às seguintes disposições:

I – será calculada a indenização individual de cada

cobertura como se o respectivo contrato fosse o

único vigente, considerando-se, quando for o caso,

franquias, participações obrigatórias do segurado,

limite máximo de indenização da cobertura e cláusulas de rateio;

Exemplo: ocorrência de sinistro abrangendo as

Coberturas 1, 2 e 3. Necessidade de se recalcular as

127

indenizações individuais provisórias em razão da

extrapolação do LMG da apólice. A cobertura 1 é

comum às apólices (Concorrência).

Apólice A Apólice B

LMI Franquia LMI Franquia

Cobertura 1 60.000,00 5.000,00 Cobertura 1 30.000,00 3.000,00

Cobertura 2 30.000,00 3.000,00 Cobertura 2

Cobertura 3 Cobertura 3 10.000,00 2.000,00

LMG da Ap. 70.000,00 LMG da Ap. 30.000,00

II – será calculada a "indenização individual

ajustada" de cada cobertura, na forma abaixo indicada:

a) se, para uma determinada apólice, for verificado

que a soma das indenizações correspondentes às

diversas coberturas abrangidas pelo sinistro é maior

que seu respectivo limite máximo de garantia, a

indenização individual de cada cobertura será

recalculada, determinando-se, assim, a respectiva

indenização individual ajustada. Para efeito deste

recálculo, as indenizações individuais ajustadas

relativas às coberturas que não apresentem

concorrência com outras apólices serão as maiores

possíveis, observados os respectivos prejuízos e

limites máximos de indenização. O valor restante do

limite máximo de garantia da apólice será

distribuído entre as coberturas concorrentes,

observados os prejuízos e os limites máximos de indenização destas coberturas.

b) caso contrário, a "indenização individual

ajustada" será a indenização individual, calculada de acordo com o inciso I deste item.

128

Prejuízo

Indenização

Provisória Apólice A

Indenização

Provisória Apólice B

Cobertura 1 55.000,00 = 55.000 - 5.000 =

50.000 30.000

Cobertura 2 28.000,00 = 28.000 - 3.000 =

25.000

Cobertura 3 8.000,00 = 8.000 - 2.000 =

6.000

Indenização Provisória

Total 75.000 36.000

LMG da Ap. 70.000 30.000

Indenização Individual Ajustada

Apólice A

Indenização Individual

Ajustada

Apólice B

Cobertura 1

= 70.000 –

25.000 =

45.000 Cobertura 1

= 30.000 –

6.000 = 24.000

Cobertura 2 (Max possível)

25.000 Cobertura 2

Cobertura 3 Cobertura 3

(Max possível) 6.000

Soma das Ind.

Indiv. Ajust. 70.000

Soma das Ind.

Indiv. Ajust. 30.000

III – será definida a soma das indenizações

individuais ajustadas das coberturas concorrentes

de diferentes apólices, relativas aos prejuízos

comuns, calculadas de acordo com o inciso II deste item;

Concorrente? IIA Apólice

A

IIA Apólice

B Soma Prejuízo

Cobertura

1 Sim 45.000 24.000 69.000 55.000

Cobertura

2 Não 25.000 28.000

Cobertura

3 Não 6.000 8.000

129

IV – se a quantia a que se refere o inciso III deste

item for igual ou inferior ao prejuízo vinculado à

cobertura concorrente, cada sociedade seguradora

envolvida participará com a respectiva indenização

individual ajustada, assumindo o segurado a responsabilidade pela diferença, se houver;

V – se a quantia estabelecida no inciso III for maior

que o prejuízo vinculado à cobertura concorrente,

cada sociedade seguradora envolvida participará

com percentual do prejuízo correspondente à razão

entre a respectiva indenização individual ajustada e a quantia estabelecida naquele inciso.

Prejuízo Indenização Concorrente

Apólice A

Indenização Concorrente

Apólice B

Total

Indenizado

Cobertura

1 55.000

= 45.000*55.000/69.000 =

35.869,57

= 24.000*55.000/69.000 =

19.130,43 55.000

Cobertura

2 28.000 25.000 25.000

Cobertura

3 8.000 6.000 6.000

86.000

• Prescrição

Define o tempo permitido para reclamações.

Quando inserido no contrato de seguro deverá ser definido conforme dispõe o Código Civil Brasileiro.

• Glossário

Define todos os termos técnicos utilizados no

contrato (apólice), objetivando facilitar a interpretação do mesmo pelo segurado.

130

Seguro de Transportes

1. O que é o seguro de transportes? 2. Quais são as coberturas do seguro de transportes? 3. Quem pode contratar o seguro de transportes? 4. Qual a diferença entre seguro de transportes e seguro

de responsabilidade civil do transportador? 5. Qual é o prazo para o recebimento da indenização do

seguro de transportes? 6. Quais são as normas (SUSEP/CNSP) que regem o

seguro de transportes? 7. Quem procurar em caso de dúvidas?

O que é o seguro de transportes?

O seguro de transportes garante ao segurado uma

indenização pelos prejuízos causados aos bens

segurados durante o seu transporte em viagens

aquaviárias, terrestres e aéreas, em percursos nacionais e internacionais.

A cobertura pode ser estendida durante a permanência das mercadorias em armazéns.

131

Quais são as coberturas do seguro de transportes?

O seguro de transportes é composto por uma

cobertura básica, de contratação automática, e

pelas coberturas adicionais, que cobrem riscos que

não são cobertos pela cobertura básica, e contra os

quais o segurado opcionalmente pode se garantir, mediante o pagamento de prêmio adicional.

Existem algumas opções de contratação da cobertura básica, dentre elas destacamos:

Nº 1 - Cobertura Básica Restrita (C) - garante ao

segurado os prejuízos que venha a sofrer em

consequência de perdas e danos materiais causados ao objeto segurado exclusivamente por:

a) Incêndio, raio ou explosão;

b) encalhe, naufrágio ou soçobramento do navio ou

embarcação;

c) capotagem, colisão, tombamento ou

descarrilamento de veículo terrestre;

d) abalroamento, colisão ou contato do navio ou

embarcação com qualquer objeto externo que não

seja água;

e) colisão, queda e/ou aterrissagem forçada da

aeronave, devidamente comprovada;

f) descarga da carga em porto de arribada;

g) carga lançada ao mar;

h) perda total de qualquer volume, durante as

operações de carga e descarga do navio; e

i) perda total decorrente de fortuna do mar e/ou de arrebatamento pelo mar.

132

Nº 2 - Cobertura Básica Restrita (B) - garante ao

segurado os prejuízos que venha a sofrer em

consequência de perdas e danos materiais causados

ao objeto segurado pelos riscos citados na cobertura anterior e também por:

a) inundação, transbordamento de cursos d’água,

represas, lagos ou lagoas, durante a viagem terrestre;

b) desmoronamento ou queda de pedras, terras,

obras de arte de qualquer natureza ou outros objetos, durante a viagem terrestre;

c) terremoto ou erupção vulcânica; e

d) entrada de água do mar, lago ou rio, na

embarcação ou no navio, veículo, “container”, furgão (“liftvan”) ou local de armazenagem.

Nº 3 - Cobertura Básica Ampla (A) - garante ao

segurado os prejuízos que venha a sofrer em

consequência de todos os riscos de perda ou dano

material sofridos pelo objeto segurado, em

consequência de quaisquer causas externas, exceto

as previstas na cláusula de prejuízos não indenizáveis.

Existem ainda coberturas básicas que visam cobrir

mercadorias e/ou situações específicas, como é o caso das seguintes coberturas:

Nº4 - Cobertura Básica Restrita para Embarques de

Mercadorias/Bens Acondicionados em Ambientes Refrigerados;

133

Nº5 - Cobertura Básica Ampla para Embarques de

Mercadorias/Bens Acondicionados em Ambientes

Refrigerados;

Nº6 - Cobertura Básica Restrita para Mercadorias/Bens Congelados;

Nº 7 - Cobertura Básica Ampla para Mercadorias/ Bens Congelados;

Nº 9 - Cobertura Básica Ampla para Animais Vivos (Exceto Embarques Aéreos de Aves Vivas);

Nº 10 - Cobertura Básica Ampla para Seguros de

Transportes Aéreos de Aves Vivas;

Nº 20 - Cobertura Básica para Seguros de Bagagem; e

Nº 21 - Cobertura Básica para Seguros de Mercadorias Conduzidas por Portadores.

Quem pode contratar o seguro de transportes?

A pessoa que tem o interesse em preservar o

patrimônio contra os riscos inerentes à viagem, ou

seja, qualquer pessoa que tenha o interesse segurável na carga a ser transportada.

No contrato de compra e venda, fica estabelecido a

partir de que momento o interesse segurável passa do vendedor ao comprador da mercadoria.

Qual a diferença entre seguro de transportes e

seguro de responsabilidade civil do transportador?

134

O seguro de transportes é contratado pelo dono da

carga, e é de contratação obrigatória para pessoas

jurídicas, à exceção de órgãos públicos. Já o seguro

de responsabilidade civil do transportador deve

obrigatoriamente ser contratado pela empresa de

transporte, mas cobre apenas prejuízos pelos quais

o próprio transportador seja responsável, como

colisão, capotagem, abalroamento, incêndio ou explosão do veículo transportador.

Qual é o prazo para o recebimento da

indenização do seguro de transportes?

Uma vez entregue pelo segurado toda a

documentação exigível, que deve constar das

condições da apólice, a seguradora efetuará o

pagamento da indenização no prazo máximo de 30

dias. No caso de solicitação de outros documentos

além daqueles considerados básicos para a

liquidação de sinistros, este prazo será suspenso, e

terá a sua contagem reiniciada a partir do dia útil

subseqüente àquele em que forem completamente atendidas as exigências.

Quais são as normas (SUSEP/CNSP) que regem o seguro de transportes?

Resolução CNSP Nº 17/1968 - Estabelece que os

seguros obrigatórios de transporte, no País, de bens

pertencentes a pessoas jurídicas e de riscos de

incêndio de bens pertencentes a pessoas jurídicas,

situados no país, reger-se-ão pelas normas, condições e tarifas vigentes para esses ramos.

Circular SUSEP Nº 354/2007 - Disponibiliza no sitio

da SUSEP as condições contratuais do plano

135

padronizado para o seguro de transportes e

estabelece as regras mínimas para a

comercialização deste seguro.

Seguro de Crédito Interno

ÍNDICE

1 – O que é operação de crédito?

2 – O que é seguro de crédito interno?

3 – O que é Perda Líquida Definitiva?

4 – Como se caracteriza a insolvência?

5 – Como se caracteriza o sinistro?

6 – Quem contrata este seguro?

7 – Quais são as principais características do seguro de crédito?

8 – Qual a legislação em vigor?

9 – Quais as modalidades e suas características?

10 – Quais as principais coberturas?

11 – Como se relacionam a vigência da apólice e o prazo das operações de crédito?

1 – O que é operação de crédito?

136

Todo ato de vontade ou disposição de alguém de

destacar ou ceder, temporariamente parte de seu

patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que

esta parcela volte à sua posse integralmente, após decorrer o tempo estipulado.

2 – O que é seguro de crédito interno?

É uma modalidade de seguro que tem por objetivo

ressarcir o SEGURADO (credor), nas operações de

crédito realizadas com clientes domiciliados no país,

das Perdas Líquidas Definitivas causadas por devedor insolvente.

3 – O que é Perda Líquida Definitiva?

Corresponde ao total do crédito sinistrado acrescido

das despesas de sua recuperação e deduzido das

quantias efetivamente recebidas, relativas a esse crédito.

4 – Como se caracteriza a insolvência?

a) Quando for declarada judicialmente a falência do devedor, também denominado GARANTIDO;

b) Quando for deferido judicialmente o

processamento da concordata preventiva do GARANTIDO;

c) Quando for concluído um acordo particular do

GARANTIDO com a totalidade dos seus credores,

com a interveniência da SEGURADORA, para

pagamento de todas as dívidas com redução dos débitos;

137

Na modalidade Quebra de Garantia, a insolvência

também se caracteriza quando, na cobrança judicial

ou extrajudicial da dívida, os bens dados em

garantia ou os bens do GARANTIDO revelem-se

insuficientes ou fique evidenciada a impossibilidade

de busca e apreensão, reintegração, arresto ou penhora desses bens.

5 – Como se caracteriza o sinistro?

Quando ocorre a insolvência do devedor

reconhecida através de medidas judiciais ou

extrajudiciais realizadas para o pagamento da dívida.

6 – Quem contrata este seguro?

Este seguro é geralmente contratado por empresas

que realizam operações de crédito em suas vendas,

tanto para pessoa física como para pessoa jurídica,

ou intermediários de operações de crédito,

financiamento e investimento; consórcios, empresas

de factoring, etc. caracterizados desta forma como

SEGURADOS das operações de crédito. Os

SEGURADOS também são os responsáveis pelo pagamento do prêmio de seguro.

Os contratantes da operação de crédito, ou seja, os

devedores são denominados GARANTIDOS, e é sobre eles que incide o risco de inadimplência.

7 – Quais são as principais características do seguro de crédito?

a) participação obrigatória do SEGURADO

138

Esta cláusula visa a manter o interesse do

SEGURADO na seleção dos riscos, assim como no

resultado das ações judiciais e extrajudiciais.

b) globalidade das operações

Tem por objetivo evitar que a entidade de

crédito somente inclua na apólice os riscos de maior vulto e probabilidade.

c) limite de crédito

Estabelece um limite máximo de crédito,

evitando assim as fraudes e o excesso de exposição

do SEGURADO.

8 – Qual a legislação em vigor?

CIRCULAR SUSEP N°21/89, de 23/08/1989

CIRCULAR SUSEP N°53/80, de 22/09/1980

CIRCULAR SUSEP N°73/79, de 31/10/1979

CIRCULAR SUSEP N°34/76, de 14/06/1976

CIRCULAR SUSEP N°30/76, de 04/06/1976

CIRCULAR SUSEP N°41/72, de 03/10/1972

9 – Quais as modalidades e suas características?

Riscos Comerciais – é uma modalidade do Seguro

de Crédito que tem por objetivo cobrir as operações

de crédito realizadas pelo SEGURADO, somente com pessoas jurídicas domiciliadas no país.

139

Quebra de Garantia – esta modalidade do Seguro de

Crédito tem por objetivo cobrir as operações de

crédito realizadas pelo SEGURADO, especialmente

aquelas relativas à venda de bens de consumo, para

pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no país. A

principal característica desta modalidade é a

existência de garantias reais, em que os bens

envolvidos na operação são utilizados como garantia ao SEGURADO e à Seguradora.

10 – Quais as principais coberturas?

Cobertura de Operações de Consórcio - garante ao

SEGURADO (no caso, o grupo de consórcio) as

Perdas Líquidas Definitivas em conseqüência da

insolvência do GARANTIDO (cada um dos

consorciados contemplados) depois que este tiver

tomado posse do bem consorciado, deixando de pagar as prestações mensais.

Cobertura de Operações de Empréstimo Hipotecário

- tem por objetivo cobrir as Perdas Líquidas

Definitivas que o SEGURADO venha a sofrer em

conseqüência da insolvência de seus devedores

pessoas físicas, nos contratos de empréstimo com

garantia hipotecária, não abrangidos pelo Sistema

Financeiro de Habitação (SFH). Esta cobertura terá

início no momento em que o devedor, satisfeitas

todas as exigências estabelecidas no Contrato de

Empréstimo Hipotecário e na apólice, inscreva a hipoteca no registro competente.

Cobertura de Operações de Arrendamento Mercantil

("Leasing") - nesta cobertura a SEGURADORA se

obriga a indenizar o SEGURADO pelas perdas

líquidas definitivas que o mesmo possa sofrer em

140

conseqüência da incapacidade do

arrendatário/GARANTIDO de pagar as

contraprestações estipuladas em contrato de arrendamento mercantil.

11 – Como se relacionam a vigência da apólice e o prazo das operações de crédito?

Não existe vinculação entre o prazo de vigência da

apólice e as coberturas de crédito. Por exemplo: foi

feita a compra a prazo de um veículo em 48 meses

em 01/02/2008, supondo que a financeira tivesse

uma apólice com vigência de um ano a partir de

01/01/2008. Caso ocorresse a insolvência do

comprador em 05/05/2010, a SEGURADORA teria a

obrigação de indenizar o SEGURADO se este pagou

prêmio integral ou se a apólice fosse renovada até a extinção das obrigações já assumidas.

Em caso de cancelamento da apólice todos os

contratos que já foram averbados permanecem

garantidos, sendo encerradas somente as coberturas para as novas contratações de crédito.

141

Microsseguros - Seguro para os Segmentos de

Baixa Renda no Brasil

Introdução

A preocupação com a situação das populações

menos favorecidas é hoje uma tendência mundial,

não apenas pelas questões humanitárias envolvidas,

mas pelas consequências sociais, econômicas,

políticas e, até mesmo, ecológicas geradas pela

desigualdade e pela miséria. O tema tem sido

recorrente nos mais importantes fóruns de

discussão internacionais, mobilizando os melhores

especialistas de todas as áreas na busca de

soluções que promovam a diminuição da pobreza e

a inclusão social. O fato ganha vieses mais graves

com os efeitos das mudanças climáticas em função

do aquecimento global, cujos impactos nas

populações carentes costumam ser ainda mais devastadores.

De acordo com pesquisas realizadas por

conceituadas instituições internacionais, enquanto

nos países desenvolvidos a maior parte da

142

população está coberta por algum tipo de seguro,

nos 100 países mais pobres do mundo pouco menos

de 3% da população possui algum tipo de

cobertura. Porém, são as famílias pobres que estão

especialmente vulneráveis aos riscos, tanto aqueles

causados pela natureza, quanto aos causados por ocorrências do cotidiano.

No Brasil a situação não é diferente, pois as classes

menos favorecidas estão mais frequentemente

expostas às doenças, acidentes, mortes e a uma

série de danos e perdas relacionadas aos bens e a

propriedade em função da natureza de suas

atividades e do ambiente em que vivem. Estas

ocorrências, além dos impactos sociais e

econômicos causados aos mais carentes, geram a

cada período uma série de gastos extraordinários

para o Governo, cujos recursos poderiam ser mais

bem empregados caso houvesse algum tipo de

mecanismo que oferecesse uma proteção adequada para os segmentos mais pobres da população.

Neste contexto, o microsseguro surge como uma

alternativa para beneficiar o crescimento econômico

e o desenvolvimento humano, desempenhando um

papel fundamental, já que se encontra na fronteira

entre os serviços financeiros e a proteção social,

incorporando elementos de ambos. Por essas

razões, o microsseguro vem se constituindo como

parte da estratégia dos governos de muitos países

para diminuir a pobreza, ao tornar os sistemas

financeiros mais inclusivos por meio da promoção

do acesso a serviços como poupança, crédito e seguros para a população de baixa renda.

143

Primeiras ações da SUSEP voltadas para o Segmento de Baixa Renda

A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP),

na qualidade de órgão responsável pelo controle e

fiscalização dos mercados de seguro, previdência

complementar aberta, capitalização e resseguro,

atendendo às diretrizes governamentais para

incentivar a criação de produtos e serviços

financeiros adaptados à realidade da

população de baixa renda e dos micro-

empreendedores formais e informais, no final

de 2003 iniciou discussões internas com o objetivo

de implementar ações para incentivar a

comercialização de seguros simplificados e de baixo custo.

Como resultado, em 21/09/2004 foi editada

a Circular SUSEP 267/2004, a primeira norma

sobre seguro de vida em grupo popular,

estabelecendo Condições Gerais padronizadas e seus respectivos parâmetros.

Outro fato relevante ocorrido na mesma época foi a

edição do Decreto 5.172/2004 que reduziu o IOF

(Imposto Sobre Operações Financeiras) para o

Ramo Vida, de 7% para 2%, chegando a alíquota

zero em 2006. Esta mudança tem tido repercussão

positiva na comercialização dos produtos do Ramo

Vida em geral. À época da elaboração da norma,

constituía-se em uma das principais reivindicações do mercado segurador 1.

Além disso, a edição da Resolução CNSP

110/2004, de 7/5/2004, que resultou na criação

de ouvidorias na quase totalidade das seguradoras,

144

estabeleceu importantes mecanismos para

salvaguardar os direitos dos consumidores,

principalmente daqueles menos favorecidos.

Na seqüência, em 17/11/2005, foi editada

a Circular SUSEP 306/2005 sobre seguro popular

de automóvel, estabelecendo Condições Gerais padronizadas para o ramo.

Embora não tenham sido elaboradas normas

específicas de seguro popular para outros ramos

pela SUSEP, as normas para os Ramos Vida e Auto

acabaram por estimular o provimento de seguros

para o segmento de baixa renda, inspirados no

desempenho positivo das apólices comercializadas,

despertando assim o mercado brasileiro para este segmento.

Microsseguro x Seguro Popular

No Brasil, o termo “seguro popular” é usado para

designar produtos massificados com importâncias

seguradas e prêmios de pequeno valor. Mas, seguro

popular não é o mesmo que microsseguro, uma vez

que este está direcionado para as necessidades

específicas das famílias de baixa renda, enquanto

que o seguro popular é para todos os tipos de

consumidores e apenas significa seguro de pequenos valores.

Ramos sob a responsabilidade de outros supervisores no Brasil

O Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP é

o órgão deliberativo do sistema e a

Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o

145

órgão executor das políticas delineadas pelo CNSP e

também a autoridade responsável pela supervisão e

controle dos mercados de seguros. Porém, a

autoridade da SUSEP não cobre todos os segmentos de seguro.

Seguro Saúde:

A ANS – Agência Nacional de Saúde, vinculada

ao Ministério da Saúde e criada pela Lei 9.961/00,

de 2000, é a autoridade supervisora de seguros de

saúde, responsável pela regulação, controle e

supervisão das atividades de assistência à saúde suplementar.

A Lei 9.656/98, de 1998, estabeleceu as regras

para os planos e seguros privados de assistência à

saúde e, em 2001, a Lei 10.185/01 transferiu

para a ANS a competência para supervisionar o

seguro saúde no Brasil que, até então, era da SUSEP.

A classificação das companhias que operam planos

de saúde está definida pela RDC 39/00, enquanto a

RDC 65/01 estabelece as regras a serem adotadas

pelas sociedades seguradoras especializadas em seguros saúde.

De acordo com a informação fornecida pela ANS 2,

no Brasil há outras formas de provedores que

fornecem seguro saúde para os segmentos de baixa

renda 3, além das companhias de seguros

especializadas em seguro saúde. As formas legais destas entidades são:

146

a) Cooperativa médica - sociedades de pessoas,

sem fins lucrativos, constituídas conforme o

disposto na Lei n.º 5.764, de 16 de dezembro de

1971, que operam Planos Privados de Assistência à Saúde;

b) Cooperativa odontológica - sociedades de

pessoas, sem fins lucrativos, constituídas conforme

o disposto na Lei n.º 5.764, de 16 de dezembro de

1971, que operam exclusivamente Planos Odontológicos;

c) Autogestão - entidades de autogestão que

operam serviços de assistência à saúde ou

empresas que, por intermédio de seu departamento

de recursos humanos ou órgão assemelhado,

responsabilizam-se pelo Plano Privado de

Assistência à Saúde destinado, exclusivamente, a

oferecer cobertura aos empregados ativos,

aposentados, pensionistas ou ex-empregados, bem

como a seus respectivos grupos familiares definidos,

limitado ao terceiro grau de parentesco

consangüíneo ou afim, de uma ou mais empresas,

ou ainda a participantes e dependentes de

associações de pessoas físicas ou jurídicas,

fundações, sindicatos, entidades de classes profissionais ou assemelhados.

d) Filantropia - entidades sem fins lucrativos que

operam Planos Privados de Assistência à Saúde, que

tenham obtido certificado de entidade filantrópica

junto ao Conselho Nacional de Assistência Social -

CNAS e declaração de utilidade pública federal junto

ao Ministério da Justiça ou declaração de utilidade

pública estadual ou municipal junto aos Órgãos dos Governos Estaduais e Municipais.

147

e) Odontologia de grupo - empresas ou entidades

que operam exclusivamente Planos Odontológicos,

excetuando-se àquelas classificadas na modalidade de cooperativa odontológica.

f) Medicina de grupo - empresas ou entidades que

operam Planos Privados de Assistência à Saúde,

excetuando-se àquelas classificadas nas

modalidades de cooperativa médica, autogestão e filantropia.

Seguro Rural:

No que diz respeito ao Seguro Rural, a SUSEP só é

responsável pela normatização e fiscalização dos

seguros operados por seguradoras. Estes seguros

normalmente estão voltados para médios e grandes

produtores rurais. Os seguros voltados para os

segmentos de baixa-renda são providos por programas governamentais.

O Decreto-Lei n.º 73/66 (art. 24) também permite

que cooperativas de seguro comercializem seguros

agrícolas. Neste caso, as atividades de seguros são supervisionadas por outros setores do Governo.

Programa de Garantia da Atividade Rural (PROAGRO)

É um programa criado em 1973 (Lei n.º 5.969, de

12/12/1973), gerenciado e subsidiado pelo Governo

Federal, através do Ministério da Agricultura e do

Banco Central (BACEN), com foco nos agricultores e

suas cooperativas. O Ministério da Agricultura é

responsável pela gestão técnica do seguro e o BACEN pela administração dos seus recursos.

148

O programa é um instrumento de política agrícola

instituído para que o produtor rural tenha garantido

um valor complementar para pagamento

do seu custeio agrícola em casos de ocorrência de

fenômenos naturais, pragas e doenças, que atinjam

bens, rebanhos e plantações. O programa, porém,

não está especialmente focado em agricultores de baixa renda.

Programa de Garantia da Atividade Agropecuária MAIS (PROAGRO MAIS)

O PROAGRO MAIS é um programa instituído em

2004 e inserido no âmbito do PROAGRO para

atender aos pequenos produtores de baixa renda,

vinculados ao Programa Nacional de Fortalecimento

da Agricultura Familiar (Pronaf) nas operações de custeio agrícola (adesão obrigatória).

Esse programa é gerido pelo BACEN e pelo

Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). As

taxas únicas de 2% são pagas pelos produtores rurais.

Comissão Consultiva de Microsseguros do CNSP

Em 15/04/2008, o Conselho Nacional de Seguros

Privados, por meio do Ato CNSP 10/2008, criou a

Comissão Consultiva de Microsseguros, presidida pelo Superintendente da SUSEP e composta por:

- dois representantes do Ministério da Fazenda;

- dois representantes da SUSEP;

- um representante do Banco Central do Brasil;

- um representante do Ministério da Previdência

149

Social;

- dois representantes da Federação Nacional de

Empresas de Seguros Privados e Capitalização -

FENASEG;

- dois representantes da Federação Nacional dos

Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de

Capitalização, de Previdência Privada, e das

Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros –

FENACOR; e

- dois representantes da Escola Nacional de Seguros – FUNENSEG.

A Comissão tem por objetivo promover estudos

sobre microsseguros e assessorar o CNSP no que se

refere aos seus aspectos técnicos e operacionais.

Foi ao longo do tempo agregando mais partes

interessadas no processo de implementação de uma

estrutura regulatória adequada ao desenvolvimento

dos microsseguros no País, o que vem possibilitando

o aumento da consciência das autoridades

responsáveis pela definição das políticas do setor -

uma recomendação básica para a obtenção do

alinhamento de práticas de regulação e supervisão

voltadas para as características particulares dos

microsseguros, além de facilitar o diálogo,

especialmente sobre as questões fiscais, sociais e operacionais.

Grupo de Trabalho de Microsseguros da SUSEP

Em 12 de junho de 2008, a SUSEP instituiu, por

meio da Portaria SUSEP no 2.960, o Grupo de

Trabalho de Microsseguros (GT SUSEP), com a

finalidade de apresentar estudos e assessorar a

Comissão Consultiva de Microsseguros, em relação

150

aos aspectos técnicos, legais e operacionais do microsseguro.

O GT SUSEP, diretamente subordinado ao

Superintendente da SUSEP, foi composto por

representantes de todos os departamentos

da Autarquia 4, possibilitando, em maior ou menor

grau, o envolvimento de todos as áreas com as

questões que envolvem os microsseguros. Vale

ressaltar que esta composição tem sido

fundamental para a quebra de barreiras internas,

permitindo a sensibilização dos diferentes setores sobre o tema.

Em sua segunda reunião, o GT SUSEP, entre outras

decisões, aprovou um cronograma de atividades

que estabeleceu a apresentação de Relatórios

Parciais ao superintendente da SUSEP, os quais

estão disponíveis nos links abaixo:

Relatório I - Definição do conceito de

“microsseguro”, identificação do público-alvo

e definição do conceito de “população de

baixa-renda” para fins de microsseguro, de

agosto de 2008;

Relatório II - Identificação das Barreiras

Regulatórias para o microsseguro no Brasil, de

outubro de 2008;

Relatório III – Partes Interessadas em

Microsseguros e Respectivos Papéis, de maio

de 2009; e

Relatório IV – Principais Parâmetros para

Produtos de Microsseguros, de agosto de

2009.

151

Os conteúdos desses relatórios foram fundamentais

para a tomada de decisões no âmbito da Comissão.

Vale ressaltar ainda que, no decorrer dos trabalhos

e ao longo de todo o processo, os membros do GT,

pelo conhecimento técnico específico dentro de sua

especialidade e área de atuação, desempenharam

importante papel de apoio, compondo todos os

Subgrupos de Trabalhos específicos criados pela Comissão Consultiva.

Dinâmica dos Trabalhos da Comissão Consultiva de

Microsseguros

Desde a sua instituição até a realização do I

Workshop de Microsseguros, a Comissão Consultiva

se reuniu nove (9) vezes para deliberar sobre suas

estratégias de atuação, definir conceitos, aprovar

temas para pesquisas e promover debates sobre assuntos de interesse comum.

O ponto de partida dos trabalhos realizados pela

Comissão Consultiva foi a aprovação de um

cronograma para nortear suas atividades, cujas

datas-limite para cada uma de suas quatro etapas

foram sendo ajustadas no decorrer do tempo, já

que o prazo estabelecido inicialmente, na maioria

das vezes, se mostrava insuficiente em função da

complexidade dos temas abordados e da

necessidade de se obter consenso.

As agendas para cada reunião da Comissão

Consultiva eram preparadas com base nos objetivos

pretendidos em cada etapa do cronograma. Por sua

vez, o registro das principais conclusões e decisões

de cada reunião foi devidamente documentado por

meio de “memórias”, elaboradas pelos membros do

152

GT SUSEP e aprovadas por todos os participantes ao final de cada rodada.

Das reuniões participaram, além dos representantes

dos diversos órgãos e entidades dos setores público

e privado que compunham a Comissão, os membros

do GT SUSEP e convidados especiais, geralmente

especialistas nos temas que se pretendia

desenvolver, os quais apresentavam os resultados de seus estudos.

Também compareciam às reuniões os responsáveis

por programas de seguros voltados para segmentos

mais carentes da população, descrevendo suas

experiências práticas e técnicas para atingir o público-alvo pretendido.

Não raro, verificava-se que alguns assuntos

específicos demandariam discussões mais

detalhadas, exigindo mais tempo para estudo e

debates e, em muitos casos, diversas reuniões. Por

isso, na medida em que se fazia necessário, eram

criados subgrupos de trabalho 5, compostos por

membros da Comissão e do GT SUSEP e por

convidados – especialistas e servidores da SUSEP

com reconhecido conhecimento nos assuntos a serem abordados com mais profundidade.

O resultado das conclusões consensuadas na esfera

dos subgrupos – na forma de relatórios e atas – era

apresentado à Comissão Consultiva durante suas

reuniões, quando então eram novamente discutidas,

podendo ser referendadas ou emendadas. Contudo,

o processo de discussão e análise prévias no âmbito

dos subgrupos, embasava, facilitava e agilizava o processo de tomada de decisões pela Comissão.

153

Entre os diversos subgrupos formados pela

Comissão Consultiva, merece destaque o trabalho

realizado pelo Subgrupo de Pesquisas coordenado

pela Escola Nacional de Seguros (FUNENSEG) que,

com base na definição de “população de baixa

renda” estabelecida pela Comissão para propósitos

de estudos e pesquisas de microsseguro, elaborou

um completo Programa, cujos principais resultados

estão disponíveis no link Programa de Pesquisas de Microsseguros.

Boa parte dos especialistas que realizaram estes

estudos, assim como muitos convidados, acabaram

por se incorporar definitivamente à Comissão

Consultiva, colaborando de forma decisiva para os

resultados positivos obtidos e, principalmente, para

o alinhamento de entendimentos entre os setores público e privado.

Este processo agregador acabou por transformar a

Comissão Consultiva em um grande fórum de

debates sobre microsseguros, cujo resumo dos

resultados e principais propostas foi apresentado

no Relatório Final ao Conselho Nacional de Seguros Privados.

Workshops de Microsseguros

Para apresentar os resultados dos trabalhos

realizados no seu âmbito de atuação desde a sua

criação, a Comissão promoveu nos dias 10 e 11 de

setembro de 2009, no Rio de Janeiro, o I Workshop

de Microsseguros, que contou com a participação de

cerca de 150 pessoas dos mais diversos segmentos

da sociedade, permitindo uma discussão ampla e aberta com as diversas partes interessadas.

154

O I Workshop contou com a participação de

especialistas do Centro para Regulação e Inclusão

Financeira (CENFRI) da África do Sul – que, com o

aval da Comissão, desenvolveu um estudo e

diagnóstico sobre os microsseguros em nosso país –

e, ainda, com o apoio do Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID) – que publicará compêndio,

em espanhol e português, sobre o workshop,

incluindo as melhores pesquisas realizadas, para

divulgação às partes interessadas na América Latina.

Em seguida, em 7 de dezembro, foi realizado em

Brasília o II Workshop de Microsseguros,

especialmente voltado para os principais

responsáveis pelo estabelecimento de políticas no país vinculadas ao setor.

Participação da SUSEP no IAIS-Microinsurance

Network Joint Working Group

No cenário internacional, a SUSEP iniciou sua

participação em fóruns de discussão sobre o

assunto no início de 2006, por ocasião da formação

do IAIS-CGAP Joint Working Group on

Microinsurance (em português, Grupo de Trabalho

Conjunto IAIS-CGAP sobre Microsseguros),

atualmente denominado IAIS-Microinsurance

Network Joint Working Group (IAIS-MI JWG), grupo

de trabalho formado por membros e observadores

da International Association of Insurance

Supervisors - IAIS 6 e por representantes

do Microinsurance Network (ex-CGAP Working Group on Microinsurance).

155

A International Association of Insurance

Supervisors, da qual a SUSEP é membro, elabora

princípios, padrões e documentos-guia sobre a

regulação e a supervisão de seguros, aceitos

mundialmente, constituindo-se como o principal

fórum internacional nos assuntos ligados à

supervisão de seguros. Dela são membros efetivos

mais de 190 supervisores e reguladores, de mais de

140 países, além de observadores, representados

por grupos seguradores, grandes consultorias e outras entidades internacionais afins 7.

O Microinsurance Network foi criado em 2002 (à

época, CGAP Working Group on Microinsurance) e

seus mais de 80 membros são representantes de

organizações doadoras, agências internacionais de

desenvolvimento, especialistas em desenvolvimento

de sistemas financeiros, companhias de seguro

privadas e outras partes interessadas que estão

envolvidas na promoção e suporte dos

microsseguros nos países em desenvolvimento,

através da promoção do desenvolvimento e

proliferação dos serviços de seguros para pessoas

de baixa-renda. O grupo auxilia no desenvolvimento

do microsseguro através de pesquisas, instrumentos de ação, coordenação e conscientização.

Em maio de 2007, durante reunião realizada no Rio

de Janeiro, o IAIS-MIN JWG finalizou o documento

intitulado “Issues in Regulation and Supervision of

Microinsurance” (ou, em português, “Questões de

Regulação e Supervisão de Microsseguros”),

cujo objetivo é estimular e proporcionar

embasamento para discussões sobre a regulação e

a supervisão do microsseguro, entre reguladores,

156

supervisores, provedores e outras partes

interessadas, contando com uma estrutura

integrada para o seu desenvolvimento, por

intermédio de políticas favoráveis, adaptações legais

e regulatórias e construção da capacidade

institucional do setor, consistente com os princípios

e práticas internacionalmente aceitos -

notadamente, os Princípios Básicos de Seguros

da IAIS - com foco em questões operacionais, prudenciais, de governança e conduta de mercado.

O documento também discute outros temas

relevantes, identificando tipos de produtos,

consumidores e provedores, destacando o papel dos

supervisores e reguladores de seguros, na qualidade

de responsáveis pelo provimento de mecanismos

capazes, agindo como facilitadores no que se refere a esta tendência mundial.

Em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela

Autarquia, desde outubro de 2007, o IAIS-MIN JWG

é presidido pela SUSEP, assim como o Subgrupo de

Trabalho de Microsseguro da IAIS, sendo esta a

primeira vez que o Brasil preside um grupo de

trabalho no âmbito da mais prestigiada e reconhecida associação internacional do gênero.

A participação da SUSEP no IAIS-MIN JWG tem sido

decisiva para o processo do estabelecimento de

uma estrutura regulatória facilitadora aos

microsseguros no país. Os documentos produzidos

no âmbito daquele grupo de trabalho, além de fonte

de inspiração, vêm norteando o rumo dos trabalhos

da Comissão Consultiva. O contato constante com

seus membros, reconhecidos especialistas

internacionais no tema dos microsseguros, tem

157

propiciado uma rica troca de experiência, constituindo-se em inesgotável fonte de consulta.

1 - O Decreto 6.306, de 14/12/2007, alterado pelo

Decreto 6.339, de 3/1/2008, alterou a alíquota para 0,38%.

2 - Pesquisa realizada pelo IAIS-CGAP Joint Working

Group Survey sobre o papel das mútuas,

cooperativas e organizações de comunidades de base no Microsseguro.

3 - Baixa renda quando comparada a renda do público-alvo das seguradoras.

4 - Integram o GT SUSEP representantes do

Departamento de Controle Econômico (DECON),

Departamento de Fiscalização (DEFIS),

Departamento Técnico-Atuarial (DETEC),

Departamento de Administração e Finanças (DEAFI)

e Secretaria-Geral (SEGER).

5- Foram os seguintes subgrupos de trabalho

criados: Subgrupo para Definição do Conceito de

Microsseguros; Subgrupo de Corretores; Subgrupo

de Pesquisas; Subgrupo de Produtos e Público-alvo;

Subgrupo de Análise do Projeto de Lei NO

3.266/2008; e Subgrupo para Organização de

Workshop.

6- www.iaisweb.org

7- No Brasil, são membros da IAIS: a

158

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e a

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); e

observadores: Federação Nacional das Empresas de

Seguros Privados e de Capitalização (FENASEG),

Bradesco Seguros e Escola Nacional de Seguros

(FUNENSEG).

Seguros de automóveis

Informações Úteis

Tabela FIPE

DÚVIDAS DOS SEGURADOS SOBRE SEGURO DE AUTOMÓVEIS

1) Qual a legislação vigente para o Seguro de Automóveis?

2) Existem quantas modalidades de Seguro de Automóvel?

3) Quais são as principais garantias oferecidas?

4) Como é calculado o prêmio de seguro?

5) No caso de indenização integral do veículo por acidente ou roubo, como será a indenização pela modalidade de Valor Determinado(VD) e Valor de Mercado Referenciado(VMR)?

6) O que significa Indenização Integral?

7) O que é Questionário de Avaliação do Risco?

8) Quais os procedimentos no caso de sinistro?

9) Quais os documentos necessários para a comprovação do sinistro? A seguradora pode exigir testemunhas?

10) No caso de indenização integral do veículo, o segurado terá direito a algum tipo de restituição de prêmio?

159

11) No caso de cancelamento do seguro, como será a

restituição do prêmio?

12) Em que casos é vedada a aplicação de franquia?

13) As avarias constatadas por ocasião da vistoria podem ser deduzidas da indenização?

14) Qual o destino do veículo sinistrado com indenização integral?

15) Quando o Seguro de Automóvel começa a ter início?

16) A seguradora pode se recusar a fazer o seguro?

17) O que são oficinas credenciadas? Quais as vantagens oferecidas por elas?

18) O que é o Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos (RCF-V)?

19) Quais as Normas que regulam o seguro de RCF-V?

20) Quais as principais garantias oferecidas pelo seguro de RCF-V?

21) O que é o Seguro de Acidentes Pessoais de Passageiros (APP)?

22) Quais as principais garantias oferecidas pelo seguro de APP?

23) Quais as Normas que regulam o Seguro de APP?

24) Como é calculada a indenização no caso de Seguros de APP?

160

1) Qual a legislação vigente para o Seguro de Automóveis?

R. É a Circular SUSEP Nº 269/2004, publicada em

04 de outubro de 2004. Ela estabelece, altera e

consolida as regras e critérios complementares de

funcionamento e de operação dos contratos de

seguros de automóveis, com inclusão ou não, de

forma conjugada, da cobertura de responsabilidade

civil facultativa de veículos e/ou acidentes pessoais

de passageiros. Esta Circular, além de definir regras

específicas para o seguro de automóvel, estabelece

que aplicam-se também a tais seguros todas as

disposições da Circular SUSEP Nº 256, de 16 de

junho de 2004, a qual dispõe sobre a estruturação

mínima das Condições Contratuais e das Notas

Técnicas Atuariais dos Contratos de Seguros de Danos em geral.

2) Existem quantas modalidades de Seguro de Automóvel?

R. Há duas modalidades no Seguro de Automóveis:

Valor Determinado e Valor de Mercado

Referenciado. As Seguradoras podem oferecer a

contratação apenas na modalidade Valor

Determinado, apenas na modalidade Valor de

Mercado Referenciado, ou em ambas. O segurado

deverá contratar o seguro na modalidade que mais

lhe convier, dentre as oferecidas pela Seguradora de sua escolha.

161

3) Quais são as principais garantias oferecidas?

R. Em geral, verifica-se que as Garantias Principais são:

Compreensiva (colisão, incêndio e roubo); Incêndio

e Roubo; Colisão e Incêndio; Responsabilidade Civil

Facultativa de Veículos (RCF-V - Ver Pergunta 18);

Acidentes Pessoais de Passageiros (APP - Ver Pergunta 21).

Mas há ainda outras garantias que poderão ser

contratadas mediante cobrança de prêmio respectivo, como por exemplo:

· Acessórios: Garante a indenização dos prejuízos

causados aos acessórios do veículo pelos mesmos

riscos previstos na apólice contratada. Entende-se

como acessório, original de fábrica ou não, rádio e

toca-fitas, Cd players, televisores, etc, desde que

fixados em caráter permanente no veículo segurado.

· Blindagem: Está coberta por esta garantia, a

blindagem do veículo segurado, contra eventos cobertos pela apólice.

· Carroceria: Garante indenização, no caso de danos

causados à carroceria do veículo segurado, desde

que o sinistro seja decorrente de um dos riscos cobertos na apólice.

· Cobertura de Assistência 24 Horas: Tem como

objetivo indenizar ao segurado por prejuízos

oriundos de assistência ao veículo segurado e a

seus ocupantes, em caso de acidente ou pane mecânica e/ou elétrica.

162

· Danos Morais: Garante ao Segurado o reembolso

da indenização por danos morais causados a

terceiros, pela qual vier a ser responsável civilmente

em sentença judicial transitada em julgado, ou em

acordo judicial ou extrajudicial autorizado de modo

expresso pela seguradora. Em geral, somente pode

ser contratada em conjunto com a cobertura de RCF-V.

· Despesas Extraordinárias: Garante ao segurado,

em caso de indenização integral, uma quantia

estipulada no contrato de seguro, para o pagamento

de despesas extras relativas a documentação do veículo, etc.

· Equipamentos: Garante a indenização dos

prejuízos causados aos equipamentos do veículo

pelos mesmos riscos previstos na apólice

contratada. Entende-se como equipamento,

qualquer peça ou aparelho fixado em caráter

permanente no veículo segurado, exceto áudio e vídeo.

· Extensão de Perímetro para os Países da América

do Sul: Através desta garantia, o Segurado poderá

ampliar a área de abrangência do seguro do seu veículo para os países da América do Sul.

· Valor de Novo (aplicável à modalidade de valor de

mercado referenciado): Garante ao Segurado, no

caso de indenização integral, a indenização

referente a Cobertura de Casco pelo Valor de Novo

do veículo, nos casos em que o sinistro ocorra

dentro do prazo definido na apólice e superior ao

prazo mínimo já previsto na norma ( que é de 90 dias), contados da entrega do veículo ao segurado.

163

Obs.: Valor de Novo é o valor do veículo zero km na

data de ocorrência do sinistro constante na tabela

de referência definida nas condições contratuais do seguro.

Nas apólices celebradas com a garantia de Valor de

Mercado Referenciado para veículo zero km, é

obrigatória a fixação contratual do período de

tempo, não inferior a noventa dias, em que o

veículo sinistrado com indenização integral será

indenizado pelo Valor de Novo, contado a partir da

data de entrega do veículo ao segurado, devendo a

Sociedade Seguradora definir expressamente as

condições necessárias para que seja aceita a cobertura como Valor de Novo.

4) Como é calculado o prêmio de seguro?

R. Existem diversas técnicas para o cálculo de

prêmio de seguro, envolvendo vários parâmetros

estatísticos. A SUSEP não define forma para a

elaboração. Assim, as Seguradoras possuem

liberdade de estabelecer a forma de fixação do

prêmio, a qual deverá ser enviada à SUSEP por meio da Nota Técnica Atuarial.

De uma forma bastante simplificada, os pr êmios

podem ser calculados conforme demonstrado nos exemplos abaixo:

Exemplos de Cálculo do Prêmio de Seguro:

Carteira: 1.000 veículos segurados

164

Importância Segurada = R$ 10.000,00 cada veículo, no ato da contratação

Despesas Administrativas = 10%, Comissão de Corretagem = 15%,

Margem de Segurança = 3%, Lucro = 5%

1ª Hipótese – Sinistros de Indenização Integral

pagos pelo VMR (os valores de indenização são

diferenciados porque são estabelecidos na data do

pagamento da indenização com base na tabela de referência)

1 indenização de R$ 10.000,00 + 2 indenizações de

R$ 9.000,00 + 2 indenizações de R$ 8.000,00 = R$ 44.000,00

Taxa de Risco = 44.000/(1.000 x 10.000) x 100 = 0,44 %

Prêmio de Risco = 0,44% x 10.000 = R$ 44,00

Prêmio Puro = 44 x (1 + 0,03) = R$ 45,32

Prêmio Comercial = 45,32 / (1 – 0,10 – 0,15 – 0,05) = R$ 64,74

2ª Hipótese – Sinistros de Indenização Integral pagos pelo VD (os valores de indenização são fixos)

5 indenizações de R$ 10.000,00 = R$ 50.000,00

Taxa de Risco = 50.000/(1.000 x 1 0.000) x 100 = 0,50 %

Prêmio de Risco = 0,50% x 10.000 = R$ 50,00

165

Prêmio Puro = 50 x (1 + 0,03) = R$ 51,50

Prêmio Comercial = 51,50 / (1 – 0,10 – 0,15 – 0,05) = R$ 73,57

Note que, o Prêmio pago na modalidade VD é maior que o Prêmio pago na modalidade VMR.

5) No caso de indenização integral do veículo por

acidente ou roubo, como será a indenização pela

modalidade de Valor Determinado (VD) e Valor de Mercado Referenciado (VMR)?

R. Se havia cobertura para tais riscos, na

modalidade Valor Determinado, a indenização será a quantia fixada na apólice.

Se a contratação ocorreu na modalidade Valor de

Mercado Referenciado, a indenização será

determinada de acordo com o valor constante da

tabela de referência de cotação para o veículo na

data da liquidação do sinistro (data em que o valor

da indenização está disponível para o segurado),

conjugado ainda com o fator de ajuste, que é um

percentual a ser aplicado sobre essa tabela e que

deve estar definido na apólice e na proposta do seguro.

Esse fator de ajuste deverá levar em consideração

as características particulares e o estado de

conservação do veículo. A aplicação do fator de

ajuste tornará a indenização maior ( se superior a

100%) ou menor (se inferior a 100%) em relação à cotação do veículo na tabela de referência.

166

Ao segurado cabe propor o valor da Importância

Segurada do veículo (na modalidade VD) e o fator

de ajuste (na modalidade VMR). Mas a Seguradora poderá ou não aceitar a realização do seguro.

6) O que significa Indenização Integral?

R. A Indenização Integral do veículo fica

caracterizada quando os prejuízos, resultantes de

um mesmo sinistro, atingirem ou ultrapassarem o

valor apurado a partir da aplicação de determinado

percentual sobre o valor contratado. Este percentual

deverá constar das Condições Contratuais do

seguro, sendo fixado com observância dos seguintes limites máximos :

I) Na contratação de seguro de veículo na

modalidade Valor Determinado – Até 75% do valor determinado na apólice.

II) Na contratação de seguro de veículo na

modalidade Valor de Mercado Referenciado – Até

75% do valor do veículo, apurado pela aplicação do

fator de ajuste contratado, sobre o valor do veículo

segurado na tabela de referência estabelecida no contrato, em vigor na data do aviso de sinistro.

Exemplo:

1ª Hipótese – Valor Determinado

Valor Determinado na Apólice: R$ 10.000,00

Percentual contratado para caracterização de

indenização integral: 75%, que é o valor máximo possível.

167

Desse modo, qualquer sinistro com valor igual ou

superior a R$ 7.500,00 (75% de R$ 10.000,00) irá

caracterizar a indenização integral do veículo.

Se o percentual contratado fosse de 65%, qualquer

sinistro com valor igual ou superior a R$ 6.500,00

(65% de R$ 10.000,00) é que caracterizaria a indenização integral do veículo.

2ª Hipótese – Valor de Mercado Referenciado

Valor Apurado na Tabela na data de aviso do

sinistro, considerando-se o ano de fabricação, marca e modelo: R$ 10.000,00

Fator de Ajuste contratado: 1,10

Valor do Veículo: R$ 10.000,00 x (1,10) = R$ 11.000,00

Percentual contratado para caracterização de

indenização integral: 75%, que é o valor máximo possível.

Desse modo, qualquer sinistro com valor igual ou

superior a R$ 8.250,00 (75% de R$ 11.000,00) irá caracterizar a indenização integral do veículo.

Se o percentual contratado fosse de 65%, qualquer

sinistro com valor igual ou superior a R$ 7.150,00

(65% de R$ 11.000,00) é que caracterizaria a indenização integral do veículo.

7) O que é Questionário de Avaliação do Risco?

168

R. O Questionário de Avaliação do Risco é uma série

de perguntas que a seguradora faz para definir o

perfil do segurado e desta forma, poder avaliar

melhor o risco que ela irá assumir. Algumas

Seguradoras concedem descontos ou agravam

(aumentam) o valor do prêmio de seguro de acordo

com as respostas fornecidas pelo segurado. Dentre as perguntas mais comuns estão:

· Idade do principal condutor do veículo.

· Tempo de habilitação do principal condutor do veículo.

· Sexo do principal condutor do veículo.

· Região de Circulação do Veículo

· Se possui garagem ou estacionamento fechado para o veículo segurado.

· Qual a utilização do veículo (profissional, locomoção diária ou lazer).

· Se possui dispositivos de Segurança ( Rastreadores via Satélite, Bloqueadores, ...)

OBS:

No caso de perguntas subjetivas feitas no

questionário de avaliação do risco, a seguradora

não poderá negar a indenização caso o segurado preste declarações incorretas.

ATENÇÃO: Veja o que estabelece o art. 766 do Código Civil:

169

Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu

representante, fizer declarações inexatas ou omitir

circunstâncias que possam influir na aceitação da

proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.

Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas

declarações não resultar de má-fé do segurado, o

segurador terá direito a resolver o contrato, ou a

cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.

Desta forma, mentir intencionalmente no

questionário para se pagar prêmio menor poderá acarretar a perda do direito à indenização!

A seguradora poderá estabelecer como critério de

aceitação que o segurado possua algum dispositivo

de segurança. Entretanto, não poderá impor que

este seja adquirido em empresa conveniada. Porém,

poderá fornecê-lo gratuitamente ou orientar o segurado na aquisição.

8) Quais os procedimentos no caso de sinistro?.

R. O segurado deverá contatar o policial mais

próximo e solicitar que seja lavrada a ocorrência

com a emissão do respectivo Boletim de Ocorrências

(BO) ou BRAT, comunicando o sinistro, o mais breve

possível, à Seguradora. Deverá também preencher

o Aviso de Sinistro e juntar os documentos

necessários, conforme relação constante das

Condições Contratuais para a liquidação do sinistro, para ter direito à indenização.

170

9) Quais os documentos necessários para a

comprovação do sinistro? A seguradora pode exigir testemunhas?

R. A documentação básica exigida encontra-se

discriminada nas Condições Contratuais, que são entregues ao segurado pela seguradora.

Após a entrega de todos os documentos solicitados

pela seguradora, esta terá um prazo máximo de 30

dias para efetuar o pagamento da indenização. No

caso de dúvida fundada e justificável, a seguradora

poderá solicitar novos documentos, e nesta situação

a contagem de tempo será suspensa e reiniciada após a entrega dos novos documentos solicitados.

10) No caso de indenização integral do veículo, o

segurado terá direito a algum tipo de restituição de prêmio?

R. Depende. É facultado à seguradora a não

restituição do prêmio na hipótese de ter sido

estabelecido nas Condições Contratuais a concessão

de descontos no valor prêmio em função da

contratação simultânea de mais de uma cobertura.

Porém, não dispondo as Condições Contratuais

sobre o tema, o segurado tem direito de receber o

prêmio proporcionalmente ao número de dias que

faltam para se encerrar o seguro, mas somente em relação as coberturas que não foram utilizadas.

171

Exemplo:

Apólice de Automóvel contratada em 2007

Vigência: 01/01/2007 a 31/12/2007 – 12 meses

Prêmio Casco: R$ 1200,00

Prêmio RCF-V: R$ 120,00

Prêmio APP: R$ 12,00

Cancelamento: Sinistro de Roubo em 30/04/2002 (4

meses de utilização do seguro). Não utilizou as coberturas de RCF-V e APP

1ª Hipótese: Não há previsão de desconto pela

contratação de mais de uma cobertura)

Prêmio de Restituição = (120,00 + 12,00) x (8/12) = R$ 88,00

2ª Hipótese:

A seguradora concede um desconto de 10% pela

contratação simultânea de mais de uma cobertura –

nesse caso, não haverá devolução de prêmio

referente às coberturas contratadas e não utilizadas.

11) No caso de cancelamento do seguro sem que

tenha havido a indenização integral, como será a restituição do prêmio?

172

R. Primeiramente, esta rescisão deverá ter a

concordância de ambas as partes: segurado e

seguradora.

Caso a rescisão seja a pedido da seguradora, esta

reterá, do prêmio recebido, além dos emolumentos

(Custo de Apólice e IOF), a parte proporcional ao tempo decorrido.

Caso a rescisão seja a pedido do segurado, a

seguradora poderá reter, no máximo , além dos

emolumentos, o prêmio calculado de acordo com a

Tabela de Prazo Curto, constante nas Condições

Contratuais entregues ao segurado. A forma de

retenção tem de estar definida nas condições contratuais.

Exemplos:

Contrato de seguro com vigência: 01/01/2007 à 31/12/2007 (365 dias)

Prêmio Anual com emolumentos: R$ 1160,00

Emolumentos: R$ 60,00

Prêmio Líquido de emolumentos: R$1100,00

Pedido de Cancelamento: 90 dias após o início da vigência

1ª Hipótese – Cancelamento a pedido do segurado e

aceito pela seguradora, sendo previsto nas condições contratuais a retenção máxima

Valor apurado na Tabela de Prazo Curto: 90 dias - a

seguradora pode reter 40% do prêmio anual, além dos emolumentos

173

Prêmio Retido = R$ 60,00 + (R$ 1100,00 x 40%) = R$ 500,00

Valor a ser restituído ao segurado = R$1160,00 – R$500,00 = R$ 660,00

2ª Hipótese – Cancelamento a pedido da seguradora e aceito pelo segurado

Parte Proporcional do Tempo Decorrido: (90 dias / 365 dias) = 24,66%

Prêmio Retido = R$ 60,00 + (R$ 1100,00 x 24,66%) = R$ 331,26

Valor a ser restituído ao segurado = R$ 1160,00 – R$ 331,26 = R$ 828,74

12) Em que casos é vedada a aplicação de franquia?

R. Nos casos de danos causados aos veículo por

incêndio, queda de raio e/ou explosão e nos casos de indenização integral do veículo.

13) As avarias constatadas por ocasião da vistoria

podem ser deduzidas da indenização?

R. Nos casos de sinistros com indenização integral é

vedada a dedução de valores referentes às avarias previamente constatadas.

174

14) Qual o destino do veículo sinistrado com indenização integral?

R. Após o pagamento da indenização, o veículo

(salvado) passa a pertencer à seguradora, que

passa a ser responsável por ele. A seguradora

deverá observar as normas do CONTRAN com relação à circulação desses veículos.

15) Quando o seguro de Automóvel começa a ter

início?

R. As apólices, os certificados e os endossos terão

início e término às 24 (vinte e quatro) horas das datas neles indicadas, observado o que se segue:

Se não houver pagamento de prêmio quando do

protocolo da proposta: o início de vigência da

cobertura deverá coincidir com a data da aceitação

da proposta ou em data distinta, desde que

expressamente acordada entre as partes.

Se houve adiantamento para pagamento do prêmio:

o início de vigência será a partir da realização da

vistoria, exceto para veículos zero quilômetro ou

quando se tratar de renovação do seguro na mesma

sociedade seguradora. Nesses casos, o início de

vigência será a partir da data de recepção da proposta pela seguradora.

6) A Seguradora pode se recusar a fazer o seguro?

175

R. Sim. Entretanto, deverá ser especificado, na

proposta do seguro, o prazo para aceitação, bem

como qualquer procedimento para comunicação da

aceitação ou recusa da proposta, especificando os

motivos da recusa e observando-se o período

máximo de quinze dias, contado da data de

recebimento da proposta. A seguradora poderá

solicitar, porém apenas uma vez para segurado

pessoa física, documentos complementares para

melhor análise do risco. Neste caso, o prazo de

quinze dias será suspenso, voltando a correr a partir

da data em que se der a entrega da documentação solicitada.

Caso a seguradora, mesmo após a vistoria, recuse-

se a fazer o seguro dentro do prazo de 15 (quinze)

dias, os valores pagos pelo segurado deverão ser

devolvidos pela seguradora no prazo máximo de 10 (dez) dias.

A seguradora poderá deduzir do valor pago pelo

segurado, a parcela correspondente ao período em

que houve a cobertura, ou, a seu critério, poderá

devolver integralmente esse valor. Devem as condições contratuais dispor sobre esta regra.

Caso a seguradora não restitua o valor no período

de 10 (dez) dias, este deverá ser atualizado, de

acordo com as normas vigentes, além da aplicação de juros de mora.

Os principais motivos de recusa da proposta pela seguradora são:

· Veículos com parecer recusável na vistoria prévia

176

· Veículos com chassi remarcados

· Veículos com mais de 10 anos

· Veículos fora de fabricação

· Veículos com modelos especiais (ex.: carros de fibra ou modificados)

· Veículos que apresentem irregularidade de emplacamento

Não há norma que estabeleça em que casos a seguradora deve aceitar ou recusar um seguro.

17) O que são oficinas credenciadas? Quais as

vantagens oferecidas por elas?

R. Oficinas Credenciadas são uma rede de oficinas,

previamente definidas pela seguradora, que visam

conceder ao segurado alguns benefícios, como por

exemplo: desconto ou parcelamento da franquia,

atendimento diferenciado, com maior rapidez na

execução do serviço, sistema de leva-e-traz,

garantia da seguradora na qualidade dos serviços realizados.

Para a seguradora, as oficinas credenciadas

constituem fator redutor no preço de peças e mão-

de-obra, reduzindo consequentemente o custo

médio de seus sinistros, além de agilizarem o

processo de regulação/ajuste do orçamento e

liberação do veículo.

No entanto, a seguradora não pode exigir que o

segurado repare seu veículo em uma oficina

177

credenciada, podendo apenas estabelecer vantagens para tal.

18) O que é o Seguro de Responsabilidade Civil

Facultativa de Veículos (RCF-V)?

R. Este seguro visa reembolsar ao segurado a

indenização à qual esteja obrigado, judicial ou

extrajudicialmente, a pagar em conseqüência de

danos corporais e/ou materiais involuntários causados a terceiros.

Existem seguros obrigatórios, como por exemplo o

DPVAT, e desta forma o seguro de RCF-V deverá ser

contratado a 2º Risco destes seguros, isto é, só será

acionado no que exceder ao prejuízo que for coberto pelo seguro obrigatório.

Dentre eles, estão:

* Carta Verde:

Trata-se de seguro obrigatório dos veículos

brasileiros, de passeio ou aluguel, quando em

viagem aos países do Mercosul. Assim, este seguro

destina-se, respeitadas suas condições contratuais,

a indenizar diretamente ao terceiros ou reembolsar

o segurado das despesas pelas quais seja civilmente

responsável, em sentença judicial transitada em

julgado ou em acordo autorizado de modo expresso pela seguradora., abrangendo:

Danos Corporais e Materiais Causados a Terceiros

178

Pagamento de honorários de advogado de defesa do segurado, bem como custas judiciais.

* DPVAT

Este seguro tem a finalidade de amparar as vítimas

de acidentes de trânsito em todo o território

nacional, não importando de quem seja a culpa dos acidentes. Este seguro possui cobertura de:

Morte

Invalidez Permanente

Despesas de Assistência Médica e Despesas Suplementares (DAMS)

* RCTR-VI (Danos a Terceiros)

Este seguro tem a finalidade de indenizar ou

reembolsar ao segurado as quantias pelas quais

seja civilmente responsável, em sentença judicial

transitada em julgado, ou por acordo autorizado de

modo expresso pela seguradora, por eventos

ocorridos durante a vigência do seguro e relativas a:

Morte, danos pessoais e/ou materiais causados a passageiros

Morte, danos pessoais e/ou materiais causados a terceiros não transportados, à exceção da carga.

Pagamento de honorários de advogado de defesa do segurado, bem como custas judiciais.

179

19) Quais as Normas que regulam o seguro de RCF-V?

R. As Circulares SUSEP 27/84 e 106/99 estabelecem

as condições padronizadas para este seguro. No

entanto, sejam condições padronizadas ou

condições elaboradas pela própria seguradora, este

seguro tem que atender as demais disposições normativas aplicáveis a seguros de danos.

20) Quais as principais garantias oferecidas pelo seguro de RCF-V?

R. As principais garantias são:

Danos Materiais e Danos Corporais.

Outras garantias:

Danos Morais, Carga e Descarga, Contaminação

e/ou Poluição, Veículos Rebocadores, Reboques ou

Semi-Reboques desatrelados de rebocadores,

Extensão de Cobertura para Países da América do Sul, entre outras.

21) O que é o Seguro de Acidentes Pessoais de

Passageiros?

R. O objetivo deste Seguro é a indenização por

danos decorrentes de acidentes pessoais ocorridos

aos passageiros, quando transportados em veículos de uso particular ou público e destinados a este fim.

Considera-se acidente pessoal o evento com data

caracterizada, de origem externa, súbito,

involuntário e violento, causador de lesão física que,

180

por si só e independente de toda e qualquer outra

causa, tenha como conseqüência direta a morte ou

invalidez permanente total ou parcial dos

passageiros ou torne necessário o tratamento médico.

22) Quais as principais garantias oferecidas pelo

seguro de APP?

R. As principais garantias são:

Morte e Invalidez Permanente

Outras garantias

Despesas Médico Hospitalares, Extensão para os países da América do Sul, entre outras.

23) Quais as Normas que regulam o Seguro de APP?

R. São as Circulares SUSEP 302/2005 e 316/2006.

24) Como é calculada a indenização no caso de

Seguros de APP?

R. As indenizações por morte e invalidez

permanente no caso dos seguros de APP não se

acumulam. Se, depois de paga uma indenização por

invalidez permanente, verificar-se a morte do

segurado em conseqüência do mesmo acidente, da

181

indenização por morte deve ser deduzida a importância já paga por invalidez permanente.

No caso de indenizações por invalidez permanente,

estas, em geral, são calculadas de acordo com a

tabela constante na Circular SUSEP 29/91. Não

ficando abolidas por completo as funções do

membro ou órgão lesado, a indenização por perda

parcial é calculada pela aplicação, à percentagem

prevista na tabela para a perda total do órgão, do

grau de redução funcional apresentado. Nos casos

não especificados na tabela a indenização é

estabelecida tomando-se por base a diminuição

permanente da capacidade física do segurado,

independente de sua profissão. Quando do mesmo

acidente resultar invalidez de mais de um membro

ou órgão, a indenização deve ser calculada

somando-se as percentagens respectivas, cujo total não poderá exceder a 100%.

* Exemplo:

Importância Segurada Para Invalidez Permanente: R$ 10.000,00

Importância Segurada Para Morte: R$ 10.000,00

1ª Ocorrência: Fratura não consolidada do maxilar inferior

Percentagem apurada na tabela: 20%

Valor da Indenização: R$ 10.000,00 x 20% = R$ 2.000,00

2ª Ocorrência: Morte posterior do Segurado decorrente do mesmo acidente

182

Valor da Indenização: R$ 10.000,00 – R$ 2.000,00 (já recebidos) = R$ 8.000,00

PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE CAPITALIZAÇÃO

01 - O que é um título de capitalização?

02 - Qual a legislação aplicável?

03 - Quais as informações que devem constar nas

Condições Gerais de um título de capitalização?

04 - Como é feita a contratação de um título?

05 - Pode-se adquirir um título para outra pessoa?

06 - Quais os tipos de título disponíveis no mercado?

07 - Quais as modalidades dos títulos de capitalização?

08 - Prazo de Vigência é o mesmo que Prazo de

Pagamento?

09 - Como é estruturado um título de capitalização?

10 - O que representam as Cotas que compõem um título?

11 - Os valores dos pagamentos são fixos?

12 - O que acontece se houver atraso nos pagamentos?

13 - Como são realizados os sorteios?

14 - Como é formado o capital a ser resgatado?

183

15 - O título pode ser resgatado a qualquer momento?

16 - Ao se resgatar o título, ao final do prazo de vigência,

não se recebe tudo o que foi pago?

17 - O resgate é sempre inferior ao valor total que foi

pago?

18 - Aplicar em título de capitalização é o mesmo que

aplicar em poupança? Formarão, em situações

semelhantes, o mesmo capital?

19 - Os títulos que, ao final do prazo de vigência,

estabelecem capital de resgate de 100% (ou mais) em

relação aos pagamentos efetuados, além de atualização

monetária pela TR, não formarão no título de capitalização

o mesmo capital comparado com a caderneta de

poupança?

20 - Como se faz para acompanhar a evolução do capital

constituído?

21 - É vantagem adquirir um título de capitalização?

22 - O que significa o número Processo SUSEP XXXXX que

aparece no título?

23 - Como posso saber se o título que estou comprando foi

registrado na SUSEP?

24 - É a SUSEP que aprova as promoções comerciais

envolvendo títulos de capitalização onde os consumidores

ganham o direito à participação em sorteios?

184

01 - O que é um título de capitalização?

É um produto em que parte dos pagamentos

realizados pelo subscritor é usado para formar um

capital, segundo cláusulas e regras aprovadas e

mencionadas no próprio título (Condições Gerais do

Título) e que será pago em moeda corrente num prazo máximo estabelecido.

O restante dos valores dos pagamentos é usado

para custear os sorteios, quase sempre previstos

neste tipo de produto e as despesas administrativas das sociedades de capitalização.

02 - Qual a legislação aplicável?

Na esfera legal, o Decreto-lei nº 261, de 28 de

fevereiro de 1967, dispõe sobre as operações das

Sociedades de Capitalização, mencionando no seu

texto artigos do Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966.

Na esfera infra-legal, a Resolução CNSP nº 015, de

12/05/92, e alterações (Res. CNSP 23/2002 e Res.

CNSP 101/2004) estabelecem as normas

reguladoras das operações de capitalização no país

e a Circular SUSEP nº 365, de 27 de maio de 2008,

e alterações (Circular SUSEP 378/2008, Circular

SUSEP 396/2009 e Circular SUSEP 416/2010)

dispõem sobre as operações, as Condições Gerais e

185

a Nota Técnica Atuarial dos títulos de capitalização.

Também, a Circular SUSEP nº 376 dispõe sobre

operacionalização, a emissão de autorizações e a

fiscalização das operações de distribuição gratuita de prêmios mediante sorteio.

O título de capitalização só pode ser comercializado

pelas Sociedades de Capitalização devidamente autorizadas a funcionar.

03 - Quais as informações que devem constar

nas Condições Gerais de um título de capitalização?

As Condições Gerais, além de determinarem os

direitos e as obrigações do Subscritor/Titular e da

Sociedade de Capitalização, estabelecem também

todas as normas referentes ao título de capitalização.

Abaixo apresentamos vários itens que deverão

constar das Condições Gerais e entre parêntesis os

números das perguntas que se relacionam com o item apresentado, explicando-o melhor:

A) Glossário:

Definição dos termos mais importantes para a compreensão das Condições Gerais;

B) Objetivo:

Define a finalidade do título, que é a formação de

um capital (13) no prazo e condições estabelecidos nas Condições Gerais.

C) Natureza do Título:

186

Informa sobre a sua indivisibilidade em relação à

Sociedade de Capitalização, sendo facultada a

transferência de titularidade (5);

D) Início de Vigência (7):

Prazo em que se dará o início do contrato, isto é,

define a data em que a Sociedade assume a administração do título;

E) Pagamentos:

Traz informações sobre o número de pagamentos

(8, 9 e 10), a vigência (7), atraso de pagamento (11), entre outros;

F) Cancelamento dos Títulos (11): (Só nos títulos PM ou PP)

Informa as condições nas quais a Sociedade de

Capitalização poderá cancelar o título, porém ela

não poderá, em nenhum caso, se apossar do capital constituído;

G) Ordenação e Identificação de Títulos:

Informa o tamanho da série (número de títulos

emitidos numa mesma série). Em geral, quanto maior a série menor é a chance de ser sorteado;

H) Sorteios (12):

Define de que forma são realizados os sorteios e

os valores dos prêmios. Tais valores são sempre

definidos como múltiplos do último pagamento efetuado;

187

I) Resgate (13 a 18):

Informa sobre o Resgate do título de

capitalização, definindo o prazo de carência e a taxa

de juros de capitalização do título. Traz também

uma tabela que, em função do número de

pagamentos realizados, fornece o percentual em

relação à soma dos pagamentos efetuados que o

titular tem direito em caso de resgate, isto é, qual o

percentual do valor efetivamente pago a que o subscritor tem direito em caso de resgate.

J) Atualização de Valores (13 e 18):

Informa como é realizada a atualização mensal da

provisão matemática, devendo-se utilizar a taxa de

remuneração básica aplicada à caderneta de

poupança (TR). Esta taxa não inclui a taxa de juros de 0,5% ao mês aplicada à caderneta de poupança.

K) Impostos e Taxas (12):

Informa os Impostos e as taxas incidentes, ou que venham a incidir, sobre os valores do título.

L) Informações (19):

Apresenta como o titular receberá informações

sobre o seu título, acompanhando, assim, a evolução do capital constituído;

M) Foro:

Deverá prever que o foro será o do domicílio do

titular.

04 - Como é feita a contratação de um título?

188

Não existe obrigatoriedade normativa de

preenchimento e assinatura dea proposta de

subscrição para a aquisição do título. A aquisição

pode ser feita diretamente com os canais de

comercialização disponibilizados pela sociedade de capitalização.

No caso de existência de proposta, o envio (a

entrega) da proposta devidamente assinada

representa a concretização da subscrição do Título,

sendo proibida a cobrança de qualquer taxa a título

de inscrição.

É importante destacar que as Condições Gerais do

título devem estar disponíveis ao subscritor no ato

da contratação. A disponibilização das Condições

Gerais em momento posterior ao da contratação

constitui violação às normas, sendo a Sociedade, portanto, passível de penalidade.

05 - Pode-se adquirir um título para outra pessoa?

Sim, aliás, o subscritor, que é a pessoa que adquire

o título e assume o dever de efetuar os

pagamentos, pode desde que comunique por escrito

à Sociedade, a qualquer momento, e não somente

no ato da contratação, definir quem será o titular,

isto é, quem assumirá os direitos relativos ao título, tais como o resgate e o sorteio.

É claro que subscritor e titular podem ser a mesma

pessoa, isto é, a pessoa que paga o título é a que detém os direitos inerentes a ele.

189

Também é possível a cessão parcial do título, ou

seja, o subscritor pode ceder o resgate do título

para uma associação, para um clube de futebol e outros.

Quando essa cessão é feita automaticamente, isto

é, no ato da compra já está pré-definido que

ocorrerá a cessão do direito de resgate para alguma

instituição, é obrigatório que esta informação esteja

claramente disponível para o subscritor. Em outras

palavras, o subscritor tem que ser obrigatoriamente

informado de que ao comprar o título está cedendo

o direito de resgate à instituição identificada no material de comercialização.

06 - Quais os tipos de título disponíveis no mercado?

Os títulos são estruturados, quanto a sua forma de pagamento, em PM, PP e PU.

• PM

É um título que prevê um pagamento a cada mês de vigência do título.

• PP

É um título em que não há correspondência entre

o número de pagamentos e o número de meses de vigência do título.

• PU

É um título em que o pagamento é único

(realizado uma única vez), tendo sua vigência estipulada na proposta.

190

07 - Quais as modalidades dos títulos de capitalização?

• Modalidade Tradicional:

Define-se como Modalidade Tradicional o Título de

Capitalização que tem por objetivo restituir ao

titular, ao final do prazo de vigência, no mínimo, o

valor total dos pagamentos efetuados pelo

subscritor, desde que todos os pagamentos

previstos tenham sido realizados nas datas programadas.

• Modalidade Compra-Programada:

Define-se como Modalidade Compra-Programada

o Título de Capitalização em que a sociedade de

capitalização garante ao titular, ao final da vigência,

o recebimento do valor de resgate em moeda

corrente nacional, sendo disponibilizada ao titular a

faculdade de optar, se este assim desejar e sem

qualquer outro custo, pelo recebimento do bem ou

serviço referenciado na ficha de cadastro,

subsidiado por acordos comerciais celebrados com indústrias, atacadistas ou empresas comerciais.

• Modalidade Popular:

Define-se como Modalidade Popular o Título de

Capitalização que tem por objetivo propiciar a

participação do titular em sorteios, sem que haja devolução integral dos valores pagos.

191

Normalmente, esta modalidade é a utilizada quando há cessão de resgate a alguma instituição.

• Modalidade Incentivo:

Entende-se por Modalidade Incentivo o Título de

Capitalização que está vinculado a um evento

promocional de caráter comercial instituído pelo Subscritor.

O subscritor neste caso é a empresa que compra

o título e o cede total ou parcialmente (somente o

direito ao sorteio) aos clientes consumidores do produto utilizado no evento promocional.

08 - Prazo de Vigência é o mesmo que Prazo de Pagamento?

Não, Prazo de Pagamento é o período durante o

qual o Subscritor compromete-se a efetuar os

pagamentos que, em geral, são mensais e

sucessivos. Outra possibilidade, como colocada

acima, é a de o título ser de Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento Único (P.U.).

Já Prazo de Vigência é o período durante o qual o

Título de Capitalização está sendo administrado pela

Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo

ao título, em geral, atualizado monetariamente pela

TR e capitalizado pela taxa de juros informada nas

Condições Gerais. Tal período deverá ser igual ou superior ao período de pagamento.

09 - Como é estruturado um título de capitalização?

192

Os títulos de capitalização são estruturados com

prazo de vigência igual ou superior a 12 meses e

em séries cujo tamanho deve ser informado no

próprio título, sendo no mínimo de 10.000 títulos.

Por exemplo, uma série de 100.000 títulos poderá

ser adquirida por até 100.000 clientes diferentes,

que são regidos pelas mesmas condições gerais e,

se for o caso, concorrerão ao mesmo tipo de sorteio.

O título prevê pagamentos a serem realizados pelo

subscritor. Cada pagamento apresenta, em geral,

três componentes: Cota de Capitalização, Cota de sorteio e Cota de Carregamento.

10 - O que representam as Cotas que compõem um Título?

As Cotas de Capitalização representam o

percentual de cada pagamento que será destinado à

constituição do Capital, conforme definido na

pergunta nº 1. Em geral, não representam a

totalidade do pagamento, pois, como foi dito

anteriormente, há também uma parcela destinada a

custear os sorteios e outra destinada aos Carregamentos da Sociedade de Capitalização.

Este capital também é chamado de provisão matemática para resgate.

Nos títulos com Pagamento Único (PU) em que haja

sorteio, a Cota de Capitalização mínima deverá ser

70% do valor do pagamento. Porém para títulos

pertencentes às modalidades incentivo e popular

com 12 meses de vigência este percentual deverá ser, no mínimo, 50% do valor do pagamento.

193

Em resumo, temos a tabela abaixo:

PU com Sorteios

Modalidade Prazo de vigência

(meses)

Percentual mínimo destinado à

capitalização

Tradicional / Compra

Programada - 70%

Popular / Incentivo Acima de 12 70%

Popular / Incentivo 12 50%

Já nos títulos com pagamentos mensais (PM) ou

pagamentos periódicos (PP), os percentuais

destinados à formação da provisão matemática deverão respeitar os seguintes valores mínimos:

Prazo de Vigência Mês de Vigência

( meses ) 1° 2° 3° 4°

Acima de 12 10% 10% 10% 70% até o final

Porém, ainda deverão satisfazer a seguinte

condição: a média aritmética do percentual de

capitalização até o final da vigência, deverá

corresponder a, no mínimo, 70% (setenta por cento) dos pagamentos realizados.

Para finalizar cabe destacar que nos títulos em que

não haja sorteio, os percentuais destinados à

formação da provisão matemática deverão

corresponder, no mínimo, a 98% (noventa e oito por cento) de cada pagamento.

As Cotas de Sorteio tem como finalidade custear

os prêmios que são distribuídos em cada série. Por

exemplo, se numa série de 100.000 títulos com

Pagamento Único os prêmios de sorteios totalizarem

10.000 vezes o valor deste pagamento, a cota de

sorteio será de 10% (10.000/100.000), isto é, cada

194

título colabora com 10% de seu pagamento para

custear os sorteios. A cota de sorteio deverá ser

informada nas Condições Gerais do título.

As Cotas de carregamento deverão cobrir os

custos de despesas com corretagem, colocação e

administração do título de capitalização, emissão,

atendimento ao cliente, desenvolvimento de

sistemas, lucro da sociedade de capitalização e cota

de contingência, quando for o caso, conforme

definido na Nota Técnica Atuarial e nas Condições

Gerais do título. A cota de carregamento, também,

deverá ser informada nas Condições Gerais do título.

Para encerrar, daremos um exemplo. Suponha que,

num título com pagamentos mensais no valor de

R$100,00 cada um, o quarto pagamento apresente as seguintes cotas:

• Cota de Capitalização: 75%

• Cota de Sorteio: 15%

• Cota de Carregamento: 10%

Então, R$75,00 serão destinados para compor o

capital, R$15,00 serão destinados para o custeio

dos sorteios e R$10,00 serão destinados à Sociedade de Capitalização.

11 - Os valores dos pagamentos são fixos?

Nos títulos com vigência igual a 12 meses, os

pagamentos são obrigatoriamente fixos. Já nos

títulos com vigência superior, é facultada a

atualização dos pagamentos, a cada período de 12

195

meses, por aplicação de um índice oficial estabelecido no próprio título.

12 - O que acontece se houver atraso nos pagamentos?

Cada título define o procedimento em relação aos

pagamentos em atraso. Alguns estipulam multa

moratória, atualização monetária e juros para

pagamentos após a data de vencimento. Outros

somente atualização monetária e juros. Já alguns

simplesmente prorrogam a vigência em razão de

atrasos. Porém, em qualquer hipótese

anteriormente citada, os títulos que estão em atraso

são suspensos, não possuindo direito aos sorteios

durante o prazo de suspensão. Além disso, na

ocorrência de um determinado número consecutivo

(definido em cada título) de pagamentos em atraso,

o título será automaticamente cancelado. Porém,

mesmo assim, o titular terá direito ao capital

formado para resgate, após encerrado o prazo de carência.

13 - Como são realizados os sorteios?

A Sociedade de Capitalização pode utilizar-se dos

resultados de loterias oficiais para a geração dos

seus números sorteados. Caso a sociedade opte por

não utilizá-los, ou se as loterias oficiais não se

realizarem, a Sociedade de Capitalização se obriga a

realizar sorteios próprios com ampla e prévia

divulgação aos titulares, prevendo, inclusive, livre

acesso aos participantes e a presença obrigatória de auditores independentes.

196

As Condições Gerais do título devem informar o

critério de apuração dos números sorteados, além

de definir os múltiplos dos prêmios dos sorteios.

Tais múltiplos se referem ao valor do pagamento,

ou seja, se no exemplo dado na pergunta nº 10, o

prêmio do sorteio for de 40 vezes o pagamento, ao

título sorteado caberá R$4.000,00 (40 x R$100,00).

Porém, deverá ser informado se este valor é bruto

(sobre o qual incidirá imposto de renda) ou se já é líquido de imposto.

O título sorteado poderá permanecer em vigor ou

não, segundo o que estiver disposto nas condições

gerais, porém o fato de um título ser ou não

sorteado em nada alterará o seu capital para resgate.

Finalizando, um título de capitalização não

obrigatoriamente deverá prever sorteios, mas como

os prêmios do sorteio são custeados pelos próprios

títulos, em geral, quanto maiores forem os prêmios,

menores serão as cotas de capitalização, isto é,

menor será a parcela do pagamento destinada a compor o capital de resgate do título.

14 - Como é formado o capital a ser resgatado?

O capital a ser resgatado origina-se do valor que é

constituído pelo título com o decorrer do tempo a

partir dos percentuais dos pagamentos efetuados,

com base nos parâmetros estabelecidos nas

Condições Gerais. Este montante que vai sendo

formado denomina-se Provisão Matemática e é,

portanto, a base de cálculo para o valor a que o

subscritor terá direito ao efetuar o resgate do seu

197

título. Ele, mensal e obrigatoriamente, é atualizado,

em geral, pela TR, que é a mesma taxa utilizada

para atualizar as contas de caderneta de poupança,

e sofre a aplicação da taxa de juros definida nas

condições gerais, que pode inclusive ser variável,

porém limitada ao mínimo de 20% da taxa de juros

mensal aplicada à caderneta de poupança

(atualmente, então, a taxa mínima de juros seria de 0,1% ao mês).

A Sociedade de Capitalização em hipótese alguma

poderá se apossar do capital, podendo apenas

estabelecer um percentual de desconto

(penalidade), não superior a 10%, nos casos de

resgate antecipado, isto é, quando o resgate for

solicitado pelo titular antes de concluído o período

de vigência. Na hipótese de resgate o título após o

prazo de vigência, ou quando o título for sorteado,

não poderá haver aplicação de penalidade - o

capital resgatado corresponderá a 100% da provisão matemática.

15 - O título pode ser resgatado a qualquer momento?

Não, alguns títulos prevêem prazo de carência, isto

é, um período inicial em que o capital fica

indisponível ao titular. Se o titular solicitar o resgate

durante o período de carência ou se o título for

cancelado, o resgate só poderá acontecer

efetivamente (receber o dinheiro) após o

encerramento do período de carência. Conforme já

explicado acima, em casos de resgate antecipado,

faculta-se a Sociedade de Capitalização estipular uma penalidade de até 10% do capital constituído.

198

Outra possibilidade, também, é a de o título prever

Resgate Parcial, isto é, resgata-se uma parte do

capital constituído, valendo inclusive a aplicação de

penalidade limitada novamente a 10%.

O título de capitalização deverá informar nas suas

Condições Gerais, em geral na forma de uma

tabela, os percentuais do capital constituído a que o

titular terá direito em função do número de

pagamentos realizados. Vejamos abaixo um

exemplo de um título de pagamentos mensais da

modalidade popular com 12 meses de prazo de

vigência e com prazo de pagamento igual a 9 meses, sendo cada pagamento no valor de R$10,00.

PAGAMENTOS EFETUADOS % DE RESGATE SOBRE A SOMA DOS

PAGAMENTOS EFETUADOS

1 9,05%

2 27,16%

3 42,32%

4 49,99%

5 54,66%

6 57,84%

7 66,84%

8 68,83%

9 70,42%

10 (**) 70,78%

11(**) 71,13%

12(**) 71,48%

(*) Esta tabela foi elaborada considerando as seguintes cotas de capitalização: mês 1: 10% , mês 2: 50%, meses 3 a 9:

80% . Além disso, considerou-se a taxa de juros igual a 0,5% ao mês e um fator de redução (penalidade) igual a 10% até o sexto mês.

(**) 10, 11 e 12 representam na verdade apenas os meses de vigência, já que o título só prevê 09 pagamentos.

Se, por exemplo, o titular solicitar o resgate após

ter efetuado 2 pagamentos (2 x R$10,00 =

R$20,00), ele terá direito a 27,16% do valor que

pagou, resultado, então, em R$5,43 (27,16% de R$20,00).

199

Já se o titular permanecer até o final do título,

tendo, portanto, realizado 09 pagamentos (9 x

R$10,00 = R$90,00), ele terá direito a 71,48% do

que pagou, ou seja, a R$ 64,33 (71,48% de R$90,00).

Em ambos os casos acima, sobre os valores, ainda, incidirá a atualização monetária.

16 - Ao se resgatar o título, ao final do prazo

de vigência, não se recebe tudo o que foi pago?

A resposta irá variar de título para título. Nas

Modalidades Tradicional e Compra-Programada há

obrigação prevista em Norma para que o resgate

seja, no mínimo, igual ao montante pago. Cada

empresa define no seu título o percentual, em

relação aos pagamentos realizados, que será

restituído ao titular quando do resgate. O

consumidor, antes de assinar a proposta, deverá

observar nas Condições Gerais do título tabela

semelhante a que foi mostrada na pergunta

anterior, verificando, assim, o percentual a que terá direito.

Se o título fosse da modalidade tradicional e o

titular ficasse até o final do prazo de vigência, receberia, no mínimo, R$ 90,00.

17 - O resgate é sempre inferior ao valor total que foi pago?

Não, alguns títulos possuem ao final do prazo de

vigência um percentual de resgate igual ou até

mesmo superior a 100%, isto é, se fosse, por

200

exemplo, 100% significaria que o titular receberia,

ao final do prazo de vigência, tudo o que pagou,

além da atualização monetária.

18 - Aplicar em título de capitalização é o

mesmo que aplicar em poupança? Formarão, em situações semelhantes, o mesmo capital?

Título de capitalização não é a mesma coisa que

caderneta de poupança. O título de capitalização é

um produto comercializado somente pelas

Sociedades de Capitalização através de títulos que

são previamente aprovados pela SUSEP. Seu capital

de resgate será sempre inferior ao capital

constituído por aplicações idênticas na caderneta de

poupança, já que, dos pagamentos efetuados num

título, desconta-se uma parte para custear as

despesas administrativas das Sociedades de

Capitalização e, quando há sorteios, uma parcela

para custear as premiações.

19 - Os títulos que, ao final do prazo de

vigência, estabelecem capital de resgate de

100% (ou mais) em relação aos pagamentos

efetuados, além de atualização monetária pela

TR, não formarão no título de capitalização o

mesmo capital comparado com a caderneta de poupança?

Não, o capital formado na caderneta de poupança é

calculado sobre a totalidade dos depósitos e incluem

a variação da TR, além de juros de 0,5% ao mês.

No caso dos títulos de capitalização, há também

atualização monetária, em geral, pela TR e juros

mensais, mas estes não incidem sobre a totalidade

dos pagamentos. Ao prever um resgate de 100%

201

(ou mais), estes já incluem a taxa de juros nos

percentuais da tabela citada anteriormente,

restando apenas a atualização monetária. Dizer que

há atualização pela TR não significa dizer que o

capital formado será igual ao que seria constituído por meio da caderneta de poupança.

20 - Como se faz para acompanhar a evolução do capital constituído?

As Sociedades de capitalização são obrigadas a

prestar informações sempre que solicitadas pelo

subscritor. Independentemente deste fato, as

informações poderão ser disponibilizadas por meio

de mídia impressa ou eletrônica, ou ainda, por meio

de extratos. No caso de extratos, a periodicidade

máxima para sua emissão ou é de seis meses, para

títulos com Pagamentos Mensais (PM ou PP) e

vigência igual a 12 meses, ou é de um ano, se a

vigência for superior a 12 meses ou para qualquer

período de vigência se o título for de Pagamento

Único (PU). Neste caso, a periodicidade do extrato deverá estar nas condições gerais do título.

21 - É vantagem adquirir um título de capitalização?

A resposta para esta pergunta depende de cada

pessoa. O consumidor deverá avaliar as diferenças

entre o título de capitalização e a poupança, por

exemplo. O título de capitalização permite a

participação em sorteios e a obrigação de “poupar”

para não atrasar os pagamentos, uma vez que os

títulos com pagamento em atraso não concorrem

aos sorteios. Entretanto, o capital formado é inferior

se comparado ao que seria obtido com a caderneta

202

de poupança, naturalmente com os mesmos valores

e número de depósitos, pode haver prazo de

carência, os valores de depósitos estão pré-

definidos, ou seja, obriga o subscritor a efetuar o

depósito daquele valor e ainda pode haver a

aplicação de penalidade em caso de resgate

antecipado, isto é, antes de encerrado o prazo de vigência.

22 - O que significa o número Processo SUSEP XXXXX que aparece no título?

Quando a sociedade submete o material referente a

um produto para análise na SUSEP recebe um número de processo – Processo SUSEP XXXXX.

Deste modo, o número que aparece no título e no

material de comercialização é o número de

identidade do produto da empresa que está registrado na SUSEP.

23 - Como posso saber se o título que estou comprando foi registrado na SUSEP?

Basta verificar se consta o número do processo

administrativo do produto na SUSEP – esse número

deve constar obrigatoriamente nas condições gerais do título.

Todo título de capitalização, antes de começar a ser

comercializado deve, obrigatoriamente, ter seus

critérios técnicos analisados e aprovados pela SUSEP.

24 - É a SUSEP que aprova as promoções

comerciais envolvendo títulos de capitalização

203

onde os consumidores ganham o direito à participação em sorteios?

Não. A SUSEP aprova os títulos que podem ser utilizados nestas promoções.

Esta aprovação do título capitalização na Modalidade

Incentivo representa uma autorização prévia por

parte da SUSEP para sua utilização em promoções comerciais.

Quando uma empresa quer aumentar as vendas de

um determinado produto, pode fazer promoções

onde o consumidor ao adquirir aquele produto

recebe, gratuitamente, um número para participar

de um sorteio (pode receber também o título na

íntegra) e esse número está ligado a um título de capitalização, sempre da modalidade incentivo.

A SUSEP, embora não aprove cada promoção

individualmente, determina, por meio da Circular

SUSEP 376/2008, as regras que as sociedades de

capitalização devem seguir para vender estes títulos

para as empresas utilizarem nestas promoções comerciais.

204

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA

DEFINIÇÕES BÁSICAS - GLOSSÁRIO

TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS

PLANOS PADRÕES - BENEFÍCIOS DE RISCOS

PGBL- PLANO GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE

PRGP - PLANO COM REMUNERAÇÃO GARANTIDA E

PERFORMANCE

PAGP - PLANO COM ATUALIZAÇÃO GARANTIDA E

PERFORMANCE

PRSA - PLANO COM REMUNERAÇÃO GARANTIDA E

PERFORMANCE SEM ATUALIZAÇÃO

PRI - PLANO DE RENDA IMEDIATA

CONTRATAÇÃO DE PLANO

PRINCIPAIS DÚVIDAS / PERGUNTAS E RESPOSTAS

DÚVIDAS GERAIS

DÚVIDAS ESPECÍFICAS INERENTES AOS PLANOS PGBL /

PAGP / PRGP / PRSA

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA

205

DEFINIÇÕES BÁSICAS - GLOSSÁRIO

Acidente Pessoal: o evento, com data

caracterizada e perfeitamente conhecida, externo,

súbito, involuntário e violento, causador de lesão

física, que, por si só, independente de toda e

qualquer outra causa, tenha como conseqüência

direta a morte ou a invalidez total e permanente do

participante, observando-se que se inclui nesse

conceito o suicídio, ou sua tentativa, que será

equiparada, para fins de pagamento de benefício, ao acidente pessoal;

Assistido: pessoa física em gozo do benefício sob a forma de renda;

Averbadora: pessoa jurídica que propõe a

contratação de plano coletivo, ficando investida de

poderes de representação, exclusivamente para contratá-lo com a EAPC, sem participar do custeio;

Base de cálculo da performance financeira: a

diferença, ao final do último dia útil do mês, entre a

parcela do patrimônio líquido do FIE correspondente

à provisão matemática de benefícios a conceder (no

período de diferimento) ou benefícios concedidos

(no período de pagamento de benefício), conforme

o caso, e o valor da remuneração pela gestão financeira acumulado do mês;

206

Beneficiários: as pessoas indicadas na proposta de

inscrição ou em documento específico, para receber

o pagamento relativo ao benefício contratado, no

caso dos planos cujo evento gerador do benefício

seja a morte do participante, ou o próprio

participante no caso dos planos cujo evento gerador

seja a sobrevivência ou a invalidez. Caso esteja

previsto em regulamento e, a estrutura técnica do

plano o permita, a provisão matemática de

benefícios a conceder será disponibilizada aos

beneficiários em caso de óbito do participante durante o período de diferimento;

Benefício: o pagamento que os beneficiários

recebem em função da ocorrência do evento gerador durante o período de cobertura;

Benefício Definido: a modalidade de plano

segundo a qual o valor do benefício contratado é

previamente estabelecido na proposta de inscrição;

Benefício Prolongado: interrupção definitiva do

pagamento das contribuições, mantendo-se o

direito à percepção, de forma temporária, do mesmo valor do benefício originalmente contratado;

Carregamento: o percentual incidente sobre as

contribuições pagas pelo participante, para fazer

face às despesas administrativas, ás de corretagem e às de colocação do Plano.

O percentual máximo de carregamento

permitido pela legislação vigente é de 10%

para os planos estruturados na modalidade de

contribuição variável e de 30% para aqueles

207

estruturados na modalidade de benefício definido.

Certificado de Participante: o documento emitido

pela EAPC que caracteriza a aceitação do interessado no plano subscrito;

Cobertura de Risco: a que garante o pagamento

de benefício aos beneficiários indicados, em caso de

morte do participante, ou ao próprio participante, no caso da sua invalidez total e permanente;

Cobertura por Sobrevivência: a que garante o

pagamento de benefício pela sobrevivência do participante ao período de diferimento contratado;

Comunicabilidade: instituto que, na forma

regulamentada, permite a utilização de recursos da

provisão matemática de benefícios a conceder,

referente à cobertura por sobrevivência, para o

custeio de cobertura (ou coberturas) de risco,

inclusive valor de impostos e do carregamento, quando for o caso;

Consignante: pessoa jurídica responsável,

exclusivamente, pela efetivação de descontos em

folha de pagamento, em favor da EAPC, correspondentes às contribuições dos participantes;

Contrato: instrumento jurídico que tem por

objetivo estabelecer as condições particulares da

contratação do plano coletivo e fixar os direitos e as

obrigações entre averbadora/instituidora, EAPC e participantes;

Contribuição: o valor pago à EAPC para o custeio do plano contratado;

208

Critério de Atualização: os contratos firmados a

partir de 01/01/1997 terão os valores de benefício e

contribuição atualizados anualmente de acordo

com um dos índices de preços previstos na Circular

SUSEP nº 11/96 e Circular SUSEP nº 255/2004 –

IGP-M/FGV; IGP-DI/FGV; INPC/IBGE;

IPCA/IBGE; IPC/FGV e IPC/FIPE, previamente pactuados na contratação do plano.

Para os contratos firmados antes desta data o índice

utilizado era a TR (taxa referencial aplicada às

cadernetas de poupança), sendo sua periodicidade prevista em contrato.

Data de Registro: a data de recebimento, pela

EAPC, da proposta de inscrição do interessado em participar do plano;

Doenças, Lesões e Sequelas Preexistentes: são

aquelas que o participante ou seu responsável saiba

ser portador ou sofredor na data da assinatura da proposta de inscrição;

EAPC:é a Entidade Aberta de Previdência

Complementar ou Sociedade Seguradora autorizada

a instituir planos de previdência complementar aberta;

Evento Gerador: a morte, a invalidez total e

permanente ou a sobrevivência do participante ocorrida durante o período de cobertura do plano;

Excedente Financeiro: o valor positivo

correspondente, ao final do último dia útil do mês, à

diferença entre o valor da base de cálculo da

performance financeira e o saldo da provisão

209

matemática de benefícios a conceder (no período de

diferimento) ou benefícios concedidos (no período

de pagamento de benefício), conforme o caso;

Extratos para fins de Repactuação: tratando-se

de benefício por sobrevivência (aposentadoria),

estruturados na modalidade de benefício definido,

contratado após 01/01/1997, a Entidade

enviará anualmente ao participanteextrato para

fins de repactuação das contribuições, no prazo

máximo de 60 dias, a contar da data de aniversário

do plano.

Entende-se, neste caso, por repactuação o

reajuste efetuado na contribuição necessário à recomposição do benefício inicialmente contratado.

Extratos Previdenciários: ao participante

receberá, no máximo, anualmente extrato do

plano previdenciário, contendo, no mínimo, o valor

dos benefícios contratados e/ou o saldo atualizado

de sua provisão matemática de benefícios a conceder, se for o caso.

Independente da emissão do extrato, a

Entidade deverá prestar informações sempre

que solicitadas pelo participante e/ou beneficiários.

FIE: fundo de investimento especialmente

constituído ou o fundo de investimento em quotas

de fundos de investimento especialmente

constituídos, cujos únicos quotistas sejam, direta ou

indiretamente, sociedades seguradoras e entidades

abertas de previdência complementar, cuja carteira

seja composta em conformidade com as diretrizes

210

estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional

(CMN) na regulamentação que disciplina a aplicação

dos recursos das reservas, das provisões e dos

fundos das sociedades seguradoras, das sociedades

de capitalização e das entidades abertas de

previdência complementar, bem como a aceitação

dos ativos correspondentes como garantidores dos respectivos recursos;

Indexador: o índice contratado para atualização

monetária dos valores relativos ao plano, na forma

estabelecida por este regulamento;

Início de Vigência do Plano: a data de aceitação da proposta de inscrição pela EAPC;

Instituidora: pessoa jurídica que propõe a

contratação de plano coletivo, ficando investida de

poderes de representação, exclusivamente para

contratá-lo com a EAPC, e que participa, total ou parcialmente, do custeio;

Invalidez Total e Permanente: aquela para a

qual não se pode esperar recuperação ou

reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação;

Limite de Comercialização: valor máximo

estabelecido pela EAPC para cada cobertura assumida/oferecida;

Nota Técnica Atuarial: o documento que contém a

descrição e as bases técnicas do plano a que se refere o respectivo regulamento;

Participante: a pessoa física que contrata o plano;

211

Período de Carência: ao período de tempo,

contado a partir do início de vigência do plano,

durante o qual, na ocorrência do evento gerador, os

beneficiários não terão direito ao recebimento do benefício.

O período de carência para os Benefícios de

Risco (Pecúlio, Pensão e Invalidez), desde que

previsto em regulamento, deverá ser de no máximo

24 meses, a contar da data de início de vigência do

plano, durante o qual não é devido o pagamento do

benefício.

EM CASO DE MORTE OU INVALIDEZ

ACIDENTAL NÃO HÁ CARÊNCIA PARA PAGAMENTO DO BENEFÍCIO.

O pagamento do benefício por MORTE

ACIDENTAL, quando decorrente de suicídio ou sua

tentativa, somente será devido caso ocorra após o

prazo de 24 meses, a contar da data de início de vigência do plano.

Período de Cobertura: o prazo durante o qual na

ocorrência do evento gerador os beneficiários ou assistidos farão jus ao benefício contratado;

Plano: o conjunto de direitos e obrigações,

conforme descrito no regulamento e na respectiva Nota Técnica Atuarial (NTA);

Plano Conjugado: aquele que, no momento da

contratação, preveja cobertura por sobrevivência e

cobertura (ou coberturas) de risco, com o instituto

da comunicabilidade, respeitadas a regulamentação

212

específica e as demais normas complementares a serem editadas pela SUSEP;

Portabilidade: instituto que, durante o período de

diferimento, e na forma regulamentada, permite a

movimentação de recursos da provisão matemática de benefícios a conceder;

Prazo de diferimento: período de tempo

compreendido entre a data da contratação do plano

pelo participante e a data escolhida por ele para o

início da concessão do benefício, podendo coincidir com o prazo de pagamento das contribuições;

Proponente: o interessado em contratar a

cobertura, no caso de contratação individual ou

aderir ao contrato, no caso de contratação sob a forma coletiva;

Proposta de Inscrição: o documento mediante o

qual o interessado expressa a intenção de aderir ao

plano, concordando com as condições estabelecidas

no regulamento e no contrato, no caso dos planos coletivos.

Deverá ser preenchida e assinada pelo participante,

sendo disponibilizada uma cópia ao mesmo observando-se que nela deverão constar:

os valores dos benefícios contratados e suas

respectivas contribuições (planos na

modalidade BENEFÍCIO DEFINIDO); período de carência, quando houver; índice e periodicidade de atualização das

contribuições e/ou benefícios; percentual de carregamento;

213

número do processo SUSEP de aprovação do plano.

Provisão Matemática de Benefícios a

Conceder: corresponde aos compromissos da EAPC

para com os seus participantes dos respectivos

planos, relativamente aos benefícios a conceder por

rendas e pecúlios sob o regime financeiro de capitalização;

Provisão Matemática de Benefícios

Concedidos: constituída pela EAPC, a partir da

ocorrência do evento gerador, destinada a garantir o pagamento ao beneficiário da renda contratada;

Regime Financeiro de Capitalização: a estrutura

técnica em que as contribuições são determinadas

de modo a gerar receitas capazes de, capitalizadas

durante o período de cobertura, produzir montantes

equivalentes aos valores atuais dos benefícios a

serem pagos aos beneficiários no respectivo período;

Regime Financeiro de Repartição de Capitais

de Cobertura: a estrutura técnica em que as

contribuições pagas por todos os participantes do

plano, em um determinado período, deverão ser

suficientes para constituir as provisões matemáticas

de benefícios concedidos, decorrentes dos eventos ocorridos neste período;

Regime Financeiro de Repartição Simples: a

estrutura técnica em que as contribuições pagas por

todos os participantes do plano, em um

determinado período, deverão ser suficientes para

214

pagar os benefícios decorrentes dos eventos ocorridos nesse período.

A tabela abaixo apresenta, de forma resumida, o

regime financeiro aplicável para cada tipo de benefício existente:

REGIMES FINANCEIROS

BENEFÍCIOS REPARTIÇÃO

SIMPLES

REPARTIÇÃO DE

CAPITAIS DE

COBERTURA

CAPITALIZAÇÃO

Pecúlio por Morte SIM NÃO SIM

Pecúlio por Invalidez SIM NÃO SIM

Renda de Aposentadoria NÃO NÃO SIM

Renda de Pensão NÃO SIM SIM

Renda por Invalidez NÃO SIM SIM

Regulamento: o instrumento jurídico que disciplina

os direitos e as obrigações da EAPC, do participante

e dos beneficiários, bem como as características

gerais do Plano, sendo obrigatoriamente entregue

ao participante no ato da inscrição, como parte integrante da proposta de inscrição.

É IMPORTANTE QUE O PARTICIPANTE LEIA

ATENTAMENTE O REGULAMENTO DO PLANO E

A PROPOSTA DE INSCRIÇÃO, tomando ciência

dos benefícios oferecidos no plano, suas principais

características, e das cláusulas restritivas de direito,

que deverão vir sempre em destaque no

Regulamento, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Remuneração pela gestão financeira: o

resultado da aplicação do percentual de gestão

financeira sobre o valor da parcela do patrimônio

215

líquido do FIE correspondente à Provisão Matemática de Benefícios;

Renda: o benefício representado por uma série de pagamentos mensais ao beneficiário;

Resgate: a restituição ao participante do montante

acumulado na provisão matemática de benefícios a conceder relativa ao seu benefício.

O Resgate é obrigatório nos planos de benefício por

sobrevivência (aposentadoria), sendo concedido ao

participante que desistir do plano, no valor

correspondente ao montante acumulado em sua

provisão matemática de benefícios a conceder. Nos

demais planos, deverá ser observado o contrato (regulamento).

OS PLANOS ESTRUTURADOS NO REGIME

FINANCEIRO DE REPARTIÇÃO, DEVIDO A

NATUREZA DO REGIME, NÃO PERMITEM

CONCESSÃO DE RESGATE, DE SALDAMENTO OU

DEVOLUÇÃO DE QUAISQUER CONTRIBUIÇÕES

PAGAS, UMA VEZ QUE CADA CONTRIBUIÇÃO É

DESTINADA A CUSTEAR O RISCO DE PAGAMENTO DE BENEFÍCIO NO PERÍODO.

PARA PLANOS DE BENEFÍCIO POR SOBREVIVÊNCIA

(APOSENTADORIA) COM CAPITALIZAÇÃO

FINANCEIRA DURANTE O PERÍODO DE

DIFERIMENTO, NO CASO DE MORTE DO

PARTICIPANTE, SERÁ DEVIDO O RESGATE AOS BENEFICIÁRIOS INDICADOS.

Saldamento: a interrupção definitiva do

pagamento das contribuições ao plano, mantendo-

216

se o direito à percepção proporcional do benefício originalmente contratado;

Transferência: a movimentação, na forma

regulamentada, de plano ou conjunto de planos de

previdência complementar aberta em

comercialização ou com comercialização

interrompida, incluindo os titulares e assistidos,

quando for o caso, assim como as reservas,

provisões e fundos, os ativos garantidores

correspondentes, representados em moeda corrente

nacional ou nas modalidades previstas na regulamentação;

Valores Garantidos: são os valores

correspondentes ao resgate, ao saldamento e ao benefício prolongado;

Vesting: conjunto de cláusulas, constante do

Contrato entre a EAPC e a instituidora, que o

participante, tendo expresso e prévio conhecimento,

é obrigado a cumprir para que lhe possam ser

oferecidos e postos a sua disposição os recursos da

provisão (ou provisões) decorrente das contribuições pagas pela instituidora.

TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS

Os planos previdenciários podem ser contratados de

forma individual ou coletiva (averbados ou

instituídos); e podem oferecer, juntos ou

separadamente, os seguintes tipos básicos de benefício:

217

RENDA POR SOBREVIVÊNCIA: renda a ser

paga ao participante do plano que sobreviver

ao prazo de diferimento contratado, geralmente

denominada de aposentadoria. RENDA POR INVALIDEZ: renda a ser paga ao

participante em decorrência de sua invalidez

total e permanente ocorrida durante o período

de cobertura e depois de cumprido o período de

carência estabelecido no plano. PENSÃO POR MORTE: renda a ser paga ao(s)

beneficiário(s) indicado(s) na proposta de

inscrição em decorrência da morte do

participante ocorrida durante o período de

cobertura e depois de cumprido o período de

carência estabelecido no plano. PECÚLIO POR MORTE: importância em

dinheiro, pagável de uma só vez ao(s)

beneficiário(s) indicado(s) na proposta de

inscrição, em decorrência da morte do

participante ocorrida durante o período de

cobertura e depois de cumprido o período de

carência estabelecido no plano. PECÚLIO POR INVALIDEZ: importância em

dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio

participante, em decorrência de sua invalidez

total e permanente ocorrida durante o período

de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

A SUSEP e as Entidades criaram os seguintes planos

padrões que atualmente são comercializados pelo

mercado de previdência complementar aberta (para

acessar os planos padrões consultar nesta home

page o tópico MERCADO).

218

TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS

PLANOS PADRÕES - BENEFÍCIOS DE RISCOS

São os planos que podem oferecer os seguintes

tipos de benefícios: Pecúlio por Morte, Pecúlio por Invalidez, Pensão por Morte e Renda por Invalidez.

TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS

PGBL - PLANO GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE

Os planos denominados (sob a sigla) PGBL, durante

o período de diferimento, terão como critério de

remuneração da provisão matemática de benefícios

a conceder, a rentabilidade da carteira de

investimentos do FIE instituído para o plano, ou

seja, DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO NÃO HÁ GARANTIA DE REMUNERAÇÃO MÍNIMA.

O Plano PGBL poderá ter sua carteira de

investimentos estruturada sob as seguintes

MODALIDADES: SOBERANO, RENDA FIXA OU COMPOSTO (ver definições básicas).

O objetivo do plano é a concessão de benefícios de

previdência aberta complementar (não confundir

com fundos de investimento de mercado

financeiro). A proposta de inscrição indicará a data

de concessão de benefícios escolhida pelo participante.

219

O valor do benefício será calculado em função da

provisão matemática de benefícios a conceder na

data da concessão do benefício e do tipo de

benefício contratado, de acordo com os fatores de renda apresentados na proposta de inscrição.

PGBL - PLANOS PADRÕES

PLANOS PADRÕES PGBL APROVADOS PELA SUSEP ANTES DE 26/08/2002

O participante contratará um dos seguintes tipos de renda mensal:

RENDA MENSAL VITALÍCIA: consiste em

uma renda paga vitalícia e exclusivamente ao

participante a partir da data de concessão do

benefício. O benefício cessa com o falecimento

do participante. RENDA MENSAL TEMPORÁRIA: consiste em

uma renda paga temporária e exclusivamente

ao participante. O benefício cessa com o

falecimento do participante ou o fim da

temporariedade contratada, o que ocorrer

primeiro. RENDA MENSAL VITALÍCIA COM PRAZO

MÍNIMO GARANTIDO: consiste em uma

renda paga vitaliciamente ao participante a

partir da data da concessão do benefício, sendo garantida aos beneficiários da seguinte forma:

No momento da inscrição, o participante

escolherá um prazo mínimo de garantia que será indicado na proposta de inscrição.

220

O prazo mínimo da garantia é contado a partir

da data do início do recebimento do benefício

pelo participante.

Se durante o período de percepção do benefício

ocorrer o falecimento do participante, antes de

ter completado o prazo mínimo de garantia

escolhido, o benefício será pago aos

beneficiários conforme os percentuais indicados

na proposta de inscrição, pelo período restante do prazo mínimo de garantia.

No caso de falecimento do participante, após o

prazo mínimo garantido escolhido, o benefício

ficará automaticamente cancelado sem que seja

devida qualquer devolução, indenização ou

compensação de qualquer espécie ou natureza aos beneficiários.

No caso de um dos beneficiários falecer antes

de ter sido completado o prazo mínimo de

garantia, o valor da renda será rateado entre os

beneficiários remanescentes até o vencimento do prazo mínimo garantido.

Não havendo qualquer beneficiário

remanescente, a renda será paga aos

sucessores legítimos do participante, pelo prazo restante da garantia.

RENDA MENSAL VITALÍCIA REVERSÍVEL

AO BENEFICIÁRIO INDICADO: consiste em

uma renda paga vitaliciamente ao participante

a partir da data de concessão do benefício escolhida.

221

Ocorrendo o falecimento do participante,

durante a percepção desta renda, o percentual

do seu valor estabelecido na proposta de

inscrição será revertido vitaliciamente ao beneficiário indicado.

Na hipótese de falecimento do beneficiário,

antes do participante e durante o período de

percepção da renda, a reversibilidade do

benefício estará extinta sem direito a

compensações ou devoluções dos valores

pagos.

No caso do beneficiário falecer, após já ter iniciado o recebimento da renda, o benefício estará extinto.

PGBL - PLANOS PADRÕES

PLANOS PADRÕES PGBL APROVADOS PELA SUSEP APÓS 26/08/2002

Além das modalidades de Rendas mencionadas no item anterior, teremos:

RENDA MENSAL VITALÍCIA REVERSÍVEL

AO CÔNJUGE COM CONTINUIDADE AOS

MENORES: consiste em uma renda paga

vitaliciamente ao participante a partir da data de concessão do benefício escolhida.

Ocorrendo o falecimento do participante,

durante a percepção desta renda, o percentual

do seu valor estabelecido na proposta de

inscrição será revertido vitaliciamente ao

222

cônjuge e na falta deste, reversível

temporariamente ao(s) menor(es) até que

complete(m) a idade para maioridade (18, 21

ou 24) estabelecida no regulamento e conforme o percentual de reversão estabelecido.

PGBL - PLANOS PADRÕES

PLANOS PADRÕES PGBL (MODALIDADE

INDIVIDUAL) APROVADOS PELA SUSEP APÓS

02/2008 E PARA OS PLANOS COLETIVOS APROVADOS APÓS 01/2009

Além das modalidades de Rendas mencionadas no item anterior, teremos:

PAGAMENTO ÚNICO: No primeiro dia útil

seguinte à data prevista para o término do

período de diferimento, será concedido ao

participante benefício sob a forma de

pagamento único, calculado com base no saldo

de provisão matemática de benefícios a

conceder verificado ao término daquele período. RENDA MENSAL POR PRAZO

CERTO: consiste em uma renda mensal a ser

paga por um prazo pré-estabelecido ao participante/assistido.

Na proposta de inscrição, o participante indicará o

prazo máximo, em meses, contado a partir da data

de concessão do benefício, em que será efetuado o pagamento da renda.

Se, durante o período de pagamento do benefício,

ocorrer o falecimento do participante/assistido antes

223

da conclusão do prazo indicado, o benefício será

pago ao beneficiário (ou beneficiários), na

proporção de rateio estabelecida, pelo período restante do prazo determinado.

O PAGAMENTO DA RENDA CESSARÁ COM O TÉRMINO DO PRAZO ESTABELECIDO.

Na hipótese de um dos beneficiários falecer, a parte

a ele destinada será paga aos sucessores legítimos, observada a legislação vigente.

Na falta de beneficiário nomeado, a renda será paga

aos sucessores legítimos do participante-assistido, observada a legislação vigente.

Não havendo beneficiário nomeado ou, ainda, em

caso de falecimento de beneficiário, a renda será

provisionada mensalmente, durante o decorrer do

restante do prazo determinado, sendo o saldo

corrigido pelo índice de atualização de valores

previsto no regulamento do plano contratado, até

que identificados os sucessores legítimos a quem

deverão ser pagos o saldo provisionado e, se for o caso, os remanescentes pagamentos mensais.

TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS

PRGP - PLANO COM REMUNERAÇÃO GARANTIDA E PERFORMANCE

Os planos denominados (sob a

sigla) PRGP garantirão, durante o período de

diferimento, remuneração dos recursos da provisão

matemática de benefícios a conceder, POR TAXA DE

JUROS EFETIVA ANUAL E ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO

224

DE VALORES, os quais deverão estar previstos em seu regulamento.

DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO, HAVERÁ

APURAÇÃO DE RESULTADOS FINANCEIROS. O

PERCENTUAL DE REVERSÃO DE RESULTADOS

FINANCEIROS ESTARÁ PREVISTO NO REGULAMENTO.

A apuração de resultados financeiros à época de

concessão do benefício é facultativa, podendo ser

utilizado o mesmo FIE do período de diferimento. O

percentual de reversão de resultados financeiros estará previsto no regulamento.

O objetivo do plano é a concessão de benefícios de

previdência complementar aberta (não confundir

com fundos de investimento de mercado

financeiro). A proposta de inscrição indicará a data

de concessão de benefícios escolhida pelo participante.

O valor do benefício será calculado em função da

provisão matemática de benefícios a conceder na

data da concessão do benefício e do tipo de

benefício contratado, de acordo com os fatores de renda apresentados na proposta de inscrição.

TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS

PAGP - PLANO COM ATUALIZAÇÃO GARANTIDA

E PERFORMANCE

Os planos denominados (sob a sigla) PAGP

garantirão, durante o período de diferimento,

atualização dos recursos da provisão matemática de

benefícios a conceder, POR ÍNDICE DE

225

ATUALIZAÇÃO DE VALORES, o qual estará previsto em Regulamento.

DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO, HAVERÁ

APURAÇÃO DE RESULTADOS FINANCEIROS. O

PERCENTUAL DE REVERSÃO DE RESULTADOS

FINANCEIROS ESTARÁ PREVISTO EM REGULAMENTO.

A apuração de resultados financeiros à época de

concessão do benefício é facultativa, podendo ser

utilizado o mesmo FIE do período de diferimento. O

percentual de reversão de resultados financeiros estará previsto em regulamento.

O objetivo do plano é a concessão de benefícios de

previdência complementar aberta (não confundir

com fundos de investimento de mercado

financeiro). A proposta de inscrição indicará a data

de concessão de benefícios escolhida pelo participante.

O valor do benefício será calculado em função da

provisão matemática de benefícios a conceder na

data da concessão do benefício e do tipo de

benefício contratado, de acordo com os fatores de renda apresentados na proposta de inscrição.

TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS

PRSA - PLANO COM REMUNERAÇÃO

GARANTIDA E PERFORMANCE SEM ATUALIZAÇÃO

Os planos denominados (sob a sigla) PRSA

garantirão, durante o período de diferimento,

remuneração dos recursos da provisão matemática

226

de benefícios a conceder, POR ÍNDICE DE JUROS, o qual estará previsto em Regulamento.

DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO, HAVERÁ

APURAÇÃO DE RESULTADOS FINANCEIROS. O

PERCENTUAL DE REVERSÃO DE RESULTADOS

FINANCEIROS ESTARÁ PREVISTO EM

REGULAMENTO E NÃO PODERÁ SER INFERIOR A 95%.

A apuração de resultados financeiros à época de

concessão do benefício é facultativa, podendo ser

utilizado o mesmo FIE do período de diferimento. O

percentual de reversão de resultados financeiros estará previsto em regulamento.

O objetivo do plano é a concessão de benefícios de

previdência complementar aberta (não confundir

com fundos de investimento de mercado

financeiro). A proposta de inscrição indicará a data

de concessão de benefícios escolhida pelo participante.

O valor do benefício será calculado em função da

provisão matemática de benefícios a conceder na

data da concessão do benefício e do tipo de

benefício contratado, de acordo com os fatores de renda apresentados na proposta de inscrição.

TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS

PRI - PLANO DE RENDA IMEDIATA

Os planos denominados (sob a sigla) PRI garantirão,

mediante contribuição única, o pagamento de

benefício por sobrevivência sob a forma de renda imediata.

227

A apuração de resultados financeiros é facultativa.

O percentual de reversão de resultados financeiros

estará previsto em regulamento.

O objetivo do plano é a concessão de benefícios de

previdência complementar aberta (não confundir

com fundos de investimento de mercado

financeiro). O valor do benefício será calculado em

função da contribuição única na data de subscrição

do plano e do tipo de benefício contratado, de

acordo com os fatores de renda apresentados na

proposta de inscrição.

CONTRATAÇÃO DE PLANO

DICAS SOBRE COMO ESCOLHER O MELHOR PLANO:

Preliminarmente, o consumidor terá que ter em

mente o tipo de cobertura que deseja contratar, ou

seja, cobertura por morte, invalidez ou

sobrevivência. Para identificar qual o tipo de

plano/benefício que se deseja contratar convém

proceder uma leitura atenta nos TIPOS DE PLANOS / BENEFÍCIOS.

Assim sendo, teremos em função da modalidade de plano contratado as seguintes recomendações:

Planos de Risco (Pecúlio por Morte, Pecúlio por

Invalidez, Pensão por Morte e Renda por

Invalidez)

* Deverão ser observados no regulamento: o

período de carência para o benefício; quais são as

coberturas oferecidas e se estas possuem seus

valores iniciais de benefício e contribuição

228

discriminados na proposta de inscrição. Compare

também o percentual de carregamento utilizado,

que deverá constar da proposta de inscrição, além

do índice de atualização de benefícios e

contribuição, bem como sobre sua periodicidade de

aplicação. Importante, antes de efetuar a compra

de seu plano, faça um comparativo de custos do

mercado considerando os produtos com as mesmas coberturas.

Quando da assinatura da proposta de inscrição,

preencha de próprio punho a declaração pessoal de

saúde com respostas corretas e completas, pois isto

poderá acarretar na negativa de seu benefício caso

haja alguma declaração falsa. É ESSENCIAL A

LEITURA ATENTA DE TODO O REGULAMENTO E DA PROPOSTA DE INSCRIÇÃO.

Planos de Aposentadoria / PGBL – Plano

Gerador de Benefícios Livre

* Deverão ser observados os parâmetros a serem adotados no plano, em especial:

Durante o período de pagamento das contribuições

(período de diferimento): a Rentabilidade do FIE e o carregamento.

Durante a fase de pagamento dos benefícios: a

tábua biométrica, a taxa de juros, se o plano

oferece ou não reversão de excedentes financeiros e qual o percentual de reversão adotado.

É ESSENCIAL A LEITURA ATENTA DE TODO O REGULAMENTO E DA PROPOSTA DE INSCRIÇÃO.

229

Planos de Aposentadoria / PRGP – Plano com Remuneração Garantida e Performance

* Deverão ser observados os parâmetros a serem adotados no plano, em especial:

Durante o período de pagamento das contribuições

(período de diferimento): a taxa de juros, a tábua

biométrica (se for o caso), o indexador, o

carregamento, o percentual de reversão financeira e a rentabilidade do FIE.

Durante a fase de pagamento dos benefícios: a

tábua biométrica, o indexador, a taxa de juros, se o

plano oferece ou não reversão de excedentes financeiros e qual o percentual de reversão adotado.

É ESSENCIAL A LEITURA ATENTA DE TODO O REGULAMENTO E DA PROPOSTA DE INSCRIÇÃO.

Planos de Aposentadoria / PAGP – Plano com Atualização Garantida e Performance

* Deverão ser observados os parâmetros a serem adotados no plano, em especial:

Durante o período de pagamento das contribuições

(período de diferimento): a tábua biométrica (se for

o caso), o indexador, o carregamento, o percentual de reversão financeira e a rentabilidade do FIE.

Durante a fase de pagamento dos benefícios: a

tábua biométrica, o indexador, a taxa de juros, se o

plano oferece ou não reversão de excedentes financeiros e qual o percentual de reversão adotado.

230

É ESSENCIAL A LEITURA ATENTA DE TODO O REGULAMENTO E DA PROPOSTA DE INSCRIÇÃO.

Planos de Aposentadoria / PRSA – Plano com

Remuneração Garantida e Performance sem Atualização

* Deverão ser observados os parâmetros a serem adotados no plano, em especial:

Durante o período de pagamento das contribuições

(período de diferimento): a taxa de juros, o

carregamento, o percentual de reversão financeira e a rentabilidade do FIE.

Durante a fase de pagamento dos benefícios: a

tábua biométrica, o indexador, a taxa de juros, se o

plano oferece ou não reversão de excedentes financeiros e qual o percentual de reversão adotado.

É ESSENCIAL A LEITURA ATENTA DE TODO O REGULAMENTO E DA PROPOSTA DE INSCRIÇÃO.

Planos de Aposentadoria / PRI – Plano de Renda Imediata

* Deverão ser observados os parâmetros a serem adotados no plano, em especial:

Durante a fase de pagamento dos benefícios: a

tábua biométrica, o indexador, a taxa de juros, se o

plano oferece ou não reversão de excedentes financeiros e qual o percentual de reversão adotado.

É ESSENCIAL A LEITURA ATENTA DE TODO O REGULAMENTO E DA PROPOSTA DE INSCRIÇÃO.

231

PRINCÍPAIS DÚVIDAS / PERGUNTAS E RESPOSTAS

DÚVIDAS GERAIS

* Minha contribuição aumentou

excessivamente no mês anterior. Este procedimento é correto?

R. Nos planos de previdência complementar aberta

é prevista cláusula de atualização monetária, sendo

o indexador e a periodicidade previstos no

regulamento. Além da atualização, no regulamento

dos planos por idade ou faixa etária contratados

está previsto o reajuste técnico em decorrência da

mudança da idade (planos de pecúlio, pensão e

invalidez estruturados no regime financeiro de

repartição). Para os planos de renda por

sobrevivência estruturados na modalidade de

benefício definido, o aumento da contribuição acima

do indexador previsto no plano será em decorrência

da repactuação (consultar a definição de extratos para fins de repactuação).

* Todos os planos de previdência complementar aberta dão direito ao Resgate?

R. Não. Se o plano for estruturado no regime

financeiro de repartição (maior parte dos planos de

pecúlio, pensão e invalidez), não há o direito ao

resgate. Entretanto, se o plano for estruturado no

regime financeiro de capitalização, o resgate será

devido ,obrigatoriamente, nos planos de renda por

sobrevivência (aposentadoria) e, desde que previsto

no regulamento, será devido nos planos de pecúlio, pensão e invalidez.

232

Concluindo:

BENEFÍCIOS REPARTIÇÃO SIMPLES REPARTIÇÃO DE CAPITAIS DE COBERTURA CAPITALIZAÇÃO

Direito a Resgate? Direito a Resgate? Direito a Resgate?

Pecúlio por Morte NÃO NÃO EXISTE FACULTATIVO

Pecúlio por Invalidez NÃO NÃO EXISTE FACULTATIVO

Renda de Aposentadoria NÃO EXISTE NÃO EXISTE OBRIGATÓRIO

Renda de Pensão NÃO EXISTE NÃO FACULTATIVO

Renda por Invalidez NÃO EXISTE NÃO FACULTATIVO

FACULTATIVO => consultar o regulamento do

plano contratado.

* Resgatei um valor inferior a soma de minhas contribuições. O cálculo está correto?

R. O valor de resgate corresponde ao montante da

provisão matemática de benefícios a conceder que,

no caso dos planos de renda por sobrevivência

(aposentadoria), é calculada com base

nas contribuições puras destinadas ao referido

benefício (descontado o carregamento) acrescida de

capitalização financeira ou atuarial e atualização monetária conforme previstos no plano.

Nos planos de risco (pecúlio, pensão e invalidez), o

resgate não corresponde à devolução das

contribuições puras já que uma parte desta contribuição é destinada a cobrir o risco.

O participante deve ter o conhecimento da

contribuição paga para cada tipo de benefício

contratado, bem como do percentual de

carregamento (informado na proposta de inscrição,

no certificado de participante e no regulamento).

* Sou beneficiário de um plano de previdência

complementar aberta e a Entidade negou o

pagamento de benefício por inadimplência no

233

pagamento das contribuições. Tenho direito a algo?

R. No caso dos planos individuais ou coletivos

instituídos, o não pagamento das contribuições pelo

participante ou instituidora, respectivamente, até o

vencimento acordado acarretará a automática

suspensão da cobertura, ficando a Entidade isenta

de qualquer obrigação decorrente de evento

gerador ocorrido durante o período de suspensão.

Já no caso da pessoa jurídica (consignante /

averbadora) ser responsável pelo repasse das

contribuições à Entidade e deixar de fazê-lo não

constituirá motivo para o cancelamento do contrato,

uma vez que não caracteriza o não pagamento por

parte do participante, ficando a pessoa jurídica sujeita às cominações legais.

Vale lembrar que, desde que previsto no

regulamento do plano contratado, o participante

terá direito ao resgate da provisão matemática de

benefícios a conceder constituída pelas contribuições efetivamente pagas.

* Solicitei a portabilidade de minha provisão

matemática de benefícios a conceder para

outra Entidade. Quando será efetivada esta portabilidade?

R. A portabilidade se dará mediante solicitação do

participante, devidamente registrada na Entidade, informando:

O plano previdenciário, quando da mesma

Entidade; ou

234

O plano previdenciário e respectiva Entidade,

quando a portabilidade for para outra Entidade; Respectivo valor ou percentual do saldo da

provisão matemática de benefícios a conceder; Respectivas datas.

A Entidade cedente dos recursos deverá efetivar a

portabilidade até o quarto (quinto - para planos

aprovados a partir de 30/01/2007) dia útil

subsequente às respectivas datas determinadas pelo participante.

OS RECURSOS FINANCEIROS SERÃO PORTADOS

DIRETAMENTE ENTRE AS ENTIDADES, FICANDO

VEDADO QUE TRANSITEM, SOB QUALQUER FORMA, PELO PARTICIPANTE.

O participante deverá receber documento fornecido pela Entidade:

cedente dos recursos, no prazo máximo de sete

dias úteis a contar da respectiva data

determinada pelo participante para a

portabilidade, atestando a data de sua

efetivação, o respectivo valor e a Entidade

cessionária. cessionária dos recursos, no prazo máximo de

sete dias úteis a contar das respectivas datas

de recepção dos recursos, atestando a data de recebimento, o respectivo valor e o plano.

* É certa a negativa do pagamento do benefício por uma doença pré-existente?

R. Se o participante omitir uma doença que saiba

ser portador antes da contratação do plano de

235

previdência e não tenha mencionado na proposta de

inscrição ou na declaração pessoal de saúde

fornecida à Entidade, esta poderá negar o

pagamento do benefício contratado sem a

devolução das contribuições já pagas, conforme

estabelece o art. 766 do Código Civil Brasileiro (Lei n.º 10.406/2002).

* O que é um plano bloqueado?

R. Alguns planos foram bloqueados à

comercialização por serem inadaptáveis às diretrizes

constantes da Lei nº 6435/77. O bloqueio dos

planos resultou, no entanto, no distanciamento

entre os valores dos benefícios e das contribuições e

a realidade econômica do país em virtude de não

existir nesses planos uma correção monetária com

base nos indexadores vigentes, ou quando existia, a

periodicidade de atualização não acompanhava o

crescimento inflacionário. Para estes planos não

existe nenhuma norma que os regulamente,

valendo o contrato (regulamento) subscrito à época.

Em muitos casos os valores de contribuição e benefício não possuem mais expressão monetária.

* Quais os planos de previdência

complementar aberta que posso utilizar para

redução da base de cálculo do meu imposto de

Renda?

R. Os planos de renda por sobrevivência, de pensão

por morte e de renda por invalidez, mas lembre-se

que a dedução das contribuições relativas ao

respectivo exercício está limitada a 12% de sua renda bruta anual.

236

* Qual o tempo máximo para pagamento do

benefício de um plano de previdência

complementar aberta?

R. Trinta dias, após o recebimento de todos os

documentos solicitados pela Entidade (geralmente

previstos no regulamento do plano) para a regulação do benefício.

* Como é feito o reajuste das rendas após serem concedidas?

R. Para os contratos firmados após 01/01/1997, o

reajuste é calculado anualmente de acordo com o

indexador estabelecido no regulamento, acrescido

da diferença proveniente da atualização mensal da

provisão matemática de benefícios concedidos e

anual dos benefícios. Para os contratos firmados

antes de 01/01/1997, vale o previsto no regulamento do plano aprovado pela SUSEP.

* A SUSEP pode obrigar uma entidade a efetuar o pagamento do benefício?

R. A SUSEP detém, entre outras, a atribuição para

fiscalizar as Entidades Abertas de Previdência

Complementar, as Sociedades Seguradoras e as

Sociedades de Capitalização autorizadas a operar,

podendo aplicar penalidade às empresas que se

encontram sob o seu poder de polícia. Entretanto,

não possui poderes para determinar pagamento de

benefícios decorrente de planos de previdência

firmados por empresas fiscalizadas, detendo, assim,

a atribuição para instaurar o procedimento

administrativo, cujo fim poderá redundar na

aplicação da penalidade cabível, conforme o caso

237

em questão. DESSA FORMA, SOMENTE A JUSTIÇA

POSSUI COMPETÊNCIA PARA

DETERMINAR/OBRIGAR O PAGAMENTO DE

CONTRATOS DAS EMPRESAS FISCALIZADAS PELA SUSEP.

* O que é tábua biométrica?

R. É o instrumento que mede a duração da vida

humana (também conhecida como tábua de

mortalidade) ou a probabilidade de entrada em

invalidez (pode ser de dois tipos: tábua de entrada

em invalidez e tábua mortalidade de inválidos) e é

um parâmetro utilizado para tarifar os planos de previdência complementar aberta.

* Incide Imposto de Renda no resgate de Planos de Previdência Aberta Complementar?

R. Incide na fonte sobre o valor total do resgate.

É facultativo aos participantes que ingressarem a

partir de 1º de janeiro de 2005, em planos de

aposentadoria estruturados na modalidade

contribuição variável, a opção por regime de

tributação no qual os valores pagos aos próprios

participantes ou aos assistidos, a título de benefícios

ou resgates de valores acumulados, sujeitam-se à

incidência de imposto de renda na fonte às alíquotas

de 35% a 10% de acordo com os prazos de

acumulação dos recursos. A referida opção também

é facultada aos participantes que ingressaram no

plano até 1º de janeiro de 2005, devendo o

participante ter formalizado à respectiva entidade até o dia 1º de julho de 2005.

238

(Lei nº 11.053/2004 - Alterada pela Lei nº 11.196,

de 21 de novembro de 2005; IN SRF 497 -

Revogada pela IN SRF nº 588, de 21 de dezembro

de 2005; IN SRF 524 - Alterada pela IN Conjunta

SRF, SPC e SUSEP nº 589, de 21 de dezembro de 2005)

* Incide Imposto de Renda no benefício de aposentadoria?

R. Incide sobre quaisquer benefícios pagáveis sob a

forma de renda, bem como os resgates, desde que

estes ultrapassem o teto máximo definido pela

Receita Federal (consultar legislação da Receita

Federal para saber sobre as alíquotas e o teto máximo).

* Quais parâmetros e condições devo observar

quando da contratação de um Plano de Risco

(Pecúlio por Morte, Pecúlio por Invalidez, Pensão por Morte e Renda por Invalidez)?

R. Devem ser observados no regulamento: o

período de carência para benefício; as coberturas

oferecidas e se estas possuem seus valores iniciais

de benefício e de contribuição discriminados na

proposta de inscrição. Compare também o

percentual de carregamento utilizado, que deverá

constar da proposta de inscrição, além do índice de

atualização de benefícios e de contribuição, bem

como sobre sua periodicidade de aplicação.

Importante, antes de efetuar a compra de seu plano, faça um comparativo de custos do mercado.

Quando da assinatura da proposta de inscrição,

preencha de próprio punho a declaração pessoal de

239

saúde com respostas corretas e completas, pois isto

poderá acarretar na negativa de seu benefício caso

haja alguma declaração falsa (ver comentário acima a respeito da negativa de pagamento).

* Os benefícios devidos pela Entidade são atualizados até a data do efetivo pagamento?

R. Nos planos de benefícios de risco (Pecúlio,

Pensão e Invalidez), os regulamentos dos planos

deverão estabelecer o critério que será adotado

para a atualização das obrigações pecuniárias,

conforme Resolução CNSP Nº 103/2004 e Circular

SUSEP Nº 255/2004. Desta forma, para os

contratos firmados a partir de 01/10/2004, existem os seguintes critérios:

A EAPC poderá adotar o critério de atualização

monetária a partir da data de exigibilidade da

obrigação pecuniária até a data de seu efetivo

pagamento, somente na hipótese de não

cumprimento do prazo para o pagamento da

respectiva obrigação pecuniária de 30 dias, contados a partir da data da habilitação.

Neste caso, os benefícios vencidos desde a data da

ocorrência do evento gerador até a data do efetivo

pagamento, não serão atualizados na hipótese da EAPC cumprir o prazo de 30 dias.

Considerando o disposto acima, é importante que o

assistido agilize sua habilitação ao benefício junto à

EAPC, apresentando os documentos necessários

imediatamente após a ocorrência do evento gerador (morte ou invalidez do participante).

240

A EAPC poderá adotar o critério de atualização

monetária a partir da data de exigibilidade da

obrigação pecuniária até a data de seu efetivo pagamento.

Neste caso, os benefícios devidos e não pagos serão

atualizados monetariamente da data de seu

vencimento até a data do efetivo pagamento pelo índice estabelecido no plano.

Considerando o disposto no parágrafo anterior, a

atualização será efetuada com base na variação

apurada entre o último índice publicado antes da

data de cada vencimento da renda e aquele

publicado imediatamente anterior à data de sua

efetiva liquidação, estando ainda sujeito à aplicação

de mora e/ou multa conforme previsto no regulamento do plano.

DÚVIDAS ESPECÍFICAS INERENTES AOS PLANOS PGBL / PAGP / PRGP / PRSA

* Há alguma garantia de remuneração na fase

de pagamento das contribuições (período de diferimento) do Plano PGBL?

R. Não existe garantia de remuneração durante o

período de pagamento das contribuições, podendo

até mesmo a rentabilidade ser negativa,

diferentemente do Plano PRGP, que garante taxa de

juros e atualização monetária; do plano PAGP, que

garante somente atualização monetária e do plano PRSA, que garante somente taxa de juros.

* Qual a diferença existente entre os planos PGBL, PAGP, PRGP e PRSA?

241

R.

a) O plano PGBL, durante o período de diferimento,

terá como critério de remuneração da provisão

matemática de benefícios a conceder, a

rentabilidade da carteira de investimentos do FIE

instituído para o plano, ou seja, DURANTE O

PERÍODO DE DIFERIMENTO NÃO HÁ GARANTIA DE REMUNERAÇÃO MÍNIMA.

O plano PGBL poderá ter sua carteira de

investimentos estruturada sob as seguintes

MODALIDADES: SOBERANO, RENDA FIXA OU COMPOSTO.

b) O plano denominado PRGP garante, durante o

período de diferimento, remuneração dos recursos

da provisão matemática de benefícios a

conceder POR TAXA DE JUROS EFETIVA ANUAL

E ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO DE VALORES, os quais estão previstos nos respectivos regulamentos.

Durante o período de diferimento, haverá apuração

de resultados financeiros. O percentual de reversão

de resultados financeiros também consta do regulamento.

c) O plano denominado PAGP garante, durante o

período de diferimento, atualização dos recursos da

provisão matemática de benefícios a conceder POR

ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO DE VALORES, o qual está previsto nos respectivos regulamentos.

Durante o período de diferimento, haverá apuração

de resultados financeiros. O percentual de reversão

242

de resultados financeiros também consta do regulamento.

A diferença básica entre o PRGP e o PAGP é que o

PAGP não garante remuneração dos recursos da

provisão matemática de benefícios a conceder POR TAXA DE JUROS EFETIVA ANUAL.

d) O plano denominado PRSA garante, durante o

período de diferimento, atualização dos recursos da

provisão matemática de benefícios a conceder POR

TAXA DE JUROS EFETIVA ANUAL, a qual está prevista nos respectivos regulamentos.

Durante o período de diferimento, haverá apuração

de resultados financeiros. O percentual de reversão

de resultados financeiros também consta do regulamento e deverá ser de no mínimo 95%.

A diferença básica entre o PRGP e o PRSA é que o

PRSA não garante remuneração dos recursos da

provisão matemática de benefícios a conceder POR ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO DE VALORES.

* Posso descontar as contribuições que efetuo

para estes planos da base de cálculo do Imposto de Renda?

R. Sim, mas o valor total descontado, relativo às

contribuições do respectivo exercício, deverá

corresponder, no máximo, a 12% de sua renda

bruta anual.

* Há alguma garantia nestes planos na fase de pagamento de benefício?

243

R. Sim, atualização monetária e taxa de juros, a

qual pode variar de 0 a 6%, de acordo com o

regulamento.

* Há repasse de excedentes na fase de pagamento de benefício?

R. Pode haver, desde que previsto em Regulamento.

Lembre-se, caso o plano preveja a reversão dos

resultados financeiros, a EAPC deverá informar o

fundo no qual está aplicada sua provisão matemática de benefícios concedidos.

* Quais encargos estão atrelados ao plano?

R.

– Carregamento (máximo de 10%), o qual pode

ser cobrado quando do pagamento das contribuições e/ou das portabilidades e resgates;

– Percentual de gestão financeira, incidente

sobre o patrimônio líquido do fundo no qual está aplicada sua provisão;

(obs.: Para planos comercializados a partir de 1º de janeiro de 2006 este percentual é de 0%)

– Encargo de saída, aplicado sobre os resgates,

sendo o percentual máximo determinado pela SUSEP.

(obs.: Para planos aprovados a partir de 30 de

janeiro de 2007 e propostas subscritas a partir de

1º de julho de 2007, de planos aprovados antes de 30/01/2007, este percentual é de 0%)

244

* Como posso receber meu benefício de aposentadoria?

R. Poderá ser sob a forma de pagamento único ou

sob a forma de renda, conforme modalidades de pagamento de benefício previstas em Regulamento.

* Quais tipos de renda posso escolher?

R. Desde que previstas no regulamento,

poderão ser as seguintes, dentre outras: renda

mensal por prazo certo, renda mensal vitalícia,

renda mensal temporária, renda mensal vitalícia

com prazo mínimo garantido, renda mensal vitalícia

reversível ao beneficiário indicado e renda mensal

vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores.

* Quais os tipos de aplicação existentes para o PGBL?

R.

– Plano do Tipo Soberano – Títulos de emissão

do Tesouro Nacional e/ou do BACEN e créditos securitizados do Tesouro Nacional.

– Plano do Tipo de Renda Fixa – A mesma

aplicação do plano soberano mais investimentos de renda fixa.

– Plano do Tipo Composto – Demais

modalidades, limitando os investimentos em renda variável a 49% do patrimônio líquido do FIE.

Verificar as modalidades oferecidas por cada Entidade.

245

* Qual a carência para portabilidade e resgate? Posso efetuá-los de forma parcial?

R. Para o resgate total, o prazo de carência estará

compreendido entre 60 (sessenta) dias e 24 (vinte e

quatro) meses, de acordo com o estabelecido no

Regulamento. Para os resgates parciais, o prazo de

carência estará compreendido entre 60 (sessenta)

dias e 6 (seis) meses, de acordo com o estabelecido no regulamento.

A portabilidade será pela totalidade dos recursos e o

prazo máximo de carência será de 60 (sessenta) dias, de acordo com o estabelecido no regulamento.

* Qual o tempo máximo para efetivação da portabilidade para outra Entidade?

R. A portabilidade se dará mediante solicitação do

participante, devidamente registrada na Entidade, informando:

O plano previdenciário, quando da mesma

Entidade; ou O plano previdenciário e a respectiva Entidade,

quando a portabilidade for para outra Entidade; O respectivo valor ou percentual do saldo da

provisão matemática de benefícios a conceder; Respectivas datas.

A Entidade cedente dos recursos deverá efetivar a

portabilidade até o quarto (quinto - para planos

aprovados a partir de 30/01/2007) dia útil

subsequente às respectivas datas determinadas pelo participante.

246

Os recursos financeiros serão portados diretamente

entre as Entidades, ficando vedado que transitem,

sob qualquer forma, pelo participante.

O participante deverá receber documento fornecido pela Entidade:

cedente dos recursos, no prazo máximo de sete

dias úteis, a contar da respectiva data

determinada pelo participante para a

portabilidade, atestando a data de sua

efetivação, o respectivo valor e a Entidade

cessionária. cessionária dos recursos, no prazo máximo de

sete dias úteis, a contar das respectivas datas

de recepção dos recursos, atestando a data de recebimento, o respectivo valor e o plano.

* Quais os principais parâmetros que devo observar para a contratação de um PGBL?

R. Durante o período de pagamento das

contribuições deverá ser observada a rentabilidade

do FIE e o carregamento. Durante a fase de

pagamento dos benefícios deverá ser observada a

tábua biométrica, a taxa de juros e, quando

previsto, o percentual de reversão de excedentes financeiros adotados no plano.

* É possível a portabilidade entre planos do

tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre)?

R. Não, a portabilidade só é permitida entre planos

do mesmo segmento, isto é, entre planos de

247

previdência complementar aberta ou entre planos de seguro de vida com cobertura por sobrevivência.

* É possível a portabilidade entre pessoas diferentes?

R. Não, segundo o inciso II do parágrafo 2º do art.

27 da Lei Complementar Nº 109/2001, é vedada a

transferência (portabilidade) de recursos entre participantes.

* O que são Tábuas biométricas BR-EMSsb e BR-EMSmt e as demais?

R. As referidas tábuas foram desenvolvidas a partir

da experiência do mercado segurador brasileiro e

serão atualizadas a cada 5 (cinco) anos de forma a

refletir a realidade de sobrevivência (sb) ou de

mortalidade (mt) da população feminina e

masculina à época da concessão do benefício

contratado. As primeiras tábuas biométricas BR-

EMS tiveram início de vigência em 1º de abril de

2010 e terão como final de vigência a data de 31 de março de 2015.

* O que diferencia um Plano PGBL que tem

como parâmetro a tábua biométrica BR-EMSsb dos demais PGBL’s?

R. O valor do benefício pago sob a forma da renda

será calculado pela aplicação, sobre o saldo da

Provisão Matemática de Benefícios a Conceder, de

Fator de Cálculo do Benefício, que considerará taxa

de juros efetiva anual e a tábua biométrica BR-

EMSsb na sua versão vigente na data de

encerramento do período de diferimento, pois

248

se trata de tábua com atualização a cada 5 (cinco) anos.

* Meu plano utiliza a tábua biométrica BR-

EMSsb no cálculo do benefício. Pode ocorrer

variação do valor do benefício entre o período

de solicitação da aposentadoria e a data do efetivo início do recebimento da renda?

R. Sim. Isto pode ocorrer se, no intervalo entre o

recebimento do último extrato encaminhado pela

entidade e o efetivo recebimento da primeira renda,

houver divulgação de nova versão da tábua BR-

EMSsb, em função do término do prazo de vigência de utilização da mesma.

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA - CIRCULAR SUSEP Nº 320/2006

A referida Circular não estabelece limites para a

taxa de juros a ser adotada na assistência

financeira. Desta forma, não se pode antever que as

entidades de previdência complementar aberta ou

sociedades seguradoras irão adotar taxas mais

baixas ou mais altas que as aplicadas pelo mercado

financeiro. Contudo, em função da necessidade de

preservação da carteira de segurados e

participantes, bem como considerando o nível das

garantias oferecidas para os empréstimos (vínculos

às reservas por sobrevivência), é possível que de fato haja uma diferença entre as taxas praticadas.

ESCLARECIMENTOS GERAIS:

Essa Circular se aplica às seguintes operadoras -

Sociedades Seguradoras e Entidades Abertas de

249

Previdência Complementar com e sem fins

lucrativos. Vale lembrar que a Resolução CNSP Nº

11/80, que tratava da matéria exclusivamente para

as Entidades Abertas de Previdência Complementar

Sem Fins Lucrativos, já havia sido revogada

tacitamente com a revogação da Lei Nº 6.435/77 pela Lei Complementar Nº 109/2001.

A assistência financeira poderá ser oferecida pelas operadoras aos:

PARTICIPANTES DE PLANOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA:

cujo evento gerador do benefício seja a morte

ou invalidez do próprio participante. Incluem-se

nessa modalidade os planos de pecúlio por

morte, pensão por morte, pecúlio por invalidez

ou renda por invalidez; cujo evento gerador do benefício seja a

sobrevivência do participante ao período de

diferimento e que possuam estrutura

puramente financeira nesse período. Incluem-

se nessa modalidade, entre outros, os Planos

PGBL’s, PAGP’s – com estrutura financeira no

período de diferimento, PRGP’s – com estrutura financeira no período de diferimento e PRSA’s.

SEGURADOS DE PLANOS DE SEGURO DE VIDA:

cujo evento gerador da indenização seja a

morte ou invalidez do próprio segurado. cujo evento gerador da indenização seja a

sobrevivência do segurado ao período de

diferimento e possuam estrutura puramente

financeira nesse período. Incluem-se nessa

250

modalidade, os Planos VGBL’s, VAGP’s – com

estrutura financeira no período de diferimento,

VRGP’s – com estrutura financeira no período de diferimento e VRSA’s.

As operadoras não poderão conceder assistência

financeira com recursos das provisões matemáticas,

reservas técnicas ou fundos. A assistência deverá

ser oferecida através da utilização de recursos livres da própria Companhia.

A Circular não limita a taxa de juros, devendo a

mesma constar do contrato formalizado com o titular (participante ou segurado).

Em relação à assistência financeira, para o

pagamento das contraprestações, não quitadas nas

respectivas datas de vencimento, ou para a

quitação do saldo devedor, as EAPC´s deverão

adotar os procedimentos de resgate automático

conforme estabelecem os artigos 6º e 7º da referida

Circular. Vale lembrar que este dispositivo se aplica

exclusivamente aos planos de previdência

complementar aberta que possuam estrutura

puramente financeira no período de diferimento e

cujo respectivo evento gerador do benefício seja a sobrevivência do titular ao período de diferimento.

Para os contratos de assistência financeira em

planos de previdência ou de seguro, cujo evento

gerador do benefício ou indenização seja a morte ou

a invalidez do titular, deverão ser estabelecidos

prazos de amortização limitados a trinta e seis

meses, salvo quando ocorrer redução da capacidade

de pagamento do titular devidamente comprovada perante a EAPC ou a Sociedade Seguradora.

251

As contraprestações da assistência financeira

decorrentes desses contratos deverão ser

consignadas por meio de códigos específicos na

folha de pagamentos, de modo que fiquem

segregados os débitos correspondentes ao

pagamento das contribuições ou prêmios dos planos de previdência e seguro, por morte ou invalidez.

A partir de 02/07/2011, durante o período de

vigência da assistência financeira, a EAPC ou a sociedade seguradora:

deverão fornecer a cada segurado/participante,

pelo menos anualmente, informação sobre o

saldo devedor atualizado, bem como

informação sobre os procedimentos a serem

observados pelo mesmo, caso deseje liquidar

antecipadamente o valor da dívida assumida no

contrato de assistência financeira. sempre que solicitado, a EAPC ou a sociedade

seguradora fornecerão ou colocarão a

disposição do segurado/participante a

informação de que trata o parágrafo anterior,

ou quaisquer outras relacionadas ao contrato

de assistência financeira, no prazo máximo de

10 (dez) dias a partir da data de seu protocolo

junto à EAPC ou à sociedade seguradora. no caso de liquidação antecipada do contrato de

assistência financeira pelo

segurado/participante, devem ser observados

obrigatoriamente pela EAPC ou pela sociedade

seguradora os seguintes procedimentos:

a. o documento de cobrança gerado pela

EAPC ou pela sociedade seguradora deverá

apresentar data de vencimento com pelo

252

menos 10 (dez) dias de antecedência,

contado da data de sua postagem, ou de

pelo menos 5 (cinco) dias, contado da data

de sua efetiva entrega ao

segurado/participante, nos casos de

recebimento do documento de cobrança

nas instalações ou representações da

própria EAPC ou sociedade seguradora; e

b. é vedado à EAPC ou à sociedade

seguradora solicitar quaisquer outros

documentos do segurado/participante, que

não àqueles relacionados à sua identificação.