segurança, meio ambiente e saúde

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e-Tec rede . . Brasil Segurança, Meio Ambiente e Saúde Jorge Creso Demetrio São Luís - MA 2013

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Apostila de Segurança, Meio Ambiente e Saúde

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Page 1: Segurança, meio ambiente e saúde

e-Tecrede.

.Brasil

Segurança, Meio Ambiente e Saúde

Jorge Creso Demetrio

São Luís - MA2013

São Luís - MA

Page 2: Segurança, meio ambiente e saúde

Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação a Distância

Ficha catalográfica

Demetrio, Jorge Creso.

Segurança, meio ambiente e saúde / Jorge Creso Demetrio. – São Luís: UemaNet, 2013.

65 p.

Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (Rede e-Tec Brasil).

1. Segurança no trabalho. 2. Meio Ambiente. 3. Acidente. 4. Riscos. I.Título

CDU: 614.8

© Universidade Estadual do MaranhãoEste caderno foi elaborado pela Universidade Estadual do Maranhão por meio do Núcleo de Tecnologias para Educação - UemaNet, para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (Rede e-Tec Brasil).

Coordenadora de Tecnologias EducacionaisProfa. Maria de Fátima Serra Rios

Coordenador de Design InstrucionalProf. Mauro Enrique Carozzo Todaro

Professor-autorJorge Creso Demetrio

Responsável pela Produção de Material Didático UemaNetCristiane Costa Peixoto

Designer EducacionalDiogo Antonio Azoubel Oliveira

RevisãoAne Beatriz DuailibeLucirene Ferreira Lopes

DiagramaçãoJosimar de Jesus Costa AlmeidaLuis Macartney Serejo dos SantosTonho Lemos Martins

DesignerAerton OliveiraAnnik AzevedoHelayny FariasRômulo Santos Coelho

Reitor da UEMAProf. José Augusto Silva Oliveira

Vice-reitor da UEMAProf. Gustavo Pereira da Costa

Diretora do Centro de Ciências Agrárias - CCAProfa. Francisca Neide Costa

Coordenador Geral do UemaNetProf. Dr. Antonio Roberto Coelho Serra

Coordenadora Geral do e-Tec/UemaNetProfa. Eliza Flora Muniz Araújo

Coordenador do Curso Técnico em Rede de ComputadoresProf. Msc. Lúcio Flávio de Albuquerque Campos

Page 3: Segurança, meio ambiente e saúde

Apresentação e-Tec Brasil

Prezado estudante,

Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Rede e-Tec Brasil, instituída pelo

Decreto nº 7.589/2011, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na

modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação,

por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escolas

técnicas estaduais e federais.

A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade

regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de

qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes,

geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.

A Rede e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a

periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são

ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em

escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.

O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e

professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio

e educação técnica –, é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas

também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar,

esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!

Desejamos sucesso na sua formação profissional!

Ministério da Educação

Nosso contato

[email protected]

Page 4: Segurança, meio ambiente e saúde
Page 5: Segurança, meio ambiente e saúde

Indicação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.

Atividade de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto.

Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, filmes, músicas, sites, programas de TV.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

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Page 7: Segurança, meio ambiente e saúde

Sumário

Palavra do professor-autor ........................................................................................ 09

Apresentação da disciplina ........................................................................................ 11

Projeto instrucional ....................................................................................................... 13

Aula 1 - Segurança no trabalho ................................................................................ 15

1.1 A saúde do trabalhador ................................................................................... 16

1.2 Acidente no ambiente de trabalho .............................................................. 19

1.2.1 Definição de acidente de trabalho ............................................................... 21

1.2.2 Atividades insalubres e atividades perigosas .......................................... 21

1.3 Órgãos de segurança e saúde do trabalhador nas empresas ............. 23

1.3.1 SESMET ................................................................................................................... 24

1.3.2 CIPA .......................................................................................................................... 25

1.3.3 Exames e atestados médicos .......................................................................... 26

1.3.4 Doenças ocupacionais ...................................................................................... 27

1.4 Equipamentos de proteção individual ........................................................ 29

Referências ............................................................................................................ 31

Aula 2 - Legislação e normas regulamentadoras ............................................. 33

2.1 Constituição Federal .......................................................................................... 33

2.2 Decreto-Lei nº 5.452/43 .................................................................................... 34

2.3 Lei complementar nº 123/06 .......................................................................... 35

2.4 Normas regulamentadoras ............................................................................. 35

Referências ............................................................................................................ 43

Page 8: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 3 - Primeiros socorros ......................................................................................... 45

3.1 Definição ............................................................................................................... 45

3.2 Principais acidentes .......................................................................................... 46

3.2.1 Insolação ............................................................................................................... 46

3.2.2 Entorse ................................................................................................................... 47

3.2.3 Fratura .................................................................................................................... 47

3.2.4 Ferimentos ............................................................................................................ 49

3.2.5 Hemorragias ......................................................................................................... 50

3.2.6 Choque Elétrico .................................................................................................. 51

3.2.7 Queimaduras ....................................................................................................... 52

3.2.8 Parada Cardíaca e Respiratória ...................................................................... 52

3.3 Transporte de acidentados ............................................................................. 54

3.4 Como evitar acidentes ..................................................................................... 55

Referências ........................................................................................................... 56

Aula 4 - Gerenciamento ambiental ........................................................................ 57

4.1 O ambiente de trabalho .................................................................................. 57

4.2 Fatores de influência sobre o ambiente de trabalho ............................ 58

4.3 Riscos ambientais .............................................................................................. 58

4.4 Mapeamento de riscos ambientais ............................................................. 60

4.5 Programa de prevenção de riscos ambientais (ppra) ............................ 62

Referências ........................................................................................................... 64

Currículo resumido do professor-autor ................................................ 65

Page 9: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 9

Palavra do professor-autor

Caro estudante,

Você esta iniciando uma nova disciplina oferecida na modalidade a distância pela parceria entre a Universidade Estadual do Maranhão e o sistema Escola Técnica Aberta do Brasil. Certamente, esta nova etapa que se inicia trará transformações favoráveis advindas do seu processo de qualificação.

A crescente industrialização do Estado do Maranhão torna essencial a busca por profissionais qualificados para que possam fazer frente ao novo modelo de mercado globalizado que se impõe com a modernização do País.

A saúde e a segurança do trabalhador são hoje consideradas pontos estratégicos em uma empresa, pois o afastamento temporário ou definitivo do empregado é um entrave para a competitividade da empresa. Além disso, em tempos de lucros reduzidos e da busca por maior produtividade, os passivos trabalhistas são vistos como impedimentos para o crescimento das empresas que desejam inserir-se no mercado mundial.

Por isso, é importante que uma empresa possua condições para evitar cenários desfavoráveis. Para tanto, contar com pessoas que tenham conhecimentos para prevenir danos ocupacionais é fundamental para empregadores que têm compromisso com a estabilidade do processo produtivo da sua empresa. O que torna o conhecimento de segurança no trabalho um diferencial para garantir a maior empregabilidade dos alunos deste curso.

Assim, convido você a conhecer e explorar ao máximo os conteúdos disponíveis no material desta disciplina, aproveitando as videoaulas e sítios indicados, para fazer parte do grupo de pessoas que vão atuar de forma a fazer com que o ambiente do trabalhador maranhense esteja de acordo com os padrões de segurança estabelecidos pela legislação brasileira.

Agora é com você!

Sucesso!

Professor Jorge Creso Demetrio

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Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 11

Apresentação da disciplina

Caro estudante,

A disciplina Segurança, Meio Ambiente e Saúde vai permitir o entendimento

dos diversos conceitos que norteiam a busca por um ambiente de trabalho

seguro, mostrando a legislação que ampara as exigências para que a empresa

adote os procedimentos pré-definidos com vistas a evitar danos temporários

ou definitivos à saúde do trabalhador.

Outro aspecto abordado nesta disciplina é o gerenciamento do ambiente de

trabalho, com a possibilidade de identificação de riscos ambientais a serem

mapeados, propiciando ao estudante conhecimento para aplicar medidas de

caráter preventivo a atividades perigosas ou insalubres ao trabalho.

Partindo do material disponibilizado e dos sítios que complementam a

disciplina, vamos buscar os conhecimentos que nos permitam empreender

ações para evitar acidentes no trabalho, tornando você um trabalhador

essencial a sua empresa.

Agora, vamos explorar este material e promover as melhorias necessárias no

ambiente de trabalho!

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Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 13

Projeto Instrucional

Disciplina: Segurança, Meio Ambiente e Saúde

Carga horária: 30 horas

Ementa: Segurança no trabalho. Legislação e normas regulamentadoras.

Primeiros socorros. Gerenciamento ambiental.

AuLA OBjETIvOS DE APrEnDIzAGEM MATErIAISCArGA hOrárIA

(hOrAS)

Aula 1 - Segurança no Trabalho

Citar e contextualizar conceitos, definições, leis e normas para se alcançar a segurança no ambiente de trabalho;Identificar as situações em que o acidente pode ser considerado um acidente de trabalho;Justificar a importância dos órgãos de segurança e saúde do trabalhador nas empresas.

Caderno impresso;Sala virtual no Moodle;No polo: Computadores com editor de textos e acesso à Internet.

10 hs

Aula 2 - Legislação e Normas Regulamentadoras

Diferenciar os conceitos, normas e leis que buscam garantir um ambiente de trabalho seguro;

Comparar a função e o funcionamento dos órgãos de prevenção de acidentes;

Identificar as Normas Regulamentadoras de segurança das diversas atividades exercidas pelos trabalhadores, de acordo com as condições do ambiente de trabalho.

Caderno impresso;Sala virtual no Moodle;No polo: Computadores com editor de textos e acesso à Internet.

05 hrs

Aula 3 - Primeiros socorros

Citar as primeiras medidas de socorro à vítima de um acidente;

Reconhecer sintomas e sinais para a preservação da vida do acidentado;

Identificar situações de risco a vida no atendimento de um acidentado.

Caderno impresso;Sala virtual no Moodle;No polo: Computadores com editor de textos e acesso à Internet.

08 hs

Aula 4 - Gerenciamento ambiental

Identificar os riscos físicos, químicos ou biológicos presentes no ambiente de trabalho;

Interpretar o mapa de riscos ambientais do ambiente de trabalho;

Reconhecer a sinalização e o grupo do risco presente no ambiente.

Caderno impresso;Sala virtual no Moodle;No polo: Computadores com editor de textos e acesso à Internet.

07 hs

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Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 15

Aula 1 - Segurança no trabalho

Objetivos

• Citar e contextualizar conceitos, definições, leis e normas para se alcançar a segurança no ambiente de trabalho;

• Identificar as situações em que o acidente pode ser considerado um acidente de trabalho;

• Justificar a importância dos órgãos de segurança e saúde do trabalhador nas empresas.

Considerando que no ambiente de trabalho devemos obedecer a certas regras

de conduta para que os trabalhadores, de forma geral, estejam seguros e sem

grandes riscos de acidentes, devemos, inicialmente, ter o entendimento sobre

segurança no trabalho e, de acordo com Chiavenato (1980), temos o seguinte

conceito:

Segurança no trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educativas, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas de práticas preventivas (CHIAVENATO, 1980, p. 165).

A segurança no trabalho é um direito de todo trabalhador em seu ambiente

laboral, assegurado pela Constituição Federal, CF, no artigo 7º, inciso XXII,

Consolidação das Leis Trabalhistas, CLT, nos artigos. 154 ao 201, e nas Normas

Regulamentadoras, nr’s 1 a 34, além de outras legislações que visam reduzir

os riscos inerentes ao trabalho.

A portaria nº 3.214/78 estabelece as normas regulamentadoras (NR) que devem ser observadas por empregadores e empregados regidos pela consolidação das leis trabalhistas (CLT).

Page 16: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 1 - Segurança no trabalho16

Se considerarmos os custos decorrentes de

perdas totais ou parciais da capacidade humana de

trabalho e de máquinas, equipamentos etc.

Podemos mensurar a importância do tema

segurança no ambiente de trabalho.

Hipócrates, considerado "pai da medicina", é considerado uma das grandes figuras entre Sócrates e Aristóteles durante o florescimento intelectual ateniense.

A obra O Germinal retrata o processo de gestação e

maturação de movimentos grevistas e situações em

que não são consideradas a saúde do trabalhador e a segurança no trabalho

dos mesmos. Livro disponível em: http://

ciml.250x.com/archive/literature/portuguese/

zola_germinal.pdf

Recomendação nº 112, da OIT - Organização

Internacional do Trabalho.

Disponível em: http://www.ebah.com.br/

content/abaaaa68sak/recomendacao-n-112

1.1 Saúde do trabalhador

O tema saúde do trabalhador tem antecedentes históricos muito antigos,

Hipócrates em 460-375 d.C, na obra Ar, água e lugares; Plínio em 23-79 d.C.,

pelos estudos sobre o trabalho de mineiros nas minas de chumbo e mercúrio;

Emille Zola em sua obra O Germinal, e tantos outros demonstravam sua

preocupação com a saúde dos trabalhadores.

Figura 1 - Hipócrates

Fonte: http://sinapseoculta.files.wordpress.com/2011/02/hippocrates.jpg

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) elaborou em 1959 a

Recomendação 112, cujo teor versa sobre a organização e os objetivos

dos serviços médicos nas empresas, tratando dos princípios e condições

de atividade da medicina social, formalizando o primeiro documento

internacional, dentre tantos outros até hoje.

Saúde, conforme o conceito do dicionário Aurélio, é o estado daquele cujas

funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal (FERREIRA,

1989). Já, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se de um

perfeito estado de bem-estar físico, psíquico e social.

Entretanto, viver com saúde no ambiente laboral não é uma tarefa fácil, pois

além das condições de trabalho, que abrangem as condições ambientais

(ambiente físico, químico e biológico), há a organização do trabalho, onde

se insere a divisão do trabalho, de tarefas, os modelos de gestão e comando,

a hierarquia institucional, relações de poder, dentre outras que podem

influenciar na saúde física e emocional do trabalhador.

Page 17: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 17

LER – Lesão por Esforço Repetitivo. Doença normalmente causada por trabalhos que envolvem ações repetitivas.

A preocupação com os efeitos provocados pelas condições ambientais

na saúde é evidente desde a antiguidade, envolvendo fatores advindos do

ambiente físico, tais como temperatura, pressão, barulho, vibração, irradiação

e altitude; do ambiente químico, tais como produtos manipulados, vapores,

gases tóxicos, poeiras e fumaças; do ambiente biológico, com vírus, bactérias,

parasitas e fungos. E ainda, as condições de higiene, de segurança e as

características antropométricas do posto de trabalho.

O trabalhador exposto a esses fatores está sujeito a várias doenças de esforços

repetitivos como: a ler, epicondilite, artrite, hérnia de disco. Doenças do

aparelho respiratório como: sinusite, alergias e outras; perda parcial ou total

da audição e muitas doenças profissionais advindas de más condições em que

o trabalho se realiza ou do ambiente laboral inadequado ou hostil.

Perceba que as doenças no ambiente de trabalho, no entanto, podem

ser denominadas doenças ocupacionais, que abrangem vários males que

causam alterações na saúde do trabalhador, sendo provocados por fatores

relacionados ao ambiente de trabalho.

As doenças ocupacionais dividem-se em: doenças profissionais ou tecnopatias,

quando causadas por fatores inerentes à atividade laboral, possuindo nexo

causal presumido; e doenças do trabalho ou mesopatias, aquelas causadas

pelas circunstâncias do trabalho e que deve ser comprovada a relação doença/

trabalho.

Diante disso, é preciso obedecer as Normas Regulamentadoras, em especial, a

NR4 que trata dos serviços especializados em engenharia de segurança e em

medicina do trabalho; e a NR7 que trata do programa de controle médico de

saúde ocupacional e tantas outras que, nesse sentido, visam prevenir doenças

se acidentes, bem como dar garantias a um ambiente laboral saudável.

É interessante notar que, na mesma direção, o Estado possui algumas normas

sobre segurança e medicina do trabalho para garantir à sociedade trabalhadora

um mínimo em condições de trabalho com segurança e saúde.

A própria Constituição Federal, em seu preâmbulo, demonstra o propósito de

segurança e bem estar social; no seu art. 6º, trata dos direitos sociais, como

trabalho, segurança e saúde; no seu art. 7º, incisos XXII, XXIII, XXVIII, prevê

redução de riscos inerentes ao trabalho através de normas de saúde, higiene e

Page 18: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 1 - Segurança no trabalho18

segurança, adicionais para as atividades insalubres, perigosas e penosas, bem

como seguro contra acidentes de trabalho.

Você pode observar que se trata de um compromisso do Estado e da sociedade,

onde há a responsabilidade social do Estado e a civil do empregador. Assim,

as normas de saúde, higiene e segurança laboral têm espaço nas relações

de emprego, pois o empregador é responsável não só pela contraprestação

salarial, mas pela manutenção da sua higidez no curso do contrato de trabalho.

O compromisso do Estado vai além da elaboração e fiscalização das normas,

sendo ele responsável também pela estruturação e funcionamento do

sistema de seguridade social, que visa assegurar os direitos relativos à

saúde, à previdência e à assistência social. Assim, o trabalhador tem seus

direitos garantidos diante dos prejuízos materiais ou imateriais (vide

súmula 229 do STF).

A Constituição Federal consagra o princípio de que a ordem econômica

fundamenta-se na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tendo

a finalidade de assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da

justiça social (art. 1º da CF).

Logo, o direito ao trabalho é um direito constitucionalmente garantido,

mas também amparado pela CLT, que estabelece normas de segurança e

medicina do trabalho com aplicação a todos empregados e empregadores,

especialmente nos seus artigos 154 ao 201.

Com relação à saúde, a Constituição Federal, especialmente nos artigos 196 e

200, diz tratar-se de um:

[...] direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação; bem como competirá ao sistema único de saúde colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Assegura, ainda, a Constituição Federal, no seu art. 225, o “direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial

à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o

dever de defendê-lo e preservá-lo para presentes e futuras gerações”.

De acordo com a súmula 229 do Supremo Tribunal

Federal, a indenização por motivo de acidente não exclui a indenização do

direito comum por dolo ou culpa do empregador.

Page 19: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 19

Portanto, observamos que as normas de segurança e medicina do trabalho

visam garantir a ausência de risco à incolumidade física e mental do

trabalhador, além de preservar a sua saúde no meio ambiente de trabalho.

1.2 Acidente no ambiente de trabalho

Podemos definir acidente de trabalho como todo aquele que ocorre pelo

exercício do trabalho, causando ao indivíduo a perda parcial ou permanente

das condições de trabalho.

Do ponto de vista preventivo, a causa do acidente é todo fator que conduzirá ao

acidente. Por isso, os acidentes devem ser prevenidos por meio da eliminação

de suas causas.

Existem fatores que propiciam a ocorrência de um acidente. São eles: fatores

pessoais – características do indivíduo, atitudes indesejáveis, tendência de

assumir riscos, desatenção, esquecimento, comportamento inadequado

etc.; fatores situacionais – presença de agentes causadores de acidentes,

equipamentos físicos, coincidência de eventos de risco etc.

Além disso, um acidente é provocado por “atos” e “condições” inseguras que

encadeiam o processo. Tais como as seguintes condições físicas:

üTemperatura: a CLT estabelece, em seu art. 176, que os locais de

trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço

realizado. Sendo a ventilação artificial obrigatória quando o natural

não preencher as condições de conforto térmico. É sabido que o suor

excessivo, causando perda de água, sal e potássio, leva ao desequilíbrio

do corpo. Assim o corpo humano, sob temperatura elevada, utiliza

recursos naturais para dissipar o calor interno, obrigando o sistema

cardiovascular a um maior trabalho o que pode levar a doenças

cardíacas;

üIluminação: os níveis de iluminação no ambiente de trabalho são

definidos pela associação brasileira de normas técnicas (ABNT), de

acordo com o art. 181 da CLT. O nível de iluminação, para determinado

Page 20: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 1 - Segurança no trabalho20

tipo de atividade, considera o desempenho visual do trabalhador e

o conforto visual dele. Por isso, as Normas Brasileiras 57 e 58 (ABNT)

estabelecem quanto de iluminação deve ser proporcionado a

determinada atividade;

üRuído: as características físicas do som são identificadas em termos

de frequência e intensidade. Sendo a frequência medida em hertz e

correspondendo ao ciclo das ondas sonoras, e a intensidade medida

em decibéis. Especialistas indicam elevado impacto dos níveis de

ruído (intensidade do som) sobre a audição de trabalhadores, sendo

de 85 DB (Decibéis) o nível máximo de intensidade de ruído em um

ambiente de trabalho (Portaria 491 do Ministério do Trabalho). Já

a norma reguladora NR-15 estabelece os limites de tolerância para

ruídos contínuos ou intermitentes, conforme a figura abaixo:

Fonte: http://www.treinadorpoton.com/2011/11/o-som-das-academias-de.html

Quadro 1 – Limite de tolerância para ruído contínuo ou itinerante

Nessa direção, e para harmonizar a relação homem-máquina, é necessário

compreender o termo ergonomia (NR 17). Palavra de origem grega que

significa “as leis que regem o trabalho”, também é conhecida como engenharia

de fatores humanos. Sua finalidade é diminuir o esforço do empregado

no manuseio de seus instrumentos de trabalho e adequar a máquina ao

trabalhador.

Page 21: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 21

É preciso pontuar que a ergonomia se ocupa de duas áreas:

üÁrea instrumental: são pedais, alavancas, manivelas etc. Instrumentos de controle que são acionados e que devem ser de fácil acesso ao operador e adaptados às partes do corpo humano. Essa área deve considerar a visão imediata da situação indicada, leitura livre e acessível, parada e interrupção indicada pela posição zero, reconhecimento e identificação dos controles pela forma, cor etc.

üÁrea de espaço de trabalho: consiste no espaço de trabalho projetado pelo ergonomista. Tendo como exemplo os assentos e os painéis de controle.

1.2.1 Definição de acidente de trabalho

São considerados acidentes do trabalho os que ocorrem durante o horário de trabalho e no local de trabalho, em consequência de agressão física, ato de sabotagem, brincadeiras, conflitos, ato de imprudência, negligência ou imperícia, desabamento, inundação e incêndio (PEIXOTO, 2011).

Também são considerados acidentes de trabalho quando o empregado estiver, executando ordem ou realizando serviço a pedido do empregador como:

• no percurso da residência ao local de trabalho;

• no percurso do local de trabalho para a residência;

• em viagem a serviço;

• durante o descanso dentro do local de trabalho;

• por contaminação no exercício de sua atividade.

1.2.2 Atividades insalubres e atividades perigosas

A CLT, em seu art. 189, conceitua atividade ou operação insalubre, aquela que,

por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponha os empregados

Page 22: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 1 - Segurança no trabalho22

a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão

da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus

efeitos.

Por sua vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como

um perfeito bem estar físico, psíquico e social. Contudo, o trabalhador, no

ambiente laboral, fica sujeito a condições prejudiciais. Embora o trabalho seja

essencial ao sujeito e à sociedade, a perda de sua saúde é um fator que limita

a capacidade laborativa que, com o passar do tempo, pode levar à diminuição

da qualidade de vida.

Nesse sentido, o Ministério do Trabalho, por força da CLT, apresenta o

quadro das atividades e operações insalubres, contendo normas e critérios

de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes

agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado

a esses agentes. Tais limites são melhor observados na NR 15, onde consta

que agentes físicos são: ruído, calor, pressões hiperbáricas, vibrações, frio e

umidade; químicos: substâncias químicas e poeiras minerais devidamente

identificadas no anexo da NR15; biológicos: agentes biológicos devidamente

identificados no anexo da NR15, de caráter nocivo e os correspondentes

limites de tolerância (concentração ou a intensidade máxima ou mínima).

Não podemos nos esquecer de que o empregado que estiver inserido

em trabalho em condições insalubres acima dos limites de tolerância

estabelecidos pelo Ministério do Trabalho terá como medidas de proteção, a

redução dos riscos à sua saúde, por meio da eliminação ou neutralização da

insalubridade (art. 191 da CLT), e quando não for possível, receberá o adicional

de insalubridade compatível ao grau em que se insira, ou seja, de 40%, 20% ou

10% do salário mínimo, respectivamente, de acordo com o grau de tolerância

a que estiver exposto.

O adicional de insalubridade somente será devido quando a insalubridade

estiver classificada e existir o fato gerador, pois se ela for nula também será o

devido adicional. No entanto, se forem adotadas medidas que apenas atenuem

a nocividade, como a adoção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs),

será devido o adicional de forma proporcional. Assim, o art. 194º da CLT prevê

que o direito do empregado ao adicional de insalubridade e periculosidade

cessará com a eliminação do risco à saúde ou integridade física, pois uma vez

não existindo o fato gerador do adicional, não há porque recebê-lo.

Page 23: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 23

Sobre o uso dos EPIs, os artigos 157 e 158 da CLT estabelecem que caberá

obrigatoriamente às empresas fornecer e fiscalizar o uso deles, e aos

empregados, usá-los devidamente sob pena de cometer falta grave e de ser

demitido por justa causa.

Quanto às atividades perigosas, o art. 193º da CLT explica que são aquelas que,

por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente

com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

O devido adicional, conforme o art. 193, § 1º, é de 30% sobre o salário, sem os

acréscimos de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

Contudo, caso haja situações de insalubridade e periculosidade ao mesmo

tempo para o empregado, este não poderá acumular os adicionais, terá que

fazer opção para o que lhe for mais favorável, conforme o art. 193º § 2º da CLT.

BOMBEIrO CIvIL

A atividade de bombeiro civil, quinta situação geradora do adicional, encontra respaldo jurídico na Lei nº 11.901/2009, que dá ao bombeiro civil que exerce em caráter habitual função remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio, de contato permanente e risco acentuado, o adicional de 30% sobre o salário mensal nos moldes do Art. 193 da CLT (Art. 6º, III da mencionada Lei).

1.3 Órgãos de segurança e saúde do trabalhador nas empresas

Os órgãos de segurança e saúde do trabalhador são institutos que integram

a estrutura da empresa com o objetivo de garantir um meio ambiente de

trabalho livre de riscos ocupacionais, ou ao menos, que seja minimamente

ofensivo, como observado no disposto do art. 155 da CLT.

Contudo, a eficácia das normas de segurança e medicina do trabalho é

assegurada não só pelos poderes conferidos às autoridades administrativas,

mas também por exigências legais como o art. 160º da CLT, que requer

Para as situações de periculosidade várias são as previsões legais: CF Art. 7º Incisos XXII e XXIII; CLT Artigos 193º à 197º; NRS 10 à 16, 19 E 20; Lei nº 6514/77 (insalubridade e periculosidade); Lei nº 11.934/2009 (exposição humana a campos elétricos); Portarias Interministeriais e outras.

As causas geradoras, inflamáveis e explosivos encontram-se nas seguintes normas: Lei nº 7.396/85, sobre energia elétrica do sistema de potência; portaria do MTE nº 518/2003 e nº 3.393/1987, sobre radiação ionizante e radioatividade; Lei nº 11.901/2009, Art. 6º, III, sobre bombeiro civil e rol taxativo do Art. 200, Caput e § IV, da CLT.

Por meio ambiente de trabalho, deve-se lembrar do local da atividade laboral onde o trabalhador deve executar suas atividades de maneira saudável no âmbito físico, estrutural e psíquico.

Page 24: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 1 - Segurança no trabalho24

inspeção e aprovação das instalações de empresas, antes do início de suas

atividades; o art.162 da CLT que obriga as empresas a manterem serviços

especializados em segurança e medicina do trabalho; e o art. 163 que obriga

a constituição da Comissão Interna para Prevenção de Acidentes, CIPA,

conforme veremos adiante na conformidade das instruções expedidas pelo

ministério do trabalho.

1.3.1 SESMET

O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho (SESMET), observado no art. 162 da CLT, disciplinado, portanto, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, é composto por profissionais dotados de conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente laboral, com o objeto de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador, instituído e mantido por conta do empregador.

O art. 162 da CLT, juntamente com a norma regulamentadora número 4 (NR4), estabelece a classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo que se classifique; qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho; as características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho nas empresas.

O dimensionamento dos serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal, que varia em escala de 1 a 4, conforme a classificação nacional de atividades econômicas, e ao número total de empregados do estabelecimento.

Tome-se, por exemplo, a situação das empresas que têm como atividade

principal a “fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira

compensada, prensada ou aglomerada”, (grau de risco 4, o mais elevado de

todos). Esse empreendimento, desde que possua de 50 a 100 empregados,

deverá ter, conforme o quadro II da NR4, um técnico de segurança do

trabalho.

Page 25: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 25

Porém, a proteção da saúde física de mental do trabalhador não pode depender somente das normas e da gestão organizacional da empresa, mas também de profissionais capacitados desde a elaboração, fiscalização e manutenção de quesitos importantes para que o ambiente laboral seja saudável e que a saúde física e psíquica do empregado esteja garantida.

Por isso, a segurança no trabalho dentro da empresa é mantida por meio de setor responsável, composto por uma equipe multidisciplinar com técnico de segurança do trabalho (NR27), engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho e enfermeiro do trabalho, além dos componentes da CIPA (NR5), com o objetivo de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho,

protegendo e promovendo a saúde do trabalhador.

1.3.2 CIPA

Outro organismo de segurança no trabalho é a Comissão Interna de Prevenção

de Acidentes (CIPA), que tem respaldo normativo na NR5 e nos artigos 163 e

164 da CLT.

A CIPA tem por objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do

trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com

a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador, daí o porquê

de empresas públicas e privadas, sociedades de economia mista, órgãos

da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações

recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam

trabalhadores como empregados.

A composição da CIPA é feita por representantes do empregador, sendo

titulares e suplentes por ele indicados, e por representantes dos empregados,

onde titulares e suplentes serão eleitos pelo voto secreto, por um período de

um ano (permitida uma reeleição), período em que não poderão ser demitidos,

salvo por justa causa.

A CIPA (NR 5) tem sido de grande importância na prevenção e combate de

acidentes no ambiente de trabalho, tendo como funções principais: orientação

Page 26: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 1 - Segurança no trabalho26

no combate a incêndios; orientação na utilização de protetores, equipamentos

de segurança e de instrumentos de prevenção de acidentes; treinamento

de equipes para o combate a acidentes de trabalho; vistoria e controle de

medidas de segurança dentro da organização; sugestão de medidas para a

prevenção de acidentes.

Conforme a NR23, que trata da proteção contra incêndios, é importante

mencionar que todas as empresas deverão possuir proteção contra incêndio;

saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço; equipamentos

suficientes para combater o fogo em seu início e pessoas capacitadas no uso

correto desses equipamentos. Prevê, ainda, determinações viabilizadoras e

protetivas para as circunstâncias de incêndio.

Assim, a CIPA tem como principais atribuições discutir os acidentes ocorridos

na empresa, sugerir medidas preventivas para acidentes, bem como instigar o

interesse dos empregados pela prevenção de acidentes.

1.3.3 Exames e atestados médicos

A NR7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por

parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores

como empregados, do programa de controle médico de saúde ocupacional

(PCMSO), objetivando promover e preservar a saúde dos trabalhadores.

O PCMSO deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce

dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica,

além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos

irreversíveis à saúde dos trabalhadores. Para tanto, os exames médicos são

fundamentais.

Os exames são custeados pelos empregadores e, dentre eles, os

obrigatoriamente previstos são os admissionais, periódicos, os de retorno ao

trabalho, os de mudança de função e os demissionais, em conformidade com

a NR7.

Page 27: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 27

Os exames médicos, obrigatoriamente, compreendem uma avaliação clínica,

abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental, além de

exames complementares, realizados de acordo com a específica atividade

desenvolvida pelo trabalhador.

É preciso notar que as NRS, A CLT, leis previdenciárias e outras normas são

de grande importância para que seja preservada a saúde e o bem estar do

trabalhador. Entretanto, é preciso observar que mesmo que sejam adotadas

medidas preventivas, utilizados os EPIs e concedidos os devidos adicionais, a

exposição a certas circunstâncias no trabalho podem gerar danos irreversíveis

à saúde do trabalhador.

Do grego “ana” (trazer de volta) e “mnese” (memória), é a entrevista realizada com o paciente pelo profissional de saúde para diagnosticar uma doença.

Figura 2 - Equipamentos de proteção individual

Fonte: http://www.brasulrs.com.br/pagina.php?Pagina=4114

1.3.4 Doenças ocupacionais

As doenças ocupacionais, ou doenças do trabalho, mais comuns são as

relativas ao sistema respiratório e da pele, por serem as principais vias de

absorção de agentes nocivos. Por isso, mesmo que sejam adotadas medidas

preventivas, essas doenças possuem, em sua maioria, difícil tratamento, como

por exemplo, o câncer de pele, dermatite de contato, asbestose e silicose.

Geralmente, as doenças ocupacionais são adquiridas quando o tempo de

exposição a certos fatores físicos, químicos, biológicos e radioativos vão além do

Page 28: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 1 - Segurança no trabalho28

limite de tolerância permitido por lei e sem a devida proteção compatível ao risco

envolvido. Daí a importância do uso dos EPIs e dos equipamentos de proteção

coletiva (EPCS), isto sem mencionar as medidas administrativas e organizacionais

instituídas pelas normas do MT e CLT que objetivam a redução dos riscos.

Figura 3 - Equipamentos de proteção coletiva

Fonte: http://www.brasulrs.com.br/pagina.php?Pagina=4114

As doenças ocupacionais mais comuns são: a Lesão por Esforço Repetitivo e o

Distúrbio Osteomuscular (LER/DORT), relacionados ao Trabalho. São doenças

novas advindas de atividades realizadas com movimentos repetitivos, com

posturas prolongadas, trabalho muscular estático, parado, sobrecarga mental,

ritmo intenso de trabalho, pressão por produtividade, de ambiente de trabalho

competitivo e conflituoso. Essas doenças podem evoluir para a incapacidade

parcial ou permanente, ensejando até a aposentadoria por invalidez.

Os sintomas dessas doenças são dores crônicas, sensação de formigamento,

dormência, fadiga muscular, devido as alterações dos tendões, musculatura e

nervos periféricos. Trata-se de adoecimento inclusive psicológico, devido aos

medos, angústias, dúvidas, incertezas, ansiedades e conflitos.

A asma ocupacional é uma doença que obstrui as vias aéreas. De caráter

reversível, é causada pela inalação de substâncias que culminam em alergias

ao couro, madeira, borracha, linho, poeiras de algodão etc. Seus sintomas são

falta de ar, aperto e chiado no peito, tosse, espirros, lacrimejamento e outros

relacionados às exposições ocupacionais às poeiras e vapores. Esses sintomas

podem surgir no local de exposição ou após algumas horas, podendo

Page 29: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 29

desaparecer da mesma forma ou ainda nos repousos, como o semanal

remunerado, férias e licenças.

As doenças do sistema respiratório e de pele são causadas por exposição a

agrotóxicos, também conhecidos como pesticidas, defensivos, praguicidas,

venenos, agrícolas e outros produtos que, devido a sua toxicidade, provocam

sérios danos à saúde do homem e ao meio ambiente, devendo seu uso ser

desestimulado.

A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é causada pela exposição além

dos limites de tolerância e sem o uso do devido dos EPIs, como o protetor

auricular, por exemplo. Enseja a diminuição auditiva do trabalhador exposto

de forma contínua a elevados níveis de ruído e até a perda da audição, ainda

acarretando alterações importantes na qualidade de vida do trabalhador que,

de forma geral, tem irritabilidade, ansiedade, aumento de pressão arterial

e comportamento isolado, comprometendo suas relações no trabalho, na

família e na sociedade.

De forma geral, as doenças ocupacionais podem ser evitadas com a adoção

medidas preventivas: o uso dos EPIs (NR6), o desenvolvimento de ações

ergonômicas (NR 17), de terapia ocupacional (NR7) e outras que possam

contribuir na melhoria do ambiente laboral fazendo a diferença na qualidade devida

dos trabalhadores, que poderão ter melhor produtividade na empresa (NR4).

1.4 Equipamentos de proteção individual

Diante do risco existente em determinadas atividades e em conformidade

com a NR 6 e com o art. 158 da CLT, parágrafo único, é preciso usar o devido

equipamento de proteção individual fornecido pela empresa, independente

de recebimento de adicionais de insalubridade ou periculosidade.

O equipamento de proteção individual (EPI), segundo a NR 6, é todo dispositivo

ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção

de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho, fornecidos

Page 30: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 1 - Segurança no trabalho30

gratuitamente ao empregado em perfeitas condições de uso e aprovados pelo

Ministério do Trabalho, sempre que as medidas normais não forem suficientes

para a proteção dos empregados.

Contudo, o empregador deve tomar medidas necessárias para a diminuição,

neutralização ou eliminação dos prejuízos à saúde do empregado, bem

como fiscalizar o uso dos EPIs, pois o não uso dos equipamentos de proteção

individuais fornecidos pela empresa e a inobservância das instruções

expedidas pelo empregador ensejam demissão por falta grave.

Perceba que, ainda que sejam fornecidos os EPIs e atenuados os prejuízos,

caberá o pagamento de adicionais aos empregados, que só não farão jus desse

repasse se o risco for totalmente eliminado, conforme visto anteriormente.

resumo

O conteúdo desta aula possibilitou ao estudante o entendimento do que

é saúde e segurança no ambiente de trabalho. E, ainda, que um acidente é

caracterizado de trabalho quando envolver circunstâncias relacionadas ao

local de trabalho ou as atividades desenvolvidas nesse espaço. Apresentamos

os órgãos responsáveis pela saúde e segurança do trabalhador: CIPA e SESMET.

Atividade de aprendizagem

1. A partir do livro “O Germinal”, apresente um texto sobre a importância

das leis e normas que garantem a saúde e segurança do trabalhador

no Brasil. No fórum, debata com seus colegas os principais acidentes

de trabalho que podem ocorrer em seu campo de atuação profissional

e poste as ações preventivas e equipamentos de proteção individual a

serem utilizados para evitá-los.

Disponível em: http://ciml.250x.com/archive/literature/portuguese/

zola_germinal.pdf

Page 31: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 31

referências

BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Segurança do trabalho:

guia prático e didático. São Paulo: Érica, 2012.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos

humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 2005.

FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Direito ambiental e a saúde dos

trabalhadores. São Paulo: LTR, 2000.

PINTO, Antonio Luiz de Toledo; WINDT, Márcia Cristina Vaz dos Santos;

CÉSPEDES, Lívia (Org.). Segurança e medicina do trabalho. 7. ed. São Paulo:

Saraiva, 2011.

ZOLA, Emille. O Germinal. Disponível em: <http://ciml.250x.com/archive/

literature/portuguese/zola_germinal.pdf >. Acesso em: 2 fev. 2013.

Page 32: Segurança, meio ambiente e saúde
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Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 33

Aula 2 - Legislação e normas regulamentadoras

Objetivos

• Diferenciar os conceitos, normas e leis que buscam garantir um ambiente de trabalho seguro;

• Comparar a função e o funcionamento dos órgãos de prevenção de acidentes;

• Identificar as Normas Regulamentadoras de segurança das diversas atividades exercidas pelos trabalhadores, de acordo com as condições do ambiente de trabalho.

2.1 Constituição Federal

Iniciamos o estudo sobre as leis e normas que dão garantias para o trabalhador

brasileiro, partindo da carta magna que rege nosso país, a Constituição Federal.

A Constituição é o conjunto de leis fundamentais de uma nação. Em vigor

desde 5 de outubro de 1988, a atual Constituição brasileira tem vários artigos

que garantem o direito ao trabalho em ambiente saudável e sem condições

de risco. Em seu capítulo II, dos direitos sociais, no art. 7º, descreve os

direitos e benefícios do trabalhador, com destaque para a remuneração por

atividades perigosas e/ou insalubres, jornada de trabalho e seguro contra

acidentes de trabalho.

Page 34: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 2 - Legislação e normas regulamentadoras34

A Constituição Federal dá forças para que as leis trabalhistas que se encontram

consolidadas em outro instrumento, a CLT, sejam devidamente cumpridas

sem a necessidade de novas análises ou interpretações.

2.2 Decreto-Lei nº 5.452/43

O Decreto de 1º de maio de 1943, assinado pelo então presidente da

Republica, Getúlio vargas, aprova a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

E é esta consolidação que traz as normas que regulam as relações individuais

e coletivas de trabalho no Brasil. Para nosso melhor entendimento, constam

ali algumas definições importantes. São elas:

• Empregador: aquele que assume os riscos da atividade econômica,

admite, paga o salário e dirige a prestação do serviço (Art. 2º da CLT);

• Empregado: toda pessoa física que presta serviços de natureza não

eventual ao empregador, sob dependência deste mediante o salário

(Art. 3º da CLT);

• Serviço Efetivo: o tempo em que o empregado esta à disposição do

empregador, aguardando ou executando ordens (Art.4º da CLT).

Quando descreve as Normas Gerais de Tutela do Trabalho, a CLT, em seu

Capítulo V, estabelece as condições “Da segurança e da Medicina do Trabalho”.

Trata-se de um conjunto de artigos numerados de 154 a 202, nos quais podemos

encontrar a descrição das condições exigidas para que o trabalhador exerça

suas atividades de forma segura. Na mesma seção, encontramos também as

condições exigidas para:

• Os órgãos de segurança e medicina do trabalho;

• Equipamentos de proteção individual;

• Condições das edificações;

• Condições de iluminação;

• Conforto térmico;

• Situações de máquinas e equipamentos;

• Trabalho em atividades insalubres ou perigosas.

Getúlio Vargas, presidente do Brasil por duas vezes, era

conhecido como o “pai do trabalhador brasileiro”.

Page 35: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 35

Para conhecer mais detalhes das leis trabalhistas, leia os artigos 154º a 202º da Consolidação das Leis do Trabalho.

Assim, podemos considerar a CLT como o livro principal para quem deseja

conhecer os direitos e deveres do trabalhador.

2.3 Lei Complementar nº. 123/06

Esta lei complementar traz maiores facilidades para micro e pequenas

empresas poderem entrar e competir no mercado globalizado ao estabelecer

normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido dispensado a

elas. No que trata da Segurança e Medicina do Trabalho, esta Lei dispensa as

micro e pequenas empresas da obrigatoriedade de:

• Afixar o quadro de trabalho em suas dependências;

• Fazer a anotação das férias dos empregados nos livros de registro;

• De empregar e matricular seus aprendizes em cursos dos serviços

nacionais de aprendizagem;

• Possuir livro de inspeção do trabalho;

• Comunicar a concessão de férias coletivas.

Em relação à obrigatoriedade de instalar órgãos de prevenção e proteção

a saúde do trabalhador, essa deve obedecer à relação do grau de risco da

atividade e número de funcionários.

2.4 normas regulamentadoras

A Portaria nº 3.214/78 e suas alterações estabeleceram as Normas

Regulamentadoras (NR’s). Estas Normas devem ser observadas por

empregadores e empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho

(CLT).

Page 36: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 2 - Legislação e normas regulamentadoras36

Tratam, de forma mais específica, de situações comentadas nas leis trabalhistas,

dando as instruções de como proceder para atender as condições requeridas

para a execução de forma segura da atividade a que o trabalhador se propõe

a executar.

A seguir falaremos sobre o que cada norma regulamenta:

NR1 – Disposições gerais: delimita aplicação de todas as Normas

Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho

estabelecendo os direitos e obrigações dos trabalhadores e dos

empregadores. A fundamentação legal que dá embasamento jurídico

à existência desta NR está nos artigos 154 à 159 da Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT);

NR2 – Inspeção prévia: define que estabelecimentos novos devem

solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a realização

de inspeção prévia de suas instalações para que possam iniciar seu

funcionamento. Da mesma forma, quando ocorrerem modificações

substanciais nas instalações do estabelecimento, uma nova inspeção

deve ser solicitada;

NR3 – Embargo ou interdição: esta NR indica as situações em que

as empresas devem sofrer a paralisação de seus serviços, máquinas

ou equipamentos, a partir da constatação de situação de trabalho

que caracterize risco ao trabalhador. Durante o período em que

são adotadas as providências para solucionar o embargo ou a

interdição, os trabalhadores devem receber os salários como se

estivessem trabalhando;

NR4 – Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em

Medicina do Trabalho (SESMT): estabelece como obrigatoriedade das

empresas (públicas e privadas), órgãos do governo ou instituição que

mantenham empregados regidos pela CLT, o dever de organizarem e

manterem em funcionamento Serviços Especializados em Engenharia

de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Cada empresa

deverá instalar e dimensionar seu SESMT atendendo ao grau de risco

de sua atividade e ao número de trabalhadores que possui. Compõe

o SESMT: técnico e engenheiro em Segurança do Trabalho, auxiliar de

Enfermagem, enfermeiro e médico do Trabalho;

Embargo é a paralisação total ou parcial de uma

obra;

Interdição é a paralisação total ou parcial de um

estabelecimento.

Page 37: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 37

NR5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): estabelece

como obrigatoriedade das empresas (públicas e privadas), órgãos

do governo ou instituição que mantenham empregados regidos

pela CLT, o dever de organizarem e manterem em funcionamento

uma comissão constituída exclusivamente por empregados, com o

objetivo de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho;

O número de membros da CIPA é estipulado de acordo com o número de

funcionários da empresa, e ela deve ser composta por representantes do

empregador, por ele designados, e dos empregados por eleição.

São atividades principais da CIPA:

• Identificar riscos no trabalho;

• Elaborar mapa de riscos;

• Elaborar plano de trabalho para ações preventivas de problemas de

saúde e segurança no trabalho;

• Realizar vistorias periódicas para identificar situações de risco a saúde e segurança do trabalhador;

• Avaliar, periodicamente, em reunião o cumprimento das metas estipuladas;

• Divulgar informações sobre saúde e segurança do trabalhador;

• Participar das discussões com o empregador sobre assuntos relacionados à segurança e saúde do trabalhador;

• Requerer a paralisação de setores ou máquinas que gerem risco iminente à saúde e segurança do trabalhador;

• Além disso, a CIPA deve colaborar com o desenvolvimento e a implementação dos programas relacionados à saúde e segurança do trabalhador. Como exemplo, podemos citar o PCMSO (NR7);

• Divulgar e promover o cumprimento de normas, acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à saúde e segurança do trabalhador;

• Requisitar cópias das Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) emitidas;

Page 38: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 2 - Legislação e normas regulamentadoras38

• Promover, anualmente, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes

do Trabalho (SIPAT);

• Participar, anualmente, juntamente com a empresa, de campanhas

para prevenção da AIDS.

Perceba que a CIPA possui uma grande responsabilidade junto aos

trabalhadores de uma empresa. Por isso, a sua importância.

NR6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI): esta NR define

os equipamentos de proteção que devem ser utilizados pelos

empregados, de acordo com a situação de trabalho a que estão

expostos. Os mesmos devem ser fornecidos pelo empregador,

sem ônus ao empregado, e têm a finalidade de proteger a saúde e

integridade física do trabalhador;

NR7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional –

(PCMSO): estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação,

sobre a responsabilidade do empregador, do Programa de Controle

Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promover

e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores;

Assim, o PCMSO deve exigir exames obrigatórios para o trabalhador:

• quando de sua admissão;

• periódicos, em intervalos estabelecidos de acordo com o risco da

ocupação;

• de retorno ao trabalho;

• quando da mudança de função;

• quando de sua demissão.

NR8 – Edificações: esta NR lista os requisitos técnicos mínimos que

devem ser observados nas edificações para garantir segurança e

conforto aos trabalhadores que nela exercem suas atividades laborais;

NR9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA):

estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte

EPI é todo dispositivo ou produto, individual,

utilizado para evitar riscos à saúde e segurança do

trabalhador.

Cabe ao empregador, exigir o uso do EPI indicado

a cada atividade e ao trabalhador o devido uso,

sob pena de demissão por justa causa.

Page 39: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 39

de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores

como empregados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

(PPRA). Tem por finalidade garantir a preservação da saúde e da

integridade física dos trabalhadores, por meio da antecipação,

reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de

riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de

trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos

naturais;

NR10 – Instalações e serviços em eletricidade: estabelece as condições

mínimas para garantir a saúde e segurança de trabalhadores

que, direta ou indiretamente, estejam expostos a serviços com

eletricidade. Esta NR engloba as fases de geração, transmissão,

distribuição e consumo de energia elétrica, incluindo a elaboração

de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação,

bem como a segurança de usuários e de terceiros, observadas às

normas técnicas oficiais vigentes no país e, na falta delas, as normas

técnicas internacionais;

NR11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de

materiais: esta norma estabelece os requisitos de segurança a serem

observados nos locais de trabalho onde se realize o transporte,

movimentação, armazenagem ou manuseio de materiais. Tem

maior ênfase em operação de elevadores, guindastes, máquinas

transportadoras, transporte de sacas e regras para o armazenamento

de materiais;

NR12 – Máquinas e equipamentos: estabelece as referências

técnicas, princípios e medidas para promover a saúde e segurança

do trabalhador nas fases de projeto, fabricação, importação,

comercialização, exposição e cessão de máquinas e equipamentos;

NR13 – Caldeiras e vasos de pressão: estabelece os requisitos básicos

para instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de

pressão, de modo a evitar acidentes de trabalho;

NR14 – Fornos: estabelece as condições para a construção de fornos

industriais;

Caldeiras são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica;

Vasos de Pressão são equipamentos que contém fluidos sob pressão.

Page 40: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 2 - Legislação e normas regulamentadoras40

NR15 – Atividades e operações insalubres: estabelece as atividades ou operações onde pode ocorrer a presença de agentes ambientais que são prejudiciais ao trabalhador, indicando os limites de tolerância que, quando ultrapassados, caracterizam o exercício insalubre das atividades no trabalho. Nessa direção, é preciso pontuar que limite de tolerância é a intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente causador do dano no ambiente de trabalho. Como exemplo, podemos citar o nível de ruído de 85 decibéis a que um trabalhador pode ser exposto não deve ultrapassar 8 horas por dia;

NR16 – Atividades e operações perigosas: estabelece as atividades e as operações consideradas perigosas. Tais atividades asseguram ao trabalhador o acréscimo de 30% sobre o salário como adicional de periculosidade. Como exemplo, as que envolvem explosivos e líquidos inflamáveis;

NR17 – Ergonomia: estabelece os parâmetros para a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente;

NR18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da

construção: estabelece diretrizes de ordem administrativa, de

planejamento de organização, que objetivem a implantação de

medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos

processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na

Indústria da Construção. Apresenta, ainda, as condições exigíveis

para instalação de edificações de um canteiro de obras;

NR19 – Explosivos: estabelece as condições exigidas para depósito,

manuseio e armazenagem de explosivos, visando garantir a saúde e

a segurança do trabalhador envolvido em atividades onde explosivos

estejam presentes em seus ambientes de trabalho;

NR20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis: estabelece as condições

exigidas para depósito, manuseio, armazenagem e transporte de

líquidos combustíveis e inflamáveis, visando garantir a saúde e

a segurança do trabalhador envolvido em atividades onde estes

estejam presentes em seus ambientes de trabalho.

Page 41: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 41

NR21 – Trabalho a céu aberto: regula as condições básicas para

que o trabalhador exerça suas atividades a céu aberto, garantindo

a saúde e a segurança do ambiente de trabalho. Por isso, nessas

atividades é obrigatória a existência de abrigos capazes de proteger

os trabalhadores contra as intempéries;

NR22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: estabelece

as condições de trabalho de maneira a tornar compatível o

planejamento e o desenvolvimento da atividade de mineração com

a busca permanente de saúde e segurança no ambiente de trabalho;

NR23 – Proteção contra incêndios: estabelece as medidas de

proteção contra incêndios, obrigatórias a todo ambiente de trabalho,

visando garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Por

isso, toda empresa deve possuir: proteção contra incêndio, saídas de

emergência em número suficiente, equipamentos de combate ao

fogo, pessoas treinadas para o uso de equipamentos de combate ao

fogo;

NR24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho:

estabelece as condições básicas de higiene e conforto nos locais de

trabalho, regulamentando a disposição adequada de ambientes de

banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos, bem como

o correto tratamento e reserva da água potável;

NR25 – Resíduos industriais: estabelece as medidas para a eliminação

de resíduos gasosos, líquidos ou sólidos do ambiente de trabalho;

NR26 – Sinalização de segurança: estabelece as cores usadas nos

locais de trabalho para a prevenção de acidentes. Essas cores

servem para identificar equipamentos de segurança, delimitar áreas,

identificar e advertir contra canalizações que conduzem líquidos ou

gases industriais etc. Como exemplo, o vermelho é sempre adotado

para indicar os equipamentos e aparelhos de combate a incêndio;

NR27 – Registro profissional do Técnico em Segurança do Trabalho

no Ministério do Trabalho: estabelece as condições a serem

atendidas para o registro do profissional com as funções de Técnico

de Segurança do Trabalho junto ao Ministério do Trabalho;

Page 42: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 2 - Legislação e normas regulamentadoras42

NR28 – Fiscalização e penalidades: estabelece os procedimentos a serem adotados para a fiscalização do cumprimento das disposições gerais e regulamentares sobre a segurança e saúde do trabalhador. Dispõe também sobre a aplicação de penalidades quando identificadas as infrações;

NR29 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário: visa regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários;

NR30 – Norma regulamentadora do trabalho aquaviário: estabelece as condições para a proteção e regulamentação das situações de risco a saúde e segurança dos trabalhadores aquaviários;

NR31 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura: regula aspectos relacionados à proteção dos trabalhadores rurais. Tem por objetivo tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde do trabalhador;

NR32 – Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de assistência à saúde: estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral;

NR33 – Norma regulamentadora de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados: tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados, bem como o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes à saúde e à segurança do trabalhador;

NR34 – Norma regulamentadora de condições e meio ambiente na indústria da construção e reparação naval: estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval.

Silvicultura é a atividade de uso de madeira das

florestas de forma racional, utilizando métodos de

regeneração;

Aquicultura é a exploração de organismos aquáticos, como a criação de peixes,

por exemplo.

Page 43: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 43

resumo

Ao falarmos das normas regulamentadoras, é preciso compreender que existem

critérios de segurança pré-definidos para as atividades que o trabalhador

se propõe a realizar, com órgãos específicos para zelar pela garantia da sua

integridade e capacidade de trabalho. Tais normas, quando seguidas de forma

adequada, garantem condições de segurança ao ambiente de trabalho.

Atividade de aprendizagem

1. A partir da leitura da CLT e das normas regulamentadoras apresentadas

nesta aula, apresente um texto dissertativo, indicando as principais

normas regulamentadoras para o exercício de sua atividade profissional.

referências

ALCURE, Fábio Aurélio da Silva, Meio ambiente de trabalho e perda auditiva:

responsabilidade objetiva do empregador. Gênesis, Curitiba, n. 85, p. 15-72,

jan. 2000.

CURIA, Luiz Roberto; CÉSPEDES, Lívia; NICOLETTI, Juliana (Col.). Códigos 4 em

1 Saraiva: CLT, CPC, Legislação Previdenciária e Constituição Federal. 8. ed.

São Paulo: Saraiva, 2013.

MORAES, Giovanni Araújo. normas regulamentadoras comentadas. 7. ed.

Rio de Janeiro, 2009. v. 2 - 3.

PINTO, Antonio Luiz de Toledo; WINDT, Márcia Cristina Vaz dos Santos;

CÉSPEDES, Lívia (Org.). Segurança e medicina do trabalho. 7. ed. São Paulo:

Saraiva, 2011.

Page 44: Segurança, meio ambiente e saúde
Page 45: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 45

Aula 3 - Primeiros socorros

Objetivos

• Citar as primeiras medidas de socorro à vítima de um acidente;

• Reconhecer sintomas e sinais para a preservação da vida do acidentado;

• Identificar situações de risco a vida no atendimento de um acidentado.

3.1 Definição

É sempre importante atentar para que os procedimentos para atendimento

a uma vítima de acidente devem ser deixados para a equipe de socorristas

especializados. No entanto, em casos de extrema urgência, devemos estar

preparados para manter as condições de vida do acidentado até que a equipe

de socorro chegue.

Podemos definir primeiros socorros como todo cuidado imediato a alguém

ferido ou doente. Sua finalidade é manter o acidentado vivo e evitar que

ocorra piora do quadro.

Mesmo que a vítima se recupere após os primeiros cuidados, ela deve ser

encaminhada ao departamento médico para fazer os devidos exames.

Em geral, as empresas possuem profissionais com a devida capacitação para

preparar os demais empregados para atuarem no atendimento básico de

emergência. Esses profissionais devem estar atentos aos passos iniciais dos

primeiros socorros de acordo com as condições e lesões encontradas na vítima.

Os primeiros socorros só podem ser realizados por pessoas que tenham capacitação prévia. Isso porque o atendimento de forma inadequada pode piorar o quadro da vítima e agravar as lesões.

Page 46: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 3 - Primeiros socorros46

É importante para o sucesso de um atendimento de emergência: rapidez,

reconhecimento do quadro e reparação dos danos. Assim, recomenda-se ao

socorrista: tentar entender as condições em que o acidente ocorreu, o que pode

facilitar a compreensão do quadro em que a vítima se encontra; pedir socorro

especializado durante os primeiros socorros e isolar o local do acidente.

A maneira como o socorrista deve proceder em um acidente vai depender da

lesão causada à vítima. No entanto, é importante que o socorrista verifique

sempre o que causou o acidente, para que não ponha sua vida em risco e

passe a ser uma nova vítima. Como exemplo, podemos citar o caso de

vítimas de choque elétrico: o socorrista deve checar se não corre risco de ser

eletrocutado ao tentar prestar socorro.

3.2 Principais acidentes

Os tipos de acidentes de maior ocorrência são identificados de acordo com a

atividade principal que a empresa realiza. Por isso, vamos descrever os tipos de

acidentes mais comuns em um ambiente de trabalho. Procuramos descrever

a nomenclatura atribuída, a causa e como proceder nos primeiros socorros.

3.2.1 Insolação

Ocorre devido à ação direta dos raios solares sobre o indivíduo. A pessoa tem a

temperatura do corpo elevada e pode sofrer queimaduras em virtude da ação

dos raios solares sobre a pele. Para identificar uma pessoa que esta sofrendo

de insolação devem ser observados os seguintes sintomas:

• falta de ar;

• dor de cabeça;

• náuseas;

• tontura;

Ao prestar socorro, procure observar se não existem

fios elétricos soltos, riscos de explosão ou objetos

pontiagudos que possam colocá-lo em perigo.

Page 47: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 47

• temperatura corporal elevada;

• pele quente e avermelhada;

• dedos e mãos arroxeadas;

• inconsciência.

Caso seja constatado o quadro de insolação, a vítima deve ser levada para lugar

fresco, arejado e protegido da incidência solar. Os procedimentos básicos para

os primeiros socorros são os seguintes: deitar a vítima com a cabeça elevada,

colocar compressas frias sobre a cabeça e envolver o corpo com toalhas

molhadas, de modo a baixar progressivamente a temperatura do corpo.

3.2.2 Entorse

É o nome dado a separação momentânea das superfícies ósseas das

articulares, podendo levar ao rompimento de tendões e ligamentos. Ocorre

o derramamento de sangue internamente, gerando um hematoma e

consequente inchaço do local. É uma lesão tida como benigna, por trazer

poucos riscos à vida. A área afetada deve ser imobilizada e, em seguida,

deve ser colocada compressa de água fria para reduzir o hematoma. Para os

primeiros socorros, deve ser tratada como uma fratura interna.

3.2.3 Fratura

Fratura é o rompimento total ou parcial de qualquer osso. Causa dor intensa,

limitação de movimentos e inchaço do membro fraturado.

Tipos de fratura:

• interna ou fechada - pele não foi perfurada pelo osso quebrado;

• exposta - pele rompida.

A temperatura média do corpo humano gira em torno de 36,5ºC.

Em caso de fratura exposta, não tente colocar o osso no lugar em qualquer hipótese, deixe isso para o médico.

Page 48: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 3 - Primeiros socorros48

Caso seja constatado que o acidentado possui fratura, procure imobilizar o

local da fratura e também as articulações próximas, acima e abaixo do local

afetado.

Figura 1 - Fratura

Figura 2 - Imobilização de fraturas

Fonte: disponível em: http://shevannytst1.webnode.com.pt/products/fraturas1/

Fonte: http://aulete.uol.com.br/tala

Para imobilizar um membro fraturado: procure talas de papelão, cabos de

vassouras, bengala, galho de árvore etc. As talas deverão ter o comprimento

suficiente para ultrapassar as articulações acima e abaixo da fratura. Amarre

as talas, se possível com ataduras, no mínimo em quatro pontos (abaixo e

acima da articulação e abaixo e acima da fratura). Em caso de fratura exposta,

procure proteger o ferimento antes de imobilizar. Assim você estará evitando

riscos de infecções.

Quando a vítima apresentar paralisia e dormência dos membros, suspeitar

sempre de fraturas da coluna. Nesse caso, devemos evitar movimentar a vítima

para que não ocorra o agravamento da lesão. Coloque o acidentado deitado

no solo, com o abdômen voltado para cima, e aguarde socorro especializado.

Page 49: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 49

Você sabia que a pele é o maior órgão do corpo humano? Por isso, os ferimentos extensos ou profundos necessitam de atenção médica urgente. Caso haja sangramento, adote os procedimentos para casos de hemorragia.

3.2.4 Ferimento

É o traumatismo produzido por corte sobre a superfície do corpo. Esse corte

pode ser superficial - quando atinge a primeira camada da pele, a epiderme,

ou profundo – quando atinge as camadas da derme.

Para prestar os primeiros socorros a uma vítima com ferimentos, inicialmente,

lave bem as mãos e procure sempre usar luvas. Adote os seguintes

procedimentos:

• limpe o ferimento com bastante água corrente e sabão;

• não retire partículas do ferimento, a menos que sejam de fácil retirada;

• proteja o ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo, sem apertar;

• mude o curativo para mantê-lo sempre limpo e seco;

• busque informações se o paciente é vacinado contra o tétano;

• encaminhe o acidentado ao médico.

Figura 3 – Compressa sobre ferimento

Existem ferimentos produzidos por agentes venenosos, como as cobras. Nesse caso, devemos colocar um torniquete acima do ferimento para evitar a circulação do veneno pelo resto do corpo, fazer a sucção para extrair o veneno e buscar auxílio médico para aplicar o soro indicado.

Também conhecido como garrote, é utilizado para barrar a circulação sanguínea em um membro com hemorragia. Pode ser feito com um elástico de borracha ou pano aplicado acima da ferida.

Fonte: http://www.resumovirtual.com.br/algumas-informacoes-sobre-hemorragia/

Page 50: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 3 - Primeiros socorros50

3.2.5 Hemorragias

É a perda de sangue por meio de um ferimento ou pelos orifícios naturais.

Geralmente ocorre devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, veia ou artéria.

Observe o ferimento, quando o sangue não tiver a capacidade de coagular

e continuar a sair constantemente, você está diante de um quadro de

hemorragia. Para controlar o sangramento é preciso que você faça pressão

sobre o ferimento. Para isso utilize uma compressa, que pode ser feita de gaze,

algodão ou com algum pano limpo. Em seguida, amarre a compressa para que

ela fique firme no lugar e busque socorro médico.

Caso você não disponha de compressa, feche a ferida com o dedo ou com a

mão, pressionando a veia ou artéria para reduzir a hemorragia.

Cuidado, a hemorragia intensa e não controlada

pode causar a morte em até cinco minutos.

Figura 4 – Pressionando hemorragia

Fonte: http://vivasaude.digisa.com.br/visualizacao/hemorragia-o-que-fazer-em-uma-emergencia/hemorragia/

Em caso de hemorragia intensa em braços e pernas aplique um torniquete. Os

torniquetes, também chamados de garrotes, são usados para impedir que o

sangue circule em direção ao ponto de sangramento. É importante afrouxar

o torniquete, por alguns segundos, a cada meia hora, para que o sangue

percorra o membro afetado, mantendo a oxigenação da área.

A hemorragia interna é resultante de um ferimento profundo com lesão de

órgãos internos. O sangue não aparece, por isso observe se a vítima: está com o

pulso fraco, apresenta temperatura corporal baixa (está fria) ou sudorese (suor

em excesso), se está pálida, com sede, tonta ou desmaiada.

Caso apresente algum desses sintomas, a vítima pode estar com uma hemorragia

interna.

Page 51: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 51

Figura 5 – Choque elétrico

Figura 6 – Afastando a vítima da área de risco

3.2.6 Choque elétrico

Choque elétrico é a passagem de corrente elétrica pelo corpo devido ao

contato com material eletrificado. No socorro à vítima de choque, é preciso

desligar imediatamente a rede elétrica. Se houver risco de choque elétrico,

não toque diretamente a vítima.

Fonte: http://paulooliveira.wordpress.com/tag/etica/

Fonte: http://construfacilrj.com/wp-content/uploads/2013/03/choque_eletrico_socorro.jpg

Verifique se a língua da vítima não está impedindo a respiração antes mesmo de tentar reanimá-la.

Page 52: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 3 - Primeiros socorros52

No local por onde a corrente elétrica atinge a vítima, ocorrem queimaduras,

pois existe perda de água de forma muito rápida. Verifique se a vítima está

respirando e possui pulsação sanguínea, pois devido à forte contração muscular

durante o choque elétrico pode ocorrer parada cardíaca e respiratória. Em

casos assim recomendamos tentar reanimar a vítima com massagem cardíaca

e respiração boca a boca, se necessário buscar socorro médico.

3.2.7 Queimaduras

É qualquer lesão provocada no organismo por ação do calor. Existem

queimaduras de 1º, 2º e 3º graus, sendo subdivididas em superficiais e profundas.

As superficiais atingem a epiderme, 1ª camada da pele sendo queimaduras de

1º grau. Em casos de queimadura superficial, trate como se fosse um ferimento

leve: lave e mantenha a área queimada sob compressas frias ou água corrente

para o resfriamento, dê bastante líquido à vítima e não aplique substâncias

sem orientação médica sobre a queimadura.

Já as queimaduras profundas destroem as camadas mais fundas da pele (derme)

e podem atingir músculos e ossos, ou seja, são queimaduras de 2º ou 3º graus.

Em casos de queimaduras busque socorro médico de emergência e, enquanto

aguarda, mantenha a vítima deitada, corte as roupas próximas à queimadura,

nunca retire as roupas sobre a queimadura, para não agravar o ferimento, não fure

as bolhas e se a vítima estiver consciente, procure oferecer bastante líquido a ela.

3.2.8 Parada Cardíaca e Respiratória

É a interrupção da circulação sistêmica, ou seja, a parada dos batimentos do

coração e da respiração.

As queimaduras são ditas de 2º grau quando

atingem a derme e de 3º grau quando atingem a

hipoderme ou até os ossos.

Page 53: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 53

Para saber se o paciente teve uma parada cardíaca, procure sentir a pulsação

sanguínea pelo pulso, na região do pescoço (carótida) ou na virilha (veia

femoral).

O paciente também pode apresentar:

• ausência de movimentos respiratórios;

• unhas e lábios roxos;

• ausência de pulsação sanguínea (checar pulso) e batimentos cardíacos;

• as pupilas ficam dilatadas.

Caso não haja retorno da circulação natural e a vítima não seja socorrida, a

parada cardiorrespiratória pode levar à morte em um período de três a cinco

minutos. A lesão cerebral começa a ocorrer após três minutos.

Para evitar que isso aconteça durante os primeiros socorros, deite a vítima

sobre uma superfície plana e mantenha a cabeça dela elevada. Levante o

queixo do paciente e posicione a sua cabeça de forma a esticar o pescoço,

forçando-o para cima. Se a vítima não retornar a respiração normalmente,

inicie respiração boca a boca intercalada com massagem cardíaca. Antes,

porém, observe se não existem objetos que possam impedir a entrada de ar

pela boca (aparelhos ortodônticos, dentadura e pontes).

Figura 7 – Respiração boca a boca Figura 8 – Massagem cardíaca

Fonte: http://www.autoescolacampea.com.br/ps.html

Fonte: http://www.brasilfront.com.br/wp-content/uploads/massagem-cardiaca-como-fazer-posicao.jpg

Page 54: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 3 - Primeiros socorros54

3.3 Transporte de acidentados

Muitas vezes, é necessário que se utilize de meios improvisados para o transporte da vítima. No entanto, o leigo jamais pode tomar essa iniciativa, pois o transporte de forma errada pode levar à morte. O transporte só pode ser iniciado quando esgotados os primeiros socorros básicos.

Tente entrar em contato com o hospital ou posto de saúde mais próximo, para que a equipe médica possa passar instruções sobre o transporte e esteja preparada para receber o paciente ao chegar.

Uma vez estabelecida à necessidade de transporte da vítima e não havendo disponibilidade de ambulância no local, atende aos seguintes procedimentos:

I. Tome cuidado com a remoção da vítima do local do acidente até o veículo de transporte, evitando aumentar as lesões. Procure improvisar uma maca;

Figura 9 – Posição para carregar vítima até a maca

Figura 10 – Vítima devidamente amarrada sobre a maca

Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/primeiros-socorros/transporte-vitimas.php

II. Tente fazer o transporte em veículo que dê maior conforto as condições da vítima, como caminhonetes e caminhões. Lembre-se, a vítima deve ser imobilizada e transportada deitada com o corpo na posição decúbito dorsal;

Fonte: http://www.radio96muriae.com.br/novosite/noticias/idosa-e-atropelada-por-carro-na-rua-santa-rita

É importante transportar a vítima somente quando não houver possibilidade de aguardar o transporte

adequado.

Em casos de fratura, a posição mais aconselhável

é a chamada de decúbito dorsal, que consiste

em deitar o acidentado com o corpo estendido

horizontalmente sobre o solo e o abdômen para cima.

Page 55: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 55

III. Evite, quando possível, caminhos que tragam abalos e sacolejos;

IV. A vítima deve ser acompanhada por pessoa que tenha conhecimentos

sobre primeiros socorros.

3.4 Como evitar acidentes

A melhor maneira de evitar um acidente é manter a atenção durante a

realização de atividades, nunca ingerir bebida alcoólica no ambiente de

trabalho, não executar tarefas quando estiver sob o efeito de medicação que

leve ao déficit de atenção e usar os equipamentos de proteção - individuais e

coletivos - adequados.

As empresas possuem mecanismos próprios para acompanhar e evitar que

trabalhadores e visitantes se exponham a riscos dentro do ambiente em que

circulam, como, por exemplo, as devidas sinalizações de áreas, CIPA, SESMT etc.

Existem também Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho que

tratam especificamente de como proceder para evitar acidentes, como:

NR6, que trata do uso adequado de equipamentos para a proteção

do trabalhador (EPI);

NR7, que trata do programa de controle médico e saúde ocupacional,

buscando identificar os riscos a saúde do trabalhador;

NR9, que trata do programa de prevenção de riscos ambientais, com

o objetivo de identificar riscos no ambiente de trabalho.

Empresas que atentam para a importância de seguir os mecanismos

devidos para evitar acidentes acabam beneficiadas por possuírem um

quadro de funcionários fixo e experiente, sem necessidade de substituições

ou afastamentos de seus empregados devido a acidentes. Além disso, se

diferenciam das demais por darem o valor devido à vida de seus empregados.

Na mesma direção, a ausência de acidentes possibilita a melhoria da

qualidade de vida ao trabalhador, levando a um aumento de produtividade e

consequente crescimento da empresa.

Page 56: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 3 - Primeiros socorros56

resumo

Nesta aula, apresentamos os principais acidentes com os quais você pode se

deparar no dia a dia do trabalho. Além disso, explicamos os procedimentos a

serem adotados para os primeiros socorros de vítimas. Lembre-se: a vítima

deve ser transportada de forma adequada, em macas (mesmo improvisadas),

de forma a não agravar a situação. A melhor forma de preservar a vida

do trabalhador é evitar acidentes, siga as recomendações dos órgãos de

segurança da sua empresa.

Atividade de aprendizagem

1. Descreva o de forma detalhada os procedimentos de atendimento de

primeiros socorros a uma vítima de choque elétrico.

referências

BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Segurança do Trabalho: guia Prático e Didático. 1. ed. São Paulo: Érica, 2012.

FIGUEIREDO, Guilherme josé purvin de. Direito Ambiental e a Saúde dos Trabalhadores. São Paulo: LTR, 2000.

noções de primeiros socorros. Disponível em: <http://members.tripod.com/everton_herzer/primeirossocorros.htm>. Acesso em: 24 nov. 2012.

Segurança do trabalho: primeiros socorros em indústrias. Disponível em: http://tstserido.blogspot.com.br/2011/06/primeiros-socorros-em-industrias.html?m=1>. Acesso em: 8 dez. 2012.

Page 57: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 57

Aula 4 - Gerenciamento ambiental

Objetivos

• Identificar os riscos físicos, químicos ou biológicos presentes no ambiente de trabalho;

• Interpretar o mapa de riscos ambientais do ambiente de trabalho;

• Reconhecer a sinalização e o grupo do risco presente no ambiente.

4.1 O Ambiente de trabalho

Podemos chamar de ambiente de trabalho todo o espaço físico ou abstrato

que, ao interagir com o trabalhador, altera seu estado físico, psíquico e social.

Inúmeros fatores acabam por influenciar um ambiente de trabalho. Sempre

que um desses fatores sai do controle, o ambiente fica suscetível às patologias

do trabalho.

Em nosso local de trabalho, devemos buscar as condições que nos permitam

ter o máximo de proteção, mantendo a satisfação de desenvolver as tarefas

diárias. A melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores traz consigo

a melhoria do clima organizacional na empresa e, como consequência, o

aumento da produtividade.

Page 58: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 4 - Gerenciamento ambiental58

4.2 Fatores de influência sobre o ambiente de trabalho

É no ambiente de trabalho que passamos a maior parte de nossa vida. Esse

tempo pode chegar a até quinze horas, quando computamos o tempo gasto

dentro dos transportes. A análise mais detalhada dos fatores que influenciam

o ambiente de trabalho deve ser um item considerado com maior atenção

pelo SESMT das empresas. Assim, é necessário observar:

a) Fatores meteorológicos – sabendo que é pela atmosfera que a poluição

do ar se difunde, é importante estar atento à:

• direção dos ventos;

• temperatura do ar;

• umidade relativa do ar.

De acordo com a capacidade de depuração de poluentes, o trabalhador pode estar mais ou menos exposto a riscos de desencadear doenças ligadas ao sistema respiratório.

b) Fatores emocionais – são os maiores responsáveis pelas faltas e pelos acidentes de trabalho. Quando estiver diante de um trabalhador envolvido com problemas pessoais, o profissional do SESMT deve estar preparado para propor medidas que favoreçam e melhorem a qualidade de vida do trabalhador.

4.3 riscos ambientais

Consideram-se riscos ambientais, segundo a NR9, os agentes físicos, químicos

e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua

natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de

causar danos à saúde do trabalhador.

Page 59: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 59

Os agentes físicos são representados pelas condições físicas no ambiente

de trabalho, tais como ruído, calor, frio, vibração e radiações que, de acordo

com as características do posto de trabalho, podem causar danos à saúde do

trabalhador. Os agentes físicos têm seus limites de tolerância estabelecidos

pela NR15.

Os agentes químicos são substâncias compostas ou produtos que podem

penetrar no organismo humano pela via respiratória na forma de gases e

vapores, poeiras, fumos, névoas, neblinas ou que pela natureza da atividade

de exposição possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo humano

por meio da pele ou por ingestão.

Classificação das partículas sólidas e líquidas:

• fumos são partículas sólidas com diâmetro menor que 1mm;

• poeiras são partículas sólidas com diâmetro maior que 1mm;

• névoas são partículas líquidas suspensas no ar.

Já os agentes biológicos são micro-organismos presentes no ambiente de

trabalho que podem penetrar no organismo humano pelas vias respiratórias

pela pele ou por ingestão.

Os agentes ergonômicos e os agentes mecânicos, apesar de não estarem

contemplados na NR9 como riscos ambientais, devem ser avaliados em um

ambiente de trabalho, pois também são considerados agentes causadores de

danos à saúde do trabalhador.

São fatores ergonômicos considerados causadores de prováveis danos à

saúde do trabalhador: esforço físico intenso, levantamento e transporte

manual de peso excessivo, exigência de postura inadequada, controle rígido

de produtividade, imposição de ritmos excessivos de trabalho, jornadas de

trabalho prolongadas, repetitividade e outras situações causadoras de stress

físico e/ou psíquico, iluminação inadequada e ruído.

São exemplos de fatores mecânicos as máquinas desprotegidas, pisos

defeituosos ou escorregadios, os empilhamentos de materiais irregulares.

Page 60: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 4 - Gerenciamento ambiental60

4.4 Mapeamento dos riscos ambientais

É a representação gráfica de como os trabalhadores percebem seu ambiente

de trabalho. Deve ser simples e objetivo, para permitir a interpretação por

leigos. Para fazer o levantamento de riscos você deve:

§ Analisar o processo de trabalho do local (número de trabalhadores,

instrumentos usados, atividades exercidas, tudo que você possa

descobrir sobre o ambiente);

§ Identificar os agentes de riscos do local;

§ Identificar medidas preventivas aos riscos e sua eficácia (EPI’s,

processos de realização de tarefas, espaço e situação da física do

local);

§ Checar os indicadores de saúde (acidentes, doenças, faltas e

queixas frequentes entre os trabalhadores expostos ao mesmo

risco);

§ Checar possíveis levantamentos já realizados no local;

§ Elaborar o mapa de riscos no ambiente da empresa.

Para construir o Mapa de Riscos você deve indicar:

• o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada;

• o número de trabalhadores expostos ao risco, que deve ser anotado

dentro do círculo;

• a especificação do agente (por exemplo: químicos ou ergonômicos)

que deve ser indicado pela cor do círculo;

• a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores,

que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente

diferentes dos círculos.

Page 61: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 61

Para a elaboração do mapa de riscos, convencionou-se atribuir uma cor para

cada tipo de risco e representá-lo em círculos. Para evidenciar o grau de risco,

utilizam-se três tamanhos:

• Grande: risco grave;

• Médio: risco médio;

• Pequeno: risco leve.

Figura 1 - Exemplo de Mapa de riscos

Fonte: http://www.areaseg.com/sinais/mapaderisco.html

Após o exame desse mapa, poderemos indicar as medidas necessárias ao

saneamento daquele ambiente e elaborar o plano de trabalho, para obtermos

a implantação das medidas corretivas.

Depois de aprovado pela CIPA, o mapa de riscos completo ou somente do

setor, deve ser afixado de forma visível a todos no local analisado.

Para ambientes de trabalho da construção civil, o mapa de riscos deve ser

realizado por etapa de execução dos serviços, sendo revisto sempre que

ocorra um fato que modifique a situação de riscos pré-estabelecida.

Page 62: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 4 - Gerenciamento ambiental62

Classificação de riscos Ambientais

Quadro 1 - Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupo, de acordo com a

sua natureza e a padronização das cores correspondentes

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo Iv Grupo v

Riscos Físicos Riscos químicos Riscos biológicos Riscos ergonômicos Riscos de acidentes

ruídos Poeiras vírus esforço físico intensoarranjo físico inadequado

vibrações Fumos bactériaslevantamento e

transporte manual de peso

máquinas e equipamentos sem

proteção

radiações ionizantes

neblinas protozoáriosexigência de postura

inadequada

ferramentas inadequadas ou

defeituosas

frio gases fungoscontrole rígido de

produtividadeiluminação inadequada

calor vapores parasitasimposição de ritmos

excessivoseletricidade

pressões anormais

substâncias compostas ou

produtos químicos em geral

bacílostrabalhos em turnos diurnos e noturnos

probabilidade de incêndio ou explosão

umidadejornadas de trabalho

prolongadasarmazenamento

inadequado

monotonia e repetitividade. Outras situações causadoras

de stress físico ou psíquico

animais peçonhentos. Outras situações que

podem contribuir para a ocorrência de

acidentes

Fonte: Adaptado de CTISM

4.5 Programa de prevenção de riscos ambientais (PPrA)

Para preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores em seu ambiente

de trabalho, o Ministério do Trabalho criou a Norma Regulamentadora número

9. Esta NR estabelece que é obrigatória a elaboração e implementação do PPRA.

As ações do PPRA são de responsabilidade do empregador, mas devem ser

desenvolvidas com a participação dos trabalhadores.

Page 63: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 63

Assim, cabe ao trabalhador:

I. Participar da implantação e execução do PPRA;

II. Cumprir as orientações recebidas por treinamentos e palestras do

programa;

III. Informar aos superiores sobre situações que podem levar a riscos à

saúde dos trabalhadores.

Etapas do PPRA:

I. Antecipação e reconhecimento de riscos;

II. Prioridades e metas de avaliação e controle;

III. Avaliação da exposição dos trabalhadores aos riscos;

IV. Implantação de medidas de controle;

V. Monitoramento da exposição aos riscos;

VI. Registro de dados.

Devem ser adotadas medidas suficientes para a eliminação, ou pelo menos

o controle, dos riscos ambientais. Quando os resultados das avaliações de

exposição dos trabalhadores às condições do ambiente de trabalho excederem

valores estabelecidos pela legislação, o PPRA deve indicar os equipamentos

de proteção individual e coletiva a serem utilizados. A seleção do EPI deve

sempre considerar o tipo de risco ao qual o trabalhador está exposto, levando

em consideração a eficiência e o conforto oferecido ao usuário.

Os limites de exposição a riscos ambientais podem ser encontrados na NR15.

Na ausência de limites de referência, pode ser adotado o valor estabelecido em

negociação por acordo coletivo de trabalho. Mas, atenção, sempre prevalecerá

o valor mais rigoroso e favorável ao trabalhador.

Page 64: Segurança, meio ambiente e saúde

Aula 4 - Gerenciamento ambiental64

resumo

Nesta aula estudamos os tipos de riscos ambientais, bem como interpretar

o mapa de riscos de um ambiente. Não se esqueça da indicação de cores

correspondentes a cada grupo, associando grupo I em cor verde a riscos

físicos, grupo II em cor vermelha a riscos químicos, grupo III em cor marrom a

riscos biológicos, grupo IV em cor amarela a riscos ergonômicos, grupo V em

cor azul a riscos de acidentes.

Atividade de aprendizagem

1. A partir do conteúdo deste caderno e da bibliografia indicada, indique

os riscos ambientais do ambiente de trabalho de sua profissão.

referências

BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Segurança do Trabalho:

guia prático e didático. São Paulo: Érica, 2012.

MORAES, Giovanni Araújo. normas regulamentadoras comentadas. 7. ed.

Rio de Janeiro, 2009. v. 2 e 3.

PINTO, Antonio Luiz de Toledo; WINDT, Márcia Cristina Vaz dos Santos;

CÉSPEDES, Lívia (Org.). Segurança e medicina do trabalho. 7. ed. São Paulo:

Saraiva, 2011.

Page 65: Segurança, meio ambiente e saúde

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 65

Currículo do professor-autor

Jorge Creso Demetrio possui graduação em Engenharia Civil

pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), mestrado em

Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),

Doutorado em Engenharia da Produção pela Universidade Paulista

e atua como professor Assistente do Departamento de Engenharia

das Construções e Estruturas da UEMA. Possui experiência como

docente da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da Unidade

de Ensino Superior Dom Bosco (UNDB), além de ter ocupado o cargo

de Vice-Reitor da Universidade CEUMA. Possui experiência na área de

Engenharia Civil, com ênfase em Processos Construtivos.