segurança e negócios – ed. 3 – março/2016

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E NEGÓCIOS SEGURANÇA #03 ANO 2 | MARÇO 2016 EDIÇÃO EXCLUSIVA PARA CLIENTES GOCIL GESTÃO: COMO NASCE UM CÓDIGO DE ÉTICA MOTIVAÇÃO: METAS PESSOAIS X PROFISSIONAIS MULHERES: GESTÃO FEMININA É ESTRATÉGIA DE ONDE VEM O CAMPEÃO OS PAIS DO ATLETA PARALÍMPICO DANIEL DIAS CONTAM COMO CRIARAM O FILHO PARA SER INDEPENDENTE E VENCER OBSTÁCULOS

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Leia na íntegra a terceira edição da revista da Gocil voltada a seus clientes. NESTA EDIÇÃO: • De onde vem o campeão: os pais do atleta paralímpico Daniel Dias contam como criaram o filho para ser independente e vencer obstáculos • Gestão: como nasce um código de ética • Motivação: metas pessoais X profissionais • Mulheres: gestão feminina é estratégia

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E NEGÓCIOSSEGURANÇA

#03 ANO 2 | MARÇO 2016 EDIÇÃO EXCLUSIVA PARA CLIENTES GOCIL

GESTÃO:COMO NASCE UM CÓDIGO DE ÉTICA

MOTIVAÇÃO:METAS PESSOAIS X PROFISSIONAIS

MULHERES:GESTÃO FEMININA É ESTRATÉGIA

DE ONDE VEMO CAMPEÃOOS PAIS DO ATLETA PARALÍMPICO DANIEL DIAS CONTAM COMO CRIARAM O FILHO PARA SER INDEPENDENTE E VENCER OBSTÁCULOS

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editorialVocê já parou para pensar sobre o que te motiva? Uma casa, um carro, uma viagem ou até mesmo uns quilinhos a menos são objetivos que só serão alcançados com planejamento. Em muitos destes casos, conciliar nossas metas pessoais e profissionais para obter resultados a longo prazo pode ser a grande sacada. Conheça, na seção Motivação, histórias de sucesso de pessoas que definiram prioridades, se planejaram e conseguiram chegar lá.

Sucesso é um assunto que invade nossas páginas. A matéria de capa desta edição traz a história de um casal campeão. Paulo e Rosana deveriam estar em uma lista entre os maiores gestores de crise do país! Eles, que são pais do atleta paralímpico Daniel Dias, falam à Segurança e negócioS sobre como criaram o esportista para ser completamente independente e não desistir diante das dificuldades.

A presença dos pais na composição do caráter de uma criança é mesmo indispensável. Por isso, diversas empresas têm investido em programas de benefícios para colaboradores com filhos. Essa prática demonstra cuidado e respeito pelos valores familiares, afinal, muitas mulheres abrem mão da maternidade para dar continuidade à vida profissional. Conheça empresas que já fazem a diferença na seção Pais&Filhos.

Por falar em mulheres, esta edição está mesmo repleta de fortes guerreiras! Quem diz que elas podem ser teimosas e emotivas, nem imagina que características femininas de liderança – como sutileza e intuição – são diferenciais estratégicos em uma companhia. Veja os desafios encontrados por mulheres que atuam em segmentos masculinos e estão à frente de equipes compostas, em sua maioria, por homens. Confira na seção Mulheres.

Boa leitura!Daniella Barbosa

NEGÓCIOS

SAIBA COMO PREPARAR SUCESSORES PARA SUA EMPRESA

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ARTIGO

AS LIÇÕES DO PRESIDENTE DA GOCIL SOBRE FILANTROPIA

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SEGURANÇA

DESCUBRA COMO GRANDES EVENTOS SÃO PLANEJADOS

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Ética

GESTÃO

COMO ALINHAR INTERESSES COM UM CÓDIGO DE ÉTICA

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MUNDO GOCIL

O PAPEL ESTRATÉGICO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO

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MOTIVAÇÃO

COMO EQUILIBRAR METAS PROFISSIONAIS E PESSOAIS

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CAPA

CONHEÇA ROSANA E PAULO, PAIS DE

DANIEL DIAS

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MULHERES

ELAS LIDERAM EQUIPES MASCULINAS SEM PERDER O CHARME

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ÍNDICE#03

expedienteSegurança e Negócios é uma publicação da Gocil.GESTÃO DE MARKETING: Daniella BarbosaJORNALISTA RESPONSÁVEL: Patricia B. Teixeira (MTB: 51202/SP) REDAÇÃO: Trixe Comunicação Estratégica COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Alexia Raine, Carla Nogueira, Patricia B. Teixeira, Paola Brescianini e Tatiane MorettiREVISÃO: Larissa HelenaPROJETO GRÁFICO: Zinnerama | Fellipe RochaDESIGN GRÁFICO: Leonardo VazFOTO DA CAPA: Paulo Pampolin

TECNOLOGIA

CONHEÇA APPS DE CELULAR QUE FACILITARÃO SEUS DIAS

40

ETIQUETA

O QUE FAZER OU NÃO EM UM ALMOÇO DE NEGÓCIOS

38

PARA DEGUSTAR

CERVEJAS ARTESANAIS: PAIXÃO NACIONAL FEITA EM CASA

46

BIBLIOTECA CORPORATIVA

CONFIRA QUATRO LIVROS PARA VENCER OBSTÁCULOS

50

FINANÇAS

SAIBA QUANDO E COMO INVESTIR O SEU DINHEIRO

34

INOVAÇÃO

PROJETO SOCIAL BUSCA TALENTOS NA PERIFERIA

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VALE A PENA IR

PASSEIOS QUE VOCÊ NÃO PODE PERDER EM LONDRES E NA CHAPADA DOS VEADEIROS

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EDUCAÇÃO

CURSOS À DISTÂNCIA VALEM A PENA? DESCUBRA!

32

GOLFE

LOVELADY FALA SOBRE IMPREVISTOS E SUPERAÇÃO

36

PAIS&FILHOS

EMPRESAS INVESTEM NOS FILHOS DE SEUS FUNCIONÁRIOS

42

TENDÊNCIA

O QUE DIZEM AS PESSOAS QUE ABRIRAM MÃO DO CARRO

30

SAÚDE

COMO PERDER PESO SEM PRECISAR SAIR DE CASA

44

ARTIGO

Sempre fui filantropo. Quan- do prestei serviços mili-tares, usava 10% do meu

salário para comprar macarrão e distribuí-lo em creches. Depois que a Gocil nasceu e se tornou uma das maiores empresas de segurança do Brasil, meu senti-mento não mudou.

Boa parte dos nossos investi-mentos, atualmente, são direcio-nados ao esporte, pois entendemos que ele representa a saúde e a vida das pessoas. Apoiar e ajudá-las sempre fez parte dos meus prin-cípios e levei isso para a empresa. Por acreditar no esporte, somos patrocinadores oficias do atleta paralímpico Daniel Dias, que re-presenta os ideais da Gocil quando o assunto é dedicação e superação de desafios.

Daniel é apenas um dos exem-plos de nosso carinho e apoio ao

esporte. Robert Scheidt e Bruno Prada também contaram com o nosso patrocínio em 2012, quando conquistaram a medalha de bron-ze no iatismo. Eles entraram para a história do esporte brasileiro e, claro, para a história da Gocil.

E por falar em vitória, em 2014 o Ituano recebeu o nosso apoio. Eu tinha a certeza de que patro-cinaríamos um campeão naquele ano e estava certo! Eles venceram o Campeonato Paulista e nos de-ram muito orgulho.

Além dos atletas, a comuni-dade é uma preocupação cons-tante da Gocil. Nossas ações esportivas e sociais fortalece-ram-se nos últimos anos pelos torneios beneficentes que pa-trocinamos, assim como fizemos durante seis anos consecutivos com o Torneio Beneficente Al-bert Einstein. Os recursos an-

TEXTO: Washington Umberto Cinel, presidente da Gocil | FOTOS: Paulo Pampolin

De acordo com o dicionário, filantropia significa “amor à humanidade”. Esta é uma palavra de ordem na vida do presidente na Gocil e nos valores da organização. Entenda a seguir

Vivi e aprendi

gariados foram direcionados à Comunidade de Paraisópolis e às ações humanitárias no Hospital M’Boi Mirim.

Em 2012, orgulhosamente patrocinamos a 9ª edição do In-vitational Golf Cup – Instituto Ro-nald McDonald, um dos mais im-portantes eventos beneficentes de golfe na América Latina. Os recursos captados promoveram ações voltadas a pesquisas de melhoria e cura do câncer infantil em todo o Brasil. A mais recen-te parceria da Gocil é o patrocí-nio da golfista Victoria Lovela-dy, promessa para as Olimpíadas 2016, agora que o golfe retorna ao evento, depois de estar ausente nos últimos 112 anos.

É pensando no próximo que construímos nossos valores, afi-nal, a vida é o grande motivo da existência de nossa empresa. �

6 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

É PENSANDO NO PRÓXIMO QUE CONSTRUÍMOS NOSSOS VALORES, AFINAL, A VIDA É O GRANDE MOTIVO DA EXISTÊNCIA DE NOSSA EMPRESA

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MUNDO GOCIL

Cada vez mais as empresas têm se beneficiado do Mar-keting de Relacionamen-

to, tanto para fidelizar os clientes quanto para prospectar e gerar no-vos negócios. De acordo com o vi-ce-presidente da Gocil Segurança e Serviços, Welder Peçanha, para um bom Marketing de Relacionamen-to é importante ter várias práticas institucionais e não focar somen-te em uma estratégia. “O primeiro passo é que a empresa tenha bons produtos ou serviços, e que es-tes sejam de qualidade. O segundo

passo é achar os canais de relacio-namento corretos para apresentar a organização e o que ela oferece no mercado”, conta.

Um dos principais caminhos utilizados pela Gocil são os clubes de relacionamentos, como o LIDE e o Experience Club, além de outras entidades, como a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) e a Câmara do Comércio Brasil - Es-tados Unidos, frequentados pelos principais executivos de grandes empresas nacionais e multinacio-nais. “Os nossos clientes também

TEXTO: Carla Nogueira | FOTO: Paulo Pampolin

Ferramenta importante para as organizações, o Marketing de Relacionamento tem ganhado força entre os executivos

As práticas institucionais da Gocil para a geração de negócios

frequentam estes clubes e enti-dades, dando credibilidade ao que apresentamos aos prospects, re-forçando a qualidade da empresa e do trabalho entregue”, declara Peçanha.

Outra prática institucional é convidar estes executivos para co-nhecerem a Gocil, sua estrutura, operação, governança e forma de trabalhar. Na visita, eles veem uma empresa organizada, com plane-jamento estratégico definido até 2020 e visitam o Centro Integra-do de Comando e Controle (CICC).

Welder Peçanha, vice-presidente da Gocil, aposta no marketing de relacionamento

8 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

Esta ação dá a oportunidade de ver o trabalho humano aliado à tecno-logia. A instituição também abre as portas de seu auditório para eventos realizados pelos clubes de relacionamentos ou organizados internamente, então o prospect já está ali dentro tendo uma primeira boa impressão. Quando o executivo entra na sede da empresa, ele passa a ver a Gocil dentro de um mundo corporativo.

O Marketing de Relacionamento é um investimento a longo prazo. É possível que o prospect nunca vire

um cliente, no entanto, por meio desta ação este pode se tornar um parceiro ou indicar a empresa e os contatos desta para outros executi-vos e empresários. “O importante é se relacionar, ser amigável, confiá-vel e fazer o bem. Sempre com mui-ta elegância nas ações e atitudes. Não devemos visar somente os be-nefícios, mas também oferecê-los, como aproximar dois executivos que estão em busca de um mesmo negócio. Isto fortalece a relação e faz você ser visto continuamente”, finaliza Peçanha. •

NÃO DEVEMOS VISAR SOMENTE OS BENEFÍCIOS, MAS TAMBÉM OFERECÊ-LOS. ISTO FORTALECE A RELAÇÃO E FAZ VOCÊ SER VISTO

”9

SEGURANÇA

Grandes eventos, onde a cir- culação de pessoas ultra-passa a casa dos milhares,

requerem atenção redobrada com segurança. Isso porque tanto o público, assim como o local em si, está exposto a grandes inciden-tes, por exemplo, ataques terro-ristas, o uso de entorpecentes e crimes em geral. Por isso, a vida e o bem-estar físico e patrimonial

Ao participar de um grande evento, como festivais de música ou jogos de futebol, é comum voltarmos nossa atenção para a decoração, comida, música e à organização como um todo. Você entra, aproveita as atrações, vai embora para casa e raramente pensa sobre um fator essencial: o que te manteve seguro durante o evento?

segurançaAs mentespor trás da

TEXTO: Tatiane Moretti | FOTO: Paulo Pampolin

devem ser fatores primordiais na organização de um evento.

Para Andrea Nakane, Espe-cialista em Administração de Grandes Eventos e autora do livro Segurança em Eventos (Edi-tora Aleph), a empresa orga-nizadora deve se atentar com o alvará de funcionamento do lo-cal onde será realizada a atração, definir seu público-alvo, alinhar o direcionamento do evento com órgãos públicos (Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, De-fesa Civil e hospitais) e estudar a melhor prestadora de serviço em segurança especializada. “Para alcançar um cenário assertivo, tranquilo e seguro, além dessas variáveis, é necessário ter um plano de contingência pautado em ações estratégicas para re-duzir as chances de incidente sem a mínima condição de ges-tão”, diz.

Equipe de Operações da Gocil Segurança e Serviços, em São Paulo (SP), garante a segurança de evento após mapear riscos, treinar funcionários e definir estratégias

10 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

ALINHANDO RESPONSABILIDADES

A não ser que a organizadora do evento já possua um depar-tamento especializado em segu-rança (o que geralmente é raro), torna-se necessária a contrata-ção de uma empresa perita no assunto. Em primeiro lugar, a prestadora deve estar com toda a documentação atualizada pe-rante a portaria da Polícia Fe-deral 3233/12. Além disso, deve unir força humana, tecnologia e expertise desde o planejamento até a finalização do evento.

Segundo Sérgio Ehrlich, Di-retor de Operações da Gocil Se-gurança e Serviços, “a empresa não consegue fazer o serviço de segurança com sucesso se esti-ver indiferente às necessidades do negócio do cliente”. A exe-cução de processos como análise de riscos, treinamento de fun-

cionários e planos de contingên-cia devem ser discutidos em reu-niões agendadas entre a empresa de segurança privada, o organi-zador do evento e os órgãos pú-blicos (trem, metrô, bombeiros, CET, entre outros). “Assim, es-tabelecemos padrões e elenca-mos: necessidade de número de homens, tecnologia (Centro de Comando e Controle) e planos de crise”, finaliza Ehrlich.

“Montagem, realização e desmontagem do evento impli-cam a segurança de equipamen-tos, numerários, entre outros recursos que exigem um fluxo de fornecedores bastante orga-nizado”, aponta Wagner Faria, Gerente de Segurança e Serviços no Grupo Abril. De acordo com ele, todo esse processo precisa acontecer, mas de uma forma discreta diante do público, e é nesse ponto que uma segurança

competente recebe seu crédito. Faria acredita que a tranqui-lidade das pessoas é uma das exigências na hora de contratar uma empresa, por isso analisa a infraestrutura da contratada, assim como suas soluções pré-vias com base num mapeamento de risco. “Se a empresa é flexí-vel diante de mudanças, rápida em posicionamento e séria no treinamento, tanto de gestores como de operacionais, as chan-ces de excelência crescem, pois conseguimos pensar juntos em soluções”, finaliza.

Mesmo com todos os pro-cessos seguidos à risca, não há como se antecipar a incidentes em grandes eventos, portanto esse processo envolve uma visão estratégica e preventiva, assim como ações de contingência. Uma coisa é certa: prever pode não ser possível, mas prevenir, sim! �

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NEGÓCIOS

TEXTO: Carla Nogueira | FOTO: Volvo/Divulgação

A sucessão de gestores é um assunto que está cada vez mais em pauta nas empresas. Embora seja um tema importante, não são muitas as organizações que possuem a cultura de sucessão de liderança estabelecida. Um gestor pode sair repentinamente da empresa, ser promovido e transferido para outra cidade, estado ou país; pode adoecer, ficar afastado por um período ou mesmo vir a falecer. Caso não haja ninguém para substituí-lo à altura na liderança, haverá um impacto negativo na estratégia mercadológica que pode influenciar diretamente nos resultados, com consequências na própria sustentabilidade do negócio. Portanto, seja familiar ou não, as organizações devem preparar e capacitar a próxima geração de líderes. Saiba como nasce um sucessor

Preparando novos gestores

12 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

Planejar a transição de chefia envolve questões estratégicas, de gestão e, às vezes, societárias. Encontrar e preparar o sucessor adequado requer tempo e nem sempre é algo fácil, especialmente

em empresas familiares. Nestas, os obstáculos surgem quando os as-pectos e as tradições familiares – por exemplo, o que é visto como linha natural de sucessão – interferem na gestão da empresa. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sebrae em 2012, 90% das empresas bra-sileiras são familiares.

Em geral, os planos de preparação de sucessores são parte do processo estratégico das organizações e uma missão do RH. Es-tes devem ser planejados e estar bem alinhados com os pilares da empresa – missão, visão e valores – a fim de dar continuidade ao seu crescimento. É importante que as instituições conheçam as ha-bilidades de seus profissionais, pois isto interfere diretamente no processo de escolha e preparação dos próximos líderes. No entanto, a capacitação dos sucessores cabe aos gestores, que devem habili-tá-los para os desafios do mercado, inclusive no que diz respeito à capacidade de fazer mudanças. “A preparação dos futuros gestores é um processo contínuo que dura em média 18 meses. Por isso, precisa ser guiado de maneira consistente”, diz Renato Bernhoeft, consultor especializado em carreiras e sucessão de gestores. Ú

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Na Volvo do Brasil, o plano de sucessão faz parte da cultura da empresa. Este processo inclui uma preparação constante e um intenso investimento no desenvolvimento de funcionários e lideranças por meio de ações locais, da Universidade Corporativa da Volvo e dos pro-gramas de Gestão de Talentos, Preparação Pós-carreira, Expatriação, Job Rotation e Recrutamento Misto. “Todos começam pela avaliação de desempenho anual (Personal Business Plan - PBP), por meio de conversas entre liderança e subordinado, visto que este é um momen-to no qual os objetivos e as intenções tanto da organização quanto do indivíduo são explicitados. A sucessão acontece quando temos a necessidade no contexto de negócio, estratégia e planejamento para a posição”, revela Rubens Cieslak, Analista de RH da multinacional.

A brasileira Apetit Serviços de Alimentação sempre trabalhou os aspectos de capacitação de seus colaboradores de forma a prepará-los para futuros desafios, investindo especialmente na escolaridade das equipes de liderança. Tanto que, em 2013, inaugurou a Universidade Corporativa Apetit (UNIAP) e mantém parcerias com instituições de ensino superior. Além de todo o investimento em capacitação, outro grande critério para o desenvolvimento do plano de sucessão de ges-tores são as aptidões dos colaboradores. “Buscamos principalmente as competências técnicas e comportamentais que estão alinhadas ao planejamento da organização. Na Apetit, acreditamos naqueles que são capazes de influenciar positivamente sua equipe para atingir ob-jetivos. Dessa forma, caso o candidato possua habilidades e atitudes

A SUCESSÃO ACONTECE QUANDO VEMOS A NECESSIDADE NO NEGÓCIO, NA ESTRATÉGIA E NO PLANEJAMENTO

Rubens Cieslak é Analista de RH da Volvo do Brasil, onde o plano de sucessão faz parte da cultura e estratégia da empresa

NEGÓCIOS

14 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

condizentes com um cargo e possua o perfil adequado ao momento da companhia, ele está apto a assumir novas funções e será prepara-do para isto”, explica a Gerente de Estratégia Pamela Manfrin.

Para a Volvo, não há somente um perfil ideal de líder. As qua-lidades e habilidades profissionais de um futuro gestor variam de acordo com o segmento de atuação, valores, cultura e as estratégias da empresa, assim como o departamento onde irá liderar. “O CHA (Conhecimento, Habilidades e Atitudes) do candidato é importante pela posição (Industrial, comercial e financeira, entre outras) e as competências definidas pelo grupo Volvo para os diferentes níveis de liderança”, revela Cieslak.

Entre os desafios existentes na carreira de um sucessor, existe um muito comum a todos: o de saber que está substituindo uma figura com histórico de sucesso. Devido a isso, deve-se entender as características do sucedido, levá-las em consideração e tomar cui-dado para não o imitar; compreender como a equipe funcionava com o gestor anterior e conquistá-la, sem se impor; saber o que seus superiores esperam na posição em que passou a ocupar; precisa ter objetivos e responsabilidades definidas. “O novo gestor deve criar seu próprio estilo, seja liderando o negócio ou lidando com a equipe. A postura de liderança dever ser colaborativa, não impositiva. Com a transição, o importante é o negócio não perder o ritmo e a competi-tividade no mercado”, finaliza Bernhoeft. �

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MOTIVAÇÃO

Em pleno século XXI, pla-nejar e alcançar objetivos são atitudes cotidianas.

Então, como relacionar os dese-jos particulares com aqueles que traçamos para nossa carreira? A motivação profissional é resul-tado de um desejo pessoal?

Para responder essas ques-tões, é preciso estabelecer ti-pos de desejo. Viajar o mundo, comprar um apartamento ou um carro são objetivos que depen-dem de condições financeiras para acontecer. Logo, se você não foi sorteado com um bilhete de loteria, precisa criar alterna-tivas para realizá-los.

“Quando o indivíduo chega nessa conclusão, ele transfere a meta pessoal para o campo profissional e dá início a um planejamento”, diz o autor, coa-ch e psiquiatra Frederico Nero. Segundo ele, uma meta está totalmente ligada à outra. Sendo assim, é necessário fazer a ges-tão entre as duas, sabendo que quanto mais focar em uma, mais a outra será deixada de lado – e que isso é normal.

Casar ou comprar uma bicicleta? Enfrentamos este dilema quando estamos diante de nossos objetivos e não sabemos como transformá-los em metas. A boa notícia é que não é preciso escolher entre um e outro, mas ajustá-los continuamente

Como conciliarmetas pessoais e profissionais

Juliano Kimura superou obstáculos e fundou a startup Social Brunch, que alavanca a presença digital das marcas

TEXTO: Tatiane Moretti | FOTOS: Paulo Pampolin

16 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

O QUE SÃO METAS E COMO TORNÁ-LAS POSSÍVEIS? Metas são frequentemente confundidas com objetivos. No entanto, a diferença está na riqueza de detalhes de cada uma. Caminhar no fim do dia é um objetivo, mas caminhar por 40 minutos, a partir das 16 horas, diariamente, é uma meta.

De acordo com especialistas, para uma meta ser alcançada, precisamos seguir 5 passos representados pela sigla S.M.A.R.T:

S - Específica (specific): reduzir, por exemplo, em 50%, o número de reclamações de um Call Center; M - Mensurável (measurable): saber, por meio de uma pesquisa de qualidade, o nível de satisfação dos clientes; A - Atingível (attainable): diminuir 50% do número de reclamações em 6 meses;R – Relevante (realistic): reduzir o número de insatisfação com o objetivo de aumentar a qualidade em serviços e, consequentemente, ter maior retorno financeiro; T – Com prazo estipulado (time bound): atingir o nível de satisfação estipulado até o próximo balanço financeiro.

COMO EQUILIBRAR AS METAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS

Se você tem uma meta a lon-go prazo, mas seu salário atual não é suficiente para financiá--la, é hora de criar alternativas. Isso inclui fazer hora extra no trabalho, abrir o próprio negó-cio ou até considerar serviços como freelancer. Se quiser fazer tudo isso, saiba que restará me-nos tempo para o lazer. “Esse é o famoso dilema das metas e pede que façamos um ajus-te contínuo nas prioridades”, completa Nero.

Para Juliano Kimura (35), em-presário, professor e palestrante, o “aperto no cinto” veio aos 24 anos, quando seria pai pela se-gunda vez. Na época, era gerente de métricas em uma empresa de inovação tecnológica. Foi quan-do sua carga horária no trabalho duplicou, cursos de curta dura-ção vieram e ele chegou ao cargo de diretor da empresa. “Naquela época, eu passava por problemas no casamento, engordei 20 kg, e só pensava em como melhorar meu currículo para me tornar indispensável”, diz.

A expertise adquirida com os cursos e a vivência com tecnolo-gia deu a chance para que Kimura abrisse a própria consultora de

inovação em 2007, e fundasse, em 2015, a startup Social Brunch, empresa pioneira em alavancar a presença digital de marcas, por meio de blogs e vlogs.

O empresário Marcos Bono-ni (38) que, desde os 16 anos, desenvolveu um olhar para os negócios, procurou investir no currículo, cursando graduação, pós-graduação e MBI, sempre com foco em TI, gestão de pro-jetos e marketing. No início quis ter o primeiro carro, depois o primeiro apartamento. Após tra-balhar como digitador e analista de sistemas, Marcos seguiu seu objetivo e hoje é sócio-diretor da DSC Praxis Brasil, empresa especializada em consultoria de TI. “De uma meta surgem outras e eu entendi que todas as horas de estudo e trabalho seriam re-compensadas”, completa.

Nem sempre o objetivo pes-soal de alguém será a compra de um imóvel – o que faria com que o indivíduo trabalhasse mais para conquistá-lo. Às vezes, a grande meta de um empresário bem-sucedido é ter mais tempo para a família e, nesse caso, a alternativa seria diminuir as ho-ras de trabalho. O importante é sempre começar de algum lugar e não se limitar. �

Marcos Bononi é sócio-diretor da DSC Praxis Brasil, empresa especializada em consultoria de TI

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MULHERES

O jeito feminino de liderar no mundo corporativo

18 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

TEXTO: Carla Nogueira | FOTO: Newton Santos

Valéria, Ana, Daniella, Roberta, Maura e Simone ocupam cargos de liderança na Gocil, estão à frente de áreas consideradas masculinas e lideram equipes formadas por homens. Além de serem respeitadas e reconhecidas por seus times, reúnem características consideradas estratégicas para a companhia

Quando as mulheres começaram a ocupar cargos de gestão há algumas décadas, o mundo corporativo era dominado pelos homens. O único modo de comando conhecido era o masculino, e elas o reproduziam a fim de se impor. Assim, ganharam a fama de mandonas, teimosas e agressivas. Mais do que buscar reconhecimento e respeito, as mulheres foram em busca de um estilo próprio de liderar suas equipes. E conseguiram! Ú

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Com o passar dos anos, a prática e a experiência das mulheres no mundo dos

negócios trouxeram mudanças na forma de liderar uma equipe. “As mulheres perceberam que não precisavam do jeito mas-culino para conseguir respeito e que suas competências fos-sem reconhecidas”, afirma Joyce Moysés, jornalista, consultora, palestrante na área de liderança feminina e autora do livro Mu-lheres de sucesso querem poder... amar (Editora Gente).

Ainda que poucas mulheres es-tejam em cargos de liderança nas empresas, muitas atuam em seg-mentos considerados tipicamen-te masculinos, gerenciam equipes compostas, em sua maioria, por ho-mens. Este é o caso de Jaqueline Ba-zani, Gerente Nacional de Operações

da Ancar Ivanhoe; Sonia Feltrin, Supervisora de Segurança da Gocil Segurança e Serviços, e Regina Bo-telho Pereira, Gerente de Proprieda-des da Racional Empreendimentos.

Atuando como gestora no mercado de trabalho há mais de 15 anos, e há quatro na empresa atual, Jaqueline lidera mais de 3.400 pes-soas distribuídas por 14 capitais estaduais, sendo 27 delas direta-mente. Atualmente, 66% da sua equipe é composta por homens e 33% são mulheres. Para a profis-sional, “o desafio de liderar pes-soas é muito maior que a diferen-ça de gênero. Apesar dos homens serem mais objetivos e as mu-lheres mais detalhistas, é preciso adequar o perfil do gênero à fun-ção”. Somente na área de opera-ções da Ancar, há 45 mulheres em cargos de liderança.

Há pouco mais de dois anos trabalhando na Gocil, Sonia li-dera 174 colaboradores direta-mente em uma equipe formada por 80% de homens e 20% de mulheres. Apesar do segmento ser peculiarmente masculino, a empresa de segurança conta com um quadro gerencial predo-minantemente feminino. Hoje, 80% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres e elas estão à frente de áreas conside-radas masculinas como logísti-ca, serviços, custos e financeiro. “Trabalho na área de segurança patrimonial há 18 anos. Há doze, atuo como gestora. Com isso, aprendi a colocar minha posição de supervisora operacional antes da minha imagem de mulher, e não tenho problemas com a par-te masculina”, revela.

MULHERES

20 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

Características como sutileza, flexibilidade, criatividade, intui-ção, facilidade na construção de relacionamentos e capacidade de se colocar no lugar do outro são reconhecidas como habilidades femininas de liderança. Embora diferentes, tanto o estilo feminino de liderar quanto o masculino pos-suem como base a iniciativa, a faci-lidade de adaptação às mudanças, a tomada rápida de decisões, o dire-cionamento da equipe, o desenvol-vimento dos colaboradores, a de-terminação e o foco nos resultados, sempre alinhados com as estraté-gias da corporação. “Independente do sexo, há diferenças no jeito de liderar que variam de pessoa para

pessoa. Claro que as mulheres po-dem utilizar modos considerados masculinos, assim como os ho-mens podem desenvolver habilida-des de liderança do gênero femini-no”, explica Joyce.

Gestora há sete anos e atual-mente liderando 33 pessoas na Racional Empreendimentos, sen-do 70% homens e 30% mulheres, Regina ressalta: “os liderados tam-bém têm características diferentes. Assim, é necessário entender cada um e saber qual comunicação e ar-gumentos os motivam. É preciso conhecer a equipe que você lidera”.

As empresas também têm pas-sado por mudanças, valorizando a gestão de pessoas. O modelo rígi-

do de chefia tem sido deixado de lado em prol da liderança colabo-rativa. Com isso, o estilo feminino está cada vez mais em evidência e o crescimento das mulheres como líderes tende a aumentar. Segun-do um estudo recente do Peterson Institute for International Econo-mics, realizado com 22 mil empre-sas abertas de 91 países, as insti-tuições que aumentaram em até 30% a presença de mulheres em cargos de liderança cresceram cer-ca de 15% em sua rentabilidade. “O ideal é as instituições chegarem ao equilíbrio de gestores, mantendo 50% de homens e 50% de mulhe-res, a fim de unirem forças, ideias e habilidades”, ressalta Joyce. •

O PERFIL DE UMA SUPER-LÍDER

Sutil ★

Flexível ★

Criativa ★

Tem iniciativa ✔

Adapta-se às mudanças ✔

Toma decisões rapidamente ✔

Desenvolve os colaboradores ✔

Foca nos resultados ✔

Características comuns a todos os líderes✔

Características principais de líderes femininas★

Direciona a equipe ✔

Constrói relacionamentos ★

Coloca-se no lugar do outro ★

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Ética

Do papel à prática

GESTÃO

Em meados de 1940, Gandhi já falava sobre a importân-cia da harmonia entre o que

pensamos, dizemos e fazemos, levantando um questionamento ético que quase oito décadas de-pois ainda tentamos desvendar, principalmente quando se trata do universo corporativo. Bons líderes empresariais percebe-ram, inclusive, que a ética é um diferencial competitivo e sabem que investir em ferramentas que auxiliam a projeção de seus va-lores para os públicos internos e externos pode ser uma forma estratégica de garantir que todos falem a mesma língua. Mais do

Implantar um Código de Conduta Ética nas organizações é uma medida estratégica. O grande desafio é vencer as barreiras territoriais e garantir a coerência entre o que é planejado, dito e feito

TEXTO: Alexia Raine

que “pôr ordem na casa”, essas organizações buscam desenvolver ambientes e pessoas cientes de seus direitos e deveres dentro da companhia. Mesmo enfrentando alguns obstáculos para implantar e disseminar diretrizes, elas têm criado meios inteligentes e fun-cionais para conseguir driblar a burocracia e atingir seus públicos de interesse.

Vigente há mais de 10 anos, o Código de Conduta do Grupo Volvo contou com a ajuda das lideranças para ser implantado e sua disse-minação acontece até hoje. Nele, a empresa expõe seus princípios (corporativos, ambientais e hu-

manos) e incentiva os funcioná-rios a revelar comportamentos que não sejam condizentes com o que foi anunciado. “Anualmente os funcionários preenchem uma declaração de possível conflito de interesse e, para preencher, preci-sam revisar o Manual de Conduta”, explica Ricardo Nanami, Gerente de RH da empresa. A Volvo conta com o desafio de respeitar a cultura e a legislação dos países onde atua. “Por ser uma empresa multinacio-nal, adaptamos o Código à realida-de brasileira. Seguimos as mesmas diretrizes do Código Global, mas desenvolvemos um Manual para adaptar os princípios à realidade

22 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

Ética

local, com características relativas à cultura brasileira”, diz.

O alcance territorial também é um desafio para a Apetit Serviços de Alimentação. A fim de atingir os 2000 colaboradores distribuídos pelos 11 estados brasileiros onde a empresa presta serviços, o Guia de Cultura Apetit foi esmiuçado em pequenos materiais de divulgação para disseminar seus principais pontos. “Além de difundir a postu-ra da empresa perante os diferentes públicos com os quais interagimos, nosso Guia de Cultura reúne valo-res invioláveis, como integridade, participação e consciência. A trans-parência faz com que o colaborador entenda os valores da Apetit e pratique-os diariamente”, conta Adilseia Soriani, Gerente de RH da empresa. De acordo com ela, desde a chegada do Guia de Cultura, as

pesquisas de clima organizacional mostram bons números quanto à satisfação com o ambiente de tra-balho. “A adesão dos colaboradores ao Guia em 2015 foi de 82%”, com-plementa.

CRIATIVIDADE A FAVORTransformar o conteúdo do

código em um material de fácil assimilação também é uma es-tratégia adotada pela Gocil Segu-rança e Serviços. A empresa, que tem como grande desafio atingir seu público operacional – alocado em diversos postos de serviço –, aposta em uma maneira criativa de disseminar as informações do Código de Ética e Conduta Gocil. “Criamos charges explicativas que reforçam o conteúdo do Código de uma maneira lúdica e as pu-blicamos mensalmente no jornal

interno da Gocil. Os colaboradores adoram”, diz Marcos de Sousa, Gerente de RH da empresa.

Ele conta que, com a implan-tação do Código, a Gocil teve a preocupação de criar um canal aberto para que colaboradores pudessem ser atendidos sem so-frer pressão de nenhum lado. Por isso o atendimento é feito por te-lefone e por uma empresa tercei-rizada. Para o Gerente, a função estratégica do Código é educativa: “ele possibilita que as diretrizes da empresa sejam de conheci-mento de todos. Sua criação foi baseada em situações cotidianas que os colaboradores já vivenciam normalmente, porém, agora, com a conduta esperada pela empresa, escrita de forma clara e direta, sem margem para interpretações e dúvidas”, completa. �

23

INOVAÇÃO

Filho único de uma diarista e um ex-presidiário, Lyra viu desde alguns amigos de in-

fância entrando para o mundo do crime e das drogas, até a mãe pas-sando por revista íntima em dia de visita ao pai no presídio. Aos oito anos mudou-se com os pais para a periferia de Poá (SP). Nesta época, ele percebeu que o mundo não era igual para todos.

O garoto que poderia ter esco-lhido o caminho “mais fácil” para quem vive numa favela, aprendeu com sua genitora a fazer escolhas e nunca desistir de seus sonhos. Um deles foi a faculdade de jorna-lismo. “No primeiro dia de aula o professor pediu para escrevermos

um texto. Ao ler o meu, ele disse que eu escrevia muito mal, que deveria desistir da área. Cheguei em casa arrasado. Então, minha mãe falou que ‘o importante não é de onde viemos, mas para onde vamos’. Isso me deu uma força in-crível para continuar”, conta Lyra.

Ainda na faculdade, escreveu Dialogando com lideranças para o qual entrevistou 23 personalida-des, entre elas, Oscar Niemeyer, e foi premiado como repórter revelação por um renomado ins-tituto cultural. Inspirado pelas histórias dos líderes, Lyra foi em busca de empreendedores que sonharam grande, começaram seus negócios do nada e atingi-

TEXTO: Carla Nogueira | FOTO: Fabio H. Mendes

“Ninguém deve ser condenado a viver uma vida miserável só porque nasceu na periferia”, diz o jornalista e empreendedor Eduardo Lyra ao falar sobre sua trajetória de vida. Nascido na favela do Jardim Cumbica, situada em Guarulhos (SP), o jovem de 27 anos superou as dificuldades de quem vive na periferia e tornou-se inspiração para milhares de crianças e adolescentes que estão na mesma situação na qual um dia ele esteve

Gerando oportunidades e criando falcões

ram o sucesso, como Bel Pesce, escritora e fundadora da escola de empreendedorismo e habili-dades FazINOVA. Assim nasceu o livro Jovens Falcões, lançado de forma independente e vendido de porta em porta pelo próprio autor e alguns apoiadores. O di-nheiro obtido foi revertido para a própria comunidade, em Poá, por meio do Instituto Gerando Falcões, criado em 2012. “Vejo oportunidade e transformação onde muitos enxergam pobreza e miséria. Percorremos escolas públicas incentivando os jovens a se desenvolverem desde cedo com a educação e descobrirem seus talentos. Como falcões, eles

24 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

não devem se limitar ao chão, mas ver de cima”, revela o em-preendedor.

Nas instituições de ensino par-ticipantes, Lyra e seus 27 cola-boradores promovem oficinas de esportes, artes e cultura, palestras motivacionais e shows de hip-hop e rap com o grupo MCs pela Edu-cação. Anualmente, cerca de 200 mil crianças, adolescentes e seus familiares são impactados.

Pelo seu trabalho, ele foi re-conhecido pela Forbes Brasil em 2014 como um dos 30 jovens mais influentes do País, faz parte do Global Shapers, um projeto do Fó-rum Econômico Mundial, foi eleito Paulistano Nota 10 pela Revista

Veja e conquistou o prêmio Jovem Empreendedor, do LIDE, em 2014.

O Gerando Falcões tem proje-tos aprovados pela Lei Rouanet e pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) do Governo do Estado de São Paulo, que dão isenção pelo INSS. Há empresas patrocinadoras dos projetos tanto com verba livre quanto pelos incentivados. Bem estruturado, o Instituto é auditado pela KPMG e possui em seu conse-lho membros como Nizan Guanaes e Welder Peçanha, vice-presidente da Gocil Segurança e Serviços. Aos interessados, Lyra convida: “es-tamos com as portas abertas para quem quiser conhecer o Gerando Falcões de perto”. �

Eduardo Lyra é um dos 30 jovens mais influentes do País, de acordo com a Revista Forbes Brasil. Ele é fundador do Instituto Gerando Falcões, que busca talentos na periferia de São Paulo

VEJO OPORTUNIDADE E TRANSFORMAÇÃO ONDE MUITOS ENXERGAM POBREZA E MISÉRIA. INCENTIVAMOS OS JOVENS A DESCOBRIREM SEUS TALENTOS. COMO FALCÕES, ELES NÃO DEVEM SE LIMITAR AO CHÃO, MAS VER DE CIMA

”25

26 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

um campeãosem crise

Criando

Foi após o nascimento do filho, em 24 de maio de 1988, que Rosana Dias e seu mari-

do, o engenheiro Paulo Dias, sou-beram que o filho Daniel tinha má formação congênita na perna di-reita e nos dois braços. “O impacto foi forte, mas Deus nos amparou já no primeiro instante. Ali optamos viver um dia de cada vez e lidar com o que viesse”, conta Dias.

Chegou, então, a hora de dar a notícia para os familiares e os amigos. “Falaram que não mere-cíamos passar por aquilo. Não era questão de merecimento, mas de oportunidade dada por Deus. Hoje, entendemos os propósitos d’Ele”, diz Rosana.

Os pais aprenderam a lidar com o preconceito e os olhares curiosos das pessoas, e ensinaram o filho

a fazer o mesmo. A má formação nunca foi motivo de crise para o casal, mas revelam que sofreram muito quando, aos dois anos e oito meses, o garoto passou por uma cirurgia para retirar um volume da perna direita para poder utili-zar prótese. “Foi uma fase afliti-va: primeiro quando o deixamos chorando na entrada do centro ci-rúrgico, depois na recuperação e, por fim, na adaptação com a pró-tese”, relata a mãe.

O casal conta que o filho sem-pre foi alegre e saudável, com o de-senvolvimento igual ao das outras crianças. Dos três meses aos três anos, Daniel frequentou semanal-mente a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) em São Paulo (SP). Aos quatro, entrou na pré-escola e apenas no primeiro

dia chorou um pouco. Simpático e comunicativo, além de bom aluno, o atleta era popular na vizinhança e na escola.

Daniel cresceu em Camanducaia (MG) e fazia tudo o que os primos e os amigos faziam, mas à sua ma-neira. Os pais se divertem ao con-tar que ele era o “ás do velotrol” quando pequeno e o quanto sempre amou praticar esportes.

Os pais o criaram para ser independente, seguir diante dos obstáculos e o estimulavam a fazer as coisas de seu interesse. Aos 10 anos, Daniel quis apren-der a tocar teclado, foi matri-culado no curso e pouco depois percebeu que não era o instru-mento ideal para o seu perfil. Assim, foi para a bateria, que ainda toca – com o auxílio de Ú

TEXTO: Carla Nogueira | FOTO: Paulo Pampolin

Toda mulher grávida imagina o bebê perfeito, com braços, pernas, mãos, pés e todos os dedinhos. O meu nasceu diferente, mas quem disse que ele não é perfeito?”, diz a dona de casa Rosana Dias, ao contar a história de seu filho, o atleta paralímpico da natação, Daniel Dias

27

1988Em 24 de maio, na Casa de Saúde Campinas, em Campinas (SP), nasce Daniel Dias

1991Daniel passa a utilizar prótese na perna direita

1992Aos quatro anos, Daniel passou a frequentar a pré-escola

2009Foi premiado com o Laureus World Sportsperson of the Year with a Disability (Melhor Desportista do Ano Portador de Deficiência)

munhequeiras especiais feitas por sua mãe – em raras apresen-tações junto com a banda for-mada por seus amigos no Louvor em sua Igreja.

Em 2004, o jovem viu o atleta Clodoaldo Silva vencer uma prova de natação na Paralimpíada de Atenas. Animado, disse ao pai que havia esporte para pessoas como ele. Dias foi em busca de informa-ções e assistiu uma palestra minis-trada por Steven Dubner, fundador da Associação Desportiva para Deficientes (ADD). Daniel passou a frequentar a ADD e em quatro aulas aprendeu a nadar os quatro estilos: ali o seu potencial foi descoberto.

Com o apoio dos pais, Daniel iniciou sua carreira de atleta. Para facilitar os treinos, a família se mudou para Bragança Paulista (SP). Em 2006, participou do seu primeiro Mundial Paralímpico de Natação e tornou-se destaque nas competições. De lá para cá, quebrou diversos recordes, con-quistou muitas medalhas, princi-palmente de ouro, e foi premiado com dois Laureus, considerado o Oscar do Esporte.

Casado e pai de dois meninos, Daniel ainda surpreende os pais em muitas coisas, como cozinhar e dirigir. Paulo e Rosana revelam o orgulho que têm do filho, não por ser um atleta premiado e re-conhecido por suas conquistas, mas pela pessoa que ele é. “Daniel

28 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

2014Em 20 de março nasce seu primeiro filho, Asaph

–Em outubro, foi fundado o Instituto Daniel Dias, em Bragança Paulista (SP), que oferece oportunidades para pessoas com deficiência

2012Em 16 de novembro, Daniel Dias casa com Raquel Andrade

2013Recebeu o segundo Laureus World Sportsperson of the Year with a Disability (Melhor Desportista do Ano Portador de Deficiência)

sempre diz que, de todas as coisas que poderia escolher na vida, es-colheu ser feliz. Nós somos uma família feliz. Ter um filho consi-derado imperfeito ao que é tido como normal poderia ser motivo suficiente para abater muitos. Não para nós. O amor sempre nos uniu e nos ajudou a superar todos os obstáculos”, finaliza Rosana. •

Daniel Dias em dados

Peso:58 KG

1BRONZE

61OUROS

10PRATAS

Compete nas classes:S5SB4SM5

52+48+QRECORDES MUNDIAIS

9 em piscina longa (50 m)

10 em piscina curta (25 m)

Rosana e Paulo se orgulham do atleta, que recebe incentivo de empresas brasileiras

O AMOR SEMPRE NOS UNIU E NOS AJUDOU A SUPERAR TODOS OS OBSTÁCULOS

“”

Altura:1,71 M

2009

2013

2016 (INDICADO)

Prêmio Laureus:

29

TENDÊNCIA

A mobilidade urbana é um conceito multidimensio-nal. Em cada cidade ela

possui uma intensidade dife-rente, devido às interações dos diversos sistemas que lhe dão vida, ou seja, trânsito, meios de transporte e logística, entre ou-tros. Segundo o sociólogo e autor do livro Mobilidade Urbana Sus-tentável (Scortecci Editora), José Angel Terán, “seu planejamento deve ser integrado e responder a uma visão sistêmica – o que leva necessariamente ao uso de modais de transporte diversifi-cados, seja motorizado ou não”.

Abrir mão do carro é mais que uma tendência: é um estilo

Mobilidade urbana é um assunto recorrente nos centros urbanos, especialmente nas grandes metrópoles. Cada vez mais conscientes sobre os benefícios de abrir mão do automóvel, os brasileiros usam alternativas de locomoção pelas cidades

Adotando um estilo de vidasaudável

de vida que tem ganhado força e mostrado que veio para ficar. Uns o fazem por economia, ao colo-car os gastos como IPVA, seguro, combustível e estacionamento na ponta do lápis. Outros buscam qualidade de vida, especialmente quem perde horas nos congestio-namentos das grandes cidades. Há também os que pensam na sustentabilidade.

Após 13 anos de estresse no trânsito intenso de São Paulo e quatro carros furtados, a publi-citária Josie Moraes decidiu não comprar outro automóvel. Sócia da agência RedBee Digital, ela vai e volta do trabalho utilizando ônibus e metrô. Nos dias em que

TEXTO: Carla Nogueira | FOTOS: Paulo Pampolin

Josie Moraes é publicitária e, após 4 carros furtados, decidiu não comprar outro automóvel: ela utiliza ônibus e metrô para se locomover pela cidade

30 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

os horários de sua agenda estão mais justos, utiliza táxi ou Uber. A empresária tem caminhado mais, o que lhe trouxe mudanças, como o incentivo para parar de fumar. "Abrir mão do carro re-quer desapego, porém, nem todo mundo consegue largá-lo de uma vez. Sendo assim, vale deixar o automóvel em casa ao menos um dia e sentir como funciona a ex-periência", propõe Josie.

A bicicleta é outro transporte alternativo que ganha cada vez mais adeptos no país. Um deles é o Executivo de Contas do Linke-dIn, Sandro Gavidia. Após morar dois anos em Los Angeles (EUA), onde não tinha carro, ele voltou ao Brasil disposto a abrir mão do automóvel. Assim, decidiu morar perto do trabalho. O tra-jeto da Avenida Paulista, onde reside, até o prédio comercial do Shopping Eldorado, ambos na capital paulista, é feito de ônibus ou bike. “Primeiro, passo na academia, que fica no mesmo complexo comercial, e depois do treino tomo banho, me arrumo e vou trabalhar. Na volta, utili-zo ônibus, carona ou Uber”, diz Gavidia.

O empresário Renato Mel-lo vai de carro para o trabalho junto com a esposa. Na volta, ele corre pelas ruas de São Paulo. O trajeto de cinco quilômetros, de Santo Amaro até Socorro, onde reside, é feito em aproximada-mente 25 minutos – metade do tempo que levaria usando um au-tomóvel. Co-fundador do projeto Corrida Amiga (corridaamiga.com.br), criado para dar orientações a quem quer passar menos tempo no trânsito, Mello vê muitos be-nefícios nesta prática e declara: “correr me trouxe novos amigos, me proporcionou mais saúde física e mental, além de energia e ale-gria, entre outros ganhos”. �

COMO VIVER SEM CARRO Há diversas alternativas para quem já deixou ou está deixando de usar o carro. O desafio é escolher as que mais se encaixam no seu estilo de vida. Veja!

Transporte públicoSeja ônibus, trem ou metrô, todo brasileiro tem transporte público à disposição. Nas grandes cidades, o roteiro feito com eles pode ser mais rápido que o carro.

Táxi e UberDependendo do compromisso, do horário, da pressa e da necessidade, vale utilizar táxi ou Uber. Ambos oferecem praticidade e conforto ao passageiro.

BicicletaTransporte tradicional nas cidades menores, as bikes têm ganhado adeptos em todo o Brasil; e ciclofaixas. Além disso, exercitam o corpo e promovem mais saúde.

CaronaConseguir carona com amigos é uma boa opção. Porém, saiba que também há muitos sites, grupos e aplicativos de carona. Vale a pena verificar!

A péSe estabelecer em um bairro com ótima infraestrutura é uma boa pedida, assim é possível fazer a maior parte das atividades e tarefas a pé.

Renato Mello é empresário e, na volta do trabalho, corre pelas ruas de São Paulo. O trajeto tem cerca de cinco quilômetros.

31

EDUCAÇÃO

N a última década, cresceu o número de pessoas que recor-rem à Educação à Distância (EAD) a fim de qualificação e atualização profissional. Nesta modalidade de ensino há

uma gama de possibilidades de cursos que vão desde o nível mé-dio à pós-graduação, assim como os livres, de idiomas, entre ou-tros. “Este é o prenúncio de uma educação híbrida e flexível em um mundo globalizado e, literalmente, sem fronteiras”, expli-ca Ronaldo Mota, Reitor da Universidade Estácio de Sá e Diretor Executivo de Educação à Distância do Grupo Estácio.

A falta de tempo e a dificuldade de acesso presencial às ins-tituições de ensino superior levaram o Analista de Suporte de TI da Gocil Segurança e Serviços, Ed Jean de Lima Santos, a recor-rer à EAD. O estudante do 4º semestre de Tecnologia em Redes de Computadores aproveita as quatro horas que fica dentro do transporte público para estudar. O conteúdo das matérias é dis-ponibilizado para download, mas também pode ser acessado por meio do aplicativo da UNINOVE, ou mesmo via intranet. Apesar de ser à distância, Santos interage virtualmente com seus colegas de turma e professores em fóruns de atividades. A cada semes-

Antes vistos com certo preconceito, os cursos à distância têm conquistado adeptos e são reconhecidos com a mesma qualidade dos presenciais. Apesar de facilitar a vida dos alunos pela flexibilidade, exigem dedicação e muita organização

Profissionaisturbinam a carreira comcursos à distância

TEXTO: Carla Nogueira | FOTO: Fabio H. Mendes

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Profissionaisturbinam a carreira comcursos à distância

tre são realizadas duas provas online e uma presencial. “Mesmo com a flexibilidade de horários, é preciso disciplina e organização para não se perder no meio do processo de aprendizagem”, afir-ma o profissional.

A EAD ultrapassa as fronteiras dos países, pois já possibilita a realização de cursos oferecidos por instituições internacionais, como Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT). Universidades brasileiras e estrangeiras também mantêm parce-rias que beneficiam estudantes de ambos os países, como o caso da Professora e Coordenadora de cursos de graduação e pós-gra-duação, Sandra Cristina Salgado. Aluna do doutorado de Gestão da Informação da Universidade Nova de Lisboa/Escola de Comunica-ção e Artes (ECA) da USP, ela assiste em casa as aulas transmi-tidas ao vivo pelo Sistema Colibri. Já as aulas de orientação para construção da tese são realizadas presencialmente durante 10 dias, sempre no mês de julho, em Portugal. “A educação à distân-cia não compromete a qualidade do ensino. Sei que a experiência internacional e o renome das duas instituições farão diferença na minha qualificação”, reflete Sandra. �

A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA NÃO COMPROMETE A QUALIDADE DO ENSINO. A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL FARÁ DIFERENÇA NA MINHA QUALIFICAÇÃO

Sandra Salgado é aluna de doutorado da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, e assiste em casa as aulas transmitidas pela internet

33

FINANÇAS

Saber como investir seu dinheiro pode parecer uma tarefa difícil, principalmente com a inflação na casa dos 14 % a.a, e nenhuma previsão de recuo para os próximos meses. No entanto, até em um

cenário inseguro existem possibilidades de ganhos financeiros. •

TEXTO: Tatiane Moretti

Diferente do que o mercado aponta, é possível fazer seu dinheiro render independente das oscilações econômicas. Mesmo com a crise, há oportunidades de ganho. O importante é buscar informações com especialistas e profissionais da área para saber qual perfil tem mais a ver com você e sua realidade financeira

O sinal está verdepara investimentos

CONHEÇA SUA REALIDADE DE INVESTIMENTO De acordo com o especialista Leandro Petrokas, docente em gestão financeira pela FMU, o investidor precisa entender quais são suas necessidades para o uso dos recursos. “Só conhecendo o valor, o prazo que o dinheiro pode ficar aplicado e a necessidade de uso, é que ele vai poder optar pelo investimento mais adequado”, explica.

Sendo assim, é preciso que o investidor veja se está enquadrado em uns dos seguintes perfis: conservador (com baixa tolerância a riscos), moderado (aceitam retorno em médio prazo, mesmo que precisem assumir riscos) ou arrojado (não precisam de retorno a curto/médio prazo e são abertos às oscilações de mercado).

QUAL A MELHOR OPÇÃO EM TEMPOS DE INFLAÇÃO? Para Marcos Figueiredo, Superintendente de Investimento do Santander, a inflação pede cautela nos investimentos. “A situação econômica atual cria uma tendência para as aplicações mais conservadoras como os fundos DI, LCI e CDB”, afirma. E embora a poupança não tenha a mais atrativa das rentabilidades (0,5% a.m), “ainda é um investimento seguro e de menor risco no mercado, já que não incide imposto de renda e o recurso pode ser retirado qualquer momento”, alerta Alexandre Nicolella, professor da faculdade de economia da USP (FEA)”.

34 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

CONSERVADOR

CDB–

LCI–

LCA–

Fundos DI–

Títulos públicos atrelados à taxa SELIC

Títulos públicos prefixados e atrelados

à inflação–

Fundos de investimentos multimercado

Papéis de renda variável, como:

–Ações

–Fundos

de investimentos em ações e

seus derivados

MODERADOARROJADO

OS MELHORES INVESTIMENTOS PARA CADA PERFIL

35

GOLFE

Durante um jogo de golfe, muitas coisas inesperadas podem acontecer. O vento

pode soprar mais forte, a bola pode pingar em uma parte dura do cam-po e ir para o lado oposto do que o jogador planejava, ou, até dan-do um drive no meio do fairway, a bola pode vir a parar em um divot. O jogador treina, se prepara, plane-ja a estratégia, mas muita coisa está fora de seu controle.

Com a minha experiência no campo, quando momentos desses chegam repentinamente, a melhor coisa a fazer é aceitar e adotar uma estratégia sem risco para não piorar a situação. Se me encontro atrás de uma árvore ou até com uma tacada quase impossível, prefiro pôr a bola em ação, sacri-ficando minha estratégia de che-gar mais perto da bandeira para que o jogo volte ao seu ritmo. Por exemplo, se estou a 180 metros da bandeira, mas existe um lago antes do buraco, me encontro em uma posição complicada e prefiro chegar ao green em duas tacadas do que arriscar em uma e ter a possibilidade da bola cair no lago.

Aprendi tudo isso depois de muitos erros, porque não aceitava a situação na qual me encontrava. Depois de tentar atacar, atacar e atacar, após uma taca sem sor-te, entendi que minhas chances de recuperação só aumentavam quando resolvia não atacar depois de um erro ou de uma tacada que, sem querer, foi parar atrás de uma árvore.

Sinto que nesta vida também te-mos que ser pacientes em momen-tos que não temos controle dos fa-tores externos. Não podemos perder a paciência e nem nos desesperar. Os convido para somente colocar "a bola em jogo" para poder dar a chance de fazer com que tudo volte à harmonia depois de um momento turbulento no campo de golfe. •

TEXTO: Victoria Lovelady | FOTO: Newton Santos

Os momentos de crise não são fáceis para ninguém. Muitos de nós, cidadãos brasileiros, nos programamos e fazemos planos que possibilitam um futuro próspero e estável, fazendo todo o possível para manter tudo organizado e em harmonia. No entanto, fatores externos podem vir e começar a afetar tudo o que preparamos. O que fazer nesses momentos que chegam tão de repente?

O que aprendi em camposobre as crises

36 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

ETIQUETA CORPORATIVA

Participar de um almoço ou jantar de negócios não é uma tarefa tão simples

como muitos imaginam. Entre-tanto, para que a reunião corra bem, basta seguir alguns passos. Antes de tudo, é necessário fazer a escolha correta do restaurante. Pesquise, por exemplo, que tipo de comida o seu convidado prefe-re. Imagine convidá-lo para uma churrascaria e ele ser vegetaria-no? Gafe na certa!

Além disso, existem outros fatores importantes a ressaltar. Carolina Freire, Consultora de Imagem, explica que a manei-ra como nos comunicamos não é apenas por meio de palavras.

“Nosso comportamento também diz muito sobre nós e sobre a for-ma com a qual lidamos em dife-rentes situações. É sempre apre-ciado quem age com discrição e delicadeza”, conta.

Vale ressaltar que o almoço de negócios não é uma pausa do trabalho ou um momento para relaxar, como explica Renata Mello, Consultora de Imagem Cor-porativa. “Você leva uma pauta do trabalho para o restaurante, exa-tamente como se fosse em uma sala de reunião. Então, se tiver um documento para assinar ou algo importante que precisa ser dito, faça no início para que os negócios fiquem logo resolvidos”, diz. �

TEXTO: Paola Brescianini | FOTO: Paulo Pampolin

Ao optar por almoços de negócios para conversar com clientes e colocar os assuntos profissionais em dia, lembre-se de que este parece ser um encontro informal, mas você deve seguir algumas regras de etiqueta para não cometer nenhuma gafe

A importância da boa postura em almoços de negócios

38 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

O QUE NÃO FAZER• Tenha cuidado com o tom de voz. Gestos grosseiros e barulhentos

são condenáveis à mesa; • Caso não esteja familiarizado com a comida, peça o trivial.

Não é hora de experimentos;• Nunca coma antes do convidado. Espere ele começar;• Evite bebidas alcoólicas. Não é o momento apropriado para isso.

Caso o convidado insista para tomar algo, aceite apenas uma taça ou um copo da bebida;

• Jamais chegue atrasado. Pontualidade é um dos fatores mais importantes. Procure chegar antes do seu convidado.

DICAS A SEU FAVOR • Faça a reserva do restaurante para não correr

o risco de chegar no local e ter uma fila de espera.• Se for de sua escolha, prefira um restaurante que

já conheça e sabe como funciona o atendimento;• Dispense restaurantes lotados ou barulhentos.

Desta maneira, fica difícil conversar sobre negócios;• Certifique-se que existe uma boa variedade de pratos.

Busque informações sobre seu convidado; • Quem convidou deverá pagar a conta. Se o seu

convidado quiser dividir as despesas, diga que em outra oportunidade você aceitará;

• O anfitrião deve chamar o garçom para fazer o pedido. No entanto, tenha cuidado! Jamais o chame de maneira informal, como “amigo”, “irmão”, “chefe”, etc. O ideal é estender a mão e falar “garçom”.

39

TECNOLOGIA

Não é nenhuma novidade que a tecnologia traz di-versos benefícios ao nosso

dia a dia. Ela está presente na vida das pessoas praticamente o tempo todo, mesmo que não percebam. Para os gestores, os aplicativos têm ajudado bastante, já que nor-malmente suas rotinas são agita-das e eles necessitam de recursos para administrar tantas funções. De acordo com a pesquisa “MMA Mobile Report 2015”, patrocinada pela empresa brasileira Zenvia, cada brasileiro possui, em média, 20 aplicativos por smartphone. Veja alguns dos aplicativos mais úteis e suas funções. �

TEXTO: Paola Brescianini

O mercado de aplicativos no Brasil movimentou US$ 25 bilhões em 2015, de acordo com as projeções do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Novos aplicativos surgem diariamente e isso contribui para minimizar a correia do dia a dia, já que eles otimizam o nosso tempo e organizam as nossas tarefas

Como facilitar sua rotinacom aplicativospara celular

40 SEGURANÇA & NEGÓCIOS | EDIÇÃO 3

99Você consegue chamar o táxi que está mais perto de você de uma maneira fácil: apenas cadastre seu telefone e conecte com a

conta do Facebook. É acessível em São Paulo e no Rio de Janeiro. Gratuito e disponível no Google

Play e Apple Store.

UberFunciona basicamente como

uma “carona remunerada”. É um serviço parecido com o de táxi,

porém, possui certos mimos para o cliente. Qualquer um pode ser um motorista de Uber: para isso,

basta se cadastrar e seguir algumas exigências. Gratuito e disponível no Google Play e Apple Store.

WazeEste app é um dos melhores quando se fala em trânsito e

navegação. Com ele, você encontra qualquer endereço. Além disso, mostra rotas diferentes para o

condutor passar longe de trânsito. Gratuito e disponível no Google

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e bem-estar perto de você, sem ter o trabalho de ligar para marcar ou desmarcar. Só é possível utilizá-lo em

São Paulo e no Rio de Janeiro. Gratuito e disponível no Google

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SkinaNeste app é possível vender seus produtos e fazer compras.

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PAIS&FILHOS

É comum pais e mães que trabalham sentirem cul-pa por passar o dia fora de

casa e ficarem pouco tempo com os filhos. A maioria, especial-mente os que têm crianças pe-quenas, vai para o trabalho, mas os pensamentos estão voltados para a família. Esta situação pode gerar estresse e desmo-tivação e ocasionar a queda no rendimento profissional.

Percebendo este dilema, em-presas têm adotado medidas, como a criação de programas de benefícios aos funcionários com filhos, a fim de facilitar o dia a dia destes. Segundo a psicóloga e autora do livro Aprendiz de Equi-

Muitas pessoas, especialmente as mulheres, adiam a decisão de ter filhos em prol da vida profissional. No entanto, isso pode mudar, pois as empresas estão cada vez mais interessadas em facilitar a vida dos funcionários que têm crianças

librista (Editora Évora), Cecília Russo Troiano, “estas corpora-ções mostram que compreendem o momento de vida do colabora-dor e o apoiam. Isto o faz se sen-tir acolhido, lhe dando seguran-ça, e consequentemente gerando vínculos mais fortes. Os dois la-dos se beneficiam”.

Em sua filial brasileira, a Novartis oferece diversos be-nefícios, como licença-mater-nidade estendida em seis meses para gestantes e mulheres que fizeram adoção, Cantinho de Amamentação, vagas de carros especiais para grávidas, auxílio--creche a todos os colaborado-res, e o Dia Legal, quando abre

TEXTO: Carla Nogueira | FOTOS: Newton Santos

Empresas que sepreocupam

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suas portas para que os filhos conheçam o local de trabalho dos pais. Além destas vantagens há também a flexibilidade de horá-rios, que ajuda na gestão da vida privada. “Nossos programas são pensados para colaborar com o crescimento pessoal e profissio-nal, proporcionando qualidade de vida aos funcionários. Estas ações estão alinhadas com a cul-tura e os valores da companhia, e garantem a retenção do cola-borador”, explica Valéria Barbo-sa, Diretora de RH. Uma das be-neficiadas é Renata Sá, Gerente de Área, que revela: “A licença-

-maternidade estendida foi im-portante, pois sem ela não teria condições de trabalhar com a cabeça tranquila e desempenhar minhas funções na companhia”.

Com 91% de mulheres em sua equipe, a paranaense Apetit Ser-viços de Alimentação mantém o Mamãe Apetit. Criado em 2005, o programa visa orientar as gestan-tes – tanto as funcionárias quan-to as esposas dos colaboradores – para uma gestação saudável e responsável. A cada três meses, elas recebem material informa-tivo sobre o período gestacional em que estão, explicando as al-

terações em seu corpo e o desen-volvimento do bebê, assim como os cuidados com a saúde e a ali-mentação. Há também o monito-ramento e o incentivo à realização de exames pré-natal. Após o par-to, as mamães recebem uma baby bag contendo fraldas e produtos de higiene para o bebê. Neste ano, o programa passará por modifi-cações e será ampliado. “Os co-laboradores se sentem mais tran-quilos e comprometidos com uma empresa que apoia não somente a eles, mas também seus familia-res”, declara Adilséia Soriani, Ge-rente de RH da companhia. �

Valéria Barbosa é diretora de RH da Novartis e garante que a preocupação com o colaborador e seus filhos são pensamentos alinhados à cultura e aos valores da companhia. Sua mesa de trabalho reflete o carinho de Valéria com a família

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SAÚDE

P ara mantermos uma vida saudável é de extrema importância incluir novos

hábitos em nossa rotina, como praticar exercícios físicos regu-larmente, manter uma alimen-tação balanceada e dormir bem. Entretanto, essa parece ser uma realidade distante.

O designer Victor Augusto pro-vou que é possível reverter o se-dentarismo sem sair de casa e trazer mudanças significativas à nossa vida. Desde que começou a modificar seus hábitos, eliminou 30 kg e começou essa grande mu-dança em sua sala de estar. Hoje, tem uma vida ativa e incentiva milhares de pessoas na internet, em seu canal no YouTube (youtube.com/desafiosvidasaudavel), a fazer o mesmo. “Nunca gostei de acade-mia, por isso, busco outras alter-nativas. Não esperei ter dinheiro para frequentar uma academia

ou tempo para ir ao parque: sim-plesmente vesti a roupa e comecei a treinar ali mesmo. Ficar livre do trânsito e treinar em paz são as melhores vantagens de não pre-cisar sair de casa”, conta. Victor diz que, para começar a treinar

e deixar de colocar barreiras na frente, é preciso ter uma

coisa em mente: sempre temos tempo, só preci-

Muito sol, muita chuva, pouco tempo: qual vai ser a próxima desculpa para não se exercitar? Muitas pessoas têm dificuldade para praticar exercícios físicos devido a correria do dia a dia. Estes obstáculos podem deixar de existir: você sabia que é possível fazer um bom treino sem precisar sair de casa?

Como perder pesosem sair de casa

TEXTO: Paola Brescianini | FOTOS: Paulo Pampolin

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samos fazer a melhor gestão pos-sível dele.

Para quem quer saber quais são os exercícios ideais para fa-zer em casa, o personal trainer Bruno d’Orleans, treinador da atriz Fernanda Souza, recomen-da o agachamento, abdominais e exercícios posturais. “Se você está sem tempo, recomendo também treinos em circuito de força (flexões, por exemplo) e aeróbicos (como uma corrida sem sair do lugar)”, explica.

No treino em casa tudo é vá-lido: a mesinha de centro vira apoio, a cadeira rende vários exercícios e o seu corpo é o per-sonagem principal. Vale lembrar que é necessário consultar um especialista e fazer avaliações médicas antes de praticar qual-quer exercício físico, pois uma constante execução errada pode comprometer a sua saúde.

7 MINUTOS RESOLVEM?Se você tem uma vida seden-

tária e não sabe por onde come-çar, que tal tentar fazer em casa o famoso treino de 7 minutos? A prática consiste em exercícios de alta intensidade que trabalham músculos do corpo inteiro. Além de auxiliar na perda de peso, esse treino é um grande aliado ao sis-tema cardiopulmonar e pode aju-dar a eliminar dores no corpo. De acordo com o endocrinologista Sinval Muniz Junior, os benefícios vão além da queima calórica: “Pe-quenas quantidades de exercício não devem ser encaradas como ‘sem sentido’. Sua prática cons-tante pode reduzir o risco de ata-que cardíaco e AVC. Isso vai me-lhorar a sua saúde, reduzir risco de diabetes e colesterol”. Segundo ele, alternar o treino de 7 minutos com caminhada, pedalada ou na-tação é o segredo para intensificar os resultados. �

Victor Augusto é designer e começou seu processo de emagrecimento treinando em casa. Hoje, após 30 kg eliminados, tem uma vida mais saudável, ativa e feliz

DICA: Sabia que você pode baixar um app de celular para te ajudar com os treinos em casa? O app 7 Minutos Treino está disponível para Android e iOS e conta com 12 exercícios de 30 segundos!

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PARA DEGUSTAR

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TEXTO: Paola Brescianini | FOTO: Paulo Pampolin

Aquela famosa frase “vamos tomar uma gelada hoje?” já se tornou comum. A cerveja é uma das bebidas mais consumidas em reuniões de amigos, happy hours e em bares no dia a dia. A preferência nacional tem sido a fabricada em casa pelos cervejeiros assíduos. Que tal entrar nessa onda você também?

PARA QUEM QUER COMEÇAR Antigamente, era complicado fazer sua própria cerveja, pois isso exigia muitos recursos e extremo conhecimento físico e químico. Entretanto, agora é possível fazê-la em casa e sem gastar muito. Para os que ficaram interessados nessa incrível produção é indicado fazer um curso de mestre cervejeiro para aprender exatamente cada etapa. Esse tipo de curso oferece a base necessária a ser aprimorada conforme a prática. Vale ressaltar que para produzi-la é necessário tempo, investimento e dedicação, mas tudo isso vale a pena, principalmente quando o resultado final é a sua cerveja exclusiva.

Cerveja artesanal: você faz do seu jeito

Existem vários fatores que le-vam alguns amantes da be-bida a produzirem cervejas

em casa. Entre eles, está o de trans-formar a produção em um hobby entre amigos. Além disso, os cer-vejeiros afirmam que fabricar sua própria bebida possibilita deixá-la exatamente no ponto em que dese-ja degustá-la, como faz o jornalis-ta Renato Carbonari Ibelli, Técnico Cervejeiro. “Você tem a possibili-dade de fazer a melhor cerveja na cozinha da sua casa. Gosto muito de uma que produzo que tem um gosto final de café. Ela é mais encorpada, escura e é uma cerveja de que me orgulho muito”, conta.

Já o publicitário Henrique Kuwai, que produz cervejas em casa, conta

sobre a diferença entre as indus-trializadas e as caseiras ou artesa-nais, e prioriza a bebida produzida em casa. “É possível dizer que, na produção das cervejas industria-lizadas, há uma mistura de outros cereais com o intuito de diminuir os custos e manter o sabor mais neutro. Além disso, são utilizados muitos antioxidantes e estabili-zantes químicos. Já na produção caseira quase sempre são usados ingredientes frescos e importados, que influenciam no processo e no resultado final da bebida”. Ibelli completa: “Na produção das cerve-jas caseiras é possível criar diver-sos sabores e aromas diferentes. Às vezes, você nunca imaginaria que uma cerveja poderia tê-los”. �

Renato Carbonari Ibelli é jornalista e técnico cervejeiro. Ele produz a bebida em casa

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3. Clarificação do mosto Esta parte filtra grosseiramente o mosto para eliminar as partículas maiores. Geralmente, essa filtragem é feita com as cascas do malte que ficam no fundo do tanque.

4. Fervura O mosto recebe o lúpulo, que é o responsável pelo amargor e boa parte do aroma da cerveja, e também é esterilizado graças à temperatura. A partir deste passo, nada que não esteja esterilizado pode entrar em contato com a cerveja.

5. Resfriamento O mosto fervido passa por um local onde resfria rapidamente. Vale ressaltar que se o resfriamento for lento, o risco de contaminação microbiológica aumenta.

água filtrada

malte descarta

do

malte

lúpulo

1. Moagem O malte é moído com a intenção de deixar o miolo do grão exposto à ação das enzimas. A casca dos grãos é utilizada como um elemento de filtragem.

2. Brassagem A água e os grãos são cozidos com o intuito de converter o amido do malte em açúcares menores, além de dar cor e espuma para a cerveja. Esse líquido final é chamado de mosto. Depois disso é importante clarificar e filtrar o mosto, utilizando as próprias cascas de malte que ficam depositadas na panela, fundos falsos ou saco de pano. Isso reduz a quantidade de sedimentos para a próxima etapa.

6. Fermentação O mosto deve ser resfriado para temperaturas de 20 a 30 0C para receber o fermento. O fermento vai, então, durante uma semana ou mais (dependendo do fermento, da densidade do mosto, do estilo desejado), consumir os açúcares, convertê-los em álcool e dar notas e sabores à bebida.

7. Maturação Vem depois de concluída a fermentação. Dependendo do estilo desejado e densidade do mosto, a cerveja pode ficar de 20 dias a meses em maturação para atingir os sabores finais desejados. Nessa etapa a cerveja deve ficar em um ambiente sem luz e em baixa temperatura.

AS ETAPAS DOprocesso

troca de calor

filtragem

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Londres, sempre LondresA belíssima cidade inglesa é seu próximo destino internacional? Saiba o que você não pode deixar de conferir por lá!

TEXTO: Patricia B. Teixeira | FOTOS: Paulo Pampolin, Dave Catchpole (1), Antonio Bugarin (2) e Ewan Munro (3)

VALE A PENA IR | INTERNACIONAL

Entre as opções mais inte-ressantes que você tem de passeio em Londres, colocar

um bom sapato de caminhada, ir até o centro da cidade e se perder é uma ótima opção. Você encon-trará ruas incríveis com uma bela arquitetura que te fará se sentir dentro de uma cena de filme.

Os passeios tradicionais que qualquer guia de bolso exige te le-varão para conhecer lugares como: Tower Bridge, Saint Paul, Big Ben, Westminster, Hyde Park, Ox-ford Street, Picadilly Circus, Buc-kingham Palace, Trafalgar Square, London Eye, a região do Soho e Portobello Road. Experimente ir a um destes lugares a pé (conside-rando que você esteja próximo ao centro).

Você também pode optar em conhecer a cidade usando os fa-mosos ônibus vermelhos de dois andares. Que paisagem incrível! Simplesmente aprecie. Nas para-das deste passeio aproveite para tomar uma cerveja em um dos pubs pelo caminho, ou se delicie com um chá inglês (ou café, se preferir). Não tenha pressa, pois o próprio pub é um passeio que me-rece atenção. •

PASSEIOS QUE VOCÊ NÃO PODE PERDER1. Warner Bros StudioSe você é fã de Harry Potter ou um apreciador de filmes, irá gostar de saber como o filme foi gravado. Um pouco distante do centro de Londres, mas de fácil acesso de trem, o Studio é um grande galpão que te colocará dentro da magia do cinema e da história do menino bruxo e seus amigos

2. Camden Town“Festa estranha com gente esquisita”, como diria Renato Russo, descreve essa região de tão inusitada e diferente. Aos domingos, pequenos comerciantes fazem uma feira local

3. CervejariaQuem gosta de cerveja e pubs se encantará pelo passeio na Fuller's, uma tradicional cervejaria que abre suas portas aos apreciadores para conhecer como é a fábrica. Quer mais? No final do passeio é possível degustar o que a marca oferece

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Para cuidar do corpo, mente e alma

A Chapada dos Veadeiros é o paraíso para os que desejam se conectar com a espiritualidade, já que tudo por lá contribui para isso. É perfeito para quem adora praticar esportes, amantes da natureza e fascinados pela vida saudável

TEXTO: Paola Brescianini | FOTOS (EM SENTIDO HORÁRIO, A PARTIR DO ALTO): @LoucosPorViagem, Talita Ribeiro e Projeto Transite

VALE A PENA IR | NACIONAL

A Chapada dos Veadeiros, lo-calizada em Goiânia (GO), é conhecida por suas belís-

simas paisagens. Principalmen-te, pelas incríveis e paradisíacas cachoeiras: quem já foi garante que tomar um banho por lá puri-fica o corpo e traz boas energias! O que muitos não sabem é que a Chapada é ideal para receber vegetarianos e veganos. A gas-tronomia local é marcada pelo saudável e natural: a região pos-sui diversas feiras e restaurantes especializados neste tipo de ali-mentação.

COMO CHEGAR ATÉ LÁ?Apesar da sua localização no estado de Goiás, a maneira mais fácil de chegar até a Chapada dos Veadeiros é por Brasília. Aterrissando por lá, o ideal é alugar um carro para colocar o pé na estrada. Assim, o visitante fará uma rota de aproximadamente 2 horas e meia para chegar ao destino. Uma dica é se hospedar nas duas principais cidades próximas: Alto Paraíso de Goiás e São Jorge.

Vale ressaltar que o lugar é per-feito para quem procura relaxar. A Chapada possui um clima fresco, transmite paz por ser um território zen, pois muitos aproveitam os ce-nários maravilhosos para praticar yoga e meditação. Além disso, ela é ótima para a prática de esportes, como várias trilhas a pé ou de bike.

Por fim, a Chapada dos Veadei-ros é uma região tão adorável e bem falada por quem já teve a oportuni-dade de conhecer, que recebe a vi-sita de milhares de gringos, ou seja, você ainda terá a oportunidade de ter contato com várias culturas! •

Brasília

Alto Paraíso de GoiásSão Jorge

Cachoeira de Santa Bárbara

Aproveite para explorar a Chapada de bike

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BIBLIOTECA CORPORATIVA

O PODER DO HÁBITO Charles DuhiggR$ 49,90 | Editora Objetiva

A chave para ter uma vida ativa, perder peso, aumentar a produtividade no trabalho, liderar empresas revolucionárias e ter sucesso na vida e nos negócios é entender como os hábitos funcionam. O autor destrincha todo o processo de construção de um hábito e explica um método para substituir esta prática por outra. Além disso, o livro mostra o poder do hábito nas organizações e como as empresas podem prever comportamentos para evitar crises e fidelizar consumidores.

APRENDIZ DE EQUILIBRISTACecília Russo TroianoR$ 44,00 | Editora Generale

Este livro analisa a vida das “mães equilibristas” – que constroem uma carreira enquanto criam seus filhos – retratada a partir da ótica dos pequenos. A autora une uma pesquisa com 500 crianças e adolescentes às orientações de especialistas e dá várias dicas práticas e úteis para o cotidiano das mulheres guerreiras que equilibram vários pratinhos ao longo do dia. O livro prova que é possível, sim, criar bem os seus filhos e desenvolver um relacionamento muito especial com eles sem abrir mão de uma carreira de sucesso.

SENHOR, EU PRECISO DE UM MILAGRE 2Daniel Adans Soares R$ 29,90 | Editora M. Books

Após o sucesso do primeiro volume, o livro Senhor, eu preciso de um milagre 2 chega às bancas. Escrita pelo Pastor Daniel Adans Soares, a obra tem como base as incríveis histórias dos personagens da Bíblia que conquistaram milagres. O autor nos mostra, a partir na análise dessas passagens bíblicas, a importância da fé e da religiosidade para alcançar os nossos sonhos.

CRUZANDO CULTURAS SEM SER ATROPELADOFernando Lanzer R$ 59,90 | Editora Évora

Gerir pessoas em diferentes países é um trabalho complicado. Afinal, como lidar com as diferenças quando as pessoas não compartilham a mesma cultura que você? Cruzando culturas sem ser atropelado oferece ao leitor uma perspectiva das diferenças culturais na gestão de pessoas e negócios, de forma prática e divertida. Neste livro, você aprende a desenvolver habilidades para negociar e se comunicar com pessoas no mundo inteiro.

Texto: Alexia Raine

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Trabalhamos com as principais organizações do mundo para criar lugares que amplificam o desempenho de suas pessoas, equipes e empresas.

©2015-16 Steelcase Inc. Todos os direitos reservados. Trademarks utilizadas nesta peça são de propriedade da Steelcase Inc.

Para tornar o local de trabalho mais atraente para funcionários que trabalham cada vez mais, um número crescente de empresas está criando espaços que oferecem opções descontraídas como cafés, áreas informais, ou um “terceiro espaço.”

Para saber mais sobre essa pesquisa, visite steelcase.com/realwork STEELCASE BRASIL+55 (11) 5102 4495 I [email protected]

REALWORKWORKO cenário dos locais de trabalho está mudando.

/ athiewohnrath

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“Não poderíamos escolher outra empresa se não a Athié, que é

a melhor empresa do mercado. Então, foi muito simples.

Escolhi a melhor”.

Eduardo Gouveia, CEO da Alelo

Localizado em Barueri/SP, o novo escritório reúne ambientes alegres, flexíveis, colaborativos

e produtivos, que tangibilizam muito bem a cultura e os valores da empresa.

Assista este depoimento em nosso canal do YouTube através do link: https://goo.gl/1VN1kP

ou utilize o QR Code ao lado>>

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