seguranÇa de maquinas e equipamentos_2010

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Paulo Lamy 2010 1 SEGURANÇA DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS

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SEGURANÇA DE MAQUINASE EQUIPAMENTOS

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1 - Introdução

A criação do Mercado Único Europeu, no qual passou a ser possível a livrecirculação de produtos, conduziu à necessidade de harmonizar, não só aslegislações nacionais, mas também as normas e os procedimentos paracomprovação da conformidade de produtos, de modo a estabelecer aconfiança nos produtos colocados no mercado, em qualquer país daComunidade, nomeadamente pelo cumprimento adequado de:

• Níveis de segurança• Especificações técnicas• Procedimentos de certificação

Os produtos passam assim a garantir adequados níveis de qualidade esegurança independentemente do seu país de origem.

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Aprovada a Directiva n.º 83/189/CEE, que obriga cada Estado-membro a notificar à Comissão das Comunidades Europeias (CEE)e aos outros Estados-membros os projectos de regulamentostécnicos e de normas, foi estabelecido o princípio da Nova

Abordagem, pela Resolução do Conselho de 7 de Maio de 1985.

A Nova Abordagem consagra o princípio de referência a normas,de preferência europeias e de carácter voluntário.

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Princípios Básicos da Nova Abordagem:

As directivas impõem apenas os requisitos gerais essenciais,relacionados com segurança, saúde e ambiente, a que os produtos,processos e serviços devem satisfazer no mercado comunitário.

As organizações europeias de normalização definem o caminho maissimples para satisfazer os requisitos essenciais, sob a forma de normasvoluntárias - normas harmonizadas - que estabelecem ascaracterísticas técnicas dos produtos, traduzindo o consenso de todasas partes interessadas.

Os Estados-membros são obrigados a reconhecer que os produtos quesatisfizerem essas normas satisfazem os requisitos essenciais que lhessão impostos pelas directivas que as referem.

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Com a Nova Abordagem é introduzida uma grande flexibilidade nomodo de satisfazer a legislação comunitária, sendo as normaseuropeias harmonizadas o caminho mais simples para a

demonstração da conformidade com essa legislação.

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No contexto das directivas Nova Abordagem são consideradas comoNormas Harmonizadas as normas:

Que a comissão ( Comissão das Comunidades Europeias ) convidouformalmente as organizações europeias de normalização ( normalmenteo CEN ( Comité Europeu de Normalização ) e o CENELEC ( ComitéEuropeu de Normalização Electrotécnica)) a elaborar, por meio demandatos;

Que estão adoptadas como normas nacionais nos Estados-membros;

Cujas referências foram publicadas no Jornal Oficial das ComunidadesEuropeias.

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Segundo a norma EN 45020, secção 6.1: “Normas sobre um mesmoassunto, aprovadas por diferentes organismos com actividades denormalização, que asseguram a inter mutabilidade de produtos,processos e serviços, ou o entendimento mútuo dos resultados deensaios ou das informações segundo essas normas.

O carácter voluntário das normas harmonizadas significa que elasrepresentam somente um caminho opcional para os fabricantes,mesmo os exteriores à comunidade europeia, demonstrarem aconformidade dos seus produtos com os requisitos essenciais dasdirectivas que se lhes aplicam.

Outras opções podem ser tomadas - como seguir outras normas, ounão seguir nenhumas - ficando então o fabricante obrigado a provar,geralmente com a intervenção de uma terceira parte, a conformidadeexigida.

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As directivas elaboradas seguindo a metodologia da NovaAbordagem cobrem hoje um vasto leque de produtos. Exemplo:

Produtos de Construção Equipamentos de Protecção Individual Recipientes Sob Pressão Recipientes Sob Pressão Simples Segurança de Brinquedos Compatibilidade Electromagnética Máquinas Dispositivos Medicinais Implantáveis Activos Aparelhos a Gás Instrumentos de Pesagem de Funcionamento não

Automático

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2 - Legislação

Sem prejuízo da legislação aplicável em termos mais gerais, vamos tomar emconsideração apenas a legislação específica relacionada com esta temática.Deste modo temos:

Decreto - Lei n.º 103/2008 de 24 de Junho de 2008Regulamenta a colocação no mercado e a entrada em serviço das máquinas,transpondo para o ordenamento jurídico interno a Directiva n.º 2006/42/CE, naparte que respeita às máquinas.(Revogou a partir de 29 de Dezembro de 2009, Decreto - Lei n.º 320/2001 de 12/12)

Directiva n.º 2006/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 deMaio de 2006Relativa às máquinas e que:

1) Altera a Directiva n.º 95/16/CE (Directiva Ascensores), de forma aclarificar a fronteira de aplicação entre a Directiva Máquinas e aDirectiva Ascensores.2) Delimita de forma precisa a fronteira entre o âmbito de aplicação daDirectiva Máquinas e o da Directiva n.º 2006/95/CE, no domínio do materialeléctrico destinado a ser utilizado dentro de certos limites de tensão.

(Revogou a partir de 29 de Dezembro de 2009, a Directiva n.º 98/37/CE)

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Decreto - Lei n.º 50/2005 de 25 de FevereiroTranspõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 89/655/CEE, doConselho, de 30 de Novembro, alterada pela Directiva n.º 95/63/CE, doConselho, de 5 de Dezembro, pela Directiva n.º 2001/45/CE, doParlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Junho, relativa àsprescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelostrabalhadores de equipamentos de trabalho.

Directiva n.º 89/655/CEE do Conselho, de 30 de Novembro de 1989Relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde para autilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho no trabalho.

Directiva n.º 95/63/CE do Conselho, de 5 de Dezembro de 1995Altera a Directiva n.º 89/655/CEE de 30 de Novembro.

Directiva n.º 2001/45/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de27 de JunhoAltera pela segunda vez a Directiva n.º 89/655/CEE de 30 de Novembro.

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Decreto - Lei n.º 383/89 de 6 de NovembroTranspõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 85/374/CEE doConselho, em matéria de responsabilidade decorrente de produtosdefeituosos.

Directiva n.º 85/374/CEE do Conselho, de 25 de Julho de 1985Relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares eadministrativas dos Estados-membros em matéria de responsabilidadedecorrente dos produtos defeituosos.

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Decreto - Lei n.º 214/95 de 18 de AgostoEstabelece as condições de utilização e de comercialização demáquinas usadas, com vista a eliminar os riscos para a saúde esegurança das pessoas, quando utilizadas de acordo com os fins a quese destinam.

Portaria n.º 172/2000 de 23 de MarçoIdentifica as máquinas a que se refere o Decreto - Lei n.º 214/95 de 18de Agosto.

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3 - Directiva ‘Equipamentos de Trabalho’

A Directiva n.º 89/655/CEE, do Conselho, de 30 de Novembro de 1989,alterada pela Directiva n.º 95/63/CE, do Conselho, de 5 de Dezembrode 1995, e pela Directiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento Europeu e doConselho, de 27 de Junho, vulgarmente designada por Directiva‘Equipamentos de Trabalho’, estabelece as prescrições mínimas desegurança e de saúde para a utilização pelos trabalhadores deequipamentos de trabalho.

Está transposta para o direito português pelo Decreto - Lei n.º 50/2005,de 25 de Fevereiro.

Esta Directiva estabelece os requisitos mínimos de segurança que osequipamentos de trabalho devem satisfazer, caso tenham sidocolocados á disposição dos trabalhadores antes da entrada em vigor daDirectiva ‘Máquinas’.

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3.1 - Aplicação

Para a generalidade dos equipamentos de trabalho, não abrangidos pelaDirectiva ‘Máquinas’, esta Directiva aplica-se, de forma obrigatória,desde 1 de Janeiro de 1997.

Para os equipamentos de trabalho móveis e os equipamentosdestinados à elevação de cargas, não abrangidos pela Directiva‘Máquinas’, esta Directiva aplica-se, de forma obrigatória, a partir de 8de Dezembro de 2002.

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3.2 - Definições

Equipamento de trabalho - Qualquer máquina, aparelho, ferramenta ouinstalação utilizado no trabalho;

Utilização de um equipamento de trabalho - Qualquer actividade emque o trabalhador contacte com um equipamento de trabalho,nomeadamente a colocação em serviço ou fora dele, o uso, otransporte, a reparação, a transformação, a manutenção e aconservação, incluindo a limpeza;

Zona perigosa - Qualquer zona dentro ou em torno de um equipamentode trabalho onde a presença de um trabalhador exposto o submeta ariscos para a sua segurança ou saúde;

Trabalhador exposto - Qualquer trabalhador que se encontre,totalmente ou em parte, numa zona perigosa;

Operador - Qualquer trabalhador incumbido da utilização de umequipamento de trabalho;

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Pessoa competente - A pessoa que tenha ou, no caso de ser pessoacolectiva, para a qual trabalhe pessoa com conhecimentos teóricos epráticos e experiência no tipo de equipamento a verificar, adequados àdetecção de defeitos ou deficiências e à avaliação da sua importânciaem relação à segurança na utilização do referido equipamento;

Verificação - O exame detalhado feito por pessoa competentedestinado a obter uma conclusão fiável no que respeita à segurança deum equipamento de trabalho;

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3.3 – Requisitos mínimos de segurança

Os requisitos mínimos de segurança que os equipamentos de trabalhodevem satisfazer estão previstos nos artigos 10º a 29º do Decreto - Lein.º 50/2005 de 25 de Fevereiro.

Estes requisitos mínimos de segurança pretendem essencialmentereduzir, tanto quanto for possível, situações flagrantes de falta desegurança nos equipamentos de trabalho, em virtude de aquando dasua concepção e fabrico ainda não estarem sujeitos à regulamentaçãointroduzida pela Directiva ‘Máquinas’.

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3.4 – Conformidade dos equipamentos de trabalho

Os equipamentos de trabalho não abrangidos pela Directiva ‘Máquinas’(1), são considerados conformes com a legislação, quando estão emconformidade com os requisitos mínimos de segurança previstos nosartigos 10º a 29º do Decreto - Lei n.º 50/2005 de 25 de Fevereiro.

Esses requisitos mínimos de segurança são aplicáveis na medida emque o correspondente risco exista no equipamento de trabalhoconsiderado.

A conformidade dos equipamentos de trabalho deve ser atestada porrelatório específico, a emitir normalmente pela pessoa competente querealizou as verificações e ensaios adequados.

(1) Os equipamentos de trabalho abrangidos pela Directiva ‘Máquinas’ devem satisfazeras exigências essenciais de segurança e de saúde aplicáveis, indicadas no Decreto –Lei n.º 320/2001 de 12/12 ou no Decreto – Lei n.º 103/2008 de 24/06, consoante amáquina tenha entrado em serviço, antes ou depois de 29/12/2009, respectivamente.

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4 – Directiva ‘Máquinas’

A Directiva n.º 2006/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de17 de Maio, vulgarmente designada por Directiva ‘Máquinas’, é relativaàs máquinas e altera a Directiva n.º 95/16/CE, do Parlamento Europeu edo Conselho, de 29 de Junho, estabelece os requisitos essenciais desaúde e de segurança para a concepção e ao fabrico de máquinas,sendo máquina definido no Artigo 2.º da Directiva n.º 2006/42/CE.

A Directiva n.º 2006/42/CE está transposta para a ordem jurídica internapelo Decreto – Lei n.º 103/2008, de 24 de Junho.

A Directiva ‘Máquinas’ é uma directiva que segue o princípio da NovaAbordagem, sendo o fabricante a entidade que procede à ‘certificação’das suas máquinas, sendo máquina definido no Artigo 2.º da Directivan.º 2006/42/CE (Artigo 3.º do Decreto – Lei n.º 103/2008).

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4.1 - Aplicação

A Directiva ‘Máquinas’ tem como filosofia de base a concepção e ofabrico de máquinas intrinsecamente seguras e visa a harmonização daslegislações dos Estados-membros neste âmbito.

A Directiva ‘Máquinas’ aplica-se a todas as máquinas, com excepçãodas indicadas no n.º 2 do Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 103/2008 de 24de Junho.

Existe no entanto, um grupo de máquinas que a Comissão Europeiadeterminou serem mais perigosas. Para estas máquinas, vulgarmentedesignadas por “Máquinas do Anexo IV”, torna-se, de modo geral,obrigatório a intervenção de uma terceira entidade, com competênciatécnica reconhecida - Organismo Notificado, no processo de certificação(ver Anexo IV do Decreto-Lei n.º 103/2008 de 24 de Junho).

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A Directiva ‘Máquinas’ aplica-se a máquinas:

- Novas fabricadas na Comunidade Europeia;

- Novas e usadas provenientes de países terceiros;

- Alteradas ou recondicionadas após data de entrada em vigor;

- Existentes na União Europeia mas só postas em serviço apósdata de entrada em vigor;

- Conjuntos de máquinas ou instalações complexas;

sendo máquina definido no Artigo 2.º da Directiva n.º 2006/42/CE

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4.2 - Definições

Entende-se por máquina (ver Artigo 3.º do Decreto – Lei n.º 103/2008 de 24 de Junho):

Máquina, como referido nos subpontos i), ii), iii) iv) e v) daalínea a) do ponto 2, do Artigo 3.º;

Equipamento intermutável, como referido na alínea b) doponto 2, do Artigo 3.º;

Componente de segurança, como referido na alínea c) doponto 2, do Artigo 3.º;

Acessório de elevação, como referido na alínea d) do ponto 2,do Artigo 3.º;

Correntes, cabos e correias, como referido na alínea e) doponto 2, do Artigo 3.º;

Dispositivo amovível de transmissão mecânica, comoreferido na alínea f) do ponto 2, do Artigo 3.º;

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Entende-se por Quase - Máquina :

o conjunto que quase constitui uma máquina mas que não podeassegurar por si só uma aplicação específica, como é o caso deum sistema de accionamento e que se destina a serexclusivamente incorporada ou montada noutras máquinas ounoutras quase -máquinas ou equipamentos com vista àconstituição de uma máquina à qual é aplicável o presentedecreto -lei.

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4.3 – Máquinas excluídas do âmbito de aplicação

No n.º 2 do Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 103/2008 de 24 de Junho,encontram-se indicadas as exclusões á aplicação da Directiva‘Máquinas’. Assim temos, por exemplo:

Os componentes de segurança destinados a substituircomponentes idênticos, fornecidos pelo fabricante da máquinade origem;

Os materiais específicos para feiras e ou parques de atracções;

As máquinas especialmente concebidas ou colocadas emserviço para utilização nuclear cuja avaria possa causar umaemissão de radioactividade;

As armas, incluindo as armas de fogo;

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Os seguintes meios de transporte:

Tractores agrícolas e florestais para os riscos cobertos peloDecreto -Lei n.º 74/2005, com excepção das máquinasmontadas nesses veículos;

Veículos a motor e seus reboques abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 72/2000, com excepção das máquinas montadasnesses veículos;

Veículos a Motor de Duas e Três Rodas abrangidos peloDecreto -Lei n.º 30/2002, com excepção das máquinasmontadas nesses veículos;

Veículos a motor exclusivamente destinados à competição; Meios de transporte aéreo, aquático e ferroviário, excepto

as máquinas montadas nesses meios de transporte;

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Os navios de mar e as unidades móveis off shore, bem como asmáquinas instaladas a bordo desses navios e ou unidades;

As máquinas especialmente concebidas e construídas para finsmilitares ou de manutenção da ordem pública;

As máquinas especialmente concebidas e construídas paraefeitos de investigação para utilização temporária emlaboratórios;

Os ascensores para poços de minas;

As máquinas destinadas a mover artistas duranterepresentações artísticas;

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Na medida em que se encontrem abrangidos pelo Decreto -Lein.º 6/2008, no domínio do equipamento eléctrico destinado a serutilizado dentro de certos limites de tensão, os produtoseléctricos e electrónicos a seguir indicados:

Aparelhos domésticos destinados a utilização doméstica; Equipamentos áudio e vídeo; Equipamentos da tecnologia da informação; Máquinas de escritório comuns; Aparelhos de conexão e de controlo de baixa tensão; Motores eléctricos;

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Os seguintes equipamentos eléctricos de alta tensão:

Dispositivos de conexão e de comando; Transformadores;

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4.4 – Máquinas abrangidas pelo Anexo IV

No Anexo IV da Directiva ‘Máquinas’ estão indicados os tipos demáquinas que têm um perigo acrescido em relação ás outras e emrelação ás quais, de modo geral, se torna obrigatório a intervenção deum Organismo Notificado no seu processo de marcação CE. Assimtemos:

1 — Serras circulares (monofolha e multifolha) para trabalhar madeira emateriais com características físicas semelhantes ou para trabalharcarne e materiais com características físicas semelhantes, dosseguintes tipos:

1.1 — Máquinas de serrar, com lâmina(s) em posição fixa durante ocorte, com mesa ou suporte de peça fixos, com avanço manual depeça ou com sistema de avanço amovível;

1.2 — Máquinas de serrar, com lâmina(s) em posição fixa durante ocorte, com cavalete ou carro com movimento alternativo, comdeslocação manual;

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1.3 — Máquinas de serrar, com lâmina(s) em posição fixa durante ocorte, fabricadas com um dispositivo integrado de avanço daspeças a serrar e com carga e ou descarga manual;

1.4 — Máquinas de serrar, com lâmina(s) móvel(is) durante o corte, comdeslocamento motorizado com carga e ou descarga manual;

2 — Desbastadoras com avanço manual para trabalhar madeira.

3 — Aplainadoras de uma face, com dispositivo integrado de avanço e comcarga e ou descarga manual para trabalhar madeira.

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4 — Serras de fita, com carga e ou descarga manual, para trabalharmadeira e materiais com características físicas semelhantes ou paratrabalhar carne e materiais com características físicas semelhantes, dosseguintes tipos:

4.1 — Máquinas de serrar, com lâmina em posição fixa durante ocorte e com mesa ou suporte de peça fixos, ou com movimentoalternativo;

4.2 — Máquinas de serrar, com lâmina montada num carro commovimento alternativo.

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5 — Máquinas combinadas dos tipos referidos nos 1 a 4 e 7 para trabalharmadeira e materiais com características físicas semelhantes.

6 — Máquinas de fazer espigas, com várias puas, com introdução manual,para trabalhar madeira.

7 — Tupias de eixo vertical, com avanço manual, para trabalhar madeira emateriais com características físicas semelhantes.

8 — Serras de cadeia portáteis para trabalhar madeira.

9 — Prensas, incluindo as quinadeiras, para trabalhar a frio os metais, comcarga e ou descarga manual, cujos elementos de trabalho móveispodem ter um movimento superior a 6 mm e velocidade superior a 30mm/s.

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10 — Máquinas de moldar plásticos, por injecção ou compressão, comcarga ou descarga manual.

11 — Máquinas de moldar borracha, por injecção ou compressão, comcarga ou descarga manual.

12 — Máquinas para trabalhos subterrâneos dos seguintes tipos:

12.1 — Locomotivas e vagonetas de travagem;

12.2 — Máquinas hidráulicas de sustentação dos tectosde minas;

13 — Caixas de recolha de lixos domésticos de carga manual ecomportando um mecanismo de compressão.

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14 — Dispositivos amovíveis de transmissão mecânica e respectivosprotectores.

15 — Protectores dos dispositivos amovíveis de transmissão mecânica.

16 — Plataformas elevatórias para veículos.

17 — Aparelhos de elevação de pessoas ou de pessoas e mercadorias queapresentem um perigo de queda vertical superior a 3 m.

18 — Aparelhos portáteis de fixação de carga explosiva e outras máquinasde impacte de carga explosiva.

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19 — Dispositivos de protecção destinados à detecção da presença depessoas.

20 — Protectores móveis de accionamento motorizado com dispositivos deencravamento ou bloqueio concebidos para serem utilizados comomedida de protecção nas máquinas referidas nos n.º 9, 10 e 11.

21 — Blocos lógicos destinados a desempenhar funções os de segurança.

22 — Estruturas de protecção contra o capotamento (ROPS).

23 — Estruturas de protecção contra a queda de objectos (FOPS).

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Lista indicativa dos componentes de segurança referida no n.º 3 do artigo3.º — Exemplos (lista completa ver Anexo V):

— Dispositivos de controlo da carga e do movimento das máquinas deelevação.

— Quaisquer meios destinados a manter pessoas nos seus assentos.

— Dispositivos de paragem de emergência.

— Sistemas e dispositivos destinados a reduzir as emissões de ruídos e asvibrações.

— Dispositivos de comando bimanuais.

— Sistemas de extracção para emissões de máquinas.

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4.5 Exigências essenciais de segurança e de saúde

A Directiva ‘Máquinas’ estabelece no Anexo I, estabelece os requisitosessenciais de saúde e de segurança para a concepção e o fabrico demáquinas, para ser possível ao Fabricante a aposição da marcação CEde forma legal.

Deste modo, cada ‘máquina’ deverá (obrigatório) satisfazer todosrequisitos essenciais de saúde e de segurança que forem aplicáveis.

No n.º 1 do anexo I encontram-se indicados os requisitos essenciais de

saúde e de segurança para a concepção e o fabrico de máquinas.

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No n.º 2 do Anexo I encontram-se indicados os requisitos essenciaiscomplementares de saúde e de segurança para determinadascategorias de máquinas:

2.1 — Máquinas destinadas à indústria alimentar e máquinasdestinadas à indústria de produtos cosméticos e farmacêuticos;

2.2 — Máquinas portáteis mantidas em posição e ou guiadas àmão;

2.3 — Máquinas para madeira e materiais com característicasfísicas semelhantes.

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No n.º 3 do Anexo I encontram-se indicados os requisitos essenciaiscomplementares de saúde e de segurança para limitar os perigosassociados à mobilidade das máquinas.

No n.º 4 do Anexo I encontram-se indicados os requisitos essenciaiscomplementares de saúde e de segurança para limitar os perigosassociados a operações de elevação.

No n.º 5 do Anexo I encontram-se indicados os requisitos essenciaiscomplementares de saúde e de segurança para as máquinas destinadasa ser utilizadas em trabalhos subterrâneos.

No n.º 6 do Anexo I encontram-se indicados os requisitos essenciaiscomplementares de saúde e de segurança para as máquinas queapresentem perigos específicos devido a operações de elevação depessoas.

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4.6 - Normalização

A utilização de normas harmonizadas na concepção e fabrico demáquinas e de quasi - máquinas é muito importante, atendendo quepassa a haver presunção de conformidade com os requisitos essenciaisde saúde e de segurança aplicáveis.

Existem três níveis de normas harmonizadas:

- Tipo A - Normas fundamentais de segurança

- Tipo B - Normas de segurança relativas a um grupo

- Tipo C - Normas de segurança por categoria de máquina

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4.7 – Conformidade das máquinas e dos componentes de segurança

O fabricante para atestar a conformidade de uma máquina com aDirectiva ‘Máquinas’, deverá:

Conceber o equipamento atendendo aos requisitos essenciais desegurança e de saúde aplicáveis, recorrendo sempre que possívelàs normas harmonizadas;

Constituir um Processo Técnico de Fabrico, de acordo com oestabelecido no ponto A do Anexo VII;

Emitir uma Declaração CE de Conformidade, de acordo com oestabelecido no Anexo II;

Fornecer um Manual de Instruções, cujo conteúdo deverá estar deacordo com o estabelecido no Anexo I.

Apor no equipamento a marcação CE conforme estabelecido noAnexo III.

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4.7.1 - Estratégia de Concepção de um Equipamento Seguro

Na norma EN ISO 12100-2:2003 encontra-se esquematizada umaestratégia para conceber um equipamento, atendendo aos requisitosessenciais de segurança e de saúde aplicáveis. Por exemplo:

De forma simplificada pode-se descrever:

1º) Especificar os limites do equipamento:

- limites de utilização normal e anormal previsível;

- limites no espaço - amplitude de movimentos, espaço parainstalação, etc.;

- limites no tempo - vida útil.

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2º) Identificar os fenómenos perigosos e proceder a uma avaliação derisco:

- as intervenções das pessoas em todas as fases da vida doequipamento (montagem, instalação, regulação, operação, manutenção,etc.);

- os estados possíveis da máquina em condições normais e anormaisprevisíveis (falha de um componente, choque mecânico, camposelectromagnéticos, perda de controlo por parte do operador, etc.);

- casos previsíveis de mau uso do equipamento (“lei do menor esforço”,negligência vulgar, etc.).

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3º) Suprimir os fenómenos perigosos ou limitar o risco (prevençãointrínseca).

4º) Conceber dispositivos de protecção contra todos os riscos nãoelimináveis.

5º) Colocar informações e avisos para os utilizadores sobre os riscosresiduais.

6º) Tomar outras medidas adicionais consideradas necessárias.

7º) Repetir este procedimento, após a verificação e ensaio das soluçõesencontradas até se atingir um resultado satisfatório.

NOTA: Para mais informação, ver ponto 4 da normaEN ISO 12100-2:2003.

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Exemplos de requisitos essenciais de segurança e de saúde aplicáveisaos equipamentos:

- Os sistemas de comando deverão ser concebidos para resistirem àsexigências normais do serviço e às diversas influências externasprevisíveis.

- Uma avaria no sistema de comando não deverá originar situaçõesperigosas.

- O arranque só poderá ser efectuado por uma acção voluntária sobre oórgão de comando previsto para o efeito.

- A ordem de paragem da máquina deverá ser prioritária sobre asordens de arranque.

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A máquina e os seus elementos e equipamentos deverão terestabilidade suficiente, sem riscos de derrube, de queda ou demovimentos intempestivos, nas condições de funcionamento previstas.

O fabricante recorre a avisos para advertir sobre os riscos que nãoforam eliminados.

Os materiais deverão resistir às diversas solicitações previsíveis (fadiga,abrasão, corrosão, envelhecimento, etc.).

A máquina deverá estar concebida de acordo com os princípios daergonomia, de modo a reduzir ao mínimo a fadiga física e o “stress” dooperador.

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4.7.2 - Processo Técnico de Fabrico

O Processo Técnico de Fabrico é um elemento fundamental dado quereúne um conjunto de documentos que evidenciam a metodologiautilizada pelo fabricante. O Fabricante deve arquivar este Processo porum período mínimo de 10 anos e só é obrigatório ser evidenciado ásentidades oficiais.

Ele deverá ser constituído essencialmente por:

Desenho de conjunto do equipamento;

Desenhos dos circuitos de comando (eléctrico, pneumático, óleo -hidráulico, etc.);

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Desenhos de pormenor e completos eventualmente acompanhados denotas de cálculo, resultados de ensaios, etc., que permitem verificar aconformidade do equipamento com as exigências essenciais desegurança e de saúde aplicáveis;

Lista dos requisitos essenciais aplicados da Directiva;

Lista das normas e especificações técnicas que foram utilizadasaquando da concepção do equipamento;

Descrição das soluções adoptadas para prevenir os riscos apresentadospelo equipamento;

Relatórios técnicos ou certificados obtidos de organismos oulaboratórios competentes;

Um exemplar do Manual de Instruções do equipamento.

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4.7.3 - Declaração CE de Conformidade

A Declaração CE de Conformidade não tem um modelo próprio, mastem definido um conjunto de indicações mínimas (ver Anexo II).

Declaração CE de Conformidade para ‘Máquina’ (Cap. A)

- a emitir para máquinas que vão ou podem funcionar de modo autónomo.

Declaração de incorporação de uma Quasi - Máquina (Cap. B)

- a emitir para quasi-máquinas que se destinam a ser montadas noutrasmáquinas ou que só se destinam a funcionar em conjunto com outrasmáquinas.

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4.7.4 - Manual de Instruções

O Manual de Instruções deverá conter todas as indicações necessáriasà manipulação da máquina ou quasi - máquina, em condições desegurança (ver Anexo I).

Além disso ele deverá:

Acompanhar a máquina ou a quasi - máquina;

Estar redigido numa língua comunitária e acompanhado de umatradução na língua do utilizador;

Ter uma redacção facilmente compreensível pelos utilizadores.

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Por manipulação da ‘Máquina’ ou quasi - máquina, entende-se todas asacções relacionadas com a:

movimentação (transporte) instalação colocação em serviço regulação operação manutenção reparação montagem desmontagem montagem de ferramentas e acessórios etc.

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4.7.5 - Marcação CE

A Marcação CE de conformidade é constituída pelas iniciais CE edeverá ser aposta no equipamento, de forma perceptível e visível, antesda sua colocação no mercado.

A Marcação CE tem um grafismo próprio (ver Anexo III).

A Marcação CE vai atestar a conformidade do equipamento com todasas Directivas aplicáveis, sendo desta forma garantido um nível de

segurança adequado.