seguranÇa no trabalho em uma empresa de montagem … · setor operacional de montagem e...

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1 SEGURANÇA NO TRABALHO EM UMA EMPRESA DE MONTAGEM E MANUTENÇÃO INDUSTRIAL MARQUES, Patrícia Maroldi¹ MELO, Natiele Raiane Rodrigues 1 GOUVÊA, Josiane Barbosa 2 RESUMO Muito se fala em segurança no trabalho, mas pouco se faz para que realmente seja seguro e não forneça risco à saúde e a vida do colaborador. Nesta perspectiva o objetivo deste estudo é avaliar as condições de segurança no ambiente de trabalho, verificar o fornecimento, controle e o uso dos equipamentos de proteção como sugerido nos programas ocupacionais. Realizou-se a pesquisa qualitativa e o instrumento utilizado para a coleta de dados foi o questionário. Percebeu-se que os equipamentos fornecidos e o ambiente de trabalho são inadequados oferecendo riscos à segurança dos colaboradores na execução de suas atividades, além do mau planejamento e elaboração dos programas, refletindo na elaboração da Ordem de Serviço de Segurança e no fornecimento dos Equipamentos de Proteção Individual gerando divergências de informações afetando os trabalhos. Como conscientização aos colaboradores para prevenção de acidentes e doenças futuras, sugerimos palestras, pois, quando se sentem seguros trabalham com eficácia a empresa terá maior produtividade, além de seu quadro de colaboradores ativo. PALAVRAS-CHAVE: segurança; gestão de pessoas; normas regulamentadoras. 1 INTRODUÇÃO Este estudo tem como objetivo avaliar as condições de segurança no trabalho do setor operacional de montagem e manutenção industrial, de uma empresa do ramo de elétrica localizada na cidade de Toledo-PR. A organização está no mercado de negócios, desde 02 de fevereiro de 2009. Sua constituição foi realizada a partir de uma pequena loja de materiais elétricos. Com o passar dos anos, através de sua excelência na venda de materiais elétricos e prestação de serviços com mão de obra qualificada, treinada e capacitada, vêm se destacando frente à concorrência. Conforme estudo realizado, a partir do site do SEBRAE (Serviço Brasileiro de 1 Pós-graduando do curso de Especialização Lato Sensu em Gestão de Pessoas, do Programa de Pós- Graduação da Faculdade Sul Brasil Fasul. 2 Professor orientador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Sul Brasil Fasul.

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Page 1: SEGURANÇA NO TRABALHO EM UMA EMPRESA DE MONTAGEM … · setor operacional de montagem e manutenção industrial, de uma empresa do ramo de elétrica localizada na cidade de Toledo-PR

1

SEGURANÇA NO TRABALHO EM UMA EMPRESA DE MONTAGEM E

MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

MARQUES, Patrícia Maroldi¹

MELO, Natiele Raiane Rodrigues1

GOUVÊA, Josiane Barbosa2

RESUMO

Muito se fala em segurança no trabalho, mas pouco se faz para que realmente seja seguro

e não forneça risco à saúde e a vida do colaborador. Nesta perspectiva o objetivo deste

estudo é avaliar as condições de segurança no ambiente de trabalho, verificar o

fornecimento, controle e o uso dos equipamentos de proteção como sugerido nos

programas ocupacionais. Realizou-se a pesquisa qualitativa e o instrumento utilizado para

a coleta de dados foi o questionário. Percebeu-se que os equipamentos fornecidos e o

ambiente de trabalho são inadequados oferecendo riscos à segurança dos colaboradores

na execução de suas atividades, além do mau planejamento e elaboração dos programas,

refletindo na elaboração da Ordem de Serviço de Segurança e no fornecimento dos

Equipamentos de Proteção Individual gerando divergências de informações afetando os

trabalhos. Como conscientização aos colaboradores para prevenção de acidentes e

doenças futuras, sugerimos palestras, pois, quando se sentem seguros trabalham com

eficácia a empresa terá maior produtividade, além de seu quadro de colaboradores ativo.

PALAVRAS-CHAVE: segurança; gestão de pessoas; normas regulamentadoras.

1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem como objetivo avaliar as condições de segurança no trabalho do

setor operacional de montagem e manutenção industrial, de uma empresa do ramo de

elétrica localizada na cidade de Toledo-PR. A organização está no mercado de negócios,

desde 02 de fevereiro de 2009. Sua constituição foi realizada a partir de uma pequena loja

de materiais elétricos. Com o passar dos anos, através de sua excelência na venda de

materiais elétricos e prestação de serviços com mão de obra qualificada, treinada e

capacitada, vêm se destacando frente à concorrência.

Conforme estudo realizado, a partir do site do SEBRAE (Serviço Brasileiro de

1 Pós-graduando do curso de Especialização Lato Sensu em Gestão de Pessoas, do Programa de Pós-

Graduação da Faculdade Sul Brasil – Fasul. 2 Professor orientador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Sul Brasil – Fasul.

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apoio às Micro e Pequenas Empresas), a empresa se enquadra como EPP (Empresa de

Pequeno Porte). Baseado nos critérios de classificação do SEBRAE a receita bruta da

empresa anual se enquadra, uma vez que está entre R$ 360.000,01 até R$ 3.600.000,00 e

o número de colaboradores atual está entre 20 a 99 se enquadrando, portanto, como EPP,

conforme acima mencionado pelo SEBRAE.

Identificou-se os perfis dos colaboradores, utilizando as fichas de EPI’s

(Equipamento de Proteção Individual) e OSS (Ordem de Serviço de Segurança) para

assim elaborar o questionário para obtenção de informações referente aos treinamentos,

acidentes, doenças ocupacionais, segurança conforme obrigatoriedade das normas

regulamentadoras, bem como as implicações legais.

Na empresa existem diversos riscos que podem comprometer a saúde e segurança

dos colaboradores. Com a obtenção dos resultados do questionário aplicado aos

colaboradores confrontamos com os programas ocupacionais e ficha EPI’s, para saber se

a realidade é coerente com que o programa apresenta, para assim serem controlados e

reduzir os acidentes e doenças decorrentes da execução de suas atividades.

Os responsáveis pela segurança no trabalho precisam trabalhar unidos com o setor

administrativo, precisam principalmente planejar e organizar financeiramente os custos

que serão disponibilizados para compra e manutenção de equipamentos, programas

ocupacionais e demais projetos ligados à segurança no trabalho.

O uso do termo administração é aquele em que ele é visto como o processo

integrativo fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos. Administrar, é,

portanto, um processo pelo qual o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla

uma organização (KWASNICKA, 1995, p. 17).

Quando a empresa possui a gestão empresarial ativa, ocorre a divisão de setores,

tais como gestão de pessoas, segurança no trabalho, financeiro entre outros. Cada setor

desenvolve seus trabalhos cientes da responsabilidade e vínculo que possui entre os

demais. O ato de não estar individualizado e trabalhar de forma coletiva garante melhor

desempenho e desenvolvimento da organização, se tornando mais fácil a tomada de

decisão.

As tarefas básicas da administração são ponderar com cuidado e decidir qual a

finalidade e a missão específica da organização, é fazer com que o trabalho seja produtivo

e o trabalhador se realize e por fim administrar as responsabilidades sociais da empresa e

as repercussões sociais de suas atividades.

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Para administrar devemos seguir alguns passos para que sejam alcançados os

planos e objetivos traçados de forma correta e com melhores resultados. Assim

antecipando eventos futuros e seguindo um planejamento.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.2 Gestão de Pessoas

A Gestão de Pessoas, também chamada de Gestão de Talentos, Gestão de

Recursos Humanos, tem um percurso evolutivo que molda, desde as primeiras fases da

constituição de empresas, a busca dos atuais sistemas de gerenciamento do capital

humano, hoje alinhados com o planejamento estratégico, podemos dizer que é o coração

da empresa.

Sob o ponto de vista de Knapik (2011, p. 53), a gestão de pessoas é o conjunto de

políticas e subsistemas que se preocupa com o gerenciamento estratégico das pessoas e

leva à eficácia dos colaboradores em busca dos objetivos pessoais e empresariais.

Para Marras (2005, p. 22), a área de administração de recursos humanos (ARH)

foi implantada originalmente pelas organizações com o objetivo principal prestar serviço

dentro da empresa, o operacional atender as exigências legais como normas e CLT

(Consolidação Das Leis Trabalho).

Os trabalhadores podem ser fatores que alavancam aos pontos fortes ou fracos,

dependendo de como são considerados e gerenciados. Sendo responsabilidade do gestor

de pessoas criar uma relação positiva e construtiva de parceria, colaboração e integração.

Ainda de acordo com Knapik (2011, p. 55).

A gestão de pessoas tem um papel de consultoria e suporte de parceria com os

outros de departamentos da empresa, com a responsabilidade de preparar e

desenvolver os gestores das diversas áreas empresariais para gerenciar seus

colaboradores.

Este departamento é responsável por realizar o recrutamento e seleção de novos

colaboradores conforme a necessidade e o perfil exigido pela empresa avaliando não só

as competências básicas, como requisitos necessários para o cargo. Além de planejamento

e administração de cargos e salários, orientação e integração de novos colaboradores,

criação de incentivos e benefícios, avaliação de desempenho e desenvolver melhorias do

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canal de comunicação entre empresa e colaboradores, buscar treinamentos e capacitações

para o melhor desenvolvimento do colaborador (MARRAS, 2005, p. 25).

Fischer, Dutra e Amorim (2010, p. 20), apresentam que esta tem a função de

humanizar a empresa, motivando os colaboradores por meio do reconhecimento,

promovendo novos desafios profissionais, programas de treinamento e

autodesenvolvimento do colaborador, oferecendo segurança, confiança, liberdade de

atuação para tomada de decisões, trabalhos desafiadores, quantidade de horas adequadas

de trabalho, garantindo a qualidade de vida e motivação de todos. Proporcionar a estrutura

adequada e fazer dos colaboradores agentes de mudanças e transformações adaptar-se às

novas tecnologias, conceitos, políticas e tendências no ambiente de trabalho.

Os gestores têm cometido um grande erro, quando analisam a segurança do

trabalho separadamente dos aspectos administrativo, econômico, ambiental e social das

empresas. Não dão a importância nem suporte necessário para segurança. O setor de

recursos humanos precisa trabalhar junto com o setor de segurança do trabalho para

corrigir e prevenir os acidentes, incidentes e as doenças ocupacionais. É necessária uma

boa política de prevenção de acidentes, um planejamento de treinamentos e medidas

preventivas que serão adotadas (GARCIA, 2013, p. 27).

2.3 Segurança no Trabalho

Segurança no trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas e ações

que são adotadas visando diminuir os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais

eliminando as condições inseguras do ambiente, apresentando às pessoas a implantação

de práticas preventivas e assim proteger a integridade do trabalhador no ambiente de

trabalho (TACHIZAWA, TAKESHY, 2001, p. 229).

Segurança do trabalho é o conjunto de recursos e técnicas aplicadas, preventiva

ou corretiva, para proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes implicados

em um processo de trabalho ou na realização de uma tarefa (TAVARES, 1995,

p. 61).

Algumas ações técnicas são desenvolvidas para tornar o ambiente de trabalho

mais seguro identificando, avaliando e controlando as situações de riscos a que estão

expostos a saúde e vida do trabalhador. Pode ser elaborado o mapa de riscos, treinamentos

das normas regulamentadoras e realização de adaptações físicas no ambiente para que

haja redução do mesmo.

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A Norma Regulamentadora 05 cita que o responsável pela segurança do trabalho

em uma empresa pode ser o técnico de segurança, designados da CIPA (Comissão Interna

de Prevenção de Acidentes), sendo esses colaboradores que atuam na prevenção do

acidente. Para empresas de grande porte se faz necessário à constituição do SESMT

(Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho). E

empresas de pequeno porte apenas se designa um colaborador para que seja responsável

pela Segurança.

Conforme prevê a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) criada em primeiro

de maio de 1943, no artigo 162 as empresas estarão obrigadas a manter serviços

especializados em segurança e em medicina do trabalho, devido ao aumento de acidentes

com trabalhadores. O objetivo é, portanto, assegurar a integridade física dos

colaboradores, mas também de alertar a equipe contra novas doenças e ajudar a tomar

precauções contra acidentes de pequeno porte, que podem atrapalhar o andamento da

empresa e prejudicar os colaboradores. Fazendo parte deste engenheiro de segurança,

médico e enfermeiro do trabalho.

O artigo 162 da CLT sugere ainda o levantamento das estatísticas sobre os

acidentes e doenças, visando medidas preventivas para a redução do acidente de trabalho,

promoção da saúde ocupacional e redução do risco de morte.

De acordo com a Norma Regulamentadora quatro, item 4.4.1 os profissionais

integrantes do SESMT devem possuir formação e registro profissional em conformidade

com o disposto na regulamentação da profissão e nos instrumentos normativos emitidos

pelo respectivo Conselho Profissional, quando existente.

4.4.1. Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços

Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

deverão exigir dos profissionais que os integram comprovação de que

satisfazem os seguintes requisitos: (Alteração dada pela Portaria MTE

590/2014).

Tachizawa e Takeshy (2001, p. 229), destacam a segurança como um dos atuais

desafios e preocupações em adequar as localizações, apresentando seus riscos a fim de

que seus colaboradores possam trabalhar e melhor desenvolver suas atividades,

conscientes de que a empresa está preocupada com sua vida e saúde.

Para Ribeiro (2009, p. 33), a inspeção de segurança, além de ser um fator

motivacional ao colaborador, também serve para que a empresa possa se programar com

as atividades daquele colaborador, e o mesmo não estará em risco e consequentemente

não terá doenças ocupacionais, não terá atestado e não se afastará da empresa.

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Por este motivo é de suma importância que ambas as partes estejam andando

conjuntamente, ou seja, cientes das NR’s (Normas Regulamentadoras) a empresa fornece

EPI’s (Equipamento de Proteção Individual) e EPC’s (Equipamento de Proteção

Coletiva), o colaborador por sua vez o utiliza de forma correta. Além de ter conhecimento

sobre os programas PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PCMSO

(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Conforme descrito acima e de

acordo com TAVARES (1995, p. 57 e 58).

NR 6 – EPI (Equipamento de Proteção Individual), com finalidade de proteger

o trabalhador de lesões que possam ser provocadas por agentes diversos,

presentes no ambiente de trabalho. NR 9 – PPRA (Programa Prevenção de

Riscos Ambientais), estabelece a elaboração e implementação visando a

preservação da saúde e integridade física do trabalhador, por meio de

antecipação reconhecimento, avaliação e consequentemente controle das

ocorrências de riscos ambientais existentes. NR 7 – (PCMSO) Programa

Controle Médico de Saúde Ocupacional), com objetivo de preservação da

saúde, onde os empregados são obrigados á realizar exame médico por conta

do empregador nas condições estabelecidas.

Como mencionado na norma regulamentadora seis, para manter a segurança é

preciso eliminar o risco de acidente, que é quando o perigo em função da probabilidade

de ocorrer um evento previsível, ameaça uma pessoa, processo, material ou o meio

ambiente. É preciso identificar os incidentes, estar atentos aos desvios padrões aceitáveis

de incidentes, fazer um relatório dos mesmos, analisar, fazer levantamento, ter

estatísticas, montar plano de ação e por fim tomar ações para eliminar ou minimizar o

risco vinculados aos principais incidentes para que não gere acidentes.

Os fatores que acarretam riscos para a saúde dos colaboradores podem ser

agrupados nas seguintes categorias como citam Tachizawa, Takeshy (2001, p. 229).

Riscos químicos, aqueles relacionados á manipulação de materiais nocivos á

saúde. Riscos físicos, Ruídos os sons possui duas características principais a

frequência e a intensidade. Temperaturas extremas a exposição constante a

temperaturas muito elevadas ou muito baixas. Iluminação é preciso haver

condições adequadas de iluminação no local de trabalho. Riscos biológicos são

relacionados a ações de agentes como bactérias, vírus e outros

microrganismos.

A qualidade de vida no trabalho pode ser entendida como a preocupação com o

bem estar geral e a saúde dos colaboradores no desempenho de suas atividades,

envolvendo tanto aspectos físicos, ambientais e psicológicos. A qualidade de vida no

trabalho assimila duas posições, de um lado as reinvindicações dos colaboradores para o

bem-estar e satisfação no trabalho, e de outro o interesse da empresa, quanto aos seus

efeitos para a produtividade e qualidade, menciona Ribeiro (2009, p. 10).

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Porém, neste momento serão analisadas suas causas apenas com foco ao acidente

de trabalho motivado quanto à responsabilidade empresarial.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a realização deste estudo, utilizou-se a pesquisa qualitativa, relacionada no

levantamento de dados, no ato de compreender e interpretar determinados

comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma população.

Para Marconi e Lakatos (2004, p. 269).

A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais

profundos descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece

analise detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências do

comportamento.

A pesquisa foi classificada como descritiva sendo realizado o estudo, a análise, o

registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador,

que deverá apenas descobrir a frequência dos acontecimentos ou como se estrutura e

funciona um sistema, método, processo ou realidade operacional. Segundo Barros e

Lehfeld (2000, p. 70), a pesquisa descritiva procura descobrir a frequência com que o

fenômeno ocorre, sua natureza, características, causas, relações e conexões com outros

fenômenos.

A empresa na qual o estudo será realizado conta com vinte e cinco funcionários,

dos quais vinte participaram da pesquisa. O critério utilizado para tal definição é que os

trabalhadores atuem nos setores operacionais, exercendo as funções de eletricista e

montador.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o questionário, este construído

com a combinação de perguntas abertas e fechadas, totalizando doze. Entre elas, foram

dez perguntas fechadas de múltipla escolha, e duas perguntas abertas que levaram os

pesquisados a responderem livremente.

O questionário foi entregue de forma pessoal aos colaboradores selecionados. O

pesquisador explicou e abordou o objetivo da pesquisa, foi solicitado aos colaboradores

veracidade nas respostas e informado que o mesmo será de forma anônima, sendo o foco

apenas nos resultados das respostas para aplicabilidade do resultado da pesquisa.

As vantagens do questionário é a possibilidade do pesquisado ter o tempo

suficiente para refletir sobre as questões e responde-las mais adequadamente.

O mesmo pode garantir o anonimato, consequentemente maior liberdade nas

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respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre elas. Além de

economizar tempo e recursos tanto financeiros como humanos na sua aplicação

BARROS; LEHFELD (2000, p. 91).

Após a coleta dos dados os questionários foram analisados e chegou-se aos

resultados ora apresentados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para realização do presente estudo foram aplicados os questionários conforme

procedimentos metodológicos mencionados anteriormente.

Em relação aos treinamentos, pudemos verificar que estes são executados pela

empresa.

Gráfico 1- Colaboradores que receberam Treinamentos

Fonte: Questionário (2016).

De acordo com o gráfico pode-se perceber que todos os colaboradores receberam

treinamento admissional conforme as exigências legais estabelecidas pela NR 18 da

Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho. Na empresa em que este estudo foi realizado,

são feitas apresentações das condições do ambiente de trabalho, riscos inerentes às

funções, riscos que estarão expostos, uso adequado dos EPI’S, EPC’S e ferramentas que

serão utilizados para realização de suas atividades.

Nos últimos seis meses a empresa realizou com cem por cento dos colaboradores

treinamentos de atualização das NR10 (Segurança em Instalações e Serviços em

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

RecebeuTreinamentoAdmissional

RecebeuTreinamento nosÚltimos 6 messes

Não recebeuTreinamento

Treinamentos

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Eletricidade), NR33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados), NR35

(trabalho em altura) e faz os DSS (Dialogo Semanal de Segurança), nestes treinamentos

os temas abordados foram segurança e saúde ocupacional, com intuito de prevenir

acidentes e diminuir o absenteísmo.

A empresa não realizou palestras motivacionais, trabalho em equipe e liderança,

e alguns colaboradores no questionário sugeriram que a empresa realizasse esse tipo de

palestra para se criar um ambiente de descontração e melhorar clima organizacional. Não

basta fazer somente treinamento de segurança, em nossa opinião o mesmo é necessário,

porém, precisam fazer com os colaboradores se sintam motivados e dispostos através de

palestras dinâmicas.

Precisa- se que a empresa está sempre se atualizando e atentos aos vencimentos

das NRs, devido à obrigatoriedade de apresentação deste e demais documentos no ato da

contratação de seus funcionários que prestação serviços como terceiros.

Quando os treinamentos são bem realizados, os colaboradores se sentem mais

seguros, pois, adquirem um conhecimento geral, tais como os riscos que estão expostos

os equipamentos utilizados para cada atividade e as condições do ambiente de trabalhado

a qual será inserido.

Gráfico 2- Condições do Ambiente de Trabalho

Fonte: Questionário (2016).

A atividade principal da empresa é instalação e manutenção elétrica, por este

motivo os colaboradores estão expostos a vários riscos no ambiente de trabalho, assim

como representado acima, cinquenta por cento dos colaboradores estão cientes e

reconhecem que existem riscos à sua segurança ao realizar suas atividades.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Cientes Talvez Não

Ambiente de Trabalho

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Por ser uma prestadora de serviço seus colaboradores trabalham em diferentes

ambientes, cada uma dessas empresas possui suas particularidades, regras, normas e

muitas delas não possuem foco na segurança, mas sim na produtividade e entrega do

trabalho como está no cronograma e descumprem a obrigações legais na execução. O que

faz os dados do gráfico variar dependendo do local que estão trabalhando, fazendo com

que vinte e cinco por cento dos colaboradores respondessem talvez para as condições do

ambiente de trabalho.

Outro fator de risco no ambiente de trabalho é o acúmulo de máquinas, materiais

ou produtos acabados, de tal forma que constitua risco de acidentes para os empregados,

conforme o Art. 188. da CLT. Em nenhum local de trabalho poderá haver acúmulo de

máquinas, materiais ou produtos acabados, de tal forma que constitua risco de acidentes

para os empregados.

Vinte e cinco por cento dos colaboradores não fazem ideia ou não prestam atenção

ao risco que estão expostos ao realizar suas atividades, não utilizando equipamentos

necessários e não comunicando a empresa para que sejam solucionados os problemas e

minimizar os riscos. Desta forma acaba sendo alterado e instável o ambiente de trabalho,

devido ao não conhecimento destes riscos, podendo afetar seu desempenho atual, e futuro

risco com sua vida e dos demais colaboradores.

Para minimizar os riscos do ambiente de trabalho a empresa fornece os

equipamentos de segurança.

Gráfico 3- Equipamento de proteção individual fornecido

Fonte: Questionário (2016).

0%

20%

40%

60%

80%

100%

São suficientes Não é suficiente As vezes

Equipamento de Proteção Individual

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Analisando o gráfico 03, percebeu-se que noventa por cento dos colaboradores

responderam que os EPI’s que a empresa fornece para executar suas atividades são

suficientes para que sua vida não esteja em perigo.

Dez por cento dos colaboradores acreditam que os EPI`s fornecidos não são

suficientes, destacam outros que auxiliariam a minimizar os riscos, um exemplo citado

foi o fornecimento de abafador ao invés de somente o protetor auditivo, pois segundo eles

o mesmo não é suficiente para minimizar os ruídos em determinados lugares que estão

prestando serviços. Ao verificar o PPRA percebeu-se que não sugerem o fornecimento

dos abafadores, mas pode ser uma falha no momento em que estão levantando os riscos

para a elaboração dos programas.

A maioria dos trabalhadores sugeriu na pergunta aberta que a empresa adquirisse

EPI’s de mais qualidade, pois, os equipamentos individuais atuais devido ao seu desgaste

natural em pouco tempo acabam tendo que ser realizada a troca. E esse procedimento de

troca de EPI’s devido ao vencimento do CA (Certificado de Aprovação) ou sobre sua

utilização, acaba não acontecendo ou ainda passando do prazo. Sendo este o momento

em que os colaboradores possuem mais assertividade dos riscos à sua saúde e a vida,

podendo ocasionar acidente de trabalho, devido a negligência estes equipamentos sob

responsabilidade da empresa.

Conforme NR 6.1 considera-se Equipamento de Proteção Individual, todo

dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção

de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O artigo 207 da CLT,

por sua vez, assim orienta:

Deverão ser adotadas providências no sentido de eliminar ou atenuar os ruídos,

vibrações ou trepidações incômodos ou prejudiciais à saúde, produzidos nos

locais de trabalho.

A empresa é obrigada á fornecer aos empregados gratuitamente EPI adequado ao

risco conforme cita NR 6.3, mas alguns colaboradores relataram que a empresa fornece

EPI’s, mas não estão mais em condições de uso, muitos com o Certificado de Aprovação

vencido e não são suficientes para eliminar os riscos que estão expostos.

Art. 165. Da CLT Quando as medidas de ordem geral não oferecerem completa

proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados, caberá

à empresa fornecer gratuitamente equipamentos de proteção individual tais

como: óculos, luvas, máscaras, capacetes, cintos de segurança, calçados e

roupas especiais e outros, que serão de uso obrigatório por parte dos

empregados.

Ao avaliar as fichas de EPI observou-se que os equipamentos sugeridos no PPRA

não estão sendo entregues aos colaboradores. Um exemplo é o cargo de eletricista

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montador que são sugeridas a entrega de protetor facial e avental de raspa, porém, em sua

ficha de EPI não contem o recebimento dos mesmos.

Sugerimos um planejamento antecipado para a elaboração dos programas

ocupacionais. O técnico responsável pela elaboração do PPRA deverá receber da empresa

a ficha de registro atualizada, descrição dos cargos e fazer um visita aos locais de trabalho

para identificar os riscos que vão estão expostos e verificar os EPI’S que serão necessários

para cada função. E não simplesmente utilizarem as informações dos anos anteriores para

renovação do programa.

Com essas divergências de informações, a empresa mantém seus funcionários

com desvios de função, não utilizando os equipamentos corretos, pois, não está de acordo

com a atividade que ele executa.

Outro fator que acarretará em possíveis problemas é na realização dos exames,

por estar em funções diferentes podem deixar de realizar exames que são necessários ou

na periodicidade correta. Quando se tem um programa ocupacional correto e as medidas

preventivas sugeridas é seguida a empresa possivelmente não terá problemas futuros.

A carga excessiva de trabalho pode causar risco a segurança do colaborador, pois,

ao trabalhar diversas horas interruptas, acaba tendo foco em executar as atividades com

agilidade e acaba se esquecendo de sua própria segurança.

Gráfico 4- Carga excessiva de Trabalho

Fonte: Questionário (2016).

A carga excessiva de trabalho, conforme relatado por sessenta por cento dos

colaboradores, reflete em sua segurança. Isto ocorre pois muitas vezes excedem a carga

horária que foi contratada e que permite a legislação, logo, os colaboradores ficam

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Sim Não Talvez

Carga Exessiva de Trabalho

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fisicamente comprometidos, estressados e cansados, ficando mais vulneráveis a

acidentes.

Pode-se observar que quando não são realizados os intervalos e descansos

mínimos conforme apresenta as reportagens de saúde, além de fisicamente o colaborador

não possuir o mesmo desempenho do que quando descansado, sua vida e saúde estão

sendo prejudicadas.

Desta forma a empresa deve ficar atenta devidamente com ações trabalhistas, pois,

hoje as altas horas extras com retorno financeiro estão por satisfazer o colaborador, mas

quando não mais estiver na empresa, com certeza será um aliado às ações judiciais.

Vinte por cento dos colaboradores relatam que a carga de trabalho excessiva não

interfere em sua segurança, um item em comum observado entre os mesmos é por já

trabalhar há anos nesse ramo de atividade, já estão acostumados com a prestação de

serviços sem descanso, intervalos e sem folgas no final de semana e acreditam que a carga

excessiva de trabalho não refletirá em sua segurança. Por outro lado, um percentual de

vinte por cento de colaboradores que acreditam que talvez reflita em sua segurança.

A medida sugerida pelos colaboradores foi à realização de duas escalas, para

realização dos trabalhados simultâneos, para que o mesmo possa executar suas atividades

dentro da carga horária contratada e com intervalos conforme CLT menciona.

Outra sugestão seria a contratação de mais colaboradores qualificados para evitar

que os atuais não fiquem carregados com suas atividades e não necessitam exceder sua

carga horária.

Devido à carga excessiva e trabalhada repetitiva a ergonomia também é um dos

fatores que influencia nas atividades. Má postura e locais de difícil acesso tendo que se

manter inseguro e nada confortável. A mesma visa propiciar uma solicitação adequada

dos trabalhos de modo a se alcançar uma otimização do sistema de trabalho, apresentada

pela NR 17- Ergonomia estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições

de trabalho às condições psicofisíologicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um

máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (SCALDELAI, A. V.;

OLIVEIRA, C. A. D.; MILANELI, E.; OLIVEIRA, J. B. C.; BOLOGNESI, P. R, 2012,

p. 61).

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14

Gráfico 5- Acidentes no trabalho

Fonte: Questionário (2016).

Gráfico 6- Doenças do trabalho

Fonte: Questionário (2016).

Dos colaboradores entrevistados somente vinte por cento já sofreu acidente de

trabalho na empresa atual, o restante sendo oitenta por cento não sofreram acidentes.

Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, acidente de trabalho é o que ocorre pelo

exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados

referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação

funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da

capacidade para o trabalho.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Sim Não

Acidentes no Trabalho

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

Doenças do Trabalho

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15

As doenças e acidentes de trabalho podem acontecer em decorrência da sua

jornada excessiva de trabalho, ficando desmotivado, sem descanso e com EPI’s que não

lhe geram segurança, mesmo utilizando de forma correta. Além de quando ocorrido

acidente de trabalho, há estabilidade temporária de 12 meses, permanecendo na empresa

executando outras funções.

É importante ressaltar que a ocorrência de um acidente de trabalho acarreta perdas

diversas tais como: tempo, material, ambientais e financeiras. Entretanto, a mais grave de

todas é a perda humana, uma vez que afeta a saúde ou coloca em risco a vida do

trabalhador. Os fatores comportamentais causadores do acidente geralmente estão

relacionados às características pessoais do trabalhador, à dinâmica de relacionamento

existente no setor de trabalho, À cultura, aos valores e as políticas da empresa, que se

completam com o cenário externo, associado à família e ao panorama político, cultural,

social e econômico do país (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA;

BOLOGNESI, 2012, p. 13).

Quando ocorrem acidentes de trabalho e doenças ocupacionais as consequências

são diversas, porém pode ocorrer alteração psicossocial do funcionário, ou seja, trauma

de tal atividade devido ao prejuízo à saúde dos colaboradores e também a imagem da

empresa. Contudo, prováveis passivos trabalhistas, aumento de atestados, custo com

assistência médica e maiores cargas tributárias SAT (Seguro de Acidente do trabalho) e

FAP (Fator Acidentário de Prevenção) que é o resultado de benefícios acidentários e

CATs (comunicação de Acidente de Trabalho) emitidas. Isso significa que há o aumento

do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), e a empresa ignora que a concessão

foi de benefício acidentário.

A empresa atualmente não tem a NR 5 – CIPA (Comissão interna de prevenção

de acidentes). Portanto, a empresa dispõe somente de um designado da CIPA. A NR 05

estabelecem a obrigatoriedade de as empresas públicas e privadas organizarem e

manterem em funcionamento, uma comissão constituída exclusivamente por

empregados, com objetivo de prevenir infortúnios laborais, por meio da apresentação de

sugestões e recomendações aos empregados para que melhore as condições de trabalho,

eliminando as possíveis causas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais

(SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P. R, 2012, p. 56

e 57).

A doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Noventa por

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16

cento dos colaboradores entrevistados não tiveram doenças relacionadas ao trabalho ou

ainda não foram diagnosticados com alguma, e dez porcento já tiveram ou estão com

algum problema relacionado à execução de suas atividades.

Para prevenir e minimizar os acidentes e doenças do trabalho a empresa realiza a

entrega de EPI’s e manutenção dos treinamentos da NR10, NR33, NR35.

A norma regulamentadora 10 no item 10.1.1 estabelece os requisitos e condições

mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de

forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente,

interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. No item 10.1.2 menciona

que está NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo

as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações

elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as

normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou

omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

Conforme informado pelos colaboradores nas perguntas abertas, muitos deles

apresentaram que seu maior risco é ao choque elétrico, devido a sua exposição constante

com a eletricidade e na maioria das vezes com o equipamento individual com desgaste

ou equipamento coletivo tendo que aguardar o seu colega de trabalho terminar atividade

para poder utiliza-lo, devido não possuir muitos desses equipamentos pelo elevado custo

para compra destes equipamentos.

A norma regulamentada responsável por este é a NR 10 – Instalação e serviços

em eletricidade estabelecem condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos

empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo

elaboração de projetos, execução, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica,

observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes, e na falta destas as normas

internacionais (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P.

R, 2012, p. 59).

Ainda com base na NR 10 tem-se que os profissionais autorizados a trabalhar em

instalações elétricas e possuírem a habilitação técnica com especificações devidamente

anotadas em seus registros de empregados, devem estar aptos a prestar primeiros socorros

a acidentados (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P.

R, 2012, p. 58).

A norma regulamentadora 33 de Segurança e saúde no trabalho em espaços

confinados tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação dos

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espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle de riscos existentes,

de forma a garantir permanentemente a segurança e a saúde dos trabalhadores

(SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P, 2012, p. 66).

33.1.2 Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para

ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída,

cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde

possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

A terceira Norma que a empresa também faz treinamento dela é a 35 Trabalhos

em Altura, esta estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho

em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a

segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta

atividade. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de dois metros

do nível inferior, onde haja risco de queda como cita NR35. 1. Item 2.

A empresa após este trabalho realizado poderá levantar suas considerações e

análises, sendo estes os pontos a serem desenvolvidos e buscando melhor qualidade nos

equipamentos e nova visão de administração de horários destes colaboradores. Para que

a empresa possa ter segurança e confiança em poder contar com suas atividades e que

amanha o colaborador estará disposto a realizar as atividades, sem que tenha atestados,

faltas ou afastamento. Trabalhando a empresa mais próxima da realidade e quantidade

efetiva de colaboradores.

As doenças e os acidentes ocorridos na empresa podem ser evitados se a empresa

colocar em prática os programas ocupacionais.

Gráfico 7- Programas Ocupacionais- Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Fonte: Questionário (2016).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Sim Não Pouco

Conhecimento dos Programas Ocupacionais

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18

Gráfico 8- Importância dos Programas

Fonte: Questionário (2016).

Acredita-se que esse alto índice de oitenta por cento dos colaboradores, conhecer

e saber a importância dos programas ocupacionais PPRA (Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)

está diretamente ligado à empresa fazer constantes treinamentos das NRs, 10, 33 e 35. Os

outros vinte por cento ser os colaboradores que tenham dificuldade de compreensão,

desatentos nos treinamentos ou que realmente não tenham interesse em saber o que a

empresa está fazendo para prevenção dos acidentes e as doenças ocupacionais.

O programa de prevenção de riscos ambientais visa à preservação da saúde e da

integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e

consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a

existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e

dos recursos naturais como cita a Norma Regulamentadora 9.1.1.

9.1.2 As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada

estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a

participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade

dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.

A norma regulamentadora nove estabelece a obrigatoriedade da elaboração e

implementação, por parte de todos os empregados e instituições que admitam

trabalhadores, visando a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores,

por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequentemente controle da

ocorrência de riscos ambientais existentes (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI;

OLIVEIRA; BOLOGNESI, P. R, 2012, p. 58).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Sim Não Pouco

Importância dos Programas Ocupacionais

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Já o programa de controle médico de saúde ocupacional tem o objetivo de

promoção e preservação da saúde bem como o monitoramento das condições de saúde

tendo por finalidade o diagnostico precoce do conjunto dos seus trabalhadores

(SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P. R, 2012, p. 58).

A Norma Regulamentadora 7.1.1 cita.

7.1.3 Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços

informar a empresa contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e

implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo

prestados.

Ao analisar as fichas de EPI’s e OSS percebeu-se que não estão sendo

elaboradoras como sugerido na vistoria do técnico de segurança e aplicado no PPRA. No

modelo de ficha de EPI solicita-se o preenchimento dos vencimentos do CA, porém, as

fichas utilizadas não possuem essa informação, sendo este um risco ao colaborador pode

vir a receber um equipamento vencido e estando vulneráveis aos riscos e acidentes.

Conforme modelo de OSS indicado no PPRA, ao preencher o item de riscos que

os colaboradores estarão expostos e as medidas preventivas, tem a necessidade de ser

citado os EPI’s e treinamentos direcionados a cada função e riscos. Porém, a empresa não

possui em sua OSS esses itens descriminados.

Gráfico 9- Funções Executadas como Ordem de Serviço de Segurança

Fonte: Questionário (2016).

A ordem de serviço e segurança objetiva informar os trabalhadores que executam

suas atividades laborais nesse setor, conforme estabelece a NR 01, ITEM 1.7, sobre as

condições de segurança e saúde, bem como os riscos aos quais estão expostos, como

medida preventiva a tendo como parâmetro os agentes físicos, químicos e biológicos

0

20

40

60

80

100

Sim Não Talvez

Ordem de Serviço de Segurança

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citados na NR09 (Lei N°6514 de 22/12/1977, Portaria n° 3214 de 08/06/1978), bem como

os procedimentos de aplicação da NR06 Equipamento de Proteção Individual EPI entre

outras normas que possam vir a indeferir na atividade a ser executada.

As atividades executadas pelos colaboradores devem ser as mencionadas na

Ordem de Serviço que lhe fora apresentada no momento da contratação, noventa por

cento dos entrevistados relataram que as atividades são coerentes e dez por cento talvez.

Esse percentual do talvez possa ser aqueles colaboradores que tem desvio de função, em

certos momentos executam funções a mais ou não realizam as funções que está descrito

na OSS.

Os colaboradores não tem acesso à descrição de sua função que está no programa,

por este motivo, acredita que está de acordo a OSS, por isso que o percentual do gráfico

aponta elevado índice de colaboradores que acreditam que a ordem de serviço está de

acordo com a função executada.

Para atingir tal objetivo deve ser realizada definição e atendimento aos

procedimentos e a política preestabelecida com implementação de programas e

identificação preventiva, graduação e sinalização dos riscos, monitoramento das ações

corretivas e preventivas, inspeção periódicas preventivas e corretivas, mapeamento dos

acidentes e doenças ocupacionais, além de estímulo à participação efetiva de todos os

funcionários para atingir os objetivos propostos, podendo ser analisada pelo APR-

(Investigação de acidente e análise preliminar de riscos), com objetivo de registrar,

investigar e prevenir a ocorrência de acidentes, incidentes e outras condições de riscos

indesejáveis, atendendo-se aos aspectos legais da saúde e segurança ocupacional

(SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P. R, 2012, p. 98).

Um elemento importante a favor da segurança, da saúde e da melhoria contínua

das condições de trabalho é a informação. A empresa deve possuir mecanismos internos

para divulgar objetivos, indicadores de desempenho e resultados, estimulando a

participação dos trabalhadores.

Uma informação bem elaborada contribui para a conscientização de saúde e

segurança de todos os trabalhadores. Além da informação, devem-se criar mecanismos,

como caixas de sugestões, permitindo que os trabalhadores apresentem suas propostas,

reconhecendo as que foram implementadas na pratica e premiando ou comemorando boas

ideias.

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5 CONCLUSÃO

Percebeu-se ao avaliar as condições de segurança, que este ramo de atividade

possui alto risco aos seus colaboradores.

No ambiente de trabalho os mesmos estão cientes de sua exposição aos vários

riscos ao executar suas atividades, para isso a empresa fornece equipamentos individuais

e coletivos, mas os mesmos não são de qualidade e alguns estão com o CA vencidos. É

preciso que seja realizada a troca com frequência e/ou conforme seu desgaste. Outro fator

que não está sendo observado é a incoerência de equipamentos sugeridos no PPRA e os

fornecidos aos colaboradores.

Além da falha no fornecimento dos equipamentos outros fatores que podem

acarretar em doenças e acidentes é a carga excessiva de trabalho e desvio de função, pois,

não estão sendo executadas como na ordem de serviço, a empresa está colocando uma

descrição e no programa tem outra.

Como medida de prevenção a empresa realiza treinamentos das normas

regulamentadoras conforme mencionado no PPRA. Os entrevistados sugeriram que

fossem realizadas dinâmicas de grupo e palestras motivacionais, para assim possuírem

maior interação entre os mesmos.

Os colaboradores conhecem e estão cientes da importância dos programas

ocupacionais, estão atentos e cobram segurança, porém, a empresa tem seu foco na

lucratividade.

No momento pode ser um gasto desnecessário investir em novos treinamentos,

equipamentos de qualidade e reduzir a carga horária, porém, com visão à longo prazo

seguindo estes itens os valores financeiros com doenças, afastamentos, processos

trabalhistas, serão menores e com terão redução dos índices de doenças e acidentes do

trabalho.

As inconformidades encontradas foram devidas ao planejamento inadequado dos

programas ocupacionais, sugerimos que o gestor juntamente com a empresa que realiza

a elaboração do PPRA e PCMSO devem se planejar para que os mesmos sejam

elaborados corretamente conforme a realidade da empresa mais sempre seguindo as

normas.

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