segundo período

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Food truck: tendência gastronômica começa a fazer sucesso na região Pág. 14 Cultura Projeto de incentivo à leitura espalha bibliocaixas nas ruas Pág. 39 Educação Itajaí, dezembro de 2014 Perfil: Conheça o violinista Eduardo Deloski Pág. 32 Anna Paola Paraná/SP Equipe de handebol Univali/Balneário Camboriú conquista o ouro no Jasc Pág. 47 Esporte Equipe de futebol americano vira febre na cidade de Timbó T-Rex vem surpreendendo a todos pelo apoio e participação da torcida nos jogos. Equipe chegou invicta para disputar a final do Torneio Touchdown, a maior liga nacional de futebol americano Página 42 jornal da turma de edição do curso de Jornalismo da Univali Ano I | nº 1 Período Chegada do verão aumenta o número de pessoas em academias Pág. 27 Saúde Com ampliação inaugurada, Balneário Camboriú Shopping se torna o segundo maior do setor no estado Pág. 5 Cotidiano Lei prevê novo destino para óleos lubrificantes usados em embarcações de pesca artesanal em Penha Pág. 21 Meio Ambiente Câmera vai auxiliar trabalho dos guarda-vidas de BC Pág. 37 Segurança Geraldo Takanage/SP Alexsandra de Souza/SP Bruna de Souza/SP Carolina Santana/SP

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Jornal experimental da turma do segundo período de 2014 do curso de jornalismo da Univali

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Page 1: Segundo Período

Food truck: tendência gastronômica começa a fazer sucesso na região Pág. 14

Cultura

Projeto de incentivo à leitura espalha bibliocaixas nas ruas Pág. 39

Educação

Itajaí, dezembro de 2014

Perfil:Conheça o violinista Eduardo Deloski Pág. 32

An

na Paola Paran

á/SP

Equipe de handebol Univali/Balneário Camboriú conquista o ouro no JascPág. 47

Esporte

Equipe de futebol americano vira febre na cidade de TimbóT-Rex vem surpreendendo a todos pelo apoio e participação da torcida nos jogos. Equipe chegou invicta para disputar a final do Torneio Touchdown, a maior liga nacional de futebol americano Página 42

jornal da turma de edição do curso de Jornalismo da Univali

Ano I | nº 1

Período2º

Chegada do verão aumenta o número de pessoas em academias Pág. 27

Saúde

Com ampliação inaugurada, Balneário Camboriú Shopping se torna o segundo maior do setor no estadoPág. 5

CotidianoLei prevê novo destino para óleos lubrificantes usados em embarcações de pesca artesanal em PenhaPág. 21

Meio AmbienteCâmera vai auxiliar trabalho dos guarda-vidas de BCPág. 37

Segurança

Geraldo Takanage/SP

Alexsandra de Souza/SP Bruna de Souza/SP Carolina Santana/SP

Page 2: Segundo Período

Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 20142

nossa opinião

OPINIÃO

www.2periodo.com.br

Supervisão e diagramação: Gustavo Zonta.

Equipe de produção: Alexsandra de Souza Cerqueira, Aline Pereira Dall‘igna, Anna Paola Paraná, Bernardo Marucco, Bruna Veronica de Souza, Carolina da Silva Santana, Daiane de Souza, Dieize Coimbra de Oliveira, Dienifer Mânica, Douglas Schinatto, Eduardo Cristovão, Elyson Gums, Emanuela Ferrari, Erickson Willian Stocker, Gabriela Seidel Neves, Geraldo Genovez, Gustavo Vasconcelos, Helena Moreira, João Pedro Fraissat de Moura, Kamila Dias, Karine Gonçalves Amorim, Kerolaine Gonçalves Batista, Lucas da Rosa Basquerotti, Lucas Eduardo Filus, Luiz Henrique Dias da Silva, Maria Eduarda Cagneti Silveira, Mariana Paes Nodari, Marília Cordeiro, Nícolas Soares Schwingel, Pamela Raquel Fogaça, Pâmella Freitas, Suelen da Silva de Oliveira, Talissa Nunes Bernardes, Thais Lamin, Thayná Barretto, Vanusa Schatt e Victória Severo Ferreira.

Fale com o SP

Jornal experimental do segundo período do curso de Jornalismo da Univali

O Segundo Período é um jornal experimental desenvolvido pela tur-

ma de edição jornalística do curso de jornalismo da Univali de Itajaí. A publicação é resul-tado dos conteúdos produzidos pela turma do segundo período após simulação de reuniões de pautas e processos de produção que acontecem em uma reda-ção de um jornal comercial.

O veículo surgiu da parce-ria entre todos os alunos. Ele foi gerado através das ideias apresentadas pelos acadêmi-cos. Foram eles que escolheram nome, público alvo e como ele seria dis-tribuído, neste caso de forma online. Após essas defini-ções, foi reali-zada uma reu-nião de pauta com toda a turma para a discussão dos assuntos que seriam abor-dados por eles. Todos discuti-ram as pautas do jornal e deram sugestões de melhorias e enfoques diferen-ciados para os colegas.

Após duas semanas para coleta de material, o conteúdo foi diagramado e reunido para dar vida ao Segundo Período. Nas próximas páginas vocês terão contato com diversos te-mas que foram explorados de forma diferenciada pelos es-tudantes de jornalismo.

As matérias, reportagens e perfis foram divididos em nove editorias: opinião, coti-

Jornal laboratório

diano, cultura, meio ambien-te, segurança, saúde, esporte, educação e perfil. São 48 pági-nas de material.

O objetivo da criação deste veículo foi colocar em prática as teorias desenvolvidas pelos acadêmicos durante todo o se-gundo semestre deste ano na disciplina de edição jornalís-tica. Afinal, como foi discutido em sala de aula, o jornalismo está na rua.

E foi nas ruas que eles en-contraram histórias marcan-tes, personagens interessantes e assuntos polêmicos a serem

d e b a t i d o s pela socie-dade. Temas como o cres-cimento do futebol ame-ricano no es-tado, projetos e d u c a t i v o s , a t i v i d a d e s c u l t u r a i s , destaques es-portivos e be-las histórias de vida foram alvo dos olha-res dos estu-dantes.

O resultado é um conjunto interessante de matérias ela-boradas por acadêmicos que estão tendo os primeiros con-tatos com o texto jornalístico. Vale ressaltar que é possível encontrar no conteúdo alguns desvios para os padrões exigi-dos pelo mercado, mas é disso que se trata um jornal experi-mental. É fazendo esse tipo de laboratório, experimentando, que os estudantes se formarão grandes profissionais da co-municação.

O objetivo da criação deste veículo foi colocar

em prática as teorias desenvolvidas pelos acadêmicos durante

todo o semestre

Crônica. Quem dera

Quem dera, se a depres-são fosse apenas por entre os tijolinhos.

Quem dera, se o som dos ba-tuques das escolas de samba na preparação do carnaval trouxesse um sinal bom. Quem dera, se esse sinal ecoasse em alto e bom som. Quem dera, se esse som fosse ditado pelos bons acordes vocais de Carlos - o Imperial, não o Praxedes. Quem dera, como de praxe-des, quis dizer: Quem dera, como de praxe, na M3 de to-das as matérias, eu tirasse: - Dez, Nota Dez! Quem dera, se com apenas uma nota de dez eu conseguisse saciar minha fome no Seara. Quem dera, se antes do carnaval saísse mi-nha M3.

Do bloco do Dusky, dá pra ver de camarote o desfile dos passistas que tentam manter o equilíbrio sambando o semes-tre todo na Sapucaí do Vale. A chegada e partida da senza-la amarela é um espetáculo à parte por R$ 3,30 dilmas, chu-pa carros alegóricos da moci-

dade! De segunda a sexta, os desfiles tem um tema fixo a cada dia, sem contar o desfile matutino uma vez por mês aos sábados, que se você deixar de assistir mais de um, já pode se preparar para ser rebaixado. E não há mestres de sala que dê conta nessa situação.

Certa vez em um complexo ambiente, Sophia observava o ritual da chegada dos calou-ros a sapucaí. Todos estavam dispostos e empolgados. “Mal sabem eles que a metodologia de pesquisa está por vir, e vai demorar tanto pra na passare-la passar, que alguns já fica-rão no meio do caminho sem conhecer a m3. O lado bom é que eles não terão que lidar com o material didático do in-tranet, ô coisinha complicada, que ao invés de sempre melho-rar piora”. Samba Sophia, vi-sivelmente descontente com o resultado da m3 anterior, que certamente não foi digna de desfile das campeãs.

Quem dera, todos pudes-sem desfilar campões com suas

notas. Quem dera, esse desfile fosse na Guarda, Garopaba, ou no Rosa. Acho que seria uma boa! Quem dera, ao invés de rosa, lilás, vermelho, ou qual-quer cor sinônima de negati-vo, essas notas fossem todas azuis. Azul da cor do mar que embeleza a Atlântica - Tá sei, nem é tão azul assim. Onde tu-ristas desfilam lentamente na época pós M3. Quem dera, se agora fosse declarado férias em alto e bom som pela voz do Imperial. Eu juntaria os batu-ques, as passistas, o Praxedes, e os mestres de sala, todos no bloco do Dusky sambando em comemoração ao período tão esperado. Quem dera, toda M3 fosse um carnaval.

Gustavo Vasconcelos, acadêmi-co do curso de Jornalismo da Univali

Crônica. A gente dorme, nosso amor não

Certa noite, dessas que você sabe que tem que dormir e mesmo assim

não consegue, eu descobri o efeito da paz que só o amor traz.

Ele estava do seu lado da cama e eu acabava de deitar no meu. Ele dormia tão calmamen-te que calculei todos os meus movimentos para não acordá-lo. Efeito da correria de um dia cheio me deitar mais tarde e o encontrar já dormindo; eu estava acostumada a dormir do

lado dele da cama, junto à ele. Despertá-lo seria pecado, por puro egoismo de não conseguir dormir “sozinha”, (ou por pura saudades mesmo). Me virei de lado e fechei meus olhos, mas olhá-lo dormindo parecia mais interessante que dormir.

As horas se passavam e aquela pequena distância en-tre nós na cama se tornavam metros. Peguei cuidadosamen-te sua mão e entrelacei meus dedos com os dele. Somente assim consegui pegar no sono.

Durante a madrugada acor-dei dormindo em seus braços, no abraço mais aconchegante que existe. É nessas horas que a gente percebe que a gente dorme, mas o amor permanece acordado nos envolvendo.

Thayná Barretto, acadêmica do curso de Jornalismo da Univali

Page 3: Segundo Período

Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 3COTIDIANO

Cotidiano

Page 4: Segundo Período

Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 20144 COTIDIANO

O projeto tem inicio no dia 31 de dezembro e termina dia 15 de fevereiro e envolve diversas atividades na orla da praia

A Secretaria Municipal de Esportes, Turismo e Cultura do Município de Navegantes vem se pre-

parando para receber os turistas nessa temporada de verão, além de homenagear moradores do municí-pio. O intitulado Projeto Verão conta com uma série de eventos durante a temporada e em datas especiais. Nesse projeto estão inclusas tanto atividades culturais como shows e atividades de conscientização am-biental e também esportivas. O ob-jetivo dos eventos é entretenimento para a comunidade e os visitantes.

Arranjos para o Natal

No dia 6 de dezembro, sábado às 20h, um evento irá marcar a ligação da iluminação natalina da cidade. Segundo o secretário municipal de Turismo, Sérgio Schultz, tudo está sendo preparado para um grande espetáculo. Na ocasião, haverá uma cantata de Natal, com dança, coral e teatro. Depois da apresentação, está sendo agendada uma apresentação musical com o cantor Israel Luce-ro. O evento está programado para acontecer em uma estrutura que será montada em frente ao ginásio de esportes prefeito Domingos An-gelino Régis, no centro da cidade. A decoração neste ano estará locali-zada nos mesmos lugares dos dois últimos anos, sendo assim: Avenida João Sacavem (Centro), Praça Nos-sa Senhora dos Navegantes (Cen-tro), Praça Machados (Machados), Rua Orlando Ferreira (Machados), Rua Francisco de Paula Seara (São Paulo), Avenida José Juvenal Mafra (Gravatá), da rua Rio do Sul até a José Romão.

Réveillon e shows

Como é tradição, nesse ano não poderiam faltar os fogos de artifício à beira mar. Posteriormente, ocor-rerão shows de artistas regionais e nacionais no centro e no bairro Meia Praia. Esse ano, o espetáculo promete ser ainda maior, dessa vez o tempo estimado será de 12 a 14 minutos de fogos, 20% à mais do que nos anos anteriores. Segundo Schultz, os fogos terão efeitos mais bonitos que sairão do Centro, Meia Praia e Ilha do Gravatá. O Projeto Verão está sendo programado para durar do dia 31 de dezembro até 17 de fevereiro de 2015. Entre 31 e 4 de janeiro estão sendo progra-mados shows gratuitos na praia. Estão quase fechados com a banda Dazaranha e ainda estão negocian-do com artistas como Dani e Rafa, Rodrigo Valentim, Destak do Samba e Torre de Babel.

Prefeitura de Navegantes prepara a cidade para a temporada de verãoSecretaria Municipal de Turismo, Esporte e Cultura desenvolveu o Projeto Verão, para receber veranistas e homenagear moradores

Esportes e lazer durante a temporada

O Projeto Verão também irá agregar ao seu conjunto diver-sos eventos esportivos e de lazer. Haverá algumas atividades como aeróbica, atividades recreativas, de conscientização ambiental, entre outras. Acontecerão tam-bém eventos esportivos como os Campeonatos de Futebol de Areia e Vôlei de Praia, mas o calendário desses eventos ainda está sendo discutido com a Secretária de Es-portes. Uma reunião deve aconte-cer para finalizar as datas destes eventos.

Reunião decidirá detalhes sobre a segurança

Segundo Schultz, uma reunião também que será realizada nos próximos dias para decidir todas as medidas a serem tomadas a respeito da segurança dos eventos que serão realizados ao longo des-sa temporada de verão. Na primei-ra quinzena de dezembro, será feita uma reunião com a Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros Militares, Bombeiro Voluntários, Secretária Municipal de Saúde, Imprensa, Secretária Municipal de Obras, Vigilância Sanitária, Fundação do Meio Ambiente de Navegantes – FUMAN e Superin-tendência de Vigilância e Trânsito – Navetran.

Navegantes

Eduardo Olschowsky Fotos: Divulgação/SP

Durante a noite do dia 31 além do show de fogos terão dois shows musicais

Page 5: Segundo Período

Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 5COTIDIANO

Fotos: Alexsandra de Souza/SP

Balneário Camboriú co-nheceu no dia 22 de novembro o mais novo pavilhão espaço do Bal-

neário Shopping. O empreen-dimento, que começou sua re-forma no primeiro semestre do ano, dobrou de tamanho e agora conta com 43,4 mil m2 de área ocupada por grifes e marcas co-nhecidas nacionalmente e inter-nacionalmente, além de um am-plo espaço gourmet.

O shopping, que pertence ao Grupo Almeida Junior, foi cons-truído em 2007 já com o propósi-to de ser ampliado verticalmen-te, e possui um designer ousado e muito moderno. Uma das ino-vações é referente ao tamanho das vitrines, que agora possuem 6,5 metros, o que possibilita uma maior visibilidade e exposição dos produtos, atraindo ainda mais os consumidores.

O projeto arquitetônico do shopping foi pensando para que houvesse uma integração entre o primeiro e o segundo pavilhão, proporcionando um ambiente agradável e harmonioso aos vi-sitantes. Isso dá a impressão de que um nunca existiu sem o ou-tro.

A estrutura também conta com equipamentos que possibili-tam a sustentabilidade do local, como o uso de cerâmicas ventila-das da fachada e de iluminação natural, que contribuem para a economia de energia elétrica. O lugar também ganhou um sis-tema de bloqueio do calor e do som, o skyligth, que proporciona conforto acústico e minimiza a incidência de luz solar nas facha-das das lojas.

Depois da ampliação, o Bal-neário Shopping possuirá 8 salas de cinema, sendo três 3D e uma VIP, lojas premium, como Le Lis Blanc, John John, L’Occitane e Adidas e também novas âncoras e megalojas como a Riachuelo, Ri Happy, Academia Fórmula, Pon-

Com ampliação, BC Shopping se torna o segundo maior do estadoNovo espaço do empreendimento do Grupo Almeida Junior é composto de muita modernidade, elegância e novidades

to Frio, Kalunga (especializada em materiais de escritório), Pa-quetá e Paquetá Esportes.

Para a gerente da loja M. OF-FICER, Joelma Palma, a expansão do shopping foi muito vantajosa para os lojistas, pois o espaço ficou muito bonito e o fato de marcas conhecidas terem vindo para novo pavilhão trouxe visi-bilidade e aumento de clientes, principalmente nas festas de fi-nal do ano.

As mudanças aconteceram não só nas áreas de consumo do shopping, mas também foram re-alizadas nos banheiros, no espa-ço família, que agora conta com área para amamentação, lactário e fraldário, e no estacionamento, que possui um sistema digital

com marcação eletrônica de va-gas.

Impacto na economia

Com a chegada de novas lo-jas e a ampliação de outras, o shopping passa a oferecer, só no final deste ano, 1 mil novas vagas de empregos, sendo 750 vagas permanentes e cerca de 300 vagas temporárias, é o que aponta a Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL de Balneário Cam-boriú. Se somadas com as atuais 1,4 mil vagas já ocupadas, o em-preendimento proporciona qua-se 2,5 mil postos de trabalho, o que o torna um dos maiores ge-radores de empregos da cidade e da região.

Consumidores podem desfrutar de marcas inéditas na região

Economia

Alexsandra de Souza

» Área: 43.400 m²» 265 operações » 15 Âncoras e Megalojas » 8 salas de Cinemas Multiplex Stadium, sendo 2 salas 3D e 1 VIP» 1.500 vagas de estacionamento» Estacionamento Inteligente, com sistema digital de marcação de vagas» WI-FI na praça de alimentação» Academia de ginástica» Praça Gourmet » Espaço Família com área especial de amamentação, lactário, fraldário e banheiros » Cafés gourmets1

Balneário Shopping após a expansão

Page 6: Segundo Período

Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 20146 COTIDIANO

Depois de uma série de derrotas no começo de 2014 para a imbatível Keyd Stars em 3 finais

de campeonatos, a KaBuM deci-diu fazer uma mudança drástica na sua formação, substituíram seu jogador Martin “Espeon” Gonçalves pelo Daniel “dans” Dias na função de suporte na rota inferior e na inserção do jo-gador Gustavo “Minerva” Alves na equipe como atirador. Com essa grande alteração em seus jogadores o efeito foi imediato, e após uma dura série contra o time da AWP, aonde venceram por 2-1 de virada, eles estavam novamente enfrentando os ri-vais, Keyd Stars. No entanto, mo-tivados pela mudança e pelo bom desempenho, a KaBuM finalmen-te venceu o time de estrelas que havia ganho os últimos torneios presenciais, espantando a todos e chegando na grande final.

A grande final que foi realiza-da no ginásio do Maracanãzinho era o ponto final que poderia consagrar uma equipe para ga-nhar o título de melhor do Bra-sil e representar o país que dava vaga no torneio dos melhores da América, que é a passagem para o mundial de League Of Legends.

A KaBuM perdeu a primeira partida de uma melhor de 5 da fi-nal do campeonato. Mas, os joga-dores mantiveram a cabeça fria e viraram a final em uma derrota esmagadora de 3 a 1, conquistan-do a vaga no torneio Wildcard para representar o Brasil pela América.

No mês de agosto, ocorreu o Torneio Internacional Wildcard, que dá ao vencedor a oportuni-dade de representar sua região no mundial. Tanto o Brasil quan-to América Latina nunca estive-ram presentes na maior competi-ção do calendário competitivo de League Of Legends. Tanto a equi-pe PEX Gaming, que representa a Argentina, e a KaBuM, que repre-senta o Brasil, chegaram a final garantindo vaga para o mundial para a América Latina.

A PAX Prime 2014 foi o palco da grande conquista histórica da KaBuM. A equipe venceu a equi-pe latina PEX Gaming por 3 a 0 em vitórias rápidas e decisivas, mostrando que o Brasil tam-bém pode ser grande, ganhando a vaga para o maior torneio do mundo de League of Legends, o League Of Legends World Cham-pionchip, aconteceu em setem-bro. A fase de grupos foi reali-zada em Taipei, em Taiwan, e as últimas rodadas em Seul, no

Equipe KaBuM representa o Brasil em Campeonato Mundial de jogos onlineLeague of Legends é o jogo online mais consagrado dos últimos anos, que já possui prêmios com valor de mais de R$ 1milhão

Tecnologia

Nícolas SchwingelFotos: br.leagueoflegends.com/Divulgação/SP

tes, que já tinham mais de um Mundial nas costas, não desani-mou e jogou com tudo o que ti-nha, dando muito trabalho para os adversários. Os próprios jo-gadores da Cloud 9 e da Allian-ce, em entrevistas, comentaram que a KaBuM e o Brasil possuem muito potencial e estão sabendo aproveitar bem isso, mas que ainda não era a hora de chega-rem ao topo.

Os brasileiros estiveram no Mundial com o pensamento de só trazer para casa a experiên-cia de jogar com os gigantes do mundo. Mesmo assim, consegui-ram uma vitória perfeita sobre a Alliance, em sua última partida do campeonato, e contribuíram para a eliminação dos europeus.

Durante este campeonato, a equipe brasileira teve uma me-lhora notável e muitos sabiam que ela poderia surpreender. O jogador Hai “Hai” Lam da equi-pe Cloud9 na sua partida decisi-va quando estavam para vencer soltou um grito dizendo: “Está é para a KaBuM” para demonstrar para a equipe brasileira como eles gostavam deles.

Com isso, a equipe KaBuM se tornou a equipe mais consagra-da de nosso país, que agora é aclamada no mundo todo.

Jogadores da KaBuM comemoram a vitória histórica contra a equipe européia da Alliance, que acabou desclassificada da fase final do Mundial

estádio de futebol que sediou a Copa do Mundo de 2002.

Viajaram para Taiwan Pedro “LEP” Marcari (capitão do time), Daniel “Danagorn” Drummons, Thiago “TinOwns” Sartori, Gus-tavo “Minerva” Alves, Daniel “dans” Dias e seu técnico Bruno

“bit” Lima, que representaram o Brasil no mundial, sendo a 1ª equipe Brasileira e latina a ir para um mundial de League Of Legends.

Eles competiram pelo grupo D da fase de grupos do Mundial, tendo 6 jogos contra as equipes

NaJin White Shield (represen-tantes da 3ª vaga da Coréia do Sul), Cloud 9 (representantes da 1ª vaga da América do Norte) e a Alliance (representantes da 1ª vaga da Europa).

A KaBuM, mesmo caindo em um grupo com times muito for-

Pedro “LEP” Marcari, da equipe brasileira KaBuM, cumprimenta Hai “Hai” Lam, da equipe Cloud9

Page 7: Segundo Período

Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 7COTIDIANO

Temporada de Verão

Praia Central de Barra Velha, uma das principais atrações turísticas na temporada de verão

B arra Velha, situada no Litoral Norte ca-tarinense, com dis-tância de 131km da

capital Florianópolis, possui cerca de 30 mil habitantes, área de 140,103km² e ofere -ce clima agradável, princi-palmente no verão. A cidade chama a atenção pelas belas praias e por uma extensa la-goa que propicia a prática de esportes náuticos e a pesca.

O comerciante Severino Pedro Cunha, morador do município, diz que na tem-porada de verão há um di-ferencial para o comércio, além dos turistas que visi-tam a cidade, os próprios moradores consomem mais por terem mais opções de la-zer.

Um dos principais pontos turísticos é o Morro do Cris -to, onde há um mini Cristo Redentor. Também existe uma réplica da famosa Es-tátua da Liberdade, que fica na Parada Havan. A cidade possui ainda o Parque Na-tural Municipal Caminho do Peabirú, uma área de restin-

Aumento da temperatura começa a atrair turistas para Barra VelhaCidade do Litoral Norte de Santa Catarina recebe cerca de 100 mil visitantes entre os meses de dezembro e fevereiro

Pâmela Fogaça

Fotos: Pâmela Fogaça/SP

Praia do Grant é outro ponto turístico muito visitado pelos turistas durante o verão

ga preservada. Todos esses fatores contribuem para que o local atraia mais de 100 mil visitantes entre os meses de dezembro e fevereiro.

No mês de setembro, acon-tece no município a Festa Nacional do Pirão que ofere-ce diversas atrações, como shows nacionais, comidas tí-picas e barracas, que comer-cializam diversos produtos. Depois da comemoração, to-dos os esforços são voltados para a temporada de verão, com a reforma dos principais pontos turísticos, limpeza re-forçada das praias e melhora nas ruas e avenidas.

O secretário de Turismo de Barra Velha, Thiago Pi-nheiro, explica a vinda dos turistas. “Esses visitantes, em sua maioria, possuem ca-sas aqui e visitam a cidade somente no verão. Isso au-menta a população em até 4 vezes”, aponta Thiago.

Incluir Barra Velha no plano de férias de verão é uma ótima opção. Com tan-tas belezas, não faltam mo -tivos para conhecer a cidade onde todos são bem recebi-dos, com boa comida e uma população amigável.

Page 8: Segundo Período

Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 20148 COTIDIANO

Camiseta gigante

Feita em Navegantes, maior camiseta do mundo é transformada em 12 mil peças Camisetas são vendidas pela empresa Equilíbrios e 40% da renda é destinada a Rede Feminina de Combate ao Câncer

A empresa Equilíbrios está confeccionando 12 mil peças tradicionais, exclusivas com núme-

ro de série, originadas da maior camiseta ecológica do mundo. A camiseta foi fabricada com ma-lha rosa, em alusão ao combate de câncer de mama. O primeiro lote já foi entregue, as peças estão sendo vendidas por R$ 25, sendo que 40% da renda é destinado às Redes Femininas de Combate ao Câncer de todo o Brasil.

“Eu acredito que vai vender mais de 12 mil camisetas”, afir-ma Joana Procopio Gois, costurei-ra a mais de 7 anos na empresa. Ela conta que as camisetas estão sendo vendidas rapidamente e que a empresa está com mais pe-didos do que antes. O trabalho aumentou e a empresa está sendo reconhecida mundialmente. “No começo achamos que seria loucu-ra. Perguntamos ao patrão se não poderia fazer a menor camiseta do mundo, que era mais fácil”, brinca Joana.

A idealização do projeto

A camiseta gigante foi con-feccionada durante 3 meses, com o trabalho de 25 funcionários.

Kamila DIas No início, os responsáveis por essa ideia apresentaram o proje-to como uma produção de uma bandeira gigante. Após iniciado o trabalho e o recorte da malha, comunicaram aos funcionários e voluntários que a ideia, na ver-dade, seria confeccionar a maior camiseta do mundo para que a cidade de Navegantes entrasse para o livro dos recordes, e assim realizasse o sonho do empresário Rogério Tomaz Corrêa, proprietá-rio da empresa.

“Com apoio a uma nobre causa social e defendendo ações ambientais, coroamos nossos 20 anos de empresa fabricando a maior camiseta ecológica do mundo”, explica Rogério Corrêa.

A Maior Camiseta Ecológica do Mundo (MCM-ECO) é a pri-meira confeccionada no Brasil e tem seus diferenciais: é a única hasteada por estrutura metáli-ca e com intuito socioambiental. Como parceiro tem a indústria de fios Cocamar, localizada na cida-de de Maringá (PR), que é a forne-cedora do fio ecológico, com 50% poliéster de pet reciclado e 50% algodão.

Para a confecção da peça gi-gante, foram necessárias cerca de 30 mil garrafas pets, 85 rolos de malha fabricados especialmente para a camiseta. Além de costu-reiras, foram necessários enge-

nheiros e especialistas na área têxtil. A peça entrou para o livro dos recordes - Guinness Book me-dindo 93 metros de altura e 62,7 metros de largura. Agora o Brasil possui o recorde mundial, que até então pertencia à China, com 90 metros.

A MCM-ECO foi reconheci-da pelo Guinness e apresentada no dia 11 de outubro de 2014, às margens da BR 470 - Km 07, em Navegantes. O evento foi aberto para todo o público. “É gratifican-te ver um sonho se tornar reali-dade. Sobretudo, contribuir com uma causa tão importante que é o combate contra o câncer”, disse Rogério, idealizador do projeto. A pedido dos empresários e saben-do o motivo do trabalho, amigos e funcionários ajudaram diaria-mente na fabricação da camiseta.

Pontos de vendas

As camisetas estão à venda no site oficial do evento: amaior-camisetadomundo.com. Também será possível comprar a peça nas empresas: Equilíbrios Camisetas Promocionais (Navegantes), Lojas Stillo Z (Itajaí), Rede Feminina (Na-vegantes), Parque Unipraias (Bal-neário Comboriú) e Parque Beto Carrero World (Penha). Ou pelo telefone (47) 3408-1500 e e-mail [email protected].

A camiseta foi hasteada às margens da BR-470, em Navegantes, por uma estrutura metálica e entrou para o livro dos recordes com 93 metros de altura e 62,7 metros de largura

Fotos: Equilibrios/Divulgação/SP

Voluntários e funcionários trabalharam no projeto da MCM - ECO durante 3 meses, tornando um sonho em realidade

Page 9: Segundo Período

Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 9COTIDIANO

Artigo

Vista do centro da cidade de Brusque em 2014

Atualmente, Brusque conta com mais de 119 mil habi-tantes, dos quais, 55% em média, são nascidos em

outras cidades do Brasil. Mostrando que a cidade já não é mais tão “euro-péia” como em tempos passados. A população agora é mista, é brasileira de fato. Sejam gaúchos tomando chi-marrão, mineiros bebendo quentão ou baianos comendo acarajé.

Antes mesmo do movimento mi-gratório atual – com destaque o nor-deste do Brasil – já ouve tempos em que gente de até mais longe fincou raízes na atual cidade de Brusque. Engana-se quem pensa que foram apenas alemães e italianos os colo-nizadores da região do Vale do Itajaí. Poloneses tiveram grande parte da responsabilidade de povoação e de-senvolvimento industrial, com desta-que para o setor têxtil. Podemos citar além destes, os franceses, irlandeses, ingleses, norte americanos e escoce-ses. Em sua maioria, eram campone-ses europeus com dificuldades finan-ceiras em seus países de origem.

A cidade de 154 anos não tem motivos para o preconceito, mesmo assim ele existe, e já foi caso de po-lícia no ano de 2013, quando uma carta escrita por alguns brusquen-ses, ameaçava baianos que segundo a mesma, perturbavam a paz alheia, com sons em altas frequências e fes-tas fora de hora. Um trecho da carta dizia: “Estamos publicando este aviso para depois não reclamarem do pior que vai acontecer, estamos dando uma chance de mudarem de com-portamento”.

Para entender melhor o proces-so migratório, e podermos refletir sobre suas causas e consequências na cidade de Brusque, devemos olhar para o passado e observar as dificuldades que levaram povos a saírem de suas terras natais em busca de vida nova. E tudo começa com os índios, que também muda-vam de lugar para sobreviver, até com mais frequência que os tais nordestinos de hoje em dia.

Índios

Até o ano de 1860, o domínio territorial onde hoje se localiza Brus-que pertencia a tribo Xokleng, que segundo o antropólogo Silvio Coelho dos Santos, significa “povo ligeiro”, devido a sua rápida mudança de lo-calidade, motivada pelos conflitos seculares entre outras tribos como os Guaranis e Kaigangs, que dividiam a mesma região de planaltos e monta-nhas no litoral de Santa Catarina.

Como a base alimentar dos povos indígenas era proveniente de frutos e da prática da caça, essas tribos vi-viam a se locomover entre montes e

Cidade de Brusque: do índio ao alemão, do polaco ao brasileiroCidade de grandes fluxos migratórios desde 1860 ainda sofre com o preconceito, que já virou caso de polícia

vales para garantir a sobrevivência, deixando evidente a importância da migração desde tempos pré-co-loniais. E os Xokleng receberam a primeira visita europeia no ano de 1860, com a chegada dos primeiros alemães na antiga “Colônia Itajahy”. Entre os conflitos com “Bugres” e construção de moradias, os alemães estabeleceram domínio total somen-te em 1905 com um ataque fatal en-quanto os nativos dormiam.

Alemães

Com sede já estabelecida e con-trole territorial, o povo alemão, que em Brusque vivia no inicio do século XX, havia saído da Alemanha no sé-culo anterior por motivos tanto so-ciopolíticos quanto econômicos, que se deram a partir de crises nacionais no século XIX. Como na época o país germânico era dividido em estados autônomos em quesitos políticos, a classe camponesa, que não era reco-nhecida como tal, estava perdendo valor em suas terras e a produção já não rendia tanto quanto deveria. Assim sendo, muitas famílias acaba-ram por vender suas terras e com o dinheiro, viajando para outros países em desenvolvimento, e um deles era o Brasil, que na época mantinha uma campanha colonizadora no sul do país, com promessas de terras gratui-tas para a lavoura e uma chance de melhorar de vida no “Novo Mundo”.

O desenvolvimento da colônia se deu rapidamente, como os alemães em sua maioria eram camponeses, alimento não faltava, nem tampouco engenhosidade, e foi justamente por conta desta última que a vila criou os primeiros engenhos movidos a água, facilitando a produção de farinha de mandioca, de milho e corte da madei-ra usada nas construções.

E foi entre o desenvolvimento e

Erickson StockerFoto: Erickson Stocker/SP

a crise imperial que no ano de 1869 desembarcaram os primeiros Polo-neses na Vila de Itajahy. Desta vez sem conflitos com alemães que aqui já estavam, até porque Alemanha e Polônia dividiam território no conti-nente europeu e não tinham grandes diferenças culturais.

Poloneses

O povo polonês, que chegou em 1869 na região de Brusque, trouxe consigo não apenas a vontade de mudar de vida, mas também uma grande experiência de trabalho em indústrias têxteis da Europa. E foi com essa bagagem técnica que João Bauer, no ano de 1890, desenvolveu a primeira tentativa de produção de tecidos no município, contando com ajuda dos imigrantes poloneses, co-nhecidos como tecelões de Lodz. A ideia foi boa, mas quem conseguiu maior êxito nesse tipo de negócio foi o comerciante Carlos Renaux, que funda a Indústria Têxtil de Brusque (Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A), no ano de 1892. Dando inicio a uma história de sucesso e anos mais tarde colocando a cidade de Brusque entre uma das principais produtoras de tecido do sul do Brasil.

A indústria teve espaço para o desenvolvimento com a criação de mais empresas do setor têxtil, como a Buettner S.A Indústria e Comér-cio (1898) e Cia. Industrial Schlösser (1911). Essas duas, como fortes potên-cias da indústria brusquense até me-ados de 2010, quando ambas entra-ram em crise, e processos de falência vieram a tona.

Italianos

Impulsionados pela crise na Europa, decorrente da transição do sistema feudal para o sistema capi-

talista, muitas famílias campone-sas tiveram que passar a trabalhar para os proprietários ou morrer da fome. Como a população europeia estava em constante crescimento, não havia emprego para todos, o que motivou a imigração em massa, e o Brasil era ideal, pois tinha mui-ta terra para ser explorada e pouca mão de obra para tal.

E foi em 1876 que chegaram os primeiros italianos na região do vale, trazendo força de vontade e a cultura baseada na religiosidade, registrada até os dias atuais através de Igrejas monumentais como a de Azambuja e madres como a Santa Paulina, de Nova Trento.

Além da construção de Igrejas, italianos foram responsáveis pela criação do Hospital Arquidiocesa-no Cônsul Carlos Renaux, Museu Arquidiocesano Dom Joaquim e um asilo anexo ao hospital. Contribuin-do assim, para boa parte do desen-volvimento da cidade no inicio dos anos 20.

Brasileiros

Após décadas de forte desenvol-vimento, Brusque perdeu boa par-te de seu território, sendo criadas consequentemente cidades vizinhas como Botuverá e Guabiruba, facili-tando assim a administração terri-torial dessas localidades. Mas foi a partir dos anos 80 que começaram a migrar pessoas de outras cidades e estados com maior frequência, os pioneiros dessa nova fase migratória foram paranaenses vindos de cida-des do interior do Paraná, a procura de emprego e oportunidades de cres-cimento pessoal. Sem maiores con-flitos culturais, não demorou muito para essas pessoas se mesclarem ao povo local e viverem como legítimos brusquenses.

Os anos passaram e outro co-lapso migratório se deu, e foi por volta do ano 2000 que os primeiros nordestinos começaram a chegar na cidade a procura de emprego e melhores condições de vida. Tendo em vista que as oportunidades de emprego no nordeste não são das melhores e muitas terras foram de-socupadas para demarcação de ter-ras indígenas.

A grande São Paulo já estava sa-turada, não haviam tantas oportu-nidades como antigamente e novos destinos passaram a fazer parte do cardápio de boa parte dos migran-tes do Brasil. Gaúchos, nordesti-nos, mineiros, paulistas, cariocas e moradores de cidades do oeste de Santa Catarina, passaram a escolher Brusque e cidades próximas para chamar de novo lar. E assim se deu um aumento de mais de 50% da po-pulação da cidade, em menos de 10 anos. Algo que demoraria cerca de 40 anos para acontecer sem o fator migração.

Com uma cidade em constante desenvolvimento industrial, a mão de obra, uma vez cara e escassa, passou a custar menos e ter em abundância. De certo modo, essa facilidade para os empresários em contratar e a cres-cer rapidamente, afetou o modo de vida da população local, onde cultu-ras tão diferentes e diversificadas se chocariam sem precedentes, tudo de uma vez, no mesmo lugar. Festa ale-mã com baianos bebendo chopp, luta de capoeira praticada por pessoas de sobrenomes como Schaffer, Schuma-cher e Witkkowski ou ainda um bom Sushi sendo comido por cearenses são definitivamente cenas que não seriam possíveis de se encontrar em outro lugar se não aqui na cidade de Brusque. Pelo menos de uma forma tão natural, quanto se vê nos dias de hoje.

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201410 CULTURA

Cultura

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 11CULTURA

Andrey e sua colega de palco Cari Mol nos bastidores da peça “Papel”, a qual ele participou como ator e teve estréia em fevereiro deste ano

Viver da arte é algo compli-cado em todo o mundo. Não importa se são artes plásticas, cênicas ou sono-

ras, a maioria das pessoas na verda-de sobrevive. Quem escolhe seguir esse meio sabe que tem muitos obs-táculos pela frente. É no mínimo improvável que alguém siga neste caminho sem antes sofrer precon-ceito ou ser “forçado” a escolher outra profissão. Apesar desses pro-blemas, é comum acharmos pesso-as que passam por dificuldades e mesmo assim levam o nome da arte em primeiro lugar. Andrey Fenster-seifer, 21 anos, não se contenta em exercer apenas uma função. Ele é aspirante a escritor, poeta, músico, compositor, diretor, ator, roteirista, desenhista e ainda diz que pode de-sempenhar qualquer outra função que lhe deixe se expressar.

Andrey nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, mas reside atual-mente em Santa Catarina, onde deu início a sua carreira na arte. Apesar de ter atores na família, ele nunca imaginou seguir o mesmo caminho. Até que um dia decidiu se inscrever em um teste de aptidão para uma escola de formação de atores. “Sem-pre gostei de qualquer tipo de arte, talvez seja uma válvula de escape pelo fato de eu ser introvertido. Então, faço de tudo para poder me expressar de outras formas que não a fala. Comecei a me aprofundar no curso e percebi que era uma das áreas em que gostaria de atuar”.

Aqueles que pensam que acu-mular funções é algo bastante desgastante e ruim se surpreen-dem com a postura de Andrey. Ele acredita que o ideal para quem escreve roteiros é fazer também a direção, pelo fato de entender todo o propósito do que foi pensa-do. “Já tive roteiros produzidos no qual não fiz direção e acredito que muito se perde. Em alguns casos, cria-se um novo conceito. Se eu pudesse dirigir, atuar e escrever toda vez que colocasse algum pro-jeto em prática certamente faria”, comenta.

Mesmo já tendo alguns projetos audiovisuais, como o curta-metra-gem, estreado em setembro desse ano, “Le Revê”, Andrey pretende no momento focar no teatro. “Os projetos audiovisuais foram adia-dos por falta de recursos, mas num futuro ainda quero pôr em pratica vários projetos que tenho em men-te” explica.

Arte em Santa Catarina

Fazer arte em um Estado onde a cultura não é bem reconhecida torna o trabalho duplamente complicado.

Jovem se entrega aos multitalentos para conseguir viver de arteAndrey Fensterseifer não se deixa abater pela crise cultural de SC e cria projetos autorais para conseguir trabalhar

Muitas pessoas pensam em sair de Santa Catarina para poder enfim exercer a função com mais praticida-de. Mas esse não é o caso de Andrey.

obra também referenciada a Edgar Allan Poe e ao Inferno da Divina Comédia, de onde surgiram os cor-vos sedentos de vida e felicidade. A peça, que ainda não tem previsão de estrear, é um tanto incomum. Sem uma linha do tempo definida, é uma tragédia desiludida e melancólica, pela própria definição do autor.

“A personagem principal sofre de um transtorno pós-traumático, fazendo com que dois seres inexis-tentes a perturbem. Esses seres se autointitulam corvos, que apenas rodeiam sua presa esperando seu declínio para se saciar”, explica Andrey, adiantando um pouco da história.

“A Pequena Fábrica de Sonhos Cinza e os Contos de Vicente”

Como “aspirante a escritor” Andrey tem projetos de lançar um livro de contos no próximo ano de maneira independente. Apesar da obra ser inspirada em contos infan-tis não é indicado para crianças.

Vicente é o personagem princi-pal e é o próprio quem faz a narra-tiva dos contos. Ele está entrando na vida adulta, cheio de dúvidas e uma única certeza: ter todas as duvidas do mundo. Aos olhos do autor “Uma narrativa de fácil compreensão e escrita de forma simples”.

Ele acredita que a falta de apoio seja uma forma de incentivo a criar cada vez mais, “pois em terra de ninguém, qualquer aspirante é genial”, reflete.

Para ele, o grande problema está no incentivo à cultura: poucos lêem, poucos pensam por si, poucos se importam com arte e raros são os que estão dispostos a não seguir um padrão comandado pela sociedade. “Hoje cultuamos a ignorância. Exis-tem pessoas que são artistas e não sabem. Da mesma forma, existem presunçosos acreditando ser ge-niais”.

Cia Poe’sApesar da pouca idade, Andrey

tem inúmeros projetos sendo rea-lizados. Um deles é a formação da sua própria companhia, cujo nome é CIA Poe’s, em referência a Edgar Allan Poe, que foi um grande nome da literatura mundial. “O nome sur-giu quando comecei a trabalhar no texto para a peça. Existem milhares de referências às suas obras, então pensei em CIA Poe’s por sermos se-guidores de Poe e seu mundo fan-tástico”, conta.

Composto por cinco integrantes, o grupo foi formado no início deste ano com o intuito de promover seus próprios trabalhos, já que entrar em um grupo formado é relativa-mente difícil em Santa Catarina.

“A Esperança do Corvo”

No seu papel de roteirista, An-drey criou a “Esperança do Corvo”,

Profissão artista

Talissa BernardesTalissa Bernardes/SP

Arquivo pessoal/SP

Os atores da escola profissionalizante na apresentação da peça “Papel”

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201412 CULTURA

A festa recebeu mais de 81mil visitantes, que aproveitaram para saborear as comidas deliciosas que a gastronomia tradicional oferece

Com a tradicional comida típica Portuguesa, cerve-jas artesanais e 30 shows locais, a 28ª Marejada –

Aventura pelos mares do mundo foi um sucesso no mês de novem-bro. A presença de visitantes su-perou todas as expectativas dos comerciantes, que não estavam preparados para um público tão grande nos primeiros dias de fes-ta. Algumas filas se formaram, mas a espera foi recompensada pelo saboroso gosto da culiná-ria que a Marejada ofereceu este ano. Seis dias de festa com muita animação e novidades para o pú-blico conferir.

Gastronomia

O evento trouxe inovações que foram aprovadas pelo público. A gastronomia se apresentou com diversidades no Espaço Gourmet, sendo consumidos mais de 30 mil pratos que mesclavam a culinária Alemã, Italiana e Portuguesa. Não deixando os costumes de lado, os pratos mais procurados continua-ram sendo os típicos portugueses. O público não dispensou um pe-tisco de peixe, camarão soltinho, sardinha na brasa. Os visitantes estavam com saudades das da sardinha, já que no ano anterior dispensaram o prato, próprio de Itajaí e que fez sucesso nesta 28ª Marejada.

Música

Desde MPB ao Rock, a diver-sidade de sons foi escolhida para animar o público durante os seis dias de festa. Pop, rock, jazz, pago-de, sertanejo, mais de trinta shows se dividiram em dois palcos du-rante as seis noites, num total de 80 horas de apresentações artísti-cas. A valorização da música cul-tural local levou diversos cantores locais aos palcos, além de atrações estaduais.

Salão Náutico

Não faltou oportunidade para quem gosta de embarcações. O Salão Náutico Internacional de Itajaí, Le Salon, reuniu exposito-res do Polo Naútico do Sebrae e os principais estaleiros do estado. Embarcações de pequeno e médio porte se destacaram por serem fabricadas em Santa Catarina, até mesmo em Itajaí, gerando mais de cinco milhões em negócios. A exposição compôs a festa no Cen-treventos, trazendo também o ve-lejador e conferencista Amy Klink para uma palestra sobre as estra-

Marejada supera expectativa de público e recebe mais de 81 mil visitantesMoeda Sardinha movimentou mais de 1 milhão em produtos vendidos na 28ª edição da festa, indicando a aprovação do evento

tégias ligadas ao consumo d’água.

Chopp Artesanal:

Aprovado pelos consumidores, os chopps artesanais produzidos nas Cervejarias de Itajaí, Blume-nau, Brusque e Gaspar foram mais uma das novidades que a Marejada resolveu apostar nessa edição. E acertaram. Visitantes que degustaram o chopp artesanal catarinense aprovaram e pediram mais. Durante toda a festa, foram vendidos cerca de 18 mil litros de chopp, aproximadamente 45 mil copos.

oficial era a Sardinha, cada R$ 1 valia 1 Sardinha ($), que resultou em mais de R$ 1 milhão em pro-dutos vendidos. Não deixando a sustentabilidade de lado, todos os resíduos gerados pela festa tiveram destinação correta. No total, foram seis toneladas de material reciclá-vel sendo separado através da CO-OPERFOZ. A 29ª Marejada já está confirmada e deverá vir com ainda mais novidades.

Superando as expectativas a 28ª Marejada mostrou o quanto está pronta para mudar o que for pre-ciso para a população se sentir em casa. O evento levou como principal característica a valorização da iden-tidade regional chamando atenção dos catarinenses para o evento. Com várias mudanças ao decorrer dos anos, esta edição achou a fór-mula certa. “Se superou! As mu-danças vieram para ajudar muito”, declarou Caio Marcelo Silveira, pro-prietário da barraca de Portugal. Ele também elogiou a organização do evento, por estarem sempre dis-postos a fazer o melhor para festa

ocorrer como o planejado.“A Marejada achou a fórmula

certa. Afastou a data do evento para mais distante das outras festas e deixou a entrada gratuita”, afirmou Georgia Cagneti, proprietária do estabelecimento Cucina d’ Império. O dia de maior movimento foi no sábado, dia 8 de novembro, quan-do a festa recebeu mais de 25 mil pessoas.

Dentro do evento, a moeda

Festa em Itajaí

Aline Dall’IgnaTalissa Bernardes/SP

Visitantes degustaram 45 mil copos de chopp artesanal

Prato tradicional, a sardinha grelhada voltou com tudo este ano

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 13CULTURA

Os Stains agitaram o público que ficou enlouquecido com o heavy metal dos meninos. A banda existe há 3 anos e desde então tocam no festival

A animação tomou con-ta dos roqueiros no sábado, dia 22 de no-vembro, no Rock na

Praça, em Brusque. O festival foi no pátio do Centro de Even-tos Maria Celina Vidotti Imhof e surpreendeu músicos e parti-cipantes. Como já é de praxe, a galera que acompanha o evento de outros anos começa a bater uns contra os outros numa de-monstração frenética de em-polgação. Apesar de saírem um pouco machucados, eles se divertem. É como se fosse um tipo de ritual, comemoração ou compartilhamento de felicida-de e satisfação.

O evento público, que antes acontecia tradicionalmente na praça, agora com maior estru-tura e público, passou a acon-tecer em um ambiente maior. A mudança se deve também a uma lei municipal criada por moradores incomodados com o barulho. Mas, a “barulheira” das guitarras permanece. Ago-ra, só pra quem quer ouvir. O som rolou durante sete horas seguidas. Teve início às 15h e passou das 22h.

O evento acontece anual-mente há 14 anos para o delírio dos metaleiros brusquenses. O Rock na Praça é organizado pela Fundação Cultural e Con-selho Municipal de Cultura, via-bilizado pelo Fundo Municipal de apoio à Cultura e faz parte da primeira Semana da Juven-tude. As 12 bandas que se apre-sentaram tinham sonoridades diferentes, que iam do heavy metal ao rock nacional. Apenas três grupos tocavam coveres, o restante possuía trabalho auto-ral. Tanto a galera mais jovem quanto os mais experientes que curtem rock puderam conhecer os talentos regionais que tive-ram espaço para mostrar seu trabalho.

Além dos shows, teve tam-bém a feira do rock, com expo-sições de motos, artigos relacio-nados ao tema e instrumentos musicais. Os participantes tem a oportunidade de ganhar prê-mios, que podem ser camisetas e até instrumentos musicais, se inscrevendo gratuitamente em um sorteio que acontece ao final das apresentações. Isso é possível porque além da Funda-ção Cultural e do Fundo Munici-pal, o evento tem o apoio volun-tário de lojas interessadas em divulgar seus produtos e ajudar no aumento e na qualidade do festival.

A energia e a agitação no evento musical mais “barulhento” de BrusqueA 14ª edição do Rock na Praça em Brusque teve apresentação de 12 bandas e reuniu roqueiros de todas as gerações

A evolução do projeto

Para o organizador e músico Ronaldo Porto Alegre, o evento tem crescido e melhorado muito. Ele conta que o projeto era ape-nas uma mostra dos trabalhos autorais dos grupos que estavam começando. Ronaldo falou sobre como nascem essas bandas: “Elas vão se miscigenando. Tem umas que acabam, aí aqueles meninos que são bons músicos normal-mente migram para outras. Eles trocam de novo e criam bandas novas. De cada união dessa surge um som diferente, é muito legal porque entre eles mesmo eles vão se reinventando.”

A ideia de fazer um festival só com essas bandas surgiu com as câmeras temáticas de musica e literatura. Hoje, com o todo o tra-balho e a dedicação da Fundação e dos organizadores, foi possível torná-lo um evento tradicional na cidade, que conta com a partici-pação de cerca de 3 mil pessoas.

Além do crescimento em vá-rios aspectos, houve também uma grande melhora na estrutu-ra e nos aparelhamentos técni-cos fornecidos para a realização dos shows. O vocalista da banda Stains, Carlos Stainless, que tocou pela terceira vez no festival, elo-giou a estrutura e a parte técnica.

Disse que para ele esse foi o me-lhor ano do Rock na Praça. “Esse foi o que teve melhor palco, me-lhor som, melhor administração”. Carlos contou também que existe parceria entre bandas e que isso é muito importante, porque sem-pre que necessário um ajuda o outro com instrumentos e equi-pamentos. Ele garantiu que sem-pre irá apoiar esse projeto, pois é o único desse gênero organizado pela prefeitura.

Em contrapartida, algumas pessoas que estavam presentes, apesar de reconhecerem as me-lhorias, disseram que essa edição estava mais fraca que as anterio-res em questão de público. Para Larissa Michei, que participa com frequência dos shows, nas apre-sentações dos anos anteriores o fluxo de pessoas era maior. Essa impressão pode ter sido causada devido ao espaço do local atual, que é consideravelmente maior que o das praças em que era pro-duzido.

O foco do festival tem sempre alcançado e superado as expec-tativas. O talento das bandas tem espaço para ser divulgado, o pú-blico tem sempre participado e o rock independente do local acon-tece e se mostra cada vez mais presente em brusquenses de to-das as idades.

Festival de música

Dieize CoimbraFotos: Dieize Coimbra/SP

Muitas das pessoas que estavam no evento lembravam rockstars. Eles deram personalidade ao festival ilustrando o cenário característico

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201414 CULTURA

O ar school bus de um visual mais americano ao movimento que chama a atenção na cidade

Ao andar por São Paulo, em uma ruazinha aqui e ali, é possível se de-parar com a recente

tendência culinária no Brasil: o restaurante itinerante. A co-zinha ganha liberdade e prati-cidade, qualquer prato ou in-venção é permitido, seja de um chefe ou de um iniciante.

Diferente de São Paulo e ou-tras metrópoles aqui no Brasil, Balneário Camboriú, a região das praias e Itajaí não emitem alvará sanitário para os tradi-cionais food trucks, que rodam pela cidade. Na região, é preciso ter um lugar fixo, com banheiros e espaço adequado. De acordo com a fiscal da vigilância sani-tária do município de Balneário Camboriú, Jaqueline Lemos de Moraes, isso acontece por não haver uma legislação estadual ou municipal que permita essa atividade itinerante. Segundo ela, a preocupação é com a ma-neira como esses alimentos são manipulados, já que muitos de-les vêm pré-cozidos ou assados.

A moda, que surgiu nos Esta-dos Unidos em meio à crise de 2008, conquistou fãs do mundo inteiro e no Brasil tem ganho cada vez mais espaço. O pri-meiro food truck apareceu em 1872, na cidade de Providence, também nos Estados Unidos. Na época, o dono Walter Scott ven-dia comida na porta das fábricas para os operários, por isso era visto como uma opção barata, rápida e de má qualidade. Essa visão mudou com a crise que o país passou, já que muitos dos renomados chefes de cozinha tiveram que fechar seus luxuo-sos restaurantes e optaram por investir em uma moda mais em conta, por não ter o custo de alu-guel e requerer uma demanda menor de funcionários.

Desde então a tendência tem se adaptado de diversas formas e em diferentes cozinhas, sejam elas árabes, japonesas ou san-duíches gourmets. Foi no início deste ano que a moda chegou ao Brasil e invadiu as ruas de gran-des metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro. Aos poucos, o movimento foi se espalhando por todo o país e aqui na região já tem muitas opções para quem quiser experimentar essa novi-dade em sabores.

Balneário Camboriú e região ganharam em apenas um ano mais de nove trucks. Alguns tem se destacado, seja pela culinária ou pelo visual diferente. Conhe-ça alguns deles:

Food Truck: a tendência que estacionou no Brasil começa a fazer sucesso na regiãoFood Truck chegou ao Brasil há aproximadamente um ano e mostra que veio para ficar. A moda pegou e chegou a Balneário e Itajaí

Gastronomia

Gabriela Seidel NevesFotos: Gabriela Seidel Neves/SP

- Gango’sCom valores variando de R$ 15 a 29,00, os sanduíches gourmets tem como carro chefe o Poor Boy, que é feito de baquette com gergelim, lingüiça campeira, creme de alho, farofa de abacaxi, pico de galho (tomate, alho, pimentão e cebola) e rúcula. Além dos sanduíches eles servem também fries como acompanhamento, uma espécie de batata rústica com pesto de salsicha.

- Los Cabrones Comida MexicanaO próprio nome já deixe bem claro os pratos servidos, um fast food mexicano que tem valores variando de R$ 16 a 18,00. A idéia surgiu porque um dos donos estudou gastronomia no exterior, voltou para o Brasil e queria um tipo de restaurante ambulante, como a questão do alvará aqui não permite essa locomoção eles tiveram que se adaptar. Deu tão certo que agora, ao lado do atual Los Cabrones eles estão preparando mais um truck pra terrinha, o Torino irá servir uma linha diferente de pão, bife e queijo.

- Yellow BusA cara alegre e descontraída do school bus conquistou tanto os moradores quanto os visitantes. Os preços variam de R$ 12 a 27,00 e o cardápio se divide em um único lanche e a famosa Fish & Chips. A idéia do movimento veio da paixão do proprietário pelo surfe, em virtude de suas viagens para Califórnia pelo esporte ele se deparou diversas vezes com os trucks na cidade e resolveu trazer a moda pra região.

- Parada ÁrabeEssa opção é a mais diferente já que seus pratos são voltados para a culinária árabe e de todos os trucks que estão por aí, este com certeza é o mais novo, com apenas um mês de instalação. O carro chefe da casa é o conhecido Shawarma e os valores ficam entre R$ 12 a 17,00.

- Black BurgerO espaço do Black tem dois trucks, o deles e o Red Dog, que trabalha com um estilo diferente de hot dogs. O Black Burger está há um ano na cidade e surgiu com a idéia da irmã da proprietária depois de assistir aos populares programas de televisão americanos, no truck os valores variam de R$ 10 a 23,00 e tem como carro-chefe o lanche Black Burger.

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 15CULTURA

Das redes para o mundo: revelações da música vêm conquistando espaço no mercado Luana Berti e Taygalega são compositoras que, assim como outros hoje em dia, nasceram e cresceram graças à Internet

Música

Foi-se o tempo que esperá-vamos ansiosamente pelo lançamento de um CD de um artista para nos delei-

tarmos com seus novos acordes e melodias. Ou ainda quando escu-távamos música apenas em apa-relhos de rádio convencionais em casa ou no rádio do carro. Com o advento da internet, surgiram milhares de maneiras para se ou-vir música e até descobrir novos artistas. Dos anos 2000 para cá, vem se descobrindo novos talen-tos praticamente a cada hora. Po-demos premiar por esse feito três ferramentas: os revolucionários MP3, YouTube e Torrent.

Podemos dizer que o MP3, criado no final dos anos 90, foi o big bang de toda essa revolução da produção e reprodução da música que hoje ouvimos no notebook e no smartphone. Logo após, o You-Tube revolucionou a mídia mun-dial. Com acesso 100% gratuito e mundial, permite postagem de pessoas do mundo inteiro. Logo, foi crucial para descoberta de no-vos talentos por olheiros do mun-do da música e grandes produto-ras. Por último, mas não menos importante, o Torrent possibilitou o compartilhamento rápido, fácil e gratuito de arquivos do mundo todo. Apesar de ser muito mal visto por grandes corporações musicais e cinematográficas, os serviços

João Pedro Moura de Torrent ajudam a disseminar a arte livre e gratuita ao mundo através da internet.

No mundo

Essas ferramentas nos fizeram conhecer bandas e artistas inter-nacionais, hoje de sucesso, como o DJ Skrillex, Justin Bieber, Never Shout Never, Arctic Monkeys, Lor-de e Katy Perry. O caso mais explí-cito de sucesso certamente foi o de Justin Bieber. Justin foi descoberto pelo empresário Scooter Braun, que o apresentou ao cantor Usher e foi assim que Justin, com apenas 15 anos na época, conseguiu um contrato com a Island Records, em outubro de 2008. Os paulistanos do Cansei de Ser Sexy, hoje mais conhecidos pela sigla CSS, foram um dos pioneiros da música digi-tal no Brasil. Apesar de não terem tanta fama aqui, no Reino Unido foram uma das bandas mais pre-miadas dos últimos anos.

O grupo deixava suas músicas à disposição para download no site oficial da banda. Alguns anos depois, assinaram com a Sub Pop Records (mesma gravadora que o Nirvana fez parte) e desde então começaram a fazer sucesso no exterior. Atualmente, moram em Londres, onde fazem shows por toda a Europa.

No Brasil

Em terras tupiniquins, as ban-

das paulistas CINE e Restart foram as mais expressivas se tratando de sucesso das redes para a mídia. Amigas, as duas bandas começa-ram a fazer sucesso em meados de 2009, trazendo consigo a onda do rock alegre e colorido. Os in-tegrantes da banda Restart usam sites e redes sociais como MySpa-ce, Twitter, Facebook, Fotolog e até mesmo o extinto Orkut para inte-ragir com os fãs e mobilizá-los. Não é à toa que o grupo ficou co-nhecido tão rapidamente. Ainda utilizando a rede para divulgar novidades, a banda atualmente faz shows internacionais e já pas-saram por países como Estados Unidos, Canadá, Chile, Argentina e Uruguai.

Já a CINE teve uma história muito parecida. Como as duas bandas são amigas, uma ajudou a outra nas divulgações de can-ções pela rede. Ajuda que levou o CINE a conseguir um contrato com a Universal Records e ainda abrir shows das bandas Jonas Bro-thers e McFly no Brasil, em 2009, no auge do seu sucesso. No pre-sente, o CINE prepara seu tercei-ro álbum em estúdio e uma turnê internacional que passará por vá-rios países

Em Santa Catarina

Aqui no estado a coisa não é diferente. Temos muitas ban-das novas surgindo toda hora. Ligue o rádio em alguma esta-

ção da região que volta e meia você ouvirá alguma canção des-conhecida pelos seus ouvidos de uma banda cujo nome você nunca ouviu falar. Assim acon-teceu com duas artistas da re-gião: Luana Berti e Tay Galega. Ambas cresceram com a música e com a Internet. Desde peque-nas, aprenderam violão e sem-pre gostaram de cantar e passar o seu tempo livre em frente a um monitor de computador. Com o tempo, foram adquirin-do conhecimentos e influências, gravando suas músicas e pos-tando na rede.

Luana Berti é filha de pais músicos, que viveram da músi-ca até ela completar sete anos. Assim, ela sempre foi muito en-volvida no meio artístico. Da cidade de Gaspar, com 9 anos começou a aprender violão por livros de teoria musical inician-te que encontrou em sua casa. Depois dos livros, começou a aprender mais técnicas de vio-lão pelo site Cifraclub. Luana conta que a Internet até hoje a ajuda quanto às dúvidas so-bre os instrumentos, como por exemplo teclado, que aprendeu 100% pela rede. Conta ainda que a Internet é um meio de expan-dir e mostrar seu trabalho para pessoas de todas as partes do mundo. Com covers que variam de Ivo Mozart a Amy Winehou-se sob uma voz aveludada e um timbre delicado, Luana vem se

tornando uma artista completa. Tão completa que seu CD com composições próprias está sen-do finalizado e deve chegar nas plataformas digitais e em lojas físicas. Mas você pode conferir seus covers e algumas composi-ções próprias em suas páginas nas redes sociais.

Com voz maravilhosa e mui-ta simpatia, a cantora catari-nense Taynã Michelle Gauche, de 22 anos, tem conquistado ao longo de sua carreira um públi-co fiel não somente em Blume-nau, cidade onde nasceu e mora até hoje. Alegre e comunicativa, Taygalega, como é conhecida, mostra sua simpatia em todos os momentos de sua vida, seja em suas antigas sessões de Twitcam (apresentação ao vivo via Twit-ter) ou nos shows e eventos em que participa. Começou no mun-do da música quando ainda era pequena. Mas quando foi cha-mada e passou em um teste para uma banda, sua carreira dis-parou. Passando por 2 bandas, sendo a última a banda Bitoni-ca, Tay agora segue carreira solo e diz que é isso que quer para sua vida. Com uma levada rock, pop, mpb e folk, Taygalega tem conquistado os ouvidos do pú-blico jovem dos 15 aos 25 anos. Seu CD, assim como o de Luana, está em processo de finalização. Todavia, graças à Internet é pos-sível acompanhar o trabalho da moça através das suas redes.

Luana Berti já se apresentou em shows pelo estado e ama o que faz. Tay possui fãs de todo o país. Em seu show livre que fez em RJ, seus seguidores puderam ouvir, ver e cantar suas músicas

Fotos: Arquivos pessoais/Divulgação/SP

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201416 CULTURA

“Todos os dias o sol nasce e se põe gra-tuitamente, mi-lhares de flores

nascem e morrem, as cores se al-teram, as folhas caem. Tudo isso faz parte do show da vida, esse show que procuro compartilhar”. É assim que o fotógrafo Alfabile Santana resume o seu trabalho. Alfabile nasceu em 1986 na cida-de de Balneário Camboriú, Santa Catarina. Sua paixão pela foto-grafia sempre foi intensa, desde os primeiros celulares com câ-mera e ainda sem entender nada de técnicas, vivia fotografando paisagens da natureza e tudo que despertasse sua curiosidade. O número de clicks em redes so-ciais aumentava a cada postagem, chamando a atenção de amigos e familiares, que aos poucos come-çaram a abrir seus olhos sobre a possibilidade de se aperfeiçoar e levar seu lazer a sério.

Ele conta que começou a ler muitos textos e ver milhares de vídeos sobre fotografia. A primei-ra câmera profissional veio com duas lentes e duas baterias, carre-gador e filtro. A partir daí, ele co-meçou a entender qual era a qua-lidade que faltava e não parou mais de buscar conhecimentos. O que Alfabile mais gosta de fazer é acordar de madrugada, pegar sua câmera e lentes, seu tripé, subir na moto e escolher um local de Itajaí e região para fotografar até a hora do sol nascer. Ele gosta de agradecer de estar ali no momen-to mágico, vendo o milagre diário da vida acontecer em instantes. “Tenho um carinho profundo pe-las fotos de longa exposição, onde a câmera fica por segundos ou minutos registrando tudo que se move na imagem, tendo um efeito de movimento natural”.

Reconhecimento profissional

Seu trabalho já é reconheci-do no Brasil e no mundo, ganhou selos de premiação com imagens que ultrapassaram mil curtidas, em especial a foto da Baia Afonso Wippel, em Itajaí. Suas fotogra-fias transmitem cenas cheias de vida e significados, atraindo olha-res de pessoas de todos os cantos do mundo. “Tem pessoas que me adicionam todos os dias nas re-des sociais porque viram minhas imagens e se identificaram. Mui-tas até já falaram comigo choran-do e agradecendo, pois minhas fotografias de alguma forma aju-daram a superar um momento difícil ou lhe fizeram mudar a forma de ver o mundo, podendo

Trabalho do fotógrafo Alfabile Santana ganha reconhecimento pela InternetAtravés de técnicas fotográficas de longa exposição, Alfabile retrata as belas paisagens das cidades da região litorânea de SC

Fotografia

Pâmela FreitasFotos: Alfabile Santana/SP

agora viver sentindo-se parte da natureza”.

No começo, apesar de sua família ter o apoiado, recebeu muitas críticas em casa, por pas-sar horas na frente do computa-dor editando fotos, postando nas redes e socializando o trabalho. Toda essa dedicação trouxe resul-tados positivos para sua carreira profissional e consequentemente um avanço como reconhecimento de um bom trabalho.

Planos para o futuro

Recentemente, Alfabile conse-guiu uma parceria com a empre-sa Print HD Impressão Fine Art e Moldura para vender suas ima-gens em quadros emoldurados com madeiras certificadas e de reflorestamento, além de ser con-vidado para expor suas fotogra-fias no museu de Louvre, em Pa-ris, em outubro de 2015 ou 2016. Enquanto este dia não chega, ele já começou a elaborar um proje-to para fazer captação de verba. “Procuro externar e imprimir nas pessoas a necessidade da contem-plação da preservação, e de en-tender-se como parte da natureza e não dono dela. Busco isso na possibilidade de novos ângulos, para que seja mostrada a real be-leza da paisagem que nos cerca”.

Buscando um olhar diferenciado

Tudo que o fotógrafo quer não é apenas expor seu trabalho para milhares de pessoas verem e acharem bonito ou atraente, mas sim valorizar o espaço onde ele vive. Normalmente, são lugares do dia-a-dia que muitas vezes não tem a importância reconhecida pelas pessoas devido ao estresse do cotidiano. Muitos não perce-bem onde estão e as imagens fa-lam muito a respeito disso. Fazem refletir sobre as coisas belas que estão ao nosso redor, mas que na maioria das vezes não enxer-gamos. Seu objetivo é incentivar a observação da natureza, para que ela seja preservada e aplau-dida como merece.

Agradecimentos

“Deus só tem aberto portas na minha vida e sou muito grato a isso. Agradeço também a todos os amigos e pessoas que curtem, compartilham e comentam mi-nhas imagens, e aos clientes que adquirem meus quadros e ima-gens em geral”. Para conhecer um pouco mais do trabalho deste ar-tista aqui da nossa região, acesse www.500px.com/alfabilesantana e aprecie mais nossas paisagensVista do píer da Barra Norte , em Balneário Camboriú/SC

Autoretrato de Alfabile Santana, fotógrafo especializado em paisagens e natureza

Imagem que ganhou reconhecimento internacional. Baía Afonso Wippel, em Itajaí

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 17CULTURA

Cinema

Capa do documentário Pulsante, que já foi selecionada para diversas mostras de cinema universitário

I nspiradas pela vonta-de de realizar um do-cumentário voltado ao mundo das artes, as

acadêmicas de produção au-diovisual da Univali, Tama-ra Reinert e Priscila Paese do Amaral, realizaram seu trabalho de conclusão de curso com uma curta metra-gem que retrata a realidade e a rotina da Companhia de Teatro Tespis, criada em Ita-jaí no ano de 1993. Pulsante foi projetado para retratar a vida dos artistas, como eles sobrevivem trabalhando no teatro, como funciona a sua rotina dentro e fora dos pal-cos e em relação ao senti-mento que existe quando as cortinas se abrem.

Contendo entrevistas com os artistas e mostrando um pouco dos ensaios e da pre-paração antes da apresenta-ção, Pulsante já foi selecio -nado para alguns eventos desde seu lançamento, como a 2ª Mostra Universitária de Curtas (MOUC), ficando entre os 10 finalistas, II Festival de Curtas a Hora Do Cinema, onde concorreu nas finais aos prêmios de melhor dire-ção, melhor roteiro e melhor filme. Atualmente, teve par-ticipação no Cinemargens em Itajaí e Navegantes, em que foi exibido em duas datas e tem previsão de concorrer a um prêmio Sul Americano de curtas.

Tamara Reinert acredita que a divulgação que o mate-rial produzido está ganhan-do é o mais importante tanto no trabalho quanto da com-panhia, pois as duas coisas

Curta produzido por acadêmicas da Univali ganha destaque em mostras universitáriasDocumentário de 15 minutos fala sobre os 20 anos da Companhia de Teatro Téspis, da cidade de Itajaí, através de espetáculos e ensaios

Suelen OliveiraFotos: Divulgação/SP

caminham juntas. E mesmo com a dificuldade encontra-da quanto ao tempo de pro-dução do curta, o resultado final d o documentário e a repercussão que ele teve foi muito gratificante.

Na época em que a ideia surgiu, elas começaram o se -mestre tendo aula de projeto e, com base nas discussões em sala, foram ampliando o tema, que foi se estruturando de acordo com o que as aca-dêmicas imaginaram. Juntar a vontade de criar um do-cumentário retratando cada momento da vida de um ator com a comemoração do ani-versário de 20 anos da com-panhia foi o ponto de largada para a realização do projeto.

Conhecimento

Para Tamara, a questão do aprendizado foi bem im-portante. “Às vezes, o que se aprende na teoria é um pouco diferente do que se vivencia na pratica, tem al-guns obstáculos a mais, mas isso foi o que deu um impul-so para seguirmos em frente com a ideia”, afirma ela.

As aulas ampliaram mais a visão delas em relação ao documentário. Os diálogos e o planejamento do projeto entre as duas também conta-ram para que Pulsante fosse produzido da maneira como elas queriam e tomasse as proporções que tem tomou.

A conclusão do trabalho, ver o reconhecimento, rece-ber as críticas e elogios, ver o nome exposto foram cocon-sequências que fizeram o re -sultado final se tornar ainda mais atrativo e satisfatório do que elas imaginaram.

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201418 CULTURA

A cultura não é muito valorizada no Bra-sil, muitas vezes é o esporte que conquis-

ta maior interesse do público em geral. É essa realidade que o casal Ana Claudia Formen-to, administradora do projeto Circo Escola Sprint, e Evandro Luís Ignácio, diretor e coreó-grafo, quer mudar.

Desde a criação do projeto, em junho de 2011, eles vêm di-fundindo a cultura da dança, da música e do circo na cida-de de Navegantes. O projetor inovador tem como alvo prin-cipal as crianças e adolescen-tes de baixa renda familiar. A intenção é dar oportunidade para que esses jovens tenham contato com diversas ativida-des culturais e, mais do que isso, aprendam valores como respeito, ética, compromisso e fiquem longe das ruas.

Neste sentido, o circo escola vem desenvolvendo um traba-lho fundamental para aproxi-mas as crianças das expressões culturais. Porém, ainda falta ajuda para o projeto crescer. O grupo tem auxílio da Prefeitu-ra de Navegantes, mas é pouco e havendo troca de governo corre-se o risco de perder as instalações, que também não são ideais. Eles já tiveram seu projeto aprovado pela Lei de Incentivo a Cultur, e estão na fase que captação de recursos. Precisam encontrar empresas dispostas a apoiar o grupo.

Marionetes

O atual espetáculo que a trupe vem apresentando, e encantando todo o público, é Marionetes, com segmentos da dança, teatro, música. Em um dos trechos do show as crian-ças fazem percussão com latões de lixo. Acrobacias e contorcio-nismo também fazem parte do show. Com 30 integrantes, esse espetáculo faz jus ao lema do projeto: revelando talentos.

Como tudo começou

Antes do projeto circo esco-la Sprint o grupo se chamava apenas Companhia de Dança Sprint, os mesmo criadores de-ram inicio a companhia em ju-lho de 1993. A missão assumida foi a de resgatar e moralizar a cultura, fazendo com que as pessoas a tenham como prio-ridade. O currículo da compa-nhia é de tirar o chapéu: foram

Projeto Circo Escola Sprint transforma vidas e revela talentos em NavegantesDesde junho de 2011, iniciativa leva dança, música e as artes circenses para crianças e adolescente da cidade

Arte circense

Luiz Henrique Dias da SilvaFotos: Divulgação/Escola Sprint/SP

tricampeões no maior festival de dança do mundo (Guinness Book), localizado na cidade de Joinville nas modalidades de Dança de Rua, atualmente de-nominada como Danças Urba-nas. E sem contar nas partici-pações em canais de televisão, como Band, Record e Globo. Também foram notícia nos principais jornais de tiragem nacional, sempre com posições que elevavam a cultura da dan-ça.

Visitantes especiais no Bolshoi

O grupo já foi conhecer a Escola Bolshoi, em Joinville, e prestigiar o espetáculo de for-mação de plateia. Lá, também mostraram um pouco do seu trabalho para os alunos das primeiras séries da escola. A apresentação inédita encan-tou os alunos e funcionários do Bolshoi. Mas, o que o grupo não esperava, era que seriam ho-menageados pela escola, pelo belíssimo trabalho que o proje-to vem desenvolvendo. “Foi um divisor de águas na história do circo escola”, afirma Ana Clau-dia Formento, administradora do grupo.

Sprint produtora

Além das aulas de dança, o grupo também já promoveu evento. A apresentação “Thril-ler Nights”, realizada no Par-que Beto Carrero World, foi de integralmente produzida pela equipe da Sprint. Foi um be-líssimo trabalho dirigido por Evandro Luis Ignácio. O espe-táculo foi feito em homenagem ao rei do pop, Michael Jackson, e se tornou um sucesso de crí-tica e de público. Mais de 100 dançarinos da Cia. se intercala-vam em três palcos com muita dança.

O futuro do grupo

O projeto Circo Escola Sprint, a nova cara do grupo, tem o sonho que ter suas pró-prias instalações sem correr o risco de serem despejados. Para isso, precisam de patro-cinadores. Ana e Evandro so-nham em ver o projeto grande, alcançando cada vez mais as crianças e adolescentes. É de se notar que o Sprint é um nome forte na região. O grupo já pas-sou por vários problemas, mas seus criadores nunca desisti-ram. Sempre estão criando, e reinventando, sem pensar em desistir jamais.

Apresentação do espetáculo Marionetes no evento Olhares Multiplos, realizado pela Univali

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 19SAÚDE

Meio Ambiente

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201420 MEIO AMBIENTE

Fotos: Thayná Barretto/SP

Dona de uma beleza ímpar, de maré agitada e areias brancas, a Praia Brava está no topo das praias

mais lindas do Litoral Norte de Santa Catarina. Localizada entre os municípios de Itajaí e Balneário Camboriú, a praia possui desde ba-ladas e bares agitados até pontos mais calmos e ondas propícias para um bom surf.

Durante muito tempo, a realida-de da Brava foi bastante diferente da encontrada hoje. Antigamente, o acesso às areias era muito restrito, rodeado por morros e grandes res-tingas, e modo mais fácil de acesso era a Rodovia Osvaldo Reis, que na época era somente uma estrada ruim de terra cortando a cidade. Devido a esta restrição, para che-gar até o local, alguns bares insta-laram-se pelas orlas e começaram e ser freqüentados por homens que buscavam mulheres e bebida. Ao invés de promover diversão, muitas brigas acabavam ocorrendo, às ve-zes, acompanhadas de mortes. Isso levou a Praia Brava a ter uma má reputação durante um bom tempo.

Nos últimos anos, com o cresci-mento populacional e comercial, a realidade da praia mudou. Hoje, é uma das mais bem freqüentadas e valorizadas no mercado imobiliá-rio. Atrai turistas de todos os luga-res, desde magnatas, que almejam um apartamento em frente à praia, até ambientalistas, que lutam pela preservação da área verde, ainda muito preservada no local.

Apesar das mudanças e melho-rias, há uma questão que vem pre-ocupando a população local: o pos-sível fim de toda a beleza natural. Lourdes Maria Carvalho, aposenta-da de 74 anos, foi uma das primei-ras moradoras a adquirir um terre-no no bairro da Brava, nos ano 60,

e durante gerações vem mantendo seu terreno e criando sua família. “Quando eu cheguei aqui, não ti-nha muita coisa. Tinham muitas árvores, uma estrada de terra e in-clusive minha casa era de madeira, bem simples”. Ela conta que lembra exatamente de como era a praia e que nos últimos anos cresceu de uma forma que jamais havia visto: prédios e mais prédios, casarões, milhares de comércios. “O cresci-mento dessa região não é uma coisa ruim, afinal o bairro tinha que ser mais valorizado mesmo, mas eu temo que esse ar natural e calmo se perca de um modo que não possa-mos mais voltar atrás”.

A área verde ainda é bem pre-servada, mas o crescimento desen-freado de grandes condomínios é assustador. A procura por locais para construir é enorme e constru-toras de alto padrão vêm lutando pela compra de terrenos, o que tor-na a manutenção da vegetação cada vez mais difícil. O terreno de dona

a liminar que havia sido concedida pelo Ministério Público que proibia qualquer construção ou mudança no local. Após a derrubada da limi-nar, a lei de zoneamento, que havia sido aprovada em dezembro de 2012, pela Câmara de Vereados de Itajaí, voltou a prevalecer, e esta lei permite que outros projetos, além dos já iniciados, possam ser aprova-dos e construídos.

Pedro Elias Alves, 31 anos, sur-fista local e micro-empreendedor, conta que foi criado na Praia Brava e desde os dez anos de idade apren-deu a surfar sozinho. Sempre se reu-nia com os amigos para ir ao Canto do Morcego para se divertir e pegar umas ondas. Pedro lembra que no local só havia um bar pequeno cha-mado Kiwi, e essa era a maior cons-trução que se via ali. “O local era somente palco de sossego, hoje em dia virou um lugar em que os outros ganham dinheiro em cima das bele-zas naturais”. Ele se coloca contra as construções pelas restingas da praia e fez questão de participar do mo-vimento Abraço que teve na Brava, que defendia a preservação do local. “A imprensa veio até aqui e todos viram que não era isso (a posse do local para construções) que querí-amos pro nosso patrimônio mais precioso, mas fingiram que não es-cutaram e agora está tudo prestes a ir por água a baixo”.

O maior medo do surfista é ver a Praia Brava igual à Balneário Cam-boriú. “Cheio de prédios e sombras, que tapam o sol e acabam com a praia, sem natureza por perto. Além de a praia ser contaminada por es-goto e a areia ser suja e pesada”.

O que poderiam fazer para ten-tar reverter a situação foi feito, mas sem sucesso. Além de prejudicar a natureza, todo esse descaso tam-bém afetará todos os moradores da região que zelam pela praia. Agora, resta esperar para ver onde tudo isso vai acabar.

Lourdes é cheio de árvores, que ela faz questão de cuidar com carinho e não abre mão por nada. Ela con-ta que já recebeu várias propostas salgadas para vender seu terreno, mas não aceitou nenhuma. “Quero preservar o local onde eu construí minha família, seria um desgosto ver demolirem tudo o que eu con-quistei para colocarem um prédio lindo e de luxo, mas totalmente des-respeitoso ao meio ambiente”.

José Carlos Carvalho, 74 anos, marido de dona Lourdes, também aposentado, conta que todo final de semana vai caminhar nas areias da Brava e passa recolhendo o lixo, muitas vezes deixado por visitantes ou até mesmo trazido pela maré. “Temos um local abençoado aqui, esse é nosso paraíso, e eu ainda não consegui entender como tanta gente não consegue respeitar e va-lorizar onde moramos”. José Carlos ainda diz que a falta de respeito não vem somente das pessoas que sujam a praia, mas também da Pre-

feitura de Itajaí, que aceita diversas demandas de construções em lo-cais que deveriam ser preservados por lei. Andando pelo calçadão da Praia Brava, já é possível observar algumas sombras de apartamentos aparecendo na areia e tapando o sol dos banhistas.

O Canto do Morcego

O Canto do Morcego, localizado no norte da Brava, possui uma bele-za natural surpreendente, além de ser um dos locais mais calmos da praia. Quase deserto, é ponto de paz para quem procura descanso e, por ter quase sempre as melhores on-das, é palco dos surfistas da região e até mesmo de surfistas que vem de fora à procura de ondas novas. Considerado um local “xodó” pe-los moradores da região, há pouco tempo também entrou na lista de lugares ameaçados pelo homem. Em agosto de 2014, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina derrubou

Patrimônio Natural

Thayná Barretto

PRAIA BRAVAuma beleza regional em estado de alertaConceituada, famosa e bem frequentada, a Praia Brava atrai pessoas de diversos lugares, além de ser o paraíso

dos moradores da região. Tudo isso está ameaçado, com a natureza cada vez mais afetada

Em primeiro plano, o surfista local Pedro Elias em busca da onda perfeita na Brava. Segundo ele, passar o dia todo no mar não é esforço nenhum

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 21MEIO AMBIENTE

Lei prevê novo destino para óleos lubrificantes usados em embarcaçõesA partir de agora, fica proibido o descarte irregular de óleos lubrificantes usados em embarcações de pesca artesanal

Sustentabilidade em Penha

Fotos: Bruna de Souza/SP

Localizada no litoral norte de Santa Catarina, entre áreas costeiras, a cidade de Penha possui dezenove

praias que favorecem a atividade de pesca artesanal, uma das princi-pais fontes de renda do município. É do mar que os pescadores tiram seu sustento, e é dele que precisam cuidar. Sabendo da importância dos cuidados com o meio ambien-te, o Poder Legislativo da cidade aprovou uma lei que garante a destinação correta para óleos lu-brificantes usados nessas embar-cações. O projeto de lei foi sugerido pelo vereador Isac da Costa (PSD) e aprovado por unanimidade na Câ-mara de Vereadores de Penha.

A proposta é que todo óleo lu-brificante usado ou contaminado seja recolhido e destinado em re-servatórios próprios para o descar-te. Assim, fica proibido o descarte de maneira irregular, não podendo ser depositado em solos, subsolos, águas superficiais ou subterrâne-as, no mar ou nos sistemas de dre-nagem, esgoto ou galerias pluviais. Fica também proibido o descarte dos filtros de óleo motor, substi-tuídos durante as operações de lavagem e lubrificação das embar-cações.

Para que essa lei seja cumpri-da, a Secretaria de Pesca e Agricul-tura instalou reservatórios de re-colhimento em locais estratégicos

Bruna de Souza e de fácil acesso aos pescadores, nos bairros Praia Alegre, Praia de Armação, Praia de São Miguel e Rio Gravatá, de acordo com a re-solução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Todo estabelecimento que receber os reservatórios deverá providenciar sua destinação final. Para o verea-dor Isac da Costa, este projeto é de total importância para proteger os mares e rios, e combater a polui-ção em qualquer de suas formas. “Pensando no meio ambiente, não podemos deixar de contribuir para que estes resíduos ganhem uma destinação correta, pois o descar-te irregular deste óleo para o solo ou curso de água gera graves e ir-reversíveis danos ambientais pro-vocando a contaminação do solo e dos lençóis freáticos”, comentou Isac.

No município de Penha, exis-tem hoje aproximadamente 300 pescadores artesanais. Para eles, ter um recipiente próprio para recolher o óleo é uma ótima ideia, pois facilita seu trabalho. Alguns já recolhiam o óleo mesmo sem a legislação e entregavam em postos de gasolina.

Danos do descarte incorreto

O óleo lubrificante é um dos poucos que não é totalmente con-sumido durante seu uso, são pro-duzidos através da mistura de óleos lubrificantes básicos com aditivos.

- Se dispensados no solo, po-dem atingir os lençóis freáticos e danificar poços da região.

- Se dispensados no esgoto po-dem comprometer o funcionamen-to de estações de tratamento de água. Um litro de óleo lubrificante pode contaminar um milhão de li-tros de água.

- Se queimados, os óleos lubri-ficantes causam grande concen-tração de poluentes que produzem precipitação de partículas que gru-dam na pele e penetram no siste-ma respiratório das pessoas.

No município de Penha existem cerca de 300 pescadores artesanais

Praia Alegre – Centro

Praia do Pescador, no bairro de Armação do Itapocoroy;

Praia de São Miguel e Rio de Gravatá, no bairro de Gravatá.

* Os reservatórios deverão ser recolhidos e levados aos estabelecimentos pela Secretaria de Agricultura e Pesca do Município

Locais onde foram instalados os reservatórios de coleta:

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201422 MEIO AMBIENTE

As lixeiras de madeira trazem novidade. Elas são instaladas em forma de par e agora suportam a quantidade de 120 litros, antes eram apenas 40 litros

O lixo é um problema que preocupa a todos e afe-ta o meio ambiente, prejudicando também

a qualidade de vida das pessoas. Neste contexto, as secretarias da Prefeitura de Balneário Camboriú desenvolvem ações que propõem melhorias para cidade e para a po-pulação, pois se preocupam com a destinação do lixo produzido pelos habitantes e turistas. Esses projetos garantem bem-estar e comodidade para todos.

Cerca de 160 funcionários tra-balham na limpeza urbana, sendo que 35 operam na Região Sul e 125 na Região Central. Esses funcioná-rios são divididos em diversas equi-pes, entre elas limpezas de praias, varrições, roçada, retirada de lixo e serviços com máquinas de capina mecânicas. “Estão sendo implanta-das aproximadamente 300 novas lixeiras na Avenida Atlântica, para atender as demandas dos turistas. Cerca de 200 já foram introduzidas e o processo de instalação continua, com a instalação de mais 50. Até o final do ano será implantando o restante das lixeiras na avenida”, ressalta o diretor de Limpeza Urba-na, Humberto Arnaldo Alves.

Obras

A Secretaria de Obras também colabora com a questão de lixo na cidade. A Operação Força Tarefa é um projeto que tem como objetivo prestar serviços de limpeza urbana no município. A operação tem o in-tuito de recolher móveis e galhos, que não estejam mais em condição de uso. A Força Tarefa também co-labora com outros serviços de lim-peza. “Realizamos também servi-ços de limpeza de boca de lobo, que muitas vezes ficam sujas devido a materiais depositados nesses locais. Por isso, é importante que cada pes-soa se conscientize onde joga entu-lhos e faça sua parte para ajudar nos projetos de limpeza”, alerta o secretário de Obras, Elizeu Pereira.

Paisagismo

Uma cidade turística deve atender as demandas e estar sem-pre pronta para conquistar seus visitantes. Embelezar ainda mais Balneário Camboriú é a função do Departamento de Paisagismo da Secretaria de Obras. São eles os res-ponsáveis por cuidar das árvores e plantas da cidade. São as equipes do Paisagismo que roçam as gra-mas, limpam os canteiros e cuidam para manter os locais públicos sem-pre floridos. “Realizamos constan-tes serviços de limpeza com o intui-

Balneário Camboriú é destaque em projetos voltados para a limpeza urbanaCidade atrai visitantes de todo o país e para dar qualidade de vida preza por programas em prol de um município mais limpo

Coleta de lixo

Karine AmorimFotos: Karine Amorim/SP

to de manter nossa cidade e nossas flores sempre lindas. Adubamos os canteiros, plantamos e limpamos esses locais, tudo com o foco de ver a cidade conquistando os morado-res e atraindo novos visitantes”, de-

clara o diretor do departamento de Paisagismo, Kako Garcia.

Meio Ambiente

Em questão de natureza, o lixo

acarreta problemas sérios para o meio ambiente. Por isso, a bióloga da Secretaria do Meio Ambiente de Balneário Camboriú - Semam, Arlete Tomazoni, e a oceanóloga Patrícia Zimermamm orientam e dão dicas referentes ao assunto. De acordo com Patrícia, o lixo depo-sitado em rios e mares acaba cau-sando muitos danos aos animais. As pilhas e óleos podem ser um grande exemplo de materiais peri-gosos, pois liberam metal pesado. “Ao depositar esses utensílios em mares e rios, os animais ingerem objetos como plásticos, que podem ocasionar mortes, ou se enroscam com materiais como anzol e fio de nylon”, afirma. Já Arlete frisa que o lixo também contamina a flora. “Ao depositar esses materiais nas plantas, acabam impedindo o de-senvolvimento dessas espécies, pois a maioria dos materiais demora a se decompor, além de causar danos irreversíveis para as vegetações”, ressalta.

Lixo no trânsito

O coordenador dos Agentes de Trânsito de Balneário Camboriú, Juliano dos Santos Ferreira, asse-gura que as pessoas que atiram qualquer objeto pela janela do ve-

ículo podem receber infração mé-dia segundo a Legislação de Trân-sito. “Esses atos comprometem a limpeza da cidade e ainda põem em risco as pessoas que podem ser atingidas por esses materiais”, sa-lienta. Ele ainda recomenda que, ao trafegar com seu veículo, as pes-soas carreguem um saco plástico para jogar fora todo o lixo produ-zido.

Moradora de Balneário Cambo-riú, Ana Aparecida do Prado vive há 16 anos na cidade. “Saí do inte-rior do Paraná em busca de um lo-cal limpo e aconchegante e encon-trei em Balneário uma casa para minha família. Uma cidade que visa à limpeza urbana e que tem ótimos projetos que contribuem para um lugar que cada dia mais conquista novas pessoas”, afirma.

O prefeito, Edson Renato Dias, Piriquito, afirma que está traba-lhando para dar qualidade de vida para a população. “Daremos conti-nuidade com os projetos que visam à limpeza urbana. Nossa cidade recebeu 16 prêmios durante dois anos e está em primeiro lugar em qualidade urbana do país, sendo um dos municípios com mais po-tencial de consumo e uma das 30 cidades mais ricas de Santa Catari-na”, destaca o prefeito.

As incansáveis agentes de limpeza trabalham diariamente, inclusive aos domingos, colaborando para uma cidade limpa

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 23MEIO AMBIENTE

Crianças e adultos em um sábado à tarde colaborando com o projeto, onde o foco principal é conscientizar a população

Com a chegada do verão nada melhor que uma praia... Ainda mais limpa! Porém, isso não é possível

em todas as praias do Brasil. Dian-te dessa realidade, um projeto tem o objetivo de manter este ambiente limpo e bonito em Navegantes, no bairro Gravatá: o Projeto Mente Sã - Praia Limpa.

A iniciativa começou há cerca de um ano e meio com Ricardo Gralha, contra mestre da Marinha Mercan-te, e seu filho Ruan Manchados, es-tudante, de nove anos. A ideia surgiu quando Ricardo queria fazer com seu filho um boneco de garrafa pet. Para isso, surgiu a ideia de fazer um mutirão de limpeza na praia do Gra-vatá, onde a família reside.

Hoje, são 18 bonecos de lixo reciclado espalhados pelo comér-cio do bairro, onde também são reaproveitados outros materiais e criados brinquedos. O objetivo é chamar a atenção das pessoas para o lixo que existe na cidade e para a limpeza da praia. Mas o projeto ain-da é mais abrangente, há palestras nas escolas da cidade e em empre-sas sobre temáticas ambientais.

No dia 8 de novembro, foi reali-zado mais um mutirão do “Projeto Mente Sã”, com o objetivo de reco-lher os lixos espalhados pela praia. O mutirão contou com o apoio de voluntários, moradores, empresas e outros grupos da cidade. Cerca de 60 pessoas participaram da ativida-de. Os colaboradores foram as em-presas Rede Top Supermercados, Tintart, Hidroluz e os Escoteiros de Navegantes.

O grupo Escoteiros de Navegan-tes participou pela primeira vez do projeto, houve a colaboração dos “Lobinhos” de 7 a 10 anos, “Esco-teiros” de 10 a 14 anos, e “Sênior” de 15 a 18 anos. A chefe e assisten-te dos Escoteiros, Juliana Masson, acredita ser muito importante par-ticipar da atividade. “O fundador do escotismo Robert Baden Powell tem uma frase que diz: ‘Vamos dei-xar o nosso planeta melhor que nós encontramos’. Isso é o que temos para trazer às crianças, assim eles começam desde pequenos”.

Representantes da comunidade do bairro também estiveram pre-sentes no dia da ação. Ynaê Fronza Weber, moradora do Gravatá há 22 anos, é gerente de marketing do su-permercado Red Top, e apoio a ini-ciativa. “Estou desde meu primeiro ano de idade aqui. Hoje tenho 23 anos, vi esta cidade crescer e me dói ver as pessoas sujando a praia”.

Pessoas sem consciência

Ainda existem muitos cidadãos

Projeto ambiental de pai e filho ajuda na preservação da praia do GravatáPraia bem cuidada é sinal de respeito com a natureza, porém aproveitar o ambiente com responsabilidade é dever de todos

que não colaboram com as boas atitudes em prol do planeta. E isto resulta uma situação desagradável, que acontece por causa de morado-res e turistas sem consciência, que desrespeitam a Praia do Gravatá. A cidade de Navegantes, em época de temporada de verão, recebe um índi-ce muito alto de visitantes e o fluxo de pessoas na praia é enorme.

Moradora do local há 18 anos e proprietária há 9 do “Pillekão Bar”, Elke liane Sedlacek adora fazer cami-nhada na praia pelo menos três vezes por semana. Segundo ela, a maioria dos moradores e turistas respeita a Praia do Gravatá, mas ainda existem aquelas pessoas que não colaboram com o meio ambiente. Para Elke, o futuro do país é acreditar nas crian-ças. “Para um futuro mais limpo há

Conscientização

Dienifer MânicaFotos: Dienifer Mânica/SP

Ricardo Gralha, Ruan Manchados e Michele Reis, família idealizadora do projeto Mente Sã

a necessidade de uma boa educação no âmbito escolar e fora dele, todos devem fazer a sua parte”.

Vereadores apoiam a causa

Segundo Ricardo Gralha, atu-almente o projeto recebe apoio da Prefeitura de Navegantes através da doação de sacolas plásticas de lixo. No dia 13 de novembro, os partici-pantes do projeto Mente Sã - Praia Limpa estiveram reunidos na Câma-ra de Vereadores de Navegantes para a reivindicação de melhorias. As principais reivindicações foram pela instalação de mais lixeiras na praia e no calçadão do Gravatá e o combate de ratazanas que existem no local. Os vereadores decidiram colaborar com o projeto.

Após o recolhimento do lixo encontrado na praia do Gravatá, houve a separação do material em grandes sacolas

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Saúde

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 25SAÚDE

Saúde masculina

O Novembro Azul 2014 contou com variadas intervenções em todos os estados brasileiros, como a iluminação e decoração de pontos turísticos

Com o fim do Outubro Rosa iniciou-se mais uma campanha contra o câncer, desta vez o ho-

mem é quem deve ficar alerta no quesito saúde. O Novembro Azul tem a missão de conscien-tizar a população masculina em relação à diabetes e principal-mente ao câncer de próstata, idealizando diminuir a taxa de mortalidade e motivando os ho-mens a fazerem os exames pre-ventivos. A estimativa é de que, este ano, aproximadamente 69 mil novos casos da doença se-jam investigados.

Além de um fórum no Con-gresso Nacional e no Senado Federal, o cronograma de fun-cionamento do Novembro Azul 2014 contou com outras varia-das intervenções em todos os estados brasileiros, como a ilu-minação e decoração de pontos turísticos em azul, palestras in-formativas, distribuição de bi-godes – símbolo da campanha, ações em eventos populares e pedágios em lugares com gran-de movimentação.

No litoral do estado de Santa Catarina, o Núcleo de Atenção ao Idoso de Balneário Camboriú em parceria com o SESC realiza-ram diversas atividades recre-ativas, orientações, palestras, consultas médicas e massagens para os homens em prol da campanha. Em Itajaí, empresas receberam palestras informati-vas e a Equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) durante visitas domiciliares orientaram sobre os impactos causados pelo tumor. Em Gaspar, o coração do Vale do Itajaí, diversas ativida-des gratuitas foram realizadas no decorrer de novembro para alertar sobre a doença e a im-portância do cuidado da saúde masculina em geral.

O câncer de próstata é o se-gundo mais frequente no sexo masculino, ficando atrás apenas do câncer de pele. Estudos apon-tam que esse dado se dá por con-ta da má alimentação, sedenta-rismo, histórico da doença na família e principalmente pre-conceito por parte dos homens na realização do exame médico, isso faz com que a descoberta da doença seja tardia. A campanha deseja incentivar os homens a procurarem o médico especia-lista regularmente a partir dos 45 anos e para aqueles que apre-sentam parentes que tiveram a doença, a partir dos 40 anos, por possuir risco maior de desenvol-ver o tumor.

Campanha Nacional de Conscientização do Câncer de Próstata ganha força em 2014Novembro Azul quebra as barreiras do preconceito masculino e busca a conscientização da importância dos exames preventivos

Geraldo GenovezFoto: Agência Brasil/SP

A multiplicação desenfreada das células da próstata resulta em cân-cer. Na etapa inicial, o tumor não apresenta sintoma algum. As chan-ces de gerar a doença aumentam até 50% se casos de câncer de próstata na família já tiverem ocorrido. Uma alimentação baseada em gordura animal e pobre em verduras, legu-mes e frutas também podem ajudar no surgimento da doença.

Por conta do preconceito, cerca de 95% dos casos da doença são des-cobertos apenas em situações críti-cas, quando o câncer já está em fase avançada. Por isso, a importância de realização do exame de sangue pre-ventivo, denominado PSA (Antígeno Prostático Específico), e também do toque retal.

O reconhecimento do câncer de próstata é feito através da análise minuciosa do exame de sangue e dos exames clínicos. Caso seja verifi-cada alguma alteração, uma biópsia deverá ser realizada. A periodicida-de na realização dos exames preven-tivos é essencial para que a doença não seja descoberta em estado avan-çado e o urologista possa então ava-liar, indicar a alimentação correta e prescrever o tratamento adequado de acordo com a estadia do tumor, grau histológico, tamanho da prósta-ta, idade e anseios do paciente e seus recursos técnicos disponíveis.

Mapa mostra os principais dados do câncer de próstata no Brasil, sendo o segundo tipo de câncer que mais mata a população masculina do país

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201426 SAÚDE

Vida saudável

Existem inúmeras recei-tas caseiras para ema-grecer e equilibrar as vitaminas necessárias

para um bom funcionamento do corpo. Atualmente, a bola da vez é o suco verde, uma junção de folhas verdes, frutas e ou-tros ingredientes que podem ser adicionados para proporcionar ainda mais saúde a quem toma. Buscando melhorar a qualidade de vida, Sabrina Simas resolveu incluir o suco verde na sua ali-mentação e sentiu os benefícios. Ela e suas filhas, que também tomam o suco, tiveram melhoras nos seus exames de rotina, per-deram peso, aumento na imuni-dade. Após 2 anos de consumo regular, elas não pensam em parar, já que o benefício à saúde aumenta gradativamente.

Os ingredientes e suas inúmeras funções

Cada receita de suco verde leva componentes diferentes. As folhas de couve são encontradas na grande maioria das receitas. Por conter muitas fibras, elas dão a sensação de saciedade, resistência aos ossos, e são fon-te de minerais como ferro, fós-foro, potássio e zinco. A maçã também é encontrada com fre-quência nas receitas conhecidas como detox, pois tem inúmeros benefícios. Entre eles, ajuda no controle da glicemia dos diabé-ticos, é fonte de fibras e vita-minas B,C e E. É recomendado o consumo de uma maçã por dia.

De acordo com a necessidade de quem toma o suco, podem ser acrescentados novos ingredien-tes, além da maça e da couve. É comum encontrar o gengibre, pois acelera o metabolismo e ajuda no processo de emagreci-mento, ajuda também em infla-mações de garganta, bronquite, asma, gripe, e ainda pode ajudar no combate ao câncer. Outro in-grediente muito encontrado nos sucos é a cenoura, que é boa para os olhos, pele, sistema imu-nológico e ossos. A cenoura ain-da tem muita vitamina A, B e C, e no verão é muito lembrada por ter função bronzeadora junto a produtos destinados a esse uso.

A beterraba também é mui-to encontrada nas receitas. Co-nhecida por seus inúmeros be-nefícios, ajuda na manutenção de tecidos cerebrais, é fonte de vitaminas, ferro e proteínas, es-timula a produção de glóbulos vermelhos do sangue e ainda fortalece o sistema imunológico.

Suco verde: a mistura poderosa de frutas e verduras que pode mudar vidasAliado a uma boa alimentação, o suco verde pode melhorar muito a qualidade de vida das pessoas

Helena MoreiraFotos: Helena Moreira/SP

Mapa mostra os principais dados do câncer de próstata no Brasil, sendo o segundo tipo de câncer que mais mata a população masculina do país

O verão e a boa forma

Com a chegada da estação mais quente do ano, o trabalho de emagrecimento se intensifica, e existem outros inúmeros sucos para ajudar nesse processo. São sucos energizantes, sucos para ajudar a emagrecer, outros que elimina toxinas e vários outros com diversas funções. Os exercí-cios físicos também se intensifi-cam para estar em forma para o verão, mas é sempre importante equilibrar as atividades físicas e a alimentação saudável. Para os exercícios na praia, deve-se lem-

brar a importância do chapéu, do protetor solar e de procurar realizar exercícios leves, sem muito esforço para não causar nenhum tipo de desgaste físico.

Dicas para um verão saudável Independente dos sucos, os

cuidados nesta época devem ser vários:

• Tomar bastante água.• Usar muito protetor solar.• Evite ficar em exposição ao

sol das 10h da manhã até as 16h pois os raios do sol podem danifi-car mais a pele.

• Consumir alimentos ricos em vitaminas e teor de água elevado; Exemplo, melancia, abacaxi, pera, pêssego, uva.

• Consumir quantidades meno-res de carboidratos (pães, arroz, macarrão).

• Trocar comidas mais pesadas por saladas, frutas, que são de fácil digestão.

• Continuar ingerindo proteí-nas (ovos, carnes brancas e verme-lhas, leites) mas em combinação com outros alimentos mais leves.

• Usar roupas claras também podem ser aliadas no combate ao calor extremo.

Esta tem o poder de emagrecer e limpar o organismo:

Ingredientes:2 folhas de couve manteiga1 maçã com cascaÁgua

Preparo:Bater tudo no liquidificador e tomar

Receitas de Suco Verde

Esta é uma das receitas mais procurada, o suco bronzeador:

Ingredientes:1 cenoura cozida1 copo de suco de laranja1 fatia de mamão1 fatia de manga1 copo de água de coco2 castanhas do Pará

Preparo:Bater tudo no liquidificador e tomar

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 27SAÚDE

Projeto Verão 2015

Com o verão chegando, as mulheres não perdem tempo para poderem exibir um corpo em forma de biquíni nas praias da região

A estética é uma das maiores exigências so-ciais. Se você está um pouco acima do peso,

por exemplo, já ganha comentá-rios indesejáveis. Por isso, perto do verão a procura por acade-mias e dietas alternativas é alta. Todos se preparam para deixar o corpo à mostra sem virar piada.

Para poder usar uma roupa de banho, frequentar praias e aguentar o calor, muitas pessoas recorrem ao exercício físico nos últimos meses do ano, tentando perder todos aqueles quilos ad-quiridos desde o verão anterior. Por isso, a movimentação nas academias aumenta cerca de 30% nos meses que antecedem a temporada.

O grande desafio encontrado para aqueles que querem exibir um corpo em forma na época mais quente do ano é a corrida contra o tempo. Para cuidar do físico é necessário treino cons-tante, fazendo exercícios aeróbi-cos, que fazem parte do cuidado cardiorrespiratório proporcio-nando mais resistência. Exercí-cio de força, para criar músculos e recuperar massa magra é o segundo fator, além da recupe-ração da flexibilidade das articu-lações. Por isso, entrar em uma academia poucos meses antes do verão, forçando seu corpo con-tra o tempo, pode não funcionar, além de ser perigoso.

Os riscos de lesões em ten-dões, músculos ou articulações, por exemplo, para quem está tentando a todo custo entrar em forma rapidamente é alto, podendo também trazer proble-mas respiratórios ou cardíacos. E quando isso acontece ou o re-sultado demora a tendência é a desmotivação. Por isso é bom aproveitar o embalo do verão e a vontade de ter o corpo em for-ma para adotar esse hábito de se exercitar todos os dias e propor-cionar saúde, além dos fatores estéticos.

O estudante de Engenharia Civil da Univali, Luis Felipe Ma-chado, já treina há dois anos e meio e concorda que o resultado vem com o tempo, que é o exercí-cio de cada dia que faz a diferen-ça e não fazer tudo de uma vez. Já Tiago d’Avila, acadêmico de Direito, entrou na academia há pouco mais de três meses, exata-mente para correr atrás do pre-juízo para o verão e diz já notar mudanças significativas no seu corpo, mas promete não deixar de se exercitar quando o frio es-tiver de volta.

Chegada do verão aumenta o número de pessoas nas academiasA incansável busca pelo corpo perfeito é difícil e para quem quer aproveitar a temporada em grande estilo há mais uma dificuldade: o tempo

Maria Eduarda Cagneti SilveiraFotos: Maria Eduarda Cagneti Silveira/SP

Aliados do exercício

O professor de Educação Física e coordenador da Fundação Mu-nicipal de Esportes de Balneário Camboriú, Charles Oliveira, alerta que um corpo bonito é também um corpo saudável. Por isso, a alimen-tação balanceada e o exercício físi-co andam lado a lado nesta busca. Se o objetivo principal for a perda de peso, só o exercício ou só a dieta nutricional não bastam, é preciso uni-los para que o resultado seja bom também para a saúde.

Mas em momentos de desespe-ro muitas pessoas vão atrás de die-tas que diminuam o peso rapida-mente, com o controle de calorias, eliminação de carboidratos ou restrição de certos alimentos. Esta não é a melhor forma de emagre-cer. A nutricionista Andrielle Petry explica: “Hoje em dia a mídia influ-ência bastante para que as pessoas vejam essas dietas como a fórmula de um milagre e a gente sabe que não funciona assim”.

Andrielle ainda acrescenta que a redução de calorias, como nas dietas de shake, que substitui uma refeição, pode diminuir o metabo-lismo, que faz com que a pessoa perca massa magra e músculos ao invés de gordura. Substituições como essa e a falta de certos ali-mentos trazem a deficiência de inúmeras vitaminas e sais mine-rais que são de importância vital e também estética.

Cuidados

Já que o assunto é a eficácia, é importante deixar claro o tempo hábil de mudança no físico e al-guns malefícios que métodos ar-riscados podem trazer. Para quem nunca fez musculação antes, as diferenças são notadas mais rapi-damente, dentro de quatro meses. Já quem parou de ir para a acade-mia e depois voltou aos exercícios a mudança é mais lenta, levando cerca de seis meses.

“Um treino contínuo é impor-tante, não pode ser aquele atleta do final de semana, tem que ter uma frequência boa na academia ou no esporte que você pratica”, afirma personal trainer Marcelo Raiter Mainardi. Segundo ele, é possível fazer um treino mais pesado perto do verão, mas apenas para aqueles que já praticam exercícios físicos durante o ano, evitando lesões.

O uso de anabolizantes tam-bém é alto nesta época, apesar de não ser um método saudável e trazer inúmeros malefícios, como a infertilidade, pressão alta, au-mento do colesterol ruim (LDL) e a diminuição do colesterol bom (HDL). Se a procura é por algo que complemente os exercícios e a boa alimentação, o caminho certo é o uso de suplementos, mas especia-listas alertam: apenas para quem já treina há um tempo, porque eles servem para recuperar energia e repor proteínas e vitaminas.

Mesmo as pessoas que já frequentam a academia por mais tempo aproveitam o incentivo do verão para aumentar os treinos

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201428 SAÚDE

Apesar de ainda não ser muito conhecida, a mu-sicoterapia teve seus pri-meiros registros após a

Segunda Guerra Mundial, quando os soldados ficavam não apenas com sequelas físicas, mas emocio-nais também. Especialistas des-cobriram que a música surtia um grande efeito no emocional dos feridos e então começaram estu-dos mais profundos sobre a música como terapia.

O primeiro curso universitário foi criado no ano de 1944 em Mi-chigan, mas chegou ao Brasil ape-nas em 1972, no conservatório de música do Rio de Janeiro. Bruna Pierami, musicoterapeuta formada pela FMU - Faculdades Metropo-litanas Unidas, de São Paulo, atua na escola Musiclin, em Balneário Camboriú, explica que o foco prin-cipal desta terapia é facilitar a fala e também amenizar a inibição com a ajuda da música. “Os elementos que compõe a música, como ritmo, melodia, vibrações e harmonia, quando utilizados por um profis-sional qualificado, ajudam na pro-moção de uma melhor habilidade das pessoas ao se expressarem”, afirma Bruna.

Quem pode se consultar

Pacientes com deficiências mentais, como a paralisia cerebral, são os mais atendidos, apesar de não ser exclusivo para tais neces-sidades. Pessoas com problemas emocionais, gestantes e idosos tam-bém são atendidas e podem fazer o procedimento em grupos, que bus-cam juntos por resultados: boa co-municação e perda da timidez. De acordo com Bruna, “a musicotera-pia pode atender pessoas de qual-quer idade, com patologia ou sem. Podemos atender crianças com di-ficuldade de fala ou um adulto que não tem, teoricamente, nenhum diagnóstico fechado”. Também são realizados atendimentos em em-presas, para melhor adequação dos funcionários que são mais tímidos. “Tem gente que não gosta de ir ao psicólogo porque tem que falar. En-tão, eles vêm para a musicoterapia para começar a entender o que está acontecendo e fazem a terapia mu-sical”, completa Bruna.

Como ocorre

O primeiro passo da terapia é a Anamnese, que é quando a te-rapeuta faz algumas perguntas para saber o que levou o paciente a procurar o tratamento, se o caso é patológico ou emocional. Depois, partindo para a parte sonora, faz-

Música gera bons resultados no tratamento de patologias e problemas emocionaisTerapia baseada nos elementos que compõem a música auxilia pessoas de todas as idades, com ou sem doenças

Musicoterapia

Mariana Paes NodariFotos: www.therhythmtree.com/Divulgação/SP

se uma entrevista para saber se há um som que não gosta e os estilos que prefere. “Perguntamos o estilo que gosta, mas não é nada limita-dor, temos que fazer essa entrevis-ta musical porque podemos usar um estímulo sonoro que talvez pio-re”, aponta Bruna.

Depois desta entrevista inicial, começam os processos musicais, que são divididos em ativos, que é quando o paciente realiza as ati-vidades junto com o terapeuta, e receptivos, que é quando apenas o terapeuta realiza as atividades para o paciente. O processo é mui-to variado, explorando os diversos elementos da música. “Temos vá-rias linhas na hora das consultas. Têm algumas práticas que a gente compõe com o paciente, outras a gente usa uma música já gravada e muda a letra, podemos usar mú-sicas sem letras, usando apenas a parte instrumental. Pode até não usar música, fazendo assim uma exploração dos instrumentos. O te-rapeuta dá o ritmo e o paciente vai criando em cima”, completa Bruna. O que se deve enfatizar é que o pa-ciente não precisa ter algum tipo de conhecimento musical, não precisa saber cantar ou tocar qualquer tipo de instrumento para poder fazer a terapia.

Resultados

A musicoterapia pode surtir efeitos já nas primeiras consultas ou pode levar algum tempo. Em alguns casos são determinadas o número de sessões para atingir um determinado objetivo. “A ideia é, com essas atividades, chegar ao ponto que precisa. O número de sessões depende do caso, depende de quando o musicoterapeuta dará a ‘alta’ ao paciente. Às vezes, com pacientes com determinada pato-logia, são atividades mais focadas. Assim, é possível determinar o número de sessões para chegar ao ponto determinado, como se fosse uma meta a ser atingida”, explica Bruna.

Vemos assim que a música traz muitos resultados tanto para aju-dar em um dia estressante quanto em algum tipo de distúrbio. Estudos recentes comprovam que a música ajuda também a amenizar a dor e se faz presente em tratamentos pós-traumáticos. O efeito em cada pessoa vai depender da história de vida, o que o fez procurar por aquele tipo de tratamento e o que ele está procurando. Mas vale res-saltar que esse é um procedimento que deve ser executado por um te-rapeuta formado ou especializado em musicoterapia, pois o assunto é sério quando se fala em saúde psi-cológica. Se música te agrada, use-a a seu favor.

Estudos recentes afirmam que foi neurologicamente comprovado que a musicoterapia auxilia no tratamento para amenizar até mesmo dores crônicas

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 29SAÚDE

Amor pra Down

Atendimento de Fisioterapia realizado na Associação, necessário para o desenvolvimento físico da criança com síndrome de Down

A Associação Amor Pra Down é composta por pais e profissionais que buscam desenvolver

programas para pessoas com síndrome de Down. Atualmente, os associados estão na faixa etá-ria de 0 a 40 anos. Fundada em abril de 2000 por um grupo de pais, possui atendimentos clíni-cos em fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia, as-sistência social e psicologia. Ain-da conta com atendimentos de neurologista, pediatra, psiquia-tra e dermatologista de acordo com a necessidade de cada pes-soa. A associação promove even-tos anuais, como macarronadas e feijoadas, com objetivo de ga-nhar recursos que auxiliem suas atividades e também a integra-ção entre associados, familiares e amigos da Amor pra Down.

A entidade realiza diversas atividades internas e externas. Em outubro, no Dia das Crianças, os associados desfrutaram de um dia divertido no Parque Ambien-tal de Balneário Camboriú, onde foi realizada a 2ª Gincana do Dia das Crianças entre pais, filhos e profissionais. Todos os meses, a associação conta com uma roda de conversa entre especialistas em síndrome de Down, pais e a comunidade, para discussão de temas levantados pelos res-ponsáveis. Com o intuito de ar-recadar recursos e informar a sociedade sobre os serviços da entidade, todo ano promovem uma festa de confraternização entre os associados, promoven-do a integração de pessoas com síndrome de Down.

Grupo de jovens e adultos

A coordenadora técnica da Amor pra Down, Jessica Pereira Cardozo, explica que a associa-ção possui também grupos de jovens e adultos com síndrome de Down, em que estimulam o desenvolvimento pessoal, a con-vivência com as diversidades, a discussão de temas da vida adul-ta, bem como o desenvolvimento para uma vida com qualidade. “São realizadas atividades exter-nas que estimulam o treino de atividades da vida diária, habi-lidades sociais e o exercício da autonomia”, conta Jessica.

3ª Jornada de Atualização

Juntamente com a Universi-dade do Vale do Itajaí - Univali, a associação promoveu em no-vembro um evento gratuito so-

Associação oferece serviços a familiares e pessoas com síndrome de DownLocalizada em Itajaí e Balneário Camboriú, a Amor pra Down visa à inclusão de pessoas com síndrome de Down na sociedade

Marília CordeiroFotos: Amor pra Down/Divulgação/SP

bre síndrome de Down. Foram abordados diversos temas, como o processo de ensino e aprendi-zagem e estratégias e atribuições às práticas escolares. O evento contou com palestrantes de re-nome e com experiência na área, buscando ampliar informações para profissionais, familiares e amigos.

Fonoaudiologia

Um dos principais acompanha-mentos terapêuticos que devem ser realizados com as pessoas com síndrome de Down é a fonoau-diologia. A Amor pra Down conta com profissionais desta área para melhor desenvolvimento dos mes-mos. A fonoaudióloga Mariane

Cordeiro é a responsável por este atendimento na sede de Itajaí. Ela atua com terapias fonoaudiológi-cas, desde avaliação, diagnóstico, prevenção, orientação e tratamen-to dos aspectos fonoaudiológicos. “Realizo diversos atendimentos clí-nicos, atendendo bebês, crianças e adolescentes que frequentam a associação”, conta Mariane.

Atividades externas realizadas pelo grupo de Jovens e Adultos da Associação

A síndrome de Down é causada por uma alteração genética, ligada a um excesso de material cromossômico no cromossomo 21. As pessoas com essa síndrome possuem 47 cromossomos em suas células, ao invés de 46. As manifestações são marcadas por características fenotípicas (ou físicas) e comprometimento neurológico. O diagnóstico pode ser realizado por avaliação clínica de médicos ou através de um exame, chamado cariótipo, no qual se analisa algumas células do corpo da pessoa. Mediante suspeita, o exame pode ser realizado durante o pré-natal ou após o nascimento. Uma das principais causas consideradas era a idade da mãe, pois mulheres acima de 35 anos tem uma probabilidade maior de terem filhos com síndrome de Down. Contudo, não se pode considerar somente este fator, pelo fato de muitas mulheres com idade inferior a 35 anos, terem filhos com síndrome de Down.

Síndrome de Down

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Psiquiatria

Mesmo com a doença, é possível levar uma vida normal, desde que o tratamento seja seguido à risca

Vera Hoffmann tem 43 anos e há cinco meses descobriu que possui Transtorno Bipolar

(TB). Há anos, a família já lida com a doença, pois o filho mais velho de Vera também a possuí. No entanto, o diagnóstico sur-preendeu a todos. Ela conta que na semana em que teve uma crise eufórica e precisou ser in-ternada sentia uma espécie de alegria exagerada e coragem demasiada. “É uma coragem fora do seu normal, por isso que o internamento tem que ser rápido. A gente não sabe mais o que está fazendo”, disse Vera.

O Transtorno Bipolar é ca-racterizado por ciclos de eufo-ria e depressão, sendo que uma pessoa adulta tem, em média, quatro ciclos por ano. Eles po-dem durar de semanas a meses. Ao contrário do que o senso co-mum sugere, as depressões e a euforias causadas pelo trans-torno são muito mais intensas do que as tristezas e alegrias cotidianas. Uma pessoa pode ficar triste e no mesmo dia se sentir feliz, assim como pode mudar de opinião sobre um as-sunto na mesma semana, isso não caracteriza bipolaridade. “Quando o quadro é mais sutil, nós consideramos a doença se os sintomas apresentados ge-ram sofrimento ao paciente ou a quem é próximo dele”, afirma o psiquiatra Carlos Chollet.

Este mal tem origens gené-ticas, porém, o uso de drogas, sejam lícitas como o álcool e a cafeína ou ilícitas como a coca-ína e o LSD, pode desencadear a doença e agravar seus sinto-mas. Casos de stress extremo e desequilíbrio hormonal tam-bém já foram relacionados com a doença. No caso de Vera, o transtorno é hereditário.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da Bipolari-dade é totalmente clínico, sen-do que não existem exames la-boratoriais ou de imagem que ajudem na hora de analisar o paciente. Quanto mais cedo o transtorno for identificado, mais fácil será o tratamento.

Geralmente, a doença se manifesta na adolescência ou início da vida adulta, porém há casos de bipolares em todas as idades. O tratamento é to-talmente medicamentoso, com remédios estabilizadores de hu-mor, e incluí acompanhamento psiquiátrico e psicológico cons-

Transtorno bipolar: um mal ainda desconhecido da maioria da populaçãoApesar de ser uma doença comum, o transtorno ainda é cercado de mistérios e preconceito por falta de informações

Kerolaine RInaldiFotos: Kerolaine Rinaldi/SP

dido com Déficit de Atenção e Hiperatividade, o que atrasa o início do tratamento correto, o que pode levar a alterações comportamentais permanentes durante a vida adulta.

Durante a adolescência, os sentimentos de revolta e inap-tidão social muitas vezes soma-dos à irritação e agressividade, comuns nesta fase, são ainda mais aflorados nos casos de TB. É necessário um acompanha-mento ainda mais próximo do paciente, para que ele não aca-be se envolvendo com drogas ou, em casos extremos, come-tendo suicídio.

A Organização Mundial da Saúde - OMS estima que 4% da população mundial possua Transtorno Bipolar. No Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas têm com a doença. Personali-dades famosas como a cantora Rita Lee e o ator Maurício Mat-tar, além do pintor Van Vogh, também já foram diagnostica-dos com o transtorno.

tante. A prática de exercícios físicos, terapias ocupacionais e o apoio da família também são essenciais. Entretanto, o mal não tem cura.

Rasna Pacheco, filha de Vera, conta que devido às va-riações de humor, o dia a dia pode ser complicado. “É preci-so ter bastante paciência, saber conversar e dar muito amor, porque muitas vezes a pessoa se sente sozinha demais”, conta Rasna. Os familiares do doen-te devem ser responsáveis por ajudá-lo a seguir o tratamento e a apoiá-lo, sem qualquer tipo de preconceito.

Transtorno bipolar na infância

Diagnosticar uma criança com bipolaridade é ainda mais difícil do que um adulto. Du-rante a infância, os ciclos de euforia e depressão são me-nos definidos. Muitas vezes, o Transtorno Bipolar é confun-

Vera conta com o apoio das filhas Raquel Hoffmann(D) e Rasna Pacheco para encarar os altos e baixos ocasionados pela doença

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 31COTIDIANO

Perfil

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201432 PERFIL

Nascido em Curitiba, fi-lho da Dona Luzinete e do Seu Agnaldo, Edu-ardo Deloski sempre

mostrou ser um menino deter-minado, responsável e, acima de tudo, apaixonado. Com apenas 7 anos, já cuidava da sua irmã Le-ticia, que tinha 2 anos, enquanto sua mãe trabalhava vendendo salgadinhos de porta em porta na capital paranaense.

O casal, com os dois filhos, decidiu se mudar para Curitiba-nos, interior de Santa Catarina, na intenção de ficarem mais pró-ximos da família, que morava no estado. Pouco depois, decidiram tentar a sorte em Camboriú, no litoral, na esperança de melho-res oportunidades de emprego.

Atualmente, morador do bairro Monte Alegre, em Cam-boriú, Eduardo vai todos os dias para a movimentada cidade vizi-nha, Balneário Camboriú. Com o som de seu violino, encanta quem passa por um dos prin-cipais pontos do centro do mu-nicípio. Eduardo, 18 anos, faz a diferença na vida de muitas pes-soas que passam em frente ao Shopping Atlântico ou trabalham lá, encantando a todos com sua serenidade e talento.

Como tudo começou

Fascinado pelo mundo musi-cal desde muito cedo, Eduardo ti-nha 11 anos quando comprou seu primeiro instrumento, uma flauta doce. Se dedicou e aprendeu a to-car sem ajuda de ninguém, e sur-preendia qualquer um com sua facilidade e interesse.

Alguns anos depois, ouviu pela primeira vez o som de um violino no fundo de uma música. Desde então, decidiu conhecer o instrumento, nada familiar e tão cativante. Como não tinha condi-ções de comprar um violino ou fazer aulas, Eduardo descobriu um curso gratuito de violão e teoria musical em seu bairro e decidiu se inscrever. Ele acredi-tava que os dois instrumentos ti-nham bastante semelhança, mas depois de algumas aulas, notou que eram completamente dife-rentes e ficou apenas nas aulas de teoria.

Felizmente, o garoto não de-sistiu de aprender violino. Gra-ças aos seus bons resultados na escola, havia ganhado dos pais, depois de muita insistência, um videogame PlayStation 2. O jo-vem optou por vender o apare-lho para comprar o tão sonhado instrumento.

A vida por trás da músicaJovem violinista mostra seu talento nas ruas de Balneário Camboriú para pagar o instrumento e ajudar na renda familiar

Artista de rua

Anna Paola ParanáFotos: Anna Paola Paraná/SP

Conhecendo pouco a respeito, acabou comprando um violino de baixa qualidade. Entretanto, seu entusiasmo e vontade de apren-der só aumentavam. Com a aju-da de um maestro de uma igreja, Eduardo teve seus primeiros en-sinamentos em relação ao novo instrumento e depois continuou as aulas de teoria musical. Seu professor e amigo Júlio o ensinou muito do que sabe. Após um tem-po, Júlio passou a ter problemas de saúde e Eduardo teve que se-guir seus estudos sozinho. Passou a procurar informações em livros e na internet e foi se aperfeiçoan-do por conta própria.

Com o intuito de comprar um violino melhor, passou um verão inteiro tocando na praia e arre-cadando o que dava. Achou um novo professor e começou a ter aulas com ele. Eduardo acabou comprando um violino do profes-sor, achando que era bom negócio. Infelizmente, depois da compra, mais uma vez se decepcionou com a péssima qualidade do instrumen-to. Mais uma vez, teve que ir atrás de informações e aperfeiçoamento sozinho, sem a ajuda de ninguém. Assim, foi aprimorando seu talen-to com muito esforço e buscando professores, mas nunca encontrou alguém que ele pudesse pagar.

Em frente ao Shopping Atlântico, na Avenida Brasil, em Balneário Camboriú, Eduardo toca diariamente

Eduardo, 18 anos, estuda violino diariamente em casa e já tem grande facilidade com o instrumento

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 33PERFIL

Pessoas que passam pelo local reconhecem rapidamente o talento do jovem violinista

Artista de ruaDesanimado em relação ao

fato de não poder bancar as au-las de violino que tanto almeja-va, Eduardo conseguiu comprar um sax soprano e começou a frequentar um curso gratuito do instrumento. Evoluiu tão rá-pido que ensinou seu próprio professor a fazer uma técnica chamada vibrato. Mesmo com todos esses resultados positi-vos, se interessava muito mais pelo violino. Após certo tempo, juntou uns trocados e comprou cordas novas para seu velho instrumento e voltou a tocar, para felicidade de quem hoje pode prestigiar seu dom.

A ideia de tocar na rua e os desejos para o futuro

A cada dia que passava Eduardo tocava melhor e ti-nha ainda mais interesse. Foi aí que sua mãe sugeriu, no iní-cio deste ano, que ele fosse to-car em algum espaço público, para assim conseguir dinhei-ro e finalmente comprar um violino bom e fazer aulas. No início, Eduardo não aceitou totalmente a ideia. Por ser tí-mido e perfeccionista demais, achava que não estava pre-

parado. Depois que tentou o primeiro dia e deu certo, não quis mais parar. Em poucos dias, percebeu que em frente ao Shopping Atlântico, na fre-quentada Avenida Brasil, era o melhor lugar para mostrar seu talento e tentar ser reco-nhecido por isso. As pessoas de imediato paravam para vê-lo tocar e os funcionários do shopping se sentiam privile-giados por chegar ao serviço e ter a oportunidade de acom-panhar tamanho talento.

Hoje, com o que ganha na rua diariamente, Eduar-do pode sustentar seu sonho de ser um grande violinista. Tudo o que recebe é usado para custear suas aulas e o violino novo que conseguiu comprar, além de ajudar nas despesas de casa.

Formado no ensino médio desde o ano passado, seu de-sejo agora é iniciar a faculda-de de música com bacharel em violino. Almeja ser um grande violinista, como Andre Rieu e David Garret. Além de querer construir uma família e viajar para muitos lugares, propor-cionando felicidade a quem puder através de sua música.

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201434 SEGURANÇA

Segurança

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 35SEGURANÇA

Fotos: Thais Lamin/SP

No mês de novembro, o 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM), junta-mente com a Prefeitura

Municipal, através da Secretaria de Gestão em Segurança e Inco-lumidade Pública, Associação de Ciclismo de Balneário Camboriú e Camboriú (ACBC) e a EcoRide promoveram em Balneário Cam-boriú a 1ª Pedalada da Segurança pela Paz.

Nem mesmo o intenso calor pôde desanimar a comunidade que, empolgada, pedalou da Pra-ça Almirante Tamandaré, seguin-do pela Avenida Atlântica até o Hotel Marambaia, retornando pela Avenida Brasil até a Barra Sul, onde foram realizados sor-teios de brindes finalizando com o Atlântica Ativa. Inusitada, a “lacraia” também esteve presen-te no evento, sendo considerada

a maior bicicleta articulada do Brasil, com capacidade para 32 ocupantes. Confeccionada pelos próprios funcionários do Atlân-tico Shopping em 2002, ela foi criada com o intuito de trazer ainda mais alegria para a cidade, chamando a atenção de todos ao longo do trajeto.

De acordo com Fátima Lima, superintendente do Atlântico Shopping, um dos patrocinadores do evento, Balneário Camboriú tem a característica de lazer e tu-rismo, por isso a importância de eventos como este serem realiza-dos. Para ela, é de suma impor-tância a realização de um even-to que preze, também, a saúde e que incentive o uso de bicicletas, sendo este um meio de transporte benéfico para todos. “Balneário Camboriú, para mim, é sinônimo de vida saudável”, completa.

Para Elisabeth e Adilson Sch-midt, casal que, atento, prestigiou o passeio ciclístico, a conscienti-

na saúde, priorizando o bem-es-tar do indivíduo que o utiliza e das pessoas a sua volta.

Segurança no trânsito

Com o objetivo de prover ain-da mais segurança para a comuni-dade, foi regulamentada infração pelo Departamento Nacional de Trânsito - Denatran a recusa ao teste do bafômetro, procedimento realizado para medir o nível de embriaguez do condutor que fez a perigosa combinação entre di-reção e álcool. Para a recusa são aplicadas as mesmas penalidades previstas no artigo 165 do Códi-go Brasileiro de Trânsito para o caso de embriaguez ao volante. A infração é considerada gravís-sima e pode incorrer em multa, recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo. A presente medida já se encontra em vigor em todo o estado de San-ta Catarina.

zação é importantíssima na pre-venção de todo e qualquer tipo de violência, de um modo geral. A comunidade também deve co-laborar, não apenas cobrando se-gurança dos órgãos responsáveis por esta. “Cada um de nós precisa fazer sua parte”, opinam.

Eliane Jimenez, participante do evento, considera fundamen-tal que uma cidade turística como Balneário Camboriú promova eventos vinculados ao Lixo Zero, caminhadas ecológicas, e, neste caso, o passeio ciclístico em nome da segurança e da mobilidade urbana. Os cidadãos se sentem envolvidos por esse tipo de ini-ciativa.

O comandante do 12º BPM, Te-nente-Coronel Marcello Martinez Hipólito, ressalta que, além de priorizar a segurança da comuni-dade, a 1ª Pedalada da Segurança pela Paz preza pela conscientiza-ção, esta que é fundamental para que se tenha um local com quali-

dade de vida para os moradores e turistas da região.

A proposta

O evento, pioneiro na região, trouxe a tona o cuidado e aten-ção que pedestres e condutores devem ter quando estiverem no trânsito. Com atitudes simples, diversos acidentes podem ser evi-tados e, consequentemente, dimi-nui-se o número de vítimas de-correntes da violência ao volante.

Sustentabilidade

Toda a estrutura do passeio ciclístico foi pensada de manei-ra ecológica e saudável, não ha-vendo espaço, desta forma, para bebidas alcoólicas, cigarros, po-luentes e afins. As bicicletas fo-ram a atração principal. Tal meio de transporte, além de não ser prejudicial à natureza, contribui para uma opção de vida com foco

Conscientização

Thais Lamin e Vanusa Schatt

Entidades promovem 1ª Pedalada da Segurança pela Paz em Balneário Camboriú

Prezando pela paz, o passeio ciclístico atraiu moradores e turistas da cidade e região em busca de conscientização

A Praça Almirante Tamandaré ficou ainda mais bonita com a presença de adultos e crianças, todos em prol da segurança no trânsito e da paz

A beleza da orla de Balneário deu um toque todo especial ao evento

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201436 SEGURANÇA

Em campanha, princesas da Disney aparecem dizendo: “Quando ele parou de te tratar como uma princesa? Nunca é tarde demais para por um fim nisso”

A palavra violência veio do Latim “violentia”, que significa “vee-mência, impetuosida-

de”, mas sua origem está rela-cionada com o termo violação. Ela é o uso da força ou do poder real em ameaça contra uma pes-soa ou grupo delas, resultando em lesões, danos psicológicos e morais e até morte. Dia 25 de novembro é o Dia Mundial da Não Violência Contra a Mulher, e apesar de décadas de luta elas ainda são um dos grupos mais vulneráveis à violência de to-dos os tipos.

Apesar de a violên-cia física ser a mais lembrada quando se usa esse termo, exis-tem vários outras formas dela. A psicológica é uma de suas va-riações e se trata de condutas que causam dano emocional e visam degradar ou controlar as ações de outro. Violência moral compreende qualquer ato de injúria, calúnia ou difamação. Uma das formas mais comuns de violência contra a mulher é a sexual, entendida como qual-quer ação que force a pessoa a presenciar, manter ou partici-par de relação sexual não dese-jada.

O delegado Alex Bonfim, que comanda a Delegacia de Prote-ção a Criança, Adolescente, Mu-lher e Idoso de Brusque, conta que a maior parte das ocorrên-cias registradas é de agressões físicas e crimes contra a honra.

Não à violência: brutalidade ainda fere mulheres no mundo todoPara marcar a passagem do Dia Mundial da Não Violência Contra Mulher lembramos a importância do combate a esse mal

Ele lembra que isso acontece em todas as classes sociais, mas que geralmente as mulheres de classe mais alta têm mais vergo-nha de denunciar. Ele ressalta a importância de investigar todas as histórias profundamente, de se fazer todos os exames, pois segundo ele, ainda que sejam casos raros, existem mulheres que “se aproveitam” da lei que as protegem. Durante os depoi-mentos as vítimas precisam re-lembrar e cada momento de dor e sofrimento, por isso elas têm atendimento com psicólogos. “Em casos de urgência, quando

Delegacias das três cidades, as reuniões ocorrem todas as se-gundas quartas-feiras do mês no auditório da Secretária de Saúde de Brusque.

Lei Maria da Penha e campanhas

Uma das maiores conquis-tas das mulheres nessa últi-ma década foi a lei que coíbe atos de violência doméstica, conhecida como Lei Maria da Penha. Essa norma que exis-te há 8 anos revolucionou o modo como a agressão contra mulheres é tratada no Brasil, permitindo prisões preventi-vas e assegurando o direito de proteção policial às vítimas. Desde então, também são fei-tas inúmeras campanhas para que as mulheres que sofrem abusos denunciem seus agres-sores.

Mas essas campanhas não se restringem ao território nacional. Esse ano, o artista do Oriente Médio, Saint Hoax, criou uma série de releituras das princesas da Disney, em que elas aparecem machuca-das. A intenção dessa campa-nha é alertar as pessoas para a violência doméstica e incenti-var as denúncias.

Segundo dados da Delega-cia de Proteção à Criança, Ado-lescente, Mulher e Idoso desde 2 de fevereiro deste ano até 25 de novembro, foram registra-dos 194 casos de ameaças con-tra mulheres e 185 denuncias de violência doméstica.

a integridade da mulher está em risco, elas têm direito a pro-teção policial”, explica Alex.

Segundo o delegado, quando os agressores são ouvidos, as principais justificativas apre-sentadas são que foram pro-vocados, estavam apenas se defendendo ou que é mentira da mulher, tudo “armação”. “A gente até já sabe o que eles vão dizer”, conta Alex.

Fórum Microrregional de Atenção às Violências

Para discutir sobre violên-

cia, os municípios de Brusque, Botuverá e Guabiruba forma-ram o Fórum de Atenção às Violências. Apesar de ser uma organização aberta, são pou-cos os membros da sociedade civil que participam. A presi-dente do Fórum, Gisele Haas, diz que essa falta de participa-ção ocorre pelas dificuldades na divulgação do trabalho.

O Fórum discute formas de intervenção e enfrenta-mento para todos os tipos de violência. Participam dele re-presentantes das Secretárias de Saúde, Conselho Tutelar e

Violência contra a mulher

Victória Severo

Imagens: Divulgação/SP

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 37SEGURANÇA

A câmera tem aproximação de 32 vezes. Ela também pode monitorar a Praia do Buraco, além de cerca de 90% dos 6 km da orla da Praia Central

Fotos: Carolina Santana/SP

O Corpo de Bombeiros de Balneário Cambo-riú colocou em teste uma câmera de alta

capacidade para a prevenção de afogamentos. A nova tecno-logia é novidade no Estado e tem aproximação da imagem em até 32 vezes, facilitando o monitoramento da Praia Cen-tral e da Praia do Buraco. A câmera está localizada no prin-cipal posto de bombeiros da praia, na rua 1400.

O objetivo da câmera é aju-dar no trabalho dos salva-vi-das, que poderão ver uma ocor-rência de forma mais rápida. João é guarda-vidas em Balne-ário Camboriú e confirma que olhando para o monitor conse-gue ver uma extensão de praia muito maior e com mais rapi-dez do que andando na praia. Para Tiago, guarda-vidas de Itapema, a câmera é um ótimo investimento, se tiver suporte e alguém qualificado monitoran-do a câmera 24 horas por dia.

Além de aperfeiçoar o traba-lho dos guarda-vidas, a câmera vai ajudar na falta de efetivo durante a baixa temporada. “A câmera não irá substituir um guarda-vidas, não há projetos para a diminuição de efetivo, é apenas para otimizar o traba-lho”, afirma o comandante do pelotão, o tenente Daniel Dutra. A câmera também será usada para filmar ocorrências para treinamentos e orientações.

O projeto do Corpo de Bom-beiros é monitorar as imagens em uma sala dentro do quartel, na Avenida dos Estados. Da sala de monitoramento, um guarda-vidas experiente e que conheça a praia irá verificar as imagens

pamentos e manutenção daque-les que já são usados são uma dificuldade.

Para o tenente Daniel Dutra, o Corpo de Bombeiros de Bal-neário Camboriú possui os me-lhores equipamentos do litoral catarinense e o melhor jet ski do Estado em relação a potên-cia e benefício, além das via-turas que passam por revisões preventivas. Ele reconhece que existe uma falta de manuten-ção nos postos de guarda-vidas, mas que já está planejada uma reforma na pintura interna e externa e uma melhoria elé-trica e na água e no esgoto dos postos.

Operação Veraneio

A Operação Veraneio acon-tece durante os meses de verão, nos quais o aumento de pes-soas nas cidades litorâneas é grande. A operação é feita em conjunto com o Corpo de Bom-beiros, a Polícia Civil, a Polícia Militar, entre outros órgãos de segurança. Apesar de Balneário Camboriú ser a única cidade que possui guarda-vidas o ano todo, ela também participa da operação.

Durante a baixa temporada, são cinco guarda-vidas dividi-dos em turnos que trabalham apenas no posto central da praia. Com o início da Operação Veraneio, esse número aumen-ta para 35 e são ativados todos os postos de salvamento.

A operação começa no mês de dezembro, porém os turis-tas já marcam presença na ci-dade. É nessa plataforma que a câmera está sendo testada e os turistas aprovam, dizem se sentirem mais seguros sabendo da existência dessa tecnologia inovadora.

das várias câmeras que os bom-beiros pretendem instalar. A dificuldade, segundo o tenente Daniel Dutra, é na transmissão dos dados para o quartel, além de não possuírem uma sala a disposição para os equipamen-tos. “Esse ano será testado o monitoramento no posto cen-tral e ano que vem planejamos uma sala específica para isso”, completa o tenente. Apesar de a câmera ser apenas para o mo-nitoramento da orla da praia, a ideia no futuro é integrar ou re-passar o controle das câmeras, após o expediente, para a Guar-da Municipal ou para a Polícia Militar para ajudar no controle de crimes durante a noite.

A câmera ainda é um proje-to piloto e a partir do dia 1º de dezembro recebe seus últimos equipamentos, um joystick e um monitor. Todos os aparelhos e a própria câmera foram com-prados com recursos do Fundo Municipal dos Bombeiros, que recebe as taxas da previsão de incêndios, alvarás e habite-se.

Não há data prevista para o funcionamento oficial da câ-mera. Ela continuará em teste durante toda a temporada e ao fim do verão será feito uma análise para saber se a nova tecnologia teve sucesso, se foi útil, se precisa ser melhorada e se os instrumentos foram sufi-cientes para o uso adequado. A expectativa é que o serviço seja adotado em outras cidades.

Só a câmera não basta

Os moradores da cidade aprovam a iniciativa, porém apontam outros problemas na praia durante o verão. Sérgio mora em Balneário Camboriú e frequenta a praia diariamente. Ele comenta que a falta de equi-

Segurança na praia

Carolina Santana

Câmera pretende ajudar no trabalho dos guarda-vidas de Balneário CamboriúTecnologia pioneira no Estado reduz o tempo dos salvamentos aquáticos e monitora cerca de 90% da orla da praia

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201438 ESPORTE

Educação

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 39EDUCAÇÃO

A Academia de Letras prevê que o projeto vai contribuir para o desapego das pessoas de doar livros, incentivando-as a compartilhar o saber

Desde o dia 23 de outubro, minibibliotecas estão es-palhadas pela orla, praças e espaços coletivos de Bal-

neário Camboriú. O projeto Leitura ao Ar Livre é o primeiro do LIC, Lei Municipal de Incentivo e Fomento à Cultura, que foi premiado no valor máximo de 30 mil reais. Nomeadas de BiblioCaixas, são uma realização da Academia de Letras de Balneá-rio Camboriú - ALBC, em parceria com a Fundação Cultural.

A iniciativa instiga as pessoas a saírem do marasmo e principal-mente da zona de conforto de não lerem por comodidade. Além de difundir o gosto pelo saber e esti-mular o desapego de fazer doações, a ação viabiliza o acesso financeiro e à leitura em momentos inusitados - como o de estar sentado em um banco da praia e poder ler um bom livro, sem hora marcada. De acordo com Miriam Almeida, presidente do ALBC, a princípio o objetivo era justamente acessibilizar a leitura, mas, com o tempo, essa percepção foi se expandindo. “Muito além dis-so, é mudança cultural e de para-digma. Existe um enorme desejo de medir até que ponto as pessoas têm consciência e quão corresponsáveis elas se sentem por esse projeto”, afirma Miriam.

A instalação das BiblioCaixas ocorreu entre os dias 22 e 23 de outubro, quando a campanha foi lançada. Elas funcionam como uma biblioteca comunitária, todas as pessoas poderão dispor dos li-vros, seja para ler ao ar livre ou no aconchego de sua casa. A ação também visa parabenizar a cida-de por seu cinquentenário, come-morado neste ano.

Os mais de mil livros que foram distribuídos nas minibibliotecas são resultado de doações. Em cam-panha, a ALBC fez parceria com a peça de teatro A Noite de Charles, onde foram arrecadados cerca de 600 exemplares a partir de doa-ções do público. Além destes, mais 800 livros provieram da Academia de Letras – 200 fornecidos pela própria entidade e 600 por uma integrante.

Balneário Camboriú é um dos destinos turísticos mais procurados no sul do Brasil. Mais de 4 milhões de visitantes vêm à cidade anual-mente, e este fator influencia ain-da mais na hora de implantar um projeto nas ruas, que seja de livre acesso à comunidade. Com isso, a preocupação com o zelo pelas mi-nibibliotecas aumenta. A ALBC en-cara os problemas de forma positi-va. “Nosso foco sempre vai ser em quantas BiblioCaixas estão inteiras e, esperamos que não aconteça,

Projeto incentiva à leitura com minibibliotecas comunitárias espalhadas pela cidade Iniciativa da Academia de Letras de Balneário Camboriú recebe valor máximo de patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura

Biblioteca de rua

Emanuela FerrariFotos: Emanuela Ferrari/SP

Qualquer pessoa pode fazer uso das bibliocaixas e contribuir com a iniciativa. Basta pegar ou deixar livros na minibiblioteca mais próxima

mas se for pra roubar, que as pes-soas roubem livros. Só vamos saber como será se fizermos a experiên-cia e acreditamos que é possível e ainda vale a pena investir no ser humano”, explica Miriam.

Para muitas pessoas, a iniciati-va é uma utopia, visto que os livros certamente serão roubados e as minibibliotecas vandalizadas. “As-sim como têm pessoas interessadas pela cultura e leitura, têm aquelas

que não dão valor. Mas creio que isso não vá atrapalhar tanto e que a preocupação será pequena perto do resultado positivo que as caixas trarão”, afirma Juliana Rosseti, es-tudante de psicologia.

A expectativa é que o número de BiblioCaixas se multiplique con-forme trouxerem resultados, e con-tinuem instaladas pelo tempo que estiverem dando certo. Além de im-plantar as BiblioCaixas em espaços

coletivos da cidade, a ALBC aposta em parcerias com condomínios, es-colas e universidades. E pretende integrar a comunidade por meio de recitais e rodas de contação de his-tórias em torno das minibibliotecas.

Qualquer pessoa pode con-tribuir para o projeto e fazer sua doação, basta deixar os livros na bibliocaixa mais próxima, o único requisito é que ele tenha classifica-ção livre.

No Centro: em frente ao Teatro Municipal Bruno Nitz, no Calçadão da Avenida Central, Vila do Artesanato e na prefeitura.Na Orla: Molhe da Barra Sul, Pontal Norte e Praça Tamandaré, e esquinas com as ruas 2101, 1301, 1101, 1001, 1500, 2500, 3100, 3700 e 4700.Na Avenida Brasil: em frente ao Atlântico Shopping, ao supermercado Big, e aos bancos Itaú, Caixa e Bradesco.Na Avenida do Estado: próximo ao Banco do Brasil, Corpo de Bombeiros, supermercado Angeloni, sedes da Polícia Militar e Itaú.Na 3ª Avenida: em frente à Celesc e ao Supermercado Imperatriz. Na 4ª Avenida: em frente ao Banco do Brasil e ao supermercado Angeloni.

Também estarão nos centros de saúde, clubes de idosos e de mães, associações, Parque Ecológico, Fórum e Conselho Tutelar.

Onde encontrar as BiblioCaixas

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201440 EDUCAÇÃO

Alunos do C.E.M. Ariribá acompanham as apresentações de dança do projeto Oficinas

Para concluir mais um trabalho anual de ativi-dades do projeto Ofici-nas, realizado no con-

traturno escolar pela Prefeitura de Balneário Camboriú, um dos eventos de conclusão promovido foi a Mostra de Dança, que ocor-reu nos dias 20 e 21 de novem-bro no Teatro Bruno Nitz. Tânia, 44 anos, secretária da Extensão Barra, um dos vários pólos da oficina na cidade, conta que o evento foi muito emocionante e que é lindo ver o entusiasmo das crianças em cima do palco e a preparação realizada durante todo o dia.

Tânia trabalha há 5 anos no projeto, e de seus 12 anos como servidora pública, ela agradece ao emprego no Oficinas. “É o melhor emprego que eu poderia ter em todos esses anos de traba-lho”, afirma Tânia. Assim como ela, os pais das crianças também se sentem muito agradecidos com o projeto, expressam isso por meio de presentes que en-viam aos professores como uma forma de dedicação aos seus fi-lhos. A Mostra de Dança no te-atro contou com a participação de crianças de todas as idades em várias modalidades de dan-ça, desde jazz até dança de rua.

Crianças que não puderam acompanhar as apresentações da Mostra de Dança no teatro re-ceberam algumas apresentações na própria escola onde estudam. Secretária do C.E.M. Ariribá, Ma-ria Aparecida conta que é uma honra ter a participação do pro-jeto na escola, e que é notável a melhora no desenvolvimento dos alunos com o auxílio das ofi-cinas do projeto. Ela lembra que começaram com aulas de ballet e hoje nem sabe de todas as ofici-nas que passaram por lá. “Uma das mais marcantes foi o ensino do idioma italiano para as crian-ças”, conta ela. Maria disse que foram eles que procuraram os projetos, já que ouve uma busca dos pais dos alunos para infor-mações de como matricular os filhos.

Outro evento que também aconteceu recentemente foi a Mostra de Teatro do projeto no teatro Bruno Nitz. Alunos de es-colas públicas e particulares do município de Balneário Cambo-riú, com idade entre 8 e 16 anos, apresentaram para a comunida-de local peças da literatura infan-til, como A Bela e a Fera, Alice no País das Maravilhas, João e Maria e Cinderela Encantada. O projeto de Extensão Atelier Solidário, dos

Projeto Oficinas encerra ano letivo com apresentações de dança e teatroProjeto realizado no contraturno escolar com crianças de Balneário Camboriú promoveu eventos comemorativos em novembro

Arte e Cultura

Gustavo VasconcelosFotos: Gustavo Vasconcelos/SP

Diretora do projeto, Ana Carolina Manhães nos conta um pouco mais sobre as atividades:

G - Qual sua Função, e Como funciona o Projeto Oficinas?A.C - Sou diretora do Núcleo de atendimento de contra turno - Projeto Oficinas. O projeto funciona como um contraturno da prefeitura municipal de Balneário Camboriú. Então as crianças que estudam de manhã, à tarde elas vão ao projeto e vice-versa.

G - Como as Crianças entram para o Projeto?A.C - As crianças tem que estar matriculadas em escolas, municipal, estadual ou particular, preferivelmente no município de Balneário Camboriú. Ao chegar ao Projeto as crianças podem escolher até três oficinas diferentes. E essas oficinas acontecem duas vezes por semana, com duração de uma hora por aula, esse é o nosso diferencial, as várias opções de escolha das crianças.

G - Quantas e quais oficinas o Projeto dispõe hoje? E onde?A.C - Só na sede nós temos 20 oficinas todas gratuitas e disponibilizadas pela prefeitura, que vai desde jazz, ballet, idiomas como inglês, francês, italiano, dança de rua, artesanato, teatro, e várias outras. Possuímos mais 9 polos que também dispõem de oficinas, alguns 7, outros 9,

outros 3, depende da demanda e estrutura do local. A sede fica em anexo ao Centro Educacional Municipal CAIC Ayrton Senna, no Bairro dos Municípios. e as expansões do Bairro da Barra, e centros educacionais municipais do Ariribá, Vereador Santa, Antônio Lúcio, Dona Lili, Giovânia de Almeida, CEJA, e Taquaras.

G - Como é a ligação de vocês com a escola das crianças? A.C - Nós temos uma ligação direta com toda a coordenação responsável, inclusive quando os alunos tem algum tipo de problema no projeto, entramos em contato com a orientadora do colégio e analisamos a situação da criança junto com a escola, e se necessário encaminhamos ela aos centros de referência de assistência social, ou encaminhamos ao psicólogo, tudo acompanhado dos pais e escola.

G - Em sua análise então, qual real importância do projeto na vida dessas crianças?A.C - O projeto oficinas tem uma composição pedagógica e educacional, todas essas crianças recebem uma ficha de avaliação e são avaliadas uma vez a cada semestre. Então, é uma forma delas entrarem em contato com a arte e cultura de forma lúdica, dentro de um trabalho que está todo embasado pedagogicamente, com professores preparados para atender as necessidades das crianças conforme a faixa etária.

Cursos de Design da Univali, con-feccionaram todos os figurinos.

Livia de Piero Pereira, 29 anos, está desde o ano passado no projeto. Professora de jazz que se vê nas próprias alunas, ela diz o quão importante foi o apoio dos pais na escolha da dança como profissão. “Ees-sa experiência de ter crescido nesse universo me torna mais sensível para compreender a dificuldade e limitação de cada aluno, tomando como base meu próprio crescimento, já que eu não tinha talento e várias limi-tações”, conta Livia. Mesmo as-sim, ela lutou para se tornar a bailarina que é hoje, e por isso se sente totalmente completa no que faz.

Maiara Regis conta que a fi-lha, de apenas 6 anos, entrou esse ano no projeto e que esse tempo foi o suficiente para a filha se desenvolver. A menina era muito tímida e introverti-da, e após entrar nas oficinas, ela ficou mais desinibida. “Ela adora ficar no meio de outras crianças e agora tem um conta-to maior com os professores. O projeto foi essencial para esse desenvolvimento positivo dela. Os profissionais do projeto estão de parabéns”, conclui a mãe.

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Esporte

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201442 ESPORTE

Ingressos esgotados, arqui-bancada lotada. Centenas de torcedores vestindo as cores do time, embalados por gritos

de guerra e batidas de tambor. A cidade se prepara: vai rolar a bola no Complexo Esportivo de Timbó, mas desta vez, a bola é oval.

A população de Timbó, cida-de de pouco mais de 36 mil ha-bitantes, viu crescer nos últimos 7 anos o esporte coletivo que é fenômeno nos Estados Unidos: o futebol americano. Hoje, o T-Rex, time fundado pelos irmãos Breno e Bruno Takahashi, é destaque no Torneio Touchdown, a maior liga nacional de futebol america-no. A equipe é a única invicta na competição e vai disputar a final do torneio. Para chegar às semi-finais, conequistou mais uma vi-tória segura contra o bicampeão Corinthians Steamrollres.

Com o apoio da torcida, o T-Rex vem causando inveja aos rivais dentro e fora de campo, mas nem sempre foi assim. No começo de sua história, ainda como Timbó Rhinos, a participa-ção da torcida, bem como as con-quistas da equipe, era limitada. O Diretor-Social e ex jogador Fá-bio Melere relembra que no iní-cio somente a família e alguns amigos dos atletas compareciam aos jogos. Dentro deste contexto, o trabalho de marketing desen-volvido pela diretoria teve papel determinante. “O boom na tor-cida aconteceu quando come-çamos a investir nas crianças”, afirma Fábio.

Profissionais da área de co-municação compõem a diretoria do T-Rex e começaram, há cerca de 3 anos, um árduo trabalho visando atingir as crianças e fazer do evento um atrativo à parte. “No começo é um pouco complicado vender um produto que ninguém conhece”, comenta o vice-presidente e responsável pelo marketing da equipe, Bre-no Takahashi. Foi diante desta realidade que a preocupação com a profissionalização do es-porte fez toda a diferença e aos poucos as concepções precipita-das foram caindo por terra.

Camila Peixer, integrante da diretoria e voluntária durante os eventos do T-Rex, diz sentir na pele a mudança ocorrida nas arquibancadas: “É até engraça-do. Há um tempo o pessoal tinha um pouco de preconceito com o futebol americano, porque não entendia como funcionava. Hoje, escutamos gente falando ‘ah, eu não gosto mais de fute-bol, agora meu esporte favorito

Futebol americano vira febre em Timbó e coloca T-Rex como favorito a título nacionalDestaque dentro e fora de campo, equipe T-Rex vem surpreendendo a todos pelo apoio e participação da torcida nos jogos

Futebol americano

Daiane de SouzaFoto: Daiane de Souza/SP

reconhece que esta é equipe que mais apoia a causa. “Os garotos estão respondendo bem, é incrí-vel”, assegura Clair.

Danilo Cardoso, atleta de 18 anos, participa do projeto Rex Jr. desde os 16. Mesmo se tratando do país do futebol, o jovem acre-

A população de Timbó deixou-se conquistar pelo futebol americano e hoje forma uma das torcidas mais apaixonadas e fanáticas do Brasil

é o futebol americano’”.

Trabalhados desenvolvidos

Dentre todas as mudanças ocorridas na história do T-Rex e do Futebol Americano em Tim-bó, arrisca-se dizer que a mais acertada delas foi ter colocado em foco as crianças. Através de visitas às escolas e investimen-tos na base, com a criação do Rex Júnior, os frutos começaram a ser colhidos.

O novo esporte caiu nas gra-ças da criançada e automatica-mente os pais começaram a ir ao estádio, convidando seus amigos e conhecidos. Foi frequentando os jogos que as famílias percebe-ram que o futebol americano vai além da imagem brutal e violen-ta que se imagina – é um esporte muito bem preparado, capaz de conquistar qualquer um.

A admiração das crianças é perceptível. Fábio Melere relata que durante as visitas às escolas é comum os jogadores darem autógrafos e tirarem fotos a pe-dido dos pequenos torcedores. As professoras comentam que em desenhos livres a figura que mais aparece é a do dinos-sauro Dino, mascote do time, e que está cada vez mais comum

vê-los brincar de futebol ameri-cano durante os recreios.

Conseguindo equipamentos, aprovando projetos e atraindo cada vez mais integrantes para o grupo, hoje a escolinha de fute-bol americano do Rex conta com 50 crianças e jovens, entre 6 e 18

anos. Um dos destaques da com-petição, eleito MVP pelos técni-cos do Torneio como melhor jo-gador de ataque, Clair José Simão é o atual professor das categorias de base do time timboense. Ten-do passado por outros dois clu-bes antes de chegar ao Rex, Clair

Timbó é berço da maioria dos jogadores, que superam todas as dificuldades em nome de um desejo em comum: jogar pelo T-Rex e representar a cidade

Foto: Larissa Dalsenter/SP

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 43ESPORTE

Futebol americano

dita que é o futebol americano que oferece mais oportunidades para quem deseja se profissio-nalizar no esporte. Sua maior referência é o coach Amadeu Salvador que, assim como Da-nilo, também começou sua his-tória no Rex. Ao ser perguntado sobre o seu futuro com o futebol americano, Danilo não hesita: “Com certeza é o que eu quero pra mim”.

Fator local

O T-Rex deve muito dos seus resultados à Timbó. A cidade é berço de pelo menos 70% dos integrantes da equipe. Jovens como Diego Luiz, 19 anos, que atua como Wide-Receiver, des-taque na vitória que garantiu a vaga na semifinal da competi-ção, marcando dois touchdowns ainda no primeiro quarto de jogo, contra o Corinthians.

Outro jogador de destaque, eleito um dos melhores defenso-res desta edição do torneio e ca-pitão da defesa do Rex, Laércio Anacleto começou sua história nos gramados de Timbó. O atle-ta é natural da cidade e acom-panha a equipe desde sua fun-dação, há 7 anos. Laércio viu de perto o aumento de público nas arquibancadas. “Eu fico muito feliz, é um sinal do nosso cres-cimento”.

O coach Amadeu Salvador, um dos treinadores mais elo-giados nesta edição do Torneio Touchdown, começou sua traje-tória no futebol americano ten-do no T-Rex seu primeiro e, até então, único time. “O Rex é mi-nha origem. Joguei algum tempo

na Seleção Catarinense, mas foi com o Rex que eu aprendi tudo que sei”, comenta o técnico tim-boense. Sobre os últimos resul-tados da equipe na competição, Amadeu aposta em um fator de-terminante: a vontade dos joga-dores. “Eu mostro pra eles que é possível ser campeão, mesmo sendo uma cidade pequena”.

A equipe T-Rex é majoritaria-mente voluntária. “São poucos os que recebem salário para jo-gar, a maioria ganha apenas aju-da de custo”, complementa pre-sidente do time, Igor Rick, que junto com a diretoria busca for-mas de auxiliar os atletas, ofere-cendo-os estrutura de qualidade e suporte com nutricionistas, academia e fisioterapeutas.

Segundo o treinador Ama-deu Salvador, a motivação é o grande diferencial do futebol americano. “O que motiva o atle-ta é maior que o próprio dinhei-ro, é a vontade de estar aqui, de jogar”.

Torcida

De todas as conquistas do T-Rex, a torcida é provavelmente a mais valiosa. Quem vem pela primeira vez ao Complexo Espor-tivo de Timbó se surpreende. “Eu não conhecia nada sobre futebol americano, vim a convite de ami-gos e me apaixonei. A vibração da torcida é contagiante”, comenta Gabriel Viebrantz, que assistiu ao jogo T-Rex x Corinthians.

Carla Takahashi, voluntária e torcedora do Rex, diz que não precisa ser um expert em fute-bol americano pra acompanhar os jogos. “Para quem não enten-de nada do esporte, se vier só pela torcida, já sai ganhando”. O americano Daivid, técnico da defesa do T-Rex, classifica como ‘maravilhoso’ o incentivo dado à equipe, superando qualquer expectativa. “Não é só a orga-nização e a diretoria que estão comprometidas com o futebol americano. A cidade, o prefeito, a Fundação de Esportes, os pa-trocinadores e a torcida - todos abraçaram a causa do T-Rex”, assegura Daivid.

Sempre participando dos jo-gos e abraçando o time, a torcida

do T-Rex é considerada uma das mais fanáticas do Brasil. A pro-fessora Camila Bona, uma das responsáveis pela Torcida Or-ganizada Rex, trouxe os instru-mentos de fanfarra da escola na qual trabalha para a arquiban-cada e, junto com alguns amigos, passou a incentivar a equipe em todos os jogos – tanto dentro quanto fora de casa. Como tor-cedora, Camila se sente um pou-co responsável pelo sucesso da equipe. “A gente manda energia, não os deixa desanimar”. A tor-cida é movida por muito amor e dedicação ao T-Rex. “Todo mun-do leva a sério, pega junto e está com o Rex até o fim”, aponta Ca-mila.

De dentro do campo, joga-dores e comissão técnica rece-bem as vibrações que vêm da arquibancada. “A empolgação do time é outra, a torcida é de-terminante”, afirma o Coach Amadeu Salvador. O Linebacker Laércio Anacleto explica o que sentem os atletas quando jogam em casa, com o apoio da torcida: “Ver o pessoal gritando o nome do T-Rex e a empolgação com que eles torcem faz com que a gente ganhe ânimo dentro de campo, para chegar ainda mais longe”.

O coach americano Daivid resume a importância da torci-da para o T-Rex: “Jogar em casa com uma torcida assim faz toda a diferença para o time. Porque a gente quer dar satisfação à estas pessoas, queremos que se orgulhem e digam ‘esta é minha cidade, o meu time’. Afinal, ‘To-gether we stronger’ (juntos so-mos mais fortes)”.

O dinossauro Dino é marca registrada nos jogos do T-Rex, responsável por animar a torcida

Fotos: Larissa Dalsenter/SP

A torcida do T-Rex vem fazendo bonito durante esta temporada, emocionando tanto jogadores quanto quem vem ao estádio pela primeira vez

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201444 ESPORTE

Na teoria, Seu Maneca fez parte de mais da metade da história do Marcílio Dias; na prática, porém, sua representação para o clube vai muito além disso

Dizem alguns que o fute-bol não passa de 22 jo-gadores correndo atrás de uma bola. Em sua

concepção como jogo, talvez es-ses estejam corretos. Mas quando tratamos o esporte de maneira devida, valorizando cada detalhe que o faz um fenômeno mundial, percebemos que vai muito além disso. São nos seus detalhes que a verdadeira história é escrita, e é aqui que entram os personagens folclóricos: Manoel Theotonio Santana, um ícone do Clube Náuti-co Marcílio Dias, é um deles. Único morador do Estádio Hercílio Luz - sua casa é literalmente embaixo da arquibancada -, lembranças é o que não faltam para a lenda viva do clube.

Primeiros passos

O Marinheiro, fundado em 1919, tem 95 anos; seu Maneca - como é conhecido dentro da agre-miação - fez parte de 53 deles. O ano era 1961 e o então massagista do antigo Sociedade Estivadores Esporte Clube já recebia sonda-gens para se juntar ao rubro-anil, mas relutava, muito pela rixa que existia entre as duas equipes. Em 62, porém, foi convencido e se mu-dou para o outro lado da cidade. “Não gostava do Marcílio, foi difí-cil me tirar de lá [Estivadores EC], mas acabou dando certo e o resto todo mundo já sabe”, conta.

Seu Maneca: de antigo rival à lenda viva do Clube Náutico Marcílio DiasNo Estivadores, Manoel começou como adversário no Municipal, mas foi no rubro-anil das avenidas que acabou fazendo história

Ícone Marcilista

Lucas FilusFotos: Lucas Filus/SP

mo tendo sucesso longe do Brasil, e Manoel faz questão de lembrar dis-so: “Ídolos? Muita gente boa passou por aqui, se for pra citar todo mun-do preciso de muito tempo. Atletas que saíram pra fora como o já fale-cido ponta direita Jairo [Lenzi], ou-tros como o Gelson [Silva, ex meio-campista que hoje é treinador]. Difícil é te dizer qual foi o melhor, mas acho que o Marcílio sempre teve muitos bons jogadores, ainda tem e é capacitado para produzir muito mais”.

Quando o assunto remete a partidas que ficaram marcadas na história, a memória de Maneca já não ajuda para serem contadas com precisão, mas uma data ou outra são “impossíveis de tirar da cabeça”. Caso do confronto diante do Criciúma, uma das principais forças do estado: “Uma vez precisá-vamos ganhar deles por dois gols de diferença, fora de casa, no Heriber-to Hulse, e conquistamos o resulta-do faltando uns 5 minutos para o final do jogo”, lembra.

Relata também quando, em ou-tra edição do Campeonato Catari-nense, eliminaram o Joinville com um tento nos momentos derradei-ros: “O jogo era lá [fora de casa] e fo-mos para o intervalo perdendo por 2 a 0, a missão parecia impossível… mas fomos pra cima e chegamos ao empate já nos acréscimos”.

Torcida

O futebol nunca foi, não é e nem será o mesmo sem o torcedor apoiando nas arquibancadas. Inde-

pendente da qualidade das equipes ou do estádio, a festa é a mesma e seu Maneca ressalta esse pon-to, mas lembra, com tristeza, das brigas que não param de ocorrer. “Naturalmente o esporte trás riva-lidade, mas isso temos que deixar dentro de campo, esquecendo tudo lá fora. O futebol foi feito para tra-zer amizades e formar amizades, e é por isso que queremos o fim da guerra das torcidas”.

Perguntado sobre as famosas e divergentes Organizadas, as aponta como um ponto fraco no clube: “O Marcílio foi suspenso por três par-tidas por um problema no último jogo. A torcida em Itajaí apoia, o torcedor gasta seu dinheiro mas me desculpe, a organizada [Fúria Mar-cilista, fundada em 1999] só vem dando problema. Dificulta, causa punições, perda de pontos… coisas que definitivamente não podem acontecer. Acho que a intenção de-veria ser o crescimento da equipe, não a queda, como tem sido”.

Presente

Hoje em dia, aposentado da profissão de massagista, Maneca diz que anda um pouco afastado dos negócios do Marcílio. Mas é comum sua aparição em uma ou outra partida, seja minimamente envolvido com a organização ou apenas como torcedor. Algo que ele sempre foi, apesar do profissiona-lismo demonstrado em todos esses anos. Porque, como o próprio diz, se “antes um rival, agora uma parte do meu coração”.Histórias, homenagens e arquivos marcantes não faltam na prateleira deste personagem do futebol catarinense

Memórias

São mais de cinco décadas tra-balhando nos bastidores do clube - mesmo que agora tenha se afastado oficialmente -, e como não podia ser diferente, Maneca tem lembranças vívidas de cada esquadrão marcan-te que o Cílio teve em sua história. Perguntado sobre o histórico time de 1995, que alcançou as semifinais

do Torneio Mercosul, conta: “Era um time realmente com ótimos atletas, só que o plantel era peque-no e no final das contas machuca um, outro é suspenso e a equipe vai ficando pequena. Mas fomos campeões de três taças nesse ano. O futebol tem dessas coisas”.

São diversos jogadores marci-listas que acabaram saindo para grandes clubes nacionais e até mes-

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 45ESPORTE

Esportes da mente

A etapa de Itajaí, realizada no Palace Hotel Sandri, recebeu 309 participantes nos três dias de evento

Esqueça as embarcações do porto, o mercado pú-blico e até mesmo o ba-rulho ensurdecedor da

torcida do Marcílio Dias em jo-gos oficias. A grande novidade da cidade de Itajaí é o Pôquer. O esporte que possui aproximada-mente quatro milhões de jogado-res espalhados por todo o Brasil teve pela primeira vez uma etapa do Circuito Catarinense realiza-da na cidade peixeira, a etapa aconteceu no mês de outubro no Centro de eventos do Palace Hotel Sandri.

O único barulho que se es-cutava no local eram das cartas sendo distribuídas e das apostas sendo feitas, o que pode causar estranheza a quem não conhe-ce pôquer. Mesmo com o grande número de adeptos por todo o Brasil, muita gente ainda pensa que para se dar bem no pôquer você precisa apenas de sorte ou de carregar objetos como pés de coelhos, ferraduras, trevos de quatro folhas ou qualquer outro coisa que afaste o azar. Porém, ao invés de sorte, um bom jogador deve ter disciplina emocional, ra-ciocínio lógico e principalmente concentração. Afinal, uma jogada mal pensada pode colocar tudo a perder.

Os mais acostumados com jo-gos como caxeta, truco e canastra estranhariam o cenário. Ao invés de gritos e tiração de sarro, o si-lêncio perdurava pelo auditório do hotel Sandri. Quatorze me-sas com nove jogadores em cada uma se espalhavam pelo espaço. Mesmo com as diferenças sócio culturais entre os participantes, um fator era comum a todos: o semblante sério de quem não es-tava ali para perder. Afinal, não era apenas um hobby que estava em jogo, mas sim um belo prêmio de vinte mil reais e a certeza de estar entre os melhores jogadores de pôquer do estado.

Mesmo sendo palco do espor-te pela primeira vez, Itajaí foi uma bela casa para os jogadores. No lotado centro de eventos do hotel, a cidade entrou para a his-tória do pôquer no estado tanto por sediar ineditamente uma das etapas do Circuito Catarinense como também pelo grande nú-mero de inscritos. Com o bom de-sempenho, a cidade ficou com o posto de terceira maior etapa do circuito em 2014.

A competição contou com a participação de 309 jogadores vindos de Norte a Sul de Santa Catarina. A premiação aos gran-des vencedores chegou ao total

Itajaí recebe pela primeira vez etapa do circuito Catarinense de PôquerFase realizada na cidade peixeira teve desempenho satisfatório e deixou a etapa entre as três maiores realizadas este ano

Lucas RosaFotos: Lucas Rosa/SP

média de trezentos atletas por etapa e pouco mais de sessenta mil reais em prêmios. O desempe-nho da competição colocou Santa Catarina em destaque nacional, sendo considerado um dos maio-res circuitos do país.

A participação de cidades como Itajaí, que até pouco tem-po atrás pouco se envolviam com tais modalidades, reforça uma tendência nacional de expansão do pôquer. O grande crescimento do esporte no território brasileiro acontece principalmente através dos sites de jogos online, como o Pokerstars, que perceberam no Brasil um mercado promissor, onde vale a pena investir. Se-gundo a Confederação Brasileira de Texas Holdem, o Brasil conta hoje com pouco mais de quatro milhões de jogadores com idade entre 18 e 25 anos, o que mostra um grande crescimento no núme-ro de participantes nos últimos oito anos. Em 2006, o Brasil con-tava com pouco mais de cem mil jogadores.

de oitenta mil reais e o campeão da etapa levou para casa um belo cheque no valor de vinte mil. A etapa foi dividida da seguinte ma-neira: eliminatórias na sexta e no sábado e a grande final no domin-go. O torneio ainda previa uma nova chance aos desclassificados.

Quem ficou de fora das finais pôde participar dos campeonatos Mix-Game e Second Chance.

A etapa de Itajaí foi à sétima do ano. O Circuito que passou por Florianópolis, Balneário Cambo-riú, Blumenau, Laguna, Chapecó e Jaraguá do Sul, terá a grande fi-

nal realizada no dia 12 de dezem-bro, na cidade de Timbó. O Circui-to Catarinense é organizado pela Federação Catarinense de Texas Hold´em, instituição que entrou em atividade no ano de 2010 e vem crescendo cada vez mais. No ano passado, o campeonato teve

Os três campeões da etapa de Itajaí. Ao Centro Fabio Eiji, à esquerda Ricardo Luiz da Silva e à direita Paulo Cesar da Silva

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201446 ESPORTE

Futebol amador

Presidente e capitão Leonel de Souza é um dos fundadores do Fiúza Lima, mesmo com a idade não deixa de jogar um final de semana

Existem muitos amores na vida de uma pessoa. Mas um amor que está presente na vida de to-

dos quase todos os brasileiro é o futebol. Mas não é só aquele futebol profissional que passa na televisão, mas também o amor pelo futebol de várzea.

O amor pelo time do bairro, aquele que os jogadores não re-cebem para jogar, que jogam pela camisa com raça e amor, que correm e doam o sangue mais do que aqueles que rece-bem para jogar. Os atletas vão de bicicleta ou a pé, todos são vizi-nhos da sedo do clube.

Esse é o futebol amador, o da várzea, que atrai para o campo que muitas vezes não tem ar-quibancada, torcedores que na maioria das vezes são os fami-liares. Mas não deixam de torcer pelos atletas amadores.

Uma destas histórias de amor é a do Grêmio Esportivo Fiúza Lima, fundado em 16/08/1948 na cidade de Itajaí. Foi criado para oferecer esporte e lazer aos seus associados.

Os grandes bailes

E para atrair pessoas a fre-quentarem o local, a associação realizava grandes bailes que até hoje são famosos em Itajaí. Na época das grandes sociedades itajaienses, o G. E. Fiúza Lima era uma das quatro maiores, jun-tamente com a Sociedade Guara-ni, a Sociedade da Vila e o Clube Tiradentes.

Além de organizar bailes se-manais, o Fiúza Lima tinha como atração principal os bailes de carnaval. Os adolescentes daque-la época compareciam em peso nas tardes dançantes que ali aconteciam. Por não terem idade para festas noturnas, eram nes-sas matinês que eles dançavam e se divertiam.

Caso de Humberto Ricardo, que frequentou o Fiúza Lima du-rante toda a sua juventude. “O lo-cal era simples, mas era uma das poucas opções de diversão para os adolescentes. Eu tinha 17 anos, então não podiam ir às festas que aconteciam à noite. As tardes dançantes eram o começo da vida social de um adolescente naquela época”, conta Humberto.

Futebol

Na área esportiva, a princi-pal atividade esportiva sempre foi o futebol. O clube participa até hoje do Campeonato Amador,

Grêmio Esportivo Fiúza Lima completa sessenta anos de história no futebolClube já foi um dos grandes da sociedade de Itajaí e atualmente é um dos mais tradicionais em atividade no município

realizado pela Liga Itajaiense de Futebol. Nos anos 80, começou a era das discotecas, o som mecâ-nico, com isso os bailes promovi-dos na sede do Fiúza Lima foram perdendo a força e deixaram de existir. Assim, o Fiúza e outros clubes perderam sua força. Após o encerramento dos bailes, a úni-ca atividade do Fiúza passou a ser o Futebol.

Mas a alegria voltou ao bair-ro. Em 1960, o Fiúza Lima con-quistou o seu principal titulo, o de Campeão do Centenário da Cidade. O torneio foi realizado quando Itajaí completou 100

Douglas SchinattoFotos: Douglas Schinatto/SP

anos. O Marcilio Dias, único clu-be profissional da cidade nos dias de hoje, foi campeão da categoria profissional e o Fiúza Lima ficou com o título no Amador.

O Grêmio Esportivo Fiúza Lima conquistou mais dois títu-los do Campeonato Amador em Itajaí, em 1982 e 1994. Porém, nos anos 2000, por falta de estru-tura e falência de muitos times da cidade, o Fiúza passou por momentos difíceis no futebol e ficou um bom tempo sem parti-cipar do Amador. Mas o clube se reestruturou e voltou a disputar o torneio em 2011.

Hoje, o G. E. Fiúza Lima conta com três categorias: a escolinha de futebol, que é comandada pelo ex-jogador de futebol Cesar Camarão, o time amador, que disputa o campeonato da Liga de Itajaí, e o time dos veteranos, que foi fundado em agosto de 1983 por um grupo de ex-atletas amadores do Fiúza.

Veteranos

O time de veteranos do Fiúza Lima é um dos mais famosos da cidade. Esses ex-atletas jogam por amor a camisa. Mesmo estando

acima da idade e do peso e sem aquele vigor físico de antigamen-te, eles não faltam aos jogos e nunca param suas atividades.

Os veteranos têm atividades todas as semanas, possuem um calendário anual de jogos, en-frentam equipes de toda a região. E após os jogos sempre tem uma confraternização entre os atletas. Não importa o resultado e quem jogou mal ou bem, depois que o juiz apita, o que vale é a brinca-deira com os amigos e uma cerve-ja. Como conta o atleta Cristiano Souza, que está há seis anos no time.

“Estou machucado no mo-mento, então estou afastado dos gramados, mas todo o sábado na hora do jogo fico com o celular na mão para saber como está o jogo, quem fez gol, fico atento a todos os lances que me passam. E quan-do o jogo é em casa, eu ajudo na correria de comprar a comida e organizar a sede para fazer uma boa janta aos visitantes. Quando o jogo é cancelado por algum mo-tivo, estraga o meu sábado, sinto falta da resenha e dos amigos”, conta o atleta.

Um dos jogadores mais anti-gos do Fiúza é o Presidente Leo-nel de Souza, que tem 54 anos de história no clube e foi um dos fun-dadores do time de veteranos. “O Fiúza já faz parte da minha vida, toda a minha família já sabe que não pode contar comigo aos sá-bados, pois tenho compromissos com o clube. Hoje não me imagi-no passando um sábado longe de meus amigos, das brincadeiras, do futebol e da confraternização após os jogos”, conclui o presi-dente.

Veteranos realizam todos os sábados jogos, sempre com uma confraternização ao fim do jogo, a tradição dura mais de 20 anos

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 2014 47ESPORTE

Handebol

Os vencedores dos Jogos Universitários Brasileiros superaram equipes de grande estrutura. O time da Univali era um dos mais jovens do torneio

A torcida de Balneário Camboriú não enche as arquibancadas, mas a energia no ginásio visi-

velmente contagia os atletas, que gritam e xingam a cada ponto dis-putado. O barulho dos tênis ras-pando na quadra se mistura aos gritos de “Itajaí, Itajaí” ecoados pelos torcedores do Ginásio Ga-briel Collares. Ao final dos trinta minutos de jogo, vitória por 33 a 24 para o time da Univali/Balneá-rio Camboriú sobre o São José na final do torneio.

A pressão se reflete no sem-blante do treinador. Drean Dutra, ex-atleta profissional, não parou de gesticular e gritar com os jo-gadores à beira da quadra. Bal-neário Camboriú conquistou o título na edição de 2013, por isso a responsabilidade de representar bem a cidade mais uma vez. Na-quela ocasião, a única medalha de ouro da cidade foi conquista-da pelo handebol masculino, que começa a se destacar também no cenário nacional.

Além deste título, a equipe ainda se classificou para as oi-tavas de final do Campeonato Brasileiro de handebol, e con-quistaram o título de Campeões Brasileiros dos Jogos Universitá-rios Brasileiros. O adversário da grande final foi o Rio de Janeiro, derrotado graças à boa postura defensiva de Balneário. Os jo-vens voltaram para o litoral com a medalha de ouro e a marca de defesa menos vazada do torneio.

Os títulos são possíveis ape-nas devido a uma parceria com a Fundação Municipal de Esportes de Balneário Camboriú, que pa-trocina a equipe. Os atletas são acadêmicos da própria Univali. Muitos deles estudaram no Co-légio de Aplicação (CAU) da ins-tituição, e fazem parte do time desde as categorias de base. Atu-almente, dividem seu tempo en-tre trabalho, estudos e treinos e viagens. Geralmente, o handebol acaba ficando em segundo plano para a maioria deles.

Voltando à velha forma

Rômulo Heidt é um dos di-versos exemplos de atletas que cresceu junto com o time. Passou a integrar as categorias de base do handebol em 2007. Deixou o time em 2012 por não conseguir conciliar os interesses profissio-nais com o esporte. Rômulo é acadêmico do curso de Ciências Biológicas da Univali e marinhei-ro. Voltou a jogar há três meses. Para se dedicar ao serviço mili-

Univali/Balneário Camboriú encerra o ano com troféu de ouro no JASCNa grande final, atuais campeões dos Jogos Abertos renovaram o título com uma equipe composta por muitos jovens

tar, abriu mão de uma vaga na Seleção Brasileira.

“Meu auge foi em 2011, 2012. Agora não penso mais nisso”, diz, sobre a Seleção. Em seu retorno, viu o time repleto de craques, entre promessas e jovens já con-sagrados no cenário do handebol brasileiro. Entre eles, atletas de Seleção Brasileira. Atualmente, Fernando Dutra, Ragel da Rosa e Márcio Silva representam o Brasil em competições nacionais

Elyson GumsFoto: Divulgação/Confederação Brasileira do Desporto Universitário/SP

e internacionais. Rômulo não pensa mais em trocar de time, e agora quer ajudar outros atletas a alcançar o topo.

O time é um dos mais do Brasil nas modalidades em que disputa, co média de idade de 23 anos. Alguns deles seguiram o mesmo caminho de Rômulo, começan-do no time infantil para depois subir de categoria, enquanto ou-tros foram contratados de outras equipes e vem de todo o Brasil

para representar o time do Vale do Itajaí, por meio de bolsas de estudos oferecidas pela universi-dade. “O clima é muito bom. Tem atletas que até moram juntos, essa união ajuda muito dentro de campo”, sintetiza o atleta.

Experiência fora das quatro linhas Fora das quadras, o time tam-

bém conta com habilidade de Se-leção. O treinador Drean Dutra

foi um dos destaques do Brasil vestindo a Amarelinha, tendo disputado diversas competições mundiais representando o Brasil. Enquanto ainda atuava profissio-nalmente, fez parte de todas as categorias de base do seleciona-do nacional e disputou Copas do Mundo, Olímpiada e Jogos Pan-A-mericanos. Em 2004, foi jogador do time de Itajaí, e conquistou três JASC consecutivos pela tradi-cional equipe da cidade.

Após voltar para Santa Cata-rina, sua terra natal, se dedicou às aulas de educação física no Colégio de Aplicação, e simulta-neamente assumiu os treinos do time masculino da Univali, desde o infantil até o adulto. Em seu início como treinador, ele acu-mulava as funções de treinador e de atleta, mas há três anos ape-nas comanda o time de fora das linhas da quadra. Nesta função, é exigente tanto em dias de jogos quanto de treinos.

“Quem vê de fora pensa que a gente é louco”, conta, referin-do-se aos treinamentos. Como a maioria do time trabalha e estuda, o único tempo disponí-vel para treinar é após as aulas no período noturno. Graças ao desgaste físico causado pela ro-tina diária, os treinos com bola acontecem de dois a três dias por semana, em Itajaí. A inten-sidade é redobrada justamente pela falta de disponibilidade di-ária. Nos outros dias, os atletas apenas realizam fortalecimento muscular.

O handebol da Univali estreou contra Videira e conseguiu vencer graçar a um ataque preciso. A expectativa era de uma boa exibição pelo retrospecto recente do time

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Jornal 2º Período - Itajaí, dezembro de 201448 ESPORTE

Jogos Abertos

H onrada e unida. Assim a equipe de vôlei de I tajaí encerrou sua par-

t icipação nos Jogos Abertos de Santa Catarina. Dentro de quadra, os at letas bata-lharam pelo terceiro lugar contra o forte t ime de Içara. Uma disputa que poderia fa-ci lmente ser transformada em um fi lme de suspense, devido à emocionante parti -da que aconteceu no ginásio Ivo Si lveira.

Nos dois primeiros sets , o domínio da equipe iça-rense era visível . Do outro lado da quadra, os donos da casa estavam pressionados e abatidos. Quem os empur-rou para seguir adiante foi a torcida, que fez muito ba-rulho e , l i teralmente, jogou junto com o t ime.

O l íbero de I tajaí , Au-gusto Kuipers , af irma que o t ime estava “com a corda nos pescoço” no f im do ter-

Itajaí vence Içara por 3x2 e garante a medalha de bronze no vôlei masculinoApós ficar fora da disputa do ouro, equipe da casa conseguiu se recuperar com uma vitória emocionante no tie break

Bernardo Marucco

Fotos: Fundação Municipal de Esportes e Lazer/SP

Após a derrota traumática na semifinal para Chapecó por 3x0, o bronze representou o renascimento da equipe

ceiro set . “O placar aponta-va 24 a 20 pra eles , mais um ponto e estávamos derrota-dos. Mas com a força da tor-cida, viramos para 27 a 25, e nossa motivação cresceu muito. No quarto e quinto sets , vencemos com folga. Entramos no t ie break com uma energia incrível , e mar-camos 15 a 11. Foi um jogo inesquecível” , relata Augus-to.

Após a derrota traumá-tica na semifinal para Cha-pecó por 3x0, a medalha de bronze representou o renas-cimento do t ime comandado pelo técnico Marcelo Perei -ra. Há seis anos no comando do vôlei de I tajaí , Marcelo ci ta a torcida como fator fundamental na campanha. “ Trouxeram sentimento para as arquibancadas, o que impulsionou os at letas durante todas as partidas. O povo de I tajaí está de pa-rabéns pela organização do evento, que f ica pra história de Santa Catarina”, conclui o treinador.