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Segunda-feira, 10 de outubro de 2011 | JJ 433 | 13.000 exemplares | Órgão Oficial do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário | Tel.: (11) 3222.5833 Assembleia dos 1000 ! Nesta terça, dia 11, às 14h, em frente ao TRF-3 www.sintrajud.org.br N esta terça, dia 11, temos um grande desafio: re- alizar uma das maiores assembleias da história dessa categoria. Queremos reunir 1000 trabalhadores do judici- ário em frente ao TRF-3. Para isso acontecer, a participação de cada um é fundamental. Durante a semana passada, o governo Dilma deu várias demonstrações de sua políti- ca de reajuste zero. Por exem- plo, no Seminário Regional de Orçamento, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, na terça (04), o relator do orçamento, deputado Ar- lindo Chináglia (PT/SP), disse que “não há nenhum centavo para o reajuste do Judiciário”. No dia seguinte, na sessão da CFT, o governo impediu a Dilma diz "PCS nem em 2012". Vamos invadir Brasília dia 26 O governo está tentando enrolar a categoria. A promessa dos deputados de votar o PCS até 26/10 é enrolação. Estes mesmos parlamentares da base governista, haviam se comprometido a votar o PL 6613/09 até a primeira quinzena de setembro. Em vez disso, o que se viu foi a obstrução de 4 sessões da CFT quando o PCS entrava na pauta. Agora, a tarefa é ocupar Brasília no dia 26 para garantir que o PL seja apreciado e aprovado. Os interessados devem dar os seus nomes ao Co- mando de Greve do seu local de trabalho. votação do PCS. Realizando mais uma manobra, jogou a apreciação do PL 6613/09 para o dia 26 de outubro, de- pois da aprovação do orça- mento para 2012. Na sexta, o Correio Brazi- liense noticiou que Dilma não pretende conceder a reposi- ção salarial reivindicada pelos servidores. A afirmação foi fei- ta em resposta a um ofício do ministro Luiz Fux, do Supremo, cobrando de Dilma uma expli- cação quanto ao veto ao orça- mento do Poder Judiciário. Embora o desafio seja grande, conhecemos a nossa força. Na semana passada, os servidores do fórum traba- lhista Ruy Barbosa, o maior do país, entraram na greve. Assim, eles se unem aos tra- balhadores do TRF-3, do Pe- dro Lessa, Fórum das Execu- ções Fiscais, Juizado Especial Federal, JF Criminal e outros locais de trabalho. Nas cidades do interior, os trabalhadores da JF estão dando o exemplo. Os maiores fóruns federais do estado de SP já estão na greve: São Car- los, Ribeirão Preto, Campinas, Santos, Araçatuba, Marília, Taubaté. O exemplo que está sendo dado aqui deve se estender a todo Brasil. E São Paulo faz um chamado a todos traba- lhadores do Judiciário a vi- rem para a greve. Somente uma paralisação muito forte em nível nacional vencerá a política de reajuste zero do governo Dilma. Joca Duarte Os principais fóruns da capital, JT/Barra Funda, TRF-3 e JF, estão na greve por tempo indeterminado

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Page 1: Segunda-feira, 10 de outubro de 2011 | JJ 433 | 13.000 ... · promessa dos deputados de votar o PCS até 26/10 é enrolação. Estes mesmos parlamentares da base governista, haviam

Segunda-feira, 10 de outubro de 2011 | JJ 433 | 13.000 exemplares | Órgão Oficial do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário | Tel.: (11) 3222.5833

Assembleia dos 1000!Nesta terça, dia 11, às 14h, em frente ao TRF-3

w w w . s i n t r a j u d . o r g . b r

Nesta terça, dia 11, temos um grande desafio: re-alizar uma das maiores

assembleias da história dessa categoria. Queremos reunir 1000 trabalhadores do judici-ário em frente ao TRF-3. Para isso acontecer, a participação de cada um é fundamental.

Durante a semana passada, o governo Dilma deu várias demonstrações de sua políti-ca de reajuste zero. Por exem-plo, no Seminário Regional de Orçamento, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, na terça (04), o relator do orçamento, deputado Ar-lindo Chináglia (PT/SP), disse que “não há nenhum centavo para o reajuste do Judiciário”.

No dia seguinte, na sessão da CFT, o governo impediu a

Dilma diz "PCS nem em 2012". Vamos invadir Brasília dia 26O governo está tentando enrolar a categoria. A

promessa dos deputados de votar o PCS até 26/10 é enrolação. Estes mesmos parlamentares da base governista, haviam se comprometido a votar o PL 6613/09 até a primeira quinzena de setembro. Em vez disso, o que se viu foi a obstrução de 4 sessões da CFT quando o PCS entrava na pauta. Agora, a tarefa é ocupar Brasília no dia 26 para garantir que o PL seja apreciado e aprovado.

Os interessados devem dar os seus nomes ao Co-mando de Greve do seu local de trabalho.

votação do PCS. Realizando mais uma manobra, jogou a apreciação do PL 6613/09 para o dia 26 de outubro, de-pois da aprovação do orça-mento para 2012.

Na sexta, o Correio Brazi-liense noticiou que Dilma não pretende conceder a reposi-ção salarial reivindicada pelos servidores. A afirmação foi fei-ta em resposta a um ofício do ministro Luiz Fux, do Supremo, cobrando de Dilma uma expli-cação quanto ao veto ao orça-mento do Poder Judiciário.

Embora o desafio seja grande, conhecemos a nossa força. Na semana passada, os servidores do fórum traba-lhista Ruy Barbosa, o maior do país, entraram na greve. Assim, eles se unem aos tra-

balhadores do TRF-3, do Pe-dro Lessa, Fórum das Execu-ções Fiscais, Juizado Especial Federal, JF Criminal e outros locais de trabalho.

Nas cidades do interior, os trabalhadores da JF estão dando o exemplo. Os maiores fóruns federais do estado de SP já estão na greve: São Car-los, Ribeirão Preto, Campinas, Santos, Araçatuba, Marília, Taubaté.

O exemplo que está sendo dado aqui deve se estender a todo Brasil. E São Paulo faz um chamado a todos traba-lhadores do Judiciário a vi-rem para a greve. Somente uma paralisação muito forte em nível nacional vencerá a política de reajuste zero do governo Dilma.

Joca

Dua

rte

Os principais fóruns da capital, JT/Barra Funda,

TRF-3 e JF, estão na greve por tempo indeterminado

Page 2: Segunda-feira, 10 de outubro de 2011 | JJ 433 | 13.000 ... · promessa dos deputados de votar o PCS até 26/10 é enrolação. Estes mesmos parlamentares da base governista, haviam

Nesta semana, o JJ conversou com a servidora Adriane Rodri-gues Dias, do JEF. Com oito anos de Judiciário, ela nunca foi sindi-calizada, nem participou de ne-nhuma greve. Aliás, ela sequer foi até o Pedro Lessa, que fica a poucos metros do prédio onde trabalha. Isso até a última sessão da CFT, quando ela foi a Brasília. “Quando vi, estava no Legislativo para pedir reposição salarial... me senti humilhada, correndo atrás de político por algo que é meu direito”, disse durante uma assembleia em fren-te ao JEF. A experiência foi tão impactante, que nessa mesma assembleia Adriane agradeceu ao Sintrajud e aos servidores que lutaram pelos PCSs em seu lugar. A íntegra da reportagem está no site.“Eu nunca dei ouvidos ao sindicato, quando eles iam falar, eu achava que eles não falavam nada que me interessasse, porque eu tinha um salário bom. Agora que estou sentindo o problema salarial resolvi participar e de repente vi que era uma coisa mais séria. Enquanto essa greve perdurar eu vou lutar, porque depois eu vou dormir com a consciência tran-quila de que eu fiz a minha parte”.

2 Jornal do Judiciário

Fala servidor:

Órgão Oficial do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo

Sede: Rua Antonio de Godoy, 88/16º - São Paulo / SP - CEP 01034-000 - Tel.: (11) 3222-5833 - Fax: 3225-0608 - E-mail: [email protected] Baixada Santista: Rua Proost de Souza, 35 - Santos/SP - Cep: 11040-090 - Tel.: (13) 3238-3807 - E-mail: [email protected] Barra Funda: Telefones: (11) 3392-3728 / 3525-9672 / E-mail: [email protected]

Diretoria: Adão Sérgio de Souza, Adilson Rodrigues Santos, Angélica Olivieri, Antonio Carlos, Antonio dos Anjos Melquiades (Melqui), Cleber Borges de Aguiar, Erlon Sampaio, Fausta Camilo de Fernandes, Felipe Joel Gomes Lira, José Carlos Sanches, José Dalmo, Henrique Costa, Inês de Castro, Ivo Oliveira Farias, Leica SIlva, Maurício Rezzani, Tarcisio Ferreiras.

Jornalistas: Carlos Eduardo Batista, Juliana Silva e Vivian Costa | Colaborador: Hélcio Duarte Filho | Diagramação: Diego Plenamente | Tiragem: 13.000 exemplares

Ronaldo Barbuy, oficial de justiça da JF“Graças aos PCS´s, eu passei a ganhar um pouco melhor. E chegamos num patamar bom e merecedor. Hoje estamos em vias de voltar a ganhar pouco. Ganhar bem é uma coisa, ser merecedor é outra. Por isso, todos os Oficiais de Justiça devem participar da greve.”

Luiz Roberto de Moraes Lacerda, TRF 3"O governo está barrando um projeto que é de direito constitucional. Se a gente tivesse a nossa data-base, coisa que até aposentados têm, não estaríamos precisando desse Plano de Carreira e Salário".

Augusto Nobuo Nakassone, da JF/Barra Funda“O governo não dá nosso reajuste, mas não olha que estamos sem aumento há anos. Isso não está correto. A gente precisa fazer algo para que isso mude.”

Leandro Lopes Silva, da 24ª Vara da JF“Com a não votação do PL na CFT, nossa luta fica mais difícil. Por isso, os servidores precisam fazer uma grande paralisação para chamar a aten-ção. Se não tivermos nosso aumento, além da gente, a sociedade irá sofrer.”

Quadro estadual e nacional da greveCapital: TRF-3, Pedro Lessa, Execução Fiscal, Juizado Especial Federal, Administrativo, Criminal, Previdenciário e JT/Barra Funda

Interior e Grande São Paulo

Justiça Federal e JEF: Araraquara, Americana, Lins, Araçatuba, Guarulhos, Marília, Piracicaba, Santos, São Carlos, São José dos Campos, Taubaté, Tupã, Ribeirão Preto e Campinas com paralisações diárias de 2h.

Justiça do Trabalho: Paralisações parciais: Itapecerica da Serra, Mauá, Ribeirão Pires e Osasco

Fortalecer a greve: Aos fóruns que ainda não aderiram, fica o chamado para que se organizem e fortaleçam a mobilização. É preciso a unidade estadual e nacional dos trabalhadores, para derrubar a política de congelamento salarial. Agora só falta você!

Orientações para o comando de greve local: É imprescindível a participação nas assembleias estaduais.Tragam faixas com o nome da cidade em greveAvalie o quadro de adesão e passe à secretaria do sindicato (11) 3222-5833Envie ao departamento de imprensa as fotos dos locais em greve para divulgação ([email protected])Busque os veículos de comunicação local para publicação da greve. As cidades que conseguirem espaço na imprensa

(rádio, jornal, internet ou TV) podem enviar as matérias para sindicato ([email protected]) É importante as cidades em greve percorrerem os fóruns que ainda não aderiram, para conscientizá-los a intensificar a

mobilização.Ajude a construir atividades conjuntas com as categorias em greve, como Correios e Bancários

Nacional: Bahia (01/06), Mato Grosso (07/06), São Paulo (JF 30/09 e JT 05/10), Amazonas (04/10), Maranhão (10/10), Para-íba (13/10), Pernambuco (18/10), Rio de Janeiro (19/10) e Piauí (20/10)

Os estados de Santa Catarina e Minas Gerais realizarão paralisações de 24h, dias 18 e 19, respectivamente. Já os estados do Rio Grande do Sul, Alagoas e Ceará estão convocando suas assembleias, para aprovarem a deflagração da greve por tempo indeterminado.

Foto legenda

04.10 - JF Santos

Luiz Antonio Torres

Jesus Carlos Registro feito por servidores

São José dos Campos entra na greve com uma forte adesão06-10 - Juizado Especial Federal - JEF/SP

04.10 - JF Araraquara

Registro feito por servidores

Fotos: Joca Duarte

Jesus Carlos

Dia 04/10 – Seminário da CMO, na ALESPVários servidores partici-pam da atividade, faz uso da tribuna, exige dos par-lamentares da Comissão Mista do Orçamento, a inclusão do orçamento do PCS na pauta, e manda o recado à Brasília – “a nos-sa paciência se esgotou”!

Jesu

s Car

los

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3Segunda-feira, 10 de outubro de 2011 - JJ 433

Trabalhadores do Judiciário unidos no combate ao autoritarismo e ao assédio moral

A prática não pode ser entendida como natural. Ela traz sérias conseqüências à vida do servidor e profundas transtornos nas

relações de trabalho. Denuncie ao comando de greve local

O assédio moral está en-raizado na cultura do Judiciário, e quando há

uma greve, essa prática é inten-sificada para desmotivar a parti-cipação na paralisação. Isso não pode acontecer. Caso você seja uma vítima ou testemunhou de-nuncie ao comando de greve.

E lembre-se, é preciso romper o silêncio e lutar contra esse mal.

Entenda o que é assédio moral

É a exposição dos trabalhado-res e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas duran-te a jornada de trabalho, ou no caso do judiciário, quando a ca-tegoria é chamada a lutar pelos seus direitos.

Normalmente, a vítima es-colhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hos-tilizada, ridicularizada, inferiori-zada, culpabilizada e desacredi-tada diante dos pares.

As consequências do assé-dio na saúde podem atingir

Greve ganha adesões nos estados esta semana; servidores ‘cercam’ Comissão de Orçamento

Governo mantém bloqueio ao PCS e manobra na Comissão de Finanças para adiar decisão; mas pressão incomodada e arranca promessas de negociação

Por Hélcio Duarte Filho

A nossa greve terá a adesão de mais dois estados nesta

semana. Maranhão, na segunda (10), e Paraíba, na quinta (13), somam forças com São Paulo, Bahia, Mato Grosso e Amazonas (JT) na construção da paralisa-ção nacional. Outros três esta-dos já definiram a adesão: Per-nambuco, 18, Rio de Janeiro, 19, Piauí, 20.

A greve, paralisações e mani-festações fazem barulho e reper-cutem. Não por acaso, o jornal “O Estado de S. Paulo”, histórico por-ta-voz de governos e de campa-nhas contra servidores, publicou texto atacando a categoria e o projeto que está parado na CFT. O destaque dado pelo jornal ao assunto, com as manipulações de sempre, não deixa de ser um ‘termômetro’ tanto do peso que a mobilização vem ganhando, quanto da posição do governo de não recuar.

Pressão sobre o OrçamentoNas visitas da CMO aos esta-

dos, o deputado Arlindo Chiná-glia (PT-SP) foi o porta-voz da política de reajuste zero de Dil-ma. Tanto em São Paulo, quanto em Campo Grande (MS), afirmou que não haverá previsão para os

reajustes e citou a possibilidade de contemplar apenas magistra-dos. “O que percebemos é que sem greve não teremos nada”, relata Ricardo Reis, dirigente do sindicato de Mato Grosso do Sul que conversou com Chináglia.

Por outro lado, em alguns momentos o relator sugeriu que haveria espaço para negocia-ção – algo também mencionado pelo líder do governo na Câma-ra, Candido Vaccareza (PT-SP), ao receber servidores, dentre eles o diretor do Sintrajud Antonio Melquiades. Vaccareza é um dos parlamentares que mais bradam contra o projeto à imprensa.

Ato em Brasília dia 26Na sessão de quarta da CFT,

tomada por servidores, a base do governo se articulou para tentar ‘esvaziar’ a pressão a qual vinham sendo submetida nas últimas semanas. Com ajuda do relator, deputado Roberto Poli-carpo (PT-SP), fechou um ‘acor-do’, sem consultar os servidores, que joga para 26 de outubro a possível votação do PCS – a data é posterior aos prazos para defi-nição do relatório preliminar da Lei Orçamentária de 2012.

Fizeram, com isso, o que que-riam os deputados do PT que obstruíram o PCS nas últimas

sessões e se recusavam a honrar compromisso de votar os proje-tos em setembro. “O pior é que eles parecem estar preparando o terreno para não votar nada e ainda aprovar até o final do ano o PLP 549, que congela os salá-rios por dez anos”, alerta Cleber Aguiar do Sintrajud. Também preocupa a muitos servidores o fato de a direção do sindicato de

Brasília outra vez estar indicando a confiança cega numa solução negociada envolvendo governo, Congresso e o STF, sem mobiliza-ção e pressão dos servidores.

Essa receita, adotada por eles no ano passado, ajudou o governo a deixar o PCS na ga-veta por mais de um ano. “Não conseguiremos nada sem greve e muita mobilização”, diz Saulo

Arcangeli, diretor do sindicato do Maranhão e da Fenajufe, ao defender a mobilização nacio-nal. Para exigir que o PCS seja de fato aprovado, está sendo prepa-rada uma manifestação conjunta no dia 26, em Brasília. Mas, antes disso, é preciso trabalhar para que a greve cresça e seja capaz de forçar o STF a agir mais e de dobrar governo e Congresso.

Dia 05/10 – Sessão da Comissão de Finanças e TributaçãoA caravana contou com a participação de 19 servidores de São Paulo em Brasília. Com a sessão suspensa, os servidores de vários estados, pressionaram os parlamentares da CFT, onde convocaram uma nova sessão extraordinária, e num compromisso “empurraram” a votação do PL 6613/09, para o dia 26/10.

auto-estima e a dignidade do trabalhador antes de se torna-rem visíveis.

Entre os sintomas estão: an-gústia, crises de choro, mal-estar, dores generalizadas, palpitações e tremores, sentimento de cul-pa, perda de auto-estima, insô-nia ou sonolência excessiva, au-mento no consumo de bebidas alcoólicas e drogas, isolamento, tristeza, redução da capacidade de se relacionar e pensamentos e até tentativas de suicídio.

O que fazer para se defender?

O assédio moral não é pro-blema individual do servidor. Ele afeta o trabalho de todos e deve ser combatido de forma coletiva. Com apoio dos colegas, da família e, principalmente no período de greve, ao comando de greve local.

O assédio não pode ser en-tendido como “natural”. Por isso, é preciso enfrentá-lo. Combater o autoritarismo e buscar solida-riedade no local de trabalho.

Identifique o assédio na greveDurante a greve, as situações hu-

milhantes e constrangedoras são

intensificadas com ameaças com

faltas injustificadas, corte de pon-

to, retirada de função comissiona-

da, entre outras práticas. Estas são

algumas formas de pressionar o

servidor a desmotivá-lo a não par-

ticipar da greve.

Valcir Araújo

Embora a lei 8112/90 não aborde claramente a questão do assédio moral, a conduta do as-sediador pode ser enquadrada no Regime Jurídico Único, porque fere o dever da moralidade, po-dendo constituir-se em inconti-nência de conduta.

O assédio moral não pode ser entendido como natural, princi-palmente porque ele traz sérias consequências à vida do servidor e profundos transtornos nas rela-ções de trabalho.

Page 4: Segunda-feira, 10 de outubro de 2011 | JJ 433 | 13.000 ... · promessa dos deputados de votar o PCS até 26/10 é enrolação. Estes mesmos parlamentares da base governista, haviam

4 Jornal do Judiciário

Categorias em greve devem se unir para derrotar a política de congelamento salarial de Dilma

Sintrajud realiza eventos para comemorar o Dia do ServidorNo dia 28 de outubro é o Dia do Servidor Público. O Sintrajud está realizando durante este mês diversas atividades pra comemorar a data

Entre as comemorações está a VI Mostra de Artes, onde cada

servidor poderá mostrar seu talen-to. Durante o evento serão apre-sentadas peças teatrais, musicais, de dança, recital de poesia, entre outros. Também terá exposições de artes plásticas, esculturas e fo-tografias. O evento acontecerá, no dia 21, a partir das 19h, no Spas-so – Av. Rio Branco, 82, 1° andar,

Correios A categoria reivindica reposição da inflação de 7,16%; reposição das perdas salariais de 24,76%, de 1994 a 2010; piso salarial de R$ 1.635,00; aumento linear de R$ 200; vale alimentação/refeição de R$ 28; vale-cesta de R$ 200; vale ex-tra em dezembro/2011 no valor de R$ 750 e o não desconto dos dias parados.

Bancários A categoria reivindica reposição das perdas, aumento real, valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resul-tados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, entre outros.

Na próxima segunda (10), os comandos de greve das categorias do Judiciário, Correios e Bancários decidirão sobre a realização de um ato unificado em São Paulo, no dia 13 de outubro

Centro, São Paulo. Quem quiser participar pode se inscrever até o dia 14 de outubro no depto socio-cultural pelo tel. (11) 3222-5833 ou no www.sintrajud.org.br.

Para os torcedores de plantão está acontecendo a 8ª Copa de Fu-tebol Society do Sintrajud. Dos 13 times participantes, já estão clas-sificados para as quartas de final: Execuções Fiscais, Dubbar, Bembo-

lado 2 (grupo A), Bembolado 1 e o Barra Barça (grupo B), Amantes da Pelada, Bororoska e a Liga da Justi-ça (grupo C). Os jogos das quartas de final começam no dia 19.

Outro evento foi o seminário, que aconteceu no último sábado (08), cujo tema foi “Direito à apo-sentadoria do servidor público” e contou com duas palestras sobre o tema.

Reprodução

Reprodução

33º Conselho de Base debate mudanças na aposentadoria dos servidores

Segundo Floriano Martins, um dos maiores estudiosos sobre direito previdenciário do país, o PL 1992/07 será um verdadeiro ataque ao conjunto do funcionalismo

“Os mercados financeiros agra-decem”. A firmação de Floriano Martins, auditor fiscal da Receita federal, vice-presidente da Anfip e professor de Direito Previden-ciário, mostra quem serão os be-neficiados com o PL 1992/07, em tramitação na Câmara.

Um dos maiores estudiosos do tema no país, Floriano foi um dos palestrantes do 33º Conselho de Base, realiza-do no Sintrajud no sábado, dia 08. Ele esclare-ceu que caso o PL seja apro-vado, o Estado não terá nenhu-ma responsabi-lidade com as aposentadorias dos servidores públicos.

Segundo dis-se, o projeto exige a terceirização dos recursos por meio dos ban-cos e corretores. Em outras pala-vras, “será o mercado que admi-nistrará os fundos”.

“Quando fizemos o concurso, fizemos para trabalhar e pensar

numa aposentadoria razoavel-mente tranqüila. Que um salário nosso desse uma segurança, que a gente pudesse ter uma velhice tranqüila, e não vai ser assim se o projeto passar”.

A Previdência Complementar que está no projeto tem caráter privado e de contribuição definida.

De acordo com o palestrante, na contribuição de-finida o servidor sabe o quanto paga, mas não sabe o quanto vai receber: “vai depender do mercado”.

Isso se di-ferencia radi-calmente do sistema que é aplicado aos atuais servido-res, ainda que as últimas refor-

mas da previdência tenham reti-rado uma série de direitos. Hoje, existe um sistema de benefício definido, onde o trabalhador co-meça a contribuir e sabe o quanto vai receber.

Floriano disse que a lei 9717/98

criou os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), deter-minando que os estados e mu-nicípios criassem seus regimes próprios de previdência, mas que a União não criou o seu, e agora vem com a proposta de Previdên-cia Complementar.

O professor explicou que exis-tem três tipos de Regimes Pró-prios: o sem fundo, que é o atu-almente aplicado aos servidores federais, onde o regime financeiro é orçamentário e o Estado é res-ponsável pelo pagamento dos aposentados.

Há o fundo capitalizado, aplica-do na maior parte dos municípios e estados. Nele, dois fundos são criados, um financeiro e outro pre-videnciário, “mas a responsabilida-de continua sendo do Estado, caso haja déficit”.

E no terceiro, o Estado não assume qualquer responsabi-lidade sobre a aposentadoria. “É esse que está previsto no PL”, explicou. Floriano afirmou que a União está “pulando” do atual regime para um Regime Com-plementar que também compre-ende: fundo capitalizado, aplica-ção do teto do regime geral (R$ 3.691,74) e contribuição defini-

Com o PL, a aposentadoria dos novos servidores será limitada ao teto que é pago pelo INSS aos seus beneficiários, R$ 3.691,74. O servidor que quiser receber ale disso, terá que contribuir com o Fundo de Previdência do Servidor Público (Funpresp), que virá a ser criado com a aprovação da lei.

da. “Isso é uma desgraça!”, disse.Ele ainda explicou que no Con-

selho diretivo do Funpresp, funda-ção que administrará os recursos, será composto seis pessoas, três indicadas pelo governo e três eleitos pelos Poderes. Mas o pre-sidente do Funpresp “sempre será

um dos indicados do governo”. “O governo vai administrar nossos recursos, mas não terá nenhuma responsabilidade sobre a nossa aposentadoria”.

Por isso, para ele, os servidores precisam se organizar para lutar contra esse projeto.

Kit Gaion

Floriano Martins explica as impli-cações do PL 1992/07 na vida dos servidores. No detalhe, o advogado Rudi Cassel, assessor do Sintrajud, também palestrante da manhã, “os maiores prejudicados com as reformas da previdência foram os aposentados por invalidez”

Dia 04.10 - Em Santos, servidores do Judiciário Federal fazem ato conjunto com os trabalhadores

dos Correios e trabalhadores bancários. União é necessária

para enfrentar o governo.

Dia 07.10 – Nossos bravos colegas de Guarulhos estão na greve. Mobilização precisa ir para o interior do Estado e crescer ainda mais na capital.

Registro feito por servidores

Foto legenda