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REORIENTAO CURRICULAR PRTICAS PEDAGGICAS E INICIAO PESQUISAMateriais Didticos

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Rosinha Garotinho SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO Claudio Mendona SUBSECRETARIA ADJUNTA DE PLANEJAMENTO PEDAGGICO Alba Rodrigues Cruz

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO SUBSECRETARIA ADJUNTA DE PLANEJAMENTO PEDAGGICO

EQUIPE TCNICACelia Maria Penedo Esther Santos Ferreira Monteiro Flvia Monteiro de Barros Hilton Miguel de Castro Jnior Maria da Glria R. V. Della Fvera Roseni Silvado Cardoso Tnia Jacinta Barbosa

Rio de Janeiro 2006

REORIENTAO CURRICULAR - EQUIPE UFRJDireo GeralProf. Angela RochaDoutora em Matemtica Instituto de Matemtica da UFRJ

Coordenao GeralProf. Maria Cristina Rigoni CostaDoutora em Lngua Portuguesa Faculdade de Letras da UFRJ

Coordenao de Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa:Prof Mnica MandarinoDoutoranda em Educao Prof da Fac. Educao da UNIRIO

Professores OrientadoresCarmen Irene Correia de OliveiraDoutoranda em Cincia da Informao - Prof da Fac. Educao da UNIRIO

Gilda Maria GrumbachMestre em Educao - Prof da Fac. Educao da UNIRIO

Maria Elena Viana SouzaDoutora em Educao - Prof da Fac. Educao da UNIRIO

Professores AutoresAilene Lemos A. A. Costa Aveline Machado de Freitas Claudia Cristina dos S. Fermiano Claudia Nogueira Pais do Nascimento Cludia Regina Ribeiro Matoso Colgio Estadual 20 de Julho - Arraial do Cabo CIEP 275 Lnin e Cortes Falante - Itaocara Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Colgio Estadual Jlia Kubitschek - Rio de Janeiro

Cleider Miranda da Rocha Teixeira Dalva Teixeira de Almeida Dbora Ofredi Gonalves Muniz Douglas Teixeira Cardelli Elazir Rosa de Aquino Elisabeth Amlia Coutinho Elizabeth Terezinha P. Seziano Elsa Maria de Oliveira Barros Francisca de Assis Rocha Alves Glaura Cristina Oliveira Braga Iacy de Oliveira Gama e Silva Langer Janete Arago Falante Jos Eduardo Muniz Lima Jussara Soares dos Reis Ktia Matias da Silva Souza Katia da Silva Peranzzeta Katia Rebello da Silva Katty Vali da Silva Braga Lecy Marciano Figueira Lucnea Alves Almeida da Costa Mara Morgado Mrcia Adriana Dias da Silva Gonalves Mrcia Joana Marcolino Ribeiro Mrcia Leite Maria Aparecida de Oliveira Assumpo Maria Ceclia Chagas Ferreira Maria Emlia Menezes Pinheiro Maria Elma Beloti da Cosra Mariano Maria Isabel Moreira Barbosa Maria Ktia Pontes de Lima Mariclia Policarpo da Fonseca Marilena Sinder Mariza de Almeida Silva Marly Aparecida Raia Michaelides

Colgio Estadual Dom Pedro I - Mesquita Colgio Estadual Dom Pedro I - Mesquita Colgio Estadual Jos Verssimo - Mag Colgio Estadual Heitor Lira - Rio de Janeiro Instituto de Educao Sarah Kubitschek - Rio de Janeiro Colgio Estadual Dr. Alfredo Backer - Duque de Caxias Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Instituto de Educao Roberto Silveira - Duque de Caxias Instituto de Educao Rangel Pestana - Nova Iguau Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Colgio Estadual Heitor Lira - Rio de Janeiro Colgio Estadual Frei Toms - Itaocara Instituto de Educao Professor Ismael Coutinho - Niteri Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Instituto de Educao Rangel Pestana - Nova Iguau Instituto de Educao Professor Moyss Henrique dos Santos So Joo de Meriti Colgio Estadual Jlia Kubitschek - Rio de Janeiro Colgio Estadual 20 de Julho - Arraial do Cabo Colgio Estadual Frei Toms - Itaocara Colgio Estadual Jos Verssimo - Mag Colgio Estadual Jlia Kubitschek - Rio de Janeiro CIEP Brizolo 141- Vereador Said Tanus Jos - Italva Instituto de Educao Sarah Kubitschek - Rio de Janeiro Colgio Estadual Professor Jos Accioli - Rio de Janeiro Instituto de Educao Prof Ismar Gomes de Azevedo Cabo Frio Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Colgio Estadual Heitor Lyra - Rio de Janeiro Instituto de Educao Roberto Silveira - Duque de Caxias Colgio Estadual Heitor Lira - Rio de Janeiro Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Instituto de Educao Rangel Pestana - Nova Iguau Instituto de Educao Rangel Pestana - Nova Iguau

Mnica de Mendona Morena Mnica Paiva de Almeida Nancy de Souza Costa Norma Agostini Shirley Souza Guina Solange Chaves de Assuno Tomie Helena Kavakami Vera Lucia Silveira Leite Campos Vernica Ribeiro da Silva Mattos Werleide Moura de Lima Zenith Loureno Rangel

Colgio Estadual Jlia Kubitschek - Rio de Janeiro Colgio Estadual Heitor Lira - Rio de Janeiro Colgio Estadual Teotnio Brando Vilela - Itaocara Colgio Estadual Heitor Lira - Rio de Janeiro Colgio Estadual Professor Jos Accioli - Rio de Janeiro Instituto de Educao Sarah Kubitschek - Rio de Janeiro Colgio Estadual Pandi Calgenas So Gonalo Colgio Estadual Heitor Lira - Rio de Janeiro Colgio Estadual Srvulo Mello - Silva Jardim Colgio Estadual Dom Pedro I Mesquita Colgio Estadual Jos Verssimo - Mag

CapaDuplo Design www.duplodesign.com.br

DiagramaoAline Santiago Ferreira Marcelo Mazzini Coelho Teixeira Thoms Baptista Oliveira Cavalcanti Duplo Design - www.duplodesign.com.br Duplo Design - www.duplodesign.com.br Tipostudio - www.tipostudio.com.br

Prezados (as) Professores (as)

Visando promover a melhoria da qualidade do ensino, a Secretaria de Estado de Educao do Rio de Janeiro realizou, ao longo de 2005, em parceria com a UFRJ, curso para os professores docentes de diferentes disciplinas onde foram apropriados os conceitos e diretrizes propostos na Reorientao Curricular. A partir de subsdios tericos, os professores produziram materiais de prticas pedaggicas para utilizao em sala de aula que integram este fascculo. O produto elaborado pelos prprios professores da Rede consiste em materiais orientadores para que cada disciplina possa trabalhar a nova proposta curricular, no dia a dia da sala de aula. Pode ser considerado um roteiro com sugestes para que os professores regentes, de todas as escolas, possam trabalhar a sua disciplina com os diferentes recursos disponibilizados na escola. O material produzido representa a consolidao da proposta de Reorientao Curricular, amadurecida durante dois anos (2004-2005), na perspectiva da relao teoria-prtica. Cabe ressaltar que a Reorientao Curricular uma proposta que ganha contornos diferentes face contextualizao de cada escola. Assim apresentamos, nestes volumes, sugestes que sero redimensionadas de acordo com os valores e prticas de cada docente. Esta ao objetiva propiciar a implementao de um currculo que, em sintonia com as novas demandas sociais, busque o enfrentamento da complexidade que caracteriza este novo sculo. Nesta perspectiva, necessrio envolver toda escola no importante trabalho de construo de prticas pedaggicas voltadas para a formao de alunos cidados, compromissados com a ordem democrtica. Certos de que cada um imprimir a sua marca pessoal, esperamos estar contribuindo para que os docentes busquem novos horizontes e consolidem novos saberes e expressamos os agradecimentos da SEE/RJ aos professores da rede pblica estadual de ensino do Rio de Janeiro e a todo corpo docente da UFRJ envolvidos neste projeto. Claudio Mendona Secretrio de Estado de Educao

SUMRIO 15 19 33 Introduo Reorientao Curricular referente disciplina Prtica Pedaggica e Iniciao Pesquisa O curso Sugestes de atividades37 Detectando e repensando os mecanismos de incluso e excluso na comunidade escolarElazir Rosa de Aquino, Francisca de Assis Rocha Alves, Maria Aparecida de Oliveira Assumpo, Vernica Ribeiro da Silva Mattos

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Eu tambm posso: cuidados com o meio ambienteJanete Arago Falante, Lecy Marciano Figueira, Nancy de Souza Costa

Sabor de lerKtia Matias da Silva Souza, Mrcia Adriana Dias da Silva Gonalves, Mariza de Almeida Silva, Marly Aparecida Raia Michaelides

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Um novo olhar para pesquisaCludia Regina Ribeiro Matoso, Katia Rebello da Silva, Mara Morgado, Mnica de Mendona Morena, Mrcia Leite, Shirley Souza Guina, Werleide Moura de Lima, Cleider Miranda da Rocha Teixeira, Dalva Teixeira de Almeida, Katia da Silva Peranzzeta, Maria Elma Beloti da Cosra Mariano

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Implementao dos princpios da lei 10639/03, no currculo do curso normal de nvel mdioClaudia Cristina dos S. Fermiano, Claudia Nogueira Pais do Nascimento, Elizabeth Terezinha P. Seziano, Glaura Cristina Oliveira Braga, Jussara Soares dos Reis, Mariclia Policarpo da Fonseca, Maria Ceclia Chagas Ferreira, Maria Emlia Menezes Pinheiro, Marilena Sinder, Tomie Helena Kavakami

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Identidade profissional ser professorAilene Lemos A. A. Costa, Aveline Machado de Freitas, Elsa Maria de Oliveira Barros, Katty Vali da Silva Braga, Solange Chaves de Assuno, Maria Isabel Moreira Barbosa, Mrcia Joana Marcolino Ribeiro

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Uma viagem pelos costumes brasileiros: resgate da culturaDouglas Teixeira Cardelli, Iacy de Oliveira Gama e Silva Langer, Maria Ktia Pontes de Lima, Mnica Paiva de Almeida, Norma Agostini, Jos Eduardo Muniz Lima, Vera Lucia Silveira Leite Campos

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Projeto resgate da histria da minha educaoZenith Loureno Rangel, Elisabeth Amlia Coutinho, Lucnea Alves Almeida da Costa, Dbora Ofredi Gonalves Muniz

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Lista dos professores que participaram do curso

Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

INTRODUOA relao com o saber se constri em relaes sociais de saber. Mostr-lo, analisar suas modalidades e seus processos talvez seja a tarefa especca de uma sociologia da relao com o saber (Charlot, 2000, p.86)1.

O documento de Reorientao Curricular apresenta como concepo da disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa, presente nas quatro sries do currculo das escolas Normais, que esta deve ser o o condutor de todo o trabalho de formao docente. Um dos papis desta disciplina, talvez o mais fundamental, construir a ponte entre a base terica, trabalhada nesta e nas demais disciplinas de formao pedaggica, e a prtica, por meio da observao e da ao junto a escolas que atendem aos anos iniciais do Ensino Fundamental. Dessa forma, nesta etapa do programa de Reorientao Curricular, para professores das diversas disciplinas pedaggicas das escolas Normais, foi oferecido um curso de formao continuada para aprofundamento do estudo das concepes e propostas da disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa. O curso, realizado durante o segundo semestre de 2005, fez parte das iniciativas da Secretaria de Estado de Educao do Rio de Janeiro para implementao, avaliao e discusso da segunda verso do documento de Reorientao. Diversos professores2 de diferentes disciplinas de formao prossional da grade curricular das escolas Normais do Estado participaram desse curso, que se constituiu como uma oportunidade de troca de experincias e discusso sobre as estratgias, acertos e diculdades para implementao da nova proposta curricular. Orientados por professores da UNIRIO, 57 professores da rede planejaram, colocaram em prtica e avaliaram projetos sintonizados com os pressupostos e orientaes contidas no Livro IV da Reorientao Curricular e no seu suplemento, destinado disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa. Para isso, as trs turmas de professores de escolas Normais participaram de seis encontros quinzenais e atividades planejadas para serem realizadas distncia com acompanhamento dos professores orientadores, sempre que necessrio. O grupo de professores que participou deste programa de formao continuada trouxe contribuies signicativas ao debate, no apenas sobre a proposta curricular da disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa, mas tambm, como era de se esperar devido ao carter

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CHARLOT, Bernard. Da relao com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000. Todos os professores regentes que participaram do curso esto listados no nal deste documento.

Introduo 15

unicador da referida disciplina, sobre os projetos pedaggicos e a realidade de suas escolas, buscando sadas, trocando experincias, propondo aes inovadoras, planejando, realizando e avaliando experincias concebidas no mbito do curso. A participao conjunta dos professores regentes, de diferentes escolas e disciplinas, no se restringiu apenas ao campo das idias, mas, sobretudo, cou evidente o desejo de colaborar com os demais colegas da rede. Nesse sentido, os grupos que se constituram ao longo do curso no pouparam esforos no sentido de pensar em sadas para os problemas que enfrentam em suas escolas, de planejar e propor projetos e atividades que possam contribuir com a prtica dos colegas e em formas de conduzi-las, levando em conta a diversidade e a especicidade de cada regio de nosso Estado. Independentemente de uma expectativa de publicao dos trabalhos desenvolvidos, os professores tiveram sempre presente o esprito de participao, colaborao e integrao. Como responsveis pelos encontros, registramos que o contato com prossionais de diferentes disciplinas e regies trouxe a todos uma imagem bastante signicativa dos pontos comuns e divergentes que a estrutura do sistema educacional estadual apresenta. Destacamos como um ponto bastante positivo o esforo de todos de pensar o papel interdisciplinar das sugestes apresentadas. A esse respeito, as contribuies de docentes que atuam em disciplinas ligadas a diferentes cincias da educao (psicologia, sociologia, losoa e didtica, por exemplo) possibilitaram uma efetiva compreenso do documento de Reorientao Curricular como um todo e, em especial, do importante papel que a disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa pode exercer no projeto pedaggico de formao de professores em nvel mdio. Porm, a impresso mais forte que cou, ao nal desta nova etapa de contato com professores do ensino Normal, foi, principalmente, a de um grupo de prossionais dedicado, que se preocupa com o seu prprio fazer cotidiano e com o seu papel junto aos outros prossionais e junto queles que esto em formao. Este documento reapresenta a proposta de Reorientao Curricular para a disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa, a estrutura do curso realizado pelos professores das Escolas Normais e algumas das atividades propostas e vivenciadas pelos participantes do curso que, em alguns casos, venceram barreiras quilomtricas literalmente para colaborar com mais esta etapa da Reorientao Curricular do Estado do Rio de Janeiro. Esperamos que os demais professores da rede, que no puderam viver esta rica experincia, se beneciem com as propostas apresentadas por seus colegas e que se sintam motivados a realizar o maior desejo dos cursistas que todos possam implementar estas idias, enriquec-las com a prpria prtica e dar continuidade ao trabalho unicador das escolas Normais do Estado do Rio de Janeiro que os presentes puderam experimentar.As cincias da educao so um ponto no qual se confrontam, em uma tenso constante, as questes axiolgicas (que devemos fazer?) e a preocupao com as prticas (que podemos fazer?, e como?) (Charlot, op.cit., p.88).

Mnica Mandarino Carmen Irene Correia de Oliveira Gilda Maria Grumbach Maria Elena Viana Souza

PRTICAS PEDAGGICAS E INICIAO PESQUISA

CURSO NORMAL EM NVEL MDIODisciplinas de Formao Profissional

Janeiro de 2006

Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

O PAPEL DA DISCIPLINA PRTICAS PEDAGGICAS E INICIAO PESQUISA NO CURSO DE FORMAO DE PROFESSORESTodo professor um empreiteiro de amanhs.[...] Deve ser sempre um intermedirio entre a curiosidade e a resposta, um propositor de enigmas, criador de desaos, mensageiro de progresso, treinador de esperanas. Celso Antunes3

No Curso de Formao de Professores Normal Nvel Mdio - de suma importncia que tenhamos bem claro o perl do prossional de ensino que a nossa sociedade necessita e como a escola o est preparando e colocando no mercado de trabalho. Tal formao tem sido objeto de constantes debates no meio acadmico, nas escolas de formao e nas polticas educacionais. Nesses debates, temos observado uma grande nfase na prtica pedaggica, revelando que o saber fazer do professor vai muito alm da sua fundamentao terica. Acreditamos que esta disciplina - Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa - possa funcionar como o condutor das disciplinas que compem a matriz curricular desse Curso. Ao armar isso, no queremos coloc-la como a disciplina mais importante, mas sim como aquela que ir articular os saberes construdos em cada componente curricular e a prpria disciplina de Prticas Pedaggicas, sem que com isso cada uma perca sua identidade; a meta que elas se integrem, que se estabelea uma ponte entre a teoria e a prtica. Os contedos apresentados nos diferentes mbitos de conhecimento do curso de formao de professores s iro adquirir valor instrumental quando se integrarem ao pensamento prtico do professor e contriburem com a produo do conhecimento pedaggico. Considerando ser a prtica o o condutor que une tais conhecimentos, necessrios ao desenvolvimento das competncias especcas de um bom professor, acreditamos que o seu olhar deva ser direcionado desde cedo para alm das observaes do espao escolar, aprendendo assim, com

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ANTUNES,C. Casos, fbulas, anedotas ou inteligncias, capacidades, competncias. Petrpolis:Vozes, 2003, p.166-167

Reorientao Curricular referente disciplina Prtica Pedaggica e Iniciao Pesquisa 19

a prpria prtica, a interpretar os fatos que acontecem no cotidiano. Este olhar de professorpesquisador dever ser construdo ao longo das quatro sries atravs do que chamamos Iniciao Pesquisa. Como qualquer outro prossional, o professor necessita dominar determinados conhecimentos, contedos, competncias e habilidades para que esteja apto a desempenhar seu trabalho com qualidade. Entendendo a competncia no apenas como um somatrio de habilidades, mas como a capacidade de coloc-las em ao para solucionar uma situao que se apresenta, gostaramos de sugerir alguns objetivos que possam nortear suas aes. importante frisar que estamos apresentando estes procedimentos somente como referncia inicial.

CONHECIMENTOS NECESSRIOSQue conhecimentos fazem parte desta disciplina? No se pretende aqui especicar um programa para o seu trabalho no prximo ano letivo. Ele depender da escola em que voc trabalha, da regio onde se encontra, do tipo de aluno que recebe etc. O que pretendemos fazer, para ajud-lo, sugerir alguns temas cujo desenvolvimento consideramos serem signicativos para a preparao de futuros professores. Repare que estes temas abordam contedos que sero certamente aprofundados em outras disciplinas. Assim, o que pode parecer, numa primeira leitura, uma repetio ou superposio de contedos , na verdade, uma concomitncia desejvel. Por exemplo: na medida em que o professor de Poltica Educacional e Organizao do Sistema de Ensino trabalha os diferentes Poderes, voc poder organizar uma visita Cmara dos Vereadores ou Assemblia Legislativa. Vejamos alguns exemplos de temas que podero ser desenvolvidos ao longo das quatro sries: Ser professor: - caractersticas pessoais; - competncias especcas: construo da identidade do professor; - compromissos com a tica e a cidadania: direitos e deveres; - perspectivas de uma carreira prossional. Conhecendo o contexto (macro) escolar: - diferentes nveis de administrao pblica (municipal, estadual, federal); - unidades escolares: diferentes nveis e especicidades; - prtica social especca da escola: a prtica pedaggica.

20 Escolas Normais

Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

O cotidiano escolar: - o estmulo a vivncias e contatos (sempre que possvel) no s com diferentes reas do conhecimento (Lngua Portuguesa, Cincias, Matemtica, Histria, Geograa), mas tambm com diferentes modalidades de atendimento (Educao de Jovens e Adultos, Educao Especial, Educao Indgena); - o espao da sala de aula e da escola como objeto de pesquisa: o olhar crtico do professor como pesquisador de sua prpria prtica. As tecnologias aplicadas educao e pesquisa: - Internet; - informtica educativa; - a TV em suas diversas formas (canal aberto, TV a cabo); - os recursos audiovisuais disponveis/utilizados na escola; - os programas educativos. Conhecimento do patrimnio artstico cultural - as diferentes manifestaes artsticas; - os diferentes espaos culturais (considerando a realidade local); - o meio ambiente. Voc deve estar se perguntando: como colocar isso em prtica na sala de aula? provvel que voc j tenha desenvolvido atividades relacionadas a esses temas, mas vamos dar algumas sugestes que podero ser aproveitadas no planejamento do seu trabalho para o prximo ano letivo.

Sugestes de atividades a serem desenvolvidas41 Srie Estabelecimento de relaes entre as vivncias do cotidiano escolar e lembranas de experincias vivenciadas ao longo da vida escolar, por intermdio de relatos (escritos ou orais). Conhecimento da estrutura organizacional da escola e dos prossionais que nela atuam.

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Utilizamos (*) para marcar atividades que podem estar presentes nas quatro sries.

Reorientao Curricular referente disciplina Prtica Pedaggica e Iniciao Pesquisa 21

Uma atividade interessante proporcionar aos alunos que so novos na escola a oportunidade de conhecer o novo estabelecimento escolar que freqentam. Uma visita guiada vai faz-los descobrir diferentes espaos SOE, SOP, Grmio, Secretaria e os diferentes atores que atuam nesses espaos. Que prossionais so estes? Que formao eles possuem? A partir do contexto micro, eles podero mais tarde chegar ao conhecimento de todo o sistema de ensino. Contato direto com escolas da comunidade por meio de visitas programadas, para observao do cotidiano escolar, entrevistas com prossionais que atuam na escola para posterior elaborao de registros. Tais registros estaro presentes ao longo das quatro sries e podero assumir as mais diferentes formas. O registro escrito de fundamental importncia poder ser feito em chas ou relatrios ao nal de cada evento. Na medida em que o aluno comea a ter contato regular com a escola, interessante que se crie o caderno de estgio ou caderno de campo, onde sero registrados, diariamente, os fatos observados em sala de aula ou em qualquer outro espao da escola, e que tenham signicado para posterior discusso em aulas de Didtica, Prticas Pedaggicas etc. As aulas de Lngua Portuguesa podero utilizar esses registros como material para estudar a estrutura do texto e mostrar como possvel trabalhar a partir do texto do aluno. Contatos com os rgos integrantes dos sistemas poltico e educacional (por meio de visitas, pesquisa em documentos ociais, lmes etc.) Domnio de tcnicas de estudo tais como: chamentos, resumos, pesquisa bibliogrca, e noo de algumas questes acerca do ato de pesquisar. O ideal comear com uma noo geral sobre o que uma pesquisa. O importante mostrar ao aluno que h sempre uma questo que queremos responder ou algo que queremos demonstrar que justica o trabalho de realizar uma pesquisa. Apresente alguns instrumentos utilizados em trabalhos de pesquisa como questionrios, entrevistas e roteiros de observao. Nesse momento, de fundamental importncia fazer com que o aluno perceba o que signica o ato de pesquisar. O censo demogrco um exemplo bom para ser trabalhado, h muitos dados interessantes disponveis na Internet www.ibge.gov.br, (e para o pblico mais jovem de 7 a 12 anos www.ibge.com.br/7a12). No site do IBGE, encontramos tambm outras publicaes, como o Atlas Geogrco Escolar do IBGE5. Os grcos e tabelas do censo podem ser utilizados para mostrar aos alunos caractersticas da populao brasileira, tais como: distribuio por idade, sexo, nvel scio-econmico, nvel de escolaridade etc. Aconselhamos que, em conjunto com os professores de Matemtica, Geograa e Cincias Fsicas e da Natureza, se planeje um projeto

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http://www1.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/index.shtm

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Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

interdisciplinar que aproveite a oportunidade para desenvolver competncias e habilidades de leitura e interpretao da informao, to importante para o exerccio da cidadania plena na sociedade contempornea. Os mapas e estatsticas sobre a desigualdade socioeconmica e sua relao com a escolarizao podem servir para iniciar debates e trabalhos com foco na necessidade de ampliao do acesso ao saber. Familiarizao com a linguagem pedaggica para seu domnio e correta utilizao. Organizao de um glossrio com os novos termos do vocabulrio pedaggico (docente, discente, motivao, experincia, incentivao, por exemplo) para que os alunos possam comear a us-lo adequadamente. Realizao de leituras6 de livros, lmes e trabalhos com imagens para subsidiar discusses e/ou utilizao de diferentes linguagens.(*) Participao em atividades culturais para ampliao do capital cultural do aluno. (*) No s a ida a exposies, cinema e teatro, mas tambm visitas a orfanatos, casas de idosos etc. so importantes para conhecimento de outros espaos educativos e de socializao.Voc poder aproveitar tambm as diversas formas de manifestao cultural presentes na sua comunidade (o folclore regional, o artesanato tpico da regio, feiras, rodeios, por exemplo). tambm vivel substituir algumas visitas por lmes ou vdeos, documentrios ou ccionais, que tragam situaes cotidianas destes espaos.

2 Srie Vivncias do cotidiano escolar por meio de observao, co-participao e participao. No caso de no ser possvel o acesso direto a escolas das redes pblica ou particular, tal atividade pode ser conduzida por meio de lmes e/ou vdeos, TV Escola, posteriormente analisados e comentados. Iniciao pesquisa por meio do desenvolvimento da capacidade de observar e registrar fatos relevantes presentes no cotidiano e que evidenciam comportamentos estudados em outras disciplinas. Conhecimento das etapas constitutivas de um trabalho de pesquisa: o projeto, a coleta de dados, a anlise dos dados, o relato escrito e a divulgao dos resultados.

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Ao nal desse trabalho voc encontrar algumas sugestes para essas leituras

Reorientao Curricular referente disciplina Prtica Pedaggica e Iniciao Pesquisa 23

Realizao de um trabalho de pesquisa, que pode se iniciar com um pequeno problema formulado pelos alunos. Em seguida, discuta como eles fariam para conseguir as informaes necessrias para responder ao problema formulado. Aprofunde questes como tabulao, anlise e interpretao de dados coletados, com os exemplos de pesquisas j disponveis. Alm dos dados do IBGE, h tambm os censos da educao, disponibilizados pelo INEP em http://www.inep.gov.br/institucional/avisos/censo.htm, que contribuem para a discusso de algumas questes do panorama da educao nacional. A partir das discusses desses dados, os alunos podem formular problemas de investigao e, em uma etapa posterior, podem realizar observaes direcionadas para as questes do problema por eles formulado. A coleta de dados em espaos fora da escola pode ser um problema devido pouca idade dos alunos, em muitos casos 14 ou 15 anos de idade. Por isso, preciso providenciar autorizao dos pais para atividades deste tipo. Uma soluo para realizao de levantamento de dados aproveitar o percurso casa-escolacasa como espao de observao e posterior registro do que foi observado. Depois de haver estabelecido o que se pretende observar, o aluno pode iniciar o procedimento durante este percurso. Exemplo: possvel formular questes muito simples sobre o tema gnero de propaganda distribuda por regies ou bairros. Ser que todos os tipos de produtos so anunciados igualmente em todas as regies? Ser que o tipo de divulgao outdoors, cartazes colados em muros tem relao com o bairro ou com o produto anunciado? Tomando como delimitao geogrca o bairro onde se localiza a escola, no trajeto de ida e volta, os alunos podem observar e registrar os tipos de propaganda veiculada, se elas esto em outdoors, cartazes em muros, em pirulitos (aqueles postes com placas de nomes de rua, que possuem uma placa redonda em cima e que geralmente cam nas esquinas da rua). Depois eles constroem uma tabela com o levantamento quantitativo dos tipos de propaganda, tipos de divulgao (outdoors etc.). Alm disso, em um mapa, eles podem marcar a rea coberta pela pesquisa e os pontos de concentrao das propagandas. A anlise desses dados levar os alunos a buscar respostas para as questes enunciadas. Ao nal deste ou de qualquer outro projeto de levantamento de dados, lembre-se de estimular a elaborao de um relatrio nal, discutindo a validade e provisoriedade das concluses. Toda pesquisa se refere a um tempo e espao bem delimitados e no possvel fazer generalizaes ou inferncias. Realizao de pesquisas bibliogrcas sobre educadores e/ou tericos que estejam sendo estudados nas demais disciplinas do curso, em especial nas disciplinas de formao pedaggica. Conhecimento e utilizao de recursos auxiliares como apoio didtico, tanto os mais tradicionais quanto os recursos disponibilizados pelas novas tecnologias.

24 Escolas Normais

Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

Construo de materiais didticos7. Participao em projetos desenvolvidos pelo municpio e que tenham relao com as situaes trabalhadas no curso. Realizao de leituras de livros, lmes e trabalho com imagens para subsidiar discusses e/ou utilizao de diferentes linguagens. Participao em atividades culturais para ampliao do capital cultural do aluno.

3 Srie8 Vivncias do cotidiano escolar por meio de observao, co-participao e participao em classes de Educao Infantil e das sries iniciais (ou ciclos) do Ensino Fundamental. Vivncias do cotidiano escolar por meio de observao e co-participao em classes inclusivas com alunos especiais, educao de jovens e adultos ou educao indgena. Se no for possvel ter acesso a uma classe com tal caracterstica, vivel realizar pesquisa sobre a questo, utilizando diferentes materiais, e preparar atividades para que os alunos tenham um conhecimento mais ampliado sobre outras realidades. Aconselhamos que, em conjunto com o professor da disciplina Conhecimentos Didticos Pedaggicos em Educao Especial, Educao de Jovens e Adultos e Educao Indgena9, sejam tomadas decises sobre como ambas as disciplinas podem se complementar de forma ecaz. Sugerimos que, nesta srie, se d maior nfase em Educao Especial. J na 4a srie, quando os alunos tm mais idade e maturidade para sair da escola para visitar projetos noturnos e/ou distantes geogracamente, se busque contribuir com alguma experincia nas demais reas, ou seja, Educao de Jovens e Adultos e Educao Indgena. Vale destacar que bom que, em cada srie, o aluno tenha um novo campo a descobrir. Elaborao de um projeto de pesquisa, seguindo as etapas que foram apresentadas e estudadas anteriormente. Oriente os alunos a no planejarem algo que no conseguiro realizar, seja por falta de tempo, por impossibilidade de acesso s informaes que precisaro etc. Delineamento do perl prossional do professor, considerando aspectos relacionados competncia, compromisso tico, comportamento e demais caractersticas importantes para este prossional.

7 Ver sugestes de atividades e projetos propostos nas disciplinas Abordagens Psico-Sociolingsticas do Processo de Alfabetizao e Conhecimentos Didtico-Pedaggicos em Ensino Fundamental, que fazem parte deste documento. 8 Utilizamos (**) para marcar atividades propostas para a 3a srie que podem tambm estar presentes na 4 srie. 9 Consulte o texto da disciplina Conhecimentos Didticos Pedaggicos em: Educao Especial, Educao de Jovens e Adultos e Educao Indgena.

Reorientao Curricular referente disciplina Prtica Pedaggica e Iniciao Pesquisa 25

Realizao de estudos orientados para avaliao do impacto causado pelo progresso no meio ambiente e na qualidade de vida humana. Para essas questes importante partir do local onde a escola est situada, do ambiente que a circunda com seus problemas e as solues, caso j existam. Conhecimento de critrios e instrumentos para seleo de livros didticos e para-didticos. Construo de materiais didticos em conjunto com os professores de Conhecimentos Didtico Pedaggicos em Ensino Fundamental e Abordagens Psico-Sociolingsticas do Processo de Alfabetizao, tais como: organizao de uma sala de aula como um ambiente alfabetizador criando alfabetrio, calendrio, quadro de chamada etc. Elaborao de planejamento de aula para turmas de Educao Infantil / Ensino Fundamental, com acompanhamento do professor responsvel. (**) Regncia de turma nas classes acima referidas, sob superviso do professor responsvel. (**) Participao em projetos do municpio que tenham relao com as situaes trabalhados no curso. Realizao de leituras de livros, lmes e trabalho com imagens para subsidiar discusses e/ou utilizao de diferentes linguagens. Participao em atividades culturais para ampliao do capital cultural do aluno.

4 Srie Vivncias do cotidiano escolar por meio de observao, co-participao e participao em turmas de Educao Infantil e Ensino Fundamental de 1 a 4 srie. Vivncias do cotidiano escolar por meio de observao e co-participao em classes de Educao de Jovens e Adultos e/ou Indgena. Caso seja impossvel o acesso a uma turma deste tipo, desenvolva atividades que permitam ao aluno ter conhecimento de tal realidade: pesquisas em documentos ociais, revistas, jornais. Elaborao de planejamento de aula para turmas de Educao Infantil/Ensino Fundamental, com acompanhamento do professor responsvel. (**) Regncia de turma nas classes acima referidas sob superviso do professor responsvel. (**) Elaborao de trabalho de pesquisa, utilizando as situaes da prtica em diferentes escolas, culminando com a apresentao do trabalho em forma de relatrio, mural, palestra etc.

26 Escolas Normais

Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

Realizao de leituras de livros, lmes e trabalho com imagens para subsidiar discusses e/ou utilizao de diferentes linguagens. Seleo de livros didticos e para-didticos. Participao em atividades culturais para ampliao do capital cultural do aluno. Alm dessas sugestes de atividades, que certamente se juntaro a outras que voc j realiza, gostaramos de contribuir para a organizao e distribuio da carga horria desta disciplina. Lembramos que a carga horria total de 960h/a, distribudas ao longo das quatro sries do Curso Normal, necessariamente grande e precisa ser realmente produtiva. Os depoimentos de professores que participaram dos workshops do Programa Sucesso Escolar, quando foi discutida a verso preliminar deste documento, e a leitura dos questionrios de avaliao recebidos evidenciaram que a distribuio da carga horria tem sido um dos grandes problemas enfrentados pelos professores da disciplina em muitas escolas normais. So diversas as solues, adaptaes e diculdades encontradas, algumas muito criativas, outras nem tanto. Assim, a partir de nossa experincia e das contribuies recebidas, propomos a seguir uma forma de distribuio e organizao da carga horria.

1 srie (total: 80 h/a)- Atividades em sala de aula e conhecimento da prpria escola (70 h/a). - Contato com classes de 1 a 4 srie (quando possvel) na escola de formao ou em escolas da comunidade para subsidiar discusses e anlises em sala de aula (10 h/a). - Reunies com a Coordenao de Estgio (4 h/a) nas escolas que possuem esse servio.

2 srie (total: 240 h/a)- Atividades em sala de aula (120 h/a). - Contatos com escolas da comunidade e/ou escola de formao em classes de Educao Infantil e Ensino Fundamental de 1 a 4 srie. (80 h/a). - Atividades culturais (28 h/a). - Reunies com a Coordenao (6 h/a). - Elaborao de materiais relacionados ao estgio (relatrios, etc.) (6 h/a).

3 srie (total: 320 h/a)- Atividades em sala de aula (120 h/a). - Contatos com escolas da comunidade em classes de Educao Infantil, Alfabetizao e Ensino Fundamental de 1 a 4 sries (120 h/a).Reorientao Curricular referente disciplina Prtica Pedaggica e Iniciao Pesquisa 27

- Contatos com classes inclusivas com alunos de educao especial (30 h/a). - Atividades culturais (36 h/a). - Reunies com a Coordenao (8 h/a). - Elaborao de materiais variados relacionados ao estgio (6 h/a).

4 srie (total: 320 h/a)- Atividades em sala de aula. (120 h/a). - Contato com escolas da comunidade (Educao Infantil, Alfabetizao e 1 a 4 sries). (120 h/a). - Contatos com classes inclusivas e/ou Educao de Jovens e Adultos e/ou alguma atividade relativa Educao Indgena. (40 h/a). - Atividades culturais. (24 h/a). - Reunies com a Coordenao. (8 h/a). - Elaborao de materiais variados. (8 h/a). - Elaborao de materiais variados relacionados ao estgio. (8 h/a).

OBSESRVAOTendo em vista que as disciplinas de Conhecimentos Didticos Pedaggicos em Educao Especial, Educao de Jovens e Adultos e Educao Indgena possuem uma carga horria reduzida (2 tempos semanais) ao longo da 3 e 4 sries, seria interessante que em Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa fossem desenvolvidas atividades que permitissem um maior conhecimento dessas reas to especcas. Em especial a rea de Educao Indgena, para a qual, certamente, haver maior diculdade de observao em salas de aula convencionais. Algumas atividades podem ajudar a enriquecer o futuro professor nessa rea, como por exemplo: visitas a museus que possuem acervo sobre o tema; pesquisas sobre medicina indgena, cultura, demarcao de terras indgenas etc. Contatos com Universidades, ONGS (Organizaes no-governamentais) ou organismos governamentais que estejam fazendo algum tipo de estudo e/ou pesquisa sobre nossos ndios tambm possibilitam que estudiosos ou prossionais que atuam na rea ajudem a enriquecer este trabalho.

OBJETIVOS A ALCANARLembramos que, nesta proposta de re-orientao curricular, a disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa est sendo considerada como o condutor, como base do trabalho de todas as outras disciplinas. Releia a Introduo deste documento! Assim, a lista de objetivos a28 Escolas Normais

Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

alcanar, que apresentamos a seguir, precisa ser considerada como complementar dos objetivos apresentados nas demais disciplinas. Alm disso, os objetivos das outras disciplinas de formao prossional precisam subsidiar e dar sustentao a esta lista. importante, ainda, ressaltar que: (1) a prtica no deve se tornar uma mera aplicao de teorias, mas precisa constituir-se como espao que possibilite a construo de saberes advindos dessa mesma prtica; (2) a iniciao pesquisa no se destina ao desenvolvimento precoce e desnecessrio do academicismo, o foco o desenvolvimento de uma postura reexiva e crtica sobre a realidade educacional e sobre o fazer pedaggico cotidiano. Dominar diferentes linguagens, primordialmente a verbal. Compreender e dominar os contedos que devero ser trabalhados na educao infantil e no primeiro segmento do ensino fundamental. Enfrentar situaes-problema, relacionando conceitos disciplinares a contextos especcos. Articular os conhecimentos adquiridos com as situaes do cotidiano (relao teoriaprtica). Projetar aes e pensar propostas de interveno na realidade. Trabalhar em equipe respeitando as especicidades e as diferenas, contribuindo com a transformao social. Analisar as diculdades dos alunos, interpretando seus progressos e provendo suas necessidades. Ampliar seus conhecimentos gerais (culturais) e pedaggicos numa perspectiva de formao continuada. Compreender as relaes entre os diversos componentes curriculares.

ABORDAGENS E INTERFACES POSSVEISA disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa , sem dvida, a que maior possibilidade de interfaces oferece. na rotina diria de trabalho que os demais contedos curriculares encontram uma nova forma e se transformam em um outro tipo de conhecimento em saber prossional e vivencial. nesse momento de transformao que est em jogo o saber ser professor. Portanto, esta disciplina constitui-se no lcus ideal para que os alunos trabalhem, de maneira interdisciplinar, os conhecimentos construdos nas demais disciplinas de formao prossional. E, para que isso acontea, preciso que ns, professores, ultrapassemos, por alguns momentos, as fronteiras de nossa disciplina para pensar no aluno como um todo, nas relaes possveis com outros campos que podem enriquecer seu aprendizado, pois nele que se constri o novo conhecimento e este no pode ser fracionado. Um bom caminho para alcanarmos tal resultado o trabalho com projetos de ensino. A metodologia de projetos permite mltiplas interfaces, ao mesmo tempo em que favorece o

Reorientao Curricular referente disciplina Prtica Pedaggica e Iniciao Pesquisa 29

trabalho em equipe, provoca desaos e possibilita a construo de conhecimento de forma signicativa. Como voc j sabe, a futura prtica de seus alunos ser profundamente calcada nas experincias que ele vivenciou durante o perodo de formao. Por isso, necessrio que essas vivncias sejam diversicadas e enriquecedoras. Outro aspecto a ressaltar o seu papel, professor, como interlocutor com os colegas das demais disciplinas. preciso acompanhar o que eles esto abordando, que temas esto desenvolvendo, e voc, o professor de Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa o mediador desse trabalho. Converse com seus colegas e traga subsdios para as atividades a serem desenvolvidas nesta disciplina.

Sugestes de leitura para os alunosAconselhamos a leitura de alguns livros pelos alunos, ao longo das quatro sries. So leituras leves, muitas vezes divertidas, que provocam excelentes discusses e podem ajudar o trabalho com outras linguagens (criar dramatizaes, jograis, murais etc.). Com certeza, estas leituras tambm contribuiro para fundamentar atitudes crticas, posturas criativas e reexes importantes para a formao prossional de professores.

LivrosABRAMOVICH, F. Que raio de professora sou eu? So Paulo: Scipione, 1990. ADOZINDA, M. Minha vida, minha escola. outra histria. Petrpolis: Vozes, 1986. ALVES, R. Conversas com quem gosta de ensinar. 6ed. So Paulo: Cortez, 1984. _________. Como nasceu a alegria. 17ed. So Paulo: Paulus, 2002. _________. A rvore e a aranha. 7ed. So Paulo: Paulus, 2002. _________. A plancie e o abismo. 5ed. So Paulo: Paulus, 2002. _________. O patinho que no aprendeu a voar. 15ed. So Paulo: Paulus, 2003. _________. Conversas sobre educao. Campinas: Verus, 2003. ANTUNES, C. Marinheiros e professores. Petrpolis: Vozes, 1998. _________. Professor bonzinho, aluno difcil. Fasc.4, Petrpolis: Vozes, 2002. _________. Casos, fbulas, anedotas ou inteligncias, capacidades, competncias. Petrpolis: Vozes, 2003. AXLINE, V.M. Dibs: em busca de si mesmo. 22ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002. BOFF, L. A guia e a galinha . 34ed. Petrpolis: Vozes, 2000. FREIRE, P. Professora sim, tia no. So Paulo: Olho dgua, 1998.30 Escolas Normais

Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

_________. Pedagogia da autonomia. So Paulo: Paz e Terra, 2003. FURLANI, L.M. Autoridade do professor: meta, mito ou nada disso? 2ed. So Paulo: Cortez, 1990. RAMAL, A. Histrias de gente que ensina e aprende. So Paulo: Loyola, 2003. VASCONCELOS, G.N. (org.) Como me z professora. 2ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. WERNECK, H. Se voc nge que ensina, eu njo que aprendo. 13 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1998. ZIRALDO. O menino maluquinho. So Paulo: Melhoramentos, 1994. ________. Uma professora muito maluquinha. So Paulo: Melhoramentos, 1995.

Revistas e sitesH muitas revistas e sites que tambm podem ser utilizados e que proporcionam o acompanhamento atualizado das discusses da rea de Educao, tais como: Revista Nova Escola Revista do Professor Revista da TV-Escola http://www.mec.gov.br http://www.inep.gov.br http://www.inep.gov.br/institucional/avisos/censo.htm http://www.educacaopublica.rj.gov.br http://www.edukbr.com.br

Documentos oficiaisBRASIL. MEC/SEF. Referencial pedaggico para formao de professores. Braslia: Secretaria de Educao Fundamental: 1999. BRASIL. MEC/SEF. Parmetros Curriculares Nacionais. Braslia: 1997.

Sugestes de leituras para voc, professor da disciplina Prtica Pedaggicas e Iniciao PesquisaCANDAU, V.M.(org.). Magistrio: construo cotidiana. Petrpolis: Vozes, 1997. CASTRO, A. e CARVALHO, A M.P. Ensinar a ensinar. So Paulo: Pioneira, 2001. ESPIRITO SANTO, R.C. Desaos na Formao do Professor. Campinas: Papirus, 1990. FARIA, A.L.G. Ideologia do livro didtico. So Paulo: Cortez, 1987. GADOTTI, M. Escola cidad. So Paulo: Cortez, 1992.

Reorientao Curricular referente disciplina Prtica Pedaggica e Iniciao Pesquisa 31

GRUHBAS. Projetos Educacionais e Culturais. A inveno da sala de aula. Petrpolis: Vozes, 2002. KRAMER, S. (org.). Com a pr-escola nas mos. Rio de Janeiro: tica, 1994. LIBNEO, J.C. Democratizao da escola pblica. So Paulo: Loyola, 1985. PADILHA, H. Mestre Maestro: a sala de aula como orquestra. Rio de Janeiro: Linha Mestra, 2003. PERRENOUD, P. Dez novas competncias para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. _____________. Formando professores prossionais. 2ed. Porto Alegre : Artmed, 2001. PICONEZ, S.C.B. (org.). A prtica do Estgio Supervisionado. Campinas: Papirus, 1991. PIMENTA, S.G. O Estgio na Formao de Professores: unidade teoria e prtica? S.Paulo: Cortez, 1997.

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O CURSO: PRTICAS PEDAGGICAS E INICIAO PESQUISAIniciado em setembro de 2005, o curso teve como objetivos analisar o documento de Reorientao Curricular das disciplinas de formao prossional dos cursos de formao de professores em nvel mdio do Estado do Rio de Janeiro e discutir propostas de implementao dos pressupostos e recomendaes contidas neste documento. Para isso, o planejamento do curso foi elaborado de modo a possibilitar a troca de experincias entre os professores participantes, em especial no que diz respeito s experincias didticas j realizadas em suas escolas, a partir do primeiro semestre de 2005, com base na Reorientao Curricular, as diculdades encontradas e o planejamento de projetos e atividades a serem testadas durante o segundo semestre. Alm de aprofundar a discusso da reorientao curricular, a metodologia de projetos teve lugar privilegiado nesta proposta de formao continuada de professores das disciplinas pedaggicas das Escolas Normais. Esta temtica foi escolhida devido a sua importncia e atualidade no cenrio educacional e nas propostas curriculares apresentadas para todas as disciplinas que compem o Livro IV da Reorientao Curricular do Estado. Alm disso, a metodologia de projetos foi escolhida como temtica, pois se constituiria como alicerce das propostas de atividades elaboradas durante o curso, com o objetivo de contribuir para o trabalho docente de outros professores da rede. Assim, os contedos envolvidos nesta etapa da formao foram: I - A metodologia de Projetos: histrico; conceitos; caractersticas; fases. II - A construo de Projetos: planejamento. III- Aplicao dos Projetos planejados: busca de informaes e coleta de dados (tcnicas de estudo e pesquisa). IV- Execuo e acompanhamento do desenvolvimento de projetos. IV- Avaliao da aprendizagem no trabalho com projetos. Cabe esclarecer que as propostas selecionadas para compor este documento foram planejadas pelos professores, com a orientao de professores da UNIRIO, buscando atender diversidade de realidades em suas escolas. Os temas dos projetos foram escolhidos de modo a atender ao planejamento das escolas no perodo e evidenciar possibilidades de trabalho interdisciplinar, podendo ter como o condutor os contedos de qualquer uma das disciplinas de formao prossional.O curso 33

Todos os projetos e atividades divulgados neste documento foram testados pelos grupos, avaliados e organizados para publicao em atividades presenciais e distncia, como ca evidenciado pela dinmica do curso apresentada a seguir.

PLANEJAMENTO1 EncontroAnlise do documento de Reorientao Curricular da SEE/RJ. Temtica de estudo: a metodologia de projetos. Atividade de produo de material: formao dos grupos. Atividade distncia: Elaborao de um projeto (em grupo).

2 EncontroTemtica de estudo: planejamento e execuo de projetos. Atividade de produo de material: fechamento dos projetos. Atividade distncia: Preparao dos materiais dos projetos (busca de informaes e coleta de dados).

3 EncontroTemticas de estudo: sistematizao da aprendizagem no trabalho por projetos. Organizao dos dados e validao do projeto. Atividade de produo de material: organizao e anlise dos dados coletados. Atividade distncia: Execuo do Projeto e Avaliao.

4 EncontroTemtica de estudo: avaliao da aprendizagem no trabalho com projetos. Atividade de produo de material: Discusso dos resultados. Atividade distncia: produo de roteiros para o aluno, manual do professor e instrumentos de avaliao.

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5 EncontroTemtica de estudo: produo de materiais didticos para formao continuada de professores distncia. Atividade de produo de material: discusso dos materiais produzidos. Atividade distncia: Aperfeioamento dos materiais didticos.

6 EncontroTemtica de estudo: a formao de formadores de professores numa perspectiva transdiciplinar e emancipatria. Atividade de produo de material: anlise dos materiais produzidos e concluses nais. Atividade distncia: Redao nal do documento de apresentao dos trabalhos.

7 EncontroEntrega e apresentao dos trabalhos.

ESTRUTURA DOS TRABALHOSOs trabalhos apresentados pelos professores esto organizados da seguinte forma:

ApresentaoDescrio resumida do trabalho proposto, discutindo a motivao do grupo para abordar o tema.

Roteiro do AlunoPropostas de atividades a serem desenvolvidas pelos alunos das Escolas Normais.

Roteiro do ProfessorComentrios, sugestes e aprofundamentos destinados a auxiliar o professor na aplicao em sala de aula do material elaborado pelo grupo. Este roteiro contm os objetivos da atividade, a(s) srie(s) para a(s) qual(is) o trabalho est direcionado; os contedos e interfaces com outras disciplinas da grade curricular; o nmero de aulas e/ou o tempo previsto para a realizao de cada etapa da atividade e exemplos.

O curso 35

Alguns dos trabalhos contm ainda sugestes de leitura e stios da Internet, exemplos de produo dos professorandos (as) e fotos de atividades realizadas.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICASPara nalizar, apresentamos, a seguir, alguns dos textos utilizados durante o curso, cuja leitura recomendamos aos professores que no puderam participar deste projeto: JAPIASSU, Hilton. A atitude interdisciplinar no sistema de ensino. In: REVISTA TEMPO BRASILEIRO. Interdisciplinaridade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, n 108,1992. FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade: denio, projeto, pesquisa. In: FAZENDA, Ivani (coord.) Prticas interdisciplinares na escola. So Paulo: Cortez, 1991. KELLER, Edson. Trabalho em projetos no ensino mdio: a experincia da Escola Pueri Domus. Revista Pedaggica Ptio. Ano 2, n 6, ago/out 1998. FAZENDA, Ivani. Construindo aspectos terico-metodolgicos da pesquisa sobre interdisciplinaridade. In: FAZENDA, Ivani (org.) Interdisciplinaridade: dicionrio em construo. So Paulo: Cortez, 2002. CANEN, Ana. Multiculturalismo e currculo em ao: um estudo de caso. Anais 25 Anped: Educao, manifestos, lutas e utopias. Caxambu, MG, 2002.

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Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

DETECTANDO E REPENSANDO OS MECANISMOS DE INCLUSO E EXCLUSO NA COMUNIDADE ESCOLAR APRESENTAO DA PROPOSTAO processo de incluso vem sendo alardeado pelas autoridades educacionais de nosso pas. Dizer que uma escola inclusiva muito fcil. O difcil faz-la inclusiva de fato. Ns, que vivenciamos o dia-a-dia da escola, percebemos que a excluso ainda acontece de forma explcita no ambiente escolar por diversos motivos: raa, questes scio-econmicas, opes sexuais, decincias, idade, aparncia etc. Diante do exposto acima, propomos este trabalho cuja aplicao, ao nosso ver, torna-se essencial, para que consigamos levar a comunidade escolar a conhecer sua realidade e buscar solues para minimizar os problemas detectados. Nossa proposta consiste na aplicao de uma entrevista/pesquisa que busca apontar as causas mais comuns da excluso dentro da escola. Tal pesquisa dever ser elaborada e aplicada pelas turmas de Curso Normal. Aps o trabalho de anlise dos dados, montaro painis apresentando os resultados a comunidade escolar. Como atividades subseqentes, sero montadas campanhas de conscientizao da comunidade, confeco de livretos informativos, folders e peas teatrais abordando as diversas situaes de excluso vivenciadas dentro da escola.

Detectando e repensando os mecanismos de incluso e excluso na comunidade escolar 37

ROTEIRO DO ALUNOTtulo da atividade:Detectando e repensando os mecanismos de incluso e excluso na comunidade escolar.

Objetivo:Elaborar instrumento de pesquisa e atividades que possam retratar a real situao do processo de incluso na escola.

Etapas: 1 etapa1- Discutir em classe o tema e levantar propostas (questes) para a pesquisa. 2- Selecionar, entre as propostas apresentadas, as que faro parte do instrumento. 3- Confeccionar o instrumento no laboratrio de informtica. 4- Denir local e perl das pessoas a serem entrevistadas.

2 etapa1- Aplicar o instrumento elaborado na etapa anterior.

3 etapa1- Executar a tabulao dos dados levantados (em grupo). 2- Analisar os resultados da tabulao. 3- Confeccionar grcos para apresentar os resultados da pesquisa comunidade escolar. 4- Traar um plano de ao com as sugestes dadas pelos entrevistados (objetivos/atividades/ estratgias/avaliao). 5- Avaliar todo o processo.

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ROTEIRO DO PROFESSORTtulo da atividade:Detectando e repensado os mecanismos de incluso e excluso na comunidade escolar.

Objetivos:1. Conduzir a construo de um instrumento de pesquisa e atividades para retratar as reais causas das excluses ocorridas dentro da escola. 2. Buscar possveis solues para minimizar os problemas detectados. 3. Fazer uma reexo coletiva sobre Preconceitos.

Nvel indicado:3 e 4 sries do Curso Normal

Contedos envolvidos: Lngua Portuguesa produo de questionrios para a pesquisa. Matemtica confeco de grcos com os resultados da pesquisa. Educao Artstica - montagem de painis, murais, dramatizaes. Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa - fases de uma pesquisa e aplicao dos instrumentos. Psicologia - problemas oriundos da discriminao sofrida na infncia e na adolescncia. Informtica - uso dos recursos tecnolgicos como suporte na elaborao das demais atividades.

Quantidade de aulas e de atividades extra-classe: 02 aulas para a 1 etapa. 01 semana para aplicao do instrumento (2 etapa). 02 aulas para a 3 etapa (itens 1 e 2). 02 aulas para a 3 etapa (item 3). 02 aulas para a 3 etapa (itens 4 e 5).

Material necessrio:Papel ofcio para confeco dos instrumentos; tinta para impressora.

Detectando e repensando os mecanismos de incluso e excluso na comunidade escolar 39

Etapas: 1 etapa1- Construir os objetivos pedaggicos que se pretende alcanar. 2- Explicar aos alunos a atividade que vo realizar e apresentar os objetivos da proposta. 3- Apresentar o tema aos alunos de modo a lev-los a reetir sobre a importncia do trabalho a ser desenvolvido. 4- Selecionar com os alunos as reas e disciplinas que podem ser envolvidas na execuo das atividades e os contedos que podem ser trabalhados. 5- Orientar a confeco do instrumento de pesquisa, sugerindo que as perguntas sejam do tipo fechado, aquelas que apresentam as opes de respostas, facilitando a tabulao dos dados. 6- Denir com os grupos o local e os critrios de seleo dos possveis informantes / entrevistados. 7- Avaliar parcialmente o andamento desta etapa.

2 etapa1- Acompanhar e avaliar o desempenho dos alunos na aplicao dos instrumentos de pesquisa.

3 etapa1- Conduzir a tabulao dos dados. 2- Trabalhar, em conjunto com os professores de Matemtica, Educao Artstica e Informtica, a construo dos grcos pelos alunos e a apresentao dos mesmos. 3- Orientar a elaborao do plano de ao / projeto com todas as suas etapas. 4- Organizar com os professores de Psicologia e Histria da Educao uma mesa redonda de depoimentos de casos e efeitos da discriminao. 5- Realizar uma avaliao de todo o processo de preparao, desenvolvimento e concluso da atividade proposta.

Sugestes de atividades interdisciplinares subseqentes: Confeco de jornal mural. Teatro de dedoches. Livretos informativos. Entrevista lmada. Observao: os grcos podero ser confeccionados em alto relevo de modo a facilitar a leitura dos alunos portadores de decincias visuais.

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SUGESTO DE QUESTIONRIO1. Idade ( ( ( ( ( ( ) 10 a 15 anos ) 16 a 21 anos ) 22 a 30 anos ) 31 a 45 anos ) + de 45 anos ) Masculino ( ) Feminino

2. Sexo

3. Voc j sofreu algum tipo de discriminao na escola? ( ) SIM ( ) NO 4. De que tipo: ( ) Racial ( ) Condio econmica ( ) Opo sexual ( ) Idade ( ) Aparncia fsica ( ) Portador de decincia ( ) Outras. De que tipo? _______________________________ 5. Esta discriminao veio de: ( ) Professor ( ) Funcionrio ( ) Colegas ( ) Parentes ( ) Outros: ___________________________________________ 6. Como voc se sentiu ao ser discriminado? ( ) Com vontade de ir embora ( ) Chorei ( ) No liguei ( ) Revidei ( ) Outros ____________________________________________ 7. Voc j discriminou algum? ( ) SIM ( ) NO

8. Por qual(is) motivo(s): ( ) Racial ( ) Condio scio econmico ( ) Opo sexual ( ) Idade ( ) Aparncia fsica ( ) Portador de decincia ( ) Outras. De que tipo? ___________________________________ 9. O que a nossa escola poderia fazer para acabar com este problema? D sugestes: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________

Detectando e repensando os mecanismos de incluso e excluso na comunidade escolar 41

EU TAMBM POSSO: CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE APRESENTAO DA PROPOSTAO Projeto Eu tambm posso visa orientar e apresentar atividades que possibilitem a incluso de pessoas portadoras de alguma excepcionalidade fsica, mental, moral, emocional e social, com a nalidade de despertar a auto-estima e engaj-las nos grupos sociais e culturais. Os professores envolvidos nesse projeto devero: 1. Conscientizar os alunos normalistas sobre a necessidade de trabalhar a incluso de pessoas portadoras de qualquer excepcionalidade. 2. Orientar os alunos na aplicao das atividades do projeto. O projeto original apresentado pelo grupo ao nal do curso continha diversas atividades que esto resumidamente apresentadas, a seguir, no roteiro geral do projeto. No entanto, apenas uma das atividades propostas no projeto foi escolhida para maior detalhamento neste documento. A atividade escolhida para publicao consiste na elaborao de um jogo domin ecolgico com a nalidade de desenvolver a conscincia de preservao do meio ambiente em uma abordagem ldica, proporcionando a aprendizagem de contedos pertinentes.

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ROTEIRO GERAL DO PROJETO EU TAMBM POSSOObjetivo geral:Reconhecer o valor de um meio ambiente saudvel para todos e propor aes concretas a m de preserv-lo.

Etapas:Das etapas descritas a seguir participam tanto professores quanto alunos: 1. Assistir a palestra do bilogo acerca da importncia de nosso meio ambiente. 2. Participar da atividade de campo, indo comunidade com nalidade de distribuir panetos informativos e esclarecer alguns cuidados que todo cidado deve ter com o meio ambiente. 3. Relacionar as informaes ouvidas na palestra s opinies de pessoas da comunidade e realizar um trabalho escrito colocando a sua prpria concluso e idias novas a serem trabalhadas. 4. Assistir a um pequeno lme que faz uma amostragem da situao atual dos rios da regio e como isso inui no meio ambiente. 5. Destacar os pontos altos da palestra ouvida, escrevendo-os na lousa ou em um outro quadro. 6. Fazer a apresentao das etapas do trabalho de modo a buscar o envolvimento de todos. 7. Vericar quais as reas que podero trabalhar o Projeto e quais as atividades mais ecientes a serem realizadas. 8. Organizar as atividades que faro parte do clmax do Projeto e confeccionar cartazes e murais de sugestes bem decorados. 9. Realizar a atividade, destacando o assunto do lme, das entrevistas e da palestra. 10. Confeccionar jogos, como o domin ecolgico, que se constitui como um domin tctil em alto relevo, aproveitando coisas da natureza (sementes, areia, gros, lixa etc). 11. Escrever pardias falando sobre a preservao do Meio Ambiente e cantar para todos. 12. Reformular as atividades, se necessrio, e aplic-las numa turma de educao bsica.

Ao professor, especificamente, cabe: Analisar a capacidade de concentrao dos alunos e direcionar as atenes para o assunto principal. Ampliar a arte de comunicao usando algumas partes das atividades em linguagem de sinais (LIBRAS).Eu tambm posso: cuidados com o meio ambiente 43

Relacionar o que foi apreendido com situaes prticas na escola, no bairro e em casa. Material necessrio: Filme; papis; tinta; canetas; emborrachado; elementos da natureza; cartolina.

ETAPAS DA ATIVIDADE DE CONSTRUO DO DOMIN ECOLGICO:Construindo com o aluno:1- Elaborar os objetivos pedaggicos. 2- Expor para a classe as partes do Projeto a serem desenvolvidas. 3- Analisar o lme. 4- Destacar o ttulo e os pontos-chaves da palestra. 5- Elaborar os ttulos temticos: Meio Ambiente, Desmatamento, Poluio, Reciclagem, poesias, msicas, jogos. 6- Conduzir os alunos participao nas atividades. 7- Avaliar o sucesso e as mudanas de comportamento aps a realizao do Projeto.

Conduzindo a efetivao do Projeto:1- Ajudar na confeco dos cartazes e dos panetos. 2- Auxiliar na montagem dos jogos. 3- Analisar o roteiro do aluno e observar a carncia, a sistematizao e a organizao das atividades. 4- Vericar a praticidade das atividades e o esmero com que so feitas. 5- Valorizar a atuao de cada um para que todo o grupo participar.

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ROTEIRO DO ALUNOTtulo da atividade:Construindo o Domin Ecolgico (domin tctil)

Objetivo:1. Explorar o meio ambiente utilizando a percepo ttil e a visual. 2. Promover a socializao por meio da integrao, do esprito de participao, respeitando-se a individualidade de cada um. 3. Classicar e ordenar materiais, cores, formas e texturas. 4. Discriminar cores e texturas dos diversos materiais utilizados. 5. Confeccionar um jogo, domin ecolgico, para uso em sala de aula.

Etapas: 1 Etapa1. Participar de uma excurso na comunidade para buscar elementos da natureza que possam compor o jogo a ser confeccionado. 2. Recolher e selecionar materiais apropriados para a confeco do domin. 3. Confeccionar o domin ecolgico usando o material recolhido na natureza e selecionado. 4. Estabelecer normas de conduta para participao do jogo. 5. Experimentar em sala de aula a atividade realizada, de acordo com as normas.

2 Etapa: Construindo o domin ecolgico1. Recortar os retngulos na medida a ser determinada de acordo com a necessidade, sugerimos a medida de 10cm x 5cm. 2. Risque cada um dos retngulos ao meio, como mostrado abaixo:

3. Cole os materiais diferentes em cada uma das partes do retngulo. 4. Cuide para que no haja material em uma s pea.

3 Etapa: Aplicao e desenvolvimento1. Desenvolver a construo do domin ecolgico com turmas da educao bsica, inserido no contexto de uma atividade de esclarecimento sobre a funo deste tipo de pea.Eu tambm posso: cuidados com o meio ambiente 45

ROTEIRO DO PROFESSORTtulo da atividade:Construindo o mapa semntico

Objetivo geral:Propor e planejar junto com os alunos normalistas a atividade a ser desenvolvida.

Etapas:1. Estabelecer diretrizes acerca da excurso e do material recolhido na natureza a ser utilizado no trabalho de confeco do domin. 2. Confeccionar o domin em sala de aula com a participao ativa dos alunos a partir do material pesquisado e recolhido. 3. Orientar os alunos para estabelecer as regras de conduta do jogo. 4. Realizar o jogo em sala de aula com os alunos normalistas e alunos do Ensino Fundamental.

Com esta atividade, pode-se:1. Analisar as diculdades dos alunos, interpretando seus progressos e provendo suas necessidades. 2. Ampliar os conhecimentos gerais. 3. Desenvolver a conscincia de preservao do meio ambiente em uma abordagem ldica. 4. Proporcionar a aprendizagem de contedos pertinentes.

Contedos envolvidos:Biologia e Cincias: meio ambiente natural; preservao da natureza; reciclagem desmatamento. Artes e imagens. Portugus: leitura e interpretao. Estatstica.

Material necessrio:Cartolina, papel carto, papelo ou outro tipo; tesoura; cola; lixa de pedreiro; relias (areia, sementes, diversas, pedras, gros, palitos etc.); tecidos de vrias texturas e cores (feltro, anela, cetim etc).

O jogo - o grupo sugere a seguinte forma de jogar o domin:Pode-se jogar distribuindo as peas entre os participantes (2 a 4 peas para cada um); uma criana comea o jogo, colocando uma de suas peas sobre a mesa, o professor explica que o encaixe deve ser feito com materiais iguais; deve-se usar o tato e a viso para encontrar a pea para fazer o encaixe certo. Se o aluno que estiver jogando no possuir nenhuma pea para jogar, passa a vez para o colega etc. Ser vencedor aquele aluno que terminar com suas peas. Pode-se variar jogando at que todos acabem suas peas.46 Escolas Normais

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Figura 1 Peas do Domin Tctil

Eu tambm posso: cuidados com o meio ambiente 47

SABOR DE LER APRESENTAO DA PROPOSTAA atividade consiste em trabalhar textos literrios infantis, modernos e clssicos, de autores diversos, e tem como objetivo aperfeioar a leitura, a dico, a entonao e o entendimento dos textos pelos alunos do Curso Normal. Estes, por sua vez, com a aplicao da atividade, desenvolvero nas crianas o prazer de ouvir histrias, a imaginao e a fantasia, e o que pode ser descoberto no mundo maravilhoso dos livros. De acordo com a Proposta Curricular, encontramos alguns desaos que serviram de subsdios, norteando todo o trabalho como: o domnio de diferentes linguagens, primordialmente a verbal, a ampliao dos conhecimentos gerais, culturais e pedaggicos numa perspectiva de crescimento pessoal e prossional, o resgate do ldico, o prazer pela leitura e a prtica da pesquisa. Foi vericado tambm, pelo grupo, que no havia vontade, estmulo e encantamento pela leitura. A procura foi por textos que agradassem aos alunos e trouxessem alguma mensagem, divertissem e ainda oportunizassem a descoberta de um mundo novo. Ao pesquisar para fazer a escolha da histria a ser contada, os alunos do Curso Normal necessitam ler vrios ttulos antes de se decidirem por um. A atividade inicia a partir do momento em que os alunos comeam a manusear os livros infantis e naliza com a contao da histria em turmas de Educao Infantil e Ensino Fundamental, utilizando o lbum seriado confeccionado pelo grupo. Quanto durao, depende do nmero de turmas que cada Unidade Escolar possui.

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ROTEIRO DO ALUNOTtulo da atividade:Sabor de ler e a contao de histrias.

Objetivo geral:Confeccionar, aps pesquisa e leitura de obras literrias, um lbum seriado com a histria selecionada e aplic-lo em turmas de Educao Infantil e nas turmas das primeiras sries do Ensino Fundamental.

Etapas: 1 Etapa: Escolha da histriaPesquisar, ler, escolher a histria a ser lida, treinar a leitura da mesma e se organizar para a confeco do lbum seriado. 1- Fazer a escolha da histria procurando aquela que se identique com seus valores pessoais, que incite a sua imaginao e que lhe d prazer em trabalhar. 2- Estudar a histria, lendo-a atentamente para saber de cor toda a trama, tendo com clareza na mente o ambiente e o esquema geral. 3- Apreender aspectos principais de cada uma das partes da histria (introduo, enredo, ponto de culminncia e desfecho). 4- Contar a histria para si mesmo, em voz alta, de preferncia diante do espelho. Marcar o tempo gasto, que no dever ultrapassar 10 minutos. 5- Treinar a entonao de voz adequada, dramtica, porm com boa dico, dar uma voz prpria a cada personagem e controlar o tom de voz de modo a passar sentimentos de calma, segredo, medo, ateno etc. 6- Reler a histria no dia em que for cont-la e repassar os pontos principais alguns minutos antes.

2 Etapa: Confeco do lbum seriado.Confeccionar o lbum seriado reproduzindo toda a histria que ser contada, com letra em caixa alta e apresent-lo ao professor para possveis correes, se necessrias.

Sabor de Ler 49

3 Etapa: Contao da histria:1- Ler a histria na turma determinada pelo professor de Prticas Pedaggicas, utilizando o lbum. 2- Incentivar uma discusso entre as crianas ou aplicar uma atividade que permita que elas faam alguma reexo sobre o que foi narrado. 3- Ler a histria na turma com auxlio do lbum seriado nos dias e hora estipulados pelo professor de Prticas Pedaggicas. 4- Relacionar as informaes trabalhadas durante a leitura e a contao da histria com o cotidiano da criana. 5- Trabalhar nas crianas, sempre que a histria permitir, valores como: alegria, amor, compartilhar, conabilidade, cooperao, coragem, cortesia, disciplina, honestidade, justia, lealdade, limpeza, misericrdia, pacincia, paz, respeito, responsabilidade, solicitude, tolerncia. Observao: Os valores esto em ordem alfabtica e no por classicao.

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ROTEIRO DO PROFESSORTtulo da atividade:Sabor de ler e a contao de histria.

Objetivos:Articular a contao de histria entre os alunos da 3 srie do Curso Normal e as crianas da Educao Infantil e Ensino Fundamental. Organizar os alunos em pequenas equipes. Orientar teoricamente sobre o processo de contao de histria. Oferecer uma lista de livros infantis clssicos e modernos e orientar quanto escolha dos mesmos. Orientar tecnicamente sobre a construo do lbum seriado. Agendar turmas, dia e horrio com os professores de Ensino Fundamental responsveis pelas mesmas, para cada grupo de alunos contadores de histria. Cuidar para que as histrias no se repitam e que cada turma possa ouvir um nmero considervel de histrias. Sendo assim, cada turma ter acesso a vrias leituras durante o ano letivo. Revisar os lbuns das equipes e fazer possveis correes antes dos mesmos serem utilizados nas turmas.

Temas trabalhados:Contos de fada, fbulas, lendas folclricas, passagens bblicas, fatos histricos, fatos do cotidiano e narrativas de aventuras.

Orientaes bsicas:O professor de Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa dever trabalhar em seus alunos as habilidades necessrias para a leitura da histria, utilizando a teoria e a tcnica para fundamentlos, observando alguns itens: 1. Trabalhar por meio de exemplos encontrados na histria. 2. Trabalhar sentimentos diversos, estimulando a imaginao e o valor educativo da histria. 3. Fazer anlise dos valores que devero ser trabalhados com as crianas, durante todo o desenvolvimento da atividade. 4. Os alunos devero reetir sobre qual a importncia dos valores, tanto para eles como para as crianas. Denir quais so adequados a uma criana e reetir sobre como ajudar a criana a construir valores.Sabor de Ler 51

5. Tratar questes abstratas da histria como questes concretas. Dever exemplicar para que a criana possa pensar e crescer como pessoa. 6. Como as histrias sero lidas em diversas turmas durante todo o desenvolvimento da atividade, deve-se variar o leitor das mesmas a cada dia. Um aluno pode ser o narrador e os outros serem os personagens, desde que a histria seja realmente lida.

Sugesto:Na semana da normalista, organizar uma exposio com todos os trabalhos elaborados e confeccionados pelos alunos do Curso Normal, em todas as disciplinas, durante o ano letivo, expondo inclusive os lbuns, para possibilitar o acesso de toda a escola aos mesmos.

Material necessrio sugestes de livros infantis:O gigante egosta; O pescador, o rei e o anel; Dudu e o dinossauro; Os cisnes selvagens; O ursinho e as abelhas; A pequena vendedora de fsforo; O leo e o ratinho; Festa encrencada; Florisbela, a pata desastrada; Voc sabe guardar segredo?; A joaninha diferente; Mogli; Vida de pneu; Cata piolho; A pomba e a formiga; A revolta dos livrinhos; O ciclo da gua; No reino da frutolndia; A abelha Terncia; Ursinho Pirulito; Janjo,o piolho fujo; O siri Anastcio; Primeiro eu; O leo e o rato; A ariranha e a lontra; Peixinho; Tedy, o polvo; Adivinha o quanto te amo; As travessuras do gatinho Tico; O rinoceronte mope; O p do pavo; Pinquio; A sementinha me; O canto do sabi; A histria do gato; O cozinho Rex; Troca-troca das letras; A ovelhinha Loli; Caracol; O corvo e o jarro; O co e o osso; As aventuras do cozinho Lupi; O imenso mar azul; Franklin tem medo do escuro; A dama e o vagabundo; A cigarra e a formiga; Tem ladro no formigueiro; Pequena sereia; Cinderela; Zeropia; Leito, o lme; Lencio, o hamster; Uma mentira atrs da outra; Lucrcio, o papagaio contador de histrias; A fada azul; Meg e a msica; A bela adormecida; A peteca do pinto; A barata 007; O retorno de Juca e Levado; Jonas.

Agradecimentos:Agradecemos aos professores das turmas de 3 ano de 2005 e Coordenadora Pedaggica do Curso Normal, pelo carinho e dedicao dispensados ao prestarem informaes para a sistematizao deste trabalho, aos alunos pela insubstituvel participao na prtica educativa e aplicabilidade da atividade, e s pessoas que nos auxiliaram na organizao e informatizao do mesmo.

Referncia bibliogrfica:DOHME, Vnia DAngelo. Tcnicas de contar histrias. So Paulo: Informal, 2000.

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Figura 2 Exemplos de lbuns seriados produzidos pelos alunos

Sabor de Ler 53

UM NOVO OLHAR PARA PESQUISA APRESENTAO DA PROPOSTAEste projeto, que pode ser implantado pela disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa, se congura como sugesto complementar ao documento de Reorientao Curricular. Encontramos, hoje, grande parte do professorado convencida do seu tradicional conceito de dar aula e resistente a mudar algo que, supostamente, funciona. Mudar uma prtica consolidada no acontece da noite para o dia. O professor, como qualquer outro ser humano, resiste a mudanas, ao novo, ao desconhecido. A construo de um novo olhar para a pesquisa pressupe a redenio de valores j que, para ser professor no sculo XXI, preciso estabelecer um elo de amizade e de conana com os estudantes e consigo prprio, valorizando a autonomia e compromisso poltico. Da a importncia de pesquisar a prpria prtica. A idia do presente Projeto surgiu da constatao da diculdade dos professores da disciplina Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa, como prope a prpria Reorientao Curricular, em interagir com outras disciplinas de formao pedaggica, inderdisciplinarmente, de construir a importante e necessria ponte entre teoria e prtica. Em nossa prtica, constatamos, ainda, que h total ausncia de autonomia e postura dos alunos do curso Normal para pesquisa, conseqncia, talvez, de prticas que no valorizam e estimulam o desenvolvimento dessa competncia. Propomos, por meio de um roteiro, atividades que ajudem a desenvolver e direcionar o olhar investigativo, em um processo de formao sintonizado com as mais recentes pesquisas na rea de formao de professores. A inteno despertar no professorando a crena de que o professor um prossional produtor de saberes e que reete criticamente sobre a sua prpria prtica, e ainda que, a partir dessas reexes, ele se torna capaz de correlacionar diferentes saberes, promovendo a conscientizao relacionada s diculdades e incertezas que surgem da prtica cotidiana. Esperamos tambm que os futuros professores reconheam a necessidade de formao e atualizao permanentes para o seu desenvolvimento prossional.

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ROTEIRO DO ALUNOTtulo da atividade:O novo olhar para pesquisa

Objeto da pesquisa:Instituies de Educao Especial

Objetivo:Pesquisar outras prticas educacionais (educao especial), por meio de visitas, leitura de textos ans, coletando dados, selecionando, ordenando, interpretando e modicando as informaes obtidas de forma a ampliar seus conhecimentos em uma perspectiva de formao continuada.

Etapas: 1. Etapa:Atividades em sala de aula 8h/a. 1. Fazer uma leitura prvia, em textos ans, LDB, sobre o objeto da pesquisa: Educao Especial. 2. Indicar a Instituio que ser o objeto de Pesquisa. 3. Escolher o grupo de trabalho e seu lder. 4. Fazer o planejamento das atividades. 5. Estabelecer critrios para a visita, tais como: contatar com a Instituio e agendar a visita; elaborar um calendrio de visitas.

2. Etapa: Visita orientada Instituio escolhidaAtividade extra-classe 2 dias.

3. Etapa: O problema de pesquisaAtividades em sala de aula 12h/a. 1. Socializao das informaes obtidas. 2. Denio do problema: A partir do que foi observado, o grupo formular questes que norteiem sua pesquisa.Um novo olhar para a pesquisa 55

Exemplo: Que fatores complicadores foram observados em relao ao desenvolvimento cognitivo do aluno especial? 3. Levantamento de hipteses: propor hipteses a serem testadas pela pesquisa e comprovadas, ou no, a partir da problematizao. Exemplo: Constatao da existncia de alguns fatores complicadores que interferem no desenvolvimento cognitivo do aluno, tais como: a falta de pacincia do professor ao pedir que a criana pronuncie as palavras corretamente e ela ca nervosa por no se fazer compreender ou apresenta outro tipo de diculdade na fala ou o professor no tem a capacitao adequada para lidar com crianas especiais.

4 Etapa: Testagem das hiptesesAtividade extra-classe - 2 dias. Retorno instituio que est sendo pesquisada e pesquisa de campo para: Conrmar ou no as hipteses por meio de questionrios. Buscar com os professores das diferentes disciplinas as fontes que lhes permitam obter dados para a testagem das hipteses.

5 Etapa: Anlise dos ResultadosAtividades em sala de aula 8h/a Anlise e comparao dos dados obtidos. Produo de relatrios.

Etapa Final: Divulgao dos resultadosAtividade de culminncia. Sugerimos a confeco pelos alunos de um Mural Informativo, em local apropriado da escola para divulgao dos resultados para as demais sries.

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ROTEIRO DO PROFESSORTtulo da atividade:O Novo Olhar para Pesquisa O Cotidiano Escolar

Objeto da pesquisa:Instituies de Educao Especial

Objetivos: GeralPesquisar a proposta pedaggica da Instituio de Educao Especial visitada para identicar as teorias que fundamentam o trabalho desenvolvido como, por exemplo: sociointeracionismo (Vygotsky), construtivismo (Piaget), construcionismo (Papert), entre outros - objetivando conhecer mais sobre o desenvolvimento scio-cognitivo do aluno com necessidades educacionais especiais, na construo do seu conhecimento.

Especficos Estimular o professorando para um novo olhar sobre a pesquisa, buscando intervir na prtica docente. Orientar o professorando quanto ao domnio de tcnicas de estudo tais como: chamentos, resumos, pesquisa bibliogrca e noo de algumas questes acerca do ato de pesquisar: informao, seleo, organizao e concluso. Organizar o ensino com base em matrias e recursos diversicados, dando ateno a situaes do cotidiano escolar. Orientar a organizao de um glossrio com os novos termos do vocabulrio pedaggico (docente, discente, motivao, experincia, incentivao etc.).

Contedos envolvidos: Lngua PortuguesaAmpliao de vocabulrio com incluso do pedaggico/ Fluncia e desinibio no ato de escrever / Anlise textual (leitura global, levantamento do vocabulrio empregado na identicao dos fatos, conceitos etc.). Organizao do pensamento / conhecimento e transmisso de idias, informaes, opinies comunicativas.

Poltica EducacionalLegislao da Educao Especial pesquisar LDB quanto aos nveis e as modalidades de educao e ensino. Qual o captulo e artigos e o que eles determinam. Poltica Educacional Brasileira Ps 1988. Incluso Escolar. Perl do prossional para atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais.Um novo olhar para a pesquisa 57

GeografiaLocalizao geogrca da instituio escolar de Educao Especial pesquisada. (bairro, ruas adjacentes etc.), caminhos e formas de acesso escola (meios de transportes utilizados pelas crianas).

SociologiaRealizar um debate cujas questes suscitadas a partir do tema sobre crianas portadoras de necessidades especiais sejam: Ser que somos mesmo to diferentes? Por que temos medo das diferenas? Todas as decincias so fceis de ver? Voc acha que algum pode ser considerado inferior aos outros pelas suas caractersticas fsicas?

BiologiaAbordar as principais causas genticas que podem ocasionar uma decincia fsica. Preveno antes da concepo.

PsicologiaPsicognese piagetiana (teoria cognitiva). Estgios do desenvolvimento (Sensrio-motor, Properatrio, Operatrio concreto e Hipottico dedutivo).

Educao FsicaComo trabalhado o desenvolvimento psicomotor: exemplos de atividades: esquema corporal (corpo e subjetividade). Como feito o trabalho de psicomotricidade nesta instituio: coordenao motora ampla.

MatemticaPesquisar a forma em que desenvolvido o raciocnio lgico matemtico. Exemplo: Se as crianas da escola pesquisada entendem os conceitos matemticos trabalhados, precisam de ateno individual e de reforo nos exerccios.

Histria e Filosofia da EducaoPesquisar teorias de educadores e pensadores sobre Educao Especial, por exemplo: Vygotsky (sociointeracionista).

Quantidade de aulas e de atividades extra-classe:- 28h/aula - 04 dias de atividades extra-classe.58 Escolas Normais

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Material necessrio:Gravador; tas; mquina fotogrca; lme; papel 40 kg; papel ofcio; papel pardo; caneta pilot; ta adesiva dupla face; grampeador; grampos; lpis; rgua; borracha; caneta esferogrca; caderno de anotaes; pasta com plsticos p/ arquivar o material da pesquisa.

Etapas: 1. Etapa: Atividades em sala de aula 8h/a.1. Fazer uma leitura prvia, em textos ans, LDB, sobre o objeto da pesquisa: Educao Especial. 2. Apresentar aos alunos instituies que podero ser visitadas. 3. Explicar o objetivo da Pesquisa. 4. Trabalhar procedimentos de pesquisa: O que uma entrevista? Formular perguntas objetivas? Orientar a coleta de dados. 5. Montar o questionrio. 6. Dividir os grupos. 7. Orientar o estabelecimento de critrios para a visita, tais como: Contatar a Instituio e agendar a visita. Elaborar um calendrio de visitas. Forma de tratamento prossional. Fazer uma carta de apresentao, caso necessrio. Quantos alunos p/ vez a instituio poder receber.

2. Etapa: Atividade extra-classe - visita orientada (2 dias). 3. Etapa: Atividades em sala de aula 12h/a.1. Socializao das informaes obtidas. 2. Denio do problema: Orientar os alunos para que denam com exatido o problema. Sugerir leituras, coordenar discusses, propor entrevistas com especialistas, de modo a levantar questionamentos sobre o assunto. 3. Levantamento de hipteses: Propor hipteses a serem testadas pela pesquisa e comprovadas, ou no, a partir da problematizao.

Um novo olhar para a pesquisa 59

Propiciar oportunidades de encontros em bibliotecas, palestras com especialistas e debates que permitam a formulao de hipteses. Exemplo: A existncia de alguns fatores complicadores que interferem no desenvolvimento cognitivo do aluno, tais como: a falta de pacincia do professor ao pedir que a criana pronuncie as palavras corretamente e ela ca nervosa por no se fazer compreender ou apresenta outro tipo de diculdade na fala ou o professor no tem a capacitao adequada para lidar com crianas especiais.

4. Etapa: Atividade extra-classe visita orientada (2 dias).1. Retorno Instituio que est sendo pesquisada para testagem das hipteses. 2. Estudo interdisciplinar dos assuntos que possam contribuir para a investigao do problema.

5. Etapa: Atividades em sala de aula 8h/a.1. Conduzir a anlise dos dados coletados em funo do problema denido. 2. Propor a expresso dos resultados da pesquisa de modo a identicar a veracidade das hipteses e solucionar o problema.

Etapa Final: Concluso e avaliao.

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Figura 3 - Apresentao esquemtica das etapas do Projeto O novo olhar para pesquisa

Problema ou lacuna

Explicao No explicao

Colocao precisa do problema

Procura de conhecimento ou instrumento relevante

Tentativa de soluo

Satisfatria

Intil

Inveno de novas idias ou produo de novos dados empricos

Obteno de uma soluo Prova da soluo

Satisfatria Concluso

No satisfatria Incio de novo ciclo

Um novo olhar para a pesquisa 61

IMPLEMENTAO DOS PRINCPIOS DA LEI 10639/03, NO CURRCULO DO CURSO NORMAL DE NVEL MDIO APRESENTAOHistrias que entram em cena mediadas por suas lembranas. Tais lembranas necessitam ser faladas, escritas, lidas, assumidas, armadas, escutadas, para poderem assim ganhar status de memria, serem lapidadas. Elas nos habitam individualmente, mas seu nascimento, h muito, aconteceu no coletivo. Quando socializadas, podem ser reetidas e criticadas. [...] Ver, porque ganhou distncia, num processo reexivo, como construtor e no reprodutor do prprio processo de aprendizagem, possibilita a compreenso entre construir conhecimento e reproduzir conhecimento, repetir histria e construir histria. Madalena Freire

Discute-se hoje, em diversos espaos acadmicos, a importncia de a escola bsica assumir, no seu trajeto curricular, o multiculturalismo, tendo em vista o conhecimento e o respeito s diferenas culturais inerentes aos variados grupos de indivduos da sociedade. A proposta que ora vem sendo apresentada pedagogicamente aquela em que sejam estudadas e reetidas as diversidades culturais apresentadas no pas e vividas no processo interativo do cotidiano escolar. A partir de nossas experincias, observadas e vivenciadas na Escola Bsica Pblica, constatamos a existncia do fenmeno do etnocentrismo, em que a viso do mundo postulada tendo como centro o prprio grupo, sendo os demais percebidos a partir de modelos e valores prprios tambm. Encontramos diculdades de, nos planos intelectual e afetivo, pensar a diferena e aceit-la nas relaes sociais. Portanto, formar professores comprometidos com relaes tnico-raciais para que reconheam a sua identidade racial e histrica das raas o grande desao. preciso constituir uma compreenso do contexto atual e da diversidade do espao escolar para sabermos o perl do professor/educador que a sociedade necessita. O professor no pode ser mais alienado. Fingir que no viu ou que no escutou so caractersticas que no so coerentes com o momento corrente.62 Escolas Normais

Prticas Pedaggicas e Iniciao Pesquisa

Os PCN j orientam a promoo da igualdade em um dos temas transversais pluralidade cultural10. Outro passo signicativo nessa trajetria foi dado pela Lei 10.639/03 . Essa lei vem reconhecer a existncia do afro-brasileiro, seus ancestrais (os africanos), sua trajetria na vida brasileira, na condio de sujeitos da construo da histria da nossa sociedade. No basta que as propostas curriculares tragam, entre suas diretrizes, o emprego do tema multiculturalismo. Torna-se necessria a garantia de uma perspectiva crtica permeando a prtica curricular e exibindo, alm das preocupaes referentes ao currculo formal e ao oculto demonstrado nos valores, crenas e nas relaes sociais da escola e da sala de aula, o desenvolvimento de uma avaliao do projeto curricular em ao. A proposta que vimos implementando, ao longo dos ltimos dois anos, no currculo do Curso Normal de nvel mdio do Colgio Estadual Pandi Calgeras, visa concretizar a implementao dos princpios da Lei 10.639/03, reconhecendo o seu valor como uma poltica armativa de cunho scio-cultural e pedaggico. No presente trabalho, apresentamos, em anexo, as atividades realizadas do 1 ao 4 ano do Curso Normal. Em detalhes, apresentamos a atividade realizada com literatura infantil, no 4 ano. Optamos por apresent-la, detalhadamente, porque consideramos que ela seja a culminncia do projeto iniciado no 1 ano e por possuir um carter eminentemente prtico, o que a torna a atividade de aplicao prtica por excelncia, nas escolas dos primeiros ciclos de aprendizagem.

Esta lei trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o Ensino da Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

10

Implementao dos princpios da lei 10639/03, no currculo do curso normal de nvel mdio 63

ROTEIRO DO ALUNOTtulo da atividade:Caixa de Delcias

Objetivos: Desenvolver, por meio da contao de histrias, o desejo pela leitura. Subsidiar o processo afetivo da relao do leitor com o texto, possibilitando a reexo e a discusso sobre afrobrasilidade.

Etapas: 1. Seleo do livro com recorte racialA partir do estudo da lei n 10.639/03, os grupos devem ser encaminhados pesquisa de campo, em busca de uma bibliograa referencial sobre o assunto.

2. Estudo da histriaAps a anlise do material pesquisado, cada grupo escolher um livro para montar a Caixa. De posse do mesmo, os grupos devem estabelecer um debate com vistas a relacionar a teoria com a prtica.

3. Identificar a perspectiva a ser adotada na contao de histriaA partir da contao, o grupo deve preocupar-se em promover uma leitura mais apurada das mensagens veladas, voltando-se para a identicao de questes que esto postas no cotidiano.

4. Seleo do material para a confeco da Caixa de DelciasDependendo do livro escolhido, os grupos tero a possibilidade de utilizar recursos d