sÉculo xx - anos 50 e 60

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HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA E MODA PROF. ODAIR TUONO SÉCULO XX – 1950 / 1960 MODA E COMPORTAMENTO

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Fim da opressão de duas grandes guerras, hora da mulher resgatar sua feminilidade, Dior promove o "New Look" - Os anos dourados chegaram e com eles a força do american way life, o mundo dos adultos esta com seus dias contados pois a rebeldia dos adolescentes ganha lugar e voz com o Roch'n Roll... Let's go baby!...

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HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA E MODA

PROF. ODAIR TUONO

SÉCULO XX – 1950 / 1960MODA E COMPORTAMENTO

INTRODUÇÃO

Os anos 50 representaram um re-torno aos valores relacionados a fa-mília e ao bem estar.

Os adultos ditavam as regras, mas este cenário ganharia outros contor-nos com a rebeldia das novas gera-ções.

Românticos, rebeldes, psicodélicos, frenéticos, retrógrados ou excessi-vos, muitos adjetivos podem nomi-nar as décadas que antecedem o Século XXI.

O mundo respirou emoção e desejo de se renovar constantemente an-tes do final do milênio.

ANOS 50

A silhueta da mulher resgatou os traços de feminilidade com os om-bros delineados, cintura afunilada e saia rodada, influência do New Look (1947) de Christian Dior.

A moda desta década era de ex-trema sofisticação, luxo e glamour marcando este período dos “anos dourados”, onde a Alta-Costura te-ve seus momentos de esplendor.

Cores vivas e estampas florais, a moda procurava traduzir alegria e romantismo da época.

A cintura marcada por saias roda-das era designada como “cintura de vespa”, conferida pelo uso de uma cinta muito apertada.

ANOS 50

Os sapatos utilizados eram os “scarpins” de salto alto e bico fino, os chapéu da abas grandes e as luvas indispensáveis até para o dia, as bijuterias ganham destaque por-que imitavam as jóias.

O estilo feminino americano era aquele de uma mulher ligada à vida familiar com requinte, à televisão passava a influenciar a moda.

O casamento perfeito, a vida repleta de eletrodomésticos e frivolidades faziam parte de um cotidiano artifi-cial, criado para vender ao mundo o sonho americano.

ANOS 50

Na década de 50 o jornal alemão Bild criou Lili – “Bild Lili” – uma personagem de histórias em quadri-nhos para representar uma nova imagem feminina nos anos de reconstrução da Alemanha no pós-guerra.

Em 1955, foi criada uma boneca de plástico, segundo a imagem de Lili que passava a ser um exemplo de manequim, atuando em diversas profissões e sempre bem vestida.

A boneca apresentava estilos de roupa e acessório diferentes para cada ocasião.

ANOS 50

A repercussão do sucesso de Lili fez com que a empresa Mattel com-prasse os direitos de produzir a boneca para os Estado Unidos.

As meninas começaram a se iden-tificar com um modelo feminino dife-rente do modelo mãe e filho.

Em 1959 surgiria a boneca Barbie com sua figura exageradamente feminina – seios grandes, cintura de vespa e pernas longas – para o desconforto dos tradicionalistas e alegria das crianças e jovens.

Barbie passou a ser um padrão estético admirado em todo mundo. Cindy Jackson

Sarah Burge

ANOS 50

As jovens norte-americanas come-çaram a buscar uma identidade própria para sua moda, utilizavam cardigãs de tricot, saias rodadas, sapatos baixos, meias soquetes e rabo-de-cavalo fazendo o estilo college.

As cigarretes, calças compridas, eram justas e curtas à altura dos tornozelos utilizadas com sapati-lhas.

Os jovens preferiam as calças jeans com a barra virada e camiseta de malha (t-shirts), cabelos com bri-lhantina, topetes e costeletas faziam parte do visual, os rapazes eram influenciados pela música e cinema, o prenúncio dos anos rebeldes.

ANOS 50

O prêt-á-porter dos franceses re-presentavam a elegância da nova geração elitista.

Surgia o shopping center, nos Estados Unidos, com a missão de atender aos consumidores que passaram a morar nos subúrbios e precisavam de novos centros de compras.

As mães aconselhavam as moças sobre o risco de se tornar uma “per-dida”, ou seja, de perder a virgin-dade antes do casamento.

A sociedade tentava idealizar a vida com perfeição, algo não próprio da natureza humana.

ANOS 50

1951 – Era inaugurada oficialmente a TV Tupi, a primeira estação de televisão brasileira.

1952 – Willen Kolff cria o coração artificial.

1953 – Os biólogos Watson e Crick decifram a estrutura do DNA, molé-cula responsável pela transmissão dos caracteres hereditários.

1956 – Elvis Presley surge como novo ídolo do rock, em 58 foi con-vocado para servir o exército ame-ricano numa base na Alemanha.

1959 – O elastano e o microchip são inventados.

ANOS 60

Os anos 60 foram o grande mo-mento para o consolidação do prêt-à-porter na moda influenciando a elite européia e americana que ad-quiria produtos em butiques.

O psicodelismo transparecia em es-tampas multicoloridas de padrão geométrico e orgânico em tecidos de fibras sintéticas, além da utiliza-ção de novos materiais como plás-tico e acrílico.

Artistas dos movimentos Pop Art e Op Art como Andy Warhol, Roy Lichtenstein e Victor Vassarely in-fluenciaram na ornamentação das roupas através da estamparia.

ANOS 60

Os jovens influenciam na criação de um novo guarda roupa com carac-terísticas informais e descontraídas, o padrão mini era evidente em saias e vestidos.

No clima da paz, amor e pílulas anticoncepcionais, os jovens solta-vam as amarras e faziam sexo sem pensar em casamento.

A modelo Twiggy personificava um estilo ingênuo e ambíguo com as-pecto de menina com cabelos cur-tos e olhos maquiados com rímel ou cílios postiços, impondo uma estéti-ca de corpo magérrimo como pa-drão de beleza.

ANOS 60

A moda masculina renovou seu guarda-roupa entre jaquetas com zíper, golas altas, tecidos sintéticos, botas, calças mais estreitas em conjunto com camisas coloridas ou estampadas, uma grande contribui-ção para esta mudança visual foi o surgimento da moda unissex.

Caubói (cowboy) – Moda baseada nas roupas de trabalho dos vaque-iros e pioneiros americanos, que incluíam camisas de algodão xa-drez, lenços, jeans ou bombachas e botas de salto grosso.

Ponchos e paletós de couro com franjas também eram usados. O estilo popularizou-se entre as déca-das de 60 e 70.

ANOS 60

A Guerra do Vietnã foi o mais lon-go conflito militar que ocorreu de-pois da II Guerra Mundial, esten-deu-se por dois períodos distintos.

No primeiro, as forças nacionalistas vietnamitas, sob orientação do Viet-minh (a liga vietnamita), lutaram contra os colonialistas franceses, entre 1946 a 1954.

No segundo, uma frente de nacio-nalistas e comunistas - o Vietcong - enfrentaram as tropas de interven-ção norte-americanas, entre 1964 e 1975. Com um pequeno intervalo entre os finais dos anos 50 e início dos 60, a guerra durou quase 20 anos.

1,2 milhão de mortos

ANOS 60

Os hippies faziam parte de uma ge-ração jovem dos Estados Unidos que desejavam contestar o sistema vigente e o estilo de vida de seus pais, as roupas tinham detalhes ar-tesanais, patchwork, bordados, apli-cações e bijuterias populares, saias longas de crepe indiano, calça “bo-ca-de-sino” ou “pata-de-elefante”.

Os cabelos eram longos e despen-teados, o visual resgatava certo na-turalismo e conforto na forma de vestir, batas com efeito desbotado, calças desgastadas propositalmen-te, sandálias de couro, lenços ou chapéus de aba mole completavam uma variedade de roupas criadas pelos jovens.

Em 1968 esses jovens pacifistas realizavam passeata em Washing-ton contra a guerra do Vietnã, du-rante a manifestação flores eram colocadas nos canos das armas do policiais que acompanhavam o ma-nifesto difundindo assim os ideais do movimento “Flower Power”.

Outros slogans fizeram parte desta geração emblemática como “Peace and Love” – “Make Love, Not War” e o mais polêmico deles era “Sex, Drugs and Rock’n Roll”.

Em paralelo, Betty Friedan liderava o movimento feminista que exigia a liberação do aborto, a emancipação da mulher casada e o direto ao di-vórcio.

ANOS 60

ANOS 60

Kitsch – Termo usado pela crítica para descrever obras pretensiosas, rebuscadas, feias ou sentimentais.

Podem representar um clichê barato ou conter elementos decorativos desvinculados de uma função prá-tica no uso cotidiano.

O estilo floresceu desde a rejeição do modernismo por alguns desig-ners na década de 60.

Entre o apelo afetivo e o gosto duvidoso os produtos kitsch prolife-ram aos montes invadindo as casas de forma inocente.

ANOS 60

1960 – Inaugurada Brasília, a nova capital do Brasil.

1961 – O russo Yuri Gagárin é o primeiro homem a ir ao espaço.

1962 – Surge a Anistia Internacional para combater as violações dos direitos humanos no mundo.

1964 – Maurício de Souza cria Mônica e Cebolinha.

1965 – Malcolm X e Martin Luther King foram precursores dos movi-mentos contra discriminação racial.

1969 – Woodstock foi realizado em uma fazenda nos arredores de Nova Iorque. O homem chegava à Lua.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAUDOT, François. Moda do Século. São Paulo: Cosac Naify, 2005.

BRAGA, João. História da Moda: uma narrativa. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2004.

JONES, Sue Jenkyn. Fashion design – manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify, 2005.

LEHNERT, Gertrud. História da Moda do Século XX. Colónia: Könemann, 2001.

MENDES, Valerie e HAYE, Amy de la. A Moda do Século XX. São Paulo: Martins fontes, 2003.

PEACOCK, John. The Chronicle of Western Costume. Londres: Thames and Hudson Ltd., 1991.

ROBERTS, J. M. O Livro de Ouro da História do Mundo – da Pré-História à Idade Contemporânea. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.