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Cruz das Almas, Bahia2007

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Núcleo de Inovação Tecnológica

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Mandioca e Fruticultura TropicalRua Embrapa, s/n°Caixa Postal 007CEP 44380-000, Cruz das Almas, BahiaFone: (75) 3621-8000Fax: (75) 3621-8097Homepage: http://www.cnpmf.embrapa.brE-mail: [email protected]

Comitê de Publicações da Unidade

Presidente: Domingo Haroldo ReinhardtSecretária: Cristina Maria Barbosa Cavalcante Bezerra LimaMembros: Alberto Duarte Vilarinhos

Antonio Alberto Rocha OliveiraDavi Theodoro JunghansLuiz Francisco da Silva SouzaMarilene FancelliMaurício Antonio Coelho FilhoRanulfo Corrêa CaldasVanderlei da Silva Santos

Supervisor editorial: Domingo Haroldo ReinhardtRevisor de texto: Jorge Luiz Loyola DantasFotos da capa: Davi Theodoro Junghans

Fernanda Vidigal Duarte SouzaJorge Luiz Loyola DantasMaurício Melo MascarenhasMilene da Silva CastellenNelson FonsecaOrlando Sampaio PassosRogério RitzingerRômulo da Silva CarvalhoSebastião de Oliveira e Silva

Editoração eletrônica: Saulus Santos da SilvaIlustrações: Saulus Santos da Silva

1a ediçãoPublicação On-line (2007).

Todos os direitos reservados.A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte,constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Autores

Jorge Luiz Loyola DantasPresidente do Comitê Local de Propriedade Intelectual, Pesquisador, DSc.,Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Rua Embrapa, S/N, Chapadinha,

Cx. Postal 007, 44.380-000, Cruz das Almas, BA,[email protected]

Alberto Duarte VilarinhosPesquisador, PhD., Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Rua

Embrapa, S/N, Chapadinha, Cx. Postal 007, 44.380-000, Cruz das Almas,BA, [email protected]

Domigo Haroldo ReinhardtPesquisador, PhD., Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Rua


Fernanda Vidigal Duarte SouzaPesquisadora, PhD., Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Rua


Janay Almeida dos Santos-SerejoPesquisadora, DSc., Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Rua


Marcelo do Amaral SantanaAnalista, BSc., Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Rua Embrapa,

S/N, Chapadinha, Cx. Postal 007, 44.380-000, Cruz das Almas, BA,[email protected]

Milene da Silva CastellenPesquisadora, DSc., Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Rua


Walter dos Santos Soares FilhoPesquisador, DSc., Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Rua


Maria Isabela Almeida SlujalkovskyBolsista, DTR2, Fapesb

Edvaldo Bispo Santana JúniorBolsista, IC, Fapesb

Manuela Ramos da SilvaBolsista, IC, Fapesb

Apresentação

O Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical foi criado em conformidade com a Lei daInovação e sua Regulamentação, tendo caráter interdisciplinare transdisciplinar, visando aproveitar as possibilidades abertaspela nova legislação, que permite que as instituições façamconsultoria, prestação de serviços e desenvolvimento detecnologias em parceria com empresas.

O NIT, em estreita consonância com o Comitê Local dePropriedade Intelectual (CLPI) da Unidade, apoiará orelacionamento da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropicalcom outras empresas, promovendo as relações institucionaisnecessárias, a partir de alianças estratégicas, de forma aconsolidar uma política de inovação tecnológica e propriedadeintelectual.

Além disso, o NIT / CLPI ajudará a Unidade a proteger apropriedade intelectual, auxiliando-a na elaboração decontratos e patentes, contribuindo para a formação de umacultura institucional sobre propriedade intelectual, formação de

bases institucionais de dados de propriedade intelectual eindução e apoio de novos processos de registro de propriedadeintelectual.

Assim sendo, esta publicação foi elaborada com o intuito dedisseminar determinados conceitos relativos à propriedadeintelectual, na expectativa de que a cultura sobre propriedadeintelectual seja rapidamente disseminada, revertendo embenefícios para a Unidade e, consequentemente, para asociedade brasileira.

José Carlos NascimentoChefe Geral

Sumário

Introdução......................................................................... 9

Direito de Autor ............................................................... 10

Patentes .......................................................................... 11

Marcas ............................................................................ 15

Desenho Industrial ........................................................... 18

Indicações Geográficas ..................................................... 20

Cultivares......................................................................... 21

Bibliografia Consultada..................................................... 25

Introdução

Núcleo de Inovação TecnológicaEmbrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Introdução

Propriedade Intelectual é uma expressão genérica que visagarantir a inventores ou responsáveis por qualquer produção dointelecto (seja nos domínios industrial, literário, artístico oucientífico) o direito de apropriação. De acordo com a definiçãoda Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI),constituem Propriedade Intelectual as invenções, obrasliterárias, artísticas e científicas, símbolos, nomes, imagens,desenhos e modelos utilizados pelos comércios.

A Propriedade Intelectual abrange as seguintes áreas:

Direito de Autor e Direitos Conexos: obras literárias,musicais, artísticas e arquitetônicas, além de filmes, programasde computador e domínios da internet.

Propriedade Industrial: patentes de invenções e modelos deutilidade, marcas, desenho industrial, indicações geográficas econcorrência desleal.

10 Propriedade Intelectual

Direito de Autor

Proteção sui generis: proteção de cultivares, conhecimentostradicionais e topografia de circuitos integrados.

No presente texto serão abordados alguns desses temas, deforma bastante concisa, visando contribuir para a disseminaçãodo conhecimento sobre um tema de interesse crescente para asdiferentes instituições de pesquisa e ensino do País – aPropriedade Intelectual.

Direito de Autor

Os direitos de autor dizem respeito à proteção de criações doespírito humano. É a proteção de obras literárias e artísticas.Nesses tipos de obras incluem-se os textos, músicas, obras dearte, como pinturas e esculturas e obras tecnológicas, como,por exemplo, os programas de computador e as bases de dadoseletrônicas.

A proteção aos direitos autorais independe de registro, sendofacultado ao autor registrar a sua obra no órgão público, queterá efeito declaratório e dará segurança jurídica no exercíciodos direitos. O registro, conforme a suanatureza, poderá ser feito na BibliotecaNacional, na Escola de Música e naEscola de Belas Artes da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, ou noConselho Federal de Engenharia,Arquitetura e Agronomia. Noscasos em que a obra for denatureza que compete registro emmais de um órgão, deverá serregistrada naquele com que tivermaior afinidade. O registropermite o reconhecimentoda autoria.

11Propriedade Intelectual

Patentes

Registro de Programas de Computador

A proteção da propriedade intelectual de programas decomputador e sua comercialização no País são regidos pelachamada “Lei de Software” - Lei nº 9.609, de 19.02.98.

Programa de computador é a expressão de um conjuntoorganizado de instruções de linguagem natural ou codificada,contida em suporte físico de qualquer natureza, de empregonecessário em máquinas automáticas de tratamento dainformação, dispositivos, instrumentos ou equipamentosperiféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados.

O prazo de validade é de 50 anos, contados do dia 1º de janeirodo ano subseqüente ao da “data de criação” do programa,garantido o sigilo absoluto das partes do programa trazidaspara registro no INPI. O titular poderá indicar a data dodepósito do pedido de registro como sendo a data de criaçãodo programa.

Patentes

São títulos de propriedade temporária, outorgados pelo Estadoaos criadores ou inventores de novos produtos, processos ouaperfeiçoamentos que tenham aplicação industrial.

Requisitos de Patenteabilidade

Para que uma patente seja concedida, é necessário que oproduto ou processo atenda a três requisitos básicos:

1. Novidade – um produto ou processo é considerado novoquando não revelado ao público, isto é, quando não foidivulgado sob nenhuma forma, escrita ou falada, em meio de


comunicação, apresentado em feiras ou comercializado emqualquer parte do mundo. De acordo com o artigo 12 da Lei dePropriedade Industrial Nº 9.279/96, a divulgação ocorrida atéum ano antes da data de depósito pelo próprio inventor ou porpessoa por ele autorizada, seja em exposições, palestras oupublicações, não é considerada como quebra de novidade.Entretanto, essa cláusula, denominada período de graça, estápresente apenas na lei brasileira, podendo assim serquestionada em outros países.

2. Ser resultado de uma atividade inventiva – constituirproduto ou processo totalmente novo, sem precedentes nomercado ou que apresente uma melhora funcional significativaem comparação ao que existe no mercado.

3. Ter aplicação industrial – o invento deve ser passível defabricação para o consumo, mediante produção em série, oupelo menos, aplicável em algum ramo da indústria.

Quais os tipos de patentes?

Patente de Invenção (PI)

A patente de invenção deve atender os requisitos de atividadeinventiva e aplicação industrial. Tem vigência de 20 anos(contados da data de depósito).

GARRAFA TÉRMICA

Graças a ela, o café fica quente, e o suco, geladinho. Mas a garrafa térmicanão foi inventada pensando no seu bem-estar. E sim no bem-estar de soluçõesquímicas, para serem usadas em experiências científicas.Foi pra isso que um físico escocês do século 19 criouesse vasilhame especial, feito com paredes duplas devidro que eram lacradas, impedindo que o ar ficasseentre elas. A substância que estivesse dentro dagarrafa não iria ter contato com o ar, quente ou frio.Assim, ela iria manter as qualidades originais.Já no século 20, um comerciante viu um grande potencial no invento e fez umagarrafa bem parecida à que se encontra atualmente em qualquer supermercado.

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Patente de Modelo de Utilidade (MU)

Um Modelo de Utilidade consiste em uma nova forma oudisposição de objeto de uso prático, com aplicação industrial,que represente melhoria funcional de produto ou processo jáexistente e que possa ser caracterizado como um ato inventivo.Validade: 15 anos (contados da data de depósito).

NÃO se considera Invenção nem Modelo de Utilidade

Descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;

Esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais,contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio ede fiscalização;

Obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ouqualquer criação estética;

Programas de computador são protegidos pela lei de direitoautoral e pela lei de software. Note-se que os programas decomputador desenvolvidos estritamente para funcionar emdeterminado equipamento, normalmente gravados em chipsintegrantes de sua estrutura, podem ser objeto de proteçãoatravés de patente. Nestes casos, não está demandando oprograma de computador em si, mas o equipamento.

Apresentação de informações;

Regras de jogo;

Técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem comométodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação nocorpo humano ou animal;

O todo ou parte de seres vivos naturais e materiaisbiológicos encontrados na natureza, ou ainda que delaisolados, inclusive o genoma de qualquer ser vivo natural e osprocessos biológicos naturais.


Para Obtenção do Título de uma patente énecessário:

Depositar o pedido de patente no escritório de patente do paísem que se deseja comercializar e proteger a invenção. No Brasil,o órgão responsável pelo registro é o Instituto Nacional dePropriedade Industrial - INPI. Na homepage do INPI(www.inpi.gov.br) o inventor encontra as instruções sobre oprocesso de patenteamento e os formulários para dar entradano pedido.

A autoria da patente pertence à(s) pessoa(s) física(s)denominada(s) inventor(es). A titularidade (propriedade) dapatente pertence ao depositante, que poderá ser o próprioinventor (pessoa física), a seus herdeiros ou sucessores, àempresa (pessoa jurídica) para a qual trabalha ou para quem foicriado o invento. Ao titular da patente (seja ele o próprioinventor ou a instituição depositante) é concedido o direito deimpedir terceiros de explorar, usar e comercializar a sua criação.

Conteúdo de um documento de patente:

Relatório Descritivo – contém a descrição detalhada dainvenção ou modelo, indicando a área técnica relacionada,relato do que já é conhecido e a aplicação industrial do que sepretende patentear;

Reivindicações – onde estão definidos e destacados todosos detalhes inovadores que devem ser protegidos. Esta parte,componente principal da patente, será comparada com outrosprodutos ou processos similares, por ocasião do exame técnicoou por ocasião do julgamento de invenções sob suspeita decópia;

Desenhos – quando necessários, servem para complementara descrição que foi detalhada no Relatório Descritivo,Reivindicações e Resumo;


Marcas

Resumo – descrição sumária da tecnologia reivindicada emencionada no Relatório Descritivo.

Marcas

Qualquer figura, nome ou símbolo que possa ser identificadovisualmente e que sirva para distinguir um determinadoproduto ou serviço dos demais existentes no mercado.

A marca possui validade de 10 anos, contados da data deconcessão do registro, podendo ser indefinidamenteprorrogada por períodos iguais e sucessivos. Se não forsolicitada prorrogação, o registro será extinto e o sinal, emprincípio, estará disponível. As marcas são protegidas por meiode registro junto ao INPI e sua regulamentação ocorre por meioda lei de Propriedade Industrial nº 9.279/96.

A legislação Brasileira (Art. 123 da Lei 9.279/96) institui trêstipos de marcas, de acordo com a finalidade de uso:

Marcas de produtos ou serviços: usada para distinguir umproduto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, deorigem diversa.

Marca de certificação: usada para atestar a conformidadede um produto ou serviço com determinadasnormas ou especificações técnicas,notadamente relacionada àqualidade, natureza,material utilizado emetodologia empregada.

Marca coletiva: usadapara identificar produtosou serviços provenientes demembros de uma determinada entidade.


As Marcas são classificadas também quanto à forma deapresentação:

Nominativa: quando constituídas apenas de palavras, letrasou algarismos, desde que estes elementos não se apresentemsob forma fantasiosa ou figurativa.

Ex.: SAMELO PARMALATBMW ADESSUPERBOM BRASTEMP

Figurativa: apresentada sob a forma de desenho, imagem,figura ou até outra forma fantasiosa de letra e númeroisoladamente.

Ex.:

Mista: formada pela combinação de elementos nominativo efigurativo ou de elemento nominativo de forma isolada.

Ex.:

Tridimensional: constituída peloformato de produto ou daembalagem, cujo modelo tenhacapacidade distintiva em simesmo e esteja dissociado deefeito técnico.

Ex: chocolate Toblerone


O que NÃO pode ser registrado como marca:

Brasões, bandeira, emblema, distintivo oficial, monumentooficial, bem como a sua designação, figura ou imitação;

Letra, algarismo e data, isoladamente, salvo se dotado deforma distintiva suficiente;

Expressão, figura, desenho contrário à moral e aos bonscostumes e religião;

Nome ou sigla de órgão público, salvo se requerido pelaprópria entidade;

Reprodução ou imitação de elemento que seja próprio oudistinga o título de estabelecimento ou de empresa deterceiros, suscetível de causar confusão ou associação comestes sinais distintivos;

Sinal de caráter genérico, comum, vulgar ou simplesmentedescritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a serdiferenciado, ou aquele empregado para designar umacaracterística do produto ou serviço (natureza, nacionalidade,peso, valor, qualidade ou época de produção);

Cores e suas denominações por si só;

Sinal ou expressão empregada apenas como meio depropaganda;

Indicação geográfica e falsa indicação quanto à origem;

Termo técnico usado na indústria, ciência ou arte, queesteja relacionado com o produto ou serviço;

Nome, prêmio ou símbolo de evento (esportivo, artístico,cultural, social, político etc.) salvo se autorizado pela entidadepromotora do evento;

Nome civil e assinatura, nome de família ou patronímico(apelido que se origine do pai ou de um ascendente masculino)e imagem de terceiros, salvo com consentimento do titular,herdeiros ou sucessores;


Desenho Industrial

Pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nomeartístico, singular ou coletivo, salvo com consentimento dotitular;

Dualidade de marcas de mesmo titular, para o mesmoproduto ou serviço, salvo quando, no caso de marcas damesma natureza, se revestirem de forma suficientementedistinta;

Reprodução ou imitação, no todo ou em parte, paradistinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhanteou afim, suscetível de causar confusão ou associação commarca alheia.

Requisitos para registro de marcas:

Distintividade: deve apresentar cunho próprio (possuircaracterísticas que a distingam das demais usadas paraprodutos ou serviços, iguais ou semelhantes);

Novidade: deve ser nova, isto é, não pode haver registroigual ou semelhante em vigor para um mesmo ramo deatividade;

Veracidade: não deve induzir o consumidor a erro por falsaindicação e licitude.

Desenho Industrial

A lei de Propriedade Industrial (art.95) define desenhoindustrial como “a forma plástica ornamental de um objeto, ouo conjunto ornamental de linhas e cores, que possa seraplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo eoriginal na sua configuração externa e que possa servir de tipo


de fabricação industrial”. Nesse sentido, enquanto a patentetem por objetivo proteger a inovação técnica de umdeterminado produto, o Registro de Desenho Industrial tem afinalidade de proteger a originalidade e aparência do mesmo.

A validade do registro é de 10 anos, contados da data dedepósito, prorrogáveis por três períodos sucessivos de cincoanos cada. O INPI é o órgão responsável pela concessão doregistro. Cada pedido poderá apresentar até 20 variações.

Requisitos para proteção de Desenho Industrial:

Novidade: o desenho industrial deve apresentar umresultado visual novo e original;

Utilidade ou aplicação industrial: deve servir de TIPO parafabricação industrial;

Unidade do desenho industrial: o desenho industrial teráque se referir a um só objeto, sendo permitido uma pluralidadede variações no caso de se destinarem ao mesmo propósito e semantiverem a mesma característica principal;

O que NÃO pode ser registrado:

O que for contrário à moral e aos bons costumes;

O que ofenda a honra ou imagem das outras pessoas;

O que atende contra a liberdade de consciência, crença,culto religioso ou idéia e sentimentos dignos de respeito eveneração;

Forma necessária, comum ou vulgar do objeto, ou ainda,aquela determinada essencialmente por considerações técnicasfundamentais.


Indicações GeográficasIndicações Geográficas

Associam-se à prestação dedeterminado serviço ou àfabricação, produção ouextração de determinadoproduto a uma determinadaárea. De acordo com a leibrasileira (art.176),“constituem indicaçãogeográfica a indicação deprocedência e a denominação deorigem”.

Indicação de Procedência – nome geográfico de um país,cidade, região ou uma localidade de seu território, que setornou conhecido como centro de produção, fabricação ouextração de determinado produto ou prestação de determinadoserviço (art.177);

Denominação de Origem – nome geográfico de país, cidade,região ou localidade de seu território, que designe produto ouserviço cujas qualidades ou características se devam exclusivaou essencialmente ao meio geográfico, incluindo fatoresnaturais e humanos (art.178).

A indicação geográfica éuma forma de agregarvalor e credibilidade aprodutos ou serviços,conferindo-lhes umdiferencial de mercado emfunção das característicasde local de origem. Essascaracterísticas sãoconstituídas tanto deelementos naturais

Vale dos Vinhedos

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Cultivares

quanto sociais. Uma vez reconhecida, a indicação geográficasó poderá ser utilizada pelos membros daquela localidade queproduzem ou prestam serviço de maneira homogênea.

Cultivares

A proteção de cultivar garante, por um determinado período detempo, o direito exclusivo de comercialização aos criadores denovas variedades de plantas. É importante deixar claro,entretanto, que proteção de cultivar no Brasil não é sinônimode patente de novas variedades vegetais.

Segundo a legislação, é passível de proteção a “nova cultivarou a cultivar essencialmente derivada, de qualquer gênero ouespécie vegetal”, que sejam distintas, homogêneas e estáveis eque integrem a lista oficial de cultivares passíveis de proteçãoelaborada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA).

Isto significa que somente poderão ser protegidas novasvariedades produzidas mediante programas de melhoramentoconduzidos por instituições públicas e privadas de pesquisa, eque, portanto, plantas retiradas diretamente da natureza nãopodem ser protegidas.

Cultivar

Cultivar é uma variedade de planta cultivada, desenvolvida enão simplesmente descoberta na natureza, obedecendo a umamargem mínima de descritores (características morfológicas,fisiológicas, bioquímicas ou moleculares que sejam herdadasgeneticamente, utilizadas na identificação de cultivares), quediferenciam suficientemente a nova cultivar de uma jáexistente. Para tanto, há uma intervenção humana na alteraçãoda composição genética da planta.


Nova Cultivar

A cultivar que não tenha sido oferecida à venda no Brasil hámais de doze meses em relação à data do pedido de proteção eque, observado o prazo de comercialização no Brasil, não tenhasido oferecida à venda em outros países, com o consentimentodo obtentor, há mais de seis (espécies videiras) ou quatro anos(demais espécies).

Cultivar Essencialmente Derivada

Cultivar derivada da cultivar essencial ou de outra cultivaressencialmente derivada, sem perder a expressão dascaracterísticas essenciais que resultem dos genótipos ou dacombinação de genótipos da qual derivou, exceto no que dizrespeito às diferenças resultantes da derivação; e também“claramente distinta da cultivar da qual derivou, por margemmínima de descritores, de acordo com critérios estabelecidospelo órgão competente”.

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Registro de Cultivares

Para comercialização de uma cultivar ou para requerer a suaproteção é necessária a inscrição no Registro Nacional deCultivares (RNC), órgão vinculado ao MAPA. As cultivares dedomínio público podem ser inscritas no RNC por qualquerprodutor ou comerciante que se intitule mantenedor da cultivar.

Para o registro de cultivares no Brasil há necessidade de sedispor de informações sobre o comportamento da cultivar nascondições ambientais do país. Estas informações constituem-se no que é denominado de Valor de Cultivo e Uso (VCU) deuma cultivar.

A importância do VCU está em que os produtores vão disporde informações biológicas sobre o comportamento da novacultivar nas condições brasileiras, e estas vão auxiliá-los natomada de decisão da escolha de uma nova cultivar. A novacultivar é considerada como um produto, e este produto deveter suas características descritas para as condiçõesambientais do país, pelo obtentor ou introdutor no Brasil.

O VCU é determinado em ensaios específicos, conduzidos pelopróprio responsável pela cultivar no país, ou por terceiros emseu nome, sob contrato. Estes ensaios devem obedecer a crité-rios mínimos na condução, estabelecidos por um grupo deespecialistas na cultura e indicados na Portaria 294, de 14 deoutubro de 1998.

A inscrição de cultivares das espécies vegetais cujos critériosmínimos para avaliação de VCU não estejam ainda estabeleci-dos, será requerida mediante o preenchimento do formulário(Anexo IX da Portaria 294/98), e apresentação dos seguintesdados:

I - Principais características morfológicas, biológicas ou fisioló-gicas, que tornem possível a identificação da cultivar; e


II – Relatório técnico, indicando:

a) dados de produtividade;

b) comportamento ou reação às pragas e doenças;

c) região de adaptação;

d) outros dados que justifiquem a sua importância para omercado nacional ou internacional.

Todas as informações sobre como determinar o VCU estãodisponíveis no site www.agricultura.gov.br.

Proteção de Cultivares

Para assegurar o direito de propriedade intelectual ao obtentor,a inscrição da cultivar deve ser feita no Serviço Nacional deProteção de Cultivares (SNPC), órgão também vinculado aoMAPA. A proteção de cultivar recairá sobre o material dereprodução ou de multiplicação vegetativa da planta inteira,garantindo a seu titular o direito à reprodução comercial noterritório brasileiro, ficando vedados a terceiros, durante oprazo de proteção, a produção com fins comerciais, ooferecimento à venda ou à comercialização, do material depropagação da cultivar, sem sua autorização.

Requisitos para Proteção de Cultivares:

1. Novidade – requisito mais jurídico do que técnico, temapenas a finalidade de garantir que a variedade já não tenhasido comercializada;

2. Distinguibilidade – significa que a variedade deve se distinguirclaramente de qualquer outra já conhecida, em termos dascaracterísticas que a descreve na data do depósito do pedido;


3. Homogeneidade – se refere à capacidade da variedade emapresentar baixa variabilidade quando utilizada para o plantio,isto é, plantas de uma mesma variedade devem possuircaracterísticas idênticas ou muito semelhantes;

4. Estabilidade – as características que descrevem a cultivarnão devem ser passíveis de alteração quando da reproduçãoem escala comercial, ou seja, a cultivar deve ser capaz demanter a homogeneidade ao longo de gerações sucessivas;

5. Ter denominação conforme – deve ser designada por umadenominação genérica.

O que é teste de DHE?

Para que se proceda à proteção da cultivar, faz-se um teste deDHE, que significa “Teste de distinguibilidade,homogeneidade e estabilidade” (DHE). Este é o procedimentotécnico de comprovação de que a nova cultivar essencialmentederivada é distinta de outra cujos descritores sejamconhecidos; homogênea quanto às suas características emcada ciclo reprodutivo; e estável quanto à repetição dasmesmas características ao longo de gerações sucessivas.

Duração da Proteção

A proteção da cultivar vigorará a partir dadata de concessão do Certificado Provisóriode Proteção, pelo prazo de 15 anos,excetuando-se as videiras, as árvoresfrutíferas, as árvores florestais e asárvores ornamentais, inclusive, emcada caso, o seu porta-enxerto, para asquais a duração será de 18 anos. Apósesse prazo a cultivar cai em domínio público.


Bibliografia consultada

Obtido o Certificado Provisório de Proteção ou o Certificadode Proteção de Cultivar, o titular fica obrigado a manter,durante o período de proteção, amostra viva de cultivarprotegida à disposição do órgão competente, sob pena decancelamento do respectivo certificado se, em caso denotificação, não a apresentar no prazo de 60 dias.

Bibliografia consultada

ABPTI. Políticas de Propriedade Intelectual, negociação,cooperação e comercialização de tecnologias em universidadese instituições de pesquisa: Análise e posições. Rio de Janeiro,1998.

BARBOSA, D. B. Uma introdução à propriedade intelectual. Riode Janeiro : Lumen Júris. 2003

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento.Legislação brasileira sobre proteção de cultivares. Brasília: MA/SDR/SNPC, 1998.

Instituto Nacional da Propriedade Industrial. www.inpi.gov.br.

Lei de Propriedade Industrial, 9279/96.

Lei de Proteção de Cultivares, 9456/97.

OMPI - Organização Mundial de Propriedade Intelectual.www.wipo.int.

PIMENTEL, L.O. Propriedade Intelectual e Universidade:Aspectos Gerais. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2005. 182p.

SOUZA, E. A Proteção de variedades vegetais e os direitos depropriedade intelectual Revista da ABPI. São Paulo: n.40, p.40-48, mai./jun.1999.

Patrocínio:

Ministério daAgricultura, Pecuária

e Abastecimento

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