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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha de Identificação - Artigo Final Professor PDE/2012
Título RELEITURA DO GÊNERO CONTO DE FADAS NO 6º ANO: TRADICIONAL E RENOVADO Rebouças/PR
Autor Carla Andréa Pereira Zanin
Escola de Atuação Colégio Estadual Professora Maria Ignácia
Município da Escola Rebouças
Núcleo Regional de Educação Irati
Professor Orientador Regina Maria Vink
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO
Disciplina/Área de ingresso no PDE Língua Portuguesa
Resumo: Este trabalho teve como objetivo a apresentação da Sequência Didática para trabalhar com a leitura dos contos de fadas clássicos e renovados com os alunos do 6º ano, devido à grande dificuldade em leitura, interpretação e escrita. O objetivo principal foi explorar técnicas diferenciadas para o ensino da leitura através dos contos de fadas. Para a realização dos trabalhos foram desenvolvidas atividades voltadas para a leitura de vários contos de fadas, compreensão leitora e produções textuais, considerando também o trabalho com a intertextualidade. Possibilitando, assim, uma maior interação entre leitor, texto e autor, contemplando a proposta das DCEs em relação às práticas de leitura, oralidade e escrita. A importância maior esteve no prazer que os contos de fadas despertaram, possibilitando ao aluno descobrir a magia presente e entrar no mundo encantado das histórias. As atividades de incentivo à leitura são fundamentais para a formação de leitores críticos, capazes de se expressar, compreender e transformar a realidade em que estão inseridos.
Palavras-chave: leitura; contos clássicos; fadas; contos renovados.
RELEITURA DO GÊNERO CONTO DE FADAS NO 6º ANO: TRADICIONAL E RENOVADO
Autora: Carla Andréa Pereira Zanin¹ Orientador: Regina Maria Vink²
Resumo Este trabalho teve como objetivo a apresentação da Sequência Didática para trabalhar com a leitura dos contos de fadas clássicos e renovados com os alunos do 6º ano da Escola Estadual Professora Maria Ignácia, devido à grande dificuldade em leitura, interpretação e escrita. O objetivo principal foi explorar técnicas diferenciadas para o ensino da leitura através do gênero contos de fadas. Para a realização dos trabalhos foram desenvolvidas atividades voltadas à leitura de vários contos de fadas, compreensão leitora e produções textuais, considerando também o trabalho com a intertextualidade. Possibilitando, assim, uma maior interação entre leitor, texto e autor, contemplando a proposta das DCEs em relação às práticas de leitura, oralidade e escrita. A importância maior esteve no prazer que os contos de fadas despertaram, possibilitando ao aluno descobrir a magia presente e entrar no mundo encantado das histórias. Portanto, as atividades de incentivo à leitura são fundamentais para a formação de leitores críticos, capazes de se expressar, compreender e transformar a realidade em que estão inseridos. Palavras-chave: leitura; contos clássicos; fadas; contos renovados. ____________________________ ¹Pós-graduação em Letras – Teoria e Práticas de Língua Portuguesa pela UNICENTRO, Graduação em Letras Português e Inglês pela FECLI – UNICENTRO e professora PDE 2012. ²Mestrada em Estudos Linguísticos pela UFPR docente do Departamento de Letras UNICENTRO- Irati.
1. Introdução
O referido artigo é resultado de pesquisa realizada durante o curso de
formação continuada: “Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE”,
promovido pela Secretaria de Estado da Educação.
Neste estudo, a ideia foi trabalhar com a leitura dos contos de fadas clássicos
e renovados com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. A dificuldade
apresentada por estes alunos sempre foi motivo de preocupação de vários
professores, sendo que a maioria deles apresenta dificuldades em leitura,
interpretação e escrita. Tal constatação tem sido observada nos últimos seis anos,
por ocasião da seleção para sala de apoio, através de sondagens feitas por
professores e pedagogos.
Defende-se, portanto, a necessidade de incentivar a leitura, pois se acredita
que bons leitores têm grandes chances de escrever bem, é ela que fornece a
matéria - prima para a escrita. Assim, é preciso explorar técnicas diferenciadas para
ensinar a leitura.
Nesse sentido, o trabalho desenvolvido na escola é um dos principais fatores
responsáveis pela formação de leitores assíduos, capazes de se apropriar dos
saberes acumulados pela humanidade e os livros são as principais ferramentas do
professor.
O professor pode tornar-se um verdadeiro mediador entre o texto e os alunos,
desde que ele se abstenha de seu papel de guardião do saber e se coloque na
condição de leitor maduro.
Ao observar o desinteresse dos alunos do 6º ano em relação à leitura,
decidimos trabalhar com o gênero conto de fadas, pois acreditamos que o gênero
escolhido, devido à faixa etária, seria aceito com facilidade. Também, presumimos
que quanto antes trabalhasse a leitura em sala de aula mais cedo os alunos seriam
capazes de compreender e recriar.
Na aplicação do trabalho, buscou-se a leitura de diversos contos de fadas
tradicionais e renovados, além dos filmes que contemplavam de alguma maneira os
contos de fadas. Também foi trabalhada a obra de Pedro Bandeira: “O Fantástico
Mistério de Feiurinha”.
Segundo estudos realizados por Parreiras (2009, p. 75-76), Charles Perraut
foi o precursor dos contos de fadas na Europa, viveu no séc. XVII, na França do Rei
Luís XV, quando surgiram as narrativas populares folclóricas, colhidas e escritas
para educar os filhos dos nobres. Havia moralidade e ensinamento nas histórias.
Mais tarde, as histórias recontadas por Perraut apresentavam alguns valores
universais, como a ganância, o ódio, a vingança e a voracidade. Já no início do séc.
XIX, surge o núcleo europeu de estudos filosóficos, com os alemães Jacob Grimm
(1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859). Os irmãos Grimm, em suas viagens e
pesquisas, recolheram várias histórias que ouviram dos camponeses e compilaram
contos de fadas para crianças e adultos (1812/1822). Diferenciavam dos contos
registrados por Perraut, pois, no final acontecia a ascensão do personagem
principal, sem moralidades.
Ainda de acordo com Parreiras (2009, p. 76), foi Hans Christian Andersen
(1835/1872), dinamarquês, precursor das histórias autorais, além daquelas que ele
compilou do folclore nórdico. Hans é considerado o criador da literatura infantil, ele
conseguiu unir, em suas histórias, o pensamento mágico de origem arcaica e o
pensamento racionalista daqueles que eram os novos tempos. As marcas que
predominam nas suas narrativas são o desamparo e originalidade. Andersen ficou
conhecido internacionalmente como o “mestre do conto de fadas”. Embora não
pertença a este século, a obra deixada por ele é muito rica em conteúdos e continua
fazendo parte dos valores repassados às nossas crianças.
Todos os textos e filmes foram escolhidos com alguns critérios indispensáveis
para que a leitura e a compreensão transcorressem sem grandes dificuldades e com
o máximo de aproveitamento.
No início das atividades foi apresentado aos alunos o título do Projeto e
fornecidas explicações sobre as atividades que seriam desenvolvidas durante o
primeiro bimestre, da importância e intenção do trabalho e do cronograma a ser
cumprido. Foi distribuído o material didático (Caderno Pedagógico), que seria
utilizado durante o período de Implementação. Foi combinado com os alunos como
seria a participação deles em cada momento da aula: durante a leitura, durante e
após a exibição dos filmes, durante os questionamentos e nas atividades em grupos
e coletivas.
2. Leitura e escrita
O trabalho com a leitura e a escrita, na escola, muitas vezes gira em torno de
textos veiculados no livro didático, conforme Kleiman e Moraes: O fazer do aluno nas atividades de leitura e redação é uma eterna preparação para atividades de fato significativas: ele decifra para aprender a compreender, oraliza o texto para aprender a ler silenciosamente; fragmenta, corta, destrinça em múltiplos pedaços para achar um tema ou uma ideia central para construir um sentido; tem que ler o texto adotado pelo professor para desenvolver o gosto individual pela leitura e a relação estética, de prazer e intimidade com o texto; faz uma interpretação cerceada pela interpretação do professor ou do livro didático; interpreta sem ter lido. Tal fazer de conta é justificado pelo fato de que a escola é “preparação para a vida futura” (KLEIMAN; MORAES, 2002 p.56)
O uso do livro didático é uma maneira mais cômoda para preparar as aulas e
conseguir material para todos os alunos, mas de acordo com Parâmetros
Curriculares Nacionais (1997, p.55), “É preciso oferecer aos alunos os textos do
mundo: não se formam bons leitores solicitando aos alunos que leiam apenas
durante as atividades em sala de aula, no livro didático e porque o professor pede”.
Para formar um leitor competente e prepará-lo para a vida futura é preciso
repensar o ensino da leitura nas escolas, em todas as áreas do conhecimento. O ato
de ler não significa apenas decodificação, é muito mais amplo. Um bom leitor
entende o que lê, consegue identificar o que não está escrito, mas implícito no texto;
estabelece relações com o texto e seu conhecimento de mundo. Os estudos em
relação à leitura são recentes, 1970, porém, muito se tem estudado a respeito e
podemos constatar que há muito a se fazer e repensar, para tornarmos nossos
alunos verdadeiros leitores dentro e fora da escola, utilizando técnicas que
contribuam para a efetivação da leitura. A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura. É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um aluno não se sai muito bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte a sua tarefa. Se, porém, outro aluno tiver notas excelentes em tudo, mas não se tornar um bom leitor, sua formação será profundamente defeituosa e ele terá menos chances no futuro do que aquele que, apesar das reprovações, se tornou um bom leitor. A leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido
através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma. (CAGLIARI, 2008 p.148)
Quando buscamos algum tipo de leitura temos em mente um objetivo: saber
dos acontecimentos do dia a dia, fazer uma receita, aprender as regras de um jogo,
apreciar uma poesia. Portanto, a leitura continua fora da escola. Se conseguirmos
formar o leitor no âmbito escolar, por certo teremos um cidadão letrado, capaz de ler
o que está implícito, colocar em prática seu conhecimento de mundo e mudar a
realidade em que está inserido.
Diante dessa premissa, a responsabilidade pela leitura não deve ficar apenas
para os professores de Língua Portuguesa, e sim a todos os professores das demais
áreas. Se o aluno lê interpretativamente, sabe resolver um problema de matemática,
resume melhor um texto de Ciências, História ou de qualquer outra disciplina,
provavelmente o corpo docente cumpriu sua tarefa: formar o leitor competente.
A escola deve priorizar a leitura, caso contrário ela estará contribuindo para o
insucesso de seus alunos e colaborando para que a crise da leitura se instale. O
descompromisso da escola com o ensino da leitura tem formado um grande número
de iletrados, pois muitos de nossos alunos só conseguem ler o posto, não fazendo
um aprofundamento nem questionando o pressuposto para, então, chegar às
inferências do texto.
Pensando em experimentar situações diferenciadas, não inéditas, e no
desenvolvimento do aluno-leitor, no Colégio Estadual Professora Maria Ignácia, onde
a maioria dos alunos que ingressam no 6º ano apresenta dificuldades na
compreensão textual e, consequentemente, na produção, resolvemos trabalhar com
contos de fadas de forma prazerosa, levando o aluno descobrir a magia presente
nos contos e entrar no mundo encantado das histórias. Pois, segundo Abramovich
(2006, p.142), Ao ler uma história a criança também desenvolve o potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, se perguntar, questionar... Pode se sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de opinião... E isso não sendo feito uma vez por ano... Mas fazendo parte da rotina escolar, sendo sistematizado, sempre presente – o que não significa trabalhar em cima dum esquema rígido e apenas repetitivo. (ABRAMOVICH, 2006 p.142)
Ainda de acordo com Abramovich (2006, p.140), a incorporação da literatura
infanto-juvenil na escola não significa que repentinamente todos os alunos se
tornariam leitores assíduos. Até poderia acontecer, mas com tantas fichas, a leitura
deixou de ser um prazer para se tornar um dever a ser cumprido. Precisamos
recuperar o gosto e o prazer pela leitura, encontrando técnicas que realmente
funcionem, sem deixar a leitura em datas pontuais, mas torná-la um hábito rotineiro
e gostoso.
A leitura de um texto coloca em prática todas as experiências que o aluno
possui, se a entendermos como um dos caminhos de inserção no mundo e de
satisfação de necessidades amplas do ser humano: estéticas, sensoriais,
emocionais, culturais, além das intelectuais. A leitura deve ser entendida não apenas
como um domínio técnico, mas de interlocução com o mundo. Assim, entendemos a
leitura como construção de texto e como construção do real, pois amplia o
conhecimento que o aluno tem de si e do mundo. De acordo com Souza: A perspectiva de ordem cognitivo-sociológica concebe a leitura como um processo de compreensão abrangente. Sua dinâmica envolve componentes emocionais, intelectuais, que envolve componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, culturais econômicos e políticos. Outra concepção de leitura, observada com maior frequência, denota uma decodificação de signos linguísticos, por meio de aprendizado estabelecido a partir do condicionamento estímulo-resposta. Tal conceito, de perspectiva behaviorista-skinneriana, ignora a profundidade da experiência de contato do indivíduo com os elementos da comunicação humana. A escola prioriza a prática dessa segunda leitura. Em sala de aula, a criança raramente é estimulada à leitura-prazer, aquela que levará o aluno à compreensão da realidade. (SOUZA, 2004, p.80)
Para a concretização da leitura, no ambiente escolar e fora dele, é preciso
que o professor, antes de tudo, seja um bom leitor, só assim ele fará um bom
trabalho com seus alunos. O professor envolvido com a leitura busca novas técnicas
para trabalhar em sala de aula, conduz seus alunos ao prazer de ler e não usa a
leitura como pretexto para ensinar aspectos gramaticais. Professor e aluno devem
entender que a partir de um texto podem-se criar novos textos.
A boa leitura e o incentivo, principalmente dos professores, deve fazer parte
do cotidiano das crianças. De acordo com Bamberger (2006, p.66), no quarto e no
quinto ano de escola, os anos de transição entre a “idade do conto de fadas” e a
“idade das aventuras”, isto é, entre os onze e doze anos, a leitura deve ser
incentivada e trabalhada para que o aluno adquira o hábito de ler, caso contrário
dificilmente se conseguirá reverter a situação.
É muito difícil manter o hábito da leitura após essa faixa etária. As razões,
segundo Bamberger (2006 p.20), encontram-se nos seguintes fatos: na infância, a
leitura atende às diferentes etapas do desenvolvimento. Mais tarde, os interesses se
modificam e muitas crianças passam a se ocupar com jogos, internet e acabam
deixando a leitura de lado, pois o incentivo para a mesma já não se encontra tão
presente. Outra razão é que muitas crianças só leem porque precisam realizar
alguma tarefa, após a vida escolar a maioria deixa de ter esse hábito e ocupam o
tempo com outras atividades. E a terceira razão é que outros divertimentos superam
a leitura. Ainda segundo Bamberger:
[...] se quisermos inculcar o hábito da leitura precisamos ir além das necessidades e interesses das várias fases do desenvolvimento e motivar a criança a ir ajustando o conteúdo de suas leituras à medida que suas necessidades intelectuais e condições ambientais forem mudando. [...] Pesquisas realizadas na Áustria, que tratam das diferenças observáveis no comportamento relativo à leitura [...] mostram que as crianças que leem bastante têm geralmente um relacionamento muito bom com o professor, o qual, por sua vez, leitor entusiasta, procura fazer com que os alunos experimentem na leitura um prazer idêntico ao seu; frequentaram aulas de professores interessados e informados, que possuíam boa provisão de material de leitura; foram “induzidas à leitura” por um contínuo contato com livros e métodos especiais de ensino moderno da leitura. (BAMBERGER, 2006, p.20)
Para Bamberger (2006 p. 22), “ninguém gosta de fazer coisas que encontra
muita dificuldade”, os textos apresentados aos alunos deverão ser de acordo com a
faixa etária e atender o interesse da maioria. Textos complexos prejudicam a
compreensão e a criança rejeita, pois não consegue entender. Não é difícil encontrar
bons livros de literatura infantil, pois: A literatura para crianças hoje abrange diferentes tipos de contos, entre os tradicionais e os modernos. Segundo Leon, os contos tradicionais (contos de fada, contos maravilhosos etc.) “tocam aspectos muito importantes de nossa natureza e de nossa história [pois] o conto constrói/estabelece o ser humano como um ser de linguagem e de cultura, para o qual todas as atividades de sobrevivência (alimentos, roupas, relacionamento com animais e plantas) adquirem dimensões imaginárias e simbólicas”. Por isso, os contos de fadas, lendas em geral de todos os povos, fábulas e histórias populares continuam a ser apreciados e a fascinar as crianças. (FARIA, 2010, p.24)
As narrativas tradicionais ou modernas, de acordo com Faria (2010), podem
ser definidas como “expressão de modificações de um estado inicial”. Por isso a
estrutura da narrativa é essencialmente temporal. Tal estrutura facilita a leitura
proporcionando ao leitor um rápido entendimento. Conforme Faria (2010 p. 24-25)
as fases da narrativa podem ser sintetizadas da seguinte forma: Na situação inicial
apresenta-se um estado de equilíbrio ou já um problema. No desenvolvimento, o
equilíbrio passa a desequilíbrio com o surgimento de um problema e tentativas de
solução, com atos reais ou da ordem do maravilhoso. O desenlace pode ser feliz ou
infeliz. No feliz há a solução para o problema e a recuperação do equilíbrio. No
infeliz, o problema não é resolvido e o equilíbrio inicial não é recuperado.
Em relação à dinâmica da narrativa é importante a compreensão das
sequências e cenas para que o leitor entenda o desenrolar da história. Pois,
Segundo Faria (2010, p.35): Toda narrativa, ao desenrolar no tempo, se divide em momentos-chave no Fluir das ações, Chamamos de sequências narrativas a essas divisões da história. As mesmas sequências narrativas, por sua vez, podem ser compostas de diferentes cenas justapostas. Assim, a sequência de uma narrativa é o “conjunto de cenas que se referem à mesma ação”, como definem Rabaça & Barbosa (1987). E as cenas são “unidades de ação” que, juntas, formam uma sequência. Um bom trabalho com o desmonte da estrutura narrativa para compreender suas partes é ajudar os alunos a entenderem esses momentos-chave da história. (FARIA, 2010 p. 35).
Conforme a mesma autora, os cortes da narrativa ajudam o aluno a
compreender melhor a história, despertando a curiosidade, buscando significados,
estabelecendo mudanças, criando expectativas e mostrando o desencadeamento da
história. O bom criador (ou contador) de histórias sabe estabelecer com competência os cortes da narrativa, ou seja, deixar bem claro, no desenrolar da história, o início e o fim de sequências e suas cenas. Esses cortes têm uma função importante para a compreensão dos fatos narrados. A primeira delas é marcar os momentos significativos da história [...] Esses cortes têm uma segunda função: a de amarrar ou desamarrar a ação, abrir ou fechar perspectivas. [...] Quando o livro é bem ilustrado, o ilustrador (com o concurso ou não do escritor) escolhe esses cortes importantes, transformando-as em cenas por meio de imagens. (FARIA, 2010, p.35).
Os contos de fadas são histórias milenares, colhidas nas narrativas folclóricas
de vários povos. Esses contos são estruturados como um sonho, onde o
maravilhoso e a fantasia se misturam, onde há fadas, bruxas, valores universais e
atemporais. O contato com histórias, particularmente com os contos de fadas,
possibilita à criança aprender brincando em um mundo de imaginação. Além de
encantar os leitores, os contos de fadas são historicamente utilizados e de grande
relevância no desenvolvimento das crianças. Embora antigas, continuam fazendo
parte das histórias mais ouvidas e contadas atualmente. Muitas histórias se
transformaram em filmes, mantendo sua originalidade ou não, outras se
transformaram em contos renovados, mas continuam fascinando crianças e adultos.
Abramovich explica porque os contos continuam fazendo parte do repertório infantil: Porque os contos de fadas estão envolvidos no maravilhoso, um universo que detona a fantasia, partindo sempre de uma situação real, concreta, lidando com emoções que qualquer criança já viveu... Porque se passa num lugar que é apenas esboçado, fora dos limites do tempo e do espaço, mas onde qualquer um pode caminhar... Porque os personagens são simples e colocadas em inúmeras situações diferentes, onde têm que buscar e encontrar uma resposta de importância fundamental, chamando a criança a percorrer e a achar junto uma resposta sua para o conflito... Porque todo esse processo é vivido através da fantasia, do imaginário com intervenção de entidades fantásticas (bruxas, fadas, duendes, animais falantes, plantas sábias...). ( ABRAMOVICH, 2006 p.120)
Portanto, a conquista do aluno leitor se dá através da relação prazerosa com
os contos de fadas em que sonho, fantasia e imaginação se misturam numa
realidade única, e o leva a vivenciar emoções em parceria com os personagens da
história, introduzindo assim situações da realidade.
3. Da intervenção como experiência em sala de aula
A implementação do projeto em questão ocorreu no Colégio Estadual
Professora Maria Ignácia - Ensino Fundamental e Médio, Rebouças/ PR, com os
alunos do 6º ano A, do turno da manhã, durante o primeiro bimestre de 2013. As
atividades desenvolvidas visavam diminuir a dificuldade apresentada por estes
alunos em relação à leitura, interpretação e escrita. Foram selecionados vários
contos de fadas, filmes e a obra de Pedro Bandeira “O Fantástico Mistério de
Feiurinha”.
Foi distribuído a cada um dos alunos um caderno pedagógico com todas as
atividades que seriam desenvolvidas durante o período de implementação.
Inicialmente foi realizada uma conversa com os alunos para investigar se o gênero
conto de fadas era conhecido por todos e quais contos eles já ouviram e por
intermédio de quem. Dos trinta alunos matriculados e presentes, dezoito
conheceram os contos de fadas através de livros em casa, oito conheceram por
intermédio da escola e quatro pela televisão. Quando questionados sobre quais
contos conheciam, elencaram um total de nove histórias. Destas, foram narradas
cinco. Quanto aos demais contos, ninguém quis “arriscar” a contar, alegando
esquecimento. Constatou-se que os alunos tinham conhecimento sobre o gênero,
porém conheciam poucas narrativas, pois apresentaram dificuldades em contá-las.
Após, os alunos foram questionados sobre a origem dos contos de fadas e
seus precursores. Apenas uma aluna mencionou ter visto na televisão algo sobre os
irmãos Grimm, mas não soube explicar bem ao certo quem eram. Após a leitura de
um texto que falava sobre os primeiros escritores dos contos de fadas: Charles
Perraut, Hans Chirstian Andersen e os irmãos Grimm, os alunos conseguiram
compreender melhor e saber mais sobre o contexto e a intenção das produções.
Nas duas atividades acima descritas houve a participação dos alunos,
fazendo perguntas e demonstrando interesse pelo assunto, principalmente pelo
caderno pedagógico, o qual chamou muito a atenção.
Então, foi-lhes apresentado o conto de fadas “Os sete corvos”. A leitura foi
realizada pela professora, com o auxílio de um álbum seriado com imagens do
conto.
A retomada do conto “Os sete corvos” foi realizada na aula seguinte, com
explicações sobre as fases de uma narrativa: situação inicial, desenvolvimento e
desenlace, segundo Faria (2010, p.24). A maioria dos alunos não encontrou
dificuldades para identificá-las. Após, foram organizados grupos de dois e três
alunos. Cada grupo recebeu um conto de fadas diferente, fizeram a leitura e
comentaram o texto entre eles, para certificarem-se de que todos no grupo
entenderam e identificaram as fases. Então, foi repassado aos alunos que na
próxima aula todos os grupos iriam apresentar o conto para os demais colegas.
Constatou-se que os grupos que apresentaram grande dificuldade em
recontar a história, eram compostos de alunos com grandes defasagens na leitura e
na compreensão. Mediante tal dificuldade, a professora leu novamente os contos e
junto com os alunos a história foi recontada para a classe.
Em seguida, foi exibido o filme “Encantada” e, após, os alunos fizeram a
reconstrução oral da história.
Durante a atividade foram anotados no quadro de giz vários apontamentos
feitos pelos alunos em relação ao filme. Pôde-se observar que a maioria dos alunos
entendeu o filme e conseguiu relacioná-lo com alguns dos contos lidos e ouvidos,
estabelecendo assim a intertextualidade.
Antes do início da leitura do texto de Pedro Bandeira “O Fantástico Mistério
de Feiurinha”, foi realizado um questionamento, a respeito da obra, para motivar a
leitura.
Após o término da leitura, os alunos responderam a várias questões de
compreensão da obra.
Após a leitura do livro, foi exibido aos alunos o filme: “Xuxa em o Mistério de
Feiurinha” . Então foi proposto aos alunos que realizassem três atividades;
a) Que característica das princesas do filme se diferenciam das
características das princesas que você conheceu por meio das leituras dos contos
de fadas?
b) Na obra e no filme, a única princesa que não se casou foi Chapeuzinho.
Imagine que ela tenha se casado e escreva uma história bem legal. Você poderá
incluir novos fatos e personagens à história usando a criatividade. Após escrever seu
texto, não se esqueça de ilustrá-lo.
Texto aluno A: A história de Chapeuzinho Vermelho
Era uma vez, há muito tempo atrás uma mulher que vivia muito triste com sua
vida, não tinha emprego, não tinha uma casa própria. Morava com sua mãe em uma
casinha de madeira bem longe da cidade.
Todas as manhãs ela levanta para tirar o leite de sua vaca, o nome dela é
Mumu, ela come muito capim, o dia inteirinho, por isso é tão gordinha. Depois que
já tirou o leite, Chapéu leva ele até uma feira na cidade para ser vendido, o dinheiro
da venda vai todo para ela e sua mãe, esse é o único sustento das duas.
Certo dia abriu seus olhos depois de uma noite de muito sono e acordou em
um mundo mágico, onde tinha duendes, fadas, princesas, príncipes, rainhas e tudo o
mais. Ela não sabia o que fazer, se ia pra direita, para esquerda, para frente ou para
trás, estava perdidinha.
Então, decidiu ir andando e andando, até que encontrou um bicho estranho e
lhe disse:
_Sou um duende do reino encantado! Ela respondeu:
_O quê? Duende? Reino encantado? Me explique direito! Ele respondeu:
_Não tenho tempo de explicar, só venha comigo!
Os dois foram andando, ela não sabia, mas ele estava levando-a até o castelo
de um príncipe muito bonito e muito rico, que estava a procura de uma princesa
para casar-se com ele.
Chegaram ao castelo. O príncipe foi recebê-los e disse:
_Nossa que mulher bonita! Muito bom trabalho meu duende era exatamente o
que eu estava esperando: uma mulher loira, alta, muito bonita, bondosa e generosa.
Ela respondeu:
_Eu também estava esperando um homem assim. Bom, nesse caso é um
príncipe muito bonito, alto, moreno e bondoso. Ele falou:
_Mas ainda não sei seu nome, nem de onde veio. Sente-se e me conte tudo!
Chapéu respondeu:
_ Está bem, vou contar para você.
Depois de algum tempo de conversa os dois já se conheceram muito bem,
também já marcaram o casamento, trouxeram a mãe da Chapéu para morar com
eles e convidaram todo reino para o casório.
Passou uma semana e os dois casaram-se e viveram felizes para sempre.
Texto aluno B: O casamento de Chapeuzinho
Era uma vez uma menina muito linda que adorava passear. Um dia sua mãe
morreu e seu pai ficou viúvo. Havia várias bruxas querendo casar-se com o seu pai,
fingindo de pobres mulheres. Mas Chapeuzinho tinha um poder de ver todas as
mentiras e verdades. Quando seu pai aparecia com alguém ela via na hora quem
era essa pessoa e falava:
_Pai, se afaste dessa mulher é uma bruxa!
_Sim filha. Sai bruxa! Dizia o pai.
Certo dia uma bruxa sequestrou Chapeuzinho e a deixou em uma casa no
meio da floresta. Lá também vivia outra pessoa, um príncipe, que falou para
Chapeuzinho:
_Estou aqui há um ano e meio, mas nunca desisti de sair daqui.
_Eu também não vou desistir.
_Nossa que linda você, como é seu nome?
_Meu nome é Chapeuzinho. E o seu?
_Meu nome é Lacaio, mas você pode me chamar de Caio.
Eles nunca desistiram de sair, até que um dia eles conseguiram abrir a porta.
Eles voltaram ao reino e contaram aos seus pais. Quando Chapeuzinho foi
contar ao seu pai avistou a bruxa que já era casada, sua madrasta. Ela apontou
para a bruxa e falou tudo.
Quando o príncipe viu a bruxa, cortou a cabeça dela e Chapeuzinho achou
uma mulher para seu pai. Chapeuzinho se casou e viveram felizes para sempre.
c) Escolham uma parte do filme de que vocês mais gostaram e elaborem uma
pequena dramatização para apresentar aos colegas. (Atividade para ser realizada
em duplas ou conforme o número de personagens exigidas para a dramatização).
A intenção da dramatização foi trabalhar com a entonação de voz e a
representação. Os alunos apresentaram timidez no momento de representar os
personagens e falavam em voz baixa, mas depois de muita insistência e
demonstrações, a maioria desempenhou bem a atividade.
A intenção do trabalho com os textos e os filmes era a familiarização dos
alunos com os contos de fadas tradicionais e renovados. Feito esse trabalho foi
lançada a seguinte proposta:
- Agora que você já conhece alguns contos de fadas, escreva um texto
renovado. Você poderá utilizar toda a sua criatividade e conhecimento sobre o
assunto e produzir um texto bem legal.
Texto aluno A:
O conto das princesas
Todas as princesas moravam em um lugar encantado chamado Penturim, lá
havia muitos gnomos, fadas duendes, príncipes e princesas, mas uma coisa
atrapalhava tudo isso, a bruxa Malvada.
Todos tinham pavor só de escutar a voz de Malvada, tremiam de medo dela.
Ela fazia poções mágicas e transformava as pessoas em animais muito feios, sujos
e asquerosos.
Havia cinco princesas, a Rapunzel, Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, Bela
Adormecida e a Branca de Neve. Todas eram muito amigas. Até que Chapéu
convocou todas para tomar um chá em sua casa. Quando todas já estavam por lá,
escutou um barulho de discussão na biblioteca e foi ver o que estava acontecendo,
era a Cinderela e a Branca de Neve brigando, se agarrando e puxando os cabelos
uma da outra. Chapéu gritou:
_Parem já com isso, onde já se viu mulheres como vocês ficarem se
agarrando! Cinderela respondeu:
_Foi essa aqui que começou me chamando de Gata Borralheira! Branca
interrompeu:
_Nada disso Chapéu. Ela me chamou de branca azeda! Chapéu repetiu:
_Chega disso, vamos tomar o chá, já está pronto!
Chegaram à sala e viram todas as princesas chorando porque os seus
príncipes desapareceram. Chapéu perguntou:
_Mas como assim desapareceram? Bela responde:
_Não sabemos de nada Chapéu, aconteceu assim de uma hora para outra.
Cinderela aflita diz:
_Mas o meu príncipe não desapareceu! Branca também fica nervosa e fala:
_O meu também não desapareceu! Chapéu retoma a calma e fala:
_Calma, calma meninas, não se preocupem, vou fazer o possível para ajudar.
Elas subiram num carro e foram procurá-los. Então, foram até o castelo da
bruxa Malvada e de repente avistaram os três príncipes presos numa jaula, sem
poder sair pra nada. Elas foram lá falar com eles enquanto a bruxa tinha ido para
uma reunião de feitiços mágicos. Elas perguntaram:
_ Onde está a chave meu príncipe querido? Eles falaram ao mesmo tempo;
_Está pendurada na roupa da Malvada, mas, por favor, cuidem-se bem e
tomem cuidado com ela. Todas:
_Está bem, está bem, vocês também se cuidem!
Elas foram atrás da bruxa, pegaram as chaves, os libertaram e viveram felizes
para sempre sem serem incomodados por aquela bruxa Malvada que era muito feia
e asquerosa.
Texto aluno B:
Cinderela e a tecnologia
Certo dia Cinderela acordou muito mal, mas tinha que trabalhar. Ela
trabalhava em um laboratório, lá era onde ela descobria e criava novas tecnologias.
Quando ela estava no serviço sua colega gritou:
_Está pronta minha máquina!
_Que bom! E o que ela faz?
_ É uma máquina para deixar a pessoa doente, boa na hora!
_Que bom! E funciona?
_Não sei, preciso de uma cobaia.
_Eu já volto. Disse Cinderela.
Cinderela foi conversar com seu chefe:
_Chefe, a Branca conseguiu finalizar a máquina!
_Que bom! Ela já testou?
_Não, ela precisa de uma cobaia. Eu posso ser?
_Não, claro que não, você não pode se arriscar..
_Ah, por favor!
O chefe ficou calado e ela saiu. Mas ela era teimosa, então se ofereceu
dizendo que o chefe permitiu.
Ela fez o teste e melhorou na hora, mas à noite ela ficou mal e foi parar no
hospital e só melhorou depois de três dias.
O chefe sabe o que fala!
Depois que todos os alunos produziram seus textos, foram organizados
grupos de três alunos para a leitura dos contos e possíveis correções. A professora
circulou pela sala, dando apoio e ajudando na reestruturação dos textos. Os textos
foram lidos para a turma, que escolheu um deles como apoio para produção de um
texto teatral.
O texto foi escolhido e a partir dele foi produzido o texto teatral. A atividade foi
realizada no quadro negro. A professora registrou e os alunos foram dando suas
ideias. O trabalho produzido coletivamente apresentou alguns pontos negativos:
todos os alunos queriam expor suas ideias ao mesmo tempo, alguns até discutiram
com os colegas, pois não aceitavam as colocações feitas por eles. O texto teatral,
depois de concluído, apresentou muitas diferenças em relação ao texto escolhido
como apoio. O número de aulas previstas para a produção precisou ser aumentado
para que se tivesse bom resultado.
O resultado de todo o trabalho foi a apresentação da peça teatral para os
alunos da escola. Pretendia-se que todos participassem de alguma forma na
apresentação. Aqueles que não quiseram atuar como personagens, ficaram
responsáveis pela montagem do cenário e do figurino. Na escolha dos personagens
também houve desentendimentos, havia mais de um candidato para o mesmo
personagem.
4. Das considerações finais
O trabalho com a Releitura do Gênero Contos de Fadas: Tradicional e
Renovado aconteceu de acordo com as perspectivas. Os textos, os filmes e a obra
literária trabalhados foram amplamente explorados para gerar questionamentos
entre os alunos e provocar reflexões. Pois o ato de ler é um processo de atribuição
de sentido ao texto, isto é, a partir de conhecimentos que já possui, o leitor pode
interagir com o texto, construindo sentidos.
No desenvolvimento desse estudo, buscou-se o trabalho com diversos tipos
de leitura: leitura de filmes, texto teatral, imagens, contos clássicos e contos
renovados. Tudo isso nos deu suporte para que, durante a atividade pedagógica de
incentivo à leitura, tivéssemos embasamentos que justificassem a nossa atuação.
Todo o trabalho realizado com a leitura exige que o professor, antes de tudo, seja um
bom leitor, e com base nas suas leituras possa conduzir, incentivar e mediar as
leituras de seus alunos.
Acrescentamos ainda que um trabalho desenvolvido no sentido de formar
leitores exige avaliação complexa, plural e a longo prazo. Portanto, ao se privilegiar
a leitura de gêneros diversos em sala de aula em detrimento de exercícios
estruturais sobre a língua, estamos dando oportunidades aos nossos alunos de
interagir com o texto, efetivando o processo de ensino/aprendizagem da língua e,
consequentemente, sua autonomia para agir no meio em que vive, modificando-o
em favor de todos.
Pôde-se observar que para chegar ao sucesso desse trabalho buscaram-se
vários subsídios e materiais para o desenvolvimento, participação e interesse dos
alunos. E o mais importante, através da leitura dos contos de fadas despertarem o
prazer, possibilitando ao aluno dar asas à imaginação, descobrindo a magia
presente no mundo encantado das histórias. O aluno pode produzir textos
inventando, reinventando e mudando o conteúdo de acordo com a sua criatividade.
No desenvolvimento do trabalho, ao incentivar a produção escrita propondo
que reinventassem histórias a partir das leituras feitas, foi dado voz aos alunos que
produziram seus textos, para então, em forma de peça teatral, ser apresentado aos
alunos e professores da escola.
As leituras e as atividades realizadas contribuíram para a produção de
histórias criativas e inovadoras. Criaram enredos, misturaram personagens dos
contos trabalhados e de outras leituras que fizeram dentro e fora da escola. Dessa
forma, o aluno pôde perceber como diferentes linguagens podem se relacionar com
a obra de arte literária, por exemplo: a Chapeuzinho se casando com o Super-
Homem e deixando o Batman, porque ele “saiu do armário”.
Em síntese, a formação de um leitor competente e atuante é também a
formação de um ser sensível, inteligente e aberto para o aprendizado constante que
se pode fazer com a leitura na escola, mediado e também executado pelo professor.
5. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil – gostosuras e bobices. São Paulo. Scipione. 2006.
BAMBERGER, Richard. Como Incentivar o Hábito de Leitura. 1ª ed. São Paulo. Ática, 2006.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Linguística . 10ªed. São Paulo. Scipione. 2008.
FARIA, Maria Alice. Como usar a Literatura Infantil na Sala de Aula. 5. ed. São Paulo. 2010.
KLEIMAN, Â.B. & MORAES, S.E. Leitura e Interdisciplinaridade: Tecendo Redes nos Projetos da Escola. Campinas: Mercado de Letras, 2ª ed. 2002.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO – Secretaria de Educação Fundamental - Parâmetros Curriculares Nacionais – vol. 2, Língua Portuguesa. Brasília. 1997.
PARREIRAS, Ninfa. Confusão de Línguas na Literatura: o que o adulto escreve a criança lê. 1ª ed. Belo Horizonte, RHJ. 2009.
SOUZA, Renata Junqueira de. Caminhos para a formação do leitor. 1. ed. São Paulo. DCL. 2004.