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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

UNIDADE DIDÁTICA

Professora PDE: Gerusa Lívia de Mello Fuzeti Professor Orientador: André Luís Onório Coneglian

2016

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

1

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2016

Título: Avaliação por Portfólios na Educação Especial

Autor: Gerusa Lívia de Mello Fuzeti

Disciplina/Área: Educação Especial

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Escola Leandro Aparecido Keller – Educação Infantil e Ensino Fundamental na modalidade Educação Especial

Município da escola: Kaloré

Núcleo Regional de Educação: Apucarana

Professor Orientador: André Luís Onório Coneglian

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

O presente Projeto de Intervenção Pedagógica será implementado na Escola Leandro Aparecido Keller – Educação Infantil e Ensino Fundamental na modalidade Educação Especial, mantida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – do município de Kaloré, com o tema “Avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais como mais um recurso para construção do processo de aprendizagem”. O projeto tem como objetivo geral propor estudos sobre a avaliação formativa e o uso do portfólio como instrumento avaliativo no contexto da escola de Educação Básica na modalidade Educação Especial, cujo alunado é composto por pessoas que apresentam deficiência intelectual associada a múltiplas deficiências e transtornos globais do desenvolvimento. O público objeto da intervenção são os professores, equipe pedagógica e direção da referida escola. O referencial teórico aborda questões referentes á trajetória da educação especial no Paraná até a transformação das Escolas Especiais em Escolas de Educação Básica na modalidade Educação Especial, a caracterização do alunado e reflexões acerca

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

2

dos diversos tipos de avaliação, com enfoque na avaliação formativa e portfólio avaliativo.

Palavras-chave: Avaliação; educação especial; deficiência intelectual; portfólio

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Professores e Equipe Pedagógica

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

3

Olá, professores!

Refletir sobre o processo de avaliação nas Escolas de Educação

Básica na modalidade Educação Especial ainda se faz necessário tendo

em vista os desafios enfrentados nesse contexto educacional, com a (re)

organização administrativa e pedagógica pelas quais estas escolas vem

passando desde o ano de 2010, e também devido à importância desta

ação para o processo de desenvolvimento e aprendizagem dos

educandos que apresentam deficiência intelectual associada à múltiplas

deficiências e/ou transtornos globais do desenvolvimento .

Desse modo, a presente Unidade Didática é um convite a

repensarmos nossa prática, buscando alternativas para melhorá-la e

enriquecê-la por meio de estudos, reflexões, discussões e trocas de

experiências que possam subsidiar nosso trabalho e colaborar

efetivamente para a aprendizagem dos educandos público-alvo desta

escola.

O material está organizado em 6 encontros presenciais de 4

horas cada um, complementado por uma carga horária de 8 horas para

leituras e análises prévias dos materiais sugeridos, totalizando 32 horas

de estudos. Durante os encontros serão abordados conteúdos

referentes à temática, por meio de atividades diversificadas, envolvendo

estudos de artigos científicos e textos de autores que são referência no

estudo da Avaliação da Aprendizagem, e ainda análise de filmes,

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

4

vídeos, imagens entre outros materiais que embasarão as discussões do

grupo e possibilitarão o aprofundamento dos conhecimentos acerca do

tema.

A partir dos estudos, convidamos a um novo olhar em direção

ao processo avaliativo dos educandos com deficiência intelectual,

oportunizando novas formas de organizar, refletir e analisar o seu

desenvolvimento e a aprendizagem, rumo à construção de um trabalho

que reflita sobre os erros e acertos que ocorrem em nossa prática

pedagógica, visando o encontro de respostas educativas que colaborem

para o crescimento e aprendizagem de todos.

Espero que este material possa contribuir para a reflexão e

formação dos profissionais da escola que, preocupados em garantir

uma aprendizagem de qualidade ao seu aluno que apresenta deficiência

intelectual, participarão deste grupo de estudos com entusiasmo e

motivação.

Um bom trabalho para todos nós!

“Eu quero desaprender para aprender de novo.

Raspar as tintas com que me pintaram.

Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.”

Rubem Alves

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

5

Colegas professores!

Iniciamos hoje nosso grupo de estudos para implementação

do meu Projeto de Intervenção Pedagógica na escola, uma das

atividades propostas pelo Programa de Desenvolvimento da

Educação – PDE.

Vocês terão a oportunidade de conhecer os motivos pelos

quais optei por desenvolver minha pesquisa, seus objetivos e a

problemática levantada.

Porém, antes de iniciar este estudo, proponho uma reflexão

sobre o papel do professor e os desafios da docência atualmente.

Assista ao vídeo: #Sou professor/O que é ser

professor? - Leandro Karnal.

Ouça a história: O frio pode ser quente? -

Jandira Mansur

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

6

O vídeo com o depoimento do professor Leandro Karnal permite

diversas reflexões sobre o papel do professor. Apesar de não se referir ao

contexto da Educação Especial, o mesmo possibilita pensar sobre a temática

neste contexto educacional.

Após assistir ao depoimento, faça uma reflexão sobre as afirmações

abaixo e outras mencionadas no vídeo, apontando de que forma elas podem

ser relacionadas ao papel do professor na Educação Especial.

O magistério trabalha com seres

humanos, em geral jovens,

ansiosos por aquele

conhecimento e quando não

ansiosos, ansiosos por alguém

que mostre como esse

conhecimento é fascinante...

Ser professor é acreditar que

aquele ser humano que está

diante de mim, que não sabe

todas as coisas que deveria saber

e, às vezes não tem estabilidade

pessoal para poder saber o que

deve saber, que você aposte no

ser humano que vai surgir dali...

REFLEXÃO

Nem todo mundo precisará em vida de um

engenheiro, alguns talvez nunca precisem

consultar um arquiteto, alguns talvez nunca

passem pelo consultório de um psicólogo, mas

todas as funções e todas as pessoas passaram

por um professor.

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

7

Com a finalidade de investigar quais as concepções de avaliação e a

prática avaliativa desenvolvida pelos professores da escola de

implementação, serão aplicados 2 questionários, um neste momento inicial

e o outro no final do curso.

Espera-se que as questões propostas possam subsidiar as

discussões, promover a autorreflexão dos professores e contribuir para

elaboração do artigo final.

Os questionários encontram-se como apêndices.

O livro “O frio pode ser quente?” de Jandira Mansur retrata, a partir de

exemplos do cotidiano, que as coisas podem ter diferentes conceitos,

dependendo da maneira como são vistas. Relacionando o conteúdo da

história com a nossa prática pedagógica, vamos refletir:

1. O difícil pode ser fácil?

2. O diferente pode ser igual?

3. O complexo pode ser simples?

QUESTIONÁRIO 1

“O homem, como ser histórico, inserido num permanente movimento de

procura, faz e refaz constantemente seu saber”. (Paulo Freire)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

8

Neste primeiro momento será apresentado o Projeto de Intervenção

Pedagógica intitulado “Avaliação: Desafio para as escolas de educação

básica na modalidade Educação Especial”, por meio de slides. Em

seguida, faremos a leitura dos capítulos 2 e 3 da dissertação de mestrado

“As políticas de educação especial no Estado do Paraná e a Escola de

Educação Básica na modalidade de Educação Especial”, de Liliane

Eremita S. Salles.

Agora, vamos elencar alguns pontos para reflexão e discussão:

Fatos importantes na história da Educação Especial no Estado do

Paraná.

Institucionalização da Educação Especial: caráter privado e

filantrópico.

Criação das Escolas de Educação Básica na modalidade Educação

Especial

Público-alvo destas escolas.

EXPOSIÇÃO E LEITURA

REFLEXÃO

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

9

Após as leituras, reflexões e discussões em grupo, registre suas

impressões sobre a oferta da Educação Especial no Paraná desde seu

surgimento no Estado.

Para saber mais, leia:

- ROSSETTO, Elisabeth; PIAIA, Tiarles Mirlei. A escola de Educação Básica na

modalidade Educação Especial. Crítica Educativa, Sorocaba, v. 1, n. 2, p. 98-109,

Jul./dez. 2015. Disponível em:

<http://www.criticaeducativa.ufscar.br/index.php/criticaeducativa/article/view/38/81>

Acesso em: 24 nov. 2016.

- PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Parecer nº 07/2014. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/ed_especial/parecer_07_14.pdf Acesso em: 24 nov. 2016.

ATIVIDADE

O surgimento da primeira escola especial no Estado do Paraná deu-se em 1939, em

Curitiba, denominada Instituto Paranaense de Cegos (hoje ainda em funcionamento). E a

primeira classe especial da rede pública iniciou os atendimentos no ano de 1958 também

em Curitiba e o primeiro serviço de educação especial, em nível governamental ocorreu em

1963. Somente na década de 1970 a SEED estruturou-se como Departamento de Educação

Especial, integrando a organização política administrativa dessa Secretaria. Tudo isso

denota que a educação especial no Estado do Paraná estruturou-se tardiamente e a

educação escolar de pessoas com deficiência deu-se desde o início, em sua maioria, sob

iniciativa e responsabilidade das escolas especiais e de forma menos expressiva em

programas especializados da rede pública.

(ROSSETTO e PIAIA, 2015, p. 101)

Leitura Complementar

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

10

Por compreender a Avaliação como um elemento indispensável para

o processo ensino-aprendizagem, mas também um desafio a ser superado,

principalmente na Educação Especial, considerei relevante estudar esta

temática.

Neste encontro, aprofundaremos nossos estudos sobre a avaliação

da aprendizagem, por meio de leituras e vídeos de autores de referências na

área, como Luckesi e Hoffman, e também de artigos científicos relacionados

à avaliação no contexto da Educação Especial, especificamente de alunos

que apresentam deficiência intelectual

Fonte: Avaliação – Disponível em:

http://www.prof2000.pt/users/ebifc/area_projecto.html . Acesso em: 26 nov. 2016

“A avaliação, em um

contexto de ensino, tem o

objetivo legítimo de

contribuir para o êxito do

ensino, isto é para a

construção desses saberes

e competências pelos

alunos”

(Hadgi, 2001, p.15)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

11

A temática da Avaliação vem sendo estudada, discutida e analisada

já há alguns anos em todo o universo educacional. Diversos autores

brasileiros e estrangeiros tem se dedicado a este assunto, tal a

relevância desta para o processo ensino-aprendizagem. Podemos

citar, dentre outros, Perrenoud (1999), Hadji (2001), Hoffman

(2001), Luckesi (2011).

Muitos também são os adjetivos e nomenclaturas destinadas á

Avaliação: classificatória, diagnóstica, somativa, mediadora,

formativa, operacional, contínua, descritiva, dialética. Cada uma

impregnada de significados, objetivos, estratégias e instrumentos

peculiares.

Luckesi (2011), por exemplo, define a avaliação como “uma

atribuição de qualidade, com base em dados relevantes da

aprendizagem dos educandos, para uma tomada de decisão” (p.

264). Para o autor, esta prática propõe uma investigação do

desempenho dos alunos a fim de realizar um intervenção, caso

necessário, com a finalidade de corrigir os rumos da ação educativa.

Para tanto, o avaliador deve ter por base dados relevantes do

processo de aprendizagem. Nesta perspectiva, todos os envolvidos

no processo são avaliados, pois, se através da avaliação percebe-se

que o aluno não está aprendendo, o professor e a escola também

precisam analisar se suas práticas estão contribuindo para a

aprendizagem, e a partir daí, rever concepções e realizar

intervenções que possam sanar as dificuldades.

Corroborando com esta análise, Perrenoud (1999, p. 13) afirma que

“não se avalia por avaliar, mas para fundamentar uma decisão”, ou

seja, a avaliação deve “auxiliar e orientar os educadores na tomada

de decisões que contribuam para o aprimoramento de respostas

adequadas às necessidades dos alunos.” (BRASIL, 2003, p. 21)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

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Iniciaremos nosso encontro

realizando a leitura do Capítulo IV – O

ato de avaliar a aprendizagem do

livro “Avaliação: componente do ato

pedagógico” de Cipriano Carlos Luckesi.

Neste texto, Luckesi faz uma

reflexão sobre a disposição psicológica

para o acolhimento da realidade. Para o

autor, o avaliador (no caso o professor)

deve “acolher a realidade como ela é”,

suspendendo julgamentos sobre

pessoas e situações, uma vez que

julgamentos prévios por si só sinalizam

uma exclusão e impedem a captação das

informações necessárias sobre o objeto

da investigação, contribuindo para a

crença de que a realidade não pode ser

mudada. O adulto da relação pedagógica

é o professor que avalia a aprendizagem

e por isso, precisa estar disposto a

acolher o que ocorre com o educando,

buscando encontrar um modo de agir

que seja construtivo.

LEITURA

“Sem acolhimento, vem

a recusa, a exclusão, que

significa a

impossibilidade de

estabelecer um vínculo

de trabalho educativo

com quem quer que

seja” (LUCKESI, 2011, p.

269-270).

“No caso do ensino

aprendizagem na escola,

(incluir) significa tomar o

educando que apresenta

alguma defasagem ou

alguma diferença,

acolhê-lo nesse estado

em que se encontra,

tomar ciência do

impasse que está

vivendo e oferecer-lhe

suporte para que possa

ultrapassá-lo. (LUCKESI,

2011, p. 199).

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

13

Na sequência, assistiremos ao vídeo “Avaliação: caminho para

aprendizagem” com Jussara Hoffman e Cipriano Carlos Luckesi,

disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ln7pcf1Th3

acesso em 26 nov. 2016.

Ato Pedagógico

Planejamento

Execução

Avaliação

VÍDEO

Aprendizagem...

Aprendizagem...

Aprendizagem...

“Avaliar para promover significa, assim, compreender a finalidade dessa prática a

serviço da aprendizagem, a melhoria da ação pedagógica, visando à promoção

moral e intelectual dos alunos. O professor assume o papel de investigador, de

esclarecedor, de organizador de experiências significativas de aprendizagem.”

(Hoffmann, 2001, p. 18)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

14

1. A partir da leitura do texto de Luckesi e, considerando o aluno

com deficiência intelectual de alta especificidade associada a múltiplas

deficiências ou transtornos globais do desenvolvimento, como deve ser a

postura do professor no ato da avaliação?

2. Após a ler o texto e assistir o vídeo, discuta com os colegas e

elabore uma síntese sobre avaliação no processo ensino-aprendizagem.

Pontue alguns aspectos como:

O processo de avaliação na escola: revendo conceitos e posições.

In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.

Saberes e práticas da inclusão: avaliação para identificação das

necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC/SEESP, 2003.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/avaliacao.pdf

Acesso em: 04 dez. 2016

O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? (recurso

eletrônico) LUCKESI, Cipriano C. Pátio. Porto alegre: ARTMED. Ano 3, n. 12

fev./abr. 2000. Disponível em:

https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf

Acesso em: 27 nov. 2016

Leitura Complementar

ATIVIDADE

Definição Objetivo Estratégias

Papel do professor O aluno no processo

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

15

Neste encontro estudaremos algumas contribuições da Teoria

Histórico-Cultural, desenvolvida por Vygotsky, para o processo de

Avaliação da pessoa com deficiência.

O conceito de avaliação expresso no documento “Política Nacional

de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva” aponta que,

enquanto processo dinâmico, a avaliação deve considerar tanto o

conhecimento prévio e nível atual de desenvolvimento do aluno e as

possiblidades de aprendizagem no futuro.

Esta afirmação nos remete à Teoria Histórico Cultural elaborada

por Vygotsky, com a formulação do conceito de zona de desenvolvimento

proximal, que “envolve os níveis de ‘desenvolvimento real’ e de

‘desenvolvimento proximal’. (MARQUES, 2001, p. 86). Para Vygotsky o

nível de desenvolvimento real ou efetivo refere-se ao desenvolvimento das

funções mentais da criança já estabelecidos, que reflete sua autonomia. Já

o nível de desenvolvimento potencial refere-se ao que a criança é capaz

de realizar com ajuda (VYGOTSKY, 2006 apud VALENTIN, 2011, p.25).

A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o conhecimento

prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de

aprendizagem futura[...] (Política nacional de Educação Especial na perspectiva da

Educação Inclusiva. BRASIL, 2008,p. 11)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

16

Vygotsky também é referência em estudos acerca do processo

de ensino, aprendizagem, avaliação e desenvolvimento de pessoas com

deficiência. Para ele, a criança com deficiência não é menos

desenvolvida do que uma criança dita normal; ela apenas aprende e se

desenvolve de forma diferente das demais crianças.

O autor propôs, na área da deficiência, a lei da compensação,

como forma de transpor as dificuldades ocasionadas pela deficiência. “A

singularidade do desenvolvimento da pessoa com deficiência está nos

efeitos positivos da deficiência, ou seja, nos caminhos encontrados para

a superação do déficit” (VYGOTSKY, 1993 apud MARQUES, 2001,

p.85).

Com base nesta lei, por meio dos processos de compensação

possibilitados pelas interações sociais as pessoas com deficiência são

concebidas como sujeitos, dotadas de potencialidades, podendo se

transformar e transformar sua realidade.

Segundo Marques (2001, p. 89) Vygotsky critica psicólogos e

educadores, cuja preocupação está em avaliar o que a criança com

deficiência não consegue fazer. Para ele, essencial é considerar o que

ela é capaz de fazer com apoios e condições pedagógicas adequadas.

Diante dessa abordagem, a avaliação da aprendizagem

desempenha papel fundamental, uma vez que esta poderá indicar quais

os apoios que a pessoa com deficiência necessita para transpor suas

dificuldades e aprender, bem como para demonstrar, continuamente,

quais os aspectos que possam estar interferindo no processo ensino-

aprendizagem.

Para saber mais, leia: Inclusão de alunos com deficiência intelectual:

considerações sobre a avaliação da aprendizagem escolar. Fernanda Oscar Dourado Valentin, 2011. Disponível em: http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/91198/valentim_fod_me_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 27 nov. 2016

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

17

Assistiremos agora “Borboletas de Zagorsk”, documentário

disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KxEaHMxi7wE

Acesso: em 27 nov. 2016

Borboletas de Zagorsk é um documentário que

retrata a educação de pessoas surdacegas em uma

escola especializada na Rússia, mostrando a

possibilidade de superação das várias dificuldades,

através da aplicação de metodologias inspiradas na

teoria de Vygotsky. O objetivo da escolha deste

documentário foi o de promover reflexões acerca

do processo de ensino-aprendizagem das pessoas

com deficiência, sua avaliação e as contribuições de

Vygotsky no contexto da Educação Especial.

VÍDEO

“A partir da compensação que as interações sociais lhe possibilitam,

a pessoa com deficiência é concebida como “sujeito de mundo”,

olhada a partir de suas potencialidades pelas quais pode se

transformar e transformar a realidade que a cerca.” (Vygotsky, 1993

apud MARQUES, 2001, p. 90)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

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1. Após a ler o texto e assistir ao documentário, discuta

com os colegas os seguintes aspectos da Teoria Histórico-Cultural,

relacionando-os à Educação Especial:

2. Analise o conteúdo do Documentário “Borboletas de

Zagorsk” considerando os seguintes aspectos:

Zonas de Desenvolvimento

Lei da compensação

Deficiências retratadas

Dificuldade Inicial

Atividades de vida diária

Atividades de vida prática

Compreensão simbólica (leitura, escrita, outras)

Processo de superação/transformação

Resultados

Observações

ATIVIDADE

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

19

A importância da Teoria Histórico-cultural na construção da avaliação pedagógica do aluno com deficiência intelectual. Adriane de Lima Vilas Boas Bartz e Rosane Gumiero Dias da Silva. In: O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense. 2012. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Programa de Desenvolvimento educacional. - Curitiba: SEED – Pr, 2012. V. 1. Disponível em:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2012/2012_uem_edespecial_artigo_adriane_de_lima_vilas_boas.pdf

Acesso em 27 nov. 2016

Mapa Conceitual - Vygotsky Disponível em:

<http://pt.slideshare.net/GraaSantos3/mapa-conceitual-gracasantos/10>

Acesso em 04 dez. 2016

Leitura Complementar

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

20

A avaliação é um tema que requer frequentes reflexões e discussões,

tamanha é sua importância no processo educacional. Segundo Grillo e Lima

(2003), “a avaliação da aprendizagem é uma das dimensões mais exigentes

do complexo processo educativo”.

Assim, diante de um cenário também complexo, como é a Educação

Especial, torna-se imprescindível a retomada dos estudos sobre a avaliação

da aprendizagem, especificamente dos educandos que apresentam

deficiência intelectual de alta especificidade associada a múltiplas

deficiências e/ou transtornos globais do desenvolvimento.

Por meio da pesquisa bibliográfica realizada e tomando por

pressuposto a legislação vigente, realizaremos estudos acerca da avaliação

formativa, pois acredita-se que esta poderá melhor subsidiar o processo

ensino aprendizagem neste contexto educativo, já que fornece informações

tanto ao professor quanto ao aluno sobre o desenvolvimento e

aprendizagem.

É imprescindível, portanto, considerar o processo, avaliar os avanços do aluno no

decorrer do percurso, as suas dificuldades, bem como aquilo que lhe será útil, funcional,

que possa oportunizar o desenvolvimento necessário à sua autonomia, melhorando sua

qualidade de vida em todos os ambientes.

(CIVIDINI, 2014, p.8)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

21

Com relação ao conceito de Avaliação

expresso na Política Nacional de Educação

Especial na perspectiva inclusiva (2008), o

texto do documento oficial aponta que o

processo de avaliação deve ser dinâmico,

processual e formativo.

Segundo Lunt (1995) a avaliação dinâmica

envolve a relação interpessoal estabelecida

entre professor e aluno, com enfoque no

processo, objetivando o conhecimento das

estratégias de aprendizagem utilizadas pelos

alunos, as quais possibilitem o conhecimento

de informações mais precisas que ofereçam

sugestões para o ensino (apud OLIVEIRA;

CAMPOS, 2005, p. 53).

Já Perrenoud (1999) propõe considerar

“como formativa toda prática de avaliação

contínua que pretenda contribuir para

melhorar as aprendizagens em curso,

qualquer que seja o quadro e qualquer que

seja a extensão concreta da diferenciação do

ensino” (p. 78).

“A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do professor.” (BRASIL, 2008, p. 11).

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

22

Diante destas conceituações, observa-se que no contexto da

Educação Especial as concepções de avaliação dinâmica, processual e

formativa são apropriadas, uma vez que visam contribuir para o processo

de ensino-aprendizagem e atendem as a especificidades do alunado.

Para uma ação educativa desta natureza é necessário que o

professor conduza sua prática visando investigar e organizar as

experiências de aprendizagem que sejam significativas, ajudando o aluno a

se desenvolver e avançar com base em informações importantes coletadas e

analisadas contínua e individualmente. Isto porque, em Educação Especial

principalmente, é compromisso do professor e da escola conhecer e

respeitar as diferenças.

Villas Boas (2004, p. 23) levanta a questão de que muitas vezes não é

a aprendizagem que é avaliada e sim a pessoa do aluno. A autora ressalta

que “cabe à avaliação ajudar o aluno a se desenvolver, a avançar, não

devendo expô-lo a situações embaraçosas ou ridículas. A avaliação serve

para encorajar e não para desestimular o aluno.” Esta é uma questão

preocupante, devendo o professor da Educação Especial estar sempre

atento, a fim de não concentrar-se nas limitações e dificuldades

apresentadas por seus alunos.

E, nesse contexto, a avaliação da aprendizagem, elemento fundamental na prática pedagógica, vem desempenhar um papel

importante, já que pode oferecer dados que informem a necessidade de apoio e todas as variáveis que interferem no

processo de ensino e aprendizagem, permitindo que a escola faça os ajustes necessários para garantir a apropriação do conhecimento pelo aluno com deficiência intelectual,

compensando suas dificuldades e tendo em conta suas especificidades. (VALENTIN, 2011, p. 25-26)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

23

1. Considerando os estudos realizados até o momento e também

os conhecimentos já apropriados ao longo de sua formação e trajetória na

docência, reflita sobre os questionamentos a seguir e registre suas

considerações.

Como as pessoas

aprendem?

Como as pessoas

com deficiência

aprendem?

Por que é

importante

avaliar?

ATIVIDADE

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

24

Para subsidiar as discussões e reflexões do grupo, realizaremos a

leitura de dois textos:

A Avaliação entre duas lógicas, introdução do livro

Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – Entre duas

lógicas, de Phillipe Perrenoud.

Caminhos, desafios e perspectivas da avaliação de alunos

com deficiência intelectual, de Lelyane Silva e Luz e Arlete Ap. Bertoldo

Miranda. (recurso eletrônico)

Disponível em:

http://www.cepae.faced.ufu.br/sites/cepae.faced.ufu.br/VSeminario/trabalhos/287_3_

1.pdf

Acesso em 29 nov. 2016.

LEITURA

“Uma verdadeira avaliação formativa é necessariamente acompanhada de

uma intervenção diferenciada, com o que isso supõe em termos de meios

de ensino, de organização de horários, de organização dos grupo-aula, até

mesmo de transformações radicais das estruturas escolares.”

(Perrenoud, 1999, p. 15)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

25

Com base nos textos estudados e na tira abaixo, reflita:

a) O que é avaliação formativa?

b) Quais as características desta concepção de avaliação?

c) É possível realizá-la no contexto da Educação Especial?

d) Em relação à tira, qual é o tipo de avaliação realizada?

Fonte: Quino (2003, p. 84, tira 3)

Disponível em: http://docplayer.com.br/8326299-Eunice-isaias-da-silva-orientadora-professora-de-geografia-do-centro-de-pesquisa-aplicada-a-educacao-cepae-ufg.html Acesso em 24 nov. 2016

“Em relação à aprendizagem, uma avaliação a serviço da ação não

tem por objetivo a verificação e o registro de dados do desempenho

escolar, mas a observação permanente das manifestações de

aprendizagem para proceder a uma ação educativa que

otimize os percursos individuais.”

(HOFFMAN, 2001, p.17)

ATIVIDADE

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

26

O vídeo que assistiremos agora apresenta uma entrevista com a

professora Dra. Anna Augusta Sampaio Oliveira, da UNESP de Marília, sobre

a avaliação da aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais

especiais, com destaque para aqueles que apresentam deficiências.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cy1-SMfhmbw

Acesso em: 02 dez. 2016

“Avaliação da aprendizagem e deficiência intelectual na perspectiva de professores do ensino comum”, de Fernanda O. D. Valentin e Anna Augusta Sampaio de Oliveira. (recurso eletrônico) – Disponível em: http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=12298&dd99=view&dd98=pb – Acesso em 24 nov. 2016

Após assistir o vídeo “A avaliação da aprendizagem e as

necessidades educacionais especiais” analise a sua reflexão anterior e

compare com as afirmações da professora Anna Augusta.

Observe as semelhanças e diferenças e elabore suas considerações

sobre as três perguntas:

- Como as pessoas aprendem?

- Como as pessoas com deficiência aprendem?

- Por que é importante avaliar?

Leitura Complementar

VÍDEO

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

27

Colegas professores!

Neste encontro realizaremos estudos sobre Portfólio e a

possibilidade de utilizá-lo como instrumento avaliativo na Educação

Especial, especificamente no âmbito da Escola de Educação Básica na

modalidade Educação Especial, cujo alunado constitui-se de pessoas que

apresentam deficiência intelectual de alta especificiade associada a

múltiplas deficiências e/ou transtornos globais do desenvolvimento.

Como vimos nos encontros anteriores a avaliação tem como objetivo

principal promover a aprendizagem e “deve servir para apontar caminhos e

explorar as possibilidades de aprendizagem dos alunos, com ou sem

deficiência. (OLIVEIRA e PLETSCH, 2016, p. 3).

Desse modo, entendemos que a avaliação precisa ser contínua,

processual e, portanto, formativa. E uma das formas de realizar uma

avaliação que atenda estas especificidades é a utilização de portfólios

avaliativos, uma vez que estes instrumentos permitem ao professor

observar seus alunos, suas capacidades e o desenvolvimento de suas

competências. (ALVARENGA, 2001 apud RAIZER, 2007, p.58).

A avaliação formativa é um componente quase obrigatório

de toda avaliação contínua. (PERRENOUD, 1999, P. 79)

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

28

Mas o que é um Portfólio?

Shores e Grace (2001, p.43) definem o portfólio

como uma coleção de itens que revela,

conforme o tempo passa, os diferentes

aspectos do crescimento e do desenvolvimento

de cada criança [...].

Campbell (1996, apud POSSOLI e GUBERT,

2014, p. 353) destaca que um portfólio é uma

documentação organizada visando ao

crescimento do educando, pois registra

conhecimentos construídos e processos

importantes no complexo ato de aprender e

ensinar.

Para Vilas Boas (2004, p. 38) o portfólio é uma

coleção de atividades, realizada em certo

período de tempo e com um propósito

determinado.

● ● ●

Segundo Hoffman o

portfólio “precisa

constituir-se em um

conjunto de dados que

expresse avanços,

mudanças conceituais,

novos jeitos de pensar

e de fazer, alusivos à

progressão do

estudante (2001,

p.133).

● ● ●

Os portfólios, portanto, estimulam os educandos, pois,

independentemente de serem estes tímidos ou espontâneos, se

apresentam dificuldades ou facilidades em diferentes áreas, nos

portfólios encontram diferentes linguagens e poderão, portanto,

expressar-se de maneiras diversas. (RAIZER, 2007, p. 63)

(...) o portfólio é uma

testemunha da ação

pedagógica, o registro de

como o trabalho ocorreu, a

memória de uma mesma

proposta desenvolvida em

diferentes momentos.

(SMOLE, 1996 apud POSSOLI

e GUBERT, 2014, p.372).

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

29

O portfólio é mais do que

uma mera ferramenta a

subsidiar a avaliação da

aprendizagem. Na

verdade, ele é também

um espaço para registrar

a vida de crianças. Vidas

a serem acompanhadas e

desveladas, analisadas e

compreendidas por

professores e pais, bem

como pelas próprias

crianças, que nele se

encontram e por meio

dele trocam informações,

compartilham sonhos,

tecem esperanças.

(MAGALHÃES e SOUZA,

2013, p.24591.)

A partir das definições elencadas anteriormente já é possível

perceber que o portfólio demonstra de forma contínua e processual como

está ocorrendo a aprendizagem, possibilitando ao professor analisar e

(re)organizar sua prática pedagógica, permitindo também que o aluno

compreenda seu processo de aprendizagem.

Para aprofundarmos nossos conhecimentos a respeito deste tema

vamos realizar a leitura de três textos, que nos darão subsídios para

compreender melhor o que é um portfólio, quais seus objetivos, como se

organiza e de que forma contribui para avaliação da aprendizagem.

LEITURA

1. Portfólio como ferramenta metodológica e

avaliativa, de Gabriela Eyng Possoli e Raphaela

Gubert. (recurso eletrônico) Disponível em:

http://www.agrinho.com.br/site/wp-

content/uploads/2014/09/2_17_Portifolio-como-

ferramenta.pdf – Acesso em 03 dez. 2016

2. Portfólio sob o olhar da Criança, de Cassiana

Magalhães e Nádia Aparecida de Souza. (recurso

eletrônico) Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/7349_445

5.pdf - Acesso em 03 dez. 2016

3. O processo de montagem do portfólio em

dez passos – Capítulo 5 do Livro “Manual do

portfólio”, de Elizabeth Shores e Cathy Grace.

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

30

Vídeo 1: Avaliação

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BGaY2km1GBE&t=14s

Acesso em 29 nov. 2016

O vídeo produzido pela UNIVESP é um documentário sobre a Escola Municipal Profª

Carolina Ribeiro de São Paulo, pioneira na utilização do portfólio como instrumento de

avaliação. O documentário destaca os benefícios do portfólio no processo ensino-

aprendizagem de seus alunos.

Vídeo 2: A importância dos registros na formação do grupo – Álbum de avaliação

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-gvii_VttiQ

Acesso em 29 nov. 2016

O vídeo produzido pelo Colégio Marista de Rosário apresenta relatos de alunos e pais sobre

a experiência com portfólios na Educação Infantil

Vídeo 3: Cálculo mental e registros em portfólio

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dZaFUNnVuyU

Acesso em 29 nov. 2016

O vídeo apresenta um relato de experiência com uso de portfólio na área de matemática,

com alunos do Ensino Fundamental. O projeto foi desenvolvido pelo professor Ademir

Pereira Júnior em um Colégio Estadual de Maringá, no ano de 2008. Considerado uma ação

educacional relevante, o projeto recebeu o "Prêmio Victor Civita Educador nota 10".

VÍDEOS

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

31

Questões para reflexão, discussão e sistematização:

1. Nos vídeos sugeridos vimos que o portfólio é usado em diferentes

disciplinas e níveis educacionais. Segundo Possoli e Gubert (2014, p. 371) “no

que se refere à trabalhos ou produções escolares, de uma turma, disciplina ou

aluno, o portfólio é um repositório que agrupa amostras de atividades e de

construções, individuais e coletivas, construídas pelos alunos com as devidas

anotações do professores sobre os documentos em questão. Trata-se de uma

ferramenta versátil que pode ser utilizadas desde a Educação Infantil, passando

pelo Ensino Fundamental e Médio e até mesmo na Educação Superior.” E no

âmbito da Educação Especial, você considera que é possível utilizar o

portfólio enquanto instrumento avaliativo, nos diferentes níveis e

programas? Aponte quais os limites e possibilidades neste contexto.

2. Shores e Grace (2001, p. 87 apud RAIZER, 2007, p. 13) “defendem a

avaliação baseada em portfólios, porque estes concentram a atenção de todos

(educando, professores e familiares); encorajam um trabalho centrado na

aprendizagem e no desenvolvimento da criança; e ainda, possibilitam aos

alunos e aos professores refletirem sobre suas próprias ações”. Com base

nesta afirmação e nas leituras dos textos sugeridos, reflita e registre suas

impressões sobre o portfólio, relacionando-as a sua prática pedagógica.

Por que usar portfólios? – Capítulo I do Livro “Manual do portfólio”,

de Elizabeth Shores e Cathy Grace.

Leitura Complementar

ATIVIDADE

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

32

Caros colegas,

Hoje estamos finalizando a Implementação do meu Projeto de

Intervenção Pedagógica, com atividades de avaliação e reflexão. É hora de

analisar se as expectativas foram atendidas e quais as contribuições que os

estudos trouxeram para sua prática pedagógica, no que se refere ao

processo de avaliação do educando que apresenta deficiência intelectual de

alta especificidade.

As atividades escolhidas para hoje nos levam a refletir sobre a

Educação Especial, nossa área de atuação.

Assistiremos agora o filme “Amy: uma vida pelas crianças”, que

conta a história de uma mulher que, por motivos pessoais, muda-se para

uma nova cidade e passa a ser professora em uma escola para pessoas com

deficiência, onde descobre uma nova razão para viver.

A apresentação do filme tem como objetivo promover a reflexão

sobre o papel da escola especial e do professor para as pessoas que

apresentam deficiência.

FILME

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

33

Mediante os estudos e reflexões realizadas durante todo o curso sua

tarefa agora é elaborar um MAPA CONCEITUAL, que represente os

conhecimentos construídos ao longo desta jornada de estudos.

Algumas definições que mapa conceitual propostas por Lima (2004,

p. 135) que podem ajudá-lo a realizar esta atividade:

Sua participação e avaliação é muito importante neste momento.

Este questionário tem como objetivo analisar os conhecimentos

construídos ao longo dos encontros. Suas respostas contribuirão para a

produção do meu Artigo Final. Conto com você!

O questionário está disponível como apêndice.

QUESTIONÁRIO 2

ATIVIDADE

“(...) mapa conceitual é uma

representação que descreve a

relação das ideias do pensamento,

relação esta pré-adquirida ao longo

do processo de aprendizagem na

construção do conhecimento, que

vai sendo arquivada na memória.”

“(...)ferramenta de organização do

conhecimento, capaz de representar

ideias ou conceitos na forma de um

diagrama hierárquico escrito ou gráfico e

capaz de indicar as relações entre os

conceitos, procurando refletir a

organização da estrutura cognitiva sobre

um determinado assunto.”

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

34

Caros colegas,

Nestes seis encontros de estudos tivemos a oportunidade de refletir,

discutir e analisar nossa prática pedagógica, bem como nos apropriar de

novos conhecimentos e experiências educacionais bem sucedidas, através

do contato com textos, vídeos, imagens sobre a temática proposta.

Falamos muito sobre Avaliação, porém ainda temos muito a estudar

sobre esta prática, que representa um desafio para todos nós educadores.

Discutimos também sobre alguns aspectos da Educação Especial,

importantes à nossa formação e atuação enquanto profissionais

comprometidos com uma educação de qualidade.

Espero que este curso tenha alcançado os objetivos propostos no

projeto de intervenção e também que seja significativo para o processo de

formação continuada dos professores da nossa escola, pois acredito, assim

como meu professor orientador, André Coneglian (2008, p. 178) que:

Atitudes positivas frente às necessidades especiais das pessoas serão alcançadas quando os profissionais envolvidos com a educação, seja qual for o nível ou a área do conhecimento, colocarem em prática o que desenvolvem na teoria [...]

Obrigada pela participação e compromisso!

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARTZ, Adriane de Lima Vilas Boas; SILVA, Rosane Gumiero Dias da. A importância da teoria Histórico-cultural na construção da avaliação pedagógica do aluno com deficiência intelectual. In: O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense. 2012. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Programa de Desenvolvimento Educacional. Curitiba: SEED, 2012, v.1. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília:

MEC/SEESP, 2007. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Saberes e Práticas da Inclusão: avaliação para identificação das necessidades educacionais

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HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre:

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Avaliação por Portfólios na Educação Especial

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Avaliação por Portfólios na Educação Especial

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Avaliação por Portfólios na Educação Especial

38

APÊNDICES

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA

EDUCAÇÃO – PDE 2016

Professora Gerusa Lívia de Mello Fuzeti

QUESTIONÁRIO 1

1. O que é avaliar pra você?

2. Quais concepções de avaliação você conhece? Comente

rapidamente sobre elas.

3. Para você, qual concepção de avaliação é a mais adequada ao

contexto da Educação Especial? Justifique sua resposta.

4. Como você realiza a avaliação da aprendizagem dos seus alunos?

5. Quais instrumentos de avaliação você utiliza?

6. Você acha difícil realizar a avaliação? Por quê?

7. O que você entende por portfólio?

8. Você já utilizou o portfólio em algum momento de sua trajetória

como docente? Comente sua experiência.

Avaliação por Portfólios na Educação Especial

40

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA

EDUCAÇÃO – PDE 2016

Professora Gerusa Lívia de Mello Fuzeti

QUESTIONÁRIO 2

1. O curso atendeu suas expectativas? Comente.

2. Após os estudos, discussões e reflexões como você compreende a

prática avaliativa?

3. Você acredita que a avaliação formativa é adequada ao contexto

da Educação Especial? Comente.

4. Qual a finalidade do portfólio?

5. Você considera o portfólio como instrumento que atende aos

requisitos da avaliação formativa? Justifique sua resposta.

6. Você acredita que o portfólio possa contribuir na avaliação dos

alunos com deficiência intelectual? Por quê?

7. Você pretende utilizar o portfólio como instrumento de avaliação

em sua prática pedagógica? Justifique sua resposta.