secretaria de desenvolvimento social, criança e juventude · atenção para o sentido de unidade...

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude Secretaria Executiva de Assistência Social Gerência de Projetos e Capacitação Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

Proteção Social Básica

no SUAS Tema 2

Facilitador: João Batista Junior

Sobre o Tema 2

• Conhecer as Funções da ProteçãoSocial Básica e identificar o públicoa quem ela se destina

• Dialogar sobre o CRAS e identificarsuas atribuições

• Dialogar sobre território e a redesocioassistencial

• Dialogar sobre a articulação entrediferentes políticas públicas naperspectiva intersetorial para agestão de serviçossocioassistenciais.

Através da articulação e responsabilizaçãodos três entes federados para a garantia dauniversalização do atendimento daassistência social, o SUAS estrutura a gestãoe execução da proteção social a partir deníveis de complexidade:

• Proteção Social Básica, a ser ofertada nosCentros de Referência de AssistênciaSocial (CRAS)

• Proteção Social Especial de Média e deAlta Complexidade a ser ofertada nosCentros de Referência Especializados deAssistência Social (CREAS)

Lembrando!

• Um conjunto de serviços, programas,projetos, benefícios que visa PREVENIRsituações de vulnerabilidade e riscosocial por meio do desenvolvimento depotencialidades e aquisições e dofortalecimento de vínculos familiares ecomunitários

• Um conjunto de ofertas visando àpromoção do sujeito de direito usuárioda política pública de assistência social.

A PSB opera desenvolvendo ações que fortaleçam potencialidades, vínculos e

autonomia.

Proteção Social Básica (PSB) é:

Minimizar situações de privação material,relacional ou de oportunidades eprotagonismo, requer serviços e benefícioscontinuados, capazes de desenvolverpotencialidades e assegurar aquisições, alémde fortalecer vínculos familiares e vínculossociais mais amplos, necessários ao exercíciode cidadania

Finalidade da

PSB

Atenção para o sentido de unidade que deve orientaras ações socioassistenciais de prevenção e restauraçãode direitos como partes de um todo, de um sistemaúnico, inclusive evitando a apartação entre a proteçãobásica da especial

Àqueles que necessitam dessasofertas devido a vivencia desituação de vulnerabilidadesocial decorrente da pobreza,privação (ausência de renda,precário ou nulo acesso aosserviços públicos, dentreoutros) e/ou fragilização devínculos afetivos – relacionais ede pertencimento social.”

A quem se destina a Proteção Social Básica?

• É preciso levar em conta a diversidade dasvulnerabilidades sociais, a forma como asdesigualdades se reproduzem e a diversidade de modose de dinâmicas de vida.

• A PSB exige um “olhar atento” às peculiaridades dosterritórios, à diversidade de públicos, aos contextos deprodução e reprodução da desigualdade, assim como àsestratégias adotadas para prestar-lhes atendimentocom equidade.

A situação de desproteção social é histórica e é coletiva, mesmo que se manifeste a partir de um indivíduo ou uma

família.

A identificação e reconhecimento das condições de vulnerabilidade das famílias e dos territórios é um

importante desafio para as equipes de vigilância e de proteção socioassistencial

Dinâmica: Proteger Quem?

Pergunta:

Quem é o público da PSB (cada um diferente)

Público Prioritário da PSB

A PNAS amplia os usuáriosalcançados pela assistência social, naperspectiva de superar afragmentação expressa naabordagem por segmentos (criança,adolescente, idoso, pessoa comdeficiência, população de rua, dentreoutros), ao definir como públicousuário da assistência social oscidadãos e grupos que se encontramem situações de vulnerabilidade eriscos

Atenção!

• famílias e indivíduos com perda ou fragilidadede vínculos de afetividade, pertencimento esociabilidade

• ciclos de vida• identidades estigmatizadas em termos étnico,

cultural e sexual• desvantagem pessoal resultante de deficiências• exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às

demais políticas públicas• uso de substâncias psicoativas• diferentes formas de violência advinda do

núcleo familiar, grupos e indivíduos• inserção precária ou não inserção no mercado

de trabalho formal e informal• estratégias e alternativas diferenciadas de

sobrevivência que podem representar risco

Caracterizando o Público da PSB

Os princípios e diretrizes da política deassistência social, os eixos estruturantes doSUAS estabelecidos pela PNAS, o PlanoDecenal do SUAS, a Tipificação de ServiçosSocioassistenciais reconhecem as múltiplassituações de vulnerabilidade associadas anecessidades objetivas e subjetivas àsquais se somam as dificuldades materiais,relacionais e culturais que impactam sobreos vínculos familiares e comunitários .

Assim, os serviços de proteção básica revestem-se de fundamental importância para a compreensão

das heterogeneidades, das particularidades de cada grupo familiar e da diversidade dos públicos

A importância de conceituar o termo VULNERABILIDADE

Na Assistência Social, a vulnerabilidade foiconceituada pela PNAS, comocaracterizando situações de fragilidaderelacional ou social, destacando sua conexãocom as situações de “pobreza, privação(ausência de renda, precário ou nulo acessoaos serviços públicos, dentre outros) e, ou,fragilização de vínculos afetivos – relacionaise de pertencimento social (discriminaçõesetárias, étnicas, de gênero ou pordeficiência, entre outras).” (PNAS, 2004; pg.33).

Vulnerabilidade

na PNAS

Pobreza (multidimensional)

Risco (geral)

Vulnerabilidade (específico)

Vamos

Conceituar

A vulnerabilidade não é definida pelapobreza, “ainda que os riscos dedesestabilização recaiam maisfortemente sobre os que sãodesprovidos de reservas econômica“(Castel, 1998, p. 25).

A vulnerabilidade envolve relações deconvívio conflitivas, de violência, depreconceito/discriminação, deabandono, de apartação, deconfinamento e/ou isolamento deindivíduos, grupos ou famílias.

Refletindo!

É consenso que a Proteção Social éresposta para situações devulnerabilidade e que as vulnerabilidadesrelacionais podem ser de diversasnaturezas. Estas incluem asvulnerabilidades relacionais que não serestringem ao ambiente familiar e que, porvezes, incidem sobre as comunidades e osgrupos, assim como nas condições derespostas das famílias, quando acolhidasnos serviços socioassistenciais.

O desenvolvimento da autonomia e daemancipação dos indivíduos deverespeitar as possibilidades de cada um!

Refletindo!

A organização dos serviços socioassistenciais develevar em conta a afirmação da identidade, oresgate de sua autonomia, e o reconhecimentosocial, individual e coletivo em diversos ciclos devida e nos territórios onde realizam sua interaçãosocial.

Considerar a identidade coletiva no processo deproteção social básica é fundamental, uma vez queessa se constitui ao longo do tempo e dá o sentidode continuidade aos indivíduos, por adotarempapéis, normas e valores válidos para todos oscomponentes do grupo; isso reafirmaconstantemente, através da memória, a realidadeobjetiva e subjetiva

Refletindo!

O CRAS é a unidade públicamunicipal, de base territorial,localizada em áreas com maioresíndices de vulnerabilidade e riscosocial, destinada à articulaçãodos serviços socioassistenciais noseu território de abrangência e àprestação de serviços, programase projetos socioassistenciais deproteção social básica às famílias(Loas, 2011, art. 6º-C)

O CRAS e a organização dos serviços socioassistenciais da PSB

• Os serviços da proteção social básica são ofertados nosCRAS.

• A PSB inclui os Benefícios Eventuais, o Benefício de PrestaçãoContinuada (BPC) e o Programa Bolsa Família (PBF),programas estaduais e municipais de transferências derenda, além dos Programas Promoção do Acesso ao Mundodo trabalho - Acessuas Trabalho, BPC na Escola e BPCTrabalho.

• O CRAS é o agente responsável pela identificação, articulaçãoe referenciamento da rede de entidades e organizações(órgãos governamentais e por entidades da sociedade civil) deproteção social, promovendo a gestão territorial e ogerenciamento dos processos desenvolvidos de formaarticulada.

• O CRAS é o agente responsável pela promoção da articulaçãointersetorial, conectando serviços das diferentes políticas,buscando a convergência de especialidades para umaintervenção no território que vise à construção de fluxosreferenciados.

CRAS

• Atuar na perspectiva da prevenção de ocorrências e dereincidências mediante ações de vigilânciasocioassistencial sobre fatores que geramvulnerabilidade e risco, diagnósticos de demandas porseguranças, coleta, sistematização e análise de dados einformações da área de abrangência do CRAS, inclusive emconexão com outros territórios.

• O CRAS se caracteriza como a principal porta de entradado SUAS, sendo responsável pela organização e oferta deserviços da proteção básica nas áreas de vulnerabilidade erisco social.

• O CRAS é responsável pelo fornecimento de informaçõese dados para o Órgão Gestor Municipal sobre o territóriopara subsidiar a elaboração do Plano Municipal deAssistência Social; o planejamento, monitoramento eavaliação dos serviços ofertados no CRAS; a alimentaçãodos Sistemas de Informação do SUAS; os processos deformação e qualificação da equipe de referência.

CRAS

É necessário que o CRAS tenha estrutura física,coordenação e profissionais compatíveis com asorientações específicas de cada serviço, para quepossa ofertá-los adequadamente.

Suas equipes devem prestar informações eorientações para a população de sua área deabrangência, ofertar as ações socioassistenciais deforma articulada com a rede de proteção sociallocal, visando à garantia dos direitos de cidadaniaà população da área de abrangência do CRAS,realizando inclusive a busca ativa aos usuáriosainda não identificados.

CRAS

Equipe de Referência CRAS(NOB RH)

Pequeno Porte I Pequeno Porte II Médio, Grande, Metrópole e DF

Até 2.500 famílias referenciadas

Até 3.500 famílias referenciadas

A cada 5.000 famílias referenciadas

2 técnicos de nível superior, sendo um

profissional assistente social e outro

preferencialmente psicólogo.

3 técnicos de nível superior, sendo dois

profissionais assistentes sociais e

preferencialmente um psicólogo.

4 técnicos de nível superior, sendo dois

profissionais assistentes sociais, um psicólogo e

um profissional que compõe o SUAS.

2 técnicos de nível médio 3 técnicos nível médio 4 técnicos de nível médio

As funções do CRAS são distintas dasfunções do órgão gestor da políticade assistência social. Os CRAS sãounidades locais que têm poratribuições a organização da redesocioassistencial e oferta de serviçosda proteção social básica emdeterminado território, enquanto oórgão gestor da assistência tem porfunções a organização e a gestão doSUAS.

Atenção!

ATRIBUIÇÕES DO ÓRGÃO GESTOR MUNICIPAL

• A elaboração do Plano Municipal de AssistênciaSocial.

• O planejamento, a execução físico-financeira, omonitoramento e a avaliação dos serviçossocioassistenciais do SUAS.

• A alimentação dos Sistemas de Informação eMonitoramento do SUAS.

• A constituição das equipes de referência e demaisprofissionais da política de assistência social ecapacitação profissional dos trabalhadores do SUAS.

• A supervisão, o apoio técnico à oferta do PAIF e dosdemais serviços socioassistenciais ofertados, tantonas unidades públicas, quanto nas entidades privadassem fins lucrativos, prestadora de serviços.

• A gestão da rede socioassistencial do município.• A gestão do processo de conveniamento das

entidades privadas sem fins lucrativos de assistênciasocial, quando for o caso.

• A garantia da articulação da proteção básica com aproteção especial de assistência social, promovendoa organização do SUAS.

• Contribuir para a articulação intersetorial, visando aorganizar fluxos de encaminhamentos necessáriospara a promoção do acesso das famílias aos seusdireitos.

• A estruturação da vigilância socioassistencial,garantindo fluxos de informação com os CRAS, sobrepotencialidades e vulnerabilidades sociais dasfamílias e do território, de forma que se possaorganizar a oferta dos serviços e a busca ativa.

• A garantia de funcionamento do CRAS em espaçofísico provido de adequada iluminação, ventilação,conservação, privacidade, salubridade e limpeza eque expresse a cultura local.

• A designação de coordenador para o CRAS.

ATRIBUIÇÕES DO ÓRGÃO GESTOR MUNICIPAL

• Organizar, segundo orientações do gestormunicipal ou do Distrito Federal deassistência social, reuniões periódicascom as instituições que compõem a rede,a fim de instituir a rotina de atendimentoe acolhimento dos usuários.

• Organizar os encaminhamentos, fluxos deinformações, procedimentos, estratégiasde resposta às demandas.

• Traçar estratégias de fortalecimento daspotencialidades do território.

• Avaliar os procedimentos, de modo aajustá-los e aprimorá-los continuamente.

• Articular ações do SUAS e intersetoriais.

ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR DO CRAS

Embora o coordenador do CRAS tenha umpapel fundamental na gestão territorial, aequipe técnica também desempenha umaimportante função na articulação do PAIFcom os demais serviços, programas,projetos e benefícios da Proteção SocialBásica. São, o coordenador e a equipe,responsáveis por promover a integraçãodo PAIF com as ações presentes noterritório de abrangência ou no próprioCRAS por meio de reuniões sistemáticas,visitas às unidades, entre outrasestratégias.

Papel da Equipe

Técnica

• Construir respostas na ausência da proteção e na faltade acesso a serviços públicos, nas situações deabandono, agressões, produzindo garantia de direitos,ações de fortalecimento de vínculos, inserindo osindivíduos e famílias em serviços e/ou benefícios;

• Fortalecer relações de convívio e sociabilidade doscidadãos, considerando seu cotidiano, sua história devida, fragilidades e potencialidades;

• Assegurar a condição de acolhida, por meio de espaçosde atenção, escuta, cuidados e momentos de reflexão;

• Promover o resgate de autonomia, protagonismo,projetos de vida, respeito e dignidade, para reduçãodas fragilidades de vivência e sobrevivência - geradasmuitas vezes por ausência de provimentos e aquisições;

• Reduzir e restaurar danos e riscos sociais e devitimização, causadas por violência, discriminações,preconceitos e agressões (Caderno CapacitaSUAS2,2013).

O trabalhador da PSB, ao proceder aos processos de acolhida, inserção, encaminhamento e acompanhamento dos usuários no SUAS, deve focar em:

Contos e Causos

do CRAS

Conhecendo as Boas Práticas

“É preciso destacar que a Assistência Social é responsável por ações de prevenção, de proteção

social e pelo provimento de um conjunto de garantias ou seguranças sociais que cubram, reduzam ou

previnam exclusões, riscos e vulnerabilidades sociais, (Sposati, 1995) bem como atendam às necessidades

emergentes ou permanentes decorrentes de problemas pessoais ou sociais de famílias e

indivíduos.”

“Essas garantias se efetivam pela construção de uma rede de proteção social: conjunto de programas,

projetos, serviços e benefícios voltados ao atendimento de necessidades sociais da população

usuária da assistência social.”

REDE

O termo rede sugere a ideia dearticulação, conexão, vínculos, açõescomplementares, relações horizontaisentre parceiros, interdependência deserviços para garantir a integralidade daatenção aos segmentos sociaisvulnerabilizados ou em situação de riscosocial e pessoal. [...] uma rede pode sero resultado do processo de agregaçãode várias organizações afins em tornode um interesse comum, seja naprestação de serviços, seja na produçãode bens. (Guará, 1998).

REDE

• O trabalho em rede traduz um novo modelo para aatuação do Estado em conjunto com setoresorganizados da sociedade, numa perspectiva de“relacionamento inter-organizacional, parapotencializar esforços, meios e informações quealcancem a integralidade e a completude derespostas devidas à população usuária oupotencialmente usuária dessas prestações” (CadernoCapacita SUAS 2, 2013, p. 88).

• Constituir uma rede em torno de uma políticapública é, antes de qualquer coisa, uma decisãopolítica na construção de um novo modelo deatuação integrada, de apoio recíproco.

• Exige um pacto entre gestores, técnicos, saberes,pessoas, serviços e instituições em sintonia com arealidade local, com o território de vivência, com suacultura de organização social.

REDE

O aprimoramento da oferta de serviços e benefíciosdepende cada vez mais de uma boa gestão daspolíticas sociais, incluindo seus diferentes níveis deoperações e responsabilidades. Em especial, noâmbito da prestação direta dos serviços, torna-seimprescindível o aprimoramento nos processos degestão e sua apropriação pelostrabalhadores/coordenadores que atuam na PSB.

Elementos do aprimoramento da gestão da PSB:

• Diagnóstico socioterritorial• Planejamento• Monitoramento e Avaliação• Gestão do trabalho da equipe• Articulação intersetorial

Gestão da Proteção Social Básica

A perspectiva da territorialização materializa a diretriz de descentralização daAssistência Social em nível local, propiciando a oferta de serviços socioassistenciais em locaispróximos aos usuários e, com o conhecimento destes usuários, de suas demandas e expectativas.

É necessário reconhecer que, novas exigências para os gestores e profissionais que

atuam no campo da Assistência Social estão colocadas no contexto atual, a partir das

transformações sociais, demográficas e das relações familiares e sociais.

Diagnóstico Socioterritorial

VÍDEO

Ser Nordestinohttps://www.youtube.com/watch?v=tM3WOSrZcFU

TERRITÓRIOUm espaço de

Identidade

A realização de diagnósticosocioterritorial, a cada quadriênio,compõe a elaboração dos Planos deAssistência Social em cada esfera degoverno. O diagnóstico tem por base oconhecimento da realidade a partir daleitura dos territórios, microterritóriosou outros recortes socioterritoriais quepossibilitem identificar as dinâmicassociais, econômicas, políticas e culturaisque os caracterizam, reconhecendo assuas demandas e potencialidades (art.20 da NOB/SUAS, 2012).

SUASvisor eDiagnóstico Socioterritorial

O planejamento do CRAS deve ser pautado no diagnóstico socioterritorial. Alguns componentes do diagnostico territorial:

• especificidade dos grupos populacionais• história do território• presença ativa de organizações e lideranças• relações de poder • conhecimento das vulnerabilidades e riscos• serviços públicos existente

Quando utilizamos o termo território estamos nos referindo a um espaçodeterminado, mas que poderá estar em constante mutação, pois é dinâmicoe está em construção e reconstrução. É, portanto, um espaço decontradições, conflitos, tensões, histórias de vida, culturas diferenciadas edesigualdades que circundam as relações familiares e comunitárias.

O território não se limita ao espaço geográfico, mas se constitui tambémcomo espaços coletivos, onde se configuram a solidariedade, o sentimentode pertença, a construção de identidade, histórias de vida, ritos e costumes.

Conhecer o território significa conhecer com profundidade ademanda por proteção. Esse conhecimento contribui e recebe reforço davigilância socioassistencial (instalada no Órgão Gestor do município).

É fundamental que as equipes motivem a participação dos usuários nosprocessos de diagnóstico, planejamento e avaliação dos serviços.

Ela sistematiza e divulga informações, indicadores e índices territorializados sobre as situações de vulnerabilidade e de risco das famílias e dos territórios e sobre a rede prestadora de serviços socioassistenciais. A vigilância socioassistencial serve também ao aprimoramento e qualificação das ações que visem à notificação e a reconstrução de direitos violados e a interrupção de situações de violência.

Nota: O MDS realiza anualmente, desde 2008, o Encontro Nacional de Monitoramento e Vigilância Socioassistencial. Estes encontros se

consolidaram como espaço de debate sobre o conteúdo e importância da Vigilância Socioassistencial. Destes encontros resultou a publicação

“Orientações técnicas da Vigilância socioassistencial”, organizada pela Coordenação-Geral de Serviços de Vigilância Social do MDS.Disponível em:ww.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orie

ntacoes_Vigilancia.pdf

Breve consideração sobre a vigilância socioassistencial

O Caderno de Orientações Técnicas dos CRAS dedica um

capítulo para tratar da sua implantação e organização, com

ênfase no “Planejamento, organização do trabalho e registro

de informações”:

O planejamento da Secretaria Municipal (ou do DF) de

Assistência Social ou congênere, com todos os CRAS, deve

ser formalizado em instrumento próprio. Possibilita-se,

assim, visualizar de modo crítico a realidade; avaliar os

caminhos escolhidos; definir alternativas e novas

possibilidades e construir um referencial futuro, antecipando

os resultados esperados. O planejamento é um processo

cíclico e continuado, pois permite a constante realimentação

de informações, capazes de suscitar novas propostas e

soluções para situações inesperadas, conferindo assim

dinamismo e aprimoramento às ações realizadas. (MDS/

CRAS, 2009: 40).

Planejamento

Destaca-se nessa orientação que o processo de planejarnão se limita a um único momento, mas é continuado.Há uma orientação específica referindo-se à necessidadede planejar as ações cotidianas, inclusive semanalmente,como instrumento de engajamento e fortalecimento daequipe.

Os coordenadores de CRAS devem planejarcoletivamente as atividades sob sua responsabilidade,em especial aquelas relacionadas à gestão do território edo CRAS como unidade do SUAS; de pessoal e dosserviços ofertados pelo CRAS; e da gestão dainformação. Nessa direção, antes de a equipe iniciar otrabalho, o gestor deve assegurar capacitação dosprofissionais envolvidos. O ideal é que esta formaçãoseja continuada e que se prevejam momentos deestudo e aprimoramento da ação. (MDS/ CRAS, 2009:41).

Planejamento

O registro de informações constitui elemento fundamental

para gestão, monitoramento e avaliação e,

consequentemente, para o aprimoramento das ações e

serviços do CRAS e dos serviços a ele referenciados. Deve

ser realizado por meio de instrumentais que facilitem

armazenar os dados dos usuários; os atendimentos

realizados no CRAS ou nos serviços a ele referenciados; os

acompanhamentos em curso; os encaminhamentos para

serviços da proteção básica e especial e as informações

necessárias à alimentação dos sistemas da RedeSUAS, do

Censo CRAS e de outros sistemas municipais ou do DF”.

(MDS/ CRAS, 2009: 42)

Mais orientações sobre planejamento, coleta, organização e registros:

Cadernos PAIF Volume 2 Item 4.2Caderno de ORIENTAÇÕES TÉCNICAS SOBRE O SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E

FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 6 A 15 ANOS -

Capítulo 10

Registro de Informações

O cotidiano de trabalho dos CRAS e dos serviços da PSB, cada vez mais,exige do seu coordenador e de sua equipe um aprimoramento no processode planejar, a partir de algumas premissas fundamentais. São elas:

• O planejamento é um processo técnico e político. Baptista (2000)destaca que há necessidade de superação de sua dimensão apenastécnica-operativa, apontando que “a dimensão política doplanejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo, detomada de decisões, inscrito nas relações de poder, o que caracterizaou envolve uma função política. (Baptista, 2000: 17)

• O planejamento permite, ao coordenador e equipe, uma visãoprospectiva e coletivizadora do trabalho e potencializa a capacidade dedemocratizar a Política de Assistência Social

• O Planejamento deve ser democrático e participativo e, portanto,envolver todos os sujeitos da PAS, ou seja, os trabalhadores, osdestinatários do SUAS, os coordenadores, entidades que prestamserviços socioassistenciais e representantes das demais políticas sociaispúblicas com base no território.

Monitorar e avaliar são elementos essenciais para agestão das políticas sociais sobretudo para aqualificação dos serviços e benefícios.

Apenas com um processo contínuo de monitoramento e avaliação que se podem corrigir rumos e propor

aprimoramentos

[...] os modernos sistemas de proteção social não sãoapenas respostas automáticas e mecânicas àsnecessidades e carências apresentadas e vivenciadaspelas diferentes sociedades. Muito mais do que isso,eles representam formas históricas de consensopolítico, de sucessivas e intermináveis pactuaçõesque, considerando as diferenças existentes no interiordas sociedades, buscam, incessantemente, respondera, pelo menos, três questões: quem será protegido?Como será protegido? Quanto de proteção? (SILVA,YAZBEK E GIOVANNI, 2004: 16)

Monitoramento e Avaliação

O SUAS tem investido significativamente em sistemasavaliativos em todas as suas instâncias, tanto no que dizrespeito à qualificação no registro dos dados, quanto noolhar atento para o cumprimento de seus objetivos eseguranças sociais, que se operacionalizam na oferta deserviços e benefícios.

Existe uma relação indissociável entre vigilânciasocioassistencial e monitoramento e avaliação, o queexige uma intensa articulação entre os órgãosresponsáveis por sistematizar e socializar informaçõesem todos os níveis de governo – tendo entre as fontesgeradoras de informações o trabalho cotidiano da redede serviços territorializada.

“O CensoSUAS, elaborado e publicado anualmente,apresenta um panorama sobre o estágio dedesenvolvimento do SUAS e conta com dados de todos osmunicípios e estados brasileiros e, para tanto necessitadas informações advindas de toda a rede de serviços”

Monitoramento e Avaliação

Conceito de MonitoramentoO monitoramento é o acompanhamento contínuo ou periódico de umprograma ou política pública. É realizado por meio da coleta e análisesistemática de dados e informações sobre a execução do programa, com afinalidade de verificar se o desenvolvimento de sua implementação estáde acordo com os padrões esperados, ou seja, de acordo com os objetivose metas inicialmente planejados. (VATSMAN, RODRIGUES e PAES-SOUSA,2006; CEPAL, 1997).

Conceito de AvaliaçãoRefere-se ao conjunto de procedimentos técnicos para produzirinformação e conhecimento, em perspectiva interdisciplinar, paradesenho ex-ante (prévio), implementação e validação ex-post (posterior)de programas e projetos sociais, por meio das diferentes abordagensmetodológicas da pesquisa social, com a finalidade de garantir ocumprimento dos objetivos de programas e projetos (eficácia), seusimpactos mais abrangentes em outras dimensões sociais, ou seja, paraalém dos públicos-alvo atendidos (efetividade) e a custos condizentes coma escala e complexidade da intervenção (eficiência) (JANNUZZI, 2014).

Monitoramento e Avaliação são processos analíticos articulados,que se complementam, com o propósito de subsidiar o gestorpúblico de informações - resumidas em painéis ou sistemas deindicadores - e informações mais analíticas sobre o funcionamentode programas e serviços.

Na PNAS, integrando o ciclo de planejamento, o monitoramento e aavaliação estão baseados em orientações normativas e estádiretamente relacionado ao aprimoramento dos serviços.

Instruções sobre monitoramento e avaliação estão contidas no caderno de orientação do CRAS e apontam para três diferentes

tipos de registro:a) Informações para o acompanhamento das famílias;

b) Informações para monitorar ações e serviços;c) Registros necessários à alimentação do Censo CRAS, da

RedeSUAS e outros.

A gestão dos serviços também exige umolhar atento para seus trabalhadores como objetivo de lhes garantir condiçõesadequadas para o exercício de suasfunções e, além disso, fortalecer otrabalho social em equipe.

A gestão do trabalho deve considerar asatribuições e competências necessáriaspara cada serviço e asdemandas/necessidades de cada territórioe a especificidade profissional de cadamembro da equipe.

Gestão do Trabalho da Equipe

A gestão do trabalho já tem muitos avanços e citações,tanto na NOB/RH como na Política Nacional de EducaçãoPermanente do SUAS, que podem orientar as ações docoordenador do CRAS e dos serviços em relação à suaequipe de referência. Alguns pontos importantes:

• Reconhecer a competência técnica, ética e política dotrabalhador do SUAS

• Fortalecer o trabalho interdisciplinar das equipes• Organizar a divisão de tarefas reconhecendo aptidões e

competências (conhecimentos, habilidades e atitudes)• Apoiar à capacitação permanente e à atualização técnica

e teórica da equipe• Construir espaços de deliberações democráticas na

gestão do serviço e/ou do equipamento do CRAS• Apoiar as formas de organização dos trabalhadores.

Gestão do Trabalho da Equipe

Articulação Intersetorial

A articulação intersetorial é estratégica para odesenvolvimento / aprimoramento da PSB, estandopresente na concepção da PNAS e do SUAS porque:

• Se expressa na articulação e consolidação de umarede pública com outras politicas e ações(programas, projetos e benefícios), numfuncionamento integrado com base nos parâmetroslegais constituídos.

• A ideia é superar práticas fragmentadas edesconectadas garantindo patamares mais eficazespara a proteção social.

• A visão de totalidade no território significa oconhecimento e a análise das diferentes situações, oque permite a construção de fluxos delineando asresponsabilidades e competências da política deassistência social e as competências das outraspolíticas públicas.

Articulação Intersetorial

• A interlocução intersetorial provoca umarelação de diálogo com as diferentespolíticas que atuam no território.

• A intersetorialidade torna-se imprescindívelquando considerada a complexidade dassituações que demandam por respostasurgentes das políticas públicas.

• Nenhuma política pública tal qual estáorganizada dispõe de todas as respostas eda possibilidade de abarcar a totalidade dasnecessidades que se apresentam. Amultidimensionalidade das questõesimpõe a coordenação e a conjugação desaberes e de respostas especializadas eintegradas.

Articulação Intersetorial

As demandas sociais reclamam por respostasintegrais que afirmem direitos e o dever doEstado.

A PNAS estabelece que os serviços, programas,projetos e benefícios de proteção social básicadeverão se articular com as demais políticaspúblicas locais, de forma a garantir asustentabilidade das ações desenvolvidas e oprotagonismo das famílias e indivíduosatendidos, objetivando superar as condições devulnerabilidade e a prevenir as situações queindicam risco. E ainda se articular aos serviçosde proteção especial, garantindo assim aefetivação dos encaminhamentos (PNAS, 2004,p.35).

Articulação Intersetorial

Dimensões da Intersetorialidade

• Da Política Pública;

• Do modelo de Gestão;

• Dos Serviços no Territórios;

• Dos Profissionais;

• Da Participação Popular.

No território podem-se adotar encontrossistemáticos entre a rede de serviçossocioassistenciais e das demais políticaspúblicas. Nessas “reuniões de rede”, dasquais devem participar o coordenador decada serviço/equipamentos podem serdiscutidas ações integradas relacionadasaos segmentos populacionais prioritáriospara a proteção, a exemplo dosbeneficiários do BPC, que sãoacompanhados por diferentes políticassociais e diferentes serviços.

Articulação Intersetorial

A intersetorialidade na assistência socialimplica na ampliação, junto às outraspolíticas públicas, dos conceitos de proteçãosocial e direito, assim como reivindica aadequação das outras políticas ao públicoprioritário da política de assistência social.Nesse sentido, seu objetivo é provocar novasações e percepções em políticas tradicionais,de maneira a consolidar uma rede deproteção social.

Falar em intersetorialidade e integralidadechama a atenção também para a necessidadede diálogo interno entre os setores da própriaassistência social como por exemplo entre aPSB e a PSE.

Articulação Intersetorial

G1 – Gestores da Assistência Social• Quais estratégias serão necessárias para a elaboração

do Plano Municipal de Assistência Social (4 anos)

G2 – Coordenadores de CRAS• Quais estratégias necessárias para a articulação da

Rede Socioterritorial?

G3.1 e G3.2 – Técnicos de Referencia• Quais estratégias necessárias para a elaboração do

Diagnóstico Socioterritorial em cada território dereferencia?

G4 – Equipe do SCFV• Quais estratégias de fortalecimento da execução do

SCFV?

G5 – OSC de Assistência Social• Quais estratégias para fortalecer a colaboração das

OSC na execução dos serviços socioassistenciais

Exercício

• Norma operacional básica de recursos humanos do SUAS NOB-RH/SUAS Anotada e Comentada

• Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais• Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências

de Renda no âmbito do Suas• Relação entre o Suas e os órgãos do Sistema de Justiça• Concepção e Gestão da Proteção Social Não Contributiva no Brasil• Rede SUAS: Gestão e Sistema de Informação para o Suas• CRAS – um lugar de refazer historia• II Plano Decenal da Assistência Social (2016/2026)• Perguntas e respostas: Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos• Caderno de Orientações: Serviço de Proteção e Atendimento Integral à

Família eServiço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

• Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos• Orientações Técnicas sobre o Serviço de Convivência e Fortalecimento

de Vínculos para Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos• Orientações Técnicas Centro de Referência de Assistência Social – Cras• Orientações Técnicas sobre o PAIF – Volume 1• Orientações Técnicas sobre o PAIF - Volume 2

Bibliografia

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