secretaria de desenvolvimento social, criança e juventude · 2017-05-10 · defesa da garantia dos...

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude Secretaria Executiva de Assistência Social Gerência de Projetos e Capacitação Centro Universitário Tabosa de Almeida – (ASCES-UNITA)

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – (ASCES-UNITA)

MÓDULO 2

A estruturação do SUAS e a consolidação daPNAS estão intrinsecamente relacionados aspráticas dos trabalhadores e gestores do SUASque deve repercutir diretamente nacompreensão, participação e protagonismo dasfamílias contempladas pela política deAssistência Social. Nesse sentido, O Cursoatualiza o debate e intensifica o compromissocom a produção de proteção social reafirmando aimportância do acompanhamento sobre aimplementação das ações.

Busca dar relevância ao papel dos trabalhadoresdo SUAS e essa política reconhece a natureza e aespecificidade dos trabalhadores deste sistema eisso vai determinar que a composição dasequipes sejam diferentes;

Desprecarização do trabalho, dos trabalhadorese agentes sociais do SUAS através do esforçocoletivo e integrado.

É espaço de trocas e debates que permitam aosparticipantes suspender seu cotidiano ereconstruí-lo à luz de conceitos e paradigmas.

MÓDULO 2

Curso introdutório que visa promover oalinhamento dos trabalhadores quanto àsrecentes inflexões conceituais e normativasque ocorrem no campo da assistência social noBrasil;

Busca estimular junto aos trabalhadores doSUAS atualizar-se em relação aos aportesteóricos-metodológicos e tático-operativo;

MÓDULO 2

OBJETIVO GERAL:

Capacitar os técnicos quanto ao conhecimento,às habilidades e às atitudes necessárias aoprovimento dos serviços e benefíciossocioassistenciais, previstos no SUAS;

MÓDULO 2

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Realizar nivelamento do público da capacitaçãoquanto ao conhecimento e à compreensão edefesa da garantia dos direitossocioassistenciais instituídos pela ConstituiçãoFederal de 1988, pela Lei Orgânica deAssistência Social de 1993 e suas atualizações,consubstanciados no SUAS;

Oferecer ao público da capacitaçãopossibilidades de refletir sobre a práticaprofissional e os processos de trabalho que, porum lado, devem adequar-se aos princípios doSUAS e às necessidades dos usuários; por outro,a reflexão pode propiciar um aperfeiçoamentotanto da prática quanto ao provimento dosserviços prestados.

MÓDULO 2

CONTEÚDO A SER TRABALHADO

Características e especificidades dos processos detrabalho relacionados à provisão dos serviçossocioassistenciais:

a) Trabalho em equipes de referência;b) Interdisciplinaridade;c) Dimensão ética e política do trabalho social;d) Trabalho social com famílias;e) Dimensão técnica da intervenção profissional;f) Educação permanente no SUAS.

O PROVIMENTO DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS: QUE TRABALHO É ESSE?MÓDULO 2

Facilitadora:MARIANA PAZ

Quando penso no trabalho que realizo, no que penso?

O que mais me inquieta ou me mobiliza no meu trabalho?

Quais as dificuldades que identifico que estão relacionadas aos processos de

trabalho ?

CARACTERÍSTICAS E ESPECIFICIDADESDOS PROCESSOS RELACIONADOS ÀPROVISÃO DOS SERVIÇOS DO SUAS.

A NOB-RH/ SUAS, em 2006, foi resultado deum amplo processo de discussão; estabeleceque a Política de Recursos Humanos é tambémum eixo que estrutura esse Sistema, tãofundamental quanto a descentralização, ofinanciamento e o controle social destapolítica.

Por esta razão, se destaca:

A relevância do papel de um corpo detrabalhadores qualificado para o cumprimentodos objetivos propostos pelo SUAS;

Reconhecimento da política quanto ànatureza e a especificidade dos trabalhadorese trabalhadoras do SUAS, o que orienta acomposição das equipes de diferentesformações profissionais para atuaçãointerdisciplinar e articulada.

Alguns dos objetivos do SUAS:

Ofertar provisões sociais que atendam asdemandas socioassistenciais apresentadas,na perspectiva de assegurar proteção social;

Monitorar os processos sociais geradores daexclusão, das desigualdades, dasvulnerabilidades e dos riscos;

Defender os direitos socioassistenciais.

Para debatermos:

“Quanto mais se pensa o atendimento denecessidades como conserto de rota, comoreparo a um desenvolvimento social“distorcido”, mais marcante será o caráterassistencialista das políticas”. (Gonçalves, 2010).

Reconhecimento das demandas comodireito ou uma oferta Estatal?

A execução de um serviço, envolveconsiderar as nuances que ele nosapresenta:

Como fazer => princípios éticos Quem vai fazer => equipes de referência Para quem vou fazer => usuários Onde fazer => quais suportes institucionais Como continuar a fazer => formação e

educação permanentes

O QUE É PRECISO CONSIDERAR ACERCADA ÓTICA DO TRABALHO NO SUAS:

Ele é orientado por projetos profissionais quepodem convergir, mas também se contrapor;

Ele incorpora o acúmulo e as contribuições dediferentes profissões;

Deve assimilar criticamente osconhecimentos e aportes daquelas que vemassumindo o protagonismo histórico naelaboração de conhecimentos teóricos,técnicos e políticos que subsidiam os avançosda assistência social no país.

1. TRABALHO EM EQUIPES DEREFERÊNCIA, O QUE É ISSO?

São aquelas constituídas por servidores

“efetivos” responsáveis pela organização eoferta de serviços, programas e benefícios deproteção social, básica e especial, levando-seem consideração o número de famílias eindivíduos referenciados, o tipo deatendimento e as aquisições que devem sergarantidas aos usuários (NOB-SUAS, 2011).

Todas as atividades humanas, por seremculturais, envolvem a troca e posse deinformações. É neste sentido que saber econhecer não são destituídos de um caráterpolítico, ideológico, social e econômico.Quem conhece, sabe algo aprendido em umlugar e tempo, tem a posse de informaçõestransmitidas e confirmadas por outraspessoas. Ao mostrar o que conhece e sabe,cada indivíduo se diferencia dos demais,estabelecendo desta forma uma relação depoder, queira ou não.

Envolve princípios éticos etécnicos a serem executados; aatuação individual não édissociada da atuação coletiva;

É um processo que integra,organiza, dinamiza a açãocotidiana das equipes,objetivando traçar linhas deações profissionais em torno deum “objeto” em comum;

PARA DEBATER:

Aspectos que constituem uma equipe dereferência?

Quais as referências utilizadas pelas equipesde referência? Podem ser teóricas,filosóficas, de vida...

Qual (ais) a (as) característica (as)imprescindível de uma equipe dereferência?

A construção dessa atuação devetransversalizar os saberes e os diferentesserviços que compõem a rede. Colocá-laem diálogo dinâmico favorece acontinuidade e qualidade do serviçooferecido.

2. INTERDISCIPLINARIDADE

Relações entre várias disciplinas;

A atuação interdisciplinar implica qualidadecomo resultado desta ação;

A interdisciplinaridade é um trabalhorecíproco, que propicia um enriquecimentomútuo de diferentes saberes, que elege umaplataforma de trabalho conjunta, por meio daescolha de princípios e conceitos comuns.

INTERDISCIPLINARIDADE VERSUSTRABALHO SOCIAL:

Está diretamente relacionada com aatuação profissional;

Requer uma postura que veja o sujeito-usuário de forma multifatorial;

Abordagem que reúne saberes para umainterlocução pronta a construir estratégiasque não se reduzam aos seus própriosconhecimentos;

“a interdisciplinaridade, favorecendo oalargamento e a flexibilização no âmbito doconhecimento, pode significar uma instigantedisposição para os horizontes do saber. (...)Penso a interdisciplinaridade, inicialmente,como postura profissional que permite se pôra transitar o “espaço da diferença” comsentido de busca, de desenvolvimento dapluralidade de ângulos que um determinadoobjeto investigado é capaz de proporcionar,que uma determinada realidade é capaz degerar, que diferentes formas de abordar o realpodem trazer”. (Rodrigues, 1998, p. 156)

3. DIMENSÃO ÉTICA E POLÍTICA DOTRABALHO SOCIAL

Capacidade de analisar a “sociedade” e aprópria profissão como campo de forçascontraditórias, considerando-se o carátereminentemente político do exercícioprofissional;

Posicionamento acerca da direção social queimprime a sua intervenção;

4. TRABALHO SOCIAL COM AS FAMÍLIAS.

Requer um olhar para a família e como ela seapresenta (funcionamento dinâmico);

Quais são as questões que se apresentamnaquela família considerando-as como algodesfavorável ao seu funcionamento?

Matricialidade da família: ambiente protetivo,reconhecimento entre seus membros comosujeitos de direitos

O SUAS reconhece que não é de suaresponsabilidade enfrentar todas as situações devulnerabilidades de uma família, mas coloca sobreos profissionais de suas unidades o encargo deencaminhar seus usuários para a rede de políticaspúblicas a fim de minimizá-la.

Para empreender tais tarefas, o CRAS e CREASdevem conhecer e se articular com atores queformam a rede de serviços de proteção social,entendida aqui como a rede setorial da AssistênciaSocial e intersetorial de outras políticas sociais, emseu território

MATRICIALIDADE

Embora haja o reconhecimento explícito sobre a importância da família na vida social e, portantomerecedora da proteção do Estado, tal proteção tem sido cada vez mais discutida, na medida emque a realidade tem dado sinais cada vez mais

evidentes de processos de penalização e desproteção das famílias brasileiras. (PNAS,

2004)

Alguns aspectos que envolvem este trabalho:

Escuta “livre” do sujeito=> sofrimento

subjetivo

Importância do acolhimento

Olhar de reconhecimento

para as vulnerabilidades

e potencialidades

VAMOS CONVERSAR SOBREEMPODERAMENTO?

*Exibição do vídeo.

*Leitura do resumo do artigo.

*Debate participativo.

*Importância do valor da palavra.

5. A DIMENSÃO ÉTICA E POLÍTICA DARELAÇÃO ENTRE PROFISSIONAL EUSUÁRIO.

A proteção social deve ofertar seus serviços comconhecimento e compromisso ético e político dosprofissionais que operam técnicas eprocedimentos impulsionadores;

Na reflexão sobre o trabalho no campo daproteção social, a construção de vínculos com ousuário é condição fundamental, parapotencializar a autonomia e a cidadania,promovendo a sua participação durante aprestação de serviços (MUNIZ, 2009).

ALGUNS PRINCÍPIOS ÉTICOS QUEORIENTAM OS PROFISSIONAIS DOSUAS:

Defesa dos direitos socioassistenciais;

Compromisso em ofertar serviços, programase benefícios de qualidade que garantam aoportunidade de convívio e fortalecimentodos vínculos familiares e sociais;

Reconhecimento do direito dos usuários ater acesso a benefícios e renda e aprogramas de oportunidades para inserçãoprofissional e social;

Compromisso em garantir atenção profissionaldirecionada para construção de projetospessoais e sociais para autonomia esustentabilidade;

Proteção à privacidade dos usuários,observado o sigilo profissional, preservandosua privacidade e opção e resgatando suahistoria de vida.

6. A DIMENSÃO TÉCNICA DAINTERVENÇÃO PROFISSIONAL

Quais os aspectos que integram a dimensãotécnica da intervenção profissional?

CONHECIMENTO DO TERRITÓRIO

• Quem são os usuários?

• Demandas => intervenção imediata, mediatae a longo prazo;

• Identificação => potencialidades xvulnerabilidades

PLANEJAMENTO DO TRABALHO

• Organização do trabalho em equipe;

• Definição de tarefas => quem vai fazer oquê? Quando? Aonde? Como?

• Definição dos instrumentos, frequência deregistros e responsáveis;

• Definição de objetivos, metas, estratégias,recursos necessários para execução dosserviços;

• Realização de reuniões de e entre equipes;

• Definição de prioridades no território;

• Acompanhamento, cuidado no registro erepasse das informações;

REGISTRO DE INFORMAÇÕES

• Constitui-se como elemento fundamentalpara a gestão, no sentido de contribuir parao monitoramento, avaliação eaprimoramento das ações e serviços;

Guerra (2012) considera que, a dimensãotécnico-operativa, como a razão de ser daprofissão, remete às competências instrumentaispelas quais a profissão é reconhecida elegitimada. E é aqui que inserimos osinstrumentos e técnicas da intervençãoprofissional.

Segundo Trindade (2001, p.66), falar doinstrumental técnico-operativo é considerar “aarticulação entre instrumentos e técnicas, poisexpressam a conexão entre um elementoontológico do processo de trabalho (osinstrumentos de trabalho) e o seudesdobramento – qualitativamente diferenciado– ocorrido ao longo do desenvolvimento dasforças produtivas (as técnicas)”.

Por formar um conjunto dialeticamentearticulado com as técnicas, osinstrumentos são constantementeaprimorados por elas, diante da exigênciade adequação das transformações darealidade, visando o atendimento das maisdiversificadas necessidades sociais, que sãohistoricamente determinadas. Por isso, oinstrumental técnico-operativo possui umcaráter histórico sendo influenciado pelasrelações sociais postas na sociedade.

O ACOMPANHAMENTO

Deve ser realizado por meio de instrumentosque facilitem o armazenamento de dados dosusuários, dos atendimentos realizados, comotambém os encaminhamentos adotados.

INFORMAÇÕES PARA ACOMPANHAMENTO DAS FAMÍLIAS

A utilização de prontuários pela redesocioassistencial contribui para a coleta deinformações sobre as famílias mediante oregistro de questões como históricopessoal/familiar; eventos de violação dedireitos. Estes registros devem visar a qualificaro processo de acompanhamento das famílias

INFORMAÇÕES PARA MONITORAR AÇÕES

Todos os serviços socioassistenciais deverãomanter registros de frequência, permanência,atividades desenvolvidas, encaminhamento edesligamento. Estes registros são importantesfontes de informação para vigilânciasocioassistencial

Para refletir:

Será que devemos registrar o maior número deinformações possíveis ou somente aquelas queservirão como subsídios para a intervençãointerdisciplinar?

7. EDUCAÇÃO PERMANENTE NO SUAS.

Educação Permanente não se refere apenas aprocessos de educação formal. Em um sentidomais amplo, ela diz respeito à formação depessoas visando a dotá-las das ferramentascognitivas e operativas que as tornem capazes deconstruir suas próprias identidades, suascompreensões quanto aos contextos nos quaisestão inseridas e seus julgamentos quanto acondutas, procedimentos e meios de açãoapropriados aos diferentes contextos de vida ede trabalho e à resolução de problemas.

Nos marcos da NOB/RH/SUAS/2006, a aplicaçãodessa perspectiva político-pedagógica ao SUASencontra-se definida pelos seguintes tópicos:

a) A Educação Permanente é fundamentada naqualidade dos serviços, programas, projetos ebenefícios socioassistenciais;

b) Realiza-se de forma sistemática e continuada;sustentável; participativa; nacionalizada;descentralizada; avaliada e monitorada;

c) Produz, sistematiza e disseminaconhecimentos, direcionados aodesenvolvimento de competências e capacidadestécnicas e gerenciais, ao efetivo exercício docontrole social e do protagonismo dos usuários;

O QUE SE ESPERA...QUAIS OSEFEITOS...

Desenvolvimento da capacidade de escutaro sujeito em sofrimento frente as inúmerasformas materiais e subjetivas de viver asdificuldades do contexto em que seencontra inserida;

REFERÊNCIAS

http://cress-mg.org.br/publicacoes/Home/PDF/62

http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n120/05.pdf

http://cetrans.com.br/artigos/Nadja_Maria_Coda_dos_Santos.pdf