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- Departamento de Física dos Materiais e Mecânica -

Instituto de Física da Universidade de São Paulo

Estudo de nanomateriais luminescentes baseados em

íons terras raras dispersos em polímeros transparentes

para aplicações em células solares

1o Relatório Científico – PNPD-CAPES

Dr. Ivan Guide Nunes da Silva

Prof. Dr. Danilo Mustafa

São Paulo – 03/2018

Resumo

Pesquisas envolvendo materiais luminescentes contendo íons terras raras (TR) vêm

crescendo intensamente nas mais diversas áreas do conhecimento e da indústria devido à

grande variedade de aplicações apresentada por esses materiais, exemplo: marcadores

luminescentes, lasers, sensores de temperatura, biomedicina, eletroluminescência etc. Os

íons TR3+ são de fundamental importância nesses sistemas luminescentes por

apresentarem bandas de emissão extremamente finas com alta pureza de cor. Essa

peculiaridade deve-se ao fato que os elétrons 4fN encontram-se em uma subcamada

interna protegida da interação do campo ligante pelas subcamadas 5s25p6,

consequentemente, resultando em espectros de absorção e emissão de caráter atômico.

Este trabalho visa a preparação de polímeros transparentes contendo nanomateriais

luminescentes obtidos segundo o método dos bezenotricarboxilatos (BTC), utilizando

como precursores os complexos (composto de coordenação orgânico-inorgânico) de

[TR(TMA):Eu3+] (TR3+: Y, Gd e Lu). O ligante 1,3,5-benzenotricarboxílico (TMA)

apresenta propriedades térmicas favoráveis à preparação de nanomateriais estruturados.

O complexo [TR(TMA):Eu3+] foi calcinado em diferentes temperaturas, em atmosfera de

ar, resultando em TR2O3:Eu3+. Foram estudadas as propriedades estruturais e

fotoluminescentes das matrizes dopadas com íons TR3+, em diferentes temperaturas de

calcinação, do tamanho das partículas. Outra classe de luminóforos (compostos com

capacidade de emitir luz quando excitados) utilizados foram os complexos β-dicetonatos

de Európio e Térbio (ACAC - acetilacetonato, TTA - 2- tenoiltrifluoroacetonato e DBM

- dibenzoilmetano), esses complexos são solúveis em acetona, facilitando a dispersão nos

filmes poliméricos. Esses materiais foram dispersos, variando suas concentrações, em

filmes finos do polímero polimetilmetacrilato (PMMA).

Introdução

Segundo a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) os metais

terras raras (TR) compreendem os elementos da série do lantânio (La a Lu), incluindo-se

o escândio (Sc) e ítrio (Y), enquanto que o termo lantanídeos (Ln) é reservado aos

elementos do Cério (Ce) ao Lutécio (Lu) [1,2].

Compostos contendo íons TR3+ vêm desempenhando funções importantes em

diversas áreas do conhecimento do mundo moderno. Na última década, as pesquisas

envolvendo estes íons estão voltadas para o desenvolvimento das seguintes áreas: novos

luminóforos para iluminação [3], dispositivos eletroluminescentes de alta eficiência [4],

agente de contraste para ressonância magnética nuclear de imagem [5], sonda

luminescente para biomoléculas [6], sensores emissores de luz em fluoroimunoensaios

[7], imãs permanentes de alta intensidade [8], compostos com luminescência persistente

[9] e sensores de temperatura [10]. Muitas dessas aplicações devem-se à propriedade de

alguns compostos de coordenação contendo íons TR3+ apresentarem altas intensidades

luminescentes quando excitados na região do UV-Vis e, portanto, atuando como

Dispositivos Moleculares Conversores de Luz (DMCL).

O fenômeno da luminescência é caracterizado pela emissão de luz a partir de uma

espécie excitada – que pode ser uma molécula, íon ou partícula. Dependendo do tipo de

energia usada no processo de excitação este fenômeno recebe várias denominações

(fotoluminescência, quimiluminescência, eletroluminescência, bioluminescência etc.). A

fotoluminescência é o processo no qual a excitação do sistema ocorre por meio da

absorção de fótons.

Nos elementos lantanídeos (ex.: [Xe]4fN6s2 ou [Xe]4fN5d16s2), os elétrons 4f

encontram-se mais internos do que os elétrons 5d e 6s [11,12]. À medida que os elétrons

de valência são removidos a partir dos átomos neutros, os orbitais envolvidos são

estabilizados, ao passo que os orbitais 4f são significantemente os mais afetados. Os íons

TR3+ apresentam subcamadas completas 5s25p6 que se encontram mais externos do que

os orbitais 4f resultando na configuração [Xe]4fN, onde N varia de 1 – 14 (Ce3+ – Lu3+).

Dessa forma os elétrons 4f são blindados pelas subcamadas 5s e 5p e, portanto, sofrem

pequena influência do ambiente químico. Devido a essa menor influência do campo

ligante, as bandas atribuídas de absorção e emissão oriundas das transições

intraconfiguracionais 4f apresentam caráter atômico [13]. Estas características

espectroscópicas facilitam a interpretação dos dados experimentais a partir de seus

espectros de absorção e emissão, e gerando cores de elevada pureza [2].

Dentre os íons TR3+ que apresentam luminescência no visível, os mais estudados

são aqueles que contêm os íons Sm3+, Eu3+ e Tb3+, que emitem luz alaranjada, vermelha

e verde, respectivamente, por apresentarem maior intensidade luminescente devido às

estruturas dos seus níveis de energia. Deve-se considerar, também, que existem outros

íons TR3+ que podem emitir em outras regiões espectrais, tais como: Dy3+ (amarelo),

Tm3+ (azul) além Yb3+, Nd3+ e Er3+ (infravermelho próximo).

Uma das principais vantagens de estudar fósforos contendo íons Eu3+ são as suas

propriedades espectroscópicas únicas. Observa-se que seu principal estado emissor 5D0 é

não-degenerado, consequentemente, os picos de emissão das transições 5D0→7FJ (onde J:

0 – 6) desdobram-se no máximo em (2J+1)‒componentes, conferindo um caráter de sonda

espectroscópica local. Esta característica proporciona uma análise útil para obter

informações sobre a simetria ao redor do íon metálico, dado que juntamente com outras

técnicas, como a difração de raios-X – método do pó, corrobora a determinação estrutural

pontual [14,15]. Ademais, a transição 5D0→7F1 é permitida por dipolo magnético,

tornando-a insensível ao ambiente químico que será utilizada como uma referência,

tornando possível os cálculos dos parâmetros de intensidade experimental () e da

eficiência quântica () do nível emissor 5D0.

Na maioria das aplicações envolvendo TR3+ há a necessidade de incorporar esses

íons a matrizes absorvedoras ou simplesmente utilizada como suporte para seus

complexos, como é o caso das matrizes poliméricas. Polímeros se caracterizam por

apresentarem um grande número de repetições de uma ou mais unidades básicas,

também chamadas de monômeros, unidas através de ligações covalentes [16,17]. Assim

todos os polímeros são macromoléculas, suas massas moleculares variam usualmente de

104 e 108 g/mol. Os polímeros podem ser de origem natural (celulose, amido etc.) ou

sintética (poliestireno, polietileno, Nylon etc.). As características dos polímeros estão

intimamente ligadas aos tipos de monômeros utilizados, grau de polimerização (tamanho

da cadeia), aos tipos de ligações covalentes que eles apresentam, as interações entre as

cadeias, assim como o grau de cristalinidade/amorficidade do material final [16,17].

No caso de polímeros amorfos as cadeias poliméricas estão dispostas de maneira

aleatória, estes materiais possuem fluidez parcial quando acima de seu ponto de transição

vítreo, devido a capacidade das cadeias de moverem-se através da massa polimérica e

possuem ampla faixa de amolecimento, boa resistência ao impacto e baixa contração

térmica [18]. Já polímeros considerados cristalinos ou semicristalinos possuem

regularidade ao longo da massa poliméricas ou pelo menos nas regiões de alta

cristalinidade, devido majoritariamente as interações entre os radicais da cadeia

polimérica, estes são mais rígidos em temperaturas elevadas, possuem elevada alta

dureza, resistência a quebras por esforços ambientais e maior resistência à fluência em

relação aos polímeros amorfos [18]. O polímero PMMA apresenta a estrutura mostrada

na Figura 1.

Para o uso de polímeros em aplicações ópticas uma das principais características

desejadas é que este seja transparente na região utilizada, no caso visível e UV. Caso o

polímero possua absorção na região do UV e possa transferir eficientemente para os

fósforos este efeito pode ser utilizado para aumentar a eficiência luminescente do

sistema, como por exemplo, melhoras a absorção do espectro solar na região útil para

células solares.

Figura 1. Fórmula estrutural do monômero metil metacrilato e unidade de repetição do

polímero PMMA.

Em um momento de escassez de recursos hídricos (consumo humano e geração de

energia hidrelétrica) e preocupações com aquecimento global e suas consequências nas

diferentes regiões do planeta a utilização eficiente de recursos energéticos e sua

diversificação para as necessidades locais é vital. Embora haja grandes esforços na área

da economia energética (como troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes e no

momento por iluminação de estado sólido, LEDs) [19–21] também é necessário aumentar

a geração de energia por meio menos poluentes. Neste campo, painéis solares ganham

relevância principalmente em países com elevada radiância solar média (W/m²), como o

Brasil. Ainda há grandes desafios a serem superados para substituir totalmente as fontes

de energia fósseis para as renováveis. Dentro deste cenário faz-se necessário um melhor

entendimento dos processos de luminescência e eficiência dos fósforos em sistemas

sólido-sólido para um ganho de eficiência em células fotovoltaicas [22–24].

O O

n

O O

O maior problema encontrado pelo setor de energia solar é a baixa eficiência dos

painéis, elevando o custo por GWh desta fonte renovável de energia. Isso deve-se ao

baixo rendimento intrínseco dos sistemas fotovoltaicos de silício. Como alternativa, há

um esforço da comunidade científica no estudo de materiais baseados em íons terras raras

(TR) para suprir essa baixa eficiência apresentada pelas células solares atuais. Tais íons

apresentam níveis energéticos favoráveis a absorção e reemissão em comprimentos de

onda mais apropriados.

Células solares também conhecidas como fotovoltaicas são formadas por materiais

semicondutores de tal forma que quando sofrem irradiação por luz são capazes de

convertê-la em energia elétrica. Nesses sistemas forma-se um par eléctron/buraco quando

ocorre a absorção de um fóton de energia maior que o gap do material semicondutor. O

maior desafio está na baixa eficiência (~15 %) das células de silício (as mais utilizadas e

que apresentam o melhor custo benefício). Essa baixa eficiência está associada à presença

de alguns mecanismos intrínsecos de perda. Os dois processos mais importantes de perda

são: relaxação de portadores de cargas criados a partir da absorção de fótons de alta

energia, conhecido como termalização (processo 1) e a transparência do silício de fótons

com energia inferior ao do band-gap (processo 2) (Figura 2).

Figura 2. Processos de perda em células solares de junção p-n [25,26].

A Figura 3 mostra uma reprodução do espectro da luz solar na superfície terrestre.

A radiação representada na figura é dividida em três regiões, região do ultravioleta-UV

(com comprimentos de onda abaixo de 400 nm, com radiância de aproximadamente

149W/m2), uma na região do infravermelho (com comprimentos de onda acima de 700

nm, ~164 W/m2) sendo finalmente a região verde a fração da energia solar efetivamente

pode ser absorvida pelas camadas de silício cristalino (c-Si), ~468 W/m2.

Para um melhor aproveitamento dessas regiões onde não há absorção ou o processo

não é eficiente são importantes dispositivos moleculares conversores de luz (DMCL) e

sistemas com up e down-conversion que absorvam nas regiões do ultravioleta e

infravermelho e convertam em comprimentos de onda utilizáveis. Também podem ser

usados compostos com persistência luminescente para possibilitar o fornecimento de

energia mesmo após cessada a irradiação solar.

Figura 3. Espectro solar incidente no nível do mar mostrando as regiões disponíveis para

os processos de up e down-conversion e para a absorção pelas células de c-Si [25].

Atualmente as células colares são construídas com lâminas de vidro como proteção

entre os semicondutores e o ambiente externo. Essa camada de vidro já está sendo

substituída por placas de PMMA em alguns casos, que apresentam elevada transparência

no visível (~95 %) [27]. A facilidade de processamento do PMMA, menor demanda

energética para produção, espessura menor e possibilidades de dopagem podem ser

utilizadas para elevação da eficiência das células solares, como desvantagens o custo

maior e durabilidade inferior de placas de PMMA em relação a lâminas de vidro.

Figura 4. Esquema de empacotamento de células solares comerciais. A camada de vidro

pode ser substituída por fina placa de PMMA.

A maioria dos materiais luminescentes contendo matrizes inorgânicos apresentam

elevada absorção de energia oriunda da transição de transferência de carga ligante→metal

(LMTC). Esta absorção ocorre em regiões de alta energia (200 a 350 nm), onde as células

fotovoltaicas de c-Si são pouco eficientes assim possibilitando a elevação do rendimento

total com emissão no visível [2,28].

A dispersão dos fósforos em sistemas poliméricos possibilita a introdução de

propriedades físicas impossíveis para os óxidos, como processabilidade e plasticidade,

além de protegê-los do ambiente externo, especialmente da umidade, que diminui

consideravelmente a vida útil destes materiais. Essa estratégia poderia ser utilizada para

a obtenção de energia fotovoltaica horas após o pôr do sol além da possibilidade de

tunning de cor de emissão, permitindo adaptação a região de maior eficiência nas células

solares. Também vale destacar que sistemas contendo mais de um centro emissor podem

ser utilizados para a obtenção de emissores multicolor, direcionando sua utilização para

aplicação mais específicas (Figura 5) [29].

Figura 5. Diagrama de cromaticidade do sistema de polímero de PMMA dopado

com Eu(tta)3 e Tb(acac)3, em diferentes comprimentos de onda de excitação (esquerda) e

diagrama de energias parciais do sistema representando os processos que geram a cor de

emissão (direita) [29].

Resumo das atividades

Este relatório apresenta os dados experimentais e as discussões dos resultados

obtidos durante os primeiros nove meses do trabalho de pós-doutorado inicialmente

proposto de acordo com o cronograma da Tabela 1. A preparação dos materiais

nanoestruturados luminescentes TR2O3:Eu3+ foi baseada no método dos

benzencarboxilatos. Devido à baixa temperatura de decomposição desses complexos, é

possível a preparação de diferentes óxidos metálicos utilizando esses complexos como

precursores. Dessa maneira, foi possível obter os óxidos Y2O3:Eu3+, Gd2O3:Eu3+ e

Lu2O3:Eu3+, variando a temperatura de calcinação dos complexos e consequentemente

obtendo materiais com diferentes tamanhos de cristalito. Além dos óxidos, foram

utilizados os complexos β-dicetonatos [Tb(ACAC)3], [Eu(DBM)3] e [Eu(TTA)3] como

material luminescente para a dispersão nos polímeros, já que o PMMA e os complexos

são solúveis em cetona (propanona). Usando polímeros é possível proteger estes fósforos

do ambiente externo (umidade, vento, oxidação etc.), permitindo grande gama de

aplicações, e também estudar o efeito do índice de refração dos sistemas poliméricos

dopados com os materiais luminescentes. Por fim, tanto os óxidos quanto os complexos

β-dicetonatos foram dispersos e polimetil-metacrilato (PMMA) com o objetivo de formar

filmes finos contendo as partículas luminescentes no material polimérico.

Tabela 1. Cronograma de execução proposto para o desenvolvimento do projeto de

pesquisa aprovado.

Etapas Semestres

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Revisão bibliográfica X X X X

Preparação e caracterização dos materiais com

luminescência no visível X X X

Adaptação do aparato experimental de

luminescência presente no DFMT X

Preparação e caracterização dos materiais com

luminescência no IR X X X

Estudo espectroscópico dos sistemas com

luminescência no visível X X X X

Estudo espectroscópico dos sistemas com

luminescência no IR X X X X X

Aplicação nas células fotovoltaicas de Si X X X X X

Aplicação nas células fotovoltaicas de GaAs X X X X X

Participação em eventos científicos X X X X X

A aplicação dos filmes poliméricos dopados luminescentes em células fotovoltaicas

de Silício foi iniciada e alguns dados preliminares promissores foram obtidos.

Metodologia

Nas últimas décadas, um grande número de técnicas tem sido desenvolvidas ou

adaptadas para a preparação de materiais luminescentes como os métodos cerâmico, de

precipitação, Sol-Gel, combustão e Pechini. Normalmente, as novas técnicas buscam

reações que ocorram preferencialmente em temperaturas reduzidas e com dispersão

homogênea dos materiais precursores. Com base nesses aspectos, diferentes métodos

foram desenvolvidos.

A reação em estado sólido mais antiga utilizada para preparar materiais inorgânicos

é o método cerâmico. Consiste na mistura física dos reagentes na forma de pó, trituração

e sinterização por longos períodos em temperaturas elevadas (1000-1700ºC) devido à

natureza refratária dos precursores óxidos, o que torna o método lento, trabalhoso e

custoso, proporcionando a formação de partículas/cristalito de tamanho médio elevado.

Este método apresenta desvantagens como dificuldade no monitoramento do progresso

da reação e difícil controle de homogeneidade do produto. Outros métodos se

desenvolveram com o objetivo de contornar as dificuldades citadas [30,31].

Preparação dos Complexos

Ligante TMA

O método dos bezenotricarboxilatos [28] possui várias das características

desejadas, como baixa temperatura de formação dos óxidos, homogeneidade do precursor

e produto final, formação de produto em escala nanométrica além de controle e

reprodutibilidade. Possui semelhanças com o método Pechini, ambos utilizam um ácido

tricarboxílico como agente complexante. No caso do método Pechini o ácido cítrico sofre

policondensação com etilinoglicol, já com nos ligante H3TMA (ácido 1,3,5-

benzenotricarboxílico) os complexos formam rede polimérica inorgânica sólida,

eliminando a etapa de policondensação [30,31].

Primeiramente, foi preparada uma solução aquosa do ligante TMA. Entretanto, foi

adicionada a base NaOH (1 M) para a total solubilização e desprotonação, uma vez que

se partiu do H3TMA, o que ocorreu em pH próximo de 4; em seguida, o pH foi ajustado

a até o valor de, aproximadamente, 6.

A obtenção dos cloretos de terras raras ocorre com a digestão de uma suspensão

aquosa dos respectivos óxidos, TR2O3 e Tb4O7 por meio da adição de ácido clorídrico

concentrado até que uma quantidade mínima de óxido permaneça em suspensão e o pH

do meio atinja aproximadamente 6, sob aquecimento de ≈80 °C. A suspensão é filtrada,

sendo a solução-mãe colocada em banho-maria até sua evaporação completa, obtendo-se

o precipitado final TRCl3ˑ6(H2O) que é seco a pressão reduzida e armazenado em

dissecador.

Para a preparação dos complexos a solução de TRCl3 foi gotejada sobre a solução

de ligante já em ebulição e sob agitação, na proporção molar de 1:1, com precipitação

instantânea. O sistema foi mantido por aproximadamente 2 horas e, após esse período, o

precipitado foi filtrado a vácuo e lavado com água destilada a 100o C para retirada do

excesso de íons cloreto.

Foram preparados compostos dopados utilizando os complexos [TR(TMA)] (TR3+:

Y, Gd e Lu) como matriz e o íon Eu3+ como ativador luminescente. Este método consistiu

nas misturas das soluções de TR3+, em diferentes razões, seguidas do gotejamento destas

soluções na solução aquosa do ligante TMA. Na preparação das matrizes de terras raras

foram utilizados os complexos precursores com taxa de aquecimento de 5 °C por minuto,

até a temperatura 500–700 °C com o intuito de produzir materiais com tamanho de

cristalito de 6 a 23 nm, produzindo o sistema de TR2O3:Eu3+ [28].

Ligantes β-dicetonatos

Na Figura 6 podem ser visualizadas as estruturas dos β-dicetonatos na sua fórmula

geral, e dos ligantes acetilacetonato (HACAC), dibenzoilmetano (HDBM) e 2-

tenoiltrifluoroacetonato (HTTA). Há dois hidrogênios no carbono entre as duas

carbonilas, devido ao efeito indutivo retirador de elétrons um desses hidrogênios pode ser

retirado, deixando uma carga negativa que é distribuída entre as carbonilas e aumentando

a coordenação com íons metálicos [2].

Figura 6. Estrutura de alguns β-dicetonatos.

Os complexos β-dicetonatos foram sintetizados utilizando proporção de 3:1

(ligante:TR3+) em meio metanólico. Primeiramente o ligante é dissolvido em metanol

sobre aquecimento e agitação, quando totalmente dissolvido é acrescida quantidade

equimolar de solução de NaOH. Para a preparação dos complexos, a solução de TRCl3

foi gotejada sobre a solução de ligante à 60 ºC. O sistema é mantido em por

aproximadamente 1 h, após esse período é acrescido 100 mL de água destilada, causando

a precipitação, e mantida sob aquecimento por mais 30 minutos. Ao final da reação o

produto é centrifugado três vezes com lavagens com água destilada e mantido em forno

a 60 ºC até a secagem.

OO

R2

OO

R1

OO

O

CF3

S

O

Fórmula GeralACAC TTA

DBM

Preparação dos filmes poliméricos

Os filmes poliméricos foram preparados dissolvendo o PMMA em acetona [32,33]

seguido da dispersão dos materiais luminescentes. O excesso de solvente é eliminados

em uma etapa de pré-evaporação e a solução resultante, colocada em uma forma de

silicone (“método do derramamento”) para finalização do processo de evaporação e a

obtenção dos filmes finos [29,34,35]. Os primeiros filmes foram obtidos utilizando os

óxidos TR2O3:Eu3+ (1,0 mol%) (TR3+: Y, Gd e Lu) calcinados a 700°C com diferentes

proporções em massa (1,0; 5,0 e 10 mol%) e os complexos [Tb(ACAC)3], [Eu(DBM)3] e

[EuTTA3] (1,0 mol% em massa), como os complexos são solúveis em cetona, eles foram

dissolvidos juntamente com o polímero, seguindo o mesmo procedimento de formação

dos filmes.

Resultados e Discussão

Espectroscopia de Absorção no Infravermelho

Os espectros de absorção no infravermelho mostrados na figura 3 são referentes aos

óxidos de TR trivalentes para as três matrizes, TR2O3:Eu3+ (1,0 mol%) (TR3+: Y, Gd e

Lu), com as temperaturas de calcinação variando de 500 a 1000 °C. A banda de absorção

centrada em 3400 cm-1 é atribuída a vibração de O-H superficial. Os picos centrados em

1630, 1515 e 1395 cm-1 devem-se ao estiramento do grupo CO32−, verifica-se que há

diminuição na banda de carbonato com a elevação da temperatura de calcinação dos

materiais. Já as bandas de 460 e 560 cm-1 são atribuídas a vibração característica O−TR3+,

neste caso verifica-se que há uma intensificação desta banda até a temperatura de

calcinação de 700°C e que em temperaturas superiores se mantém com aproximadamente

a mesma intensidade. É possível verificar o desaparecimento das bandas correspondentes

à parte orgânica do ligante indicando sua a total decomposição. Os espetros de absorção

das matrizes apresentam caráter semelhantes demonstrando a reprodutibilidade do

método os benzenotricarboxilatos.

Figura 7: Espectros de absorção no infravermelho referentes a matriz de Y3+.

No caso dos complexos luminescentes (Figura 8), a banda centrada em 3400 cm-

1 apresentam diferentes intensidades, que está relacionada com a hidratação dos

complexos [Tb(ACAC)3ˑ3(H2O)], [EuTTA3ˑ2(H2O)] e [Eu(DBM)3ˑ(H2O)]. A interação

dos aníons β-dicetonatos com os cátions TR3+ está representada nas frequências de

estiramento νs(C=O) (~1600 cm−1), νas(C=O) (~1400 cm−1), νs(C=C) (1530 cm−1) e ν(O–

500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000

Tra

nsm

itância

/ %

Número de Onda / cm-1

nC-H

500

600

700nOH-nCO2-

3nTR-O

800

900

1 h @ 1000 oC

Y(TMA):Eu3+ (1,0 mol%)

Y2O3:Eu3+ (1,0 mol%)

TR3+)(~ 450 cm−1). Os modos vibracionais das carbonilas e dupla ligação entre carbonos,

sugerem o caráter de ligação dupla C=C no anel quelante dos β-dicetonatos é

relativamente fraca (efeito de distribuição da carga negativa) [36]. No caso do complexo

[Eu(TTA)3] também estão presentes bandas características do heteroanel de cinco

membros com a presença de Enxofre em aproximadamente 1515, 1415 e 1085 cm-1, além

de estiramentos C–F na região de 1400 a 900 cm-1.

Figure 8: Espectros de absorção no infravermelho dos complexos β-dicetonatos.

Termogravimetria

Nos materiais [TR(TMA)], observa-se um único patamar no intervalo de

temperatura de 30 a 450 °C, com exceção do complexo de Gd3+ com 5,0 mol% de

dopagem [37]. No intervalo de 450 a 600 °C existe apenas um evento, referente à

decomposição da parte do ligante orgânica dos complexos. Nota-se também um patamar

de temperatura no intervalo de 600 a 900 °C evidenciando a formação dos seus

500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000

Inte

nsid

ade / U

nid

. A

rb.

Número de Onda / cm-1

[Eu(TTA)3×2(H2O)]

[Eu(DBM)3×(H2O)]

[Tb(ACAC)3×3(H2O)]

respectivos óxidos de terras raras (TR2O3). Os perfis das análises termogravimétricas

mostram boa estabilidade térmica dos complexos até ~ 450 °C.

Para os complexos [TR(TMA):Eu3+ (x mol%)] (Figura 9), o ponto de inflexão,

verificado através da derivada das curvas termogravimétricas, mostram que o aumento da

dopagem de íons Eu3+ desestabiliza a matriz. Isto é evidenciado pela redução da

temperatura de decomposição do complexo [TR(TMA):Eu3+ (5,0 mol%)] em relação aos

não-dopados.

Figura 9: Curvas termogravimétricas dos complexos [TR(TMA)] e [TR(TMA):Eu3+ (5,0

mol%)] (TR3+: Y, Gd e Lu).

100 200 300 400 500 600 700

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

[Y(TMA):Eu3+(5.0 mol%)]

[Gd(TMA)×6(H2O):Eu3+(5.0 mol%)]

[Lu(TMA):Eu3+(5.0 mol%)]

TG

DTG

TR2O3

Ar Sintético, 5 oC min-1

50 cm3 min-1, 5 mg

Ma

ssa

/ %

Temperatura / °C

100 200 300 400 500 600 700

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

TG

DTG

TR2O3

Ar Sintético, 5 oC min-1

50 cm3 min-1, 5 mg

[Y(TMA)

[Gd(TMA)]

[Lu(TMA)]

Ma

ssa

/ %

Temperatura / °C

Para o sistema com porcentagem de dopagem muito baixa ([YTMA:Eu3+ 0,1

mol%]), a temperatura decomposição é semelhante à do complexo não dopado, em torno

de 550°C. Enquanto que o complexo dopado com 5,0 mol% do íon Eu3+ apresenta uma

menor temperatura de decomposição (~ 520°C). Efeito semelhante é observado para os

sistemas de Lu3+ e Gd3+.

Vale ressaltar que que na temperatura de 500 °C a curva termogravimétrica (5

°C/min) indica que não haveria a total decomposição da parte orgânica do complexo, mas

este é mantido nesta temperatura pelo período da 1 h demonstrando uma dependência

cinética que leva a total decomposição da parte orgânica.

A curva de decomposição do polímero PMMA apresenta apenas um evento

referente a sua decomposição (270‒400 ºC) (Figura 10). A inclusão dos complexos β-

dicetonatos acrescentam um evento de perda de moléculas de água em aproximadamente

120 ºC ([Tb(ACAC)3]) e outro referente a decomposição do ligante TTA em 290 ºC

([Eu(TTA)3]). Neste caso, a temperatura do ponto de inflexão da decomposição do

polímero aumenta de 10-20 ºC após o processo de dopagem (1,0 % em massa).

Figura 10: Curvas termogravimétricas dos filmes de PMMA dopados com

complexos β-dicetonatos.

100 200 300 400 500-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

Massa / %

Temperatura / °C

PMMA

PMMA-[Tb(ACAC)3] 1,0 %

PMMA-[Eu(TTA)3] 1,0 %

TG

DTGAr Sintético, 5 oC min-1

50 cm3 min-1, 5 mg

Difratometria de Raios-X

Os difratogramas dos luminóforos TR2O3:Eu3+ (TR3+: Y, Gd e Lu) apresentam

similaridade estrutural para todos os óxidos formados. As amostras exibem maior grau de

cristalinidade com o aumento da temperatura de calcinação e são compatíveis com a

estrutura cúbica pertencente ao grupo espacial Ia-3 [31] (Figura 11). Os parâmetros de

rede foram calculados diretamente da lei de Bragg e o tamanho do cristalito através da

equação de Scherrer (Eq. 1) [31] onde D é o tamanho médio de cristalito, λ é o

comprimento de onda do raio-X, β a largura a meia altura da reflexão e θ relaciona com

o ângulo medido. O alargamento das reflexões atribuídas ao difratômetro foi subtraído da

largura a meia altura da amostra βs usando a largura a meia altura da reflexão do silício

monocristalino como referência βr (Eq. 2).

D = 0.9λ

βcosθ (1)

β2 = βs2 − βr

2 (2)

O tamanho de aresta está de acordo com o descrito na literatura com elevação

esperada devido ao aumento do raio iônico dos TR3+ (Gd > Y > Lu). A ausência de picos

não referentes à matriz formada indica a ausência de impurezas assim como a formação

de solução sólida entre a TR3+ da matriz e os íons Eu3+, que se encontra de forma

substucional no material, fato devido a semelhança química encontrada dentro do grupo

dos lantanídeos.

A Figura 12 mostra que o tamanho de cristalito varia de 6 a 114 nm, sendo menores

durante toda a séria para Lu2O3:Eu3+ e maiores no caso de Gd2O3:Eu3+. Como esperado,

o tamanho do cristalito aumenta com a elevação da temperatura de calcinação do material

em todos os sistemas.

Figura 11: Difratogramas de raios-X da matriz Y2O3:Eu3+ (1,0 mol%).

Figura 12: Tamanho do cristalito em diferentes temperaturas de calcinação.

500 600 700 800 900 10000

20

40

60

80

100

120

Ta

ma

nh

o d

o C

rista

lito

/ Å

Temperatura de Calcinação / oC

Gd

Y

Lu

TR2O3:Eu3+ (1,0 %)

Calcinado por 1h

20 30 40 50 60

: 1.5406 Å (CuKa)

(6 2

2)

(4 4

0)

(4 0

0)

(2 1

1)

x1.5

x2

500

600

700

800

900

Inte

nsid

ade / U

nid

. A

rb.

2q / Graus

Y2O3:Eu3+ (1,0 mol%)1 h @ 1000 °C

x7

(2 2

2)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Os difratogramas de raios-X dos complexos β-dicetonatos estão muito bem

documentados na literatura e dessa forma não são apresentados neste relatório [2,6,38].

Com exceção do alargamento dos picos de difração, nenhuma outra modificação é

apresentada nos difratogramas dos filmes poliméricos para as diferentes concentrações

de dopantes. (Figura 13).

10 20 30 40 50 60 70 80 90

[Eu(DBM)3]

[Eu(TTA)3]

[Tb(ACAC)3]

Não DopadoInte

nsid

ade N

orm

aliz

ada / U

nid

. A

rb.

2q / Graus

Filmes de PMMA - 0,010 g/cm2

Dopagem de 1 % em massa

Figura 13: Difratogramas de raios-X da matriz polimérica PMMA e após dopagem com

ligantes β-dicetonatos (1,0 % em massa).

Estudo das propriedades luminescentes

Os espectros de excitação dos fósforos TR2O3:Eu3+ (x mol%) foram obtidos a

300K no intervalo de 200 a 590 nm com emissão monitorada em 613 nm. Os espectros

apresentam picos de emissão finos atribuídos as transições interconfiguracionais 4f do

íon Eu3+, com exceção do material com matriz de Gd3+ que apresenta picos das transições

intraconfiguracionais deste íon 8S7/2→6P7/2 (~31970 cm-1), 8S7/2→

6P5/2 (~32530 cm-1)

and 8S7/2→6P3/2 (~33100 cm-1). Não houve alterações no perfil espectral para os

espectros de excitação e emissão nas diferentes temperaturas de calcinação (Figura 14).

A banda larga centrada em 260 nm está associada a transição de transferência de

carga (LMCT) O2-→Eu3+. Os espectros de emissão foram normalizados em função da

transição 7F0→5D2 e é possível verificar que a matriz de Gd3+ apresenta maior

intensidade da banda LMCT em relação as transições intraconfiguracionais do íon Eu3+

[2,37].

Figura 14: Espectros de excitação e emissão 300K dos compostos Y2O3:Eu3+ (1,0 mol%),

calcinados a diferentes temperaturas.

Já os espectros de emissão demonstram que o desdobramento das transições

intraconfiguracionais do íon Eu3+ está acima da regra de Stark (2J + 1), isso se deve a

presença de dois sítios de simetria que contém o Eu3+, sítios C2 e S6 (Figuras 14 e 15).

Vale ressaltar que o sítio S6 possui centro de simetria e que a transição 5D0→7F2, que é

permitida por dipolo elétrico forçado, fica impedida desta forma.

200 300 400 500

500

600

700

800

900

Inte

nsid

ad

e /

Un

id.

Arb

.

Comprimento de Onda / nm

1h @ 1000 oCY2O3:Eu3+ (1,0 mol%)

em.: 613 nm, 300 K

400 500 600 700

500

600

700

800

900

exc.: 260 nm, 300 K

Y2O3:Eu3+ (1,0 mol%)

1h @ 1000 oCIn

tensid

ade / U

nid

. A

rb.

Comprimento de Onda / nm

Figura 15: Espectros de excitação e emissão 300K dos compostos TR2O3:Eu3+ (1,0

mol%), calcinados 700 °C.

Quando os materiais TR2O3:Eu3+ foram dispersos em filmes finos de polímero

PMMA (0,010 g cm-2 de PMMA) em proporções de massa 1,0, 5,0 ou 10 % (razão

TR2O3:Eu3+/PMMA) houve elevação da intensidade relativa da banda LMCT O2-→Eu3+

conjuntamente com o alargamento das bandas intraconfiguracionais 4f. Na Figura 16, são

mostrados os dados exclusivamente para o sistema Y2O3:Eu3+, mas resultados

semelhantes foram obtidos para Gd2O3:Eu3+ e Lu2O3:Eu3+.

200 300 400 500

528 536580 585

5D0

7F0®5D1

7F0®5D0

8S7/2®

5HJ

5FJ

5IJ

7F0®2S+1LJ

6P1/2-7/2

LMCT

3P0

7F1®5D0

5D1

5D3

5D4

5G2-6

5L6-10

5D2

Y

Gd

Lu

(O2-®Eu3+)

6I7/2-17/2

C2

C2

C2

* *

TR2O3:Eu3+ (1,0 mol%) @ 700 °C

em: 613 nm, 300 KExcitação

Inte

nsid

ade / U

nid

. A

rb.

Comprimento de Onda / nm400 500 600 700

500 550

5D0®

5D2®7FJ

32

650 700

5D3®5D1®

5D2® Gd

Lu

Y

5D0®

7F2

580 590 600

S6

C2

C2

S6

5D0®7F1

C2(7

F0) C2

7F37F4

7F07F1

exc: 260 nm, 300 KEmissão

TR2O3:Eu3+ (1,0 mol%) @ 700 °C

5D1®7FJ

0

1

2 3

7F37F4

J: 0 1

Inte

nsid

ade / U

nid

. A

rb.

Comprimento de Onda / nm

Figura 16: Espectros de excitação e emissão à 300K dos compostos Y2O3:Eu3+ (1,0

mol%), calcinados 700 °C dopados em filme fino de PMMA (0,010 g/cm2).

Os espectros de excitação dos complexos β-dicetonatos, com emissão

monitorada no íon TR3+, são similares aos encontrados na literatura (Figura 17). As

bandas largas são referentes a transição singleto (S0→Sn) dos ligantes, com máximos em

322 ([Tb(ACAC)3]), 370 ([Eu(TTA)3]) e 395 nm ([Eu(DBM)3]). A alta intensidade das

bandas singleto comparadas com as bandas fina (4f intraconfiguracionais dos íons TR3+)

demonstram uma excelente transferência Ligante→TR3+. A dispersão na matriz

polimérica provoca o aparecimento de banda em aproximadamente 280-290 nm,

referente ao polímero PMMA.

200 300 400 500

5,0

1,0

10

Y2O3:Eu3+ (1,0 mol%) 700 °C - PMMA 1 % massa

em: 613 nm, 300 K

ExcitaçãoIn

ten

sid

ad

e /

Un

id.

Arb

.

Comprimento de Onda / nm

5HJ

5FJ

5IJ

7F0®2S+1LJ

LMCT

3P0

5D15D3

5D4

5G2-6

5L6-10

5D2

(O2-®Eu3+)

400 500 600 700

Y2O3:Eu3+ (1,0 mol%) 700 °C - PMMA 1 % massa

5D3®5D1®

5D2®5D0®

7F2

7F37F4

7F07F1

Inte

nsid

ad

e /

Un

id.

Arb

.

Comprimento de Onda / nm

em: 260 nm, 300 K

Emissão

5,0

1,0

10

Figura 17: Espectros de excitação e emissão à 300K dos compostos [Tb(ACAC)3],

[Eu(TTA)3] e [Eu(DBM)3].

Figura 18: Espectros de excitação e emissão à 300K dos compostos [Tb(ACAC)3],

[Eu(TTA)3] e [Eu(DBM)3], dopados (1,0 % em massa) em filme fino de PMMA (0,010

g/cm2).

250 300 350 400 450 500

[Eu(TTA)3]

[Eu(DBM)3]

Inte

nsid

ad

e N

orm

aliz

ad

a / U

nid

. A

rb.

Comprimento de Onda / nm

[Tb(ACAC)3]

450 500 550 600 650 700 750In

ten

sid

ad

e N

orm

aliz

ad

a /

Un

id.

Arb

.

Comprimento de Onda / nm

[Eu(TTA)3]

[Eu(DBM)3]

[Tb(ACAC)3]

250 300 350 400 450 500

Filmes de PMMA - 0,010 g/cm2

Dopagem de 1 % em massa

[Eu(TTA)3]

[Eu(DBM)3]

Inte

nsid

ade N

orm

aliz

ada / U

nid

. A

rb.

Comprimento de Onda / nm

[Tb(ACAC)3]

450 500 550 600 650 700 750

Filmes de PMMA - 0,010 g/cm2

Dopagem de 1 % em massa

Inte

nsid

ade N

orm

aliz

ada / U

nid

. A

rb.

Comprimento de Onda / nm

[Eu(TTA)3]

[Eu(DBM)3]

[Tb(ACAC)3]

Os espectros de emissão são dominados pelas emissões dos íons Tb3+ (5D4→7FJ)

e Eu3+ (5D0→7FJ) (Figura 17). A ausência de bandas largas demonstra a excelente

transferência de energia Ligante→TR3+. Após a dopagem no polímero PMMA o perfil

espectral sofreu pequena modificação com alargamento e diminuição da definição das

bandas de emissão e excitação (Figura 18).

Parâmetros de intensidade experimental

A determinação dos parâmetros de intensidade foi feita a partir dos dados

experimentais dos coeficientes de emissão espontânea (Aij) de algumas transições 4f→4f

para os materiais contendo íons Eu3+ [39]. A partir dos espectros de excitação e emissão

serão obtidas informações sobre os processos de transferência de energia da banda de

transferência de carga e as potencialidades dos íons TR3+ como centros emissores de luz.

A intensidade de luminescência, I, das transições 5D0→7FJ (J: 0, 1, 2, 3 e 4) do íon Eu3+,

usado como sonda espectroscópica, pode ser expressa pela Eq. 3:

I0→J = ℏω0⟶JA0→JN0 (3)

onde A0→J é o coeficiente de emissão espontânea de Einstein e S0→J é a superfície da

curva de emissão correspondente a transição 5D0→7FJ e N0 é a população de níveis

excitados (5D0). Na determinação experimental dos coeficientes A0→J a transição de

dipolo magnético 5D0→7F1 será tomada como referência interna uma vez que sua

intensidade é praticamente insensível ao ambiente químico em torno do íon Eu3+ (A0→1

50 s–1), enquanto que as transições 5D0→7F2,4 são governadas pelo mecanismo de

dipolo elétrico forçado. Os coeficientes (A0→J) são dados por (Eq. 4):

A0⟶J = (σ0⟶1

S0⟶1) (

S0⟶J

σ0⟶J) A0⟶1 (4)

onde 0→J corresponde a energia do baricentro da transição 5D0→7FJ (cm–1). Desde que

existe uma relação direta entre as intensidades das transições 5D0→7F2 (hipersensível ao

ambiente químico) e 5D0→7F4 e seus respectivos elementos de matriz reduzidos U(2) e

U(4), os parâmetros de intensidades 2 e 4 serão determinados diretamente a partir dos

dados espectrais (emissão) dessas transições, de acordo com a expressão (Eq. 5):

Ωλ =3ℏc3A0⟶λ

4e2ω3χ⟨ F7λ|U(λ)

| D50⟩

2 (5)

onde é o fator de correção de campo local de Lorentz o qual está relacionado com o

índice de refração do meio pela expressão = n(n2+2)2/9 e são os quadrados

dos elementos de matriz duplamente reduzidos com valores 0,0032 e 0,0023 para = 2 e

4, respectivamente.

Vale a pena ressaltar que quando os materiais TR2O3:Eu3+ encontra-se na forma de

nanopartículas o índice de refração efetivo (neff) não é o mesmo que do material bulk [40–

44], neste caso é importante estudar a influência do índice de refração do meio que

envolve a partícula (ar, outra partícula, solvente etc.).

A taxa não-radiativa Anrad será determinada através da relação entre o tempo de

vida do nível emissor e a taxa de decaimento total, nradradtot AA

1A

, medido

experimentalmente, onde

®4,2,1J

J0rad AA . O tempo de vida do estado emissor é

calculado através de medidas experimentais das curvas de decaimento luminescente.

Com base nesses dados, a eficiência quântica do estado emissor 5D0 do íon európio ()

será determinada, de acordo com a relação (Eq. 6):

𝜂 =A𝑟𝑎𝑑

A𝑟𝑎𝑑+A𝑛𝑟𝑎𝑑 (6)

2

0

5)(7 DUF

A partir dos espectros de emissão e das medidas de tempo de vida da transição

5D0→7F2 foram calculados os parâmetros experimentais apresentados na Tabela 2. É

possível verificar que existe pouca variação nos parâmetros Ω2 e Ω4 demonstrando a

reprodutibilidade do método utilizado. Os valores encontrados de eficiência quântica

aumenta coma temperatura de calcinação até 700 °C para a matriz de Y2O3:Eu3+ (1,0

mol%).

Tabela 2: Parâmetros de intensidade experimental para os materiais TR2O3:Eu3+ (1,0

mol%).

A análise dos dados mostra uma diminuição das eficiências quânticas assim como

nos valores dos parâmetros de intensidade experimental (Ω2,4) todas as amostras quando

dispersas no polímero PMMA. Antes do processo de dispersão o material com maior

eficiência era o Y2O3:Eu3+ em todas as temperaturas de calcinação, seguido por

Gd2O3:Eu3+ e Lu2O3:Eu3+ após a incorporação o sistema mais eficiente continuou sendo

o Y2O3:Eu3+, seguido por Gd2O3:Eu3+ e Lu2O3:Eu3+. A proporção de massa dispersa na

matriz polimérica aparentemente não influenciou nos parâmetros obtidos, embora tenha

TR2O3:Eu3+ (1,0 %) Ω2/ Ω4/ Arad/ Anrad/ Atot/ τ/ η/

10-20cm2 10-20cm2 s-1 s-1 s-1 ms % Gd2O3:Eu3+

500 °C 15,1 2,9 541 163 704 1,42 77 600 °C 15,0 1,8 524 145 669 1,49 78 700 °C 13,6 1,3 476 225 701 1,43 68 800 °C 14,4 1,5 503 98 602 1,66 84 900 °C 14,0 1,5 489 107 596 1,68 82 1000 °C 13,2 1,4 465 246 711 1,40 65

Y2O3:Eu3+ 500 °C 12,8 1,8 458 104 562 1,78 81 600 °C 13,1 1,6 465 90 554 1,80 84 700 °C 12,8 1,5 454 81 536 1,87 85 800 °C 12,0 1,0 479 52 531 1,88 90 900 °C 13,5 1,3 513 50 563 1,77 91 1000 °C 12,1 1,5 573 84 579 1,72 85

Lu2O3:Eu3+ 500 °C 12,5 1,7 449 222 672 1,49 67 600 °C 13,2 1,7 468 200 669 1,49 70 700 °C 12,9 1,6 461 236 697 1,43 66 800 °C 12,6 1,6 419 149 568 1,76 74 900 °C 11,6 1,5 389 120 509 1,96 76 1000 °C 11,5 1,4 383 108 491 2,03 78

sido visível o aumento de luminescência nos filmes formados quando excitados com luz

ultravioleta.

Tabela 3: Parâmetros de intensidade experimental para os materiais TR2O3:Eu3+ (1,0 %)

dopados no polímero PMMA (0,010 g/cm2).

Para os filmes dopados com complexos β-dicetonatos contendo íons trivalentes de

Európio os resultados obtidos foram semelhantes. Houve pequena redução dos valores de

eficiência quântica de [Eu(DBM)3] com os valores encontrados na literatura [2]. O valor

da eficiência do polímero dopado [Eu(TTA)3ˑ(H2O)] se manteve o mesmo. Há relato na

literatura que a molécula de água do complexo do ligante TTA é eliminada quando

disperso no polímero, explicando a manutenção da eficiência quântica [29]. Os valores

dos parâmetros de intensidade experimental mantiveram-se semelhantes, apresentando

maior diferença no valor de Ω4 para o polímero dopado com [Eu(TTA)3] 1,0 % em massa,

mostrando uma maior polarizabilidade com a remoção da molécula de água da primeira

esfera de coordenação do complexo (Tabela 4).

TR2O3:Eu3+ (1,0 %) Ω2/ Ω4/ Arad/ Anrad/ Atot/ τ/ η/

10-20cm2 10-20cm2 s-1 s-1 s-1 ms %

Gd2O3:Eu3+ (700 ºC)

1,0 % Massa 9,2 2,2 369 335 704 1,42 52

5,0 9,2 2,0 368 292 660 1,52 56

10,0 9,2 1,9 367 302 669 1,49 55

Y2O3:Eu3+ (700 ºC)

1,0 % Massa 7,7 2,5 329 776 1105 0,90 30

5,0 7,8 3,4 344 654 998 1,00 34

10,0 7,6 1,9 318 697 1015 0,99 31

Lu2O3:Eu3+ (700 ºC)

1,0 % Massa 8,5 1,7 329 898 1227 0,82 27

5,0 9,4 1,8 355 761 1116 0,90 32

10,0 9,9 1,4 368 713 1081 0,93 34

Tabela 4: Parâmetros de intensidade experimental para os materiais β-dicetonatos

dopados no polímero PMMA (0,010 g/cm2).

Materials

Ω2

(10-20 cm2)

Ω4

(10-20 cm2)

Arad

(s-1)

Anrad

(s-1)

Atot

(s-1)

(ms)

(%)

PMMA-[Eu(DBM)3] 1,0 % 34,4 2,2 1124 3135 4259 0,235 26

PMMA-[Eu(TTA)3] 1,0 % 29,6 2,3 978 3429 3407 0,294 29

[Eu(DBM)3(H2O)] [2] 37,0 2,0 1200 1893 3093 0,233 37

[Eu(TTA)3(H2O)2] [2] 33,0 5,0 1110 2730 3846 0,260 29

Foi possível verificar a influência dos polímeros nas propriedades óticas dos

materiais. Acreditamos que as fontes que levaram as modificações das propriedades

óticas (tempo de vida, parâmetros de intensidade experimentais e eficiência) são devidos

a uma série de modificações no ambiente químico ao redor dos materiais

nanoestruturados sólidos e a interação das cadeias laterais do PMMA com os complexos

β-dicetonatos. Em todos os casos há o alargamento dos picos de emissão, quando os

luminóforos são dispersos, devido a criação de sítios ligeiramente diferentes ao redor

dos centros emissores. Como a comprimento de onda da luz é consideravelmente maior

que o diâmetro do cristalito dos materiais luminescente é necessário a utilização de um

índice de refração efetivo [45,46] e existem diferenças grandes quando a partícula está

envolta por ar (índice de refração n~1) e o polímero (n ~ 1,5–1,6). Deve-se levar em

conta que a quantidade de material disperso é reduzida permitindo o melhor

aproveitamento de sua luminescência em potenciais aplicações como aumento de

eficiência em células solares (Figura 19).

Figura 19: Fotos das películas poliméricas preparadas (dopagem de [Eu(TTA)3], 1,0; 10

e 15 % em massa, direita para esquerda), sob efeito de luz branca de lâmpada

fluorescente (cima) e sob excitação em 365 nm (baixo).

Eficiência da Célula Solar

Uma célula solar pode operar em uma ampla gama de tensões (V) e correntes (I).

Ao aumentar a carga resistiva em uma célula irradiada do zero (corrente de curto-

circuito) para um valor muito alto (tensão circuito aberto), pode-se determinar o ponto

de potência máxima (produto de voltagem e corrente maximizada), ou seja, a carga para

a qual a célula pode fornecer energia elétrica máxima nesse nível de irradiação. Em

ambos os pontos (curto circuito ou circuito aberto) a potência de saída é nula. Esse ponto

de potência máxima varia com a intensidade de luz incidente e em usinas de geração de

energia solar é importante monitorar essa grandeza para assim prover a melhor voltagem

mais para maior eficiência de conversão.

Os resultados utilizando o simulador solar ainda estão em fase inicial e dessa

forma, ainda há dúvidas na obtenção e apresentação inequívoca dos dados. Os valores

apresentados de ganho de eficiência ainda estão sujeitos a modificações, levando em

conta ainda que cada um dos compostos foi sintetizado apenas uma vez.

Os primeiros resultados mostram ganho de eficiência, da célula padrão de Silício,

de aproximadamente 6 % substituindo o vidro (η: 12,41 %) por filmes finos de PMMA

não dopados, como protetor da célula solar do ambiente externo. Foram testadas três

diferentes concentrações de polímero: 0,005, 0,010 e 0,015 g/cm2 e mostrou-se que nesse

intervalo a eficiência da célula solar é pouco influenciada (η: 13,19, 13,23 e 13,33 %,

respectivamente), por esse motivo a densidade de 0,010 g/cm2 foi escolhido pela

facilidade de formação dos filmes e economia de PMMA e todos os dados apresentados

estão nessa configuração. Já com a inclusão dos luminóforos (todos os dados

apresentados possuem 1,0 % em massa de material luminescente) a eficiência foi de

aproximadamente: 14,23 % para o [Tb(ACAC)3], 13,50 % - [Eu(TTA)3] e 13,56 % -

[Eu(DBM)3]. Já para o TR2O3:Eu3+ (1,0 mol%) calcinado a 700 ºC os valores

encontrados foram: 14,26, 13,48 e 13,69 % para TR2O3:Eu3+; TR3+: Y, Gd e Lu,

respectivamente. Em todos os casos, o acréscimo do material luminescente elevou a

eficiência de conversão de luz solar em energia elétrica, sendo o complexo [Tb(ACAC)3]

e o óxido Y2O3:Eu3+ (1,0 mol%) os que mostraram o maior ganho até o momento.

Conclusões

O método dos benzenocarboxilatos se mostrou eficiente e reprodutível para a

síntese de fósforos nanoestruturados com elevada eficiência quântica. A total ausência

de picos de impurezas nos difratogramas de raios-X com calcinação a qualquer

temperatura indica que o método pode ser usado para a síntese de TR2O3 de alta pureza.

Os parâmetros de intensidade experimental semelhantes mostram que não há mudança

de polarizabilidade no ambiente químico do íon Eu3+ para os diferentes tamanhos de

partículas. O processo de dispersão dos sólidos nanoestruturados foi obtido

inicialmente de maneira simples, permitindo a pronta formação de filmes com os

sólidos, sem a necessidade de aparato instrumental complicado ou grande demanda de

energia ou tempo. Apesar das propriedades óticas dos materiais dispersos mostrarem-

se ligeiramente inferiores aos luminóforos na forma de pó, esses materiais na forma de

filmes não são afetados pela umidade do ar, não sujam as superfícies tocadas e

permitem maior procedibilidade.

No caso dos complexos β-dicetonatos, amplamente conhecidos na literatura na

forma de pós, sua dispersão em filmes poliméricos de PMMA apresenta excelente

transparência, dispersibilidade/solubilidade, alta luminescência mesmo a baixas

concentrações e facilidade de processamento e manipulação. Assim como no caso dos

nanomateriais TR2O3:Eu3+, sua eficiência quântica também é inferior quando o

material está na forma de filme. Os valores de eficiência quântica sofreram pequena

diminuição, mas como os compostos dispersos utilizam apenas 1 % em massa geram

grande economia dos luminóforos.

Perspectivas

Para a próxima etapa do trabalho, serão testados mais fósforos variando as

concentrações de dopagem de 1-15 % em massa na matriz poliméricas, especialmente

com complexo β-dicetonatos, solúveis em acetona, pois apresentaram melhores

resultados. As medidas de termogravimetria, difratometria de raios-X, espectroscopia

no infravermelho dos filmes poliméricos formados serão utilizadas para assegurar a

obtenção das características desejadas nesses novos materiais. Também está previsto

um estudo mais completo do funcionamento das células solares e principalmente do

simulador solar, para garantir a obtenção de dados inequívocos. Outra variável

importante que deve ser acompanhada a seguir é a durabilidade dos filmes poliméricos

pelo tempo de exposição à luz solar. Outras células serão testadas (já possuímos célula

solar padrão de GaS – segundo cronograma proposto) e possuímos colaboração com o

Prof. Alain Quivy para a construção de novos dispositivos.

Evolução Científica durante o período

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Inovação tecnológica:

Patente submetida e sob consideração – Agência USP de Inovação: CP-PI-2017-0022

Premiação:

Prêmio de “Reconhecimento de Qualidade de Publicação” concedido pelo Instituto de

Química da Universidade de São Paulo pelo artigo “High-sensitive Eu3+ ratiometric

thermometers based on excited state absorption with predictable calibration” concedido

em 12/2017.

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