saúde, desporto e actividade física - revistamotricidade.com · editorial e um ciclo chega ao fim...

92
ÍNDICE 03 Editorial saúde, desporto e actividade física investigação 05 Exercício físico, IgA salivar e estados emocionais da pessoa idosa Martins, R.; Rosado, F.; Cunha, M. R.; Martins, M.; Teixeira, A. M. investigação 13 Consumo máximo de oxigénio e estágio de maturação sexual de crianças e adolescentes Silva, R. J.; Petroski, E. L. investigação 21 Perfil da resistência cardiorespiratória em mulheres idosas com sobrepeso do programa de atividade física no SESC de Nova Friburgo/RJ/Brasil Furtado, H. L.; Pereira, F. D.; Moreira, M. H. R.; Dantas, E. H. M. investigação 27 Contribuição das bebidas para a hidratação, antes, durante e depois da actividade física em estudantes universitários Ferreira, C. A. L.; Santos, J. A. R.; Kent-Smith, L.; Salcedo, I. S. M. original 39 Desenvolvimento e validação de uma equação de predição da carga de trabalho para o treinamento com pesos no exercício de supino reto, para homens de nível intermediário Lima, M. L. F.; Filho, J. F. F.; Dantas, E. H. M.; Fernandes, P. R.; Aidar, F. J.; Reis, V. M. treino e rendimento desportivo investigação 49 Características genotípicas e fenotípicas em atletas velocistas Santos, L. C.; Dantas, P. M. S.; Filho, J. F. investigação 57 Resposta ventilatória durante a prova de 400 metros livres: associações com a prestação Meira, O.; Reis, V. M.; Silva, A. J.; Carneiro, A. L.; Reis, A. M.; Aidar, F. original 67 Somatotipia e antropometria na seleção brasileira de voleibol Cabral, B. G. A. T.; Cabral, S. A. T.; Batista, G. R.; Filho, J. F.; Knackfuss, M. I. educação física e desporto investigação 75 Aptidão física, estudo do 3º ciclo dos concelhos de Torre de Moncorvo e Vila Nova de Gaia Pereira, R. G.; Soidán, J. L. gestão, org. e factores sociais da activ. física e desporto técnico 83 Princípio da responsabilidade objectiva vigente nas normas antidoping e os direitos humanos dos atletas: uma abordagem crítica Cunha, R. C.; Nunes, R. A. M.; Novaes, G. S.; Knackfuss, M. I.; Miranda, H. F.; Cavalcanti, F. I. D. LINHAS DE INVESTIGAÇÃO 01 saúde, desporto e actividade física a) Actividade física e qualidade de vida b) Actividade física em populações especiais c) Actividade física na terceira idade d) Actividade física, genética e saúde e) Actividade física e diversidade 02 treino e rendimento desportivo a) Metodologia do treino b) Tecnologia adaptada ao Desporto Rendimento c) Treino de capacidades coordenativas, condicionais e cognitivas d) Treino da técnica, táctica em Desp. Rendimento e) Biomecânica e rendimento desportivo f) Psicologia Desportiva 03 educação física e desporto a) Educação física escolar b) Educação Física e Desporto Escolar c) Formação e avaliação em Educação Física d) Formação e avaliação dos profissionais de Educação Física e de Desporto 04 gestão, organização e factores sociais da actividade física e desporto a) Equipamento e instalações desportivas b) Gestão e organização do desporto c) Actividade física para todos d) Desporto e Turismo e) Direito desportivo

Upload: phungkien

Post on 08-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ÍÍNNDDIICCEE

03 Editorial

saúde, desporto e actividade físicainvestigação05 Exercício físico, IgA salivar e estados

emocionais da pessoa idosaMartins, R.; Rosado, F.; Cunha, M. R.;Martins, M.; Teixeira, A. M.

investigação13 Consumo máximo de oxigénio e estágio

de maturação sexual de crianças e adolescentesSilva, R. J.; Petroski, E. L.

investigação21 Perfil da resistência cardiorespiratória em mulheres

idosas com sobrepeso do programa de atividade física no SESC de Nova Friburgo/RJ/BrasilFurtado, H. L.; Pereira, F. D.; Moreira, M. H. R.; Dantas, E. H. M.

investigação27 Contribuição das bebidas para a hidratação,

antes, durante e depois da actividade física em estudantes universitáriosFerreira, C. A. L.; Santos, J. A. R.; Kent-Smith, L.; Salcedo, I. S. M.

original39 Desenvolvimento e validação de uma equação

de predição da carga de trabalho para o treinamento com pesos no exercício de supinoreto, para homens de nível intermediárioLima, M. L. F.; Filho, J. F. F.; Dantas, E. H. M.; Fernandes, P. R.; Aidar, F. J.; Reis, V. M.

treino e rendimento desportivoinvestigação49 Características genotípicas e fenotípicas

em atletas velocistasSantos, L. C.; Dantas, P. M. S.; Filho, J. F.

investigação57 Resposta ventilatória durante a prova de 400

metros livres: associações com a prestaçãoMeira, O.; Reis, V. M.; Silva, A. J.; Carneiro, A. L.; Reis, A. M.; Aidar, F.

original67 Somatotipia e antropometria

na seleção brasileira de voleibolCabral, B. G. A. T.; Cabral, S. A. T.; Batista, G. R.; Filho, J. F.; Knackfuss, M. I.

educação física e desportoinvestigação75 Aptidão física, estudo do 3º ciclo dos concelhos

de Torre de Moncorvo e Vila Nova de GaiaPereira, R. G.; Soidán, J. L.

gestão, org. e factores sociais da activ. física e desportotécnico83 Princípio da responsabilidade objectiva vigente

nas normas antidoping e os direitos humanosdos atletas: uma abordagem críticaCunha, R. C.; Nunes, R. A. M.; Novaes, G. S.; Knackfuss, M. I.; Miranda, H. F.; Cavalcanti, F. I. D.

LINHAS DE INVESTIGAÇÃO

01 saúde, desporto e actividade físicaa) Actividade física e qualidade de vida

b) Actividade física em populações especiais

c) Actividade física na terceira idade

d) Actividade física, genética e saúde

e) Actividade física e diversidade

02 treino e rendimento desportivoa) Metodologia do treino

b) Tecnologia adaptada ao Desporto Rendimento

c) Treino de capacidades coordenativas,condicionais e cognitivas

d) Treino da técnica, táctica em Desp. Rendimento

e) Biomecânica e rendimento desportivo

f) Psicologia Desportiva

03 educação física e desportoa) Educação física escolar

b) Educação Física e Desporto Escolar

c) Formação e avaliação em Educação Física

d) Formação e avaliação dos profissionais de Educação Física e de Desporto

04 gestão, organização e factores sociais da actividade física e desportoa) Equipamento e instalações desportivas

b) Gestão e organização do desporto

c) Actividade física para todos

d) Desporto e Turismo

e) Direito desportivo

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 1

EDITOR CHEFEProf. dr. Ruben Gonçalves Pereira (ULP, Portugal)

EDITORES ASSOCIADOSProf.ª dr.ª Ana Paula Ferreira de Brito (UV, Espanha)

Prof. dr. Vitor Reis (UTAD, Portugal)

Dr. Filipe José Aidar (UTAD, Portugal)

Prof. dr. Estélio H. M. Dantas (UCB, Brasil)

Prof. dr. António José Silva (UTAD, Portugal)

Prof. dr. Mário Marques (UBI, Portugal)

Prof. dr. Ricardo Jacó Oliveira (UCB-DF, Portugal)

Prof. dr. José Vasconcelos Raposo (UTAD, Portugal)

Dr. André Carneiro (Funorte-MG, Brasil)

COMITÉ EDITORIAL INTERNACIONALProf. dr. Ovídeo Costa (Dir. CMD Porto, Portugal)

Prof. dr. José Luís Garcia Soidán (Uvigo, Espanha)

Prof. dr. José Fernandes Filho (EEFD/UFRJ, Brasil)

Dr. António Serâdio (UTAD, Portugal)

Prof. dr. Paulo M. Silva Dantas (UNIGRANRIO-RJ, Brasil)

Prof. dr. Carlos Albuquerque (ESSV, Portugal)

Prof. dr. Francisco Bessone Alves (FMH-UTL, Portugal)

Prof. dr. João Paulo Brito (ESDRM-IPS, Portugal)

Prof. dr. Manuel Sérgio (Instituto Piaget, Portugal)

Prof. dr. João Paulo Vilas-Boas (FADE-UP, Portugal)

Prof. dr. José Rodrigues (ESDRM, Portugal)

Prof. dr. Leandro Machado (FADE-UP, Portugal)

Prof.ª dr.ª Maria Dolores Monteiro (UTAD, Portugal)

Prof. dr. Rodolfo Benda (UFMG-MG, Brasil)

Prof.ª dr.ª Joana Branco (BioCant, Portugal)

Dr.ª Paula Pedreira (CMD Porto, Portugal)

Prof. dr. João Breda (FPC, Portugal)

Prof. dr. Tiago Barbosa (IPB Bragança, Portugal)

Mestre Ivo Rêgo (Portugal)

CONSULTORESProf.ª dr.ª Lúcia Oliveira (ULP, Portugal)

Mestre Jaime Tolentino (Funorte-MG, Brasil)

Prof. dr. Jefferson Silva Novaes (UFRJ-RJ, Brasil)

Mestre António Moreira (ESDRM-IPS, Portugal)

Dr.ª Ana Maria Almeida Torres (Hospital São Teotónio de Viseu, Portugal)

ENDEREÇOFTCD - Revista de MotricidadeAv. 5 de Outubro, 12, 1.º E64520-162 Santa Maria da FeiraTel. 256 378 690Fax 256 378 692

[email protected]

ASSINATURA ANUALPortugal e Europa: 60 eurosAmérica Latina e PALOP: 80 eurosOutros Países: 80 euros

v0044 n0011 JANEIRO/MARÇO 2008RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddeeda Fundação Técnica e Científica do Desporto

DIRECTORProf. dr. Ruben Gonçalves Pereira

DIRECTORES ADJUNTOSProf.ª dr.ª Ana Paula Ferreira de Brito (UV, Espanha)Prof. dr. Espregueira Mendes (Hospital São Sebastião)Mestre Alípio Oliveira(Comité Olímpico de Portugal)

DIRECTOR DE REDACÇÃOJoão Paulo Lourenço (FTCD)

PROPRIEDADE E EDIÇÃOFTCD - Fundação Técnica e Científica do Desportowww.motricidade.ftcd.org

CONCEPÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃOLaura Alves Lourenço

IMPRESSÃO E ACABAMENTOPublidisa

TIRAGEM1000 exemplares

PERIODICIDADETrimestral

ICS n.º 124607

ISSN n.º 1646-107X

DEPÓSITO LEGAL222069/05

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 2

EDITORIAL

e

Um ciclo chega ao fim e outro se inicia, tal como na natureza, um trajecto e um projecto comum, a Revista Motricidade.

Findo um ciclo de três anos que reflectiu e personalizou uma equipa liderada pelo Prof. dr. Vitor Reis, com o intuito de dinamizar e imbuir a nossa sociedade

de promoção e divulgação do bom que se faz cá pelo burgo e por além fronteiras, de investigação consolidada por consagrados e promissores investigadores.

A anterior equipa editorial, conseguiu atingir um elevado nível de qualidade dos Artigos publicados, sendo um orgulho para todos nós que gostamos e trabalhamos de forma afincada, incisiva e profícua na Investigação e na

promoção e divulgação da Investigação com sotaque de lusofonia.

Ao constituir a equipa editorial que agora inicia funções, procuramos garantir uma composição alargada que nos permita assegurar competência, qualidade,

criatividade, irreverência e originalidade. Tentamos aliar a sapiência e experiência dos colegas que são referências Nacionais e Internacionais à qualidade e excelência

de uma nova geração promissora de Investigadores na Área do Desporto e daSaúde, no intuito de levarmos a bom porto os objectivos a que nos propomos.

Objectivos esses que passam de uma forma clara por:- Contribuir para que a Revista Motricidade seja um reflexo premente e actuante da informação, do conhecimento e do saber que diariamente são gerados no seio das nossas especialidades, desporto e saúde. Para a concretização deste objectivo

adoptaremos estratégias activas e irreverentes que nos permitam estimular apublicação de artigos e de trabalhos de investigação que sejam objecto de

comunicação em Congressos, Seminários e Colóquios, Nacionais e Internacionais.

- Expandir a oferta editorial nomeadamente e preferencialmente em 4 áreas específicas:

1. Saúde, Desporto e Actividade Físicaa.Actividade Física e qualidade de vida; b.Actividade Física em populações

especiais; c.Actividade Física na terceira Idade; d.Actividade Física, genética e saúde; e.Actividade Física e diversidade.

2. Treino e Rendimento Desportivoa.Metodologia do Treino; b.Tecnologia adaptada ao Desporto Rendimento;

c.Treino de capacidades coordenativas, condicionais e cognitivas; d.Treino da técnica, táctica em desporto Rendimento; e.Biomecânica e Rendimento Desportivo;

f.Psicologia Desportiva.

3. Educação Física e Desportoa.Educação Física Escolar; b.Educação Física e Desporto Escolar; c.Formação

e Avaliação em Educação Física; d.Formação e Avaliação dos Profissionais de Educação Física e de Desporto.

4. Gestão, Organização e Factores Sociais da Actividade Física e Desportoa.Equipamento e Instalações desportivas; b.Gestão e organização do desporto;

c.Actividade física para todos; d.Desporto e turismo; e.Direito desportivo.

- Procurar promover a colaboração e a cooperação com os departamentos Univer-sitários de várias Instituições, protocolando diversas formas conjuntas de intervenção.

A Revista Motricidade, referencia um idioma e por via dele o espaço em que o português serve de instrumento de comunicação. Ou seja, mais do que

afirmar a língua portuguesa, a revista pretende congregar, estimular, promover edivulgar a comunidade académica, científica e sócio-profissional que pensa, reflecte e fundamenta em português os problemas do desporto e da saúde em

sentido lato. Ela é pois movida por um espírito de inclusão e abertura e não deexclusão e clausura. Não se confina às grandezas da nação ou região;

o seu horizonte é o da internacionalização.

Por tudo isto estamos convencidos que a Revista Motricidade, na sua nova etapa, vai constituir-se como um órgão mais eficaz para difundir e expandir todas as

estruturas que renovam o corpo doutrinal que sustenta a nossa profissão e o nossocarácter, divulgando o trabalho e a persistência de todos aqueles que pretendem daruma “pedrada no charco” no que à investigação de âmbito científico diz respeito.

Ruben Gonçalves Pereira

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 3

saúd

e,de

spor

to e

act

ivid

ade

físi

ca

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 4

RREESSUUMMOOÉ genericamente aceite que a idadeestá associada à imunosenescência.Por outro lado, a actividade físicatem sido consistentemente relacio-nada com estados de humor e afec-to positivos motivando, igualmente,ganhos no bem-estar psicológico eno afecto positivo. Carece ainda de fundamentação mais alargada ademonstração de que esses efeitossão extensíveis à pessoa idosa.

O propósito do presente trabalhoconsiste em averiguar as adapta-ções crónicas da aptidão físicafuncional e imunoglobulina A salivarda pessoa idosa a um programa deexercício físico. Simultaneamente,serão analisados os estados dehumor dessa população no início eno final do programa.

Participaram 28 sujeitos com idadescompreendidas entre os 65 e os 95anos. O grupo de exercício cumpriuum programa de exercícios físicosdurante 16 semanas, com umafrequência de 3 sessões semanais.A análise comparativa dos dados foi efectuada através do recurso aoteste de Wilcoxon.

Verificaram-se alterações positivasna aptidão física funcional que re-forçam o princípio da treinabilidadedos idosos. Os dados apontam tam-bém para uma melhoria dos estadosde humor após o exercício físico epara um efeito crónico imunoprotector.

AABBSSTTRRAACCTTIt is generally accepted that theaging process is associated withimmunosenescence. On the otherhand, physical activity has beenconsistently associated with positivestates of affection and mood whichalso implies gains on psychologicalwell-being. However, more studiesare needed to support the benefiteffect of exercise on specific popula-tion groups like the elderly.

The purpose of the present work isto study the functional fitness, moodstates and salivary IgA chronicadaptations after a physical exerciseprogram.

28 subjects aged between 65 and95 years old participated in thisstudy. The experimental group exer-cised during 16 weeks, 3 times perweek. The Wilcoxon test was usedto compare the data.

The results showed positive changeson the functional fitness that rein-force the trainability principle of theolder person. The data shows alsoan improvement in mood states andchronic positive effects on salivaryIgA after the exercise program.

EEXXEERRCCÍÍCCIIOO FFÍÍSSIICCOO,, IIggAA SSAALLIIVVAARR EE EESSTTAADDOOSS EEMMOOCCIIOONNAAIISS DDAA PPEESSSSOOAA IIDDOOSSAA

PPHHYYSSIICCAALL EEXXEERRCCIISSEE,, SSAALLIIVVAARRYY IIggAA AANNDD MMOOOODD SSTTAATTEESS OOFF EELLDDEERRLLYY PPEEOOPPLLEE

AUTORESRaul Martins1

Fátima Rosado1

Maria Rosário Cunha2

Mafalda Martins2

Ana Maria Teixeira1

1 Faculdade de Ciências do Desporto eEducação Física da Universidade de Coimbra

2 Laboratório de Patologia Clínica dosHospitais da Universidade de Coimbra

EEXXEERRCCÍÍCCIIOO FFÍÍSSIICCOO,, IIggAA SSAALLIIVVAARR EE EESSTTAADDOOSS EEMMOOCCIIOONNAAIISS DDAA PPEESSSSOOAA IIDDOOSSAA44((11)):: 55--1111

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEaptidão física funcional; idosos; IgA; estados emocionais;exercício físico.

KKEEYYWWOORRDDSSfunctional fitness; elderly; IgA;mood states; physical exercise.

data de submissãoAAbbrriill 22000077

data de aceitaçãoJJuunnhhoo 22000077

investigação

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 5

06||07||

INTRODUÇÃO

O envelhecimento corresponde a umprocesso ou grupo de processosque ocorrem nos organismos vivose que com a passagem do tempooriginam perda de adaptabilidade,incapacidade funcional e, eventual-mente, a morte15.

Algumas das funcionalidades afec-tadas pelo envelhecimento de pes-soas sedentárias, de acordo comJones e Rose5, passam por a) de-créscimo do pico de transporte de oxigénio em 5mL.kg-1.min-1 pordécada, entre os 25 anos e os 65anos; b) aumento da gordura corpo-ral com decréscimo da tolerância àglucose e deterioração do perfillipídico; c) decréscimo de 25% nopico de força muscular e massamagra, entre os 40 anos e os 65anos, com posterior aceleração;atrofia selectiva das fibras muscula-res rápidas; e menor coordenaçãodas contracções musculares; d)decréscimo de 7% na flexibilidade,por década de vida adulta; e) de-créscimo progressivo do conteúdomineral ósseo e deterioração damatriz óssea a partir dos 25 anos,e com aceleração nas mulheres emidade pós-menopáusica; f) decrés-cimo no equilíbrio, na velocidade de reacção e aumento do tempo de execução dos movimentos; g)deterioração de alguns sentidos(visão, audição, olfacto e paladar),alterações da memória, dos padrõesde sono e níveis de depressão.

O declínio funcional a que estãosubmetidos os órgãos e os siste-mas é prevenível e mesmo rever-sível a partir da adopção de umaprática regular de actividade física.De acordo com Shephard14, a parti-cipação em programas regularesde actividade física pode retardar onormal processo de envelhecimentode 10 a 20 anos.

um défice da função imunitária mas,mais apropriadamente, um estadodesregulado6. Os linfócitos B, consti-tuintes da imunidade adquirida eprogenitores dos anticorpos (imuno-globulinas), também são afectadospelo processo da imunosenescência.Tem sido observada redução da con-centração de anticorpos12 e reduçãoda afinidade9.O exercício físico de intensidademoderada tem sido identificadonum conjunto de trabalhos1,3,8,11

como um agente com potencialpara melhorar a imunosenescência.Adversamente, exercício de intensi-dade elevada parece motivar efei-tos supressores da IgA salivar, talcomo foi constatado num trabalhodesenvolvido com 17 tenistas aus-tralianas de elite10, em que foi obtidadiminuição significativa (p<.05) daIgA salivar 1 hora após um jogo de ténis, por comparação com osvalores registados no início dapartida. Deste modo, assume totalrelevância a identificação das carac-terísticas do exercício, assim comoa distinção entre o que são efeitosagudos ou efeitos crónicos. O propósito do presente estudoconsiste em averiguar o modocomo a aptidão física funcional e aimunoglobulina A salivar de umgrupo de idosos sofre adaptaçõescrónicas após um programa deexercício físico. Simultaneamente,serão analisados os estados dehumor dessa população no início e no final do programa.

METODOLOGIA

AAmmoossttrraaColaboraram no trabalho 28 parti-cipantes, dos quais 20 mulheres e 8 homens, com idades compre-endidas entre os 65 anos e os 95

O humor corresponde ao conjuntode estados afectivos que a pessoaexperimenta no dia-a-dia. Embora ohumor possa ser conceptualizadoem termos de estados de humordistintos, tais como o vigor e adepressão, difere da emoção, que énormalmente definida em termosde estados de sentimentos geradoscomo reacção a certos eventos ouavaliações2.Baseado em evidência vária, Biddle2

conclui que: a) a actividade física éconsistentemente associada comhumor e afecto positivos; b) quandoas características da prática têmsido identificadas, o exercício aeró-bio tem um pequeno a moderadoefeito na tensão, depressão, vigor,fadiga e confusão e um pequenoefeito na irritabilidade; c) a relaçãopositiva entre a actividade física e obem-estar psicológico tem sidoconfirmada em vários trabalhosepidemiológicos, os quais usaramdiferentes medidas da actividade edo bem-estar; d) trabalhos experi-mentais suportam um efeito posi-tivo de exercício de intensidademoderada no bem-estar psicológico;e) a evidência baseada em meta--análises mostra que a adopção de objectivos do exercício focadosna melhoria individual, no esforço emestria têm uma associação mode-rada a alta com o afecto positivo.Algumas questões que carecem de fundamentação mais alargadapassam, por exemplo, pela demons-tração de que os efeitos referidosacima são extensíveis a diferentesgrupos de sujeitos e, concreta-mente, à pessoa idosa.É genericamente aceite que a fun-ção imunitária, quer a inata, quer aadquirida, decresce com a idade, oque tornará os idosos menos resis-tentes a microrganismos patogé-nicos, relativamente a pessoas maisjovens. No entanto, a imunosenes-cência não implica necessariamente

investigação técnico original opinião revisão

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 6

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto

sessões semanais (3x) e uma du-ração de 50 minutos por sessão,dos quais, 15 minutos eram dedi-cados ao aquecimento, 20 minutosa exercícios específicos de coorde-nação, equilíbrio, força e resistênciaaeróbia, de acordo com a avaliaçãoefectuada e, finalmente, 15 minutosde retorno à calma. Os exercíciosde alongamentos foram efectuadosno aquecimento e retorno à calma.A intensidade da parte principal dassessões foi mantida entre 50 e60% da frequência cardíaca máxima.

EEssttaattííssttiiccaaA análise descritiva dos dados foiefectuado através do recurso àmédia aritmética e desvio-padrão. A análise comparativa entre aavaliação inicial e a avaliação finalfoi efectuada através do recurso aoteste de Wilcoxon. O nível de con-fiança utilizado em todas as análisesfoi p≤.05.

RESULTADOS

A partir da leitura da tabela 2pode observar-se que, na avaliaçãoinicial, o grupo de controlo (CO)apresentou melhor desempenhonum conjunto de parâmetros daaptidão física funcional, relativa-mente ao grupo de exercício (EX),nomeadamente no que respeita àforça inferior, à força superior, àvelocidade, agilidade e equilíbrio

i

anos (tabela 1). Os elementos da amostra foram divididos emgrupo de exercício (8 mulheres e 3homens) e grupo de controlo (12mulheres e 5 homens). Todos osparticipantes foram recrutados emCentros de Dia da área geográficade Coimbra, tendo dado o respec-tivo consentimento verbal apóslhes terem sido explicados comdetalhe os objectivos do trabalho,os testes a que iriam submeter-seassim como as características do programa de exercício físico,nomeadamente no que respeita àduração, à frequência e ao tipo deexercícios. Foi critério para inclusãona amostra a capacidade ambula-tória de todos os elementos.

IInnssttrruummeennttoossForam utilizados como instrumentosde estudo a) uma bateria de testesfísicos adaptados - Functional Fit-ness Test (Rikli & Jones, 1999),para avaliação da aptidão físicafuncional;) um questionário paracaracterização dos estados dehumor (Profile of Mood States -Short Form), traduzido e adaptadoà população portuguesa por Vianae Cruz (1993); c) recolhas de salivapara determinar a concentraçãode imunoglobulina A (IgA). Todosos procedimentos utilizados respei-taram as normas internacionais de experimentação com humanos(Declaração de Helsínquia de 1975).Os parâmetros da aptidão físicafuncional avaliados foram: a) aforça superior (flexão do antebraço- número de execuções em 30 se-gundos, com uma carga externa de3,63 quilogramas para os homense 2,28 quilogramas para as mulhe-res); b) a força inferior (levantar e sentar na cadeira - número deexecuções em 30 segundos); c)a flexibilidade inferior (sentado ealcançar - distância atingida na

direcção dos dedos dos pés, medidaem centímetros); d) a flexibilidadesuperior (alcançar atrás das costas(distância que as mãos podematingir atrás das costas, medidaem centímetros); e) a resistênciaaeróbia (andar 6 minutos - distânciamáxima percorrida nesse períodode tempo, medida em metros); f)a velocidade, agilidade e equilíbrio(VAE) - sentado, caminhar 2.44metros e voltar a sentar (temponecessário, em segundos, para selevantar de uma cadeira, percorrera distância e voltar a sentar-se); g)a estatura e o peso (índice de massacorporal - quilogramas por metroquadrado).O questionário para avaliação dosestados de humor (POMS-SF) éconstituído por seis sub-escalaspara a depressão, tensão, fadiga,vigor, irritabilidade e confusão, inci-dindo no modo como os participan-tes se sentiram na última semana.A concentração de IgA foi determi-nada pelo método de nefelometria(nefelómetro BN2, DADE Behring,EUA), tendo a saliva sido recolhidano período da manhã, em jejum.

PPrroocceeddiimmeennttoossDada a natureza do trabalho, foiconcebido um estudo comparativoantes e após a prescrição de umprograma de exercício físico, com16 semanas de duração. Após aavaliação inicial, o grupo de exer-cício (EX) iniciou um programa detreino, com uma frequência de 3

Idade (anos) 79.50 ± 7.00

EExxeerrccíícciioo ((EEXX))

Mulheresn=3

Homensn=8

77.06 ± 8.23

CCoonnttrroolloo ((CCOO))

Mulheresn=12

Homensn=5

TTAABBEELLAA11Média e desvio-padrão da idade dos grupos de exercício (EX) e controlo (CO).

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 7

investigação técnico original opinião revisão08||09||

(VAE) e também à resistência ae-róbia. Relativamente à flexibilidadeinferior, ambos os grupos obtiveramvalores semelhantes e, quanto àflexibilidade superior, o grupo deexercício obteve um nível superior.

Na avaliação final, o grupo quepraticou exercício físico obteveganhos em todos os parâmetrosda aptidão física funcional, comexcepção da flexibilidade superior,tendo mesmo ultrapassado o grupo

de controlo nos níveis de forçainferior e superior e na flexibilidadeinferior. O grupo de exercício obteveganhos com significado estatístico(p≤.05) na força superior (p=.021),na força inferior (p=.042) e naresistência aeróbia (p=.006), aopasso que o grupo de controlo nãoobteve alterações estatisticamentesignificativas (p≤.05) entre a avalia-ção inicial e a avaliação final, para osvários parâmetro da aptidão físicafuncional. As alterações positivasverificadas na aptidão física funcionalcontribuem para o reforço do prin-cípio da treinabilidade dos idosos.Os resultados obtidos para os es-tados de humor (tabela 3) mostramque o grupo de controlo apresentou,na avaliação inicial, níveis inferioresde depressão, tensão, fadiga, vigor,irritação e confusão, relativamenteao grupo de exercício. Estes valoresnão sofreram alterações com signi-ficado estatístico na avaliação final,exceptuando a componente confusãoque apresentou um incremento esta-tisticamente significativo (p≤.05).Relativamente ao grupo que efec-tuou o programa de exercício físicoforam registadas diminuições esta-tisticamente significativas nos níveisde depressão (p=.005), de tensão(p=.005), de fadiga (p=.009), deirritação (p=.003) e ganhos nosníveis de vigor (p=.003). Os níveisde confusão também apresentaramuma tendência de descida sem que,contudo, tivessem significado esta-tístico (p≤.05). Estes dados apontampara uma inequívoca melhoria dos es-tados de humor após o cumprimentodo programa de exercício físico.

Quando se analisaram os efeitosdo exercício na imunosenescência(tabela 4) ou, mais concretamente,através da IgA salivar, foram regis-tados ganhos entre a avaliação iniciale a avaliação final, para o grupo de exercício, de 9.56±4.71µg/mlpara 18.68±11.67µg/ml (p=.010).

DepressãoCO

EX

GGrruuppooAAvvaalliiaaççããoo

iinniicciiaall

0.75 ± 0.77

0.84 ± 0.340.79 ± 0.87

1.55 ± 0.56

TensãoCO

EX

0.65 ± 0.68

1.00 ± 0.540.67 ± 0.77

1.98 ± 0.51

FadigaCO

EX

0.65 ± 0.74

1.16 ± 0.580.72 ± 0.89

1.86 ± 0.47

VigorCO

EX

0.81 ± 0.90

1.98 ± 0.660.78 ± 0.81

1.02 ± 0.67

IrritaçãoCO

EX

0.29 ± 0.44

1.15 ± 0.670.22 ± 0.37

1.88 ± 0.62

ConfusãoCO

EX

0.71 ± 0.87

1.05 ± 0.72

0.26 ± 0.47

1.27 ± 0.61

AAvvaalliiaaççããooffiinnaall pp

TTAABBEELLAA33Comparação das médias das seis sub-escalas dos estados de humor no grupo de exercício (EX) e no grupo de controlo (CO), entre a avaliação inicial e final, calculadas a partir do teste de Wilcoxon, com um nível de confiança de 95%.

* Significativo para p≤.05

Força inferiorCO

EX

GGrruuppooAAvvaalliiaaççããoo

iinniicciiaall

11.76 ± 5.01

12.91 ± 5.26

.086

.021*

.972

.042*

.325

.066*

.088

.342*

.758

.673*

.776

.006*

11.65 ± 3.66

7.45 ± 3.50

Força superiorCO

EX

13.88 ± 4.99

15.09 ± 3.96

14.29 ± 3.96

12.27 ± 3.13

VAECO

EX

11.29 ± 8.94

13.27 ± 5.76

10.10 ± 5.34

15.36 ± 9.60

Flexibilidade inferiorCO

EX

-8.62 ± 17.28

-3.18 ± 11.12

-10.24 ± 14.06

-10.45 ± 14.12

Flexibilidade superiorCO

EX

-19.82 ± 12.34

-20.09 ± 17.00

-21.94 ± 13.12

-3.91 ± 36.79

Resistência aeróbiaCO

EX

348.82 ± 153.67

331.82 ± 71.67

352.29 ± 120.68

197.64 ± 66.75

AAvvaalliiaaççããooffiinnaall pp

TTAABBEELLAA22Comparação das médias das seis variáveis da aptidão física funcional no grupo de exercício (EX) e no grupo de controlo (CO), entre a avaliação inicial e final, calculadas a partir do teste de Wilcoxon, com um nível de confiança de 95%.

* Significativo para p≤.05

.699

.005*

1.000

.005*

1.000

.009*

.937

.003*

.491

.003*

.018*

.374

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 8

LLEEGGEENNDDAA

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

O grupo de controlo apresentouligeiro acréscimo entre os doismomentos da avaliação, não sendosuficiente para revelar significadoestatístico (p≤.05). Relativamenteà taxa de secreção foi observadoum acréscimo na média para o grupode exercício e, um decréscimo namédia para o grupo de controlo.Qualquer destas alterações não foiestatisticamente significativa.

A figura 1 ilustra de modo claro osganhos de 95.40% na IgA salivar,para o grupo de exercício, após oprograma de treino e os ganhos de10.88%, para o grupo de controlo,após o mesmo período de 16 se-manas. É também particularmentevisível o ganho de 15.86% na taxade secreção da IgA salivar, para ogrupo de exercício e a diminuiçãode 20.58% para o grupo de controlo,no mesmo período temporal. Destemodo, na avaliação final, foramobtidos valores semelhantes paraa IgA salivar entre o grupo de exer-cício (18.68±11.67µg/ml) e o grupode controlo (18.75±19.42µg/ml),enquanto que, para a taxa desecreção, o grupo de exercício(86.27±61.25µg/min) conseguiumesmo ultrapassar ligeiramente os valores do grupo de controlo(80.10±65.57µg/min).

DISCUSSÃO

Relativamente à treinabilidade daaptidão física funcional dos idosos,as conclusões obtidas estão deacordo com outros trabalhos. Umgrupo de 12 senhoras idosas(72.86±6.84 anos), e após 10 se-manas de exercício com sessões tri-semanais, registou melhorias comsignificado estatístico (p≤.05) emtodas as componentes avaliadas7.

No trabalho citado foi utilizada amesma bateria de avaliação daaptidão física e os mesmos pro-cedimentos adoptados no presenteestudo. Noutro trabalho mais recente16,que envolveu 32 idosos (81.78±5.5anos), foram também observadosganhos na força superior, na forçainferior e na resistência aeróbia,após 19 semanas de exercício físico,que foram acompanhados por umdeclínio da aptidão física funcionaldo grupo de controlo, nos váriosparâmetros avaliados.

Programas de exercício físico têmmotivado alterações positivas nosestados de humor, em vários tra-balhos realizados com populaçõesidosas, o que está de acordo comoos dados do presente estudo.Numa investigação que envolveu a participação de 37 idosos deambos os sexos, com idades compre-endidas entre os 65 anos e os 93anos, o grupo que efectuou exercíciofísico 3 vezes por semana, após 4meses, obteve variações positivaspara a depressão, para a fadiga e

Exercício(n=11)

GGrruuppoo

.010*

ppIIggAA--ssaall IInniicciiaallµg/ml

9.56±4.71

IIggAA--ssaall FFiinnaallµg/ml

18.68±11.67 .374

ppTTxx--SSeeccrr IInniicciiaallµg/ml

74.46±48.33

TTxx--SSeeccrr FFiinnaallµg/ml

86.27±61.25

Controlo(n=17)

.90616.91±14.75 18.75±19.42 .981100.85±90.98 80.10±65.57

TTAABBEELLAA44Comparação das médias da imunoglobulina A salivar (IgA-sal) e da respectiva taxa de

secreção (Tx-Secr), para o grupo de exercício e grupo de controlo, entre a avaliação inicial

e final, calculadas a partir do teste de Wilcoxon, com um nível de confiança de 95%.

* Significativo para p≤.05

FFIIGGUURRAA11Variação entre a avaliação inicial e final para a imunoglobulina A e respectiva

taxa de secreção, no grupo de controlo (CO) e no grupo de exercício (EX).

100

80

60

40

20

0

-20

-40

Var

iaçã

o (%

)

IgA-SalTaxa de Secreção

IgA-Sal

10,88

95,4

-20,58

15,86

EXCO

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 9

investigação técnico original opinião revisão10||11||

para o vigor, enquanto o grupo decontrolo apresentou deterioraçãodos níveis de vigor e da confusão4.

Numa outra pesquisa16, em queparticiparam 28 idosos, o grupo deexercício obteve redução dos níveisde depressão, enquanto o grupo de controlo apresentou diminuiçãodo vigor e aumento da componenteconfusão.

Teixeira e colaboradores16, numoutro trabalho que envolveu 32sujeitos (81.8±5.5 anos), regista-ram, após 19 semanas de exercíciofísico, diminuição com significadoestatístico (p≤.05) para os estadosemocionais da depressão, tensão,fadiga e irritabilidade, assim comoganhos a nível do vigor. O grupo decontrolo apresentou um aumentodos valores associados à dimensãoconfusão.

Os autores citados no parágrafoanterior, após as 19 semanas detreino, obtiveram ganhos quer paraa concentração de IgA, ainda quesem significado estatístico (p=.066),quer para a respectiva taxa desecreção (p=.018), a qual sofreuuma variação positiva de 53.44±37.90µg/min para 90.02±82.85µg/min.

Numa interessante investigação(Akimoto e col., 2003), levada acabo durante 12 meses, e em que18 idosos (67.3±3.6 anos) e 27idosas (63.7±6.9 anos) participaramnum programa de exercício físicobi-semanal (1 sessão de treino deforça - 2 séries com 8 a 15 repe-tições e 1 sessão de treino cardio-vascular com intensidade inferior a60%FCmáx de reserva), foi tambémconcluído que, quer a taxa desecreção salivar de IgA, quer aconcentração de IgA apresentamganhos estatisticamente significa-tivos entre a avaliação inicial e afinal (p<.01). Foram registados, noinício do programa, valores de IgA

salivar de 27.4±14.4µg/ml, após 4 meses de 27.2±14.2µg/ml e após12 meses foram obtidos 33,8±18.5µg/ml. A taxa de secreção salivarde IgA variou de 29.5± 26.0µg/minna avaliação inicial, a 33.8±27.2µg/ml após 4 meses e 46.5±35.1µg/ml após 12 meses.

A qualidade e quantidade de salivapode ser importante como defesacontra agentes patogénicos trans-mitidos via cavidade bucal. Poroutro lado, uma secreção deficientede IgA salivar poderá estar asso-ciada com infecções recorrentesdo tracto respiratório superior. Os resultados obtidos no presentetrabalho, quer respeitantes à con-centração salivar de IgA, quer àtaxa de secreção salivar de IgA,parecem suportar a hipótese deque o exercício físico de intensidademoderada motiva efeitos crónicospositivos na pessoa idosa.

AGRADECIMENTOS

Os dados respeitantes à presentepesquisa foram parcialmente apre-sentados, publicamente, no AIESEP2005 World Congress - ActiveLifestyles: The Impact of Educationand Sport, em Lisboa.

CORRESPONDÊNCIA

Raul Martins

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física

Estádio Universitário - Pavilhão III, Santa Clara

3040-156 Coimbra

E-mail: [email protected]

REFERÊNCIAS

1. Akimoto T, Kumai Y, Akama T,Hayashi E, Murakami H, Soma R,Kuno S, Kono I (2003). Effects of12 months of exercise training on salivary secretory IgA levels inelderly subjects. Br J Sports Medi-cine, 37:76-79.

2. Biddle SJH (2000). Emotion, moodand physical activity. In SJH Bidle,KR Fox, SH Boutcher (Eds.), Phy-sical Activity and Psychological Well--Being (pp. 63-87). London: Routledge.

3. Drela N, Kozdron E, SzczypiorskiP (2004). Moderate exercise mayattenuate some aspects of immuno-senescence. BMC Geriatr, 29:4-8.

4. Gaspar B, Castelo R, Martins R,Teixeira AM (2004). Health-rela-ted fitness and mood states in anelderly population, after a physicalexercise program. In JP Ferreira,PM Gaspar, CF Ribeiro, AM Teixeira& C Senra (Eds.), Phy-sical Activityand Promotion of Mental Health(pp. 89-92). Coimbra: FCDEF-UC.

5. Jones CJ, Rose DJ (2005). Phy-sical Activity Instruction of OlderAdults (pp. 37-53). Champaign, IL:Human Kinetics.

6. Kohut ML, Senchina DS (2004).Reversing age-associated immuno-senescence via exercise. ExercImmunol Rev, 10:6-41.

7. Martins R, Gomes C, Sobral F(2002). Exercício físico no idoso -estudo comparativo da condiçãofísica num grupo de idosas seden-tárias, antes e após um programade exercícios físicos. Geriatria, XV(147):9-18

8. Nakamura H, Matsuzaki I, Sasa-hara S, Hatta K, Nagase H, Oshita Y,Ogawa Y, Nobukuni Y, KambayashiY, Ogino K (2003). Enhancement ofa sense of coherence and naturalkiller cell activity which occurred in

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 10

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

subjects who improved their exer-cise habits through health educationin the workplace. J Occup Health,45(5):278-85.

9. Nicoletti C, Yang X, Cerny J(1993). Repertoire diversity ofantibody response to bacterialantigens in aged mice. III. Phospho-rylcholine antibody from young andaged mice differ in structure andprotective activity against infectionwith Streptococcus pneumoniae. J Immunol, 150(2):543-9.

10. Novas AM, Rowbottom DG,Jen-kins DG (2003). Tennis, inci-dence of URTI and salivary IgA. Int JSports Med, 24(3):223-229.

11. Ogawa K, Oka J, Yamakawa J,Higuchi M (2005). A single bout of exercise influences natural killercells in elderly women, especiallythose who are habitually active. JStrength Cond Res., 19(1):45-50.

12. Powers DC, Belshe RB (1993).Effect of age on cytotoxic T lym-phocyte memory as well as serumand local antibody responseselicited by inactivated influenzavirus vaccine. J Infect Dis, 167(3):584-592.

13. Rikli RE, Jones CJ (1999).Development and validation of afunctional fitness test for community-

-residing older adults. JAging andPhysical Activity, 1999a; 7:129-161.

14. Shephard R (1997). Aging, Phy-sical Activity and Health. Champaign,IL: Human Kinetics.

15. Spirduso WW, Francis KL, Mac-Rae PG (2005). Physical Dimensionsof Aging, 2nd Ed. (pp.1-30). Cham-paign, IL: Human Kinetics.

16. Teixeira AM, Martins R, MartinsM, Cunha MR (2005). Functionalfitness, mood states, and salivaryIgA responses to an exercise pro-gram in an elderly population. In KKelley, M Irwin, R Dantzer & VSanders (Eds.), 7th ISEI SymposiumAbstracts - Brain, Behavior, andImmunity, 19(5):485-86.

17. Teixeira AM, Cunha MR, Mar-tins M, Martins, R (2004). Mobility--related fitness, salivary IgA andmood states in an elderly popu-lation, after a physical exerciseprogram. In E Van Praagh, J Coudert,N Fellmann, P Duché (Eds.), 9th

Annual Congress European Collegeof Sport Science - Book of Abstracts(pp. 89). Clermont-Ferrand: ECSS.

18. Viana M, Cruz J (1993). Perfildos Estados de Humor (POMS -Versão Reduzida): Tradução e adap-tação. Braga: Universidade do Minho.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 11

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 12

RREESSUUMMOOEste estudo teve como objetivo ana-lisar o consumo máximo de oxigêniode crianças e adolescentes durantea puberdade. Participaram do estudo779 crianças e adolescentes da re-gião do Cotinguiba, SE, sendo 404do sexo feminino e 379 do sexo mas-culino. Foram mensurados valoresde peso, estatura e dobras cutâneas.Foram estimados o percentual degordura e a massa corporal magra.Os estágios de maturação sexualforam estabelecidos por auto-avaliação, pela ocorrência de pêlospubianos. O VO2máx foi estimadoatravés do teste Vai-e-vem de 20metros. Para a análise de dados, foiutilizada a estatística descritiva, acorrelação de Pearson e análise devariância (p≤0,05). Os resultadossugerem aumento progressivo parao VO2máx absoluto (l/min), em ambosos sexos, com o avanço maturacional.Diferenças significativas entre ossexos são observadas a partir doestágio maturacional P3. As corre-lações entre o VO2máx absoluto(l/min) e os estágios maturacionaisforam significativas para ambos ossexos (p<0,05); e entre VO2máx(relativo ao peso corporal e a massacorporal magra), foram negativaspara o sexo feminino (p<0,05). Asanálises sugerem que durante a pu-berdade ocorre um aumento grada-tivo do VO2máx absoluto em ambos ossexos; uma estabilidade do VO2máxrelativo à massa corporal, e a massamagra, no sexo masculino; e um de-clínio no sexo feminino, com o avançoda maturação sexual.

AABBSSTTRRAACCTTThe objective of this study was toanalyze the maximum oxygen uptakeof children and adolescents duringpuberty. The study enrolled 779children and adolescents of bothsexes from Cotinguiba, SE, Brazil,404 of whom were female and 379of whom were male. Measurementswere taken of weight, height andskin folds. Body fat percentage andlean body mass. Sexual maturitystages were established by self--assessment, based on appearanceof pubic hair. The children's VO2maxwas estimated from the results of a20 meter shuttle-run test. Dataanalysis employed descriptive sta-tistics, Pearson's correlation coef-ficient and analysis of variance (p≤0.05). The results suggest thatabsolute VO2max (l/min) increasesprogressively in both sexes as ma-turity advances. Significant diffe-rences between sexes are observedfrom maturity stage P3 onwards. Cor-relations between absolute VO2max(l/min) and maturity stages weresignificant for both sexes (p<0.05);while correlations between VO2max(relative to body weight and leanbody mass), were negative for fema-les (p<0.05). Analyses suggest thatduring puberty absolute VO2maxincreases gradually for both sexes,that VO2max is stable with relationto body mass, and that lean mass in males and decreases in femalesas sexual maturity advances.

CCOONNSSUUMMOO MMÁÁXXIIMMOO DDEE OOXXIIGGÉÉNNIIOO EE EESSTTÁÁGGIIOO DDEE MMAATTUURRAAÇÇÃÃOO SSEEXXUUAALL DDEE CCRRIIAANNÇÇAASS EE AADDOOLLEESSCCEENNTTEESS

MMAAXXIIMMUUMM OOXXYYGGEENN UUPPTTAAKKEE AANNDD SSEEXXUUAALL MMAATTUURRIITTYY OOFF CCHHIILLDDRREENN AANNDD AADDOOLLEESSCCEENNTTSS

AUTORESRoberto Jerônimo dos Santos Silva1

Édio Luiz Petroski2

1 Grupo de Estudos e Pesquisa em AtividadeFísica relacionada à Saúde - GEPAFIS/UNIT,Universidade Tiradentes - Aracaju (SE)

2 Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC), Programa de Pós-Graduação emEducação Física, Núcleo de Pesquisa emCineantropometria e Desempenho Humano - NUCIDH/UFSC

CCOONNSSUUMMOO MMÁÁXXIIMMOO DDEE OOXXIIGGÉÉNNIIOO EE EESSTTÁÁGGIIOO DDEE MMAATTUURRAAÇÇÃÃOO SSEEXXUUAALLDDEE CCRRIIAANNÇÇAASS EE AADDOOLLEESSCCEENNTTEESS44((11)):: 1133--1199

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEadolescência; puberdade;composição corporal.

KKEEYYWWOORRDDSSadolescence; puberty; body composition.

data de submissãoJJuullhhoo 22000077

data de aceitaçãoOOuuttuubbrroo 22000077

investigação

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 13

investigação técnico original opinião revisão14||15||

INTRODUÇÃO

A adolescência é o período detransição entre a infância e a idadeadulta, e marcada pelo impacto dapuberdade, que influencia as modi-ficações antropométricas e de com-posição corporal que caracterizamo processo de crescimento e desen-volvimento da adolescência1.

Embora a maioria das doenças as-sociadas ao sedentarismo somen-te se manifeste na vida adulta, écada vez mais evidente que seudesenvolvimento se inicia na infânciae na adolescência2. Sendo assim, o estímulo à prática de atividadefísica desde a juventude deve seruma prioridade em saúde pública.Apesar dessas evidências, a preva-lência de sedentarismo ainda émuito alta, tanto em países ricos,quanto naqueles de renda médiaou baixa3. Segundo a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS)4, a estima-tiva global da prevalência do seden-tarismo entre adultos é de 17%, edaqueles que fazem atividade física,31% a 51%, são insuficientementeativos, nos dias atuais. Nas capi-tais brasileiras, e Distrito Federal, a prevalência de sedentarismo napopulação adulta masculina (38,8%)é duas vezes maior que a feminina(20,1%)5.

A atividade física é um dos elemen-tos do estilo de vida que desem-penha um papel significativo napromoção da saúde e na prevençãode doenças6. A aptidão física é umcomponente do estilo de vida quetem sido associado a menores níveisde risco para o desenvolvimento de doenças e morte por todas ascausas, principalmente quando con-siderado como indicador o consu-mo máximo de oxigênio7.

Entretanto, no que se refere àscrianças e adolescentes, o estudodo VO2máx, ainda exige algum

aprofundamento de forma a seobter melhores explicações sobreespecificidades aí envolvidas, sobre-tudo durante o crescimento e de-senvolvimento humano.

Nesta perspectiva, Léger8 coloca que,quando comparados com adultos,crianças e adolescentes tendem ater menor VO2máx quando este éexpresso de forma absoluta (l/min),e quando considerado relativamen-te ao peso corporal (ml/Kg/min),para meninos. Enquanto que, paraas meninas, o VO2máx, tende a serestável durante o crescimento, e háuma redução com o aumento daidade. Em termos gerais, adolescen-tes que maturam precocemente têmVO2máx (l/min) mais elevado queaqueles com maturação tardia9.

Estudos longitudinais10 mostramque meninos apresentam melhorcondicionamento aeróbio em relaçãoàs meninas, mas os resultados sãosemelhantes, quando consideradaa magnitude de alteração na ca-pacidade aeróbia entre os gêneros(ml.Kg-0,67.min).

No que se refere ao VO2 de pico,Janz e Mahoney10 encontraram umamoderada correlação deste com amaturação sexual para meninos(0,67) e para meninas (0,53) quandoexpresso de forma absoluta (ml//min), todavia não tem sido obser-vada correlação quando o VO2 depico é expresso de forma relativa à massa corporal (ml/Kg0,67.min)em ambos os gêneros.

De acordo com Léger8, o VO2máxabsoluto tende a aumentar duranteo crescimento em ambos os gê-neros, sendo interessante destacarque crianças com maior nível matu-racional têm maior VO2 de pico.Dessa forma, o nível maturacional e o crescimento talvez influenciemos níveis de VO2máx absoluto devidoao aumento da quantidade de massamuscular disponível para a atividade.

Recentemente, Rodrigues et al.11

determinaram valores médios deVO2máx para adolescentes brasi-leiros. Barbosa et al.1 analisaram ainfluência dos estágios de matu-ração sexual, no estado nutricionale na composição corporal de ado-lescentes. Entretanto, as alteraçõesdo consumo máximo de oxigênio de crianças e adolescentes durantea puberdade, em amostras da po-pulação brasileira, ainda há umacarência de informações. Assim,justifica-se a realização de maisestudos, no sentido de analisar oconsumo máximo de oxigênio emcrianças e adolescentes durante a puberdade.

METODOLOGIA

Este trabalho seguiu as recomen-dações da resolução 096/96 doMinistério da Saúde, para pesquisacom seres humanos, sendo anali-sado e aprovado pelo Comitê deÉtica da Universidade Federal deSanta Catarina, protocolo número030/2002.

O estado de Sergipe está divididoem 75 municípios divididos, deacordo com a atividade econômicapredominante, em 5 regiões geo--econômicas: Litoral, Cotinguiba,Agreste, Baixo São Francisco. Aregião do Cotinguiba é composta por13 municípios, tendo por principalatividade econômica a produção de cana-de-açúcar.

Foram sorteadas sete cidade parafazer parte da amostra (Japara-tuba, Capela, Maruim, Maynard,Muribeca, Rosário do Catete eCarmópolis).

Participaram da amostra 779 esco-lares, sendo 404 do sexo femininoe 379 sexo masculino, com idadesde 07 a 14 anos.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 14

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

A coleta de dados das caracterís-ticas morfológicas de peso, alturae de dobras cutâneas (tríceps esubescapular) dos adolescentesseguiram normas padronizadas12,13.

O percentual de gordura foi calcu-lado a partir da equação propostapor Lohman14 com suas constantesoriginais, sendo que os intervalosoriginais para as idades foram com-pletados pelas constantes suge-ridas por Petroski e Pires Neto15.

O estágio maturacional foi avaliadopela ocorrência de pelos pubianos,para tanto foram utilizadas asplanilhas propostas por Tanner,através de auto-avaliação, conformeindicações da literatura16,17,18, sendoclassificado em P1, P2, P3, P4, P5e P6. Foi fornecida uma descriçãodetalhada de cada estágio, doscaracteres sexuais secundários,para melhor compreensão e identi-ficação por parte dos adolescentes.

Para o VO2máx utilizou-se o testeVai-e-vem 20 metros, proposto porLeger et al.19: que consiste em oavaliado correr (ir e voltar) um es-paço de 20 metros até a exaustão.O último estágio percorrido foiconsiderado como o equivalente da velocidade aeróbia máxima,sendo então usado para encontraro VO2máx.

Para o cálculo do VO2máx foi uti-lizada a equação abaixo:

VVOO22mmááxx == 3311,,002255 ++ 33,,223388xx11 --33,,224488xx22 ++ 00,,11553366xx11xx22

onde:

VO2máx = ml/Kg/min;

x1 = Km/h (velocidade máxima atin-gida no teste);

x2 = idade (em anos).

Como procedimentos estatísticos,utilizou-se a estatística descritivapara melhor apresentação dosresultados, o teste t para amostras

independentes para a verificação

das diferenças entre os gêneros, a

ANOVA One Way, com post hocde Tukey para verificação das dife-

renças com o avanço da maturação

e a correlação de Pearson para a

verificação das relações entre ma-

turação e VO2máx, tendo sido uti-

lizado, em todas as análises o nível

de significância de 5% (p≤0,05).

Idade

VVaarriiáávveeiiss

10,46 ± 2,32 10,76 ± 2,43 NS

Estatura 138,91 ± 13,78 140,40 ± 14,62 NS

Massa corporal 33,08 ± 10,54 33,76 ± 11,44 NS

IMC (KG/m2) 16.71 ± 2,87 16,74 ± 4,17 NS

%G 16.92 ± 6,25 10,71 ± 5,17 14,96*

VO2máx 42,69 ± 4,58 45,29 ± 4,56 -7,93*

FFeemmiinniinnoo MMaassccuulliinnoo TTeessttee tt

TTAABBEELLAA11Valores descritivos para as variáveis coletadas neste

estudo para escolares de 07 a 14 anos.

* Significativo a p≤0,05; NS: não significativo.

P1 8,36 ± 1,43

10,30 ± 1,68

12,09 ± 1,43

12,88 ± 1,22

13,57 ± 0,65

45,03 ± 3,39

42,66 ± 4,13

41,82 ± 4,78

39,49 ± 4,59

39,04 ± 5,01

1,12 ± 0,25

1,35 ± 0,30

1,57 ± 0,34

1,72 ± 0,30

1,99 ± 0,39

53,29 ± 4,86

51,97 ± 5,50

50,25 ± 5,28

48,71 ± 5,57

51,04 ± 6,28

P2

P3

P4

P5

MMaattuurraaççããoo IIddaaddee VVOO22mmááxx

(ml/Kg/min)

VVOO22mmááxx

(l/min)

VVOO22mmááxx

(ml/Kgmm/min)

TTAABBEELLAA22Valores descritivos de idade, consumo máximo

de oxigênio por estágio maturacional de crianças e adolescentes.

FFeemmiinniinnoo

P1 8,44 ± 1,51

10,21 ± 2,04

11,50 ± 1,79

13,00 ± 1,12

13,71 ± 0,47

45,49 ± 3,70

44,45 ± 4,63

45,54 ± 4,34

45,65 ± 5,04

44,35 ± 7,97

1,14 ± 0,22

1,40 ± 0,54

1,53 ± 0,31

1,99 ± 0,45

2,35 ± 0,54

50,43 ± 4,59

50,69 ± 5,50

51,06 ± 4,80

51,13 ± 5,69

50,61 ± 7,64

P2

P3

P4

P5

MMaattuurraaççããoo IIddaaddee VVOO22mmááxx

(ml/Kg/min)

VVOO22mmááxx

(l/min)

VVOO22mmááxx

(ml/Kgmm/min)

MMaassccuulliinnoo

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 15

investigação técnico original opinião revisão16||17||

RESULTADOS

A tabela 1 mostra os resultadosantropométricos, de composiçãocorporal e o VO2máx, dos esco-lares avaliados de ambos os sexos.Os resultados mostram que so-mente houve diferenças estatís-ticas nas médias de %G e VO2máx,entre os sexos. O %G foi significa-tivamente maior entre as meninas,enquanto que o VO2máx foi maiornos meninos.

A tabela 2 mostra os valoresdescritivos encontrados para oVO2máx absoluto (l/min), relativo à massa corporal (ml/Kg/min) erelativo à massa corporal magra(ml/Kgmm/min) de acordo com oestágio maturacional de crianças e adolescentes.

Verifica-se na tabela 3, que a corre-lação entre VO2máx e maturaçãosexual é significativa para o gênerofeminino para as variáveis de capa-cidade cardiorrespiratória, enquantoque para o masculino apenas eml/min (r=0,66). As correlações entreVO2máx e estágio de desenvolvi-mento de pêlos pubianos foramnegativas e significativas, para osexo feminino. Enquanto que ascorrelações entre VO2máx (l/min)e estágio de desenvolvimento depêlos pubianos foram moderadas e positivas para ambos os sexos.

DISCUSSÃO

Os resultados do presente estudosugerem valores de VO2máx supe-riores entre meninos quando compa-rados com as meninas, o que já eraesperado20. Fatores culturais para aprática de atividade física, o maiordesenvolvimento muscular entremeninos, e a maior quantidade degordura corporal entre as meninas21,favorecem tais diferenças.

Malina e Bouchard9 enfatizam quedurante a adolescência as meninastendem a ganhar maior massagorda que os meninos, sendo que,no gênero feminino, a massa gordarefere-se ao maior percentual dopeso corporal quando comparadoao masculino. Associação signifi-cativa entre a maturação sexual e aprevalência de sobrepeso/obe-sidade, tem sido verificada nasmeninas, mas não nos meninos22.Van Loan23 também observou estadiferenciação entre os gêneros,entretanto, acrescenta que aumen-to anual de gordura corporal emmeninas pode chegar a 1,14 Kg,enquanto que nos meninos, ocorreum decréscimo, explicado pelo au-mento de massa corporal magra.

As correlações entre VO2máx ematuração foram significativaspara o sexo feminino, tanto emtermos relativo quanto em absoluto;enquanto que para o sexo masculi-

no foi significativa somente em ter-mos absolutos. Quando o VO2máxfoi expresso relativo à massa cor-poral total (ml/Kg/min) e a massacorporal magra (ml/Kgmm/min),observou-se que as correlações nofeminino foram negativas, sugerindoa redução destas variáveis com oavanço do estágio maturacional.Similares observações têm sidorelatadas na literatura24.Um estudo com meninos alemães,entre 12 e 16 anos, Malina e Bou-chard9 encontraram correlaçõesentre maturação esquelética eVO2máx que variam de 0,30 a0,77, sendo que eles sugerem queestes resultados sejam influenciadospelo surto de crescimento. Resul-tados similares ao presente estudoforam encontrados por Janz e Ma-honey10, em um estudo longitudinalde três anos, com 123 crianças de 07 a 12 anos, que encontraramcorrelação moderada entre osestágios maturação e VO2 de pico(ml/min) para meninos e meninas(0,65 e 0,53 respectivamente).Malina e Bouchard9 ressaltam que,em estudos longitudinais com me-ninas, o VO2máx absoluto tende aaumentar a partir do ano anteriora menarca, atingindo um platô atéum ano após a mesma. Quanto aoVO2máx relativo, há uma reduçãolinear a partir de dois anos antes e até três anos após a menarca. Oaumento do VO2máx absoluto, pró-ximo à idade de menarca, reflete o aumento do tamanho corporal,enquanto o decréscimo do VO2máxrelativo está relacionado ao fato dosistema de transporte de oxigênionão crescer tão rapidamente quantoa massa corporal, pois alteraçõesna composição corporal, particular-mente o aumento no acúmulo degordura, tornam-se fatores influen-ciadores na resposta do VO2máxrelativo durante a maturação sexualem meninas.

VO2máx (ml/Kg/min)

VO2máx (ml/Kgmm/min)

VO2máx (l/min)

-0,44*

-0,28*

-0,65*

0,01

0,05

0,66*

CCaappaacciiddaaddeeCCaarrddiioorrrreessppiirraattóórriiaa

MMaattuurraaççããoo(pêlos pubianos)

TTAABBEELLAA33Correção entre Capacidade cardiorespiratória padrão maturacional.

* p≤0,05.

FFeemmiinniinnoo MMaassccuulliinnoo

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 16

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

A correlação entre maturação es-quelética e potência aeróbia (l/min)é alta, Beunen e Malina25 relataramr de 0,89, e em crianças e adoles-centes de 08 a 18 anos de idade,No entanto, os autores, não encon-traram correlação significativa quan-do considerado o VO2máx relativoà massa corporal (ml/Kg/min).

A partir de um artigo de revisão,Tourinho Filho e Tourinho20 colocamque, entre as idades de 08 a 18anos, em meninos, há uma estabili-zação do VO2máx (ml/Kg/min),enquanto que nas meninas, ocorreum decréscimo, tendo sido encon-trado valores superiores na fasepré-púbere em comparação comas fases púbere e pós-púbere,como verificado neste trabalho.

Quando considerado o VO2máx(ml/Kgmm/min) (tabela 2), nota--se que existe uma diminuiçãosignificativa com o aumento do es-tágio maturacional para o gênerofeminino, no qual o estágio P1 di-fere significativamente dos demais.Esta diferenciação pode estar rela-cionada ao ganho de tecido adiposocom o crescimento, pois, nesteestudo, foi verificado ganho significa-tivo de tecido adiposo com o avançodo estágio maturacional para ogênero feminino (F=17,9).

Similares resultados têm sidoreportados por Prado et al.24, aoestudarem o comportamento doVO2máx em 471 crianças e adoles-centes, de ambos os gêneros, deoito a 18 anos. Os autores verifi-caram uma redução nos valores dacapacidade cardiorrespiratória parao gênero masculino até o estágioP4.

Quanto às diferenças no VO2máx(ml/Kg/min) (tabela 1) entre osgêneros, observa-se na literatura,que estas estão relacionadas aomaior ganho de tecido adiposo nas meninas, que não favorece a

produção de energia, mas sim ogasto energético durante a ativi-dade, resultando assim em menorVO2máx relativo (ml/Kg/min)25,26.No entanto, se o consumo deoxigênio fosse normalizado pelamassa corporal magra, o resultadopoderia ser similar para ambos os gêneros25.

Segundo Beunen e Malina25, emestudos transversais, quando consi-derado relativo à massa corporal(ml/Kg/min), o VO2máx tem seapresentado estabilizado por todoo período de crescimento para osmeninos, fato encontrado pelopresente estudo. Entretanto, emestudos longitudinais, aqueles auto-res apontam que tende a ocorrerum declínio do VO2máx por toda a adolescência, sendo que, em me-ninas o VO2máx relativo decrescesistematicamente com a idade, fatotambém destacado no presenteestudo.

Eisenmann et al.27 estudaram oVO2pico em crianças e adoles-centes corredores de fundo, deambos os sexos, de 09 a 19 anos,verificaram uma estabilização dacurva para os meninos e uma re-dução da mesma para as meninas,com o avançar da idade quandoconsiderado o VO2pico relativomassa corporal, sendo estas res-postas associadas às diferenças nacomposição corporal, fatores hema-tológicos e, talvez, a prática deatividade física em estágio matu-racional.

Ao analisar o comportamento doVO2máx (l/min) de acordo comestágio maturacional de meninos emeninas (tabelas 2 e 3), percebe-seum aumento progressivo dos valoresem ambos os gêneros, com oavanço dos estágios de maturação.Estes resultados vão ao encontroda literatura, McMurray et al.26

verificaram que o VO2máx (l/min)

foi maior nos meninos em todas asidades, tendo sido observado que,em relação às meninas, o gêneromasculino ganha em média 0,2l/min/ano, independente do grupoétnico, enquanto que o femininoaumenta cerca de 0,1 l/min/ano,tendo sido observado pico nos me-ninos aos 16 e nas meninas aos 14anos. Os autores também colocamque as disparidades entre os gêne-ros possam ter ocorrido devido àsdiferenças na composição corpo-ral, especificamente, pelo aumento da massa magra nos meninos, oudevido a respostas funcionais comomenor volume de ejeção e a menorconcentração de hemoglobina nasmeninas no período pós-pubertário;o que contribui para a menor po-tência aeróbia; além da possibili-dade das meninas serem menosativas que os meninos.

O presente estudo apresenta res-postas semelhantes a trabalhoslongitudinais relatados por Malinae Bouchard9. Sendo que, segundoestes autores, há uma tendênciaao aumento do VO2máx até os 16anos em meninos, ocorrendo umpico aos 13 nas meninas. Essesautores enfatizam que o VO2máxmedido em l/min é influenciadopelo aumento do tamanho corporal,sendo essencial o controle dasalterações ocorridas nesta variáveldurante o crescimento. Este fato écorroborado por Beunen e Malina25,que colocam que quando expressode forma absoluta o VO2máx au-menta da infância até a adoles-cência em meninos, enquanto que,nas meninas, alcança um platô porvolta dos 13-14 anos.

Na tabela 2, observa-se que oVO2máx relativo à massa corporalmagra não se altera com o avançomaturacional, no gênero masculino,e um decréscimo no feminino doP1 a P4. Quando utilizada a análise

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 17

investigação técnico original opinião revisão18||19||

de variância, foi demonstrado quehá diferença estatística, apenaspara o gênero feminino, pois entreos estágios maturacionais, P1 dife-re significativamente de P3 e P4.Resultados similares têm sidorelatados em estudos longitudinaispor Janz et al.10.

No que se refere a variação doVO2máx relativo a massa magra,Malina e Bouchard9 colocam quehá uma tendência ao declínio doVO2máx quando este é expressorelativo à massa livre de gorduracom a idade, durante e após a pu-berdade. Segundo estes autoreshá uma tendência a redução decerca de 5 ml/Kgmm/min emambos os gêneros, desde o inícioda puberdade até a idade adulta.

Os resultados do presente estudosão relevantes para a saúde pú-blica, haja vista que as informaçõessobre o comportamento do consu-mo máximo de oxigênio, com oavanço da maturação sexual decrianças e adolescentes, permi-tem o planejamento e implantação de políticas institucionais, projetose programas para o incremento daatividade física, na escola, antes,durante e após a puberdade.

Contudo, uma limitação do presenteestudo é o fato dos dados aquiapresentados serem de um delinea-mento transversal, e ter envolvidosomente escolares da rede públicade ensino. Ressalta-se, também, a impossibilidade de controle datemperatura durante a coleta doteste Vai-e-vem de 20 metros, podeter causado um viés na aferição.Acredita-se que a importânciadeste trabalho consiste no fato deser uma das poucas publicaçõesque analisa consumo máximo deoxigênio durante a puberdade, prin-cipalmente, por ter sido realizadoem comunidades do interior do nor-deste brasileiro, e da rede pública

de ensino. Outro ponto a ser desta-cado para a avaliação do consumomáximo de oxigênio, durante a pu-berdade, além da idade cronológicae do sexo é o estágio maturacionalque o adolescente se encontra.Considerando os objetivos estabele-cidos no presente estudo, pôde-seconcluir que existem evidências deque, durante a puberdade, ocorreum aumento gradativo do VO2máxabsoluto em ambos os sexos; umaestabilidade do VO2máx relativo àmassa corporal, e a massa magra,no sexo masculino; e um declínio no sexo feminino.

CORRESPONDÊNCIA

Edio Luiz Petroski

Universidade Federal de SantaCatarina

Campus Universitário - Trindade - Caixa Postal 476

Centro de Desportos

88.040-900 - Florianópolis, SC

E-mail: [email protected]

REFERÊNCIAS

1. Barbosa KBF, Franceschini SCC,Priore SE (2006). Influência dosestágios de maturação sexual noestado nutricional, antropometriae composição corporal de adoles-centes. Rev Bras Saúde MaternInfant 6(4):375-382.

2. McCabe MP, Ricciardelli LA,Finemore J (2003). The role ofpuberty, media and popularity withpeers on strategies to increaseweight, decrease weight and in-crease muscle tone among adoles-cent boys and girls. J PsychosomRes 52:145-153.

3. Basset DR, Howley ET (2000).Limiting factors for maximum oxy-gen uptake and determinants ofendurance performance. Med SciSports Exerc 32(1):70-84.

4. WHO - World Health Organi-zation (2002). The World Healthreport: 2002: reducing risk, pro-moting health life. WHO LibraryCataloguing in Publication Data.

5. Brasil. Ministério da Saúde (2007).Estimativas sobre freqüência e dis-tribuição sócio-demográfica de riscoe proteção para doenças crônicasnas capitais dos 26 estados bra-sileiros e no distrito Federal.5. www.saude.gov.br/bvs

6. Blair SN, Horton E, Leon AS, LeeI-MIN, Dromkwater BL, DoshmanRK, Mackey M Kienholz M. Phy-sical activity, nutrition, and chronicdisease. Med Sci Sports Exerc.1996;28(3):335-349.

7. Lee CD, Blair SN (2002). Cardio-respiratory fitness and smoking--related and total cancer mortalityin men. Med Sci Sports Exerc34(5):735-739.

8. Léger L (1996). Aerobic perfor-mance. In: Docherty D (Editor). Mea-surement in pediatric exercisescience. Brithsh Columbia (Ca):Human Kinetics, 183-223.

9. Malina RM, Bouchard C (1991).Growth, maturation and physicalactivity. Champaign (Il): HumanKinetics.

10. Janz KF, Mahoney LT (1997).Three-year follow-up of changes inaerobic fitness during puberty: TheMuscatine Study. Res Q for ExercSport 68(1):1-9.

11. Rodrigues, NA, Perez AJ,Carletti L, Bissoli NS, Abreu GR(2006). Valores de consumo má-ximo de oxigênio determinadospelo teste cardiopulmonar em ado-lescentes: uma proposta de classi-ficação. J Pediatr (Rio J) 82(6):426-30.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 18

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

12. Alvarez BR, Pavan AL (2003).Alturas e comprimentos. In: Pe-troski EL (Editor). Antropometria:Técnicas e padronizações. PortoAlegre: Palotti, 31-45.

13. Benedetti TRB, Pinho RA, RamosVM (2003). Dobras cutâneas. In:Petroski EL (Editor). Antropometria:Técnicas e padronizações. PortoAlegre: Palotti, 47-58.

14. Lohman TG (1987). The use ofskinfolds to estimate body fatnesson children and youth. JOPERD58(9):98-102.

15. Pires-Neto CS, Petroski EL.(1993) Preposições de constantespara o uso em equações preditivasda gordura corporal para criançase jovens. Anais da III Bienal deCiência do Esporte. Poços de Cal-das, MG. p. 27.

16. Saito MI (1984). Maturaçãosexual: auto avaliação do adoles-cente. Pediat 6:111-115.

17. Guimarães JP, Passos ADC(1997). Análise de concordânciaentre informações referidas e obser-vadas acerca do estadiamentopubertário entre escolares dosexo feminino. Rev Saúde Pública31(3):263-71.

18. Baxter-Jones ADG, EisenmannJC, Sherar LB (2005). Controllingfor maturation in pediatric exer-cise science. Pediatr Exerc Sci 17:18-30.

19. Léger L, Mercier D, Gadoury C,Lambert J (1988). The multistage20 metre shutle run test for ae-robic fitness. J Sports Sci 6(2):93--101.

20. Tourinho Filho H, Tourinho LSPR(1998). Crianças, adolescentes e

atividade física: aspectos matura-cionais e funcionais. Rev Paul EducFís 12(1): 71-84.

21. Malina RM (1974). Adolescentchanges in size, build, compositionand performance. Hum Biol 46:117-31.

22. Oliveira CS, Veiga GV (2005).Estado nutricional e maturação se-xual de adolescentes de uma escolapública e de uma escola privada doMunicípio do Rio de Janeiro. RevNutr 18(2):183-191.

23. Van Loan MD (1996). Totalbody composition: birth to old age.In: Roche AF, Heymsfield SB, Loh-man TG (Eds). Human body com-position. Champaign (Il): HumanKinetics, 205-215.

24. Prado RL, Freitas AV, Silva RJS(2004). Analise do comportamentodo VO2 máximo de acordo com oestadiamento maturacional de es-colares de 08 a 18 anos. Rev BrasAtiv Fís Saúde 9(2):39-47.

25. Beunen G, Malina RM (1996).Growth and biological maturation:relevance to athletic performance.In: Oded Bar-Or (Editor). The childand adolescent athlete. Osney Mead(Ox): Blackwell Science, 3-24.

26. McMurray RG, Harrel JS,Bradley CB, Deng S, Bangdiwaba SI(2002). Predicted maximal aerobicpower in youth is related to age,gender, and ethnicity. Med SciSports Exerc 34(1):145-151.

27. Eisenmann JC, Pivarnik JM,Malina RM (2001). Scaling peakVO2 to body mass in young maleand female distance runners. JAppl Physiol 90:2172-2180.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 19

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 20

RREESSUUMMOOO objetivo do estudo foi investigar se um programa de atividade físicapromove melhoras significativas nacapacidade cardiorespiratória deidosas. Participaram do estudo 71gerontes do sexo feminino, sendodivididas em quatro grupos nas res-pectivas faixas etárias: G1 (60-64anos; n=29), G2 (65-69 anos; n=22),G3 (70-74 anos; n=11) e G4 (75-79anos; n=09). A aptidão cardiorespi-ratória foi avaliada através do testede caminhada de 6 minutos de Riklie Jones (1998). Foi utilizado o testeShapiro-Wilk, para verificação dagaussianidade da amostra, com nívelde significância <0,05, utilizou-se oprograma SPSS 10.0 for Windows.Analisando a variável distância percor-rida, obteve-se as seguintes médias:G1=526 m, G2=509,7 m, G3=491,3 me G4=479,4 m, pode-se concluir quesomente o G1 não obteve seu valordentro da faixa de referência. Consi-derando a possibilidade da não espe-cificidade da prescrição do exercíciofísico para cada faixa etária apre-sentada pelos grupos estudados, oprograma de atividade física realizadofoi capaz de proporcionar a 60,5%daquelas idosas, um perfil satisfatóriopara a resistência cardio-respiratória.

AABBSSTTRRAACCTTThe study objective was to investi-gate if one physical activity programpromotes significant improvementsin the cardiorespiratory capacity inelderly. They had participated ofstudy 71 feminine elderly people,being divided in four groups in therespective age band: G1 (60-64 yearsold; n=29), G2 (65-69 years old;n=22), G3 (70-74 years old; n=11) and G4 (75-79 years old; n=09). Thecardiorespiratory fitness was evalua-ted through the 6 minutes walkedtest (Rikli and Jones 1998). Afterthat, for normality verification hadbeen used the Shapiro-Wilk test,with significance level <0,05, wasused program SPSS 10,0 for Win-dows. Analyzing the covered distancechangeable, one got the followingaverages: G1=526 m, G2=509,7 m,G3=491,3 m and G4=479,4 m, canbe concluded that the G1 did notonly get its value inside of thereference band. Considering thepossibility of not the specific of theprescription physical exercise foreach age band presented by thestudied groups, the physical activityprogram was capable to provide60.5% elderly, a satisfactory profilefor the cardio-respiratory resistance.

PPEERRFFIILL DDAA RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAA CCAARRDDIIOORREESSPPIIRRAATTÓÓRRIIAA EEMM MMUULLHHEERREESS IIDDOOSSAASS CCOOMM SSOOBBRREEPPEESSOO DDOO PPRROOGGRRAAMMAA

DDEE AATTIIVVIIDDAADDEE FFÍÍSSIICCAA NNOO SSEESSCC DDEE NNOOVVAA FFRRIIBBUURRGGOO // RRJJ// BBRRAASSIILL

CCAARRDDIIOORREESSPPIIRRAATTOORRYY RREESSIISSTTAANNCCEE PPRROOFFIILLEE IINN EELLDDEERRLLYY WWOOMMEENN WWIITTHH OOVVEERRWWEEIIGGHHTT IINN SSEESSCC OOFF NNOOVVAA

FFRRIIBBUURRGGOO//RRIIOO DDEE JJAANNEEIIRROO -- BBRRAASSIILL OOFF PPHHYYSSIICCAALL AACCTTIIVVIITTYY PPRROOGGRRAAMM

AUTORESHelio Lemos Furtado1,3,4

Fabio Dutra Pereira3,4

Maria Helena Rodrigues Moreira2

Estélio Henrique Martin Dantas1,3,4

1 Universidade Castelo Branco2 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro3 LABIM - Laboratório de Biociências da Motricidade Humana - UCB

4 GDLAM - Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano da Maturidade

5 NEPE - Núcleo de Estudos e Pesquisas do Envelhecimento

PPEERRFFIILL DDAA RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAACCAARRDDIIOORREESSPPIIRRAATTÓÓRRIIAA EEMM MMUULLHHEERREESS IIDDOOSSAASS CCOOMM SSOOBBRREEPPEESSOO DDOO PPRROOGGRRAAMMAA DDEE AATTIIVVIIDDAADDEE FFÍÍSSIICCAA NNOO SSEESSCC DDEENNOOVVAA FFRRIIBBUURRGGOO // RRJJ// BBRRAASSIILL44((11)):: 2211--2266

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEresistência cardiorespiratória;idosas; sobrepeso; atividade física

KKEEYYWWOORRDDSScardiorespiratory resistance;elderly; overweight; physical activity

data de submissãoSSeetteemmbbrroo 22000077

data de aceitaçãoDDeezzeemmbbrroo 22000077

investigação

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 21

investigação técnico original opinião revisão22||23||

INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vidaocorrido ao longo dos últimos anos,devido principalmente, aos avançosda medicina e da produção mundialde alimentos, tem permitido umgradual e progressivo envelheci-mento da população mundial5.

No Brasil, este fenômeno trouxesignificativas mudanças no âmbitosocial e econômico. Uma das preo-cupações sociais sobre o envelheci-mento gira em torno da capacitaçãofuncional e o envelhecimento podecausar algum tipo de incapacidadefuncional nos 22,2 anos de expec-tativa de vida a partir dos 60 anosde idade4,8.

O fato de muitos gerontes nãoconseguirem manter sua indepen-dência nas atividades da vida diária(AVD), faz com que haja comprome-timento de sua qualidade de vida13,15.

Das alterações funcionais oriundasdo envelhecimento, destaca-se oaumento da prevalência de doençascardiovasculares e neste sentido, oMinistério da Saúde do Brasil alertaque 33% dos óbitos ocorrem depatologias desta natureza3,19. Umdos aspectos que pode colaborarpara esta situação é o sedenta-rismo, condição que normalmenteacompanha o envelhecimento. Poreste fato, um programa de ativida-de física poderia combater o seden-tarismo e prevenir tais patologias,uma vez que, os exercícios físicosaumentam a potência aeróbicaentre 10-40%, especialmente peloincremento da diferença arteriove-nosa de oxigênio, volume sistólico,débito cardíaco, volume plasmáticoe sanguíneo10,11.Considerando toda a complexidadedo processo de envelhecimento e as possibilidades benéficas daprática da atividade física, esteestudo pretende verificar o perfil

do condicionamento cardiorespira-tório em mulheres idosas do pro-grama de atividade física no SESCde Nova Friburgo/RJ.

METODOLOGIA

AAmmoossttrraaO estudo contou com uma amostraconstituída de 71 gerontes do sexofeminino, residentes no municípiode Nova Friburgo/RJ. Sendo divi-didas em quatro grupos sendo asrespectivas faixas etárias: G1 (60-64 anos; n=29), G2 (65-69 anos;n=22), G3 (70-74 anos; n=11) e G4(75-79 anos; n=09). Como critériode inclusão, todas as idosas de-veriam estar com no mínimo de 3meses de prática regular2. Neste sentido, foram submetidas aum programa de atividade físicacomposto de uma freqüência detrês seções semanais, constituídade 5 minutos de aquecimento, naparte principal da aula 20 minutoseram destinados a atividades aeró-bicas e outros 20 minutos a ativi-dades neuromusculares (duas porsemana treinamento de força e umavez treinamento de flexibilidade) na volta à calma eram realizados 5minutos de alongamento. Foi consi-derado como critério de exclusãoqualquer tipo de condição patoló-gica aguda ou crônica que pudessecomprometer ou que tornasse umfator de impedimento para realiza-ção do teste de caminhada de seisminutos17.As participantes desta pesquisaassinaram o termo de consentimentoe os procedimentos experimentaisforam executados dentro das normaséticas previstas na Resolução n.º196, de 10 de Outubro de 1996,do Conselho Nacional de Saúde.O estudo teve seu projeto de pes-quisa submetido e aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa Envol-vendo Seres Humanos da Univer-sidade Castelo Branco, RJ.

PPrroocceeddiimmeennttoossComo caráter reprodutivo, a amos-tra deste estudo foi submetida ao referido teste, que propôs àsavaliadas, a caminhar tão rápidopossível (sem correr) quanto amaior distância em 6 minutos umpercurso de 45,72 metros, divididoem 10 segmentos de 4,57 metrose demarcado com cones e fita crepe.A execução do teste se deu em umlocal aberto, com superfície nãoderrapante e nivelada, além de ter23,7oC como temperatura ambienteno dia da avaliação. Para deter-minar a distância percorrida, umaficha plástica foi dada às parti-cipantes toda vez que passavampelo cone controle ou ainda quandoum avaliador ou ajudante marcavaa volta completada. Se fosse neces-sário, as avaliadas poderiam parare descansar (em cadeiras disponíveis)e depois continuar caminhando17.Visando assegurar a homogeneidadeda amostra, realizou-se a mensura-ção e classificação do estado nutri-cional através do calculo do Índicede Massa Corporal (IMC) utilizando--se uma balança com estadiômetro(Filizola, Brasil). Adotou-se comoreferência para as variáveis, estadonutricional (IMC) e distância percor-rida, os valores predistos6,17.

EEssttaattííssttiiccaaForam realizadas as técnicas deestatística descritiva (mediana,média, desvio padrão e coeficientede variação) no sentido de enqua-dramento dos grupos estudadosnos índices referencia. Para veri-ficar a distribuição da amostra foiempregado o teste Shapiro-Wilkcom nível de significância <0,05.Em ambos cálculos estatísticosutilizou-se o programa SPSS 10.0for Windows.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 22

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

RESULTADOS

Os resultados do presente estudoserão apresentados na tabela 1 e2, e figuras 1 e 2 que mostrarão a mediana, média, desvio padrão,coeficiente de variação e distribuiçãodas variáveis: estado nutricional(IMC) e distância percorrida, paraos quatro grupos estudados.

Analisando a tabela 1 e 2, pode-seobservar que os grupos 1 e 3 apre-sentam distribuição próxima danormalidade para todas as variá-veis, fato não ocorrido no G2 e G4.A rejeição da normalidade apresen-tada pelos referidos grupos nãocomprometeu a análise dos resul-tados, uma vez que foi utilizada amédia das variáveis para todos osgrupos, pois o CV% se apresentouinferior a 25% 18.

Assim ao enquadrar a média doIMC dos grupos com os de refe-rência deve-se considerar que todosos grupos apresentam a classifi-cação do estado nutricional (IMC)como sobrepeso. Quanto a variáveldistância percorrida pelos grupos,o enquadramento se deu nas respec-tivas faixas etárias e desta feita, écorreto afirmar que somente o G1não obteve seu valor dentro dafaixa de referência. O gráfico subse-qüente expressa esta afirmativa.

DISCUSSÃO

Um ponto a ser mencionado nestemomento é a utilização do IMC naaplicação da avaliação do estadonutricional de idosos. Atualmente,recomendam-se como pontos decorte para definição de baixo peso(IMC<22kg/m2), peso normal (IMCentre 22 a 27kg/m2) e sobre-peso(IMC>27kg/m2) que diferem dosvalores recomendados para adultos.

Esta proposta leva em considera-ção as mudanças na composiçãocorporal que ocorrem com o enve-lhecimento. Mesmo não expres-sando tais mudanças, a facilidadede obtenção de dados de peso eestatura bem como, sua boa cor-relação com morbidade e morta-lidade, justifica a utilização do (IMC)em estudos epidemiológicos e naprática clínica desde que se usempontos de corte específicos para aidade6.

O presente estudo demonstrou em seus resultados que todos osquatro grupos apresentaram aclassificação do estado nutricionalcomo sobrepeso. Corroborando comeste achado, ao estudar 129 mu-lheres com idade média de 63,9

anos, buscando relacionar a adipo-sidade corporal e a idade com acapacidade funcional para realizaras atividades da vida diária. Paraisto, utilizou além da adipometria, oIMC e neste, o valor médio apresen-tado foi de 27,5 sendo tambémclassificado como sobrepeso16.

Uma outra pesquisa que vem con-firmar as tendências do presenteestudo, verificou os efeitos de umprograma de orientação de ativi-dade física e nutricional sobre aingestão alimentar e composiçãocorporal de mulheres fisicamenteativas. Assim realizaram um pré--teste em 64 mulheres com idademédia de 61,9 anos, onde estastambém foram divididas em quatro

IMC

1

2

3

4

29,00

28,5

29,00

28

29,4

29,0

29,4

28,5

1,8

2,1

1,8

1,0

6,20

7,49

6,14

0,03

0,927

0,832

0,886

0,893

29

22

11

09

0,055

0,010*

0,160

1,279

VVaarriiáávveell GGrruuppoo MMeeddiiaannaa MMééddiiaaDDeessvviiooPPaaddrrããoo

CCVV%%SSttaattiissttiicc

SShhaappiirroo--WWiillkk

DDff SSiiggnniiffiiccaannccee(p)

TTAABBEELLAA11IMC para os grupos estudados.

* Valores de significância p<0,05 rejeitam a normalidade da distribuição.

Distânciapercorrida

(m)

1

2

3

4

510

527,5

500

460

526,0

509,7

491,3

479,4

55,9

55,2

48,3

77,7

10,63

10,83

9,84

0,16

0,942

0,775

0,876

0,806

29

22

11

09

0,171

0,010*

0,100

0,034*

VVaarriiáávveell GGrruuppoo MMeeddiiaannaa MMééddiiaaDDeessvviiooPPaaddrrããoo

CCVV%%SSttaattiissttiicc

SShhaappiirroo--WWiillkk

DDff SSiiggnniiffiiccaannccee(p)

TTAABBEELLAA22Distância percorrida pelos grupos.

* Valores de significância p<0,05 rejeitam a normalidade da distribuição.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 23

investigação técnico original opinião revisão24||25||

grupos e apresentaram os seguin-tes resultados para o estado nutri-cional: G1 (IMC=27,3), G2 (IMC=28,1), G3 (IMC=26,9) e GControle

(IMC=27,2). Podendo ser concluídoque mesmo o G3 apresentando ovalor de 0,1 inferior ao índice declassificação de sobrepeso estegrupo foi o único que assim não se classificou7.

Ainda focado no estado nutricional,porém discordam com o presenteestudo, ao verificar os efeitos deum programa de atividades físicase educacionais para idosos sobre odesempenho em testes de ativida-des de vida diária, avaliaram 15idosas com idade entre 61-77 anose encontraram como estado nutri-cional do pré-teste um valor médio

de IMC de 25,5 sendo classificadocomo peso normal9.

Quanto à resistência cardiorespi-ratória, o G4 foi o único grupo queapresentou um valor consistentepara a distância percorrida no testeproposto, isto porque o presenteestudo demonstrou que o G1 apre-sentava os valores da distânciapercorrida em seis minutos inferioraos valores normativos17. Isso podeter ocorrido uma vez que ao pres-crever as atividades aeróbias osresponsáveis por tal prescriçãotenham se baseado como caráterde segurança na idade mais elevadadas participantes. Esta suposiçãose apóia na recomendação que aintensidade da fase aeróbia de umtreinamento pode ser determinadaatravés do percentual do consumomáximo de oxigênio (VO2máx) ouda freqüência cardíaca máxima(FCmáx) efetivamente estabelecidosem um teste ergométrico ou esti-mados através de fórmulas. Geral-mente, é recomendada uma intensi-dade moderada, como 40 a 75%do VO2máx ou 55 a 85% da FCmáxima14. Deve-se observar quesessões com intensidade alta podemestar associadas a um maior riscode desistência, devido a desconfortomuscular, especialmente nas fasesiniciais de um programa de exer-cícios. Por este fato o programa detreinamento possivelmente tenhasubestimado a zona de treinamentode G1. Os grupos 2 e 3 apresenta-ram os valores da distância percor-rida bem próximo do limite inferiorestabelecido17, corroborando comesta hipótese.

Outro estudo que buscou analisaros efeitos de um programa deatividade física na capacidade ae-róbia de mulheres idosas, estudouuma amostra que se constituiu de20 mulheres, na faixa etária de 60a 64 anos (média de 62,55 anos),

FFIIGGUURRAA11IMC dos grupos.

LLEEGGEENNDDAA

30

29,5

29

28,5

28

27,5

27

26,5

26

25,5

Pes

o (k

g) /

Est

atau

ra (

m2)

Grupos

IMC dos grupos IMC predisto (sobrepeso)

G1 G2 G3 G4

FFIIGGUURRAA22Distância percorrida em 6 minutos.

LLEEGGEENNDDAA

700

600

500

400

300

200

100

0

Dis

tânc

ia e

m m

etro

s

Grupos

Dist. mínima (R&J)

Dist. máxima (R&J)

G1 G2 G3 G4

Dist. percorrida

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 24

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

praticantes de um programa deatividade física por pelo menos trêsmeses. Para tal, também foi utili-zado o teste de caminhada de seisminutos17. Em seu resultado foiencontrado o valor médio de 544,1metros para a distância percorridaem 6 minutos. Quando comparadoao valor predito do protocoloobservou-se que este achado nãoincidiu nos valores normativos paraa referida faixa etária. Este fatopode se justificar porque o programade atividade física realizado eracomposto de atividades lúdicas,relaxamentos, reflexos neuromuscu-lares e aeróbios, mas sem enfatizareste componente12.

O presente estudo, por ser descri-tivo, limita-se a sugerir a razão dosresultados do G4 no teste de ca-minhada de 6 minutos em relaçãoaos outros grupos, muito embora oprograma de treinamento descritoem sua metodologia substancie talsugestão. Uma pesquisa que tornaesta sugestão bastante consistentebuscou avaliar a influência da hidro-ginástica sobre a aptidão física deidosas. Neste sentido, estudou-se37 mulheres sedentárias, com idademédia de 78,0 anos, que foramsubmetidas a um pré-teste decaminhada de 6 minutos, obtendoum resultado médio de 419,9m.Valor este abaixo dos preditos17.Após um programa de atividadefísica (Hidroginástica) composto de5 minutos de aquecimento, 20minutos de componente aeróbio,20 minutos de neuromuscular e 5minutos de relaxamento que per-durou por 3 meses com freqüênciade duas sessões semanais. Osresultados do pós-teste da amostraforam de 513 m, apresentandouma diferença de significância dep<0,05 e podendo ser enquadradona faixa de normalidade dos valorespreditos1.

Em conclusão, mesmo considerandoa possibilidade da não especifici-dade da prescrição do exercíciofísico para cada faixa etária apre-sentada pelos grupos estudados, o programa de atividade física rea-lizado no SESC/Nova Friburgo foicapaz de proporcionar a 60,5% da-quelas idosas, um perfil satisfatóriopara a resistência cardiorespiratória.

CORRESPONDÊNCIA

Helio Lemos Furtado

Rua Coronel João Olintho, nº 271,

Recreio dos Bandeirantes,

CEP- 22790-170

Rio de Janeiro, Brasil

REFERÊNCIAS

1. Alves RV, Mota J, Costa MC,Alves JGB (2004). Aptidão físicarelacionada à saúde de idosos:influência da hidroginástica. RevBras Med Esporte 10:31-37.

2. American College Of SportsMedicine (1998). Position stand:the recommended quantity andquality of exercise for developingand maintaining cardiorespiratoryand muscular fitness, and flexibilityin healthy adults. Med. Sci. SportsExerc 30:975-991.

3. Benseñor IM, Lutofo PA (2002).Estado atual do tratamento e con-trole de diabetes melito, da disle-pidemia e da hipertensão arterialno Brasil e no mundo: condutas ge-rais para a adequada manutençãodo controle. In: Mion JRD, Nobre F.Risco cardiovascular geral. SãoPaulo: Lemos editorial, 17-43.

4. Camargos MCS, Perpétuo IHO,Machado CJ (2005). Expectativade vida com incapacidade funcionalem idosos em São Paulo. Rev.Panam. Salud Publica/Pan Am JPublic Health 17:359-386.

5. Cantera IR. Envejecimiento, sigloXXI y solidadidad (2002). Rev. Esp.Geriatr. Gerontol 37:3-6.

6. Cervi A, Franceschini SCC, PrioreSE (2005). Análise crítica do usodo índice de massa corporal paraidosos. Rev. Nutr. 18:765-775.

7. Ferreira M, Matsudo S, MatsudoV, Braggion G (2003). Efeito de umprograma de atividade física e nu-tricional sobre a ingestão alimentare composição corporal de mulheresfisicamente ativas de 50 a 72 anosde idade. Rev. Bras. Cienc. Mov 11:35-40.

8. Francisco PMSB, Donalisio MRC,Lattorre MRDO (2003). Tendênciada mortalidade por doenças respi-ratórias em idosos do Estado deSão Paulo, 1980 a 1998. RevSaúde Pública 37:191-196.

9. Hernandes ESC, Barros JF (2004).Efeitos de um programa de ativi-dades físicas e educacionais paraidosos sobre o desempenho emtestes de atividades da vida diária.Rev. Bras. Cienc. Mov 12:43-50.

10. Matsudo SM (2001). Evoluçãoda aptidão física e capacidade fun-cional de mulheres ativas acima de50 anos de idade de acordo com aidade cronológica - Tese de Douto-rado. São Paulo, Universidade Fede-ral de São Paulo. Escola Paulistade Medicina.

11. Matsudo SM, Matsudo VKR,NetoTLB (2000). Impacto do enve-lhecimento nas variáveis antro-pométricas, neuromotoras e meta-bólicas da aptidão física. Rev. Bras.Cienc. Mov. 8:15-21.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 25

investigação técnico original opinião revisão26||27||

decline of human functional capa-city. Australasian Journal on Ageing24:153-156.

16. Raso WA (2002). Adiposidadecorporal e a idade prejudicam acapacidade funcional para realizaras atividades de vida diárias demulheres acima de 47 anos. RevBras Med Esporte 8.

17. Rikli RE, Jones CJ (1998). TheReliabiltiy and Validity of a 6--Minute Walk Test as a measureof Physical Endurance in OlderAdults. Journal of Aging and Phy-sical Activity 6.

18. Shimakura SE (2005). Coefi-ciente de Variação. Disponível em<http://www.est.ufpr.br/~silvia/CE055/node26.html.> Acesso em14 Out. 2005.

19. Yanowitz FG, La Monte AM(2002). Physical activity andhealth in the elderly. Curr sportmed resp 1:354-361.

12. Miranda EP, Rabelo TH (2006).Efeito de um programa de ativida-de física na capacidade aeróbia demulheres idosas. Movimentum 1.

13. Mussoll J, Espinosa MC, QueraD, Serra ME, Pous E, Villar-Roya(2002). Resultados de la aplicaciónem atención primaria de um proto-colo de valoración geriátrica inte-gral em ancianos de riesgo. Rev.Esp. Geriatr. Gerontol 37:249-253.

14. Nóbrega ACL, Freitas EV, Oli-veira MAB, Leitão MB, Lazzoli JK,Nahas RM (1999). Posicionamentooficial da Sociedade Brasileira deMedicina do Esporte e da Socie-dade Brasileira de Geriatria e Ge-rontologia: atividade física e saúdeno idoso. Rev Bras Med Esporte5:207-211.

15. Pine MJ, Murphy AJ, WatsfordML (2005). Role of respiratorysystem function in the age-related

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 26

RREESSUUMMOOIInnttrroodduuççããoo:: O consumo de líquidosantes, durante e depois da activi-dade física tem efeito benéfico nahidratação corporal de indivíduosfisicamente activos. Previne a desi-dratação e aumenta a capacidadede desempenho físico. OObbjjeeccttiivvooss::Avaliar os conhecimentos, contribu-tos e o consumo de bebidas antes,durante e depois da actividade físicaem universitários fisicamente activos,e a composição corporal, actividadefísica e gasto energético. MMeettooddoollooggiiaa::Foram avaliados 348 alunos, 140do sexo feminino e 208 do masculinoque frequentam do 1º ao 4º ano daLicenciatura de Ciências do Desportoe Educação Física da Faculdade deDesporto da Universidade do Porto(FCDEF-UP). Foi utilizado um inqué-rito específico e parâmetros antropo-métricos. O tratamento estatísticofoi feito pelo programa SPSS, versão13.0 para o Windows e MicrosoftExcel 2003 com p<0,05. RReessuullttaaddooss::Verificou-se que os alunos do 1º e2º ano praticam e gastam mais ca-lorias com actividade física numasemana típica. Cerca de 95% dosalunos considera necessário o con-sumo de bebidas antes, durante edepois da actividade física. DDiissccuussssããoo::A hidratação é justificativa da neces-sidade do consumo de bebidas antes,durante e depois da actividade física.Cerca de 85% consomem bebidasem pelo menos uma das modalidadesdesportivas praticadas, antes, durantee depois da actividade física. A águafoi a bebida mais consumida antes,durante e depois da actividade físicacurricular e extracurricular.

AABBSSTTRRAACCTTIInnttrroodduuccttiioonn:: intake of liquids before,during and after physical activity hasbeneficial effects on body hydrationof physically active individuals, preven-ting dehydration and increasing thephysical capacity. OObbjjeeccttiivveess:: to eva-luate the knowledge, contribution andconsumption beverages before, du-ring and after physical activity in agroup of physically active universitystudents, to evaluate the body compo-sition, physical activity and energyexpenditure during weekly physicalactivity. MMeetthhooddoollooggyy:: we carried outa survey of 348 students, 140 femaleand 208 male, currently attendingfrom the 1st to the 4th year of theFaculty of Sport of the University ofPorto. They were appraised througha specific questionnaire and anthropo-metrical evaluation. Statistical treat-ment was performed using SPSS,version 13.0 for Windows and Micro-soft Excel 2003 for p<0.05. RReessuullttss::It was verified that 1st and 2nd yearstudents practice and spend morecalories with physical activity in atypical week. About 95% of thestudents consider it necessary toconsume beverages before, duringand after physical activity. Hydrationis mentioned more often by studentsas justification for the need andconsumption of beverages, before,during and after physical activity. Ofthe students that practiced physicalactivity, about 85% consume beve-rages before, during and after phy-sical activity, in at least one sportmodality practiced. DDiissccuussssiioonn:: Hydra-tion is for the surveyed students themain justification for the need andconsumption of beverages before,during and after physical activity.Water is the students' preferredbeverage for consumption duringphysical activity.

CCOONNTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO DDAASS BBEEBBIIDDAASS PPAARRAA AA HHIIDDRRAATTAAÇÇÃÃOO,,AANNTTEESS,, DDUURRAANNTTEE EE DDEEPPOOIISS DDAA AACCTTIIVVIIDDAADDEE FFÍÍSSIICCAA

EEMM EESSTTUUDDAANNTTEESS UUNNIIVVEERRSSIITTÁÁRRIIOOSS

CCOONNTTRRIIBBUUTTIIOONN BBEEVVEERRAAGGEESS FFOORR HHYYDDRRAATTIIOONN BBEEFFOORREE,, DDUURRIINNGG AANNDD AAFFTTEERR PPHHYYSSIICCAALL AACCTTIIVVIITTYY IINN UUNNIIVVEERRSSIITTYY SSTTUUDDEENNTTSS

AUTORESCarla Andreia Lima Ferreira1

José Augusto Rodrigues dos Santos2

Luiza Kent-Smith3

Inês Sofia Morales Salcedo3

1 Nutricionista, Bolseira do Instituto de Bebidas e Saúde

2Faculdade Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto

3 Faculdade Ciências da Nutrição eAlimentação da Universidade do Porto

CCOONNTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO DDAASS BBEEBBIIDDAASS PPAARRAA AA HHIIDDRRAATTAAÇÇÃÃOO,,AANNTTEESS,, DDUURRAANNTTEE EE DDEEPPOOIISS DDAA AACCTTIIVVIIDDAADDEE FFÍÍSSIICCAA EEMM EESSTTUUDDAANNTTEESS UUNNIIVVEERRSSIITTÁÁRRIIOOSS44((11)):: 2277--3388

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEhidratação; actividade física;bebidas

KKEEYYWWOORRDDSShydration; physical activity;beverages

data de submissãoMMaaiioo 22000066

data de aceitaçãoOOuuttuubbrroo 22000077

investigação

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 27

investigação técnico original opinião revisão28||29||

INTRODUÇÃO

A posição do American College ofSports Medicine1 fornece uma orien-tação com respeito à reposição delíquidos e electrólitos. Recomendaa reposição adequada de líquidospara a manutenção da hidrataçãona promoção de saúde, segurançae óptimo desempenho no decursoda actividade física.17

Uma hidratação adequada antesda actividade física é essencial parapreservar todas as funções fisioló-gicas. Indivíduos que ingeriram lí-quidos antes da actividade físicaapresentaram uma temperaturainterna menor e uma menor fre-quência cardíaca, durante a activi-dade física, comparativamente comaqueles que não ingeriram líquidos.Um défice hídrico antes da activi-dade física pode potencialmentecomprometer a regulação térmicae produzir uma sobrecarga cardio-vascular durante o esforço. Nãoexiste evidência suficiente paraapoiar a hiperhidratação antes daactividade física como um meiopara manter a hidratação duranteo mesmo. Durante a actividadefísica, o objectivo da ingestão delíquidos deve ser de equilibrar oslíquidos perdidos pelo suor ou quan-do as taxas de suor são muito altas,repor quanto antes o equilíbriohídrico. A quantidade e frequêncianecessárias devem ser ajustadasde acordo com as taxas de suorindividual e a tolerância à ingestãode líquidos. IFSM7 demonstraramque a ingestão de grandes volumesde líquidos está associada ao maiordébito cardíaco, maior fluxo sanguí-neo periférico, menor temperaturainterna e menor percepção de fa-diga durante o exercício. IFSM7

reafirmam que a desidratação,

mesmo ligeira, pode reduzir o desem-penho desportivo. A manutençãoda saúde e desempenho desportivodeve justificar a rápida reposiçãohídrica nos desportistas. A reposi-ção da água e o equilíbrio electrolí-tico são essenciais para o processode recuperação após actividadefísica que resulta das perdas pelosuor. Uma hidratação adequadadepois de um programa de activi-dade física significa começar bemhidratado o próximo treino1,17.

Segundo as recomendações daACSM1, a hidratação só é mantidaem pessoas fisicamente activas sebeberem líquidos suficientes antes,durante e depois de actividade fí-sica1,7. A análise fiável da actividadefísica em indivíduos fisicamente ac-tivos requer instrumentos específi-cos de avaliação.

A avaliação da actividade física porquestionários é a forma mais ha-bitual utilizada em estudos epide-miológicos. Os questionários têmsido usados em função da aplica-bilidade para grandes grupos, debaixo custo e por permitir a recolhade informação precisa sobre o tipode actividade física e o contexto emque acontecem. Uma análise signifi-cativa deve incluir as várias dimen-sões da actividade física: frequência,duração, intensidade e tipo de exer-cício, possibilitando uma estimativado gasto calórico em actividadesmoderadas ou intensas2,14.

O International Physical Activity Ques-tionnaire (IPAQ) foi desenvolvidopara servir como um instrumentoválido para comparação dos níveisde actividade física entre diversaspopulações e contextos culturais e sociais. O Instituto Holandês deSaúde Publica e Ambiente desen-volveu a Short Questionnaire toAssess Health - enhancing physical

activity (SQUASH) válido e reprodu-tível, curto e com questões sobreactividades habituais e de aplicaçãosimples em vários tipos de popu-lações12,22.A actividade física pode influenciara composição corporal dandoorigem a variações responsáveispor alterações das característicasdos compartimentos corporais. Acomposição corporal é definida em4 compartimentos: gordura, água,massa proteica e massa óssea. Naprática, baseia-se em 2 comparti-mentos: a massa gorda e a massamagra. O termo massa gorda égeralmente designado como tecidoadiposo e massa magra o resto docorpo. A avaliação antropométricada massa gorda a partir das pre-gas de adiposidade subcutâneas(tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca) é baseada em doisprincípios: os locais de medida es-colhidos são representativos dotecido adiposo subcutâneo e darelação constante entre a depo-sição de gordura subcutânea e agordura perivisceral. A área mus-cular do braço é estimada a partirdos valores do perímetro médio dobraço e prega tricipital6,10,16.O Índice de Massa Corporal (peso//estatura) e a razão entre o perí-metro da cintura e anca (ICA) sãonormalmente utilizados na avalia-ção corporal em relação a factoresde risco para a saúde. A estimativada estrutura óssea pelo valor deperímetro do punho e estatura éde grande utilidade em estudos emque não é possível a utilização deoutro método de classificação3,10,13.Foram objectivos deste estudo aidentificação do estrato social, aavaliação da composição corporal,actividade física e gasto energéticoassim como o conhecimento dasnecessidades de hidratação e oestudo do consumo das bebidas no decurso da actividade física.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 28

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

METODOLOGIA

AAmmoossttrraaPara selecção da amostra foiestabelecido como critério de in-clusão alunos matriculados do 1ºao 4º ano que frequentam as aulasda Licenciatura de Ciências do Des-porto e Educação Física da Facul-dade de Ciências do Desporto eEducação Física da Universidade doPorto, de Março a Maio de 2005.Definiu-se como critérios de exclu-são alunos que não preencham osrequisitos anteriores descritos. Atabela 1 apresenta o nº de alunosavaliados por ano de frequência na Faculdade.Apesar de este projecto incluirapenas informação observacional,todos os estudantes foram con-vidados a participar neste estudo e informados sobre os procedi-mentos utilizados e concordaramem participar voluntariamente noestudo, assinando um termo deconsentimento informado da pro-tecção da privacidade de acordocom a Declaração de Helsínquia1975.

PPrroocceeddiimmeennttoossOs alunos seleccionados foram ava-liados através de parâmetros antro-pométricos e inquérito específico.Para a avaliação da composiçãocorporal foi medido; peso (balançaKrups), estatura (estadiómetro),perímetro da anca e da cinta (fitamétrica flexível): as pregas cutâneas(lipocalibrador, Holtain), tricipital,bicipital, subescapular, suprailíaca,o perímetro médio do braço e operímetro do punho (fita métricaflexível) do lado não dominante doparticipante. Usaram-se técnicasinternacionais estandardizadas16.Foi aplicado um inquérito pilotopara determinar a validade do mes-mo em 40 estudantes do 1º ao 4º

ano (10 em cada ano escolar, 4 do sexo feminino e 6 do masculino)da Licenciatura de Ciências do Des-porto e Educação Física.

O inquérito aplicado na amostraestudada diferiu do piloto na suaforma e simplicidade das questões.Foi preenchido pelos participantes,depois de uma breve apresentaçãoe contextualização do projecto deinvestigação e incluía; dados pes-soais e sociais questões sobre co-nhecimentos, consumo e contributodas bebidas para a hidratação antes,durante e depois de actividade físicae um questionário sobre a práticada actividade física12,22 numa semanatípica.

A estimativa do gasto calórico se-manal (típica) para todas as acti-vidades físicas foi obtida a partirdos dados da classificação do custoenergético das actividades físicashumanas, desenvolvida por Ains-worth et al. e o cálculo propostopor Kriska e Caspersen2,14.

Foi calculado o Índice de Massa Cor-poral (kg/m2) e o Índice cintura//anca. A massa gorda (%) atravésdo somatório das pregas cutâneas

e das formulas de Durnin e Siri e aárea muscular do braço (cm2) apartir da prega tricipital e o perí-metro médio do braço. A classifi-cação de estrutura óssea foi obtidaatravés do valor do perímetro dopunho e estatura4,6,10,13.

Para caracterização social foi usadoa escala de classificação social deGraffar (1- classe alta, 2- classemédia alta, 3- classe média, 4- classemédia baixa e 5- classe baixa)11.

AAnnáálliissee eessttaattííssttiiccaaOs dados obtidos foram analisadosestatisticamente, pelo StatisticalPackage for the Social Science(SPSS), versão 13.0 para o Win-dows e Microsoft Excel 2003.

N.º dealunos

93 99 91 65

11..ººaannoo

22..ººaannoo

33..ººaannoo

44..ººaannoo

TTAABBEELLAA11Amostra avaliada.

FFIIGGUURRAA11Índice de Graffar.

70

60

50

40

30

20

10

0

de

alun

os (

%)

não respondeu classe média alta classe média classe média baixa

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 29

investigação técnico original opinião revisão30||31||

Além de uma análise estatísticadescritiva, usou-se a prova de Le-vene, de Kolmonogorov-Smirnov, de Mann-Whitney, o coeficiente decorrelação Spearman e a do Qui--quadrado. Assumiu-se significadoestatístico quando p<0,05.

RESULTADOS

A amostra recolhida representacerca de 50% dos alunos matri-culados do 1º ao 4º ano de Licen-ciatura de Ciências do Desporto eEducação Física da FCDEF-UP. Dos355 alunos que reuniam os crité-rios de inclusão, 5 recusaram parti-cipar no estudo e 2 recusaram aavaliação da composição corporal(3º ano). A presente amostra com-preende 348 alunos (98,0% daamostra), sendo 93 do 1º ano, 99 do 2º ano, 91 do 3ºano e 65do 4ºano, 140 do sexo feminino e 208 do sexo masculino com amédia de idades de 21,0 ± 2,8 (m ±dp). Pertencentes na sua maioria à classe social média (66,8%) es-tando representados na figura 1.

Dos 348 participantes no estudo,285 praticam pelo menos umamodalidade desportiva um dia porsemana, sendo 89 do 1º ano, 94do 2º ano, 59 do 3º ano e 43 do 4º ano. A prática desportiva éigual em todas as classes sociais.

As actividades maioritariamentepraticadas pelos alunos foramginástica, atletismo e futebol. Atabela 2 apresenta as principaisactividades físicas (intensidade,dias e horas) mencionadas pelosalunos numa semana típica.

Devido ao reduzido número de alu-nos de algumas actividades físicasnão se efectuou uma análise des-critiva.

Andar a pé(FCDEF/Emprego)

LeveModerado

AAccttiivviiddaaddeessccoommuunnss

IInntteennssiiddaaddee

18349

NN

5,1 ± 1,75,7 ± 1,6

DDiiaassm ± dp

0,66 ± 0,580,96 ± 1,07

TTeemmppoo (horas)m ± dp

Caminhada

LeveModeradoVigorosa

49352

2,7 ± 1,92,0 ± 1,63,0 ± 2,8

0,70 ± 0,491,35 ± 1,203,25 ± 3,89

Bicicleta

LeveModeradoVigorosa

7469

1,1 ± 0,41,8 ± 1,12,0 ± 1,5

0,69 ± 0,411,05 ± 0,752,75 ± 2,64

Andebol

LeveModeradoVigorosa

35434

2,0 ± 0,02,2 ± 0,82,8 ± 1,9

1,33 ± 0,581,27 ± 0,631,77 ± 1,38

Atletismo

LeveModeradoVigorosa

28790

1,0 ± 0,01,1 ± 0,41,4 ± 1,2

1,25 ± 0,351,74 ± 0,431,99 ± 1,08

Basquetebol

LeveModeradoVigorosa

64732

2,0 ± 0,02,1 ± 1,12,8 ± 1,6

1,06 ± 0,471,23 ± 0,561,50 ± 1,97

Futebol

LeveModeradoVigorosa

56489

1,0 ± 0,01,5 ± 1,02,4 ± 1,6

1,73 ± 0,441,70 ± 0,602,00 ± 1,46

Ginástica

LeveModeradoVigorosa

369925

2,1 ± 0,32,1 ± 0,82,4 ± 1,7

1,35 ± 0,651,27 ± 0,751,64 ± 1,26

Judo

LeveModeradoVigorosa

93517

1,0 ± 0,01,0 ± 0,21,4 ± 1,0

0,94 ± 0,080,98 ± 0,301,39 ± 1,29

NataçãoLeve

Moderado2772

2,1 ± 0,92,3 ± 1,1

1,07 ± 0,610,97 ± 0,61

Voleibol

LeveModeradoVigorosa

136415

1,9 ± 0,32,0 ± 1,02,6 ± 2,0

1,00 ± 0,311,45 ± 1,972,43 ± 1,94

Ex.: Secretária Leve 61 5,0 ± 1,8 2,36 ± 2,02

Ex.:

Objectos pesados

LeveModeradoVigorosa

8308

2,5 ± 1,72,9 ± 2,02,6 ± 0,7

0,50 ± 0,321,45 ± 1,971,27 ± 1,94

Ex.: CozinharLeve

Moderado8716

4,6 ± 2,04,1 ± 2,6

0,99 ± 0,381,10 ± 0,96

Ex.:

Compras pesadas

LeveModeradoVigorosa

45262

1,5 ± 1,02,1 ± 1,41,5 ± 0,2

0,40 ± 0,480,48 ± 0,520,46 ± 0,29

TTAABBEELLAA22Principais actividades mencionadas pela amostra.

mm ±± ddpp

média ± desvio padrão

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 30

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

A duração das modalidades despor-tivas foi de aproximadamente duashoras/semana. Dos alunos partici-pantes no estudo, 128 praticamuma modalidade desportiva extra-curricular mais de 3 dias/semanae de intensidade elevada.Dos alunos do Curso de Licencia-tura em Ciências do Desporto eEducação Física que praticam mo-dalidades desportivas verificou-seque: 80 de voleibol frequentam o2º ano, 80 de futebol o 2º ano, 84 de andebol o 2º ano, 86 e 78de atletismo frequentam o 2º e 1ºano respectivamente, 80 e 73 de ginástica o 2º e 1º ano, 75 de natação o 1º ano, 72 de Bas-quetebol o 1º ano e 58 de Judo o 1º ano. Os alunos do 1º e 2ºano praticam mais actividade físicado que os do 3º e 4º ano.Na tabela 3, estão apresentadosos valores médios (m±dp) de gastoenergético com actividade física de 326 alunos. Foram excluídos osvalores de GE (gasto energético)igual a zero (15 sexo masculino e 7sexo feminino).Encontraram-se correlações mode-radas positivas com significado es-tatístico (p<0,001) entre o gastoenergético e a prática (dias e horas)de atletismo, ginástica, judo, ande-bol, basquetebol, futebol, natação e voleibol. Os valores médios dos parâmetrosda composição corporal apresentamdiferenças significativas entre ossexos, mas dentro dos valoresesperados para a idade. A tabela 4apresenta os principais dados (m ±dp) da composição corporal. O IMC apresenta diferenças signifi-cativas entre os grupos, mas, emmédia, corresponde à normoponde-rabilidade. Os valores médios demassa gorda e área muscular dobraço encontram-se dentro dos pa-drões estabelecidos para a idade esexo. Os valores médios de estru-

1º/2º GE(Kcal/semana)

AAnnoo ddeeffrreeqquuêênncciiaa

7592,4 ± 3177,73989,3 ± 2903,0

SSeexxooffeemmiinniinnoo

9042,5 ± 4881,9*6310,6 ± 3672,0**

SSeexxoommaassccuulliinnoo

0,002< 0,001

pp

TTAABBEELLAA33Caracterização do gasto energético com actividade física da amostra.

** p <0,05; **** p <0,01

Sexo masculinoSexo feminino

GGéénneerroo

23,9 ± 2,822,0 ± 1,9

IIMMCC(kg/m2)

14,8 ± 3,523,6 ± 3,6

MMGG(%)

51,1 ± 11,536,0 ± 7,8

AAMMBB(cm2)

10,2 ± 0,610,3 ± 0,4

EEOO

0,8 ± 0,80,7 ± 0,0

IICCAA

TTAABBEELLAA44Caracterização da composição corporal da amostra.

IIMMCC -- Índice de Massa Corporal; MMGG -- Massa Gorda;AAMMBB -- Área Muscular do Braço; EEOO -- Estrutura Óssea; ** p <0,05

FFIIGGUURRAA22Importância da necessidade de consumo versus

não consumo de bebidas antes da actividade física.

LLEEGGEENNDDAA

20

40

60

80

100

0

de

alun

os (

%)

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano

Aumenta desempenho

Amb. quente e hum. elevada Desconforto gastrointestinal

Conter hidratos de carbono

Diminui sensação de fadiga

Hidratação

Temperatura>ambiente

Sabor do líquido

LLEEGGEENNDDAA

Actividade de curta duração

Custo-benefício

Fortalecer a vontade de continuar o exercício físico

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 31

investigação técnico original opinião revisão32||33||

tura óssea para ambos os sexosincluem-se nos intervalos de estru-tura intermédia. Os valores médiosdo Índice de cintura/anca situam--se dentro do recomendado3,13.

Verificaram-se correlações (p - coe-ficiente de correlação de Spearman)com significado estatístico entre ogasto energético e IMC (p= 0,237;p<0,001) e AMB (p= 0,162; p=0,002), bem como entre o IMC eAMB (p= 0,564; p<0,001). Verificou--se uma correlação negativa entrea ICA e EO (p= - 0,190; p<0,001) eAMB com MG (p= - 0,400; p<0,001).

Os alunos participantes no estudoconsideram necessário o consumode bebidas antes, durante e depoisda actividade física, 93,7 %, 94,5%e 96,0% respectivamente. A figura2 ilustra as menções justificativasdos alunos referentes à necessi-dade de consumo ou não (tempe-ratura>ambiente, sabor do líquido,desconforto gastrointestinal, for-talecer a vontade de continuar oexercício, actividade de curta du-ração, custo-benefício) de bebidasantes de actividade física, por anode frequência da licenciatura daFCDEF-UP.

Existe dependência entre o ano defrequência e a justificação ambientequente e humidade elevada para o consumo de bebidas antes daactividade física (p<0,001). Tendoos alunos do 3º e 4º ano frequên-cia superior à esperada.

Encontrou-se significado estatísticonas distribuições de frequências de bebidas consumidas antes daactividade física com a mençãohidratação (p= 0,007), como justifi-cativa dos alunos para o consumo debebidas antes da actividade física.

Quando se comparam as distri-buições de frequências e a mençãosabor do líquido (p= 0,026) comojustificativa para a não necessi-dade de consumo de bebidas antesda actividade física verificou-sedependência entre as variáveis emestudo.

A figura 3 apresenta as principaisjustificações dos alunos referentesà necessidade de consumo ou não(temperatura>ambiente, sabor dolíquido, desconforto gastrointes-tinal, fortalecer a vontade de conti-nuar o exercício, actividade de curtaduração, custo-benefício) de bebidasdurante a actividade física, por anode frequência da licenciatura daFCDEF-UP.

Existe dependência entre o ano defrequência e a justificação ambientequente e humidade elevada para oconsumo de bebidas durante aactividade física (p= 0,002), tendoos alunos do 3º e 4º ano frequênciasuperior à esperada.

Encontrou-se relação com signifi-cado estatístico entre as distribui-ções das frequências de bebidasconsumidas durante a actividadefísica e a hidratação (p<0,001), men-cionado pelos alunos para funda-mentarem a necessidade de consumode bebidas durante a actividadefísica.

FFIIGGUURRAA33Importância da necessidade de consumo versus não consumo de bebidas durante a actividade física.

LLEEGGEENNDDAA

20

40

60

80

100

0

de

alun

os (

%)

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano

Aumenta desempenho

Amb. quente e hum. elevada Desconforto gastrointestinal

Conter hidratos de carbono

Diminui sensação de fadiga

Hidratação

Temperatura>ambiente

Sabor do líquidoActividade de curta duração

Custo-benefício

Fortalecer a vontade de continuar o exercício físico

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 32

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

A figura 4 mostra as principaisrespostas dos alunos referentes ànecessidade de consumo ou não(temperatura>ambiente, sabor dolíquido, desconforto gastrointes-tinal, fortalecer a vontade de conti-nuar o exercício, actividade de curtaduração, custo-benefício) de bebidasdepois da actividade física, por anode frequência da licenciatura daFCDEF-UP.

Encontrou-se significado estatísticoentre as distribuições de frequên-cia de bebidas consumidas depoisda actividade física e a hidratação(p= 0,034), como fundamento paraa necessidade de ingestão debebidas depois da actividade física.

Dos resultados obtidos anterior-mente (com nível de significânciaestatística) pode-se afirmar que osalunos que consideram importanteo consumo de bebidas antes, du-rante e depois de actividade físicadevido às necessidades de hidra-tação ingerem mais bebidas antes,durante e depois da actividadefísica respectivamente. Os alunosdo 3º e 4º ano mencionaram maisambiente quente e humidade eleva-da como fundamento da necessi-dade de consumo de bebidas antese durante actividade física.

O sabor do liquido foi a menção dos alunos mais frequente para anão necessidade de consumo debebidas antes da actividade física.Contudo para as restantes mençõesjustificativas para o consumo ounão, verificou-se independência en-tre as variáveis.

Dos alunos participantes, 304consideram que as necessidadesde hidratação variam com a moda-lidade desportiva. A figura 5 apre-senta as principais menções dosalunos para as necessidades dehidratação ou não (duração doexercício, necessidades individuais,ambiente quente e humidade eleva-

da e quantidade de suor) consoantea modalidade desportiva, por anode frequência da licenciatura daFCDEF-UP.

Quando se compara por ano defrequência verifica-se que existedependência com a menção dife-rentes meios ambientais referidapelos alunos, tendo o 1º e 2º anovalores observados superiores aosesperados.

Dos alunos que praticam activi-dade física, 85,6%, 78,6% e 89,8%consomem bebidas antes, durantee depois da prática de pelo menos

uma modalidade desportiva respec-tivamente. A figura 6 apresenta oconsumo de bebidas no decurso da actividade física por ano defrequência da Licenciatura de Ciên-cias do Desporto e Educação Física.

Verificou-se dependência das fre-quências entre os alunos que in-gerem líquidos antes da actividadefísica e o ano de frequência, tendo--se observado para o 2º ano valo-res superiores ao esperado. O con-sumo de bebidas antes, durante edepois é independente da classesocial do aluno.

FFIIGGUURRAA44Importância da necessidade de consumo versus

não consumo de bebidas depois da actividade física.

LLEEGGEENNDDAA

20

40

60

80

100

0

de

alun

os (

%)

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano

Aumenta desempenho

Amb. quente e hum. elevada Desconforto gastrointestinal

Conter hidratos de carbono

Diminui sensação de fadiga

Hidratação

Temperatura>ambiente

Sabor do líquido Actividade de curta duração

Custo-benefício

Fortalecer a vontade de continuar o exercício físico

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 33

investigação técnico original opinião revisão34||35||

As tabelas 5, 6, 7 apresentam asprincipais bebidas ingeridas pelosalunos (n/N) antes, durante e de-pois das modalidades desportivas(MD) mais praticadas pelos alunosparticipantes, respectivamente.

Dos 128 alunos que praticam moda-lidades desportivas extracurricu-lares mais de 3 dias/semana deintensidade elevada, 2 não ingeremlíquidos no decurso da actividadefísica, 20 antes, 29 durante e 16depois da actividade física, sendo aágua a bebida seleccionada pelamaioria (86,5%) dos alunos.

Encontrou-se correlações modera-das e positivas com significado es-tatístico (p<0,001) entre o nº dedias/semana das modalidades pra-ticadas pelos alunos participantese o nº de dias/semana que conso-mem bebidas antes, durante e de-pois das actividades físicas.

DISCUSSÃO

Os alunos avaliados praticam nasua maioria voleibol, atletismo,ginástica, basquetebol, natação,

andebol, judo e futebol contribuindopositivamente para o gasto ener-gético com a prática desportiva.Sendo estas modalidades integra-das nas disciplinas curriculares da Licenciatura em Ciências doDesporto e Educação Física. Neste estudo encontrou-se diferen-ças significativas entre os sexosquanto à composição corporal comode acordo com outros estudos. Os valores da composição corporalencontram-se dentro do recomenda-do para idade e sexo, o que seria deesperar, sendo a amostra constituí-da por alunos fisicamente activos10.Uma actividade física intensa eprolongada leva a um aumentosignificativo da massa muscular oque implica um aumento de peso econsequentemente do IMC. Nesteestudo os valores de IMC da amos-tra correlacionaram-se positivamentecom a área muscular do braço e ogasto energético despendido na ac-tividade física. Verificou-se tambémque quanto maior a área musculardo braço menor a percentagem demassa gorda corporal dos alunos.Um nível adequado de hidrataçãosó é mantido em pessoas fisica-mente activas se beberem líquidossuficientes antes, durante e depoisde actividade física com duraçãosuperior a uma hora1,7. A necessi-dade de hidratação foi a justifica-ção dos alunos com maior frequênciapara o consumo de bebidas antes,durante e após actividade física.Verificou-se que estes alunos têmuma maior tendência de ingerirlíquidos antes, durante e depoisactividade física.Febbraio et al.8 demonstraram quea ingestão de hidratos de carbonoantes e durante a actividade físicaacrescenta um efeito adicional nodesempenho quando comparadocom os hidratos de carbono inge-ridos ou antes ou durante a acti-vidade física. A adição de hidratos

FFIIGGUURRAA55Principais menções das necessidades de hidratação consoante a modalidade desportiva.

LLEEGGEENNDDAA

70

60

50

40

30

20

10

0

de

alun

os (

%)

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano

Ambiente quente e humidade elevada

Diferentes meios ambientais Necessidades individuais

Exercício aeróbio vs anaeróbio Duração do exercício

Quantidade de suor

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 34

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

de carbono a uma solução dehidratação acelera o processo derecuperação depois de actividadefísica1,8. Alguns alunos referiram aimportância da adição de hidratosde carbono nas bebidas consumidasantes, durante e depois da acti-vidade física. O mecanismo da sede é insuficientepara repor os níveis hídricos apósuma depleção acentuada de águacorporal. A ingestão voluntária delíquido é influenciada por uma va-riedade de informações sensoriaiscomo o odor, gosto, temperatura,cor e qualidade, são todas caracte-rísticas que influenciam a palatibili-dade e por isso tendem a estimularo consumo de líquidos durante aactividade física. Apenas poucosfactores têm sido estudados, osprincipais foram a temperatura e osabor do líquido4,7,15. Foi mencionadoo sabor do líquido como justificaçãoda não necessidade de consumo debebidas antes da actividade física.A perda de líquidos e sais mineraisdurante a actividade física dependenão só da sua duração e intensi-dade, mas também das condiçõesclimáticas. O suor varia individual-mente sendo influenciado pela inten-sidade da actividade física, o es-tado de adaptação e as condiçõesambientais. Em ambientes quentese húmidos aumenta a taxa de eli-minação do calor e a humidadediminui a eficiência da evaporação;em alguns casos o frio podedesidratar de forma severa4,7,19. Oambiente quente e humidade ele-vada foram das menções referidascom significado estatístico relevanteentre alunos que ingerem líquidosantes e durante a actividade físicae superior ao esperado para osalunos do 3º e 4º ano da FCDEF-UP.Podendo este resultado obtido serdevido ao maior conhecimento dosalunos do 3º e 4º ano, quando com-parado com os do 1º e 2º ano.

A questão da hidratação, seja antes,durante ou depois da realização da actividade física, independentede ser aeróbia ou anaeróbia, temgrande importância para o bom fun-cionamento dos processos homeos-táticos exigidos pela actividade físi-ca. No entanto, o exercício aeróbioprolongado é mais afectado negati-vamente pela hipohidratação doque o exercício anaeróbio de curtaduração7,19. Neste estudo os alunosconsideram que as necessidadesde hidratação variam com o tipo de actividade física.

Um reduzido número de alunosavaliados neste estudo consumi-ram bebidas antes, durante edepois da actividade física, sendomenos frequente nas modali-dades desportivas curriculares. As modalidades desportivas emque os alunos consumiram maisbebidas foram no Futebol e noAndebol e menos o Judo. Sendo de salientar que o Andebol e Fu-tebol são as modalidades despor-tivas extracurriculares mais prati-cadas pelos alunos ao contrário do Judo.

FFIIGGUURRAA66Consumo de bebidas no decurso da actividade física.

LLEEGGEENNDDAA

20

40

60

80

100

0

de

alun

os (

%)

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano

Bebida consumida durante da actividade física

Bebida consumida antes da actividade física

Bebida consumida depois da actividade física

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 35

investigação técnico original opinião revisão36||37||

Directamente associadas a activi-dades físicas, as bebidas despor-tivas viabilizam a rápida absorçãode sais e de água perdidos peloorganismo através da transpira-ção, necessária para o equilíbrio datemperatura corporal1,7. A eficáciafisiológica requer que a bebida for-mulada evite as limitações impostaspela ingestão voluntária, esvazia-mento gástrico e absorção intesti-nal, ao mesmo tempo fornecendolíquido, hidratos de carbono e elec-trólitos em quantidades e frequên-cias conhecidas por provocar res-postas fisiológicas e de desem-penho18,19,21. Mas representam umelevado custo, para obtenção dehidratos de carbono e líquidos. Dosalunos que praticam actividade físicae ingerem líquido antes, durante eapós a actividade física, as bebidasdesportivas foram menos consumi-das e as energéticas não foramseleccionadas por nenhum aluno. A bebida mais consumida antes,durante e depois da actividadefísica foi a água seguida de sumo.Para a maioria das formas de de-senvolvimento da actividade físicamoderadas, não são necessárioslíquidos especiais para a hidrata-ção. Para indivíduos em treino ecompetição basta estimular a in-gestão de água na actividade física,líquidos adequados são necessáriospara aqueles que praticam activi-dades de elevada intensidade1,7,17. Amaioria dos alunos participantesno estudo praticam modalidadesdesportivas de intensidade mode-rada. No entanto, os alunos quepraticam modalidades desportivasextracurriculares intensas preferemmais consumir água antes, durantee depois da actividade física. Areferência de alguns alunos quantoà prática de actividade física in-tensa nas modalidades desportivascurriculares possivelmente deve-seao grande esforço físico que neces-

Voleibol (40)

Atletismo (86)

Andebol (50)

Judo (22)

Ginástica (51)

Natação (34)

Basquetebol (28)

Futebol (95)

MMooddaalliiddaaddeessDDeessppoorrttiivvaass(n)

34

69

35

11

43

24

20

81

ÁÁgguuaa(n)

2

1

5

0

1

0

2

2

ÁÁgguuaa oouuiissoottóónniiccoo

(n)

1

6

1

0

2

0

0

1

ÁÁgguuaa oouussuummoo

(n)

0

6

3

0

1

4

0

1

SSuummoo(n)

3

4

6

12

4

6

6

10

OOuuttrrooss(n)

43,5

48,0

54,9

36,1

31,9

34,3

32,9

60,1

NN ((%%)) qquuee pprraattiiccaa MMDD ee iinnggeerree llííqquuiiddooss

(n)

TTAABBEELLAA55Bebidas consumidas antes da prática desportiva.

Voleibol (31)

Atletismo (66)

Andebol (43)

Judo (9)

Ginástica (33)

Natação (25)

Basquetebol (28)

Futebol (85)

MMooddaalliiddaaddeessDDeessppoorrttiivvaass(n)

29

62

28

9

28

21

25

82

36

68

40

14

43

34

35

83

ÁÁgguuaa(n)

1

0

0

0

3

2

2

0

ÁÁgguuaa oouuiissoottóónniiccoo

(n)

1

1

0

0

0

1

0

2

ÁÁgguuaa oouussuummoo

(n)

0

3

1

0

2

0

0

1

SSuummoo(n)

0

0

4

0

0

1

1

0

OOuuttrrooss(n)

33,7

36,9

47,3

14,8

20,6

25,3

32,9

53,8

NN ((%%)) qquuee pprraattiiccaa MMDD ee iinnggeerree llííqquuiiddooss

(n)

TTAABBEELLAA66Bebidas consumidas durante a prática desportiva.

Voleibol (46)

Atletismo (85)

Andebol (51)

Judo (16)

Ginástica (51)

Natação (43)

Basquetebol (42)

Futebol (99)

MMooddaalliiddaaddeessDDeessppoorrttiivvaass(n)

ÁÁgguuaa(n)

0

0

3

0

0

1

1

1

ÁÁgguuaa oouuiissoottóónniiccoo

(n)

7

10

0

1

0

2

0

12

ÁÁgguuaa oouussuummoo

(n)

1

2

2

1

2

2

6

3

SSuummoo(n)

2

5

6

0

6

4

0

0

OOuuttrrooss(n)

50,0

47,5

56,0

26,2

31,9

43,4

49,4

62,7

NN ((%%)) qquuee pprraattiiccaa MMDD ee iinnggeerree llííqquuiiddooss

(n)

TTAABBEELLAA77Bebidas consumidas depois da prática desportiva.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 36

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

sitam de despender e que não ofazem habitualmente. Sendo de evi-denciar que é mais frequente emalunos que não praticam modali-dades extracurriculares. A sensaçãode esforço é assim determinadapelas experiências anteriores.A bebida que os alunos partici-pantes no estudo mais ingeremdurante a actividade física com aadição de hidratos de carbono é osumo (Cem gramas contem cercade 85 a 91g de água, 9 a 15g de hidratos de carbono, 5 a 10mgde sódio, 60 a 80mg de potássio e 3 a 2mg de magnésio). Algunssumos de fruta (kiwi, maçã, figos,pêra, abacaxi) podem conter quan-tidades significativas de frutosequando comparada com os outroshidratos de carbono presentes nasbebidas. As quantidades de frutosenos sumos poderão ser contra-indicadas, uma vez que a frutoseterá que primeiro ser convertidaem glicose no fígado antes de sermetabolizada pelos músculos, tor-nando portanto a frutose menosefectiva como fonte principal deenergia para o desempenho atlé-tico. Indivíduos que participaramem pesquisas nas quais foi ofere-cido somente solução de frutosepara hidratação reclamaram desta,pois apresentavam mal-estar gastro-intestinal, diarreia e vómito. Sendode salientar que o uso de bebidascontendo múltiplos de hidratos de carbono, estimula os diferentesmecanismos de absorção do solu-to, resultando numa maior absorçãode água se comparada a bebidascom apenas um tipo de hidratos de carbono5,9,20.A água foi a bebida mais consumidapelos alunos no decurso da acti-vidade física moderada, intensa eprolongada. Em situações de tra-balho moderado, não é necessáriaa reposição de minerais, visto quepela alimentação normal os níveis

são restabelecidos. No entanto, em actividade física intensa e pro-longada é aconselhável a ingestãode líquidos que contenham quanti-dades adequadas de sais minerais.Quando comparamos modalidadesdesportivas verifica-se que algumasnão incluem condições e oportuni-dades frequentes e/ou para ingerirvolume adequado de líquidos e assimprevenir a desidratação. Estudosrelevam que a ingestão de líquidosaromatizados e com adição de sódioestimulam a vontade de beber econsequentemente ao aumento dasensação de sede quando compa-rado com a água pura5,15,18. Sendode salientar que as práticas despor-tivas mais praticadas pela amostraestão incluídos nas disciplinas curri-culares da Licenciatura de Ciênciasdo Desporto e Educação Física eque a ingestão de líquido pode serlimitante pelo pouco tempo que têmdisponível da prática de uma moda-lidade desportiva para a seguinte.A ingestão de líquidos durante aactividade física é talvez a reco-mendação mais importante naposição da ACSM, pelo facto deidentificar que o objectivo ideal daingestão é prevenir qualquer nívelde desidratação1,4,19. Os alunos quepraticam as modalidades despor-tivas analisadas ingerem menosbebidas antes e durante a práticadesportiva, observando-se o menorconsumo durante a actividade física.No presente estudo quando secomparou o consumo de bebidasno decurso da actividade física, veri-ficou-se que os alunos consomemmais bebidas depois da actividadefísica.A hidratação foi para os alunosparticipantes no estudo a principaljustificação para a necessidade e consumo de bebidas antes, du-rante e depois da actividade física.No entanto, um reduzido númerode alunos ingerem bebidas no

decurso das modalidades despor-tivas curriculares. Os alunos fisica-mente activos estarão interessadosem líquidos que promovam o au-mento do desempenho desportivo.Educar os alunos fisicamente activossobre os efeitos da desidrataçãono desempenho físico correspondea informá-los como devem monito-rizar os estados de hidratação emfunção da modalidade desportiva e incentivar técnicas durante ostreinos e competições.

Este trabalho teve como objectivoprincipal estudar o consumo e aimportância de bebidas que possamde alguma forma apoiar a manuten-ção do equilíbrio hídrico de nodecurso da actividade física emalunos fisicamente activos. Pode-setambém considerar que de umaperspectiva geral os objectivosforam alcançados. No entanto, é necessário evidenciar que umestudo em indivíduos fisicamenteactivos pressupõe uma avaliaçãomais alargada, na medida que vá-rios factores como as caracterís-ticas específicas de cada modalidadedesportiva e as necessidades indi-viduais de cada aluno contribuempara alcançar níveis adequados dehidratação, não dependendo assimsomente do consumo ou não debebidas no decurso da actividadefísica.

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho benefi-ciou do apoio financeiro do Institutode Bebidas e Saúde - iBeSa, atravésda concessão de uma bolsa deincentivo à pesquisa e investigaçãoe foi parcialmente apresentadopublicamente a 7 de Fevereiro de2006 na 3ª Jornada Bebidas eSaúde na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 37

investigação técnico original opinião revisão38||39||

CORRESPONDÊNCIA

Carla Andreia Lima Ferreira

Travessa do Patronato, n.º 4

9060-219 Funchal

E-mail: [email protected]

REFERÊNCIAS

1. American College of SportsMedicine (1996). Position Standon exercise and Fluid Replacement.Med Sci Sports Exerc 28(1):i-vii.

2. Ainsworth BE, Maskell WL,Whitt MC, Irwin ML, Swartz SJ etal (2000). Compendium of PhysicalActivities: an update of activitycodes and Met Intensities. MedSci Sports Exerc 32(9): Suppl:498-516.

3. Bray GA, Gray DS (1988). Anthro-pometric measurements in theobese. In Lohman TG, Roch AF,Martorelli R. Anthropometric stan-dardization reference manual. Cham-paign: Human Kinetics, 131-136.

4. Burke LM, Hawley JA (1997).Fluid Balance in Team Sports.Sports Med 24(1):38-54.

5. Chang RT, Gisolfi CV (1995).Effects of carbohydrates type andconcentration and solution osmo-lality on water absorption. Med SciSports Exerc 27:1607-1615.

6. Durnin JUVA, Womersley J(1974). Body fat assement fromfat total body density and itsestimation from skinfold thickness:measurement on 481 men andwomen 16 to 72 years. British JNut 32:77-97.

7. Encyclopaedia of Sports Medicinena IOC Medical Commission Publi-cation (volume VII) in colloborationwith the International Federationof Sports Medicine (2000) Nutritionin Sport. Oxford: Blackewell Science.

8. Febbraio MA, Chiu A, Augus DJ,Arkinstall MJ, Hawley JA (2000).Effects of carbohydrate ingestionbefore and during exercise onglucose kinetics and performance.J Appl Phsiol 89:2220-2226.

9. Ferreira FAG, Graça MÊS (1977).Tabela de composição dos alimen-tos Portugueses. Lisboa: InstitutoRicardo Jorge.

10. Frisanch AR (1990). Anthro-pometric Standars for the assess-ment of growth and nutritionalstatus. Ann Arbor, MI: University ofMichigan Press.

11. Graffar M. (1996) “Une mé-thode classification sociale d´echa-tillons de la population”- Courier6:455.

12. Craig CL, Marshall AL, SjöströmM, Bamean AE, Booth ML, Ains-worth BE et al (2003). Interna-tional Physical Activity Question-naire: 12-Country Reliability andValidity. Med Sci Sport Exerc35(8):1381-1395.

13. Himes JH (1991). Consideringframe size in nutrition assessment.In: Hilmes JH (ed). Anthropometricassessement of nutritional satus.New Work: Wiley -Liss,141-150.

14. Kriska AM, Caspersen LJ(1997). Introdution to collection ofphysical activity questionnaires.Med Sci Sport Exerc 29 suppl 6:5-9.

15. Minehan MR, Riley MD, BurkeCM (2002). Effect of flavor andawareness of kilojoule content of

drinks in preference and fluidbalance in team sports. Int J SportNutr Exerc Metab 12:81-92.

16. Norton K, Olds T, AustralianSports Commission (1998). Anthro-pometrica. Sidney: UN SW Press.

17. Position of the American DieteticAssociation, Dietitians of Canada,and the American College of SportsMedicine (2000). Nutrition and atle-tic performance. J Am Diet Assoc100:1543-56.

18. Serge P, Brauss WA, MarkojskiMS, Beneke R, Leithauser R (2004).Fluids and Hidration in ProlongedEndurance Performance. Nutrition20:651-656.

19. Shirreffs SM, Armstrong CE,Cheuvont SM (2004). Fluid andelectrolyte need for preparation andrecovery from training and compe-tition. J Sports Sci 22:57-63.

20. United States Department ofAgriculture. (?) Human Nutrition.Information Service. Sugars con-tents of Select Foods. Individualand Total Sugars. Home EconomicsResearch Report nº 48.

21. Vinci G, Iannilli I, Restuccia D,Santini I, Amendola C (2004). Multi-variate Statistical Analysis Compa-ning sport and energy drinks. Inno-vative Food Sci Emerging Techno-logies 5:263-267.

22. Weudel-Vos GCW, Schuit AJ,Saris WHH and Kromhout D (2003).Reproducibility and relative validityof the Short Questionnaire to AssesHealth-enhancing physical activity.J Clin Epidem 56:1163-1169.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 38

RREESSUUMMOOFFuunnddaammeennttaaççããoo:: Os profissionais quetrabalham com musculação temquestionado as formas de avaliaçãoda força dinâmica para a prescriçãode exercícios. OObbjjeettiivvoo:: desenvolver e validar uma equação de prediçãoda Carga de Trabalho para o Trei-namento com Pesos (CTTP) para oexercício de supino horizontal compesos livres, em praticantes demusculação recreacional de nívelintermediário. MMaatteerriiaaiiss ee MMééttooddooss::

amostra composta de 60 (sessenta)praticantes de musculação recrea-cional. Para avaliação antropomé-trica e da composição corporal foramutilizados: a massa corporal, estaturae a estimativa da massa corporalmagra, da massa gorda e do per-centual de gordura. Para a forçamáxima de membros superiores foiutilizado o teste de 1RM no exercíciode supino horizontal, utilizando pesoslivres. RReessuullttaaddooss:: os resultados foram:Uma Repetição Máxima (1RM)(75,5±12,7Kg); idade (23±3,15anos);%gordura (8,3±3,0%); massa corpo-ral (71,1±13,0Kg); estatura (172,0±8,4m); massa corporal magra (62,8±10,6Kg) e massa gorda (6,2±3,5Kg).DDiissccuussssããoo ee CCoonncclluussããoo:: foi possível de-senvolver e validar uma CTTP para oexercício de supino reto, com umErro Padrão de Estimativa (EPE) de3,378kg) e R2=0,98.

AABBSSTTRRAACCTTBBaacckk GGrroouunndd:: The professionals whowork with muscle exercise havequestioned the forms of evaluationof the dynamic force for exerciseprescription purposes. OObbjjeeccttiivvee:: todevelop and to validate an equationfor prediction of the load duringweight training in the exercise ofhorizontal bench press with freeweights. MMaatteerriiaallss aanndd MMeetthhooddss:: thesample comprised 60 (sixty) subjectsengaged in recreational muscle exer-cise programs. For anthropometricevaluation and body composition thefollowing measures were used: bodymass, stature, estimated lean bodymass, estimate body fat mass andthe percentage of fat. For themaximum force of upper membersthe Repetition Maximum test (1RM)in the exercise of horizontal benchpress was used. RReessuullttss:: the mainresults were: 1RM (75,5±12,7Kg);age (23±3,15years); %fat (8,3±3,0%);body mass (71,1±13,0Kg); stature(172,0±8,4m); lean body mass(62,8±10,6Kg) and fat body mass(6,2±3,5Kg). DDiissccuussssiioonn:: it was possi-ble to develop and to validate anequation of prediction of the load ofwork for weight training in theexercise of horizontal bench press,with a Standard Error of Estimation(SEE) of 3,378kg), and R2=0,98.

DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO EE VVAALLIIDDAAÇÇÃÃOO DDEE UUMMAA EEQQUUAAÇÇÃÃOO DDEE PPRREEDDIIÇÇÃÃOODDAA CCAARRGGAA DDEE TTRRAABBAALLHHOO PPAARRAA OO TTRREEIINNAAMMEENNTTOO CCOOMM PPEESSOOSS NNOO

EEXXEERRCCÍÍCCIIOO DDEE SSUUPPIINNOO RREETTOO,, PPAARRAA HHOOMMEENNSS DDEE NNÍÍVVEELL IINNTTEERRMMEEDDIIÁÁRRIIOO

DDEEVVEELLOOPPMMEENNTT AANNDD VVAALLIIDDAATTIIOONN OOFF EEQQUUAATTIIOONN OOFF PPRREEDDIICCTTIIOONN TTHHEE LLOOAADD OOFF WWOORRKK FFOORR TTRRAAIINNIINNGG WWIITTHH WWEEIIGGHHTTSS IINN TTHHEE BBEENNCCHH PPRREESSSS EEXXEERRCCIISSEESS,,

FFOORR MMEENN OOFF IINNTTEERRMMEEDDIIAATTEE LLEEVVEELL

AUTORESMichel Leonardo Ferreira Lima1

José Fernandes Filho2

Estélio Henrique Martin Dantas2

Paula Roquete Fernandes3,4

Felipe José Aidar5,6

Victor Machado Reis6

1 Universidade Castelo Branco - UCB - Rio de Janeiro - Brasil

2 Universidade Castelo Branco - UCB - Rio de Janeiro - Brasil

3 Centro de Excelência em Avaliação Física - Rio de Janeiro - Brasil

4 Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO5 Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais- Belo Horizonte - Brasil

6 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD - Vila Real - Portugal

DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO EE VVAALLIIDDAAÇÇÃÃOO DDEE UUMMAA EEQQUUAAÇÇÃÃOO DDEE PPRREEDDIIÇÇÃÃOODDAA CCAARRGGAA DDEE TTRRAABBAALLHHOO PPAARRAA OO TTRREEIINNAAMMEENNTTOO CCOOMM PPEESSOOSS NNOOEEXXEERRCCÍÍCCIIOO DDEE SSUUPPIINNOO RREETTOO,, PPAARRAAHHOOMMEENNSS DDEE NNÍÍVVEELL IINNTTEERRMMEEDDIIÁÁRRIIOO44((11)):: 3399--4477

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEvalidação; equação de predição e carga de trabalho com pesos.

KKEEYYWWOORRDDSSvalidation; equation of prediction;load of work for training with weights

data de submissãoJJuullhhoo 22000066

data de aceitaçãoOOuuttuubbrroo 22000077

original

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:26 Page 39

investigação técnico original opinião revisão40||41||

INTRODUÇÃO

Atualmente, nas academias de gi-nástica, o treinamento com pesostem um papel importante não sócom a finalidade da performancefísica ou esportiva, mas tambémcomo treinamento preventivo napromoção de um estilo de vidamais saudável, inclusive em adultosvelhos13.

O treinamento com pesos não éuma modalidade esportiva e simuma forma de preparação físicautilizada por atletas e pela populaçãoem geral. Podendo ser utilizado emprogramas visando à reabilitação,o estímulo à saúde, a estética e olazer15,19,24.

Baseado nestas afirmações, quandose utiliza o treinamento com pesoscomo estímulos à saúde, à estéticae ao lazer, parece ainda existir umadúvida no que diz respeito à de-finição da carga que o aluno deveutilizar em seu programa de exer-cícios. Os profissionais que traba-lham com musculação questionamas formas de avaliação da forçadinâmica para a prescrição deexercícios8,20.

Hoje em dia o teste de uma re-petição máxima (1RM) aparececomo uma das formas utilizadas demensuração da força máxima paraelaboração de programas de mus-culação bem como para a avaliaçãoe comparação do aumento da forçamuscular. A sua utilização, na maio-ria das vezes ou quase sempre, émuito cansativo e demorado, poden-do ser indesejável sua realizaçãocom certas populações existentesnas academias de ginástica como:idosos, hipertensos, entre outros4,21.

Para isto utiliza-se equação depredição para chegar ao valor de1RM sem medição direta. Sendoassim, uma das equações utilizadascomo suporte teórico para este

estudo afirma existir uma diminui-ção aproximada da força muscularde 2 a 2,5% para cada repetiçãorealizada, em no máximo vinterepetições1.De qualquer forma, estabeleceruma carga de treinamento atravésdo teste de 1 RM é de suma im-portância para que o trabalhomuscular atinja o objetivo proposto7,mesmo não sendo o mais indicado,viável e confiável8. Em função disso,torna-se importante estabelecercritérios científicos de avaliação dacarga para um ou mais exercíciosespecíficos, operacionalizando e tra-zendo para o âmbito da academiauma forma segura e prática daavaliação da força dinâmica.Desta forma, o objetivo do presenteestudo centra-se em buscar, atravésde uma equação validada, predizera Carga de Trabalho para o treina-mento com Pesos (CTTP) sem anecessidade de se fazer uma ava-liação de 1RM. Isto contribuirá parauma correta orientação sobre oqual deverá ser a carga de treina-mento que o aluno poderá utilizarcomo referência, no exercício desupino horizontal. Procura-se comisso estabelecer qualidade, eficiên-cia e segurança no que diz respeitoa estratificações da força máximadinâmica de membros superiores.

METODOLOGIA

AAmmoossttrraaA amostra foi composta por 60sujeitos praticantes de musculaçãorecreativa a mais de três meses,faixa etária entre 18 e 30 anos deidade, do sexo masculino.O tempo de prática foi adotadocomo critério de elegibilidade, tendoem vista que até oito semanas doinício da prática de atividadesresistidas há uma tendência a uma

fase adaptativa neural. Esta faseadaptativa pode influenciar os re-sultados quando avaliada principal-mente a força máxima. Após esteperíodo, o indivíduo tende a me-lhorar seus níveis coordenativos,sendo estes muitas vezes rela-cionados com o aumento da forçamáxima6,10,12.Os atletas eram informados quesua participação no estudo eravoluntária. Foi utilizado como cri-tério de elegibilidade ter feito ouestar fazendo o uso de alguma subs-tância que pudesse estar interfe-rindo na performance da amostra.Esta pesquisa seguiu rigorosamen-te os critérios propostos pela reso-lução n.° 196, de 10 de Outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, em concordância com aDeclaração de Helsinki, 1975 eadendo de 2000, sendo submetidopara aprovação no comitê de éticainstitucional.

IInnssttrruummeennttoossA massa corporal foi mensuradaem uma balança Balança Antropo-metrica Digital até 300 Kg damarca WELMY, de plataforma, comestadiomêtro metálico aferida ecertificada pelo IPEM/INMETRO,com precisão de 0,1kg, e a esta-tura foi obtida em um estadiômetrocom precisão de 0,1 cm11. As medidas foram realizadas porum único avaliador com um adi-pômetro científico da marca Lange. A avaliação da composição corporale antropometria aconteceram antesda realização do teste de 1RM e osalunos não realizaram nenhumaatividade física prévia.Para o teste de 1 RM foram utili-zados 3 aplicadores com práticaem exercícios resistidos que deno-minados juízes, e que ajudaram asse-gurar a confiabilidade e a validadede nossos dados.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 40

PPrroocceeddiimmeennttoossTodos os indivíduos foram medidose pesados descalços, vestindoapenas uma sunga. A partir dessasmedidas, o índice de massa cor-poral (IMC) foi determinado peloquociente massa corporal/estatura2,sendo a massa corporal expressaem quilogramas (kg) e a estatura,em metros (m).

A composição corporal foi deter-minada pela técnica de espessurade dobras cutâneas. Três medidasforam tomadas em cada ponto ana-tômico (abdômen, peitoral e coxa),em seqüência rotacional, do ladodireito do corpo, sendo registradoo valor mediano.

Tais medidas foram realizadas porum único avaliador com um adipô-metro científico da marca Lange, deacordo com as padrões definidos22.

A gordura corporal relativa (%gordura) foi calculada pela fórmulade Siri23, a partir da estimativa dadensidade corporal determinadapela equação envolvendo a espes-sura de três dobras cutâneas14.

A avaliação de 1 RM de membrossuperiores, foi realizado o exercíciode supino horizontal com pesoslivres1.

Para o teste de 1RM, cada sujeitoiniciou as tentativas com um pesoque acreditasse pudesse ser levan-tado somente uma vez usando oesforço máximo.

Foi adicionado então incrementospeso até se atingir a carga máximaque pudesse ser levantada umaúnica vez. Caso o praticante nãoconseguisse realizar nenhuma re-petição, subtrairia 2,4 a 2,5 % dacarga, utilizada no teste2.

Os sujeitos descansaram entre 3-5minutos entre tentativas. No SupinoHorizontal, durante o teste de 1RM,cada sujeito se colocou na posiçãosupina, mantendo sua cabeça, om-

bros, e nádegas em contato cons-tante com o banco e alinhados. Aplanta dos pés de cada sujeitopermaneceu inteiramente apoiadano assoalho durante a tentativa noBanco de Supino Horizontal. Cadasujeito para a tentativa, recebeajuda de dois outros juízes que secolocaram lateralmente, um emcada extremidade da barra, paratirar a barra do suporte do banco,recebendo a barra no comprimentodo braço com os cotovelos esten-didos sendo que a posição inicialera determinada por um outro juízsituado atrás da cabeça na direçãodo banco, este denominado juízprincipal. A barra foi abaixada até opeito em um ponto na linha dosmamilos ou próxima a esta linha,com variabilidade permitida de apro-ximadamente 1 a 2 cm no sentidocéfalo-caudal. Quando a barratocou no peito, o juíz principal davaum comando através de umapalma, e o sujeito deveria estenderseus braços, retornando o pesopara a posição inicial até ficar comoos cotovelos estendidos. Uma vezque os braços estivessem completa-mente esticados, o juíz principaldava um comando, e os juízes late-rais ajudavam o sujeito a retornar o peso para o suporte do banco.

Todos os sujeitos foram submetidostrês sessões de testes de 1-RM, no exercício supino horizontal, comintervalo de 48 a 72 horas entrecada sessão, para avaliação da forçamuscular.

O teste foi precedido por uma sériede aquecimento (6 a 10 repetições),com aproximadamente 50% dacarga a ser utilizada na primeiratentativa de cada teste de 1-RM. A testagem foi iniciada dois minu-tos após o aquecimento. Portanto, a carga registrada como 1-RM foi aquela na qual foi possível aoindivíduo completar somente uma

única repetição7. O intervalo detransição entre os exercícios foi de três a cinco minutos.Vale ressaltar que a forma e a téc-nica de execução de cada exercícioforam padronizadas e continua-mente monitoradas na tentativa de garantir a qualidade das infor-mações. Além disso, os sujeitosrealizaram os testes sempre nomesmo período do dia e não prati-caram exercícios físicos durante operíodo experimental.

EEssttaattííssttiiccaaO tratamento estatístico atendeu àproposta básica, para o presentetrabalho, utilizando a estatísticadescritiva, no sentido de constituir--se em uma análise descritiva dogrupo em questão, observando-seos conceitos descritivos estrutu-rados em valores médios e seusderivados para as variáveis decunho contínuo; e das distribuiçõesde freqüências para as variáveis de cunho discreto definidas pelosdados colhidos, quanto às obser-vações dos elementos submetidosao protocolo do experimento. Aplicou-se o teste Komogorov--Smirnov, para verificação da nor-malidade da amostra. A estatísticainferencial que compõe o teste dehipóteses foi baseada na correlaçãoutilizando um tratamento paramé-trico ou não-paramétrico segundoo resultado de normalidade realiza-do. Após a correlação feita, foramverificadas e geradas as equaçõesde predição, para posterior escolhada que melhor se coadunava aoobjetivo proposto.Objetivando-se a medição dos testes,o presente trabalho pautou-se emconsonância às considerações bá-sicas do tratamento estatístico, afim de manter-se a cientificidade da pesquisa, em que se considere o nível de significância de p<0,05.

oRReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 41

investigação técnico original opinião revisão42||43||

Para o tratamento estatístico foiutilizado o programa SPSS forWindows versão 12.0.

RESULTADOS

Em um primeiro momento, o trata-mento estatístico utilizado napresente pesquisa foi dividido naestatística descritiva, na qual sãoapresentados os resultados relati-vos à média e suas medidas de

dispersão do grupo que compõe o desenvolvimento da equação e as características do grupo quevalidou o modelo, onde se procurouestabelecer uma característicaprópria e uma maior homogenei-dade do grupo em estudo (tabela 1).

Em seguida, são apresentados osresultados referentes à estatísticainferencial, a fim de saber a rele-vância que o estudo acrescentapara a comunidade acadêmica eespecialista em treinamento daforça muscular.

E finalmente, o estudo será con-cluído, com base nas informaçõesgeradas, de acordo com o que foidiscutido e apresentado no modelodesenvolvido, acrescentando suaaplicabilidade prática e recomen-dações pertinentes a ele.Dos resultados acima, tem-se queas variáveis apresentam distribui-ções ditas normais, exceto a variáveldependente, ou seja, o teste de1RM que responde pela naturezado problema, no qual a heteroge-neidade se faz importante paraaumento da significância do pro-cesso de resolução da equação depredição.Em seguida (tabela 2), são apresen-tados os resultados da amostraselecionada para a validação daequação gerada de acordo com oobjetivo deste estudo.Nota-se a partir dos dados que aamostra apresenta normalidadepara as variáveis selecionadas.Os resultados relativos à EstatísticaInferencial, as quais correspondemas variáveis que foram selecionadaspara o desenvolvimento da equaçãopreditora são apresentados natabela 3.Dos resultados acima temos que,as variáveis selecionadas para oconstructo do modelo no seu con-texto de significância apresentamalto índice de confiabilidade, uma vezque os indicadores de existência derelações causais entre as variáveisindependentes (MC e estatura) evariável dependente (1RM) apre-sentam valores com sig. P<0,01,para a aceitação do modelo preditor.Ainda ressalta-se que sendo o coe-ficiente do MC maior que o da es-tatura, orienta dizer que o mesmoapresenta uma relevância maior na composição final do resultadocomparativamente às medidas daestatura, a massa corporal dando o conteúdo do estrato principal e a estatura fazendo os ajustes desintonia fina.

N

Média

DP

Mínimo

Máximo

Komogorov--Smirnov sig.p

Resultado

60

75,5

12,7

60

106

0,02

RN

60

23

3,15

18

30

60

8,3

3,0

4,3

17,4

0,473

AN

60

71,1

13,0

56,8

101,2

0,105

AN

60

172,0

8,4

159

190

0,173

AN

60

62,8

10,6

48,4

86,1

0,132

AN

60

6,2

3,5

2,52

15,61

0,184

AN

11RRMM IIddaaddee %%GG MMCC EEssttaattuurraa MMCCMM MMAASSGGoorrdd

TTAABBEELLAA11Estatística descritiva da amostra selecionada para o desenvolvimento da equação de predição.

LLEEGGEENNDDAA:: %G: Percentual de Gordura; MC: Massa corporal; MCM: Massa corporalmagra; MASGord: massa gorda; AN: Aceita Normalidade; RN: Rejeita Normalidade.

N

Média

D.P

Mínimo

Máximo

Komogorov--Smirnov sig.p

Resultado

12

62,3

2,01

60

64

0,20

AN

12

5,9

1,13

4,3

8,5

0,83

AN

12

60,2

2,63

56,8

65

0,29

AN

12

165

3,05

159

169

0,95

AN

12

54,3

2,02

50,9

58,9

0,52

AN

12

3,6

0,82

2,52

5,53

0,85

AN

11RRMM PPGGOO MMCCOORR EEssttaatt MMCCMM MMAASSGGoorr

TTAABBEELLAA22Estatística descritiva da amostra selecionada para validação da equação de predição.

LLEEGGEENNDDAA:: PGO: Percentual de Gordura; MCOR: Massa Corporal; MCM: Massa CorporalMagra; MASGord: Massa Gorda; KS: Kolmogorov Smirnov; AN: Aceita Normalidade.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 42

Para tanto, utilizou-se o teste deregressão de Pearson (r), no mé-todo Stewise correlation, no qual se selecionou somente as variáveiscom significativa margem de contri-buição na construção da equação,excluindo automaticamente, as variá-veis com baixo nível de correlação.

Observou-se como elemento crítico,adotando-se um nível de significân-cia para p<0,05, para a aceitaçãodo modelo preditor.

No sentido de garantir a confiabili-dade, separou-se a amostra emduas partes, 80% da amostra (48sujeitos) foram utilizados na cons-trução do modelo e os outros 20%(12 sujeitos), utilizados como basepara ratificação do mesmo (amostrade confiabilidade).

Os participantes deste estudoforam separados segundo critériosrandômicos, dizendo que as amos-tras sejam divididas para se deter-minar à validação ou a precisão daestimativa da formula desenvolvida.

De acordo com os resultados apre-sentados na tabela 4 seguinteapresentam-se as variáveis selecio-nadas e seus níveis de correlação re R2 (simples e coeficiente de deter-minação) e Erro Padrão Estimado(EPE).

Os níveis de correlação, e o nível designificância ficaram acima doesperado quando comparados aosmodelos propostos pelos autoresacima citados, isto se dá por algunsaspectos quanto característicasmorfológicas e de treinabilidade dapopulação amostral envolvida noexperimento.

As informações geradas, segueabaixo a construção da tabela 5,de validação para os resultadosobservados versus calculados cujaamostra constitui-se pelos os 20%selecionados anteriormente, ondea mesma pode ser simplificada nográfico (figura 1).

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Os valores de 1RM, dos elementosque compuseram o desenvolvimen-to do modelo de predição ficaramabaixo da média quando confronta-dos aos de outros estudos5,18. Em outra pesquisa o EPE não foireportado, onde este seria de gran-de sustentação, pois utilizaramalgumas variáveis antropométricasque constavam para o desenvolvi-mento desta equação16. Não foicomparado neste estudo o númerode repetições realizados pelos parti-cipantes sendo este fator impor-tante a ser levado em consideração,no que diz respeito à predição daforça máxima14. Isto se deu pelofato de que o objetivo deste estudonão foi desenvolver uma equação

a partir do número máximo de repe-tições, mas sim pelo fato de utiliza-rem-se apenas variáveis antropomé-tricas como critério de predição.

Os indicadores de relação se pren-deram as variáveis antropométricas.Ponto positivo neste achado é que,para as variáveis de composiçãocorporal, necessita-se de instru-mental muito das vezes complexo e ha necessidade de conhecimentodas técnicas de mensuração dedobras cutâneas. Tornando-se rele-vante a utilização de uma equaçãona qual se necessita apenas deuma balança com estadiômetro.

Quanto ao Erro Padrão Estimado(EPE), o modelo apresentado de-monstra ter um menor erro esti-mado comparado aos de outrosestudos9,18.

oRReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto

MC

Estatura

0,821

0,105

0,048

0,021

0,771

0,229

17,2

5,114

0,0001

0,0001

VVaarriiáávveell CCooeeff EErrrroo PPaaddrrããoo BBeettaa TT SSiigg..pp

TTAABBEELLAA33Estatística Inferêncial das variáveis selecionadas

para a construção da equação de predição.

LLEEGGEENNDDAA:: Coef.: coeficiente de regressão; Beta: erro beta; T: teste t paramétrico; Sig.p: nível de significância; MC: Massa Corporal

Dados do estudo

Kravitz (2003)16

Ballman et al(1999)3

Cummings e Finn(1998)9

Mayhew (1999)18

EEssttuuddoo

M (n=60)

H (n-18)adolescentes

M (n-124)

M (n-57)

M adolesc. (n-15)

Supino reto

Supino livre

Supino livre

Supino livre

Leg press

r= 0,99, sig P<0,01R2= 0,98 EPE= 3,378 kg

não disponível

R= 0,51 a 0,63EPE= 5,3 a 5,7 kg

r= 0,47 EPE= 2,3kgPreditor circu. Braço

R= 0,67 EPE= 20,2kg

AAmmoossttrraa EExxeerrccíícciioo RReellaaççõõeess

TTAABBEELLAA44Níveis de correlação entre 1RM e variáveis antropométricas.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 43

investigação técnico original opinião revisão44||45||

De acordo com os resultados apre-sentados3,9,16,18, na tabela 4 seguinteapresentam-se as variáveis selecio-nadas e seus níveis de correlação re R2 (simples e coeficiente de deter-minação) e Erro Padrão Estimado(EPE), são equiparados aos apre-sentados pela literatura.

Desta forma, os resultados apre-sentados reportam a linearidadequanto aos valores de 1RM, rea-firmando o critério das variáveisexclusas da equação gerada.

Entretanto os resultados calculados

e observados demonstram que pelo

fato de cada elemento avaliado

apresentar estaturas diferentes,

este se torna o fator determinante,

reafirmando o modelo encontrado,

ou seja, indivíduos com o mesmo

peso corporal, porém apresentando

estaturas diferenciadas, podem

demonstrar valores de força não

equivalentes, sendo reafirmado pela

variável da força relativa3,17.

De acordo com o objetivo desteestudo pode-se concluir que foipossível desenvolver e validar umaequação de predição da carga detrabalho para o treinamento compesos (CTTP) no exercício supinohorizontal, utilizando pesos livrespara os praticantes recreacionaisde musculação.

CCTTTTPP == 00,,882211 xx MMCC ++ 00,,110055 xx EESSTTAATTUURRAA

APLICAÇÕES PRÁTICAS

Surge neste estudo à utilização da equação proposta, junto aoparadigma terminológico CTTP,preenchendo positivamente lacunasna confecção do trabalho com pesospara o exercício de supino reto, nas academias de musculação.

Cabe esclarecer que, a elaboraçãode uma equação de prediçãoatravés de variáveis antropométri-cas, utilizando apenas uma balançae com estadiômetro, não necessi-tando da utilização de compassosde dobras cutâneas, paquímetros,etc., tornando-se mais rápido amensuração da força máxima doindivíduo, desta forma otimizando areferência com vistas a elaboraçãode programas de musculação emalunos praticante de musculaçãorecreativa em nível intermediários(mais de oito semanas de experiên-cia), para o exercício proposto.

Mantendo a praticidade e a aplica-bilidade do que foi desenvolvido,criou-se uma tabela (tabela 6),onde se conhecendo os valores damassa corporal e da estatura,identificam-se os valores máximosda força dinâmica no banco de su-pino horizontal com pesos livres.

64

64

64

64

64

64

63

60

60

60

60

60

EEssppeerraaddoo

71,1

71

66

65,6

67

66,8

65,1

66,4

68,1

63,9

64,1

66,3

CCaallccuullaaddoo

67,7

67,6

62,6

62,2

63,6

63,4

61,8

63

64,7

60,5

60,7

62,9

CCaallcc -- eerrrroo

74,5

74,4

69,3

69

70,4

70,2

68,5

69,8

71,5

67,2

67,5

69,6

CCaallcc ++ eerrrroo

TTAABBEELLAA55Resultados Observados vs. Calculado.

FFIIGGUURRAA11Resultados Observados vs. Calculado.

75

70

65

60

55

50

45

40

Val

ores

1R

M

Observações1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

LLEEGGEENNDDAA

Esperado Calculado

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 44

oRReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto

TTAABBEELLAA66Predição da força dinâmica de membros superiores, através da massa corporal e estatura, para alunos intermediários no exercício de supino horizontal com o uso de peso livre.

MMaas s

s s. ./ /

E Es st t

a at t. .

60

61

62

63

64

65

66

67

68

69

70

71

72

73

74

75

76

77

78

79

80

81

82

83

84

85

86

87

88

89

90

1 15 5

0 0

65

66

67

67

68

69

70

71

72

72

73

74

75

76

77

77

78

79

80

81

81

82

83

84

85

86

86

87

88

89

90

1 15 5

2 2

65

66

67

68

69

69

70

71

72

73

73

74

75

76

77

78

78

79

80

81

82

82

83

84

85

86

87

87

88

89

90

1 15 5

4 4

65

66

67

68

69

70

70

71

72

73

74

74

75

76

77

78

79

79

80

81

82

83

83

84

85

86

87

88

88

89

90

1 15 5

6 6

66

66

67

68

69

70

71

71

72

73

74

75

75

76

77

78

79

80

80

81

82

83

84

85

85

86

87

88

89

89

90

1 15 5

8 8

66

67

67

68

69

70

71

72

72

73

74

75

76

77

77

78

79

80

81

81

82

83

84

85

86

86

87

88

89

90

90

1 16 6

0 0

66

67

68

69

69

70

71

72

73

73

74

75

76

77

78

78

79

80

81

82

82

83

84

85

86

87

87

88

89

90

91

1 16 6

2 2

66

67

68

69

70

70

71

72

73

74

74

75

76

77

78

79

79

80

81

82

83

84

84

85

86

87

88

88

89

90

91

1 16 6

4 4

66

67

68

69

70

71

71

72

73

74

75

76

76

77

78

79

80

80

81

82

83

84

85

85

86

87

88

89

89

90

91

1 16 6

6 6

67

68

68

69

70

71

72

72

73

74

75

76

77

77

78

79

80

81

81

82

83

84

85

86

86

87

88

89

90

90

91

1 16 6

8 8

67

68

69

69

70

71

72

73

73

74

75

76

77

78

78

79

80

81

82

82

83

84

85

86

87

87

88

89

90

91

92

1 17 7

0 0

67

68

69

70

70

71

72

73

74

74

75

76

77

78

79

79

80

81

82

83

84

84

85

86

87

88

88

89

90

91

92

1 17 7

2 2

67

68

69

70

71

71

72

73

74

75

76

76

77

78

79

80

80

81

82

83

84

85

85

86

87

88

89

89

90

91

92

1 17 7

4 4

68

68

69

70

71

72

72

73

74

75

76

77

77

78

79

80

81

81

82

83

84

85

86

86

87

88

89

90

91

91

92

1 17 7

6 6

68

69

69

70

71

72

73

73

74

75

76

77

78

78

79

80

81

82

83

83

84

85

86

87

87

88

89

90

91

92

92

1 17 7

8 8

68

69

70

70

71

72

73

74

75

75

76

77

78

79

79

80

81

82

83

84

84

85

86

87

88

88

89

90

91

92

93

1 18 8

0 0

68

69

70

71

71

72

73

74

75

76

76

77

78

79

80

80

81

82

83

84

85

85

86

87

88

89

90

90

91

92

93

1 18 8

2 2

68

69

70

71

72

72

73

74

75

76

77

77

78

79

80

81

82

82

83

84

85

86

86

87

88

89

90

91

91

92

93

1 18 8

4 4

69

69

70

71

72

73

74

74

75

76

77

78

78

79

80

81

82

83

83

84

85

86

87

87

88

89

90

91

92

92

93

1 18 8

6 6

69

70

70

71

72

73

74

75

75

76

77

78

79

79

80

81

82

83

84

84

85

86

87

88

88

89

90

91

92

93

93

1 18 8

8 8

69

70

71

71

72

73

74

75

76

76

77

78

79

80

80

81

82

83

84

85

85

86

87

88

89

90

90

91

92

93

94

1 19 9

0 0

69

70

71

72

72

73

74

75

76

77

77

78

79

80

81

82

82

83

84

85

86

86

87

88

89

90

91

91

92

93

94

1 19 9

2 2

69

70

71

72

73

74

74

75

76

77

78

78

79

80

81

82

83

83

84

85

86

87

87

88

89

90

91

92

92

93

94

1 19 9

4 4

70

70

71

72

73

74

75

75

76

77

78

79

79

80

81

82

83

84

84

85

86

87

88

89

89

90

91

92

93

93

94

1 19 9

6 6

70

71

71

72

73

74

75

76

76

77

78

79

80

81

81

82

83

84

85

85

86

87

88

89

90

90

91

92

93

94

94

1 19 9

8 8

70

71

72

73

73

74

75

76

77

77

78

79

80

81

82

82

83

84

85

86

86

87

88

89

90

91

91

92

93

94

95

2 20 0

0 0

70

71

72

73

74

74

75

76

77

78

78

79

80

81

82

83

83

84

85

86

87

88

88

89

90

91

92

92

93

94

95

2 20 0

2 2

70

71

72

73

74

75

75

76

77

78

79

80

80

81

82

83

84

84

85

86

87

88

89

89

90

91

92

93

93

94

95

2 20 0

4 4

71

72

72

73

74

75

76

76

77

78

79

80

81

81

82

83

84

85

85

86

87

88

89

90

90

91

92

93

94

94

95

2 20 0

6 6

71

72

73

73

74

75

76

77

77

78

79

80

81

82

82

83

84

85

86

86

87

88

89

90

91

91

92

93

94

95

96

2 20 0

8 8

71

72

73

74

74

75

76

77

78

78

79

80

81

82

83

83

84

85

86

87

88

88

89

90

91

92

92

93

94

95

96

2 21 1

0 0

71

72

73

74

75

75

76

77

78

79

80

80

81

82

83

84

84

85

86

87

88

89

89

90

91

92

93

93

94

95

96

C CM M

T TP P = =

0 0, ,8 8

2 21 1

* * M M

a as ss sa a

C Co or r

p po or ra a

l l ( ( K K

g g ) )

+ + 0 0

, ,1 10 0

5 5 * *

E Es st t

a at tu ur r

a a ( (

c cm m ) )

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 45

investigação técnico original opinião revisão46||47||

CORRESPONDÊNCIA

Victor Machado Reis

UTAD - Departamento de Ciências do Desporto

Apartado 1013

5000 Vila Real - Portugal

E-mail: [email protected]

REFERÊNCIAS

1. Adams GM. (1999) Exercisephysiology - laboratory manual.Dubuque: Wm. C. Brown Commu-nications Inc.

2. Baechle TR, Earle RW. (2000)Essential of strength training andconditioning. Champaign: HumanKinetics.

3. Ballmann KL, Scanlan JM,Mayhew JL, Lantz CD. (1999)Anthropometric dimensions to pre-dict 1-RM bench press in untrai-ned females. J Sports Med PhysFitness. 39(1):54-60.

4. Braith RW, Graves JE, LeggettSH, Pollock ML. (1993) Effect oftraining on the relationship betweenmaximal and submaximal strength.Med Sci Sports Exerc. 25(1):132-8.

5. Chapman PP, Whiehead JR,Binkert RH. (1998) The 225 lbsreps-to-fatigue test as a subma-ximal estimate of 1 RM benchpress performance in collegefootball players. J Strength CondRes. 12 (4): 258-261;

6. Chestnut JL, Docherty D. (1999)The effects of 4 and 10 repetitionmaximum weighttraining protocolson neuromuscular adaptations inuntrained men. J Strength CondRes. 13(4):353-9.

7. Clarke DH. (1973) Adaptationsin strength and muscular endu-rance resulting from exercise. ExerSports Sci Rev. 1:73-102.

8. Cronin JB, Henderson ME. (2004)Maximal strength and power asses-sment in novice weight trainers. JStrength Cond Res. 18(1):48-52.

9. Cummings B and Finn KJ. (1998)Estimation of a one repetition ma-ximum bench press for untrainedwomen. J. Strength Cond Res.12(4):262-265.

10. Fleck SJ and Kraemer WJ.(1999) Fundamentos do treina-mento de força muscular. PortoAlegre: Ed. Artmed.

11. Gordon CC, Chumlea WC,Roche AF. (1988) Stature, re-cumbent length, and weight. In:Lohman TG, Roche AF, Martorell R.(editors). Anthropometric stan-dardization reference manual. Cham-paign: Human Kinetics Books.

12. Häkkinen K, Alen M, Komi PV.(1995) Changes in isometric forceand relaxation-time, electromyo-graphic and muscle fibre characte-ristics of human skeletal muscleduring strength training and detrai-ning. Acta Physiol Scand. 125(4):573-85.

13. Harris C, DeBeliso MA, Spitzer-Gibson TA, Adams KJ. (2004) Theeffect of resistance-training inten-sity on strength-gain response inthe older adult. J Strength CondRes. 18(4):833-8.

14. Jackson AS and Pollock ML.(2004) Generalized equations forpredicting body density of men.1978. Br J Nutr. 91(1):161-8.

15. Kalapotharakos VI, Michalo-poulos M, Tokmakidis SP, GodoliasG, Gourgoulis V. (2005) Effects ofa heavy and a moderate resistancetraining on functional performancein older adults. J Strength CondRes. 19(3):652-7

16. Kravitz L, Akalan C, Nowicki K,Kinzey SJ. (2003) Prediction of 1repetition maximum in high-schoolpower lifters. J Strength Cond Res.17(5):167-172;

17. Mayhew JL, Piper FC and WareJS. (1993) Anthropometric Corre-lates With Strength PerformanceAmong Resistance Trained Athletes.J Sports Med Phys Fitness. 33(2):159-165.

18. Mayhew JL, Ware JS, BembenMG, Wilt B, Ward TE, Farris B,Juraszez J, Slovak JP. (1999) TheNFL-225 test a mensure of benchpress strength in college foot-ballplayers. J Strength Cond Res. 13(2):130-134.

19. Melanson EL, Sharp TA, SeagleHM, Donahoo WT, Grunwald GK,Peters JC, Hamilton JT, Hill JO.(2005) Twenty-four-hour metabolicresponses to resistance exercisein women. J Strength Cond Res.19(1):61-6.

20. Ploutz-Snyder LL, Giamis EL.(2001) Orientation and familiari-zation to 1RM strength testing inold and young women. J StrengthCond Res. 15(4):519-23.

21. Rikli RE, Jones CJ, Beam WC,Duncan SJ, Lamar B. (1996) Tes-ting versus training effects on 1-RMstrength assessment in older adults.Med Sci Sports Exerc. 28(5) Sup-plement:153.

22. Slaughter MH, Lohman TG,Boileau RA, Stillman RJ, Van LoanM, Horswill CA, Wilmore JH. (1984)Influence of maturation on relation-ship of skinfolds to body density: across-sectional study. Hum Biol.56(4):681-9.

23. Siri WE. (1961) Body compo-sition from fluid spaces and density:analysis of methods. In: Brozek J,Henschel A (ed). Techniques for mea-suring body composition. Washington:National Academy of Science.

24. Yu CC, Sung RY, So RC, Lui KC,Lau W, Lam PK, Lau EM. (2005)Effects of strength training on bodycomposition and bone mineralcontent in children who are obese.J Strength Cond Res. 19(3):667-72.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 46

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 47

trei

no e

ren

dim

ento

des

port

ivo

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 48

RREESSUUMMOOO objetivo deste estudo foi compararas características genotípicas efenotípicas em um grupo de atletasde velocidade no atletismo. Fizeramparte do estudo 19 atletas de ambosos sexos, descritos pela idade de 22,42±3,53, massa corporal de 66,61±7,66kg e, estatura de173,18±7,23cm. O perfil genético e o somatotipo foram estimadoscom base no protocolo de Cumminse Midlo (1961), e Heath e Carter(1990), respectivamente, e a avalia-ção isocinética referenciada em Adams(1998). Os resultados demonstramque, no grupo: (a) D10=13 e SQTL=120, (b) para os tipos de desenhos,A=2,1%; L=64,7% e W=33,2%, (c) o perfil foi classificado por meso-morfo-balanceado sendo os valores2,33 - 4,11 - 2,81, (d) os valoressugeridos para o torque isocinéticonos diferentes intervalos entre asrepetições 1-3 e 48-50 foram, res-pectivamente, 348,67±24,4% e,150±24,7%, (e) não existe diferen-ça significativa para um valor dep<0,0001 entre a classificação dasvariáveis genotípicas e fenotípicas.Em conclusão, este estudo acumulaa possibilidade de inserção da der-matoglifia, neste âmbito esportivo,como método prognóstico que podeauxiliar, no barateamento e, na ava-liação diagnóstica do sujeito.

AABBSSTTRRAACCTTThe purpose this study was to com-parate the genotipics and the phe-notipics characteristics in a group ofthe runners sprint. They were part19 athletes of both sexes and des-cribe for 22,42±3,53 age, 66,61±7,66kg body mass and 173,18±7,23cm weight. The genetic profileand the somatotype were based inCummins & Midlo (1961) and Heath& Carter (1990) respectively, andthe evaluation isokinetic were basedin Adams (1998). The found resultsthat, in group: (a) D10=12,00 andSQTL=123, (b) for the types ofdrawings, A=2,1%; L=64,7% and W=33,2%, (c) the profile somatotypicof the group was classificated bymeso-balance, the values was 2,33 -- 4,11 - 2,81, (d) the values sugges-ted for the torque isokinetic in thedifferent intervals among the repeti-tions 1-3 and 48-50, were respec-tively, 348,67±24,4% and, 150±24,7%, (e) doesn't exist significantdifference for a value of p<0,0001between the classification of thevariables genotipics and fenotipics.In conclusion, it study accumulatesthe possibility dermatoglyphics insertin this sporting, as method prognosticthat can aid, in the lower cost and, in the subject's evaluation diagnostic.

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS GGEENNOOTTÍÍPPIICCAASS EE FFEENNOOTTÍÍPPIICCAASS EEMM AATTLLEETTAASS VVEELLOOCCIISSTTAASS

CCHHAARRAACCTTEERRIISSTTIICCSS GGEENNOOTTIIPPIICCSS AANNDD FFEENNOOTTIIPPIICCSS IINN AATTHHLLEETTIICCSS SSPPRRIINNTTEERRSS

AUTORESLeonardo Chrysostomo dos Santos1

Paulo Moreira Silva Dantas1,2

José Fernandes Filho1

1 PROCIMH - UCB/RJ - Programa de Mestrado em Ciência da Motricidade Humana

2 UNIGRANRIO/RJ

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS GGEENNOOTTÍÍPPIICCAASS EE FFEENNOOTTÍÍPPIICCAASS EEMM AATTLLEETTAASS VVEELLOOCCIISSTTAASS44((11)):: 4499--5566

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEdermatoglifia; somatotipo;isocinético; corredores de velocidade.

KKEEYYWWOORRDDSSdermatoglyphic; somatotype;isokinetic; runners sprinters.

data de submissãoJJuullhhoo 22000077

data de aceitaçãoNNoovveemmbbrroo 22000077

investigação

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 49

investigação técnico original opinião revisão50||51||

INTRODUÇÃO

Vale ressaltar por oportuno que,no âmbito das modalidades es-portivas, o perfil dermatoglíficotem sido investigado e, para tanto,cabe citar as pesquisas envolvendoa seleção brasileira de ginásticaolímpica, praticantes de basque-tebol, atletas de voleibol brasileiromasculino adulto, atletas de futsalbrasileiro masculino adulto, nada-dores meio-fundistas e fundistasde alto rendimento, atletas brasi-leiros de corrida de orientação de alto rendimento, a seleção bra-sileira de futebol de praia, ciclistasde alto rendimento e a seleçãobrasileira feminina adulta de an-debol8,10,21,22,24,25,26,27,31.

Condizente a utilização do métodoisocinético, cabe apresentar algumasde suas possibilidades de aplicaçãoque vão desde investigações acercada força e equilíbrio muscular deatletas, até estudos de revisãobibliográfica sobre os aspectospráticos da avaliação isocinética esua utilização para os indivíduosque praticam atividade física5,6,7.

Faz-se pertinente ressaltar que aclassificação somatotípica é empre-gada com o objetivo de: (1) des-crição e comparação, entre despor-tistas de distintos níveis; (2) carac-terização das mudanças no físicodurante o crescimento, o envelhe-cimento e o treinamento; (3) com-paração da forma relativa de joga-dores masculinos e femininos; (4)aplicação como ferramenta para aanálise da imagem corporal8,11,14,15,16,29.

Sobretudo, sabe-se que consta noacervo do conhecimento científicoque a seleção dos esportistas,para diferentes modalidades dejogos, se apóia nas respectivascapacidades de resolver tarefasmotoras, de caráter tático, de ma-neira eficiente, e, que ao dispor-se

de uma metodologia de marcasgenéticas, se evidencia não a au-sência dessas variáveis intervenien-tes, mas o aprimoramento de umprocesso que aumentaria a certezade manter sob a mira os indivíduosque já possuam um genótipo paraesta ou aquela modalidade, ou ainda,provas desportivas31.

Portanto, é pressuposto, aqui, queuma das condições necessáriaspara se conseguir sucesso dentrodo contexto de alto rendimentoesportivo, da Educação Física, é otalento inato ou a aptidão do atleta.Cabendo, também, destacar que autilização de informações préviasacerca das capacidades e das ten-dências genéticas aliadas à contri-buição fenotípica possibilita tanto adeterminação de um talento quantocom seu desenvolvimento. Nestecontexto, é possível constatar acarência de estudos que envolvamatletas de corrida de velocidade.

Contudo, faz-se necessário observarque a aplicabilidade prática dadermatoglifia e da somatotipia noprocesso de desenvolvimento dasestratégias de intervenção profis-sional, com cunho de orientação ede seleção desportiva, demonstrouque o meio (fenótipo), no qual ossujeitos observados habitam, acar-retou em influências positivas ounegativas, na confirmação dos dadosextrapolados. Sobretudo, recomen-daram a realização de futuras inves-tigações que busquem estabeleceruma associação entre a avaliaçãodo estado (fenótipo) e o potencialgenético (dermatoglifia)14.

Portanto, o objetivo geral desseestudo centra-se em comparar ascaracterísticas genotípicas e feno-típicas em atletas velocistas damodalidade de atletismo, de ambossexos e da categoria adulta, referen-ciado pelos protocolos de dermato-glifia20, somatotipia30 e, isocinético3.

METODOLOGIA

A amostra foi selecionada a partirde um grupo de atletas de corridade velocidade ranqueados pelaConfederação Brasileira de Atle-tismo33 e, composta por 19 atletasde alto rendimento e de ambos os sexos descritos pela idade de22,42±3,53 anos, massa corporalde 66,71±7,66 quilogramas (kg) e,estatura de 173,18±7,23 centíme-tros (cm).

No que diz respeito aos proce-dimentos metodológicos, cabe des-tacar que num primeiro momentotodos os indivíduos assinaram umtermo de consentimento livre eesclarecido, e também preencheramos dados solicitados na ananmese.Cabendo destacar que o presentetrabalho atendeu às Normas paraa Realização de Pesquisa em SeresHumanos, resolução 196/96, doConselho Nacional de Saúde de10/10/1996 e foi aprovado peloComitê de Ética, em Pesquisa En-volvendo Seres Humanos da Univer-sidade Castelo Branco.

O perfil dermatoglífico foi referencia-do pelo protocolo de dermatoglifia20,para o qual, na coleta das impres-sões digitais, utilizou-se papel noformato A4 e o coletor de impres-sões digitais da marca Impress®.Já as características somatotípicasforam avaliadas pelo método soma-totipológico30 que permite um es-tudo apurado sobre o tipo físicoideal de cada modalidade esportiva.Para tanto recorreu-se a seguinteinstrumentação: (1) uma balançade marca Filizola, devidamente cali-brada e aferida, com capacidade de aferição entre de zero a 150 kge precisão de 100 gramas. (2) umadipômetro científico, do tipo Harpen-den marca Cescorf, cuja precisão é de um milímetro. (3) um estadiô-metro, construído de madeira daCardiomed Ltda. (4) uma fita mé-

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 50

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

trica de metal flexível, do fabri-cante American Medical do BrasilLtda. marca Sanny, com dois metrosde comprimento e precisão de ummilímetro. (5) um paquímetro damarca Rosscraft, modelo Tommy02 (made in Canadá), cuja variaçãoé de dois a 18 cm, com precisão de um milímetro.Para o protocolo de avaliação isoci-nética3 foi utilizado um aparelhoisocinético de extensão unilateraldo joelho, devidamente calibrado e,da marca Kin-Com - fabricanteChattanoga Group®. A velocidade e as repetições estipuladas foramde 180º.s-1 e 50, respectivamente.Antes da execução de cada fasedeste protocolo, os indivíduos rea-lizaram cinco repetições completasdo movimento, com o mínimo es-forço possível, a fim de familiari-zarem-se com o equipamento. Porfim, há de se destacar que o esti-mulo verbal foi fornecido a cadasujeito com o objetivo de produzircontrações voluntárias máximasdurante o teste.O tratamento estatístico atendeu à proposta básica, utilizando aestatística descritiva com o intuitode constituir o perfil de cada indi-víduo do grupo, visando caracte-rizar o universo amostral pesqui-sado, para obtenção das variáveisde natureza discreta. Utilizaram--se as distribuições de freqüência,quanto às de natureza contínua,isto é, aquelas que obedeceram aum sistema métrico bem definido enormalizado, em que foram seguidosos parâmetros estatísticos básicos,como: tamanho da população (N),média (X), desvio padrão (s); me-diana (Med), valores mínimos emáximos18.No sentido de aumentar a potênciados resultados e garantir a con-fiabilidade dos mesmos foi aplicadoo teste Não-Paramétrico de Norma-lidade, Komogorov-Smirnov.

Ainda na tentativa de melhor elu-cidar as relações existentes entreas variáveis foi utilizado o métodoestatístico, de estudo da proporcio-nalidade23,32, para o qual, na tenta-tiva de transformar os valores emum único intervalo foi utilizada aseguinte equação: (valor observado-menor valor observado)/(maiorvalor observado-menor valor obser-vado).A estatística inferencial que compõeo teste de hipóteses foi baseada naclassificação, para a qual foi feitoum cruzamento comparativo entreas classificações, segundo o genó-tipo e fenótipo, utilizando-se o testeU de Mann-Whitney para variáveiscategóricas ordinais18.Por fim, e objetivando-se a mediçãodos testes, o presente trabalho sepautou em consonância às consi-derações básicas do tratamentoestatístico, a fim de manter-se a

cientificidade da pesquisa, em quese considerou o nível de signifi-cância de p<0,05, isto é, 95% deprobabilidade para as afirmativase/ou negativas, denotadas duranteas investigações1.

RESULTADOS

Pode-se observar na tabela 1 osvalores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), me-diana (Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis dermato-glificas do Arco (A), Presolha (L),Verticilo (W) Delta 10 (D10) eSomatório total da quantidade delinhas (SQTL). Após a verifiação da normalidade destas variáveisatravés do teste de Komogorov-Smirnov verificou-se que o arco é oúnico dado não paramétrico.

Feminino

SSeexxoo AA

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

5

0%

0

0

0

5

LL

5

68%

2,77

8

3

10

WW

5

32%

2,77

2

0

7

DD1100

5

13,2

2,77

12

10

17

SSQQTTLL

5

104,2

27,27

105

60

130

Masculino

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

14

0,29%

0,61

0

0

2

14

6,36%

2,59

6,5

0

10

14

3,36%

2,79

3

0

10

14

13,07

3,1

13

9

20

14

126,07

31,71

130

78

202

Total

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

19

0,21%

0,54

0

0

2

19

6,47%

2,57

7

0

10

19

3,32%

2,71

2

0

10

19

13,11

2,94

12

9

20

19

120,32

31,46

123

60

202

TTAABBEELLAA11Valores de Tendência Central das variáveis dermatoglificas.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 51

investigação técnico original opinião revisão52||53||

Pode-se observar na tabela 2 osvalores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), me-diana (Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis. Somato-tipicas: Endomorfia; Mesomorfia e Ectomorfia.

Pode-se observar na tabela 3 osvalores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), me-diana (Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis.isocinéticasIsocinético nas três repetições ini-ciais (Iso_início), Isocinético nastrês últimas repetições (Iso_Fim) e Percentual de Queda entre Ambas(%Q).

Pode-se observar na tabela 4 os valores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), me-diana (Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis Fenotipicase Genotipicas.

Pode-se observar na figura 1 (gru-po feminino n=5) e na figura 2 (gru-po masculino n=14) os resultadosda proporcionalidade estatísticadas variaveis isocinéticas, somato-tipicas e dermatoglificas.

DISCUSSÃO

É importante notar que a tabela 1apresenta os valores referentes aoperfil dermatoglífico dos atletas decorrida de velocidade, do presenteestudo. Contudo, cabe ressaltarque a alta variabilidade existenteintragrupo, no que diz respeito àquantidade de deltas em dez dedos(D10) e ao somatório da quantida-de total de linhas (SQTL), caracterizauma falta de normalidade.

Isto posto, ilustrando a argumen-tação contida nos autores21 quecreditaram ser comum, no pro-cesso de seleção dos atletasbrasileiros, o critério de escolha

Feminino

SSeexxoo EEnnddoommoorrffiiaa MMeessoommoorrffiiaa EEccttoommoorrffiiaa

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

5

2,25

1,02

2,61

1,15

3,24

Masculino

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

14

2,35

0,73

2,33

1,31

4,2

Total

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

19

2,33

0,79

2,36

1,15

4,2

5

3,35

1,46

4,25

1,15

4,55

14

4,38

0,88

4,1

3,32

6,22

19

4,11

1,12

4,11

1,15

6,22

5

3,64

1,43

4,14

1,16

4,65

14

2,52

0,95

2,75

0,45

4,22

19

2,81

1,17

2,82

0,45

4,65

TTAABBEELLAA22Valores de Tendência Central das variáveis somatotipicas.

Feminino

SSeexxoo IIssoo__iinníícciioo IIssoo__FFiimm %%QQ

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

5

254,13

59,26

247,67

185,33

343

Masculino

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

14

386,41

64,41

372

294

506,67

Total

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

19

351,6

85,78

348,67

185,33

506,67

5

111,6

17,73

112

90

135,67

14

162,02

32,43

158,17

97,33

227,67

19

148,75

36,74

150

90

227,67

5

44,74

5,78

45,2

35,1

49,8

14

42,47

8,46

44,45

29,5

53

19

43,07

7,76

45,2

29,5

53

TTAABBEELLAA33Valores de Tendência Central das variáveis isocinéticas.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 52

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

considerar, predominantemente, oestado físico e técnico dos atletasem detrimento a preocupação como potencial genético apresentadopor eles. Tornando, portanto, indis-pensáveis às investigações e expli-cações acerca do processo genéticoe suas possibilidades de auxiliar otreinamento desportivo, objetivan-do potencializar as probabilidadesdestes atletas chegarem a ummelhor desempenho, relacionando--os com a modalidade desportiva.

Contudo, destaca-se que o presentegrupo apresenta um perfil de qua-lidades físicas referentes à forçarelativa e absoluta, e à estatura30.Ainda assim, e tendo por base oresultado observado em L>W, épossível constatar que ambos ossexos apresentaram caracterís-ticas genótipicas de capacidadeglicolítica e também anaeróbicaalática, sendo que o grupo mascu-lino apresentou mais característi-cas glicolíticas que o grupo feminino,constatado, também, por umamaior presença de SQTL, que é umindicativo de maior endurance9,12,13.

Concernente à análise dos desenhosdigitais, ressalta-se que estes apon-tam para o aumento na comple-xidade dos desenhos, e corroboramcom os autores que observaramuma tendência ao desaparecimentodo arco e ao aumento dos de-senhos mais complexos no altorendimento esportivo2,26,29.

Com base nos resultados apresen-tados na tabela 2, cabe destacarque o grupo feminino foi classi-ficado como ectomorfo-mesomorfoe, o grupo masculino apresentouuma classificação de mesomorfo--balanceado, assim como a classifi-cação geral do grupo.

Em diferentes contextos e conver-gindo com os dados do presenteestudo, também foram identificadasas características somatotípicas

Feminino

SSeexxoo FFeennóóttiippoo

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

5

3

1,58

3

1

5

GGeennóóttiippoo

5

3

1,58

3

1

5

14

7,5

4,18

7,5

1

14

14

7,5

4,18

7,5

1

14

19

6,32

4,16

5

1

14

19

6,32

4,16

5

1

14

Masculino

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

Total

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

TTAABBEELLAA44Valores de Tendência Central das variáveis: Fenótipo e Genótipo.

FFIIGGUURRAA22 Masculino (n=14).

0.9

1

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0

63%

47%

34%

50%

57%

88%

100%

68%

32%

66%

52%

MÉDIA_Inicial

MÉDIA_Final

%Queda

endo meso ecto A L W D10 SQTL

0.9

1

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0

61%

49%45%

12%

68%62%

75%

64%

34%

65% 63%

MÉDIA_Inicial

MÉDIA_Final

%Queda

endo meso ecto A L W D10 SQTL

FFIIGGUURRAA11 Feminino (n=5).

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 53

investigação técnico original opinião revisão54||55||

da seleção brasileira de handebolfeminino22 e foram atribuídas predo-minâncias do componente meso-morfo, assim como em ciclistas dealto rendimento6, e em atletas decorrida de orientação27. Sobretudo,em atletas brasileiros de corrida de resistência16, foi identificada apredominância de um perfil ecto-morfo-mesomorfo, fato que convergecom os presentes dados no que diz respeito ao perfil somatotípicofeminino, mas diverge quanto àmodalidade esportiva.

No que se refere aos resultadosdemonstrados na tabela 3, cabeobservar que, no grupo feminino,houve uma queda acentuada paraas três últimas repetições, noteste isocinético, sugerindo que asatletas em questão possuem umamaior capacidade de gerar grandestorques do que uma capacidade demanutenção do mesmo. Isto posto,é possível creditar que estas atletastêm uma grande capacidade develocidade máxima e de aceleraçãoe que, muito embora a queda dotorque seja esperada, por serematletas de provas de velocidadeexplosiva, poder-se-ia sugerir quequanto menor for o percentual de queda mais interessante é acapacidade de manutenção de forçae velocidade. Em contrapartida, ogrupo masculino apresentou umaqueda menos acentuada nos torquedas três ultimas repetições, suge-rindo um comportamento de maiormanutenção da força e da veloci-dade, conforme esclarecido anterior-mente.

Ilustrando e fundamentando a infor-mação contida no parágrafo anterior,cabe apresentar especialmente, oestudo da relação entre os índicesdermatoglíficos e o resultado deuma avaliação isocinética e de ergo-espirometria, em jogadores profis-sionais de futebol de campo4. Nele,

os sujeitos foram divididos em doisgrupos, para o qual o critérioestabelecido foi apresentar umaporcentagem de 70% de W ou L.Os resultados após a avaliaçãoisocinética indicaram que o grupoque possuía 70% de W, iniciou oexercício com uma produção menorde torque, mas conseguiu manterum melhor padrão de torque até ofinal da tarefa, quando compara-dos ao grupo que possuía 70% deL. Corroborando com os presentesdados que demonstram um percen-tual de L = 64,74% aliados a umaredução de mais de 50% entre osvalores médios dos intervalos derepetições.

Há de se destacar que a maiorendurance genotípica observada nogrupo masculino, associada amaior quantidade de SQTL apresen-tada, corroboram com os valoresinferiores de queda das três pri-meiras repetições com as trêsúltimas, no teste isocinético. Poroutro lado, o autor do iente estudochama a atenção ao comporta-mento de queda mais abrupto nogrupo feminino que se coadunacom um genótipo mais caracterís-tico de coordenação neuromotora emenos acentuado de coordenaçãode endurance demonstrado peloD10 e SQTL31,32.

Os dados demonstrados na tabela4 e nas figuras 1 e 2 indicam, peloestudo de proporcionalidade, arelação existente entre o fenótipo e genótipo onde o genótipo tanto do grupo masculino quanto do gru-po feminino está manifestado nofenótipo. Entretanto, com base noresultado do teste de hipótese, opresente estudo aceita a hipótesenula. Em outros termos, não existediferença significativa para um valorde p<0,0001 entre a classificaçãodas variáveis genotípicas e fenotí-picas.

Diante do exposto, cabe destacar,sob a identificação de caracterís-ticas genéticas, que a interligação(pontos em comum) entre “asImpressões Digitais - a modalidadeesportiva - a posição esportiva”reflete a lei natural biológica geraldas ligações mútuas das marcasgenéticas com as aptidões congê-nitas das manifestações funcionaisindependentemente da pertinênciaàquela população. Por conseguinte,é cabível acreditar que as Impres-sões Digitais podem ser utilizadascomo critérios de orientação es-portiva precoce e da seleção espor-tiva nas condições do Brasil e dequalquer outro País1.Por outro lado, também, destaca--se a opinião dos autores que defen-dem que a dermatoglifia, como for-ma de predizer a performancemotora, não se demonstrou ummétodo eficiente19. Com isso,paralelamente, sugere-se novasinvestigações que incluam, em suaamostra, indivíduos que não sejamatletas e que possuam um perfildermatoglífico, supostamente, favo-rável a uma determinada capacidadefísica específica de um desporto,obviamente, analisando as respostasgeradas após um treinamento.É importante notar que os resulta-dos apresentados no iente estudoconstituem valores interessantes,que podem e devem ser usados,também, como forma de avaliaçãodo prognóstico de eficiência daprática destes e de outros atletasde corrida de velocidade.Em última análise, vale ressaltarpor oportuno que o perfil dermato-glífico do presente grupo, conformeesperado pelas particularidades dacorrida de velocidade34, divergiu do perfil observado no estudo ematletas de corrida de resistência16.Entretanto, com base no resultadodo mesmo estudo, o perfil somato-típico dos atletas tem predominância

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 54

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

igual ao do presente estudo. Re-sultado este, não interessante eque pode ser atrelado à variabi-lidade de D10 e SQTL do presentegrupo e, conseqüentemente, ilustran-do a maior relação entre dermato-glifia e isocinético.

Sobretudo, o presente estudo bus-cou contribuir para uma elucidaçãode possibilidades oriundas da inter-ligação entre as característicasgenotípicas e fenotípicas, mostrandoque o conhecimento acerca destarelação é de suma importânciapara o crescimento e desenvolvi-mento dos processos que envolvemo treinamento desportivo. Processosestes, que podem auxiliar desde aotimização na identificação dascargas genéticas e/ou fenotípicasaté o barateamento dos custosenvolvidos, em detrimento da es-colha de um teste sobre o outro.Outrossim, acumulando a possibi-lidade da inserção da dermatoglifia,neste âmbito esportivo, como métodoprognóstico que pode auxiliar naavaliação diagnóstica do sujeito.

CORRESPONDÊNCIA

Leonardo Chrysostomo dos Santos

E-mail:[email protected]

REFERÊNCIAS

1. Abramova TF, Chafranova EI,Nikitina TM (1995). Impressõesdermatoglíficas - marcas genéticasna seleção nos tipos de esporte /atualidades na preparação de atle-tas nos esportes cíclicos. Cole-tânea de artigos científicos. Volvo-grad, 86-91.

2. Abramova TF, Nikitina TM, OzolinNN (1996). Impressões dermato-glíficas - marcas genéticas no poten-cial energético do homem. AnaisCientíficos de Moscou. Moscou, 3-13.

3. Adams GM (1998). ExercisePhysiology Laboratory Manual.California: WCB Mc Grawl-Hill.

4. Almeida MN, Dantas PMS, Fer-nandes Filho J (2005). Relaçõesdos índices dermatoglíficos comavaliação isocinética e ergoespiro-metria. F&PJ 4:101-106.

5. Amatuzzi MM, Greve JMD,Terreri ASAP (2001). Avaliaçãoisocinética no joelho de atleta. RevBras Med Esp 7:170-174.

6. Andrade MS, Fleury AM, Silva AC(2005). Força muscular isocinéticade jogadores de futebol da seleçãoparaolímpica brasileira de porta-dores de paralisia cerebral. RevBras Med Esp 11:281-285.

7. Ascensão A, Carvalho J, Maga-lhães J, Mota J, Oliveira J, SoaresJMC (2003). Efeito de um progra-ma de treino em idosos: compa-ração da avaliação isocinética eisotônica. Rev Paul Ed Fís 17:74-84.

8. Assis M, Dantas PMS, Fazolo E,Fernandes Filho J, Tuche W (2005).Perfil dermatoglífico e somatotí-pico de ciclistas de alto rendimentodo Brasil. Revista de EducaçãoFísica 132:14-19.

9. Bogdanov OA, Komisova VY,Kuranev VS (2006). Comparativeof Physical Development and Phy-sical Preparedness of Female Stu-dents, who Entered Gertsen's RSPUin 1983 and 2005. Teoria I PraktikaFiziceskoi Kul'tury 9:55-56.

10. Borin JP. (2002) Utilização dadiscriminação gráfica de Fisherpara indicação dos dermatóglifoscomo referencial de potencialidadede atletas de basquetebol. Tese(Doutorado em Educação Física).Universidade Estadual de Campinas,Campinas, 2002.

11. Borms, J, Carter, JE, Hebbe-linck, Ross WD (1980). Anthro-pometric characteristics of femaleOlympic rowers. Can J Appl SportSci 5:255-262.

12. Butova OA, Butov VS (2003).Individual variations of the immunestatus in relation to the types ofbody-build in 15-year-old boys livingin the cities of the southern part ofRussia. Papers on Anthropology12:42-50.

13. Butova OA, Lisova IM (2001).Correlations of various parametersof the human constitution. Morfo-logiia v. 119, n. 2, pp. 63-66.

14. Cardoso PG, Costa G, DantasPMS, Fazolo E, Fernandes Filho J,Menezes IC, Nunes RMA, PortalMND, Teixeira MES, Tuche W(2005). A dermatoglifia e a soma-totipologia no alto rendimento dobeach soccer - seleção brasileira.Revista de Educação Física 130:45-51.

15. Carter JE (1970). The soma-totypes of athletes - a review. HumBiol 42:535-569.

16. Carvalho E, Fernandes Filho J,Novaes JS (2005). Perfis derma-toglífico, somatotípico e fisiológicode atletas de alto rendimento, parti-cipantes de corrida de resistência,no Rio de Janeiro. F&PJ 4:168-174.

17. Casagrande G, Viviani F (1993).Somatotype of Italian rugby players.J Sports Med Phys Fitness 33:65-69.

18. Costa Neto PLO (2002). Esta-tística. São Paulo: Edgard Blücher.

19. Costa PIAM, Gentil P, JuniorVAR, Lobato SRU, Nassau FF(2006). Correlação entre perfildatiloscópico e performance nostestes de 12 minutos e de impulsãohorizontal em jovens do sexo mas-culino. Revista Digital de BuenosAires ano 11:100, Setembro.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 55

investigação técnico original opinião revisão56||57||

20. Cummins H, Midlo CH (1961).Finger prints, palmes and soles: anintroduction to dermatoglyphics.New York: Dover Publications.

21. Cunha Junior AT, Dantas PMS,Fernandes Filho J, Nogueira T(2005). Perfil somatotípico, derma-toglífico e das qualidades físicas da seleção brasileira de handebolfeminino adulto por posição dejogo. F&PJ 4:236-241.

22. Cunha ACPT, Cunha Junior AT,Dantas PMS, Schneider AT (2006).Características dermatoglíficas,somatotípicas, psicológicas e fisio-lógicas da seleção brasileira femi-nina adulta de handebol. F&PJ 5:81-86.

23. Díaz FR, López FGB (2007).Bioestatística. São Paulo: ThomsonPioneira.

24. Fernandes Filho J, Medina MF(2002). Identificação dos PerfisGenético e Somatotípico que Ca-racterizam Atletas de Voleibol Mas-culino Adulto de Alto Rendimentono Brasil. F&PJ 1:12-20.

25. Fernandes Filho J, João A (2002).Identificação do perfil genético, so-matotípico e psicológico das atletasbrasileiras de ginástica olímpicafeminina de alta qualificaçãoespor-tiva. F&PJ 1:12-20.

26. Fernandes Filho J, Pável DAC(2004). Identificação dos perfisdermatoglífico, somatotípico e dasqualidades físicas básicas de atletasde alto rendimento na modalidade denatação em provas de meio-fundo efundo. F&PJ 3:18-28.

27. Ferreira AAM. (2004) Perfildermatoglífico, somatotípico e dasqualidades físicas de atletas brasi-leiros de corrida de orientação dealto rendimento. Dissertação (Mes-trado em Ciência da MotricidadeHumana). Rio de Janeiro: Univer-sidade Castelo Branco.

28. Fukunaga T, Ichinose Y, Ito M,Kanehisa H, Kawakami Y (2000).In vivo estimation of contractionvelocity of human vastus lateralismuscle during “isokinetic” action. JAppl Physiol 88:851-856.

29. Heath BH, Carter JE (1966). Acomparison of somatotype methods.Am J Physiol Anthop 24:87-99.

30. Heath BH e Carter JE (1990).Somatotyping development andapplications. New York: CambridgeUniversity Press.

31. Silva Dantas PM, FernandesFilho J (2002). Identificação dosperfis, genético, de aptidão física esomatotipico que caracterizamatletas masculinos, de alto rendi-mento, participantes do futsaladulto, no Brasil. F&PJ 1:28-36.

32. Silva Dantas P. (2004) Relaçãoentre estado e predisposição ge-nética no futsal brasileiro. Tese(Doutorado em Educação Física).Natal: Universidade Federal do RioGrande do Norte.

33. Thomas JR, Nelson JK (2002).Métodos de Pesquisa em Ativi-dade Física. Porto Alegre: Artmed.

34. Wilmore JH, Costill DL (2001).Fisiologia do Esporte e do Exercício.São Paulo: Manole.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 56

RREESSUUMMOOOs objectivos do presente estudo foramos seguintes: i) Descrever variáveisventilatórias e metabólicas na prova de400 metros crol; ii) Determinar a con-tribuição relativa do metabolismo aeróbioe anaeróbio no decorrer da prova; iii)Determinar a relação entre a prestaçãoem 400m crol e as variáveis ventila-tórias e metabólicas. A amostra foiconstituída por 8 nadadores, do sexomasculino, média=17.7±2.3 anos, portu-gueses de nível competitivo nacional ecom uma prática regular de natação.Cada elemento realizou as provas deesforço aleatoriamente (uma submáximae a outra supramáxima com um inter-valo de tempo, entre 48 horas) em umapiscina coberta, com 25m de compri-mento e 10m de largura e, temperaturaambiente entre os 26-29 graus centígra-dos. Em ambas as provas o ar expiradofoi analisado por um sistema de gases eregistado os valores de VO2 em inter-valos de 20s. Antes de cada prova, osnadadores realizaram os aquecimentoscom duração entre 10 a 15 min. A sub-máxima foi constituída por 5 patamaresde 6 min de duração, alternados com umtempo de recuperação. A velocidade inicialfoi entre 3 e 4m.s-1 e os patamaressubsequentes, receberam acréscimosde 0.5m.s-1 sendo assegurada uma velo-cidade constante através de um pacer,colocado no fundo da piscina. Foramcolhidas amostras de sangue capilar nofinal de cada patamar de esforço. Nasupramáxima, cada nadador nadou 400mexigindo-se um esforço máximo na prova.Após a prova, foi medido o lactato san-guíneo, em intervalos de 2 minutos, atése verificar diminuição nos valores obser-vados. Não se verificou nenhuma correla-ção significativa entre a velocidademédia na prova supramáxima e as variá-veis ventilatórias e metabólicas medidasnesta prova. Todavia, encontrámos ainterferência de factores antropomé-tricos na prestação em natação, no-meadamente a massa gorda (r=0.78;p≤0.05). Para velocidades até ≈1.3 m.s-1,o metabolismo aeróbio assegurou a maior

RREESSPPOOSSTTAA VVEENNTTIILLAATTÓÓRRIIAA DDUURRAANNTTEE AA PPRROOVVAA DDEE 440000 MMEETTRROOSS LLIIVVRREESS::AASSSSOOCCIIAAÇÇÕÕEESS CCOOMM AA PPRREESSTTAAÇÇÃÃOO

BBRREEAATTHHIINNGG FFRREEQQUUEENNCCYY AALLOONNGG TTHHEE 440000 MM FFRREEEE SSTTYYLLEE::AASSSSOOCCIIAATTIIOONN WWIITTHH PPRRAATTIICCEE

AUTORESOctávio Meira1

Victor Machado Reis1

Antonio José Silva1

André Luiz Carneiro1,2,3

António Malvas Reis1

Felipe Aidar1

1 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - Vila Real, Portugal

2 Faculdades Unidas do Norte de Minas - Montes Claros - MG

3 Universidade Estadual de Montes Claros-MG

RREESSPPOOSSTTAA VVEENNTTIILLAATTÓÓRRIIAA DDUURRAANNTTEE AA PPRROOVVAA DDEE 440000 MMEETTRROOSS LLIIVVRREESS::AASSSSOOCCIIAAÇÇÕÕEESS CCOOMM AA PPRREESSTTAAÇÇÃÃOO44((11)):: 5577--6666

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEE400 metros crol; custo energético; prestação.

KKEEYYWWOORRDDSS400m crawl; energy cost;performance.

data de submissãoJJuullhhoo 22000077

data de aceitaçãoNNoovveemmbbrroo 22000077

investigação

parte da produção energética. E ainda,os nadadores que apresentaram maiordéfice de oxigénio acumulado apresenta-ram menores valores da velocidade asso-ciada ao limiar láctico.

AABBSSTTRRAACCTTThe aims of the present study were: i) toassess ventilator and metabolic variablesduring a 400m crawl event; ii) to assessthe relative contribution of aerobic andanaerobic energy during the event; iii) toinvestigate the associations betweenthe performance and ventilator and me-tabolic variables. The sample comprised8 male Portuguese swimmers with amean age of 17.7±2.3 years, regularlyinvolved in competitive swimming. Eachsubject performed a submaximal and asupramaximal swimming tests with a48h recovery between them. The testswere conducted in an indoor 25mswimming pool. During both tests gasanalysis was performed and VO2 wasrecorded in 20 s intervals. The subma-ximal test comprised 5 bouts of 400mwith individual recovery between them.Initial speed was 3 to 4m.s-1 ans speedincreases were 0.5m.s-1. Swimming speedwas kept constant with a light pacerplaced in the bottom of the pool. Bloodsamples were collected after each bout.The supramaximal test was an all-out400m crawl swimming. Blood sampleswere collected every 2 min after the testuntil blood lactate levelled-off. NO signi-ficant association was found betweenthe assessed variables and the perfor-mance. However, we found a significantassociation of the performance withanthopometric measures, namely totalbody fat (r=0.78; p≤0.05). We also foundthat to swimming speeds up to ≈1.3 m.s-1,the aerobic energy sources provided themajor fraction of energy release. More-over, the swimmers that presented thelargest accumulated oxygen deficit pre-sented the also the larger mean valuesof the swimming speed associated withthe lactic threshold.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 57

investigação técnico original opinião revisão58||59||

INTRODUÇÃO

Em natação, e com o evoluir da in-vestigação, verifica-se que os resul-tados desportivos têm progredidopara níveis de excelência, onde avitória depende, cada vez mais, dasdiferenças mínimas16. No estudorealizado por Keskinen13, entre osanos de 1900 e 2006 foram en-contrados vários artigos científicoscom as palavras-chave natação efisiologia. Este estudo concluiu quea estrutura do conhecimento sobreo treino da natação é ampla e estábem representada nas várias sub-divisões da fisiologia aplicada àmesma. Portanto, podemos analisara natação a nível da biomecânica,da fisiologia e da biofísica. Pender-gast et al.23 demonstraram que acorrecta interpretação da biome-cânica e dos aspectos fisiológicos,em função da velocidade de nado,permitir-nos-á compreender melhora biofísica da natação. Ainda a nívelda biofísica, foi evidenciado porRodriguez e Mader32, através deuma simulação computacional docomportamento do metabolismoenergético, que a contribuição aeró-bia não pode ser sobrestimada emrelação à energia total necessáriapara completar as provas de 100e 400 metros crol, nomeadamenteem nadadores jovens. As provas denatação consistem em percorrerdiferentes distâncias desde 50maos 1500m20,23, as quais duramentre 23s e 14m30s, aproximada-mente (+/- 23-1000s), para seremcompletadas21. Por conseguinte,devemos ter em consideração aduração da prova de 400m livres,a qual não ultrapassa, em média nosexo masculino, os quatro minutose quinze segundos, o que nos deixaprever uma velocidade de nadosignificativa e ainda pressupor,uma manutenção da velocidade em

valores tão elevados quanto pos-sível. Ito e Okuno12 e Caty et al.6

consideraram que a velocidade,numa prova de natação, é determi-nada pela relação entre a propulsãoe a resistência do nadador. ParaThanopoulos et al.35 os resultadosna natação de elite dependem devários factores incluindo a eficiên-cia da técnica de nado, as caracte-rísticas funcionais e metabólicasdos nadadores e o nível de realiza-ção do treino. Logo, a intensidade doexercício e a importância relativados sistemas energéticos aeróbiose anaeróbios variam dependendodo tempo de nado, portanto, estarelação ajuda-nos a compreender acontribuição de cada sistema meta-bólico de acordo com o tempo daactividade21.

Para caracterizar o perfil metabólicode um determinado esforço é usualrecorrermos à quantificação daprodução de energia aeróbia e/ouanaeróbia27. Um dos problemascom que o nadador tem de se con-frontar é, fundamentalmente, comodisponibilizar mais energia e comoprocessar mais rapidamente essaenergia. Consequentemente, paracaracterizar os indicadores de produ-ção de energia devemos avaliartodas as condicionantes que nelesintervêm. Nesta ordem de pensa-mento, para medir a capacidadeanaeróbia, foi proposto por16 oconceito de DefO2Ac que caracte-riza-se pela diferença entre o con-sumo de O2 e a oferta de O2 acumu-lado até o momento em que o sis-tema cardiopulmonar consegueresponder e fornecer todo o oxigé-nio necessário, sendo atingida a fasede estabilidade. Reis e Carneiro28

consideraram que a determinaçãodo DefO2Ac é possível a partir damedição do O2 e permite a quantifi-cação das fracções de energia ae-róbia e anaeróbia, relativamente ao

custo energético total do esforço.Nesse sentido, o objetivo dessetrabalho foi o analisar as respostasventilatórias e associá-las a presta-ção em nadadores portugueses de 400 metros crol.

METODOLOGIA

AAmmoossttrraaParticiparam voluntariamente nesteestudo 8 nadadores, do sexo mas-culino, portugueses de nível compe-titivo nacional, pertencentes aosescalões de juvenis, juniores e senio-res e que, habitualmente, têm com-petido nos campeonatos nacionais.A tabela 1 caracteriza a amostra.

PPrroocceeddiimmeennttooss

PPrroovvaa ssuubbmmááxxiimmaa

A prova foi constituída por 5 pata-mares de 400m, cada um com aduração de aproximadamente seisminutos e uma intensidade pro-gressiva a cada patamar. Para serassegurada uma velocidade cons-tante durante os patamares, foiusado um sistema de sinais lumi-nosos, colocado no fundo da piscina(GBK-Pacer, GBK-Electrónica, Aveiro,Portugal). A velocidade inicial foideterminada de acordo com o nívelde aptidão de cada nadador (entre3 e 4m.s-1). Os acréscimos de velo-cidade nos patamares subsequen-tes foram de 0.5m.s-1 com isto,pretendeu-se que dois a três dospatamares fossem cumpridos auma intensidade inferior ao limiaranaeróbio, um a uma intensidadepróxima deste limiar e dois ou maisclaramente acima.

Entre cada patamar ocorreu umperíodo de repouso passivo, cuja du-ração foi individual e determinada

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 58

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

com base no O2 (diferença inferiora 2 ml.kg-1.min-1 em relação ao valorobservado antes do início do pri-meiro patamar). Cada prova indi-vidual terminou quando o indivíduonão conseguiu manter o ritmo pre-tendido, consequentemente, atingin-do a exaustão, obtendo-se, destaforma, o valor correspondente aoV̇O2máx do indivíduo. Também du-rante toda a prova e, nos doisprimeiros minutos de recuperação,os gases foram analisados por umanalisador portátil de gases Cos-med K4b2 (Cosmed, Rome, Italy),equipado com uma válvula espe-cífica para natação Aquatrainner(Cosmed, Rome, Italy) e registadosos valores de V̇O2 em intervalos de 20s.

Para determinação da equação deregressão entre V̇O2 e velocidade,foi considerada a média dos valoresregistados no último minuto decada patamar. Foi ainda acrescen-tado um valor de V̇O2 correspon-dente a uma velocidade nula, sendodemonstrado que este procedi-mento permite melhorar a robustezda regressão27. Para tal foi consi-derado o valor médio de V̇O2 obser-vado no último minuto antes doinício da prova27. Para medição daconcentração sanguínea de lactato(La-), foram feitas recolhas desangue na extremidade do dedo,como demonstrado na figura 8,imediatamente após a conclusãode cada patamar. Foram colhidosaproximadamente 32µL de sanguee analisados imediatamente numaparelho Accusport Lactate Analyser(Boehringer, Mannheim, Germany).Para assegurar a validade das me-dições, o aparelho foi calibradoantes de cada utilização com o au-xílio de soluções padrão de lactato(YSI 1530 Standard Lactate Solu-tion) a 2.5, 5.0, 10.0 e 15.0mmol.

PPrroovvaa ssuupprraammááxxiimmaa

No que diz respeito à prova supra-máxima, cada nadador realizou umaprova simulada de 400m. Nestecaso, foi pedido aos nadadores quenadassem à uma determinada velo-cidade exigindo-lhes um esforçomáximo. Durante esta prova, osgases foram analisados por umanalisador de gases (segundo osprocedimentos descritos para aprova submáxima) e registados osvalores de V̇O2 em intervalos de20s. Após a prova, foi medido olactato sanguíneo (também, segundoos procedimentos descritos para aprova submáxima), em intervalosde 2 minutos, até se verificar dimi-nuição nos valores observados.

EEssttaattííssttiiccaaTodos os cálculos foram realizadospelo package estatístico SPSS(Science, Chicago, USA), versão 14.0para Windows® e, os gráficos elabo-rados com o software SigmaPlot8.0® (SPSS Science, Chicago, USA).Os resultados são apresentadoscomo médias e desvios-padrão. Foitestada a normalidade da distribui-ção das variáveis em estudo com o

teste de Shapiro-Wilk (uma vez quea amostra é composta por menosde trinta indivíduos), e também, foifeito o Teste-T para reconhecermosse há relação entre as variáveis. Asdiferenças entre medidas repetidasforam investigadas pelo teste deWilcoxon. Para verificar o nível deassociação foi usado o coeficientede correlação de Pearson e de Spear-man (neste caso, para as variáveisnão paramétricas). Para todos ostestes o nível mínimo de signifi-cância dotado foi de p≤0.05. Osresultados são apresentados comomédias e desvios-padrão ( X̄ ± dp).

RESULTADOS

Na prova submáxima foram calcu-lados o custo energético submáximo(CEsub), a velocidade de nado corres-pondente ao limiar láctico das 2mmol.L-1 (V2) e a velocidade de nadocorrespondente ao limiar lácticodas 4 mmol.L-1 (V4). Os valoresmédios observados nestas variá-veis foram de: 0.58±0.06 ml.Kg-1.m-1

para o CEsub, 1.04±0.11 m.s-1 para

V2 e 1.20±0.08 m.s-1 para V4.

BC

DF

FF

FM

MC

MM

MR

TC

NNaaddaaddoorr

17

15

22

15

16

20

18

17

IIddaaddee(anos)

8

8

13

6

6

11

10

9

TTrreeiinnoo(anos)

171

164

175

173

178

182

180

172

AAllttuurraa(cm)

66

58

60

64

60

60

68

75

PPeessoo(kg)

180.0

177.0

176.0

181.0

185.0

187.0

183.0

185.0

EEnnvveerrgg..(cm)

5.90

5.00

6.80

6.20

5.00

8.60

7.21

6.10

MMaassssaaGGoorrddaa (kg)

8.70

8.10

10.20

8.90

8.10

10.50

9.60

9.50

MMaassssaaGGoorrddaa (%)

TTAABBEELLAA11Médias (X̄) e desvios-padrão (dp) da idade, anos de treino,

altura, peso, masssa gorda em percentual e massa gorda em Kg.

Média ± dp

17.5±2.4 8.9±2.4 174.4±5.7 66.4±7.7 181.7±3.9 6.4±1.2 9.2±0.9

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 59

investigação técnico original opinião revisão60||61||

A máxima lactatemia na prova sub-máxima (máxLasub) apresentou amédia de 6.97mmol.L-1 com desvio--padrão de 2.53mmol.L-1.

Na prova supramáxima (prova simu-lada de 400m), a velocidade médiafoi ligeiramente superior à obser-vada no último patamar da prova

submáxima: 1.31±0.05 m.s-1 vs1.28±0.06 m.s-1. Também o custoenergético do nado na prova supra-máxima foi ligeiramente superiorao verificado na submáxima: 0.62± 0.06 ml.Kg-1.m-1 vs 0.58±0.06ml.Kg-1.m-1. Nenhuma das diferençasanteriores teve significado estatístico.

Na tabela 2 podem-se observar ascorrelações entre a máxima veloci-dade média obtida pelos nadadoresna prova submáxima e as restantesvariáveis medidas nesta prova.

Em relação à velocidade do últimopatamar da prova submáxima,correspondente à maior velocidadeconseguida por cada nadador, é dereferir que, houve uma correlaçãopositiva e significativa (r=0.854;p=0.040) entre esta variável e apercentagem aeróbia e uma corre-lação negativa e significativa (r= -0.854; p=0.015) com a percen-tagem anaeróbia.

A tabela 3 demonstra que não severificou nenhuma correlação si-gnificativa, quando investigadas asassociações entre a velocidademédia na prova supramáxima e asvariáveis medidas nesta prova.

Nas tabelas 4 e 5 são apresentadasas correlações bivariadas simplesentre as variáveis quantificadasnas duas provas, submáxima e supra-máxima.

DISCUSSÃO

VVeelloocciiddaaddee mmééddiiaa ddee nnaaddoo ddaa pprroovvaassuupprraammááxxiimmaa ddee 440000 mmeettrrooss

A economia de nado e a eficiênciapropulsiva dependem do trabalhomecânico que os músculos têm deproduzir para manter uma determi-nada velocidade, por conseguinte, otrabalho para deslocar-se na águaé gerado entre duas componentes:o trabalho para ultrapassar asforças de arrasto e o trabalho queé feito para acelerar ou desace-lerar os membros em relação aocentro de massa36. O presente es-tudo apresenta valores próximos,aos estudos realizados com médias

máxLasub

V2

V4

CEsub

V̇O2máxsub

VVaarriiáávveell

-0,196

0.842 (**)

0.878 (**)

0.548

0.639

VVMMssuubb (m.s-1)

TTAABBEELLAA22Coeficiente de Correlação de Spearman (r) entre a máxima velocidade média na prova submáxima (VMsub) e as variáveis da prova submáxima.

* p≤0.05; ** p≤0.01

AAbbrreevviiaattuurraass::

VVMMssuubb == máxima velocidade média na prova submáxima; mmááxxLLaassuubb == máxima lactatemia;VV22 == velocidade para 2mmol.L-1; VV44 == vel. de nado correspondente ao limiar láctico; CCEE

ssuubb == custo energético da prova submáxima; V̇VOO22

ssuubb == média do consumo máximo de O2 na prova submáxima (último patamar).

%Aer

%Anaer

CEsup

CEtot

V̇O2máxsup

DefO2Ac

V̇O2Ac

LasupRep

máxLasup

PPaarrââmmeettrroo

R

R

R

R

R

R

R

R

R

0.209

-0.209

0.468

0.468

0.180

0.045

-0.090

-0.055

0.126

VVMMssuupp (m.s-1)

TTAABBEELLAA33Coeficiente de Correlação de Spearman’s (r) entre a performance da prova supramáxima e as variáveis da prova supramáxima.

* p≤0.05; ** p≤0.01

AAbbrreevviiaattuurraass::

VVmmssuupp == performance da prova supramáxima; %%AAeerr == percentagem aeróbia; %%AAnnaaeerr == percentagem anaeróbia; CCEE

ssuupp == custo energético da prova supramáxima; CCEE

ttoott == custo energético total; VVOO22mmááxxssuupp == média do consumo máximo de O2 da prova

supramáxima; DDeeffOO22AAcc == défice de O2 acumulado; V̇VOO22AAcc = consumo de O2 acumulado;LLaassuuppRReepp == lactatemia antes da prova; mmááxxLLaassuupp == máxima lactatemia na prova supramáxima.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 60

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

de idades contíguas. Com excepçãode Chatard et al.7 que encontrarammaiores velocidades para umaamostra de idades inferiores. Outraexcepção foram Platanou e Gela-das25, os quais obtiveram valoresmais altos que os restantes estu-dos. A interpretação do quadropermite-nos mencionar que, quantoà primeira excepção, quando a mé-dia de idade da amostra aumenta,a velocidade também aumenta.Relativamente a esse aumento abibliografia encontrada apresentouuma amostra de idades superiores,possibilitando referir que a amostrateria mais anos de treino e, conse-quentemente a possibilidade deuma melhor prestação.

D'Acquisto et al.9 avaliaram osbenefícios do treino usando testesde economia de nado e demons-traram que o declive da equação deregressão da economia decrescesignificativamente após o treino.Assim, para um dado aumento develocidade, o aumento do ̇VO2 serádiminuído após treino, implicandouma melhoria na eficiência de nado.Se o nadador melhorar a sua habi-lidade técnica como resultado dotreino, isso irá reflectir-se numafrequência da braçada reduzida econsequente aumento da distânciade ciclo e V̇O2 consistindo numamelhor economia para a mesmavelocidade de nado. Em relação àsegunda excepção, Platanou e Ge-ladas25 desenvolveram o estudo comnadadores de nível internacional,com reconhecidas prestações emelhores do que o presente estudo.

MMááxxiimmoo ccoonnssuummoo ddee ooxxiiggéénniioo

Ao se fazer analise dos valoresrelativos ao máximo consumo deoxigénio obtidos no presente es-tudo e nos estudos realizados poroutros autores.

Da análise anterior verificamos que,relativamente ao máximo consumode oxigénio, os valores obtidos nopresente estudo são superioresaos encontrados por outros autores.A excepção encontrada diz respeitoao estudo realizado por 25, o qualobteve valores superiores de má-

ximo consumo de oxigénio. Se consi-derarmos o tipo de amostra utili-zada, nomeadamente o seu níveldesportivo, poderemos justificaralgumas das diferenças de valoresencontradas. No caso do estudo de25 a amostra não foi constituída pornadadores, mas sim por 15 joga-

V̇O2máxsub

CEsub

V2

V4

máxLasub

VVaarriiáávveell

0.88 (**)

0.71 (**)

0.33

0.41

V̇VOO22mmááxxssuubb

0.42

0.17

0.67

CCEEssuubb

0.83 (*)

-0.22

VV22

-0.48

VV44 mmááxxLLaassuubb

TTAABBEELLAA44Coeficiente de Correlação de Spearman (r)

entre as diferentes variáveis da prova submáxima.

* p≤0.05; ** p≤0.01

AAbbrreevviiaattuurraass::

V̇VOO22mmááxxssuubb == média do consumo máximo de O2 na prova submáxima (último patamar);CCEE

ssuubb== custo energético da prova submáxima; V2 = velocidade para 2mmol.L-1; VV44 == velocidade de nado correspondente ao limiar láctico;

mmááxxLLaassuubb == máxima lactatemia na prova submáxima.

CEsup

DefO2Ac

V̇O2Ac

Aer%

Anaer%

CEtot

V̇O2sup

máxLasup

VVaarriiáávveell

0.09

0.43

0.27

-0.27

1.00 (**)

0.71

0.29

CEsup

-0.79 (*)

-0.89 (**)

0.89 (**)

0.02

0.45

0.87 (*)

DefO2Ac

0.76 (*)

-0.76 (*)

0.43

0.86 (*)

-0.42

V̇O2Ac

-1.00 (**)

0.27

0.60

-0.76 (*)

Aer%

-0.27

-0.60

0.76 (*)

Anaer%

0.71

0.29

CEtot

0.21

V̇O2sup máxLasup

TTAABBEELLAA55Coeficiente de Correlação de Spearman (r)

entre as diferentes variáveis da prova submáxima.

* p≤0.05; ** p≤0.01

AAbbrreevviiaattuurraass::

CCEEssuupp == custo energético da prova submáxima; DDeeffOO22AAcc == défice de O2 acumulado;

V̇VOO22AAcc == consumo de O2 acumulado; AAeerr%% == percentagem aeróbia; AAnnaaeerr%% == percentagem anaeróbia; CCEEttoott == custo energético total;V̇VOO22

ssuupp == média do consumo de O2 médio na prova supramáxima; mmááxxLLaassuupp == máxima lactatemia na prova supramáxima.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 61

investigação técnico original opinião revisão62||63||

dores de pólo, o que revela o níveldesportivo desta amostra comosendo inferior à do presenteestudo, composta por nadadoresde nível nacional. Rodrigues eMader33 encontraram valores su-periores aos nossos, mas devemoster em consideração a metodologiautilizada. Nos últimos 30 anos ino-vações técnicas como os sistemasportáteis de análises de gasespermitiram as medidas metabólicasdo custo energético em laboratórioe em campo, demonstrando preci-são e fiabilidade nos testes deexercícios práticos. Equipamentoscomputorizados com analisadoreselectrónicos, que avaliam e arma-zenam, em tempo real, on-line, astrocas gasosas em cada respiração(breath by breath), aparecem nabibliografia científica2. Foi feita acomparação da precisão e da vali-dade das medidas do V̇O2 e doV̇CO2 entre Cosmed K4 RQ e oespectrómetro de massa AirspecQP900011, simultaneamente, duran-te os testes. Os resultados con-firmaram a validade do sistema deanálises de gás Cosmed K4 paraum mesmo sujeito, em recuperaçãoe durante o exercício à submáximae máxima intensidade, sugerindoser possível o uso nas medições do CE em várias intensidades deexercícios e, neste caso, foi o apa-relho utilizado no nosso estudo.

DDééffiiccee ddee ooxxiiggéénniioo aaccuummuullaaddoo

A magnitude da capacidade anae-róbia é influenciada pela capaci-dade de tamponamento do organis-mo17. Este autor referiu ainda que

o método de treino é um dos fac-tores que perturba o défice deoxigénio acumulado, isto é, a per-centagem de treino de velocidade ede resistência. Neste caso, atletasde velocidade têm maior probabi-lidade de apresentar valores médiosde défice de oxigénio acumulado su-periores aos dos atletas fundistas.

Os valores médios relativos ao déficede oxigénio acumulado obtidos nopresente estudo foram de 14.14±14.20 ml.kg-1. No estudo de Rodri-gues et al.33 os valores médios doDefO2Ac observados numa provade 400m crol foram ligeiramentesuperiores (20.35 ml.kg-1) aos obser-vados por nós.

No estudo de Ogita et al.19 a médiado DefO2Ac durante o nado foimuito superior ao verificado no pre-sente estudo, 53.3 a 60.6ml.kg-1 nogénero masculino, utilizando umaprova de duração entre 2 e 3 min.Contudo o facto de ter sido rea-lizado num ergómetro aquático, aprodução de forças de fricção pelaágua e a sua possível influência nocusto energético dos nadadoresnão é totalmente conhecida, o quepressupõe algumas dúvidas nautilização deste instrumento16. Oestudo19, confirmou valores muitoelevados para o DefO2Ac, quandousado o ergómetro aquático, sendoo valor médio de 70.1 ml.kg-1. Numoutro estudo Ogita et al.20 verifi-caram valores inferiores (média de37 ml.kg-1) nos finalistas do campeo-nato Japonês, novamente usando aavaliação em ergómetro aquático.Em suma, poucos são os estudoscom a medição do DefO2Ac nanatação, sobretudo no nado empiscina. Essa falta de estudos difi-culta o conhecimento do real com-portamento da cinética do DefO2Acem natação.

CCoonnttrriibbuuiiççããoo rreellaattiivvaa ddooss ssiisstteemmaassaaeerróóbbiioo ee aannaaeerróóbbiioo

As análises do V̇O2 e os parâme-tros respiratórios têm sido utiliza-dos nos estudos da natação, permi-tindo um acesso indirecto, nãoinvasivo, ao metabolismo energé-tico10,13. No presente estudo, a per-centagem de energia aeróbia foicalculada pela fracção entre o ̇VO2acumulado durante a prova e oCE

tot e, a percentagem de energiaanaeróbia foi calculada pela fracçãoentre o DefO2Ac durante a prova e o CE total. A contribuição médiade energia aeróbia que observámosfoi de 92.85±7.57%, valor superiorao referido por estudos anteriorescom a mesma distância, 83.2% emnadadores do género masculino e85.5% em nadadoras do génerofeminino33.

É de ressalvar a consideração dealguns que, o uso do equipamento(nomeadamente a válvula e o tuborespiratório) pode influenciar signi-ficativamente a prestação e/oualterar as respostas fisiológicasdurante o nado. Contrariamente,Kjendlie et al.15 não encontraramdiferenças significativas no nado avelocidade máxima com o uso esem o uso da válvula. Di Prampero10

sugeriu que no crol, o arrastoproduzido pela válvula e pelo tubo écontra balanceado pelo facto donadador não ter que realizar arotação da cabeça no momento da respiração.

Poucos estudos descritos na litera-tura usaram a mesma metodologiaseguida no presente estudo paraavaliar as contribuições aeróbia eanaeróbia em provas de nado. Nadistância de 200m bruços, Reis etal.28 verificaram uma contribuiçãomédia de energia aeróbia de 82%enquanto 34 verificaram uma contri-buição média de energia aeróbia de 85% numa prova simulada de

11 Airspec QP9000 (QP9000): espectró-metro de massa construído num robustosistema de vácuo; foi especialmentedesenhado para a análise de gasesrespiratórios e consiste em um aparelhomicroprocessador conectado a um compu-tador pessoal.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 62

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

200m crol. Ambos os estudosanteriores foram realizados comnadadores Portugueses. De notarque em 200m crol, Silva et al.34

verificaram uma percentagem deenergia aeróbia praticamente igualà verificada por 33. Tendo em con-sideração que a duração da provaera muito inferior, seriam de es-perar valores inferiores da com-ponente aeróbia, por referência como estudo33.

MMááxxiimmaa llaaccttaatteemmiiaa

A cinética do metabolismo lácticodurante o exercício é deduzida atra-vés da medida de concentraçãoláctica no sangue e músculo. Emrepouso ou em exercícios de baixaintensidade, aproximadamente 50%do V̇O2máx, o lactato é produzido eremovido em quantidades iguais3.

Os factores anteriormente sugeri-dos por nós para explicar a veloci-dade relativamente baixa de desloca-mento durante a prova submáxima(influência da válvula Aquatrainer,factores motivacionais e viragenscondicionadas), podem igualmenteter contribuído para que a provaassumisse um perfil menos anae-róbio do que seria em situação realde competição. Assim, esses facto-res podem também ter determina-do os valores baixos de lactatemiamáxima, comparativamente com a literatura.

CCuussttoo eenneerrggééttiiccoo

O custo energético na natação (CE)por unidade de distância a umadada velocidade, varia em largaescala entre nadadores7. Esta va-riação faz-se sentir na economia de nado que é definida como o con-sumo de oxigénio (V̇O2) necessáriopara nadar a uma dada velocidade,tal como, o declive da recta deregressão entre o V̇O2 e o trabalhoda actividade15. Os valores médios

do CE no presente estudo sãoinferiores aos verificados por 26 epor 29, mas superiores aos indi-cados por Kjendlie et al. (2004a).Além disso, os nadadores estudadostinham uma idade muito inferioraos que foram estudados no pre-sente estudo, o que pode explicarum maior custo energético do nado.Com efeito, foi sugerido que o custoenergético associado ao desloca-mento do corpo (economia), é menorem atletas adultos em relação aosatletas em idades pré ou circum-pubertárias1. No estudo de Reis et al.29 com crolistas Portugueses o CE foi também superior ao veri-ficado no presente estudo. Nesseestudo os autores avaliaram o CEdurante uma prova supramáximade 200m crol, seguindo a mesmametodologia que foi usada no pre-sente estudo. É possível que o factoda distância de prova ter sido menortenha contribuído para um maiorCE por metro percorrido. Todavia, oCE quando expresso por metropercorrido não é necessariamentemuito sensível à velocidade de des-locamento. Assim, é mais provávelque os nadadores avaliados naqueleestudo apresentassem uma econo-mia de nado pior do que os que fo-ram avaliados no presente estudo.Segundo Holmér11 e Millet e Can-dau14 a variação do CE depende, de factores externos (ligados aoatrito, à gravidade e às cargas adi-cionais) e factores mecânicos (liga-dos à velocidade, à frequência deciclo e à musculatura utilizada naactividade física) e ainda depende,principalmente da habilidade técnica5.A massa e a superfície do nadadoraumentam o CE

7 enquanto altosvalores de flutuabilidade diminuemo CE

11,7. Por outro lado, a enverga-dura foi demonstrada que influenciadirectamente o CE

8 e, foi demons-trado ainda que, em nadadores

com pesos iguais, o que possuirmaior envergadura será mais eco-nómico e também, que os fundistassão mais económicos que os velo-cistas, independente da velocidadenadada. Para determinar a influênciada flutuabilidade e da densidadecorporal no custo energético denado, Onodera23, formaram doisgrupos de sujeitos, elaborados apartir da percentagem de gorduracorporal, grupo L=13.5% e grupoH=24.7%, o que permitiria tambémanalisar a influência da percentagemde gordura no custo energético denado. Os sujeitos realizaram quatrotestes de 10min a 70% da velo-cidade de V̇O2máx, num ergómetroaquático. Os parâmetros avaliadosque determinariam o custo ener-gético foram o V̇O2 e a frequênciacardíaca. Os resultados obtidosdemonstram que à medida que aflutuabilidade da água aumenta, ocusto energético de nado diminui,pela respectiva diminuição dosvalores de V̇O2 e de frequência car-díaca. Assim, existem inúmerosfactores não avaliados no presenteestudo que podem ter influenciadoos valores encontrados para o CE.

AAssssoocciiaaççããoo eennttrree vvaarriiáávveeiiss

Embora os nadadores, na provasubmáxima, tenham apresentadomaiores velocidades, de acordocom o protocolo (n patamares de400m, com acréscimos de veloci-dade), os valores de lactatemia nãoapresentaram correlações significa-tivas entre os valores máximos develocidade e a velocidade da provasubmáxima, levando-nos a pensarque os valores de lactatemia sãoinerentes a cada nadador, estandosubmetido às características fisio-lógicas individuais e não corres-pondem directamente ao aumentode velocidade. Segundo Billat3 aestabilização da máxima lactatemia

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 63

investigação técnico original opinião revisão64||65||

é definida como a máxima concen-tração de lactato e carga que con-segue ser mantida ao longo dotempo sem acumulação progressivade lactato sanguíneo. Relativamenteao máxLa, são poucos os estudosque referem o valor exacto daconcentração de lactato, desta-cando apenas o valor médio de 4mmol/L e de uma amplitude muitolarga (2-7mmol/L) e a sua especi-ficidade individual (Billat, 2003). Deacordo com Alves1 o crol tem sido,tradicionalmente utilizado como atécnica para a maior parte do desen-volvimento aeróbio do nadador. Aser verdadeiro e, referente à médiada velocidade máxima na provasubmáxima obtida pelos nadadores(VMsub), identificámos que quantomaior foi a velocidade do nadador,maior percentagem aeróbia foi uti-lizada e, consequentemente menorpercentagem anaeróbia. Estes resul-tados sugerem que, nos nadadoresestudados, em velocidades até≈1.3 m.s-1, o metabolismo aeróbioassegura a maior parte da produçãoenergética. Os resultados obtidosna prova supramáxima (prova simu-lada de 400m) confirmaram estatendência. Com efeito, a velocidademédia nesta prova (1.28m.s-1±0.04)foi quase igual à verificada no últi-mo patamar da prova submáxima(1.27m.s-1±0.06) e também severificou uma predominância daprodução de energia aeróbia(92.85%±7.57). O V̇O2

sub do últimopatamar da prova submáximademonstrou que os nadadores, quena prova submáxima apresentaramvalores superiores de O2, foramaqueles que também apresentaramvalores superiores de O2 no testesupramáximo. Ou seja, a prova de400m tem uma duração que deter-mina que os nadadores com valoresmais elevados de V̇O2máx possuamuma maior possibilidade de atingi-

rem, nesta distância, também valoreselevados de V̇O2

sub. Apesar dosvalores não serem significativosentre o V̇O2

sub e a VMsub, foi encon-trada uma relação positiva entre asvariáveis, tal como era esperado. Afalta de significado estatístico nestaassociação poderá ser explicadapela reduzida dimensão da amostra,já que o coeficiente de correlaçãoobtido foi de 0.63. Anteriormente,Reis et al.32 descreveram uma asso-ciação positiva entre a prestaçãonos 200m crol e o máximo consumode oxigénio de nadadores Portugue-ses. A correlação negativa entre oDefO2Ac e a V4 demonstrou que osnadadores que apresentaram maio-res DefO2Ac apresentaram menoresvalores de V4. Este resultado seriade esperar pois espelha o tipo deespecialização metabólica resultan-te das adaptações ao treino. Sabe--se que é difícil, em sujeitos trei-nados, desenvolver simultaneamenteas aptidões aeróbias e anaeróbias.A velocidade média na prova supra-máxima não se correlacionou signi-ficativamente com nenhuma variável.Estudos anteriores Reis et al.21

também não observaram associa-ções entre a prestação na provasimulada de 200m bruços e a res-pectiva contribuição dos sistemasenergéticos aeróbio e anaeróbio.Assim, parece que na amostraestudada, outros factores além dosindicadores fisiológicos que forammedidos poderão determinar asdiferenças de rendimento na provade 400m. Por outro lado, a redu-zida dimensão da amostra tambémpoderia explicar a ausência de signi-ficado estatístico nas associaçõesque foram investigadas. Os restan-tes coeficientes de correlação forambaixos ou muito baixos. Num estudocom nadadores Portugueses de crol,foi encontrada uma relação positivae significativa entre a máxima lac-

tatemia pós-esforço e a prestaçãonuma prova simulada de 200mcrol em que os sujeitos usavam aválvula Aquatrainer acoplada31.Também é de admitir a possívelinterferência de factores antropo-métricos na prestação em natação,nomeadamente a altura, enverga-dura e a massa gorda ou magrados nadadores. Assim, no presenteestudo, das variáveis antropomé-tricas avaliadas, apenas a massagorda total se correlacionou com avelocidade média na prova simuladade 400m (r=0.78; p≤0.05), não severificando qualquer efeito signifi-cativo da altura ou envergadura.Sabemos por exemplo, que nassituações de maior flutuabilidadena água, a área frontal que o na-dador apresenta ao deslocamentofica reduzida, uma vez que as pernasdo nadador flutuam melhor, permi-tindo-lhe manter uma posição hidro-dinâmica mais bem definida e comotal, mais vantajosa e econômica23.

Curiosamente, Carneiro et al.4 numestudo com nadadores Portuguesesverificaram resultados inversos.Assim, verificaram uma correlaçãonegativa entre a velocidade médiaem prova simulada de 200m crol(nadando com a válvula Aquatrainer)e a massa gorda, enquanto que amassa magra e a envergadura seassociaram positiva e significativa-mente com essa mesma velocidademédia. Os mesmos autores verifi-caram associações da mesma natu-reza e nas mesmas variáveis quandoo estudaram nadadores brucistasdurante uma prova simulada de200m bruços.

Em conclusão, a utilização daválvula Aquatrainer acoplada aonadador parece interferir com aresposta fisiológica do nadadordurante o nado Crol, podendo di-minuir o valor dos indicadores deprodução de energia anaeróbia por

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 64

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

comparação com a situação realde competição. Nestes indicadoresincluem-se o défice de oxigénio acu-mulado, a fracção de energia anae-róbia e a acumulação de lactato nosangue. Com efeito, não é aindaconhecido o efeito da utilizaçãodesta válvula na diminuição da velo-cidade de nado para uma mesmacarga interna. Assim, futuros estu-dos deverão investigar este efeito natentativa de o quantificar. O custoenergético do nado apresentouvalores que encontram consistênciana literatura o que nos leva a su-gerir que a metodologia usada podeser aconselhável para avaliação daeconomia de nado. Basicamente,tendo em consideração os constran-gimentos verificados durante o nado,a velocidades mais elevadas, talvezo método seja mais adequado paraavaliação da economia de nado aintensidades submáximas.A correlação negativa encontradaentre a V4 e o DefO2Ac confirmamque a especialização metabólica dosatletas determina a sua respostaventilatória e indicam que o métodoque foi usado é sensível a essamesma especialização.

REFERÊNCIAS

1. Alves, F. (2004). O nadadorjovem: crescimento e maturação.Seminário Internacional “O treinodo jovem nadador”. Viseu: ESEV.

2. Bassett, D.; Howley, E.; Thom-pson, D.; King, G.; Strath, S.; Mclau-ghlin, J.; Parr, B. (2001). Validity ofinspiratory and expiratory methodsof measuring gas exchange with acomputerized system. J Appl Physiol91:218-224, 2001.

3. Billat, V.; Sirvent, P.; Py, G.;Koralsztein, J.; Mercier, J. (2003).The concept of maximal lactate

steady state. A bridge betweenbiochemistry, physiology and sportscience. Sport Med; 3(6):407-426.

4. Carneiro, A.; Reis, V.; Silva, A.;Ávila, W. (2006). Característicasantropométricas de nadadores por-tugueses dos estilos bruços e crole sua associação com a prestaçãona prova de 200 metros. Actas doI Congresso Carioca de EducaçãoFísica, Rio de Janeiro, FIEP.

5. Carzola, G.; Montpetit, R. (1988).Metabolic and cardiac responsesof swimmers, modern pentathletesand water polo players during free-style swimming to a maximum. In:Ungerechts, B.E.; Wilk, K.; Reische,K. (eds.), Swimming Science V:251-257. Human Kinetics Publi-shers. Champaign, Illinos.

6. Caty, V.; Rouard, A.; Hintzy, F.;Aujouannet, Y.; Molinari, F.; Kna-flitz, M. (2006). Time-frequencyparameters of wrist muscles EMGafter na exhaustive Freestyle test.In: Biomechanics and Medicine inSwimming X. (ed.) Revista Portu-guesa de Ciências do Desporto.Volume 6, Supl. 2; 28-30.

7. Chatard JC, Lavoie JM & LacourJR (1990). Analysis of determinantsof swimming economy in front crawl.Eur Appl Physiol; 61:88-92.

8. Chatard, J.C., Lavoie, J.M. eLacour, J.R. (1991). Energy cost offront-crawl swimming in women.Eur J Appl Physiol; 63:12-6.

9. D'Acquisto; Troup, J.; Holmberg,S. (1991). Stroke related differencesin economy as a result of longcourse and flume swimming. In: J.M. Cameron (ed.), Aquatic SportsMedicine 199:98-101. FarrandPress, London.

10. Di Prampero, P.; Pendergast, D.;Wilson, D.; Rennie, D. (1974). Ener-getics of swimming in man. J ApplPhysiol 37:1-5.

11. Holmér I (1974). Physiology ofswimming man. Acta PhysiologicaScandinavica. Suplementum 407;20-25; 38-39.

12. Ito, S.; Okuno, K. (2003). A Fluiddynamical consideration for arm-stroke in swimming. In: J-C Chatard(ed.), Biomechanics and Medicinein Swimming IX, (pp 39-44). Saint-Etienne: Universite Jean MonnetSaint-Etienne (Publications de l'Uni-versité de Saint-Étienne), Saint--Etienne, France.

13. Keskinen, K. (2006). State ofthe art on swimming physiologyand coaching practice: bridging thegap between theory and practice.In: Biomechanics and Medicine inSwimming X. (eds.) Revista Portu-guesa de Ciências do Desporto.Volume 6, Supl. 2; pp. 285-287.

14. Kjendlie PL, Frank Ingjer F,Madsen Ø, Stallman RK e Stray--Gundersen J (2004a). Differencesin the energy cost between chil-dren and adults during front crawlswimming. Eur J Appl Physiol; 91:473-480.

15. Kjendlie PL, Frank Ingjer F,Stallman RK e Stray-Gundersen J(2004b). Factors affecting swim-ming economy in children and adults.Eur J Appl Physiol; 93:65-74.

16. Mazza, J.; Alárcon, N.; Galasso, C.;Cosolito, P.; Bermudez, C. (2003).Estudio comparativo entre testesespecíficos y no específicos parainvestigar la potencia aerobica yanaerobica en nadadores. PubliCEStandard. Pid: 181.

17. Medbø, J.; Mohn, A.; Tabata, I.;Bahr, R.; Vaage, O.; Sejersted, O.(1988) Anaerobic capacity determi-ned by maximal accumulated oxygendeficit. J Appl Physiol 64:50-60.

18. Millet GP e Candau RB (2002).Facteurs mécaniques du coût éner-gétique dans trois locomotions hu-maines. Science&Sports;17:166-76.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 65

investigação técnico original opinião revisão66||67||

19. Ogita, F.; Hara, M.; Tabata, I.(1996). Anaerobic capacity andmaximal oxygen uptake during armstroke, leg kicking and whole bodyswimming. Acta Physiol Scand,157, 435-441.

20. Ogita, F.; Onodera, T.; Tabata, I.(1999). Effect of hand paddles onanaerobic energy release duringsupramaximal swimming. Med SciSports Exerc: 31 5), 729-735.

21. Ogita, F.; Onodera, T.; Tamaki,H.; Toussaint, H.; Hollander, P. eWakayoshi, K. (2003). MetabolicProfile During Exhaustive ArmStroke, Leg Kick and Whole BodySwimmming Lasting 15s to 10min.In: J-C Chatard (ed.), Biomechanicsand Medicine in Swimming IX, (pp361-366). Saint-Etienne: UniversiteJean Monnet Saint-Etienne (Publi-cations de l'Université de Saint--Étienne), Saint-Etienne, France.

22. Ogita, F.; Tanaka, T.; Tamaki, H.;Wagatsuma, A.; Hamaoka, T.; Tous-saint, H. (2006). Metabolic and me-chanical characteristics of femalegold medalist. In: Biomechanicsand Medicine in Swimming X. (ed.)Revista Portuguesa de Ciências doDesporto. Volume 6, Supl. 2;194-197.

23. Onodera, S.; Miyachi, M.; Yano,H.; Yano, L.; Hoshijima, Y.; Harada,T. (1999). Effect of buoyancy andbody density on energy cost duringswimming. In: Keskinen, K.; Komi,P.; Hollander, A. P. (eds.), Biome-chanics and Medicine in SwimmingVIII, pp. 355-358. Department ofBiology of Physical Activity - Univer-sity of Jyväskylä. Finland.

24. Pendergast, D.; Capelli, C.; CraigJr A.; di Prampero P.; Minetti, A.;Mollendorf, J.; Termin, A.; Zamparo,P. (2006b). Biophysics in swimming.In: Book of Abstracts of the XthInternational Symposium Biome-chanics and Medicine in Swimming.

(eds.) Revista Portuguesa de Ciên-cias do Desporto. Volume 6, Supl. 1;15-16.

25. Platanau, T.; Geladas, N. (2006).The influence of competitivenesson mach exercise intensity in elitewater polo players. In: Biomechanicsand Medicine in Swimming X. (ed.)Revista Portuguesa de Ciências doDesporto. Volume 6, Supl. 2;163-165.

26. Poujade, B.; Hautier, C.; Rouard,A. (2003). Influence of morphology,O2máx and energy cost on youngswimmers' performance. Science&Sports; 18; 182-187.

27. Reis, V. (2003). Estimation ofthe Accumulated Oxygen Deficitduring treadmill running: a studyon the effects of resting oxygenuptake, exercise intensities abovethe lactic threshold and treadmillinclination on the oxygen uptake--speed regression. Doctoral Disser-tation, Vila Real, UTAD.

28. Reis, V.; Carneiro, A. (2006a).Deficit de Oxigénio acumulado eprodução de energia anaeróbica.Treinamento Desportivo. 7(1) (epubahead).

29. Reis, V.; Carneiro, A. (2006b).Metodologia de estimativa do De-ficit de Oxigénio Acumulado. RevBras Ciência Mov. 13(3).7-15.

30. Reis, V.; Carneiro, A.; Aidar, F.;Silva, A.; Ávila, W.; Reis, A. (2006b).Associação do pico de vo2 e damáxima produção de lactato com aprestação na prova de 200 metroscrol. Actas do Congresso Interna-cional de Atividade Física, Saúde eEsporte, Rio de Janeiro, COBRASE.

31. Reis, V.; Silva, A.; Carneiro, A.;Fernandes,Filho J. (2006a). Asso-ciações entre a produção energé-tica, indicadores cinemáticos e aprestação nos 200m de nado peito.FIEP Bulletin. 76 (supp): 636.

32. Reis, V.; Silva, A.; Reis, A.; Gar-rido, N.; Moreira, A.; Carneiro, A.;Marinho, D.; Neto, S. (2006c).Assessment of submaximal and su-pramaximal swimming energy costin crawl and breaststroke swimmers.In Vilas-Boas JP, Marques A, AlvesFB. (Eds): Book of Abstracts of the Xth International SymposiunBiomechanics and Medicine inSwimming. Porto, Portugal. p. 55.

33. Rodriguez, F.; Mader, A (2003).Energy metabolism during 400 and100-m crawl swimming: computersimulation based on free swimmingmeasurement. In: J-C. Chatard(ed.), Biomechanics and Medicinein Swimming IX, pp. 373-378. Univer-sity of Saint-Etienne. Saint-Etienne,France.

34. Silva, A.; Reis, V.; Reis, A.; Gar-rido, N.; Moreira, A.; Carneiro, A.;Alves, F. (2006). Associations bet-ween energy release and perfor-mance in a supramaximal effort of200m in crawl. In Vilas-Boas JP,Marques A, Alves FB. (Eds): Bookof Abstracts of the Xth InternationalSymposiun Biomechanics and Medi-cine in Swimming. Porto, Portugal.p. 59.

35. Thanopoulos, V.; Dopsaj, M.;Nikolopoulous, A. (2006). Therelationship of anthropomorpholo-gical characteristics of crawl sprintswimmers of both genders withcritical speed at 50 and 100M. In:Biomechanics and Medicine inSwimming X. (ed.) Revista Portu-guesa de Ciências do Desporto.Volume 6, Supl. 2; pp. 107-109.

36. Zamparo, P.; Pendergast, D.;Termin, B.; Minetti, A. (2002). Howfins affect the economy and efficiencyof human swimming. J Experim Biol205, 2665-2676.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 66

RREESSUUMMOOA elaboração de perfis de caracte-rísticas que possam servir de parâ-metros nas diferentes categorias e o investimento feito em estudoscientíficos dentro do voleibol brasi-leiro tem mostrado uma grandeimportância para o desenvolvimentode novas gerações. Nesse contexto,o estudo descritivo em questãoobjetiva analisar importantes carac-terísticas, como as somatotípicas eantropométricas das seleções brasi-leiras de voleibol na categoria infanto--juvenil. A população foi compostapor 33 atletas das referidas seleções,14 deles convocados para a seleçãobrasileira masculina e 19 para a se-leção brasileira feminina. Utilizamosuma balança e estadiômetro de pre-cisão para verificação das caracte-rísticas antropométricas e o métodosomatotipologico de Health & Carterpara verificação da somatotipia. Aseleção masculina apresentou comoresultados médios: Idade=16,71;estatura=195,9; peso corporal=87,4;endomorfia= 1,26; mesomorfia= 3,18e ectomorfia=3,8; por sua vez aseleção feminina apresentou Idade=15,9; estatura=181,6; peso corporal=67,4; endomorfia=3,09; mesomorfia=2,21 e ectomorfia= 3,88. A partirdos resultados, podemos concluirque as seleções em questão possuemcaracterísticas semelhantes as dasseleções adultas de alto rendimento,apresentando na somatotipia predo-minância do componente ectomorfico,sendo esse um dado de grandeimportância diante das exigênciasatuais do alto rendimento do volei-bol, o que mostra o alto nível do grupoestudado.

AABBSSTTRRAACCTTThe elaboration of profile characte-ristics that can serve as parametersin the different categories and in-vestment in scientific studies ofBrazilian volleyball have shown theirimportance in developing new athle-tes. In this sense, the objective ofthe descriptive study in questionwas to analyze important characte-ristics such as somatotype and an-thropometry in the Brazilian under-17and under-18 national teams, respec-tively. The population was composedof 33 (14 females and 19 males)athletes from the aforementionedteams. We used a high-precisionscale and stadiometer to verify an-thropometric characteristics andHeath & Carter's method to evaluatesomatotype. The men's team obtainedthe following mean results: Age=16.71; height=195.9cm; body weight=87.7kg; endomorphy =1.26; meso-morphy=3.18 and ectomorphy =3.8;while the women's results were: Age=15.9; height=181.6cm; body weight=67.4kg; endomorphy=3.09; meso-morphy=2.21 and ectomorphy=3.88.We can conclude from the resultsthat the teams in question havesimilar characteristics to those ofthe high-performance adult teams,and exhibit a predominance of theectomorphic component of the soma-totype. This finding is of great impor-tance, given the current demands of high-performance volleyball, andshows us the high level of the groupstudied.

SSOOMMAATTOOTTIIPPIIAA EE AANNTTRROOPPOOMMEETTRRIIAA NNAA SSEELLEEÇÇÃÃOO BBRRAASSIILLEEIIRRAA DDEE VVOOLLEEIIBBOOLL

SSOOMMAATTOOTTYYPPEE AANNDD AANNTTHHRROOPPOOMMEETTRRYY IINN BBRRAAZZIILLIIAANN NNAATTIIOONNAALL VVOOLLLLEEYYBBAALLLL TTEEAAMMSS

AUTORESBreno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral1,2

Suzet de Araújo Tinoco Cabral1,2

Gilmario Ricarte Batista1

Jose Fernandes Filho3

Maria Irany knackfuss1,2

1 Programa de pós-graduação do centro de ciências da saúde da universidade federaldo Rio Grande do Norte (UFRN), Natal-RN

2 Laboratório de Biociências e da MotricidadeHumana, LABIMH-UFRN, Natal-RN

3 Universidade federal do Rio de Janeiro, UFRJ

Trabalho realizado no Programa de pós-

-graduação do centro de ciências da saúde

da universidade federal do Rio Grande

do Norte Natal-RN Brasil. Os procedimentos

realizados foram previamente autorizados

pelo Comitê de ética responsável

(Parecer n.º059/2005).

SSOOMMAATTOOTTIIPPIIAA EE AANNTTRROOPPOOMMEETTRRIIAA NNAA SSEELLEEÇÇÃÃOO BBRRAASSIILLEEIIRRAA DDEE VVOOLLEEIIBBOOLL44((11)):: 6677--7722

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEectomorfia; genética;desempenho motor.

KKEEYYWWOORRDDSSectomorphy; genetic; psycholmotor performance.

data de submissãoJJuullhhoo 22000077

data de aceitaçãoOOuuttuubbrroo 22000077

original

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 67

investigação técnico original opinião revisão68||69||

INTRODUÇÃO

Dentro do processo evolutivo, asciências dos esportes tornaram-seindispensáveis às modalidades espor-tivas de rendimento, propiciandouma grande evolução tecnológica ecientifica que possibilita a busca demelhores condições de treinamentodevido ás constantes pesquisasrealizadas. O voleibol nesse contexto,foi a modalidade que mais modifi-cou suas regras nos últimos anosem busca de um melhor rendimen-to1. No Brasil esse esporte temevoluído de forma grandiosa, tor-nando-se uma escola no cenárioesportivo mundial, onde as equipesbrasileiras têm obtido grande desta-que em todas as categorias, sendohoje um recordista de títulos inter-nacionais2. Medina, Fernandes Filho3 enfatizama grande importância de se conhe-cer profundamente as particulari-dades dessa modalidade em seusvários aspectos, onde caracterís-ticas como as antropométricas,fisiológicas e neuromusculares dosatletas de alto nível podem servircomo excelentes parâmetros paraseleção e comparação de atletas,permitindo assim que, a partir deum conjunto de características,possa ser construído um perfil,idéia essa corroborada pelos estu-dos de Fernandes Filho4 que contem-pla a grande necessidade e asfacilidades da construção desseperfil em cada modalidade em es-pecifico, podendo ser um grandediferencial no sucesso ou fracassoda estratégia de treinamento a ser utilizada.A literatura na área do voleibol temapontado a preocupação dos pesqui-sadores em encontrar métodosque possam identificar o desempe-nho de alto nível acerca das diver-sas variáveis. A grande maioria das pesquisas tem apontado umatendência a analisar equipes da

categoria adulta, não fornecendo,porem, meios que permitam umaclara compreensão de como ocorremas transformações relativas aosprocessos de crescimento e desen-volvimento durante as categoriascompetitivas iniciais, o que implicana possibilidade de estarmos per-dendo atletas com excelente poten-cial dentro das categorias iniciaispor falta de informações especificas5.Nesse contexto, diversos estudosvêm sendo realizados buscandoconhecer o tipo físico ideal paracada modalidade esportiva, sendo osomatotípo amplamente utilizado,firmando-se assim, como um exce-lente método auxiliar na orientaçãoe promoção esportiva6. Esse métodocaracteriza-se por ser um excelenteinstrumento a empregar-se na áreaesportiva, pois, alem de ser umeficiente e seguro método de ava-liação, permiti uma contínua monito-rização da composição corporal, no decorrer de uma temporada decompetição7. Marins, Gianichi8 citamque o somatotipo é uma impor-tante técnica de classificação dacomposição corporal, em que aestrutura física do ser humano foidividida em três condições diferen-ciadas por Sheldon, definindo assimdeterminadas características físicasque as diferenciam entre si. A re-lação entre a somatotipologia, oesporte e a performance física émuito utilizada atualmente, alcan-çando-se resultados comprovadosno desenvolvimento esportivo9. Para se alcançar um alto nível dentroda modalidade voleibol, os estudostêm demonstrado que é necessáriaa observação de variáveis antropo-métricas como estatura, altura demembros, somatotípo e composiçãocorporal, como também das quali-dades físicas básicas10. Portanto,devido a grande necessidade deestudos científicos que possam darbase ao constante desenvolvimento

do voleibol brasileiro e a grandeimportância da observação devariáveis para a elaboração de umperfil da modalidade em diferentescategorias, esse estudo procurouanalisar as características soma-totípicas e antropométricas dasseleções brasileiras de voleibolmasculino e feminino na categoriainfanto-juvenil.

METODOLOGIA

AAmmoossttrraa A presente pesquisa tem o cunhodescritivo que a caracteriza comoum estudo de status, partindo-seda premissa de que os problemaspodem ser resolvidos e a práticamelhorada através de completas e objetivas análises, observações e descrições11.A população da presente pesquisafoi composta por 33 atletas convo-cados para as seleções brasileirasinfanto-juvenis (entre 14 e 17 anos)de voleibol de ambos os sexos, sendo14 atletas da seleção brasileiramasculina (vice-campeã mundial) e 19 da seleção brasileira feminina(campeão sul-americana) de voleibol.Todos os procedimentos realizadosforam autorizados pelo Comitê de Ética responsável (Parecer n.º059/2005) e atendem as Normasde Realização de Pesquisa em SeresHumanos proposta pela resolução196/96-CNS-Brasil. Os participan-tes foram previamente esclarecidossobre os propósitos da investigaçãoe procedimentos aos quais seriamsubmetidos e assinaram um termode consentimento livre e esclarecido.

PPrroocceeddiimmeennttooss Na verificação das medidas antro-pométricas a massa corporal foimensurada em uma balança de

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 68

leitura digital com precisão de100g e carga máxima de 180kg,enquanto a estatura foi determina-da em um estadiômetro de madeiracom precisão de 1mm, estando osavaliados vestidos com roupas leves(short para os homens e short e blusa para as mulheres).

O método somatotipológico de Health& Carter12 será usado para coletaras medidas de somatotípo, permi-tindo assim um estudo apurado,sobre o tipo físico ideal de cadamodalidade esportiva.

DDeetteerrmmiinnaaççããoo ddoo pprriimmeeiirrooCCoommppoonneennttee ((EEnnddoommoorrffiiaa))

Para calcular endomorfia utiliza-sea medida da estatura (cm) e asdobras cutâneas (mm) subescapular,do tríceps e supraespinhale, corri-gindo-se o valor dividindo a estaturapelo fator ( ∑ dc x 170,18), confor-me Fernandes Filho (2003).

DDeetteerrmmiinnaaççããoo ddoo SSeegguunnddooCCoommppoonneennttee ((MMeessoommoorrffiiaa))

Determinação do segundo compo-nente (mesomorfia): para determi-nação desse componente usa-se amedida da estatura, o diâmetro do úmero e do fêmur, o perímetrocorrigido do braço, que é o perí-metro do mesmo forçado corrigidopela subtração do valor da dobracutânea TR em cm, e o perímetrocorrigido da panturrilha (pcp) que écorrigido pela subtração do valorda dobra cutânea medial da pantur-rilha em cm. As medidas de circun-ferências (perímetros) são carac-terizadas pelas medidas lineares,realizadas circunferencialmente eas medidas do Diâmetro ósseo sãoobtidas através da distância entreduas estruturas de um determinadoosso localizado transversalmente.Toda medida será efetuada, do ladodireito do corpo.

O segundo componente será deter-minado a partir dos resultadoscoletados, calculando-se por meioda seguinte equação usada porCarter citada por Fernandes Filho(2003):

Meso= 0,858(Du) + 0,601(DF) +0,188(PcB) + 0,161(PcP) - 0,131(H)+ 4,5

DDeetteerrmmiinnaaççããoo ddoo tteerrcceeiirroo CCoommppoonneennttee ((EEccttoommoorrffiiaa))

Para calcular a ectomorfia, utiliza-ram-se às medidas da estatura epeso, lidando-se com o índice ponde-ral de Sheldon (IP): estatura divididapela raiz cúbica do peso. A partirdos resultados obtidos, calculou-seo terceiro componente por meio daequação, que divide a estatura pelaraiz cúbica do peso.

IInnssttrruummeennttooss ddee mmeeddiiddaa

- Balança eletrônica digital (Urbano,modelo PS180);

- Estadiômetro de madeira (precisão1mm);

- Fita métrica (sanny, com 150 cm decomprimento e precisão de 0,1cm);- Compasso de dobras cutâneas(sanny, com precisão de 0,1mm);- Paquímetro (Rosscraft, modeloTommy 2 com variação entre 02 e 16 cm, e graduação é de 1 mm);

EEssttaattííssttiiccaaPara caracterização do universoamostral pesquisado utilizou-se aestatística descritiva, observandoos valores de medida de tendênciacentral: média (x) e desvio padrão(DP), objetivando a constituição doperfil do grupo estudado a partir dacoleta de variáveis segundo Thomase Nelson11.

RESULTADOS

Na tabela 1 podemos observaruma seleção com idade avançadadentro da categoria (ate 17 anos),e com uma alta media de estatura.Na somatotipia a referida seleçãocaracteriza-se como sendo Ecto--Mesomórfica por apresentar su-perioridade no componente ecto-mórfico em relação aos outroscomponentes.

No feminino, a tabela 2 nos revelauma elevada média de estatura esuperioridade do componente ecto-morfico, assim como no masculino,porem apresenta um expressivoresultado do componente endomor-fico que a classifica de acordo com Health & Carter12 como ecto--endomórfica.

oRReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto

Idade (anos)

Peso Corporal (kg)

Estatura (cm)

Endomorfia

Mesomorfia

Ectomorfia

16,71

87,4

195,9

1,26

3,18

3,8

0,47

11,02

0,07

0,206

1,13

0,76

DDeessvviioo PPaaddrrããoo (s)MMééddiiaa (x)

TTAABBEELLAA11Valores médios e desvio padrão para a somatotipia e

antropometria da seleção brasileira infanto-juvenil de voleibol masculino.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 69

investigação técnico original opinião revisão70||71||

O gráfico 1 nos permite uma me-lhor visualização dos grupos es-tudados, onde observamos altosvalores para variável ectomorfiaem ambos os sexos. No grupofeminino os valores da variávelendomorfia são superiores aosvalores observados para a variávelmesomorfia e ainda superiores aosvalores encontrados para endomor-fia do grupo masculino.

DISCUSSÃO

Os resultados da tabela 1 nosrevelam uma excelente média deestatura na seleção brasileira mas-culina, sendo essa variável consi-derada dentro do voleibol um fatorde primordial para que se possaalcançar o alto nível nessa modali-dade. Silva e colaboradores5 citamem sua pesquisa, uma evolução

dessa variável dentro do voleibol, oque também podemos observaratravés de estudos anteriores rea-lizados no voleibol masculino citadospor Massa13: antiga união soviética,193cm Vitasalo (1982); seleçãobrasileira, 193cm, Matsudo (1986);seleção dos EUA, 192,5cm Mc-grown et al (1990); liga nacionalbrasileira, 195cm Rodacki (1997).Ao observarmos os resultadosencontrados em nosso estudo coma seleção brasileira infanto-juvenilpodemos verificar a semelhançadesses resultados com os encon-trados na seleção brasileira adultacampeã mundial em 2005 (195,16cm)e na seleção da Serbia & Montene-gro (197,6cm) vice-campeã mundialno mesmo ano14, confirmando assima importância da variável estatu-ra desde as equipes de base e apreocupação com a renovação emanutenção de futuras geraçõesna estrutura do voleibol brasileiro,visando perpetuar o status conquis-tado em nível mundial.Quanto ao peso corporal observa-mos em nossos resultados valoressuperiores aos de Rocha e colabo-radores15, que encontraram comoresultado para seleção brasileirainfanto-juvenil masculina 83,6kg, esemelhantes aos encontrados pelomesmo autor para a seleção brasi-leira juvenil masculina (88,1kg) eseleção brasileira adulto masculino(87,2kg) em 200514.Ao observarmos as característicassomatotipicas, que dizem respeitoao que era chamado anteriormentede biótipo físico7, a seleção brasi-leira infanto-juvenil masculina apre-senta resultados satisfatórios, apre-sentando-se como uma seleção dejogadores longelíneos, com desenvol-vimento músculo esquelético aindanão muito expressivo e baixo índicede gordura corporal relativa. Essacaracterística do grupo estudadotem sido observada nas seleçõesda categoria infanto-juvenil de volei-bol, uma vez que se procura nessa

Idade (anos)

Peso Corporal (kg)

Estatura (cm)

Endomorfia

Mesomorfia

Ectomorfia

15,9

67,4

181,6

3,09

2,21

3,88

0,37

8,24

6,27

0,85

1,01

1,25

DDeessvviioo PPaaddrrããoo (s)MMééddiiaa (x)

TTAABBEELLAA22Valores médios e desvio padrão para a somatotipia e antropometria da seleção brasileira infanto-juvenil de voleibol feminino.

GGRRÁÁFFIICCOO11Valores médios das caracteríticas somatotípicas das seleções brasileiras de voleibol feminina e masculina.

LLEEGGEENNDDAA:: ENDO-endomorfia; MESO-mesomorfia; ECTO-ectomorfia.

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4

0

ENDO MESO ECTO

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 70

categoria atletas com boa estaturae ainda em desenvolvimento. Estudosfeitos nessa mesma categoria porMassa e colaboradores16, com aseleção brasileira e com um clubede alto rendimento, também de-monstram superioridade no compo-nente ectomorfico. Observamosainda que os nossos resultados seapresentam semelhantes aos obser-vados em 2005 por Zarry17 quantoà mesomorfia (3,4 +/- 0,77) eectomorfia (3,8 +/- 0,76 ), que seassemelham aos resultados encon-trados por Medina18 em equipeinfanto-juvenil masculino confirman-do a superioridade do componenteectomorfico. Em categorias superio-res do voleibol, estudos como os de Zarry17 e Medina18 no masculino,mostram que existe uma tendênciaao aumento da mesomorfia, equipa-rando-se a ectomorfia, devido aodesenvolvimento músculo esqueléticodos atletas com idade mais avançada.A seleção feminina estudada (tabela2) apresenta uma média de esta-tura semelhante à encontrada naseleção brasileira adulto campeãdo Grand Prix em 2005 (182,45cm)14.Ao observarmos a média de esta-tura, por exemplo, da seleção doRio Grande do Norte (169,4cm),campeã na primeira divisão docampeonato brasileiro em 200419,podemos constatar a grande dispa-ridade em relação a seleção brasi-leira, confirmando a importânciadessa variável para o alto níveldesse esporte. O peso corporal emnosso estudo com o feminino apre-senta-se inferior ao observado naseleção adulta (70,6)14.Com relação aos resultados dasomatotipia na seleção brasileirainfanto-juvenil feminina (classificadacomo ecto-endomórfica) observa-mos semelhanças com relação aosresultados encontrados nos estudosde Massa e colaboradores6 ematletas de São Paulo quanto à me-somorfia (2,7±1,3) e ectomorfia

(3,7±1,5), e com característicassemelhantes as observadas nosestudos de Cabral20 na categoriainfanto-juvenil com a seleção do RioGrande do Norte que apresentoucomo resultado dos três componen-tes: endomorfia (3,9±1,2), meso-morfia (1,9±1,19) e ectomorfia(3,2±1,5). Nossos resultados, assimcomo os encontrados no estudo deMassa e colaboradores6; Cabral20

têm apresentado superioridade docomponente endomórfico em rela-ção ao mesomórfico nas categoriasde base do feminino, o que nosmostram valores relacionados aodesenvolvimento músculo esquelé-tico inferiores aos valores referentesà gordura relativa. Esse comporta-mento provavelmente pode serinfluenciado pela fase de desenvol-vimento e processo maturacionaldessas atletas.O gráfico 1 nos mostra que a supe-rioridade da endomorfia em relaçãoa mesomorfia observada no grupofeminino, é inversamente observadano grupo masculino onde existesuperioridade da variável mesomor-fica, sendo uma tendência desseperfil da somatotipia modificar-se àmedida que se observa categoriassuperiores. Estudo realizado comdiferentes categorias no voleibolfeminino concluiu que os altos va-lores do componente endomorfianas categorias inferiores diminuicom o processo maturacional, à medida que se vai subindo decategoria até a categoria profis-sional passando a ser o terceirocomponente6, possivelmente devidoà influência do efeito do treinamentoe maiores exigências de resultados.Medina18, em sua pesquisa com ovoleibol masculino, observa que na categoria adulto (profissional) amesomorfia prepondera apresen-tando leve superioridade em relaçãoa ectomorfia, caracterizando assimatletas fortes e com boa estatura,

corroborando com os resultadosencontrados por Zarry17 na seleçãobrasileira adulto.Os atletas de voleibol de formageral caracterizam-se por teremformas de linearidade com propor-ções alongadas entre os membros.Em ambos os grupos estudados ocomponente ectomórfico apresen-ta-se predominante, sendo impor-tante para a modalidade de voleibol,uma vez que diz respeito à relaçãoda massa corporal com a estaturado indivíduo, tendo a variável esta-tura uma grande importância nessamodalidade quando aliada a outrosfatores para que se possa alcançarum nível mais alto em categoriassuperiores do voleibol21.

CONCLUSÕES

Concluímos que as duas seleçõesestudadas apresentam uma ele-vada média de estatura, o que pro-vavelmente deve ser pré-requisitona escolha dos atletas, sendo se-melhantes às equipes adultas dealto rendimento no Brasil. Quantoao somatotipo, apresentaram-seresultados satisfatórios com pre-dominância do componente ecto-morfico, atendendo a especificidadeque envolve o voleibol atual quebusca um equilíbrio entre a linea-ridade e muscularidade. As duasseleções estudadas apresentamresultados que confirmam o altonível dos atletas envolvidos.

AGRADECIMENTOS

Os autores desta pesquisa sãogratos à colaboração: do Programade Pós-graduação da UFRN, daConfederação Brasileira de Voleibol(CBV) e suas comissões técnicas e do LABIMH-UFRN.

oRReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 71

investigação técnico original opinião revisão72||73||

CORRESPONDÊNCIA

Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral

Av Amintas Barros, 3675,Condomínio Jardim Portugal, apto1801

Lagoa nova Cep: 59075-250,Natal-RN

Email: [email protected]

REFERÊNCIAS

1. Cabral SAT, Policarpo FB, CabralBGAT, Knackfuss MI, Medeiros HJ,Fernandes Filho J. A seleção bra-sileira de voleibol infanto-juvenilfeminina e o seu perfil dermato-glífico. Acta Cirúrgica Brasileira.Vol. 20 pp. 22-26. São Paulo 2005.

2. Dutra LN, Lerbach AM, Damas-ceno VO, Silva AC, Viana JM, LimaJRP. Perfil da seleção brasileirajuvenil masculina de voleibol de2003. Boletim da Federação Inter-nacional de Educação Física. V.74pp. 162-165. 2004.

3. Medina MF, Fernandes Filho J.Identificação dos perfis genético esomatotípico que caracterizamatletas de voleibol masculino adultode alto rendimento no Brasil.Revista Fitness & PerformanceJournal. Vol 1. n. 4. Rio de Janeiro:COBRASE, 2002.

4. Fernandes Filho, J. ImpressõesDermatoglíficas - Marcas genéticasna seleção dos tipos de esporte e lutas (a exemplo de desportistado Brasil). Tese de Doutorado.Moscou. URSS, 1997.

5. Silva LRR, Bohme LTS, Uezu R,Massa M. A utilização de variáveiscineantropométricas no processode detecção, seleção e promoçãode talentos no voleibol. RevistaBrasileira de Ciência e Movimento,v. 11, n. 1. Brasília, 2003.

6. Massa M, Silva LRR, Bohme LTS,Uezu R, Massa ICM . Somatotipode atletas de voleibol feminino nasdiferentes categorias competitivas.[on line] Disponível na internet.http://www.talentoesportivo.hpg.ig.com.br/massa/resumo_massa010.html pesquisado em 20/11/ 2005.

7. International Society of Advance ofthe Kinesiantrometric - ISAK. Apos-tila de curso. Rio de Janeiro, 2000.

8. Marins JCB, Giannichi RS. Ava-liação e prescrição de atividadefísica: Guia prático. 3a ed. Rio deJaneiro: Shape 2003. pp. 74-88.

9. Castanhede ALK, Dantas PMS,Fernandes Filho J. Perfil dermato-glífico e somatotípico de atletas defutebol de campo masculino, dealto rendimento no Rio de Janeiro -BRASIL. Fitness & PerformanceJournal. Rio de Janeiro: COBRASE.2003; 02(04):234-39.

10. Massa M, Bohme MTS. A pro-blemática dos processos de promo-ção de talentos para o esporte e asua relação com o voleibol de altonível. [on line] Disponível na internet.http://www.talentoesportivo.hpg.ig.com.br/massa/resumo_massa002.htm pesquisado em 05/12/ 05.

11. Thomas JR, Nelson JK. Métodosde pesquisa em atividade física.Porto Alegre: Artmed, 2002.

12. Carter JEL, Heath BH. Soma-totyping development and applica-tions. New York-USA: CambridgeUniversity Press, 1990.

13. Massa M, Bhome MTS, SilvaLRR, Uezu R. Analises de referen-ciais cineantropometricos de atletasde voleibol masculino envolvidos emprocessos de promoção de talentos.Revista Mackenzie de educaçãofísica e esporte. Ano.2 n.2, 2003.

14. FIVB. Federação internacional devoleibol. [on line] Disponível na internet.http://www.fivb.org/EN/volleyball/index.asp

15. Rocha MA, Dourado AC, Gonsal-ves HR. Estudo do somatotípo da

seleção brasileira de voleibol cate-gorias- infanto-juvenil e juvenil-1995.Revista da associação dos professo-res de educação física de londrina.V 11, N 19, pp. 21-30, 1996.

16. Massa M, Massa ICM, SouzaMT, Bhome MTS. Estudo do soma-totípo de atletas de voleibol mascu-lino do E.C. Banespa nas catego-rias infanto-juvenil e juvenil. [online] Disponível na internet.http://www.talentoesportivo.hpg.ig.com.br/resumo_massa006.html

17. Zarry JCF. Comparação do perfildermatoglífico e somatotípico dosatletas de voleibol masculino adulto,juvenil e infanto-juvenil, de alto rendi-mento no brasil.2005. Dissertação(mestrado em ciência da motrici-dade humana) Universidade CasteloBranco, Rio de Janeiro, Brasil.

18. Medina MF. Identificação dosperfis genéticos e somatotípico quecaracterizam atletas de voleibolmasculino de alto rendimento noBrasil. 2000. 191f. Dissertação(Mestrado em Ciência da Motrici-dade Humana) Universidade CasteloBranco, Rio de Janeiro. www.efdeportes.com/efd56/ludico.htm pesquisado em 21/07/2005.

19. Cabral SAT, Cabral BGAT; Be-zerra FP. Correlation betweem der-matoglyphic characteristics andexplosive force in female under-17volleyball players. FIEP bulletin, Fozdo Iguaçu. V.5, pp. 26-28, 2005.

20. Cabral SAT, Rego SASJ, Fernan-des Filho J. Características derma-toglíficas, somatotípicas e das quali-dades físicas da seleção infanto--juvenil de voleibol do estado do RioGrande do Norte. Fiep Bulletin. Fozde Iguaçú. 2004; Vol 74:695-99.

21. Cabral BGA, Cabral SAT, Fernan-des Filho J. Estudo comparativo doperfil dermatoglífico e antropomé-trico nos diferentes níveis de quali-ficação esportiva em equipes infanto--juvenis de voleibol. Fiep Bulletin.Foz de Iguaçú. 2005; Vol 75:601-05.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 72

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 73

educ

ação

fís

ica

e de

spor

to

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 74

RREESSUUMMOOO objectivo deste estudo que nos pro-pusemos realizar, orientou-se funda-mentalmente para a tentativa de res-ponder a um conjunto de questõespertinentes: A interioridade será umfactor limitativo para o desenvolvi-mento harmonioso do jovem, ao nível da Aptidão Física? Os perfis da aptidãofísica são distintos quanto ao nível emfunção da Interioridade/Litoralidade?Para isso desenvolvemos um estudoem que caracterizamos e avaliamosalunos de ambos os sexos, do 2º e 3ºciclos do ensino básico, de duas zonasdiametralmente opostas de Portugal:uma do litoral citadino, Vila Nova deGaia, outra do interior profundo, Torrede Moncorvo, e investigamos a exis-tência de interferências nos níveis deaptidão física dos alunos.Este estudo exploratório configurou--se a partir de uma amostra do tipoaleatória por aglomerados compos-ta por 3271 sujeitos do 7º ano ao 9ºano de escolaridade. A bateria detestes aplicada foi a designada de"FACDEX" - Desenvolvimento Somato--Motor e factores de Excelência Des-portiva na População Portuguesa.(Marques et al., 1991), obtendo-seuma análise detalhada dos níveis deAptidão Física dos jovens dos 10 aos17 anos de idade.Os resultados permitiram concluir que:Os alunos da Zona Rural apresentamum padrão ligeiramente superior nostestes de Força Superior, “Bola 2Kg”;Força Média “Sit Up's” e Força Inferior“Salto em Comprimento”.Os alunos da Zona Urbana apresentamvalores padrão superiores no teste de Flexibilidade “Sit and Reach”; ForçaSuperior “Lançamento de bola de Hó-quei”; “Dinamometria”; Agilidade “10x5Mts.” e “Resistência 12'”. Relativamenteà Velocidade, apresentam valoresidênticos.Os alunos da Zona Urbana apresen-tam valores de peso superior por idadeno sexo masculino e feminino, comexcepção dos 14 a 16 anos do sexomasculino, e a partir dos 15 anos nasraparigas.As raparigas do Meio Rural apresentamÍndices de Massa Corporal Superioresem todos os anos lectivos com ex-cepção do 8º Ano.

AABBSSTTRRAACCTTThe aim of this study that we proposedto develop was fundamentally guidedas an attempt to answer a group ofrelevant questions:Is living in the interior of a country arestraining factor for the harmoniousphysical, mental and social develop-ment of the youth?Are physical aptitudes profiles distinctin terms of the level, depending on thefact that young people live in theinterior or in the coast of a country? To answer these questions we developa study in which we characterize andevaluate students of both sexes, fromthe 2nd and 3rd cycles of the BasicEducation (from 5th to 9th grade), fromschools of two diametrical opposedareas of Portugal: one school in a cityby the coast - Vila Nova de Gaia, theother in the deep interior of Portugal -Torre de Moncorvo and we search theexistence or not of an influence on thestudents' levels of physical aptitudes.This exploratory study was made froma random sample composed of 3271subjects from the 5th grade to the 9th

school grades. The battery of testsapplied were the ones designated as"FACDEX" - Somato-Motor Developmentand Sports Excellence factors in thePortuguese Population. (Marques et al.,1991), obtaining a detailed analysis ofthe levels of Physical Aptitudes ofyoung people from 10 to 17 years old. The results allowed us to conclude thatthe students of the Rural areas pre-sent a slightly higher standard in theUpper strength tests (2 kg ball), Mediumstrength (Sit Up's) and Lower strength(Long jump).The students of the Urban Zone pre-sent higher standard levels in the Flexi-bility tests (Sit and Reach), Upperstrength (Hockey ball Launching"); "Dina-mometry"; quickness “10x5 Metres."and "Resistance 12". In terms of Speed,they show identical values.The students of the Urban Zone showhigher weight values in terms of age inthe female and male sex, with theexception of male individuals from the14 to 16 years old and the girls after15 years old.The girls of the Rural Environmentshow superior body mass rates duringall school grades, with the exception ofthe 8th grade.

AAPPTTIIDDÃÃOO FFÍÍSSIICCAA,, EESSTTUUDDOO DDEE AALLUUNNOOSS DDOO 33ºº CCIICCLLOO DDOOSS CCOONNCCEELLHHOOSS DDEE TTOORRRREE DDEE MMOONNCCOORRVVOO EE VVIILLAA NNOOVVAA DDEE GGAAIIAA

PPHHYYSSIICCAALL EEDDUUCCAATTIIOONN,, SSTTUUDDYY OOFF 33ºº TTHHEE EEDDUUCCAATTIIOONN IINN TTHHEE TTOOWWNNSS OOFF TTOORRRREE DDEE MMOONNCCOORRVVOO AANNDD VVIILLAA NNOOVVAA DDEE GGAAIIAA

AUTORESRuben Gonçalves Pereira1

José Luís Soidán1

1 Universidade de Vigo

AAPPTTIIDDÃÃOO FFÍÍSSIICCAA,, EESSTTUUDDOO DDEE AALLUUNNOOSSDDOO 33ºº CCIICCLLOO DDOOSS CCOONNCCEELLHHOOSS DDEE TTOORRRREE DDEE MMOONNCCOORRVVOO EE VVIILLAANNOOVVAA DDEE GGAAIIAA44((11)):: 7755--8811

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEaptidão física; estudo comparativo; rural/urbano.

KKEEYYWWOORRDDSSphysical fitness; comparativestudies; rural/urban.

data de submissãoDDeezzeemmbbrroo 22000077

data de aceitaçãoMMaarrççoo 22000088

investigação

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 75

investigação técnico original opinião revisão76||77||

INTRODUÇÃO

Actualmente em pleno século XXI, a Actividade Física, e as questões aela associada, tem vindo a crescerde interesse e a estar na moda.

A preocupação com a prática deactividade física, associada à saúdetem vindo a tornar-se de grande re-levo e importância, no âmbito dosestudos e investigações nas ciênciasdo desporto.

Borms (1988) refere que milhõesde pessoas praticam actividade físi-ca de forma mais ou menos regulare sistemática ou, pelo menos, assimo afirmam.

Das afirmações anteriores, torna--se pertinente inferir que a escolacomo local de eleição para o de-senvolvimento do processo ensino--aprendizagem de todo e qualquerser humano, relativamente ao de-senvolvimento de estratégias deeducação para a saúde, é o sítiopor excelência.

A aula de educação física, inevitavel-mente, tem que promiscuir-se eassumir a sua cota parte de respon-sabilidade, que é grande, na promo-ção da aptidão física referenciadaà saúde, e na criação de hábitos devida Fisicamente activos e dinâmicos.

Paralelamente, sabe-se que o desen-volvimento de hábitos, comporta-mentos e atitudes descritoras deestilos de vida saudáveis e activostendem a desenvolver-se cedo, noseio familiar e que prosseguem naescola. Daí, provavelmente decorrea crença, muito presente em profis-sionais de Educação Física (EF),que a infância e a adolescência pos-sam representar períodos óptimospara a intervenção pedagógica nosentido de estimular hábitos ecomportamentos que se esperamanter-se durante toda a vida.

O presente estudo, tratou-se dedefinir e caracterizar com objec-

tividade as populações alvo. Tratou--se portanto de um estudo descritivo--exploratório (survey), os níveis deaptidão física, referenciados aosalunos do 2º e 3º Ciclos de Ensino,dos Concelhos de Torre de Mon-corvo, Distrito de Bragança, e VilaNova de Gaia, Distrito do Porto.

A ausência de qualquer estudo nestaárea de Portugal, contrapondo comzonas diametralmente opostas pelasua natureza geográfica, acessibili-dade e ofertas de produtos serviçose bens, imbuiu-nos de um espíritode conquista de conhecimento.

Malina (1994) salienta que as com-ponentes da aptidão física são in-fluenciadas pelo processo individualde crescimento associado à matu-ração e não apenas pelo estímuloda prática de actividade físicaregular. Maia (1991), cit. refere aeste propósito, que “a idade crono-lógica é um indicador temporalextremamente falacioso, dado quenão é sensível à variação evidencia-da pelos jovens atletas do mesmointervalo etário” (pág. 23).

OBJECTIVO

O tipo de investigação que nos pro-pusemos realizar, orientou-se funda-mentalmente para uma caracte-rização e avaliação em alunos deambos os sexos, do 2º e 3º ciclosdo ensino básico, de dois Concelhosde zonas diametralmente opostasde Portugal. Um do Litoral citadino,Vila Nova de Gaia e outro do Interiorprofundo, Torre de Moncorvo.

OObbjjeeccttiivvooss eessppeeccííffiiccooss

1. Conhecer, descrever e compararo desempenho motor ao nível dacoordenação motora e aptidão fí-sica associada à saúde nos doismeios distintos.

2. Dotar a Direcção Regional Norte,os Concelhos e concretamente asescolas, de informações precisasrelativamente a este domínio.

JJuussttiiffiiccaaççããoo ddaa BBaatteerriiaa aaddooppttaaddaa

((FFAACCDDEEXX))

A bateria de testes aplicada foi adesignada de "FACDEX" - Desenvol-vimento Somato-Motor e factoresde Excelência Desportiva na Popu-lação Portuguesa. (Marques et al.,1991).

Adoptamos esta bateria por razõesde funcionalidade, numa perspec-tiva de comparar dados de outrostrabalhos científicos realizados emPortugal.

METODOLOGIA

CCaarraacctteerriizzaaççããoo ddaa AAmmoossttrraa

Este estudo exploratório configurou--se a partir de uma amostra do tipoaleatória por aglomerados com-posta por 3271 sujeitos do 5º anode escolaridade ao 9º ano de es-colaridade.

DDiimmeennssããoo ee ccrriittéérriiooss ddee sseelleeccççããoo ddaa aammoossttrraa

O presente estudo realizou-se emConcelhos distintos: Torre de Mon-corvo, distrito de Bragança, VilaNova de Gaia, distrito do Porto.

A escolha das escolas obedeceu acritérios de localização geográficae representatividade equitativa deidades, género e ambiente-sócio--económico.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 76

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

As escolas do meio urbano, maispopulosas, situavam-se nos centrose pertencem a freguesias considera-das exclusivamente como urbanas,assim como as de Torre de Moncor-vo, exclusivamente rurais, segundoo critério da classificação territo-rial do Instituto Nacional de Esta-tística (INE, 2003).

Os critérios de inclusão queestiveram subjacentes à selecçãodas turmas e alunos objecto doestudo foram:

- Serem turmas de 2º ciclo doensino Básico ( 5º e 6º Anoescolaridade).

- Serem turmas de 3º Ciclo doensino básico (7º, 8º e 9º Anode escolaridade).

- Serem leccionadas por professo-res de Educação Física Licenciados;

- Só participarem os alunos quetenham autorização da(o) Encar-regado de Educação e livrementeaceitem.

Os critérios de exclusão que es-tiveram subjacentes à selecçãodas turmas objecto de estudoforam:

- Os alunos com necessidades Edu-cativas Especiais, foram excluídospelos motivos associados aosaspectos intrínsecos de quepadecem;

- Os alunos que de uma formamuito evidente não participemactivamente na realização dastarefas propostas;

- Os alunos que apresentem emalgumas pregas de adiposidadevalores não fiáveis por dificulda-des da sua medição;

- Os alunos que não cumpram todasas tarefas propostas;

- Os alunos que apresentem difi-culdades pontuais de saúde e quelimitem a sua execução, nomea-damente uma Gripe, Constipação.

Sit and ReachMobilidade da coluna vertebral e tensão dosmúsculos dorso-lombares e ísquio-tiniais

Mobilidade articulo-ligamentar

Arremesso peso 20Kg

Força explosiva dos membros superiores Força superior

Lançamento bolaHóquei em campo

Força explosiva dos membros superiores Força superior

Salto em compri-mento sem corridapreparatória

Força explosiva dos membros inferiores Força inferior

10x5 metros Agilidade (Coordenação/Velocidade)Coordenaçãooculo-pedal

Dinamometria manual

Força máxima estática dos músculos de preensão

Força estática

Sit Up’s - 60’’ Força - Resistência dos músculos abdominais Força abdominal

Corrida 12’Capacidade de Resistência de média duração.Economia do sistema cardio-respiratório

Resistência

Corrida de 50 m. Velocidade de corrida Velocidade

TTeesstteess CCaappaacciiddaaddeessOObbjjeeccttiivvooss

TTAABBEELLAA11Estrutura da bateria de testes referenciados por objectivos e capacidades.

5º ano

6º ano

7º ano

8º ano

9º ano

73

80

79

89

48

5º ano

6º ano

7º ano

8º ano

9º ano

422

389

656

741

694

495

469

735

830

742

TOTAL 336699 22990022 33227711

RRuurraall UUrrbbaannaa TToottaall

TTAABBEELLAA22Representação da amostra do estudo por anos de escolaridade.

-

17

40

63

25

19

8

-

-

10

11

12

13

14

15

16

17

18

-

13

48

77

34

14

11

-

-

81

437

327

594

867

665

231

64

5

TOTAL 117722 119977 11336677 11553355 33227711

RRUURRAALL

FFeemmiinniinnooss MMaassccuulliinnoossTToottaall

TTAABBEELLAA33Representação da amostra do estudo por idade cronológica.

40

201

113

227

389

258

108

29

2

41

206

126

227

419

374

104

35

3

UURRBBAANNAA

FFeemmiinniinnooss MMaassccuulliinnoossIIddaaddee

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 77

investigação técnico original opinião revisão78||79||

INSTRUMENTARIUM

AAppttiiddããoo FFííssiiccaa- 4 Colchões de espuma de poli-etileno, de densidade igual a25Kg/m3, com as seguintes dimen-sões: 180cm de comprimento, 75cmde largura e 10mm de espessura,feitos em Portugal;

- 4 Cones de sinalização de corlaranja, com base quadrada com21cm de aresta e cone com 30cmde altura, base de 17cm de diâ-metro e topo com 4,5cm de diâ-metro, feitos na Indonésia;

- 1 Bola de hóquei em campo demarca “Mersion”, modelo “popular”,de 156gr, com 7cm de diâmetro e23cm de perímetro feita no ReinoUnido;

- 1 Bola lastrada de marca “Heavy-med” de 2000gr, com 15cm dediâmetro e 50cm de perímetrofeita em Itália;

- 2 Réguas de marca “Ramirex”,com escala em centímetros, com50cm de comprimento, 4,3cm delargura e 2mm de espessura,feitas em Portugal;

- 1 Fita métrica metálica de marca“Medid”, referência N.º 6283, comescala em centímetro, com 3 me-tros de comprimento por 16mm de largura;

- 1 Fita métrica de marca “Belota”,referência N.º 50051-15, em poli-etileno, com escala em centímetros,com 15 metros de comprimentopor 15mm de largura, feita emPortugal;

- 1 Dinamómetro de mão, “GRIP-A”,feito no Japão;

- 1 Caixa de medição do teste “Sitand Reach” com 28,5cm de altura,22cm de largura por 36,5cm deprofundidade;

- Fichas de registo individual/ turma;

OOrrggaanniizzaaççããoo ddoo ttrraabbaallhhoo nnoo tteerrrreennoo

O trabalho no terreno foi realizadoprimeiro nas escolas do Concelhode Torre de Moncorvo, local ondeme encontrava a leccionar. Seguida-mente foi realizado no Concelho de Vila Nova de Gaia, na escola deAlmeida Garrett. Os locais para arecolha de dados, foram as própriasescolas, durante os tempos lecti-vos, em dias acordados com osConcelhos Executivos e os Profes-sores de Educação Física das res-pectivas turmas. O questionárioSócio-económico foi ministradonuma aula teórica de 50', os testese as medidas antropométricas fo-ram realizados nas aulas práticas.

Por outro lado, de forma a realizar-mos os testes propostos de igualforma, ou pelo menos, bastanteaproximada, optou-se como estra-tégia a realização dos testes feitapelo mínimo de pessoas, uma, esempre em cada escola, desde queas condições fossem semelhantesao nível dos espaços e pisos.

PPrroottooccoolloo ddee rreeccoollhhaa ddee ddaaddooss ee aapplliiccaaççããoo ddooss tteesstteess

1º Recolher o consentimento dosEncarregados de Educação

2º Recolher a anuência dos própriosalunos.

3º Aplicação do Questionário numaaula de 50 minutos, numa sala deaula.

4º Recolha de dados Antropomé-tricos

5º Realização de um prévio aque-cimento protocolizado para a apli-cação da bateria de testes físicos.

6º Aplicação dos testes físicos,com intervalos de recuperação de10-12' entre cada teste. A ordemde realização dos testes foi:

11ºº DDiiaa::

- Prova de Agilidade 10x5 mts.- Lançamento da Bola de Hóquei- Sit and Reach- Velocidade 50 mts.

22ºº DDiiaa::

- Dinamometria- Salto em Comprimento- Lançamento de Bola de 2Kgs- Corrida 12'

Antes de cada prova explicou-se oseu objectivo, os critérios de exe-cução, assim como potenciais riscosquando mal executados, favore-cendo a compreensão e a adaptaçãode cada um dos alunos.Todas as provas foram realizadasda parte da manhã, em dias amenossem temperaturas extremas, entreos 18 e 22 graus.Todos os alunos foram avisadospelos seus professores para nosdias da avaliação através dos testesfísicos, o seu Pequeno-almoço fossenormal, mas que não comessemexcessivamente, pois iria prejudicara sua prestação nos testes físicos.No momento de avaliar os alunosnos diferentes testes físicos, épreciso realizar um aquecimentoprévio, igual para todos os alunosdo estudo. Este tem sempre amesma ordem e a mesma duraçãodos exercícios.

PPrroottooccoolloo ddee rreeaalliizzaaççããoo ddoo aaqquueecciimmeennttoo

MMeeiiooss::

- Exercícios de mobilidade articular - 5 min.

- Corrida contínua - 10 min.

CCoonntteeúúddooss ppoorr oorrddeemm::

- Tornozelos: Flexão, extensão, cir-cundução interior e exterior 10x.

- Joelhos: Flexão, extensão circun-dução interior e exterior 10x.

- Pernas: Elevações frontais e late-rais 10x.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 78

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

- Ancas: Inclinações laterais, frontaise rotações 10x.

- Ombros: Circunduções simétricase assimétricas frontais e derecta-guarda 10x.

- Braços: Flexão, extensão, circun-dução interior e exterior 10x.

- Cotovelos: Flexão, extensão, circun-dução interior e exterior 10x.

- Pulsos: Circunduções interiores eexteriores 10x.

- Mãos: Abrir e fechar 10x.

- Cabeça e Pescoço: Torção laterale frontal e rotações 10x.

- Corrida Contínua 10 min.

PPrroocceeddiimmeennttooss eessttaattííssttiiccoossOs procedimentos estatísticos utili-zados para determinar a validadedos dados foram: o erro técnico de medida (ETM)1, o coeficiente devariação (CV)2.

Utilizou-se o teste de Kolmogorov--Smirnov, para analisar a norma-lidade da distribuição.

O tratamento e análise estatísticados dados foi efectuado no progra-ma estatístico “ Statistical Packagefor Social Sciences” - SPSS (Ver-são 11.5 para Windows) e incluiuvários procedimentos que serãoespecificados com maior detalhe,ao longo desta secção.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A apresentação dos dados, teráuma estrutura, definida de formaobjectiva, onde será feita uma breveanálise aos resultados da popula-ção da amostra, aos dados relativosàs características dos testes dabateria de testes “FACDEX”.Ambos os distritos apresentam va-lores superiores nos rapazes emrelação às raparigas.

Os alunos de Gaia apresentam valo-res superiores de flexibilidade, re-lativamente a Moncorvo, Média de7,4 contra 3,8 centímetros.O concelho de Moncorvo apresentavalores superiores.

A tendência observada no nossoestudo de os alunos de Moncorvo,apresentarem valores superiores

de força superior comparativa-mente aos de Gaia, é confirmadoneste teste com médias de 23,4contra 21,8 metros.

Relativamente a Velocidade, apre-sentam valores sem diferençasestatisticamente significativas.

O Meio Rural apresenta valoresligeiramente superiores.

Valid Rapaz

Rapariga

Total

37

21

58

63,8

36,3

100,0

63,8

36,3

100,0

63,8

100,0

FFrreeqquueennccyy PPeerrcceenntt VVaalliiddPPeerrcceenntt

CCuummuullaattiivveePPeerrcceenntt

TTAABBEELLAA44Frequência de rapazes e raparigas em V. N. de Gaia.

Sexo

Valid Rapaz

Rapariga

Total

59

52

111

53,2

46,8

100,0

53,2

46,8

100,0

53,2

100,0

FFrreeqquueennccyy PPeerrcceenntt VVaalliiddPPeerrcceenntt

CCuummuullaattiivveePPeerrcceenntt

TTAABBEELLAA44Frequência de rapazes e raparigas em Moncorvo.

Sexo

FFIIGGUURRAA11 Comparação “Sit and Reach”.

Freq

uenc

y

16

14

12

10

8

6

4

2

0-17,5

-15,0-12,5

-10,0-7,5

-5,0-2,5

0,02,5

5,07,5

10,012,5

15,017,5

20,022,5

Sit and Reach

SSiitt aanndd RReeaacchh

Std. Dev= 8,04Mean= 3,8N= 111,00

Freq

uenc

y

12

10

8

6

4

2

0-5,0

-2,50,0

2,55,0

7,510,0

12,515,0

17,520,0

Sit and Reach

SSiitt aanndd RReeaacchh

Std. Dev= 6,97Mean= 7,4N= 58,00

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 79

investigação técnico original opinião revisão80||81||

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.

CONCLUSÕES

Analisando os dados que nos sãodados a interpretar, deparamosprimeiramente com uma situaçãoque não é novidade, os rapazesapresentam melhores desempenhosmotores do que as raparigas, nasprovas de força e velocidade.Os alunos de Moncorvo apresen-tam um padrão ligeiramente supe-rior nos testes de Força Superior,“Bola 2Kg” e “lançamento de bolade Hóquei”.Os alunos de Gaia apresentamvalores padrão superiores no testede flexibilidade “Sit and Reach”.Foram detectadas inúmeras corre-lações positivas e negativas quenecessitam de confirmação atravésde mais dados.Ao realizarmos este estudo, pre-tendemos caracterizar os níveis deaptidão física dos jovens escolaresde dois Concelhos distintos, umsofrendo da interioridade e outrobastante urbano, uma vez que nãoexistem estudos em Portugal destegénero, com qualquer tipo de infor-mação a este respeito.No que se refere às implicaçõespara a investigação futura, o estu-do realizado, pelas suas própriascaracterísticas, e consequenteslimitações, comprovou a necessi-dade de se investigar mais, muitomais, neste domínio (aptidão física)de forma a contemplarem as pro-postas sugeridas por Cruz (1994):a) investigação naturalística, emcontextos reais, e recorrendo aabordagens multivariadas e multi-dimensionais (com diferentes mé-todos), de forma a permitir gene-ralizações científicas; b) estudo dos melhores e piores alunos, quegostem ou não de Educação Físicaem situação de início de ano lectivo,meio do ano lectivo e final de ano

FFIIGGUURRAA22 Comparação de Força superior 2Kg.

Freq

uenc

y

20

10

04,00

4,505,00

5,506,00

6,507,00

7,508,00

8,509,00

9,5010,00

10,50

11,00

11,50

12,00

FFoorrççaa SSuuppeerriioorr 22KKggss

FFoorrççaa SSuuppeerriioorr 22KKggss

Std. Dev= 1,68Mean= 6,99N= 111,00

Freq

uenc

y

12

10

8

6

4

2

04,00

4,505,00

5,506,00

6,507,00

7,508,00

8,509,00

9,5010,00

10,50

11,00

11,50

FFoorrççaa SSuuppeerriioorr 22KKggss

FFoorrççaa SSuuppeerriioorr 22KKggss

Std. Dev= 1,53Mean= 6,35

N= 58,00

FFIIGGUURRAA33 Comparação de Força superior Bola de Hóquei.

Freq

uenc

y

20

10

05,00

10,015,0

20,025,0

30,035,0

40,045,0

50,055,0

FFoorrççaa SSuuppeerriioorrBBoollaa HHóóqquueeii

FFoorrççaa SSuuppeerriioorr BBoollaa HHóóqquueeii

Std. Dev= 7,75Mean= 23,4N= 111,00

Freq

uenc

y

12

10

8

6

4

2

016,0

17,018,0

19,020,0

21,022,0

23,024,0

25,026,0

27,028,0

29,030,0

FFoorrççaa SSuuppeerriioorrBBoollaa HHóóqquueeii

FFoorrççaa SSuuppeerriioorr BBoollaa HHóóqquueeii

Std. Dev= 3,55Mean= 21,8

N= 58,00

FFIIGGUURRAA44 Comparação de Velocidade 50 Metros.

Freq

uenc

y

60

50

40

30

20

10

07,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 6,00

5500 mmeettrroossVVeelloocciiddaaddee

MMeeiioo RRuurraall

Std. Dev= 1,033Mean= 9,0682

Freq

uenc

y

300

250

200

150

100

50

08,00 10,00 12,00

5500 mmeettrroossVVeelloocciiddaaddee

UUrrbbaannoo

Std. Dev= 1,07009Mean= 8,7038

N= 2,902

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 80

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

lectivo; c) investigação de naturezaprospectiva e longitudinal, ao longodo tempo.Temos consciência que este traba-lho por si só, como indicador, éinsuficiente, necessário será criaruma base de dados maior, corre-lacionar outro tipo de factores,sócio-económicos, motivacionais,aferindo os níveis de stress eansiedade e os seus condiciona-lismos na aula de Educação Física,caracterização antropométrica maisdetalhada.Mediante essa avaliação, serádecisivo para os profissionais, umamelhor selecção e escolha doscritérios, conteúdos e objectivos daaula de Educação Física, no sentidode dotar os jovens de hoje, homensde amanhã, de uma qualidade devida superior, através de umaregulação efectiva da sua aptidãofísica e coordenação motora.

BIBLIOGRAFIA

1. Almeida, C., Aptidão Física,Estatuto Sócio-Económico e Me-didas Antropométricas da Popula-ção Escolar do Concelho de Lamego.Estudo em crianças e jovens deambos os sexos dos 10 aos 16anos de idades., in Faculdade deCiências do Desporto e EducaçãoFísica. 1998, Porto: Porto.

2. Baecke, J., J. Burema, and J.Frijters, A short questionnaire forthe measurement of habitual phy-sical activity in epidemiologicalstudies. Am J Clin Nutr, 1982.36(5): pp. 936-942.

3. Baumgartner, T. A., MeasurementConcepts in Physical Educationand Exercise science. M.J. Safrit eT.M. Wood ed, ed. N.-R.M. Reliability.1989, Champaign, Illinois: HumanKinetics Books. 45-72.

4. Borms, J., Exercício Físico, Apti-dão Física e o Novo Paradigma daSaúde, J.B.e.A. Marques, Editor.1991, FCDEF: Porto. pp. 111-118.5. Dâmaso, M.D., Aptidão Física eIndicadores Antropométricos dapopulação escolar do Distrito de Castelo Branco. Estudo emCrianças e Jovens dos 10 aos 14anos de idade Praticantes deDesporto Escolar, in FCDEF. 1997,Universidade do Porto: Porto.6. Fredriks, A.M., et al., Body indexmeasurements in 1996-7 compa-red with 1980. Arch. Dis. Child.,2000. 82(2): pp. 107-1127. L'Europe, C.d., ed. Eurofit - TestEuropéen d'Aptitude Physique.Deuxième Edition ed. 1993, Conseilde L'Europe: Strasbourg.8. Malina, R.M. and P.T. Katz-marzyk, Validity of the body massindex as an indicator of the riskand presence of overweight inadolescents. Am J Clin Nutr, 1999.70(1): pp. 131S-136.9. Prista, A., et al., Anthropometricindicators of nutritional status: im-plications for fitness, activity, andhealth in school-age children andadolescents from Maputo, Mozam-bique. Am J Clin Nutr, 2003. 77(4):pp. 952-959.

10. Shephard, R.J. and A. Vuillemin,Limits to the measurement of ha-bitual physical activity by question-naires * Commentary. Br J SportsMed, 2003. 37(3): pp. 197-206.

11. Suni J.H. , P.O., S.I Miilunpalo,M.E. Pasanen, I.M. Vuori, K, Bos,Health-related fitness test batteryfor middle-aged adults: Associationswith Physical Activity Patterns, inInternational Journal of SportsMedicine. 1999. pp. 183-191.

12. Tanner, J. and R. Whitehouse,Clinical longitudinal standards forheight, weight, height velocity, weightvelocity, and stages of puberty.Arch. Dis. Child., 1976. 51(3): pp.170-179.

13. van Heuvelen, M.J.G., MartinStevens, and Gertrudis I.J.M. Kem-pen, Differences in Physical-FitnessTest Scores Between Actively andPassively Recruited Older Adults:Consequences for Norm-BasedClassification. Journal of Agingand Physical Activity, 2002. 10(2):pp. 143-159.

14. Yao, M., et al., Field Methodsfor Body Composition AssessmentAre Valid in Healthy Chinese Adults.J. Nutr., 2002. 132(2): pp. 310-317.

FFIIGGUURRAA55 Comparação de “Força Superior 2Kg”.

Freq

uenc

y

60

50

40

30

20

10

04,002,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 5,00

FFoorrççaa SSuuppeerriioorr 22KKggss

MMeeiioo RRuurraall

Std. Dev= 2,23Mean= 6,7125

Freq

uenc

y

500

400

300

200

100

010,00 15,00 20,00

FFoorrççaa SSuuppeerriioorr 22KKggss

UUrrbbaannoo

Std. Dev= 2,031Mean= 5,4493

N= 2,902

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 81

gest

ão,o

rgan

izaç

ão e

fac

tore

s so

ciai

s da

act

ivid

ade

físi

ca e

des

port

o

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 82

RREESSUUMMOOFFuunnddaammeennttaaççããoo:: o ser humano vive embusca de superação em todos osníveis, seja profissional, emocionalou em suas relações interpessoais.No meio esportivo essa busca setorna mais visível, pois centésimos desegundos podem fazer a diferençaentre o pódio e o fracasso. A mídia atodo instante anuncia um novo casode doping positivo nas mais variadasmodalidades esportivas. OObbjjeettiivvoo:: veri-ficação dos processos julgados peloSuperior Tribunal de Justiça Despor-tiva - STJD do Atletismo brasileiroentre os anos de 2003 e 2006, a luzda Declaração Universal dos DireitosHumanos, dos princípios constitucio-nais constantes na carta magnabrasileira de 1988 e o princípio doinquisitório, ou da common law pre-sente nos processos perante a justiçadesportiva e pregados pela AgenciaInternacional de Combate ao Doping(WADA). MMaatteerriiaaiiss ee MMééttooddooss:: foramanalisados 18 processos pelo uso desubstância proibida, entre os anosde 2003 a 2006 junto a JustiçaDesportiva do Atletismo, de atletas dosexo masculino e feminino. RReessuullttaaddooss::

dos 18 processos analisados somen-te 3 foram absolvidos pelo STJD, noentanto, destes 3, dois cumpriramsuspensão por dois anos, tendo emvista que WADA, não satisfeita comos resultados, solicitou que a Fede-ração Internacional (IAAF) fizesseuma análise dos casos, encaminhando--os a Corte Arbitral do Esporte (CAS).Conclusão: a regra da responsabi-lidade objetiva confronta com nossosprincípios constitucionais e com adeclaração universal dos direitos hu-

manos, levando atletas a responderempor ato ilícito para o qual não restoudevidamente comprovada sua culpa.

AABBSSTTRRAACCTTBBaacckk GGrroouunndd:: the human lives in searchof overrun at all levels, whether pro-fessional, emotional or in their inter-personal relationships. In the middleof sports this search becomes morevisible, because hundredths of se-conds can make the differencebetween the podium and the failure.Journals at any moment announcesa new case of a positive doping inseveral sports. OObbjjeeccttiivvee:: analyse theprocesses judged for doping in theSTJD of the Brazilian athletism andverify if the pronounced sentencesare in accordance with the BrazilianConstitution and with the UniversalDeclaration of the Human Rights.MMaatteerriiaallss aanndd MMeetthhooddss:: 18 cases werereviewed by the use of prohibitedsubstance, between the years 2003to 2006 by the STJD of Athletism.RReessuullttss:: of the 18 cases examinedonly 3 were acquitted by the STJD,however, these three, two have metsuspension for two years, in orderthat WADA, not satisfied with theresults asked the International Fe-deration (IAAF) to analyze them, andafter guided them to the Court ofArbitration Sports (CAS). CCoonncclluussiioonn::

the rule of objective responsibility arenot in accordance with the BrazilianConstitution and with the UniversalDeclaration of the Human Rights,leading athletes to respond irrespec-tive proven their guilt.

PPRRIINNCCÍÍPPIIOO DDAA RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEE OOBBJJEETTIIVVAA VVIIGGEENNTTEE NNAASS NNOORRMMAASS AANNTTIIDDOOPPIINNGG EE OOSS DDIIRREEIITTOOSS HHUUMMAANNOOSS DDOOSS AATTLLEETTAASS::

UUMMAA AABBOORRDDAAGGEEMM CCRRÍÍTTIICCAA

TTHHEE SSTTRRIICCTT LLIIAABBIILLIITTYY PPRRIINNCCIIPPLLEE IINN AANNTTIIDDOOPPIINNGG RRUULLEESS AANNDD TTHHEE HHUUMMAANN RRIIGGHHTTSS OOFF AATTHHLLEETTEESS:: AANN AAPPPPRROOAACCHH CCRRIITTIICCAALL

AUTORESRenata da Cruz Cunha1

Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes1

Giovanni da Silva Novaes2

Maria Irany Knackfuss1

Hênio Ferreira de Miranda1

Francisco Ivo Dantas Cavalcanti1

1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil

2 Universidade de Trás os Montes e Alto Douro

PPRRIINNCCÍÍPPIIOO DDAA RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEEOOBBJJEETTIIVVAA VVIIGGEENNTTEE NNAASS NNOORRMMAASSAANNTTIIDDOOPPIINNGG EE OOSS DDIIRREEIITTOOSSHHUUMMAANNOOSS DDOOSS AATTLLEETTAASS:: UUMMAA AABBOORRDDAAGGEEMM CCRRÍÍTTIICCAA44((11)):: 8833--8877

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEdoping; responsabilidade objetiva; direitos humanos.

KKEEYYWWOORRDDSSdoping; strict liability; human rights.

data de submissãoSSeetteemmbbrroo 22000077

data de aceitaçãoDDeezzeemmbbrroo 22000077

técnico

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 83

investigação técnico original opinião revisão84||85||

INTRODUÇÃO

O Atletismo é chamado de esporte--base, porque para sua prática sãorealizados movimentos naturais doser humano, como: correr, saltar,lançar. Hoje, este é definido comoum esporte com provas de pista(corridas), de campo (saltos e lan-çamentos), provas combinadas,como decatlo e heptatlo (que reú-nem provas de pista e de campo), opedestrianismo (corridas de rua,como a maratona), corridas emcampo (cross country), corridasem montanha, e marcha atlética.Nos esportes de alto rendimento,principalmente nos individuais, abusca por soluções milagrosas quelevem a melhora da performance,muitas vezes leva o atleta ao usode substâncias proibidas1. A esteuso chamamos de doping ou dopa-gem. Para a Agência Mundial deCombate ao Doping (WADA) criadano ano de 1999 e ligada ao ComitêOlímpico Internacional (COI) define--se doping ou dopagem como aVerificação, de uma ou mais viola-ções das normas antidopagem indi-cadas nos artigos 2.1 a 2.8 do Có-digo Mundial Anti-Doping (CDMA).9,15

Este código, adotado por grandeparte das federações internacionais,entre elas pela IAAF adotou comobase normativa o princípio daresponsabilidade estrita objetiva,ou “strict liability principle” prove-niente da “common law”, onde oatleta é responsável por tudo o quese encontrar em seu organismo,não importando a forma como sedeu a entrada da droga. Assimsendo, sua responsabilidade inde-pende de culpa, negiligência, impru-dência, imperícia ou dolo.9,10,12,13

Ao analisar os casos punidos peloSTJD do atletismo entre os anosde 2003 a 2006 percebesse quetal princípio é utilizado, muito em-bora em discordância com o princí-pio da presunção de inocência cons-tantes na Constituição da República

Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) e na Declaração Universal dosDireitos Humanos de 1948 da qualo Brasil também é signatário.

METODOLOGIA

Esta Pesquisa assumiu um caráterdescritivo do tipo documental ondeforam analisados 18 processos pelouso de substância proibida, entreos anos de 2003 a 2006 junto aJustiça Desportiva do Atletismo, de atletas do sexo masculino efeminino que tiveram participaçãoconstante em eventos nacionais einternacionais. O instrumento utili-zado para obtenção dos dados foi atécnica da observação dos docu-mentos arquivados junto a Confede-ração Brasileira de Atletismo (CBAt).Segundo as normas adotadas pelaConfederação de Atletismo que segueas normas adotadas internacional-mente pela WADA são consideradasviolações das normas antidopagem:a presença de uma substância proi-bida, dos seus metabólitos ou marca-dores; a utilização ou tentativa deuma substância proibida ou de ummétodo proibido; a recusa ou faltasem justificação válida ao exame de controle, após notificação; a dis-ponibilidade do praticante nos con-troles fora de competição; a falsifi-cação ou tentativa de falsificaçãode qualquer componente integrantedo controle de dopagem; a possede substâncias e métodos proibidos;o tráfico de qualquer substância oumétodo proibido e a administraçãoou tentativa de administração de umasubstância proibida ou método proi-bido a qualquer praticante.2,6,8,9,10,14,15

A punição aplicada pelo STJD doAtletismo também segue as normasinternacionais e correspondem ano mínimo 2 anos de suspensão ebanimento do esporte em caso de reincidência.8

RESULTADOS

A tabela 1 apresenta o resultadodos 18 processos analisados. Pelaanálise percebesse que somente03 dos 18 processos analisadosconseguiram uma sentença favo-rável ao atleta. Um por que nãofora realizado o teste de dopagem,mas tão somente encontrada subs-tância proibida em seu alojamento. De acordo com a decisão proferidapelo STJD não foram seguidoscorretamente os procedimentosinternacionais e finalmente, o últi-mo em que todas as provas dosautos levaram a crer que a atletanão concorreu para que a subs-tância fosse encontrada em seuorganismo. Mas, urge ponderarque mesmo tendo sido estes 2últimos absolvidos pela justiçadesportiva brasileira, receberampunição, sendo certo que o primeirorealizou acordo junto a confede-ração e ficou 2 anos inelegível a fimde não ser encaminhado ao cortearbitral do esporte ela IAAF e aúltima recebeu punição junto a estetribunal internacional e não podecompetir por dois anos, mesmotendo sido flagrada pelo exameantidoping em uma competiçãonacional.Em todos os demais processosprevaleceu o princípio da responsa-bilidade objetiva.

DISCUSSÃO

Assim sendo, torna-se mister fazeruma diferenciação entre estes doistipos de responsabilidade: a subje-tiva e a objetiva, proveniente dacommon law.

O princípio da responsabilidadesubjetiva está baseado na culpa doagente, ou seja, o agente só seráresponsabilizado se agiu com doloou com culpa, sem estes elementos

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 84

t

não há o que se falar em respon-sabilidade. Ao passo que para aresponsabilidade objetiva não existea indagação de culpa, ou seja, oagente responderá independentedesta, sendo certo que esta decorretão somente quando existe previsãolegal.3,9,10,11,16

Ocorre que as normas de controleantidoping adotadas pela IAAF(International Association of Athle-tics Federations), bem como pelaCBAt (Confederação Brasileira deAtletismo) seguem a risca asorientações da WADA (World Anti-Doping Agency) que prevê a res-ponsabilidade objetiva do atletaflagrado com substância proibida.No entanto, cumpre ponderar quetal regra afronta indubitavelmente,não só nossa Constituição Federalde 1988, mas também a Declara-ção Universal dos Direitos Humanosdatada de 10/12/1948, tendo emvista que não respeita o princípioda presunção de inocência quedeve ser aplicado a todo e qualquerindivíduo que esteja sendo acusadode ato ilícito.

Segundo a Declaração Universaldos direitos humanos, em seu arti-go 11-1, Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-seinocente até que a sua culpabili-dade fique legalmente provada nodecurso de um processo públicoem que todas as garantias neces-sárias de defesa lhe sejam asse-guradas.7,12,13,15

Para a Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil /1988, art. 5,Inciso LVII, também vige o princípiode presunção de inocência do acu-sado: “Ninguém será consideradoculpado até o transito em julgadode sentença condenatória”.4

Desta forma, percebesse que oprincípio da responsabilidade objetivavigente nas normas antidoping ferenão só nossa constituição, mas

também a Declaração Universaldos Direitos Humanos, pois atribuiresponsabilidade a um agente, inde-pendentemente de que se comproveque o mesmo tenha agido com doloou culpa para com o caso concreto.

Como pode um atleta sofrer sançõestão graves, que podem até mesmovir a colocar um fim em sua car-reira, mesmo comprovando quenão deu causa para que tal fatoocorresse? Como dizer que lhe foraconferido o direito a ampla defesa e ao contraditório se ao final doprocesso o mesmo responderámesmo comprovando que não agiucom dolo ou culpa? No mínimoinconstitucional tal penalidade.

Após a verificação dos 18 processosjulgados perante a Justiça Des-portiva do Atletismo entre os anosde 2003 e 2006 é nítido que aregra da responsabilidade objetivaconfronta com nossos princípiosconstitucionais e com a declaraçãouniversal dos direitos humanos,levando atletas a responderem porato ilícito para o qual não restoudevidamente comprovada sua culpa.

O fato de haver a possibilidade deoferecer defesa perante a justiçadesportiva não caracteriza que asregras constitucionais do contradi-tório e da ampla defesa estejamsendo cumpridas, pois apesar dehaver provas constantes nos autosde que a ingesta de substânciaproibida se deu por motivos alheiosa vontade do atleta este responderá,pois é o único responsável por tudoo que é encontrado em seus fluídoscorporais.

Desta forma, percebesse que talordenamento encontrasse em disso-nância tanto com o diploma consti-tucional quanto com a DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos,afinal não pode uma regra comumser superior aos institutos supracitados.

Por fim, urge ponderar que não seestá aqui fazendo uma apologia aouso de substâncias dopantes, mui-tos menos, se tentando isentar de responsabilidade atletas quecomprovadamente tenham se validodesses recursos para obter vanta-gens sobre os demais atletas, mastão somente levar a atenção dosque militam na área desportiva outão somente tenham prazer emacompanhar um evento desportivosobre a situação de atletas quetenham sido flagrados pelo exameantidoping, mas que não tenhamdado causa ao ilícito.

Afinal espera-se que uma compe-tição seja pautada em ideais deigualdade de condições, onde umatleta somente ganhe quando ob-tiver de forma leal as condições queo levaram ao pódio.

CORRESPONDÊNCIA

Renata da Cruz Cunha

Estrada do Rio Morto 197 bloco 07 casa 102 - Vargem Grande- Rio de Janeiro / RJ - Brasil

Email:[email protected]

Tel.: 55-021-2428359755-021- 8190282255-021-78274548

RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto

03

15

PPrroocceessssooss

Absolvição

Suspensão

SSeenntteennççaa(STJD)

02

IInntteerrvveennççããooddaa IIAAAAFF

TTAABBEELLAA11Processos julgados por doping perante

o STJD do Atletismo - 2003/2006.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 85

investigação técnico original opinião revisão86||87||

REFERÊNCIAS

1. Alkmim, RMN. (2004) Esporte eDrogas - Atletismo. Rev RunningBR; 1:3-6.

2. Burns, CN. (2006) Doping insports. New York: Nova SciencePublishers.

3. Cavalieri Filho, S. (2003) Pro-grama de Responsabilidade Civil.São Paulo: Editora Malheiros. Vol 1.

4. CRFB/88 (2007) Constituiçãoda República Federativa do Brasil.São Paulo: Editora Revista dosTribunais.

5. Giulianotti R. (2004) HumanRights, Globalization and Sentimen-tal Education: The Case of Sport.Sport in Society. 7:355-369.

6. Hoberman JM, Møller V. (2004)Doping and public policy. OdensePortland, OR: University Press ofSouthern Denmark ; Distribution inthe United States and Canada: Inter-national Specialized Book Services.

7. Houlihan, B. (2004) Civil Rights,Doping Control and the WorldAnti-doping Code. Sport in Society.7:420-437.

8. Machado RAEA. (2007) Cursode Direito Desportivo Sistêmico.São Paulo: Editora Quartier Latin.1:574.

9. Puga, A. (2004) Dopagem: Pro-cedimentos Especiais e Penalidades.In Código Brasileiro de Justiça Des-portiva. Comentários e Legislação.Ministério do Esporte.

10. Puga, A. (2004) Código MundialAntidoping: Ética e Fair Play noEsporte Olímpico. efdeportes, 10.

11. Silva ML, Katia ER (2003) Su-peração no Esporte: Limites Indi-viduais ou Sociais? Rev Port CiêncDesp. 3:69-76.

12. Soek J. (2006a) The StrictLiability Principle and the HumanRights of Athletes in Doping Cases.Cambridge: Cambridge UniversityPress.

13. Soek J. (2006b) The StrictLiability Principle and the HumanRights of the Athlete in DopingCases. Rotterdam: Thesis ErasmusUniversity Rotterdam.

14. Tavares O (2007) Notas ParaUma Análise da Produção em Ciên-cias Sociais Sobre Doping no Es-porte. Esporte e Sociedade RevistaDigital. 2(4).

15. World Anti-Doping Agency(2002). Annual Report. Montreal:Anthony Philbin Design.

16. Yonamine M, Garcia PR et al.(2004) Non-intentional doping insports. Sport Med. 34(11):697-704.

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 86

0011 TTiippooss ddee ppuubblliiccaaççããoo

A Motricidade publica trabalhos relativos a todas as áreasdas Ciências do Desporto e Ciências da Saúde relaciona-dos com a actividade física, desporto, bem-estar físico epsíquico, welness e fitness. São aceites os seguintes for-matos para publicação: Artigo de Investigação, Artigo deRevisão, Estudo de Caso, Artigo Técnico e Artigo deOpinião. Para publicação de estudos de caso, a metodolo-gia seguida deverá ser rigorosa e expressa no manuscrito.

0022 PPrreeppaarraaççããoo ee eennvviioo ddooss mmaannuussccrriittooss

Os artigos submetidos à Motricidade deverão conterdados originais, teóricos ou experimentais, e a parte sub-stancial do trabalho não deverá ter sido publicada anteri-ormente. Se parte do trabalho foi já publicado ou apresen-tada publicamente deverá ser feita referência a esse factona secção de Agradecimento. Os artigos serão, numaprimeira fase, avaliados pelo Editor - chefe e terão comocritérios iniciais de aceitação o cumprimento das normasde publicação, a relação do tópico tratado com as Ciênciasdo Desporto e Ciências da Saúde e o seu mérito científico.Depois desta análise, o artigo, se for considerado perti-nente, será avaliado por dois revisores independentes esob a forma de análise "duplamente cega". A aceitação domesmo por parte de um revisor e a rejeição por parte deoutro obrigará a uma terceira consulta. Concluído oprocesso de revisão, o autor principal será informado doresultado do processo. Três resultados são possíveis:aceitação, aceitação com alterações e rejeição.

Os artigos deverão ser tão objectivos quanto possível e evi-tar o uso da especulação. Os artigos serão rejeitados

quando escritos em português de fraca qualidade linguís-tica. O formato digital será obrigatoriamente em MicrosoftWord do Windows XP. Os manuscritos deverão serescritos em página A4 com 3 cm de margem, em letraArial 12, com espaço de 1,5 linhas e com formatação jus-tificada sem avanços ou espaçamentos de parágrafos.Não deverá ser usada letra maiúscula e as secções devemser realçadas a negrito (bold). Tanto o texto quanto osquadros e figuras deverão ser a preto e branco. As pági-nas deverão ser numeradas sequencialmente, sendo apágina de título a nº1. Os manuscritos não deverão con-ter notas de rodapé. Os Manuscritos deverão ser sub-metidos em suporte digital no formato acima descrito viacorreio electrónico. Para todos os tipos de publicaçãoaplicar-se-ão estas regras de preparação e envio dos man-uscritos. A submissão deve ser acompanhada por umadeclaração que indique que caso o trabalho seja aceitepara publicação, os autores do mesmo cedem os direitosde autor à Motricidade. Esta declaração deve igualmenteatestar que o artigo nunca foi previamente publicado.

0033 NNoorrmmaass ddee ppuubblliiccaaççããoo ppaarraa aarrttiiggooss ddee iinnvveessttiiggaaççããoo ee eessttuuddooss ddee ccaassoo

Os manuscritos deverão obrigatoriamente conter asseguintes secções.

|Página de título, contendo:- Indicação do tipo de publicação;

- Título (conciso mas suficientemente informativo);

- Título abreviado (limite de quarenta e cinco caracteres);

- Nomes dos autores por extenso (nome próprio e até doissobrenomes) sem referência a graus académicos;

NORMAS paraPPUUBBLLIICCAAÇÇÃÃOO DDEE TTRRAABBAALLHHOOSS

Níndice

01 Tipos de publicação

02 Preparação e envio dos manuscritos

03 Normas de publicação para artigos de investigação e estudos de caso

04 Normas de publicação para artigosde revisão e artigos técnicos

05 Normas de publicação para artigos de opinião

06 Endereços

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 87

normas88||89||

- Filiação académica ou profissional dos autores (institui-ção de trabalho);

- Nome e morada do autor para onde toda a correspon-dência deverá ser enviada.

|Página de resumo, contendo:- Dois resumos: um em Português e um em Inglês (Abs-tract), ambos com um limite de 200 palavras;

- Três a seis palavras-chave (Key words no caso do Abstract);

- No resumo e abstract, indicar os objectivos do estudo, ametodologia usada, os resultados mais importantes e asconclusões do trabalho (referências da literatura e abre-viaturas devem ser evitadas);

- Antes do abstract deverá ser indicado o título do trabalhoem Inglês.

|Introdução:- Deverá ser suficientemente compreensível, explicitandoclaramente o objectivo do trabalho e relevando a importân-cia do estudo face ao estado actual do conhecimento;

- A revisão da literatura não deverá ser exaustiva (acon-selha-se um limite de trinta referências para artigos deinvestigação e estudos de caso).

|Metodologia:- Esta secção deverá ser dividida em três subsecções:Amostra, Procedimentos e Estatística;

- Nesta secção deverá ser incluída toda a informação quepermite aos leitores realizarem um trabalho com amesma metodologia sem contactarem os autores;

- Os métodos deverão ser ajustados ao objectivo do estudo;deverão ser replicáveis e com elevado grau de fiabilidade;

- Quando utilizados humanos deverá ser indicado que osprocedimentos utilizados respeitam as normas interna-cionais de experimentação com humanos (Declaração deHelsínquia de 1975) ou que os mesmos foram aprovadospor um Comité de Ética;

- Quando utilizados animais deverão ser utilizados todos osprincípios éticos de experimentação animal e, se possível,deverão ser submetidos a um Comité de Ética;

- Todas as drogas e químicos utilizados deverão ser desig-nados pelos nomes genéricos, princípios activos e dosagem;

- A confidencialidade dos sujeitos deverá ser estritamentemantida;

- Os métodos estatísticos utilizados deverão ser referidos;

- Fotos de equipamento ou sujeitos deverão ser evitadas.

|Resultados:- Os resultados deverão apenas conter os dados que sejamrelevantes para a discussão e serem apresentados prefe-rencialmente sob a forma de quadros (tabelas) ou figuras;

- O texto só deverá servir para realçar os dados mais rel-evantes e nunca replicar informação contida nos quadros(tabelas) ou figuras;

- Os quadros (tabelas) e figuras deverão ser numeradosem numeração árabe na sequência em que aparecem notexto. Os quadros não podem conter linhas verticais edevem ocupar a largura total do espaço de impressão dapágina;

- O título dos quadros (tabelas) deverá aparecer nocabeçalho dos mesmos e o título das figuras aparecer norodapé das mesmas. As abreviaturas usadas deverão serexplicadas em rodapé (em letra Arial tamanho 10) paraambos os casos;

- Os quadros (tabelas) e figuras deverão ser submetidascom qualidade gráfica que possibilite a redução das suasdimensões e preferencialmente a preto e branco.

- Os quadros (tabelas) e figuras deverão ser colocados nomanuscrito;

- As figuras deverão igualmente ser submetidas emficheiros separados (um ficheiro por figura) em formatoTIF ou JPEG com tamanho máximo de 200kb por ficheiro;

- Unidades, quantidades e fórmulas deverão observar oSistema Internacional (SI);

- Todas as medidas deverão ser referidas em unidadesmétricas.

|Discussão:- Os dados novos e os aspectos mais importantes do estu-do deverão ser indicados de forma clara e concisa e nãodeverão ser repetidos os resultados já apresentados;

- Deverá ser efectuada uma comparação com a literatura.- As especulações não suportadas pelos métodos estatís-ticos deverão ser evitadas;

- Sempre que possível, deverão ser incluídas recomen-dações;

- A discussão deverá ser completada com um parágrafo finalonde são realçadas as principais conclusões do estudo.

|Agradecimentos:- Se o artigo tiver sido parcialmente apresentado publica-mente deverá aqui ser referido o facto. Qualquer apoiofinanceiro ao trabalho deverá igualmente ser referido.

|Referências:- As referências deverão ser citadas no texto por número(índice superior à linha), compiladas alfabeticamente eordenadas numericamente na listagem final. ParaArtigos de Revisão com mais do que trinta referências epara Artigos de Opinião, as referências poderão ser orde-nadas pela sua citação no texto e não por ordem alfabéti-ca. Apenas quando for indispensável será aceite a indi-cação dos autores no texto. Neste caso, nas referênciascom mais do que dois autores será indicado apenas onome do primeiro autor seguido da abreviatura “et al.”;

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 88

- Na lista final de referências usadas todos os autores dev-erão ser indicados;

- Os nomes das revistas deverão ser abreviados conformeas normas internacionais de indexação das mesmas;

- Apenas artigos publicados ou em impressão (in press)poderão ser citados. Dados não publicados deverão serutilizados só em casos excepcionais sendo assinaladoscomo “dados não publicados”;

- A utilização de um número elevado de resumos ou de arti-gos de publicações que não sejam sujeitas a um sistemade revisão científica (peer-reviewed) será uma condiçãode não-aceitação.

|Exemplos de referências:- Artigo de revista

Heugas AM, Brisswalter J, Vallier JM (1997). Effet d’unepériode d’entraînement de trois mois sur le DéficitMaximal en Oxygen chez des sprinters de haut niveau deperformance. Can J Appl Physiol 22:171-181.

- Livro completo

Altman DG (1995). Practical statistics for medicalresearch. London: Chapman and Hall.

- Capítulo de um livro

Hermansen L, Medbø JI (1984). The relative significanceof aerobic and anaerobic processes during maximal exer-cise of short duration. In: Marconett P, Poortmans J,Hermanssen L (Eds). Physiological Chemistry of Trainingand Detraining. Basel: Karger, 56-67.

04 Normas de publicação para artigos de revisão e artigos técnicos

Aplica-se o disposto anteriormente para os outros for-matos de artigo, com excepção da organização porsecções que deverá ser a seguinte:

- Página de Título

- Resumo e Abstract

- Introdução

- Desenvolvimento

- Conclusões

- Agradecimentos

- Referências

Para a página de título, resumo, abstract, introdução,agradecimentos e referências, bem como para a inclusãode quadros e figuras, aplica-se o disposto anteriormente.

|Desenvolvimento- O título desta secção ou de várias subsecções que a com-ponham, deve ser específico para a temática que é apre-sentada e de livre escolha por parte dos autores;

- Nesta secção é apresentada a informação essencial queo artigo permite transmitir. Pode socorrer-se de infor-mação já publicada (obrigatório no caso de artigo derevisão) e apresentar informação própria dos autoresnão publicada (apenas admissível no caso de artigo téc-nico). Aconselha-se um limite de 30 referências para arti-gos de técnicos e de 60 referências para artigos derevisão. Aconselha-se igualmente um mínimo de 30 refer-ências para artigos de revisão. O uso de citações inte-grais deverá ser evitado. Quando usado este tipo decitação, o parágrafo deverá estar tabulado a 3 cm paraa direita e em letra Arial estilo itálico e tamanho 10. Nosartigos técnicos, embora não seja exigida a confirmaçãopelo método científico da informação apresentada, éaconselhável que os autores evitem uma linguagemespeculativa e procurem objectividade na informaçãotransmitida. A informação em texto pode ser completadacom quadros ou figuras (sendo obrigatória a identificaçãoda fonte quando não se tratem de originais). O títulodeste capítulo ou dos vários sub-capítulos que o com-põem, deve ser específico para a temática que é apre-sentada e de livre escolha por parte dos autores.

|Conclusões- Nesta parte os autores devem apresentar uma súmulada informação transmitida, realçando a utilidade práticado trabalho e eventuais recomendações técnicas quederivem da informação que é apresentada.

05 Normas de publicação para artigos de opinião

Os artigos de opinião serão da autoria exclusiva de convi-dados pelos Editores da revista e versarão temáticasassociadas com o Desporto. A sua organização emsecções não é imposta aos autores e a sua avaliação seráfeita pelos directores da revista. Poderão socorrer-se oubasear-se em dados resultantes de investigação formal ouinformal e de referências da literatura (aplicando-se nestecaso as normas anteriormente definidas). Neste formato,não é exigido o Resumo e o Abstract, embora se estimuleos autores à sua apresentação.

06 Endereçoso

|Endereço electrónico para envio de artigos:[email protected]

|Endereço para correspondênciaFTCD - Fundação Técnica e Cientifica do DesportoRevista Motricidade - Av. 5 de Outubro, nº 12 - 1º E6

4520-162 Sta. M.ª Feira - Portugal

Tel: 256 378 690 Fax: 256 378 692

Tlm: 913 086 003

Site: www.motricidade.ftcd.org

RReevviissttaa TTééccnniiccaa ee CCiieennttííffiiccaada Fundação Técnica e Científica do Desporto N

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 89

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 90

OOPPÇÇÕÕEESS DDEE PPAAGGAAMMEENNTTOO

Transferência bancária, mediante o envio do comprovativo de transf. para a conta da FTCD - Revista Motricidade (Fax 351 256 378 692)

NIB: 0035 0306 00052582930 77 (CGD - Portugal)Transferência Internacional por IBAN: PT50 0035 0005 258293077

Cheque (à ordem de FTCD - Fundação Técnica e Científica do Desporto)

Banco ______________________ Nº Cheque ____________________

Conta nº_____________________

Débito directoIdentificação do credor 101575 Nº Autorização ________________

Eu, __________________________________________________________autorizo que por débito da minha conta, abaixo indicada, procedam aopagamento das importâncias que lhes forem apresentadas pela FTCD - Fundação Técnica e Científica do DesportoData (ano/mês/dia) ______/_____/ _____NIB _________________________________________________________Assinatura ___________________________________________________

FFTTCCDD -- FFuunnddaaççããoo TTééccnniiccaa ee CCiieennttííffiiccaa ee ddoo DDeessppoorrttooAv. 5 de Outubro, 12, 1.º E6

4520-162 Santa Maria da Feira

Tel. 256 378 690 |Fax 256 378 692

wwwwww..mmoottrriicciiddaaddee..ffttccdd..oorrgg

Nome/Entidade ______________________________________________ Morada _________________________________________________

Código Postal ________________________ Profissão _________________________ Nº Contrib. __________________________

Contacto telefónico _________________________ E-mail _________________________________________________________________

A Revista Motricidade, especializada em Ciências da Saúde e Desporto, foi considerada a melhor edição científica nacional na sua área,

com artigos exclusivos e de qualidade ímpar.

Pode consultar em: www.motricidade.ftcd.org

Por 60 euros/ano (5 euros/mês) contribui para promover a investigação e ciência que se produz em Portugal, podendo ainda enviar os seus artigos e estudos para

apreciação e posterior publicação. Apelamos por isso a que renove ou faça a sua assinatura

desta prestigiada publicação trimestral.

Envie esta ficha por fax para 256 378 692ou faça inscrição on-line em www.motricidade.ftcd.org

FICHA deAASSSSIINNAATTUURRAA ficha

SSUUBBSSCCRRIIÇÇÕÕEESS QQUUEE PPRREETTEENNDDEE RREEAALLIIZZAARR

ano ______ volume ______ número(s) ______

VVAALLOORR DDEE SSUUBBSSCCRRIIÇÇÃÃOO((ccaaddaa ssuubbssccrriiççããoo == 44 eeddiiççõõeess aannuuaaiiss ddaa rreevviissttaa))

22000055 4 números 1 número

35 euros10 euros

normal

est./inv.5 euros5 euros

22000066 4 números 1 número

40 euros20 euros

10 euros5 euros

22000077 4 números 1 número

40 euros30 euros

normal

est./inv.12,5 euros

7 euros

22000088 4 números 1 número

60 euros40 euros

15 euros8 euros

22000088++22000077++22000066++22000055**

160 euros90 euros

22000077++22000066++22000055**

100 euros50 euros

22000066++22000055**

50 euros25 euros

normal

est./inv.

CCOOLLEECCÇÇÕÕEESS DDEE SSUUBBSSCCRRIIÇÇÃÃOO (valor)

**em função do stock disponível

Deverá telefonar para confirmação nos 256 378 690 ou 913 086 003

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 91

aa nnoovvaa

FFTTCCDD -- FFuunnddaaççããoo TTééccnniiccaa ee CCiieennttííffiiccaa ee ddoo DDeessppoorrttooAv. 5 de Outubro, 12, 1.º E6

4520-162 Santa Maria da Feira

Tel. 256 378 690 |Fax 256 378 692

wwwwww..mmoottrriicciiddaaddee..ffttccdd..oorrgg

FICHA deAASSSSIINNAATTUURRAA ficha

oo RRIIGGOORRaa OORRIIGGIINNAALLIIDDAADDEEaa EEXXCCLLUUSSIIVVIIDDAADDEE ee aa AACCTTUUAALLIIDDAADDEE

DDEE SSEEMMPPRREE !!

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 92