saúde - 25 de março de 2012

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Sa úde Caderno E e bem- estar [email protected] MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012 (92) 3090-1017 Saúde e bem-estar E5 Aleam reúne para discutir HPV Eles também têm Exames feitos e andro- pausa diagnosticada, os médicos sugerem começar o tratamento. “Em algumas universidades dos Estados Unidos já se orienta a re- por hormônios em homens com sintomas típicos e com níveis de hormônio dentro da faixa normal, mas muito próximo do limite inferior aceitável para esse hor- mônio. O tratamento com hormônios é longo, geral- mente por toda a vida”, ressalta o urologista. A reposição pode ser fei- ta por meio da colocação de um adesivo sobre a pele com gel de testosterona a 1%, ou por meio de inje- ção muscular, como afirma Samad. Porém, o paciente deve ter atenção com esse tratamento, já que há um risco de fa- zer reposição hormonal em pessoas com níveis normais de testostero- na, especial- mente para a próstata, fígado, colesterol e ap- neia do sono. “Já está mais do que comprovado que ta- xas de hormônios elevadas não au- mentam as funções desse hormônio. Por- tanto, não adianta tomar hormônios a mais! Não pen- se que com muito hormônio você se tornará o “super- homem”, alerta. *nome trocado O tratamento ideal CAMILA HENRIQUES Equipe EM TEMPO A partir dos 40 anos é recomendável que os homens comecem a fazer os exames que identificam a chegada da andropausa para evitar o agravamento dos sintomas menopausa! “Em algumas universidades dos Estados Unidos já se orienta a repor hormônios em homens com sintomas típicos Anoar Samad, urologista M uito se fala em menopausa, mas o sexo masculi- no também sofre com os efeitos causados pela chegada de uma fase bem parecida: a andropausa. Ape- sar da comparação natural entre os dois fenômenos, há uma diferença significativa, já que o homem não possui uma época definida para que a interrupção da produção de hormônios aconteça. De acordo com o urologista Anoar Samad, essa “diminui- ção hormonal” (de 1% ao ano) é o que caracteriza o que mui- tos chamam de menopausa masculina. Entre os sintomas dessa fase, se destaca a dimi- nuição da libido, além de alte- rações no humor, diminuição da força e massa muscular, cansaço, alterações na dis- tribuição da gordura corpórea com acúmulo no abdome e alterações no sono. “Todos esses sintomas acima podem decorrer de várias outras si- tuações tais como depressão, estresse, falta de atividade sexual por falta de parceira, vida sedentária, medicações e outras doenças associadas. Por isso, os sintomas que o homem possa apresentar não são suficientes para jus- tificar a reposição hormonal ou dizer que ele está na “andropausa”, devendo ha- ver, sempre, a confirmação laboratorial da queda da tes- tosterona”, explica. Mesmo não havendo uma idade específica para esses sinais aparecerem, o homem que chega aos 40 anos deve começar a monitorar a saúde de forma mais intensa – e isso significa, entre outras coisas, verificar se a andro- pausa chegou. O processo de identificação desse fenôme- no é relativamente simples, com exames de sangue rea- lizados em qualquer labora- tório bem equipado. André*, 54 anos, empresário, conta que relutou muito antes de procurar um médico para tratar problemas que atribuía ao estresse. Segundo ele, após os 50 anos, era constante o cansaço físico e a falta de disposição para o sexo, além de muita irritação e dificul- dade de concentração no trabalho. “Por uma questão, que hoje entendo como pre- conceito, relutei em aceitar a hipótese de ser menopau- sa masculina e só depois que conversei com o meu médico foi que aceitei fazer o exame de dosagem hormonal, que comprovou que havia uma queda de testosterona e que eu pre- cisava fazer o tratamen- to. Hoje sou um homem renovado”, garante. A maioria dos homens reluta em procurar um médico quando começa a sentir os sintomas da andropausa DIVULGAÇÃO/STCK

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Caderno de saúde e bem-estar do jornal Amazonas EM TEMPO www.emtempo.com.br

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SaúdeCa

dern

o E

e [email protected], DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012 (92) 3090-1017

Saúde e bem-estar E5

Aleam reúne para discutir HPV

Eles também têm

Exames feitos e andro-pausa diagnosticada, os médicos sugerem começar o tratamento. “Em algumas universidades dos Estados Unidos já se orienta a re-por hormônios em homens com sintomas típicos e com níveis de hormônio dentro da faixa normal, mas muito próximo do limite inferior aceitável para esse hor-mônio. O tratamento com hormônios é longo, geral-mente por toda a vida”, ressalta o urologista.

A reposição pode ser fei-ta por meio da colocação de um adesivo sobre a pele com gel de testosterona a 1%, ou por meio de inje-ção muscular, como afi rma Samad. Porém, o paciente deve ter atenção com esse tratamento, já que há um

risco de fa-zer reposição hormonal em pessoas com níveis normais de testostero-na, especial-mente para a próstata, fígado, colesterol e ap-neia do sono. “Já está mais do que comprovado que ta-xas de hormônios elevadas não au-mentam as funções desse hormônio. Por-tanto, não adianta tomar hormônios a mais! Não pen-se que com muito hormônio você se tornará o “super-homem”, alerta.

*nome trocado

O tratamento ideal

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

A partir dos 40 anos é recomendável que os homens comecem a fazer os exames que identifi cam a chegada da andropausa para evitar o agravamento dos sintomas

menopausa!Eles também têm

risco de fa-zer reposição hormonal em pessoas com níveis normais de testostero-na, especial-mente para a próstata, fígado, colesterol e ap-neia do sono. “Já está mais do que comprovado que ta-xas de hormônios elevadas não au-mentam as funções desse hormônio. Por-tanto, não adianta tomar hormônios a mais! Não pen-se que com muito hormônio você se tornará o “super-homem”, alerta.

*nome trocado

A partir dos 40 anos é recomendável que os homens comecem a fazer os exames que identifi cam a chegada da andropausa para evitar o agravamento dos sintomas

menopausa!“Em algumas

universidades dos Estados Unidos já se orienta a

repor hormônios em homens com sintomas típicos

Anoar Samad, urologista

Muito se fala em menopausa, mas o sexo masculi-no também sofre

com os efeitos causados pela chegada de uma fase bem parecida: a andropausa. Ape-sar da comparação natural entre os dois fenômenos, há uma diferença signifi cativa, já que o homem não possui uma época defi nida para que a interrupção da produção de hormônios aconteça.

De acordo com o urologista Anoar Samad, essa “diminui-ção hormonal” (de 1% ao ano) é o que caracteriza o que mui-tos chamam de menopausa masculina. Entre os sintomas dessa fase, se destaca a dimi-nuição da libido, além de alte-rações no humor, diminuição da força e massa muscular, cansaço, alterações na dis-tribuição da gordura corpórea com acúmulo no abdome e alterações no sono. “Todos esses sintomas acima podem decorrer de várias outras si-tuações tais como depressão, estresse, falta de atividade sexual por falta de parceira, vida sedentária, medicações e outras doenças associadas. Por isso, os sintomas que o homem possa apresentar não são sufi cientes para jus-tifi car a reposição hormonal ou dizer que ele está na “andropausa”, devendo ha-ver, sempre, a confi rmação laboratorial da queda da tes-tosterona”, explica.

Mesmo não havendo uma

idade específi ca para esses sinais aparecerem, o homem que chega aos 40 anos deve começar a monitorar a saúde de forma mais intensa – e isso signifi ca, entre outras coisas, verifi car se a andro-pausa chegou. O processo de identifi cação desse fenôme-no é relativamente simples, com exames de sangue rea-lizados em qualquer labora-tório bem equipado.

André*, 54 anos, empresário, conta que relutou muito antes de procurar um médico para tratar problemas que atribuía ao estresse. Segundo ele, após os 50 anos, era constante o cansaço físico e a falta de disposição para o sexo, além de muita irritação e difi cul-dade de concentração no trabalho. “Por uma questão, que hoje entendo como pre-conceito, relutei em aceitar a hipótese de ser menopau-sa masculina e só depois que conversei com o meu médico foi que aceitei fazer o exame de dosagem hormonal, que comprovou que havia uma queda de testosterona e que eu pre-cisava fazer o tratamen-to. Hoje sou um homem renovado” , garante.

A maioria dos homens reluta em procurar um médico quando começa a sentir os sintomas da andropausa

DIVULGAÇÃO/STCK

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MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012E2 Saúde e bem-estar

Maravilhosa máquina, o pé humano é uma complexa ma-ravilha capaz de coisa que ne-nhuma outra máquina até hoje inventada jamais conseguiu re-alizar. Todo mundo sabe onde o calo aperta. Mas os pés, de modo geral, costumam ser uma parte do corpo negligenciada pelas pessoas em sua agenda de cuidados com a saúde.

Calos, calosidades, bolhas, unhas encravadas, joanetes, verrugas, torceduras, micoses, estes são apenas alguns dos aproximadamente 50 males que acometem o pé humano.

As necessidades básicas do pé são relativamente simples: boa higiene e sapatos adequados. Os pés sustentam todo o corpo, e por isso devem merecer atenção médica já nos primeiros anos de vida da criança. Precisam ser avaliados com muita atenção, inclusive a medição da pressão arterial no local, porque eles po-dem emitir sinais de que está ocorrendo algo errado em nos-so sistema circulatório. Inchaços, tons pálidos ou, ao contrário, ar-roxeados, são outros indícios nos

pés que devem levar a pessoa a procurar um profi ssional médico, sem falar nas varizes, tormento de quem trabalha de pé.

Nunca é demais lembrar aos diabéticos, que o pé é um ponto fraco, notadamente nos que não controlam adequadamente sua doença. Complicações vascu-lares e neuropáticas nos pés, representados por úlceras que podem evoluir até para a gan-grena, com a necessidade de amputação. Portanto, cuidados com os pés são parte funda-mental do tratamento. É hora de se cuidar. E isso significa estar com eles esteticamente bonitos, com unhas bem apa-radas e lixadas, nunca encra-vadas, sempre saudáveis. Isto quer dizer sem qualquer tipo de frieiras, micoses ou colora-ções estranhas. Calos devem estar sempre sobre controle. É o básico!

Observem alguns procedimen-tos que você pode adotar no seu dia a dia que poderão trazer grandes benefícios: ao acordar, inclua os pés na hora de se es-preguiçar, dobre os dedos, faça

movimentos giratórios, movi-mento o tornozelo para cima e para baixo, levante as pernas. Esses procedimentos não só permitem maior descanso para os pés como fazem com que a circulação venosa, de retorno, alivie a tensão acumulada.

Outro alerta é sobre as unhas que precisam ser tão bem corta-das como as das mãos. Na ver-dade elas exigem até maiores cuidados, pois são mais grossas. É necessário que elas sejam cor-tadas com frequência e cuidado para não ficarem longas em demasia e baterem na ponta do sapato ou do tênis, provocando ferimentos. Todo traumatismo numa unha dos pés pode ser um ponto de infecção.

Seguidas as regras básicas você estará não só cuidando dos seus pés como também evi-tando problemas futuros e com consequências mais sérias. Os pés não podem ser esquecidos por ficarem a maior parte do tempo escondidos pelas meias, sapatos ou tênis. Eles merecem a mesma atenção de qualquer outro órgão.

A saúde dos pés

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Humberto Figliuolo

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

EditoraVera [email protected]

RepórteresAlita MenezesCamila Henriques

DiagramaçãoMarcelo Robert

RevisãoAntônio Fonseca Almir Pessoa

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

A má fama do amendoim não procede, já que o alimento é, segundo pesquisas, um protetor do coração. Isso por-que contém nutrientes para diminuir o colesterol LDL e manter as artérias sempre saudáveis, afastando o risco de doenças cardiovasculares. É o caso dos fi toesteróis, substâncias que competem com o LDL na hora em que ele gruda em células para ser assimilado. Outro defensor do peito encontrado no amendoim é o resveratrol. Por ser um poderoso antioxidante, ele age impedindo que o colesterol LDL forme placas enrijecidas nas artérias, a gênese da aterosclerose, um entupimento generaliza-do que abre caminho para a ocorrência de um infarto. Outro trunfo pouco estudado é a presença da arginina, um aminoácido que, dentro do corpo, se transforma em óxido nítrico. Ele relaxa as artérias, o que aumenta o fl uxo sanguíneo e diminui a pressão arterial.

Amendoim reduz a pressão e previne infarto

Você já deve ter ouvido falar sobre os benefícios da qui-noa para ajudar nas dietas de emagrecimento. Mas, para as mulheres, os benefícios vão muito além do seu poder emagrecedor. Rica em fi toestrogênios, substâncias natu-rais que “imitam” a ação do estrogênio no organismo, elas combatem os sintomas da TPM e da menopausa ajudam a regular o intestino; aumentam a disposição; retardam o envelhecimento; recuperam as fi bras musculares; controlam os níveis de colesterol, glicemia e triglicérides no sangue; combatem a anemia, problemas urinários e doenças do fígado; além de prevenir a osteoporose, câncer de mama, doenças do coração e outras alterações decorrentes da carência de estrogênio na menopausa.

Quinoa, o alimento com múltiplas utilidades

Os pés sus-tentam todo o corpo, e devem mere-cer atenção médica já nos primeiros anos de vida da criança. Precisam ser avaliados com toda atenção”.

A medicina apareceu com clareza na estrutura do pensamento grego, no fi nal do século 5; no seguinte, de forma tão bem sedimentada que infl uenciou marcadamente, até os dias atuais, os caminhos das práticas médicas ocidentais.

O mais notável desenvolvimento da medicina grega ocorreu após as guerras médicas (490-479). A partir dessa época, o médico aparece como intermediário na formação social e na edifi cação do pensamento coleti-vo, superando as funções específi cas na luta contra a doença.

Empédocles, médico e fi lósofo do século 4, utilizou a clepsidra para ilustrar a sua teoria da respiração, segundo a qual o corpo transpira através dos poros espalhados por toda a superfície da pele.

Esse e outros processos teóricos dos médicos gregos estabeleceram fortes relações entre a medicina e a fi losofi a, ambas inseridas nas concepções jônicas da natureza. A infl uência jônica foi tão grande que grande parte da literatura médica, daquela época, está registrada em prosa jônica, apesar de ter sido escrita em Cós, ilha de população e língua dórica. Esse fato só pode ser explicado pelo avanço da cultura e da ciência jônica naquele tempo.

A importância social do médico como agente na busca da saúde já era reconhecido desde Homero, autor da célebre frase: “O médico

vale por muitos homens”. Porém, a consolidação dessa posição só foi alcançada a partir da busca da relação do corpo com a natureza, referida de diferentes modos por Platão (Prot. 313 D,Gorg. 450 A, 517 E, Rep.298 A e Timeu 78B), onde o médico é fi xado em po-sição social defi nida.

Os vínculos da medicina com a natureza, que os gregos tão bem assimilaram, também alcançou ou-tros segmentos da construção so-ciopolítica da polis. Essa afi rmação pode ser mensurada em Sólon, que descreveu a conexão das doenças com os confl itos sociais. Baseado nesse pressuposto, Sólon fundamen-tou parte do pensamento político dele afi rmando que as crises políticas interferiam, claramente, na qualida-de da saúde coletiva.

Os elos entre saúde e doença com a natureza circundante estão nitidamente presentes na introdu-ção do livro “Dos Ventos, Águas e Religiões”, de autor desconhecido, escrito na primeira metade do século 4 a.C.: “Quem quiser aprender bem a arte de médico deve proceder assim: em primeiro lugar deve ter presente as estações do ano e os seus efeitos, pois nem todas são iguais mas diferem radicalmente quanto a sua essência específi ca e quanto as suas mudanças”.

O ponto fundamental da medicina grega, nos séculos 5 e 4, foi marcado

pela união entre a fi losofi a jônica e o conceito de saúde e de doença. Começou, nessa época, fl orescer a Escola de Cós, que congregou mé-dicos e fi lósofos, sob a infl uência de Hipócrates, em quem Platão, no início do século 4, reconheceu a per-sonifi cação da medicina. Hipócrates foi realmente respeitado como sím-bolo de uma medicina corretamente aplicada com o médico jamais prati-cando qualquer ato capaz de causar malefício no doente, como está claro nas conhecidas passagens de Platão (Prot.313 B-C e Fedro 270 C) e de Aristóteles (Pol. VII, 1326).

O aparecimento da literatura médica se transformou em fato da maior importância no desen-volvimento e aceitação dos novos rumos da medicina nas relações sociais. Nesse contexto, assumiu destaque a contundente crítica de Platão (Leis, 857 D e 720 C–D) do modo como os médicos atendiam os escravos: rapidamente, corren-do de um doente para outro, sem dar-lhes quaisquer explicações. Por outro lado, nas consultas com as pessoas ricas, dedicavam muito mais tempo e explicavam com de-talhes os caminhos da cura.

O interesse pelo saber das maté-rias médicas, no homem culto grego, pode ser compreendido na fi gura do jovem Eutidemo, que Xenofonte descreveu como grande entendido da medicina sem ser médico.

A construção da medicina na fi losofi a grega

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

Os elos entre saúde e doen-ça com a na-tureza circun-dante estão nitidamente presentes na introdução do livro “Dos Ventos, Águas e Religiões”.

João BoscoBotelho

Doutor Honoris Causa na França

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MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012 E3Saúde e bem-estar

Pois é, e ainda há quem não acredite em amor à primeira vista, príncipe encantado e ou-tras coisas do gênero. Gente como eu, que provavelmente fi cou vacinada contra o vírus do amor e hoje mantém uma guarda constante para evitar sofrer fi ca com um pé atrás quando escuta falar em prínci-pe encantado. Tolice, exces-so de precaução, neurose, sei lá o que pode ser isso, mas a minha vacina é poderosa e consigo passar incólume pelos corredores da paixão, sem permitir que esse fogo chamusque meu coração.

Esse, provavelmente não é o caso da Gretchen que está partindo para o seu 16º ca-samento. Casada 15 vezes e nem sempre com uma boa história para contar sobre os seus relacionamentos amoro-sos, Gretchen é um autêntico exemplo de resistência e de persistência e agora, para admiração geral, ela abre o coração para um novo caso de amor e declara a quem quiser ouvir - e acreditar – que encon-trou seu príncipe encantado.

Olha, fi co boquiaberta de ver que no reino encantado des-sa senhora o que não falta é príncipe. Verdade que alguns me parecem mais sapos que propriamente membros da re-aleza, mas como já dizia a minha avó – uma santa criatura cheia de sabedoria – gosto é coisa que não se discute. O fato é que, independentemente de qualquer outra coisa, ela continua acreditando no mito do amor romântico. Diga-se

ainda de passagem que ela não prega, como já deixou bem claro após tantos relacionamentos, que não é fã ardorosa de um único amor. Parece que no en-tender da moça, os maridos são peças substituíveis. Na verdade são, mas na minha autopeças existe uma ausência total de peças de boa qualidade.

Não sei se sinto inveja ou se me conformo com a minha situação tão humildezinha perto de um currículo tão vasto. Só casei uma vez e até hoje não me atrevi a repetir a experiência. Só Deus sabe se o farei de novo. Tem muitas coisas que preservo em minha solteirice presunçosa e que não gostaria de abdicar em nome de uma nova relação. Talvez não seja essa pessoa casadoira e tão carente de um homem que aceite abdicar de minha independência e liberdade para dividir os travesseiros, o edredon e partilhar a pasta de dentes. Não sei... realmente fi co em dúvida se outro casa-mento me faria tão bem quanto me faz a minha solteirice convicta.

Por essas e outras eu admiro a ousadia e a coragem da Gretchen e, longe de mim fazer qualquer juízo de va-lor sobre sua atitude, mesmo porque não tenho conhecimento algum que me autorize a tal façanha. Se já não é justo e direito julgarmos quem conhecemos, imagine quando tal fato não se dá. Nesse caso seria presunção de minha parte ousar dizer que ela está certa ou errada em tentar mais uma vez ser feliz ao lado de alguém.

Ela diz que é independente e que não precisa de um homem para ser feliz. Talvez seja assim, talvez não. Algumas mulheres, embora bem resolvidas fi nan-ceira e profi ssionalmente, não se sentem completas sem a fi gura protetora de um homem ao lado. Mais uma vez volto a afi rmar que cada caso é um caso e em se tratando de coisas do coração nunca se deve gene-ralizar. Se esse é o caminho da felicidade para algumas, que se-jam felizes, afi nal, para algumas pessoas o amor pode acontecer mais de uma vez, ou talvez nem seja isso, talvez seja somente o medo da solidão a principal

mola dessa busca.

Coisa de Mulher [email protected]

Vera Lima

Definitivamente, o amor é lindo!VERA LIMAEquipe EM TEMPO

De bem com a vida, e com a balança tambémContrariando a ditadura da magreza, algumas mulheres dão exemplo de como viver bem com uns quilinhos a mais

Quem já viu a atriz Renata Celidônio na novela das sete da Rede Globo, intitu-

lada “Aquele Beijo”, sabe que as gordinhas estão na moda. Interpretando a personagem Marieta, que vive uma modelo GG, a atriz esbanja sensuali-dade e muito bom humor na hora de assumir suas formas mais volumosas.

E, não é somente nas telinhas que a silhueta “plus size” está ga-nhando destaque, muitas mu-lheres da vida real também es-tão deixando de buscar o padrão do corpo magro e esbelto. “Nem sempre a magreza é sinônimo de saúde, principalmente se for conquistada a custa de dietas absurdas, que comprometem a saúde”, alerta a nutricionista Cristiane Burgos.

A especialista afi rma, ainda, que é possível manter o cor-po saudável mesmo com uns quilinhos a mais. “Tudo depen-de do biotipo físico de cada pessoa”, pontua Cristiane. Ela explica que, o que infl uencia no peso são as calorias, mas que existem calorias provenientes

de alimentos saudáveis, como frutas, verduras e legumes, e outras classifi cadas como va-zias, presentes em alimentos não saudáveis e que provocam algumas doenças.

A empresária Thereza Balbi, de 29 anos, mais conhecida como Teka, é um exemplo desse perfi l. Totalmente de bem com

a balança ela mantém uma ali-mentação saudável para evitar problemas no organismo, mas confessa que nunca teve ne-nhum tipo de “neura” em busca do corpo “perfeito” e que jamais abriria mão do prazer de degus-tar um rodízio de carne ou massa por medo de engordar.

Para Teka cada mulher tem seu charme e isso independe de sua forma física. “Como a maioria das mulheres nortistas não sou dona de uma estatura alta, então, qual-quer gordurinha a mais faz diferença. No entanto, o fato de estar um pouco acima do peso nunca me fez sentir menos mulher ou me impediu de ser fe-liz”, revela a empresária, que brinca ao dizer que, na hora de sair para uma festa, por exemplo, ela se veste valorizando o que for para valorizar e es-condendo aquilo que não precisa ser mostrado.

“A maneira como as pes-soas nos veem depende muito mais da maneira que nós mesmos nos ve-mos”, alfi neta.

Todo o charme de uma GG

Teka assume sua silhueta e diz que não abriria mão de comer bem para fi car magra

DIVULGAÇÃO/STCK

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

Eu jamais deixarei de pôr um biquíni

e ir à praia por me preocupar se os

outros vão me achar gorda ou magra

Thereza Balbi, 29, empresária

em minha solteirice presunçosa e que não gostaria de abdicar em nome de uma nova relação. Talvez não seja essa pessoa casadoira e tão carente de um homem que aceite abdicar de minha independência e liberdade para dividir os travesseiros, o edredon e partilhar a pasta de dentes. Não sei... realmente fi co em dúvida se outro casa-mento me faria tão bem quanto me faz a minha

Por essas e outras eu admiro a ousadia e a coragem da Gretchen e, longe de mim fazer qualquer juízo de va-lor sobre sua atitude, mesmo porque não tenho conhecimento algum que me autorize a tal façanha. Se já não é justo e direito julgarmos quem conhecemos, imagine quando tal fato não se dá. Nesse caso seria presunção de minha parte ousar dizer que ela está certa ou errada em tentar mais uma vez ser feliz ao lado

o medo da solidão a principal mola dessa

busca.

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E4 Saúde e bemestar MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012

Cigarros? Apague essa ideia e ganhe mais saúde Abrir mão do vício de cigarro é sempre difícil. Porém, seguir nessa estrada pode garantir ao indivíduo uma vida melhor

Parar de beber, de co-mer chocolate, de roer as unhas... Como dá para perceber, quase

todos os vícios estão ligados a coisas que fazem mal à saú-de. Afi nal, como já cantavam Roberto e Erasmo, “tudo o que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda”. Desistir de um vício e não olhar para trás nunca é uma tarefa fácil.

Quando o vício é o tabaco, muitos desistem antes mes-mo de começar. Contudo, ao parar de fumar, o indivíduo ganha “de brinde” benefícios em longo prazo ou imedia-tos, como uma melhora na respiração e diminuição de alergias. Além disso, peque-nos prazeres da vida, como sentir o sabor dos alimentos, também poderão ser aprecia-dos por quem para de fumar. “Existe uma equação muito simples de entender: metade dos fumantes morre de doen-ças causasadas pelo cigarro, e a outra metade adoece”, aponta o cardiologista Aris-tóteles Alencar.

Entre as doenças que atin-gem aqueles que não conse-guem largar o cigarro, o câncer

de pulmão e os problemas cardíacos são as principais causas de óbito. “Após parar de fumar, a chance de ter um infarto do miocárdio cai pela metade, dentro de cinco anos. A chance de ter câncer diminui dentro de 20 anos de abstenção”, explica.

Os índices de mortalidade por infarto do miocárdio estão diminuindo em países desen-volvidos. O causador dessa queda? Os novos medicamen-tos e o aprimoramento das UTIs, que cuidam do paciente infartado e conseguem salvar o músculo cardíaco de uma lesão ainda maior, segundo o cardiologista. “No entanto, o cigarro continua matando assustadoramente em todo o mundo”, pondera.

Fumantes passivos Outra coisa que deve ser

levada em conta é o alto nú-mero de mortes de fumantes passivos. Um dos casos mais famosos é o da esposa do ator norte-americano Chris-topher Reeve, Dana Reeve. Ela, que admitiu nunca ter fumado, faleceu de câncer do pulmão menos de um ano após o diagnóstico, e pouco tempo depois da morte do eterno Super-Homem.

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

O primeiro passo para deixar o cigarro é o mais simples e, ao mesmo tempo, o mais compli-cado: querer parar de fato. Procurar um mé-dico para orientações e não pensar que as doen-ças só vão atingir as ou-tras pessoas são outras coisas que devem ser colocadas nas cabeças dos fumantes.

Ao parar de fumar, muitas pessoas acredi-tam que já estão aptas a praticar esportes ou outras atividades fí-sicas, mas, de acordo com o cardiologista, as coisas não funcionam bem assim. “Por serem potenciais portadores de doenças das artérias coronárias, eles devem antes ser vistos por um cardiologista para libe-rar a prática”.

A missão de abandonar o vício

Quando o indivíduo para de fumar, as chances de um infarto são reduzidas pela metade

DIVULGAÇÃO/STCK

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E5Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012

Audiência pública visa o combate ao HPV, no AM O vírus do papiloma humano, ou HPV, como é conhecido, é responsável por 99% dos casos de câncer de colo uterino

Na próxima sexta-feira (30), a partir das 9h, a Assembleia Legislativa do Esta-

do do Amazonas dará voz à saúde da mulher por meio de uma audiência pública, de autoria do deputado Luiz Cas-tro, sobre o vírus do papiloma humano ou HPV (do inglês human papiloma virus), como é mais conhecido.

Durante a audiência, que é aberta ao público, estará presente a doutora Grasiela Correia Leite, chefe do depar-tamento de Ensino e Pesquisa da Fundação Centro de Con-trole de Oncologia (FCecon). Ela será a responsável por acrescentar ao debate as in-formações sobre o HPV, como maneiras de transmissão, sintomas, tratamento, entre outros assuntos.

“Durante toda minha vida política acompanhei o caso de várias mulheres, inclusive do meu convívio familiar, que chegaram a óbito decorrente do câncer de colo do útero”, revela o propositor da discus-são, deputado Luiz Castro. De acordo com o parlamentar, essa foi a motivação para um estudo mais aprofunda-do sobre o tema, pelo qual descobriu que o vírus do pa-piloma humano é responsável por 99% dos casos de câncer de colo uterino.

Dados divulgados no início do ano pelo Instituto Nacio-nal de Câncer (Inca) tornam esse debate ainda mais im-portante, pois revelam que o câncer de colo do útero é o que mais acomete as mulheres amazonenses. Até o final de 2012, as estima-tivas do instituto prevêem 600 novos casos no Estado, contra 340 novos casos de câncer de mama, modalida-

de que lidera as estimativas femininas em todo país.

Incidência generalizadaTransmitido, principal-

mente, por meio da relação sexual o HPV é a doença sexu-almente transmissível mais frequente entre as mulhe-res, chegando a alarmante estimativa de que 75% das mulheres de todo mundo já tenham tido, pelo menos uma vez na vida, a infecção pelo vírus papiloma humano. De acordo com Grasiela Leite, existem mais de 200 tipos de HPV, sendo que pelo menos 15 deles são considerados de alto risco e estão relacio-

nados com o câncer de colo uterino, com destaque para o HPV 16 e o HPV 18, encontra-dos em 70% dos casos.

“Como se trata de uma DST o diagnóstico pode ser obtido com a realização de rotina do exame preventivo Papanico-lau, que é capaz de detectar as alterações celulares cau-sadas pelo HPV, favorecendo o controle da patologia antes da evolução para casos mais graves, como cancro ou câncer de colo uterino”, destaca.

O tratamento será direcio-nado conforme a gravidade das lesões causadas pelo HPV, mas geralmente é demora-do, podendo haver recaídas. É nesse acesso restrito que o deputado pretende agir.

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

SERVIÇOAUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALEAM

O quê:

Quando:

Onde:

Informações

Audiência pública sobre o HPVsexta-feira (30), às 9hAssembleia Legislativa do Amazonas (avenida Mário Ipyranga Mon-teiro, nº 3.950, Parque Dez, Zona Centro-Sul)gabinete do dep. Luiz Castro, tele-fone 13183.4421

Luiz Castro explica que, além do ponto de vista hu-manitário, a proposta de oferecer a vacina contra o HPV pelo serviço público também se torna viável fi-nanceiramente quando os gastos para o tratamento de câncer de colo uterino forem reduzidos.

O parlamentar defende a possibilidade de finan-ciar as vacinas por meio do empréstimo junto ao Banco Nacional de De-senvolvimento (BNDS). “O Estado pode pagar a dívida a longo prazo e a redução dos gastos no tratamento de câncer por si já compensa o investi-mento”, afirma.

Segundo o deputado, o custo para a imunização contra o HPV é de, em média,

mil reais, que correspondem as três doses da vacina. “Vale lembrar que após o ciclo a vacina não tem prazo de validade estipulado, ou seja, não há a necessidade de segunda dose”, chama atenção a doutora Grasie-la Leite, que participa na criação da proposta junto com o representante.

“Se houver uma parceira entre governo e donos da patente para uma maior fabricação da vacina, é possível reduzir o custo do produto final para pouco mais de cem reais por mulher imunizada contra o HPV”, diz Luiz Castro num rápido estudo de im-pacto financeiro. A meta é atingir, inicialmente, as mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual.

Investimento e prevenção

Luiz Castro defende que o Estado acolha o projeto

Existem mais de 200 tipos de HPV, alguns de alto risco

DIAGNÓSTICOO diagnóstico pode ser obtido com a realiza-ção do exame preven-tivo Papanicolau, que é capaz de detectar as alterações celulares causadas pelo HPV, favorecendo o controle da patologia

Há pelo menos sete anos foi criada a vacina contra o HPV, entretanto o custo elevado do medi-camento impossibilita o acesso a maior parte da população. A proposta visa subsidiar o serviço público para também oferecer a vacina gratui-tamente para mulheres de 12 a 18 anos.

Subsídios para vacinas gratuitas

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MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012E6 Saúde e bem-estar

Personal Fitness ClubValdeci Guedes da Silva - Especialista em corridas de longa distância

Mulheres e corridas de ruaA busca pelo físico perfeito

e consequentemente a ele-vação da autoestima estão levando cada vez mais mu-lheres à prática da atividade física, em especial às corridas de rua. Alguns anos atrás era inimaginável a cena que pre-senciamos na tarde de sá-bado, diga-se de passagem uma tarde abafada e com chuva intermitente e mais de 1.000 mulheres se divertindo em sua maioria e outras nem tanto, pois elas buscavam sua melhor performance durante a segunda edição da corrida da mulher, que esperamos não seja a última.

Destaco essa corrida para exemplifi car o quadro atual da prática da atividade física em nosso Estado, pois a corrida de rua vem se tornando a forma mais efi caz de queimar calo-rias para manter o corpo em forma e a saúde em dia. As di-versas academias e clubes de corridas estão disseminando essa idéia, que está sendo bem aceita pelo público feminino, isto porque sabemos que a prática da corrida pelo tempo de 40 minutos em intensidade leve pode queimar até 350 calorias e a prática contínua

poderá elevar essa queima até 1.000 calorias dependendo da frequência cardíaca atingida. O praticante não pode esque-cer de consultar um médico e um profi ssional de educação física, pessoa capacitada para a função de acompanhamento

dessa atividade física.A queima calórica durante

a prática da corrida é grande, por isso seria importante que essa atividade fosse interca-lada pela prática da muscu-lação, pois uma completa a outra. Sabemos que durante a queima calórica acontece também a perda de tecido muscular e a prática dessa atividade iria repor essa perda de forma efi ciente.

Dicas de como extrair o máximo da corrida:1. Procurar um médico;2. Buscar orientação de um

profi ssor de educação física;3. Providenciar um bom

par de tênis e roupas ade-quadas;

4. Se alimentar e se hi-dratar bem; antes, durante e após essa prática;

5. Por fi m, procurar estar dentro de seus limites indivi-duais, sem imitar pessoas ou treinos prescritos em revistas especializadas, mesmo por-que o princípio do treinamento desportivo é o da individuali-dade, que diz que cada pessoa é diferente e única.

A corrida de rua só deve ser praticada observando alguns procedimentos de segurança

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RESULTADOSA corrida é uma ati-vidade física capaz de queimar até 1.000 calorias em um perí-odo de 40 minutos, dependendo da sua intensidade. Na moda-lidade leve queima 350 calorias nesse tempo

SERVIÇOO LUGAR CERTO PARA O SEU EXERCÍCIO

Endereço

Informações

Rua Acre, 66Bairro Vieiralves

3584-03173584 2115

MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012E6 Saúde e bem-estar

Quando ele está ‘fofi nho demais’ Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) aponta obesidade infantil

O peso da criança precisa ser acompa-nhado pelos médi-cos desde a primeira

idade e especialistas orientam os pais a buscarem atendi-mento assim que a criança apresentar ganho de peso aci-ma da média. Mesmo acima do peso, não é aconselhável que crianças façam dietas muito restritivas. Nesse caso o ideal é uma reeducação alimentar, e uma rotina de atividades físicas.

Alguns cuidados devem ser tomados pelos pais para in-corporar bons hábitos alimen-tares na vida das crianças, sem que elas se sintam na obrigação de comer verdu-ras e frutas. “Uma boa hora de inserir esses alimentos na dieta das crianças é na prepa-ração da lancheira. As frutas,

sucos e alimentos naturais são os mais recomendados. Caso não haja esse cuidado, as crianças acabam comendo salgados gordurosos e refri-gerantes de maneira exage-rada”, explicou a nutricionista do Sistema Hapvida de Saúde, Socorro Carvalho.

Além disso, exemplos e uma boa conversa são fundamen-tais para essa reeducação alimentar. “Não adianta os pais obrigarem a criança a comer salada se eles mes-mos optam por alimentos mais gordurosos. No caso de obesidade infantil, toda a família precisa passar pelo processo de reeducação”, orientou a especialista.

Coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Lite-ratus (UniCEL), a nutricionis-ta Flávia Amaro ressalta ser

importante a parceria das escolas de nível fundamental e médio com as instituições de nível superior para a orien-tação nutricional dos alunos. Na avaliação da especialista, o ideal é que cada escola tenha um profi ssional da área para fazer o acompanhamen-to dos estudantes.

“É difícil para uma escola manter um acompanhamen-to nutricional sem a presença de um nutricionista, ou seja, de uma pessoa que trabalhe voltada integralmente para isto. Daí a importância da parceria com instituições que ofereçam o curso de nutrição”, explicou.

A primeira etapa é o diag-nóstico nutricional, depois passamos para a educação junto aos alunos”, destacou Flávia Amaro. Segundo o IBGE, uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos está acima do peso

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MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012 E7Saúde e bem-estar

Força-tarefa, no Norte, para combater o beriberiProvocada por deficiência grave de vitamina B, a doença pode levar à cegueira, paralisia e morte dos pacientes

Equipes de saúde co-meçam a percorrer na próxima semana áre-as pobres do Brasil em

busca de vítimas de beriberi, doença que ressurgiu no país em 2006 e não dá sinais de trégua. A força-tarefa deverá percorrer municípios do Ma-ranhão, Tocantins e Roraima para identificar pacientes e, principalmente, decifrar as ra-zões do retorno do problema, típico entre escravos do Brasil colônia, que por mais de 80 anos parecia resolvido.

Provocada por deficiência grave de vitamina B, a doença pode levar à cegueira, parali-sia e morte do paciente. Em 2007, quando mais de 600 ca-sos suspeitos da doença foram relatados, equipes sanitárias relacionaram a volta do pro-blema a um fungo no arroz, que poderia prejudicar a absorção de nutrientes pelo organismo. Cargas de alimentos contami-nados foram apreendidas, um trabalho de orientação aos agri-cultores foi feito, mas, mesmo assim, o problema persiste. Em 2010, três mortes pela doença foram registradas.

“Isso é a ponta de um ice-berg”, admite o secretário de Assistência à Saúde do Mi-nistério da Saúde, Helvécio Miranda. “Nossa suspeita é de que outras pessoas possam ter sido vítimas da doença, mas o diagnóstico não tenha sido realizado”, completa

Especialistas avaliam que autoridades sanitárias e mé-dicos que trabalham na re-gião passaram a dar pouca importância aos sintomas apresentados por pacientes, confundindo o quadro com simples desnutrição ou com doenças que provocam pro-blemas neurológicos.

O que é e quais as consequências Inquietude, dificuldade de

concentração, notas baixas na escola, esquecimento. Esses são alguns sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), uma doença que aco-mete mais de 330 milhões de pessoas do mundo, mas que ainda é pouco conhecida.

Ainda muito se estuda a respeito das possíveis cau-sas do TDAH. Alguns estudos sugerem que a doença está relacionada a alterações na região frontal do cérebro - responsável pelo controle do comportamento, capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento - e suas cone-xões com o resto do cérebro. Essas possíveis alterações es-tão diretamente relacionadas aos neurotransmissores do-pamina e noradrenalina, que passam informações entre células nervosas (neurônios).

Alguns fatores são consi-derados predisponentes, tais como certas substâncias in-geridas na gravidez, princi-palmente tabaco, baixo peso ao nascimento, sofrimento fetal e exposição ao chumbo na infância. Hoje em dia, de fato, já foram identificados genes relacionados ao TDAH, o que reforça a teoria da

causa neurobiológica e não sócio-cultural como alguns ainda acreditam.

A doença dá sinais desde o início da infância e pode causar diversos prejuízos. “A criança tem dificuldade em manter a atenção especial-mente em atividades que exijam raciocínio ou leitura, em concluir tarefas e ativi-

dades, em se organizar. Tem dificuldade em permanecer sentada, é inquieta, tem di-ficuldade em aguardar a sua vez. Estes sintomas frequen-temente interferem no pro-cesso de aprendizagem e no relacionamento com amigos e com a família.”, explica o Dr. Guilherme Polanczyk, profes-sor de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Faculdade de Medicina da USP.

Um dos grandes desafios do diagnóstico é o fato de muitos pais associarem o mau comportamento do filho a uma fase ou personalidade. “O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado na entrevista com os pais, com a escola e na avaliação da criança. Os sinto-mas devem ser persistentes e acompanhar a criança nas di-versas situações e ambientes em que está inserida. Quando estes sintomas prejudicam a criança, a necessidade de tratamento é inquestionável, e deve ser iniciado o mais cedo possível. O tratamen-to precoce evita o acúmulo de prejuízos e problemas ao longo do tempo, possibilita que a criança desenvolva o seu potencial e leve uma vida normal”, comenta.

O transtorno não tem cura, mas, se cuidado, o paciente pode ter uma vida normal. “O plano de tratamento deve combinar medicação diária, psicoterapia e intervenções específicas em função de si-tuações que acompanham o TDAH, como transtornos de aprendizagem. Para combater sintomas de desatenção e hi-peratividade, as medicações se mostram mais eficazes do que outras intervenções”, con-clui o especialista.

TDHA

ESTUDOSSegundo pesquisas, a doença está rela-cionada a alterações na região frontal do cérebro e suas cone-xões. Alguns fatores já foram considerados predisponentes

Crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem podem sofrer do transtorno

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Uma nova estratégia de atuação As equipes do ministé-

rio devem visitar até maio municípios prioritários dos três Estados para identifi-car casos novos. Na missão, serão treinados profissio-nais para que diagnóstico e tratamento da doença sejam feitos de forma rá-pida e adequada. Material

será distribuído com orien-tações que deverão ser re-passadas à população.

“O que nos intriga é que outras regiões do país igual-mente pobres não apresen-tam a doença. Precisamos decifrar quais são as causas locais, incluindo culturais, que aumentam o risco para

beriberi”, disse o secretário. Entre os indígenas, o proble-ma também foi identificado. Quando os primeiros casos da doença foram relatados, cestas básicas e vitamina B1 foram distribuídas para população da área. Pesqui-sadores da Empresa Brasilei-ra de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa) identificaram na época a contaminação do arroz por uma toxina, forma-da pelo metabolismo de um fungo presente no arroz. O mesmo agente esteve asso-ciado a um surto de beriberi no começo do século passado no Japão. “Mas a experiência mostra que a contaminação

não é o principal”.O secretário afirma que

integrantes do Ministério de Desenvolvimento Social tam-bém deverão participar dos trabalhos para definir uma nova estratégia de atuação. “Esse é um problema pontual. Temos de concentrar esfor-ços para resolvê-lo.”

A doença é provocada por deficiência grave de vitamina B. Boas fontes da vitamina são a levedura, a carne de porco, os legumes e os cereais integrais

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E8 MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012Saúde e bem-estar

Vida e [email protected]

Mama mia!

Gravidez após os 40 anosA atriz Marcia Cross, mais

conhecida por seu papel como Bree van de Kamp, em The Desperate Housewife, em entrevista concedida à revista britânica Easy Living, afirmou com todas as letras, que “40 anos não é a idade certa para começar a pensar em engravidar”.

Somente aos 44 anos a atriz conseguiu engravidar de gê-meas. E apesar de classifi car as fi lhas como “um verdadeiro milagre”, Marcia Cross não alimenta as ilusões de muitas sobre ter fi lhos na casa dos 40.

Quando perguntada sobre ser a “garota propaganda” para as mães mais velhas, a estrela, que teve uma gravidez difícil, revelou que esta não era uma boa ideia.

Acupuntura é efi ciente contra enxaquecaUm estudo publicado no Ca-

nadian Medical Association Journal indica que a acupun-tura ajuda a reduzir o número de dias de enxaqueca e pode ter efeitos duradouros so-bre o problema. São muitas as causas da enxaqueca, ou mesmo de uma simples dor de cabeça: falta de sono, estres-se, variações de temperatura, hábitos alimentares... Ainda há, no caso das mulheres, aquela dor de cabeça típica do período pré-menstrual. De acordo com dados da Orga-nização Mundial de Saúde, 15% da população do pla-neta sofre desse mal, o que inclui, aproximadamente, 25 milhões de brasileiros afeta-dos pela doença.

Nova versão da aspirina pode diminuir os tumores

A nova fórmula também é mais segura do que a encon-trada nas farmácias atual-mente, que tem hemorragia, úlcera e insufi ciência renal na

lista de efeitos colaterais. A nova aspirina é mais potente do que a antiga, de modo que requer doses mais baixas para ser efi caz, minimizando os efeitos secundários cau-sados pelo medicamento. Os cientistas descobriram que a fórmula pode reduzir o cresci-mento de 11 diferentes tipos de células cancerígenas que provocam a doença no pân-creas, cólon, próstata, mama e leucemia - sem prejudicar as células normais. Até o momento, a droga, nomeada como Aspirina Nosh, só foi testada em animais. Neles, o medicamento mostrou 85% de efi cácia no combate ao câncer, sem causar prejuízos para o organismo.

O chá que alivia os pésO chá tem outras utilidades

além do tradicional lanche da tarde. Mergulhe os pés em chá preto para fortalecer a pele e torná-la menos pro-pensa a bolhas, um truque que os atletas usam quando se preparam para longas dis-tâncias. Frios, os saquinhos de chá úmidos aliviam o la-tejamento do herpes labial e reduzem a ardência.

Óleo desinfetante O óleo de melaleuca tem

efi cientes propriedades anti-microbianas e desinfetantes. Junte de 6 a 10 gotas a uma

xícara de água morna e use para lavar cortes e arranhões. Experimente queimar algu-mas gotas num vaporizador para repelir insetos.

Sonhar acordadoSe você se pega sonhan-

do acordado com frequência enquanto lava pratos, limpa a casa ou realiza qualquer outra tarefa comum do dia a dia, provavelmente tem uma memória de trabalho boa. Deixar a mente vagar sem esquecer a tarefa à mão foi considerado como um verda-deiro treino, segundo uma pes-quisa divulgada pelo site Fox News. O que o estudo sugere é que, quando as circunstân-cias para a tarefa não eram muito difíceis, as pessoas que têm recursos adicionais de memória de trabalho pensam em outras coisas além do que estão fazendo (sem prejuí-zos para a tarefa). Sonhar acordado já foi associado à maior criatividade. Também é provável que os mais inte-ligentes tenham altos níveis de memória de trabalho.

Diagnóstico de diabetesUma equipe de pesquisado-

res israelenses desenvolveu um teste sanguíneo simples para detectar a diabete ges-

tacional. Liderados pelo pro-fessor Moshe Hod, da Petah Tikva’s Rabin Medical Center, os pesquisadores propuseram alternativas simples para o teste oral padrão de tolerância à glicose, que normalmente é feito entre a 24ª e a 28ª sema-na de gravidez e que implica na ingestão de doses de glicose para, em seguida, testar os níveis de açúcar no sangue. Eles dizem que, por meio de um teste simples de glicose no sangue, sem a ingestão prévia de glicose por via oral, ou pela medição do peso e do tamanho do feto, é possível aumentar em 50% o número de casos de diabete gestacional diagnos-ticados no curso da gravidez. A diabetes gestacional provoca complicações como hiperten-são ou a geração de um feto excepcionalmente grande, o que aumenta as chances de obesidade infantil.

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

A atriz de Desperate Hou-sewife e sua fi lhinha

A fórmula pode reduzir 11 tipos de células cancerígenas

Use o óleo em um vaporiza-dor para espantar insetos

A diabete gestacional pode provocar hipertensão

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