sartre

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Filosofia

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  • Sartre:

    O homem condenado a ser livre e A existncia precede a essncia,

    talvez voc j tenha visto alguma destas famosas frases, mas o que realmente elas

    querem dizer. Para isso devemos buscar amparo em seu criador, Sartre, e com ele

    tentar compreender sua ideia de liberdade humana dentro de sua poca. O que

    liberdade? Ser que realmente somos livres? Voc ao estar aqui, lendo cada uma

    destas palavras agora livre? Acredita que sua vontade garantia de sua liberdade?

    s livre para escolher?

    No importa o que sejas ou faas, para cada ao no seu dia-a-dia voc tem que

    decidir, desde andar, comer, descansar, nada acontece sem seu comando. Esse

    domnio sobre si pode vir a representar sua liberdade de ser amigo? Mas, pense bem,

    acompanhe um pouco sobre o que Sartre problematiza neste ato de ser livre antes de

    aceitarmos isso como verdade suprema, afinal, ser mesmo que o homem no tem

    limite algum diante de sua vontade? Ser livre resume-se a uma questo de poder

    usufruda pelo direito de escolha ao prprio indivduo? E essa escolha? Ser que,

    apesar de termos total responsabilidade sobre ela, podemos nos libertar dela em algum

    momento, ou seja, podemos deixar de escolher?

    Ao negarmo-nos a escolher, j no estamos escolhendo uma ao? Aqui

    chegamos a uma das ideias expressas no incio de nosso texto: ser condenado s

    escolhas, eis parte do que Sartre afirma com a primeira frase. Ao perceber que somos

    responsveis por todas nossas escolhas e aes, descobrimos, ao mesmo tempo, que

    no estamos naturalmente e humanamente prontos para tudo. Nada certo, tudo pode

    ser projetado e modificado. Se analisarmos nossa existncia, perceberemos carncias

    em ns, e assim, conscientes destas faltas, passamos a reconhecer a necessidade e a

    responsabilidade individual de se construir a si mesmo na existncia, principalmente

    quando nos ligamos com o mundo a nossa volta, seus problemas e alegrias. Essa

    relao de abertura com o outro diferente de si permite no s perceber tais faltas, mas

    um convite a nos transformarmos a cada novo encontro e a planejar nossas aes

    futuras. no momento de nossas escolhas e aes diante destes mltiplos outros e do

    mundo que temos a real oportunidade de ser, e no mais apenas existir. Assim nos

    tornamos responsveis por construir nossa prpria formao humana e nossa

    identidade. Mas ento, o que me tornei o que sou ou serei? Ora, se no nascemos

    rotulados, por que motivo deixar se rotular em vida? Nossa identidade no pode ser

    fixada. O que fomos ou como agimos passado, no futuro. Sim meus caros, para

    Sartre o fato de nascermos homens no nos faz humanos, enfim chegamos aquela

    segunda frase: A existncia precede a essncia. Com ela, percebemos o alerta de que

    no nascemos humanos prontos, nem com direitos reservados a esta condio.

  • Nascemos sim homens, compartilhando de uma espcie que nos d apenas condies

    futuras e uma capacidade inicial de se tornar humanizado ao longo de nossas vidas e

    histrias, enquanto existimos e agimos no mundo de tal forma.

    E em nossa liberdade como homens tudo que queremos pode ser lei? Como

    ponderar o que bom ou ruim? A vontade para mim sobre os outros ou para o

    coletivo? Nessa batalha de humanizao com ns mesmos na tentativa de nos

    tornarmos humanos, dispomos de mltiplas escolhas, mas como no desperdia-las ao

    longo de nossas vidas? A nossa liberdade est intimamente acompanhada da

    necessidade de uma conscincia moral interna. Mas isso no quer dizer que somos

    determinados a agir de tal modo, pois cairamos numa contradio com tudo que

    dissemos at aqui. Ento, qual a soluo, o que fazer com essa tal de liberdade?

    Como escapar de rotulaes, seja aos outros ou a si mesmo?