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SARESP 2004 – Prova A – 2 a série EM 3 SARESP 2004 – Prova de Leitura e Escrita - 2ª Série EM - Manhã Democracia se fortalece na eleição municipal As eleições municipais são mais importantes para o Estado Democrático de Direito que as presidenciais. É nelas que o povo, em cada cidade, conhece seus candidatos, sabe de suas tendências e de seus comportamentos. A cidadania tem noção mais clara, individuada, do por que votar, em quem votar, satisfazendo, portanto, o dado relevantíssimo da confiança no escolhido. A política municipal oferece, contudo, uma versão menos qualificada e reprimida pelo direito eleitoral: a do clientelismo político. Não se vêem mais, em grande parte do Brasil, os currais eleitorais fisicamente considerados. Temos, porém, currais psicológicos (seja permitida a liberdade da definição) ou econômicos, com variados graus de influência, neste país heterogêneo. (...) Ainda é possível aprimorar o processo eleitoral brasileiro, confirmando a noção do Estado Democrático de Direito. (...) O caminho da participação democrática, da liberdade de manifestação, do exercício livre da informação e do acesso, sem censura, aos meios de comunicação social merece ser lembrado nesta véspera de eleição municipal, quando o povo está próximo de seus candidatos, mais apto a valorá-los por si mesmos, com qualificação para viver a beleza da democracia e ter alguma compreensão de seus defeitos. (CENEVIVA, Walter. Democracia se fortalece... Folha de S. Paulo, São Paulo, p. C2, 2 out. 2004. Adaptação.) 01. No último parágrafo, o sentido de valorar o candidato por si mesmo explica a (A) associação do candidato a um curral eleitoral. (B) autenticidade e honestidade do candidato. (C) razão do voto e da escolha do candidato. (D) tendência e comportamento do candidato. 02. Dentre as opções a seguir, a que melhor atende o que o texto afirma é (A) as eleições municipais são mais importantes no Estado Democrático de Direito, porque o cidadão conhece melhor os candidatos. (B) as eleições municipais caracterizam o Estado Democrático de Direito, pois há que considerar os currais psicológicos no clientelismo político. (C) o cidadão tem noção menos clara do por que votar, em quem votar do que nas eleições presidenciais do Estado Democrático de Direito. (D) o Estado Democrático de Direito indica todos os candidatos de cada cidade e elege- os nas eleições presidenciais.

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SARESP 2004 – Prova A – 2a série EM 3

SARESP 2004 – Prova de Leitura e Escrita - 2ª Série EM - Manhã

Democracia se fortalece na eleição municipal

As eleições municipais são mais importantes para o Estado Democrático de Direito que as presidenciais. É nelas que o povo, em cada cidade, conhece seus candidatos, sabe de suas tendências e de seus comportamentos. A cidadania tem noção mais clara, individuada, do por que votar, em quem votar, satisfazendo, portanto, o dado relevantíssimo da confiança no escolhido.

A política municipal oferece, contudo, uma versão menos qualificada e reprimida pelo direito eleitoral: a do clientelismo político. Não se vêem mais, em grande parte do Brasil, os currais eleitorais fisicamente considerados. Temos, porém, currais psicológicos (seja permitida a liberdade da definição) ou econômicos, com variados graus de influência, neste país heterogêneo. (...)

Ainda é possível aprimorar o processo eleitoral brasileiro, confirmando a noção do Estado Democrático de Direito. (...)

O caminho da participação democrática, da liberdade de manifestação, do exercício livre da informação e do acesso, sem censura, aos meios de comunicação social merece ser lembrado nesta véspera de eleição municipal, quando o povo está próximo de seus candidatos, mais apto a valorá-los por si mesmos, com qualificação para viver a beleza da democracia e ter alguma compreensão de seus defeitos.

(CENEVIVA, Walter. Democracia se fortalece... Folha de S. Paulo, São Paulo, p. C2, 2 out. 2004. Adaptação.)

01. No último parágrafo, o sentido de valorar o candidato por si mesmo explica a (A) associação do candidato a um curral eleitoral. (B) autenticidade e honestidade do candidato. (C) razão do voto e da escolha do candidato. (D) tendência e comportamento do candidato. 02. Dentre as opções a seguir, a que melhor atende o que o texto afirma é (A) as eleições municipais são mais importantes no Estado Democrático de Direito,

porque o cidadão conhece melhor os candidatos.

(B) as eleições municipais caracterizam o Estado Democrático de Direito, pois há que considerar os currais psicológicos no clientelismo político.

(C) o cidadão tem noção menos clara do por que votar, em quem votar do que nas eleições presidenciais do Estado Democrático de Direito.

(D) o Estado Democrático de Direito indica todos os candidatos de cada cidade e elege-os nas eleições presidenciais.

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03. No segundo parágrafo, a expressão "currais psicológicos" pretende definir (A) a compra e venda de votos que visam à troca de atendimentos psicológicos nos

mais diversos municípios.

(B) um comércio em que as pessoas trocam votos por bens psicológicos distintos, por estarem presas ao político de sua confiança.

(C) um conjunto de pessoas que ficam presas ao político por armadilhas feitas por ele, para obter votos fáceis naquele reduto.

(D) a freguesia política em que as pessoas não trocam votos por bens materiais, mas influenciam-se com outras coisas.

04. Em “A política municipal oferece, contudo, uma versão menos qualificada e

reprimida pelo direito eleitoral: a do clientelismo político” (2° parágrafo), o autor

(A) confirma o que disse no parágrafo anterior. (B) faz uma ressalva ao dito no parágrafo anterior. (C) reitera totalmente o dito no parágrafo anterior. (D) ressalta bem o que disse no parágrafo anterior.

05. A opção correspondente a um dos argumentos que sustenta o que se afirma no texto é

(A) a cidadania sempre satisfaz a confiança no escolhido. (B) a eleição municipal é menos importante que a presidencial. (C) o cidadão tem noção mais clara do por que votar. (D) a confiança é um dado relevante nas eleições presidenciais.

06. Em "A política municipal oferece, contudo, uma versão menos qualificada e

reprimida pelo direito eleitoral" (2º parágrafo), o texto sugere que não há mais, em grande parte do País, os currais

(A) eleitorais fisicamente considerados. (B) psicológicos impostos em diferentes graus. (C) econômicos propostos em graus determinados. (D) políticos decorrentes do clientelismo econômico.

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SARESP 2004 – Prova A – 2a série EM 5

Lixo precioso

Você não percebe, mas a saboneteira que está no seu banheiro, a tinta que cobre as paredes do seu quarto ou o cano que leva o esgoto da sua casa até a rede pública podem já ter passado por suas mãos algum tempo antes. A evolução tecnológica da reciclagem de plásticos permite que a embalagem de refrigerantes de ontem tenha, hoje, essas entre outras formas.

Quando as garrafas de vidro começaram a ser substituídas pela resina polietileno tereftalato (PET), no final dos anos 80, havia iniciativas tímidas para sua reciclagem. As embalagens de refrigerantes descartadas davam origem a alguns modelos de cordas e tecidos de poliéster. Na década de 90, com a saída quase total do vidro do mercado de refrigerantes e a adoção do PET em outros segmentos da indústria de embalagens, os processos de reciclagem avançaram rapidamente. Além dos aspectos ambientais, reciclar plástico vem se transformando em um promissor negócio para muita gente. “A tecnologia se desenvolveu com muita velocidade nos últimos anos. Já conseguimos, a partir dos processos de reciclagem, uma matéria-prima com características muito próximas às da resina virgem”, diz o engenheiro químico Antonio Cláudio dos Santos. Isso significa que muita coisa que antes precisava de resina vinda da natureza hoje pode ser feita a partir do processamento de produtos jogados no lixo.

As pesquisas se direcionam também para aprimorar a transformação de PET reciclado em embalagens de alimentos. É o chamado bottle to bottle (de garrafa para garrafa). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, e órgãos semelhantes no exterior ainda proíbem o uso de PET reciclado em embalagens que tenham contato direto com os alimentos. É uma precaução contra algum tipo de contaminação que o material possa ter sofrido em sua vida anterior. “Há experiências de grande sucesso em bottle to bottle na França, na Austrália e em outros países, usando reatores no processo de produção”, diz Santos. Elas transformam garrafas PET em embalagens novas para produtos de limpeza.

(GIMENEZ, Karen. As 30 maiores descobertas da ciência. Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, set. 2004, p.38.)

07. A frase que melhor resume o texto é (A) a população desconhece a necessidade da reciclagem. (B) as embalagens descartadas dão origem a outros produtos. (C) as experiências de reciclagem na Europa têm pouco sucesso. (D) os processos de reciclagem têm avançado com rapidez. 08. No 2º parágrafo, resina polietileno tereftalato, ou PET, refere-se a (A) um material adequado para reciclagem. (B) um produto impróprio para embalagem. (C) uma resina bem diferente da resina virgem. (D) uma matéria-prima difícil de encontrar.

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09. De acordo com o texto, a ANVISA proíbe o uso de PET reciclado em embalagens

que tenham contato direto com os alimentos, porque (A) as empresas dão preferência a materiais reaproveitados. (B) o material pode apresentar algum tipo de contaminação. (C) o processo de reciclagem encontra-se bem desenvolvido. (D) os materiais reciclados podem ser usados em outros produtos. 10. O uso de PET nas embalagens significa (A) aprimorar os alimentos. (B) melhorar a embalagem. (C) poupar a natureza. (D) transformar os plásticos.

Aumentam casos de virose misteriosa

Duas pessoas já morreram e dezenas estão apresentando os mesmos sintomas de uma virose provavelmente relacionada à salmonela paratify, em Santarém, no Oeste do Pará. O número de atendimentos no pronto-socorro municipal triplicou nos últimos dias. Mais de dois mil casos foram registrados desde janeiro.

(AUMENTAM casos de virose misteriosa. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. A4, 8 abr. 2003. Adaptação.)

11. A finalidade do texto é (A) estabelecer estatisticamente o número de mortos por virose, em Santarém. (B) informar sobre o pronto-socorro de Santarém, no Oeste do Pará. (C) noticiar o aparecimento de uma doença estranha numa cidade do Pará. (D) registrar oficialmente o atendimento no pronto-socorro de Santarém.

12. O texto se resume a (A) fazer um levantamento numérico de doentes. (B) registrar os sintomas de uma virose. (C) informar a ocorrência de uma virose. (D) veicular um produto, o pronto-socorro.

13. A virose misteriosa (A) matou centenas de paraenses. (B) contaminou dezenas de pessoas. (C) quadriplicou o número de atendimentos. (D) atingiu cerca de mil habitantes.

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(CORRETOR de imóveis. Veja, São Paulo, p. 36, 6 out. 2004. Propaganda.)

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14. A propaganda se destina a um brasileiro que busque segurança ao comprar um imóvel. Isso é reforçado

(A) pela cópia do cartão de identidade profissional e pelo pássaro, abaixo.

(B) pelo desenho da casa e pelo cartão de identidade do corretor.

(C) pela foto da casa pequena e pela expressão “corretores de imóveis”.

(D) pela foto de uma família e pela frase “profissionalismo em defesa da sociedade”.

15. A propaganda sugere que um bom negócio depende da (A) competência do corretor de imóveis.

(B) capacidade financeira do comprador.

(C) tranqüilidade em administrar o patrimônio.

(D) proteção da sociedade dos corretores.

16. A relação texto/imagem presente na propaganda expressa a seguinte mensagem: (A) Proteção nos negócios implica clientela segura.

(B) Clientes felizes só aplicam dinheiro para engrandecimento da sociedade.

(C) A fidelidade do cliente não depende de profissional cadastrado.

(D) A organização do sistema econômico reflete a alegria do brasileiro.

17. A afirmação “Exija dele o Cartão de Regularidade Profissional expedido pelo Sistema COFECI-CRECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis – Conselho Regional de Corretores de Imóveis)" garante

(A) lucros imediatos nas transações imobiliárias. (B) lucros a médio prazo nas transações imobiliárias. (C) menores custos na aquisição de imóveis. (D) realização de negócios com profissional especializado.

18. Subentende-se que o Sistema COFECI-CRECI (A) anseia pela paz completa de toda a sociedade brasileira. (B) representa os anseios honestos de um bom chefe de família. (C) sustenta-se com o patrimônio de uma família brasileira. (D) caracteriza-se por ser composto de profissionais especializados.

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SARESP 2004 – Prova A – 2a série EM 9

Linguagem

Há um desgaste mais doloroso que o da roupa, e é o da linguagem, mesmo porque sem recuperação. Certa moça dizia-me de um seu admirador entrado em anos, homem que brilhava no Rio de Machado de Assis e Alcindo Guanabara:

– Ele é tão velho, que me encontrando à porta de uma perfumaria disse: Boa idéia, vou te oferecer um vidro de água de cheiro!

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Confissões de Minas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967. p.601.) 19. No primeiro parágrafo, o autor deixa claro que há (A) várias línguas no Rio de Janeiro. (B) uma língua de Machado de Assis. (C) mudanças naturais na linguagem. (D) somente uma linguagem no texto. 20. O uso da expressão "vidro de água de cheiro" indica que (A) a água deve ser inodora. (B) a moça prefere perfume. (C) o galanteador da moça era idoso. (D) o admirador não gosta de perfume. 21. A expressão "homem que brilhava no Rio de Machado de Assis e Alcindo

Guanabara", que aparece em crônica publicada em 1944, faz pensar que (A) o personagem era amigo de Machado e Alcindo. (B) o homem referido era contemporâneo dos dois autores. (C) havia um brilho especial nesses dois autores. (D) havia outros escritores brilhantes no Rio de Janeiro. 22. Drummond, profundo conhecedor da língua portuguesa, foi um escritor preocupado

com o seu tempo. Sua crônica explora o fato de a língua (A) mudar com o passar do tempo. (B) variar de um lugar para outro. (C) caracterizar as camadas sociais. (D) indicar a escolaridade do falante.

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Anti-Narciso

Estou no espelho das águas. Olhando-me, vejo o além de mim que com pincéis do efêmero celebra a infinitude. As águas sem mim seriam apenas águas; eu sem elas um tropel de encantos fugidios. Entre nós, ao contrário da lenda, a vida se multiplica e canta.

(SAULLO, César; MORAIS, Regis de. In: ALDEIA DE MINAS, 2002, Belo Horizonte. Aldeia de Minas... São Lourenço: Ed. Novo Mundo, 2002.)

23. Pode-se afirmar que o texto lido é um poema, porque nele (A) a linguagem poética realiza-se em versos, com ritmo e sonoridade. (B) o autor demonstra uma aguda sensibilidade digna de destaque. (C) uma identidade de sons é vista entre algumas palavras. (D) a sensibilidade do texto é resultado da obra de arte. 24. Diz a lenda ter sido Narciso um jovem belíssimo que se apaixonou pela própria

imagem, ao se ver refletido num lago. Por aproximar-se muito das águas, cai e desaparece: em seu lugar, surge uma delicada flor amarela, com o centro circundado por pétalas brancas. Explica-se, então, o título do poema,

(A) porque a comunhão do homem com a infinitude deve sugerir vida. (B) porque a lenda encanta a vida. (C) por ser a paisagem das águas espelhadas mais bela que Narciso. (D) por ser o sol, símbolo de vida, comparável a uma flor amarela. 25. A expressão “Entre nós” (linha 10) poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido

original do verso, por “entre mim e (A) a infinitude”. (B) a lenda”. (C) as águas”. (D) os encantos”.

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SARESP 2004 – Prova A – 2a série EM 11

26. Dentre as opções a seguir, a que melhor expressa a idéia central do texto é a (A) celebração poética da infinitude das águas puras. (B) interação diferente da lenda entre o homem e sua imagem. (C) importância da figura nas águas límpidas. (D) vida que se multiplica e se reflete.

Idosos na rua

Deu no O GLOBO: “Idosos ganham conselho estadual no Pará”. Não só no Pará, mas na maioria dos estados brasileiros há uma grande preocupação com os idosos: ações que integrem a pessoa da terceira idade em todos os aspectos da sociedade como saúde, cultura, lazer e o exercício da cidadania, votar. Nesse aspecto, gostaria de dar uma sugestão ao Tribunal Regional Eleitoral – TRE, para que revisse os locais de votação, pois a população envelhece, ou melhor, muda de idade, e os locais são os mesmos há muito tempo. Apenas para citar um exemplo, numa escola em que as seções são todas no segundo ou no terceiro andares, não há rampas ... para que as pessoas com dificuldade de subir ou descer escadas possam exercer o seu direito de cidadãs. Nas eleições passadas, assisti ao seguinte fato: uma pessoa de cadeira de rodas tentava votar e não havia meios de acesso ou pessoas que a auxiliassem. Hoje os meios de comunicação divulgam a excelente participação do Brasil nas paraolimpíadas. Será que esses atletas podem também chegar com facilidade às urnas?

(B., Regina. Idosos na rua. O Globo, Rio de Janeiro,

3 out. 2004. Cartas dos Leitores, p. 6.)

27. A pergunta "Será que esses atletas podem também chegar com facilidade às

urnas?" deverá ser respondida pelo destinatário da carta que é (A) o Tribunal Regional Eleitoral. (B) os leitores d'O Globo. (C) o Estado do Pará. (D) os eleitores do Pará.

28. No texto, a dificuldade de locomoção é o elemento comum a (A) idosos e deficientes físicos. (B) idosos e os outros cidadãos. (C) população brasileira e idosos. (D) votantes e deficientes físicos.

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12 SARESP 2004 – Prova A – 2a série EM

29. A indicação de dar "uma sugestão ao TRE para que revisse os locais de votação, pois a população envelhece" se justifica, porque

(A) em algumas seções eleitorais há idosos e deficientes físicos inscritos. (B) em alguns estados brasileiros nota-se a falta de preocupação com os idosos. (C) para o exercício da cidadania, convém facilitar a locomoção de idosos e deficientes

físicos. (D) no que se refere aos idosos e deficientes brasileiros, o TRE exige que eles votem.

30. No fragmento “Não só no Pará, mas na maioria dos estados brasileiros há uma

grande preocupação com os idosos:", está expressa uma oposição que visa a destacar

(A) a frase inicial, pela oposição ao título. (B) os cuidados que cercam os idosos. (C) o estado do Pará, aí bem discriminado. (D) a oposição entre o Pará e os outros estados.

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SARESP 2004 – Prova A – 2a série EM 13

PROVA DE REDAÇÃO

Antes de iniciar sua redação, leia atentamente as duas propostas e escolha uma delas.

Proposta 1 Texto A

OBESIDADE MATA 20 VEZES MAIS DO QUE A AIDS A obesidade diminui em 13 anos o tempo de vida e é causa de doenças como diabetes, colesterol alto, hipertensão, além de piorar os casos de asma. O problema é gravíssimo e com isso todos concordam. As divergências estão na hora de agir. A endocrinologista Valéria Guimarães diz que os estudos com drogas orais para tratar a obesidade em crianças e adolescentes ainda são superficiais.

São necessárias mais pesquisas com maior número de participantes e por mais tempo. Em casos bem selecionados, quando a obesidade é complicada e já está prejudicando muito a saúde das crianças e dos adolescentes, pode-se pensar nos remédios. E cirurgia nessa idade também não é recomendada.

Para Walmir Coutinho, as soluções mais radicais só são válidas se incentivarem a mudança de hábitos e forem feitas num grupo específico.

Muitos jovens obesos têm baixa de auto-estima, não ligam para a estética. Por isso, desistem de emagrecer. Mas com a saúde todos eles se importam e esta pode ser uma boa maneira de convencê-los a se tratar.

Como, perguntam-se os pais, se os adolescentes querem tudo para ontem e a perda de peso, geralmente, é lenta e gradual?

Mas por outro lado é um paciente em transformação, que pode aceitar com mais facilidade uma nova rotina. Com atividade física, um menu mais restrito, porém saboroso e variado, e atendimento psicológico, é possível dar conta do problema.

(OBESIDADE mata 20 vezes mais do que a Aids. O Globo, Rio de Janeiro, 24 out. 2004. Revista O Globo, p. 24.)

Texto B

Guloseimas na escola

É lamentável ler sobre a decisão da justiça de liberar refrigerantes e guloseimas nas cantinas das escolas particulares cariocas. Os danos causados pela má alimentação na infância são bem conhecidos, e sua repercussão, em grande parte, apenas será notada na idade adulta, embora a obesidade e o diabetes nas crianças sejam um fato. A ausência das guloseimas e refrigerantes nas escolas leva a criança a valorizar mais o lanche levado de casa, pois, em fase de crescimento, não tolera o jejum por muito tempo.

Espero que as autoridades médicas e de proteção à infância e adolescência tomem posição, pois o cuidado com os pequenos não é só dever dos pais, mas de todos que detêm o conhecimento dos malefícios que os rondam. Felizmente tal medida não atinge as escolas municipais.

(MAIAL, Lílian. Guloseimas na escola. Globo Online, Rio de Janeiro, 12 out. 2004. Disponível em: <http//oglobo.globo.com.Br/online/>. Acesso em: 9 nov. 2004.)

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14 SARESP 2004 – Prova A – 2a série EM

Com base na leitura dos textos, redija uma dissertação argumentativa sobre o tema:

A doença da obesidade na criança e no jovem: como e nfrentar o problema?

Proposta 2

Texto A

(SCHULZ, Charles M. Muita calma Charlie Brown. Rio de Janeiro: Artenova, 1973.) Texto B

Jovens são os mais interessados em participar, afir ma pesquisa

Para quem pensa que o jovem não está nem aí para a política, recente pesquisa encomendada pela ONG Ação Educativa vem afirmar o contrário. Mais da metade dos jovens pesquisados, 54%, quer participar dos mecanismos e instâncias capazes de influenciar as políticas públicas.

A pesquisa foi realizada pelo Ibope para o Observatório da Educação e da Juventude, programa da ONG Ação Educativa, que busca ampliar o controle social das políticas públicas, com ênfase nas políticas de educação e juventude. Foram ouvidas 2000 pessoas por todo o país, sendo 467 jovens entre 16 e 24 anos. (...)

Um dado que chamou a atenção dos analistas foi o fato de que os jovens entre 16 e 24 anos são os que mais acreditam não exercer poder. 35% deles sentem que não exercem poder por meio de representantes eleitos ou diretamente. Nas faixas etárias seguintes, essa taxa cai para 31%, 29% e 26%. Entre os jovens que sentem exercer o poder, apenas 26% entendem que o fazem pela participação direta, enquanto que 68% acham que exercem o poder apenas por meio do direito de eleger representantes. Questionados sobre a principal prática capaz de influenciar as políticas públicas, os jovens apontaram em primeiro lugar os Conselhos de Educação (40%), seguidos pelas mobilizações de massa (11%) e a participação em movimentos sociais (11%) e pelo orçamento participativo (10%). Por último foram citadas as audiências públicas (7%) e o encaminhamento de ações ao Ministério Público (5%). Entre os motivos que levariam o jovem a participar, 65% afirmam que o fariam para melhorar a situação da comunidade e 20%, para melhorar a própria situação ou a da família. Entre os que não participariam, 38% alegam falta de informação, seguida pela falta de tempo (24%) e por não gostar (22%)

(JOVENS são os mais interessados... In: INSTITUTO DA CIDADANIA. Projeto Juventude. São Paulo, 15 dez. 2003. Disponível em:<http://www.projetojuventude.org.br/html/noticia–15 dez. htm/>.

Acesso em: 9 nov. de 2004. Adaptação.)

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SARESP 2004 – Prova A – 2a série EM 15

Com base na leitura do quadrinho e do texto acima, redija uma dissertação argumentativa

sobre o tema:

O projeto de vida do jovem cidadão: como participar para a construção de uma

sociedade mais justa?

Para redigir seu texto, leia as instruções a seguir:

1. Escolha somente um dos temas propostos.

2. Utilize todos os seus conhecimentos sobre o tema para fundamentar sua

proposta.

3. Escreva um texto dissertativo-argumentativo.

4. Não faça desenhos nem redija narrativas e nem po emas.

5. Escreva numa linguagem adequada ao tipo de texto proposto.

6. Escreva no mínimo 20 linhas, considerando-se let ra de tamanho regular.

7. Faça o rascunho na folha a ele destinado.

8. Desenvolva sua redação a tinta, na folha a ela d estinada.

9. Dê um título a seu texto.