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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | EDIçãO HISTóRICA | JULHO - 2015 | São Pedro Apóstolo 165ª FESTA DE

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Page 1: São Pedro Apóstolo165ª Festa de · dos deliciosos pastéis, sonhos, churrasco, cachorro quente, so-pas, quentão, fogueira etc. Tudo com o toque especial e a mar-ca de qualidade

Província Franciscana da imaculada conceição do Brasil | edição histórica | julho - 2015 |

São Pedro Apóstolo165ª Festa de

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2 165ª Festa de São Pedro Apóstolo

A Festa mais popular do Vale do Itajaí

O Dia do Padroeiro! Pela 165ª vez...

Festa começa com apresentação dos festeiros e trabalhadores

1º Dia do Tríduo: A Igreja que vai para a outra margem

2º Dia do Tríduo: É hora do teste-munho verdadeiro

165ª Festa de São Pedro Apóstolo Revista comemorativa da 165ª Festa de São Pedro Apóstolo

Ministro Provincial: Frei Fidêncio Vanboemmel

Vigário Provincial: Frei Estêvão Ottenbreit

Secretário: Frei Walter de Carvalho Júnior

Pároco: Frei Germano Guesser

Fraternidade:

Frei Carlos Ignácia, Frei José Bertoldi e Frei Paulijacson P. de Moura

Edição, textos e fotos: Moacir Beggo

Diagramação: Jovenal Pereira

Impressão: 3 de Maio

Paróquia São Pedro Apóstolo Rua Aristiliano Ramos, s/n Centro – Gaspar – SC Tel: (47) 3332-0053 [email protected]

20.

14.

13.08.

04.

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3165ª Festa de São Pedro Apóstolo

Com alegria celebramos o nosso Padroeiro no dia 28 de junho. Mais uma vez, o povo de Gaspar soube dar uma demonstração de união para fazer uma festa tão grandiosa como a data que celebramos: 165 anos.

Que tempo fecundo em nossa Paróquia, especialmente du-rante o Tríduo preparatório, tão bem conduzido por Frei Evaris-to Spengler. Que belo testemunho de centenas de voluntários que, mesmo em meio ao cansaço dos dias de trabalho, de-ram uma demonstração de fidelidade e amor pela comunidade!

Por isso, é hora de dar graças a Deus e a São Pedro por tantas alegrias e bênçãos vividas nesses dias. Foram dias inten-sos de fé e partilha! Que Deus conceda a todos e todas muitas graças por tamanha generosidade nesses dias. Também é hora de agradecer o empenho de todos que se envolveram na litur-gia, na acolhida, enfim, na infraestrutura…. Todos – voluntários, trabalhadores, fiéis, religiosos - que doaram seu tempo e alegria nessa grandiosa festa. Não podemos esquecer nossos festei-ros que tornam possível a realização de tão grande evento.

Nesse tempo como pároco, a cada ano, durante a festa, eu me encanto mais ao ver a dedicação das pessoas. Que bonito ver as equipes cuidando dos mínimos detalhes e superando os grandes desafios. Como não lembrar a noite da macarronada, dos deliciosos pastéis, sonhos, churrasco, cachorro quente, so-pas, quentão, fogueira etc. Tudo com o toque especial e a mar-ca de qualidade deste povo gasparense. Que bonito ver novos rostos jovens garantindo a tradição por mais alguns longos anos da festa e os rostos já conhecidos exibindo a mesma vontade e dedicação em longos anos!

Não poderia esquecer das mídias locais – Jornal Cruzeiro do Vale, Jornal Metas, Rádio Sentinela, TV Gaspar, Comunicação da Província –, que nos deram cobertura e ajudaram a evan-gelizar divulgando este evento. Um agradecimento especial às autoridades municipais e militares pelo apoio a cada ano.

Que bonita a celebração da catequese, a Missa solene, a procissão no Rio Itajaí, a procissão dos festeiros... Só tenho que agradecer por tudo e por todos, especialmente pela alegria de ver a presença de Deus em tudo o que foi feito.

Minha estima e gratidão,

Frei Germano Guesser Pároco

Mensagem do Pároco

3º Dia do Tríduo: A fé de Pedro é uma rocha inabalável

Missa da Catequese

O segredo da Festa: Fé

Igreja e cidade juntas

A Fraternidade da 165ª Festa

Os festeiros de 201543.40.38.32.28.

24.

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4 165ª Festa de São Pedro Apóstolo

História

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5165ª Festa de São Pedro Apóstolo

Tudo colaborou, neste ano, para que a Paró-quia São Pedro Apóstolo fizesse a melhor festa em 165 anos. Ao contrário das anteriores, não choveu e o povo não deixou de participar desta grande confraternização e demonstração de fé.

Na pesquisa de Frei Elzeário Schmitt, OFM,

em que a cidade tinha 4 festas religiosas por ano - Bom Jesus, São Sebastião, 3 de Maio e São Pedro -, esta última, com não podia deixar de ser, sobrepujava a todas”, observa o frade historiador .

Referências antigas à festa destacam, princi-palmente, o lado religioso desse dia do Padro-eiro, motivo principal para o terno novo, vestido novo, sapato novo e festivos ares. “Em anos mais próximos de nós, menos luxuosos, a festa vem descrita com letra viva, alargada, colocando em cena, fora dos livros, um pomposo programa

A FESTA MAIS POPULAR DO VALE DO ITAJAÍ

para escrever o livro “São Pedro Apóstolo de Gaspar, nas Ma-lhas da História”, des-de o final do século 19, os livros da Paró-quia se referem ao bri-lho da maior festa da cidade. “O contínuo crescimento de sua importância religiosa e social, 100 anos mais tarde, atingiu dimen-sões, de certa for-ma, espantosas para uma cidade pequena. Constitui hoje, e de longe, a festa mais popular e aglutinante de toda esta região do Vale do Itajaí. Mas nem por isso fica des-merecido o passado; pois mesmo na época

lançado nas ruas, no rádio, nos jornais, nas igre-jas, com nomes de dezenas de festeiros e fes-teiras, que hoje carregam parte substancial da promoção, e cuja entrada para a Missa solene, com o Padroeiro em sua barca, mais o celebran-te - às vezes o bispo da diocese, ladeado dos

concelebrantes e do préstito branco dos minis-tros -, abre o ponto alto da festa”, descreve Frei Elzeário. Atualmente, a festa tem cobertura dos principais veículos de comunicação da cidade: TV Gaspar, Rádio Sentinela, jornais Cruzeiro do Vale e Metas.

Assim, passados mais de 165 anos, a festa se perpetua ao sabor de cada época. “Desde a primeira festinha na selvagem margem es-querda de então, quando no dia 29 de junho de 1850, na capelinha pelos cronistas chama-

A procissão na região rural de Gaspar no início do século

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da ‘miserável’, o Patrono de Gaspar recebia sua esparsa pequena comunidade, que vi-nha rio acima, rio abaixo e até de mais longe. É que não ha-via, em toda a vastíssima re-gião, uma única outra igreja, por modesta que fosse. E se não houvesse a história como testemunha, inacreditável seria que, ao ser Gaspar decretada Freguesia em 1861, a capeli-nha se tornou a primeira ‘igreja matriz’. Somente 6 anos mais tarde, o Padre Gattone, funda-dor da paróquia, pôde voltar de Brusque no dia de São Pedro para a missa de inauguração da primeira igreja do lado de cá, por ele quase inteiramente construída, e pelos cronistas chamada ‘capela’”, descreve Frei Elzeário.

Ou seja, em 29 de junho de 1867 foi realizada a primeira festa de São Pedro na margem direita, provavelmente com o in-dispensável, embora modesto foguetório da época, mas que nos dias de hoje é intenso e, no sábado, culmina com queima de fogos de artifício. Confirma a crônica de 1899: “A festa vinha preparada com uma novena, à qual principalmente os brasilei-ros acorriam em massa. Maravi-lhoso espetáculo ofereciam na-quelas noites, subindo do morro da igreja, os foguetes com sua brilhante chuva de fogo. No dia da festa, eram os rojões que já na madrugada retumbavam pe-los ares. E as estradas se en-chiam sempre mais... E os mú-

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sicos do Colégio Santo Antônio de Blumenau tocavam fogosas marchas. Grupos e mais grupos dirigiam-se à igreja festivamente enfeitada, cedo tão apinhada de gente, que muitos precisa-vam ficar do lado de fora”.

E a pitoresca descrição da festa assim continua: “Ces-sado o último toque de sino, aproximava-se do altar o ce-lebrante com seu diácono e subdiácono, todos os três pertencentes à Ordem Fran-ciscana. No coro, os cantores, sustentados pelo novo harmô-nio, entoavam a ‘Missa de São Pedro’ a duas vozes, especial-mente composta para este dia por Frei Pedro Sinzig. Intervalos houve em que os músicos blu-menauenses tocavam músicas sacras. Após a missa, vinha a procissão, acompanhada de toda a gente. Para brasileiros, uma festa sem procissão mal pode ser imaginada. Para eles, a procissão significa o ponto alto da festa”.

No decorrer dos últimos decênios, a Paróquia precisou criar maior espaço físico e es-truturas mais organizadas den-tro do complexo da construção chamada “Salão Cristo Rei”, que não é pequeno, mas durante a festa fica pequeno para receber a multidão. O próximo desafio, segundo o pároco Frei Germa-no Guesser, é a modernização deste complexo. “É um empre-endimento que vai demandar esforços e investimentos nos próximos anos”, acredita.

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8 165ª Festa de São Pedro Apóstolo

O povo gasparense fechou a 165ª edição da Festa de São Pedro Apóstolo à altu-ra da solenidade do dia. Depois de uma preparação litúrgica cuidadosa, tendo Frei

Evaristo Spengler como pregador do Tríduo, o páro-co Frei Germano Guesser presidiu a principal cele-bração do domingo (28/6) em honra ao Padroeiro, tendo como concelebrantes Frei Carlos Ignania, Frei José Bertoldi, Frei Paulijacson Moura e o próprio Frei Evaristo. Mas a festa de São Pedro Apóstolo co-meçou bem cedo na cidade de Gaspar, quando

antes das 7 horas, os fogos anunciavam o início da procissão fluvial pelo rio Itajaí-Açu. A imagem de São Pedro deixou a Deschamps Extração de Areia, no Poço Grande, e foi transportada em uma jangada de pau a pique, mais conhecida como “jabiraca”, até os fundos do Posto do Julinho, no Centro, quando foi carregada pelos bombeiros até o presbitério da igreja. Além da jangada, outras embarcações como canoas, barcos, caiaques e uma lancha fizeram parte da procissão, que é organizada por Gilberto Schmitt, diretor do Jornal

O DIA DO PADROEIRO! PELA 165ª VEZ...

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“Cruzeiro do Vale”. A diretora da Defesa Civil de Gaspar, Mari Inês Testoni Theiss, e os bombeiros comunitários, também parti-ciparam e deram apoio à procissão, que teve um atraso de meia hora pelo fato de a lancha responsável por rebocar os barcos encalhar em um banco de areia no meio do trajeto.

Mais uma vez, uma tradição se repetiu com a solene pro-cissão dos festeiros e festeiras, saindo do Salão Paroquial São Francisco até o interior da igreja antes da principal celebração. Durante a Missa, o casal Clarindo e Salete Fantoni apresenta-ram os festeiros que tornarão possível a festa de 2016.

O Coro Misto Santa Cecília, fundado em 1898, deu beleza e

O DIA DO PADROEIRO! PELA 165ª VEZ...

Clarindo e Salete Fantoni

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165ª Festa de São Pedro Apóstolo

leveza à liturgia. Frei Germano lembrou que no dia de São Pedro também celebra-se o Dia do Papa, do nosso querido Papa Francisco. No final de sua homilia, o pároco pediu um minuto de oração pelo Papa, atendendo aos seus pedidos insistentes. “Gostaria, por último, de lembrar o Papa Francis-co, que tem essa missão de continuar a obra de Pedro. Desde o dia que ele apareceu pela primei-ra vez no balcão da Basílica São Pedro, quando foi anunciado ao mundo, ele surpreendeu a todos nós pedindo para rezar por ele. Depois daquela vez, ele sempre volta a pedir que rezemos por ele.

Vamos fazer, agora, um minuto de silêncio e re-zar por ele para que continue tendo forças e amor para conduzir essa barca chamada Igreja”, pediu o pároco e Definidor da Província da Imaculada Con-ceição. O povo atendeu ao pedido e não se ouviu um barulho sequer na igreja.

Na sua homilia, Frei Germano destacou os apóstolos Pedro e Paulo, celebrados neste dia. “Vindos de realidades diferentes, estes dois ho-mens - um simples pescador (Pedro) e um ju-deu culto de origem romana (Paulo) -, deixaram--se envolver por Jesus e se entregaram por

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165ª Festa de São Pedro Apóstolo

inteiro no serviço ao Reino de Deus”, disse.“Pedro, que antes se chamava Simão, era filho

de Jonas e irmão de André. Tinha uma personali-dade forte, mas também suas fraquezas, a ponto de ter negado Jesus três vezes e ser chamado por Ele de ‘Satanás’. Mas sua verdadeira voca-ção será a de ser pedra para edificar e construir. E essa sólida construção, esse edifício, começa a ser feito quando se arrepende de sua traição, aceitando o perdão e, ao lado do ‘outro discípulo’ (João), será o primeiro a entrar no túmulo vazio, começando uma vida de fé e confiança como

deve ser a verdadeira vocação da ‘rocha’ escolhi-da por Cristo”, explicou, completando a definição de Pedro com uma citação do Papa Francisco: “Pedro experimentou que a fidelidade de Deus é maior do que as nossas infidelidades, e mais forte do que as nossas negações”.

Depois, o pároco lembrou que Paulo, que antes se chamava Saulo, nasceu em Tarso e foi um perseguidor implacável dos cristãos até se converter. Então, tornou-se Paulo e apóstolo: “Eu sou o menor dos apóstolos, e não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja

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de Deus (1Cor 15,9-10a)”. “Mas a sua caminhada não foi pequena, meus caros irmãos e irmãs. Paulo se tornou o mais ativo dos apóstolos na expansão do cristianismo”, lembrou, dizendo que os Atos dos Apóstolos dão uma noção do gigantismo que foi a vida missionária de Paulo.

“Estamos diante de dois homens que são um grande exemplo de vida para nós. Convocando Pe-dro para a liderança da sua Igreja, depois mais à fren-te Paulo, Jesus demonstra a sua compreensão para com a fragilidade humana. Todas as diferenças não pesaram na balança de Deus. A graça os tocou e fez com que os dois se tornassem colunas bases das pri-meiras comunidades dos cristãos”, acrescentou Frei Germano, observando que Pedro fica em Roma, a serviço da Igreja, liderando a organização institucional, e Paulo sai pelo mundo como peregrino da fé.

Na defesa da fé, Pedro é pregado na cruz, de ca-beça para baixo, e Paulo é decapitado. “Olhar para Pedro e Paulo, no final de suas vidas, nos ajuda a compreender o quanto eles se entregaram no difícil seguimento de Jesus. O Espírito Santo os transfor-mou, e não obstante as diferenças entre eles, os fez iguais no amor a Jesus”, enfatizou.

Frei Germano, no final da Missa, agradeceu a Frei Evaristo pela pregação do Tríduo, que este ano teve como tema “Ai de mim se eu não evangelizar”, que é também o tema da campanha missionária da Dioce-se de Blumenau. “Esse tema atende à convocação do Papa Francisco pela renovação do espírito mis-sionário da Igreja. Só uma Igreja ‘em saída’ supera o comodismo e a burocracia, para ser uma Igreja da ternura e da misericórdia. Uma Igreja que anun-cia o Evangelho com alegria, onde o cristão não tem ‘cara de funeral’, ou cara de ‘Quaresma sem Pás-coa’”, completou o pároco, citando as expressões do Papa Francisco.

A Missa terminou com a foto oficial dos festeiros em frente a bela Matriz de Gaspar. Em procissão, a imagem de São Pedro foi levada para o Complexo de Festas Cristo Rei, tendo à frente a Sinfônica de São Pe-dro, seguida dos festeiros e dos frades. Durante toda a tarde, o grande destaque dos festejos populares foi o leilão de gado, que comercializou 26 cabeças.

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13165ª Festa de São Pedro Apóstolo

No domingo, 21 de junho, foi aberta ofi-cialmente a 165ª Festa de São Pedro Apóstolo com a Celebração Eucarísti-ca das 19 horas. O Pároco Frei Ger-

mano Guesser presidiu a Missa em ação de graças por todos os trabalhadores e festeiros, que todos os anos se dedicam para continuar a tradição de uma das festas mais antigas do Vale do Itajaí e uma das mais tradicionais do Estado catarinense.

No ofertório, além do Pão e do Vinho, foi apre-sentada uma barca com produtos doados, como toalhas bordadas, bonecas e brinquedos. “São prendas que vão estar na roda dos festeiros e nas barracas dos meninos e meninas…”, expli-cou o pároco.

Frei Germano ressaltou a importância dos tra-balhadores e festeiros para o bom andamento do evento durante os meses de preparação e a se-mana do evento. “A festa é como se fosse uma máquina, onde cada voluntário é uma engrena-gem importante e necessária para que ela acon-teça. Todos eles, independente do trabalho, são de suma importância”, observou.

Durante a programação da festa, a Missa ce-lebrada para os idosos e enfermos aconteceu em um horário diferenciado: na quinta feira (25), às 16 horas: “Esta missa é celebrada neste horário para dar oportunidade aos idosos e enfermos que não podem vir à noite. Desta forma, acolhemos essas pessoas tão queridas para a comunidade”, expli-cou o pároco.

FREI GERMAnOABRE A FESTA NO DIA 21

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COMO FOI O TRÍDUO

1º dia

A IGREJA QUE VAI PARA A OUTRA MARGEM

Esta foi a principal mensagem que o pre-gador e Definidor da Província Francisca-na da Imaculada Conceição, Frei Evaristo Spengler, deixou para o povo que partici-

pou do primeiro dia do Tríduo preparatório para a Festa de São Pedro Apóstolo, ao refletir sobre o tema “A opção missionária da Igreja”.

Frei Evaristo foi convidado pelo pároco e tam-bém Definidor da Província, Frei Germano Gues-ser, para ser o pregador deste Tríduo. Natural desta cidade, Frei Evaristo contou que voltava a participar da festa depois de 42 anos, quando deixou sua terra para ingressar no Seminário. Na procissão de entrada, as comunidades da Paró-

165ª Festa de São Pedro Apóstolo

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quia trouxeram pequenos barcos de papel para apresentá-las. “Eu fiquei encantando com esta procissão, relembrando o Pedro pescador e a Igreja de Cristo”, disse o pregador, ressaltando que sua reflexão se deteria sobre essas “duas pessoas fabulosas da história do cristianismo: Jesus e São Pedro”.

No Evangelho, Jesus convida os discípulos a irem “para a outra margem” do lago e saírem da região de Cafarnaum. “Ele não tinha concluído o que tinha iniciado na região, mas ele disse aos

discípulos: ‘Vamos para a outra margem’”, expli-cou Frei Evaristo.

“Jesus vai ao encontro daquele que não ou-viu ainda a Boa Notícia do reino do Pai. Também nós somos chamados a irmos nessa barca de Jesus. Toda Igreja é chamada a ser missionária e, muitas vezes, nós dizemos que não podemos deixar a nossa comunidade, porque temos muita coisa para fazer. Temos acabar de pintar a sala da catequese, temos de preparar a liturgia, limpar a igreja, temos, enfim, muito trabalho. Se for assim, ninguém jamais fará missão na Igreja. Mas Jesus nos convida: venham para a barca e vamos para o outro lado, para a outra margem”, enfatizou.

O pregador explicou que a missão ad gentes é aquela que leva o Evangelho a outros povos, a outros países. “Eu passei 10 anos em Angola, foi um momento muito realizador na minha vida sacerdotal. Agradeço a Deus a cada dia por essa bela experiência que Ele me deu de conviver com aquele povo sedento da busca de Deus. Claro que nem todos vão ser missionários em outros países, em outros estados. Mas os bispos do Brasil nos chamam a atenção que a Igreja deve viver num estado permanente de missão. Porque uma boa Igreja é missionária ou ela não é Igreja”, disse.

A Igreja nasceu da missão, diz Frei Evaristo, e ela vive da missão. “Então hoje, nesta prepa-ração, Jesus está chamando a cada um de nós a subir nesse barco e deixar as quatro paredes

Frei Evaristo Pascoal Spengler é natural de Gaspar (SC), onde nasceu no dia 29 de março de 1959. Ves-tiu o hábito franciscano no dia 20 de janeiro de 1977 e professou solenemente na Ordem Franciscana no dia 2 de agosto de 1982. Foi ordenado presbítero no dia 19 de maio de 1984. De 1985 até 1995, Frei Evaristo trabalhou na Baixada Fluminense. De 96 a 98, residiu em Jerusalém, Terra Santa, para continuar os estudos. Na volta, residiu por um ano no Convento Santo Antô-nio do Rio de Janeiro e, em 2000, foi transferido para a Missão de Angola, onde ficou até 2009. Desde então, reside na Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra, em Imbariê, Duque de Caxias (RJ). Foi eleito Definidor Pro-vincial para o triênio 2013-2015.

QUEM É O PREGADOR

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para ir ao encontro dos que sofrem e querem uma palavra de consolo. Quando será que foi a última vez que visitamos um doente, uma pes-soa idosa que vive sozinha?”, perguntou, lem-brando a frase da Oração de São Francisco: ‘Oh Mestre, fazei que eu console mais que ser con-solado’.

Frei Evaristo, que reside em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, disse que faz essa expe-riência constantemente. Há poucos dias, numa noite, três jovens foram assassinados, amarrados e largados à beira da estrada. “Eu fiz a encomen-dação dos três corpos. Nunca tive tamanha difi-culdade de falar com uma das mães quando viu o corpo todo ensanguentado do filho. Ela gritava e repetia: ‘Quem vai cuidar do meu filho?’ A única coisa que pude fazer foi abraçá-la e dizer: ‘Agora é Deus que vai cuidar do seu filho!’”, lamentou o pregador, ilustrando com exemplos a triste rea-lidade de crianças e jovens que são constante-mente levadas pelo tráfico. “Essa realidade impõe muitos desafios, como no campo das famílias, onde os pais não sabem mais como conduzir os próprios filhos com tantas mudanças neste mun-do pós-moderno, que tem valores e contravalo-res que se misturam na vida de cada um todo o tempo”, observou Frei Evaristo.

No evangelho, os discípulos enfrentam um vendaval e ondas fortes, quando gritam desespe-rados: “Mestre, não te importa que pereçamos?”

“Na Bíblia, a barca sempre significou a Igreja; a barca é o símbolo da comunidade de fé. Os vendavais, as tempestades, as ondas, sempre são vistas como os males presentes no mun-do. Quantas vezes nós perguntamos: será que Deus não ouve nossa voz? No momento de uma doença, de uma necessidade profunda na vida, parece que Deus está dormindo. Foi essa a sensação dos discípulos. Não te importa Senhor que pereçamos? Jesus, com duas palavras, le-vanta e diz: ‘acalma-te, silêncio’. E grande foi o espanto porque aquele que tinha poder de curar, tinha poder sobre as forças da natureza. Então, Jesus faz a pergunta-chave: Onde está a vossa

fé? Por que estão com tanto medo? Muitas ve-zes pensamos que o contrário da fé é o ateísmo, aqueles que não creem. Não, irmãos, irmãs, o contrário da fé é o medo. Quando o cristão está paralisado, sem ação, com medo, isso é falta de fé”, ensinou.

Ao falar de Pedro, Frei Evaristo indicou que ele foi o primeiro apóstolo a levar a fé aos pagãos no seu tempo, como mostra o Capítulo 10 dos Atos dos Apóstolos, quando um centurião romano Cornélio chama Pedro para a sua casa através de dois empregados. “Quando Pedro entra na sua casa, Cornélio se ajoelha e pede que batize toda a família e ele próprio. Ora, naquele tempo havia uma grande discriminação contra os pagãos. E nem todos aceitavam ir à casa de um pagão e muito menos conviver com ele. E Pedro vai que-brando as barreiras, senta na mesa e come com aquela família, batiza a todos, convive com eles. Aceita que um pagão pode ser salvo por Jesus Cristo. O Espírito Santo desce e permanece na vida de um pagão. Quem vai em missão tem que, em primeiro lugar, converter-se, aceitar o outro. Levar uma palavra, mas antes de tudo, escutar o que o outro tem a dizer. Ele foi lá e escutou Cor-nélio, sentiu a sua necessidade, sentou-se com ele, permaneceu com a sua família”, ensinou Frei Evaristo.

“Então, nós, como comunidade em missão, somos convidados a evangelizar as famílias numa compreensão do mundo que temos hoje”, disse o pregador. “Evangelizar nesse mundo da tec-nologia, da informática, em que os mais novos dominam, mas os mais velhos ainda patinam. Nós somos chamados a evangelizar o mundo em constante mudança. Pedro aponta o caminho: o diálogo, para compreender e, juntos, caminhar em direção ao próprio Deus. Pedro nos ajuda a não cairmos na tentação de ficarmos num gueto, fechados no nosso mundinho, mas abrir-se para o outro na fé”, enfatizou o frade, concluindo sua homilia com o pedido do Papa Francisco para que a nossa Comunidade seja um santuário onde os sedentos tenham o que beber para continuar

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a caminhada e que o centro seja Jesus, que nos impulsiona para a missão”.

Frei Evaristo recordou durante a celebração que quando participou pela última vez da festa, antes de ser seminarista, dois momentos foram marcantes para ele: uma vez levando a prenda para a festa e outra vez carregando a galheta para o ofertório.

“Esta festa de São Pedro, essa preparação, é uma marca em nossa cidade do povo gasparen-

se. Já se tentou fazer outras festas em nossa ter-ra, mas a festa que o povo adere é de fato a festa de São Pedro. E todos que estão longe daqui se impressionam com os números dessa festa, das equipes que trabalham, da quantidade de pas-téis, do leilão de gado e de tudo o que acontece nesta terra. Mesmo de longe, sempre acompa-nhei com muito carinho e atenção tudo que se passava nesta festa e nesta Paróquia”, revelou Frei Evaristo.

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A Festa de São Pedro Após-tolo teve uma noite bem ju-nina na quinta-feira (25/6). Frei Germano Guesser, o

pároco, e Frei Evaristo Spengler, o pregador, abençoaram o bolo gi-gante de São Pedro, enquanto a quadrilha de jovens dos colégios Universitário e Madre Francisca Lampel abriu os festejos populares do dia. Para compensar o frio nes-te início de inverno, muito quentão, vinho quente, pastéis, churrasco e

QUENTãO, QUADRILHA, FOGUEIRA...E VIVA SãO PEDRO!

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cachorro quente. No salão principal, o rodízio de sopas acabou mais cedo, surpreendendo os organizadores. E para a festa ficar completa, foi o dia de acender a fogueira no pátio mais próximo do estacionamento.

Um aspecto muito importante desta festa é a dedicação e a quali-dade com que os produtos são pre-parados. Por exemplo, o cachorro--quente. Por aqui, não basta uma salsinha, milho verde, batata palha ou purê de batata como acontece em cidades do Sudeste e Nordeste. Só tem saída o verdadeiro cachorro--quente alemão.

A teoria mais comum é que o sanduíche nasceu no século XIX, na Alemanha, quando um açougueiro e produtor de linguiças, Johann Ge-orghehner, batizou a receita em ho-menagem a seu cãozinho da raça basset. Mas esse lanche ganhou notoriedade nos Estados Unidos. No sul do Brasil, contudo, diz-se que o verdadeiro cachorro-quente alemão é aquele que é acompanhado com chucrute e molho de tomate.

Nesta festa, contudo, esse prático, rápido e delicioso lanche é feito por uma família de italianos. As irmãs Ig-nez, Ema e Alma Marchi têm a ajuda do sobrinho Valtair Marchi (foto ao lado) para prepararem o verdadeiro chu-crute. Na bagagem desse trio, uma experiência de 20 anos, dedicados à festa. “É bem trabalhoso preparar o chucrute. Seria mais fácil colocar o repolho no sanduíche, mas prezamos pela qualidade e por aquilo que é ori-ginal. Assim, o resultado está garanti-do”, explicou Ignez. O resultado pôde ser visto nas filas para comprar a ficha por um lanche.

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Foi este o convite que fez Frei Evaristo ao refletir sobre o tema “a Igreja em saída” no segundo dia do Tríduo preparatório para a Festa de São Pedro Apóstolo.

No início da Missa, Frei Evaristo agradeceu as comunidades e grupos responsáveis pela cele-bração e recordou que o tema é muito caro ao nosso querido Papa Francisco. Mas lembrou que o ‘dinamismo da saída’ perpassa toda a história bíblica porque Deus provoca as pessoas para se desinstalarem e irem em missão. “Não só na Bí-blia, mas durante toda a história da Igreja, Deus

chama e Deus envia pessoas”, observou o frade, citando Abraão, Moisés, Jeremias e o convite de Jesus aos discípulos: ‘Ide, pois, e fazei discípulos meus todos os povos’.

“Quem não se lembra daquele momento em que Francisco de Assis, na capelinha de São Damião e diante do Crucifixo, ouve a voz Jesus que lhe fala: Francisco, vai e restaura a minha Igreja que está em ruínas’. Ele não se referia à igreja material mas à Igreja povo de Deus”, disse o pregador, enfatizando que o Papa pede uma Igreja que saia em direção aos outros para che-

2º dia

É HORA DO TESTEMUNHO VERDADEIRO

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gar às periferias humanas, uma igreja que ouve, acolhe, que acompanha quem ficou caído à beira do caminho, uma Igreja que imita o Filho Pródigo, uma Igreja como o pai do Filho Pródigo, que fica continuamente com as portas abertas para que, quando seu filho voltar, possa entrar sem nenhu-ma dificuldade.

Neste contexto, Frei Evaristo escolheu três pontos para refletir: 1º) O contexto de nossas famílias hoje, cujos filhos já não são mais inicia-dos na fé cristã e católica; 2º) um novo contexto social, com tantas migrações, pessoas que che-gam dos mais diversos lugares; 3º) as periferias existenciais, como fala o Papa.

O primeiro aspecto abordado pelo frade foi a transmissão da fé aos filhos, falando especifica-mente do município de Gaspar. “Talvez aqueles de cabelos brancos se recordem que, no passado, a grande maioria das famílias deste município era católica. Frequentava assiduamente a Missa, par-ticipava das novenas, dos terços. Perguntem aos mais velhos como o município inteiro se mobilizou

para construir essa igreja junto com Frei Godofre-do. Alguém da família, um avô ou um tio, deve ter se embrenhado nas matas atrás de madeiras para fazer os andaimes. Os bairros se revezavam em mutirões para isso. Então, todo o nosso mu-nicípio, de fato, tem uma expressão muito grande de fé e de participação na Igreja”, disse Frei Eva-risto, observando que hoje já não é mais assim e os pais têm uma grande dificuldade de transmitir a fé para os filhos. “Nesse mundo globalizado, da comunicação, da internet, da televisão, a voz dos pais é mais uma entre tantas. A voz da Igreja é uma voz que parece que fica como um caniço no deserto, como diz a expressão bíblica. Mas voltan-do àquela época, não sem dificuldades, aquelas pessoas se engajavam, participavam. A distância era maior naquela época, as pessoas não tinham carros como hoje. Os meios de transporte eram inexistentes, bem diferente do que é hoje. As pes-soas vinham de carroça, charrete, a pé, a cavalo, e estavam aqui todos os domingos, a família toda participando das celebrações. Então, nosso con-

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texto era totalmente católico, onde os filhos aprendiam a fé católica por imersão, porque estavam junto com a família”, explicou.

Mas, segundo o frade franciscano, hoje é diferente. “E nós estamos cada vez mais num mundo onde ser Igreja, ter uma religião, é, de fato, uma necessidade e responde ao interesse pessoal. Deixou de ser um com-promisso diário com Deus. A religião, às vezes, se torna muito frágil e a Igreja é tratada como um departamento, um banco, um supermercado. É uma necessidade e não uma adesão de fé. E nisso está um desafio que o Papa nos chama a atenção e que envolve a todos nós como Igreja. Alguns podem pensar que isso seja um problema sério demais, mas eu penso que aqui existe uma potencialidade, porque as pessoas estão diante de uma decisão. Cada um decide se vai ser católico ou não, se vai ser cristão ou não. Então, rompe-se com o tempo de uma tradição e agora passa a valer a decisão pessoal. E aí é que entra fortemente o testemunho. Um testemunho verdadeiro, porque se falta o testemunho, talvez caiamos naquilo que Jesus diz: nem quente nem frio”, explicou.

O segundo aspecto, segundo Frei Evaristo, é a mu-dança social com as migrações, que criam novos bairros nas cidades. “E como é que nós, como Igreja, estamos lá presente acolhendo os que chegam? Não digo ir lá para ensinar, para impor, mas para estar junto e ser uma presença viva no meio deles. Nos últimos anos come-çaram a chegar em nossa região muitos haitianos em busca de oportunidades de trabalho. Como Igreja, nós já somos uma presença entre eles? O Papa pede uma Igreja em saída, que não espera que aquela pessoa ve-nha mas que saia para encontrar aquele que precisa da nossa presença, do nosso testemunho. Igreja em saída, diz o Papa, é não permanecer numa pastoral de manu-tenção e perceber os novos desafios que a história nos impõe”, alertou.

Por último, falou das periferias existenciais, uma ex-pressão que o Papa gosta muito. “Onde estão essas periferias? Não estão lá longe, fora da cidade, mas es-sas periferias podem estar muito perto de nós. O Papa se refere àqueles que estão excluídos por vários moti-vos, como social, econômico ou familiar. Por exemplo, quando um idoso que requer mais atenção e foi esque-

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O churrasco foi um dos pratos mais procurados da festa.

cido pelos próprios filhos. A periferia existencial pode ser aquele doente que não é mais visitado, um portador de HIV, um prisioneiro que foi aban-donado”, exemplificou.

“O Papa nos pede para não passarmos pelo caminho de forma apressada e sem perceber aquele que está do nosso lado, que precisa de um olhar, uma palavra, um gesto e um carinho”, recomendou.

Na sua conclusão, Frei Evaristo foi contunden-te: “Penso que a Igreja Católica não será mais maioria em nosso país. Alguns ficam atônitos: como enfrentar essa situação? O Papa Francis-co diz que quando nós somos minoria temos aí uma oportunidade para sermos melhores cris-tãos, mais convictos, que acreditam naquilo que fazem, falam, testemunham Deus e sabem o va-lor de Deus na sua própria vida e de sua família. É importante recordarmos a nossa história cristã. No começo, o fermento fez crescer um grupinho

de cristãos, que depois se tornou uma massa. Que sabe, agora, quando essa massa perde a força e deixa de crescer, não é hora de retomar-mos a força do fermento no mundo? É hora do testemunho verdadeiro. De viver e anunciar os valores. Quais são os grandes valores cristãos? A solidariedade, a partilha, a união, a fé, a esperan-ça. Um grande santo da Igreja Católica dizia que os cristãos deveriam ser para o mundo como a alma para o corpo. A alma é aquilo que dá a vida, produz esperança, que dá sentido ao caminhar. Esse é nosso desafio: sermos alma, transmitir-mos valores, sermos fermento no mundo em que vivemos”, exortou.

“Que São Pedro, que ficou ao lado de Je-sus, nos leve com a sua barca mundo afora para anunciar, viver e testemunhar esse Jesus que é vivo e verdadeiro em nosso meio. Que assim seja!” , encerrou a pregação do segundo dia.

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Na noite da vigília da grande solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolos, no sábado (27/6), o pregador Frei Eva-risto Spengler trouxe mais presente a fi-

gura do Padroeiro e o tema do dia: “Todos somos discípulos missionários”.

O foguetório ao meio-dia já anunciava à cida-de que era véspera da grande festa. Às 15 ho-ras, um dos momentos mais belos desta festa, quando a Matriz ficou completamente lotada com a Missa da Catequese. À noite, um pouco antes das 19 horas, um buzinaço promovido pelas co-munidades Jesus Cristo Libertador, Santa Clara, Bom Jesus, Santa Teresinha, Santa Rita, trouxe a imagem de São Pedro para a celebração. Essas comunidades, a Ordem Secular Franciscana, as Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição es-tiveram à frente da celebração.

“Quem é esse Pedro, nosso Padroeiro?”, per-guntou. “Ele foi um dos discípulos mais próximos de Jesus. Em todas as listas dos apóstolos que

aparecem nos evangelhos, o nome de Pedro ocu-pa o primeiro lugar. Um homem simples, nascido ao norte do lago de Genesaré, em Bethsaida, era irmão do também apóstolo André, filho de Jonas. Era um homem casado, a sua sogra e sua espo-sa viviam em Cafarnaum, numa casa ao lado do lago de Genesaré. Ele era um pescador e foi ali, durante o trabalho na pesca, que Jesus o encon-trou e disse a ele e ao irmão André: ‘Vinde comigo e eu farei de vocês pescadores de homens’. Pe-dro e André estavam no trabalho. Eles deixaram as redes e imediatamente seguiram Jesus. Não disseram: ‘Espera um pouco, vou pensar’. O dis-cípulo é aquele que está pronto. Imediatamente seguiram a Jesus”, detalhou.

“O seu nome de família era Simão. Jesus é que mudou o seu nome para Pedro e deu um significado a isso. Nos momentos decisivos da missão, quem estava ao lado de Jesus? Simão Pedro, João, e algumas vezes André. Pedro nun-ca faltou nos momentos mais difíceis da caminha-

3º dia

A FÉ DE PEDRO É COMOUMA ROCHA InAbALáVEL

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da de Jesus. Os evangelhos o apresentam como um homem bom, de temperamento impulsivo, fala prontamente, é leal àquilo que assume, é ex-pansivo, é um homem generoso, mas sobretudo alguém apegado ao seu mestre Jesus”, conti-nuou o pregador.

“O Evangelho nos mostra também que Pedro é o primeiro discípulo a proclamar a fé em Jesus. E é esse fato que eu queria um pouco recordar com vocês...”, acentuou, referindo-se à passa-gem do evangelho em que Jesus pergunta aos discípulos sobre o que o povo dizia dele. “Quem os homens dizem que é o Filho do Homem?”

“Jesus, na verdade, não estava interessado numa pesquisa de opinião pública para saber o que o povo dizia dele. Queria saber o que os discípulos pensavam dele. E vocês, quem dizem que eu sou? Certamente, nessa hora, os discípu-los ficaram com certo medo. Mas Pedro, corajo-so, toma a palavra e diz: ‘Tu és o Messias, o filho do Deus vivo’. ‘Tu és o Messias’ já aparecia no evangelho de São Marcos, mas São Mateus co-loca a frase completa: ‘Tu és o Messias, o filho de Deus Vivo’. O povo esperava o Messias, mas es-perava o Messias filho de Davi. A expectativa era que Davi enviasse um descendente que haveria de salvar o povo. Pedro vai muito mais além: ‘Tu és o Messias filho de Deus Vivo’ quer dizer que Jesus não só nasceu de Deus mas age como o próprio Deus. É o filho de Deus vivo. Jesus, no nosso meio, é a própria revelação de Deus

que caminha conosco. Ele é Emanuel. Jesus não é como os falsos deuses, Jesus não é um ído-lo. Não é incapaz de salvar. Jesus é o Deus que possui a vida, que comunica a vida, que transmite a vida e que vem para salvar. Isto nos revela São Pedro. É o Deus vivificante”, sublinhou.

Segundo Frei Evaristo, a profissão de fé de Pedro recebe por parte de Jesus uma bem-aven-turança: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, por-que não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta rocha - falo rocha e não pedra - edificarei a minha Igreja”.

“Há duas palavras nessa frase de Jesus: o nome Pedro e a palavra pedra. Mas tu és a ro-cha sobre a qual construirei a minha Igreja. Nas traduções do evangelho, no próprio folheto da Missa de hoje, não aparece essa definição, mas se nós olharmos na Bíblia é muito visível. Jesus diz que Simão é Pedro, mas a fé de Simão é uma rocha inabalável e sobre a qual construirá a sua Igreja. Pedra na Bíblia é um fragmento que po-demos pegar, atirar, podemos partir. Rocha é um fundamento. A rocha é inabalável. Não se pode partir, não se pode tirar do lugar. A fé de Pedro é esse fundamento inabalável sobre o qual Deus quer construir sua Igreja”, ressaltou Frei Evaristo.

“A fé é a base e por isso Jesus diz a Pedro que ele é muito feliz porque descobriu o essencial da vida. Descobriu aquilo que, de fato, assenta as colunas do Reino dos Céus aqui na terra. A

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fé permite a construção de uma sociedade nova. Uma sociedade Ecclesia, ou seja, a Igreja, sinal do Reino de Deus neste mundo.

“Sabemos que o Reino só vai se concretizar na eternidade, na Parusia, mas esse reino tem os seus sinais aqui na terra. E a Igreja quer ser um sinal pela sua prática da partilha, do perdão, da acolhida, do anúncio da salvação, da boa nova do Evangelho. A Igreja quer ser isso. E Pedro, com a sua fé, representa as bases da Igreja”, continuou.

Então, Jesus diz: ‘Eu te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo que ligares na terra será li-gado lá no céu’. “É como se esse Reino aqui na terra fosse uma grande cidade e Pedro, como líder dos apóstolos, tivesse a chave para abrir e convi-dar todo o povo para entrar nesse reino na alegria da salvação de Jesus Cristo”, acrescentou.

“Como discípulos de Jesus, nós também re-cebemos essa chave e aqui eu queria concluir essa nova reflexão ligando ao tema de hoje: Dis-

cípulos missionários. O que é um discípulo mis-sionário? Qual é a base da missão? Só pode ser a base de Pedro. Ninguém jamais pode viver o cristianismo, não pode ser um católico sem fé. Quem não fez esse encontro pessoal com Jesus Cristo, é apenas um religioso de fachada, de ver-niz. Mas quem fez o encontro pessoal, descobriu o chamado em sua vida, esse sente que Jesus está presente em sua vida. E quem fez esse en-contro quer caminhar com Jesus ao longo de sua vida. Quem é que gosta de uma pessoa e não fala com ela? Quem não reza parece que não gosta de Deus, não encontrou Jesus. Vejam os jovens. Numa escola, os amigos estão sempre se falando e se é uma namorada então, o “zap-zap” não para. Mas e o nosso “zap” com Deus, como é que está? Como está nossa comunicação com Deus? Nós temos reservado um tempo para esse encontro amoroso, pessoal, com Deus?”, perguntou.

Alimentar a fé é o segredo segundo o prega-

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dor. “A fé, ela pode vir e ir como o vento. Pode-mos receber doutrina e não ter fé. A fé tem que ser alimentada. Achei tão bonito hoje na cateque-se quando eu vi aqui, pais, mães, filhos, rezando juntos. Suponho que essas famílias tenham de fato uma vida cristã, fervorosa, que saibam rezar juntos”, desejou.

“Então é essa fé que vai dar consistência. Pe-dro foi preso, mas confiou em Deus que o liber-tou. E quem tem esse testemunho de fé, esse, sim, é chamado a ser missionário, a anunciar. A Diocese está nessa campanha missionária. To-dos nós somos convidados a abrir nossas por-tas a essa missão, mas não só recebê-la, mas

somos convidados a visitar os nossos vizinhos, a rezar com eles, fazer um círculo bíblico, meditar sobre a Palavra de Deus”, sugeriu.

E Frei Evaristo ensinou: “Se o primeiro movi-mento é abrir-se para o alto, o segundo movimen-to, que nos convida essa Missa, é ir ao encon-tro do irmão, partilhar essa Boa Nova que Pedro professou em Jesus Cristo. Que São Pedro, na sua festa, possa nos tocar, possa nos incentivar, possa nos fortalecer, e nos faça perceber que es-tamos firmes na fé da Igreja e no bom caminho para chegar a Deus. Sejamos capazes de sair de nós mesmos e anunciar a fé aos nossos irmãos e irmãs”, concluiu.

no dia 29, na Missa das 19 horas, Frei Germano Guesser presidiu a Missa de Ação de Graças pela Festa, tendo como concelebrantes Frei Evaristo, Frei Carlos, Frei José e Frei Paulijacson, e fez um agradecimento emocionado aos trabalhadores, voluntários e festeiros. “Só posso lhes dizer: Deus lhe pague! Que Deus, na sua infinita bondade, cubra-os de bênçãos e saúde para continuarem semeando o Reino de Deus. Em meu nome, em nome da Fraternidade, quero agradecer de coração a todos por esta belíssima festa que fizemos”!

DIA 29: AçãO DE GRAçAS PELA FESTA

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MISSA DA CATEQUESE

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Já é tradição na Festa de São Pedro Após-tolo a Missa da Catequese, celebrada sempre no sábado, véspera da solenidade de São Pedro e São Paulo. E no sábado,

27 de junho, não foi diferente com Frei Evaristo Spengler, que presidiu a celebração das crianças e catequistas da Paróquia.

A Igreja Matriz ficou lotada mais uma vez e as crianças fizeram uma das mais belas celebrações em homenagem ao Padroeiro, surpreendendo o celebrante, que confessou estar encantado de ver pais, mães e crianças juntos.

Frei Evaristo, muito à vontade no meio dos pe-quenos, com simpatia conduziu a homilia dando uma verdadeira catequese. Começou explicando

o significado de “apóstolo” e insistiu para que as crianças repetissem bem alto o lema da festa: “Ai de mim se eu não evangelizar”.

O frade contou às crianças que no tempo de Pedro não havia boas condições para se viver o Evangelho e falou das perseguições aos cristãos, como a Pedro que, por ser líder dos apóstolos, acabou preso, mas foi libertado pelo anjo.

“Então, muitos pensam que é difícil seguir Jesus Cristo. Mas o que é necessário fazer para seguir Jesus Cristo?”, perguntou. “É ne-cessário aprender bem para ter uma fé firme e forte. Será que alguém que segue Jesus não quer continuadamente falar com ele? Será que nós, desde cedo, não aprendemos a rezar, a

UM ‘DIAMAnTE’PARA OS CATEQUIZAnDOS

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‘Abaixe-se, pegue as pedras do caminho e as coloque no seu bolso’. E o homem disse con-sigo mesmo que iria abaixar, mas pegaria as pedras meno-res para não ser mais incomo-dado mais por essa voz. Pegou três pedrinhas e, quando estava chegando no seu destino, no-vamente escutou a voz que lhe dizia: ‘Pegue as pedras que es-

tão no seu bolso e as coloque na sua mão’. E o homem tirou as pedrinhas do seu bolso e viu que elas haviam se transforma-do em diamantes. Esse homem ficou ao mesmo tempo alegre e triste. Alegre porque a pedra havia se transformado em um diamante, e triste porque dei-xou muitas pedras grandes no caminho...”.

falar com Jesus? Quantos não preferem ficar na cama aos domingos do que ir à Missa. Vocês vêm à Missa domingo ou ficam em casa dormindo? Como fica a Bíblia de vocês? Serve de decoração na estan-te, cheia de pó, ou está tão usada que nem dá para carre-gar?”, provocou.

“Para ser cristão é preciso ter esse contato mais próxi-mo com Jesus, conhecendo a sua vida, sabendo o que ele ensinou aos seus discípulos”, disse o frade, observando que pequenas coisas que parecem difíceis agora podem ser verda-deiros tesouros na vida, como ensina uma pequena história que contou.

“Eu trabalhei em Angola e lá as pessoas gostavam muito de contar histórias. Havia um ho-mem muito simples que todos os dias saía de sua casa para o trabalho caminhando a pé. Um dia escutou uma voz que dizia: ‘Abaixe-se, pegue as pe-dras do caminho e as coloque no seu bolso’. O homem ficou intrigado, olhou dos lados, para frente, para trás e para cima e não viu ninguém. Achou que era imaginação da sua cabeça. Em seguida, essa mesma voz voltou a lhe dizer: ‘Abaixe-se, pegue as pedras do caminho e as coloque no seu bolso”. E o homem novamente, intrigado, olhou para os lados, para cima, e não viu ninguém. Pensou: ‘É imaginação minha’. Mais uma vez, ele ouviu a voz que disse:

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“Muitas vezes, aquilo que no momento presente nós pensa-mos que é uma pedra atrapa-lhando nosso caminho, quando olhamos para trás vemos que transformou a nossa vida numa coisa muito bonita. Quem leva a sério a vida cristã, a vida em família, a vida na Igreja, vai co-lher grandes frutos ao longo de sua vida. Quais são esses fru-tos a partir de nossa fé? Se nós vivenciarmos nossa fé, vamos ter uma família unida pela fé em Jesus Cristo. Saberemos o que é perdão, harmonia, paz, cari-dade, misericórdia. Quanta feli-cidade teremos em ajudarmos o outro!”, ensinou.

E concluiu: “Hoje, São Pe-dro está dizendo que o caminho para seguir Jesus Cristo não é difícil mas tem que ter perseve-rança. Na igreja, na família, na catequese, na escola, e tam-bém na vida pessoal. Quem es-tuda, vai colher bons frutos na vida. Vai ter um bom emprego e um futuro pela frente. Então, hoje, Jesus está pedindo coi-sas que são boas, coisas que não valorizamos no presente, mas que vão dar muitos frutos no futuro. Eu peço hoje que Deus, por intercessão de São Pedro, venha aos corações dos catequizandos, dos cate-quistas, para renovar a fé, dar mais luz, ânimo, para que seja-mos fiéis seguidores de Jesus como foi Pedro e que possa-mos anunciar com alegria esse Evangelho, essa Boa Nova ao mundo”.

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O que faz uma senhora de 77 anos esban-jar alegria e simpatia mesmo tendo perdi-

do seu esposo há um mês? O que leva um senhor de 93 anos a não perder nenhuma festa em 43 anos? De onde uma senhora de 73 anos tira forças e energia para fazer de tudo e mais um

pouco exatamente como fez há 50 anos? Os exemplos não param... Cada um dos cerca de 500 voluntários em uma sema-na ou mais da Festa de São Pe-dro Apóstolo, em Gaspar (SC), tem uma história para contar de dedicação, amor e entrega.

Para Lídia Mônica Nagel, a resposta para tudo isso é bem

simples: fé. Ela é a pessoa que tem 73 anos e há 50 anos se dedica de corpo e alma à festa. “Não sei de onde ela tira tanta energia”, reconhece Tuti Spen-gler, outra que não mede esfor-ços a cada edição. Na festa, o nome de Lídia se ouve em to-dos os cantos do grande Salão Paroquial. A massa artesanal

O SEGREDO DA FESTA: FéA imagem do Cristo Redentor de braços abertos para a cidade e o rio Itajaí. Logo abaixo da imagem fica o Salão Cristo Rei.

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preparada para o Dia da Ma-carronada teve a sua mão. Na quinta-feira, quando começou o Tríduo Preparatório para a Fes-ta, ela foi a responsável pelo ro-dízio de sopas. “Enquanto tiver saúde, vou continuar trabalhan-do pela minha Paróquia”, espe-

ra Lídia, garantindo que o com-bustível para isso tem de sobra: fé. Lídia é professa na Ordem Franciscana Secular (OFS) de Gaspar há 42 anos.

Em doze anos residindo em Gaspar, sendo seis como páro-co, Frei Germano Guesser não

se cansa de elogiar a genero-sidade do povo gasparense. “A festa funciona por causa desse povo. Se não fosse ele, ela não teria essa magnitude”, destaca o também Definidor da Provín-cia da Imaculada, enfatizando o ambiente fraterno que se cria na comunidade durante o evento. “É bonito ver gente de um bom poder aquisitivo ao lado de pes-soas mais simples. Colocam o avental, a toca e trabalham juntos, em harmonia, respeito e alegria. Que bonito ver as pes-soas idosas sentadas, descas-cando aipim, batata, abóbora, enquanto outras estão rece-bendo as prendas. Os jovens, que durante o dia trabalham e estudam, à noite estão dando a sua contribuição. É essa co-munhão de forças, é essa união que faz a festa acontecer”, diz Frei Germano, elogiando a ale-Alegria é receita da festa dada pelos voluntários: como a Lídia Nagel (em pé à direita)

Durante o almoço e o café da tarde, frades e voluntários se juntam para um momento de confraternização e descontração...

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gria de Matildes Santina Ber-toldi, que veio com o grupo de cinquenta pessoas do Circolo Trentino di Gasparin. “Ela está sempre sorrindo e nem parece que há um mês perdeu o espo-so”, contou o pároco, referindo ao falecimento de Hercílio Mar-celino Bertoldi.

Assim como ela, Marli Demmer não perdeu nenhum dia da festa

e, para driblar as dores da perna, esticou-as em um banco e haja disposição! Sempre brincalho-na, garante que se diverte muito durante a festa. “Adoro trabalhar aqui e, enquanto minhas pernas me levarem, não vou parar. Meus filhos brigam comigo por causa das pernas, mas eu vou levan-do”, diz, brincando: “Gosto muito dos freis de Gaspar. Quando eles

forem embora, eu vou atrás...”.A festa do Padroeiro é para

os devotos a possibilidade de agradecimento e de comunhão com Deus. A sra. Darci Pitz não tem dúvida: “A gente recebe o dobro trabalhando aqui”. Isso porque ela tem uma confecção e fechou ao meio-dia para se dedicar à festa. “Levantei às cin-co horas, fiz almoço, fiz um bolo

Tuti Spengler: incansável e dedicada Clarindo Fantoni: o cérebro da festa

Darci divide o tempo em casa e na festa

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para a festa e ainda confeccio-nei mais de 20 calças antes de vir para cá”, contou Darci.

Para o coordenador do Con-selho Pastoral da Comunidade (CPC), Clarindo Fantoni, casa-do com Salete, a festa de São Pedro Apóstolo tem como obje-tivo reunir a comunidade para comemorar e homenagear o santo. “O povo de Gaspar gos-ta muito de ajudar e esse é um dos motivos da festa se manter forte no município durante todos

esses anos”, observa. É o caso de Benedito Aleixo Schmitt, que trabalha na festa há 43 anos e hoje, mesmo com um apoio para andar, não deixa de ajudar na recepção das prendas. “O Nute, como ele é conhecido, diz que aqui é uma família para ele”, conta Frei Germano.

Gertrudes Spengler, ou a Tuti, como é chamada, é irmã de Frei Evaristo. Ela dela a res-ponsabilidade de preparar cerca de 15 mil pastéis, trabalho que

Marli: alegria e simpatia

Nute: exemplo de vida

O milagre da multiplicação acontece em todos os cantos da festa...

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faz com dedicação há 28 anos. Filiada à Ordem Franciscana Secular, Tuti elogia a qualidade da festa do Padroeiro. “Acho que na região deve ser uma das poucas paróquias que mobiliza tanta gente para fazer uma festa tão bonita e com esse padrão de qualidade”, acredita. O “pa-drão-Gaspar” pode ser visto na

macarronada, nos pastéis, no churrasco, na cuca, no sonho, nas sopas, no quentão etc. “O segredo são as receitas origi-nais bem feitas”, explica Tuti.

O EXEMPLO DO CIRCOLO TRENTINO

Falando em qualidade, é o que não faltou no dia da Ma-

carronada que foi preparada e servida pelo grupo de 50 vo-luntários de Gasparinho e inte-grantes do Circolo Trentino di Gasparin, entre eles Matildes Santina Bertoldi, ou simples-mente D. Santinha, de 77 anos. “Nos preparamos os molhos com linguiça, a Bolonhesa, al pesto e a Carbonara”, explicou

Lovíduo Bertoldi, no centro, coordena a equipe do Circolo Trentino na Noite da Macarronada

Jovens e os não tão jovens mantêm viva a tradiição trentina em Gaspar

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cultural trazida pelos imigrantes italianos. Se depender dos jo-vens, essa tradição vai continu-ar, como se pôde ver nos gru-pos que ficaram com a tarefa de servir o buffet.

Liturgicamente, o dia 24 de junho, marcou pela solenida-de de São João Batista. Na

celebração das 19 horas, o presidente Frei Paulijacson de Moura lembrou o significado do nome de São João – “agra-ciado por Deus” – e de não perdermos o foco de nossa missão, assim como o profe-ta que anunciou a chegada de Jesus.

Lovídio Bertoldi, filho de D. Ma-tildes, que chegou a ser noviço na Ordem Franciscana em Ro-deio.

Segundo Lovídio, já é uma tradição preparar a macarro-nada nas festas da região. O grupo, com tranquilidade, deu conta de servir cerca de 900 pessoas. “A gente já está cale-jado. Quem deve ficar estressa-do é quem vai pagar”, brincou. Mas, na verdade, quem comeu não ficou nem um pouco es-tressado: o valor para comer à vontade quatro tipos de macar-rão com saladas custou apenas R$ 20,00.

Além da Festa de São Pe-dro, a comunidade trentina de Gaspar tem a Festa Italiana, que é organizada pelo Circolo Tren-tino di Gasparin, para resgatar e manter vivos os costumes italianos. Lovídio destaca a im-portância de manter a herança

Matildes Santina Bertoldi, simpatia e dedicação para manter viva uma tradição em Gaspar

Muita pasta e quatro sabores de molho para a noite especial da macarronada

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A história da igreja e da cidade caminham juntas. A Freguesia de São Pedro Após-tolo foi criada pela Lei número 509, de 25 de abril de 1861. Desses anos, 115 são

de presença franciscana. Segundo Frei Elzeário Schmitt, de saudosa memória, “a verdadeira pre-sença permanente dos franciscanos em Gaspar começou em 17 de setembro de 1900, festa das Chagas de São Francisco, quando Frei Pedro Sin-zig e o irmão leigo Wigberto Birk vieram residir em Gaspar”. Essa presença resultou num número ex-pressivo de vocações: 26 filhos de São Francisco.

A PRIMEIRA IGREJA (CAPELINHA)Antes da criação da paróquia, o primeiro tem-

plo católico da cidade era uma pequena igrejinha

IGREJA E CIDADE JUNTASde madeira e barro, que ficava na margem es-querda do rio Itajaí. Era o ano de 1850. “Conju-gados esforços deixaram a capelinha pronta para a Quinta-Feira Santa de 1850, dia que evoca a instituição da Eucaristia. Imagine-se com que pie-dade e satisfação as piedosas famílias daquela época fizeram o seu culto”, diz Frei Elzeário, no seu livro “São Pedro Apóstolo, 158 anos nas ma-lhas da história”.

Nesse tempo, os fiéis que frequentavam essa capelinha eram na maioria descendentes de portugueses, belgas e alemães. Segundo a história do município, os primeiros habitantes de Gaspar foram os índios botocudos, dizimados com o início da colonização, a partir do século XVII, quando chegaram no Região do Médio Vale

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do Itajaí os paulistas da Capitania de São Vicente, que trouxeram consigo muitos escravos, em busca de ouro e riquezas. No século XVIII, chega-ram os imigrantes dos Açores, com o aval da Coroa Portuguesa, preocu-pada com o interesse crescente dos espanhóis pelas terras. Aliás, o pró-

No dia 19 de março de 1935 realizou-se o lan-çamento e a bênção da pedra fundamental do Salão Cristo Rei.

A QUARTA IGREJAEm 08 de abril de 1944 aconteceu o lança-

mento da pedra fundamental da nova Matriz, cujo projeto coube a Simão Gramlich, recebida com

prio nome Gaspar, genui-namente português, pode ter origem com os portu-gueses. Não há na história de Gaspar qualquer docu-mento que afirme a origem do topônimo. Há quem diga que o nome surgiu para ve-nerar os santos Reis Ma-gos. Com os colonizado-res europeus, os alemães (1835) e os italianos (1875), teve início o desenvolvimen-to da região.

A SEGUNDA IGREJA

tava necessitando de reparos ficou resolvido que seria construída uma nova, no morro que o Dou-tor Blumenau havia doado aos gasparenses, por documento particular de 02 de abril de 1857. Foi inaugurada em 29 de junho de 1867, quando en-tão Pe. Gattone se transferiu para Brusque, sendo substituído pelo Pe. Zielinski.

A TERCEIRA IGREJAAo Pe. Matz coube a tarefa de providenciar a

planta da nova Matriz junto ao arquiteto Krohber-ger. O templo, construído em forma de cruz, em estilo romano, foi inaugurado em 29 de junho de 1885, na festa de São Pedro. Em 1890 chegou a primeira imagem do padroeiro. Logo em seguida, os franciscanos assumiram a Paróquia onde per-manecem até os dias atuais.

alegria pela população, que não mediu esforços para colaborar numa obra de tamanho vulto. No dia 03 de maio de 1956, D. Inácio Krause conce-de a bênção inaugural e, desde então, a igreja é o cartão postal da cidade e uma das mais belas construções religiosas do Vale do Itajaí. Frei Go-dofredo Sieber é a principal figura de destaque na construção desta igreja.

Da Paróquia São Pedro Apóstolo foram des-membradas as paróquias São Paulo Apóstolo de Blumenau (08 de fevereiro de 1878), hoje cate-dral diocesana, São Pio X de Ilhota (31 de maio de 1954), Imaculada Conceição no Bela Vista (03 de fevereiro de 1999), Nossa Senhora do Rosário no Barracão (03 de junho de 2006) e Sagrado Coração de Jesus no Belchior Alto (24 de dezem-bro de 2006).

Foto

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Morro da matriz, no início do século XX (óleo sobre tela: Élio Hahnemann - 1989)

Com a criação da Paróquia, em 1861, assumiu o primeiro vigário, o Pe. Alberto Francisco Gattone. Quando a capela es-

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A FRATERNIDADE NA 165ª EDIÇãO DA FESTA

Frei Germano GuesserPároco

Natural de Antônio Carlos (SC), Frei Germano nasceu no dia 17 de maio de 1966 e vestiu o hábito franciscano no dia 18 de janeiro de 1985. Professou na Ordem dos

Frades Menores em 2 de agosto de 1990 e foi ordenado presbítero no dia 6 de fevereiro de 1993.

Residi há doze anos em Gaspar, sendo seis como pároco. É Definidor da Província Franciscana da Imaculada Conceição.

Frei José bertoldiVigário da Casa e Vigário paroquial

Natural de Ascurra (SC), Frei José nasceu no dia 22 de fevereiro de 1935 e vestiu o hábito franciscano no dia 22 de dezembro de 1956. Professou na Ordem dos Frades Menores em 23 de dezembro de 1960 e foi

ordenado presbítero no dia 15 de dezembro de 1962.Reside em Gaspar há cinco anos.

Frei Carlos IgnaciaVigário paroquial

Natural de Crisciúma (SC), Frei Carlos nasceu no dia 9 de maio de 1975 e vestiu o hábito franciscano no dia

15 de janeiro de 1994. Professou na Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 2000 e foi ordenado pres-

bítero no dia 24 de maio de 2003.Residi em Gaspar há três anos.

Frei Paulijacson MouraVigário paroquial

Natural de São Miguel (RN), Frei Paulijacson nasceu no dia 16 de dezembro de 1981 e vestiu o hábito francis-

cano em 8 de janeiro de 2006. Professou na Ordem dos Frades Menores no dia 6 de agosto de 2011 e foi ordenado presbítero no dia 29 de novembro de 2014.

Residi há dois anos em Gaspar.

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A PRIMEIRA FESTA

Frei Jefferson Max e Frei Marcos Schwengber, frades de profissão temporária e estudantes de Filosofia em Rondinha (PR), fizeram estágio du-rante o mês de julho na Fraternidade São José, da Paróquia São Pedro em Gaspar-SC, e falaram da experiência de participar pela primeira vez da Festa do Padroeiro.

“Tivemos a graça de participar das festividades do padroeiro desta cidade, que ocorreram entre os dias 21 a 28 de Junho. Fomos bem acolhidos por todos os confrades, em nome do pároco, Frei Germano Guesser e por toda a estimada co-munidade paroquial. Assim, pudemos auxiliar na preparação dos pastéis, que não foram poucos. Além disso, convivemos e aprendemos com as pessoas que aqui colaboram e se dedicam volun-tariamente neste serviço à Paróquia. No último dia de festa, como de costume, é feita uma procissão com o padroeiro São Pedro pelas águas do rio Itajaí-Açú. A jangada, conhecida aqui por ‘jabiraca’, era puxada por uma draga e era acompanhada por barquinhos, jet ski e canoas. O trajeto foi anima-do com cantos, orações e até um churrasquinho. Findado o trajeto, em procissão seguimos rumo à

Também participaram pela primeira vez, os aspirantes Danilo Lima de Oliveira (SP) e Marcelo Dias Soares (RJ), que

concluíram a primeira etapa de forma-ção no aspirantado na Fraternidade de Acolhimento de Gaspar.

Matriz onde celebramos a solenidade dos apósto-los Pedro e Paulo. Rendemos graças a Deus por tudo o que Ele nos concedeu nestes dias e pelo bom êxito da festa”

Frei Jefferson (à esq.) e Frei Marcos

Danilo Lima de Oliveira Marcelo Dias Soares

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Aos seus 80 anos de idade e 53 anos de vida sacerdotal comple-tados neste último dia 15 de de-zembro, Frei José Bertoldi (Beppi), continua atuando com muita garra e perseverança na Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar. Frei Beppi nasceu em Ascurra (SC), em 22 de fevereiro de 1935 e já passou por 20 fraternidades. Como faz todo ano, ele veste o gorro e o avental e põe a mão na massa, literalmente.

FREI BEPPI

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Ademir Segundo Bertoldi e Roseli Ramos

Agostinho Luis Debortoli e Ussama Abeallah

Aldo Schneider e Marita Utto Schneider

Alfredo de Andrade e Maria de Andrade

Álvaro Luiz Spengler e Luciane Micheli Pereira

Alcir Vieira e Marlete Pereira Vieira

Alvir Spengler e Marileusa Natal Spengler

Antenor Oneda e Mirian Moreto Oneda

Artur Werner e Marlete C. Werner

Charles Leandro Cardoso e Luceleni Aparecida Coradini

Claudio José Zuchi e Bernadete Zuchi

Claudio Reinert e Rose Reinert

Diego Alexandre Sabel e Sara Regina Rotta

Edilson da Silva e Louise Angélica Souza

Edgar Schaider e Gizelly Deschamps

Francisco Fantoni Neto e Camila Naumann Pereira

Hermínio José dos Santos e Zenaide Pamplona dos Santos

Itacir Alves de Almeida e Roseli Boettger de Almeida

Jacó Francisco Goedert e Terezinha Bernz Goedert

Jardel Evandro da Silva e Rosane Regina Schmitt

Jorge Dalarosa e Arminda de Oliveira

José Alberto Schmitt (Pinoco) e Adriana Depiné

José Carlos da Silva e Rosani B. da Silva

José Gabriel Corrêa e Maria Hilda Marques Corrêa

José Evaristo Pereira e Bernadete de O. Pereira

Lucas José Weigenannt e Lara Luizi Weigenannt

Luciano Bernardi e Silvia Koerich Bernardi

Luiz Henrique Richartz e Maria de Souza Silva Richartz

Luiz Henrique Stanke e Daniela da Silva Stanke

Luiz Roque Schmitt e Cátia Regina de Souza Schmitt

Marcelino Simão e Cristina Simão

Mario Soberansk e Roseli Soberansk

Paulo Bornhausen e Roseli Pamplona Bornhausen

Paulo Osmar Junckes e Deise Goedert Junckes

Paulo Vinícius da Silva e Bárbara Cecília da Silva

Pedro Graciolo e Roseli Graciolo

Raul Neves e Roselene Rainert Neves

Renato Oscar da Silva e Débora Elis Melato da Silva

Rogério Alves de Andrade

e Mara Andrea Tonioli A. Andrade

Sérgio Alexandre Spengler e Deise Simon

Valtair Marchi e Dorizete Aparecida Stiz Marchi

Vilmar Zimmermann e Rosana Regina Schmitt Zimmermann

FESTEIROS

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