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Director: Redacção e Administração: Composição e impressão: ASSINATURAS INDIVIDUAIS PORTE PAGO PADRE LUCIANO GUERRA SANTUÁRIO DE FÁTIMA- 2496 FÁTIMA CODEX GRÁFICA DE LEIRIA Território Nacional e Estrangeiro TAXA PAGA ANO 76- N. 11 907 -13 de Abril de 1998 Telefone 049/539600- Fax 049/539605 Rua Francisco Pereira da Silva, 333-2410 LEIRIA 400$00 2400 LEIRIA Propriedade: FÁBRICA DO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA PUBLICAÇÃO MENSAL AVENÇA Depósito Legal N.Q 1673/83 DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO Vale a pena voltarmos muitas vezes a interrogar-nos sobre o que poderá ter sido a história, certamente muito longa, da pa- lavra "espírito". Com efeito, a palavra "espírito" tem origem no vento: no vento que sopra à nossa volta e vem ao nosso encon- tro, e que nós nem vemos nem propriamente palpamos. O funda- mental, para a história desta palavra, é o momento, ou a longa época, em que se passou a entender que "vento" ou "espírito", também servia para designar uma realidade que nem sequer se podia sentir como sentimos o vento à nossa volta. É que só a tir deste grande salto é que o homem pode falar apropriada- mente de Deus. Só quando o ser humano percebeu que o seu Deus, ou os seus deuses, nada eram se não fossem superiores a toda a matéria, é que encontrou o "verdadeiro" Deus. Que mesmo assim, Deus não poderá ser captado em toda a sua mis- teriosidade, já que são infinitas as suas qualidades, e nós sere- mos sempre finitos. Até no Céu seremos finitos! De tal maneira que, embora no Céu possamos conhecer Deus como Ele é, nun- ca conheceremos tudo aquilo que Ele é. Nem os Anjos O conhe- cem assim, precisamente porque não têm capacidade! Mas que grande salto perceber que existem realidades que, não sendo materiais, superam a matéria! Valha a verdade que, quando a gente se deixa penetrar do mistério que é a existência do mundo material, custa menos admitir que existam outros mundos ain- da mais belos. Os leitores saberão perdoar esta introdução pouco clara, se ligarem estas considerações a uma série de pensamentos que muitos, se não todos, são capazes de alimentar em suas cabe- ças, e a que dão o nome de "tentações contra a fé". As nossas tentações contra a fé vêm frequentemente da nossa dificuldade em conceber que haja alguma realidade superior às que encon- tramos no mundo através dos nossos sentidos que, por muito perfeitos que nos apareçam, não deixam de ser feitos de maté- ria, e sujeitos portanto à corrupção. No fundo, as nossas dificul- dades contra a fé vêm todas da impossibilidade de verificarmos as nossas afirmações, os nossos dogmas, como verificamos (mais ou menos, mas com suficiente satisfação), as afirmações que têm base nos objectos materiais. Mas também não foi por acção de um qualquer restre [por exemplo, qualquer habitante de qualquer outro plane- ta) que nós, os humanos, partindo da noção de vento, e servindo- -nos dessa palavra, imaginámos, descobrimos, inventámos, es- sa outra realidade que, existindo tanto como a matéria, nao po- de reduzir-se a ela, porque dela é diferente, e a ela é mesmo su- perior. Pode ter sido no momento desta descoberta que nas- ceram todas as religiões, talvez mesmo também aquela que cha- mamos cristã, e cujos últimos contrafortes se perdem nas ideias poéticas, sublimes, embora muito obscuras, do primeiro livro da Bíblia. Onde já se fala não só do Espírito [escrevamos com maiús- cula, para venerarmos a memória de quem primeiro descorti- nou o Espírito para além da matéria) mas também o "Espírito Deus": "as trevas cobriam o abismo, e o Espírito de Deus movia- -se sobre a superfície das águas." (Gen 1, 2). Este ano de 1998, dedicado ao Espírito Santo de Deus, forne- ce-nos um estímulo novo à leitura dos textos bíblicos que se usam na liturgia, e ajuda-nos a pensar nestas palavras e nesta realidade, que noutras ocasiões nos passariam despercebidas. Assim, por exemplo, na Missa do Dia de Páscoa, que foi ontem, 12 de Abril, encontramos o apóstolo Pedro, em Jope, na casa do pagão Comélio, a explicar-lhe que, depois do baptismo que João pregou, "Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem" (Actos 10, 38); e na Missa de hoje, segunda-feira de Páscoa, no primeiro discurso que o mesmo Pedro proferiu em público, se pode ler de Jesus que, ten- do sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis" (Actos 2, 33). Portanto, a vinda do Espírito Santo sobre os 120 discípulos reunidos, como Maria, no Cenáculo, é o resultado, ou a realiza- ção, de uma promessa do Pai, feita a seu Filho Jesus, e por este anunciada aos discípulos, com muita antecedência. Seria interessante seguir esta promessa do Pai, que Jesus fez sua. Como seria interessante interrogar-nos que necessida- de tinham o Pai e o Filho de "recorrer" ao Espírito Santo para dei- xarem um companheiro, ou, na linguagem de S. João, um Conso- lador, aos discípulos, quando Jesus partisse da sua presença. Baste-nos ao menos o espaço para uma última invocação: ramai, Senhor, sobre nós, o Vosso Espírito! o P. Ll.JciMD GLJ:RRA SANTUÁRIO DE FÁTIMA - CONCURSO INTERNACIONAL DE IDEIAS LOCALIZACÃO DA NOVA BASíLICA # SERÁ NA ZONA DA PRACA PIO XII? # Realizou-se, de 16 a 23 de Mar- ço, no Centro Pastoral Paulo VI, o Concurso Internacional de Projec- tos de Arquitectura (Concurso de Ideias) para as novas construções no Santuário de Fátima, ou seja, o Grande Espaço Coberta para As- sembleias (GECA) e Presbitério do Recinto de Oração (PRO). O Júri foi constituído por Mons. Luciano Guerra, Reitor do Santuá- rio, Arq. Erich Corsépius, Director do Serviço de Ambiente e Constru- ções do Santuário, Prof. Eng. Aristi- des Guedes Coelho, Delegado do Colégio de Engenharia Civil da Or- dem dos Engenheiros, Arq. Angelo Luís Costa Silveira, Delegado do Mi- nistério do Equipamento, do Planea- mento e da Administração do Terri- tório, Dr. Arq. Rafael de La-Hoz, de Madrid, Prof.JI. Arq.A Maria Antoniet- ta Crippa, Professora de Arquitectu- ra na Universidade de Milão e mem- bro da Comissão de Arte Sacra da mesma Diocese, e Cón. José da Costa Ferreira, Professor de Litur- gia na Universidade Católica Portu- guesa e membro do Secretariado Nacional de Liturgia. Não participou o Prof. Arq. Karl Josef Schattner, de Eichstatt (Alemanha), impedido por doença. O Júri teve como assessores técnicos os senhores Prof. Eng. João Lopes Porto (Fundações e Es- truturas), Eng. Victor Pimental (Geo- logia/Geotecnia), Eng. Barradas da Silva (Electricidade/Acústica), Eng. Francisco Alvim (Hidráulica), Prof. Oliveira Fernandes (Conforto térmi- co), Eng. Padinha Colarejo (Lumi- notecnia), Prof. Eng. Luqwig Reiche (Segurança), Arq. Pais. Edgar Fon- tes (Paisagismo), Eng. José Teixei- ra Trigo (Garantia de Qualidade), Eng. Luis Malheiro (Electromecâni- ca), Prof. Arq. Sebastião Formosi- nho Sanches (Construção) e P. Dr. Leão Cordeiro (Liturgia/ Arte Sacra). Não pode participar o P. Dr. António Rego (Comunicação Social). Este grupo reuniu nos dias 16 e 17, ten- do cada elemento apresentado pa- recer escrito, dentro da sua espe- cialidade. Nos dias 20 e 21, os arquitectos concorrentes apresentaram, pes- Os membros do Júri numa das reuniões intercalares. soalmente, por ordem alfabética, e durante uma hora cada, as suas pro- postas aos membros do Júri, que co- meçara os seus trabalhos no dia 19. Na sua última reunião plenária, no dia 23, o Júri emitiu um parecer final, com as seguintes conclusões que a seguir transcrevemos: "1 Q- Foram presentes nove propostas dos seguintes arquitec- tos: Mario BOTTA, Gonçalo Sousa BYRNE, João Luis CARRILHO DA GRAÇA, Vittorio GREGOTTI, José Carlos LOUREIRO, Günter PFEI- FER, Alexandros N. TOMBAZIS, Oscar TUSQUETS BLANCA e Pe- dro Ramirez VAZQUEZ. Não foi en- tregue a proposta prevista do Arq. Alcino SOUTINHO. 20.- Todos os concorrentes cor- responderam, de modo geral, às exi- gências do Programa. exame dos projectos evi- dencia uma tal diferença temática e contextuai dos dois objectos (GE- CA e PRO), que se torna impossí- vel uni-los num único juizo crítico. O Júri considerou que, em conse- quência disso, nenhum dos autores conseguiu idêntico nível de qualida- de em ambos os objectos. 40-- Assim, o Júri foi conduzido a fazer análises separadas das pro- postas para o GECA e das propos- tas o PRO. SO.- No que respeita ao GECA, nenhuma das soluções responde de modo totalmente satisfatório, pelo que o Júri entendeu simplesmente destacar os autores que parecem susceptíveis de melhor poderem de- senvolver um trabalho futuro. Assim, são indicados, por ordem alfabética, os arquitectos: Gonçalo Sousa BYRNE, Alexandros N. TOMBAZIS e Oscar TUSQUETS BLANCA. 62 - No que diz respeito ao PRO, o Júri não pretende destacar nenhum autor, embora os arquitec- tos José Carlos LOUREIRO e Pe- dro Ramirez VAZQUEZ tenham so- luções que podem ser exploradas. 70.- O Júri, consciente de que a singularidade e complexidade do tema abre novas perspectivas e di- mensões à Arquitectura, felicita os organizadores e os concorrentes pe- lo alto nível atingido e o exemplo que a realização do Concurso em si pró- prio constitui ... Entre as duas hipóteses apre- sentadas para localização da nova Basílica (atrás da actual ou na zona da Praça Pio XII), todos os concor- rentes escolheram a zona da Praça Pio XII. Em face do parecer final do Jú- ri, o Serviço de Ambiente e Cons- truções do Santuário vai estudar e decidir a próxima fase do projecto para as novas construções, no fim da qual todas as propostas agora apresentadas serão expostas ao pú- blico. ARCEBISPO DE PRAGA PRESIDE À PEREGRINACÃO DE 13 DE MAIO Sua Eminência o Senhor Car- deal Vlk Miloslav, Arcebispo de Pra- ga (República Checa), será o presi- dente das celebrações da Peregri- nação de 13 de Maio próximo. Também já são conhecidos os presidentes das peregrinações dos dias 13 de Junho, Julho e Agosto, respectivamente: O. Reinhard Lett- mann, Bispo de MOnster (Alema- nha), O. José Augusto Pedreira, Bis- pode Viana do Castelo, e O. Fer- nand Franck, Arcebispo do Luxem- burgo. Para os meses de Setembro , e Outubro foram convidados O. Ma- nuel Pelino Domingues, Bispo de Santarém, e Sua Eminência o Car- deal Josef Tomko, Prefeito da Sa- grada Congregação para a Evan- gelização dos Povos, mas aguar- da-se ainda a sua confirmação. Com o objectivo de fazer de Fá- tima o centro das celebrações do Ano Missionário em Portugal, foi es- colhido para tema anual a frase cc1998-ANO DO ESPIRITO, ANO DA MISSÃO». Na mesma linha, os temas mensais serão os seguintes: MAIO: ccMaria, Templo do Espí- rito e Mãe da Igreja... JUNHO: eco Espírito renova a fa- ce da terra .. (Salmo 1 04.30). JULHO: eco Espírito, fonte de uni- dade» (1 Cor 12,13). AGOSTO: cclde por todo o mul'}- do» (Me 16, 15), (cf. Act 10, 45). SETEMBRO: ccPelos caminhos do Espfrito» (Act 8, 29), (Act 6, 4- -5), (Act 18, 26). OUTUBRO: ccNós e o Espfrito Santo somos testemunhas .. (Act 5, 32).

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Director: Redacção e Administração: Composição e impressão: ASSINATURAS INDIVIDUAIS PORTE PAGO PADRE LUCIANO GUERRA SANTUÁRIO DE FÁTIMA- 2496 FÁTIMA CODEX GRÁFICA DE LEIRIA Território Nacional e Estrangeiro TAXA PAGA

ANO 76- N.11 907 -13 de Abril de 1998 Telefone 049/539600- Fax 049/539605 Rua Francisco Pereira da Silva, 333-2410 LEIRIA 400$00 2400 LEIRIA

Propriedade: FÁBRICA DO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA • PUBLICAÇÃO MENSAL AVENÇA Depósito Legal N.Q 1673/83

DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO Vale a pena voltarmos muitas vezes a interrogar-nos sobre

o que poderá ter sido a história, certamente muito longa, da pa­lavra "espírito". Com efeito, a palavra "espírito" tem origem no vento: no vento que sopra à nossa volta e vem ao nosso encon­tro, e que nós nem vemos nem propriamente palpamos. O funda­mental, para a história desta palavra, é o momento, ou a longa época, em que se passou a entender que "vento" ou "espírito", também servia para designar uma realidade que nem sequer se podia sentir como sentimos o vento à nossa volta. É que só a pa~ tir deste grande salto é que o homem pode falar apropriada­mente de Deus. Só quando o ser humano percebeu que o seu Deus, ou os seus deuses, nada eram se não fossem superiores a toda a matéria, é que encontrou o "verdadeiro" Deus. Que mesmo assim, Deus não poderá ser captado em toda a sua mis­teriosidade, já que são infinitas as suas qualidades, e nós sere­mos sempre finitos. Até no Céu seremos finitos! De tal maneira que, embora no Céu possamos conhecer Deus como Ele é, nun­ca conheceremos tudo aquilo que Ele é. Nem os Anjos O conhe­cem assim, precisamente porque não têm capacidade! Mas que grande salto perceber que existem realidades que, não sendo materiais, superam a matéria! Valha a verdade que, quando a gente se deixa penetrar do mistério que é a existência do mundo material, custa menos admitir que existam outros mundos ain­da mais belos.

Os leitores saberão perdoar esta introdução pouco clara, se ligarem estas considerações a uma série de pensamentos que muitos, se não todos, são capazes de alimentar em suas cabe­ças, e a que dão o nome de "tentações contra a fé". As nossas tentações contra a fé vêm frequentemente da nossa dificuldade em conceber que haja alguma realidade superior às que encon­tramos no mundo através dos nossos sentidos que, por muito perfeitos que nos apareçam, não deixam de ser feitos de maté­ria, e sujeitos portanto à corrupção. No fundo, as nossas dificul­dades contra a fé vêm todas da impossibilidade de verificarmos as nossas afirmações, os nossos dogmas, como verificamos (mais ou menos, mas com suficiente satisfação), as afirmações que têm base nos objectos materiais.

Mas também não foi por acção de um qualquer extra-te~ restre [por exemplo, qualquer habitante de qualquer outro plane­ta) que nós, os humanos, partindo da noção de vento, e servindo­-nos dessa palavra, imaginámos, descobrimos, inventámos, es­sa outra realidade que, existindo tanto como a matéria, nao po­de reduzir-se a ela, porque dela é diferente, e a ela é mesmo su­perior. Pode ter sido no momento desta descoberta que nas­ceram todas as religiões, talvez mesmo também aquela que cha­mamos cristã, e cujos últimos contrafortes se perdem nas ideias poéticas, sublimes, embora muito obscuras, do primeiro livro da Bíblia. Onde já se fala não só do Espírito [escrevamos com maiús­cula, para venerarmos a memória de quem primeiro descorti­nou o Espírito para além da matéria) mas também o "Espírito Deus": "as trevas cobriam o abismo, e o Espírito de Deus movia­-se sobre a superfície das águas." (Gen 1, 2).

Este ano de 1998, dedicado ao Espírito Santo de Deus, forne­ce-nos um estímulo novo à leitura dos textos bíblicos que se usam na liturgia, e ajuda-nos a pensar nestas palavras e nesta realidade, que noutras ocasiões nos passariam despercebidas. Assim, por exemplo, na Missa do Dia de Páscoa, que foi ontem, 12 de Abril, encontramos o apóstolo Pedro, em Jope, na casa do pagão Comélio, a explicar-lhe que, depois do baptismo que João pregou, "Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem" (Actos 10, 38); e na Missa de hoje, segunda-feira de Páscoa, no primeiro discurso que o mesmo Pedro proferiu em público, se pode ler de Jesus que, ten­do sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis" (Actos 2, 33).

Portanto, a vinda do Espírito Santo sobre os 120 discípulos reunidos, como Maria, no Cenáculo, é o resultado, ou a realiza­ção, de uma promessa do Pai, feita a seu Filho Jesus, e por este anunciada aos discípulos, com muita antecedência.

Seria interessante seguir esta promessa do Pai, que Jesus fez sua. Como seria interessante interrogar-nos que necessida­de tinham o Pai e o Filho de "recorrer" ao Espírito Santo para dei­xarem um companheiro, ou, na linguagem de S. João, um Conso­lador, aos discípulos, quando Jesus partisse da sua presença. Baste-nos ao menos o espaço para uma última invocação: De~ ramai, Senhor, sobre nós, o Vosso Espírito!

o P. Ll.JciMD GLJ:RRA

SANTUÁRIO DE FÁTIMA - CONCURSO INTERNACIONAL DE IDEIAS

LOCALIZACÃO DA NOVA BASíLICA #

SERÁ NA ZONA DA PRACA PIO XII? #

Realizou-se, de 16 a 23 de Mar­ço, no Centro Pastoral Paulo VI, o Concurso Internacional de Projec­tos de Arquitectura (Concurso de Ideias) para as novas construções no Santuário de Fátima, ou seja, o Grande Espaço Coberta para As­sembleias (GECA) e Presbitério do Recinto de Oração (PRO).

O Júri foi constituído por Mons. Luciano Guerra, Reitor do Santuá­rio, Arq. Erich Corsépius, Director do Serviço de Ambiente e Constru­ções do Santuário, Prof. Eng. Aristi­des Guedes Coelho, Delegado do Colégio de Engenharia Civil da Or­dem dos Engenheiros, Arq. Angelo Luís Costa Silveira, Delegado do Mi­nistério do Equipamento, do Planea­mento e da Administração do Terri­tório, Dr. Arq. Rafael de La-Hoz, de Madrid, Prof.JI. Arq.A Maria Antoniet­ta Crippa, Professora de Arquitectu­ra na Universidade de Milão e mem­bro da Comissão de Arte Sacra da mesma Diocese, e Cón. José da Costa Ferreira, Professor de Litur­gia na Universidade Católica Portu­guesa e membro do Secretariado Nacional de Liturgia. Não participou o Prof. Arq. Karl Josef Schattner, de Eichstatt (Alemanha), impedido por doença.

O Júri teve como assessores técnicos os senhores Prof. Eng. João Lopes Porto (Fundações e Es­truturas), Eng. Victor Pimental (Geo­logia/Geotecnia), Eng. Barradas da Silva (Electricidade/Acústica), Eng. Francisco Alvim (Hidráulica), Prof. Oliveira Fernandes (Conforto térmi­co), Eng. Padinha Colarejo (Lumi­notecnia), Prof. Eng. Luqwig Reiche (Segurança), Arq. Pais. Edgar Fon­tes (Paisagismo), Eng. José Teixei­ra Trigo (Garantia de Qualidade), Eng. Luis Malheiro (Electromecâni­ca), Prof. Arq. Sebastião Formosi­nho Sanches (Construção) e P. Dr. Leão Cordeiro (Liturgia/ Arte Sacra). Não pode participar o P. Dr. António Rego (Comunicação Social). Este grupo reuniu nos dias 16 e 17, ten­do cada elemento apresentado pa­recer escrito, dentro da sua espe­cialidade.

Nos dias 20 e 21, os arquitectos concorrentes apresentaram, pes-

Os membros do Júri numa das reuniões intercalares.

soalmente, por ordem alfabética, e durante uma hora cada, as suas pro­postas aos membros do Júri, que co­meçara os seus trabalhos no dia 19.

Na sua última reunião plenária, no dia 23, o Júri emitiu um parecer final, com as seguintes conclusões que a seguir transcrevemos:

"1 Q - Foram presentes nove propostas dos seguintes arquitec­tos: Mario BOTTA, Gonçalo Sousa BYRNE, João Luis CARRILHO DA GRAÇA, Vittorio GREGOTTI, José Carlos LOUREIRO, Günter PFEI­FER, Alexandros N. TOMBAZIS, Oscar TUSQUETS BLANCA e Pe­dro Ramirez VAZQUEZ. Não foi en­tregue a proposta prevista do Arq. Alcino SOUTINHO.

20.-Todos os concorrentes cor­responderam, de modo geral, às exi­gências do Programa. ~-O exame dos projectos evi­

dencia uma tal diferença temática e contextuai dos dois objectos (GE­CA e PRO), que se torna impossí­vel uni-los num único juizo crítico. O Júri considerou que, em conse­quência disso, nenhum dos autores conseguiu idêntico nível de qualida­de em ambos os objectos.

40-- Assim, o Júri foi conduzido a fazer análises separadas das pro­postas para o GECA e das propos­tas p~ra o PRO.

SO.- No que respeita ao GECA, nenhuma das soluções responde de

modo totalmente satisfatório, pelo que o Júri entendeu simplesmente destacar os autores que parecem susceptíveis de melhor poderem de­senvolver um trabalho futuro.

Assim, são indicados, por ordem alfabética, os arquitectos: Gonçalo Sousa BYRNE, Alexandros N. TOMBAZIS e Oscar TUSQUETS BLANCA.

62 - No que diz respeito ao PRO, o Júri não pretende destacar nenhum autor, embora os arquitec­tos José Carlos LOUREIRO e Pe­dro Ramirez VAZQUEZ tenham so­luções que podem ser exploradas.

70.- O Júri, consciente de que a singularidade e complexidade do tema abre novas perspectivas e di­mensões à Arquitectura, felicita os organizadores e os concorrentes pe­lo alto nível atingido e o exemplo que a realização do Concurso em si pró­prio constitui ...

Entre as duas hipóteses apre­sentadas para localização da nova Basílica (atrás da actual ou na zona da Praça Pio XII), todos os concor­rentes escolheram a zona da Praça Pio XII.

Em face do parecer final do Jú­ri, o Serviço de Ambiente e Cons­truções do Santuário vai estudar e decidir a próxima fase do projecto para as novas construções, no fim da qual todas as propostas agora apresentadas serão expostas ao pú­blico.

ARCEBISPO DE PRAGA PRESIDE À PEREGRINACÃO DE 13 DE MAIO

Sua Eminência o Senhor Car­deal Vlk Miloslav, Arcebispo de Pra­ga (República Checa), será o presi­dente das celebrações da Peregri­nação de 13 de Maio próximo.

Também já são conhecidos os presidentes das peregrinações dos dias 13 de Junho, Julho e Agosto, respectivamente: O. Reinhard Lett­mann, Bispo de MOnster (Alema­nha), O. José Augusto Pedreira, Bis­pode Viana do Castelo, e O. Fer­nand Franck, Arcebispo do Luxem­burgo. Para os meses de Setembro

, e Outubro foram convidados O. Ma­nuel Pelino Domingues, Bispo de Santarém, e Sua Eminência o Car­deal Josef Tomko, Prefeito da Sa­grada Congregação para a Evan­gelização dos Povos, mas aguar­da-se ainda a sua confirmação.

Com o objectivo de fazer de Fá­tima o centro das celebrações do Ano Missionário em Portugal, foi es­colhido para tema anual a frase cc1998-ANO DO ESPIRITO, ANO DA MISSÃO». Na mesma linha, os temas mensais serão os seguintes:

MAIO: ccMaria, Templo do Espí­rito e Mãe da Igreja ...

JUNHO: eco Espírito renova a fa­ce da terra .. (Salmo 1 04.30).

JULHO: eco Espírito, fonte de uni­dade» (1 Cor 12,13).

AGOSTO: cclde por todo o mul'}­do» (Me 16, 15), (cf. Act 10, 45).

SETEMBRO: ccPelos caminhos do Espfrito» (Act 8, 29), (Act 6, 4--5), (Act 18, 26).

OUTUBRO: ccNós e o Espfrito Santo somos testemunhas .. (Act 5, 32).

2 -------------------------------------------------VozdaFá~------------------------------------------- 13-4-1998

OS PASTORINHOS E A CONFISSÃO PEREGRINACÃO DAS CRIANCAS , ,

VEM ESPÍRITO SANTO, VEM! O "Santo" Padre Cruz, vencendo a relutância do Pároco de Fátima, con­seguiu que Lúcia fizesse a sua pri­meira confissão e comunhão aos seis anos. Eis como ela relata a sua pri­meira confissão:

"Havia no nosso lugar uma mulher que nos insultava sempre que nos en­contrava. Encontrámo-la, um dia, quando sara de uma taberna, e a po­bre, como não estava em si, não se contentou dessa vez só com insultar­-nos. Quando-terminou o seu traba­lho, a Jacinta diz-me:

- Temos que pedir a Nosso Se­nhor e oferecer-lhe sacriflcios pela conversAo desta mulher. Diz tantos pe­cados que se nao se confessa, vai

à mãe e irmãos que sarssem do quar­to, que era segredo o que me queria. Saíram e ele disse-me:

- É que me vou confessar para comungar e morrer depois. Queria que me dissesses se me viste fazer algum pecado, e que fosses perguntar à Ja­cinta se me viu ela, fazer algum.

Como não podia deixar de ser, o te­ma do Santuário é o proposto pelo San­to Padre para este ano: "0 Espfrito San­to, Senhor que dá a vida".

remo-nos, para que assim aconteça. Sendo este também o ano Ano da

Missão, a Peregrinação das Crianças será uma peregrinação missionária. De todos os dons do Espírito, privilegiamos o dom do apostolado. Queremos des­pertar para o sentido da missão, da so­lidariedade, sobretudo pela oração e partilha de bens.

"Ao chegar à igreja disse à minha mãe que me queria confessar a esse sacerdote de fora ("santo" Padre Cruz). Sua Reverência estava con­fessando na sacristia, sentado numa cadeira. Minha mãe ajoelhou-se, pois, ao pé da porta, no altar-mor, junto das outras mulheres que esta­vam esperando a vez dos seus filhinhos. Ar, diante do Santrssimo, foi-me fazen­do as suas últimas reco­mendações.

para o inferno".

-Desobedeceste algumas vezes à tua mãe - respondi-lhe -quando ela te dizia que te deixasses estar em casa, e tu te escapavas para o pé de mim, e para te ires esconder .

.:::::::::01..-ri,..-:-~:7'!:~~ -É verdade; tenho es-se! Agora vai perguntar à Jacinta se ela se lembra de mais algum.

Neste segundo ano de preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, queremos ajudar as crianças a redes­cobrir a presença e a acção do Espírito Santo, que com os seus dons actua em cada cristão baptizado, produzindo na­queles que Lhe são fiéis frutos de vida e de caridade.

A maioria dos que vêm à Peregri­nação, estão com certeza a preparar­-se para o Sacramento do Espirita-a Confirmação. É importante, pois, que façam a descoberta do Espirita de uma forma mais forte, mais efll)Oigante, mais universal. Os diversos momentos da Peregrinação são momentos privilegia­dos para isso. Preparemo-los e prepa-

Gostaríamos que a Peregrinação fosse, em si mesma, uma grande ac­ção missionária por parte das crianças de Portugal. Nesse sentido se faz um apelo aos pais, catequistas e outras pes­soas que tragam crianças a Fátima, pa­ra que as preparem, propondo-lhes al­gumas renúncias, que trarão com sen­tido missionário à Peregrinação, a fa­vor de outras crianças que precisam da nossa ajuda, espalhadas pelos cinco continentes.

Quando chegou a mi­nha vez, lá fui ajoelhar aos pés do nosso bom Deus, ali representado pelo seu mi­nistro, a Implorar o perdão dos meus pecados. Quan­do terminei, vi que toda a gente se ria.

Minha mãe, chama-me e diz: - Minha filha! Não sabes que a

confissão se faz baixinho, que é um segredo? Toda a gente te ouviu. Só no fim disseste uma coisa que nin­guém soube o que foi.

Passados anos, depois de muita insistência, revelou Lúcia esse segre­do. Consiste numa exortação que en­tão o "santo" Padre Cruz dirigiu à pe­quena:

"- Minha filha, a sua alma é o templo do Esplrito Santo. Guarde--a sempre pura para que Ele possa con­tinuar nela a sua acçAo divina.

Ao ouvir estas palavras senti-me penetrada de respeito pelo meu Inti­mo e perguntei ao bom confessor co­mo deveria fazer.

-De joelhos, af, aos pés de Nos­sa Senhora, peça-lhe com muita con­fiança que tome conta do seu cora­ção, que o prepare para receber ama­nhll dignamente o seu querido Filho e que o guarde para Ele só".

Obedecendo a estas indicações, dirigiu-se Lúcia para o altar de Nossa senhora do Rosário, diante da qual repetiu com todo o ardor que lhe foi possrvel, a súplica ensinada pelo con­fessor: "Pareceu-me que Ela se sor­ria, e que, com um olhar e gesto de bondade, me dizia que sim. Fiquei tA o inundada de gozo, que a custo con­seguia articular palavra".

O que pensava a Jacinta sobre a confissão podemos deduzi-lo deste pequeno incidente e de uma declara­ção sua. Passemos ao primeiro caso, que assim é descrito por Lúcia:

Nossa Senhora aceitou as orações e os sacriffcios dos três Pastorinhos e a pobre mulher confessou arrependi­da as suas faltas e mudou de vida.

O segundo facto é narrado nestes termos pela Madre Maria da Purifica­ção Godinho, que amparou a Jacinta durante o mês que passou em Usboa, antes da morte. Segundo esta religio­sa, a pequenina ter-lhe-la dito uma vez: ~ confissão é um Sacramento de

misericórdia. Por isso é preciso apro­ximar-se do confessionário com con­fiança e alegria. Sem confissão não há salvação".

A pastorinha punha em prática es­ta doutrina, pois, segundo o costume de então, as crianças podiam confes­sar-se, desde atingirem o uso da ra­zão, mas tinham de deixar para mais tarde a primeira Comunhão.

Recorreu efectivamente algumas vezes ao sacramento da reconciliação tanto em Fátima, como em Lisboa.

Nesta cidade várias vezes se con­fessou de modo particular, no próprio dia da morte, 20 de Fevereiro de 1920. Pelas 8 horas da tarde fez a sua últi­ma confissão ao Prior da Freguesia dos Anjos. O Venerando sacerdote, Doutor Manuel Pereira dos Reis, fi­cou tão impressionado que exclamou depois: "Mal de nós se esta não for para o Céu!".

A confissão do Francisco é ver­dadeiramente comovedora. Na ma­drugada do dia 2 de Abril de 1919 o pequeno moribundo mandou chamar à pressa Lúcia, que assim conta este caso:

"Vesti-me à pressa e lá fui. Pediu

SACERDOTES EM FÉRIAS O Santuário de Fétlma convida oa sacerdotes em f6rlaa 1 prestar

&efVIços de conflaa6es ou outros, durante os meees de Julho 1 Setem­bro, se pourvel por periodoa de 15 dias (1.• ou 2.• quinzena). Contactar para o efeito: Serviço de Pastoral Utúrglca (SEPAU)- Sen~rto de F• tlma- 2496 FÁTIMA CODEX. FAX (049) 539605.

fóttma ABRIL 1998 dos

pequeninos Olá, amigos!

Como estava doente, Lúcia dirige--se para o quarto da prima.

"Lá fui, e a Jacinta, de­pois de pensar um pouco, respondeu-me:

- Olha, diz-lhe que antes de Nossa Senhora nos aparecer, roubou um

tostAo ao pai para comprar um realejo ao José Marto, da Casa Velha; e que, quando os rapazes de Aljustrel atira­ram pedras aos de Boieiros, ele tam­bém atirou algumas. Quando lhe dei este recado da irmã, ele respondeu:

-Esses já os confessei, mas tor­no a confessá-los. Se calhar, é por causa destes pecados que eu fiz que Nosso Senhor está tAo triste! Mas eu, ainda que não morresse, nunca mais os tornava a fazer. Agora, eu estou arrependido.

E pondo as mãos, rezou: - 6 meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as alminhas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem.

Olha, pede tu também a Nosso Senhor que me perdoe os meus pe­cados.

- Peço, sim. Está descansado. Se Nosso Senhor não tos tivesse per­doado, não dizia Nossa Senhora ain­da outro dia à Jacinta, que te vinha buscar muito breve para o Céu. Ago­ra, eu vou à missa e, lá, peço a Jesus escondido por ti".

Esta atitude do pastorinho encer­ra as condições de toda a confissão bem feita:

O exame de consciência é reali­zado com diligência pelo pequenin~ ajudado pelas duas companheiras. t: tal o seu arrependimento, que fica cheio de pena pela tristeza causada a Jesus pelas suas faltas, - o que é a contrlçao perfeita; finalmente o propósito firme de emenda mani­festa-o dizendo que mesmo que não estivesse para morrer, nunca mais co­meteria tais faltas.

Lembremo-nos finalmente que Nossa Senhora incluiu nas quatro con­dições indispensáveis para ganhar o privilégio dos Primeiros Sábados, a conflsslo mensal. Oxalá nos apro­ximemos desse sacramento, imitan­do as disposições dos três videntes de Fátima.

P. Fernando Leite

Programa da Peregrinação Ola 09 de Junho

Das 18 às 20.00 h. -Visitas aos Valinhos e Loca do Cabeço (livre). 21.15 h.- Os sinos convidam a aproximar-se da Capelinha. 21.30 h.- Celebração da noite: "No Cenáculo, com Maria Mãe de Jesus".

Ola 10 de Junho

Das 08.30 às 09.00 h.- Oferta de flores, na Capelinha. 10.00 h.- Encenação no Centro Paulo VI: "Enviados pelo Espírito ao encontro

dos irmãos". 10.30 h.- Os sinos convidam a entrar no Santuário. 11.30 h. - Celebração Eucarística: "O Espírito Santo, dom de amor, para todo o

homem, de qualquer raça ou cor". 15.00 h.- Encenação no Centro Paulo VI: "Enviados pelo Espfrito ao encontro

dos irmãos" (só para as crianças que não participaram de manhã}. - Recitação do terço em procissão para a Capelinha. -Consagração a Nossa Senhora e despedida.

25 ANOS DO ACOLHIMENTO Um grupinho de acolhedores reu­

niu no Santuário de Fátima, com o ob­jectivo de preparar o 25.0 aniversário do Acolhimento.

1 -Elaborámos um concurso inti­tulado "Jogo de Palavras", que tem co­mo finalidade promover o sentido do acolhimento.

As modalidades são: a poesia, o conto, a dissertação ...

Os trabalhos, que não devem ex­ceder 3 páginas A4, serão entregues até 30 de Junho, para serem classifi­cados por um júri. O regulamento será enviado a quem o pedir. Haverá um prémio! •

2-Propomos que os acolhedores se reúnam por grupinhos (ou individual­mente} e apresentem um trabalho so-

bre estes ou outros temas: "Nossa Se­nhora e o Acolhimento"; "0 acolhimen­to na Bíblia"; "A formação do acolhe­dor".

3 - Pedimos aos acolhedores: 3.1 - Que nos mandem um car­

tão, em formato postal, assinado, com uma frase sobre o acolhimento na sua vida, ou uma mensagem para os "no­vo't' acolhedores.

3.2 - Que escrevam pequenos episódios relativos ao acolhimento (Ca­sa da Visitação, serões, tempos de ora­ção, acontecimentos marcantes com os peregrinos, etc.}.

NOTA- Todos estes trabalhos fa­rão parte da Exposição dos dias 1 e 2 de Agosto.

-PROGRAMA-

2 de Maio-das 11.00 às 16.00 h-Celebração do 1. o sábado, na Casa de N.i Sr. a das Dores.

1 e 2 de Agosto -Peregrinação e Festa dos 25 anos do Acolhimento (es­tão abertas as inscrições. Não guardes para o fim. O almoço do dia 1 é ofereci­do. A diária do fim de semana f1ca em 4.000$00}.

o mundo inteiro. O Papa quer que, neste ano, todos os cristãos estejam eles onde estiverem, sejam eles de que raça forem, descubram melhor quem é esse Espfrito, Senhor que dá a Vida e saibam como viver com Ele. Por isso, este ano é também o ano missionário. O que quer isto dizer? - Quer dizer que, aqueles que já sabem que têm o Espírito Santo desde o baptismo, pensem nos seus irmãos, deixem que o Espfrito fale neles e anunciem Jesus Cristo àqueles que ainda não O conhecem.

Por este ano ser assim o Ano Missionário, a nossa Peregrinação de 9-1 O de Junhjo, será também uma peregrinação missionária. Ou seja, queremos que todos os meninos e meninas que forem à Peregrinação, sejam também missionários. Missinárlos, como? - Rezando por entre tantas necessidades de outros meninos e meninas espalhados pelos cinco Continentes da Terra; trazendo algumas renúncias para partilharem, principalmente dinheiro, entrando, as­sim, na corrente da Infância Missionária, tornando realidade este slogan: "Crianças, ajudam crianças".

Já o sol alumia e aquece com força todos os nossos caminhos e campos fora. Não admira, estamos em Abril, plena Primavera, em que o sol parece ter mais luminosidade e brilho. Talvez

Não acham que assim nos sentimos mais irmãos uns dos outros? Não acham que assim, as distâncias, as diferenças de cor ou de raça, não têm importância quando há amor e que, pa­ra todos nos sentirmos mais famflia, nada mais é preciso?

Então, meninos, preparem-se para este grande aconteci­mento: a Peregrinação de 9-1 O de Junho. Depois, como não vol­tar para casa cheio do Espfrito Santo, se fomos a Fátima pedir tantas vezes: ''vem Espfrito Santo, vem''? Sim, preparem-se. Co­mecem já a pensar no que podem levar a Fátima para partilhar com esses irmãos que estão longe, talvez passando fome e sem nada para viver ...

por isso, as flores e toda a natureza parece querer vestir-se de gala, enfeitando--se com os mais variados verdes e as mais va­riadas cores. Depois vem o Maio-Maio florido-pela abundân­cia de flores que então desabrocham. E, entretanto, as aulas lá vão correndo, os estudos lá vão prosseguindo na esperança de espantar as "raposas" que sempre assustam os estudantes quan­do chegam as avaliações e os exames de passagem de ano ... ~ assim ou não é?

Bem, mas antes disso, há um acontecimento muito importan­te em Fátima, para todos os meninos e meninas de Portugal. Aposto que já sabem do que é que eu estou a falar: a Peregrina­ção das Crianças de 9-1 O de Junho, muito bem I

Ora bem, este ano, como não podia deixar de ser, o tema central da Peregrinação é o "Espfrito Santo, Senhor que dá a VI­da". Como sabem, este tema foi escolhido pelo Santo Padre para

Ano do Espfrito Santo, ano da Missão. Quem o faz somos nós, todos nós, que o fazemos: tu e eu. E quando chegarmos ao ano 2000 que grande festa vamos fazer para celebrar o grande amor do nosso Deus que há 2000 anos veio à Terra para nos sal­var! A Peregrinação das Crianças também nos prepara para is­so. Preparemo--nos, então, para a Peregrinação.

Até ao próximo mês, se Deus quiser! Ir. M.'lsollncla

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13-4-1998 -------------------------------------------- VozdaFá~ --------------------------------------------------- 3

D. ANTÓNIO RIBEIRO CARDEAL PATRIARCA DE LISBOA

(1928-1998) No dia 24 de Março passa­

do, depois de longo e doloroso sofrimento, faleceu o Senhor O. António Ribeiro, Cardeal Pa­triarca de Lisboa. Nascera a 21 de Maio de 1928, na arquidio­cese de Braga Foi Vigário-Ge­ral da Diocese de Braga, bispo auxiliar da mesma (1967--1969), e de Lisboa (1969--1971), vlndoasucederaocar-deal Patriarca O. Manuel Ce­rejeira, com a aceitação da re­núncia deste, a 1 O de Maio de 1971 . Foi nomeado cardeal em 1973. Presidente da Conferên­cia Episcopal Portuguesa, em diversos mandatos, pertenceu a vários dicastérlos da Cúria

Romana. Era Ordinário Militar para Portugal e Magno Chance­ler da Universidade Católica Portuguesa.

A sua presença em Fátima foi muito frequente, presidindo, por diversas vezes, às peregrinações aniversárias ao Santuá­rio. Destacamos a sua homilia na primeira peregrinação inter­nacional aniversária, depois do 25 de Abril de 1974, a 13 de Maio do mesmo ano. ''Caminhamos decididamente psra uma sociedade pluralista. Bem é que nela existam opções diversas de pessoas e grupos e acções organizadas segundo esque­mas diferentes de honesta actuaç§o cívica. Mas necessário é também que nunca desfaleça o amor ( ... ). Desde o começo, F~tima foi sempre esperança de paz. Milhares e milhares de peregrinos aqui têm vindo Implorar esse precioso dom de Deus para Portugal e para o mundo em guerra. Em tal propósito, também nós viemos aqui. Fixamos o olhar na protecçAo ma­terna de Nossa Senhora do Rosário da Cova da fria e renova­mos, com todo o fervor, a consagraç§o da Pátria portuguesa ao seu Imaculado Coraçlio ( ... ). Estamos a caminho de fases Importantes da nossa vida pessoal e comunitária. Acompa­nhe--nos, sempre e em todas as circunstâncias, a protecçAo e a bénç§o da Virgem Santa Maria, Senhora Aparecida em Fá­tima e Padroeira de Portuga.r.

"Voz da Fátima~ apresenta sentidos pêsames ao Sr. O. Jo­sé da Cruz Policarpo, sucessor de O. António Ribeiro como Patriarca de Lisboa, e a todos os seus diocesanos, ao mesmo tempo que pede as melhores bênçãos de Deus e de Nossa Senhora, no infcio do seu ministério episcopal.

A VIRGEM PEREGRINA HÁ 50 ANOS DE 13 DE MARCO A 13 DE ABRIL DE 1948 Ainda antes do regresso da Imagem

Peregrina de Nossa Senhora de Fátima a Portugal e ao seu Santuário, no dia 3 de Março de 1948, no fim da primeira viagem por alguns palses da Europa, já se preparavam novas saldas para a Ma­deira, Cabo Verde, Guiné Portuguesa, norte de África e restante continente afri­cano. Estando tudo preparado para que a saída para a Madeira fosse no dia 2 de

,

navio uma imagem de N.• Sr.• de Fáti­ma, uma medalha de ouro com a inscri­ção "Lisboa-Madeira 1948" e outras me­dalhas aos oficiais e tripulantes.

A.s 7 horas da manhã do dia 7, os sa­cerdotes celebram as suas Missas. Co­meça avistar-se a ilha da Madeira, ao mesmo tempo que dezenas de peque­nas embarcações embandeiradas vão ao encontro do navio, que também em-

mara de Lobos, Campanário, Quinta Grande, Ribeira Brava, Serra de Agua, S. Vicente e Ponta Delgada. Um des­lumbramento. A Ilha toda vibra. Colchas, flores, arcos: 'Viva a nossa Mãe do Céu I Da corte celestial I Padroeira e Rainha I Do formoso Portugal'. Passadeiras de flores e verdura, quilómetros de exten­são. Paus com ramos nas pontas para tocarem a Imagem. Pombas, foguetes

consecutivos". Regresso à Ribeira Brava

Abril, foi resolvido levá-la, na véspera, à Capela da Casa das Irmãs Reparado­ras de Nossa Senhora das Dores, na Cova da Iria. A chegada, iniciou-se uma hora santa, com a Sua pre­sença, junto do Santlssimo Sacramento exposto. A vi­gflia continuou toda a noi­te. No entanto, a salda de Fátima só se verificou na tarde de Domingo, dia 4, le­vada pelos Padres Carlos de Azevedo, em represen­tação do Senhor Bispo de Leiria, Franz Demoutiez, oblato belga, que a tinha acompanhado durante to­da a primeira viagem, e O. Maria Teresa Pereira da Cunha, a grande entusias­ta destas grandes jornadas de Nossa Senhora pelo

Em Paul do Mar, todo o povo reza prostrado a oraçAo do Anjo.

No dia 9, logo ao ama­nhecer, depois da Missa, retoma-se o caminho: Tá­bua, Ponta do Sol, Canhas, Madalena do Mar, Calheta. Um pequeno acidente lan­çou alguma angústia: a Imagem de Nossa Senho­ra caiu e partiu dois dedos. Retomada a marcha, a imagem foi reparada, mais adiante. Seguiram-se Es­treito da Calheta, Prazeres, Maloeira. "O Povo de Paul do Mar recebe Nossa Se­nhora prostrado por terra. Emocionantíssimo espec­táculo. Raposeira, Fajã da Ovelha, Ponta do Pargo, Achadas da Cruz, Porto Moniz. Caminho perigosls­simo e quase intransitável.

mundo. Na despedida, todas as religio­sas beijaram os pés da Imagem, enquan­to cantavam: "Senhora do bom caminho, não deixeis de caminhar''.

Seguimos, dia a dia, o diário de O. Maria Teresa, que recebemos em Feve­reiro passado.

A partida de Lisboa no paquete "Li­ma" verificou-se às 14 horas do dia 5, com muitos fiéis, joelhados no cais de Alcântara, a dizer-lhe o Adeus de des­pedida.

Na manhã seguinte, dia 6, o Padre L Vermer, outro oblato, celebrou Missa. A noite, perante os ofiCiais, reunidos nu­ma sala, adaptada a capela, o Padre Car­los de Azevedo disse umas palavras e O. Teresa ofereceu ao comandante do

bandeirou em arco. "Tudo é festa. En­tram raparigas carregadas de arquinhos. Um da comitiva apresenta-se. O andor é arranjado a primor. Espectáculo des­lumbrante! Opas vermelhas, blusas azuis, fardas, mantos negros dos cama­ristes, Legião, Mocidade, Seminário, mul­tidão imensa. Sihto-me desfalecer. A emoção tolda-me os movimentos. Des­ce Nossa Senhora aos ombros do co­mandante e oficiais que A entregam à Câmara. Dellrio. Multidão imensa. Missa campal. Cenário lindíssimo. Flores, fo­guetes, música". A tarde, uma conferên­cia no teatro repleto de pessoas, a trans­bordar para o largo fronteiro.

No dia 8, às 8 da manhã, "partida pa­ra a Câmara de Lobos, Estreito da ca-

Com algumas peripécias a causar muito receio, a longa viagem procede, durante toda a noite e madrugada: Senhora do Monte, Santa Cruz, Machico, Camacha. Fala-se de curas e de conversões.

A partida da Madeira, no dia 1 O, foi Inolvidável. E lá vai a Senhora na sala de música, chelssima de flores do na­vio "Guiné". "Uma famllia protestante na Madeira põe no jornal que não ven­de flores para as colocar todas no an­dor da Virgem. São orquídeas de preço imenso".

A 13 de Abril de 1948, a Virgem Pe­regrina ia no mar alto a caminho de Ca­bo Verde e da Guiné Portuguesa ..

L CRISTINO

TODOS SE MANIFESTAM RECONHECIDOS CONVERTER "0 meu marido é esquizofré­nico e há mais de dois anos que andava doente. A médica que o tratava é uma médica muito cari­nhosa e fazia tudo o que estava ao seu alcance para que ele me­lhorasse. Até mandou vir uns me­dicamentos da América, mas na­da resultou. Eu já pensava que o meu marido ia ficar assim o res­to da vida, pois a médica dizia­-me que já nada mais tinha que receitar-lhe, e que também já o havia internado várias vezes. Ele tentou suicidar-se nas crises mais graves. Só nos internamen­tos ele estava seguro, com me­dicamentação suficiente para se acalmar. Eu estava desespera­da e sofria vendo que ninguém lhe podia valer. Até que um dia, estando a lavar a louça, ouvi as minhas filhas dizerem para olhar para a televisão, que mostrava uma senhora que já não andava há trinta anos, e que com tanta fé rezou, pedindo a intercessão da Pastorinha Jacinta, que ago­ra já consegue andar. Ao ver e ouvir tudo Isto, fiquei tão conten­te e tão feliz, que comecei a re­zar terços e a pedir à Jacinta que intercedesse pela cura de meu marido. E ao mesmo tempo, co­mo fomos sempre gente de mui­ta fé, pedi ao meu marido que re­zasse também.

Foi então que resolvi levar meu marido a mais um médico. Era mais uma tentativa, como tantas outras que já tinha feito. Pois eu já não olhava ao que eco­nomicamente pudesse gastar. Esse médico era um homem ain­da muito novo, e eu achava que ainda não era deste que ele ia melhorar. Mas quando ele esta­va na consulta, lembrei-me da Jacintinha, e pedi-lhe que ilumi­nasse o médico, para que tanto sofrimento pudesse acabar. Foi então que o médico, de acordo com o meu marido e comigo, re­solveu voltar a interná-lo, para fazer experiências, alterando a medicamentação. E eu, com tan­ta fé e tanta devoção, só pedia à Pastorinha de Fátima que o meu marido safsse daquele hospital com melhoras.

De repente, comecei a notar o meu marido com sinais de me­lhoras. Começou a ficar alegre e a dizer que queria Ir para casa, e muitas outras coisas que já não me lembrava de o ouvir dizer.

Foi então que vi que o meu pedido se tinha realizado. Já lá vão sete meses, e graças à Ja­cinta de Fátima o meu marido an­da tão bem, que eu acho que es­te depoimento não deveria pas­sar despercebido, para que toda a gente o possa ler, e ver que

além e acima de tudo e de todos, existe quem nos possa ajudar e fazer o que os médicos nunca conseguiam". (J. B. -Barrosa­las).

· "Agradeço uma graça rece­bida por intermédio da serva de Deus Jacinta Marto" (0. M. -MI­randa do Corvo).

"No ano de 1994, o meu noi­vo caiu de uma altura enorme, enqunato trabalhava, tendo fica­do bastante magoado. Foi ope­rado de urgência ao crânio, tinha os dois braços partidos e ficou cego da vista direita. Quando o fui ver ao hospital, não parecia o mesmo. Teve de fazer várias ci­rurgias à cabeça. Na última ope­ração, rezei e pedi com muita fé a Nossa Senhora de Fátima e a Santa Rita para que o meu noivo ficasse curado, e que esta fosse a última operação. E assim acon­teceu. O meu noivo fiCOU bem e até já começou a trabalhar, gra­ças a Nossa Senhora de Fátima e a Santa Rita" (T. M. S. 0.).

"Agradeço uma graça rece­bida por intermédio dos pastori­nhos Jacinta e Francisco Marto" (0. A. V. - Braga).

"Há oito anos fiquei doente,

com cancro, e uma semana de­pois fui operada. Segundo os mé­dicos, não tinha muito tempo de vida. Encontrando-me bastante mal, fui a Fátima em peregrina­ção, que já fazia desde há 18 anos. Na viagem da ida sentia­-me bastante mal, mas depois de ter visitado Nossa Senhora já me sentia melhor, e cantei e re­zei durante a viagem de regres­so". (L P. S.- Guimarães).

"Tendo implorado a interces­são de Jacinta e de Francisco, venho reconhecida agradecer a graça que me foi concedida". (M. O. L -Praia da Vitória).

"Agradeço graça recebida por intermédio de Jacinta e Fran­cisco Marto". (F. P. M -Paços de Ferreira).

''Venho comunicar que rece­bi uma graça por intermédio dos videntes Francisco e Jacinta Mar­to. Uma foi a favor de um filho que se encontrava em trabalho precário, de contrato a um mês, e conseguiu um por um ano. A outra foi a favor de um outro fi­lho, que estava com difiCUldades na escola, mas conseguiu pas­sar o ano e entrar na universida­de". (M. O. C. S. - Gafanha da Nazaré).

A INVEJA EM JUSTICA SOCIAL

#

O Bispo de Leiria-Fátima, no passado dia 13 de Março, em Fátima, convidou os peregri­nos a converterem a inveja em justiça social. Segundo afirmou, Ma Páscoa será um aleluia mais sincero e eficaz, se a caminhada quares­mal, de purifiCação, de reconciliação, for mais fecunda, não apenas na oração, mas também na renúncia, ou seja, na privação de alguma coisa legftima, no gasto de comida ou de bebi­da, porventura de alguma publicação ou de al­gum passeio. E essa renúncia, livre, pode ser encaminhada para bem de outros, pessoas ou povos com mais necessidade". Essa seria a forma de responder à mensagem do Santo Pa­dre para a Quaresma deste ano, que convida ao acolhimento do refugiado, do e?<cluído, do marginalizado.

O Senhor O. Serafim fez também referência à entrevista com a Irmã Lúcia publicada recen­temente na comunicação social. Em jeito de correcção. o Senhor Bispo esclareceu que se "tratou de um encontro de há cinco ou seis anos que, talvez abusivamente, passou da privacida­de para a praça pública, talvez sem o rigor com­pleto de algumas afirmações da Irmã Lúcia".

Participaram na peregrinação 1.300 pere­grinos.

[ Movimento da Mensagem de FátirTía]

Deixai vir a Mim as criancinhas Continuam a chegar-nos

testemunhos de grupos de crianças que já começaram a fazer a Adoração.

Dizia-nos há dias um pá­roco: "Comecei e são as pró­prias crianças e pais que me pedem para continuar. Vejo nisto algo de importante para uma Nova Evangelização, uma vez que a Eucaristia é o coração da vida cristã, da fa­mília, da comunidade paro­quial, da Igreja".

Mandem-nos noticias e uma fotografia com as crian­ças em adoração.

"Crianças da paróquia da Sagrada Família de Chaves adoram Jesus Eu· carlstla. com o seu pároco e catequlstas.

O ESPÍRITO E A PÁSCOA DE JESUS É muito difícil saber o que nos

evangelhos se refere ao tempo da vida terrena de Jesus e o que é já fruto da fé pascal dos discfpulos. Nos evangelhos aparece espelhada a fé das primeiras comunidades cristãs, que dá um lugar muito importante ao Espírito Santo. Já vimos como as principais etapas da vida e activida­de de Jesus foram marcadas por uma intervenção especial do Espfri­to Santo, que distingue Jesus de qualquer outro profeta e o faz cum­primento de toda a esperança do An­tigo Testamento.

Ao aproximar-se da Sua paixão e ao pressentir o avizinhar-se da Sua morte, Jesus promete aos dis­cfpulos que lhes enviará o Seu Es­pírito: "E Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para estar convosco para sempre, o Espfrito da Verdade que o mundo não pode receber". (Jo 14, 16-17) Se a proxi­midade da paixão e morte de Jesus deixava os discfpulos angustiados, a promessa do Espírito enche-os de alegria interior, por saberem que a separação não é definitiva.

Antes da Páscoa de Jesus, o Es­pírito Santo actua n'Eie de uma ma­neira muito discreta e quase miste­riosa, nem sequer necessita de ser muito referido, pois Jesus está ali vi­sfvel e presente. Sendo a acção e presença de Jesus tão significativa e visível, o Espfrito quase passa des­percebido.

Após a ressurreição, torna-se mais claro o significado da afirma-

ção de que Jesus é Filho de Deus e a acção do Espírito Santo passa a resplandecer aos olhos de todos. O Espírito antes prometido viria a to­dos aqueles que acreditassem no nome de Jesus, o Filho de Deus, pa­ra que continuassem a Sua obra.

E após a ressurreição e glorifi­cação do Senhor que irrompe a for­ça do Espírito Santo em todos os que acreditam, segundo as palavras do evangelho de S. João: "Se alguém tem sede, venha a Mim e beba! Do seio daquele que acredite em Mim, correrão rios de água viva, como diz a Escritura." Jesus falava do Espíri­to que haviam de receber os que n'Eie acreditassem; pois o Espfrito ainda não viera por Jesus ainda não ter sido glorificado". {Jo 7, 37-39) Ele virá como dom do Pai para re­cordar aos discfpulos todas as coi­sas que Jesus tinha feito e ensina­do: "Mas, o Consolador, o Espfrito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito". {Jo 14, 26)

O Espírito Santo já actuava no mundo antes da Páscoa de Jesus, só que o acontecimento da páscoa e glorificação de Cristo inaugurou uma nova forma de o Espfrito se co­municar aos homens e de agir no mundo: agora é Jesus ressus.citado e glorificado que pode dar o Espírito Santo para que continue a Sua obra entre a humanidade.

Dr. Vlrgfllo N. Antunes

O MOVIMENTO EM NOTÍCIA ÉVORA

O Secretariado Diocesano recen­temente restruturado e confirmado pe­lo Snr. Arcebispo, está a fazer uma nova arrancada apostólica. Para tan­to, promoveu uma assembleia no dia 15.03.98 para os mais responsáveis pela Mensagem de Fátima. Foi bas­tante participada.

Verificou-se a necessidade de in­tensificar acções apostólicas muito concretas, particularmente a forma­ção de responsáveis P.?ra os campos de pastoral da ORAÇAO, DOENTES e PEREGRINAÇÕES; sectores de JOVENS e CRIANÇAS.

A Mensagem de Fátima é impor­tante para a nova Evangelização. Há que aproveitar a devoção do povo

alentejano a Nossa Senhora e o inte­resse manifestado pela Mensagem de Fátima, ajudando-o a descobrir os valores da Fé, do cristianismo, empe­nhamento apostólico, da oração e da penitência.

O novo Secretariado está a pro­jectar iniciativas nalgumas Vigararias, contando com a colaboração dos lei­gos e dos párocos.

Nota:- Estamos convencidos que, se os Secretariados Diocesanos tiverem pessoas com capacidade de resposta e promoverem iniciativas a nfvel de zonas de pastoral, muitos párocos ajudarão. Não haverá falta de pessoas generosas que se dediquem ao apostolado da Men­sagem de Fátima.

ATENCÃO! #

Este ano o posto do Movimento da Mensagem de Fátima que estava à safda da ponte, em Oliveira do Mondego, muda para a casa diocesana, em Almaça (entre Santa Combadão e Penacova, na estrada IP3).

Funciona de 6 a 9 de Maio. Tem assistência médic:xHanitária.dormidaesopa.

PEREGRINAR: UM ESTADO DE ORACÃO 1. O que é peregrinar?

Vem de muito longe a tradição de visitar, em espírito de penitência e de oração, alguns lugares ou santuários. Uns mais célebres e mais antigos, out­ros mais modernos e nem por isso menos célebres. Simples ermidas, grandes basllicas, nichos que a de­voção construiu nalguns caminhos, lu­gares santificados pela passagem do Senhor, a Cadeira de Pedro, relfquias de santos, sftios em que a Mãe do Céu se manifestou ... E muitos mais são os locais que a fé do povo, dum povo com fé, convida a uma visita em espfrito de oração e penitência.

Pôr-se a caminho dessa meta almejada - o lugar da peregrinação - foi objectivo de nossos avós. É nosso. Será dos nossos descendentes. Faz parte da nossa condição de crentes que necessita de sinais visfveis para viver melhor a fé. Não podemos conceber a nossa crença voltada so­mente para altos raciocfnios, secos, difíceis, desencarnados da realidade que nos rodeia e nos convida a uma vivência total e glo-balizante de todo o nosso ser. O corpo, tal como a alma, tem também posturas de oração, de penitência, de diálogo com Deus, do Deus que quis assumir a nossa hu­manidade, que comeu e bebeu, rezou e peregrinou (a subida ao Calvário n~o

foi a última peregrinação de Jesus?). Peregrinar, mais do que um estado

de espírito, é um estado de oração total: corpo e alma caminham juntos, como juntos vivem o resto da vida, sofrendo e rezando. Rezam os pés fendidos pela aspereza do caminho, rezam os mús­culos doridos da caminhada, reza todo o corpo que sua e tem frio e que a alma acompanha em momentos de grande fervor e nos de desânimo. Peregrinar, forma elevada de oração, tem de ser, pois, momento particularmente acen­tuado de conversão, de deixar o Homem velho e de nos revestirmos do Homem novo ... Do Homem liberto das escravidões do pecado. Do Homem que sabe o que quer e para onde vai!

2. E peregrinar a Fátima, o que é?

Na aparição de 13 de Outubro de 1917, Nossa Senhora diz a Lúcia: "Quero dizer-te que não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofen­dido, que rezem o Terço todos os dias a Nossa Senhora do Rosário e que façam aqui uma capela ... "

Na aparição de Setembro, Lúcia disse a Nossa Senhora: "0 povo gostava muito duma capelinha aqui", ao que a Virgem respondeu: " ... a outra metade (do dinheiro que os vi-

QUANDO VIER A FÁTIMA Quando vier a Fátima, pense nisto:

- Fátima é um lugar de silêncio, um lugar de 'paz, é um lugar de oração, um lugar de conversão.

- A primeira atitude é a do acolhi­mento, é um olhar para a Senhora, pa­ra ouvir o que Ela lhe quer dizer (o que Ela já disse e os pastorinhos nos trans­mitiram).

- O que a Senhora aqui pediu to­das as vezes, foi que rezássemos o ter­ço todos os dias. E um pedido simples, acessível a todos.

. Não saia de Fátima sem o rezar bem e sem levar bem firme o propósito de não o esquecer em cada dia.

- Mas, o mais importante, aquilo a que o terço nos há-de ajudar, é a con­versão, a mudança de vida.

A Mensagem de Fátima é um con­vite à conversão. O sacramento da Con­fissão dar-lhe-á, com o perdão de Deus, a alegria e a paz do coração.

-Vem-se a Fátima, muitas vezes, para cumprir promessas.

Nossa Senhora gosta que sejamos agradecidos, gratos pelos favores que nos faz. Ela pode também gostar de uma vela, sinal da nossa fé, gosta das nos-

sas flores, fica contente com alguns sa­crifícios que lhe mostram o nosso amor e nossa gratidão.

Ela gosta de tudo isto, se corres­ponde a uma atitude interior e, sobretu­do, se é feito de modo discreto, sem exa­geros, sem espectáculo, sem transgr&­dir as orientações dos responsáveis pe­la dignidade do lugar e das celebrações, no Santuário.

-Mas não esqueça que a promes­sa que Ela mais aprecia e espera de nós não é tanto andar de rastos ou de joelhos, trazer velas ou flores, mas é antes o arrancar um vício, corrigir um comportamento, perdoar uma ofensa visitar um doente, ajudar um colega o~ um vizinho.

- Se vier a Fátima, não volte à sua terra sem ter dado uma "volta" à sua vi­da. Que a peregrinação seja sempre um "acolher" um dom que aqui, Maria, nos quer dar.

Que a peregrinação seja um com­promisso.

- Como a pastorinha Lúcia, com simplicidade, perguntava a Nossa S&­nhora, quando aqui lhe aparecia: ''Vos­semecê o que me quer?", perguntemos também: "Que é que quer de mim?"

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dentes juntaram) seja para a ajuda da capelinha".

Parece-me ser por demais evidente que Nossa Senhora quis que se con­struísse no lugar da aparição uma capela. Em Setembro apoia a vontade do povo. Em Outubro é a própria Sen­hora que manifesta o desejo. E para quê uma capela ali? O que quereria Nossa Senhora com a construção daquele templo? Em O~tubro, a Virgem associa duas ideias, dois desejos muito importantes, ao da construção da capelinha: que o povo reze e se con­verta ("não ofendam mais a Nosso Sen­hor e rezem o Terço todos os dias").

Construir uma capela naquele ermo que é a Cova da Iria? Sim, Nossa Sen­hora queria que o povo que acorria ali - quantos por curiosidade! - encon­trasse um espaço de oração. Estava marcado o "destino" daquele lugar. cen­tro de peregrinação, em espírito de oração e penitência.

Quem peregrina até Fátima deve saber que foi a Celeste Mensageira quem determinou que ali se fizesse um centro de encontro de Deus com os homens. Ali, em Fátima, por Maria, chega-se melhor a Jesus. Mas quem peregrina não pode esquecer que naquele lugar falou Nossa Senhora e lá pediu a nossa conversão.

Dr. Carlos Aguiar Gomes

Nossa Senhora tem a resposta pa­ra cada um. Se o nosso coração estiver aberto, há-de ouvi-la.

- Em Fátima tudo pode contribuir para ouvirmos a resposta de Nossa Se­nhora:

- Não fale alto. - Não perturbe a oração dos outros. - Participe e seja pontual nas cerimó-

nias oficiais. - Guarde tempo para oração indivi­

dual. - Reze com a sua famflia. - Deixe os melhores lugares para os

que mais precisarem . - Não deite papéis para o chão. - Não coma no recinto. - Não aceite autocolantes, nem m&-

dalhas nas entradas do Santuário. - Aceite, de bom grado, qualquer ln­

cómodo inesperado. - Procure ajudar quem precisar de si ... - Num último olhar de despedida a

Nossa Senhora ofereça-lhe o seu coração disponível e peça-lhe ajuda para ser fiel aos deveres de cada dia e aos compromissos que, junto d'Eia, quis assumir.

Helena Geada

Grupo de Responsáveis, diocesanos e paroquais, da Diocese de Beja, reunidos em Conselho Diocesano, sob a presidência do senhor O. Manuel Falcão, Bispo da Diocese. Estiveram presentes, o Presidente e Assistente Nacional.

VAMOS ESCREVER AOS GUIAS DE PEREGRINOS A PÉ Vai chegar a época das grandes peregrinações a pé, a Fátima. Tem-se dito

nos cursos de formação para Guias que, quando o grupo se organiza, prepara e mantém espfrito de famllia, tudo coffe melhor. Muitos Guias nunca fizeram um curso de formação e isto faz falta uma vez que é deles, sobretudo, que depende uma boa organização e peregrinação. Tenham em conta as orientações que lhes são dadas. Recomendamos algumas.

Peregrino: 1 - Procura ter e viver o espfrito

de peregrino de Nossa Senhora. 2 - Não desperdices o tempo da

viagem em conversas impróprias e ati­tudes incorrectas.

3 - Não digas nem aceites an&­dotas de mau sentido.

4-Transmite alegria e boa dispo­sição.

5-Cria ambiente de famflia.

6 - Faz-te "Cireneu" dos compa­nheiros de viagem.

7 -Ajuda o responsável do teu grupo na sua missão de orientador.

8 - Não exijas que os outros ca-

minhem aceleradamente e não faças esperar os outros por ti.

9 - Não sejas exigente durante a viagem. Recorda os grandes sacriff­cios dos Pastorinhos de Fátima e imi­ta-os.

10 - Durante a viagem reza o Ro­sário meditando-o.

11 - Se a viagem for longa, fazes bem em meditar a Via-Sacra.

12- Veste com dignidade.

Nota -Como meios para fazeres uma boa peregrinaçao, utiliza: "Guia do Peregri­no• e "Novena do Peregrino de Fátima•.