santa inquisição

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO SANTA INQUISIÇÃO GIOVANE GASPAR BENEDET LUCAS MALACARNE ANA CLÁUDIA SCHMIDT PROFESSOR MARCO AURÉLIO Instituições de Direito

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Page 1: Santa Inquisição

UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

SANTA INQUISIÇÃO

GIOVANE GASPAR BENEDET

LUCAS MALACARNE

ANA CLÁUDIA SCHMIDT

PROFESSOR MARCO AURÉLIO

Instituições de Direito

Joinville – SC2007

Page 2: Santa Inquisição

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................................03

1 O INÍCIO....................................................................................................................................05

1.1 Estratégia que deu errado.........................................................................................................05

1.2 A caça as bruxas.......................................................................................................................05

1.3 O fortalecimento.......................................................................................................................06

2 TORTURA E MORTE.............................................................................................................08

2.1 Os métodos ..............................................................................................................................08

2.2 As ferramentas utilizadas ........................................................................................................08

2.2.1 Instrumentos de execução......................................................................................................08

2.2.2 Instrumentos letais de tortura................................................................................................12

2.2.3 Instrumentos de interrogação.................................................................................................14

2.2.4 Instrumentos de contenção e mutilação.................................................................................16

3 A INQUISIÇÃO NO BRASIL..................................................................................................18

CONCLUSÃO...............................................................................................................................19

REFERÊNCIAS............................................................................................................................20

ANEXOS........................................................................................................................................21

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Page 3: Santa Inquisição

INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda uma descrição resumida sobre a “Santa Inquisição”,uma abordagem

com assuntos ligados ao tema em âmbito mundial e no Brasil transmitindo o significado e fatos

curiosos deste assunto tão polêmico.

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Page 4: Santa Inquisição

1 O INÍCIO

Iniciada no século IV em 1184, na cidade de Verona, Itália, com o Papa Lúcio III, época em

que a Igreja Católica se tornava popular, através da tomada de santuários e templos sagrados de

povos pagãos, a fim de implantar a sua religiosidade.Ainda há estudiosos que dizem que a

Inquisição teve seu inicio entre 642 e 649 com o Papa Teodoro I.O catolicismo definia como

herege todas as pessoas que não aceitassem ou proferissem os dogmas da Igreja Católica

Apostólica Romana, tais como: Cristo é o salvador, Deus é onisciente, o Papa é o senhor

absoluto, o homem foi criado do barro, a Terra é o centro do universo, o dízimo é uma

indulgência. Assim, todas as outras religiões e culturas eram satânicas (islamismo, judaísmo,

hinduísmo), então, seria objetivo do catolicismo implantar em todo, o mundo ou terra conhecida a

sua “metodologia”.Porém a Igreja Católica falhava em alguns casos ao tentar disseminar os

hereges, pois se acreditava que estes pagãos continuavam a freqüentar estes seus sagrados para

reverenciarem seus Deuses.

1 Estratégia que deu errado

Então, estratégia da Igreja Católica não funcionou, e através da Inquisição, de uma forma

cruel o Catolicismo tentava dizimar todos aqueles que não aceitavam o pensamento da Igreja.

Inquisição é o ato de inquirir, isto é, indagar, investigar, interrogar judicialmente. No caso da

Santa Inquisição, significa "questionar judicialmente aqueles que, de uma forma ou de outra, se

opõem aos preceitos da Igreja Católica". Dessa forma, a Santa Inquisição, também conhecida

como Santo Ofício, foi um tribunal eclesiástico a fim de investigar e punir os crimes contra a

Igreja Católica ou a fé católica .Para a igreja católica os pagãos representavam perigo à existência

do catolicismo, sendo assim a Igreja Católica decidiu exterminar todos que não aceitavam o

cristianismo nos padrões impostos pela Igreja. Posteriormente, a Santa Inquisição passou a ser

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Page 5: Santa Inquisição

utilizada também como um meio de coação, de forma a manipular as autoridades como meio de

obter vantagens políticas.

1.2 A caça as bruxas

A Santa inquisição foi oficialmente criada em 1229, sob a liderança do Papa Gregório IX, no

Concílio de Toulouse, França, somente em 1525, o Papa Inocêncio IV criou o documento

intitulado Ad Exstirpanda, que foi fundamental na execução do plano de exterminar os

hereges.Em 1320 o Papa João XXII disse oficialmente que as antigas religiões pagãs e a bruxaria

eram uma ameaça hostil ao catolicismo.

Então se criou o inquisidor, pessoa responsável por investigar e denunciar os hereges hostis

ao catolicismo, estes eram, doutores em Teologia, Direito Canônico e Civil.Deveriam ter como

perfil mais de 40 anos de idade.Recebiam como recompensa por denunciar e julgar alguém terras

e dinheiro.

Os camponeses eram induzidos a colaborar com a barbárie a modo que rebecerem, conforme

dito pelo Catolicismo um lugar ao céu quando se fossem. As vítimas não conheciam seus

acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. O processo de acusação, julgamento

e execução eram rápidos, sem direito à defesa. Ao réu, a única alternativa era confessar e retratar-

se, renunciar sua fé e aceitar o domínio e a autoridade da Igreja Católica. Os direitos de liberdade

e de livre escolha não eram respeitados. Os acusados eram feitos prisioneiros e, sob tortura,

obrigados a confessarem sua condição herética. As mulheres, que eram a maioria, comumente

eram vítimas de estupro. A execução era realizada, geralmente, em praça pública sob os olhos de

todos os moradores. Punir publicamente era uma forma de coagir e intimidar a população. A

vítima podia ser enforcada, decapitada, ou, na maioria das vezes, queimada, como veremos mais

à frente.Manuais foram criados para ajudar os inquisidores a descobrir os hereges.

1.3 O fortalecimento

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Page 6: Santa Inquisição

O fortalecimento do Santo Ofício ficou forte e concretizado em 1211 quando iniciaram-se as

principais disseminações com inicio a um governador foi enforcado junto a sua esposa e

depois.Os mais conhecidas massacres da época:

o Europa

Merindol, quinhentas mulheres foram trancadas em um celeiro ao qual atearam fogo.

Toulouse, em 1335, levaram diversas pessoas a fogueira.

Treves, sete feiticeiros queimados.

Bamberg, quinhentas mulheres queimadas.

Há registros também de execuções na América, em Cuba – 1516, EUA – 1692 e no Brasil no

século XVIII entre 1721 e 1777, cerca de centro e trinta pessoas foram queimadas vivas.

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Page 7: Santa Inquisição

2 TORTURA E MORTE

Praticamente todas execuções eram realizadas publicamente, porém para obter as confissões,

o questionamento era realizado em lugares secretos como em calabouços e igrejas.Eram

utilizados nos interrogatórios instrumentos não-fatais a modo de machucar a vitima, mas não

matar. Estudiosos afirmam que as mulheres que não fizessem sexo com os Sacerdotes eram

ameaçadas de serem acusadas e punidas pelo Santo Ofício.

2.1 Métodos

Muitas das vítimas eram simplesmente queimadas na estaca.Normalmente, essas execuções

na fogueira eram realizadas em público, para que a população visse o que acontecia com aqueles

que enfrentavam Roma. Entretanto, na maioria das vezes, as pessoas que eram queimadas em

público, primeiras eram torturadas privadamente. Em toda a Europa, os reis e seus súditos sabiam

que os torturadores do papa eram absolutamente os melhores; eles podiam forçar "confissões" por

meio de técnicas de tortura hábeis e os reis sabiam que podiam contar com eles, caso seus

homens não pudessem extrair as confissões.

2.2 Ferramentas utilizadas

As ferramentas utilizadas para tortura e punição ao hereges eram muitas, como citadas a

seguir, desde simples ao mais complexos e assustadores, alguns deles ainda espalhados por

museus em diversas partes do mundo.

2.2.1 Instrumentos de execução

Espada, Machado e Cepo

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Page 8: Santa Inquisição

A decapitação com a espada, entretenimento público, desde o início da Idade Média, é, ainda

hoje, utilizada em alguns países do terceiro Mundo (anexo A).

O Garrote

Consistia o garrote(anexo B) em um poste de madeira provido de um colar de ferro ou,

menos comum e eficientemente, de couro duro, e que se apertava progressivamente por meio de

um parafuso. Havia duas versões essenciais deste instrumento:

a) a versão tipicamente espanhola, na qual apertando se o parafuso, fazia-se apertar a argola de

ferro, matando a vítima por asfixia;

b) a versão catalã, no qual havia, na nuca do condenado, um punção de ferro, que, ao apertar-se o

colar, penetrava e quebrava as vértebras cervicais, ao mesmo tempo que empurrava o pescoço

para a frente, provocando o esmagamento da traquéia contra a argola, matando tanto por asfixia

como pela destruição da medula espinhal ou do bulbo cerebral. A presença deste aguilhão não

garante uma morte rápida; antes, pelo contrário. A agonia podia ser mais ou menos prolongada,

dependendo do humor do carrasco.O primeiro tipo foi usado na Espanha até a morte de Franco,

em 1975, altura em que o rei Juan Carlos aboliu a pena capital. O segundo tipo, usado até

princípio deste século na Catalunha e na América Central, ainda é utilizado, em alguns países do

Terceiro Mundo, como instrumento de tortura e execução.

Emparedamento

O emparedamento, utilizado já no tempo dos romanos, para punir as mulheres que perdiam

sua virtude, dispensa qualquer explicação. A vítima era sepultada viva, morrendo, dependendo do

local de confinamento, de sede e fome, ou simplesmente asfixiada.

As gaiolas suspensas

Desde a Alta Idade Média até finais do séc. XVIII, as paisagens urbanas e suburbanas da

Europa abundavam de gaiolas de ferro e madeira, no exterior de edifícios municipais, palácios de

justiça, catedrais e muralhas de cidades, assim como penduradas em postes situados nas

encruzilhadas de diversos caminhos; freqüentemente havia várias gaiolas em fila, umas ao lado

das outras.

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Page 9: Santa Inquisição

Em Florença, Itália, havia dois locais reservados às gaiolas: um na esquina do Bargello, na

Via Aguillara com a praça San Firenze, e o outro num poste fixado na colina de San Gaggio,

passada a Porta Romana, junto à estrada para Siena. Em Veneza, tida como um dos prováveis

locais de origem da gaiola celular, estas se erguiam na Ponte dos Suspiros e nos muros do

Arsenal.

As vítimas, nuas ou quase nuas, eram fechadas nas gaiolas suspensas, que não eram muito

maiores que seus corpos; morriam de fome e sede, de mau tempo e frio no Inverno, de

queimaduras e insolação no verão e era muitas vezes torturado e mutilado para melhor servir de

exemplo.

Roda para despedaçar

A roda para despedaçar(Anexo C) era, depois da forca, a forma mais comum de execução na

Europa germânica, desde a Baixa Idade Média até princípios do séc. XVIII; na Europa latina e

gálica, o despedaçamento era feito por meio de barras maciças de ferro e maças, em lugar da

roda.

A vítima, nua, era esticada de barriga para cima na roda (ou no chão ou no patíbulo), com os

membros estendidos ao máximo e atados a estacas ou anilhas de ferro. Por baixo dos pulsos,

cotovelos, joelhos e quadris, colocavam-se atravessados suportes de madeira. O verdugo aplicava

violentos golpes com a barra, destroçando todas as articulações e partindo os ossos, evitando dar

golpes que pudessem ser mortais. Isso provocava, como é fácil imaginar-se, um verdadeiro

paroxismo de dor, o que muito divertia a platéia.

Submersão em óleo

A submersão em azeite podia ser tanto uma forma de execução como de interrogatório,

tanto judicial como extrajudicial. O prisioneiro, suspenso pelos braços no teto, era baixado,

por meio de um sistema de corda e roldana, dentro de um caldeirão cheio de azeite em

ebulição.

A serra

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Page 10: Santa Inquisição

A serra (Anexo E)era outro meio de execução extremamente cruel, no qual a vítima, suspensa

pelos pés, era serrada ao meio, de cima para baixo, a partir de entre as pernas. Esse tipo de

execução podia ser levado a cabo com qualquer tipo de serra de lenhador utilizada a quatro mãos

e de dentes grandes.

Empalamento

Esta era uma forma particularmente cruel de execução(Anexo E), visto que a vítima

agonizava por vários dias antes de morrer, demorando muito a ficar inconsciente. Era, ao que se

tem notícia, usada desde a Antigüidade; no séc. XVI, foi amplamente empregada pelos exércitos

turcos que invadiam o leste da Europa. O método era simples: deitava-se a vítima de bruços e

enfiava-se no ânus, no umbigo - ou, talvez, tratando-se de uma mulher, na vagina - uma estaca

suficientemente longa para transfixar o corpo no sentido longitudinal. Para que a estaca ficasse

firme, era introduzida no corpo do condenado a golpes de marreta. Em seguida, simplesmente

plantava-se a estaca no chão; a força da gravidade fazia o resto. O corpo simplesmente era

puxado em direção ao solo, enquanto a estaca rasgava lentamente as entranhas, num processo que

podia durar - dependendo da espessura da estaca e da capacidade de resistência da vítima - várias

horas ou até dias.

Cremação

A cremação é conhecida como a forma de execução utilizada em casos de bruxaria ou

feitiçaria; na verdade, os romanos já a utilizavam para os parricidas e os traidores.

Na suas formas medievais, utilizadas pela Inquisição, o condenado só era queimado vivo se

se recusasse a abjurar, ou seja, renunciar aos erros que o haviam arrastado àquela situação; nesse

caso, era estrangulado.

Para garantir que a vítima morresse verdadeiramente nas chamas, e não asfixiada com a

fumaça, vestiam-na com uma camisola encharcada com enxofre.

Mesa de Evisceramento

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Page 11: Santa Inquisição

Este terrível suplício era levado a cabo em um aparelho especial, constante de uma mesa ou

tábua sobre a qual havia uma roldana e um sistema de cordas e pequenos ganchos. O verdugo

abria o ventre da vítima amarrada sobre a tábua, de maneira a não poder debater-se; em seguida,

introduzia-lhe o gancho na abertura, prendendo-os firmemente às entranhas do condenado. Ao

manipular a roldana, as entranhas eram puxadas para fora, com a vítima ainda viva; esta era então

abandonada e deixada para morrer neste estado. A morte demorava por horas ou até dias. Quanto

mais tardasse - isto é, quanto mais o condenado sofresse, maior era considerada a habilidade do

carrasco.

2.2.1 Instrumentos letais de tortura

As Esmaga-Cabeças

As esmaga-cabeças(Anexo F) instrumentos tipicamente medievais, compunham-se de um

capacete e de uma barra na qual se colocava o queixo do torturado. Em seguida, por meio de um

parafuso, ia-se apertando o capacete, comprimindo a cabeça do indivíduo de encontro à base, no

sentido vertical. O resultado era arrasador: primeiro destroçavam-se os alvéolos dentários; depois,

as mandíbulas; e finalmente, caso a tortura não cessasse, os olhos saltavam das órbitas e o

cérebro vazava pelo crânio fraturado.

A Dama de Ferro

A história da tortura registra muitos instrumentos em forma de sarcófago antropomorfo com

pregos em seu interior, que, ao fechar-se a porta, penetravam no corpo da vítima. O exemplo

mais conhecido foi a chamada "donzela de ferro" de Nuremberg, exemplar do final do século

XV, reprodução aperfeiçoada de exemplares mais antigos. O aparelho foi destruído quando

Nuremberg foi bombardeada, em 1944(anexo G).

A roda vertical

Na roda vertical, que, como diz o nome, era erguida perpendicularmente em relação ao chão,

o corpo da vítima era amarrado ao instrumento, o mais esticado possível. Em seguida a roda era

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Page 12: Santa Inquisição

girada, expondo o torturado, a cada volta, a pregos ou brasas ardentes colocados no chão, sob a

máquina. O resultado final era o retalhamento lento ou queimaduras expostas por toda a

superfície do corpo, que, conforme sua gravidade, poderiam levar à morte do torturado.

Gaiola de cravos

Atribui-se geralmente a invenção desse engenhoso instrumento à condessa húngara Elizabeth

Báthory, que viveu no século XVI; todavia, existem registros de seu uso já no tempo dos

romanos. Frise-se, porém, que não era um modo de interrogatório ou punição judicial, sendo

utilizado apenas por certos indivíduos, isoladamente.

Basicamente, o engenho era uma gaiola cilíndrica de lâminas de ferro afiadas, cujo interior

era guarnecido de pontas aguçadas de ferro. A vítima era trancada na gaiola e o torturador,

armado de um archote, um ferro em brasa ou ainda de um ferro pontiagudo, começava a espetar

ou atiçar o prisioneiro, que, em seus movimentos de recuo, ia chocar-se contra as pontas e

lâminas da gaiola. O resultado final é fácil de imaginar-se.

Embora a maioria das gaiolas de cravos de que se tem notícia fossem colocadas diretamente

sobre a terra, diz-se que a gaiola de Elizabeth Báthory (aperfeiçoada para que ela tomasse os

famosos banhos de sangue que, segundo supunha, a manteriam sempre jovem e bela) era

suspensa no teto; a condessa sentava-se abaixo dela e o sangue corria diretamente sobre seu

corpo.

Cavalo de estiramento

O estiramento(Anexo H), ou desmembramento causado por meio de tensão exercida

longitudinalmente, já era usado no Antigo Egito e na Babilônia. Na Europa medieval - e após - o

cavalo de estiramento constituía instrumento fundamental de qualquer masmorra respeitável, e

isso até o desaparecimento da tortura, por volta do séc. XVII. A vítima era deitada no aparelho,

seus membros firmemente presos às extremidades e esticados pela força do cabrestante, existindo

testemunhos antigos que falam de até 30 cm de distensão, o que é inconcebível; a distensão

originada pelo deslocar e torcer de cada articulação dos braços e das pernas, do desmembramento

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Page 13: Santa Inquisição

da coluna vertebral e da destruição dos músculos das extremidades do tórax e do abdômen

provocava um efeito mortal.

2.2.3 Instrumentos de interrogação

Esmagador de testas

O esmagador era uma faixa de ferro, algumas vezes com aguilhões no seu interior, que se

colocava ao redor da testa da vítima, sendo então, progressivamente apertado, pelos parafusos

situados em roscas laterais, provocando cortes e lacerações e podendo provocar fraturas cranianas

fatais.

Este era um instrumento usado sobretudo em mulheres e quase nunca em homens.

Cadeira de interrogatório

Era uma cadeira de ferro (Anexo I) com o assento e o encosto totalmente cobertos de pontas

afiadas. Era um instrumento básico no arsenal dos inquisidores. A vítima, sempre nua, era

colocada e amarrada na cadeira, cujas pontas produziam um efeito óbvio sobre sua força de

vontade, que dispensa qualquer comentário. O tormento podia ser intensificado com sacudidelas

e golpes nos braços e no tronco.

Esmagador de polegares

Simples e muito eficaz. O esmagamento dos nós e falanges dos dedos e o arrancamento das

unhas estão entre as torturas mais antigas. Os resultados, em termos de relação entre a dor

infligida, o esforço realizado e o tempo consumido são altamente satisfatórios do ponto de vista

do torturador, sobretudo quando se carece de instrumentos complicados e dispendiosos.

A extensão

A extensão é uma variante do cavalo de estiramento. Ao invés da distensão ser aplicada ao

corpo no sentido longitudinal, é aplicada apenas aos braços do condenado, enquanto a corrente,

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Page 14: Santa Inquisição

enlaçando e esmagando o tórax, exerce uma pressão extra. A extensão é uma variante do cavalo

de estiramento.

Potro

Este aparelho(Anexo L), muito engenhoso, era composto por uma prancha, sobre a qual era

deitada a vítima. Esta prancha apresentava orifícios pelo quais se passavam cordas de cânhamo

que arrochavam os antebraços, os braços as coxas, as panturrilhas, em suma, as partes mais

carnudas dos membros da vítima. No decorrer da tortura, essas cordas eram progressivamente

apertadas, por meio de manivelas nas laterais do aparelho. O efeito era o de um torniquete.

Pêra Oral, Retal e Vaginal

Esses instrumentos em forma de pêra - daí o nome - eram colocados na boca, no reto ou na

vagina da vítima, e ali eram abertos, por meio de um parafuso, até atingir sua total abertura. O

interior da cavidade afetada ficava, invariavelmente, danificado, com efeitos muitas vezes

irreversíveis. Por vezes, além da abertura exagerada, a pêra era dotada, na extremidade mais

interna, de pontas em gancho, que destroçavam a garganta, o reto ou a raiz do útero, pois

penetravam bastante fundo.

A pêra oral aplicava-se aos casos de predicadores hereges ou a criminosos laicos de

tendências antiortodoxas. A pêra vaginal estava destinada a mulheres consideradas culpadas de

conluios e acordos com Satanás ou quaisquer outras forças sobrenaturais (o processo das

feiticeiras bascas, no qual foi utilizada, falava dos "espíritos dos mortos"), a adúlteras,

homossexuais ou suspeitas de ter mantido relações com familiares; e por último, a retal

destinava-se a homossexuais masculinos passivos.

Tortura na água

Havia duas maneiras de aplicar-se a tortura da água. A primeira delas consistia simplesmente

em enfiar um trapo na boca da vítima amarrada e ir deitando água aos poucos no trapo, fazendo-o

inchar, provocando sufocação; um bocado além da conta e o torturado afogava-se em terra seca.

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Page 15: Santa Inquisição

A segunda versão, mais conhecida, é também chamada de "tortura das bilhas". A bilha era um

recipiente de argila que continha cerca de um litro e meio de água. O carrasco introduzia na boca

da vítima um funil de couro ou de chifre e despejava o conteúdo da bilha nesse funil.

Em ambas as versões, para que a tortura fosse eficiente, tapava-se o nariz do condenado,

provocando-lhe asfixia.

2.2.4 Instrumentos de contenção e mutilação

Ferros de marcar quente

Usavam-se para marcar alguns condenados, normalmente no ombro, mas outras vezes na face

ou na testa. O delito cometido era expressado na marca, através de um código de letras facilmente

reconhecível.

Destroçador de seios

Tratava-se de tenazes com quatro garras convergentes, capazes de transformar em massas

disformes os seios de mulheres condenadas por heresias, blasfêmias, adultério, magia branca

erótica, homossexualismo, aborto provocado, entre outros delitos. Para tal efeito, às vezes era

utilizado apenas um gancho, aquecido.

A Cegonha ou A Filha do Varredor

A cegonha(Anexo M )consistia numa espécie de algema ou grilhão que quase unia os pés e as

mãos do torturado, impedindo qualquer movimento. Ainda que pareça, à primeira vista, mais um

meio de imobilização que de tortura, não mais terrível que milhares de outros artefatos

semelhantes, a Cegonha provoca, depois de poucos minutos, fortes cãibras, primeiro nos

músculos retais e abdominais, depois nos peitorais, cervicais e nas extremidades do corpo;

cãibras que, com o passar das horas, transformam-se em uma contínua e atroz agonia, sobretudo

no abdome e no reto.

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Page 16: Santa Inquisição

Cinturão da castidade

A função deste instrumento foi sempre mistificada, não só pelo povo, mas também pelos

círculos acadêmicos. A opinião tradicional é que o cinturão de castidade se usava para garantir a

fidelidade das esposas durante as ausências do marido, e, sobretudo - uma convicção que em nada

se aproxima da verdade, não havendo evidências que suportem tal idéia - para as mulheres dos

cruzados que partiam para a Terra Santa.

Cinturão de contenção

Aplicava-se este cinturão á cintura da vítima, cujos pulsos eram presos pelas braçadeiras

laterais. A pessoa assim imobilizada podia ser submetida a quaisquer outras torturas ou

abandonada à morte por fome, frio, sede ou infecções.

A "Cadeira das Bruxas"

Este aparelho, com a forma de uma cadeira com o assento inclinado era usada durante os

interrogatórios, principalmente pelos inquisidores, o que justifica seu nome. Nele, a vítima era

pendurada pelos tornozelos, podendo então ser submetida a outras espécies de tormentos mais

dolorosos. A posição invertida, além de impossibilitar os movimentos, provocava desorientação,

e, caso fosse muito prolongada, poderia fazer o prisioneiro perder os sentidos.

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Page 17: Santa Inquisição

3 A INQUISIÇÃO NO BRASIL

Tem-se registros que em 1618 ocorreu a segunda vista da cúpula do Santo Ofício no Brasil ,

na Bahia.Um dos componentes alegou que vinha acusar-se ele próprio por temer que seus

denunciantes o viessem acusar, poderiam trocar as palavras e mentir sobre o caso da acusação.

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Page 18: Santa Inquisição

CONCLUSÃO

Verificamos um pouco da história desta que foi uma das mais douradoras instituições que

se teve registro. Cruel e destruidora para os tempos de hoje, porém, talvez digamos que aceitável

pelos existentes na época em que ela se fez presente.

Tomamos uma comparação aos tempos do século passado onde o nazismo chegou a

realizar a mesma façanha de maneira muito mais brilhante do que a Igreja , em menos tempo(12

anos), conseguiu eliminar 6 milhões de indivíduos acusados de pertencerem a um grupo chamado

“Judeus” definido como não seguidor da tradição nazista.

Independente das fogueiras do Santo Ofício ou da câmara de gás nazista todas as formas

de punir o homem sobre a forma de tortura e sem defesa deve ser tratada como crime.

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Page 19: Santa Inquisição

REFERÊNCIAS

LIPINER.Santa Inquisição: terror e linguagem.Rio de Janeiro: Documentário, 1977.

SANTA Inquisição.Disponível em:< http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/inquisicao.htm>. Acesso em :25 mar. 2007.

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Page 20: Santa Inquisição

ANEXOS

ANEXO A – ESPADA, MACHADO E CERPO

ANEXO B – GARROTE

ANEXO C – RODA PARA DESPEDAÇAR

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Page 21: Santa Inquisição

ANEXO D – A SERRA

ANEXO E – EMPALAMENTO

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Page 22: Santa Inquisição

ANEXO F – ESMAGA CABEÇAS

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Page 23: Santa Inquisição

ANEXO G – A DAMA DE FERRO

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Page 24: Santa Inquisição

ANEXO H – CAVALO DE ESTIRAMENTO

ANEXO I – CADEIRA INTERROGATÓRIA

ANEXO J – A EXTENSÃO

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Page 25: Santa Inquisição

ANEXO L – POTRO

ANEXO M – CEGONHA OU A FILHA DO VARREDOR

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Page 26: Santa Inquisição

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