saneamento e educacao ambiental
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Saneamento eEducao Ambiental
Guia do profissional em treinamento Nvel2
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Promoo Rede Nacional de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental ReCESA
Realizao Ncleo Regional Nordeste NURENE
Instituies integrantes do NURENEUniversidade Federal da Bahia (lder) | Universidade Federal do Cear |
Universidade Federal da Paraba | Universidade Federal de Pernambuco
Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministrio da Cincia e Tecnologia I Fundao Nacional de Sade doMinistrio da Sade ISecretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministrio das Cidades
Apoio organizacional Programa de Modernizao do Setor de Saneamento PMSS
Comit gestor da ReCESA Comit consultivo da ReCESA
- Ministrio das Cidades;
- Ministrio da Cincia e Tecnologia;
- Ministrio do Meio Ambiente;
- Ministrio da Educao;
- Ministrio da Integrao Nacional;
- Ministrio da Sade;
- Banco Nacional de Desenvolvimento
Econmico Social (BNDES);- Caixa Econmica Federal (CAIXA).
Parceiros do NURENE
- ARCE Agncia Reguladora de Servios Pblicos Delegados do Estado do Cear- Cagece Companhia de gua e Esgoto do Cear- Cagepa Companhia de gua e Esgotos da Paraba- CEFET Cariri Centro Federal de Educao Tecnolgica do Cariri/CE- CENTEC Cariri Faculdade de Tecnologia CENTEC do Cariri/CE- Cerb Companhia de Engenharia Rural da Bahia- Compesa Companhia Pernambucana de Saneamento- Conder Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia- EMASA Empresa Municipal de guas e Saneamento de Itabuna/BA- Embasa Empresa Baiana de guas e Saneamento- Emlur Empresa Municipal de Limpeza Urbana de Joo Pessoa- Emlurb / Fortaleza Empresa Municipal de Limpeza e Urbanizao de Fortaleza- Emlurb / Recife Empresa de Manuteno e Limpeza Urbana do Recife- Limpurb Empresa de Limpeza Urbana de Salvador- SAAE Servio Autnomo de gua e Esgoto do Municpio de Alagoinhas/BA- SECTMA Secretaria de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco
- SEDUR Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia- SEINF Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura de Fortaleza- SEMAM / Fortaleza Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano- SEMAM / Joo Pessoa Secretaria Executiva de Meio Ambiente- SENAC / PE Servio Nacional de Aprendizagem Comercial de Pernambuco- SENAI / CE Servio Nacional de Aprendizagem Industrial do Cear- SENAI / PE Servio Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco- SEPLAN Secretaria de Planejamento de Joo Pessoa- SESAN Secretaria de Saneamento do Recife- SUDEMA Superintendncia de Administrao do Meio Ambiente do Estado da Paraba- UECE Universidade Estadual do Cear- UFMA Universidade Federal do Maranho- UNICAP Universidade Catlica de Pernambuco- UPE Universidade de Pernambuco
- Associao Brasileira de Captao e Manejo de gua de Chuva ABCMAC
- Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental ABES
- Associao Brasileira de Recursos Hdricos ABRH
- Associao Brasileira de Resduos Slidos e Limpeza Pblica ABLP
- Associao das Empresas de Saneamento Bsico Estaduais AESBE
- Associao Nacional dos Servios Municipais de Saneamento ASSEMAE
- Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educao Tecnolgica CONCEFET
- Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONFEA- Federao de rgo para a Assistncia Social e Educacional FASE
- Federao Nacional dos Urbanitrios FNU
- Frum Nacional de Comits de Bacias Hidrogrficas FNCBHS
- Frum Nacional de Pr-Reitores de Extenso das Universidades Pblicas Brasileiras
FORPROEX
- Frum Nacional Lixo e Cidadania L&P
- Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental FNSA
- Instituto Brasileiro de Administrao Municipal IBAM
- Organizao Pan-Americana de Sade OPAS
- Programa Nacional de Conservao de Energia PROCEL
- Rede Brasileira de Capacitao em Recursos Hdricos Cap-Net Brasil
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Saneamento eEducao Ambiental
Guia do profissional em treinamento Nvel2
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Catalogao da Fonte:
Coordenao Geral do NURENE
Prof. Dr. Viviana Maria Zanta
Profissionais que participaram da elaborao deste guia
ProfessoraRosa Maria Cortez de Lima
ConsultorasMaria Carmem Arruda Pinho
Hermelinda Maria Rocha Ferreira
Raineldes Agda Alves de Melo
Crditos
Luiz Roberto Santos Moraes
Mrcia Mara Marinho
Silvio Romero de Melo Ferreira
NEPHSA (Ncleo de Estudos e Pesquisa em Habitao e Saneamento Universidade Federal de
Pernambuco)
Central de Produo de Material Didtico
Patrcia Campos Borja | Alessandra Gomes Lopes Sampaio Silva
Projeto Grfico
Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi
permitida a reproduo total ou parcial desta publicao, desde que citada a fonte.
EXX Tema Transversais: saneamento e educao ambiental: guia doprofissional em treinamento: nvel 2 / Secretaria Nacional deSaneamento Ambiental (org). Salvador: ReCESA, 2008. 69 p.
Nota: Realizao do NURENE Ncleo Regional Nordeste;
coordenao de Viviana Maria Zanta,Jos Fernando Thom Juc,Heber Pimentel Gomes e Marco Aurlio Holanda de Castro.
1. Saneamento interfaces. 2. Educao ambiental esaneamento conceitos, histrico e importncia. 3. Programade educao ambiental e mobilizao social para osaneamento - PEAMSS. 4. Educao ambiental mtodo,estratgias e instrumentos. 5. Plano de trabalho. I. Brasil.Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. II. NcleoRegional Nordeste.
CDD XXX.X
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Apresentao da ReCESAApresentao da ReCESAApresentao da ReCESAApresentao da ReCESA
A criao do Ministrio das CidadesMinistrio das CidadesMinistrio das CidadesMinistrio das Cidades noGoverno do Presidente Luiz Incio Lula da
Silva, em 2003, permitiu que os imensos
desafios urbanos passassem a ser
encarados como poltica de Estado. Nesse
contexto, a Secretaria Nacional deSecretaria Nacional deSecretaria Nacional deSecretaria Nacional de
Saneamento AmbientalSaneamento AmbientalSaneamento AmbientalSaneamento Ambiental (SNSA) inaugurou
um paradigma que inscreve o saneamento
como poltica pblica, com dimenso
urbana e ambiental, promotora de
desenvolvimento e reduo das
desigualdades sociais. Uma concepo de
saneamento em que a tcnica e a
tecnologia so colocadas a favor da
prestao de um servio pblico e
essencial.
A misso da SNSA ganhou maior
relevncia e efetividade com a agenda do
saneamento para o quadrinio 2007-
2010, haja vista a deciso do Governo
Federal de destinar, dos recursos
reservados ao Programa de Acelerao do
Crescimento (PAC), 40 bilhes de reais
para investimentos em saneamento.
Nesse novo cenrio, a SNSA conduz aes
de capacitao como um dos
instrumentos estratgicos para a
modificao de paradigmas, o alcance de
melhorias de desempenho e da qualidadena prestao dos servios e a integrao
de polticas setoriais. O projeto de
estruturao da Rede de Capacitao eRede de Capacitao eRede de Capacitao eRede de Capacitao e
Extenso Tecnolgica em SaneamentoExtenso Tecnolgica em SaneamentoExtenso Tecnolgica em SaneamentoExtenso Tecnolgica em Saneamento
AmbientalAmbientalAmbientalAmbiental ReCESAReCESAReCESAReCESA constitui importante
iniciativa nessa direo.
A ReCESA tem o propsito de reunir umconjunto de instituies e entidades com
o objetivo de coordenar o
desenvolvimento de propostas
pedaggicas e de material didtico, bem
como promover aes de intercmbio e de
extenso tecnolgica que levem em
considerao as peculiaridades regionais e
as diferentes polticas, tcnicas e
tecnologias visando capacitar
profissionais para a operao,manuteno e gesto dos sistemas e
servios de saneamento. Para a
estruturao da ReCESA foram formados
Ncleos Regionais e um Comit Gestor,
em nvel nacional.
Por fim, cabe destacar que este projeto
tem sido bastante desafiador para todos
ns: um grupo predominantemente
formado por profissionais da rea deengenharia que compreendeu a
necessidade de agregar outros olhares e
saberes, ainda que para isso tenha sido
necessrio "contornar todos os meandros
do rio, antes de chegar ao seu curso
principal".
Comit Gestor da ReCESAComit Gestor da ReCESAComit Gestor da ReCESAComit Gestor da ReCESA
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NURENENURENENURENENURENE
O Ncleo Regional Nordeste (NURENE) tem
por objetivo o desenvolvimento de
atividades de capacitao de profissionais
da rea de saneamento, em quatro
estados da regio Nordeste do Brasil:
Bahia, Cear, Paraba e Pernambuco.
O NURENE coordenado pela
Universidade Federal da Bahia (UFBA),
tendo como instituies co-executoras a
Universidade Federal do Cear (UFC), a
Universidade Federal da Paraba (UFPB) e aUniversidade Federal de Pernambuco
(UFPE).
O NURENE espera que suas atividades
possam contribuir para a alterao do
quadro sanitrio do Nordeste e,
consequentemente, para a melhoria da
qualidade de vida da populao dessa
regio marcada pela desigualdade social.
Coordenadores Institucionais do NURENECoordenadores Institucionais do NURENECoordenadores Institucionais do NURENECoordenadores Institucionais do NURENE
Os GuiasOs GuiasOs GuiasOs Guias
A coletnea de materiais didticos
produzidos pelo NURENE composta de
19 guias que sero utilizados nas Oficinas
de Capacitao para profissionais que
atuam na rea de saneamento. Quatro
guias tratam de temas transversais,
quatro abordam o manejo das guas
pluviais, trs esto relacionados aos
sistemas de abastecimento de gua, trs
so sobre esgotamento sanitrio e cinco
versam sobre o manejo dos resduos
slidos e limpeza pblica.
O pblico alvo do NURENE envolve
profissionais que atuam na rea dos
servios de saneamento e que possuem
um grau de escolaridade que varia do
semi-alfabetizado ao terceiro grau.
Os guias representam um esforo do
NURENE no sentido de abordar as
temticas de saneamento segundo uma
proposta pedaggica pautada no
reconhecimento das prticas atuais e em
uma reflexo crtica sobre essas aes
para a produo de uma nova prtica
capaz de contribuir para a promoo de
um saneamento de qualidade para todos.
Equipe da Central de Produo de Material DidticoEquipe da Central de Produo de Material DidticoEquipe da Central de Produo de Material DidticoEquipe da Central de Produo de Material Didtico CPMDCPMDCPMDCPMD
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Apresentao da rea temticaApresentao da rea temticaApresentao da rea temticaApresentao da rea temtica
Tema transversalTema transversalTema transversalTema transversal
A natureza das aes de saneamento
ambiental exige um pensar que ultrapasse a
viso disciplinar e fragmentada, herdada do
pensamento ocidental. Com esse intuito, o
NURENE incorporou a transversalidade s
temticas das oficinas de capacitao. Desse
modo, busca-se um espao para areintegrao de aspectos que ficam isolados
uns dos outros em decorrncia do tratamento
disciplinar. Assim, questes como a sade do
trabalhador, as polticas e os planos de
saneamento, o saneamento integrado, as
tecnologias apropriadas e os projetos de
captao de recursos passam a constituir
temas que possibilitam uma abordagem mais
integral e ampla do saneamento.
Equipe da Central de Produo de Material DidticoEquipe da Central de Produo de Material DidticoEquipe da Central de Produo de Material DidticoEquipe da Central de Produo de Material Didtico CPMDCPMDCPMDCPMD
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SUMRIO
Apresentao ...................................................................................................................... 09
Dinmica de interao .............................................................................................. 10
ReCESA, objetivos e estrutura da oficina.................................................................... 11
Introduo .......................................................................................................................... 12
Saneamento e suas interfaces .............................................................................................. 15
Conceito e importncia da Educao Ambiental nas aes de saneamento............................. 21
Breve histrico da evoluo do conceito de Educao Ambiental................................. 21
Programa de educao ambiental e mobilizao social para o saneamento - PEAMSS.. 26
Educao Ambiental e saneamento: conceito, princpios e desafios ............................ 34
Mtodo, estratgias e instrumentos de educao ambiental para o saneamento .................... 42
Mtodo .................................................................................................................... 42
Atores envolvidos nas aes de educao ambiental para o saneamento ................... 44
Estratgias para educao ambiental ......................................................................... 48
Instrumentos educativos ........................................................................................... 52
Encerramento ...................................................................................................................... 67
Referncias ......................................................................................................................... 68
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Guia do profissional em treinamento ReCESAReCESAReCESAReCESA 9
Apresentao
A educao ambiental, por sua natureza
complexa e interdisciplinar, constitui-se em
uma importante ferramenta para se refletir
sobre aspectos da vida cotidiana, valores
que norteiam prticas coletivas e formas de
pensar e agir sobre o meio ambiente.
De acordo com a Lei Federal de Educao
Ambiental n. 9.795/99 o [...] processo
por meio do qual o indivduo e a
coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e
competncias voltadas para a conservao
do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade (BRASIL, 1999, p.1).
Para este fim, constitui-se em um
instrumento indispensvel para o
planejamento, a execuo e a prestao dos
servios de saneamento.
Portanto, a temtica desta oficina deeducao ambiental voltada para o
saneamento est inserida nos temas
transversais definidos pela ReCESA, uma
vez que seus contedos devem estar
presentes como uma ferramenta a ser
utilizada em todas as atividades tcnicas,
principalmente, naquelas que se encontram
em relao direta com os usurios dos
servios.
Esse desafio posto nesse material didtico
e traduzido no seu contedo, na sua forma
e linguagem, de modo a possibilitar: a
reflexo dos problemas ambientais,
especialmente aqueles vinculados
problemtica dos servios de saneamento; a
complexidade presente na atuao dos
diversos atores sociais inseridos nesta
problemtica, assim como possibilitar a
produo de conhecimentos sustentveis e
integrados no sentido de contribuir para a
universalizao dos servios de saneamento
com qualidade.
Este guia dirigido para profissionais que
atuam no planejamento e na execuo de
aes de educao ambiental voltadas para
o desenvolvimento de projetos / programas
de saneamento. composto de textos,
atividades e informaes relevantes que
pretendem contribuir para a qualificao e a
atualizao profissional.
Espera-se que a sua participao propicie a
troca de experincias e a compreenso do
papel de educador que cada um de ns,
como profissionais de diversas reas
tcnicas, possumos, tendo como objetivo
contribuir para a construo de ambientessaudveis.
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Guia do profissional em treinamento ReCESAReCESAReCESAReCESA 10
DINMICA DE INTERAO
- Apresentao dosparticipantes.
- Compartilhar asexpectativas quanto oficina.- Apresentar aReCESA.- Apresentar epactuar a dinmicada oficina e dasatividades.
1) Neste primeiro momento vamos conhecer a
ReCESA (Rede Nacional de Capacitao e ExtensoTecnolgica em Saneamento Ambiental), seus
objetivos e as atividades em desenvolvimento,
como, por exemplo, esta atividade de capacitao.
2) Tambm o momento para conhecermos nosso
grupo e os profissionais envolvidos nesta
atividade, assim como a expectativa de cada um
de ns quando decidimos participar desta oficina.
3) Solicitamos o preenchimento das informaes
contidas no crach e a apresentao de cada
participante.
4) Em seguida, o instrutor realizar a exposio
dos objetivos e da metodologia proposta para a
oficina.
Identificao do ParticipanteIdentificao do ParticipanteIdentificao do ParticipanteIdentificao do Participante
Ncleo Regional Nordeste da Rede
Nacional de Capacitao e Extenso
Tecnolgica em Saneamento Ambiental
Oficina: Saneamento e Educao
Ambiental
Nome: _________________________________
Municpio: _____________________________
Instituio em que trabalha:
________________________________________
Funo: ________________________________
Realizando minhas atividades
profissionais desempenho papel de
educador quando
________________________________________________________________________________
________________________________________
Complete a frase a partir da
sua compreenso sobre
educao ambiental na rea
do saneamento e vivncia
profissional.
OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS
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ReCESA, objetivos e estrutura da oficina
Assistindo exposio a ser realizada vamos conhecer o que a ReCESA, seus objetivos e as
atividades de capacitao em desenvolvimento.
O objetivo da nossa oficina de saneamento e educao ambiental sensibilizar e qualificar os
profissionais que atuam em servios, programas e projetos de saneamento, em nvel municipal
e estadual. Para esse fim, a compreenso histrica dos problemas ambientais, da complexidade
presente na atuao dos diversos atores sociais e da importncia de aes educativas
continuadas como ferramenta indispensvel para a sustentabilidade dos servios de
saneamento, constitui-se um elemento fundamental para o exerccio da prtica profissional.
Os temas so abordados partindo do conhecimento existente de cada participante, vivenciado a
partir da sua prtica profissional e de suas vivncias cotidianas como cidado. Posteriormente,
os participantes, juntamente com o instrutor, revisitaro os contedos agregando aos mesmos
os novos conhecimentos adquiridos a partir das exposies dos contedos e/ou das discusses
nos grupos de trabalho. Ao final, os grupos formularo um plano de trabalho de Mobilizao
Social e Educao Ambiental voltados a uma ao de saneamento.
RESUMO DA PROGRAMAO DA OFICINARESUMO DA PROGRAMAO DA OFICINARESUMO DA PROGRAMAO DA OFICINARESUMO DA PROGRAMAO DA OFICINA
1 DIA1 DIA1 DIA1 DIA
Apresentao do grupoConceitos (saneamento, sade, meio ambiente, educao ambiental),legislaes e princpios a serem considerados na educao ambiental para osaneamento.
2 DIA2 DIA2 DIA2 DIA
Mtodo, estratgias e instrumentos de educao ambiental para o
saneamento.Elaborao de plano de trabalho.Encerramento.
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Guia do profissional em treinamento ReCESAReCESAReCESAReCESA 12
Introduo
O conjunto de textos e atividades contidos nesse guia foi concebido no sentido de exercitar,
com os profissionais em treinamento, uma reflexo pedaggica sobre a temtica de educaoambiental para o saneamento.
Para melhor compreenso didtica, os textos e as atividades esto organizados em captulos
que sero trabalhados incorporando os conhecimentos e as experincias trazidos pelos
participantes sobre suas prticas profissionais, intermediados pelo dilogo permanente,
estabelecendo relaes entre as teorias propostas e a prtica cotidiana dos envolvidos.
Segundo Paulo Freire (2004), o processo de ensino aprendizagem exige respeito aos saberes
dos educando (FREIRE, 2004, p.30). Entendemos que esse respeito se materializa no exerccio
de uma aprendizagem em que ocorre uma troca de saberes entre o educador e o educando,
atravs do dilogo permanente: [...] pensando criticamente a prtica de hoje ou de ontem
que se pode melhorar a prxima prtica. O prprio discurso terico necessrio reflexo crtica
tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prtica. (FREIRE, 2004, p. 39).
Partindo dessa concepo, a metodologia proposta para essa atividade de capacitao parte do
resgate das experincias de cada participante como cidado e profissional , bem como dos
saberes acumulados compreendidos como importantes referncias para a reflexo crtica.
O guia est estruturado em 3 captulos:
o Captulo 1 Saneamento e suas interfaces
o Captulo 2 - Conceito e importncia da Educao Ambiental nas aes de
saneamento
o Captulo 3 - Mtodo, estratgias e instrumentos de educao ambiental.
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QUESTES PARA REFLEXO E DISCUSSO
Atividade em grupo
Voc e seus colegas formaro grupo de 05 pessoas para refletirem e responderem as questes
colocadas abaixo.
Como voc define saneamento bsico?
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_____________________________________________________________________________________________
A instituio que voc trabalha atua com quais componentes do saneamento?
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No seu trabalho voc desenvolve atividades integradas com outras equipes da rea do
saneamento ou reas afins? Se sim, quais? Se no, voc considera necessrio? Por qu?
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Quais so os atores sociais que no seu entendimento podem contribuir para dotar toda a
populao com os servios de saneamento de qualidade na nossa cidade? Por qu?
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Cada grupo dever montar um painel que chamaremos: Estado atual da arte do saneamento.Estado atual da arte do saneamento.Estado atual da arte do saneamento.Estado atual da arte do saneamento.
Para montarmos este painel, os grupos utilizaro tarjetas contendo palavras chave que sero
fixadas obedecendo s colunas propostas abaixo:
Modelo para o painel
Painel: Estado atual da arte do saneamentoPainel: Estado atual da arte do saneamentoPainel: Estado atual da arte do saneamentoPainel: Estado atual da arte do saneamento
GruposGruposGruposGruposDefinio deDefinio deDefinio deDefinio de
SaneamentoSaneamentoSaneamentoSaneamentoComponentesComponentesComponentesComponentes InterfacesInterfacesInterfacesInterfaces ImportnciaImportnciaImportnciaImportncia
AtoresAtoresAtoresAtores
SociaisSociaisSociaisSociais
01010101
02020202
03030303
04040404
05050505
06060606
Agora o instrutor, a partir do painel construdo pelos grupos, far uma sntese das concluses
expostas.
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Guia do profissional em treinamento ReCESAReCESAReCESAReCESA 15
Discutir os
conhecimentos prvios
dos profissionais sobre o
conceito de saneamento
e suas interfaces com as
demais polticas setoriais.
Refletir sobre as
questes relacionadas ao
saneamento,
contextualizando com o
desenvolvimento das
cidades;
Conhecer e discutir os
conceitos e as vises
acerca do saneamento e
da educao ambiental a
partir das leis vigentes.
Saneamento e suas interfaces
Neste momento o instrutor, utilizando como material didtico aula
expositiva com slides, abordar com vocs algumas questes
importantes acerca dos conceitos e da viso integrada dos servios
de saneamento, considerando os aspectos preconizados nas Leis
vigentes em nosso pas. Para facilitar nosso debate, ao final da
exposio, faa suas anotaes na sua apostila ao lado de cada
slideapresentado.
CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO
SADESADESADESADE
a sensao de completo bem-estar fsico, mental
e social e no apenas a ausncia de doena ou
enfermidade (OMS).
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CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO
SADSADSADSADE PBLICAE PBLICAE PBLICAE PBLICA
Sade Pblica so a cincia e a arte de prevenir a
doena, prolongar a vida e promover sade e
eficincia fsica e mental, atravs esforos
organizados da comunidade para o saneamento do
meio, o controle das doenas infecto-contagiosas,
a educao do indivduo em princpios de higiene
pessoal, a organizao dos servios mdicos e de
enfermagem para o diagnstico precoce e
tratamento preventivo das doenas e o
desenvolvimento da maquinaria social de modo a
assegurar a cada indivduo da comunidade um
padro de vida adequado manuteno da sade.
(WINSLOW, 1920).
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OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS
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CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO
SANEAMENTOSANEAMENTOSANEAMENTOSANEAMENTO
Controle de todos os fatores do meio fsico do Homemque exercem ou podem exercer efeito deletrio, sobre
o bem-estar fsico, mental ou social. (OMS)
CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO
SANEAMENTO BSICOSANEAMENTO BSICOSANEAMENTO BSICOSANEAMENTO BSICO
Conjunto de servios e instalaes operacionais de:Conjunto de servios e instalaes operacionais de:Conjunto de servios e instalaes operacionais de:Conjunto de servios e instalaes operacionais de:
Abastecimento de gua potvelAbastecimento de gua potvelAbastecimento de gua potvelAbastecimento de gua potvel: constitudospelas atividades, infra-estruturas e instalaes
necessrias ao abastecimento pblico de gua
potvel, desde a captao at as ligaes
prediais e respectivos instrumentos de
medio;
Esgotamento sanitrioEsgotamento sanitrioEsgotamento sanitrioEsgotamento sanitrio: constitudo pelasatividades, infra-estruturas operacionais de
coleta, transporte, tratamento e disposio
final dos esgotos sanitrios, desde as ligaesprediais at o seu lanamento final no meio
ambiente;
Limpeza urbana e manejo de resduos slidosLimpeza urbana e manejo de resduos slidosLimpeza urbana e manejo de resduos slidosLimpeza urbana e manejo de resduos slidos:conjunto de atividades, infra-estruturas e
instalaes operacionais de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destino final do lixo
domstico e do lixo originrio da varrio e
limpeza de logradouros e vias pblicas;
Drenagem e manejo das guas pluviaisDrenagem e manejo das guas pluviaisDrenagem e manejo das guas pluviaisDrenagem e manejo das guas pluviaisurbanasurbanasurbanasurbanas: conjunto de atividades, infra-
estruturas e instalaes operacionais dedrenagem urbana de guas pluviais, de
transporte, deteno ou reteno para
amortecimento de vazes de cheias,
tratamento e disposio final das guas
pluviais drenadas nas reas urbanas.(Lei n. 11.455/07, Art. 3, 1)
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Guia do profissional em treinamento ReCESAReCESAReCESAReCESA 17
CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO
SANEAMENTO AMBIENTALSANEAMENTO AMBIENTALSANEAMENTO AMBIENTALSANEAMENTO AMBIENTAL
Conjunto de aes tcnicas e socioeconmicas
entendidas fundamentalmente como de sade
pblica, tendo por objetivo alcanar nveis
crescentes de salubridade ambiental
compreendendo:
O abastecimento de gua em quantidade edentro dos padres de potabilidade vigentes;
O manejo de esgotos sanitrios; O manejo dos resduos slidos e emisses
atmosfricas; A drenagem de guas pluviais; O controle ambiental de vetores e
reservatrios de doenas;
A promoo sanitria e o controle ambientaldo uso e ocupao do solo;
A preservao e controle do excesso derudos, tendo como finalidade promover e
melhorar as condies de vida urbana rural.
Fonte: Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental, 2003.
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SANEAMENTO E INTERSETORIALIDADESANEAMENTO E INTERSETORIALIDADESANEAMENTO E INTERSETORIALIDADESANEAMENTO E INTERSETORIALIDADE
As aes de saneamento exigem a relao com
vrios outros setores: o saneamento se relaciona
com a infra-estrutura, com o desenvolvimento
urbano, mas tambm com a sade pblica e com o
meio ambiente, contribuindo com a qualidade de
vida da populao e a proteo ambiental.
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QUANDO FALAMOS EMQUANDO FALAMOS EMQUANDO FALAMOS EMQUANDO FALAMOS EM
INTERSETORIALIDADE...INTERSETORIALIDADE...INTERSETORIALIDADE...INTERSETORIALIDADE...
Estamos falando de justaposio de dois ou maissetores, caracterstica da multisetorialidade.
Falamos da conduta institucional que parte da
capacidade dos tcnicos, gestores, lideranas e
sociedade de perceber que os problemas que
esto formulados pelas demandas sociais so de
ordem complexa e precisam ser vistas de forma
integrada, para que haja compreenso de sua
globalidade e efetividade nas aes
especializadas (OPAS, 2003).
Preconiza o dilogo. Portanto, a comunicao
um importante instrumento.
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ASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DAASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DAASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DAASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DA
INTERSETORIALIDADEINTERSETORIALIDADEINTERSETORIALIDADEINTERSETORIALIDADE
fundamental para tratar a relao sade, meio
ambiente e saneamento ambiental, posto que a
realidade em que operam as polticas pblicas
complexa.
As reas de atividades (setores), instituies e
os arcabouos legais foram historicamente
constitudos de forma especializada e possuem
cdigos/linguagens prprios e hermticos uns
aos outros.
Planejar e atuar de forma intersetorial pressupe
a criao de uma nova dinmica para a execuo
das aes pblicas.
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OBSTCOBSTCOBSTCOBSTCULOS PARA A INTERSETORIALIDADEULOS PARA A INTERSETORIALIDADEULOS PARA A INTERSETORIALIDADEULOS PARA A INTERSETORIALIDADE
Fragmentao do conhecimento e das
prticas uma forte limitante daintersetorialidade.
Para Minayo (2002, p.175) uma das
dificuldades para novas abordagens
refere-se a necessidade de [. . . ]
juntar disciplinas e articular teoria e
prtica; e colocar mesma mesa,
cientistas, atores do mundo da vida,
gestores do Estado.
A complexidade e controvrsias doenfoque sistmico, devido a sua
impreciso, sua forma difusa e sua
tendncia a ser mais uma retrica que
uma ao consciente tanto na teoria
como na prtica.
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A INTERSETORIALIDADE PRESENTE NAA INTERSETORIALIDADE PRESENTE NAA INTERSETORIALIDADE PRESENTE NAA INTERSETORIALIDADE PRESENTE NALEGISLALEGISLALEGISLALEGISLAOOOO
A LeiA LeiA LeiA Lei n.n.n.n. 10.257/20010.257/20010.257/20010.257/2001111,,,, Art. 2. Estatuto dasEstatuto dasEstatuto dasEstatuto das
Cidades.Cidades.Cidades.Cidades. I garantia do direito a cidades
sustentveis, entendido como direito terra
urbana, moradia, ao saneamento ambiental,
infra-estrutura urbana, ao transporte e aos
servios pblicos, ao trabalho e ao lazer, para as
presentes e futuras geraes.
Lei 8.080, de 19/09/90 (Lei Orgnica da Sade)
Art.3 A sade tem como fatores determinantese condicionantes, entre outros, a alimentao, a
moradia, o saneamento bsico, o meio ambiente,
o trabalho, a renda, a educao, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e servios essenciais;
os nveis de sade da populao expressam aorganizao social e econmica do Pas.
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Agora com base nas anotaes individuais vamos discutir no grande grupo. Ao final vamos
observar o nosso Painel Estado atualEstado atualEstado atualEstado atual da arte do saneamentoda arte do saneamentoda arte do saneamentoda arte do saneamento e complement-lo a partir das
nossas discusses acerca das novas informaes trazidas.
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Refletir sobre a
importncia do processo
educativo nas aes de
saneamento.
Abordar e Refletir
sobre o processo de
mobilizao social como
ferramenta indispensvel
para a mudana coletiva e
individual de atitudes.
Analisar um problema
simples do cotidianoprofissional que tenha
relao direta com a
participao do cidado-
usurio, refletindo sobre
os impactos da ao
educativa sobre oproblema.
Conceito e importncia da educao ambiental nas aes
de saneamento
Breve histrico da evoluo do conceito de educaoambiental
Abordamos anteriormente o conceito de saneamento e suas
interfaces com as demais polticas pblicas. Agora vamos ver como a
Educao Ambiental foi conceituada ao longo da histria e de que
forma ela se apresenta hoje como instrumento da poltica de
saneamento no nosso pas.
Podemos compreender a evoluo dos conceitos atribudos a
Educao Ambiental a partir da anlise dos fatores econmicos,
polticos, sociais, culturais, entre outros, e suas inter-relaes, as
quais em um determinado contexto histrico determinam o modelo
de desenvolvimento scio-econmico adotado na sociedade.
Portanto, ao longo da histria da civilizao, a compreenso, a prtica
e a nfase dada s aes de Educao Ambiental sofreram alteraes, tambm observadas em
outros conceitos vigentes como: meio ambiente, sade, saneamento.
Vamos ver quais forma os principais acontecimentos registrados e quais as premissas e aes
desencadeados por eles, iniciando um pouco antes da dcada de 70.
Voc Sabia?Voc Sabia?Voc Sabia?Voc Sabia?
De acordo com Borja e Moraes, no que se refere aos conceitos atribudos aosaneamento, ora ele se encontra vinculado infra-estrutura das cidades, voltadapara o mercado e focalizada na alocao de recursos financeiros; ora ele se aproximado campo da sade pblica, enquanto poltica social, a qual preconiza o direito e oempoderamento dos agentes sociais (Borja e Moraes). Essas diferentes abordagenstambm vo refletir sobre a compreenso e o enfoque dado s aes de educaoambiental, conferindo a ela maior ou menor nfase nas intervenes em saneamento.
OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS
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1965196519651965 ---- Royal Society of LondonRoyal Society of LondonRoyal Society of LondonRoyal Society of London: o conceito de Educao Ambiental foi associado
preservao dos sistemas vivos e, posteriormente, na dcada de 70, a Unio
Internacional de Conservao da Natureza (UICN) associou o mesmo conservao da
biodiversidade. A percepo de uma educao baseada no paradigma do
ConservacionismoConservacionismoConservacionismoConservacionismo dos meios naturais considerava o meio ambiente, sobretudo em seusaspectos biolgicos e fsicos, assumindo um carter basicamente NaturalistaNaturalistaNaturalistaNaturalista. Este
enfoque no propunha "[...] apreciar as interdependncias, nem a contribuio das
conscincias sociais compreenso e melhoria do meio ambiente humano". (DIAS,
1992, pp. 64,65)
1972197219721972 ---- Estocolmo (Sua):Estocolmo (Sua):Estocolmo (Sua):Estocolmo (Sua): Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente
Humano. A educao ambiental passa a ser considerada um campo de ao pedaggica,
adquirindo relevncia e vigncia internacional. O debate em torno dos problemas
ambientais no mundo pautou a discusso dos impactos negativos sobre o meio
ambiente ocasionado pelo crescimento econmico. Nesse momento, o tema da
educao ambiental se amplia como uma ferramenta para o esclarecimento da
populao mundial acerca dos agravos cometidos contra o meio ambiente, suas causas
e conseqncias. A educao ambiental entendida como um meio para: [...] formar
uma populao mundial consciente e preocupada com ambiente e problemas com ele
relacionados, e que possua os conhecimentos, as capacidades, as atitudes, a motivao
e o compromisso para colaborar individual e coletivamente na resoluo de problemas
atuais e na preveno de problemas futuros (UNESCO, 1976, p.2). Observa-se, no
entanto, que o foco das discusses para os pases em desenvolvimento encontrava-se
no crescimento econmico tendo como objetivo a reduo da pobreza e distribuio
mais justas dos bens socialmente construdos. (MALHEIROS e PHILLIPPI, 2005).
tambm nessa dcada que surge o EcodesenvolvimentoEcodesenvolvimentoEcodesenvolvimentoEcodesenvolvimento, propondo um modelo de
desenvolvimento que considere as relaes econmicas e o bem-estar das sociedades a
partir da discusso racional do uso dos recursos naturais. Essa discusso se contrape
ao discurso desenvolvimentista da poca com limites no s econmicos como tambm
sociais, ambientais e tico-culturais (LIMA, 2003; SORRENTINO, 2003).
1974197419741974 ---- Jammi (Finlndia):Jammi (Finlndia):Jammi (Finlndia):Jammi (Finlndia): Seminrio realizado pela Comisso Nacional Finlandesa para a
UNESCO. As discusses em relao natureza da educao ambiental passaram a ser
desencadeadas e os acordos foram reunidos nos Princpios de Educao Ambiental,considerando que a Educao Ambiental permite alcanar os objetivos de proteo
ambiental e que no se trata de um ramo da cincia ou uma matria de estudos
separada, mas de uma educao integral permanente.
1975197519751975 ---- Organizao para a Educao, a Cincia e a Cultura das Naes Unidas (UNESCO)Organizao para a Educao, a Cincia e a Cultura das Naes Unidas (UNESCO)Organizao para a Educao, a Cincia e a Cultura das Naes Unidas (UNESCO)Organizao para a Educao, a Cincia e a Cultura das Naes Unidas (UNESCO)
e o Programa das Naes Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA):e o Programa das Naes Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA):e o Programa das Naes Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA):e o Programa das Naes Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA): Seminrio Internacional
de Educao Ambiental, resultando na Carta de Belgrado.Carta de Belgrado.Carta de Belgrado.Carta de Belgrado. Nessa carta, observa-se que o
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debate holsticoholsticoholsticoholstico em torno da educao ambiental continua presente: Ns necessitamos
de uma nova tica global - uma tica que promova atitudes e comportamentos para os
indivduos e sociedades, que sejam consoantes com o lugar da humanidade dentro da
biosfera; que reconhea e responda com sensibilidade s complexas e dinmicas
relaes entre a humanidade e a natureza, e entre os povos. Mudanas significativasdevem ocorrer em todas as naes do mundo para assegurar o tipo de desenvolvimento
racional que ser orientado por esta nova idia global - mudanas que sero
direcionadas para uma distribuio eqitativa dos recursos da Terra e para atender mais
s necessidades dos povos".
1977197719771977 ---- Tiblisi (URSS):Tiblisi (URSS):Tiblisi (URSS):Tiblisi (URSS): Primeira Conferncia Intergovernamental sobre Educao
Ambiental (UNESCO/PNUMA) Meio Ambiente composto pelo meio fsicomeio fsicomeio fsicomeio fsico----bitico +bitico +bitico +bitico +
meio social e cultural.meio social e cultural.meio social e cultural.meio social e cultural. Relaciona os problemas ambientais com os modelos de
desenvolvimento adotados pelo homem. Porm, a partir da Conferncia de Tiblisi, em
1977 (UNESC0), que se registra um enfoque mais ampliado do conceito de educao
ambiental. Ele passa a incorporar os aspectos econmicos e socioculturais e as
correlaes entre todos esses aspectos e os anteriormente enfatizados. Ao adotar um
enfoque mais global e interdisciplinar, a educao ambiental passa a ser compreendida
como um processo alicerado nas inter-relaes entre os seres humanos, suas culturas
e seus meios fsicos, buscando no s o desenvolvimento de habilidades como tambm
a tomada de atitudes necessrias para contribuir positivamente na qualidade de vida, da
sade e do meio ambiente. O enfoque dado educao ambiental baseado na
interdisciplinaridade reconhece a existncia da interdependncia do meio natural com o
meio construdo, dos atos presentes com o futuro, bem como a interdependncia entre
os povos dos diferentes continentes. Essa compreenso da educao ambiental voltada
aos interesses dos cidados, onde o meio ambiente (e sua degradao) reflexo das
relaes histricas e no apenas do aspecto naturalizado lanam as bases para a
reorientao da produo do conhecimento na rea, agora preconizada pela
interdisciplinaridade e continuidade.
1987198719871987 ---- MoscMoscMoscMoscou (URSS):ou (URSS):ou (URSS):ou (URSS): Congresso Internacional sobre a Educao e Formao relativas
ao Meio Ambiente - gerou o documento Estratgia Internacional em Matria deEstratgia Internacional em Matria deEstratgia Internacional em Matria deEstratgia Internacional em Matria de
Educao e Formao Ambiental para a Dcada de 90:Educao e Formao Ambiental para a Dcada de 90:Educao e Formao Ambiental para a Dcada de 90:Educao e Formao Ambiental para a Dcada de 90: Relatrio Bruntland (conhecidoRelatrio Bruntland (conhecidoRelatrio Bruntland (conhecidoRelatrio Bruntland (conhecido
como Nosso futuro comumcomo Nosso futuro comumcomo Nosso futuro comumcomo Nosso futuro comum)))). Publicado pela Comisso Mundial sobre o Meio Ambientee Desenvolvimento, esse relatrio apresentava o conceito de DesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimento
SustentvelSustentvelSustentvelSustentvel, reorientando as necessrias relaes entre economia, tecnologia, sociedade
e poltica, reforando uma nova postura tica em relao preservao do meio
ambiente, apontando para o desafio do desenvolvimento humano, tanto entre as novas
geraes, quanto entre os integrantes da sociedade da poca (JACOBI, 2003; LIMA,
2003; MALHEIROS e PHILIPPI, 2005; SORRENTINO, 2005). De acordo com LIMA (2003), as
propostas representadas pelo ecodesenvolvimento foram suplantadas pela busca de
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ecologizar a economia, atravs de um discurso que preconizasse a busca pela harmonia
entre o crescimento econmico e a preservao da natureza, representada pelo termo
Desenvolvimento SustentvelDesenvolvimento SustentvelDesenvolvimento SustentvelDesenvolvimento Sustentvel.
1992199219921992 ---- Rio (Brasil):Rio (Brasil):Rio (Brasil):Rio (Brasil): Conferncia Mundial sobre Meio Ambiente (Rio 92) criao da Carta
Brasileira de Educao Ambiental. Esse encontro contou com a participao de vrios
pases e pautou de forma intensa a discusso sobre o desenvolvimento sustentvel e
alguns compromissos internacionais, entre eles a Declarao do Rio de Janeiro e a
Agenda 21 Global (MALHEIROS e PHILIPPI, 2005; JACOBI; 2003). Nesse encontro, foi
formulada a Carta da Terra (documento aprovado pelo Frum Internacional de
Organizaes No-Governamentais), a qual reconhece o papel central da educao na
formao de valores e na ao social para criar sociedades sustentveis e eqitativas
(socialmente justas e ecologicamente equilibradas) e considera que a educao
ambiental deve se dar atravs de um processo continuado e permanente, alicerado na
responsabilidade individual e coletiva de cada regio e pas. Considera [...] que a
preparao para as mudanas necessrias depende da compreenso coletiva da
natureza sistmica das crises que ameaam o futuro do planeta. As causas primrias de
problemas como o aumento da pobreza, da degradao humana e ambiental e da
violncia pode ser identificado no modelo de civilizao dominante, que se baseia em
superproduo e superconsumo para uns e em subconsumo por parte de grande
maioria" (OVALLES e VIEZZER, 1995, p. 30). A educao ambiental direcionada para a
tomada de uma conscincia mais abrangente sobre a forma de perceber o que o meio
ambiente e o que significa educao para preserv-lo. Considera a inter-relao da
tica, da poltica, da economia, da cincia, da cultura, da tecnologia e da ecologia para
uma prtica da educao ambiental voltada para a mudana do comportamento do
indivduo e da coletividade enquanto agente transformador.
2002200220022002 ---- Joanesburgo (RioJoanesburgo (RioJoanesburgo (RioJoanesburgo (Rio+10):+10):+10):+10): Encontro Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentvel. De acordo com Jacobi (2005), os objetivos preconizados
pelo desenvolvimento sustentvel no foram aprofundados e no houve avanos
significativos nem no plano terico, nem em acordos a nvel global.
Percebemos ao longo dos ltimos perodos de desenvolvimento das naes que apesar dosinmeros avanos registrados - na medicina, indstria, tecnologia, transporte, educao etc.
a maioria da populao encontra-se excluda dos seus benefcios; assim como tais avanos vem
ocasionando seqelas graves para o meio ambiente. Estes fatos trazem para a ordem do dia o
debate em torno do modelo de desenvolvimento atual e tem exigido a reflexo sobre as
prticas econmicas e sociais que afetam a maioria da populao e o meio ambiente. Este
modelo de desenvolvimento apontado por Guimares (2001, apud JACOBI 2005) como [...]
ecologicamente predador, socialmente perverso, politicamente injusto, culturalmente alienado
e eticamente repulsivo (p. 235).
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O debate proposto para a construo de uma sociedade sustentvel prope referendar como de
fundamental importncia as prticas educacionais baseadas na tica e na conscincia coletiva
acerca do uso equilibrado dos recursos naturais disponveis e da incluso social comoferramentas indispensveis para o crescimento comprometido com as geraes futuras.
QUESTES PARA REFLEXO E DISCUSSO
Atividade em grupo
Vamos formar grupo de cinco pessoas e vamos refletir sobre a questo sugerida abaixo,
podendo o grupo utilizar-se de exemplos para esclarecer suas reflexes.
1. O que uma viso holstica de educao ambiental e de que forma ela orienta o
planejamento e a implantao de aes educativas voltados para o saneamento?
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Programa de Educao Ambiental e Mobilizao Social para o
Saneamento - PEAMSS
A Educao Ambiental voltada para as aes de saneamento estiveram, ao longo da histria,
atreladas a um fazer pontual, orientado para Programas e Projetos de saneamento especficos,
desarticulados, fragilizados diante da inexistncia de um arcabouo legal e institucional que
promovesse o planejamento, a integrao, a continuidade e a orientao conceitual e
programtica. Poucas foram s experincias de planejamento e atuao continuada, a exemplo
do Programa de Educao em Sade (FUNASA) voltado para projetos de saneamento em sua
rea especfica de atuao.
Com a discusso e posterior aprovao da poltica de saneamento (2007) para o pas, tornou-
se imprescindvel a construo de um Programa Nacional de Educao Ambiental com oobjetivo de definir conceitos gerais e propor orientaes de uma prtica voltada para o
saneamento, tendo como objetivos fortalecer as articulaes e a integrao das polticas
(principalmente aquelas afins ao saneamento) e fomentar a participao da sociedade na gesto
local e controle social sobre as polticas pblicas. Nesse momento histrico, a educao
ambiental torna-se parte constituinte da concepo poltica federal de saneamento, a qual a
percebe como um importante instrumento de gesto dos programas e investimentos na rea,
buscando o envolvimento dos diversos atores sociais para, a partir de uma reflexo crtica e da
construo coletiva de valores e prticas, contribuir para a formao de sociedades mais justas.
Esse esforo materializado na constituio de um grupo de trabalho interinstitucional
responsvel pela conduo do processo de construo do PEAMSS e na incluso do tema napauta das atividades de capacitao continuada, a exemplo da ReCESA.
Nesse momento vamos conhecer os fundamentos legais e o que preconiza o PEAMSS. Para isso,
propomos a leitura individual do texto apresentado a seguir e em seguida, a realizao de
atividade em grupo.
Marco Legal
O marco legal do PEAMSS, dado o seu perfil interdisciplinar e carter de articulao de
diferentes polticas, representado por seis eixos principais e um transversal. O primeiro eixo,
a Poltica Ambiental holstica, foi institudo pela Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981 (PNMA).
O segundo decorre da Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Poltica Nacional de
Educao Ambiental (PNEA); outro representado pela Lei n. 11.445, de 05 de janeiro de
2007, que instituiu a Poltica Federal de Saneamento Bsico (PFSB), e, alm desses, temos a
Poltica Nacional de Recursos Hdricos (Lei n. 9.433, de 08 de janeiro de 1997), o Estatuto das
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Cidades (Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001) e as polticas pblicas para a Sade. Eles so
ligados transversalmente pela participao da comunidade, devidamente informada e
mobilizada para desempenhar seu papel de ator social consciente.
Desde a instituio da PNMA, a educao ambiental est prevista em todos os nveis de ensino,
bem como a capacitao da comunidade para participao ativa na defesa do meio
ambiente.
Pensar os direitos fundamentais garantidos pela Constituio de 1988 primordial para situar
o marco legal do que se denomina educao ambiental e mobilizao social em saneamento.
O primeiro e mais importante desses direitos a VIDA, seguido de medidas que garantam a
sade integral.
As Constituies anteriores disciplinaram a sade como um direito do trabalhador, num
conceito de assistncia sanitria, hospitalar, mdico-preventiva e de contraprestao devida
pelo Poder Pblico para aqueles que contribussem para a previdncia social.
Esse paradigma mudou em 1988 com a adoo do princpio da dignidade e da promoo do
bem de todos, num conceito muito mais amplo, agora ligado a quaisquer interesses que a
coletividade possa ter em relao ao seu bem-estar. Assim, polticas pblicas de sade e
educao ambiental devem servir de instrumento para que a cidade atinja sua funo social e
seja o palco do pleno desenvolvimento humano, fazendo a integrao dos eixos do PEAMSS.
A Educao Ambiental imprescindvel para o xito de uma Poltica de Meio Ambiente.
Conforme a Lei n. 9.795/99, esta um componente essencial e permanente na educao
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os nveis e modalidades do
processo educativo, em carter formal e no formal.
A Lei n. 9.795/99 foi regulamentada pelo Decreto n. 4.281/2002, que definiu, entre outras
coisas, a criao do rgo Gestor da Poltica Nacional de Educao Ambiental, composto peloMinistrio do Meio Ambiente e pelo Ministrio da Educao.
Com base nos princpios da Poltica Nacional de Educao Ambiental e sintonizado com o
Tratado de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis e Responsabilidade Global, em
2003 o rgo Gestor da Poltica Nacional de Educao Ambiental elaborou o Programa Nacional
de Educao Ambiental (ProNEA), estabelecendo diretrizes, princpios e linhas de aes para
que os projetos de educao ambiental de todos os segmentos da sociedade possam ser
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desenvolvidos de forma coordenada. Esse programa foi submetido a uma consulta pblica em
2004 envolvendo mais de 800 educadores ambientais de 22 unidades federativas do pas.
Objetivando uma estruturao sistmica da gesto da PNEA e do ProNEA, desde 2006 vemsendo construdo o Sistema Nacional de Educao Ambiental (SISNEA). A Poltica Nacional de
Educao Ambiental define um formato de gesto minimamente estruturado, apresentando
uma lgica que pode servir de base para uma proposta mais orgnica e participativa das
competncias poltico-administrativas e das atribuies formadoras dos entes, instituies e
organizaes que atuam no caminho da educao ambiental no pas.
A Poltica Federal de Saneamento Bsico (PFSB), como um dos eixos do PEAMSS, merece
algumas reflexes. O saneamento deve ser trabalhado de forma holstica e global, posto que se
trata de um tema plural conforme a multiplicidade de aspectos que envolve. A PFSB determina
que a Unio, ao estabelecer sua poltica de saneamento bsico, tenha como diretriz a
necessria articulao com as polticas de desenvolvimento urbano e regional, habitao,
combate e erradicao da pobreza, proteo ambiental, promoo da sade e outras, de
relevante interesse social, voltadas para a melhoria da qualidade de vida. O acesso ao
saneamento bsico, sem dvida, integra a estratgia para atingir a meta da plena cidadania.
O eixo legal do saneamento preenchido, portanto, pela Lei n. 11.445/2007, que determina
ainda que o saneamento bsico englobe servios, infra-estruturas e instalaes operacionais
de: a) abastecimento de gua potvel; b) esgotamento sanitrio; c) limpeza urbana e manejo de
resduos slidos; e d) drenagem e manejo das guas pluviais urbanas.
No que diz respeito a recursos hdricos, temos tambm uma legislao com um perfil altamente
democrtico e participativo. A Poltica Nacional de Recursos Hdricos (Lei 9.433/97) estabelece
um marco legal para a gesto compartilhada das colees hdricas, baseando-se na
descentralizao e na participao cidad, superando a utilizao corporativa e particularista da
gua, assegurando o seu uso mltiplo e afirmando o preceito constitucional que a define como
bem pblico.
Com a criao do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos (SINGREH), o Brasil
hoje rene em um mesmo frum, o Conselho Nacional de Recursos Hdricos, os mais diversos
setores da sociedade, representativos de um trip que incorpora o poder pblico, os usurios
do setor econmico e a sociedade civil organizada, com a capacidade de dialogar, negociar e
deliberar sobre os rumos da Poltica de guas do pas. Tal estrutura est reproduzida tambm
nos conselhos estaduais de recursos hdricos e comits de bacia, garantindo a descentralizao
e participao efetiva.
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necessrio mencionar ainda o Plano Nacional de Recursos Hdricos (PNRH), que se constitui
em um dos principais instrumentos da Lei das guas. Ele define como objetivos estratgicos a
melhoria da disponibilidade hdrica em quantidade e qualidade, a reduo dos conflitos pelo
uso da gua e a percepo da conservao da gua como valor socioambiental relevante. O
PNRH busca difundir uma nova cultura das guas, apregoa e coloca em prtica os valores e osprincpios ecolgicos, culturais, sociais e econmicos referidos por nossa Lei das guas e pela
Poltica Ambiental. Ao tratar de polticas correlatas, o plano alerta como imprescindvel que as
polticas pblicas especficas do setor saneamento no fiquem restritas aos limites da infra-
estrutura e da viso segmentada e pontual, e que adotem o mesmo modelo de gesto dos
recursos hdricos, do planejamento e da interveno integrada conforme as bacias
hidrogrficas.
Em verdade saneamento e recursos hdricos, com polticas e titularidade distintas, exigem
aes e planejamentos integrados, sendo a bacia hidrogrfica a unidade de referncia. Tambm
com impacto importante na definio das polticas pblicas para o saneamento, existe a Lei n.
10.257/2001, conhecida como o Estatuto da Cidade. Ela inova ao falar em saneamento
ambiental ao invs do tradicional saneamento bsico. Nela est instituda a cooperao entre
os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de
planejamento e gesto urbana, em atendimento ao interesse social.
A criao do Ministrio das Cidades, em 2002, com o objetivo de articular as polticas pblicas
urbanas especficas, que estavam fragmentadas, tambm um marco a ser destacado na
questo do saneamento. Visou melhoria das condies de vida para os menos favorecidos.
Sua funo planejadora, normativa e articuladora, com a formulao de Planos Nacionais ecriao de um sistema permanente de dados sobre a questo urbana e habitacional.
No campo das polticas pblicas para sade, a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990,
estabelece que a sade tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentao, a moradia, o saneamento bsico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educao, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e servios essenciais. Est includa ainda,
no campo de atuao do Sistema nico de Sade (SUS), a participao na formulao da poltica
e na execuo de aes de saneamento bsico.
A participao da comunidade constitui uma das diretrizes previstas no artigo 198 da
Constituio Federal para as aes e servios pblicos de sade e os servios privados
contratados ou conveniados que integram o SUS. direo estadual do SUS compete participar
da formulao da poltica e da execuo de aes de saneamento bsico. A Norma Operacional
Bsica do SUS 01/96 prescreve a implementao de mecanismos visando integrao das
polticas e das aes de relevncia para a sade da populao, de que so exemplos aquelas
relativas a saneamento, recursos hdricos, habitao e meio ambiente.
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Diante disso, saneamento e sade constituem um binmio de conceitos e aes indissociveis.
A participao e o controle social funcionam como um eixo transversal ligando a Educao
Ambiental e o Saneamento. A Lei n 11.445/2007 expressamente previu o controle social
ligando-o s polticas e aes de saneamento. Ela o define como conjunto de mecanismos e
procedimentos que garantem sociedade informaes, representaes tcnicas e participaes
nos processos de formulao de polticas, de planejamento e de avaliao relacionados aos
servios pblicos de saneamento bsico (art. 3, inciso IV). Determina ainda que servios
pblicos de saneamento bsico sejam prestados com base, entre outros, no controle social.
O controle social uma forma de participao que s ocorre mediante o acesso informao, e
a educao ambiental um elemento facilitador desse processo. O acesso s informaes
relativas ao saneamento previsto por meio da obrigatoriedade de ampla divulgao dos
editais de licitao e das minutas dos contratos de concesso de servios, assim como das
propostas dos planos de saneamento bsico e dos estudos que as fundamentam, inclusive com
a realizao de audincias ou consultas pblicas, amplamente divulgadas.
Alm disso, a Lei n. 11.445/2007 indica como canal para participao e controle social dos
servios pblicos de saneamento bsico o Conselho Consultivo, composto por representantes
dos usurios, entidades tcnicas, organizaes da sociedade civil e de defesa do consumidor,
titulares dos servios, rgos governamentais relacionados ao setor e prestadores de serviospblicos de saneamento bsico. No entanto, importante frisar que este no obrigatrio e,
portanto, a mobilizao da sociedade fundamental para que tal instncia participativa seja de
fato implementada.
No Estatuto da Cidade, o controle social previsto de forma mais explcita no Art. 4, 3. Os
instrumentos previstos nesse artigo demandam dispndio de recursos por parte do Poder
Pblico municipal e devem ser objeto de controle social, garantida a participao da
comunidade, movimentos e entidades da sociedade civil. O Estatuto da Cidade ainda estabelece
que, para garantir a gesto democrtica da cidade, devem ser utilizados, entre outros: aparticipao em colegiados, debates, audincias pblicas e consultas pblicas; conferncias
sobre assuntos de interesse urbano, alm da iniciativa popular de projeto de lei e de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano. Esses instrumentos ainda no esto
completamente implementados e coordenados, pois a lei previu o prazo de cinco anos para que
os municpios elaborassem seus planos diretores.
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Na construo deste processo, vale ressaltar a elaborao e realizao de Campanha dos Planos
Diretores Participativos, que intensificou a efetiva participao da comunidade na gesto da
cidade, extrapolando a simples e formal realizao das audincias pblicas previstas na lei.
Com estas aes governamentais, a participao na Poltica Urbana saiu do papel para a
realidade. A Conferncia da Cidade, realizada nos nveis municipal, estadual e federal, umexemplo do empenho pblico de tornar reais as previses legais.
No processo de elaborao ou reviso dos Planos Diretores, os gestores municipais foram
provocados a promover ampla discusso com a comunidade em audincias pblicas,
garantindo-lhes a participao. No Estatuto da Cidade prevista tambm a gesto
oramentria participativa, ou seja, a participao da sociedade se inicia desde a discusso do
oramento.
A consolidao do marco legal, aps a promulgao da Lei n. 11.445/2007, dever considerar
a contextualizao exposta, incluindo obrigatoriamente as aes de Educao Ambiental e
Mobilizao Social. O artigo 52 observa que o Ministrio das Cidades coordenar a elaborao
do Plano Nacional de Saneamento Bsico PNSB. As Diretrizes, Princpios, Estratgias do
PEAMSS devem contribuir e ser aperfeioados no processo de elaborao do Plano.
Desse conjunto de reflexes legais abordadas, podemos concluir que o impulsionamento da
educao ambiental nos programas de saneamento est dado, cabendo apenas a
regulamentao, atravs de Resoluo, Portarias ou Instrues Normativas, para assegurar a
insero e o aperfeioamento das aes de Educao Ambiental e Mobilizao Social no mbitodas polticas pblicas do Governo Federal para o saneamento, em consonncia com as
diretrizes gerais do PEAMSS. (Braslia, 2007, pp.7-10. Documento. Verso em consulta).
* Documento Oficial do PEAMSS, disponvel* Documento Oficial do PEAMSS, disponvel* Documento Oficial do PEAMSS, disponvel* Documento Oficial do PEAMSS, disponvel emememem:::: ....
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QUESTES PARA REFLEXO E DISCUSSO
Atividade em grupo
Formando grupos de cinco participantes vamos identificar a partir da leitura do texto realizada
anteriormente:
1. Com quais polticas pblicas e seus respectivos marcos legais o PEAMSS se articula?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
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2. Nas atividades de educao ambiental desenvolvidas em sua instituio esta articulao
est presente? Em aes prticas? Nos contedos abordados?
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_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3. Quais as leis existentes em seu municpio que trata da Educao Ambiental? Aborda
especificamente as aes voltadas ao saneamento?
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_________________________________________________________________________________________
Nesse momento vamos apresentar nossas reflexes para o grande grupo.
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Contribua com a sua experincia.
Individualmente, vamos refletir sobre as questes colocadas abaixo. importante fazer estas
reflexes para que possamos confrontar, discutir e consolidar valores, uma vez que estesdeterminam forma como vemos, sentimos e atuamos como cidados e profissionais.
1. Como voc define Educao Ambiental?
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
2. Para voc a Educao Ambiental um componente importante para a efetividade das aes
de saneamento? Por qu?
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_____________________________________________________________________________________________
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Educao ambiental e saneamento: conceito, princpios e desafios
Conceito
Os problemas ambientais decorrentes da crise da civilizao moderna remetem para a urgente
necessidade de que ao se refletir sobre ela, sejam construdos modelos de interveno que
possam orientar prtica profissional e social, no sentido de responder ao desafio da
ampliao da cidadania.
No campo do saneamento experimentamos ao longo das ltimas dcadas a desarticulao das
aes entre os diversos atores institucionais atuando segundo concepes prprias e muitas
vezes contraditrias entre si. Em grande parte esse fato se deu em virtude da inexistncia de
uma poltica de saneamento que orientasse a atuao das instituies atravs da coordenao
de programas, projetos e investimentos. Essas aes desarticuladas levaram a realizao de
aes de saneamento pontuais que no alcanaram seus objetivos de elevar a qualidade de vida
dos sujeitos beneficiados e do seu entorno. Outros fatores tambm devem ser considerados
para a anlise do dficit que o Pas apresenta: a falta de investimentos em programas e projetos
de saneamento em larga escala; a falta de planejamento; o uso de tecnologias inadequadas;
assim como a falta de uma cultura que considerasse a participao e a educao ambiental
como elementos indispensveis para a construo e consolidao de aes sustentveis.
A partir da aprovao da Lei do Estatuto das Cidades fruto do Movimento Nacional pelaReforma Urbana que estabeleceu no cenrio nacional o conceito de gesto democrtica da
cidade , a integrao das polticas urbanas e a instituio de espaos participativos, como as
conferncias e os conselhos, passam a constituir um novo arcabouo legal, repercutindo na
ampliao de outros conceitos e novas prticas sociais. Nesse cenrio, criado o Ministrio das
Cidades, integrando as polticas de desenvolvimento urbano, e tambm iniciada a discusso e
elaborao de um conjunto de normas e leis que vo orientar o novo marco regulatrio para o
saneamento bsico no Brasil.
Essa concepo da Poltica de Saneamento defende a promoo de aes permanentes econtinuadas de educao ambiental e mobilizao social que visem adoo de novos valores e
prticas individuais e coletivas; bem como se constitui em uma ferramenta de fortalecimento do
controle social na gesto da poltica de saneamento. O desafio nesse momento estabelecer as
bases para o modelo de educao ambiental que pretendemos construir.
A concepo de educao do professor Paulo Freire, nos remete a possibilidade de agregar
nossa prtica profissional e social, ferramentas necessrias para o enfrentamento dessa
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realidade, a exemplo da tica, expressa nas lutas de resistncia em favor da causa ambiental e
legitimada a partir do final da dcada de 90, pela Poltica Nacional de Educao Ambiental. No
seu artigo 4 Inciso IV aponta como um dos princpios bsicos a vinculao entre tica, a
educao, o trabalho e as prticas sociais (Lei n. 9795/99).
Uma das ferramentas igualmente importante na busca de solues para os problemas
ambientais refere-se Educao Ambiental, que visa fomentar a mobilizao e participao dosfomentar a mobilizao e participao dosfomentar a mobilizao e participao dosfomentar a mobilizao e participao dos
diversos agentes sociais presentes, no sentido de responder aos problemas sanitrios ediversos agentes sociais presentes, no sentido de responder aos problemas sanitrios ediversos agentes sociais presentes, no sentido de responder aos problemas sanitrios ediversos agentes sociais presentes, no sentido de responder aos problemas sanitrios e
ambientais vivenciados cotidianamente pelo conjunto da populao.ambientais vivenciados cotidianamente pelo conjunto da populao.ambientais vivenciados cotidianamente pelo conjunto da populao.ambientais vivenciados cotidianamente pelo conjunto da populao.
Portanto, a educao ambiental se apresenta como um recurso necessrio para a reflexoa reflexoa reflexoa reflexo
crtica do modelo de sociedade em construo e seus rebatimentos no ambientcrtica do modelo de sociedade em construo e seus rebatimentos no ambientcrtica do modelo de sociedade em construo e seus rebatimentos no ambientcrtica do modelo de sociedade em construo e seus rebatimentos no ambiente naturale naturale naturale natural
construdo. Constituiconstrudo. Constituiconstrudo. Constituiconstrudo. Constitui----se uma ferramenta de sensibilizao e empoderamento da populaose uma ferramenta de sensibilizao e empoderamento da populaose uma ferramenta de sensibilizao e empoderamento da populaose uma ferramenta de sensibilizao e empoderamento da populao,,,,
quequequeque possibilita a construo de valorepossibilita a construo de valorepossibilita a construo de valorepossibilita a construo de valores e prticass e prticass e prticass e prticas individuais e coletivas,individuais e coletivas,individuais e coletivas,individuais e coletivas, visando a mudanasvisando a mudanasvisando a mudanasvisando a mudanas
culturais, polticas e sociais necessrias construo de uma sociedade mais justa.culturais, polticas e sociais necessrias construo de uma sociedade mais justa.culturais, polticas e sociais necessrias construo de uma sociedade mais justa.culturais, polticas e sociais necessrias construo de uma sociedade mais justa.
Segundo o PEAMSS (2007) Programa Nacional de Educao Ambiental e Mobilizao Social em
Saneamento destacamos trs principais funes da mobilizao social e educao ambiental
para o saneamento:
A primeira aponta para a formao de cidados conscientes, comprometidos com a vida,
com o bem-estar de cada um e da coletividade, e que comuniquem por meios dos seusatos e atitudes preocupaes com os problemas ambientais, buscando promover a
sade pblica e a salubridade ambiental para a melhoria da qualidade de vida da
populao.
A segunda, igualmente importante, fortalecer e qualificar o exerccio do controle
social sobre os servios de saneamento quanto aos aspectos relacionados qualidade,
equidade e universalidade dos servios de saneamento.
E a terceira refere-se ao comprometimento coletivo com os investimentos realizados,
contribuindo com medidas preventivas para conservao e adequado funcionamento
dos sistemas e servios disponveis.
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A mobilizao socialmobilizao socialmobilizao socialmobilizao social, por sua vez, se constitui em um movimento organizativo enquantose constitui em um movimento organizativo enquantose constitui em um movimento organizativo enquantose constitui em um movimento organizativo enquanto
agrega, discute coletivamente solues para os problemas da comunidade, como tambmagrega, discute coletivamente solues para os problemas da comunidade, como tambmagrega, discute coletivamente solues para os problemas da comunidade, como tambmagrega, discute coletivamente solues para os problemas da comunidade, como tambm
contribui para a formao de sujeitos capazes de interagir, dialogar uns com os outros.contribui para a formao de sujeitos capazes de interagir, dialogar uns com os outros.contribui para a formao de sujeitos capazes de interagir, dialogar uns com os outros.contribui para a formao de sujeitos capazes de interagir, dialogar uns com os outros.
Fortalecer e capacitar os cidados possibilita a definio de estratgias eficazes e o controle
social da prestao dos servios pblicos, conferindo as aes de saneamento qualidade.
Nesse sentido, as aes de educao ambiental se apresentam como um instrumento
importante para o fomento mobilizao social e qualificao da participao social. Essa
participao no deve ser eventual, nem fragmentada. Ao contrrio, deve estar alicerada em
conhecimentos apropriados a partir da reflexo crtica e do embate entre os conflitos
existentes, contribuindo dessa forma para avanar na implementao de direitos sociais, a
exemplo do Estatuto da Cidade.
Voc sabia?Voc sabia?Voc sabia?Voc sabia?
Nos financiamentos e convnios firmados pelo Governo Federal com estados emunicpios so investidos recursos em educao ambiental nas aes de
saneamento. Dessa forma, pode-se dizer que a educao ambiental representa uminstrumento da gesto muito importante para os programas, os projetos e as aesnessa na rea.
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QUESTES PARA REFLEXO E DISCUSSO
Contribua com a sua experincia.
O ato de mobilizar implica em envolver pessoas, convocar vontades para desenvolver uma
ao. Voc poderia elencar situaes em que houve a mobilizao de pessoas em torno de um
objetivo comum?
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No bairro em que voc mora existe uma Associao Comunitria? Voc participa? Voc tem
conhecimento de alguma ao positiva realizada atravs dela para a sua comunidade? Qual?
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A efetividade das polticas pblicas depende do envolvimento do usurio cidado para o qual
se destinam. Portanto, uma campanha de vacinao, desratizao, depende do envolvimento
dos cidados-usurios, assim como, a manuteno sustentvel dos servios de saneamento
seja: limpeza de canais e rede de drenagem de guas pluviais, limpeza e desobstruo de rede
de coleta dos esgotos etc., tambm necessitam da participao dos usurios.
Voc poderia elencar uma situao em que a ao do cidado-usurio pode comprometer ou
contribuir para a sustentabilidade dos servios de saneamento? Que impacto aes de EA
poderiam ter sobre esta situao?
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Esse potencial emancipatrio est presente atualmente em alguns instrumentos de formulao
e controle social sobre as polticas pblicas e que devem se articular, promovendo a
apropriao, por parte dos sujeitos sociais, da totalidade da problemtica ambiental e suas
solues, considerando as especificidades regionais, tnicas, culturais, sociais e econmicas
que promovem a decodificao e a re-significao dos conceitos e prticas sociais coletivas.
Continuidade e PermannciaContinuidade e PermannciaContinuidade e PermannciaContinuidade e Permanncia
As aes de educao ambiental voltadas para o saneamento devem ser sistemticas e
continuadas, buscando imprimir impactos positivos na qualidade e na efetividade do acesso e
do direito aos servios de saneamento. Precisamos superar a lgica das aes educativas
planejadas e implementadas atreladas a projetos e programas de saneamento pr-concebidos.
Mediante a articulao dos vrios segmentos sociais e instituies que atuam na rea,
precisamos construir uma ao permanente, que tenha razes na comunidade e, portanto,
faam parte do seu cotidiano: na escola, no trabalho, nos lares, nos espaos de lazer etc.
Emancipao e DemocraciaEmancipao e DemocraciaEmancipao e DemocraciaEmancipao e Democracia
Como vimos acima ao educativa deve ser pautada pelo dilogo, estimulando a reflexo
crtica dos sujeitos sociais, fortalecendo sua autonomia, sua liberdade de expresso e
contribuindo para a qualificao e ampliao de sua participao nas decises polticas. Aqui
tambm se encontra o carter emancipatrio da educao, enquanto instrumento de
distribuio de poder.
Tolerncia e RespeitoTolerncia e RespeitoTolerncia e RespeitoTolerncia e Respeito
A ao educativa deve promover o reconhecimento da pluralidade e da diversidade nos meios
natural, social, econmico e cultural. Nesse sentido, importante que sejam considerados os
conhecimentos, saberes, ritmos, valores e dinmicas dos sujeitos sociais envolvidos, buscando
ampliar a participao e o acolhimento das diferenas, a fim de atribuir legitimidade aos
consensos construdos coletivamente.
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