sandra aparecida reis . parte 2
DESCRIPTION
Sandra Aparecida Reis.(TGA) Plano de ações mitigadoras e de monitoramento ambiental na ''Trilha caminho das águas'' no complexo da Brasital, São Roque - SpTRANSCRIPT
13
INTRODUÇÃO
A constatação dos impactos e a perda da qualidade ambiental da Mata
Brasital em São Roque (SP) é, sem dúvida, o fator que mais influenciou na
justificativa da escolha deste projeto. Diante disso, pretende-se colaborar com a
reflexão acerca da conscientização socioambiental para conservar a área de estudo.
A escolha do local ocorreu a partir da necessidade de conservar o ambiente após
muitas visitas a este espaço cultural. Com isto, nasceu a motivação para
desenvolver a presente pesquisa sobre mitigação e monitoramento ambiental
sustentável.
O dimensionamento inadequado do uso desta área ganhou força ao
constatarmos grandes tensões e conflitos antrópicos causados ao espaço e seus
recursos naturais. Atualmente o espaço atende a uma rede sobre temáticas
educacionais e culturais. (MALUF, 1991).
No Centro Cultural Brasital São Roque (SP), diariamente há grande
movimento de pessoas que buscam consumir os “benefícios” oferecidos através do
poder público municipal ou interagir com a natureza que o local oferece. A
diversificação dessas atividades chama atenção à necessidade de ações de manejo
de uso público e da conservação ambiental ao uso correto dos espaços. (BARROS,
2003).
As alterações provocadas pelos seres humanos que altera negativamente o
ambiente decorrem das interações sociedade/natureza, inviabilizando o suprimento
das necessidades. (ANTUNES, 2002; BARBIERI, 2002).
Neste trabalho objetiva-se chamar o leitor à reflexão e a construção de uma
nova postura, capaz de aproximar e envolver mais a sociedade com a natureza, e ao
mesmo tempo, promover a conservação ambiental. (PCN, 2012).
Ainda como objetivos deste trabalho, destacamos a identificação e a
descrição dos principais impactos ambientais nas áreas de intervenção na Mata da
Brasital em São Roque (SP); a definição de medidas corretivas para preservação do
equilíbrio ecológico. (AB’SÁBER, 2003).
O plano de manejo proposto evidencia a importância do desenvolvimento de
uma compreensão integrada do meio ambiente envolvendo aspectos ecológicos,
legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos. Sua divulgação
14
constitui uma forma de construção de interação, senso de responsabilidade e de
urgência com respeito às questões ambientais.
Alguns textos-base utilizados para confecção deste trabalho incluem Milaré
(2011), Bechara (2009), Antunes (2002) e Ab’Sáber (2003). Também serão incluídos
documentos em meio eletrônico, artigos acadêmicos, pesquisas junto à Biblioteca
Pública Municipal de São Roque (SP) “Prof. Arthur Riedel”, entrevistas realizadas
com dois moradores atuantes e participantes dos acontecimentos relevantes ao
tema, checklist e roteiro de observação in loco para alcançar as metas estabelecidas
e, em consequência, os objetivos gerais propostos.
15
CAPÍTULO 1 - VISÃO HISTÓRICA DA BRASITAL SÃO ROQUE (SP)
A Brasital São Roque (SP) originou-se da “Sociedade Italiana de Exportação
Enrico Dell’acqua” fundada no ano de 1890 em Milão (fig.1), com filiais em São
Paulo e Bueno Aires. (MELLO, 2011).
Figura 1 - O industrial Enrico Dell’acqua fundador da Brasital São Roque (SP). 1
Fonte: Zé do Nino (2013).
A sociedade comandita por ações tinha como meta social estabelecida por
força de lei, exportar os produtos para a América do sul e construir tecelagens no
Brasil e na Argentina. (MELLO, 2011).
O Sr. Quirino de Aguiar, comerciante influente e chefe político da cidade
através de seu amigo, o representante comercial Sr. Carlos Grassi que trabalhava
em uma das empresas de Enrico, foi quem mediou a visita.
Desta forma o Sr. Quirino, buscou chamar a atenção do industrial para as
vantagens que a cidade oferecia, como os fatores de localização, a topografia, os
benefícios necessários que a Câmara Municipal concederia ao empreendimento e
que também um grupo de são-roquenses subscreveriam ações da fábrica que se
fundasse. (SANTOS, 1930).
Em dezembro de 1890, Enrico chegou à São Roque, que o agradou muito, e
conheceu o terreno que futuramente sediaria a tecelagem (fig.2). Após constatar a
1 Material pertencente ao acervo pessoal do Sr. José Carlos Dias Bastos (Zé do Nino), gentilmente
cedido durante entrevista realizada em maio de 2013. 2p.
16
presença de cursos d’água, no caso o Rio Aracaí (rio dos acarás, isto é, dos
cascudos), essencial para o desenvolvimento da fábrica, efetivou a compra em
quatro parcelas anuais. Tratava-se de uma chácara de quase 10.000 alqueires que
pertenceu ao coronel Manoel Joaquim da Costa Nunes, mais conhecido como
Manduzinho, e que naquele momento pertencia ao italiano Alexandre Ranzini,
proprietário de um açougue em São Paulo, sendo este quem transferiu a
propriedade a Enrico. (SANTOS 1930; MALUF, 1991).
Figura 2 - A antiga chácara Ranzini.2
Fonte: Magali Mendonça (2013).
Após adquirir a chácara Ranzini, Enrico agiu rapidamente e logo todos os
alicerces da fábrica foram construídos com pedras retiradas do próprio terreno
(fig.3). Todos os materiais para a construção vieram da Europa, desde o cimento
que chegava encaixotado, até telhas francesas, sanitários turcos, vitrais de Veneza,
entre outros; todo o sistema estrutural dos telhados foi baseado em perfis metálicos
e pilares de ferro fundido da Inglaterra, elevadores e maquinários. (SANTOS, 1930;
MALUF, 1991).
Muitos foram os trabalhadores contratados, sendo boa parte composta por
imigrantes recém-chegados da Itália que vieram exclusivamente para trabalhar nas
tecelagens da região. Eram mestres, tecelões e tecelãs conhecedores de toda uma
2 A chácara pertencia o Sr.Manoel Joaquim da Costa, mais conhecido por Manduzinho, que vendeu ao seu contraparente conhecido por Maneco Dendê que em setembro de 1888 revendeu ao italiano Alexandre Ranzini. Santos 1930 (?).
17
rotina de trabalho em fábrica e, portanto, mão de obra especializada para o setor.
Estes operários também treinavam os recém-contratados. Em 1892, ou seja, dois
anos após a aquisição da chácara Ranzini, a fábrica estava funcionando e
empregando cerca de 80% da população de São Roque. (MALUF, 1991).
Figura 3 - A fábrica Brasital São Roque (SP) em construção.
Fonte: Magali Mendonça (2013).
Nesta época a cidade foi impulsionada pela velocidade das transformações
tecnológicas, sociais e econômicas. Toda a comunidade participou do processo
produtivo de reorganização e de adaptação estruturais e de novas identidades.
Foram abertas padarias, barbearias, açougues, fábricas de macarrão, casas
comerciais de todos os segmentos, alfaiatarias, sapatarias, e novas residências
foram construídas. A instalação da fábrica correspondeu às expectativas, e a cidade
acompanhou o período de prosperidades. (SANTOS, 1930).
A construção junto ao Rio Aracaí (fig. 4 e 5), garantiria o fornecimento de
água necessária para alimentar a turbina que, em conjunto com o motor a vapor,
possibilitaria o funcionamento dos teares da tecelagem. Esta era uma época em que
não havia energia elétrica no município. (SANTOS, 1930; KEMPTER, 2012(?)).
18
Figura 4 - Cachoeira do Rio Aracaí - Mata Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
Figura 5- Queda d´água do Rio Aracaí .
Fonte: A autora (2013).
O Rio Aracaí teve sua força motriz ampliada com a construção de barragens e
de três tanques ao longo do curso d’água. O primeiro tanque foi conhecido como
‘Tanque do Juquinha’ no bairro Gabriel Pizza, e o segundo no bairro Taboão
‘Tanque do Engenho’. Ao lado da cachoeira foi construída uma barragem (fig.6)
desviando grande parte das águas do Aracaí para um canal aberto até chegar ao
terceiro tanque, este dentro da mata, chamado de ‘Tanque da Fábrica’(fig.7 e fig.8),
que logo transfere a carga líquida para o canal que conduz ao grande tubo que sai
19
debaixo do piso do edifício (fig.10 e fig.11); neste local foi construída uma usina
movida por um dínamo capaz de gerar energia suficiente para movimentar os teares
(fig.10 e fig.11). Tudo foi construído simultaneamente e muito rapidamente para a
época. O assoalho foi colocado e os teares montados, e SANTOS (1930) afirma que
se ouvia o apito chamando os funcionários ao trabalho.
Figura 6 – Barragem construída ao lado da cachoeira do Rio Aracaí.
Fonte: A autora. (2013).
Figura 7 - Terceiro tanque da fábrica no bairro jardim Renê.3
Fonte: Magali Mendonça (2013).
3 Terceiro tanque, localizado dentro da mata Brasital São Roque (SP).
20
Figura 8 – Canal aberto dentro da mata para levar água até a fábrica.
Fonte: A autora (2013).
Figura 9 – Tubulação que conduzia água até usina da fábrica.
Fonte: A autora (2013).
Figura 10 - Teares da tecelagem Brasital São Roque (SP).
Fonte: Magali Mendonça (2013).
21
Figura 11 - Tecelagem Brasital São Roque (SP), fundada no ano de 1890.4
Fonte: Magali Mendonça (2013).
A Brasital de São Roque (SP) (fig.11) foi a primeira fábrica de tecidos
moderna do interior de São Paulo, figurando entre as primeiras do Brasil (fig.13).
As fábricas pioneiras da época adotavam um sistema de produção fabril
simplificado, que agregava em um só edifício as atividades de fiação e tecelagem
semelhante ao modelo norte-americano. (KEMPTER, 2012(?)).
O sistema adotado para a construção da fábrica de São Roque (SP)
aproximava-se das encontradas nas fábricas inglesas e permitia ambientes amplos,
bem iluminados e ventilados. (KEMPTER, 2012(?)).
Figura 12 - Vista da Praça da Matriz de São Roque (SP)5
Fonte: E. Verzini (1920).
5 Fotografia postada por: Glauco Roque de Paula Santos no grupo SOS Patrimônio Histórico São Roque. Acesso em: 28/10/2013.
22
Figura 13 - Vista panorâmica da tecelagem e de seu entorno em 1926.
Fonte: Magali Mendonça (2013).
1.1. Os Produtos da Tecelagem
Nos ambientes amplos da tecelagem eram produzidos tecidos como o brim na
cor caqui e verde oliva para o exército, tecidos finos como popelines, atoalhados,
adamascados, as famosas colchas ‘Isabel’, e também guardanapos que além de
serem comercializados no Brasil, eram também exportados para diversos países
(FIG.14). Os pedidos recebidos pela fábrica eram tantos, que os clientes eram
selecionados. (MALUF, 1991; SANTOS, 1930).
Figura 14 - Galpões da fábrica Brasital São Roque (SP).6
Fonte: Brasital + Memória (2013)7
6 Cerca de 960 m² de área construída. 7 Fotografia pertencente ao site: Brasil + Memória <http://andiamomemoriaitalianaemsr.blogspot.com.br/2011/06/socialistas-lideram-greve-na-tecelagem.html>. Acesso em: (2013).
23
1.2. O Apito da Brasital São Roque (SP): uma referência para todos
O apito de bronze pertenceu a um antigo navio a vapor que fazia o trajeto
entre Nápoles, Itália e a França, sendo esta sua última viagem (fig.15). Chegou
especialmente para a tecelagem e funcionava em horários determinados e datas
especiais. A cidade era ditada pelo apito da fábrica que norteava a todos. Até
pouco tempo, o apito original se encontrava na Brasital de Salto (SP), de onde foi
recuperado e adaptado ao antigo prédio para a inauguração do Centro Educacional
e Cultural Brasital São Roque (SP) em 1987. (MALUF, 1991).
“A entrada e saída dos operários da BRASITAL ao som do tradicional apito, invadiam nossas ruas com sua alegria, na célere caminhada diária. As operárias com suas sombrinhas e os operários com seus macacões, davam um colorido pitoresco e deixavam transparecer o orgulho de produzir para o nosso Brasil e a segurança do emprego – não muito fácil na época – para o sustento de suas famílias.”
Engenheiro Mário Luiz Campo de Oliveira. (1990).
Figura 15 - Apito original, símbolo da Brasital São Roque (SP).
Fonte: Magali Mendonça (2013).
1.3. Importância da Brasital São Roque (SP)
No passado, as indústrias foram elementos estruturadores dos territórios e de
um novo modelo socioeconômico na construção da imagem das cidades. Porém,
quando ocorre a desativação destes estabelecimentos, os locais se tornam
vulneráveis e desvalorizados, pois, perdem sua referência estrutural de definição do
espaço urbano e também simbólico. (KEMPTER, 2012(?)).
24
A ação de constituir um novo conjunto representativo de multiplicidade cria
elos importantes entre a cultura, o passado e as memórias perpetuadas pela
sociedade. A importância da reabilitação do patrimônio industrial na prática
preservacionista de valorização de bens culturais para a história da arquitetura e da
cidade geralmente provoca relações divergentes e de intensidades diferenciadas.
(RODRIGUES, 2010; KEMPTER, 2012(?)).
A representatividade da Brasital São Roque (SP) como elemento central de
resiliência8, ajuda a manter viva a história da cidade. Diante às mudanças do
paradigma produtivo, que fizeram com que empresas tradicionais que não se
adequaram ao novo modelo fechassem as portas, a resiliência da Brasital foi
essencial para sua reestruturação. (RODRIGUES, 2010; KEMPTER, 2012(?)).
Desde 1987, o poder público municipal inseriu o Complexo da Brasital São
Roque (SP) novamente ao contexto da cidade incentivando e promovendo ciclos de
atividades educacionais, sociais, culturais e ambientais, conferindo ao espaço
funções variadas, porém, mantendo sua estrutura material e identidade preservadas.
(MALUF, 1991).
O Sr. Simon Feldon foi personagem de grande representatividade durante o
período de desapropriação amigável entre a Brasital Empreendimentos Imobiliários
S/C Ltda., sede na cidade de Salto – SP e a Prefeitura Municipal de São Roque.
Como representante legal da Brasital, o Sr. Feldon intermediou todo o processo para
aquisição do imóvel. (MALUF, 1991).
Assim, em 1987 a fábrica foi incorporada ao Patrimônio Municipal da cidade
como ‘bem de uso comum’ e transformada no Centro Educacional e Cultural pelo
prefeito na época, o engenheiro Mário Luiz Campos de Oliveira, em seu segundo
mandato. (MALUF, 1991).
Com a finalidade social da preservação ao patrimônio público e cultural, as
obras de restauração foram em sua totalidade voltadas à prática preservacionista
buscando manter os traços marcantes do conjunto arquitetônico, adaptando às
necessidades do novo modelo sociocultural (fig.16). Houve por parte dos
responsáveis do projeto, o cuidado e a atenção para que os materiais adquiridos
fossem escolhidos de forma a se aproximar do original importado. Toda a instalação
8 O termo “Resiliência” “se refere à capacidade de um sistema absorver perturbações e conseguir
reorganizar-se, mesmo estando sujeito a forças de mudança, sendo capaz de manter o essencial das suas funções, estrutura, identidade e mecanismos”. (Kempter, 2012(?), p.1 apud, Walker et al, 2004).
25
elétrica, encanamentos, telhados e pisos foram elaborados e recuperados para
garantia da segurança dos frequentadores ao espaço e adaptados à nova realidade.
(RODRIGUES, 2010; MALUF, 1991).
Como forma de manutenção das características espaciais e de memórias, nos
galpões e por todo o conjunto arquitetônico estão presentes os valores cognitivos
que mostram nitidamente as tendências do passado. (MALUF, 1991; RODRIGUES,
2010).
Figura 16 - Vista Panorâmica do Centro Cultural Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
26
CAPÍTULO 2 - SÃO ROQUE: MUNICÍPIO INTEGRANTE DA RESERVA DA
BIOSFERA DO CINTURÃO VERDE DA CIDADE DE SÃO PAULO
As reservas da Biosfera instituídas pela UNESCO (Organização das Nações
Unidas para Educação, Ciência e Cultura), abrangem áreas consideradas de
relevante interesse ambiental por abrigarem ecossistemas de grande importância.
(RODRIGUES et al, 2006).
Em 1994, foi instituída “A Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade
de São Paulo” (RBCV), que se diferencia das demais reservas da biosfera, por
priorizar a preservação de um significativo patrimônio vegetal de cobertura original
de bioma de Mata Atlântica, incluindo florestas secundárias intermediárias e
fragmentos pequenos (com menos de 100 hectares), ainda presentes no entorno da
capital, a cidade de São Paulo, uma das maiores concentrações urbanas do planeta.
(PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005).
Uma total de 73 municípios integram a Reserva da Biosfera do Cinturão
Verde da Cidade de São Paulo, abarcando duas regiões metropolitanas
praticamente inteiras (Região Metropolitana de São Paulo e Baixada Santista) e
parcialmente as regiões de Sorocaba, São José dos Campos, Registro e Campinas.
(RODRIGUES et al, 2006).
O município de São Roque ainda apresenta áreas recobertas por vegetação
de diversas categorias e quantidade significativa de remanescentes de Mata
Atlântica situadas no perímetro da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde. (ROSA,
2011; PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005).
Para a RBCV o desafio inclui conciliar os objetivos de conservação de um
significativo patrimônio vegetal ainda presente no entorno da cidade de São Paulo,
uma das maiores concentrações urbanas do planeta e desenvolvimento nas áreas
urbanas. (PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005).
Cada vez mais se evidencia que o bem-estar humano depende
essencialmente da melhoria na gestão dos ecossistemas para garantir sua
conservação e seu uso sustentável. (RODRIGUES et al, 2006).
27
2.1. A trilha da Mata Brasital São Roque (SP)
Figura 17 – Entrada principal: “Trilha Caminho das Águas”,
Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
Ao contextualizar a estrutura da paisagem de São Roque quanto à sua
formação geológica, observa-se a evolução harmônica e desarmônica nas escalas
de tempo e espaço. Inserida por entre serras alongadas, vales de morros e morrotes
o núcleo da cidade cresceu vagarosamente. (ROSA, 2011; AB’SÁBER, 2003).
Os processos de erosão e assoreamento relacionados às mudanças da
paisagem do município vão além das causas naturais, como remoção de cobertura
natural e da movimentação do solo, devido às atividades exploratórias dos recursos
naturais para agricultura, habitações, entre outras. (ROSA, 2011).
Na época da construção da Brasital de São Roque (SP), não havia energia
elétrica no município. Os teares da tecelagem eram movidos à energia hidráulica
que provinha do Rio Aracaí, que teve parte das águas desviadas através de um
canal até à usina localizada abaixo do piso do galpão da tecelagem. (SANTOS,
1930; MALUF,1991).
A extensão total da área verde que integra o complexo da Brasital de São
Roque (SP) é de cerca de 157.300 m². Em 1988, a prefeitura realizou obras de
recuperação dentro e no entorno da mata e como parte integrante construiu uma
28
trilha ecológica de aproximadamente 2.000 metros de extensão, considerada de
curta distância denominada “Caminho das Águas” (fig. 17 e 18), formada por um
conjunto de caminhos que permite ao visitante desfrutar da paisagem natural. Esta
trilha foi projetada com o objetivo de incorporar a área natural ao patrimônio público
e ao mesmo tempo conectar a sociedade e os visitantes ao local. (MALUF, 1991).
De acordo com Vasconcellos (2004), as trilhas em áreas naturais apresentam
funções importantes e são consideradas instrumentos de manejo. Destacam-se por
conectar o público ao ambiente que as cercam, proporcionam maior compreensão e
apreciação dos recursos naturais e culturais; além disso, atraem e envolvem as
pessoas às tarefas de conservação, aumentam a satisfação dos usuários e criam
uma impressão positiva sobre o local.
Figura 18 – Trilha ao lado do canal da fábrica Brasital São Roque (SP).9
Fonte: Magali Mendonça (2013).
A trilha “Caminho das Águas” se destaca por sua função interpretativa ou
(“Natural Trails”), considerada de curta distância (até 2.500 m de extensão), de
características recreativas e educativas desenvolvida para ambientes naturais com
objetivo de promover o contato entre o ser humano e o ambiente.
Quanto ao grau de dificuldade, a classificação das trilhas é baseada na
graduação das mesmas e quanto à classificação das atividades desenvolvidas. A
trilha “Caminho das Águas”, apesar de conter alguns trechos acidentados e/ou
9 A Trilha “Caminho das Águas” percorre toda a extensão da mata Brasital São Roque (SP).
29
cansativos, pode ser considerada de fácil à moderada intensidade de atividades.
(ANDRADE et al, 2008).
A situação da trilha “Caminho das Águas” (fig.19, fig.20 e fig.21), assemelha-
se à da maioria das trilhas existentes, uma vez que quase todas sofrem com
processos de erosão, bifurcações que não levam a lugar algum, pontos críticos em
relação à segurança, pontos tomados por vegetação invasiva (mato), falta de
sinalização e com grande quantidade de resíduos sólidos ‘esquecidos’ pela maioria
dos usuários. (ANDRADE et al, 2008).
Figura 19 – A trilha ao lado do tanque na Brasital São Roque (SP).10
Fonte: Magali Mendonça (2013).
Figura 20 – Trilha da Mata Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
10 Processo de erosão, alargamento da trilha pelo uso intensivo e remoção de grande parte de
vegetação do solo.
30
Figura 21 – Ponte sobre o canal na Mata Brasital São Roque (SP).11
Fonte: A autora (2013).
Toda atividade realizada em ambientes naturais gera impactos positivos ou
negativos e em maior ou menor escala. E no caso da implantação e utilização de
trilhas esta situação não é diferente, já que a ocorrência de impactos é inerente à
atividade. (VIANA & ROCHA, 2009 (?)).
Em contrapartida, é possível otimizar os impactos positivos por meio de um
planejamento eficiente que ao mesmo tempo ofereça aos visitantes ou usuários
mais frequentes a oportunidade do convívio com a natureza, de conhecer melhor os
ecossistemas e os vários estágios de recuperação ou de conservação do ambiente.
De forma desenvolver ou torná-lo mais consciente quanto à valorização e
conservação do patrimônio público. (ANDRADE at. al., 2008).
2.2. Caracterização Vegetacional da Mata Brasital São Roque (SP)
A vegetação do local de estudo é de Mata Atlântica composta por floresta do
tipo latifoliada tropical, densa, constituída por árvores altas e copas desenvolvidas e
por arbustos com muitos galhos e folhas (fig. 22, fig. 23, fig. 24 e fig.25). Dentre as
muitas espécies vegetais destacava-se o Jacarandá. (PLANO DIRETOR
MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005).
A floresta tropical de planalto também atingia o município de São Roque, um
pouco menos úmida do que a tropical de encosta, porém, bem semelhante apesar
de haver menos cipós e conter espécies vegetais de valor econômico, como peroba,
11 Caminho feito de madeira sobre o canal que integra à trilha “Caminho das Águas”.
31
cedro, pau d’alho, amoreira, figueira branca, jatobá, canela e ipê. Entre outras
matas, principalmente de planaltos existiam campos sujos ou cerrados. (ROSA,
2011; PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005).
Devido ao período de extração da maioria das madeiras nobres e de intensa
devastação, no município não existe a predominância de matas pioneiras. Ocorrem
as formações secundárias com o predomínio da capoeira, que é um tipo de
vegetação que constitui mata secundária em estado de regeneração. (PLANO
DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005; ROSA, 2011).
Figura 22 – Dossel das árvores da Mata Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
Figura 23 - Bosque da mata Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
32
Figura 24 – Características vegetacional que compõe a mata Brasital
São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
Figura 25 – Espécies exóticas(ao fundo, no centro da imagem) invasoras na
Mata Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
Atualmente a formação da paisagem da Mata da Brasital São Roque (SP), é
composta por espécies nativas secundárias predominantes de floresta tropical
decorrentes da capacidade de resiliência e de intensas transformações antrópicas.
Com o passar do tempo, ocorreu o ressurgimento de algumas espécies vegetais
pioneiras, de angicos e vegetações baixas em geral. Ocorrem também, devido ao
tipo de solo, plantas amargosas (fig. 26) e medicamentosas, como a carqueja,
jurubeba e mentruz. Espécies exóticas ameaçam a biodiversidade local (fig.27).
(PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005).
33
Figura 26 - Plantas amargosas, como a jurubebinha.
Fonte: A autora (2013).
Figura 27 – Espécies exóticas (taioba) invasoras na
Mata Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
2.2.1. Os Eucaliptos na Mata Brasital São Roque (SP)
A plantação de eucaliptos (fig.28) existente em meio à mata e no entorno do
Complexo da Brasital São Roque (SP), é datado como muito antigo, segundo relatos
do Sr. Zé do Nino,12 ‘bem antes de 1946’.
12 Depoimento concedido em entrevista ao Sr. José Carlos Dias Bastos (Zé do Nino) membro de tradicional família São-roquense, conhecedor e participante atuante aos eventos relevantes de São Roque (SP). Fonte: A autora. (2013).
34
Segundo MALUF (1991), a grande demanda de eucaliptos utilizados como
material de insumo nas caldeiras da tecelagem atribuiu ao vegetal a fundamental
importância de ‘Patrimônio da Brasital’ São Roque (SP).
Consta que no ano de 1937 o Sr. Roberto Randi, diretor da fábrica, efetuou a
compra de matas são-roquenses para ampliar o fornecimento de lenha, época em
que o mercado atravessava intenso período de crise. Adquiridas as matas do Sr.
Paulino de Campos, proprietário de vastas áreas de matas no bairro do Goianã,
contratou também os serviços do Sr. Dino Bez para o corte e transporte da lenha até
ao pátio da fábrica, num total 12.000 m de lenha. (Biblioteca Pública Municipal de
São Roque (SP) “Prof. Arthur Riedel”; 1987).
Figura 28 – Eucaliptos em meio à mata Brasital de São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
De um território de 157.300 m2 de mata nativa e recursos hídricos,
pertencente à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de
São Paulo), 45.000 m2 foram doados à Prefeitura Municipal na década de 1980. A
mata foi incorporada ao Complexo Brasital São Roque (SP) (fig.29, fig.30 e fig.31),
que abriga um parque com trilhas para atividades de caminhada, visitação pública,
pesquisas ambientais, de recreação em contato com a natureza e de turismo
ecológico regional. (PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005;
MALUF, 1991).
35
Figura 29 – Localização do Complexo Brasital São Roque (SP).13
Fonte: Google Maps – captação de imagem – 30/10/2013.
2.3. Situação Atual da Mata Brasital São Roque (SP)
Segundo Santos (1930), embora o município fosse dotado de terras
“fertilíssimas”, porém, imprópria para o plantio do café, aqui só se plantava cereais e
gêneros da pequena lavoura. Naquela época não se imaginava que a viticultura e a
citricultura viessem a ter destaque na história e na economia da cidade.
Foi quando por volta de 1886, houve uma primeira tentativa de implantação
de uma tecelagem em uma propriedade agrícola (sítio), onde havia uma cachoeira, e
que se pretendia aproveitar a força motriz para a então projetada fábrica. (SANTOS,
1930).
Figura 30 - Características da floresta Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
13 Área verde no entorno do Complexo da Brasital São Roque (SP), mata composta por trilhas ecológicas “Caminho das Águas” e cachoeira do Rio Aracaí.
36
Figura 31 – Aspectos do estrato arbóreo da Mata Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
Ao percorrer a trilha “Caminho das Águas” são visíveis os processos de
degradação e os impactos causados ao ambiente, como a redução de serrapilheira,
a compactação e remoção da camada superficial do solo, exposição das raízes, atos
de vandalismo, entre outros (fig. 32 e fig.33).
Figura 32 – Vegetação danificada no percurso da trilha na
Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
37
Figura 33 – Aspectos do solo da Trilha “Caminho das Águas” na
Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
Os distúrbios causados ao ecossistema geralmente são originados por vários
fatores, um dos maiores impactos causados à vegetação é a sua incapacidade de
regeneração, em muitos casos as árvores danificadas acabam morrendo
prematuramente. (VIANA & ROCHA, 2009 (?)).
A presença de resíduos sólidos (lixo) jogados pelos usuários durante a
caminhada é comum, além de afetar negativamente a paisagem, podem resultar em
focos de doenças e os resíduos secos podem provocar incêndios na mata. (VIANA
& ROCHA, 2009 (?)).
Desenvolver e ampliar normas especiais que permitam manter atividades
recreativas, contemplativas ou educativas bem manejadas é essencial à gestão
local. (VIANA & ROCHA, 2009 (?)).
2.4. Áreas de Circulação de Visitantes
Os ambientes naturais de uso público são modelos de discussão quanto à
conservação da biodiversidade aliada à visitação pública nessas áreas de proteção
(FIG. 34). Cada visitante que entra em um ambiente de recursos naturais por algum
propósito gera uma estatística que envolve cada pessoa que visita a área. O
visitante deveria sempre ser orientado por sugestões de sustentabilidade e
mitigação de impactos. (PIMENTEL, 2013).
A visitação em áreas consideradas protegidas pode ser entendida como as
atividades educativas, de lazer, esportivas, recreativas, científicas e de interpretação
38
ambiental, que propiciam ao visitante a oportunidade de conhecer, entender e
valorizar os recursos naturais e culturais existentes para a preservação do meio
ambiente. (WOLFF, 2000).
Figura 34 - Pichações em rochas na Mata Brasital São Roque (SP).
Fonte: Magali Mendonça( 2013).
A Mata Brasital São Roque (SP) é considerada um espaço público
privilegiado, de fácil acesso e localizado próximo à área central da cidade. Os
fatores modificadores na paisagem se referem na maioria à circulação de visitantes,
sendo os mais evidentes encontrados ao longo da trilha (fig.35). Os chamados
impactos sociais majoritariamente estão relacionados à má conduta do visitante
durante sua permanecia no local. (ANDRADE at. al., 2008).
Figura 35 - Inscrições no tronco de árvore na Mata Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
39
2.5. Perfil dos Visitantes
Os perfis dos visitantes que buscam o ambiente da mata Brasital São Roque
(SP) se inserem em variadas motivações, de diferentes idades ou disponibilidade de
tempo, incluindo aqueles que estão indo pela primeira vez para conhecer o local,
seja por motivação pessoal, para fazer caminhada, pesquisas acadêmicas,
atividades de recreação, como os que consideram o local agradável, interessante,
que voltam para rever o local histórico, dos que levam amigos, parentes e dos que
buscam novas experiências. (KATAOKA, 2004).
A fragilidade do habitat associada à visitação pública na trilha “Caminho das
Águas” é diversificada, uma vez que, ao longo de todo o percurso é possível notar
as perturbações geradas em razão ao uso desordenado (fig.36, fig.37, fig.38 e 39).
Os impactos ambientais negativos causados se estendem desde a poluição visual
como os atos de vandalismo que depreciam a paisagem natural, pichações em
rochas, entre outras. (VIANA & ROCHA, 2009 (?)).
Figura 36 – Incêndio na Mata Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2013).
A maioria dos impactos observados em áreas naturais de uso público não
está associada à quantidade de visitantes, e sim decorrente do seu comportamento
no ambiente e na suposta falta de informação. Cabendo, portanto, reconhecer que o
uso dos recursos naturais não está relacionado à utilização sem controle, mas no
uso organizado que ocasionem na sustentabilidade do ecossistema e seus
mecanismos de resiliência. Assim, fica claro reconhecer que o grande desafio está
40
na estruturação de ações de planejamento, manejo e monitoramento adequados que
possam ser trabalhados de forma eficiente. (BARROS, 2003).
Figura 37 - Percurso da Trilha “Caminho das Águas”’ na Mata Brasital São Roque (SP).
Fonte: A autora (2014).
Figura 38 – Alguns pontos mostram a fragilidade na Trilha “Caminho das Águas”.
Mata Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2014).
41
Figura 39 – Resíduos sólidos (lixo) retirados da mata Brasital São Roque (SP).14
Fonte: Magali Mendonça (2013).
2.6.1. A. Checklist
Área avaliada: Trilha “Caminho das Águas” - Mata Brasital São Roque (SP).
Data: 21/10/2013.
1. Identificação dos principais pontos críticos: Durante a visita, diversos trechos
da trilha e entorno apresentavam problemas podendo ser considerados de riscos
para a segurança dos visitantes e também de baixa comodidade.
2. Tipos de resíduos sólidos (lixo): Foram encontradas embalagens de alimentos,
copos plásticos, latas de bebidas, sacolas plásticas, entre outros, por toda extensão
da trilha e entorno. Resíduos sólidos (lixo) acumulados e em diversos pontos que
dificultam o percurso d’água, sendo na totalidade resíduos de origem domiciliar,
inclusive um ‘sofá’.
14 “Trilha Caminho das Águas” durante aula prática sobre Diversidade Biológica. Alunos do Curso de
Tecnólogo Gestão Ambiental do IFSP – Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – campus: São Roque.
42
3. Pontos de erosão nas trilhas: Em alguns pontos da trilha e entorno, as raízes de
vegetação e de muitas árvores estão expostas, com pontos de erosão onde é
possível observar que o solo é lixiviado por chuvas.
4. Avaliação das condições física e ambiental das trilhas (solo e cobertura
vegetal): O levantamento ocorreu logo após o período de inverno, portanto, havia
em alguns trechos do leito da trilha, boa camada de serrapilhera. Porém foi possível
destacar pontos onde o solo apresentava desgaste em razão das fortes chuvas
carrearem para as áreas mais baixas.
5. Pontes e passagens: Pontes e passarelas construídas de madeiras estão
bastante danificadas, podendo ser consideradas de risco aos visitantes.
6. Outros: No percurso foram encontradas árvores e uma parte da vegetação ao
longo da trilha com sinais de queimadas, houve incêndio em um ponto de difícil
acesso. Foram observados também, pontos onde o solo da mata é composto por
extenso afloramento rochoso, que se encontra com pichações e também em troncos
de algumas árvores.
2.6.2. B. Observação In Loco
“TRILHA CAMINHO DAS ÁGUAS” - Mata Brasital São Roque (SP).
Data: 19/01/2014
__________________________________________________________________
1. EXTENSÃO DA TRILHA: aproximadamente 1.500 m
2. CLASSIFICAÇÃO DA TRILHA QUANTO A FUNÇÃO:
Trilha guiada ( ); Autoguiada ( X ).
3. QUANTO A FORMA:
a. Linear ( X ) O formato de trilha mais simples e comum. Geralmente seu
objetivo é conectar o caminho principal, quando já não é o próprio, a algum
destino como lagos, mirantes, cavernas, picos, etc.
b. Circular ( ) Oferece a possibilidade de se voltar ao ponto de partida sem
repetir o percurso ou cruzar com outros visitantes;
c. Oito ( ) São muito eficientes em áreas limitadas, pois aumentam a
possibilidade de uso destes espaços;
43
d. Atalho ( ) Seu início e fim estão em diferentes pontos de uma trilha ou
caminhos principais;
e. Outra forma ( ).................................................................................................
4. CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES:
Grau A: Passeios que podem ser apreciados sem obrigatoriedade de ter de
desenvolver alguma atividade física ( X );
Grau B: Não requer experiência anterior ( );
Grau C: Requer alguma atividade física. Se for necessário pernoitar na trilha,
experiência de camping. ( );
Grau D: Requer condicionamento físico, pois as trilhas podem ser longas,
acidentadas e/ou cansativas. Em geral, envolve pernoite na trilha; requer bom
condicionamento físico e experiência básica em montanhismo: ( );
Grau E: Requer intensa atividade física durante muitos dias em lugares de difícil
acesso. É necessária experiência comprovada em montanhismo ( ).
5. GRAU DE DIFICULDADE:
1-fácil ( );
2-moderada ( X );
3-avançada ( ).
6. QUANTO AO NÍVEL DE DIFICULDADE:
a)Trilha leve: com distância de até 500 m, exigindo pouco esforço físico, sem
apresentar obstáculos e não exigindo qualquer técnica específica ( );
b)Trilha moderada: com distância de até 1.500 m, exigindo esforço físico
moderado, apresentando pequenos obstáculos, como desníveis, escadas, pedras,
troncos, riachos, mas não exigindo técnica específica ( X );
c)Trilha avançada: distância superior a 1.500 m, exigindo esforço físico intenso,
apresentando obstáculos e exigindo o uso de técnicas específicas, como natação e
escalada ( );
e) Outros: --------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
7. TEMPO DE PERCURSO DA TRILHA: aproximadamente 1hora.
8. USO DA TRILHA:
( X ) CAMINHADAS ( ) FISCALIZAÇÃO ( ) OUTROS: ......................................
44
9. LARGURA DA TRILHA
INÍCIO: 1,90 cm; MEIO: 2,18 cm; FINAL: 3,30 cm.
10. SINALIZAÇÃO EXISTENTE QUANTIDADE: 02 (duas).
11. PLACA DE INÍCIO DE TRILHA: ( X ) SIM ( ) NÃO . Obs.: sinalização
indicativa, porém, não nítida no início e quase no final da trilha (estaca de madeira)
informando a extensão da trilha..
12. PLACA INFORMATIVA: ( ) SIM ( X ) NÃO
13. PLACA INTERPRETATIVA: (X ) SIM ( X ) NÃO
14. PLACA INDICATIVA DE ESPÉCIES: ( ) SIM ( X ) NÃO
15. PLACA INDICATIVA SENTIDO E DIREÇÃO: ( ) SIM ( X ) NÃO
16. PLACA DE ADVERTÊNCIA: ( X ) SIM ( X ) NÃO
17. SITUAÇÃO DA SINALIZAÇÃO:
( X) ÓTIMO; ( ) BOM; ( ) REGULAR; ( X ) RUIM. Obs.: sinalização indicativa,
porém, não nítida no início e quase no final da trilha (estaca de madeira) informando
a extensão da trilha..
12. PLACA INFORMATIVA: ( ) SIM ( X ) NÃO
13. PLACA INTERPRETATIVA: (X ) SIM ( X ) NÃO
14. PLACA INDICATIVA DE ESPÉCIES: ( ) SIM ( X ) NÃO
15. PLACA INDICATIVA SENTIDO E DIREÇÃO: ( ) SIM ( X ) NÃO
16. PLACA DE ADVERTÊNCIA: ( X ) SIM ( X ) NÃO
17. SITUAÇÃO DA SINALIZAÇÃO:
( X) ÓTIMO; ( ) BOM; ( ) REGULAR; ( X ) RUIM. Obs.: Ausência total de
sinalização durante todo o percurso das trilhas.
18. DEGRAUS: SIM ( X ) NÃO ( ) Obs.: Foi observado a construção de degraus
de diferentes padrões ao longo da trilha, como pedras, madeiras, sendo que, muitos
desarmônicos com o ambiente.
45
19. ESCADAS: SIM ( X ) NÃO ( ) Obs.: Inadequadas e sem manutenção, sendo
a maioria, foi identificada a falta de corrimões e os poucos existentes apresentam
risco a segurança aos usuários.
20. PONTE: SIM ( X ) NÃO ( ) Obs.: Pontes de madeiras se apresentam bastante
danificadas e com sinais deterioração, impróprias para serem utilizadas.
21: PINGUELA: SIM ( X ) NÃO ( ) Obs.: Também construídas de madeira e
apresentam falta de manutenção.
22. PASSARELA DE MADEIRA: SIM ( X ) NÃO ( ) Obs.: Se encontram
danificadas e sendo a maioria oferecendo alto grau de perigo aos usuários.
23. PRINCIPAIS IMPACTOS: Em sua totalidade de origem antrópicas, destacando
a grande quantidade de resíduos sólidos (lixo) abandonados por visitantes ao longo
da trilha, encostas e em meio à vegetação. Colocando em risco à saúde humana e
ao ambiente num todo.
24. HÁ SINAIS DE VANDALISMO: ( X ) SIM ( ) NÃO Obs.: Várias formas e
visíveis ao longo de todo o trajeto. TIPO: pichações e inscrições em rochas, tronco
das árvores, paredes e solo. Danos causados a vegetação, compactação do solo da
trilha, entre outros.
25. HÁ PRESENÇA DE RESÍDUOS (LIXO): ( X ) SIM ( X ) NÃO
TIPO: Embalagens de diversos tipos de alimentos, latas de bebidas, inclusive muitas
garrafas, sacolas plásticas, luvas de borracha, calçados e roupas, etc. em razão a
grande quantidade, deixando a nítida impressão de se tratar de resíduos na maioria
doméstico.
26. HÁ PRESENÇA DE QUANTIDADE CAMINHOS SECUNDÁRIOS:
( X ) SIM ( X ) NÃO Obs.: existem bastante caminhos abertos em meio a mata,
sendo a maioria que não leva a lugar algum.
27. OBRAS NECESSÁRIAS NA TRILHA: Durante o percurso não foram
observadas obras, melhorias ou mesmo sinalização de alerta de perigo quanto à
situação ao longo de toda a trilha.
28. CONTENÇÃO DE EROSÃO NO LEIO DA TRILHA: ( ) Drenagem ( )
Caneletas ( X ) Barreiras de Escoamento ( ) Sinalização ( ).
46
Obs.: Construção de uma canaleta grande que atravessa a trilha, logo no começo.
29. EXISTE QUANTIDADE:
Bancos ( X ) SIM ( X ) NÃO Obs.: Foi observado a existência de bancos ao
longo da trilha, porém, a maioria impróprios à utilização, por estar localizados
em locais que oferece riscos; nas passarelas de madeiras danificadas, ora
tomados por mato e resíduos sólidos (lixo) deixados por visitantes ao redor.
Lixeiras ( X ) SIM ( X ) NÃO
Mesas ( X ) SIM ( X ) NÃO
Mirante ( X ) SIM ( X ) NÃO
Sanitários ( ) SIM ( X ) NÃO Obs.: Os sanitários disponíveis ao público em
geral estão em maior número distribuídos nas edificações do Complexo da
Brasital de São Roque (SP), em dias úteis e no horário de atendimento
comercial local. Os sanitários disponíveis nos finais de semana e feriados
estão localizados nas áreas externas do Complexo e em número reduzido.
Outros: Foi observada a ausência de agentes de fiscalização ou segurança
equivalente para garantir a integridade aos visitantes que frequentam a trilha.
Também foram identificadas algumas câmeras de vídeo monitoramento
distribuídas nas edificações do Complexo da Brasital São Roque (SP), área
considerada de maior concentração de público.
30. PÚBLICO ALVO:
Crianças ( X ); jovens ( X ); adultos ( X ); idosos ( ); portador de necessidades
especiais ( );
Obs.: Não há acessibilidade aos portadores de necessidades especiais à área da
mata.
31. POTENCIAL INTERPRETATIVO:
Vegetação ( X ); Impactos Ambientais ( X ); Recurso Hídrico ( X ); outros: ...
32. TEMAS A SEREM INTERPRETADOS:
1. Biodiversidade ( X );
2. Vegetação secundária ( X );
3. Decompositores ( X );
47
4. Árvores exóticas ( X );
5. Serrapilheira ( X );
6. Epífitas em geral ( X ):
7. Degradação do solo ( X ) – diversidade de solo ( X );
8. Reflorestamento de exóticas e nativas ( X );
9. Dossel das matas - árvores de grande porte ( X ) médio ( X ) pequeno ( X );
10. Árvores frutíferas nativas ( X ) - centenárias ( X );
11. Plantas medicamentosas ( X )
12. Sucessão ecológica – clareira ( X );
13. Clima ameno no interior da floresta ( X );
14. Vegetação densa ( X );
15. Recurso hídrico ( X ) – nascentes ( ) - qualidade da água: turva, inadequada.
16. Presença de aves ( X );
17. Patrimônio cultural ( X );
18. Resíduos sólidos (Lixo) ( X );
19. Afloramento rochoso ( X );
20. Animais endêmicos ( );
21. Cadeia alimentar ( X )
22. Reservatórios de água ( X ). Obs.: Canal construído para desviar parte do curso
d’água do Rio Aracaí até à fábrica.15
15 Fonte para pesquisa: IF Sér. Reg., São Paulo, n. 35, p. 1-74, maio 2008. O trabalho de classificação realizado por Dias ANDRADE, W. J. de et al. Diagnóstico da visitação pública e propostas de ação para o Parque Estadual da Cantareira, SP, Brasil.
48
CAPÍTULO 3 - PLANO DE MANEJO NA BRASITAL SÃO ROQUE (SP)
3.1. Mitigação e Plano de Manejo de Trilhas
Numa organização, o planejamento é considerado uma atividade de
fundamental importância, pois permite o controle com vistas às metas a serem
alcançadas. No campo da natureza, é um conjunto de processos bem estruturados
que visa possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. (SILVA, 2006).
O Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros (Decreto n 84.017 de 21
de setembro de 1979) define o Plano de Manejo como um projeto dinâmico que,
utilizando técnicas de planejamento ecológico, determina o zoneamento de uma
unidade de conservação, caracterizando cada uma de suas zonas e propondo seu
desenvolvimento físico, de acordo com suas finalidades, e estabelece diretrizes
básicas para o manejo da unidade (MMA, 1996).
O Plano de Manejo é, portanto, um instrumento democrático de planejamento
composto de estratégias de manejo e de gestão. Atua de forma direta ou indireta no
meio natural com base em conhecimentos científicos e técnicos, com o propósito de
promover e garantir a conservação da natureza, bem como promover condições
necessárias para a interação da comunidade do entorno. Ele também fornece, aos
visitantes os elementos naturais que se pretende conservar e manter. Um plano de
manejo adequado assegura o interesse nos aspectos econômicos, ecológicos e
ambientais. (SILVA, 2006; MMA, 1996).
A elaboração de um plano de manejo adequado de acordo com o art. 15 da
Lei n° 9.985/00 (SNUC), § 1° - Área de Proteção Ambiental (APA) contém como
objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo da
visitação pública de forma assegurar as características ambientais e sociais locais,
as condições de infraestrutura e pessoal da APA.
3.2. Medidas Mitigadoras
São aquelas destinadas a prevenir ou reduzir os chamados impactos
negativos inevitáveis ou reduzir sua gravidade sem, contudo, eliminá-los. Uma vez
que a maioria dos danos causados ao ambiente, quando não podem ser evitados,
podendo de certa forma ocorrer de natureza menos impactante, caso nenhuma
medida mitigadora ou preventiva seja implantada. (BECHARA, 2009; ANTUNES,
2002).
49
As medidas mitigadoras devem estar devidamente fundamentadas, focando-
se a proporcionalidade e indicar os objetivos a serem alcançados conforme o
empreendimento. (LEÃO, 2011).
3.3. Monitoramento em Ambientes Públicos
O monitoramento ambiental é uma ferramenta importante para garantir a
efetividade e eficácia do plano de manejo. É um procedimento de coleta de dados e
acompanhamento contínuo e sistemático das variáveis ambientais, com o objetivo
de identificar e avaliar as condições dos recursos naturais em um determinado
momento, assim como as tendências ao longo do tempo.
O fato de um empreendimento ser público não o torna menos impactante ou
agressivo ao ambiente. O monitoramento ambiental fornece informações sobre os
fatores que influenciam o estado de conservação, degradação e recuperação
ambiental da região estudada. (BECHARA, 2009).
3.4. Conceitos de Preservação e de Conservação Ambiental
O artigo 225 da Constituição Federal de 1988, ao mesmo tempo em que
estabelece “o meio ambiente ecologicamente equilibrado” como direito e como “bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”, também impõe ao
“Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às
presentes e futuras gerações”. Estabelece uma estreita conexão entre as normas de
proteção do meio ambiente e as relativas ao direito de propriedade, inclusive por
meio dos princípios gerais da ordem econômica, dispostos no art. 170, incisos, II, III
e VI de onde se extrai que o direito de propriedade submete-se aos ditames da
justiça social. (Constituição Federal, 1988; COSTA, 2011).
Desta forma, tanto os espaços territoriais, tanto de domínio público como de
domínio privado, limitam o direito de propriedade, onde se observa uma
sobreposição de regimes jurídicos, compondo assim, o que a Constituição Federal
estabelece de meio ambiente ecologicamente equilibrado. (COSTA, 2011).
Por outro lado, o ser humano como parte integrante da natureza, e ao mesmo
tempo ser social e, consequentemente, detentor de conhecimentos e valores
socialmente produzidos ao longo do tempo, tem o poder de atuar permanentemente
sobre sua base natural de sustentação, alterando suas propriedades, e sobre o meio
social provocando modificações em sua dinâmica. Contudo, afirma-se que meio
50
natural e meio social são faces de uma mesma moeda e são, portanto,
indissociáveis. (COSTA, 2011; QUINTAS, 2006).
Se afinal, são as práticas do meio social que determinam a natureza dos
problemas ambientais que afligem a humanidade, a propriedade ligada às atividades
econômicas além de atender às necessidades particulares de seu proprietário, deve
cumprir sua função na sociedade, inclusive as de ordem ambiental (COSTA, 2011;
QUINTAS, 2006).
3.5. A diferença entre os termos “Preservar” e “Conservar”
O preservacionismo e o conservacionismo são correntes ideológicas que
surgiram no fim do século XIX, nos Estados Unidos. Constituem pensamentos
amplamente utilizados como sinônimos, porém, com conceitos distintos.
(ARAGUAIA, 2013).
O preservacionismo aborda a proteção dos recursos naturais
desconsiderando seu valor econômico e/ou utilitário e aponta o ser humano como o
causador da quebra desse “equilíbrio”. (ARAGUAIA, 2013; SILVA, 2011).
A corrente conservacionista combina um conjunto de ações bem planejadas
ao uso racional e manejo adequado dos recursos naturais, executando um papel de
gestor e parte integrante do processo de preservação da diversidade biológica. Ela
pode ser conceituada como o meio-termo entre o preservacionismo e o
desenvolvimentismo. (ARAGUAIA, 2013; SILVA, 2011).
Para as ciências ambientais, a corrente conservacionista caracteriza-se a
maioria dos movimentos ambientalistas, e é a base das políticas de desenvolvimento
sustentável, que está relacionada ao uso de forma sustentável, permitido o manejo
adequado das áreas, ou seja, consome-se o recurso, mas em equilíbrio com a
capacidade de manutenção e reposição natural. Isto fornece um modelo de
desenvolvimento que garanta a qualidade de vida hoje e às futuras gerações.
(ARAGUAIA, 2013; COSTA, 2011).
Observa-se entre os juristas que os conceitos entre preservacionismo e
conservacionismo, são, muitas vezes, utilizados como sinônimos. (ARAGUAIA,
2013).
51
CAPÍTULO 4 - MANEJO SUSTENTÁVEL E MONITORAMENTO AMBIENTAL
4.1. Sistema Atual de Gestão
Ressalta-se que a Mata Brasital São Roque (SP), conforme critérios e normas
do SNUC (2000) encontra-se inserida no contexto de APA - Área de Preservação
Ambiental, embora não haja documentos que comprove tal característica
correspondendo à categoria de área de “visitação pública”, sendo as atividades de
gestão administrativa e de fiscalização realizadas a cargo do poder público
municipal.
Atualmente, existe uma rede de trilhas no interior da mata, sendo algumas
dispersas e com pontos de entrada para atalhos que não levam a lugar algum.
Dentre elas destaca-se a mais extensa (trilha oficial), conhecida por “Caminho das
Águas”, que é uma trilha de características autoguiada e interpretativa, estabelecida
para a capacidade de manejo de uso intensivo, voltada à realização de caminhadas,
pesquisas científicas, desenvolvimento de atividades educacionais e interpretação
ambiental e ao turismo ecológico. (ROCHA et al, 2010).
Diante das características e/ou peculiaridades do ambiente em questão e ao
alto grau de impactos decorrentes do uso público desordenado, foram elaboradas as
diretrizes de um plano de ações de mitigação e de monitoramento ambiental
sustentável, que se justificam facilmente quando se observam as condições dos
recursos naturais e culturais na APA. (PESSOA, 2013).
4.1.1. Planejamento
4.1.2. Objetivos específicos e Metas do Plano
Identificar e descrever os principais impactos ambientais nas áreas de
intervenção na Mata da Brasital São Roque (SP);
Definir as medidas corretivas e de conservação quanto à alternativa mais
favorável viabilizando as principais leis, normas e legislação ambiental que
competem de forma minimizar os impactos;
Elaborar um plano de mitigação e monitoramento ambiental sustentável;
Propor a viabilidade deste projeto no contexto participativo entre o poder
público municipal, setor educacional e social de forma resgatar o equilíbrio
entre o ser humano e meio ambiente.
52
4.1.3. O Diagnóstico
A visita realizada na trilha “Caminho das Águas” ocorreu em duas etapas
mediante a utilização de dois procedimentos de pesquisa.
Nessa primeira oportunidade (21 de outubro de 2013), foi realizado um
Checklist para analisar as características relativas à qualidade ambiental e estrutural
da trilha e os impactos causados pelo uso público ao longo de todo o percurso.
Na segunda visita (19 de janeiro de 2014), foi realizada uma “Observação in
loco”, sendo uma abordagem mais aprofundada das características físicas,
ambientais e estruturais, tais como: distância da trilha, largura, as condições do solo
da trilha, compactação e erosão, qualidade da infraestrutura, aspectos relacionados
ao conforto, segurança e sinalização na trilha, sinais de vandalismo, surgimento de
caminhos secundários, qualidade da vegetação ao longo da trilha e em seu entorno,
entre outros aspectos. (ROCHA et al, 2010).
Os principais levantamentos obtidos durante as pesquisas em campo foram:
Figura 40 – Perfil e aspectos do solo da trilha “Caminho das Águas” na
Mata Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2014).
A trilha “Caminho das Águas” possui aproximadamente 1.500 metros lineares
de extensão, passa por locais de solo batido, a maioria do percurso é marcada por
extenso corredor com a presença de vegetação densa com árvores de pequeno,
médio e grande porte proveniente de Mata Atlântica, com muitos cipós,
samambaias, epífitas e principalmente árvores de troncos finos e altos. É composta
53
por espécies nativas secundárias predominantes de floresta tropical decorrentes da
capacidade de resiliência e de intensas transformações antrópicas (fig. 40 e fig. 41).
(PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SÃO ROQUE, 2005; ROSA, 2011).
A Mata Brasital São Roque (SP) apresenta um contraste de elementos
naturais, desde recursos hídricos, vegetação nativa e exótica no mesmo ambiente a
afloramentos rochosos a edificações de valor histórico-cultural para o município. A
conservação destes importantes recursos e sua representatividade para a região
poderá ser mantida, mediante uma gestão de conservação eficiente, consciente e
participativa.
Figura 41 – Vista da vegetação característica da Mata Brasital
São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
O cenário paisagístico do ponto de vista interpretativo e educacional é um
importante trecho para o visitante vivenciar a natureza nos seus estados
regenerativo e contemplativo. (ANDRADE at. al., 2008).
O ambiente por onde percorre a trilha “Caminho das Águas” se encontra
bastante alterado, com o predomínio de espécies exóticas, impedindo a regeneração
da vegetação natural.
54
Figuras 42 e 43 – Formas e largura da trilha “Caminho das Águas”
Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2014).
Os impactos mais comuns constatados foram as diferentes formas e largura
da trilha (fig.42 e fig.43), a redução da cobertura do solo, compactação, erosão e a
ausência de drenagem, que favorece o acúmulo de água.
Figuras: 44 e 45 - Características da vegetação e do leito da trilha.16
Fonte: A autora (2014).
Outro aspecto observado foi à eliminação de grande parte da cobertura
vegetal ao longo da trilha e seu entorno, o pisoteio favorece a diminuição de
espécies mais sensíveis. (fig.44 e fig.45). Em muitos pontos foram encontrados
atalhos e caminhos alternativos, uma vez que em alguns locais a trilha não é bem
delimitada, mostrando que a invasão da mata é um dos problemas no local (fig.46 e
fig.47).
16 Solo da trilha com muitas irregularidades, como raízes para fora da terra e pedras de diferentes tamanhos.
55
Figuras 46 e 47 - Desvios abertos em meio à Mata Brasital São Roque (SP)
Fonte: A autora (2014).
No que diz respeito à sinalização, notou-se a inexistência ao percorrer toda a
trilha. Considerando se tratar de uma trilha autoguiada, a sinalização adequada é de
vital importância à segurança dos visitantes. Apenas foram encontrados três pontos
indicativos ao longo de toda a trilha. Sendo, um na entrada principal, outro logo no
início da trilha indicando sua extensão e outro no final. Sendo a marcação feita à
tinta, e parcialmente ilegível (fig.48 e fig.49).
Figuras: 48 e 49 - Marcação de início e final da trilha
“Caminho das Águas” Fonte: A autora (2014).
56
Em alguns setores da trilha é possível encontrar escadas e degraus de
diferentes níveis, inclinações e estilos (fig.50 e fig.51). Alguns com características
desarmônicas com o ambiente, denotando a falta de estrutura e planejamentos
adequados (fig.52). (ANDRADE at. al., 2008).
.
Figuras: 50 e 51 – Escadas com diferentes tipos de materiais
Fonte: A autora (2014).
Figura: 52 – Degraus irregulares ao longo da trilha
“Caminho das Águas” na Mata Brasital São Roque (SP). Fonte; A autora (2013).
57
Diversos trechos da trilha apresentam problemas considerados de media à
alta comodidade, sendo alguns pontos considerados de total risco à segurança dos
visitantes, forçando-os arriscar em manobras para transpor os obstáculos (fig.53).
Figura 53 – Aspectos da passarela da trilha “Caminho das Águas”
Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2014).
Sobre um pequeno curso de água, a passagem é feita por uma ponte
bastante precária, apresentando tábuas soltas e bastante deterioradas, algumas
com corrimões, porém, totalmente impróprios à sua utilização.
4.2.1. Danos à Infraestrutura
As deficiências de infraestruturas físicas na APA da Brasital São Roque (SP)
são preocupantes. Escadas, pontes e passarelas se encontram complemente
danificadas, apresentam em sua totalidade tábuas soltas e com buracos por toda a
extensão, seja por falta de manutenção ou pelo comportamento inadequado dos
visitantes ou frequentadores diários no ambiente.
Corrimões, estruturas importantes para complementar à segurança, quando
encontrados durante o percurso, apresentavam-se em geral impróprios para serem
utilizados (fig.54 e fig.55).
58
Figura 54 – Pontes ao longo do percurso da trilha “Caminho das Águas” Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora. (2014).
Figura 55 – Ponte sobre canal na trilha “Caminho das Águas”
Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora. (2014).
A lista pode ser aumentada quando se observa os poucos bancos de madeira
encontrados durante o percurso, alguns danificados, pichados e cobertos pelo mato
alto (fig.56).
Figura 56 – Banco de madeira na trilha “Caminho das Águas”
Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2013).
59
4.2.2. Presença de resíduos indesejáveis (lixo)
A presença de resíduos sólidos (lixo) é um fator considerado preocupante no
local, podendo comprometer seriamente todo o ambiente (fig.57).
Verificou-se que também não havia lixeiras ao longo de todo o percurso da
trilha, sendo encontrados vários resíduos deixados inadequadamente e em grande
quantidade como: embalagens de alimentos, copos plásticos, latas de bebidas,
sacolas plásticas, entre outros...
Figura 57– Resíduos (lixo) descartados por visitantes na trilha
“Caminho das Águas” na mata Brasital São Roque (SP). Fonte: A autora (2014).
Figuras 58 e 59 – Visitantes e turistas da região na trilha “Caminho das Águas”.
Fonte: A autora (2014).
4.2.3. A Presença Constante de Visitantes na APA
A Mata da Brasital São Roque (SP) recebe visitantes, estudantes e turistas de
toda a região, ou seja, por um público bem diversificado, acentuando ainda mais o
60
grande valor ambiental da APA, aliada à própria condição de alta significância do
local (fig.58 e fig.59).
4.2.4. Ausência de Fiscalização
Durante todo o percurso não foram encontrados agentes de fiscalização ou
guardas para segurança dos visitantes. A preocupação decorre do fato de se tratar
de uma grande área e mais afastada do ambiente de maior de público, no caso, os
demais setores que compõe o Complexo Brasital São Roque (SP).
Todos estes fatores e condições são suficientes para classificar a trilha
“Caminho das Águas” como um ambiente a ser considerado de alto grau de
periculosidade.
De forma associar a questão ambiental, planejamento, implantação e
controle de instrumentos de gestão, para se adequar as atividades que promovam
sua revitalização com a máxima urgência. E até que sejam buscados os recursos
necessários para regularização da situação e ao mesmo tempo em que se
organizem as ações de correção, adequação e os estudos necessários para o
gerenciamento da trilha “Caminho das Águas”, é urgente que seja feita a interdição
do acesso à APA Brasital São Roque (SP).
4.2.5. Reportagens do Jornal ‘O Democrata’ de São Roque (SP)
A edição do Jornal “O Democrata” de São Roque (SP), de dezembro de 2013
(ANEXO C), informa sobre a instalação de câmeras de vídeo monitoramento em
áreas estratégicas do Complexo da Brasital São Roque (SP).
De acordo com a reportagem, o local receberá câmeras de vídeo
monitoramento nas áreas internas consideradas estratégicas, para proteção do
público, o patrimônio público, as edificações e as áreas de acesso às trilhas na Mata
Brasital de São Roque (SP), de forma tentar conter os atos de vandalismo ao
‘Patrimônio Cultural’. Porém, a reportagem não esclarece quanto à extensão do
projeto de monitoramento e se a área interna da Mata também contará com a
benfeitoria.
Outra reportagem em janeiro de 2014 (ANEXO D), bem mais abrangente,
relata a situação de completo abandono na “Trilha Caminho das Águas” e seu
61
entorno. Descreve as condições de total abandono na APA Brasital São Roque (SP),
desde a falta de infraestrutura física do local, estendendo abrangendo o ambiente
natural e cultural em geral. E finaliza cobrando providencias urgentes e necessárias
aos gestores responsáveis.
4.2.6. Pontos fortes e oportunidades identificadas no percurso da trilha
A riqueza da biodiversidade: vegetação densa e secundária, decompositores
(cadeia alimentar), cipós, epífitas em geral, dossel da mata (árvores de
grande, médio e pequeno porte), com frutíferas nativas e centenárias, plantas
medicamentosas,
Presença de espécies exóticas e nativas:
Clima ameno no interior da floresta:
O potencial para desenvolver pesquisas e educação ambiental;
Possibilidade de melhoras e diversificação;
Localização na cidade, facilitando o lazer, a visitação e ao desenvolvimento
de pesquisas;
Diversidade de solo:
Recursos hídricos: nascentes, qualidade da água: Turva inadequada,
reservatórios de água;
Presença de aves;
Afloramento rochoso;
Patrimônio cultural: canal construído para desviar parte do curso d’água do
Rio Aracaí até à fábrica.
62
4.2.7. Ficha técnica da APA
O Complexo Brasital São Roque (SP) está localizado na região central da
cidade.
Nome: Mata Brasital de São Roque (SP).
Unidade gestora responsável: Prefeitura Municipal da Estância Turística de São
Roque (SP).
Localização: Avenida Aracaí, nº 280 - Vila Aguiar.
Custo: Visita Gratuita
Horário de funcionamento: Diariamente, das 9h30 às 16h.
Infraestrutura: Estacionamento e sanitários (Centro Cultural Brasital)
Recomendações: É proibida a entrada de veículos no pátio central.
Serviços Disponíveis: ---
Fonte: Guia São Roque. Disponível em:< http://www.guiasaoroque.com.br/turismo/brasital.asp>.
Acesso em: 2013.
63
5. Proposta
Tendo em vista que existem serviços a serem executados e melhorados e/ou
adequados na APA Brasital São Roque (SP). A proposta fundamentada nas
informações levantadas durante o diagnóstico ambiental sugere-se que:
5.1. Adequação a Estrutura Física da Trilha “Caminho das Águas”
1. Instalação de um painel na entrada principal da trilha para orientar visitantes e
o público em geral contendo as diretrizes de programa de “Educação
Ambiental”, mapa da trilha, características sobre a APA Brasital São Roque
(SP) e informações sobre o SNUC;
2. Promover a coleta de resíduos sólidos (lixo) e outros materiais que possam
obstruir a passagem ao longo da trilha e seu entorno em esquema de mutirão;
3. Demarcar toda extensão e a largura da trilha ”Caminho das Águas”;
4. Revitalizar o leito da trilha utilizando seixos ou materiais adequados para
conter os processos de erosão nas extremidades e assim, revestir o leito para
atenuar o impacto sobre o solo;
5. A infraestrutura já existente na APA Brasital São Roque (SP) deverá ser
adequada através de reformas, substituição ou se necessária à construção de
novas pontes, passarelas, escadas e corrimões, obedecendo às normas
legais;
6. Adequar os degraus, que ainda se encontram com irregularidades, padronizar
a altura, a largura e considerar o tipo de material a ser utilizado em toda a
trilha, visando garantir a harmonia, beleza e a segurança;
7. Realizar sistemas de drenagem e de prevenção em áreas alagadas
(circulação de água no solo) na trilha;
8. Promover um plano de sinalização com início – na entrada da trilha
prosseguindo ao longo de todo percurso, através de placas especializadas
contendo a descrição da trilha (distância, dificuldade, atrativos, entre outras
informações); propiciando assim a percepção sobre o local através dos
diferentes sentidos – caracterizando-se como uma trilha autoguiada e
interativa;
64
9. Instalar lixeiras, preferencialmente seletivas, com vistas à reciclagem ao longo
da trilha;
10. Considerar toda a infraestrutura existente no Complexo Cultural da Brasital
São Roque (SP), que possa gerar resíduos sanitários e outros considerados
perigosos, devendo contar com destino ambientalmente correto, evitando a
contaminação da APA e;
11. Disponibilizar banheiros em número suficientes para atender ao público em
geral, inclusive nos finais de semana e feriados.
5.2. Ações Gerenciais Gerais
1. Além da instalação de câmeras de vídeo monitoramento, estabelecer um
programa sistemático de agentes de fiscalização para toda a APA, com os
equipamentos necessários ao exercício de suas funções;
2. Definir a disposição das lixeiras seletivas e as normas de armazenamento e
destinação de resíduos, de forma garantir a coleta na APA e no Complexo
Cultural da Brasital São Roque (SP);
3. Promover palestras periódicas (aproveitando as datas comemorativas),
informativos como folders, mapas, exposições sobre a história da APA
Brasital São Roque (SP), a natureza, cultural e social local na Biblioteca
Pública Municipal de São Roque (SP) “Prof. Arthur Riedel”;
4. Elaborar projeto de construção e reforma de toda infraestrutura física da APA;
5. Promover periodicamente a manutenção, mudança ou renovação das placas
de informação sobre a APA;
6. Estimular a implantação de projetos municipais e regionais de sensibilização,
conservação e uso ambiental sustentável para a APA;
7. Formalizar parcerias públicas e privadas e órgãos de fomento ao turismo;
8. Fortalecer os meios de integração entre a APA e o corpo de bombeiros,
agentes de fiscalização, de combate a incêndios na APA e seu entorno.
65
5.3. Sensibilização e Educação Ambiental
1. Estruturar e elaborar programas de ações práticas sobre conscientização,
conservação, restauração, educação ambiental e uso sustentável. Para desta
forma, estabelecer condições de pesquisa e visitação pública observada às
exigências e restrições legais relacionadas à biodiversidade existente no local
conforme (§ 4º SNUC);
2. Estimular nos visitantes e o público em geral atitudes de respeito ao meio
ambiente e importância de conservação APA Brasital São Roque (SP),
condicionada às normas estabelecidas para o manejo pelos gestores
responsáveis por sua administração; (§ 3º SNUC);
3. Aproveitar os vários ‘veículos de divulgações’ utilizados aos TURISTAS e os
eventos locais como oportunidades de conscientizar sobre a APA e as demais
áreas ‘verdes’ da cidade e a importância de conservá-las;
4. Promover saídas de campo com estudantes e visitantes para conhecer o
território da APA Brasital São Roque (SP).
5.4. Monitoramento e Avaliação Ambiental
O objetivo do monitoramento é de acompanhar a evolução de parâmetros de
indicadores. No caso da trilha “Caminho das Águas”, é avaliar o seu
desenvolvimento, as condições ambientais da área em questão e contribuir para a
visitação pública consciente e adequada de maneira que o próprio ambiente se
reestabeleça.
E a Educação Ambiental é a ferramenta de grande relevância, capaz de
promover os valores e as ações que contribuem à sensibilização e a transformação
humana e socioecológica dos frequentadores da APA Brasital São Roque (SP).
66
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os roteiros metodológicos para gestão do Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC), Lei 9.985, de 18/07/2000, na categoria de
manejo para a APA Brasital São Roque (SP); a restauração é defendida como a
restituição de um ecossistema degradado o mais próximo possível de sua condição
original.
Sendo a visitação pública parte das atividades previstas dentro dos
programas de uso público. Faz-se necessária a superação das dificuldades de
gestão administrativas das áreas naturais públicas para que as condições físicas e
ambientais sejam valorizadas e protegidas.
As propostas deste plano de mitigação e monitoramento ambiental favorecem
as necessidades da trilha “Caminho das Águas” e seu entorno situada na Mata
Brasital São Roque (SP), de modo que frente à realidade integral da APA, necessite
de pequenas adequações de acordo com a situação de determinada parcela.
Lembrando que as adequações devem ser incentivadas e cabe aos gestores
criar as condições para implementá-las de modo contemplar toda a APA,
especialmente diante aos problemas relacionados à exploração intensiva e não
controlada da visitação pública e social.
O monitoramento adequado à APA deve ter como princípio básico visar à
conservação e manutenção ambiental sustentável, incluindo a capacidade de
regeneração do próprio ambiente. Para um efeito mais positivo, o monitoramento
deve ocorrer constantemente e as intervenções de ações de mitigação ser
implantadas o mais rápido possível.
67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AB’SÁBER, Aziz Nacib. Os Domínios de Natureza no Brasil: Potencialidades Paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. Acesso em: 2014.
ANDRADE, J. Waldir. et al. MANEJO DE TRILHAS: Um Manual para Gestores. IF Série Registros. Secretaria do Meio Ambiente- Instituto Florestal. p.1-74. Nº 35. 2008. Disponível em: < http://www.quoos.com.br/condutor/manual%20de%20producao%20de%20trilhas.pdf>. Acesso em: 2013.
ANTUNES. Paulo de Bessa. Dano Ambiental: Uma Abordagem Conceitual. 1ª ed. 2ª tiragem. Editora Lumen juris Ltda. Rio de Janeiro, RJ. 2002.
ARAGUAIA, Mariana. Preservação e Conservação Ambiental. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/preservacao-ambiental.htm>. Acesso em: 2013.
BARBIERI, C., J. COEA - A Coordenação-Geral de Educação Ambiental. (FGV - EAESP) Coordenador do Centro de Estudos de Administração e Meio Ambiente da FGV/EAESP. 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/ealegal.pdf> Acesso em: agosto de 2013.
BARROS, A. I. Maria. Caracterização da Visitação, dos Visitantes e Avaliação dos Impactos Ecológicos e Recreativos do Planalto do Parque Nacional do Itatiba. Escola Superior “Luiz de Queiroz”. Piracicaba – SP. 2003. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-23092003-140646/pt-br.php >. Acesso em 2013.
BECHARA, Érika. Licenciamento e Compensação Ambiental na Lei do sistema Nacional das Unidades de Conservação (SNUC). São Paulo. Editora Atlas 2009.
Biblioteca Pública Municipal de São Roque (SP) “Prof. Arthur Riedel”. Lenhas para as Caldeiras. P.1. 1987. BRASITAL S.A. Acesso em: 2013.
Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal. Capítulo VI – Do meio ambiente. p 36. Texto promulgado em 05 de outubro de 1988. Disponível em: < http://comissoes.uepb.edu.br/cppta/?wpfb_dl=14>. Acesso em: 2014.
COSTA. Dahyana Siman Carvalho. Áreas de preservação permanente ou de conservação permanente. Disponível em: <http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1810>. IX Número 752. Brasil, Uberaba/MG. 2011. Acesso em: 2013.
68
GUIA SÃO ROQUE (SP). Disponível em: <http://www.guiasaoroque.com.br/turismo/brasital.asp >. Acesso em: 2013.
KATAOKA, Y. Sílvia. INDICADORES DA QUALIDADE DA EXPERIÊNCIA DO VISITANTE NO PARQUE ESTADUAL DA ILHA DO ANCHIETA. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Piracicaba – SP. 2004. Disponível em: <http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/bitstream/handle/123456789/5758/dissertacao_Kataoka,%20Silvia%20Yochie.pdf?sequence=1>. Acesso em: 2014.
KEMPTER, D. Eloisa. TERRITÓRIOS FABRIS RESILIENTES: CINCO CASOS A CONSIDERAR. Faculdade de Tecnologia, Unicamp. [email protected]. 2012(?). Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=2980>. Acesso em 2013.
LEÃO, Fernando. Critérios de Boa Prática na Selecção de Medidas de Mitigação e Programas de Monitorização: Primeira aproximação. Edição: Agência Portuguesa do Ambiente. 2011. Disponível em: < http://www.iaia.org/publicdocuments/specialpublications/Boa%20Pratica%20_de%20Monitoriza%C3%A7%C3%A3o.pdf?AspxAutoDetectCookieSupport=1>. Acesso em: 2014.
LEUZINGER, D. Márcia. USO PÚBLICO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO. 2002. Disponível em: <http://www.semeia.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&task=download&id=94&lang=pt> Acesso em: 2014.
MALUF, Miriam. Centro Cultural e Educacional Brasital. São Roque – SP. 1991. Disponível em: <http://cestero intercambiocultural. blogspot.com.br /2011/07/brasital. html >. Acesso em: Agosto de 2013.
MELLO, Silvia. Andiamo... Memória Italiana em São Roque. 2011. Disponível em: < http://andiamomemoriaitalianaemsr.blogspot.com.br/2011/05/o-que-fariamos-sem-eles.html> Acesso em: junho de 2013.
MILARÉ, Édis. Direito Ambiental – A Gestão Ambiental em Foco: Doutrina, Jurisprudência, Glossário. 7ª edição. Rev. atual. e reform. – São Paulo. Editora: Revista dos Tribunais. 2011.
MMA – Roteiro metodológico para o planejamento de unidades de conservação de uso indireto. Versão 3.0. IBAMA, 1996. Disponível em: < http://www.meioambiente.es.gov.br/download/Itaunas_01_Metodologia.doc>. Acesso em: 2014.
PCN - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – MEIO AMBIENTE. P. 167-242. 2012. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 2013.
PESSOA, H. Regina. PLANO DE MANEJO DA RESERVA ECOLÓGICA AMADEU BOTELHO. Jaú. São Paulo. 2013. Disponível
69
em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/servicos/crie-suareserva/ plano_de_manejo_rppn/Plano_de_Manejo_RPPN_Amadeu_Botelho__SP.pdf>. Acesso em: 2014.
PIMENTEL, S. Douglas. PARCERIAS PARA A GESTÃO DO USO PÚBLICO EM PARQUES. Anais – Uso Público em Unidades de Conservação, n. 1, v. 1, 2013. Niterói – RJ. Disponível em: <http:// www.uff.br/usopublico>. Acesso em: Dezembro de 2013.
Plano Diretor Municipal de São Roque - Caracterização Ambiental e Urbanística - Volume 1. Ambiente Urbano Planejamento E Projetos Ltda., 2005. Disponível em: < http://www.saoroque.sp.gov.br/plano_diretor.asp.>. Acesso em: junho 2013.
QUINTAS S. José. Introdução à Gestão Ambiental Pública. 2ª ed. revista. –. 134p. 21 cm. Coleção Meio Ambiente. Série Educação Ambiental, 5. Brasília. IBAMA, 2006. Disponível em:< http://www.blogdocancado.com/wp-content/uploads/2011/06/livro-introducao-a-gestao-ambiental-publica.pdf >. Acesso em: 2013.
ROCHA, F.; BARBOSA, F. P.; ABESSA, D. M. S. Trilha ecológica como instrumento de Educação Ambiental: estudo de caso e proposta de adequação no Parque Estadual Xixová-Japuí (SP). Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v.3, n.3, pp.478-497. 2010. Disponível em: http://observatorio.wwf.org.br/site_media/upload/gestao/documentos/npsC3A.tmp.pdf. Acesso em: 2014.
RODRIGUES, A. E; VICTOR, M. B. A. R.; PIRES, C. C. B. A RESERVA DA BIOSFERA DO CINTURÃO VERDE DA CIDADE DE SÃO PAULO COMO MARCO PARA A GESTÃO INTEGRADA DA CIDADE, SEUS SERVIÇOS AMBIENTAIS E O BEM-ESTAR HUMANO. São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 2, p. 71-89, abr./jun. 2006. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/spp/v20n02/v20n02_06.pdf >. Acesso em: 2013.
RODRIGUES, Marly. Patrimônio industrial, entre o fetiche e a memória. USJT – Arquitetura e Urbanismo. Nº 3 – SP. Disponível em: < http://www.usjt.br/arq.urb/numero_03/4arqurb3-marly.pdf >. Acesso em: junho de 2013.
ROSA, A. Rosalba. INFLUÊNCIA DAS FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS: Estância Turística de São Roque-SP. Departamento de Geociências, Universidade Estadual de Londrina. 2011. Disponível em: <http://www.geo.uel.br/tcc/128_influenciadasfeicoesgeomorfologicasestanciaturisticadesaoroquesp_2011.pdf>. Acesso em: 2013.
SANTOS, S. Joaquim. São Roque de Outrora. Tipografia “O Democrata”, década de 1930(?).
SILVA, M. S. Versides. MANEJO DE FLORESTAS NATIVAS: PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO. UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso. CUIABÁ – MT. 2006. Disponível em:
70
<http://www.portal.ufra.edu.br/attachments/1026_Apostila-Manejo-Florestal UFMT.pdf>. Acesso em: 2013.
SILVA, F. de Irinéia. PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA RESERVA LEGAL: novos debates. UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS-UNIPAC / FADI. Barbacena – MG. 2011. Disponível em: <http://www.unipac.br/bb/tcc/tcc4adeaa62331434387159901815fa861a.pdf.>.Acesso em: 2013.
SNUC - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO. CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA. 2ª edição. São Paulo-SP. 2002. Disponível em: <http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/Caderno_18_2ed.pdf>. Acesso em: 2014.
TRIGUEIRO, André. Espiritismo e Ecologia. 2ª Edição. (FEB). Rio de Janeiro. 2011.
VASCONCELLOS, J. M. de O. Avaliação da eficiência de diferentes tipos de trilhas interpretativas no Parque Estadual Pico do Marumbi e Reserva Natural Salto Morato – PR. Natureza & Conservação Curitiba, v. 2, n. 2, p. 48-57. 2004. Disponível em: <http://arquivo.rosana.unesp.br/docentes/fernando/ECO%20II/VASCONCELLOS.%20Avaliacao%20da%20eficiencia%20de%20diferentes%20tipos%20de%20trilhas%20interpretativas%20no%20PEPM%20e%20RNSM.pdf>. Acesso em: 2014.
VIANA, F. M. F; ROCHA. B. H. C. Impactos ambientais em unidades de conservação. Universidade Federal de Juiz de Fora. Instituto de Ciências Biológicas. VINHA, C. Paulo. Programa de Pós-graduação em Ecologia. 2009(?). Disponível em: <http://licenciamento.ibama.gov.br/Hidreletricas/Santa%20Isabel/EIA/Textos/EIA%20SANTA%20ISABEL%20-%20Tomo%20IX.pdf>. Acesso em: 2013.
WOLFF, Simone. Legislação ambiental brasileira: grau de adequação à Convenção sobre Diversidade Biológica. Brasília: MMA, 2000. 88p. (Biodiversidade, 3). Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/Biodiversidade%203.pdf>. Acesso em: 2013.
71
ANEXOS
72
ANEXO A – Checklist
Data:
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Área avaliada: Trilha “Caminho das Águas” - Mata Brasital São Roque (SP).
Identificação dos principais pontos críticos: ..........................................................
1- Tipos de Resíduos sólidos (lixo):
2- Pontos de erosão nas trilhas:
3- Avaliação das condições físicas e ambiental das trilhas (solo e cobertura
vegetal):
4- Pontes e passagens:
5- Outros:
73
ANEXO B – Observação In Loco
“TRILHAS CAMINHO DAS ÁGUAS” - Mata Brasital São Roque (SP).
Data:
_____________________________________________________________
1. EXTENSÃO DA TRILHA:
2. CLASSIFICAÇÃO DA TRILHA QUANTO A FUNÇÃO:
Trilha guiada ( ); Autoguiada ( ).
3. QUANTO A FORMA:
f. Linear ( ) O formato de trilha mais simples e comum. Geralmente seu
objetivo é conectar o caminho principal, quando já não é o próprio, a algum
destino como lagos, mirantes, cavernas, picos, etc.
g. Circular ( ) Oferece a possibilidade de se voltar ao ponto de partida sem
repetir o percurso ou cruzar com outros visitantes;
h. Oito ( ) São muito eficientes em áreas limitadas, pois aumentam a
possibilidade de uso destes espaços;
i. Atalho ( ) Seu início e fim estão em diferentes pontos de uma trilha ou
caminhos principais;
j. Outra forma ( ).................................................................................................
4. CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES:
Grau A: Passeios que podem ser apreciados sem obrigatoriedade de ter de
desenvolver alguma atividade física ( );
Grau B: Não requer experiência anterior ( );
Grau C: Requer alguma atividade física. Se for necessário pernoitar na trilha,
experiência de camping. ( );
Grau D: Requer condicionamento físico, pois as trilhas podem ser longas,
acidentadas e/ou cansativas. Em geral, envolve pernoite na trilha; requer bom
condicionamento físico e experiência básica em montanhismo: ( );
74
Grau E: Requer intensa atividade física durante muitos dias em lugares de difícil
acesso. É necessária experiência comprovada em montanhismo ( ).
5. GRAU DE DIFICULDADE:
1-fácil ( );
2-moderada ( );
3-avançada ( ).
6. QUANTO AO NÍVEL DE DIFICULDADE:
a)Trilha leve: com distância de até 500 m, exigindo pouco esforço físico, sem
apresentar obstáculos e não exigindo qualquer técnica específica ( );
b)Trilha moderada: com distância de até 1.500 m, exigindo esforço físico
moderado, apresentando pequenos obstáculos, como desníveis, escadas, pedras,
troncos, riachos, mas não exigindo técnica específica ( );
c)Trilha avançada: distância superior a 1.500 m, exigindo esforço físico intenso,
apresentando obstáculos e exigindo o uso de técnicas específicas, como natação e
escalada ( );
e) Outros: --------------------------------------------------------------------------------------------------
7. TEMPO DE PERCURSO DA TRILHA: aproximadamente 1hora.
8. USO DA TRILHA:
( ) CAMINHADAS ( ) FISCALIZAÇÃO ( ) OUTROS: .........................................
9. LARGURA DA TRILHA
INÍCIO: ... cm; MEIO: ... cm; FINAL: ... cm.
10. SINALIZAÇÃO EXISTENTE QUANTIDADE: 02 (duas).
11. PLACA DE INÍCIO DE TRILHA: ( ) SIM ( ) NÃO
12. PLACA INFORMATIVA: ( ) SIM ( ) NÃO
13. PLACA INTERPRETATIVA: (X ) SIM ( ) NÃO
14. PLACA INDICATIVA DE ESPÉCIES: ( ) SIM ( ) NÃO
15. PLACA INDICATIVA SENTIDO E DIREÇÃO: ( ) SIM ( ) NÃO
16. PLACA DE ADVERTÊNCIA: ( X ) SIM ( ) NÃO
75
17. SITUAÇÃO DA SINALIZAÇÃO:
( X) ÓTIMO; ( ) BOM; ( ) REGULAR; ( ) RUIM.
18. DEGRAUS: SIM ( ) NÃO ( )
19. ESCADAS: SIM ( ) NÃO ( )
20. PONTE: SIM ( ) NÃO ( )
21: PINGUELA: SIM ( ) NÃO ( )
22. PASSARELA DE MADEIRA: SIM ( ) NÃO ( )
23. PRINCIPAIS IMPACTOS: ............................................
24. HÁ SINAIS DE VANDALISMO: ( ) SIM ( ) NÃO
TIPO: .................................................
25. HÁ PRESENÇA DE RESÍDUOS (LIXO): ( ) SIM ( X) NÃO
TIPO: .................................................
26. HÁ PRESENÇA DE QUANTIDADE CAMINHOS SECUNDÁRIOS:
( ) SIM ( X ) NÃO
27. OBRAS NECESSÁRIAS NA TRILHA: .................................................................
28. CONTENÇÃO DE EROSÃO NO LEIO DA TRILHA: ( ) Drenagem ( )
Caneletas ( ) Barreiras de Escoamento ( ) Sinalização ( ).
29. EXISTE QUANTIDADE:
Bancos ( ) SIM (X ) NÃO
Lixeiras ( ) SIM ( ) NÃO
Mesas ( X ) SIM ( ) NÃO
Mirante ( X) SIM ( ) NÃO
Sanitários ( ) SIM ( ) NÃO
Outros: .................................
30. PÚBLICO ALVO:
76
Crianças ( ); jovens ( ); adultos ( ); idosos ( ); portador de necessidades
especiais ( ).
31. POTENCIAL INTERPRETATIVO:
Vegetação ( ); Impactos Ambientais ( ); Recurso Hídrico ( ); outros: ...................
32. TEMAS A SEREM INTERPRETADOS:
1. Biodiversidade ( );
2. Vegetação secundária ( );
3. Decompositores ( );
4. Árvores exóticas ( );
5. Serrapilheira ( );
6. Epífitas em geral ( ):
7. Degradação do solo ( ) – diversidade de solo ( );
8. Reflorestamento de exóticas e nativas ( );
9. Dossel das matas - árvores de grande porte ( ) médio ( ) pequeno ( );
10. Árvores frutíferas nativas ( ) - centenárias ( );
11. Plantas medicamentosas ( )
12. Sucessão ecológica – clareira ( );
13. Clima ameno no interior da floresta ( );
14. Vegetação densa ( );
15. Recurso hídrico ( ) – nascentes ( ) - qualidade da água: turva, inadequada.
16. Presença de aves ( );
17. Patrimônio cultural ( );
18. Resíduos sólidos (Lixo) ( );
19. Afloramento rochoso ( );
20. Animais endêmicos ( );
21. Cadeia alimentar ( );
22. Reservatórios de água ( ). 17
17 Fonte para pesquisa: IF Sér. Reg., São Paulo, n. 35, p. 1-74, maio 2008. O trabalho de
classificação realizado por Dias ANDRADE, W. J. de et al. Diagnóstico da visitação pública e propostas de ação para o Parque Estadual da Cantareira, SP, Brasil.
77
ANEXO C –
78
ANEXO D –
79