sancho & associados · 2015. 1. 2. · diário da república, 1.ª série — n.º 252 — 31...

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(339) Lei n.º 82-E/2014 de 31 de dezembro Procede a uma reforma da tributação das pessoas singulares, orientada para a família, para a simplificação e para a mobili- dade social, altera o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, o Código do Imposto do Selo, o Esta- tuto dos Benefícios Fiscais, a lei geral tributária, o Código de Procedimento e de Processo Tributário, o Regime Geral das Infrações Tributárias e o Decreto-Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro, e revoga o Decreto-Lei n.º 42/91, de 22 de janeiro. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: CAPÍTULO I Objeto Artigo 1.º Objeto A presente lei procede à reforma da tributação das pessoas singulares, alterando o Código do Imposto so- bre o Rendimento das Pessoas Singulares, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de novembro, o Código do Imposto do Selo, aprovado pela Lei n.º 150/99, de 11 de setembro, o Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho, a lei geral tributária, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 398/98, de 17 de dezem- bro, o Código de Procedimento e de Processo Tributário, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 433/99, de 26 de outubro, o Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de junho, e o Decreto-Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro, que estabelece as condições de emissão e atribuição com carácter geral de vales sociais destinados ao pagamento de creches, jardins de infância e lactários. CAPÍTULO II Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares Artigo 2.º Alteração ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares Os artigos 2.º a 6.º, 8.º a 16.º, 17.º-A, 18.º, 20.º, 22.º, 24.º, 25.º, 28.º, 30.º a 31.º-A, 33.º, 38.º, 40.º-A, 41.º, 43.º, 44.º, 48.º a 53.º, 55.º, 57.º a 60.º, 62.º, 63.º, 68.º-A a 72.º, 74.º, 76.º, 78.º, 81.º, 83.º-A, 84.º, 95.º, 98.º, 99.º, 101.º a 103.º, 112.º, 115.º, 116.º, 118.º, 119.º, 123.º, 126.º a 128.º, 140.º e 148.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, adiante designado por Código do IRS, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de novembro, passam a ter a seguinte redação: «Artigo 2.º [...] 1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : 1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 3) As importâncias despendidas, obrigatória ou fa- cultativamente, pela entidade patronal: i) Com seguros e operações do ramo ‘Vida’, contri- buições para fundos de pensões, fundos de poupança- -reforma ou quaisquer regimes complementares de se- gurança social, desde que constituam direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários; ii) Para os fins previstos na subalínea anterior e que, não constituindo direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários, sejam por estes objeto de resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de antecipação da correspondente disponibilidade; 4) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 5) Os resultantes de empréstimos sem juros ou a taxa de juro inferior à de referência para o tipo de operação em causa, concedidos ou suportados pela entidade pa- tronal, com exceção dos que se destinem à aquisição de habitação própria permanente de valor não superior a € 180 426,40 e cuja taxa não seja inferior a 70 % da taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo Banco Central Europeu, ou de outra taxa legalmente fixada como equivalente; 6) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 7) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 8) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 9) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 10) Os resultantes da aquisição pelo trabalhador ou membro de órgão social, por preço inferior ao valor de mercado, de qualquer viatura que tenha originado encargos para a entidade patronal; 11) As contribuições referidas no n.º 3) da presente alínea, não anteriormente sujeitas a tributação, quando ocorra recebimento em capital, mesmo que estejam reunidos os requisitos exigidos pelos sistemas de segu- rança social obrigatórios, aplicáveis para a passagem à situação de reforma ou esta se tiver verificado; c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; e) Quaisquer indemnizações resultantes da consti- tuição, extinção ou modificação de relação jurídica que origine rendimentos do trabalho dependente, incluindo as que respeitem ao incumprimento das condições con- tratuais ou sejam devidas pela mudança de local de trabalho, sem prejuízo do disposto no número seguinte e na alínea f) do n.º 1 do artigo seguinte; f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; h) As indemnizações não previstas na alínea e) que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria e que não correspondam a prestações sociais. 4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : a) Pela sua totalidade, na parte que corresponda ao exercício de funções de gestor público, administrador ou gerente de pessoa coletiva, bem como de representante de estabelecimento estável de entidade não residente; b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 — (Revogado.)

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(339)

Lei n.º 82-E/2014de 31 de dezembro

Procede a uma reforma da tributação das pessoas singulares, orientada para a família, para a simplificação e para a mobili-dade social, altera o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, o Código do Imposto do Selo, o Esta-tuto dos Benefícios Fiscais, a lei geral tributária, o Código de Procedimento e de Processo Tributário, o Regime Geral das Infrações Tributárias e o Decreto -Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro, e revoga o Decreto -Lei n.º 42/91, de 22 de janeiro.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

CAPÍTULO I

Objeto

Artigo 1.ºObjeto

A presente lei procede à reforma da tributação das pessoas singulares, alterando o Código do Imposto so-bre o Rendimento das Pessoas Singulares, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 442 -A/88, de 30 de novembro, o Código do Imposto do Selo, aprovado pela Lei n.º 150/99, de 11 de setembro, o Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 215/89, de 1 de julho, a lei geral tributária, aprovada pelo Decreto -Lei n.º 398/98, de 17 de dezem-bro, o Código de Procedimento e de Processo Tributário, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 433/99, de 26 de outubro, o Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de junho, e o Decreto -Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro, que estabelece as condições de emissão e atribuição com carácter geral de vales sociais destinados ao pagamento de creches, jardins de infância e lactários.

CAPÍTULO II

Imposto sobre o rendimento das pessoas singularesArtigo 2.º

Alteração ao Código do Imposto sobre o Rendimentodas Pessoas Singulares

Os artigos 2.º a 6.º, 8.º a 16.º, 17.º -A, 18.º, 20.º, 22.º, 24.º, 25.º, 28.º, 30.º a 31.º -A, 33.º, 38.º, 40.º -A, 41.º, 43.º, 44.º, 48.º a 53.º, 55.º, 57.º a 60.º, 62.º, 63.º, 68.º -A a 72.º, 74.º, 76.º, 78.º, 81.º, 83.º -A, 84.º, 95.º, 98.º, 99.º, 101.º a 103.º, 112.º, 115.º, 116.º, 118.º, 119.º, 123.º, 126.º a 128.º, 140.º e 148.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, adiante designado por Código do IRS, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 442 -A/88, de 30 de novembro, passam a ter a seguinte redação:

«Artigo 2.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;

3) As importâncias despendidas, obrigatória ou fa-cultativamente, pela entidade patronal:

i) Com seguros e operações do ramo ‘Vida’, contri-buições para fundos de pensões, fundos de poupança--reforma ou quaisquer regimes complementares de se-gurança social, desde que constituam direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários;

ii) Para os fins previstos na subalínea anterior e que, não constituindo direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários, sejam por estes objeto de resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de antecipação da correspondente disponibilidade;

4) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;5) Os resultantes de empréstimos sem juros ou a taxa

de juro inferior à de referência para o tipo de operação em causa, concedidos ou suportados pela entidade pa-tronal, com exceção dos que se destinem à aquisição de habitação própria permanente de valor não superior a € 180 426,40 e cuja taxa não seja inferior a 70 % da taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo Banco Central Europeu, ou de outra taxa legalmente fixada como equivalente;

6) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;7) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;8) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;9) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;10) Os resultantes da aquisição pelo trabalhador ou

membro de órgão social, por preço inferior ao valor de mercado, de qualquer viatura que tenha originado encargos para a entidade patronal;

11) As contribuições referidas no n.º 3) da presente alínea, não anteriormente sujeitas a tributação, quando ocorra recebimento em capital, mesmo que estejam reunidos os requisitos exigidos pelos sistemas de segu-rança social obrigatórios, aplicáveis para a passagem à situação de reforma ou esta se tiver verificado;

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) Quaisquer indemnizações resultantes da consti-

tuição, extinção ou modificação de relação jurídica que origine rendimentos do trabalho dependente, incluindo as que respeitem ao incumprimento das condições con-tratuais ou sejam devidas pela mudança de local de trabalho, sem prejuízo do disposto no número seguinte e na alínea f) do n.º 1 do artigo seguinte;

f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;h) As indemnizações não previstas na alínea e) que

visem compensar perdas de rendimentos desta categoria e que não correspondam a prestações sociais.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) Pela sua totalidade, na parte que corresponda ao

exercício de funções de gestor público, administrador ou gerente de pessoa coletiva, bem como de representante de estabelecimento estável de entidade não residente;

b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — (Revogado.)

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6546-(340) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

9 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 — Considera -se entidade patronal toda a que pa-

gue ou coloque à disposição remunerações que, nos termos deste artigo, constituam rendimentos de trabalho dependente, sendo a ela equiparada qualquer outra enti-dade que com ela esteja em relação de grupo, domínio ou simples participação, independentemente da respetiva localização geográfica.

11 — Para efeitos da alínea b) do n.º 3, consideram -se rendimentos do trabalho do sujeito passivo os benefícios ou regalias atribuídos pela respetiva entidade patronal a qualquer outra pessoa do seu agregado familiar ou que a ele esteja ligado por vínculo de parentesco ou afinidade até ao 3.º grau da linha colateral, ao qual se equipara a relação de cada um dos unidos de facto com os parentes do outro.

12 — (Revogado.)13 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 3.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — Nos casos em que o rendimento não seja deter-

minado com base na contabilidade deve ainda observar--se que as importâncias recebidas a título de provisão ou a qualquer outro título destinadas a custear despesas da responsabilidade dos clientes são consideradas como rendimento do ano posterior ao da sua receção sempre que até ao final desse ano não seja apresentada a conta final relativa ao trabalho prestado.

8 — Sem prejuízo do disposto no número ante-rior, sempre que ocorra uma alteração do regime de tributação, no primeiro ano de aplicação do novo regime devem ser efetuados os necessários ajusta-mentos destinados a evitar qualquer duplicação de tributação dos rendimentos, bem como a sua não tributação.

Artigo 4.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;n) Arrendamento, quando haja opção pela tributação

no âmbito da categoria B.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — A opção a que se refere a alínea n) do n.º 1 deve

ser exercida na declaração de início de atividade ou na declaração de alterações.

Artigo 5.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) Os juros e outras formas de remuneração deriva-

das de depósitos à ordem ou a prazo em instituições financeiras, bem como de certificados de depósitos e de contas de títulos com garantia de preço ou de outras operações similares ou afins;

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;h) Os lucros e reservas colocados à disposição dos

associados ou titulares e adiantamentos por conta de lu-cros, com exclusão daqueles a que se refere o artigo 20.º;

i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;j) Os rendimentos distribuídos das unidades de par-

ticipação em fundos de investimento;l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;o) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;p) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;q) O ganho decorrente de operações de swaps de

taxa de juro;r) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;s) As indemnizações que visem compensar perdas

de rendimentos desta categoria;t) Os montantes pagos ou colocados à disposição do

sujeito passivo por estruturas fiduciárias, quando tais montantes não estejam associados à sua liquidação, revogação ou extinção, e não tenham sido já tributados nos termos do n.º 3 do artigo 20.º

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — Sem prejuízo do disposto no n.º 8, para efeitos

da alínea q) do n.º 2, o ganho sujeito a imposto é cons-tituído pela diferença positiva entre os juros e, também, quando aplicável, pelos ganhos decorrentes dos paga-mentos e recebimentos ocorridos em caso de cessão ou anulação do swap.

7 — (Revogado.)8 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 — (Revogado.)10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 6.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(341)

4 — Os lançamentos a seu favor, em quaisquer contas correntes dos sócios, escrituradas nas sociedades comer-ciais ou civis sob forma comercial, quando não resultem de mútuos, da prestação de trabalho ou do exercício de cargos sociais, presumem -se feitos a título de lucros ou adiantamento dos lucros.

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 8.º[...]

1 — Consideram -se rendimentos prediais as rendas dos prédios rústicos, urbanos e mistos pagas ou co-locadas à disposição dos respetivos titulares, quando estes não optarem pela sua tributação no âmbito da categoria B.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;g) As indemnizações que visem compensar perdas

de rendimentos desta categoria.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 9.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) As indemnizações devidas por renúncia onerosa

a posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a bens imóveis.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 10.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) Alienação onerosa de partes sociais e de outros

valores mobiliários, incluindo:

1) A remição e amortização com redução de capital de partes sociais;

2) A extinção ou entrega de partes sociais das socie-dades fundidas, cindidas ou adquiridas no âmbito de operações de fusão, cisão ou permuta de partes sociais;

3) O valor atribuído em resultado da partilha, bem como em resultado da liquidação, revogação ou extin-ção de estruturas fiduciárias aos sujeitos passivos que as constituíram, nos termos dos artigos 81.º e 82.º do Código do IRC;

4) O reembolso de obrigações e outros títulos de dívida;

5) O resgate de unidades de participação em fundos de investimento e a liquidação destes fundos;

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;h) Cessão onerosa de créditos, prestações acessórias

e prestações suplementares.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) Nos contratos de permuta de bens presentes por

bens futuros, a tributação apenas ocorre no momento da celebração do contrato que formaliza a aquisição do bem futuro, ou no momento da sua tradição, se anterior.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) Pelos rendimentos líquidos, apurados em cada

ano, provenientes das operações referidas na alínea f) do n.º 1, os quais correspondem:

1) No caso de warrant de compra, à diferença, na data do exercício, entre o preço de mercado do ativo subjacente e o preço de exercício corrigido nos termos da alínea seguinte;

2) No caso de warrant de venda, à diferença, na data do exercício, entre o preço de exercício, corrigido nos termos da alínea seguinte, e o preço de mercado do ativo subjacente; ou

3) No caso de transmissão do warrant, à diferença entre o valor de realização e o prémio na subscrição ou o valor de aquisição do warrant, consoante este tenha sido adquirido por subscrição ou por transmissão posterior àquela, respetivamente;

e) Para efeitos do disposto nos n.os 1) e 2) da alínea an-terior, o preço de exercício é corrigido do valor do pré-mio de subscrição ou do valor de aquisição do warrant, consoante este tenha sido adquirido por subscrição ou por transmissão posterior àquela, respetivamente, nos seguintes termos:

1) No caso de warrant de compra, o valor antes re-ferido é acrescido ao preço de exercício;

2) No caso de warrant de venda, o mesmo valor é deduzido ao preço de exercício;

f) Pela importância recebida pelo cedente deduzida do valor nominal na primeira transmissão, ou do valor de aquisição nos restantes casos, dos créditos, das pres-tações acessórias ou das prestações suplementares, no caso previsto na alínea h) do n.º 1;

g) Para efeitos da parte final do n.º 3) da alínea b) do n.º 1, considera -se como valor de aquisição o montante dos ativos entregues pelo sujeito passivo aquando da constituição da estrutura fiduciária e como valor de

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6546-(342) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

realização o resultado da liquidação, revogação ou ex-tinção da mesma, abatido dos valores imputados objeto de tributação nos termos do n.º 3 do artigo 20.º que não tenham sido distribuídos anteriormente.

5 — São excluídos da tributação os ganhos prove-nientes da transmissão onerosa de imóveis destinados a habitação própria e permanente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar, desde que verificadas, cumulativamente, as seguintes condições:

a) O valor de realização, deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para a aquisição do imóvel, seja reinvestido na aquisição da propriedade de outro imóvel, de terreno para construção de imóvel e ou respetiva construção, ou na ampliação ou melhoramento de outro imóvel exclusivamente com o mesmo destino situado em território português ou no território de outro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Eco-nómico Europeu, desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informações em matéria fiscal;

b) O reinvestimento previsto na alínea anterior seja efetuado entre os 24 meses anteriores e os 36 meses posteriores contados da data da realização;

c) O sujeito passivo manifeste a intenção de proceder ao reinvestimento, ainda que parcial, mencionando o respetivo montante na declaração de rendimentos res-peitante ao ano da alienação;

d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) Tratando -se de reinvestimento na aquisição de

outro imóvel, o adquirente o não afete à sua habitação ou do seu agregado familiar, até decorridos doze meses após o reinvestimento;

b) Nos demais casos, o adquirente não requeira a ins-crição na matriz do imóvel ou das alterações decorridos 48 meses desde a data da realização, devendo afetar o imóvel à sua habitação ou do seu agregado até ao fim do quinto ano seguinte ao da realização;

c) (Revogada).

7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 — Nos casos de fusão ou cisão de sociedades a que

seja aplicável o artigo 74.º do Código do IRC, não há lugar à tributação dos sócios das sociedades fundidas ou cindidas, desde que verificadas as seguintes condições:

a) Havendo lugar à atribuição àqueles sócios de partes de capital, sejam observadas, com as necessárias adaptações, as regras previstas nos n.os 1 e 3 do artigo 76.º do Código do IRC, consoante se trate de fusão ou cisão, respetivamente;

b) Não havendo lugar à atribuição de partes de capital, seja dado cumprimento, com as necessárias adaptações, ao disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 76.º do Código do IRC, consoante se trate, respetivamente, de fusão ou cisão.

10 — O disposto nos n.os 8 e 9 não prejudica a tri-butação dos sócios relativamente às importâncias em dinheiro que lhes sejam eventualmente atribuídas.

11 — Nos casos previstos nos n.os 8 e 9 são ainda aplicáveis:

a) O disposto no n.º 10 do artigo 73.º do Código do IRC, com as necessárias adaptações;

b) A exigência dos elementos de prova previstos nos n.os 5 e 6 do artigo 78.º do mesmo código.

12 — (Anterior n.º 11.)

Artigo 11.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) As prestações devidas a título de pensões de apo-

sentação ou de reforma, velhice, invalidez ou sobrevi-vência, bem como outras de idêntica natureza, incluindo os rendimentos referidos no n.º 2 do artigo 2.º -A, e ainda as pensões de alimentos;

b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) As indemnizações que visem compensar perdas

de rendimentos desta categoria.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 12.º[...]

1 — O IRS não incide, salvo quanto às prestações previstas no regime jurídico dos acidentes em serviço e das doenças profissionais no âmbito da Administra-ção Pública, estabelecido pelo Decreto -Lei n.º 503/99, de 20 de novembro, alterado pelas Leis n.os 59/2008, de 11 de setembro, 64 -A/2008, de 31 de dezembro, e 11/2014, de 6 de março, sobre as indemnizações devidas em consequência de lesão corporal, doença ou morte, pagas ou atribuídas, nelas se incluindo as pensões e indemnizações auferidas em resultado do cumprimento do serviço militar, as atribuídas ao abrigo do artigo 127.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 498/72, de 9 de dezembro, e as pensões de preço de sangue, bem como a transmissão ao cônjuge ou unido de facto sobrevivo de pensão de deficiente militar aufe-rida ao abrigo do artigo 8.º do Decreto -Lei n.º 240/98, de 7 de agosto:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) As bolsas de formação desportiva, como tal re-

conhecidas por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do desporto, atribuídas pela respetiva federação titular do estatuto de utilidade pública desportiva aos agentes desportivos não profissionais, nomeadamente praticantes, juízes e árbitros, até ao montante máximo anual correspondente a € 2 375;

c) Os prémios em reconhecimento do valor e mé-rito de êxitos desportivos, nos termos do Decreto -Lei

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(343)

n.º 272/2009, de 1 de outubro, e da Portaria n.º 103/2014, de 15 de maio.

6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — O IRS não incide sobre o valor atribuído em

resultado da liquidação, revogação ou extinção de es-truturas fiduciárias a sujeitos passivos beneficiários das referidas estruturas distintos daqueles que as cons-tituíram.

Artigo 13.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — Quando exista agregado familiar, o imposto é

apurado individualmente em relação a cada cônjuge ou unido de facto, sem prejuízo do disposto relativamente aos dependentes, a não ser que seja exercida a opção pela tributação conjunta.

3 — No caso de opção por tributação conjunta, o im-posto é devido pela soma dos rendimentos das pessoas que constituem o agregado familiar, considerando -se como sujeitos passivos aquelas a quem incumbe a sua direção.

4 — (Anterior corpo do n.º 3):

a) Os cônjuges não separados judicialmente de pes-soas e bens, ou os unidos de facto, e os respetivos de-pendentes;

b) [Anterior alínea b) do n.º 3];c) [Anterior alínea c) do n.º 3];d) [Anterior alínea d) do n.º 3].

5 — (Anterior corpo do n.º 4):

a) [Anterior alínea a) do n.º 4];b) Os filhos, adotados e enteados, maiores, bem como

aqueles que até à maioridade estiveram sujeitos à tutela de qualquer dos sujeitos a quem incumbe a direção do agregado familiar, que não tenham mais de 25 anos nem aufiram anualmente rendimentos superiores ao valor da retribuição mínima mensal garantida;

c) Os filhos, adotados, enteados e os sujeitos a tutela, maiores, inaptos para o trabalho e para angariar meios de subsistência;

d) Os afilhados civis.

6 — (Anterior n.º 5.)7 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 59.º

e no n.º 9 do artigo 78.º, as pessoas referidas nos núme-ros anteriores não podem, simultaneamente, fazer parte de mais de um agregado familiar nem, integrando um agregado familiar, ser consideradas sujeitos passivos autónomos.

8 — (Anterior n.º 7.)9 — Nos casos de divórcio, separação judicial de

pessoas e bens, declaração de nulidade ou anulação do casamento, quando as responsabilidades parentais são exercidas em comum por ambos os progenitores, os dependentes previstos na alínea a) do n.º 5 são consi-derados como integrando:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

10 — O domicílio fiscal faz presumir a habitação própria e permanente do sujeito passivo que pode, a todo o tempo, apresentar prova em contrário.

11 — Para efeitos do disposto no número anterior, considera -se preenchido o requisito de prova aí previsto, designadamente quando o sujeito passivo:

a) Faça prova de que a sua habitação própria e per-manente é localizada noutro imóvel; ou

b) Faça prova de que não dispõe de habitação própria e permanente.

12 — A prova dos factos previstos no número anterior compete ao sujeito passivo, sendo admissíveis quaisquer meios de prova admitidos por lei.

13 — Compete à Autoridade Tributária e Aduaneira demonstrar a falta de veracidade dos meios de prova mencionados no número anterior ou das informações neles constantes.

Artigo 14.º[...]

1 — (Revogado.)2 — A existência de identidade de domicílio fiscal

dos sujeitos passivos durante o período exigido pela lei para verificação dos pressupostos da união de facto, e durante o período de tributação, faz presumir a existên-cia de união de facto quando esta seja invocada pelos sujeitos passivos.

3 — Os sujeitos passivos não residentes em território português durante todo ou parte do período referido no número anterior podem apresentar prova documental da identidade de domicílio fiscal no Estado ou Estados onde residiram durante aquele período.

Artigo 15.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — O disposto nos números anteriores aplica -se aos

casos de residência parcial previstos nos n.os 3 e 4 do artigo seguinte, relativamente a cada um dos estatutos de residência.

Artigo 16.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) Hajam nele permanecido mais de 183 dias, segui-dos ou interpolados, em qualquer período de 12 meses com início ou fim no ano em causa;

b) Tendo permanecido por menos tempo, aí dispo-nham, num qualquer dia do período referido na alínea anterior, de habitação em condições que façam supor intenção atual de a manter e ocupar como residência habitual;

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, considera -se como dia de presença em território por-tuguês qualquer dia, completo ou parcial, que inclua dormida no mesmo.

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6546-(344) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

3 — As pessoas que preencham as condições pre-vistas nas alíneas a) ou b) do n.º 1 tornam -se residen-tes desde o primeiro dia do período de permanência em território português, salvo quando tenham aí sido residentes em qualquer dia do ano anterior, caso em que se consideram residentes neste território desde o primeiro dia do ano em que se verifique qualquer uma das condições previstas no n.º 1.

4 — A perda da qualidade de residente ocorre a partir do último dia de permanência em território português, salvo nos casos previstos nos n.os 14 e 16.

5 — A residência fiscal é aferida em relação a cada sujeito passivo do agregado.

6 — São ainda havidos como residentes em território português as pessoas de nacionalidade portuguesa que deslocalizem a sua residência fiscal para país, território ou região, sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, no ano em que se verifique aquela mudança e nos quatro anos subsequentes, salvo se o interessado provar que a mudança se deve a razões atendíveis, designadamente exercício naquele território de atividade temporária por conta de entidade patronal domiciliada em território português.

7 — Sem prejuízo do período definido no número anterior, a condição de residente aí prevista subsiste apenas enquanto se mantiver a deslocação da residência fiscal do sujeito passivo para país, território ou região, sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, deixando de se aplicar no ano em que este se torne residente fiscal em país, território ou região distinto daqueles.

8 — (Anterior n.º 6.)9 — (Anterior n.º 7.)10 — (Anterior n.º 8.)11 — O direito a ser tributado como residente não

habitual em cada ano do período referido no n.º 9 de-pende de o sujeito passivo ser considerado residente em território português, em qualquer momento desse ano.

12 — O sujeito passivo que não tenha gozado do direito referido no número anterior em um ou mais anos do período referido no n.º 9 pode retomar o gozo do mesmo em qualquer dos anos remanescentes daquele período, a partir do ano, inclusive, em que volte a ser considerado residente em território português.

13 — (Anterior n.º 11.)14 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,

um sujeito passivo considera -se residente em território português durante a totalidade do ano no qual perca a qualidade de residente quando se verifiquem, cumula-tivamente, as seguintes condições:

a) Permaneça em território português mais de 183 dias, seguidos ou interpolados, nesse ano; e

b) Obtenha, no decorrer desse ano e após o último dia de permanência em território português, quaisquer rendimentos que fossem sujeitos e não isentos de IRS, caso o sujeito passivo mantivesse a sua qualidade de residente em território português.

15 — O disposto no número anterior não é aplicável caso o sujeito passivo demonstre que os rendimentos a que se refere a alínea b) do mesmo número sejam tributados por um imposto sobre o rendimento idêntico

ou substancialmente similar ao IRS aplicado devido ao domicílio ou residência:

a) Noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informações em matéria fiscal e que se preveja a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade; ou

b) Noutro Estado, não abrangido na alínea anterior, em que a taxa de tributação aplicável àqueles rendi-mentos não seja inferior a 60 % daquela que lhes seria aplicável caso o sujeito passivo mantivesse a sua resi-dência em território português.

16 — Um sujeito passivo considera -se, ainda, resi-dente em território português durante a totalidade do ano sempre que volte a adquirir a qualidade de residente durante o ano subsequente àquele em que, nos termos do n.º 4, perdeu aquela mesma qualidade.

Artigo 17.º -A[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — À coleta apurada e até à sua concorrência são

deduzidos os montantes previstos no artigo 78.º rela-tivamente a despesas ou encargos que respeitem aos sujeitos passivos, a pessoas que estejam nas condições previstas no n.º 5 do artigo 13.º ou ainda aos ascendentes e colaterais até ao 3.º grau que não possuam rendimentos superiores a € 475, desde que essas despesas ou encar-gos não possam ser tidos em consideração no Estado da residência.

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 18.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;l) As pensões devidas por entidade que nele tenha

residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento;

m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;o) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(345)

Artigo 20.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — No caso previsto no n.º 1, o resultado da imputa-

ção efetuada nos anos subsequentes deve ser objeto dos necessários ajustamentos destinados a eliminar qualquer duplicação de tributação dos rendimentos que possa vir a ocorrer.

6 — O disposto no n.º 2 não prejudica a possibilidade de dedução das contribuições obrigatórias para regimes de proteção social comprovadamente suportadas pelo sujeito passivo, nos casos em que este exerce a sua atividade profissional através de sociedade sujeita ao regime de transparência fiscal previsto no artigo 6.º do Código do IRC, desde que as mesmas não tenham sido objeto de dedução a outro título.

Artigo 22.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — Quando o sujeito passivo exerça a opção refe-

rida no n.º 3, fica, por esse facto, obrigado a englobar a totalidade dos rendimentos da mesma categoria de rendimentos.

6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — Quando os dependentes, nas situações referidas

no n.º 9 do artigo 13.º, tiverem obtido rendimentos, de-vem os mesmos ser incluídos na declaração do agregado em que se integram.

Artigo 24.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Nos casos previstos no n.º 5) da alínea b) do

n.º 3 do artigo 2.º, o cálculo do rendimento é feito do modo seguinte:

a) No caso de empréstimos concedidos pela entidade patronal sem juros ou a taxa de juro reduzida, o rendi-mento é calculado subtraindo o resultado da aplicação ao respetivo capital da taxa de juro que eventualmente seja suportada pelo beneficiário, ao resultado do valor obtido por aplicação a esse capital da:

1) Taxa de juro de referência para o tipo de operação em causa, publicada anualmente por portaria do mem-bro do Governo responsável pela área das finanças; ou

2) Na falta de publicação da portaria referida no nú-mero anterior da presente alínea, 70 % da taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de refi-nanciamento pelo Banco Central Europeu, ou de outra taxa legalmente fixada como equivalente, do primeiro dia útil do ano a que respeitam os rendimentos;

b) No caso de empréstimos concedidos ao trabalhador por outras entidades, o rendimento corresponde à parte dos juros suportada pela entidade patronal.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — Quando se tratar da atribuição do uso de viatura

automóvel pela entidade patronal, o rendimento anual corresponde ao produto de 0,75 % do seu valor de mer-cado, reportado a 1 de janeiro do ano em causa, pelo número de meses de utilização da mesma.

6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — Na determinação dos rendimentos previstos nos

n.os 5 e 6, considera -se valor de mercado o que cor-responder à diferença entre o valor de aquisição e o produto desse valor pelo coeficiente de desvalorização acumulada constante de tabela a aprovar por portaria do membro do Governo responsável pela área das fi-nanças.

Artigo 25.º

[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) € 4 104;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 28.º

[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — A opção referida no n.º 3 mantém -se válida até

que o sujeito passivo proceda à entrega de declaração de alterações, a qual produz efeitos a partir do próprio ano em que é entregue, desde que seja efetuada até ao final do mês de março.

6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — Se os rendimentos auferidos resultarem de servi-

ços prestados a uma única entidade, exceto tratando -se de prestações de serviços efetuadas por um sócio a uma sociedade abrangida pelo regime de transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Código do IRC, o sujeito passivo pode, em cada ano, optar pela tributação de acordo com as regras estabelecidas para a categoria A.

9 — (Revogado.)10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 — (Revogado.)12 — (Revogado.)13 — (Revogado.)

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6546-(346) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

Artigo 30.º[...]

1 — Os sujeitos passivos que pratiquem atos isolados estão sempre dispensados de dispor de contabilidade organizada por referência a esses atos.

2 — Na determinação do rendimento tributável dos atos isolados:

a) Aplicam -se os coeficientes previstos para o regime simplificado, quando o respetivo rendimento anual ilí-quido seja inferior ou igual a € 200 000;

b) Sendo o rendimento anual ilíquido superior a € 200 000, aplicam -se, com as devidas adaptações, as regras aplicáveis aos sujeitos passivos com contabili-dade organizada.

Artigo 31.º[...]

1 — No âmbito do regime simplificado, a determi-nação do rendimento tributável obtém -se através da aplicação dos seguintes coeficientes:

a) 0,15 às vendas de mercadorias e produtos, bem como às prestações de serviços efetuadas no âmbito de atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas;

b) 0,75 aos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstas na tabela a que se refere o artigo 151.º;

c) 0,35 aos rendimentos de prestações de serviços não previstos nas alíneas anteriores;

d) 0,95 aos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou utilização temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, aos rendi-mentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais, ao resultado positivo de rendimentos prediais, ao saldo positivo das mais e menos -valias e aos restantes incrementos patri-moniais;

e) 0,30 aos subsídios ou subvenções não destinados à exploração;

f) 0,10 aos subsídios destinados à exploração e res-tantes rendimentos da Categoria B não previstos nas alíneas anteriores;

g) 1 aos rendimentos decorrentes de prestações de serviços efetuadas pelo sócio a uma sociedade abran-gida pelo regime da transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Código do IRC.

2 — Os sujeitos passivos que obtenham os rendi-mentos previstos nas alíneas b) e c) do número anterior, após aplicação dos coeficientes aí previstos, podem deduzir, até à concorrência do rendimento líquido desta categoria, os montantes comprovadamente suportados com contribuições obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com as atividades em causa, na parte em que excedam 10 % dos rendimentos brutos, quando não tenham sido deduzidas a outro título.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — O resultado positivo dos rendimentos prediais

corresponde ao rendimento líquido da categoria F, de-terminado nos termos do artigo 41.º

5 — Os rendimentos previstos na alínea e) do n.º 1 são considerados, depois de aplicado o coeficiente cor-respondente, em frações iguais, durante cinco exercí-cios, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.

6 — Quando, por força da remissão do artigo 32.º, o sujeito passivo tenha beneficiado da aplicação do regime previsto no artigo 48.º do Código do IRC, não sendo concretizado o reinvestimento até ao fim do 2.º período de tributação seguinte ao da realização, acresce ao rendimento tributável desse período de tributação a diferença ou a parte proporcional da diferença prevista no n.º 1 daquele artigo não incluída no lucro tributável, majorada em 15 %.

7 — (Revogado.)8 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 — Os coeficientes previstos nas alíneas b), c)

e f) do n.º 1 são reduzidos em 50 % e 25 % no período de tributação do início da atividade e no período de tributação seguinte, respetivamente, desde que, nesses períodos, o sujeito passivo não aufira rendimentos das categorias A ou H.

11 — O disposto no número anterior não é aplicável nos casos em que tenha ocorrido cessação de atividade há menos de cinco anos.

12 — Os sujeitos passivos que obtenham rendimen-tos no âmbito do exercício de profissões de desgaste rápido podem deduzir, até à concorrência do rendimento líquido desta categoria, após aplicação do coeficiente estabelecido para esses rendimentos, as importâncias a que se refere o artigo 27.º, nos termos e condições aí previstos, quando aquelas não tenham sido deduzidas a outro título.

Artigo 31.º -A[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — Para efeitos do disposto no n.º 3 do artigo 3.º,

nos n.os 2 e 6 do artigo 28.º e no n.º 1 do artigo ante-rior, deve considerar -se o valor referido no n.º 1 do presente artigo, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 33.º[...]

1 — As remunerações dos titulares de rendimentos da categoria B, assim como outras prestações a título de ajudas de custo, utilização de viatura própria ao serviço da atividade, subsídios de refeição e outras prestações de natureza remuneratória, não são dedutíveis para efeitos de determinação do rendimento da referida categoria.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — (Revogado.)8 — (Revogado.)

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(347)

Artigo 38.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .a) A entidade para a qual é transmitido o patrimó-

nio seja uma sociedade com sede e direção efetiva em território português ou, sendo residente noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, o património transmi-tido seja afeto a um estabelecimento estável situado em território português dessa mesma sociedade e concorra para a determinação do lucro tributável imputável a esse estabelecimento estável;

b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Os ganhos resultantes da transmissão onerosa,

qualquer que seja o seu título, das partes de capital recebidas em contrapartida da transmissão referida no n.º 1 são qualificados, antes de decorridos cinco anos a contar da data desta, como rendimentos empresariais e profissionais, e considerados como rendimentos lí-quidos da categoria B, não podendo durante aquele período efetuar -se operações sobre as partes sociais que beneficiem de regimes de neutralidade, sob pena de, no momento da concretização destas, se considerarem realizados os ganhos.

Artigo 40.º -A[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — O disposto no n.º 1 é igualmente aplicável aos

lucros distribuídos por entidade residente noutro Estado membro da União Europeia ou num Estado membro do Espaço Económico Europeu que esteja vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia, desde que tal entidade preencha os requisitos e condições estabelecidos no artigo 2.º da Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de novembro, relativa ao regime fiscal comum aplicável às sociedades -mães e sociedades afiliadas de Estados membros diferentes.

5 — Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve dispor de prova de que a enti-dade cumpre os requisitos e condições estabelecidos no artigo 2.º da Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de novembro, efetuada através de declaração confirmada e autenticada pelas autoridades fiscais com-petentes do Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu de que é residente.

Artigo 41.º[...]

1 — Aos rendimentos brutos referidos no artigo 8.º deduzem -se, relativamente a cada prédio ou parte de prédio, todos os gastos efetivamente suportados e pagos pelo sujeito passivo para obter ou garantir tais rendi-

mentos, com exceção dos gastos de natureza financeira, dos relativos a depreciações e dos relativos a mobiliário, eletrodomésticos e artigos de conforto ou decoração.

2 — No caso de fração autónoma de prédio em regime de propriedade horizontal, são dedutíveis, relativamente a cada fração ou parte de fração, outros encargos que, nos termos da lei, o condómino deva obrigatoriamente suportar e que sejam efetivamente pagos pelo sujeito passivo.

3 — Caso o sujeito passivo detenha mais do que uma fração autónoma do mesmo prédio em regime de propriedade horizontal, os encargos referidos no número anterior são imputados de acordo com a permilagem atribuída a cada fração ou parte de fração no título cons-titutivo da propriedade horizontal.

4 — Caso o sujeito passivo arrende parte de prédio suscetível de utilização independente, os encargos refe-ridos no número anterior são imputados de acordo com o respetivo valor patrimonial tributário ou, na falta deste, na proporção da área utilizável de tal parte na área total utilizável do prédio.

5 — O imposto municipal sobre imóveis e o imposto do selo, pagos em determinado ano, apenas são dedutí-veis quando respeitem a prédio ou parte de prédio cujo rendimento seja objeto de tributação nesse ano fiscal.

6 — (Anterior n.º 3.)7 — Podem ainda ser deduzidos gastos suportados

e pagos nos 24 meses anteriores ao início do arrenda-mento relativos a obras de conservação e manutenção do prédio, desde que entretanto o imóvel não tenha sido utilizado para outro fim que não o arrendamento.

8 — Os gastos referidos nos números anteriores de-vem ser documentalmente comprovados.

Artigo 43.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — O saldo referido no n.º 1, respeitante às ope-

rações previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, relativo a micro e pequenas empresas não cotadas nos mercados regulamentado ou não regulamentado da bolsa de valores, quando positivo, é igualmente considerado em 50 % do seu valor.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 44.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — O disposto no n.º 2 não é aplicável se for feita

prova de que o valor de realização foi inferior ao ali previsto.

6 — A prova referida no número anterior deve ser efetuada de acordo com o procedimento previsto no artigo 139.º do Código do IRC, com as necessárias adaptações.

7 — Nos casos em que são efetuados ajustamentos, positivos ou negativos, ao valor de realização, e se à data

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6546-(348) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

em que for conhecido o valor definitivo tiver decorrido o prazo para a entrega da declaração de rendimentos a que se refere o artigo 57.º, deve o sujeito passivo proceder à entrega de declaração de substituição durante o mês de janeiro do ano seguinte.

Artigo 48.º[...]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) Tratando -se de partes sociais, warrants autónomos, certificados referidos na alínea g) do n.º 1 do artigo 10.º ou de outros valores mobiliários cotados em mercado regulamentado, o custo documentalmente provado ou, na sua falta, o da menor cotação verificada nos dois anos anteriores à data da alienação, se outro menos elevado não for declarado;

b) Tratando -se de quotas, outras partes sociais, war-rants autónomos, certificados referidos na alínea g) do n.º 1 do artigo 10.º ou de outros valores mobiliários não cotados em mercado regulamentado, o custo do-cumentalmente provado ou, na sua falta, o respetivo valor nominal;

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 49.º[...]

Nos casos previstos nas alíneas c), e) e h) do n.º 1 do artigo 10.º, o valor de aquisição, quando efetuada a título oneroso, é constituído pelo preço pago pelo alienante, documentalmente provado.

Artigo 50.º[...]

1 — O valor de aquisição ou equiparado de direi-tos reais sobre os bens referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º, bem como de partes sociais no caso da alínea b) do referido número, é corrigido pela aplicação de coeficientes para o efeito aprovados por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, sempre que tenham decorrido mais de 24 meses entre a data da aquisição e a data da alienação ou afetação.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 51.º[...]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) Os encargos com a valorização dos bens, compro-vadamente realizados nos últimos 12 anos, e as despe-sas necessárias e efetivamente praticadas, inerentes à aquisição e alienação, bem como a indemnização com-provadamente paga pela renúncia onerosa a posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos re-lativos a esses bens, nas situações previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º;

b) As despesas necessárias e efetivamente praticadas, inerentes à aquisição e alienação, nas situações previstas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 10.º

Artigo 52.º[...]

1 — Quando a Autoridade Tributária e Aduaneira considere fundadamente que possa existir divergência entre o valor declarado e o valor real da transmissão, tem a faculdade de proceder à respetiva determinação.

2 — Se a divergência referida no número anterior recair sobre o valor de alienação de ações ou outros valores mobiliários, presume -se que:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3 — Quando se trate de quotas, presume -se que o valor de alienação é o que àquelas corresponda, apurado com base no último balanço.

Artigo 53.º[...]

1 — Aos rendimentos brutos da categoria H de valor anual igual ou inferior a € 4.104 deduz -se, até à sua concorrência, a totalidade do seu quantitativo por cada titular que os tenha auferido.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) As contribuições obrigatórias para regimes de pro-

teção social e para subsistemas legais de saúde, na parte que exceda o montante da dedução prevista no n.º 1.

5 — (Revogado.)6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 55.º[...]

1 — Relativamente a cada titular de rendimentos, o resultado líquido negativo apurado em qualquer catego-ria só é dedutível aos seus resultados líquidos positivos da mesma categoria, nos seguintes termos:

a) O resultado líquido negativo apurado na catego-ria B só pode ser reportado, de harmonia com a parte aplicável do artigo 52.º do Código do IRC, aos 12 anos seguintes àquele a que respeita;

b) O resultado líquido negativo apurado em determi-nado ano na categoria F só pode ser reportado aos seis anos seguintes àquele a que respeita;

c) A percentagem do saldo negativo a que se refere o n.º 2 do artigo 43.º só pode ser reportada aos cinco anos seguintes àquele a que respeita;

d) O saldo negativo apurado num determinado ano, relativo às operações previstas nas alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º, pode ser reportado para os cinco anos seguintes quando o sujeito passivo opte pelo englobamento.

2 — (Revogado.)3 — (Revogado.)4 — Ao rendimento tributável, determinado no âm-

bito do regime simplificado, podem ser deduzidos os prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores àquele

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(349)

em que se iniciar a aplicação do regime, nos termos da alínea a) do n.º 1.

5 — (Revogado.)6 — (Revogado.)7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — O direito ao reporte do resultado líquido nega-

tivo previsto na alínea b) do n.º 1 fica sem efeito quando os prédios a que os gastos digam respeito não gerem rendimentos da categoria F em pelo menos 36 meses, seguidos ou interpolados, dos cinco anos subsequentes àquele em que os gastos foram incorridos.

Artigo 57.º[...]

1 — Os sujeitos passivos devem apresentar, anual-mente, uma declaração de modelo oficial, relativa aos rendimentos do ano anterior e a outros elementos in-formativos relevantes para a sua concreta situação tri-butária, nomeadamente para os efeitos do artigo 89.º -A da lei geral tributária, devendo ser -lhe juntos, fazendo dela parte integrante os anexos e outros documentos que para o efeito sejam mencionados no referido modelo.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — Sempre que, no mesmo ano, o sujeito passivo

tenha, em Portugal, dois estatutos de residência, deve proceder à entrega de uma declaração de rendimentos relativa a cada um deles, sem prejuízo da possibilidade de dispensa, nos termos gerais.

Artigo 58.º[...]

1 — (Anterior corpo do artigo):a) [Anterior alínea a) do corpo do artigo];b) Rendimentos de trabalho dependente ou pensões,

desde que o montante total desses rendimentos seja igual ou inferior a € 8 500 e não tenham sido sujeitos a retenção na fonte, sem prejuízo do disposto na alínea d) do n.º 3.

2 — Ficam igualmente dispensados de apresentar a declaração a que se refere o artigo anterior os sujeitos passivos que, no ano a que o imposto respeita:

a) Aufiram subsídios ou subvenções no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) de montante anual in-ferior a quatro vezes o valor do IAS, desde que simulta-neamente apenas aufiram outros rendimentos tributados pelas taxas previstas no artigo 71.º e, bem assim, rendi-mentos do trabalho dependente ou pensões cujo montante não exceda, isolada ou cumulativamente, € 4 104; ou

b) Realizem atos isolados cujo montante anual seja inferior a quatro vezes o valor do IAS, desde que não aufiram outros rendimentos ou apenas aufiram rendi-mentos tributados pelas taxas previstas no artigo 71.º

3 — As situações de dispensa de declaração previs-tas nos números anteriores não abrangem os sujeitos passivos que:

a) Optem pela tributação conjunta;b) Aufiram rendas temporárias e vitalícias que não

se destinam ao pagamento de pensões enquadráveis nas alíneas a), b) ou c) do n.º 1 do artigo 11.º;

c) Aufiram rendimentos em espécie;d) Aufiram rendimentos de pensões de alimentos a

que se refere o n.º 5 do artigo 72.º de valor superior a € 4 104.

4 — A dispensa de apresentação de declaração não impede os sujeitos passivos de, querendo, apresentarem declaração de rendimentos nos termos gerais.

5 — Nos casos em que os sujeitos passivos optem pela não entrega da declaração por reunirem as condi-ções enumeradas nos números anteriores, a Autoridade Tributária e Aduaneira certifica, a pedido do sujeito passivo, sem qualquer encargo para este, o montante e a natureza dos rendimentos que lhe foram comunicados em cada ano, bem como o valor do imposto suportado relativamente aos mesmos.

Artigo 59.ºTributação de casados e de unidos de facto

1 — Na tributação separada cada um dos cônjuges ou dos unidos de facto, caso não esteja de tal dispen-sado, apresenta uma declaração da qual constam os rendimentos de que é titular e 50 % dos rendimentos dos dependentes que integram o agregado.

2 — Na tributação conjunta:

a) Os cônjuges ou os unidos de facto apresentam uma declaração da qual consta a totalidade dos rendimentos obtidos por todos os membros que integram o agregado familiar;

b) Ambos os cônjuges ou unidos de facto devem exercer a opção na declaração de rendimentos;

c) A opção só é considerada se exercida dentro dos prazos previstos no artigo seguinte, sendo válida apenas para o ano em questão;

d) Tendo a opção sido exercida dentro de prazo, nos termos da alínea anterior, a mesma pode ser mantida ainda que seja apresentada declaração de substituição fora de prazo.

Artigo 60.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) De 15 de março a 15 de abril, quando os sujeitos passivos apenas hajam recebido ou tenham sido coloca-dos à sua disposição rendimentos das categorias A e H;

b) De 16 de abril a 16 de maio, nos restantes casos.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Nas situações em que o sujeito passivo aufira

rendimentos de fonte estrangeira relativamente aos quais tenha direito a crédito de imposto por dupla tributação internacional, cujo montante não esteja determinado no Estado da fonte até ao termo do prazo previsto no n.º 1, o prazo nele previsto é prorrogado até ao dia 31 de dezembro desse ano.

4 — Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve comunicar à Autoridade Tributá-ria e Aduaneira que cumpre as condições aí previstas, devendo indicar a natureza dos rendimentos e o res-petivo Estado da fonte, dentro dos prazos previstos no n.º 1.

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Artigo 62.º[...]

Se a determinação do titular ou do valor de quaisquer rendimentos depender de decisão judicial, o engloba-mento só se faz depois de transitada em julgado a de-cisão, e opera -se na declaração de rendimentos do ano em que transite, nos termos do artigo 74.º

Artigo 63.ºAgregado familiar

1 — Se, durante o ano a que o imposto respeite, ti-ver falecido um dos cônjuges, o cônjuge sobrevivo, não separado de facto, deve proceder ao cumprimento das obrigações declarativas de cada um deles, podendo optar pela tributação conjunta, salvo se voltar a casar no mesmo ano, caso em que apenas pode optar pela tributação conjunta com o novo cônjuge.

2 — Se durante o ano a que o imposto respeite se constituir o agregado familiar ou se dissolver por de-claração de nulidade ou anulação do casamento, por divórcio ou por separação judicial de pessoas e bens, a tributação dos sujeitos passivos é feita de harmonia com o seu estado civil em 31 de dezembro, nos termos seguintes:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) Se forem casados, não separados judicialmente

de pessoas e bens, e optarem pela tributação conjunta, devem ser englobados todos os rendimentos próprios de cada um dos cônjuges e os rendimentos comuns, havendo -os, bem como os rendimentos dos seus de-pendentes.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 68.º -A[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Tratando -se de sujeitos passivos casados e não

separados judicialmente de pessoas e bens ou unidos de facto, as taxas fixadas nos números anteriores são:

a) Nos casos em que haja opção pela tributação conjunta, as correspondentes ao rendimento coletável dividido pela soma de dois com o produto de 0,3 pelo número de dependentes que integram o agregado fami-liar e de ascendentes;

b) Nos casos em que não seja exercida a opção re-ferida na alínea anterior, as correspondentes ao rendi-mento coletável dividido pela soma de 1 com o produto de 0,15 pelo número de dependentes que integram o agregado familiar e de ascendentes.

4 — Tratando -se de sujeitos passivos não menciona-dos no número anterior, as taxas aplicáveis são as corres-pondentes ao rendimento coletável dividido pela soma de 1 com o produto de 0,3 pelo número de dependentes que integram o agregado familiar e de ascendentes.

5 — O resultado da aplicação das taxas ao rendimento apurado nos termos dos n.os 3 e 4 é multiplicado pelos divisores neles fixados para se obter a coleta do IRS.

6 — Para efeitos de cálculo dos divisores previstos nos n.os 3 a 5:

a) Considera -se ascendente aquele que viva efetiva-mente em comunhão de habitação com o sujeito pas-sivo, desde que aquele não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral;

b) Não relevam os dependentes em relação aos quais os sujeitos passivos aproveitem da dedução prevista no artigo 83.º -A.

Artigo 69.ºQuociente familiar

1 — Tratando -se de sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens ou unidos de facto, as taxas fixadas no artigo 68.º aplicáveis são:

a) Nos casos em que haja opção pela tributação conjunta, as correspondentes ao rendimento coletável dividido pela soma de dois com o produto de 0,3 pelo número de dependentes que integram o agregado fami-liar e de ascendentes;

b) Nos casos em que não seja exercida a opção refe-rida na alínea anterior, as correspondentes ao rendimento coletável dividido pela soma de um com o produto de 0,15 pelo número de dependentes que integram o agre-gado familiar e de ascendentes.

2 — Tratando -se de sujeitos passivos não menciona-dos no número anterior, as taxas fixadas no artigo 68.º aplicáveis são as correspondentes ao rendimento cole-tável dividido pela soma de um com o produto de 0,3 pelo número de dependentes que integram o agregado familiar e de ascendentes.

3 — O resultado da aplicação das taxas fixadas no artigo 68.º nos termos dos números anteriores é mul-tiplicado pelos divisores neles fixados para se obter a coleta do IRS.

4 — Para efeitos de cálculo dos divisores previstos nos números anteriores:

a) Considera -se ascendente aquele que viva efetiva-mente em comunhão de habitação com o sujeito pas-sivo, desde que aquele não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral;

b) Não relevam os dependentes em relação aos quais os sujeitos passivos aproveitem da dedução prevista no artigo 83.º -A.

5 — Da aplicação da parcela do divisor correspon-dente ao dependente ou ascendente, previsto no artigo anterior e no presente artigo, não pode resultar uma redução da coleta superior a:

a) Quando haja tributação separada:i) € 300 nos agregados com um dependente ou as-

cendente;ii) € 625 nos agregados com dois dependentes ou

ascendentes; eiii) € 1 000 nos agregados com três ou mais depen-

dentes ou ascendentes.

b) Nas famílias monoparentais:i) € 350 nos agregados com um dependente ou as-

cendente;

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ii) € 750 nos agregados com dois dependentes ou ascendentes; e

iii) € 1 200 nos agregados com três ou mais depen-dentes ou ascendentes.

c) Quando haja opção pela tributação conjunta:i) € 600 nos agregados com um dependente ou as-

cendente;ii) € 1 250 nos agregados com dois dependentes ou

ascendentes; eiii) € 2 000 nos agregados com três ou mais depen-

dentes ou ascendentes.

Artigo 70.º[...]

1 — Da aplicação das taxas estabelecidas no ar-tigo 68.º não pode resultar, para os titulares de ren-dimentos predominantemente originados em trabalho dependente ou em pensões, a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior a € 8 500.

2 — Não são aplicadas as taxas estabelecidas no artigo 68.º:

a) Ao rendimento coletável do agregado familiar com três ou quatro dependentes cujo montante seja igual ou inferior a € 11 320;

b) Ao rendimento coletável do agregado familiar com cinco ou mais dependentes cujo montante seja igual ou inferior a € 15 560.

3 — Nos casados e unidos de facto, caso não optem pela tributação conjunta, os valores referidos no nú-mero anterior são reduzidos para metade, por sujeito passivo.

Artigo 71.º[...]

1 — Estão sujeitos a retenção na fonte a título defi-nitivo, à taxa liberatória de 28 %:

a) Os rendimentos de capitais obtidos em território português, por residentes ou não residentes, pagos por ou através de entidades que aqui tenham sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar--se o pagamento e que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada;

b) Os rendimentos de valores mobiliários pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares, resi-dentes em território português, devidos por entidades que não tenham aqui domicílio a que possa imputar -se o pagamento, por intermédio de entidades que estejam mandatadas por devedores ou titulares ou ajam por conta de uns ou outros.

c) (Revogada;)d) (Revogada).

2 — (Revogado.)3 — Excetuam -se do disposto na alínea b) do n.º 1

os rendimentos pagos ou colocados à disposição de fundos de investimento constituídos de acordo com a legislação nacional, caso em que não há lugar a retenção na fonte.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

6 — Os rendimentos a que se refere o n.º 1 podem ser englobados para efeitos da sua tributação, por opção dos respetivos titulares, residentes em território nacio-nal, desde que obtidos fora do âmbito do exercício de atividades empresariais e profissionais.

7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 — Estão sujeitos a retenção na fonte a título de-

finitivo, à taxa liberatória de 35 %:a) Todos os rendimentos referidos nos números an-

teriores sempre que sejam pagos ou colocados à dis-posição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados, exceto quando seja identificado o beneficiário efetivo, termos em que se aplicam as regras gerais;

b) Os rendimentos mencionados na alínea a) do n.º 1, obtidos por entidades não residentes sem estabe-lecimento estável em território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças;

c) Os rendimentos mencionados na alínea b) do n.º 1, pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares, residentes em território português, devidos por entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português e que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, por intermédio de entidades que estejam mandatadas por devedores ou titulares ou ajam por conta de uns ou outros.

13 — (Revogado.)14 — (Revogado.)

Artigo 72.º[...]

1 — São tributados à taxa autónoma de 28 %:a) As mais -valias previstas nas alíneas a) e d) do n.º 1

do artigo 10.º auferidas por não residentes em território português que não sejam imputáveis a estabelecimento estável nele situado;

b) Outros rendimentos auferidos por não residentes em território português que não sejam imputáveis a estabelecimento estável nele situado e que não sejam sujeitos a retenção na fonte às taxas liberatórias;

c) O saldo positivo entre as mais -valias e menos--valias, resultante das operações previstas nas alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º;

d) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º, quando não sujeitos a retenção na fonte, nos termos do artigo anterior;

e) Os rendimentos prediais.

2 — São tributados autonomamente à taxa de 25 %:a) Os rendimentos auferidos por não residentes em

território português que sejam imputáveis a estabeleci-mento estável aí situado; e

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b) Não obstante o disposto no número anterior, os rendimentos previstos nas alíneas a) e c) do n.º 4 do artigo anterior, obtidos em território português por não residentes, quando não sujeitos a retenção na fonte.

3 — As gratificações auferidas pela prestação ou em razão da prestação de trabalho, quando não atribuídas pela entidade patronal nem por entidade que com esta mante-nha relações de grupo, domínio ou simples participação, independentemente da respetiva localização geográfica, são tributadas autonomamente à taxa de 10 %.

4 — (Revogado.)5 — As pensões de alimentos, quando enquadráveis

no artigo 83.º -A, são tributadas autonomamente à taxa de 20 %.

6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — (Revogado.)8 — Os rendimentos previstos nas alíneas c) a e)

do n.º 1, no n.º 5 e no n.º 6 podem ser englobados por opção dos respetivos titulares residentes em território português.

9 — Os residentes noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informa-ções em matéria fiscal, podem optar, relativamente aos rendimentos referidos nas alíneas a) e b) do n.º 1 e no n.º 2, pela tributação desses rendimentos à taxa que, de acordo com a tabela prevista no n.º 1 do artigo 68.º, seria aplicável no caso de serem auferidos por residentes em território português.

10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 — São tributados autonomamente à taxa de 35 %:a) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos

no artigo 5.º e mencionados nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior, devidos por entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, quando não sujeitos a retenção na fonte nos termos da alínea b) do n.º 12 do artigo anterior;

b) O saldo positivo entre as mais -valias e menos--valias, resultante das operações previstas nos n.os 4) e 5) da alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, quando respeitem a valores mobiliários cujo emitente seja entidade não residente sem estabelecimento estável em território por-tuguês, que seja domiciliada em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças;

c) Os ganhos previstos no n.º 3) da alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º relativos a estruturas fiduciárias domici-liadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista apro-vada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Artigo 74.º[...]

1 — Se forem englobados rendimentos que compro-vadamente tenham sido produzidos em anos anteriores

àquele em que foram pagos ou colocados à disposição do sujeito passivo e este fizer a correspondente impu-tação na declaração de rendimentos, o respetivo valor é dividido pela soma do número de anos ou fração a que respeitem, incluindo o ano do recebimento, aplicando -se à globalidade dos rendimentos a taxa correspondente à soma daquele quociente com os rendimentos produzidos no próprio ano.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 76.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — Na situação referida na alínea b) do número an-

terior, o rendimento líquido da categoria B determina -se em conformidade com as regras do regime simplificado de tributação, com aplicação do coeficiente mais elevado previsto no n.º 1 do artigo 31.º

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 78.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) Aos dependentes do agregado familiar e aos as-cendentes que vivam em comunhão de habitação com o sujeito passivo;

b) Às despesas gerais familiares;c) Às despesas de saúde e com seguros de saúde;d) [Anterior alínea c).]e) [Anterior alínea f).]f) [Anterior alínea d).]g) À exigência de fatura;h) [Anterior alínea e).]i) [Anterior alínea h).]j) [Anterior alínea i).]k) [Anterior alínea j)].

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — (Revogado.)5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) Nos casos de deduções que não sejam de montante

fixo, as mesmas só podem ser realizadas se constarem de documentos comunicados pelos emitentes à Autoridade Tributária e Aduaneira, com identificação do sujeito passivo ou do membro do agregado a que se reportam através do número de identificação fiscal correspon-dente, que sejam:

i) Fatura, fatura -recibo ou recibo, emitidos nos termos do Código do IVA ou da alínea a) do n.º 1 do artigo 115.º; ou

ii) Outro documento, quando o fornecedor dos bens ou prestador dos serviços esteja dispensado daquelas obrigações.

7 — A soma das deduções à coleta previstas nas alíneas c) a h) e k) do n.º 1 não pode exceder, por

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agregado familiar, os limites constantes das seguintes alíneas:

a) Para contribuintes que, depois de aplicado os di-visores previstos no artigo 69.º, tenham um rendimento coletável inferior a.000, sem limite;

b) Para contribuintes que, depois de aplicado os di-visores previstos no artigo 69.º, tenham um rendimento coletável superior a € 7.000 e inferior a € 80.000, o limite resultante da aplicação da seguinte fórmula:

c) Para contribuintes que, depois de aplicado os di-

visores previstos no artigo 69.º, tenham um rendimento coletável superior a € 80.000, o montante de € 1.000.

8 — Nos agregados com três ou mais dependentes a seu cargo, os limites previstos no número anterior são majorados em 5 % por cada dependente ou afilhado civil que não seja sujeito passivo do IRS.

9 — Sempre que o mesmo dependente ou ascendente conste de mais do que uma declaração de rendimentos, o valor das deduções à coleta previstas no presente Código por referência a dependentes ou ascendentes é reduzido para metade, por sujeito passivo.

10 — A dedução à coleta prevista no artigo 83.º -A impede a consideração das demais deduções referentes ao dependente por referência ao qual o sujeito passivo efetua pagamentos de pensões de alimentos.

11 — No caso de sujeitos passivos casados ou unidos de facto, sempre que o valor das deduções à coleta pre-vistas no presente Código é determinado por referência ao agregado familiar, não havendo opção pela tributação conjunta, esses valores são reduzidos para metade, por sujeito passivo.

Artigo 81.º[...]

1 — Os titulares de rendimentos das diferentes ca-tegorias obtidos no estrangeiro, incluindo os previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 do artigo 72.º, têm direito a um crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional, dedutível até ao limite das taxas espe-ciais aplicáveis e, nos casos de englobamento, até à concorrência da parte da coleta proporcional a esses rendimentos líquidos, considerados nos termos do n.º 6 do artigo 22.º, que corresponde à menor das seguintes importâncias:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Sempre que não seja possível efetuar a dedução

a que se refere o n.º 1, por insuficiência de coleta no período de tributação em que os rendimentos obtidos no estrangeiro foram incluídos no rendimento coletável, o remanescente pode ser deduzido à coleta dos cinco períodos de tributação seguintes, com o limite previsto na alínea b) do n.º 1 que corresponder aos rendimentos obtidos no estrangeiro incluídos no rendimento coletável e depois da dedução do próprio ano.

4 — (Anterior n.º 3.)5 — (Anterior n.º 4.)

6 — (Anterior n.º 5.)7 — Os rendimentos isentos nos termos dos n.os 4, 5

e 6 são obrigatoriamente englobados para efeitos de de-terminação da taxa a aplicar aos restantes rendimentos, com exceção dos previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e no n.º 6 do artigo 72.º

8 — Os titulares dos rendimentos isentos nos termos dos n.os 4, 5 e 6 podem optar pela aplicação do método do crédito de imposto referido no n.º 1, sendo neste caso os rendimentos obrigatoriamente englobados para efeitos da sua tributação, com exceção dos previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e nos n.os 3 e 6 do artigo 72.º

9 — Os rendimentos obtidos no estrangeiro relativa-mente aos quais, por força de convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, seja aplicado o método da isenção com progressividade, são obriga-toriamente englobados para efeitos de determinação da taxa aplicável aos restantes rendimentos.

Artigo 83.º -A[...]

1 — À coleta devida pelos sujeitos passivos são deduzidas 20 % das importâncias comprovadamente suportadas e não reembolsadas respeitantes a encargos com pensões de alimentos a que o sujeito esteja obri-gado por sentença judicial ou por acordo homologado nos termos da lei civil, salvo nos casos em que o seu beneficiário faça parte do mesmo agregado familiar para efeitos fiscais ou relativamente ao qual estejam previstas outras deduções à coleta ao abrigo do artigo 78.º

2 — A dedução de encargos com pensões de ali-mentos atribuídas a favor de filhos, adotados, enteados e afilhados civis, maiores, bem como àqueles que até à maioridade estiveram sujeitos à tutela, depende da verificação dos requisitos estabelecidos na alínea b) do n.º 5 do artigo 13.º

Artigo 84.º[...]

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 25 % do valor suportado a título de encargos com lares, nos termos do presente artigo, com o limite global de € 403,75:

a) Que conste de faturas que titulem prestações de serviços e aquisições de bens, isentos de IVA ou tributa-dos à taxa reduzida, comunicadas à Autoridade Tributá-ria e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, enquadradas, de acordo com a Clas-sificação Portuguesa das Atividades Económicas, Re-visão 3, (CAE — Rev. 3), aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, nos seguintes setores de atividade:

i) Secção Q, Classe 873 — Atividades de apoio social para pessoas idosas e com deficiência, com alojamento;

ii) Secção Q, Classe 8810 — Atividades de apoio social para pessoas idosas e com deficiência, sem alo-jamento;

b) Que tenham sido objeto de comunicação nos ter-mos do n.º 3.

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2 — A dedução a que se refere o número anterior abrange encargos com apoio domiciliário, lares e ins-tituições de apoio à terceira idade relativos aos sujeitos passivos, bem como dos encargos com lares e resi-dências autónomas para pessoas com deficiência, seus dependentes, ascendentes e colaterais até ao 3.º grau que não possuam rendimentos superiores à retribuição mínima mensal.

3 — Os estabelecimentos públicos comunicam à Autoridade Tributária e Aduaneira o valor dos encar-gos considerados dedutíveis nos termos deste artigo, mediante a entrega de declaração de modelo oficial, a aprovar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, até ao final do mês de janeiro do ano seguinte àquele em que ocorreu o respetivo pagamento.

4 — O disposto no número anterior é igualmente aplicável, com as necessárias adaptações, às prestações de serviços e transmissões de bens efetuadas pelas enti-dades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º, exceto quando emitam e comuniquem faturas.

5 — Os n.os 2 a 8 do artigo 78.º -B são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

Artigo 95.º[...]

Não há lugar a cobrança ou reembolso quando, em virtude de liquidação, ainda que adicional, reforma ou revogação de liquidação, a importância a cobrar seja inferior a € 25 ou a importância a restituir seja inferior a € 10.

Artigo 98.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — Sempre que se verifiquem incorreções, para

mais ou para menos, nos montantes retidos, ainda que a título liberatório, devidas a erros imputáveis à entidade sobre a qual recai a obrigação de retenção, pode a sua retificação ser feita na primeira retenção a que deva proceder -se após a deteção do erro, ou nas seguintes se o montante em excesso ou em falta não se puder retificar numa só retenção, sem, porém, ultrapassar o último período de retenção anual.

5 — (Revogado.)6 — Os titulares dos rendimentos das categorias A,

B e H podem optar pela retenção do IRS mediante taxa inteira superior à que lhes é legalmente aplicável em declaração para o efeito a apresentar à entidade pagadora dos rendimentos.

7 — Exceto no caso das retenções sobre rendimen-tos das categorias A e H, nas situações mencionadas no n.º 4, a entidade sobre a qual recai a obrigação de retenção deve ter prova da restituição do montante do imposto que foi indevidamente retido, sendo responsá-vel pelo imposto que por efeito da retificação deixou indevidamente de ser deduzido e entregue ao Estado.

Artigo 99.º[...]

1 — São obrigadas a reter o imposto no momento do seu pagamento ou colocação à disposição dos respetivos titulares as entidades devedoras:

a) De rendimentos de trabalho dependente, com ex-ceção dos rendimentos em espécie e dos previstos na alínea g) do n.º 3 do artigo 2.º; e

b) De pensões, com exceção das de alimentos.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — No apuramento do IRS a reter sobre remunera-

ções fixas ou fixas e variáveis do trabalho dependente, pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares, ter -se -á em conta:

a) A situação familiar dos sujeitos passivos;b) A dedução específica aos rendimentos da catego-

ria A, prevista no artigo 25.º;c) As deduções à coleta previstas no artigo 78.º

7 — No apuramento do IRS a reter sobre pensões ter -se -á em conta:

a) A situação familiar dos sujeitos passivos;b) A dedução específica aos rendimentos da catego-

ria H, prevista no artigo 53.º;c) As deduções à coleta previstas no artigo 78.º

8 — No caso de remunerações mensalmente pagas ou postas à disposição de residentes não habituais em território português, tratando -se de rendimentos de cate-goria A auferidos em atividades de elevado valor acres-centado, com carácter científico, artístico ou técnico, definidas em portaria do membro do Governo respon-sável pela área das finanças, aplica -se a taxa de 20 %.

Artigo 101.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) Às entidades devedoras dos rendimentos referidos nos n.os 1 e 4 e na alínea c) do n.º 12 do artigo 71.º;

b) Às entidades que paguem ou coloquem à disposi-ção os rendimentos referidos na alínea b) do n.º 1 e nas alíneas a) e b) do n.º 12 do artigo 71.º

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — A taxa é aplicada ao rendimento ilíquido sujeito

a retenção, antes da liquidação do IVA a que, sendo caso disso, deva proceder -se.

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — A retenção que incide sobre os rendimentos das

categorias B e F referidos no n.º 1 é efetuada no mo-mento do respetivo pagamento ou colocação à disposi-ção e a que incide sobre os rendimentos da categoria E em conformidade com o disposto no artigo 7.º

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(355)

9 — Estão sujeitos a retenção, nos termos do n.º 1, os rendimentos de capitais e prediais auferidos no âmbito do exercício de atividades empresariais e profissionais, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

10 — Quando os rendimentos referidos no número anterior se encontrem sujeitos a retenção nos termos do disposto no artigo 71.º, o seu englobamento é sem-pre obrigatório, o imposto retido tem a natureza de pagamento por conta e as entidades devedoras estão obrigadas, quanto aos mesmos, a dar cumprimento ao disposto nos artigos 119.º e 120.º

11 — Nos casos previstos no artigo 20.º, o rendi-mento não é objeto de retenção na fonte.

12 — As sociedades gestoras de património resi-dentes em território português com conta aberta nos termos do n.º 1 do artigo 5.º do Decreto -Lei n.º 163/94, de 4 de junho, alterado pelos Decretos -Leis n.os 17/97, de 21 de janeiro, e 99/98, de 21 de abril, junto de en-tidades registadoras ou depositárias, estão obrigadas ao cumprimento das obrigações previstas no presente Código para as entidades registadoras ou depositárias, designadamente as de retenção na fonte, de pagamento e declarativas.

13 — Sempre que os rendimentos decorrentes do arrendamento se enquadrem na categoria B, o locador deve comunicar esse facto ao locatário.

Artigo 102.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — Os titulares de rendimentos das categorias A

e H, cujas entidades devedoras dos rendimentos não se encontrem abrangidas pela obrigação de retenção na fonte prevista no artigo 99.º, podem, querendo, efetuar pagamentos por conta do imposto devido a final, desde que o montante de cada entrega seja igual ou superior a € 50.

Artigo 103.º[...]

1 — Em caso de substituição tributária, é aplicável o artigo 28.º da lei geral tributária, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.

2 — (Revogado.)3 — (Revogado.)4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 112.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — Estão dispensados de apresentação da decla-

ração de início de atividade os sujeitos passivos que apenas aufiram, na categoria B, subsídios ou subvenções no âmbito da PAC de montante anual inferior a quatro vezes o valor do IAS.

Artigo 115.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) A passar fatura, recibo ou fatura -recibo, em mo-delo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas transmissões de bens ou prestações de serviços referidas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — Os titulares dos rendimentos da categoria F são

obrigados:

a) A passar recibo de quitação, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus inquili-nos, pelo pagamento das rendas referidas nas alíneas a) a e) do n.º 2 do artigo 8.º, ainda que a título de caução, adiantamento ou reembolso de despesas; ou

b) A entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira uma declaração de modelo oficial que descrimine os rendimentos mencionados na alínea anterior até ao fim do mês de janeiro de cada ano, por referência ao ano anterior.

Artigo 116.ºRegistos

1 — Os titulares dos rendimentos da categoria B, quando não possuam contabilidade organizada, são obrigados a:

a) Efetuar os registos a que se referem as alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo 50.º do Código do IVA; e

b) Registar em separado as importâncias respeitantes a reembolsos de despesas efetuadas em nome e por conta do cliente, as quais, quando devidamente documentadas, não influenciam a determinação do rendimento.

2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, os sujeitos passivos que exerçam atividades agrícolas, silvícolas ou pecuárias devem ainda:

a) Registar o movimento de produtos, gado e ma-teriais; e

b) Registar imobilizações.

3 — Os registos referidos no número anterior podem ser substituídos pelos livros e demais elementos de escrita exigidos pelo sistema adotado na Rede de Infor-mação de Contabilidades Agrícolas ou pelas listagens do Sistema Gestagro, independentemente de os sujeitos passivos estarem integrados na referida rede.

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6546-(356) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

4 — Os registos referidos na alínea a) do n.º 1 obe-decem às seguintes regras:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) As importâncias recebidas a título de provisão ou

a qualquer outro título destinadas a custear despesas da responsabilidade dos clientes devem ser registadas em conta corrente;

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — Os titulares de rendimentos da categoria B que,

não sendo obrigados a dispor de contabilidade organi-zada, possuam, no entanto, um sistema de contabilidade que satisfaça os requisitos adequados ao correto apura-mento e fiscalização do imposto podem não efetuar os registos referidos no presente artigo.

Artigo 118.ºCentralização, arquivo e escrituração

1 — Os sujeitos passivos são obrigados a centralizar a contabilidade ou a escrituração referidas nos artigos anteriores no seu domicílio fiscal ou em estabelecimento estável ou instalação situados em território português, devendo neste último caso indicar, na declaração de início ou na declaração de alterações, a sua localização.

2 — Os sujeitos passivos são obrigados a conservar em boa ordem os livros, registos contabilísticos e res-petivos documentos de suporte durante 12 anos.

Artigo 119.º[...]

1 — As entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efetuar a retenção, total ou parcial, do imposto, bem como as entidades devedoras dos rendi-mentos previstos nos n.os 4), 5), 7), 9) e 10) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º e dos rendimentos não sujeitos, total ou parcialmente, previstos nos artigos 2.º e 2.º -A e nos n.os 2, 4 e 5 do artigo 12.º, e ainda as entidades através das quais sejam processados os rendimentos sujeitos ao regime especial de tributação previsto no n.º 3 do artigo 72.º, são obrigadas a:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;ii) Até ao final do mês de janeiro de cada ano, rela-

tivamente aos restantes rendimentos do ano anterior;

d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Tratando -se de rendimentos de quaisquer títulos

nominativos ou ao portador e de juros de depósitos à ordem ou a prazo, cujos titulares sejam residentes em território português, o documento referido na alínea b) do n.º 1 apenas é emitido a solicitação expressa dos sujeitos passivos que pretendam optar pelo engloba-mento.

4 — (Revogado.)5 — (Revogado.)6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

8 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) Entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até

ao final do mês de fevereiro de cada ano, uma decla-ração, de modelo oficial, referente àqueles rendimen-tos e respetivas retenções de imposto, relativas ao ano anterior;

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

13 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 123.ºNotários, conservadores, secretários judiciais, secretários

técnicos de justiça e entidades e profissionaiscom competência para autenticar documentos particulares

Os notários, conservadores, secretários judiciais, se-cretários técnicos de justiça e entidades e profissionais com competência para autenticar documentos particu-lares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial ou que intervenham nas operações previstas nas alíneas b), e), f) e g) do n.º 1 do artigo 10.º são obrigados a enviar à Autoridade Tributária e Aduaneira, por via eletrónica, até ao dia 15 de cada mês, relação dos atos por si praticados e das decisões transitadas em julgado no mês anterior dos processos a seu cargo que sejam suscetíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS, através de declaração de modelo oficial, aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Artigo 126.º[...]

1 — As entidades emitentes de vales de refeição devem emitir fatura ou fatura -recibo nos termos do Código do IVA de todas as importâncias recebidas das entidades adquirentes no âmbito da prestação de ser-viços, ou pelo valor facial dos títulos vale de refeição emitidos, e possuir registo atualizado do qual conste, pelo menos, a identificação das entidades adquirentes bem como dos respetivos documentos de alienação e do correspondente valor facial.

2 — As entidades emitentes de vales de refeição são obrigadas a enviar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao final do mês de maio de cada ano, a identificação fiscal das entidades adquirentes de vales de refeição, bem como o respetivo montante, em declaração de mo-delo oficial.

3 — O disposto no número anterior não dispensa as entidades adquirentes dos vales de refeição de cumprir o disposto no artigo 119.º, relativamente às importâncias que excedam o valor excluído da tributação nos termos do n.º 2) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º

4 — As entidades adquirentes de vales de refeição devem possuir registo atualizado, do qual conste, pelo menos, a identificação das entidades emitentes, bem como dos respetivos documentos de aquisição, faturas ou faturas -recibo, e ainda registo individualizado dos beneficiários e dos respetivos montantes atribuídos.

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(357)

Artigo 127.º[...]

1 — As instituições de crédito, as cooperativas de ha-bitação, as empresas de locação financeira, as empresas de seguros e as empresas gestoras dos fundos e de outros regimes complementares referidos nos artigos 16.º, 17.º e 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, incluindo as associações mutualistas e as instituições sem fins lucra-tivos que tenham por objeto a prestação de cuidados de saúde, e as demais entidades que possam comparticipar em despesas de saúde, comunicam à Autoridade Tributá-ria e Aduaneira, até ao final do mês de fevereiro de cada ano, em declaração de modelo oficial, relativamente ao ano anterior e a cada sujeito passivo:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) Os prémios pagos respeitantes a contratos de se-

guro que cubram exclusivamente riscos de saúde, que possam ser deduzidos à coleta nos termos deste Código e, bem assim, as contribuições efetuadas às associações mutualistas, às instituições sem fins lucrativos que te-nham por objeto a prestação de cuidados de saúde;

c) O montante das despesas de saúde dedutíveis à coleta nos termos do artigo 78.º -C na parte da despesa não comparticipada e na parte comparticipada;

d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — (Revogado.)3 — As entidades que recebam ou paguem importân-

cias suscetíveis de dedução à coleta devem entregar, a solicitação dos sujeitos passivos, documento compro-vativo das mesmas.

Artigo 128.º[...]

1 — As pessoas sujeitas a IRS devem apresentar, no prazo de 15 dias, os documentos comprovativos dos ren-dimentos auferidos, das deduções e de outros factos ou situações mencionadas na respetiva declaração, quando a Autoridade Tributária e Aduaneira os exija.

2 — O prazo previsto no número anterior é alargado para 25 dias quando o sujeito passivo invoque dificul-dade na obtenção da documentação exigida.

3 — A obrigação estabelecida no n.º 1 mantém -se durante os quatro anos seguintes àquele a que respeitem os documentos.

4 — (Anterior n.º 3.)

Artigo 140.ºMeios de garantia

1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguin-tes, os sujeitos passivos e outros legítimos interessados podem socorrer -se dos meios de garantia legalmente previstos, nomeadamente na lei geral tributária e no Código de Procedimento e de Processo Tributário.

2 — Em caso de erro na declaração de rendimentos, a impugnação é obrigatoriamente precedida de reclama-ção graciosa a apresentar no prazo de dois anos a contar do termo do prazo legal para a entrega da declaração.

3 — Nos casos de retenção de importâncias total ou parcialmente indevidas, sempre que se verifique a impossibilidade de ser efetuada a correção a que se

refere o n.º 4 do artigo 98.º ou de o respetivo montante ser levado em conta na liquidação final do imposto, os prazos de reclamação e de impugnação pelo substituído contam -se a partir do dia 20 de janeiro do ano seguinte àquele a que a retenção disser respeito.

4 — (Revogado.)5 — (Revogado.)

Artigo 148.º[...]

1 — (Revogado.)2 — (Revogado.)3 — Ocorrendo extravio, a Autoridade Tributária e

Aduaneira pode exigir segunda via, que, para todos os efeitos, tem a data em que, comprovadamente, haja sido entregue ou expedida a declaração.»

Artigo 3.ºAditamento ao Código do Imposto sobre o Rendimento

das Pessoas Singulares

São aditados os artigos 2.º -A, 10.º -A, 32.º -A, 39.º -A, 56.º -A, 78.º -A a 78.º -F, 99.º -B a 99.º -F, 101.º -A a 101.º -D, 102.º -A a 102.º -C e 130.º -A ao Código do IRS, com a seguinte redação:

«Artigo 2.º -ADelimitação negativa dos rendimentos da categoria A

1 — Não se consideram rendimentos do trabalho dependente:

a) As prestações efetuadas pelas entidades patronais para regimes obrigatórios de segurança social, ainda que de natureza privada, que visem assegurar exclusi-vamente benefícios em caso de reforma, invalidez ou sobrevivência;

b) Os benefícios imputáveis à utilização e fruição de realizações de utilidade social e de lazer mantidas pela entidade patronal, desde que observados os critérios estabelecidos no artigo 43.º do Código do IRC, e os benefícios previstos no Decreto -Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro, exceto na parte em que o respetivo montante exceda € 1 100 por dependente nos casos dos ‘vales educação’ previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 1.º do referido decreto -lei;

c) As prestações relacionadas exclusivamente com ações de formação profissional dos trabalhadores, quer estas sejam ministradas pela entidade patronal, quer por organismos de direito público ou entidade reconhecida como tendo competência nos domínios da formação e reabilitação profissionais pelos ministérios competentes;

d) As importâncias suportadas pelas entidades pa-tronais com a aquisição de passes sociais a favor dos seus trabalhadores, desde que a atribuição dos mesmos tenha carácter geral;

e) As importâncias suportadas pelas entidades patro-nais com seguros de saúde ou doença em benefício dos seus trabalhadores ou respetivos familiares desde que a atribuição dos mesmos tenha carácter geral;

f) As importâncias suportadas pelas entidades patro-nais com encargos, indemnizações ou compensações, pagos no ano da deslocação, em dinheiro ou em espécie, devidos pela mudança do local de trabalho, quando este passe a situar -se a uma distância superior a 100 km

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do local de trabalho anterior, na parte que não exceda 10 % da remuneração anual, com o limite de € 4 200 por ano.

2 — Não constituem rendimentos do trabalho de-pendente os auferidos após a extinção do contrato de trabalho, sempre que o titular seja colocado numa si-tuação equivalente à de reforma, segundo o regime de segurança social que lhe seja aplicável.

3 — Cada sujeito passivo apenas pode aproveitar da exclusão prevista na alínea f) do n.º 1 uma vez em cada período de três anos.

4 — Sempre que o mesmo dependente conste de mais do que uma declaração de rendimentos, o valor referido na alínea b) do n.º 1 é reduzido para metade, por sujeito passivo.

Artigo 10.º -APerda da qualidade de residente em território português

1 — Nos casos referidos nos n.os 8 e 9 do artigo an-terior, e, bem assim, no artigo 38.º, perdendo o sócio a qualidade de residente em território português, há lugar à consideração enquanto mais -valias, para efeitos da tributação respeitante ao ano em que se verificar aquela perda da qualidade de residente, do valor que, por virtude do disposto naqueles números e artigo, não foi tributado aquando da permuta de ações, da fusão ou da cisão ou de transmissão do património, o qual corresponde:

a) Nos casos previstos no n.º 8 e na alínea a) do n.º 9 do artigo anterior, à diferença entre o valor de mercado das partes de capital recebidas e o valor de aquisição das antigas, determinado de acordo com o estabelecido no presente Código;

b) Nos casos previstos na alínea b) do n.º 9 do artigo anterior, à diferença entre o valor real das partes de ca-pital e o respetivo valor de aquisição determinado nos termos estabelecidos na mesma alínea;

c) No caso previsto no artigo 38.º, à diferença entre o valor real das partes de capital e o valor previsto na alínea d) do n.º 1 daquele artigo.

2 — O disposto no número anterior não prejudica a requalificação do rendimento efetuada nos termos pre-vistos na primeira parte do n.º 3 do artigo 38.º nas situa-ções em que a transferência de residência ocorra antes de decorrido o período de cinco anos aí previsto.

3 — Nos casos em que a perda da qualidade de resi-dente em território português decorra da transferência da residência para outro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, que esteja vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia, o imposto, na parte correspondente ao saldo positivo das diferenças referidas no número anterior, é pago de acordo com as seguintes modalidades:

a) Imediatamente, pela totalidade do imposto apurado na declaração de rendimentos apresentada, nos termos e prazos estabelecidos nos artigos 57.º e 60.º;

b) No ano seguinte àquele em que se verifique em relação a cada uma das partes de capital consideradas para efeitos do apuramento do imposto, a sua extinção ou transmissão, por qualquer título, pela parte do im-

posto que corresponda ao resultado fiscal de cada uma das partes individualmente identificada;

c) Em frações anuais de igual montante, correspon-dentes a um quinto do montante do imposto apurado no ano em que ocorre a transferência da residência.

4 — O exercício da opção por uma das modalidades previstas nas alíneas b) e c) do número anterior deter-mina o vencimento de juros, à mesma taxa prevista para os juros de mora, contados desde o dia seguinte à data prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 97.º até à data do pagamento efetivo.

5 — A opção por uma das modalidades previstas nas alíneas b) e c) do n.º 3 deve ser exercida na declaração de rendimentos correspondente ao ano em que ocorreu a perda da qualidade de residente em território português e determina a entrega, no prazo fixado na alínea b) do n.º 1 do artigo 60.º, de declaração oficial, aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, que contenha a discriminação das partes de capital, podendo, em caso de fundado receio de frus-tração da cobrança do crédito tributário, ser subordinada à prestação de garantia bancária, que corresponda ao montante do imposto acrescido de 25 %.

6 — O sujeito passivo que tiver exercido a opção pela modalidade de pagamento do imposto prevista na alí-nea b) do n.º 3 deve enviar, anualmente, por transmissão eletrónica de dados, no prazo fixado na alínea b) do n.º 1 do artigo 60.º, a declaração de modelo oficial referida no número anterior e, sendo devido, efetuar o pagamento do imposto dentro do mesmo prazo, acrescido dos juros vencidos, calculados nos termos do n.º 4.

7 — Sem prejuízo da responsabilidade contraordena-cional que ao caso couber, a não entrega da declaração referida no número anterior determina a notificação para a sua apresentação e pagamento do imposto eventual-mente devido no prazo de 30 dias, sob pena de instau-ração de processo de execução fiscal pela totalidade do montante em dívida.

8 — O sujeito passivo que tiver exercido a opção pela modalidade de pagamento do imposto prevista na alínea c) do n.º 3 deve efetuar o pagamento do imposto devido até ao final do mês de agosto do ano da entrega da declaração de rendimentos e de cada um dos quatro anos seguintes.

9 — No caso referido no número anterior, a falta de pagamento de qualquer prestação implica o ime-diato vencimento das seguintes, instaurando -se pro-cesso de execução fiscal pela totalidade do montante em dívida.

10 — O sujeito passivo que, na sequência da opção por uma das modalidades de pagamento do imposto previstas nas alíneas b) ou c) do n.º 3, transfira a sua residência para um território ou país que não seja um Estado membro da União Europeia ou do Espaço Eco-nómico Europeu, neste último caso, desde que exista obrigação de troca de informações, deve efetuar, no prazo estabelecido na alínea a) do n.º 1 do artigo 97.º, o pagamento da totalidade ou da parte do imposto li-quidado ou das prestações que se encontrem em falta, consoante os casos, acrescido dos respetivos juros cal-culados nos termos do n.º 4.

11 — Os termos para o cumprimento das obrigações declarativas e para prestação da garantia são definidos

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por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Artigo 32.º -ARendimentos derivados de profissões de desgaste rápido

Para efeitos de determinação do rendimento da categoria B decorrente do exercício de profissões de desgaste rápido são dedutíveis as despesas referidas no artigo 27.º, nos termos e condições aí previstos, quando aquelas não tenham sido deduzidas a outro título.

Artigo 39.º -ADupla tributação económica

O disposto no artigo 40.º -A é aplicável, com as ne-cessárias adaptações, aos rendimentos da categoria B auferidos por sujeitos passivos enquadrados na conta-bilidade organizada.

Artigo 56.º -ASujeitos passivos com deficiência

1 — Os rendimentos brutos de cada uma das cate-gorias A, B e H auferidos por sujeitos passivos com deficiência são considerados, para efeitos de IRS, apenas por 90 %.

2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a parte do rendimento excluída de tributação não pode exceder, por categoria de rendimentos, € 2 500.

Artigo 78.º -ADeduções dos dependentes e ascendentes

1 — Sem prejuízo da aplicação da ponderação por dependente ou ascendente no âmbito do quociente fa-miliar previsto no artigo 69.º, à coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível:

a) Por cada dependente, o montante fixo de € 325;b) Por cada ascendente que viva efetivamente em

comunhão de habitação com o sujeito passivo, desde que aquele não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral, o montante fixo de € 300.

2 — Às deduções previstas no número anterior somam -se os seguintes montantes:

a) € 125 por cada dependente referido na alínea a) do número anterior que não ultrapasse três anos de idade até 31 de dezembro do ano a que respeita o imposto;

b) € 110 no caso de existir apenas um ascendente enquadrável nos termos previstos na alínea b) do nú-mero anterior.

Artigo 78.º -BDedução das despesas gerais familiares

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 35 % do valor suportado por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de € 250 para cada sujeito passivo, que conste de faturas que titulem prestações de serviços e aquisições de bens comunicadas à Autoridade Tributá-ria e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos

termos da Portaria n.º 426 -B/2012, de 28 de dezembro, enquadradas em qualquer setor de atividade, exceto os setores previstos nos artigos 78.º -C a 78.º -E.

2 — A dedução à coleta prevista no número anterior opera no ano em que as faturas foram emitidas.

3 — Os adquirentes que pretendam beneficiar da dedução à coleta devem exigir ao emitente a inclusão do seu número de identificação fiscal nas faturas.

4 — As pessoas singulares que sejam sujeitos pas-sivos de IVA apenas podem beneficiar das deduções à coleta relativamente às faturas que titulam aquisições efetuadas fora do âmbito da sua atividade empresarial ou profissional.

5 — O valor das deduções à coleta é apurado pela Autoridade Tributária e Aduaneira com base nas faturas que lhe forem comunicadas, por via eletrónica, até ao dia 15 de fevereiro do ano seguinte ao da sua emissão, relativamente a cada adquirente nelas identificado.

6 — A Autoridade Tributária e Aduaneira disponibi-liza no Portal das Finanças o montante das deduções à coleta até ao final do mês de fevereiro do ano seguinte ao da emissão das faturas.

7 — Do cálculo do montante das deduções à coleta referido no número anterior, pode o adquirente reclamar, até ao dia 15 de março do ano seguinte ao da emissão, de acordo com as normas aplicáveis ao procedimento de reclamação graciosa com as devidas adaptações.

8 — À dedução prevista no presente artigo são apli-cáveis, com as necessárias adaptações, os n.os 6 a 8 do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto, alterado pela Lei n.º 66 -B/2012, de 31 de dezembro, pelo Decreto -Lei n.º 71/2013, de 30 de maio, e pela Lei n.º 83 -C/2013, de 31 de dezembro.

9 — No caso de famílias monoparentais, a dedu-ção prevista no n.º 1 é de 45 % do valor suportado por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de € 335.

Artigo 78.º -CDedução de despesas de saúde

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 15 % do valor suportado a título de despesas de saúde por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de € 1 000:

a) Que conste de faturas que titulem prestações de serviços e aquisições de bens, isentos de IVA ou tributa-dos à taxa reduzida, comunicadas à Autoridade Tributá-ria e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos termos da Portaria n.º 426 -B/2012, de 28 de de-zembro, pelos emitentes que estejam enquadrados, de acordo com a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3, CAE — Rev. 3, aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, nos se-guintes setores de atividade:

i) Secção Q, classe 86 — Atividade de saúde humana;ii) Secção G, classe 47730 — Comércio a retalho

de produtos farmacêuticos, em estabelecimentos es-pecializados;

iii) Secção G, classe 47740 — Comércio a retalho de produtos médicos e ortopédicos, em estabelecimentos especializados;

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b) Que correspondam a prémios de seguros ou contri-buições pagas a associações mutualistas ou a instituições sem fins lucrativos que tenham por objeto a presta-ção de cuidados de saúde que, em qualquer dos casos, cubram exclusivamente os riscos de saúde relativamente ao sujeito passivo ou aos seus dependentes, pagos por aquele ou por terceiros, desde que, neste caso, tenham sido comprovadamente tributados como rendimento do sujeito passivo;

c) Que tenham sido objeto de comunicação nos ter-mos dos n.os 2 e 5.

2 — Os estabelecimentos públicos de saúde são obri-gados a comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira, através de modelo a aprovar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, o valor das taxas moderadoras pagas pelos sujeitos passivos, cujos montantes são considerados para efeitos da dedução à coleta prevista no número anterior.

3 — O disposto no número anterior é igualmente aplicável, com as necessárias adaptações, às prestações de serviços e transmissões de bens efetuadas pelas enti-dades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º, exceto quando emitam e comuniquem faturas.

4 — Os n.os 2 a 8 do artigo anterior são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

5 — Caso as despesas de saúde tenham sido reali-zadas noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, pode o sujeito passivo comunicá -las através do Portal das Finanças, inserindo os dados essenciais da fatura ou documento equivalente que as suporte.

6 — A dedução prevista no n.º 1 não abrange a parte das despesas no mesmo referida que tenha sido com-participada por seguradoras, associações mutualistas ou instituições sem fins lucrativos que tenham por objeto a prestação de cuidados de saúde.

Artigo 78.º -DDedução de despesas de formação e educação

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 30 % do valor suportado a título de despesas de formação e educação por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de € 800:

a) Que conste de faturas que titulem prestações de serviços e aquisições de bens, isentos de IVA ou tributa-dos à taxa reduzida, comunicadas à Autoridade Tributá-ria e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, enquadradas, de acordo com a Clas-sificação Portuguesa das Atividades Económicas, Re-visão 3, CAE — Rev. 3, aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, nos seguintes setores de atividade:

i) Secção P, classe 85 — Educação;ii) Secção G, classe 47610 — Comércio a retalho de

livros, em estabelecimentos especializados;

b) Que tenham sido objeto de comunicação nos ter-mos dos n.os 5 e 8.

2 — Para efeitos do disposto no presente artigo, consideram -se despesas de educação e formação os en-cargos com o pagamento de creches, jardins -de -infância, lactários, escolas, estabelecimentos de ensino e outros serviços de educação, bem como as despesas com ma-nuais e livros escolares.

3 — As despesas de educação e formação suportadas só são dedutíveis desde que prestadas, respetivamente, por estabelecimentos de ensino integrados no sistema nacional de educação ou reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios competentes, ou por entida-des reconhecidas pelos ministérios que tutelam a área da formação profissional e, relativamente às últimas, apenas na parte em que não tenham sido consideradas como encargo da categoria B.

4 — Não são dedutíveis as despesas de formação e educação até ao montante que no ano em causa seja excluído de tributação nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º -A ou reembolsado no âmbito de um Plano Poupança -Educação, nos termos previstos na legislação aplicável.

5 — Os estabelecimentos públicos comunicam à Au-toridade Tributária e Aduaneira o valor das propinas e demais encargos considerados dedutíveis nos termos deste artigo, mediante a entrega de declaração de modelo oficial, a aprovar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, até ao final do mês de janeiro do ano seguinte àquele em que ocorreu o respetivo pagamento.

6 — O disposto no número anterior é igualmente aplicável, com as necessárias adaptações, às prestações de serviços e transmissões de bens efetuadas pelas enti-dades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º, exceto quando emitam e comuniquem faturas.

7 — Os n.os 2 a 8 do artigo 78.º -B são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

8 — Caso as despesas de educação e formação te-nham sido realizadas noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste úl-timo caso desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, pode o sujeito passivo comunicá -las através do Portal das Finanças, inserindo os dados es-senciais da fatura ou documento equivalente que as suporte.

Artigo 78.º -EDedução de encargos com imóveis

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passi-vos é dedutível um montante correspondente a 15 % do valor suportado por qualquer membro do agregado familiar:

a) Com as importâncias, líquidas de subsídios ou comparticipações oficiais, suportadas a título de renda pelo arrendatário de prédio urbano ou da sua fração autónoma para fins de habitação permanente, quando referentes a contratos de arrendamento celebrados ao abrigo do Regime do Arrendamento Urbano, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 321 -B/90, de 15 de outubro, ou do Novo Regime do Arrendamento Urbano, aprovado pela Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, até ao limite de € 502;

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b) Com juros de dívidas, por contratos celebrados até 31 de dezembro de 2011, contraídas com a aquisição, construção ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente ou arrendamento devidamente comprovado para habitação permanente do arrendatário, até ao limite de € 296;

c) Com prestações devidas em resultado de contratos celebrados até 31 de dezembro de 2011 com coopera-tivas de habitação ou no âmbito do regime de compras em grupo, para a aquisição de imóveis destinados a habitação própria e permanente ou arrendamento para habitação permanente do arrendatário, devidamente comprovadas, na parte que respeitem a juros das cor-respondentes dívidas, até ao limite de € 296; ou

d) Com importâncias pagas a título de rendas por contrato de locação financeira celebrado até 31 de de-zembro de 2011 relativo a imóveis para habitação pró-pria e permanente efetuadas ao abrigo deste regime, na parte que não constituam amortização de capital, até ao limite de € 296.

2 — Para efeitos do disposto na alínea a) do número anterior, apenas são considerados os encargos:

a) Que constem de faturas que titulem prestações de serviços, isentos de IVA, comunicadas à Autori-dade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto--Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, enquadradas, de acordo com a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3, CAE — Rev. 3, aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, no setor de atividade da secção L, classe 68200 — Arrendamento de bens imobiliários; ou

b) Que foram comunicados utilizando os meios des-critos no n.º 5 do artigo 115.º sempre que os senhorios sejam sujeitos passivos de IRS não abrangidos pela obrigação de emissão de fatura;

c) Que constem de outros documentos, no caso de prestações de serviços e transmissões de bens efetuadas pelas entidades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º

3 — Os n.os 2 a 8 do artigo 78.º -B são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

4 — Não obstante o disposto na alínea a) do n.º 1, o limite da dedução à coleta aí previsto é elevado para os seguintes montantes:

a) Para contribuintes que depois de aplicado os di-visores previstos no artigo 69.º tenham um rendimento coletável inferior a € 7.000, um montante de € 800;

b) Para contribuintes que depois de aplicado os di-visores previstos no artigo 69.º tenham um rendimento coletável superior a € 7.000 e inferior a € 30.000, o limite resultante da aplicação da seguinte fórmula:

5 — Não obstante o disposto nas alíneas b) a d) do n.º 1, os limites das deduções à coleta aí previstos são elevados para os seguintes montantes:

a) Para contribuintes que depois de aplicado os di-visores previstos no artigo 69.º tenham um rendimento coletável inferior a € 7.000, um montante de € 450;

b) Para contribuintes que depois de aplicado os divisores previstos no artigo 69.º tenham um rendimento coletável superior a € 7.000 e inferior a € 30.000, o limite resultante da aplicação da seguinte fórmula:

6 — As deduções referidas no n.º 1 não são cumu-lativas.

7 — As entidades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º são obrigadas a comu-nicar as rendas recebidas através do meio previsto na alínea b) do n.º 5 do artigo 115.º, exceto quando emitam e comuniquem faturas.

8 — Caso os encargos com imóveis tenham sido realizadas noutro Estado membro da União Euro-peia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, pode o sujeito passivo comunicá -los através do Portal das Finanças, inserindo os dados essenciais da fatura ou documento equivalente que as suporte.

Artigo 78.º -FDedução pela exigência de fatura

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passi-vos é dedutível um montante correspondente a 15 % do IVA suportado por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de € 250 por agregado familiar, que conste de faturas que titulem prestações de serviços comunicadas à Autoridade Tributária e Adua-neira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos termos da Portaria n.º 426 -B/2012, de 28 de dezembro, pelos emitentes que estejam enquadrados, de acordo com a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3, CAE — Rev. 3, aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, nos seguintes setores de atividade:

a) Secção G, classe 4520 — Manutenção e reparação de veículos automóveis;

b) Secção G, classe 45402 — Manutenção e repara-ção de motociclos, de suas peças e acessórios;

c) Secção I — Alojamento, restauração e similares;d) Secção S, classe 9602 — Atividades de salões de

cabeleireiro e institutos de beleza.

2 — O valor do incentivo, calculado nos termos do presente artigo, pode ser atribuído à mesma igreja ou comunidade religiosa radicada em Portugal, à mesma pessoa coletiva de utilidade pública de fins de bene-ficência, de assistência ou humanitários, ou à mesma instituição particular de solidariedade social, constante da lista oficial de instituições, escolhida pelo sujeito passivo para receber a consignação de quota do IRS prevista na Lei da Liberdade Religiosa, aprovada pela Lei n.º 16/2001, de 22 de junho.

3 — Os n.os 2 a 8 do artigo 78.º -B são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

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Artigo 99.º -BSituação familiar

1 — Para efeitos da consideração da situação fami-liar do titular dos rendimentos, as tabelas de retenção atendem ao número de dependentes a cargo do sujeito passivo.

2 — As taxas constantes das tabelas respeitantes a titulares com deficiência aplicam -se às remunerações totais do trabalho dependente ou à totalidade das pen-sões que mensalmente lhes forem pagas ou colocadas à disposição pela mesma entidade devedora.

3 — Se o titular dos rendimentos não fornecer à enti-dade devedora os elementos respeitantes à sua situação familiar, deve aquela proceder à retenção do imposto no pressuposto de que o titular não tem dependentes.

Artigo 99.º -CAplicação da retenção na fonte à categoria A

1 — Sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 1 e no n.º 8 do artigo 99.º, a retenção de IRS é efetuada sobre as remunerações mensalmente pagas ou postas à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes correspondam, constantes da respetiva tabela.

2 — Considera -se remuneração mensal o montante pago a título de remuneração fixa, acrescido de quaisquer outras importâncias que tenham a natureza de rendimen-tos de trabalho dependente, tal como são definidos no artigo 2.º, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

3 — A pedido do titular, podem ainda ser sujeitas a retenção na fonte as gratificações auferidas pela pres-tação ou em razão da prestação do trabalho quando não atribuídas pela respetiva entidade patronal, pagas ou colocadas à disposição do seu titular no mesmo período, ainda que respeitantes a períodos anteriores, bem como os rendimentos pagos em espécie.

4 — No caso de remunerações fixas relativas a perío-dos inferiores ao mês, considera -se como remuneração mensal a soma das importâncias atribuídas, pagas ou colocadas à disposição em cada mês.

5 — Os subsídios de férias e de Natal são sempre ob-jeto de retenção autónoma, não podendo, para o cálculo do imposto a reter, ser adicionados às remunerações dos meses em que são pagos ou postos à disposição.

6 — Quando os subsídios de férias e de Natal forem pagos fracionadamente, deve ser retido, em cada paga-mento, a parte proporcional do imposto calculado nos termos do número anterior.

Artigo 99.º -DAplicação da retenção na fonte à categoria H

1 — A retenção de IRS é efetuada sobre o valor das pensões mensalmente pagas ou postas à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes correspondam, constantes da respetiva tabela.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, consideram -se pensões os rendimentos previstos no artigo 11.º

3 — Na retenção sobre complementos de pensões, pagos por entidade diferente da que está obrigada ao pagamento da respetiva pensão, pode ser tido em conta

o montante desta, por solicitação expressa do respetivo titular.

4 — As prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses são sempre objeto de retenção autónoma, não podendo, para o cálculo do imposto a reter, ser adicionadas às pensões dos meses em que são pagas ou postas à disposição.

5 — Quando as prestações adicionais corresponden-tes ao 13.º e 14.º meses forem pagas fracionadamente, deve ser retido, em cada pagamento, a parte propor-cional do imposto calculado nos termos do número anterior.

Artigo 99.º -EMecanismo de retenção nos rendimentos

das categorias A e H

1 — A importância apurada mediante aplicação das taxas de retenção é arredondada para a unidade de euros inferior.

2 — Quando forem pagos ou colocados à disposi-ção do respetivo titular rendimentos das categorias A ou H em mês, do mesmo ano, diferente daquele a que respeitam, recalcula -se o imposto e retém -se apenas a diferença entre a importância assim determinada e aquela que, com referência ao mesmo período, tenha eventualmente sido retida.

Artigo 99.º -FTabelas de retenção na fonte

1 — As tabelas de retenção na fonte aplicáveis aos rendimentos das categorias A e H são aprovadas por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças.

2 — As tabelas de retenção na fonte a que se refere o número anterior aplicam -se aos rendimentos de trabalho dependente e de pensões pagos ou colocados à disposi-ção após a entrada em vigor das mesmas.

3 — A utilização indevida das tabelas aplicáveis a ‘casado, único titular’, implica o pagamento de juros compensatórios por parte do sujeito passivo sobre a diferença entre a retenção na fonte devida e a retenção na fonte efetuada.

Artigo 101.º -ARetenção sobre juros contáveis e diferenças entre

valor de reembolso e preço de emissão

1 — Os sujeitos passivos de IRC e de IRS, quando obrigados a efetuar retenção sobre os rendimentos su-jeitos a imposto nos termos da alínea c) do n.º 3 do artigo 7.º, devem proceder ao registo individual, ope-ração a operação, das transações efetuadas que tenham por objeto títulos de dívida emitidos por entidades com residência, domicílio, sede ou direção efetiva em ter-ritório nacional ou que aqui possuam estabelecimento estável a que seja imputável o pagamento da respetiva remuneração, numa conta corrente com o Estado, em que releve:

a) A débito:

1) O imposto considerado no apuramento do valor líquido dos juros respeitantes a títulos alienados, conta-dos desde a data do último vencimento ou da emissão,

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primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocorrido qualquer vencimento, até à data da alienação; e

2) As diferenças, pela parte correspondente àqueles períodos, entre o valor de reembolso e o preço de emis-são, no caso de títulos cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, por aquela diferença;

b) A crédito:

1) O imposto considerado no apuramento do valor líquido dos juros respeitantes a títulos adquiridos, con-tados desde a data do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocorrido qualquer vencimento, até à data da alienação; e

2) As diferenças, pela parte correspondente àqueles períodos, entre o valor de reembolso e o preço de emis-são, no caso de títulos cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, por aquela diferença.

2 — O disposto no número anterior é igualmente aplicável às transmissões de títulos de crédito sujeitos ao regime de capitalização automática, efetuadas antes do prazo da sua amortização.

3 — O saldo da conta corrente a que se refere o n.º 1 é regularizado trimestralmente, nos termos seguintes:

a) Sendo credor, a respetiva importância é entregue nos cofres do Estado até ao dia 20 do mês seguinte ao do trimestre em que foi apurado;

b) Sendo devedor, a respetiva importância pode ser compensada nas entregas de imposto retido pelas enti-dades credoras sobre rendimentos de capitais, a efetuar após o seu apuramento.

4 — Se, apesar do disposto na alínea b) do número anterior, a compensação não tiver sido possível até ao fim do trimestre seguinte ao do apuramento do saldo devedor e este for igual ou superior a € 25.000, ou, qualquer que seja o seu montante, até à entrega do im-posto respeitante ao último período de retenção anual, é concedida às entidades credoras a faculdade de pedirem o seu reembolso, observando -se o seguinte:

a) O pedido de reembolso do saldo devedor determina a impossibilidade de ser efetuada a respetiva compensa-ção por alguma das formas previstas para o efeito;

b) Em caso algum o saldo devedor da conta corrente pode ser invocado como retenção com a natureza de pa-gamento por conta na declaração anual de rendimentos da entidade credora;

c) A restituição indevida de imposto mediante reem-bolso ou compensação das mesmas importâncias, por facto imputável à entidade credora, é equiparada, para todos os efeitos legais, à falta de entrega de imposto cobrado por retenção na fonte.

5 — Não pode ser relevada na conta corrente a que se refere o n.º 1 a retenção efetuada pelas entidades devedoras dos rendimentos no momento do seu ven-cimento ou na data da amortização ou reembolso dos correspondentes títulos, a qual tem, sendo caso disso, natureza de pagamento por conta do imposto devido a final pelas entidades que os auferirem.

6 — Os montantes compensados nos termos da alí-nea b) do n.º 3 são evidenciados na declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 119.º

Artigo 101.º -BDispensa de retenção na fonte

1 — Estão dispensados de retenção na fonte, exceto quando esta deva ser efetuada mediante taxas libera-tórias:

a) Os rendimentos da categoria B, com exceção das comissões por intermediação na celebração de quaisquer contratos, e da categoria F, quando o respetivo titular preveja auferir, em cada uma das categorias, um mon-tante anual inferior ao fixado no n.º 1 do artigo 53.º do Código do IVA;

b) As importâncias que respeitem a reembolso de despesas efetuadas em nome e por conta do cliente ou a reembolso de despesas de deslocação e estada, no âmbito da categoria B, devidamente documentadas, correspondentes a serviços prestados por terceiros e que sejam, de forma inequívoca, direta e totalmente imputáveis a um cliente determinado;

c) Os rendimentos da categoria B referidos nas alí-neas c), d), e), f) e h) do n.º 2 do artigo 3.º;

d) Os rendimentos da categoria E, sempre que o mon-tante de cada retenção seja inferior a € 5;

e) Os rendimentos da categoria A, que respeitem a atividades exercidas no estrangeiro por pessoas singu-lares residentes em território português, sempre que tais rendimentos sejam sujeitos a tributação efetiva no país da fonte em imposto similar ou idêntico ao IRS.

2 — A dispensa de retenção nos termos das alíneas a) e b) do número anterior é facultativa, devendo os ti-tulares que dela queiram aproveitar exercer o direito mediante aposição, nos recibos de quitação das impor-tâncias recebidas, da seguinte menção: ‘Sem retenção, nos termos do n.º 1 do artigo 101.º -B do Código do IRS.’

3 — A faculdade de dispensa de retenção relativa aos rendimentos previstos na alínea a) do n.º 1:

a) Não pode ser exercida por titulares que, no ano anterior, tenham auferido rendimentos de montante igual ou superior ao limite ali estabelecido;

b) Cessa no mês seguinte àquele em que tiver sido atingido o limite nela fixado.

4 — Não obstante o disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 71.º, nas situações previstas nos n.os 4 a 6 do artigo 81.º, os rendimentos a que se aplicar o método de isenção estão dispensados de retenção na fonte.

Artigo 101.º -CDispensa de retenção na fonte e reembolso de imposto

relativo a rendimentos auferidos por não residentes

1 — Não existe obrigação de efetuar a retenção na fonte de IRS, no todo ou em parte, consoante os casos, relativamente aos rendimentos referidos no artigo 71.º quando, por força de uma convenção destinada a evitar a dupla tributação celebrada por Portugal, a competência para a tributação dos rendimentos auferidos por um residente do outro Estado contratante não seja atribuída ao Estado da fonte ou o seja apenas de forma limitada.

2 — Nas situações referidas no número anterior, os beneficiários dos rendimentos devem fazer prova pe-rante a entidade que se encontra obrigada a efetuar a retenção na fonte da verificação dos pressupostos que

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resultem de convenção para evitar a dupla tributação, de um outro acordo de direito internacional, ou ainda da legislação interna aplicável, através da apresentação de formulário de modelo a aprovar por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças:

a) Certificado pelas autoridades competentes do res-petivo Estado de residência; ou

b) Acompanhado de documento emitido pelas auto-ridades competentes do respetivo Estado de residência que ateste a sua residência para efeitos fiscais no período em causa e a sujeição a imposto sobre o rendimento nesse Estado.

3 — A prova referida no número anterior deve ser efetuada até ao termo do prazo estabelecido para a en-trega do imposto que deveria ter sido deduzido nos termos das normas legais aplicáveis.

4 — O meio de prova a que se refere o n.º 2 tem a validade de um ano a contar da data de certificação por parte da autoridade competente do Estado de residência da entidade beneficiária dos rendimentos ou da emissão do documento, devendo a entidade beneficiária informar imediatamente a entidade que se encontra obrigada a proceder à retenção na fonte das alterações verificadas relativamente aos pressupostos de que depende a dis-pensa total ou parcial de retenção.

5 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, quando não seja efetuada a prova até ao termo do prazo estabelecido para a entrega do imposto, fica o substituto tributário obrigado a entregar a totalidade do imposto que deveria ter sido deduzido nos termos da lei.

6 — Sem prejuízo da responsabilidade contraorde-nacional, a obrigação estabelecida no número anterior pode ser afastada sempre que o substituto tributário comprove com o documento a que se refere o n.º 2 a verificação dos pressupostos para a dispensa total ou parcial de retenção.

7 — Os beneficiários dos rendimentos, relativamente aos quais se verificam as condições referidas no n.º 1, podem solicitar o reembolso total ou parcial do imposto que tenha sido retido na fonte, no prazo de dois anos a contar do termo do ano em que se verificou o facto gerador do imposto, mediante a apresentação de um for-mulário de modelo aprovado pelo membro do Governo responsável pela área das finanças:

a) Certificado pelas autoridades competentes do res-petivo Estado de residência; ou

b) Acompanhado de documento emitido pelas auto-ridades competentes do respetivo Estado de residência, que ateste a sua residência para efeitos fiscais no período em causa e a sujeição a imposto sobre o rendimento nesse Estado.

8 — O formulário previsto no número anterior deve, quando necessário, ser acompanhado de outros elemen-tos que permitam aferir da legitimidade do reembolso.

9 — O reembolso do excesso do imposto retido na fonte deve ser efetuado no prazo de um ano contado da data da apresentação do pedido e dos elementos que constituem a prova da verificação dos pressupostos de que depende a concessão do benefício e, em caso de incumprimento desse prazo, acrescem à quantia a reem-bolsar juros indemnizatórios calculados a taxa idêntica à aplicável aos juros compensatórios a favor do Estado.

10 — Para efeitos da contagem do prazo referido no número anterior, considera -se que o mesmo se suspende sempre que o procedimento estiver parado por motivo imputável ao requerente.

Artigo 101.º -DSujeição parcial de rendimentos a retenção

1 — A retenção que deva ser efetuada sobre rendi-mentos da categoria B apenas incide sobre 50 % dos mesmos, nos seguintes casos:

a) Quando auferidos por médicos de patologia clínica, médicos radiologistas e farmacêuticos analistas clínicos, como tal reconhecidos pelas entidades competentes e inscritos nas respetivas associações de classe, quando a inscrição seja requisito para o exercício oficial da atividade profissional;

b) Quando beneficiem do regime previsto no ar-tigo 58.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais;

c) Quando auferidos por titulares com deficiência com um grau de invalidez permanente igual ou superior a 60 %.

2 — A sujeição parcial de rendimentos à retenção prevista no número anterior é facultativa, devendo os titulares que dela queiram aproveitar exercer o di-reito mediante aposição, no recibo de modelo oficial de quitação das importâncias recebidas, da seguinte menção: ‘Retenção sobre 50 %, nos termos do n.º 1 do artigo 101.º -D do Código do IRS.’

3 — Sendo os rendimentos previstos na alínea b) do n.º 1 auferidos por sujeitos passivos deficientes com um grau de invalidez permanente igual ou superior a 60 %, a retenção pode incidir apenas sobre 25 % dos referidos rendimentos, devendo, no recibo de modelo oficial de quitação das importâncias recebidas, ser aposta a se-guinte menção: ‘Retenção sobre 25 %, nos termos do n.º 3 do artigo 101.º -D do Código do IRS.’

4 — Quando os rendimentos sujeitos a retenção, não expressamente previstos nos números anteriores, beneficiem de isenção total ou parcial nos termos do Estatuto dos Benefícios Fiscais, a retenção incide ape-nas sobre a parte do rendimento sujeita a tributação, devendo ser sempre aposta no recibo de quitação das importâncias recebidas a menção da norma que concede o benefício.

Artigo 102.º -ADireito à remuneração no reembolso

1 — Verificando -se, na liquidação anual de IRS, que foi retido ou pago por conta imposto superior ao devido, determinado em função do rendimento líquido total e das deduções à coleta previstas no artigo 79.º, os sujeitos passivos têm direito a uma remuneração sobre a diferença, que corresponde a 72 % da taxa de referência EURIBOR a 12 meses, a 31 de dezembro do ano em que se efetuarem as retenções na fonte ou os pagamentos por conta.

2 — Para apuramento da diferença suscetível de beneficiar da remuneração a que se refere o número anterior calcula -se o pagamento médio mensal efetivo e o imposto médio mensal apurado, por forma a determi-nar o mês em que o sujeito passivo passa a ficar numa

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situação de crédito, assumindo -se a distribuição regular do rendimento e dos pagamentos ao longo do ano.

3 — A remuneração é devida desde o mês em que, nos termos do número anterior, se verifique a situação de crédito até ao mês anterior àquele em que a liquida-ção foi efetuada.

4 — Quando a liquidação de que resulte o direito à remuneração tenha sido feita com base em declara-ção anual de rendimentos apresentada fora do prazo legal, a remuneração só é devida desde 1 de janeiro do ano seguinte àquele a que o imposto respeite até ao fim do mês anterior aquele em que a liquidação vier a ser efetuada, sem prejuízo do disposto no ar-tigo seguinte.

5 — Extingue -se o direito à remuneração sempre que:a) A liquidação seja feita pela administração fis-

cal e os sujeitos passivos, não estando dispensados, não tenham apresentado a declaração anual de ren-dimentos;

b) A liquidação tenha por base declarações de rendi-mentos apresentadas fora dos prazos legais.

Artigo 102.º -BDireito à restituição

1 — A diferença entre o imposto devido a final e o que tiver sido entregue nos cofres do Estado em resul-tado de retenção na fonte ou de pagamentos por conta, favorável ao sujeito passivo, deve ser restituída até ao termo dos prazos previstos no n.º 1 do artigo 97.º

2 — Se, por motivos imputáveis aos serviços, não for cumprido o prazo previsto no número anterior, são devidos juros indemnizatórios, contados dia a dia desde o termo do prazo previsto para o reembolso até à data em que for emitida a correspondente nota de crédito.

3 — Se a diferença a que se refere o n.º 1 for apu-rada em liquidação que deva ser efetuada em virtude do direito ao reporte legalmente permitido exercido em declaração anual de rendimentos apresentada nos prazos legais, são devidos juros nos termos do número anterior.

4 — Se a diferença a que se refere o n.º 1 for apu-rada em liquidação que deva ser efetuada com base em declaração de rendimentos apresentada dentro de prazo legal diferente dos previstos para a apresentação anual, os juros a que se refere o n.º 2 são devidos a partir do fim do terceiro mês seguinte àquele em que a declaração tiver sido apresentada.

5 — Se a diferença a que se refere o n.º 1 for apurada em liquidação efetuada com base em declaração de rendimentos em que se tenha verificado erro, inexa-tidão ou omissão dos elementos declarados, os juros a que se refere o n.º 2 são devidos a partir do fim do segundo mês seguinte àquele em que tiver ocorrido a regularização dos elementos declarados por iniciativa do contribuinte ou, não tendo havido essa regularização, a partir do terceiro mês seguinte àquele em que os serviços tenham apurado os factos e levantado o correspondente auto de notícia.

6 — A remuneração prevista no artigo anterior não é cumulável com aquela a que se refere o n.º 2.

7 — A taxa dos juros indemnizatórios é equivalente à taxa dos juros legais fixados nos termos do n.º 1 do artigo 559.º do Código Civil.

Artigo 102.º -CResponsabilidade pelo pagamento

1 — Sendo exercida a opção pela tributação conjunta, a responsabilidade dos sujeitos passivos pelo pagamento do imposto é solidária.

2 — Na tributação separada, a responsabilidade dos cônjuges pelo pagamento do imposto é a que decorre da lei civil, presumindo -se o proveito comum do casal.

3 — Cada dependente é subsidiariamente responsá-vel, relativamente aos sujeitos passivos, pelo pagamento do imposto em falta, até à fração do imposto corres-pondente aos seus rendimentos líquidos, das deduções específicas previstas no presente Código.

4 — A responsabilidade do outro cônjuge e a respon-sabilidade subsidiária, previstas nos n.os 2 e 3, efetivam--se por reversão do processo de execução fiscal.

Artigo 130.º -ARenúncia à representação

1 — O representante pode renunciar à representação nos termos gerais, mediante comunicação escrita ao representado, enviada para a última morada conhecida deste.

2 — A renúncia torna -se eficaz relativamente à Au-toridade Tributária e Aduaneira quando lhe for comuni-cada, devendo esta, no prazo de 90 dias a contar dessa comunicação, proceder às necessárias alterações.»

CAPÍTULO III

Imposto do selo

Artigo 4.ºAlteração ao Código do Imposto do Selo

O artigo 1.º do Código do Imposto do Selo, aprovado pela Lei n.º 150/99, de 11 de setembro, passa a ter a se-guinte redação:

«Artigo 1.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . :

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;h) Os valores distribuídos em resultado da liquidação,

revogação ou extinção de estruturas fiduciárias a sujeitos passivos que não as constituíram.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . »

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CAPÍTULO IV

Benefícios fiscais

Artigo 5.ºAlteração ao Estatuto dos Benefícios Fiscais

Os artigos 18.º e 58.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 215/89, de 1 de julho, abre-viadamente designado por EBF, passam a ter a seguinte redação:

«Artigo 18.º[...]

1 — São isentos de IRS, no ano em que as correspon-dentes importâncias são despendidas, os rendimentos a que se refere a subalínea i) do n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS, quando respeitem a contratos que garantam exclusivamente o benefício de reforma, complemento de reforma, invalidez ou sobrevi-vência, desde que sejam observadas, cumulativamente, as condições previstas nas alíneas a), b), d), e) e f) do n.º 4 do artigo 43.º do Código do IRC, na parte em que não excedam os limites previstos nos n.os 2 e 3 do mesmo artigo, e sem prejuízo do disposto nos seus n.os 5 e 6.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Verificando -se o disposto na subalínea ii) do

n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS, beneficia de isenção o montante correspondente a um terço das importâncias pagas ou colocadas à dis-posição com o limite de € 11 704,70.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 58.º[...]

1 — Os rendimentos provenientes da propriedade literária, artística e científica, incluindo os provenientes da alienação de obras de arte de exemplar único e os provenientes das obras de divulgação pedagógica e cien-tífica, quando auferidos por titulares de direitos de autor ou conexos residentes em território português, desde que sejam os titulares originários, são considerados no englobamento, para efeitos do IRS, apenas por 50 % do seu valor, líquido de outros benefícios.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . »

Artigo 6.ºAditamento ao Estatuto dos Benefícios Fiscais

São aditados os artigos 20.º -A e 39.º -A ao EBF, com a seguinte redação:

«Artigo 20.º -AIncentivo à poupança de longo prazo

1 — Os rendimentos obtidos por sujeitos passivos de IRS e derivados da remuneração de depósitos ou de quaisquer aplicações em instituições financeiras ou de títulos de dívida pública podem beneficiar do regime previsto no n.º 3 do artigo 5.º do Código do IRS, desde que tenha sido contratualmente fixado que:

a) O capital investido deve ficar imobilizado por um período mínimo de cinco anos; e

b) O vencimento da remuneração ocorra no final do período contratualizado.

2 — A fruição do benefício previsto no número ante-rior fica sem efeito caso o reembolso do capital investido ocorra em violação das condições aí previstas.

Artigo 39.º -ATrabalhadores deslocados no estrangeiro

1 — Ficam isentos de IRS os rendimentos do traba-lho dependente referidos no artigo 18.º do Código do IRS auferidos por sujeitos passivos que, no ano a que respeitam os rendimentos, tendo sido deslocados do seu normal local de trabalho para o estrangeiro por período não inferior a 90 dias, dos quais 60 necessariamente seguidos, sejam considerados residentes em território português, na parte relativa à remuneração paga ou colocada à disposição do trabalhador exclusivamente a título de compensação pela deslocação e permanência no estrangeiro que exceda os limites legais previstos no Código do IRS.

2 — O montante anual da compensação isenta nos termos do número anterior, por sujeito passivo, não pode exceder o valor correspondente à diferença entre o montante anual da remuneração do trabalhador su-jeita a imposto, incluindo a compensação, e o montante global das remunerações regulares com carácter de re-tribuição sujeitas a imposto auferidas pelo trabalhador no período de tributação anterior, excluindo qualquer compensação que haja sido paga, durante esse período, em virtude dessa ou outras deslocações ao abrigo deste regime, e não pode, em qualquer caso, exceder o valor de € 10 000.

3 — Em caso de ausência de remuneração auferida em território português ou no estrangeiro, devida por qualquer entidade a título de trabalho dependente por período superior a seis meses no período de tributação anterior àquele a que respeitam os rendimentos, o mon-tante global das remunerações regulares com carácter de retribuição sujeitas a imposto auferidas no ano anterior deve ser apurado, relativamente aos meses em que não tenha havido remuneração, por referência à retribuição mínima mensal garantida.

4 — Podem optar pela tributação prevista nos nú-meros anteriores, nos termos aplicáveis aos sujeitos passivos residentes em território português, os sujeitos passivos que, tendo sido deslocados para o estrangeiro nos termos estabelecidos no n.º 1, não sejam conside-rados residentes em território português, com o limite de três anos após a data do deslocamento.

5 — Exercida a opção prevista no número anterior, é aplicável aos rendimentos abrangidos pelo n.º 1 o dis-posto nos n.os 3 e seguintes do artigo 17.º -A do Código do IRS, com as devidas adaptações.

6 — O disposto no n.º 1 determina o englobamento dos rendimentos isentos, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 22.º do Código do IRS.

7 — A isenção prevista no n.º 1 não é cumulável com quaisquer outros benefícios fiscais aplicáveis aos rendimentos da categoria A, automáticos ou de reco-nhecimento prévio, previstos neste ou noutros diplomas legais e com o regime previsto para os residentes não habituais.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(367)

8 — A isenção prevista no presente artigo fica depen-dente de acordo escrito celebrado entre o sujeito passivo e a entidade empregadora, no qual expressamente se identifique o destino e o período da deslocação, bem como a remuneração total a pagar ou a colocar à dis-posição do sujeito passivo e a compensação a que se refere o n.º 1, devendo o sujeito passivo ficar na posse de uma cópia do documento.»

CAPÍTULO V

Lei geral tributária

Artigo 7.ºAlteração à lei geral tributária

Os artigos 19.º, 22.º, 28.º e 45.º da lei geral tributária, aprovada pelo Decreto -Lei n.º 398/98, de 17 de dezem-bro, abreviadamente designada por LGT, passam a ter a seguinte redação:

«Artigo 19.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — Sempre que se altere o estatuto de residência de

um sujeito passivo, este deve comunicar, no prazo de 60 dias, tal alteração à administração tributária.

6 — (Anterior n.º 5.)7 — (Anterior n.º 6.)8 — (Anterior n.º 7.)9 — (Anterior n.º 8.)10 — (Anterior n.º 9.)11 — (Anterior n.º 10.)

Artigo 22.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — A responsabilidade do cônjuge do sujeito pas-

sivo é a que decorre da lei civil, sem prejuízo do disposto em lei especial.

4 — (Anterior n.º 3.)5 — (Anterior n.º 4.)

Artigo 28.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — Quando a retenção tiver a natureza de paga-

mento por conta do imposto devido a final, cabe ao substituído a responsabilidade originária pelo imposto não retido e ao substituto a responsabilidade subsidiá-ria, ficando este ainda sujeito aos juros compensatórios devidos desde o termo do prazo de entrega até ao termo do prazo para apresentação da declaração pelo respon-sável originário ou até à data da entrega do imposto retido, se anterior.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 45.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — No caso de erro evidenciado na declaração do

sujeito passivo o prazo de caducidade referido no nú-mero anterior é de três anos.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . »

CAPÍTULO VI

Procedimento e processo tributário

Artigo 8.ºAlteração ao Código de Procedimento e de Processo Tributário

Os artigos 131.º e 133.º -A do Código de Procedimento e de Processo Tributário, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 433/99, de 26 de outubro, abreviadamente designado por CPPT, passam a ter a seguinte redação:

«Artigo 131.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — (Revogado.)3 — Quando estiver exclusivamente em causa maté-

ria de direito e a autoliquidação tiver sido efetuada de acordo com orientações genéricas emitidas pela admi-nistração tributária, não há lugar à reclamação necessária prevista no n.º 1.

Artigo 133.º -A[...]

A impugnação judicial de atos de liquidação que tenha por fundamento a classificação pautal, a origem ou o valor aduaneiro das mercadorias depende de prévia reclamação graciosa prevista no presente Código.»

CAPÍTULO VII

Infrações tributárias

Artigo 9.ºAlteração ao Regime Geral das Infrações Tributárias

O artigo 116.º do Regime Geral das Infrações Tributá-rias, aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de junho, passa a ter a seguinte redação:

«Artigo 116.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — O disposto no n.º 1 não é aplicável quando o

sujeito passivo, no ano a que respeita a declaração de rendimentos, esteja abrangido por uma das situações de dispensa de declaração previstas no artigo 58.º do Código do IRS.»

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6546-(368) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

CAPÍTULO VIII

Vales sociais

Artigo 10.ºAlteração ao Decreto -Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro

Os artigos 1.º, 3.º, 5.º, 8.º, 9.º e 10.º do Decreto -Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro, que estabelece as condições de emissão e atribuição com carácter geral de vales sociais destinados ao pagamento de creches, jardins -de -infância e lactários, passam a ter a seguinte redação:

«Artigo 1.º[...]

1 — O presente diploma estabelece as condições de emis-são e atribuição com carácter geral de vales denominados ‘vales sociais’, os quais se agrupam em duas categorias:

a) ‘Vales infância’, destinados ao pagamento de cre-ches, jardins -de -infância e lactários;

b) ‘Vales educação’, destinados ao pagamento de escolas, estabelecimentos de ensino e outros serviços de educação, bem como de despesas com manuais e livros escolares.

2 — Os vales sociais têm por finalidade potenciar, através da constituição de fundos, o apoio das entida-des empregadoras aos seus trabalhadores que tenham a cargo filhos ou equiparados nas seguintes idades:

a) Com idade inferior a sete anos — vales infância;b) Com idade compreendida entre os sete e os 25 anos —

vales educação.

3 — Para efeitos do disposto no número anterior, consideram -se equiparados os adotados, tutelados e quaisquer outros dependentes com idade não superior a 25 anos, cuja responsabilidade pela educação e sub-sistência esteja a cargo dos trabalhadores.

Artigo 3.º[...]

1 — Consideram -se vales sociais os títulos que, nos ter-mos do presente diploma, incorporem o direito à prestação de serviços de educação e de apoio à família com filhos ou equiparados, bem como à aquisição de manuais e livros escolares, cujas idades se enquadram nos escalões referidos no n.º 2 do artigo 1.º, dos trabalhadores por conta de outrem.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Os vales sociais devem obrigatoriamente conter

as seguintes indicações:a) Expressão ‘vale infância’ ou ‘vale educação’;b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ;g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 5.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — As entidades emissoras devem emitir fatura ou

fatura -recibo nos termos do Código do IVA de todas as importâncias recebidas das entidades empregadoras no âmbito da prestação de serviços, ou pelo valor facial dos vales sociais emitidos e possuir registo atualizado do qual conste, pelo menos, a identificação das entidades empregadoras, bem como dos respetivos documentos de alienação e o correspondente valor facial.

Artigo 8.º[...]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — As entidades empregadoras devem possuir re-

gisto atualizado, do qual conste, pelo menos, a identifi-cação das entidades emissoras, bem como dos respetivos documentos de aquisição, faturas, faturas -recibo ou recibo, e ainda registo individualizado dos beneficiários e dos respetivos montantes atribuídos.

Artigo 9.º[...]

1 — Os vales sociais só podem ser atribuídos aos trabalhadores com filhos ou equiparados de idade não superior a 25 anos relativamente aos quais tenham a responsabilidade pela educação e subsistência.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 10.º[...]

1 — Os encargos previstos no artigo 2.º suportados pelas entidades empregadoras são considerados custos ou perdas de exercício nos termos do n.º 9 do artigo 43.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . »

CAPÍTULO IX

Disposições finais e transitórias

Artigo 11.ºRegime especial aplicável às mais -valias imobiliárias

1 — A exclusão de tributação prevista no n.º 5 do ar-tigo 10.º do Código do IRS é extensível às situações em que o valor de realização seja aplicado na amortização de eventual empréstimo contraído para a aquisição do imóvel alienado.

2 — Nas situações referidas no número anterior em que o valor de realização seja apenas parcialmente aplicado na finalidade aí prevista, a exclusão de tributação abrange somente a parte proporcional dos ganhos correspondentes àquela aplicação.

3 — O regime previsto no n.º 1 não é aplicável se, à data da alienação, o sujeito passivo for proprietário de outro imóvel habitacional.

4 — O disposto nos números anteriores aplica -se às alienações de imóveis ocorridas nos anos de 2015 a 2020, em que os contratos de empréstimo tenham sido celebrados até 31 de dezembro de 2014.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(369)

Artigo 12.ºEvolução do quociente familiar

1 — Tendo em conta os resultados alcançados pela re-forma da tributação do rendimento das pessoas singulares operada pela presente lei e em função da avaliação da evolução da situação económica e financeira do país, os divisores do quociente familiar correspondentes aos de-pendentes que integram o agregado familiar e aos ascen-dentes devem ser aumentados, nos anos de 2016 e 2017, respetivamente:

a) Para 0,4 e 0,5, nos casos previstos na alínea a) do n.º 3 e no n.º 4 do artigo 68.º -A, na alínea a) do n.º 1 e no n.º 2 do artigo 69.º do Código do IRS na redação dada pela presente lei, e

b) Para 0,2 e 0,25, nos casos previstos na alínea b) do n.º 3 do artigo 68.º -A e na alínea b) do n.º 1 do artigo 69.º do Código do IRS na redação dada pela presente lei.

2 — Em função da ponderação efetuada nos termos do número anterior, devem igualmente ser aumentados em 12,5 %, nos anos de 2016 e 2017, os limites à aplicação do quociente familiar.

Artigo 13.ºEvolução da sobretaxa em sede de IRS

e da taxa adicional de solidariedade

Tendo em conta os resultados alcançados pela reforma da tributação do rendimento das pessoas singulares operada pela presente lei e em função da avaliação da evolução da situação económica e financeira do país, deve o Governo ponderar a eliminação progressiva da sobretaxa em sede de IRS e da taxa adicional de solidariedade.

Artigo 14.ºNorma interpretativa

A alínea a) do n.º 4 do artigo 2.º, a alínea h) do n.º 2 do artigo 5.º, o n.º 3 do artigo 43.º e o n.º 11 do artigo 101.º do Código do IRS, na redação dada pela presente lei, têm natureza interpretativa.

Artigo 15.ºDisposição transitória

1 — A reforma aprovada pela presente lei visa a redução da tributação efetiva das famílias, designadamente das famílias com dependentes ou ascendentes a cargo, e o não agravamento da tributação para os restantes contribuintes face a 2014.

2 — Até ao fim do mês de março de 2015, os sujeitos passivos do IRS enquadrados no regime simplificado da categoria B podem optar pelo regime da contabilidade organizada.

3 — Tendo em conta os resultados alcançados pela reforma da tributação do rendimento das pessoas singu-lares operada pela presente lei e em função da avaliação da evolução da situação económica e financeira do país, deve o Governo ponderar aumentar a dedução relativa às despesas gerais familiares a partir de 2016 tendo, nomea-damente em consideração a evolução dos limites para a dedução dos encargos previstos nas alíneas b) a d) do n.º 1 do artigo 78.º -E do Código do IRS, na redação dada pela presente lei.

4 — Quaisquer remissões efetuadas para o Decreto -Lei n.º 42/91, de 22 de janeiro, consideram -se efetuadas para as disposições correspondentes do Código do IRS, na redação dada pela presente lei.

Artigo 16.ºNorma revogatória

São revogados:a) Os n.os 8 e 12 do artigo 2.º, os n.os 7 e 9 do artigo 5.º,

a alínea c) do n.º 6 do artigo 10.º, o n.º 1 do artigo 14.º, os n.os 9, 11, 12 e 13 do artigo 28.º, o n.º 7 do artigo 31.º, os n.os 7 e 8 do artigo 33.º, o n.º 5 do artigo 53.º, os n.os 2, 3, 5 e 6 do artigo 55.º, as alíneas c) e d) do n.º 1 e os n.os 2, 13 e 14 do artigo 71.º, os n.os 4 e 7 do artigo 72.º, o n.º 4 do artigo 78.º, os artigos 79.º, 82.º, 83.º, 85.º e 88.º, o n.º 5 do artigo 98.º, os n.os 2 e 3 do artigo 103.º, os n.os 4 e 5 do artigo 119.º, o n.º 2 do artigo 127.º, os artigos 132.º a 134.º e 137.º, os n.os 4 e 5 do artigo 140.º, os artigos 142.º, 144.º, 145.º e 147.º, os n.os 1 e 2 do artigo 148.º e o artigo 149.º do Código do IRS;

b) O artigo 66.º -B e o artigo 74.º do EBF;c) O n.º 3 do artigo 27.º e o n.º 2 do artigo 90.º da LGT;d) O n.º 2 do artigo 102.º, o n.º 2 do artigo 131.º e o

n.º 5 do artigo 132.º do CPPT;e) O artigo 7.º da Lei n.º 6/2001, de 11 de maio;f) O Decreto -Lei n.º 42/91, de 22 de janeiro.

Artigo 17.ºProdução de efeitos

1 — A presente lei produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2015.

2 — O novo regime de determinação da residência é aplicável apenas a situações de alteração de residência que ocorram após a entrada em vigor da presente lei.

3 — O regime de transição previsto no n.º 7 do artigo 3.º do Código do IRS, na redação dada pela presente lei, é aplicável, com as necessárias adaptações, às situações em que por força da entrada em vigor da presente lei os sujeitos passivos passem a estar sujeitos ao novo regime de reconhecimento do rendimento previsto no n.º 6 do mesmo artigo.

4 — O regime previsto no n.º 10 do artigo 31.º do Có-digo do IRS, na redação dada pela presente lei, é aplicável apenas aos sujeitos passivos que procedam à abertura de atividade em ou após 1 de janeiro de 2015 e que reúnam os pressupostos para a sua aplicação.

5 — O estabelecido no n.º 7 do artigo 41.º do Código do IRS, na redação dada pela presente lei, é aplicável apenas a gastos realizados após a entrada em vigor da presente lei.

6 — O artigo 55.º do Código do IRS, na redação dada pela presente lei, apenas é aplicável a perdas verificadas depois de 1 de janeiro de 2015.

7 — Os n.os 5 e 6 do artigo 10.º do Código do IRS, na redação dada pela presente lei, aplicam -se apenas às mais--valias apuradas a partir de 1 de janeiro de 2015.

8 — Os novos prazos de cumprimento de obrigações declarativas constantes da presente lei produzem efeitos apenas a partir de 1 de janeiro de 2016.

9 — As obrigações declarativas eliminadas pela presente lei dizem respeito a informação a remeter por referência ao ano de 2015, produzindo efeitos apenas para as declarações a submeter a partir de 1 de janeiro de 2016.

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6546-(370) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

10 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 8 e 9, a alteração ao n.º 3 e a revogação dos n.os 4 e 5, todos do artigo 119.º do Código do IRS, efetuadas pela presente lei, aplicam -se às obrigações declarativas que devam ser cumpridas a partir de 1 de janeiro de 2015.

11 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 8 e 9, o ar-tigo 115.º do Código do IRS, na redação dada pela presente lei, produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2015, devendo os recibos de quitação referentes aos meses de janeiro a abril de 2015 ser passados conjuntamente com o recibo de quitação referente ao mês de maio daquele ano.

12 — O disposto no número anterior não elimina a obrigação de entrega de recibos de quitação em papel aos inquilinos, nos termos e nos prazos definidos na lei civil, por referência aos meses de janeiro a abril de 2015.

Artigo 18.ºRepublicação

É republicado em anexo ao presente diploma, dele fa-zendo parte integrante, o Código do Imposto sobre o Rendi-mento das Pessoas Singulares, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 442 -A/88, de 30 de novembro, com a redação atual e as necessárias correções materiais.

Artigo 19.ºEntrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovada em 5 de dezembro de 2014.

A Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção A. Esteves.

Promulgada em 31 de dezembro de 2014.

Publique -se.

O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.

Referendada em 31 de dezembro de 2014.

O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.

ANEXO

(a que se refere o artigo 18.º)

Código do Imposto sobre o Rendimentodas Pessoas Singulares

CAPÍTULO I

Incidência

SECÇÃO I

Incidência real

Artigo 1.ºBase do imposto

1 — O imposto sobre o rendimento das pessoas singu-lares (IRS) incide sobre o valor anual dos rendimentos das categorias seguintes, mesmo quando provenientes de atos

ilícitos, depois de efetuadas as correspondentes deduções e abatimentos:

Categoria A — Rendimentos do trabalho dependente;Categoria B — Rendimentos empresariais e profissio-

nais;Categoria E — Rendimentos de capitais;Categoria F — Rendimentos prediais;Categoria G — Incrementos patrimoniais;Categoria H — Pensões.

2 — Os rendimentos, quer em dinheiro quer em espécie, ficam sujeitos a tributação, seja qual for o local onde se obtenham, a moeda e a forma por que sejam auferidos.

Artigo 2.ºRendimentos da categoria A

1 — Consideram -se rendimentos do trabalho depen-dente todas as remunerações pagas ou postas à disposição do seu titular provenientes de:

a) Trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato individual de trabalho ou de outro a ele legalmente equiparado;

b) Trabalho prestado ao abrigo de contrato de aquisição de serviços ou outro de idêntica natureza, sob a autoridade e a direção da pessoa ou entidade que ocupa a posição de sujeito ativo na relação jurídica dele resultante;

c) Exercício de função, serviço ou cargo públicos;d) Situações de pré -reforma, pré -aposentação ou reserva,

com ou sem prestação de trabalho, bem como de prestações atribuídas, não importa a que título, antes de verificados os requisitos exigidos nos regimes obrigatórios de segurança social aplicáveis para a passagem à situação de reforma, ou, mesmo que não subsista o contrato de trabalho, se mostrem subordinadas à condição de serem devidas até que tais requisitos se verifiquem, ainda que, em qualquer dos casos anteriormente previstos, sejam devidas por fundos de pensões ou outras entidades, que se substituam à entidade originariamente devedora.

2 — As remunerações referidas no número anterior compreendem, designadamente, ordenados, salários, ven-cimentos, gratificações, percentagens, comissões, partici-pações, subsídios ou prémios, senhas de presença, emolu-mentos, participações em multas e outras remunerações acessórias, ainda que periódicas, fixas ou variáveis, de natureza contratual ou não.

3 — Consideram -se ainda rendimentos do trabalho de-pendente:

a) As remunerações dos membros dos órgãos estatutá-rios das pessoas coletivas e entidades equiparadas, com exceção dos que neles participem como revisores oficiais de contas;

b) As remunerações acessórias, nelas se compreendendo todos os direitos, benefícios ou regalias não incluídos na remuneração principal que sejam auferidos devido à pres-tação de trabalho ou em conexão com esta e constituam para o respetivo beneficiário uma vantagem económica, designadamente:

1) Os abonos de família e respetivas prestações comple-mentares, exceto na parte em que não excedam os limites legais estabelecidos;

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(371)

2) O subsídio de refeição na parte em que exceder o limite legal estabelecido ou em que o exceda em 60 % sempre que o respetivo subsídio seja atribuído através de vales de refeição;

3) As importâncias despendidas, obrigatória ou facul-tativamente, pela entidade patronal:

i) Com seguros e operações do ramo «Vida», contribui-ções para fundos de pensões, fundos de poupança -reforma ou quaisquer regimes complementares de segurança social, desde que constituam direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários;

ii) Para os fins previstos na subalínea anterior e que, não constituindo direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários, sejam por estes objeto de resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de antecipação da correspondente disponibilidade;

4) Os subsídios de residência ou equivalentes ou a utilização de casa de habitação fornecida pela entidade patronal;

5) Os resultantes de empréstimos sem juros ou a taxa de juro inferior à de referência para o tipo de operação em causa, concedidos ou suportados pela entidade patronal, com exceção dos que se destinem à aquisição de habitação própria permanente de valor não superior a € 180 426,40 e cuja taxa não seja inferior a 70 % da taxa mínima de pro-posta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo Banco Central Europeu, ou de outra taxa legalmente fixada como equivalente;

6) As importâncias despendidas pela entidade patronal com viagens e estadas, de turismo e similares, não conexas com as funções exercidas pelo trabalhador ao serviço da mesma entidade;

7) Os ganhos derivados de planos de opções, de subs-crição, de atribuição ou outros de efeito equivalente, sobre valores mobiliários ou direitos equiparados, ainda que de natureza ideal, criados em benefício de trabalhadores ou membros de órgãos sociais, incluindo os resultantes da alienação ou liquidação financeira das opções ou direitos ou de renúncia onerosa ao seu exercício, a favor da entidade patronal ou de terceiros, e, bem assim, os resultantes da recompra por essa entidade, mas, em qualquer caso, apenas na parte em que a mesma se revista de carácter remunerató-rio, dos valores mobiliários ou direitos equiparados, mesmo que os ganhos apenas se materializem após a cessação da relação de trabalho ou de mandato social;

8) Os rendimentos, em dinheiro ou em espécie, pagos ou colocados à disposição a título de direito a rendimento inerente a valores mobiliários ou direitos equiparados, ainda que estes se revistam de natureza ideal, e, bem as-sim, a título de valorização patrimonial daqueles valores ou direitos, independentemente do índice utilizado para a respetiva determinação, derivados de planos de subscrição, de atribuição ou outros de efeito equivalente, criados em benefício de trabalhadores ou membros de órgãos sociais, mesmo que o pagamento ou colocação à disposição ocorra apenas após a cessação da relação de trabalho ou de man-dato social;

9) Os resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador ou membro de órgão social de viatura automóvel que gere encargos para a entidade patronal, quando exista acordo escrito entre o trabalhador ou membro do órgão social e a entidade patronal sobre a imputação àquele da referida viatura automóvel;

10) Os resultantes da aquisição pelo trabalhador ou membro de órgão social, por preço inferior ao valor de mercado, de qualquer viatura que tenha originado encargos para a entidade patronal;

11) As contribuições referidas no n.º 3) da presente alínea, não anteriormente sujeitas a tributação, quando ocorra recebimento em capital, mesmo que estejam reu-nidos os requisitos exigidos pelos sistemas de segurança social obrigatórios, aplicáveis para a passagem à situação de reforma ou esta se tiver verificado;

c) Os abonos para falhas devidos a quem, no seu tra-balho, tenha de movimentar numerário, na parte em que excedam 5 % da remuneração mensal fixa;

d) As ajudas de custo e as importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio em serviço da entidade patronal, na parte em que ambas excedam os limites legais ou quando não sejam observados os pressupostos da sua atribuição aos servidores do Estado e as verbas para des-pesas de deslocação, viagens ou representação de que não tenham sido prestadas contas até ao termo do exercício;

e) Quaisquer indemnizações resultantes da constituição, extinção ou modificação de relação jurídica que origine rendimentos do trabalho dependente, incluindo as que respeitem ao incumprimento das condições contratuais ou sejam devidas pela mudança de local de trabalho, sem prejuízo do disposto no número seguinte e na alínea f) do n.º 1 do artigo seguinte;

f) A quota -parte, acrescida dos descontos para a se-gurança social que constituam encargos do beneficiário, devida a título de participação nas companhas de pesca aos pescadores que limitem a sua atuação à prestação de trabalho;

g) As gratificações auferidas pela prestação ou em ra-zão da prestação do trabalho, quando não atribuídas pela respetiva entidade patronal;

h) As indemnizações não previstas na alínea e) que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria e que não correspondam a prestações sociais.

4 — Quando, por qualquer forma, cessem os contratos subjacentes às situações referidas nas alíneas a), b) e c) do n.º 1, mas sem prejuízo do disposto na alínea d) do mesmo número, quanto às prestações que continuem a ser devidas mesmo que o contrato de trabalho não subsista, ou se verifique a cessação das funções de gestor público, administrador ou gerente de pessoa coletiva, bem como de representante de estabelecimento estável de entidade não residente, as importâncias auferidas, a qualquer título, ficam sempre sujeitas a tributação:

a) Pela sua totalidade, na parte que corresponda ao exercício de funções de gestor público, administrador ou gerente de pessoa coletiva, bem como de representante de estabelecimento estável de entidade não residente;

b) Na parte que exceda o valor correspondente ao valor médio das remunerações regulares com carácter de retri-buição sujeitas a imposto, auferidas nos últimos 12 meses, multiplicado pelo número de anos ou fração de antigui-dade ou de exercício de funções na entidade devedora, nos demais casos, salvo quando nos 24 meses seguintes seja criado novo vínculo profissional ou empresarial, indepen-dentemente da sua natureza, com a mesma entidade, caso em que as importâncias serão tributadas pela totalidade.

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5 — Para efeitos do referido no número anterior, considera -se também criado um novo vínculo empresarial quando sejam estabelecidas com a entidade com a qual cessaram as relações laborais, comerciais ou de prestação de serviços, por sociedade ou outra entidade em que, pelo menos, 50 % do seu capital seja detido, isoladamente ou em conjunto com algum dos elementos do respetivo agre-gado familiar, pelo beneficiário ou por uma pluralidade de beneficiários das importâncias recebidas, exceto se as referidas relações laborais, comerciais ou de prestação de serviços representarem menos de 50 % das vendas ou prestações de serviços efetuadas no exercício.

6 — O regime previsto no n.º 4 não é aplicável às impor-tâncias relativas aos direitos vencidos durante os referidos contratos ou situações, designadamente remunerações por trabalho prestado, férias, subsídios de férias e de Natal.

7 — As importâncias referidas no n.º 4 serão também tributadas pela totalidade quando o sujeito passivo tenha beneficiado, nos últimos cinco anos, da não tributação total ou parcial nele prevista.

8 — (Revogado.)9 — Para efeitos do disposto no n.º 3) da alínea b) do

n.º 3, consideram -se direitos adquiridos aqueles cujo exer-cício não depende da manutenção do vínculo laboral, ou como tal considerado para efeitos fiscais, do beneficiário com a respetiva entidade patronal.

10 — Considera -se entidade patronal toda a que pague ou coloque à disposição remunerações que, nos termos deste artigo, constituam rendimentos de trabalho depen-dente, sendo a ela equiparada qualquer outra entidade que com ela esteja em relação de grupo, domínio ou simples participação, independentemente da respetiva localização geográfica.

11 — Para efeitos da alínea b) do n.º 3, consideram -se rendimentos do trabalho do sujeito passivo os benefícios ou regalias atribuídos pela respetiva entidade patronal a qualquer outra pessoa do seu agregado familiar ou que a ele esteja ligado por vínculo de parentesco ou afinidade até ao 3.º grau da linha colateral, ao qual se equipara a relação de cada um dos unidos de facto com os parentes do outro.

12 — (Revogado.)13 — Para efeitos do n.º 10) da alínea b) do n.º 3,

presume -se que a viatura foi adquirida pelo trabalhador ou membro do órgão social, quando seja registada no seu nome, no de qualquer pessoa que integre o seu agregado familiar ou no de outrem por si indicada, no prazo de dois anos a contar do exercício em que a viatura deixou de originar encargos para a entidade patronal.

14 — Os limites legais previstos neste artigo serão os anualmente fixados para os servidores do Estado.

15 — Consideram -se incluídas na alínea c) do n.º 1 as remunerações auferidas na qualidade de deputado ao Parlamento Europeu.

Artigo 2.º -ADelimitação negativa dos rendimentos da categoria A

1 — Não se consideram rendimentos do trabalho de-pendente:

a) As prestações efetuadas pelas entidades patronais para regimes obrigatórios de segurança social, ainda que de natureza privada, que visem assegurar exclusivamente benefícios em caso de reforma, invalidez ou sobrevivência;

b) Os benefícios imputáveis à utilização e fruição de realizações de utilidade social e de lazer mantidas pela entidade patronal, desde que observados os critérios esta-belecidos no artigo 43.º do Código do IRC, e os benefícios previstos no Decreto -Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro, ex-ceto na parte em que o respetivo montante exceda € 1 100 por dependente nos casos dos «vales educação» previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 1.º do referido decreto -lei;

c) As prestações relacionadas exclusivamente com ações de formação profissional dos trabalhadores, quer estas sejam ministradas pela entidade patronal, quer por orga-nismos de direito público ou entidade reconhecida como tendo competência nos domínios da formação e reabilita-ção profissionais pelos ministérios competentes;

d) As importâncias suportadas pelas entidades patro-nais com a aquisição de passes sociais a favor dos seus trabalhadores, desde que a atribuição dos mesmos tenha carácter geral;

e) As importâncias suportadas pelas entidades patronais com seguros de saúde ou doença em benefício dos seus trabalhadores ou respetivos familiares desde que a atribui-ção dos mesmos tenha carácter geral;

f) As importâncias suportadas pelas entidades patronais com encargos, indemnizações ou compensações, pagos no ano da deslocação, em dinheiro ou em espécie, devidos pela mudança do local de trabalho, quando este passe a situar--se a uma distância superior a 100 km do local de trabalho anterior, na parte que não exceda 10 % da remuneração anual, com o limite de € 4 200 por ano.

2 — Não constituem rendimentos do trabalho depen-dente os auferidos após a extinção do contrato de trabalho, sempre que o titular seja colocado numa situação equiva-lente à de reforma, segundo o regime de segurança social que lhe seja aplicável.

3 — Cada sujeito passivo apenas pode aproveitar da exclusão prevista na alínea f) do n.º 1 uma vez em cada período de três anos.

4 — Sempre que o mesmo dependente conste de mais do que uma declaração de rendimentos, o valor referido na alínea b) do n.º 1 é reduzido para metade, por sujeito passivo.

Artigo 3.ºRendimentos da categoria B

1 — Consideram -se rendimentos empresariais e pro-fissionais:

a) Os decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária;

b) Os auferidos no exercício, por conta própria, de qual-quer atividade de prestação de serviços, incluindo as de carácter científico, artístico ou técnico, qualquer que seja a sua natureza, ainda que conexa com atividades mencio-nadas na alínea anterior;

c) Os provenientes da propriedade intelectual ou in-dustrial ou da prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, quando auferidos pelo seu titular originário.

2 — Consideram -se ainda rendimentos desta categoria:

a) Os rendimentos prediais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais;

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b) Os rendimentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais;

c) As mais -valias apuradas no âmbito das atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais, definidas nos termos do artigo 46.º do Código do IRC, designadamente as resultantes da transferência para o pa-trimónio particular dos empresários de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa e, bem assim, os outros ganhos ou perdas que, não se encontrando nessas condições, de-corram das operações referidas no n.º 1 do artigo 10.º, quando imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais;

d) As importâncias auferidas, a título de indemnização, conexas com a atividade exercida, nomeadamente a sua redução, suspensão e cessação, assim como pela mudança do local do respetivo exercício;

e) As importâncias relativas à cessão temporária de exploração de estabelecimento;

f) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exercício de atividade abrangida na alínea a) do n.º 1;

g) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exercício de atividade abrangida na alínea b) do n.º 1;

h) Os provenientes da prática de atos isolados referentes a atividade abrangida na alínea a) do n.º 1;

i) Os provenientes da prática de atos isolados referentes a atividade abrangida na alínea b) do n.º 1.

3 — Para efeitos do disposto nas alíneas h) e i) do nú-mero anterior, consideram -se rendimentos provenientes de atos isolados os que não resultem de uma prática previsível ou reiterada.

4 — São excluídos de tributação os rendimentos re-sultantes de atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias, quando o valor dos proveitos ou das receitas, isolada-mente ou em cumulação com os rendimentos ilíquidos sujeitos, ainda que isentos, desta ou doutras categorias que devam ser ou tenham sido englobados, não exceda por agregado familiar quatro vezes e meia o valor anual do IAS.

5 — Para efeitos deste imposto, consideram -se como provenientes da propriedade intelectual os direitos de autor e direitos conexos.

6 — Os rendimentos referidos neste artigo ficam su-jeitos a tributação desde o momento em que para efeitos de IVA seja obrigatória a emissão de fatura ou documento equivalente ou, não sendo obrigatória a sua emissão, desde o momento do pagamento ou colocação à disposição dos respetivos titulares, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 18.º do Código do IRC, sempre que o rendimento seja determinado com base na contabilidade.

7 — Nos casos em que o rendimento não seja determi-nado com base na contabilidade deve ainda observar -se que as importâncias recebidas a título de provisão ou a qualquer outro título destinadas a custear despesas da responsabi-lidade dos clientes são consideradas como rendimento do ano posterior ao da sua receção sempre que até ao final desse ano não seja apresentada a conta final relativa ao trabalho prestado.

8 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, sem-pre que ocorra uma alteração do regime de tributação, no primeiro ano de aplicação do novo regime devem ser efetuados os necessários ajustamentos destinados a evitar qualquer duplicação de tributação dos rendimentos, bem como a sua não tributação.

Artigo 4.ºAtividades comerciais e industriais, agrícolas,

silvícolas e pecuárias

1 — Consideram -se atividades comerciais e industriais, designadamente, as seguintes:

a) Compra e venda;b) Fabricação;c) Pesca;d) Explorações mineiras e outras indústrias extrativas;e) Transportes;f) Construção civil;g) Urbanísticas e exploração de loteamentos;h) Atividades hoteleiras e similares, restauração e be-

bidas, bem como a venda ou exploração do direito real de habitação periódica;

i) Agências de viagens e de turismo;j) Artesanato;l) Atividades agrícolas e pecuárias não conexas com a

exploração da terra ou em que esta tenha carácter mani-festamente acessório;

m) Atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias integra-das noutras de natureza comercial ou industrial;

n) Arrendamento, quando haja opção pela tributação no âmbito da categoria B.

2 — Considera -se que a exploração da terra tem carácter manifestamente acessório quando os respetivos custos diretos sejam inferiores a 25 % dos custos diretos totais do conjunto da atividade exercida.

3 — Para efeitos do disposto na alínea m) do n.º 1, consideram -se integradas em atividades de natureza co-mercial ou industrial as agrícolas, silvícolas e pecuárias cujos produtos se destinem a ser utilizados ou consumidos em mais de 60 % do seu valor naquelas atividades.

4 — Consideram -se atividades agrícolas, silvícolas ou pecuárias, designadamente, as seguintes:

a) As comerciais ou industriais, meramente acessórias ou complementares daquelas, que utilizem, de forma ex-clusiva, os produtos das próprias explorações agrícolas, silvícolas ou pecuárias;

b) A caça e a exploração de pastos naturais, água e outros produtos espontâneos, explorados diretamente ou por terceiros;

c) As explorações de marinhas de sal;d) As explorações apícolas;e) A investigação e obtenção de novas variedades ani-

mais e vegetais, dependentes daquelas atividades.

5 — A opção a que se refere a alínea n) do n.º 1 deve ser exercida na declaração de início de atividade ou na declaração de alterações.

Artigo 5.ºRendimentos da categoria E

1 — Consideram -se rendimentos de capitais os fru-tos e demais vantagens económicas, qualquer que seja a sua natureza ou denominação, sejam pecuniários ou em espécie, procedentes, direta ou indiretamente, de elemen-tos patrimoniais, bens, direitos ou situações jurídicas, de natureza mobiliária, bem como da respetiva modificação, transmissão ou cessação, com exceção dos ganhos e outros rendimentos tributados noutras categorias.

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2 — Os frutos e vantagens económicas referidos no número anterior compreendem, designadamente:

a) Os juros e outras formas de remuneração decorrentes de contratos de mútuo, abertura de crédito, reporte e ou-tros que proporcionem, a título oneroso, a disponibilidade temporária de dinheiro ou outras coisas fungíveis;

b) Os juros e outras formas de remuneração derivadas de depósitos à ordem ou a prazo em instituições financei-ras, bem como de certificados de depósitos e de contas de títulos com garantia de preço ou de outras operações similares ou afins;

c) Os juros, os prémios de amortização ou de reembolso e as outras formas de remuneração de títulos da dívida pública, obrigações, títulos de participação, certificados de consignação, obrigações de caixa ou outros títulos aná-logos, emitidos por entidades públicas ou privadas, e de-mais instrumentos de aplicação financeira, designadamente letras, livranças e outros títulos de crédito negociáveis, enquanto utilizados como tais;

d) Os juros e outras formas de remuneração de supri-mentos, abonos ou adiantamentos de capital feitos pelos sócios à sociedade;

e) Os juros e outras formas de remuneração devidos pelo facto de os sócios não levantarem os lucros ou remunera-ções colocados à sua disposição;

f) O saldo dos juros apurado em contrato de conta cor-rente;

g) Os juros ou quaisquer acréscimos de crédito pecuniá-rio resultantes da dilação do respetivo vencimento ou de mora no seu pagamento, sejam legais sejam contratuais, com exceção dos juros devidos ao Estado ou a outros entes públicos por atraso na liquidação ou mora no pagamento de quaisquer contribuições, impostos ou taxas e dos juros atribuídos no âmbito de uma indemnização não sujeita a tributação nos termos do n.º 1 do artigo 12.º;

h) Os lucros e reservas colocados à disposição dos as-sociados ou titulares e adiantamentos por conta de lucros, com exclusão daqueles a que se refere o artigo 20.º;

i) O valor atribuído aos associados na amortização de partes sociais sem redução de capital;

j) Os rendimentos distribuídos das unidades de partici-pação em fundos de investimento;

l) Os rendimentos auferidos pelo associado na associa-ção em participação e na associação à quota, bem como, nesta última, os rendimentos referidos nas alíneas h) e i) auferidos pelo associante depois de descontada a prestação por si devida ao associado;

m) Os rendimentos provenientes de contratos que te-nham por objeto a cessão ou utilização temporária de direi-tos da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, quando não auferidos pelo respetivo autor ou titular originário, bem como os derivados de assistência técnica;

n) Os rendimentos decorrentes do uso ou da concessão do uso de equipamento agrícola e industrial, comercial ou científico, quando não constituam rendimentos pre-diais, bem como os provenientes da cedência, esporádica ou continuada, de equipamentos e redes informáticas, incluindo transmissão de dados ou disponibilização de capacidade informática instalada em qualquer das suas formas possíveis;

o) Os juros que não se incluam em outras alíneas deste artigo lançados em quaisquer contas correntes;

p) Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais;

q) O ganho decorrente de operações de swaps de taxa de juro;

r) A remuneração decorrente de certificados que garan-tam ao titular o direito a receber um valor mínimo superior ao valor de subscrição;

s) As indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria;

t) Os montantes pagos ou colocados à disposição do sujeito passivo por estruturas fiduciárias, quando tais mon-tantes não estejam associados à sua liquidação, revogação ou extinção, e não tenham sido já tributados nos termos do n.º 3 do artigo 20.º

3 — Consideram -se ainda rendimentos de capitais a diferença positiva entre os montantes pagos a título de res-gate, adiantamento ou vencimento de seguros e operações do ramo «Vida» e os respetivos prémios pagos ou impor-tâncias investidas, bem como a diferença positiva entre os montantes pagos a título de resgate, remição ou outra forma de antecipação de disponibilidade por fundos de pensões ou no âmbito de outros regimes complementares de segurança social, incluindo os disponibilizados por associações mu-tualistas, e as respetivas contribuições pagas, sem prejuízo do disposto nas alíneas seguintes, quando o montante dos prémios, importâncias ou contribuições pagos na primeira metade da vigência dos contratos representar pelo menos 35 % da totalidade daqueles:

a) São excluídos da tributação um quinto do rendimento, se o resgate, adiantamento, remição ou outra forma de antecipação de disponibilidade, bem como o vencimento, ocorrerem após cinco e antes de oito anos de vigência do contrato;

b) São excluídos da tributação três quintos do ren-dimento, se o resgate, adiantamento, remição ou outra forma de antecipação de disponibilidade, bem como o vencimento, ocorrerem depois dos primeiros oito anos de vigência do contrato.

4 — Para efeitos da alínea b) do n.º 2, consideram -se remunerações derivadas de depósitos à ordem ou a prazo os ganhos, seja qual for a designação que as partes lhes atribuam, resultantes de contratos celebrados por institui-ções de crédito que titulam um depósito em numerário, a sua absoluta ou relativa indisponibilidade durante o prazo contratual e a garantia de rentabilidade assegurada, inde-pendentemente de esta se reportar ao câmbio da moeda.

5 — Para efeitos da alínea c) do n.º 2, compreendem -se nos rendimentos de capitais o quantitativo dos juros con-táveis desde a data do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocor-rido qualquer vencimento, até à data em que ocorra alguma transmissão dos respetivos títulos, bem como a diferença, pela parte correspondente àqueles períodos, entre o valor de reembolso e o preço de emissão, no caso de títulos cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, por essa diferença.

6 — Sem prejuízo do disposto no n.º 8, para efeitos da alínea q) do n.º 2, o ganho sujeito a imposto é constituído pela diferença positiva entre os juros e, também, quando aplicável, pelos ganhos decorrentes dos pagamentos e recebimentos ocorridos em caso de cessão ou anulação do swap.

7 — (Revogado.)

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8 — Estando em causa instrumentos financeiros de-rivados, o disposto no n.º 10 do artigo 49.º do Código do IRC é aplicável, com as necessárias adaptações, para efeitos de IRS.

9 — (Revogado.)10 — (Revogado.)

Artigo 6.ºPresunções relativas a rendimentos da categoria E

1 — Presume -se que as letras e livranças resultam de contratos de mútuo quando não provenham de transações comerciais, entendendo -se que assim sucede quando o credor originário não for comerciante.

2 — Presume -se que os mútuos e as aberturas de cré-dito referidos na alínea a) do n.º 2 do artigo anterior são remunerados, entendendo -se que o juro começa a vencer -se nos mútuos a partir da data do contrato e nas aberturas de crédito desde a data da sua utilização.

3 — Até prova em contrário, presumem -se mutuados os capitais entregues em depósito não incluídos na alínea b) do n.º 2 do artigo anterior e cuja restituição seja garantida por qualquer forma.

4 — Os lançamentos a seu favor, em quaisquer contas correntes dos sócios, escrituradas nas sociedades comer-ciais ou civis sob forma comercial, quando não resultem de mútuos, da prestação de trabalho ou do exercício de cargos sociais, presumem -se feitos a título de lucros ou adiantamento dos lucros.

5 — As presunções estabelecidas no presente artigo podem ser ilididas com base em decisão judicial, ato ad-ministrativo, declaração do Banco de Portugal ou reconhe-cimento pela Autoridade Tributária e Aduaneira.

Artigo 7.ºMomento a partir do qual ficam sujeitos a tributação

os rendimentos da categoria E

1 — Os rendimentos referidos no artigo 5.º ficam su-jeitos a tributação desde o momento em que se vencem, se presume o vencimento, são colocados à disposição do seu titular, são liquidados ou desde a data do apuramento do respetivo quantitativo, conforme os casos.

2 — Tratando -se de mútuos, de depósitos e de aber-turas de crédito, considera -se que os juros, incluindo os parcialmente presumidos, se vencem na data estipulada, ou, na sua ausência, na data do reembolso do capital, salvo quanto aos juros totalmente presumidos, cujo vencimento se considera ter lugar em 31 de dezembro de cada ano ou na data do reembolso, se anterior.

3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, atende -se:a) Quanto ao n.º 2 do artigo 5.º:1) Ao vencimento, para os rendimentos referidos na alí-

nea a), com exceção do reporte, na alínea b), com exceção dos reembolsos antecipados dos depósitos ou de certificados de depósitos, na alínea c), com exceção dos certificados de consignação, e nas alíneas d), e), g) e q), neste último caso relativamente a juros vencidos durante o decurso da operação;

2) A colocação à disposição, para os rendimentos referi-dos nas alíneas h), i), j), l) e r), assim como dos certificados de consignação;

3) Ao apuramento do respetivo quantitativo, para os rendimentos do contrato de reporte, dos juros, no caso de reembolso antecipado dos depósitos ou de certificados de depósitos, e dos referidos nas alíneas f), m), n), o) e p);

4) Sem prejuízo do disposto no n.º 1) da presente alínea, ao momento da liquidação da operação para os rendimentos previstos na alínea q);

b) Quanto ao n.º 3 do artigo 5.º, à colocação dos rendi-mentos à disposição dos seus titulares ou ao apuramento do respetivo quantitativo quando o titular do direito aos rendimentos opte por recebê -los sob a forma de renda;

c) Quanto ao n.º 5 do artigo 5.º, à data da transmissão, exceto quando esta se realizar entre sujeitos passivos de IRS e não seja imputável ao exercício de uma atividade empresarial e profissional;

d) Quanto ao n.º 7 do artigo 5.º, ao apuramento do res-petivo quantitativo.

4 — As aberturas de crédito consideram -se utilizadas na totalidade sempre que, segundo as cláusulas do contrato, os levantamentos possam fazer -se independentemente de escritura ou instrumento notarial.

5 — Os juros são contados dia a dia.

Artigo 8.ºRendimentos da categoria F

1 — Consideram -se rendimentos prediais as rendas dos prédios rústicos, urbanos e mistos pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares, quando estes não op-tarem pela sua tributação no âmbito da categoria B.

2 — São havidas como rendas:a) As importâncias relativas à cedência do uso do prédio

ou de parte dele e aos serviços relacionados com aquela cedência;

b) As importâncias relativas ao aluguer de maquinismos e mobiliários instalados no imóvel locado;

c) A diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda recebida do subarrendatário e a paga ao senhorio;

d) As importâncias relativas à cedência do uso, total ou parcial, de bens imóveis, para quaisquer fins especiais, designadamente publicidade;

e) As importâncias relativas à cedência do uso de partes comuns de prédios em regime de propriedade horizontal;

f) As importâncias relativas à constituição, a título one-roso, de direitos reais de gozo temporários, ainda que vitalícios, sobre prédios rústicos, urbanos ou mistos;

g) As indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria.

3 — Para efeitos de IRS, considera -se prédio rústico uma parte delimitada do solo e as construções nele existen-tes que não tenham autonomia económica, prédio urbano qualquer edifício incorporado no solo e os terrenos que lhe sirvam de logradouro e prédio misto o que comporte parte rústica e parte urbana.

4 — Para efeitos do número anterior, considera -se ainda construção todo o bem móvel assente no mesmo local por um período superior a 12 meses.

Artigo 9.ºRendimentos da categoria G

1 — Constituem incrementos patrimoniais, desde que não considerados rendimentos de outras categorias:

a) As mais -valias, tal como definidas no artigo seguinte;b) As indemnizações que visem a reparação de danos

não patrimoniais, excetuadas as fixadas por decisão judicial

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ou arbitral ou resultantes de acordo homologado judicial-mente, de danos emergentes não comprovados e de lucros cessantes, considerando -se neste último caso como tais apenas as que se destinem a ressarcir os benefícios líquidos deixados de obter em consequência da lesão;

c) As importâncias auferidas em virtude da assunção de obrigações de não concorrência, independentemente da respetiva fonte ou título;

d) Os acréscimos patrimoniais não justificados, deter-minados nos termos dos artigos 87.º, 88.º ou 89.º -A da lei geral tributária;

e) As indemnizações devidas por renúncia onerosa a posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a bens imóveis.

2 — (Revogado.)3 — São igualmente considerados incrementos patri-

moniais aqueles a que se refere o n.º 5 do artigo 89.º -A da lei geral tributária.

4 — Os incrementos patrimoniais referidos nas alí neas b) e c) do n.º 1 do presente artigo constituem rendimento do ano em que são pagos ou colocados à disposição.

Artigo 10.ºMais -valias

1 — Constituem mais -valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e profissio-nais, de capitais ou prediais, resultem de:

a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imó-veis e afetação de quaisquer bens do património particular a atividade empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu proprietário;

b) Alienação onerosa de partes sociais e de outros va-lores mobiliários, incluindo:

1) A remição e amortização com redução de capital de partes sociais;

2) A extinção ou entrega de partes sociais das sociedades fundidas, cindidas ou adquiridas no âmbito de operações de fusão, cisão ou permuta de partes sociais;

3) O valor atribuído em resultado da partilha, bem como em resultado da liquidação, revogação ou extinção de estru-turas fiduciárias aos sujeitos passivos que as constituíram, nos termos dos artigos 81.º e 82.º do Código do IRC;

4) O reembolso de obrigações e outros títulos de dívida;5) O resgate de unidades de participação em fundos de

investimento e a liquidação destes fundos;

c) Alienação onerosa da propriedade intelectual ou in-dustrial ou de experiência adquirida no setor comercial, industrial ou científico, quando o transmitente não seja o seu titular originário;

d) Cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a bens imóveis;

e) Operações relativas a instrumentos financeiros deri-vados, com exceção dos ganhos previstos na alínea q) do n.º 2 do artigo 5.º;

f) Operações relativas a warrants autónomos, quer o warrant seja objeto de negócio de disposição anteriormente ao exercício ou quer seja exercido, neste último caso in-dependentemente da forma de liquidação;

g) Operações relativas a certificados que atribuam ao titular o direito a receber um valor de determinado ativo

subjacente, com exceção das remunerações previstas na alínea r) do n.º 2 do artigo 5.º;

h) Cessão onerosa de créditos, prestações acessórias e prestações suplementares.

2 — (Revogado.)3 — Os ganhos consideram -se obtidos no momento da

prática dos atos previstos no n.º 1, sem prejuízo do disposto nas alíneas seguintes:

a) Nos casos de promessa de compra e venda ou de troca, presume -se que o ganho é obtido logo que verifi-cada a tradição ou posse dos bens ou direitos objeto do contrato;

b) Nos casos de afetação de quaisquer bens do patri-mónio particular a atividade empresarial e profissional exercida pelo seu proprietário, o ganho só se considera obtido no momento da ulterior alienação onerosa dos bens em causa ou da ocorrência de outro facto que determine o apuramento de resultados em condições análogas;

c) Nos contratos de permuta de bens presentes por bens futuros, a tributação apenas ocorre no momento da celebra-ção do contrato que formaliza a aquisição do bem futuro, ou no momento da sua tradição, se anterior.

4 — O ganho sujeito a IRS é constituído:

a) Pela diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição, líquidos da parte qualificada como rendi-mento de capitais, sendo caso disso, nos casos previstos nas alíneas a), b) e c) do n.º 1;

b) Pela importância recebida pelo cedente, deduzida do preço por que eventualmente tenha obtido os direitos e bens objeto de cessão, no caso previsto na alínea d) do n.º 1;

c) Pelos rendimentos líquidos, apurados em cada ano, provenientes das operações referidas nas alíneas e) e g) do n.º 1;

d) Pelos rendimentos líquidos, apurados em cada ano, provenientes das operações referidas na alínea f) do n.º 1, os quais correspondem:

1) No caso de warrant de compra, à diferença, na data do exercício, entre o preço de mercado do ativo subjacente e o preço de exercício corrigido nos termos da alínea se-guinte;

2) No caso de warrant de venda, à diferença, na data do exercício, entre o preço de exercício, corrigido nos termos da alínea seguinte, e o preço de mercado do ativo subjacente; ou

3) No caso de transmissão do warrant, à diferença entre o valor de realização e o prémio na subscrição ou o valor de aquisição do warrant, consoante este tenha sido adqui-rido por subscrição ou por transmissão posterior àquela, respetivamente;

e) Para efeitos do disposto nos n.os 1) e 2) da alínea ante-rior, o preço de exercício é corrigido do valor do prémio de subscrição ou do valor de aquisição do warrant, consoante este tenha sido adquirido por subscrição ou por transmissão posterior àquela, respetivamente, nos seguintes termos:

1) No caso de warrant de compra, o valor antes referido é acrescido ao preço de exercício;

2) No caso de warrant de venda, o mesmo valor é de-duzido ao preço de exercício;

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(377)

f) Pela importância recebida pelo cedente deduzida do valor nominal na primeira transmissão, ou do valor de aquisição nos restantes casos, dos créditos, das prestações acessórias ou das prestações suplementares, no caso pre-visto na alínea h) do n.º 1;

g) Para efeitos da parte final do n.º 3) da alínea b) do n.º 1, considera -se como valor de aquisição o montante dos ativos entregues pelo sujeito passivo aquando da consti-tuição da estrutura fiduciária e como valor de realização o resultado da liquidação, revogação ou extinção da mesma, abatido dos valores imputados objeto de tributação nos termos do n.º 3 do artigo 20.º que não tenham sido distri-buídos anteriormente.

5 — São excluídos da tributação os ganhos provenientes da transmissão onerosa de imóveis destinados a habitação própria e permanente do sujeito passivo ou do seu agre-gado familiar, desde que verificadas, cumulativamente, as seguintes condições:

a) O valor de realização, deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para a aquisição do imó-vel, seja reinvestido na aquisição da propriedade de outro imóvel, de terreno para construção de imóvel e ou respetiva construção, ou na ampliação ou melhoramento de outro imóvel exclusivamente com o mesmo destino situado em território português ou no território de outro Estado mem-bro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, desde que, neste último caso, exista intercâmbio de infor-mações em matéria fiscal;

b) O reinvestimento previsto na alínea anterior seja efetuado entre os 24 meses anteriores e os 36 meses pos-teriores contados da data da realização;

c) O sujeito passivo manifeste a intenção de proceder ao reinvestimento, ainda que parcial, mencionando o res-petivo montante na declaração de rendimentos respeitante ao ano da alienação;

d) (Revogada.)

6 — Não haverá lugar ao benefício referido no número anterior quando:

a) Tratando -se de reinvestimento na aquisição de outro imóvel, o adquirente o não afete à sua habitação ou do seu agregado familiar, até decorridos doze meses após o reinvestimento;

b) Nos demais casos, o adquirente não requeira a ins-crição na matriz do imóvel ou das alterações decorridos 48 meses desde a data da realização, devendo afetar o imóvel à sua habitação ou do seu agregado até ao fim do quinto ano seguinte ao da realização;

c) (Revogada.)

7 — No caso de reinvestimento parcial do valor de realização e verificadas as condições estabelecidas no nú-mero anterior, o benefício a que se refere o n.º 5 respeitará apenas à parte proporcional dos ganhos correspondente ao valor reinvestido.

8 — No caso de se verificar uma permuta de partes sociais nas condições mencionadas no n.º 5 do artigo 73.º e n.º 2 do artigo 77.º do Código do IRC, a atribuição, em resultado dessa permuta, dos títulos representativos do ca-pital social da sociedade adquirente aos sócios da sociedade adquirida não dá lugar a qualquer tributação destes últimos se os mesmos continuarem a valorizar, para efeitos fiscais, as novas partes sociais pelo valor das antigas, determinado

de acordo com o estabelecido neste Código, sem prejuízo da tributação relativa às importâncias em dinheiro que lhes sejam eventualmente atribuídas.

9 — Nos casos de fusão ou cisão de sociedades a que seja aplicável o artigo 74.º do Código do IRC, não há lugar à tributação dos sócios das sociedades fundidas ou cindi-das, desde que verificadas as seguintes condições:

a) Havendo lugar à atribuição àqueles sócios de partes de capital, sejam observadas, com as necessárias adap-tações, as regras previstas nos n.os 1 e 3 do artigo 76.º do Código do IRC, consoante se trate de fusão ou cisão, respetivamente;

b) Não havendo lugar à atribuição de partes de capital, seja dado cumprimento, com as necessárias adaptações, ao disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 76.º do Código do IRC, consoante se trate, respetivamente, de fusão ou cisão.

10 — O disposto nos n.os 8 e 9 não prejudica a tributação dos sócios relativamente às importâncias em dinheiro que lhes sejam eventualmente atribuídas.

11 — Nos casos previstos nos n.os 8 e 9 são ainda apli-cáveis:

a) O disposto no n.º 10 do artigo 73.º do Código do IRC, com as necessárias adaptações;

b) A exigência dos elementos de prova previstos nos n.os 5 e 6 do artigo 78.º do mesmo código.

12 — Os sujeitos passivos devem declarar a alienação onerosa das ações, bem como a data das respetivas aqui-sições.

Artigo 10.º -APerda da qualidade de residente em território português

1 — Nos casos referidos nos n.os 8 e 9 do artigo anterior, e, bem assim, no artigo 38.º, perdendo o sócio a qualidade de residente em território português, há lugar à consi-deração enquanto mais -valias, para efeitos da tributação respeitante ao ano em que se verificar aquela perda da qua-lidade de residente, do valor que, por virtude do disposto naqueles números e artigo, não foi tributado aquando da permuta de ações, da fusão ou da cisão ou de transmissão do património, o qual corresponde:

a) Nos casos previstos no n.º 8 e na alínea a) do n.º 9 do artigo anterior, à diferença entre o valor de mercado das partes de capital recebidas e o valor de aquisição das antigas, determinado de acordo com o estabelecido no presente Código;

b) Nos casos previstos na alínea b) do n.º 9 do artigo anterior, à diferença entre o valor real das partes de capital e o respetivo valor de aquisição determinado nos termos estabelecidos na mesma alínea;

c) No caso previsto no artigo 38.º, à diferença entre o valor real das partes de capital e o valor previsto na alínea d) do n.º 1 daquele artigo.

2 — O disposto no número anterior não prejudica a requalificação do rendimento efetuada nos termos previstos na primeira parte do n.º 3 do artigo 38.º nas situações em que a transferência de residência ocorra antes de decorrido o período de cinco anos aí previsto.

3 — Nos casos em que a perda da qualidade de resi-dente em território português decorra da transferência da residência para outro Estado membro da União Europeia

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ou do Espaço Económico Europeu, que esteja vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia, o imposto, na parte correspondente ao saldo positivo das diferenças referidas no número anterior, é pago de acordo com as seguintes modalidades:

a) Imediatamente, pela totalidade do imposto apurado na declaração de rendimentos apresentada, nos termos e prazos estabelecidos nos artigos 57.º e 60.º;

b) No ano seguinte àquele em que se verifique em re-lação a cada uma das partes de capital consideradas para efeitos do apuramento do imposto, a sua extinção ou trans-missão, por qualquer título, pela parte do imposto que corresponda ao resultado fiscal de cada uma das partes individualmente identificada;

c) Em frações anuais de igual montante, correspondentes a um quinto do montante do imposto apurado no ano em que ocorre a transferência da residência.

4 — O exercício da opção por uma das modalidades previstas nas alíneas b) e c) do número anterior determina o vencimento de juros, à mesma taxa prevista para os juros de mora, contados desde o dia seguinte à data prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 97.º até à data do pagamento efetivo.

5 — A opção por uma das modalidades previstas nas alíneas b) e c) do n.º 3 deve ser exercida na declaração de rendimentos correspondente ao ano em que ocorreu a perda da qualidade de residente em território português e determina a entrega, no prazo fixado na alínea b) do n.º 1 do artigo 60.º, de declaração oficial, aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, que contenha a discriminação das partes de capital, podendo, em caso de fundado receio de frustração da cobrança do crédito tributário, ser subordinada à pres-tação de garantia bancária, que corresponda ao montante do imposto acrescido de 25 %.

6 — O sujeito passivo que tiver exercido a opção pela modalidade de pagamento do imposto prevista na alínea b) do n.º 3 deve enviar, anualmente, por transmissão eletró-nica de dados, no prazo fixado na alínea b) do n.º 1 do artigo 60.º, a declaração de modelo oficial referida no número anterior e, sendo devido, efetuar o pagamento do imposto dentro do mesmo prazo, acrescido dos juros vencidos, calculados nos termos do n.º 4.

7 — Sem prejuízo da responsabilidade contraordena-cional que ao caso couber, a não entrega da declaração referida no número anterior determina a notificação para a sua apresentação e pagamento do imposto eventualmente devido no prazo de 30 dias, sob pena de instauração de processo de execução fiscal pela totalidade do montante em dívida.

8 — O sujeito passivo que tiver exercido a opção pela modalidade de pagamento do imposto prevista na alínea c) do n.º 3 deve efetuar o pagamento do imposto devido até ao final do mês de agosto do ano da entrega da declaração de rendimentos e de cada um dos quatro anos seguintes.

9 — No caso referido no número anterior, a falta de pagamento de qualquer prestação implica o imediato venci-mento das seguintes, instaurando -se processo de execução fiscal pela totalidade do montante em dívida.

10 — O sujeito passivo que, na sequência da opção por uma das modalidades de pagamento do imposto previstas nas alíneas b) ou c) do n.º 3, transfira a sua residência para um território ou país que não seja um Estado membro da

União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso, desde que exista obrigação de troca de infor-mações, deve efetuar, no prazo estabelecido na alínea a) do n.º 1 do artigo 97.º, o pagamento da totalidade ou da parte do imposto liquidado ou das prestações que se encontrem em falta, consoante os casos, acrescido dos respetivos juros calculados nos termos do n.º 4.

11 — Os termos para o cumprimento das obrigações declarativas e para prestação da garantia são definidos por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Artigo 11.ºRendimentos da categoria H

1 — Consideram -se pensões:

a) As prestações devidas a título de pensões de aposen-tação ou de reforma, velhice, invalidez ou sobrevivência, bem como outras de idêntica natureza, incluindo os ren-dimentos referidos no n.º 2 do artigo 2.º -A, e ainda as pensões de alimentos;

b) As prestações a cargo de companhias de seguros, fundos de pensões, ou quaisquer outras entidades, devi-das no âmbito de regimes complementares de segurança social em razão de contribuições da entidade patronal, e que não sejam consideradas rendimentos do trabalho dependente;

c) As pensões e subvenções não compreendidas nas alíneas anteriores;

d) As rendas temporárias ou vitalícias;e) As indemnizações que visem compensar perdas de

rendimentos desta categoria.

2 — A remição ou qualquer outra forma de antecipação de disponibilidade dos rendimentos previstos no número anterior não lhes modifica a natureza de pensões.

3 — Os rendimentos referidos neste artigo ficam sujei-tos a tributação desde que pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares.

Artigo 12.ºDelimitação negativa de incidência

1 — O IRS não incide, salvo quanto às prestações pre-vistas no regime jurídico dos acidentes em serviço e das doenças profissionais no âmbito da Administração Pública, estabelecido pelo Decreto -Lei n.º 503/99, de 20 de novem-bro, alterado pelas Leis n.os 59/2008, de 11 de setembro, 64 -A/2008, de 31 de dezembro, e 11/2014, de 6 de março, sobre as indemnizações devidas em consequência de lesão corporal, doença ou morte, pagas ou atribuídas, nelas se in-cluindo as pensões e indemnizações auferidas em resultado do cumprimento do serviço militar, as atribuídas ao abrigo do artigo 127.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 498/72, de 9 de dezembro, e as pensões de preço de sangue, bem como a transmissão ao cônjuge ou unido de facto sobrevivo de pensão de deficiente militar auferida ao abrigo do artigo 8.º do Decreto -Lei n.º 240/98, de 7 de agosto:

a) Pelo Estado, regiões autónomas ou autarquias locais, bem como qualquer dos seus serviços, estabelecimentos ou organismos, ainda que personalizados, incluindo os institutos públicos e os fundos públicos; ou

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b) Ao abrigo de contrato de seguro, decisão judicial ou acordo homologado judicialmente;

c) (Revogada.)d) (Revogada.)e) Pelas associações mutualistas.

2 — Excluem -se deste imposto os prémios literários, artísticos ou científicos, quando não envolvam a cedência, temporária ou definitiva, dos respetivos direitos de autor, desde que atribuídos em concurso, mediante anúncio pú-blico em que se definam as respetivas condições de atribui-ção, não podendo a participação no mesmo sofrer restrições que não se conexionem com a natureza do prémio.

3 — O IRS não incide sobre os rendimentos provenien-tes do exercício da atividade de profissionais de espetáculos ou desportistas quando esses rendimentos sejam tributados em IRC nos termos da alínea d) do n.º 3 do artigo 4.º do Código do IRC.

4 — O IRS não incide sobre os montantes respeitantes a subsídios para manutenção, nem sobre os montantes necessários à cobertura de despesas extraordinárias relati-vas à saúde e educação, pagos ou atribuídos pelos centros regionais de segurança social e pela Santa Casa da Mi-sericórdia de Lisboa ou pelas instituições particulares de solidariedade social em articulação com aqueles, no âmbito da prestação de ação social de acolhimento familiar e de apoio a idosos, pessoas com deficiências, crianças e jovens, não sendo os correspondentes encargos considerados como custos para efeitos da categoria B.

5 — O IRS não incide sobre:

a) As bolsas atribuídas aos praticantes de alto ren-dimento desportivo pelo Comité Olímpico de Portugal ou pelo Comité Paralímpico de Portugal, no âmbito do contrato -programa de preparação para os Jogos Olímpicos, Paralímpicos ou Surdolímpicos pela respetiva federação titular do estatuto de utilidade pública desportiva, nos termos do artigo 30.º do Decreto -Lei n.º 272/2009, de 1 de outubro;

b) As bolsas de formação desportiva, como tal reconhe-cidas por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do desporto, atribuídas pela respetiva federação titular do estatuto de utilidade pública desportiva aos agentes desportivos não profissionais, no-meadamente praticantes, juízes e árbitros, até ao montante máximo anual correspondente a € 2 375;

c) Os prémios em reconhecimento do valor e mé-rito de êxitos desportivos, nos termos do Decreto -Lei n.º 272/2009, de 1 de outubro, e da Portaria n.º 103/2014, de 15 de maio.

6 — O IRS não incide sobre os incrementos patrimo-niais provenientes de transmissões gratuitas sujeitas ao imposto do selo, nem sobre os que se encontrem expres-samente previstos em norma de delimitação negativa de incidência deste imposto.

7 — O IRS não incide sobre as compensações e subsí-dios, referentes à atividade voluntária, postos à disposição dos bombeiros pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e pagos pelas respetivas entidades detentoras de corpos de bombeiros, no âmbito do dispositivo especial de combate a incêndios florestais e nos termos do respetivo enqua-dramento legal.

8 — O IRS não incide sobre o valor atribuído em re-sultado da liquidação, revogação ou extinção de estruturas

fiduciárias a sujeitos passivos beneficiários das referidas estruturas distintos daqueles que as constituíram.

SECÇÃO II

Incidência pessoal

Artigo 13.ºSujeito passivo

1 — Ficam sujeitas a IRS as pessoas singulares que re-sidam em território português e as que, nele não residindo, aqui obtenham rendimentos.

2 — Quando exista agregado familiar, o imposto é apurado individualmente em relação a cada cônjuge ou unido de facto, sem prejuízo do disposto relativamente aos dependentes, a não ser que seja exercida a opção pela tributação conjunta.

3 — No caso de opção por tributação conjunta, o im-posto é devido pela soma dos rendimentos das pessoas que constituem o agregado familiar, considerando -se como sujeitos passivos aquelas a quem incumbe a sua direção.

4 — O agregado familiar é constituído por:

a) Os cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens, ou os unidos de facto, e os respetivos dependentes;

b) Cada um dos cônjuges ou ex -cônjuges, respetiva-mente, nos casos de separação judicial de pessoas e bens ou de declaração de nulidade, anulação ou dissolução do casamento, e os dependentes a seu cargo;

c) O pai ou a mãe solteiros e os dependentes a seu cargo;d) O adotante solteiro e os dependentes a seu cargo.

5 — Para efeitos do disposto no número anterior, e desde que devidamente identificados pelo número fiscal de contribuinte na declaração de rendimentos, consideram--se dependentes:

a) Os filhos, adotados e enteados, menores não eman-cipados, bem como os menores sob tutela;

b) Os filhos, adotados e enteados, maiores, bem como aqueles que até à maioridade estiveram sujeitos à tutela de qualquer dos sujeitos a quem incumbe a direção do agregado familiar, que não tenham mais de 25 anos nem aufiram anualmente rendimentos superiores ao valor da retribuição mínima mensal garantida;

c) Os filhos, adotados, enteados e os sujeitos a tutela, maiores, inaptos para o trabalho e para angariar meios de subsistência;

d) Os afilhados civis.

6 — O disposto no número anterior não prejudica a tributação autónoma das pessoas nele referidas, exceto se, tratando -se de filhos, adotados e enteados, menores não emancipados, bem como de menores sob tutela, a administração dos rendimentos por eles auferidos não lhes pertencer na totalidade.

7 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 59.º e no n.º 9 do artigo 78.º, as pessoas referidas nos números an-teriores não podem, simultaneamente, fazer parte de mais de um agregado familiar nem, integrando um agregado familiar, ser consideradas sujeitos passivos autónomos.

8 — A situação pessoal e familiar dos sujeitos passivos relevante para efeitos de tributação é aquela que se verificar no último dia do ano a que o imposto respeite.

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9 — Nos casos de divórcio, separação judicial de pes-soas e bens, declaração de nulidade ou anulação do casa-mento, quando as responsabilidades parentais são exercidas em comum por ambos os progenitores, os dependentes previstos na alínea a) do n.º 5 são considerados como in-tegrando:

a) O agregado do progenitor a que corresponder a resi-dência determinada no âmbito da regulação do exercício das responsabilidades parentais;

b) O agregado do progenitor com o qual o dependente tenha identidade de domicílio fiscal no último dia do ano a que o imposto respeite, quando, no âmbito da regulação do exercício das responsabilidades parentais, não tiver sido determinada a sua residência ou não seja possível apurar a sua residência habitual.

10 — O domicílio fiscal faz presumir a habitação pró-pria e permanente do sujeito passivo que pode, a todo o tempo, apresentar prova em contrário.

11 — Para efeitos do disposto no número anterior, considera -se preenchido o requisito de prova aí previsto, designadamente quando o sujeito passivo:

a) Faça prova de que a sua habitação própria e perma-nente é localizada noutro imóvel; ou

b) Faça prova de que não dispõe de habitação própria e permanente.

12 — A prova dos factos previstos no número anterior compete ao sujeito passivo, sendo admissíveis quaisquer meios de prova admitidos por lei.

13 — Compete à Autoridade Tributária e Aduaneira demonstrar a falta de veracidade dos meios de prova men-cionados no número anterior ou das informações neles constantes.

Artigo 14.ºUniões de facto

1 — (Revogado.)2 — A existência de identidade de domicílio fiscal dos

sujeitos passivos durante o período exigido pela lei para verificação dos pressupostos da união de facto, e durante o período de tributação, faz presumir a existência de união de facto quando esta seja invocada pelos sujeitos passivos.

3 — Os sujeitos passivos não residentes em território português durante todo ou parte do período referido no número anterior podem apresentar prova documental da identidade de domicílio fiscal no Estado ou Estados onde residiram durante aquele período.

Artigo 15.ºÂmbito da sujeição

1 — Sendo as pessoas residentes em território portu-guês, o IRS incide sobre a totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território.

2 — Tratando -se de não residentes, o IRS incide uni-camente sobre os rendimentos obtidos em território por-tuguês.

3 — O disposto nos números anteriores aplica -se aos casos de residência parcial previstos nos n.os 3 e 4 do ar-tigo seguinte, relativamente a cada um dos estatutos de residência.

Artigo 16.ºResidência

1 — São residentes em território português as pessoas que, no ano a que respeitam os rendimentos:

a) Hajam nele permanecido mais de 183 dias, seguidos ou interpolados, em qualquer período de 12 meses com início ou fim no ano em causa;

b) Tendo permanecido por menos tempo, aí disponham, num qualquer dia do período referido na alínea anterior, de habitação em condições que façam supor intenção atual de a manter e ocupar como residência habitual;

c) Em 31 de dezembro, sejam tripulantes de navios ou aeronaves, desde que aqueles estejam ao serviço de entidades com residência, sede ou direção efetiva nesse território;

d) Desempenhem no estrangeiro funções ou comissões de carácter público, ao serviço do Estado Português.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, considera -se como dia de presença em território português qualquer dia, completo ou parcial, que inclua dormida no mesmo.

3 — As pessoas que preencham as condições previstas nas alíneas a) ou b) do n.º 1 tornam -se residentes desde o primeiro dia do período de permanência em território português, salvo quando tenham aí sido residentes em qualquer dia do ano anterior, caso em que se consideram residentes neste território desde o primeiro dia do ano em que se verifique qualquer uma das condições previstas no n.º 1.

4 — A perda da qualidade de residente ocorre a partir do último dia de permanência em território português, salvo nos casos previstos nos n.os 14 e 16.

5 — A residência fiscal é aferida em relação a cada sujeito passivo do agregado.

6 — São ainda havidos como residentes em território português as pessoas de nacionalidade portuguesa que deslocalizem a sua residência fiscal para país, território ou região, sujeito a um regime fiscal claramente mais favorá-vel constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, no ano em que se verifique aquela mudança e nos quatro anos subsequen-tes, salvo se o interessado provar que a mudança se deve a razões atendíveis, designadamente exercício naquele território de atividade temporária por conta de entidade patronal domiciliada em território português.

7 — Sem prejuízo do período definido no número an-terior, a condição de residente aí prevista subsiste apenas enquanto se mantiver a deslocação da residência fiscal do sujeito passivo para país, território ou região, sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, deixando de se aplicar no ano em que este se torne residente fiscal em país, território ou região distinto daqueles.

8 — Consideram -se residentes não habituais em terri-tório português os sujeitos passivos que, tornando -se fis-calmente residentes nos termos dos n.os 1 ou 2, não tenham sido residentes em território português em qualquer dos cinco anos anteriores.

9 — O sujeito passivo que seja considerado residente não habitual adquire o direito a ser tributado como tal pelo período de 10 anos consecutivos a partir do ano, inclusive, da sua inscrição como residente em território português.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(381)

10 — O sujeito passivo deve solicitar a inscrição como residente não habitual no ato da inscrição como residente em território português ou, posteriormente, até 31 de março, inclusive, do ano seguinte àquele em que se torne residente nesse território.

11 — O direito a ser tributado como residente não habi-tual em cada ano do período referido no n.º 9 depende de o sujeito passivo ser considerado residente em território português, em qualquer momento desse ano.

12 — O sujeito passivo que não tenha gozado do di-reito referido no número anterior em um ou mais anos do período referido no n.º 9 pode retomar o gozo do mesmo em qualquer dos anos remanescentes daquele período, a partir do ano, inclusive, em que volte a ser considerado residente em território português.

13 — Enquadra -se no disposto na alínea d) do n.º 1 o exercício de funções de deputado ao Parlamento Europeu.

14 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, um sujeito passivo considera -se residente em território portu-guês durante a totalidade do ano no qual perca a qualidade de residente quando se verifiquem, cumulativamente, as seguintes condições:

a) Permaneça em território português mais de 183 dias, seguidos ou interpolados, nesse ano; e

b) Obtenha, no decorrer desse ano e após o último dia de permanência em território português, quaisquer rendi-mentos que fossem sujeitos e não isentos de IRS, caso o sujeito passivo mantivesse a sua qualidade de residente em território português.

15 — O disposto no número anterior não é aplicável caso o sujeito passivo demonstre que os rendimentos a que se refere a alínea b) do mesmo número sejam tributados por um imposto sobre o rendimento idêntico ou substan-cialmente similar ao IRS aplicado devido ao domicílio ou residência:

a) Noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informações em matéria fiscal e que se preveja a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade; ou

b) Noutro Estado, não abrangido na alínea anterior, em que a taxa de tributação aplicável àqueles rendimentos não seja inferior a 60 % daquela que lhes seria aplicável caso o sujeito passivo mantivesse a sua residência em território português.

16 — Um sujeito passivo considera -se, ainda, residente em território português durante a totalidade do ano sempre que volte a adquirir a qualidade de residente durante o ano subsequente àquele em que, nos termos do n.º 4, perdeu aquela mesma qualidade.

Artigo 17.ºResidência em região autónoma

1 — Para efeitos deste Código, considera -se que no ano a que respeitam os rendimentos as pessoas residentes no território português são residentes numa região autónoma quando permaneçam no respetivo território por mais de 183 dias.

2 — Para que se considere que um residente em terri-tório português permanece numa região autónoma, para efeitos do número anterior, é necessário que nesta se situe

a sua residência habitual e aí esteja registado para efeitos fiscais.

3 — Quando não for possível determinar a permanência a que se referem os números anteriores, são considerados residentes no território de uma região autónoma os residen-tes no território português que ali tenham o seu principal centro de interesses, considerando -se como tal o local onde se obtenha a maior parte da base tributável, determinada nos seguintes termos:

a) Os rendimentos do trabalho consideram -se obtidos no local onde é prestada a atividade;

b) Os rendimentos empresariais e profissionais consideram--se obtidos no local do estabelecimento ou do exercício habitual da profissão;

c) Os rendimentos de capitais consideram -se obtidos no local do estabelecimento a que deva imputar -se o pa-gamento;

d) Os rendimentos prediais e incrementos patrimoniais provenientes de imóveis consideram -se obtidos no local onde estes se situam;

e) Os rendimentos de pensões consideram -se obtidos no local onde são pagas ou colocadas à disposição.

4 — São havidas como residentes no território de uma região autónoma as pessoas que constituem o agregado familiar, desde que aí se situe o principal centro de inte-resses, nos termos definidos no número anterior.

Artigo 17.º -ARegime opcional para os residentes noutro Estado membro

da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu

1 — Os sujeitos passivos residentes noutro Estado mem-bro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu com o qual exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, quando sejam titulares de rendimentos obtidos em território português, que representem, pelo menos, 90 % da totalidade dos seus rendimentos relativos ao ano em causa, incluindo os obtidos fora deste território, podem optar pela respetiva tributação de acordo com as regras aplicáveis aos sujeitos passivos não casados residentes em território português com as adaptações previstas nos números seguintes.

2 — Os sujeitos passivos referidos no número anterior, na situação de casados e não separados de pessoas e bens ou que se encontrem em situação idêntica à prevista no artigo 14.º, podem optar pelo regime da tributação conjunta dos rendimentos auferidos pelos membros do agregado familiar, aplicável aos sujeitos passivos residentes em território português casados e não separados judicialmente de pessoas e bens, desde que:

a) Ambos os sujeitos passivos sejam residentes noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó-mico Europeu, com o qual exista intercâmbio de informa-ções em matéria fiscal;

b) Os rendimentos obtidos em território português pe-los membros do agregado familiar correspondam a, pelo menos, 90 % da totalidade dos rendimentos do agregado familiar;

c) A opção seja formulada por ambos os sujeitos passi-vos ou pelos respetivos representantes legais.

3 — Exercida a opção prevista nos números anteriores, a taxa do imposto aplicável à totalidade dos rendimen-

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tos obtidos em território português que seriam sujeitos a englobamento caso fossem obtidos por sujeitos passivos residentes é:

a) No caso da opção prevista no n.º 1, as taxas que, de acordo com a tabela prevista no n.º 1 do artigo 68.º, correspondem à totalidade do rendimento coletável deter-minado de acordo com as regras previstas no capítulo II do presente Código, sendo tomados em consideração todos os rendimentos do sujeito passivo, incluindo os obtidos fora do território português;

b) No caso da opção prevista no n.º 2, as taxas que, de acordo com a tabela prevista no n.º 1 do artigo 68.º e o disposto no artigo 69.º, correspondem à totalidade do rendimento coletável determinado de acordo com as regras previstas no capítulo II do presente Código, sendo tomados em consideração todos os rendimentos dos membros do agregado familiar, incluindo os obtidos fora do território português.

4 — À coleta apurada e até à sua concorrência são dedu-zidos os montantes previstos no artigo 78.º relativamente a despesas ou encargos que respeitem aos sujeitos passivos, a pessoas que estejam nas condições previstas no n.º 5 do artigo 13.º ou ainda aos ascendentes e colaterais até ao 3.º grau que não possuam rendimentos superiores a € 475, desde que essas despesas ou encargos não possam ser tidos em consideração no Estado da residência.

5 — Independentemente do exercício da opção pre-vista nos números anteriores, os rendimentos obtidos em território português estão sujeitos a retenção na fonte às taxas aplicáveis aos rendimentos auferidos por não resi-dentes, sem prejuízo do disposto em convenção destinada a eliminar a dupla tributação ou de um outro acordo de direito internacional que vincule o Estado Português, com a natureza de pagamento por conta quando respeitem aos rendimentos englobados.

6 — A opção referida nos números anteriores deve ser efetuada na declaração a que se refere o n.º 1 do artigo 57.º, a entregar nos prazos previstos na alínea a) do n.º 1 do artigo 60.º, acompanhada dos documentos que comprovem as condições de que depende a aplicação deste regime.

7 — A Autoridade Tributária e Aduaneira pode solici-tar aos sujeitos passivos ou aos seus representantes que apresentem, no prazo de 30 dias, os documentos que jul-gue necessários para assegurar a correta aplicação deste regime.

Artigo 18.ºRendimentos obtidos em território português

1 — Consideram -se obtidos em território português:

a) Os rendimentos do trabalho dependente decorrentes de atividades nele exercidas, ou quando tais rendimentos sejam devidos por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento;

b) As remunerações dos membros dos órgãos estatu-tários das pessoas coletivas e outras entidades, devidas por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento;

c) Os rendimentos de trabalho prestado a bordo de na-vios e aeronaves, desde que os seus beneficiários estejam

ao serviço de entidade com residência, sede ou direção efetiva nesse território;

d) Os rendimentos provenientes da propriedade inte-lectual ou industrial, da prestação de informações respei-tantes a uma experiência adquirida no setor comercial, industrial ou científico, ou do uso ou concessão do uso de equipamento agrícola, comercial ou científico, quando não constituam rendimentos prediais, bem como os derivados de assistência técnica, devidos por entidades que nele te-nham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento;

e) Os rendimentos de atividades empresariais e profis-sionais imputáveis a estabelecimento estável nele situado;

f) Os rendimentos que não se encontrem previstos na alínea anterior decorrentes de atividades profissionais e de outras prestações de serviços, incluindo as de carácter científico, artístico, técnico e de intermediação na cele-bração de quaisquer contratos, realizadas ou utilizadas em território português, com exceção das relativas a transpor-tes, telecomunicações e atividades financeiras, desde que devidos por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento;

g) Outros rendimentos de aplicação de capitais devidos por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento;

h) Os rendimentos respeitantes a imóveis nele situados, incluindo as mais -valias resultantes da sua transmissão;

i) As mais -valias resultantes da transmissão onerosa de partes representativas do capital de entidades com sede ou direção efetiva em território português, incluindo a sua remição e amortização com redução de capital e, bem assim, o valor atribuído aos associados em resultado da partilha que, nos termos do artigo 81.º do Código do IRC, seja considerado como mais -valia, ou de outros valores mobiliários emitidos por entidades que aí tenham sede ou direção efetiva, ou ainda de partes de capital ou outros valo-res mobiliários quando, não se verificando essas condições, o pagamento dos respetivos rendimentos seja imputável a estabelecimento estável situado no mesmo território;

j) As mais -valias resultantes da alienação dos bens re-feridos na alínea c) do n.º 1 do artigo 10.º, quando nele tenha sido feito o registo ou praticada formalidade equi-valente;

l) As pensões devidas por entidade que nele tenha resi-dência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento;

m) Os rendimentos de atos isolados nele praticados;n) Os incrementos patrimoniais não compreendidos nas

alíneas anteriores, quando nele se situem os bens, direitos ou situações jurídicas a que respeitam, incluindo, desig-nadamente, os rendimentos provenientes de operações relativas a instrumentos financeiros derivados, devidos ou pagos por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento;

o) Os rendimentos derivados do exercício, em território português, da atividade de profissionais de espetáculos ou desportistas, ainda que atribuídos a pessoa diferente.

2 — Entende -se por estabelecimento estável qualquer instalação fixa ou representação permanente através da qual seja exercida uma das atividades previstas no artigo 3.º

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3 — É aplicável ao IRS o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 4.º e nos n.os 2 a 9 do artigo 5.º ambos do Código do IRC, com as necessárias adaptações.

Artigo 19.ºContitularidade de rendimentos

Os rendimentos que pertençam em comum a várias pessoas são imputados a estas na proporção das respetivas quotas, que se presumem iguais quando indeterminadas.

Artigo 20.ºImputação especial

1 — Constitui rendimento dos sócios ou membros das entidades referidas no artigo 6.º do Código do IRC, que sejam pessoas singulares, o resultante da imputação efe-tuada nos termos e condições dele constante ou, quando superior, as importâncias que, a título de adiantamento por conta de lucros, tenham sido pagas ou colocadas à disposição durante o ano em causa.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, as respetivas importâncias integram -se como rendimento líquido na categoria B.

3 — Constitui rendimento dos sujeitos passivos de IRS residentes em território português os lucros ou rendimen-tos obtidos por entidades não residentes em território português e aí submetidos a um regime fiscal claramente mais favorável, no caso em que, nos termos e condições do artigo 66.º do Código do IRC, os mesmos detenham, direta ou indiretamente, mesmo que através de mandatá-rio, fiduciário ou interposta pessoa, pelo menos, 25 % ou 10 % das partes de capital, dos direitos de voto ou dos direitos sobre os rendimentos ou os elementos patrimo-niais dessas entidades, consoante os casos, aplicando -se para o efeito, com as necessárias adaptações, o regime aí estabelecido.

4 — Para efeitos do disposto no número anterior, as res-petivas importâncias integram -se como rendimento líquido na categoria B, nos casos em que as partes de capital ou os direitos estejam afetos a uma atividade empresarial ou profissional, ou na categoria E, nos restantes casos.

5 — No caso previsto no n.º 1, o resultado da imputa-ção efetuada nos anos subsequentes deve ser objeto dos necessários ajustamentos destinados a eliminar qualquer duplicação de tributação dos rendimentos que possa vir a ocorrer.

6 — O disposto no n.º 2 não prejudica a possibilidade de dedução das contribuições obrigatórias para regimes de proteção social comprovadamente suportadas pelo sujeito passivo, nos casos em que este exerce a sua atividade profissional através de sociedade sujeita ao regime de transparência fiscal previsto no artigo 6.º do Código do IRC, desde que as mesmas não tenham sido objeto de dedução a outro título.

Artigo 21.ºSubstituição tributária

Quando, através de substituição tributária, este Código exigir o pagamento total ou parcial do IRS a pessoa diversa daquela em relação à qual se verificam os respetivos pres-supostos, considera -se a substituta, para todos os efeitos legais, como devedor principal do imposto, ressalvado o disposto no artigo 103.º

CAPÍTULO II

Determinação do rendimento coletável

SECÇÃO I

Regras gerais

Artigo 22.ºEnglobamento

1 — O rendimento coletável em IRS é o que resulta do englobamento dos rendimentos das várias categorias auferidos em cada ano, depois de feitas as deduções e os abatimentos previstos nas secções seguintes.

2 — Nas situações de contitularidade, o englobamento faz -se nos seguintes termos:

a) Tratando -se de rendimentos da categoria B, cada contitular engloba a parte do rendimento que lhe couber, na proporção das respetivas quotas;

b) Tratando -se de rendimentos das restantes categorias, cada contitular engloba os rendimentos ilíquidos e as de-duções legalmente admitidas, na proporção das respetivas quotas.

3 — Não são englobados para efeitos da sua tributação:

a) Os rendimentos auferidos por sujeitos passivos não residentes em território português, sem prejuízo do disposto nos n.os 8 e 9 do artigo 72.º;

b) Os rendimentos referidos nos artigos 71.º e 72.º aufe-ridos por residentes em território português, sem prejuízo da opção pelo englobamento neles previsto.

4 — Ainda que não englobados para efeito da sua tribu-tação, são sempre incluídos para efeito de determinação da taxa a aplicar aos restantes rendimentos, os rendimentos isentos, quando a lei imponha o respetivo englobamento.

5 — Quando o sujeito passivo exerça a opção referida no n.º 3, fica, por esse facto, obrigado a englobar a totali-dade dos rendimentos da mesma categoria de rendimentos.

6 — Quando o sujeito passivo aufira rendimentos que deem direito a crédito de imposto por dupla tributação internacional previsto no artigo 81.º, os corresponden-tes rendimentos devem ser considerados pelas respetivas importâncias ilíquidas dos impostos sobre o rendimento pagos no estrangeiro.

7 — Sempre que a lei imponha o englobamento de ren-dimentos isentos, observa -se o seguinte:

a) Os rendimentos isentos são considerados, sem dedu-ções, para efeitos do disposto no artigo 69.º, sendo caso disso, e para determinação das taxas a aplicar ao restante rendimento coletável;

b) Para efeitos da alínea anterior, quando seja de aplicar o disposto no artigo 69.º, o quociente da divisão por 2 dos rendimentos isentos é imputado proporcionalmente à fração de rendimento a que corresponde a taxa média e a taxa normal.

8 — Quando os dependentes, nas situações referidas no n.º 9 do artigo 13.º, tiverem obtido rendimentos, devem os mesmos ser incluídos na declaração do agregado em que se integram.

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Artigo 23.ºValores fixados em moeda sem curso legal em Portugal

1 — A equivalência de rendimentos ou encargos expres-sos em moeda sem curso legal em Portugal é determinada pela cotação oficial da respetiva divisa, de acordo com as seguintes regras:

a) Tratando -se de rendimentos transferidos para o exte-rior, aplica -se o câmbio de venda da data da efetiva trans-ferência ou da retenção na fonte, se a ela houver lugar;

b) Tratando -se de rendimentos provenientes do exterior, aplica -se o câmbio de compra da data em que aqueles foram pagos ou postos à disposição do sujeito passivo em Portugal;

c) Tratando -se de rendimentos obtidos e pagos no es-trangeiro que não sejam transferidos para Portugal até ao fim do ano, aplica -se o câmbio de compra da data em que aqueles forem pagos ou postos à disposição do sujeito passivo;

d) Tratando -se de encargos, aplica -se a regra da alí-nea a).

2 — Não sendo possível comprovar qualquer das da-tas referidas no número anterior, aplica -se o câmbio de 31 de dezembro do ano a que os rendimentos ou encargos respeitem.

3 — Não existindo câmbio nas datas referidas no n.º 1, aplica -se o da última cotação anterior a essas datas.

4 — Quando a determinação do rendimento coletável se faça com base na contabilidade, seguem -se as regras legais a esta aplicáveis.

Artigo 24.ºRendimentos em espécie

1 — A equivalência pecuniária dos rendimentos em espécie faz -se de acordo com as seguintes regras, de apli-cação sucessiva:

a) Pelo preço tabelado oficialmente;b) Pela cotação oficial de compra;c) Tratando -se de géneros, pela cotação de compra na

bolsa de mercadorias de Lisboa ou, não existindo essa cotação, pelo preço médio do respetivo ano ou do último determinado e que constem da estiva camarária;

d) Pelos preços de bens ou serviços homólogos publi-cados pelo Instituto Nacional de Estatística;

e) Pelo valor de mercado, em condições de concor-rência.

2 — Quando se tratar da utilização de habitação, o ren-dimento em espécie corresponde à diferença entre o valor do respetivo uso e a importância paga a esse título pelo beneficiário, observando -se na determinação daquele as regras seguintes:

a) O valor do uso é igual à renda suportada em substi-tuição do beneficiário;

b) Não havendo renda, o valor do uso é igual ao valor da renda condicionada, determinada segundo os critérios legais, não devendo, porém, exceder um terço do total das remunerações auferidas pelo beneficiário;

c) Quando para a situação em causa estiver fixado por lei subsídio de residência ou equivalente quando não é fornecida casa de habitação, o valor do uso não pode ex-ceder, em qualquer caso, esse montante.

3 — Nos casos previstos no n.º 5) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º, o cálculo do rendimento é feito do modo seguinte:

a) No caso de empréstimos concedidos pela entidade patronal sem juros ou a taxa de juro reduzida, o rendi-mento é calculado subtraindo o resultado da aplicação ao respetivo capital da taxa de juro que eventualmente seja suportada pelo beneficiário, ao resultado do valor obtido por aplicação a esse capital da:

1) Taxa de juro de referência para o tipo de operação em causa, publicada anualmente por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças; ou

2) Na falta de publicação da portaria referida no número anterior da presente alínea, 70 % da taxa mínima de pro-posta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo Banco Central Europeu, ou de outra taxa legalmente fixada como equivalente, do primeiro dia útil do ano a que respeitam os rendimentos;

b) No caso de empréstimos concedidos ao trabalhador por outras entidades, o rendimento corresponde à parte dos juros suportada pela entidade patronal.

4 — Os ganhos referidos no n.º 7) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º consideram -se obtidos, respetivamente:

a) No momento do exercício da opção ou de direito de efeito equivalente, correspondendo à diferença positiva entre o valor do bem ou direito nessa data e o preço de exercício da opção, ou do direito, acrescido este do que eventualmente haja sido pago pelo trabalhador ou membro de órgão social para aquisição da opção ou direito;

b) No momento da subscrição ou do exercício de direito de efeito equivalente, correspondendo à diferença positiva entre o preço de subscrição ou de exercício do direito de efeito equivalente para a generalidade dos subscritores ou dos titulares de tal direito, ou, na ausência de outros subscritores ou titulares, o valor de mercado, e aquele pelo qual o trabalhador ou membro de órgão social o exerce, acrescido do preço que eventualmente haja pago para aqui-sição do direito;

c) No momento da alienação, da liquidação financeira ou da renúncia ao exercício, a favor da entidade patronal ou de terceiros, de opções, direitos de subscrição ou outros de efeito equivalente, correspondendo à diferença positiva entre o preço ou o valor da vantagem económica recebidos e o que eventualmente haja sido pago pelo trabalhador ou membro de órgão social para aquisição das opções ou direitos;

d) No momento da recompra dos valores mobiliários ou direitos equiparados, pela entidade patronal, corres-pondendo à diferença positiva entre o preço ou o valor da vantagem económica recebidos e o respetivo valor de mercado, ou, caso aquele preço ou valor tenha sido previamente fixado, o quantitativo que tiver sido conside-rado como valor daqueles bens ou direitos, nos termos da alínea a), ou como preço de subscrição ou de exercício do direito para a generalidade dos subscritores ou dos titulares do direito, nos termos da alínea b), ou o valor de mercado, nos termos da alínea e);

e) Nos planos de atribuição de valores mobiliários ou direitos equiparados em que se verifiquem pela entidade patronal, como condições cumulativas, a não aquisição ou registo dos mesmos a favor dos trabalhadores ou membros de órgãos sociais, a impossibilidade de estes celebrarem

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negócios de disposição ou oneração sobre aqueles, a su-jeição a um período de restrição que os exclua do plano em casos de cessação do vínculo ou mandato social, pelo menos nos casos de iniciativa com justa causa da entidade patronal, e ainda que se adquiram outros direitos inerentes à titularidade destes, como sejam o direito a rendimento ou de participação social, no momento em que os traba-lhadores ou membros de órgãos sociais são plenamente investidos dos direitos inerentes àqueles valores ou direitos, em particular os de disposição ou oneração, sendo o ganho apurado pela diferença positiva entre o valor de mercado à data do final do período de restrição e o que eventualmente haja sido pago pelo trabalhador ou membro de órgão social para aquisição daqueles valores ou direitos.

5 — Quando se tratar da atribuição do uso de viatura automóvel pela entidade patronal, o rendimento anual cor-responde ao produto de 0,75 % do seu valor de mercado, reportado a 1 de janeiro do ano em causa, pelo número de meses de utilização da mesma.

6 — No caso de aquisição de viatura pelo trabalhador ou membro de órgão social, o rendimento corresponde à diferença positiva entre o respetivo valor de mercado e o somatório dos rendimentos anuais tributados como rendi-mentos decorrentes da atribuição do uso com a importância paga a título de preço de aquisição.

7 — Na determinação dos rendimentos previstos nos n.os 5 e 6, considera -se valor de mercado o que corres-ponder à diferença entre o valor de aquisição e o produto desse valor pelo coeficiente de desvalorização acumulada constante de tabela a aprovar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

SECÇÃO II

Rendimentos do trabalho

Artigo 25.ºRendimentos do trabalho dependente: deduções

1 — Aos rendimentos brutos da categoria A deduzem--se, até à sua concorrência, e por cada titular que os tenha auferido, os seguintes montantes:

a) € 4 104;b) As indemnizações pagas pelo trabalhador à sua enti-

dade patronal por rescisão unilateral do contrato individual de trabalho sem aviso prévio em resultado de sentença judicial ou de acordo judicialmente homologado ou, nos restantes casos, a indemnização de valor não superior à remuneração de base correspondente ao aviso prévio;

c) As quotizações sindicais, na parte em que não cons-tituam contrapartida de benefícios de saúde, educação, apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social e desde que não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1 % do rendimento bruto desta categoria, sendo acrescidas de 50 %.

2 — Se, porém, as contribuições obrigatórias para re-gimes de proteção social e para subsistemas legais de saúde excederem o limite fixado na alínea a) do número anterior, aquela dedução é pelo montante total dessas con-tribuições.

3 — (Revogado.)4 — A dedução prevista na alínea a) do n.º 1 pode ser

elevada até 75 % de 12 vezes o valor do IAS desde que a

diferença resulte de quotizações para ordens profissionais suportadas pelo próprio sujeito passivo e indispensáveis ao exercício da respetiva atividade desenvolvida exclusi-vamente por conta de outrem.

5 — (Revogado.)6 — (Revogado.)

Artigo 26.ºContribuições para regimes complementares

de segurança social

Quando nos rendimentos previstos no n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º não puder ser discriminada a parte correspondente às contribuições efetuadas pela entidade patronal, considera -se rendimento do trabalho dependente a importância determinada com base em tabela aprovada por portaria do Ministro das Finanças.

Artigo 27.ºProfissões de desgaste rápido: Deduções

1 — São dedutíveis ao rendimento, e até à sua concor-rência, as importâncias despendidas pelos sujeitos passi-vos que desenvolvam profissões de desgaste rápido, na constituição de seguros de doença, de acidentes pessoais e de seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice, neste último caso desde que o benefício seja garantido após os 55 anos de idade, desde que os mesmos não garantam o pagamento e este se não verifique, nomeadamente, por resgate ou adiantamento, de qualquer capital em dívida durante os primeiros cinco anos, com o limite de cinco vezes o valor do IAS.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, consideram -se como profissões de desgaste rápido as de praticantes desportivos, definidos como tal no competente diploma regulamentar, as de mineiros e as de pescadores.

3 — No caso previsto no n.º 1, sempre que se verifi-que o pagamento de qualquer capital em vida durante os primeiros cinco anos, observa -se o disposto no n.º 2 do artigo 60.º

4 — O disposto no n.º 1 aplica -se, com as devidas adap-tações, às contribuições pagas a associações mutualistas.

SECÇÃO III

Rendimentos empresariais e profissionais

Artigo 28.ºFormas de determinação dos rendimentos

empresariais e profissionais

1 — A determinação dos rendimentos empresariais e profissionais, salvo no caso da imputação prevista no ar-tigo 20.º, faz -se:

a) Com base na aplicação das regras decorrentes do regime simplificado;

b) Com base na contabilidade.

2 — Ficam abrangidos pelo regime simplificado os sujeitos passivos que, no exercício da sua atividade, não tenham ultrapassado no período de tributação imediata-mente anterior um montante anual ilíquido de rendimentos desta categoria de € 200 000.

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3 — Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime sim-plificado podem optar pela determinação dos rendimentos com base na contabilidade.

4 — A opção a que se refere o número anterior deve ser formulada pelos sujeitos passivos:

a) Na declaração de início de atividade;b) Até ao fim do mês de março do ano em que pretendem

alterar a forma de determinação do rendimento, mediante a apresentação de declaração de alterações.

5 — A opção referida no n.º 3 mantém -se válida até que o sujeito passivo proceda à entrega de declaração de alterações, a qual produz efeitos a partir do próprio ano em que é entregue, desde que seja efetuada até ao final do mês de março.

6 — A aplicação do regime simplificado cessa apenas quando o montante a que se refere o n.º 2 seja ultrapassado em dois períodos de tributação consecutivos ou, quando o seja num único exercício, em montante superior a 25 %, caso em que a tributação pelo regime de contabilidade organizada se faz a partir do período de tributação seguinte ao da verificação de qualquer desses factos.

7 — Os valores de base necessários para o apuramento do rendimento tributável são passíveis de correção pela Au-toridade Tributária e Aduaneira nos termos do artigo 39.º, aplicando -se o disposto no número anterior quando se verifiquem os pressupostos ali referidos.

8 — Se os rendimentos auferidos resultarem de servi-ços prestados a uma única entidade, exceto tratando -se de prestações de serviços efetuadas por um sócio a uma sociedade abrangida pelo regime de transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Código do IRC, o sujeito passivo pode, em cada ano, optar pela tributação de acordo com as regras estabelecidas para a categoria A.

9 — (Revogado.)10 — No exercício de início de atividade, o enqua-

dramento no regime simplificado faz -se, verificados os demais pressupostos, em conformidade com o valor anual de rendimentos estimado, constante da declaração de iní-cio de atividade, caso não seja exercida a opção a que se refere o n.º 3.

11 — (Revogado.)12 — (Revogado.)13 — (Revogado.)

Artigo 29.ºImputação

1 — Na determinação do rendimento só são considera-dos proveitos e custos os relativos a bens ou valores que façam parte do ativo da empresa individual do sujeito passivo ou que estejam afetos às atividades empresariais e profissionais por ele desenvolvidas.

2 — No caso de afetação de quaisquer bens do patrimó-nio particular do sujeito passivo à sua atividade empresarial e profissional, o valor de aquisição pelo qual esses bens são considerados corresponde ao valor de mercado à data da afetação.

3 — No caso de transferência para o património par-ticular do sujeito passivo de bens afetos à sua atividade empresarial e profissional, o valor dos bens corresponde ao valor de mercado dos mesmos à data da transferência.

4 — O valor de mercado a que se referem os números anteriores, atribuído pelo sujeito passivo no momento da

afetação ou da transferência dos bens, pode ser objeto de correção sempre que a Autoridade Tributária e Adua-neira considere, fundamentadamente, que o mesmo não corresponde ao que seria praticado entre pessoas inde-pendentes.

Artigo 30.ºAtos isolados

1 — Os sujeitos passivos que pratiquem atos isolados estão sempre dispensados de dispor de contabilidade or-ganizada por referência a esses atos.

2 — Na determinação do rendimento tributável dos atos isolados:

a) Aplicam -se os coeficientes previstos para o regime simplificado, quando o respetivo rendimento anual ilíquido seja inferior ou igual a € 200 000;

b) Sendo o rendimento anual ilíquido superior a € 200 000, aplicam -se, com as devidas adaptações, as re-gras aplicáveis aos sujeitos passivos com contabilidade organizada.

Artigo 31.ºRegime simplificado

1 — No âmbito do regime simplificado, a determinação do rendimento tributável obtém -se através da aplicação dos seguintes coeficientes:

a) 0,15 às vendas de mercadorias e produtos, bem como às prestações de serviços efetuadas no âmbito de atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas;

b) 0,75 aos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstas na tabela a que se refere o ar-tigo 151.º;

c) 0,35 aos rendimentos de prestações de serviços não previstos nas alíneas anteriores;

d) 0,95 aos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou utilização temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, aos rendimentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais, ao resultado positivo de rendi-mentos prediais, ao saldo positivo das mais e menos -valias e aos restantes incrementos patrimoniais;

e) 0,30 aos subsídios ou subvenções não destinados à exploração;

f) 0,10 aos subsídios destinados à exploração e restan-tes rendimentos da categoria B não previstos nas alíneas anteriores;

g) 1 aos rendimentos decorrentes de prestações de ser-viços efetuadas pelo sócio a uma sociedade abrangida pelo regime da transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Código do IRC.

2 — Os sujeitos passivos que obtenham os rendimen-tos previstos nas alíneas b) e c) do número anterior, após aplicação dos coeficientes aí previstos, podem deduzir, até à concorrência do rendimento líquido desta categoria, os montantes comprovadamente suportados com contribui-ções obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com as atividades em causa, na parte em que excedam 10 % dos rendimentos brutos, quando não tenham sido deduzidas a outro título.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(387)

3 — O rendimento coletável é objeto de englobamento e tributado nos termos gerais.

4 — O resultado positivo dos rendimentos prediais cor-responde ao rendimento líquido da categoria F, determi-nado nos termos do artigo 41.º

5 — Os rendimentos previstos na alínea e) do n.º 1 são considerados, depois de aplicado o coeficiente correspon-dente, em frações iguais, durante cinco exercícios, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.

6 — Quando, por força da remissão do artigo 32.º, o sujeito passivo tenha beneficiado da aplicação do regime previsto no artigo 48.º do Código do IRC, não sendo con-cretizado o reinvestimento até ao fim do 2.º período de tributação seguinte ao da realização, acresce ao rendimento tributável desse período de tributação a diferença ou a parte proporcional da diferença prevista no n.º 1 daquele artigo não incluída no lucro tributável, majorada em 15 %.

7 — (Revogado.)8 — Cessando a aplicação do regime simplificado no

decurso do período referido no número anterior, as frações dos subsídios ainda não tributadas serão imputadas, para efeitos de tributação, ao último exercício de aplicação daquele regime.

9 — Para efeitos do cálculo das mais -valias referidas na alínea c) do n.º 2 do artigo 3.º, são utilizadas as quotas mínimas de amortização, calculadas sobre o valor defini-tivo, se superior, considerado para efeitos de liquidação de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis.

10 — Os coeficientes previstos nas alíneas b), c) e f) do n.º 1 são reduzidos em 50 % e 25 % no período de tri-butação do início da atividade e no período de tributação seguinte, respetivamente, desde que, nesses períodos, o su-jeito passivo não aufira rendimentos das categorias A ou H.

11 — O disposto no número anterior não é aplicável nos casos em que tenha ocorrido cessação de atividade há menos de cinco anos.

12 — Os sujeitos passivos que obtenham rendimentos no âmbito do exercício de profissões de desgaste rápido podem deduzir, até à concorrência do rendimento líquido desta categoria, após aplicação do coeficiente estabelecido para esses rendimentos, as importâncias a que se refere o artigo 27.º, nos termos e condições aí previstos, quando aquelas não tenham sido deduzidas a outro título.

Artigo 31.º -AValor definitivo considerado para efeitos de liquidação

de imposto municipalsobre as transmissões onerosas de imóveis

1 — Em caso de transmissão onerosa de direitos reais sobre bens imóveis, sempre que o valor constante do con-trato seja inferior ao valor definitivo que servir de base à liquidação do imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis, ou que serviria no caso de não haver lugar a essa liquidação, é este o valor a considerar para efeitos da determinação do rendimento tributável.

2 — Para execução do disposto no número anterior, se à data em que for conhecido o valor definitivo tiver decorrido o prazo para a entrega da declaração de rendimentos a que se refere o artigo 57.º, deve o sujeito passivo proceder à entrega da declaração de substituição durante o mês de janeiro do ano seguinte.

3 — O disposto no n.º 1 não prejudica a consideração de valor superior ao aí referido quando a Autoridade Tri-

butária e Aduaneira demonstre que esse é o valor efetivo da transação.

4 — Para efeitos do disposto no n.º 3 do artigo 3.º, nos n.os 2 e 6 do artigo 28.º e no n.º 1 do artigo anterior, deve considerar -se o valor referido no n.º 1 do presente artigo, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.

5 — O disposto nos n.os 1 e 4 não é aplicável se for feita prova de que o valor de realização foi inferior ao ali previsto.

6 — A prova referida no número anterior deve ser efetua da de acordo com o procedimento previsto no ar-tigo 139.º do Código do IRC, com as necessárias adap-tações.

Artigo 32.ºRemissão

Na determinação dos rendimentos empresariais e profis-sionais não abrangidos pelo regime simplificado, aplicam--se as regras estabelecidas no Código do IRC, com exceção do previsto nos artigos 51.º, 51.º -A, 51.º -B, 51.º -C e 54.º -A, com as adaptações resultantes do presente Código.

Artigo 32.º -ARendimentos derivados de profissões de desgaste rápido

Para efeitos de determinação do rendimento da cate-goria B decorrente do exercício de profissões de desgaste rápido são dedutíveis as despesas referidas no artigo 27.º, nos termos e condições aí previstos, quando aquelas não tenham sido deduzidas a outro título.

Artigo 33.ºEncargos não dedutíveis para efeitos fiscais

1 — As remunerações dos titulares de rendimentos da categoria B, assim como outras prestações a título de aju-das de custo, utilização de viatura própria ao serviço da atividade, subsídios de refeição e outras prestações de natureza remuneratória, não são dedutíveis para efeitos de determinação do rendimento da referida categoria.

2 — Por portaria do Ministro das Finanças podem ser fixados para efeitos do disposto neste artigo o número máximo de veículos e respetivo valor por sujeito passivo.

3 — (Revogado.)4 — (Revogado.)5 — Quando o sujeito passivo afete à sua atividade

empresarial e profissional parte do imóvel destinado à sua habitação, os encargos dedutíveis com ela conexos refe-rentes a amortizações ou rendas, energia, água e telefone fixo não podem ultrapassar 25 % das respetivas despesas devidamente comprovadas.

6 — Se o sujeito passivo exercer a sua atividade em conjunto com outros profissionais, os encargos dedutíveis são rateados em função da respetiva utilização ou, na falta de elementos que permitam o rateio, proporcionalmente aos rendimentos brutos auferidos.

7 — (Revogado.)8 — (Revogado.)

Artigo 34.ºCustos das explorações plurianuais

A parte dos encargos das explorações silvícolas plu-rianuais suportados durante o ciclo de produção, equiva-

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lente à percentagem que a extração efetuada no exercício represente na produção total do mesmo produto e ainda não considerada em exercício anterior, é atualizada pela aplicação dos coeficientes constantes da portaria a que se refere o artigo 50.º

Artigo 35.ºCritérios valorimétricos

Na determinação do lucro das atividades agrícolas pode ser sempre utilizado o critério referido no n.º 5 do ar-tigo 26.º do Código do IRC.

Artigo 36.ºSubsídios à agricultura e pesca

Os subsídios de exploração atribuídos a sujeitos passivos no âmbito das atividades agrícolas, silvícolas, pecuárias ou de pesca exercidas, pagos numa só prestação sob a forma de prémios pelo abandono de atividade, arranque de plantações ou abate de efetivos, e na parte em que excedam custos ou perdas, podem ser incluídos no lucro tributável, em frações iguais, durante cinco exercícios, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.

Artigo 36.º -ASubsídios não destinados à exploração

Cessando a determinação do rendimento tributável com base na contabilidade no decurso do período estabelecido no artigo 22.º do Código do IRC, a parte dos subsídios ainda não tributada será imputada, para efeitos de tribu-tação, ao último exercício de aplicação daquele regime.

Artigo 36.º -BMudança de regime de determinação do rendimento

Em caso de mudança de regime de determinação do rendimento tributável durante o período em que o bem seja amortizável, devem considerar -se no cálculo das mais--valias as quotas praticadas, tendo em conta as correções previstas no n.º 2 do artigo 64.º do Código do IRC, re-lativamente ao período em que o rendimento tributável seja determinado com base na contabilidade, e as quotas mínimas calculadas de acordo com o previsto no n.º 9 do artigo 31.º, relativamente ao período em que seja aplicado o regime simplificado.

Artigo 37.ºDedução de prejuízos fiscais

A dedução de prejuízos fiscais prevista no artigo 52.º do Código do IRC só nos casos de sucessão por morte aproveita ao sujeito passivo que suceder àquele que su-portou o prejuízo.

Artigo 38.ºEntrada de património para realização

do capital de sociedade

1 — Não há lugar ao apuramento de qualquer resultado tributável por virtude da realização de capital social resul-tante da transmissão da totalidade do património afeto ao exercício de uma atividade empresarial e profissional por

uma pessoa singular, desde que, cumulativamente, sejam observadas as seguintes condições:

a) A entidade para a qual é transmitido o património seja uma sociedade com sede e direção efetiva em território português ou, sendo residente noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, o património transmitido seja afeto a um estabelecimento estável situado em território português dessa mesma sociedade e concorra para a determinação do lucro tributável imputável a esse estabelecimento estável;

b) A pessoa singular transmitente fique a deter pelo menos 50 % do capital da sociedade e a atividade exercida por esta seja substancialmente idêntica à que era exercida a título individual;

c) Os elementos ativos e passivos objeto da transmissão sejam tidos em conta para efeitos desta com os mesmos valores por que estavam registados na contabilidade ou nos livros de escrita da pessoa singular, ou seja, os que resultam da aplicação das disposições do presente Có-digo ou de reavaliações feitas ao abrigo de legislação de carácter fiscal;

d) As partes de capital recebidas em contrapartida da transmissão sejam valorizadas, para efeito de tributação dos ganhos ou perdas relativos à sua ulterior transmis-são, pelo valor líquido correspondente aos elementos do ativo e do passivo transferidos, valorizados nos termos da alínea anterior;

e) A sociedade referida na alínea a) se comprometa, através de declaração, a respeitar o disposto no artigo 86.º do Código do IRC, a qual deve ser junta à declaração periódica de rendimentos da pessoa singular relativa ao exercício da transmissão.

2 — O disposto no número anterior não é aplicável aos casos em que façam parte do património transmitido bens em relação aos quais tenha havido diferimento de tributação dos respetivos ganhos, nos termos da alínea b) do n.º 3 do artigo 10.º

3 — Os ganhos resultantes da transmissão onerosa, qualquer que seja o seu título, das partes de capital rece-bidas em contrapartida da transmissão referida no n.º 1 são qualificados, antes de decorridos cinco anos a contar da data desta, como rendimentos empresariais e profissionais, e considerados como rendimentos líquidos da categoria B, não podendo durante aquele período efetuar -se opera-ções sobre as partes sociais que beneficiem de regimes de neutralidade, sob pena de, no momento da concretização destas, se considerarem realizados os ganhos.

Artigo 39.ºAplicação de métodos indiretos

1 — A determinação do rendimento por métodos in-diretos verifica -se nos casos e condições previstos nos artigos 87.º a 89.º da lei geral tributária e segue os termos do artigo 90.º da referida lei e do artigo 59.º do Código do IRC, com as adaptações necessárias.

2 — O atraso na execução da contabilidade ou na es-crituração dos livros de registo, bem como a não exibição imediata daquela ou destes, só determinam a aplicação dos métodos indiretos após o decurso do prazo fixado para regularização ou apresentação, sem que se mostre cumprida a obrigação.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(389)

3 — O prazo a que se refere o número anterior não deve ser inferior a 5 nem superior a 30 dias e não prejudica a sanção a aplicar pela eventual infração praticada.

Artigo 39.º -ADupla tributação económica

O disposto no artigo 40.º -A é aplicável, com as neces-sárias adaptações, aos rendimentos da categoria B aufe-ridos por sujeitos passivos enquadrados na contabilidade organizada.

SECÇÃO IV

Rendimentos de capitais

Artigo 40.ºPresunções e juros contáveis

1 — Presume -se que os mútuos e aberturas de crédito referidos no n.º 2 do artigo 6.º são remunerados à taxa de juro legal, se outra mais elevada não constar do título constitutivo ou não houver sido declarada.

2 — À presunção estabelecida no número anterior é aplicável o disposto no n.º 5 do artigo 6.º

3 — Tratando -se das situações tributáveis nos termos do n.º 5 do artigo 5.º, o rendimento sujeito a imposto é o quantitativo que corresponder, em função da respetiva remuneração, ao período decorrido desde a data do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não tiver ocorrido qualquer vencimento, até à data da transmissão dos correspondentes títulos.

Artigo 40.º -ADupla tributação económica

1 — Os lucros devidos por pessoas coletivas sujeitas e não isentas do IRC são, no caso de opção pelo engloba-mento, considerados em apenas 50 % do seu valor.

2 — O disposto no número anterior é aplicável se a entidade devedora dos lucros ou que é liquidada tiver a sua sede ou direção efetiva em território português e os respetivos beneficiários residirem neste território.

3 — Aplica -se o disposto no n.º 1, nas condições do número anterior e com as necessárias adaptações, relati-vamente aos rendimentos que o associado aufira da asso-ciação à quota e da associação em participação, tendo os rendimentos distribuídos sido efetivamente tributados, bem como o valor atribuído aos associados na amortização de partes sociais sem redução de capital.

4 — O disposto no n.º 1 é igualmente aplicável aos lucros distribuídos por entidade residente noutro Estado membro da União Europeia ou num Estado membro do Espaço Económico Europeu que esteja vinculado a coope-ração administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia, desde que tal entidade preencha os requisitos e condições estabelecidos no artigo 2.º da Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de novembro, relativa ao regime fiscal comum aplicá-vel às sociedades -mães e sociedades afiliadas de Estados membros diferentes.

5 — Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve dispor de prova de que a entidade cum-pre os requisitos e condições estabelecidos no artigo 2.º da Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de novembro,

efetuada através de declaração confirmada e autenticada pelas autoridades fiscais competentes do Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu de que é residente.

Artigo 40.º -BSwaps e operações cambiais a prazo

No cálculo do rendimento da cessão ou anulação de um swap ou de uma operação cambial a prazo, com pa-gamento e recebimento de valores de regularização, não é considerado:

a) Qualquer pagamento de compensação que exceda os pagamentos de regularização, ou terminais, previstos no contrato original, ou os preços de mercado aplicáveis a operações com idênticas características, designadamente de prazo remanescente;

b) O custo imputado à aquisição de uma posição con-tratual de um swap preexistente que exceda os pagamen-tos de regularização, ou terminais, previstos no contrato original, ou os preços de mercado aplicáveis a operações com idênticas características, designadamente de prazo remanescente.

SECÇÃO V

Rendimentos prediais

Artigo 41.ºDeduções

1 — Aos rendimentos brutos referidos no artigo 8.º deduzem -se, relativamente a cada prédio ou parte de pré-dio, todos os gastos efetivamente suportados e pagos pelo sujeito passivo para obter ou garantir tais rendimentos, com exceção dos gastos de natureza financeira, dos relativos a depreciações e dos relativos a mobiliário, eletrodomésticos e artigos de conforto ou decoração.

2 — No caso de fração autónoma de prédio em regime de propriedade horizontal, são dedutíveis, relativamente a cada fração ou parte de fração, outros encargos que, nos termos da lei, o condómino deva obrigatoriamente suportar e que sejam efetivamente pagos pelo sujeito passivo.

3 — Caso o sujeito passivo detenha mais do que uma fração autónoma do mesmo prédio em regime de proprie-dade horizontal, os encargos referidos no número anterior são imputados de acordo com a permilagem atribuída a cada fração ou parte de fração no título constitutivo da propriedade horizontal.

4 — Caso o sujeito passivo arrende parte de prédio suscetível de utilização independente, os encargos refe-ridos no número anterior são imputados de acordo com o respetivo valor patrimonial tributário ou, na falta deste, na proporção da área utilizável de tal parte na área total utilizável do prédio.

5 — O imposto municipal sobre imóveis e o imposto do selo, pagos em determinado ano, apenas são dedutíveis quando respeitem a prédio ou parte de prédio cujo rendi-mento seja objeto de tributação nesse ano fiscal.

6 — Na sublocação, a diferença entre a renda recebida pelo sublocador e a renda paga por este não beneficia de qualquer dedução.

7 — Podem ainda ser deduzidos gastos suportados e pagos nos 24 meses anteriores ao início do arrendamento relativos a obras de conservação e manutenção do prédio,

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desde que entretanto o imóvel não tenha sido utilizado para outro fim que não o arrendamento.

8 — Os gastos referidos nos números anteriores devem ser documentalmente comprovados.

SECÇÃO VI

Incrementos patrimoniais

Artigo 42.ºDeduções

Sem prejuízo do disposto relativamente às mais -valias, não são feitas quaisquer deduções aos restantes rendimen-tos qualificados como incrementos patrimoniais.

Artigo 43.ºMais -valias

1 — O valor dos rendimentos qualificados como mais -valias é o correspondente ao saldo apurado entre as mais -valias e as menos -valias realizadas no mesmo ano, determinadas nos termos dos artigos seguintes.

2 — O saldo referido no número anterior, respeitante às transmissões efetuadas por residentes previstas nas alíneas a), c) e d) do n.º 1 do artigo 10.º, positivo ou ne-gativo, é apenas considerado em 50 % do seu valor.

3 — O saldo referido no n.º 1, respeitante às operações previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, relativo a micro e pequenas empresas não cotadas nos mercados regulamentado ou não regulamentado da bolsa de valores, quando positivo, é igualmente considerado em 50 % do seu valor.

4 — Para efeitos do número anterior entende -se por micro e pequenas empresas as entidades definidas, nos termos do anexo ao Decreto -Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro.

5 — Para apuramento do saldo positivo ou negativo referido no n.º 1, respeitante às operações efetuadas por residentes previstas nas alíneas b), e), f) e g) do n.º 1 do artigo 10.º, não relevam as perdas apuradas quando a con-traparte da operação estiver sujeita no país, território ou região de domicílio a um regime fiscal claramente mais favorável, constante da lista aprovada por portaria do Mi-nistro das Finanças.

6 — Para efeitos do número anterior, considera -se que:

a) A data de aquisição dos valores mobiliários cuja propriedade tenha sido adquirida pelo sujeito passivo por incorporação de reservas ou por substituição daqueles, designadamente por alteração do valor nominal ou modi-ficação do objeto social da sociedade emitente, é a data de aquisição dos valores mobiliários que lhes deram origem;

b) A data de aquisição de ações resultantes da transfor-mação de sociedade por quotas em sociedade anónima é a data de aquisição das quotas que lhes deram origem;

c) A data de aquisição das ações da sociedade oferente em oferta pública de aquisição lançada nos termos do Có-digo dos Valores Mobiliários cuja contrapartida consista naquelas ações, dadas à troca, é a data da aquisição das ações das sociedades visadas na referida oferta pública de aquisição;

d) Tratando -se de valores mobiliários da mesma natu-reza e que confiram idênticos direitos, os alienados são os adquiridos há mais tempo;

e) Nas permutas de partes de capital nas condições mencionadas no n.º 5 do artigo 73.º e no n.º 2 do artigo 77.º do Código do IRC, o período de detenção corresponde ao somatório dos períodos em que foram detidas as partes de capital entregues e as recebidas em troca;

f) O regime da alínea anterior é aplicável, com as ne-cessárias adaptações, à aquisição de partes sociais nos casos de fusão ou cisão a que seja aplicável o artigo 74.º do Código do IRC.

Artigo 44.º

Valor de realização

1 — Para a determinação dos ganhos sujeitos a IRS, considera -se valor de realização:

a) No caso de troca, o valor atribuído no contrato aos bens ou direitos recebidos, ou o valor de mercado, quando aquele não exista ou este for superior, acrescidos ou dimi-nuídos, um ou outro, da importância em dinheiro a receber ou a pagar;

b) No caso de expropriação, o valor da indemnização;c) No caso de afetação de quaisquer bens do patrimó-

nio particular do titular de rendimentos da categoria B a atividade empresarial e profissional, o valor de mercado à data da afetação;

d) No caso de valores mobiliários alienados pelo titular do direito de exercício de warrants autónomos de venda, e para efeitos da alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, o preço de mercado no momento do exercício;

e) Tratando -se de bens ou direitos referidos na alínea d) do n.º 4 do artigo 24.º, quando não exista um preço ou valor previamente fixado, o valor de mercado na data referida;

f) Nos demais casos, o valor da respetiva contrapres-tação.

2 — Nos casos das alíneas a), b) e f) do número anterior, tratando -se de direitos reais sobre bens imóveis, preva-lecerão, quando superiores, os valores por que os bens houverem sido considerados para efeitos de liquidação de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis ou, não havendo lugar a esta liquidação, os que devessem ser, caso fosse devida.

3 — No caso de troca por bens futuros, os valores refe-ridos na alínea a) do n.º 1 reportam -se à data da celebração do contrato.

4 — No caso previsto na alínea c) do n.º 1 prevalecerá, se o houver, o valor resultante da correção a que se refere o n.º 4 do artigo 29.º

5 — O disposto no n.º 2 não é aplicável se for feita prova de que o valor de realização foi inferior ao ali previsto.

6 — A prova referida no número anterior deve ser efetua da de acordo com o procedimento previsto no ar-tigo 139.º do Código do IRC, com as necessárias adap-tações.

7 — Nos casos em que são efetuados ajustamentos, positivos ou negativos, ao valor de realização, e se à data em que for conhecido o valor definitivo tiver decorrido o prazo para a entrega da declaração de rendimentos a que se refere o artigo 57.º, deve o sujeito passivo proceder à entrega de declaração de substituição durante o mês de janeiro do ano seguinte.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(391)

Artigo 45.ºValor de aquisição a título gratuito

1 — Para a determinação dos ganhos sujeitos a IRS considera -se o valor de aquisição, no caso de bens ou direitos adquiridos a título gratuito:

a) O valor que tenha sido considerado para efeitos de liquidação de imposto do selo;

b) O valor que serviria de base à liquidação de imposto do selo, caso este fosse devido.

2 — (Revogado.)3 — No caso de direitos reais sobre bens imóveis ad-

quiridos por doação isenta, nos termos da alínea e) do artigo 6.º do Código do Imposto do Selo, considera -se valor de aquisição o valor patrimonial tributário constante da matriz até aos dois anos anteriores à doação.

Artigo 46.ºValor de aquisição a título oneroso de bens imóveis

1 — No caso da alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º, se o bem imóvel houver sido adquirido a título oneroso, considera -se valor de aquisição o que tiver servido para efeitos de liquidação do imposto municipal sobre as tran-sações onerosas de imóveis (IMT).

2 — Não havendo lugar à liquidação de IMT, considera--se o valor que lhe serviria de base, caso fosse devida, determinado de harmonia com as regras próprias daquele imposto.

3 — O valor de aquisição de imóveis construídos pelos próprios sujeitos passivos corresponde ao valor patrimo-nial inscrito na matriz ou ao valor do terreno, acrescido dos custos de construção devidamente comprovados, se superior àquele.

4 — Para efeitos do número anterior, o valor do terreno será determinado pelas regras constantes dos n.os 1 e 2 deste artigo.

5 — Nos casos de bens imóveis adquiridos através do exercício do direito de opção de compra no termo da vi-gência do contrato de locação financeira, considera -se valor de aquisição o somatório do capital incluído nas rendas pagas durante a vigência do contrato e o valor pago para efeitos de exercício do direito de opção, com exclusão de quaisquer encargos.

Artigo 47.ºEquiparação ao valor da aquisição

No caso de transferência para o património particular do titular de rendimentos da categoria B de quaisquer bens afetos à atividade empresarial e profissional, considera -se valor de aquisição o valor de mercado à data da transfe-rência.

Artigo 48.ºValor de aquisição a título oneroso de partes sociais

e de outros valores mobiliários

No caso da alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, o valor de aquisição, quando esta haja sido efetuada a título oneroso, é o seguinte:

a) Tratando -se de partes sociais, warrants autónomos, certificados referidos na alínea g) do n.º 1 do artigo 10.º

ou de outros valores mobiliários cotados em mercado re-gulamentado, o custo documentalmente provado ou, na sua falta, o da menor cotação verificada nos dois anos anteriores à data da alienação, se outro menos elevado não for declarado;

b) Tratando -se de quotas, outras partes sociais, warrants autónomos, certificados referidos na alínea g) do n.º 1 do artigo 10.º ou de outros valores mobiliários não cotados em mercado regulamentado, o custo documentalmente provado ou, na sua falta, o respetivo valor nominal;

c) Tratando -se de bens ou direitos referidos na alínea a) do n.º 4 do artigo 24.º, o quantitativo que tiver sido consi-derado como valor do bem ou direito na data aí referida;

d) Tratando -se de bens ou direitos referidos na alínea b) do n.º 4 do artigo 24.º, o preço de subscrição ou de exercí-cio do direito para a generalidade dos subscritores ou dos titulares do direito ou o valor de mercado;

e) Tratando -se de bens ou direitos referidos na alínea e) do n.º 4 do artigo 24.º, o valor de mercado na data referida;

f) Tratando -se de valores mobiliários adquiridos pelo titular do direito de exercício de warrants autónomos de compra, o preço de mercado no momento do exercício.

Artigo 49.ºValor de aquisição a título oneroso de outros bens e direitos

Nos casos previstos nas alíneas c), e) e h) do n.º 1 do artigo 10.º, o valor de aquisição, quando efetuada a título oneroso, é constituído pelo preço pago pelo alienante, documentalmente provado.

Artigo 50.ºCorreção monetária

1 — O valor de aquisição ou equiparado de direitos reais sobre os bens referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º, bem como de partes sociais no caso da alínea b) do referido número, é corrigido pela aplicação de coeficientes para o efeito aprovados por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, sempre que tenham decorrido mais de 24 meses entre a data da aquisição e a data da alienação ou afetação.

2 — A data de aquisição é a que constar do título aqui-sitivo, sem prejuízo do disposto nas alíneas seguintes:

a) Nos casos previstos no n.º 3 do artigo 46.º, é a data relevante para efeitos de inscrição na matriz;

b) No caso previsto no artigo 47.º, é a data da transfe-rência.

Artigo 51.ºDespesas e encargos

Para a determinação das mais -valias sujeitas a imposto, ao valor de aquisição acrescem:

a) Os encargos com a valorização dos bens, compro-vadamente realizados nos últimos 12 anos, e as despesas necessárias e efetivamente praticadas, inerentes à aquisição e alienação, bem como a indemnização comprovadamente paga pela renúncia onerosa a posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a esses bens, nas situações previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º;

b) As despesas necessárias e efetivamente praticadas, inerentes à aquisição e alienação, nas situações previstas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 10.º

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Artigo 52.ºDivergência de valores

1 — Quando a Autoridade Tributária e Aduaneira con-sidere fundadamente que possa existir divergência entre o valor declarado e o valor real da transmissão, tem a faculdade de proceder à respetiva determinação.

2 — Se a divergência referida no número anterior re-cair sobre o valor de alienação de ações ou outros valores mobiliários, presume -se que:

a) Estando cotados em bolsa de valores, o valor de alienação é o da respetiva cotação à data da transmissão ou, em caso de desconhecimento desta, o da maior cotação no ano a que a mesma se reporta;

b) Não estando cotados em bolsa de valores, o valor de alienação é o que lhe corresponder, apurado com base no último balanço.

3 — Quando se trate de quotas, presume -se que o valor de alienação é o que àquelas corresponda, apurado com base no último balanço.

SECÇÃO VII

Pensões

Artigo 53.ºPensões

1 — Aos rendimentos brutos da categoria H de valor anual igual ou inferior a € 4 104 deduz -se, até à sua con-corrência, a totalidade do seu quantitativo por cada titular que os tenha auferido.

2 — Se o rendimento anual, por titular, for superior ao valor referido no número anterior, a dedução é igual ao montante nele fixado.

3 — (Revogado.)4 — Aos rendimentos brutos da categoria H são ainda

deduzidas:

a) As quotizações sindicais, na parte em que não consti-tuam contrapartida de benefícios relativos à saúde, educa-ção, apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social e desde que não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1 % do rendimento bruto desta categoria, sendo acrescidas de 50 %;

b) As contribuições obrigatórias para regimes de prote-ção social e para subsistemas legais de saúde, na parte que exceda o montante da dedução prevista no n.º 1.

5 — (Revogado.)6 — (Revogado.)7 — Excluem -se do disposto no n.º 1 as rendas tempo-

rárias e vitalícias que não se destinem ao pagamento de pensões enquadráveis nas alíneas a), b) ou c) do n.º 1 do artigo 11.º

Artigo 54.ºDistinção entre capital e renda

1 — Quando as rendas temporárias e vitalícias, bem como as prestações pagas no âmbito de regimes comple-mentares de segurança social qualificadas como pensões, compreendam importâncias pagas a título de reembolso

de capital, deduz -se, na determinação do valor tributável, a parte correspondente ao capital.

2 — Quando a parte correspondente ao capital não puder ser discriminada, à totalidade da renda abate -se, para efei-tos de determinação do valor tributável, uma importância igual a 85 %.

3 — Não é aplicável o disposto nos números anteriores relativamente às prestações devidas no âmbito de regi-mes complementares de segurança social, seja qual for a entidade devedora ou a sua designação, se as contribui-ções constitutivas do direito de que derivam tiverem sido suportadas por pessoa ou entidade diferente do respetivo beneficiário e neste não tiverem sido, comprovadamente, objeto de tributação.

4 — Considera -se não terem sido objeto de tributação no respetivo beneficiário, designadamente, os prémios e as contribuições constitutivos de direitos adquiridos referidos no n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º que beneficiarem de isenção.

SECÇÃO VIII

Dedução de perdas

Artigo 55.ºDedução de perdas

1 — Relativamente a cada titular de rendimentos, o resultado líquido negativo apurado em qualquer categoria só é dedutível aos seus resultados líquidos positivos da mesma categoria, nos seguintes termos:

a) O resultado líquido negativo apurado na categoria B só pode ser reportado, de harmonia com a parte aplicável do artigo 52.º do Código do IRC, aos 12 anos seguintes àquele a que respeita;

b) O resultado líquido negativo apurado em determinado ano na categoria F só pode ser reportado aos seis anos seguintes àquele a que respeita;

c) A percentagem do saldo negativo a que se refere o n.º 2 do artigo 43.º só pode ser reportada aos cinco anos seguintes àquele a que respeita;

d) O saldo negativo apurado num determinado ano, relativo às operações previstas nas alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º, pode ser reportado para os cinco anos seguintes quando o sujeito passivo opte pelo englobamento.

2 — (Revogado.)3 — (Revogado.)4 — Ao rendimento tributável, determinado no âmbito do

regime simplificado, podem ser deduzidos os prejuízos fis-cais apurados em períodos anteriores àquele em que se iniciar a aplicação do regime, nos termos da alínea a) do n.º 1.

5 — (Revogado.)6 — (Revogado.)7 — Quando a determinação do rendimento for efe-

tuada nos termos dos artigos 87.º, 88.º ou 89.º -A da lei geral tributária, não há lugar à dedução do resultado ne-gativo apurado em qualquer categoria de rendimentos, sem prejuí zo da sua dedução nos anos seguintes, dentro do período legalmente previsto.

8 — O direito ao reporte do resultado líquido negativo previsto na alínea b) do n.º 1 fica sem efeito quando os prédios a que os gastos digam respeito não gerem rendi-mentos da categoria F em pelo menos 36 meses, seguidos

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(393)

ou interpolados, dos cinco anos subsequentes àquele em que os gastos foram incorridos.

SECÇÃO IX

Abatimentos

Artigo 56.ºAbatimentos ao rendimento líquido total

(Revogado.)

Artigo 56.º -ASujeitos passivos com deficiência

1 — Os rendimentos brutos de cada uma das catego-rias A, B e H auferidos por sujeitos passivos com deficiência são considerados, para efeitos de IRS, apenas por 90 %.

2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a parte do rendimento excluída de tributação não pode ex-ceder, por categoria de rendimentos, € 2 500.

SECÇÃO X

Processo de determinação do rendimento coletável

Artigo 57.ºDeclaração de rendimentos

1 — Os sujeitos passivos devem apresentar, anualmente, uma declaração de modelo oficial, relativa aos rendimentos do ano anterior e a outros elementos informativos relevantes para a sua concreta situação tributária, nomeadamente para os efeitos do artigo 89.º -A da lei geral tributária, devendo ser -lhe juntos, fazendo dela parte integrante os anexos e outros documentos que para o efeito sejam mencionados no referido modelo.

2 — Sem prejuízo do disposto no artigo 63.º, no caso de falecimento do sujeito passivo, incumbe ao administrador da herança apresentar a declaração de rendimentos em nome daquele, relativa aos rendimentos correspondentes ao período decorrido de 1 de janeiro até à data do óbito.

3 — Nas situações de contitularidade, tratando -se de rendimentos da categoria B, incumbe ao contitular a quem pertença a respetiva administração apresentar na sua decla-ração de rendimentos a totalidade dos elementos contabi-lísticos exigidos nos termos das secções precedentes para o apuramento do rendimento tributável, nela identificando os restantes contitulares e a parte que lhes couber.

4 — Para efeitos do disposto nos n.os 5 a 7 do artigo 10.º, devem os sujeitos passivos:

a) Mencionar a intenção de efetuar o reinvestimento na declaração do ano de realização, indicando na mesma e nas declarações dos dois anos seguintes, os investimentos efetuados;

b) Comprovar, quando solicitado, a afetação do imóvel à sua habitação permanente ou do seu agregado familiar, quando o reinvestimento seja efetuado em imóvel situado no território de outro Estado membro da União Europeia ou do espaço económico europeu, através de declaração emitida por entidade oficial do outro Estado.

5 — Sempre que as declarações não forem consideradas claras ou nelas se verifiquem faltas ou omissões, a Auto-ridade Tributária e Aduaneira notifica os sujeitos passivos

ou os seus representantes para, por escrito, e no prazo que lhes for fixado, não inferior a 5 nem a superior a 15 dias, prestarem os esclarecimentos indispensáveis.

6 — Sempre que, no mesmo ano, o sujeito passivo te-nha, em Portugal, dois estatutos de residência, deve proce-der à entrega de uma declaração de rendimentos relativa a cada um deles, sem prejuízo da possibilidade de dispensa, nos termos gerais.

Artigo 58.ºDispensa de apresentação de declaração

1 — Ficam dispensados de apresentar a declaração a que se refere o artigo anterior os sujeitos passivos que, no ano a que o imposto respeita, apenas tenham auferido, isolada ou cumulativamente:

a) Rendimentos tributados pelas taxas previstas no ar-tigo 71.º e não optem, quando legalmente permitido, pelo seu englobamento;

b) Rendimentos de trabalho dependente ou pensões, desde que o montante total desses rendimentos seja igual ou inferior a € 8 500 e estes não tenham sido sujeitos a retenção na fonte, sem prejuízo do disposto na alínea d) do n.º 3.

2 — Ficam igualmente dispensados de apresentar a declaração a que se refere o artigo anterior os sujeitos passivos que, no ano a que o imposto respeita:

a) Aufiram subsídios ou subvenções no âmbito da Polí-tica Agrícola Comum (PAC) de montante anual inferior a quatro vezes o valor do IAS, desde que simultaneamente apenas aufiram outros rendimentos tributados pelas taxas previstas no artigo 71.º e, bem assim, rendimentos do tra-balho dependente ou pensões cujo montante não exceda, isolada ou cumulativamente, € 4 104; ou

b) Realizem atos isolados cujo montante anual seja inferior a quatro vezes o valor do IAS, desde que não au-firam outros rendimentos ou apenas aufiram rendimentos tributados pelas taxas previstas no artigo 71.º

3 — As situações de dispensa de declaração previstas nos números anteriores não abrangem os sujeitos passivos que:

a) Optem pela tributação conjunta;b) Aufiram rendas temporárias e vitalícias que não

se destinam ao pagamento de pensões enquadráveis nas alíneas a), b) ou c) do n.º 1 do artigo 11.º;

c) Aufiram rendimentos em espécie;d) Aufiram rendimentos de pensões de alimentos a

que se refere o n.º 5 do artigo 72.º de valor superior a € 4 104.

4 — A dispensa de apresentação de declaração não impede os sujeitos passivos de, querendo, apresentarem declaração de rendimentos nos termos gerais.

5 — Nos casos em que os sujeitos passivos optem pela não entrega da declaração por reunirem as condições enu-meradas nos números anteriores, a Autoridade Tributária e Aduaneira certifica, a pedido do sujeito passivo, sem qualquer encargo para este, o montante e a natureza dos rendimentos que lhe foram comunicados em cada ano, bem como o valor do imposto suportado relativamente aos mesmos.

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6546-(394) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

Artigo 59.ºTributação de casados e de unidos de facto

1 — Na tributação separada cada um dos cônjuges ou dos unidos de facto, caso não esteja de tal dispensado, apresenta uma declaração da qual constam os rendimentos de que é titular e 50 % dos rendimentos dos dependentes que integram o agregado.

2 — Na tributação conjunta:

a) Os cônjuges ou os unidos de facto apresentam uma declaração da qual consta a totalidade dos rendimentos obtidos por todos os membros que integram o agregado familiar;

b) Ambos os cônjuges ou unidos de facto devem exercer a opção na declaração de rendimentos;

c) A opção só é considerada se exercida dentro dos prazos previstos no artigo seguinte, sendo válida apenas para o ano em questão;

d) Tendo a opção sido exercida dentro de prazo, nos termos da alínea anterior, a mesma pode ser mantida ainda que seja apresentada declaração de substituição fora de prazo.

Artigo 60.ºPrazo de entrega da declaração

1 — A declaração a que se refere o n.º 1 do artigo 57.º é entregue:

a) De 15 de março a 15 de abril, quando os sujeitos passivos apenas hajam recebido ou tenham sido colocados à sua disposição rendimentos das categorias A e H;

b) De 16 de abril a 16 de maio, nos restantes casos.

2 — A declaração a que se refere o número anterior é ainda apresentada nos 30 dias imediatos à ocorrência de qualquer facto que determine alteração dos rendimentos já declarados ou implique, relativamente a anos anterio-res obrigação de os declarar, salvo se outro prazo estiver previsto neste Código.

3 — Nas situações em que o sujeito passivo aufira rendimentos de fonte estrangeira relativamente aos quais tenha direito a crédito de imposto por dupla tributação internacional, cujo montante não esteja determinado no Estado da fonte até ao termo do prazo previsto no n.º 1, o prazo nele previsto é prorrogado até ao dia 31 de dezembro desse ano.

4 — Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira que cumpre as condições aí previstas, devendo indicar a natureza dos rendimentos e o respetivo Estado da fonte, dentro dos prazos previstos no n.º 1.

Artigo 61.ºLocal de entrega das declarações

1 — As declarações e demais documentos podem ser entregues em qualquer serviço de finanças ou nos locais que vierem a ser fixados ou, ainda, ser remetidos pelo correio para o serviço de finanças ou direção de finanças da área do domicílio fiscal do sujeito passivo.

2 — O cumprimento das obrigações declarativas esta-belecidas neste Código pode ainda ser efetuado através dos meios disponibilizados no sistema de transmissão eletrónica de dados, para o efeito autorizado.

Artigo 62.ºRendimentos litigiosos

Se a determinação do titular ou do valor de quaisquer rendimentos depender de decisão judicial, o englobamento só se faz depois de transitada em julgado a decisão, e opera--se na declaração de rendimentos do ano em que transite, nos termos do artigo 74.º

Artigo 63.ºAgregado familiar

1 — Se, durante o ano a que o imposto respeite, tiver falecido um dos cônjuges, o cônjuge sobrevivo, não se-parado de facto, deve proceder ao cumprimento das obri-gações declarativas de cada um deles, podendo optar pela tributação conjunta, salvo se voltar a casar no mesmo ano, caso em que apenas pode optar pela tributação conjunta com o novo cônjuge.

2 — Se durante o ano a que o imposto respeite se cons-tituir o agregado familiar ou se dissolver por declaração de nulidade ou anulação do casamento, por divórcio ou por separação judicial de pessoas e bens, a tributação dos sujeitos passivos é feita de harmonia com o seu estado civil em 31 de dezembro, nos termos seguintes:

a) Se forem divorciados ou separados judicialmente de pessoas e bens, devem englobar os rendimentos próprios e a sua parte nos rendimentos comuns, se os houver, bem como os rendimentos dos dependentes a seu cargo;

b) Se forem casados, não separados judicialmente de pessoas e bens, e optarem pela tributação conjunta, devem ser englobados todos os rendimentos próprios de cada um dos cônjuges e os rendimentos comuns, havendo -os, bem como os rendimentos dos seus dependentes.

3 — Se em 31 de dezembro se encontrar interrompida a sociedade conjugal por separação de facto, cada um dos cônjuges engloba os seus rendimentos próprios, a sua parte nos rendimentos comuns e os rendimentos dos dependentes a seu cargo.

Artigo 64.ºFalecimento de titular de rendimentos

Ocorrendo o falecimento de qualquer pessoa, os rendi-mentos relativos aos bens transmitidos e correspondentes ao período posterior à data do óbito são considerados, a partir de então, nos englobamentos a efetuar em nome das pessoas que os passaram a auferir, procedendo -se, na falta de partilha até ao fim do ano a que os rendimentos respeitam, à sua imputação aos sucessores e ao cônjuge sobrevivo, segundo a sua quota ideal nos referidos bens.

Artigo 65.ºBases para o apuramento, fixação

ou alteração dos rendimentos

1 — O rendimento coletável de IRS apura -se de harmo-nia com as regras estabelecidas nas secções precedentes e com as regras relativas a benefícios fiscais a que os sujeitos passivos tenham direito, com base na declaração anual de rendimentos apresentada em prazo legal e noutros elementos de que a Autoridade Tributária e Aduaneira disponha.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(395)

2 — A Autoridade Tributária e Aduaneira procede à fixação do conjunto dos rendimentos líquidos sujeitos a tributação quando ocorra alguma das situações ou factos previstos no n.º 4 do artigo 29.º, no artigo 39.º ou no ar-tigo 52.º

3 — (Revogado.)4 — A Autoridade Tributária e Aduaneira procede à

alteração dos elementos declarados sempre que, não ha-vendo lugar à fixação a que se refere o n.º 2, devam ser efetuadas correções decorrentes de erros evidenciados nas próprias declarações, de omissões nelas praticadas ou correções decorrentes de divergência na qualificação dos atos, factos ou documentos com relevância para a liquidação do imposto.

5 — A competência para a prática dos atos de apura-mento, fixação ou alteração referidos no presente artigo é exercida pelo diretor de finanças em cuja área se situe o domicílio fiscal dos sujeitos passivos, podendo ser dele-gada noutros funcionários sempre que o elevado número daqueles o justifique.

Artigo 66.ºNotificação e fundamentação dos atos

1 — Os atos de fixação ou alteração previstos no ar-tigo 65.º são sempre notificados aos sujeitos passivos, com a respetiva fundamentação.

2 — A fundamentação deve ser expressa através de exposição, ainda que sucinta, das razões de facto e de direito da decisão, equivalendo à falta de fundamentação a adoção de fundamentos que, por obscuridade, contra-dição ou insuficiência, não esclareçam concretamente a sua motivação.

Artigo 67.ºRevisão dos atos de fixação

O sujeito passivo pode, salvo em caso de aplicação de regime simplificado de tributação em que não sejam efetuadas correções com base noutro método indireto, solicitar a revisão da matéria tributável fixada por méto-dos indiretos, nos termos do artigo 91.º e seguintes da lei geral tributária.

CAPÍTULO III

Taxas

Artigo 68.ºTaxas gerais

1 — As taxas do imposto são as constantes da tabela seguinte:

Rendimento coletável (euros)Taxas (percentagem)

Normal (A) Média (B)

Até 7 000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14,50 14,500De mais de 7 000 até 20 000 . . . . . . . . . . . 28,50 23,600De mais de 20 000 até 40 000 . . . . . . . . . . 37 30,300De mais de 40 000 até 80 000 . . . . . . . . . . 45 37,650Superior a 80 000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 –

2 — O quantitativo do rendimento coletável, quando superior a € 7 000, é dividido em duas partes: uma, igual ao limite do maior dos escalões que nele couber, à qual se aplica a taxa da col. (B) correspondente a esse escalão; outra, igual ao excedente, a que se aplica a taxa da col. (A) respeitante ao escalão imediatamente superior.

Artigo 68.º -ATaxa adicional de solidariedade

1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 68.º, ao quanti-tativo do rendimento coletável superior a € 80 000 incidem as taxas adicionais de solidariedade constantes da tabela seguinte:

Rendimento coletável (euros) Taxa(percentagem)

De mais de 80 000 até 250 000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,5Superior a 250 000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 — O quantitativo da parte do rendimento coletável que exceda € 80 000, quando superior a € 250 000, é dividido em duas partes: uma, igual a € 170 000, à qual se aplica a taxa de 2,5 %; outra, igual ao rendimento coletável que exceda € 250 000, à qual se aplica a taxa de 5 %.

3 — Tratando -se de sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens ou unidos de facto, as taxas fixadas nos números anteriores são:

a) Nos casos em que haja opção pela tributação conjunta, as correspondentes ao rendimento coletável dividido pela soma de dois com o produto de 0,3 pelo número de depen-dentes que integram o agregado familiar e de ascendentes;

b) Nos casos em que não seja exercida a opção referida na alínea anterior, as correspondentes ao rendimento cole-tável dividido pela soma de 1 com o produto de 0,15 pelo número de dependentes que integram o agregado familiar e de ascendentes.

4 — Tratando -se de sujeitos passivos não mencionados no número anterior, as taxas aplicáveis são as correspon-dentes ao rendimento coletável dividido pela soma de 1 com o produto de 0,3 pelo número de dependentes que integram o agregado familiar e de ascendentes.

5 — O resultado da aplicação das taxas ao rendimento apurado nos termos dos n.os 3 e 4 é multiplicado pelos divisores neles fixados para se obter a coleta do IRS.

6 — Para efeitos de cálculo dos divisores previstos nos n.os 3 a 5:

a) Considera -se ascendente aquele que viva efetiva-mente em comunhão de habitação com o sujeito passivo, desde que aquele não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral;

b) Não relevam os dependentes em relação aos quais os sujeitos passivos aproveitem da dedução prevista no artigo 83.º -A.

Artigo 69.ºQuociente familiar

1 — Tratando -se de sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens ou unidos de facto, as taxas fixadas no artigo 68.º aplicáveis são:

a) Nos casos em que haja opção pela tributação con-junta, as correspondentes ao rendimento coletável dividido

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pela soma de dois com o produto de 0,3 pelo número de dependentes que integram o agregado familiar e de ascendentes;

b) Nos casos em que não seja exercida a opção referida na alínea anterior, as correspondentes ao rendimento co-letável dividido pela soma de um com o produto de 0,15 pelo número de dependentes que integram o agregado familiar e de ascendentes.

2 — Tratando -se de sujeitos passivos não menciona-dos no número anterior, as taxas fixadas no artigo 68.º aplicáveis são as correspondentes ao rendimento coletá-vel dividido pela soma de um com o produto de 0,3 pelo número de dependentes que integram o agregado familiar e de ascendentes.

3 — O resultado da aplicação das taxas fixadas no ar-tigo 68.º nos termos dos números anteriores é multiplicado pelos divisores neles fixados para se obter a coleta do IRS.

4 — Para efeitos de cálculo dos divisores previstos nos números anteriores:

a) Considera -se ascendente aquele que viva efetiva-mente em comunhão de habitação com o sujeito passivo, desde que aquele não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral;

b) Não relevam os dependentes em relação aos quais os sujeitos passivos aproveitem da dedução prevista no artigo 83.º -A.

5 — Da aplicação da parcela do divisor correspondente ao dependente ou ascendente, previsto no artigo anterior e no presente artigo, não pode resultar uma redução da coleta superior a:

a) Quando haja tributação separada:

i) € 300 nos agregados com um dependente ou ascen-dente;

ii) € 625 nos agregados com dois dependentes ou as-cendentes; e

iii) € 1 000 nos agregados com três ou mais dependentes ou ascendentes;

b) Nas famílias monoparentais:

i) € 350 nos agregados com um dependente ou ascen-dente;

ii) € 750 nos agregados com dois dependentes ou as-cendentes; e

iii) € 1 200 nos agregados com três ou mais dependentes ou ascendentes;

c) Quando haja opção pela tributação conjunta:

i) € 600 nos agregados com um dependente ou ascen-dente;

ii) € 1 250 nos agregados com dois dependentes ou ascendentes; e

iii) € 2 000 nos agregados com três ou mais dependentes ou ascendentes.

Artigo 70.ºMínimo de existência

1 — Da aplicação das taxas estabelecidas no artigo 68.º não pode resultar, para os titulares de rendimentos predo-minantemente originados em trabalho dependente ou em

pensões, a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior a € 8 500.

2 — Não são aplicadas as taxas estabelecidas no ar-tigo 68.º:

a) Ao rendimento coletável do agregado familiar com três ou quatro dependentes cujo montante seja igual ou inferior a € 11 320;

b) Ao rendimento coletável do agregado familiar com cinco ou mais dependentes cujo montante seja igual ou inferior a € 15 560.

3 — Nos casados e unidos de facto, caso não optem pela tributação conjunta, os valores referidos no número anterior são reduzidos para metade, por sujeito passivo.

Artigo 71.ºTaxas liberatórias

1 — Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 28 %:

a) Os rendimentos de capitais obtidos em território português, por residentes ou não residentes, pagos por ou através de entidades que aqui tenham sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar -se o pagamento e que disponham ou devam dispor de conta-bilidade organizada;

b) Os rendimentos de valores mobiliários pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares, residentes em território português, devidos por entidades que não te-nham aqui domicílio a que possa imputar -se o pagamento, por intermédio de entidades que estejam mandatadas por devedores ou titulares ou ajam por conta de uns ou outros.

c) (Revogada.)d) (Revogada.)

2 — (Revogado.)3 — Excetuam -se do disposto na alínea b) do n.º 1 os

rendimentos pagos ou colocados à disposição de fundos de investimento constituídos de acordo com a legislação nacional, caso em que não há lugar a retenção na fonte.

4 — Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25 %, os seguintes rendimentos obtidos em território português por não residentes:

a) Os rendimentos do trabalho dependente e todos os rendimentos empresariais e profissionais, ainda que de-correntes de atos isolados;

b) Os rendimentos de capitais referidos nas alíneas m) e n) do n.º 2 do artigo 5.º;

c) As pensões;d) Os incrementos patrimoniais previstos nas alíneas b)

e c) do n.º 1 do artigo 9.º

5 — As taxas previstas nos números anteriores incidem sobre os rendimentos ilíquidos, exceto no que se refere às pensões, as quais beneficiam da dedução prevista no artigo 53.º, sem prejuízo do que se disponha na lei, desig-nadamente no Estatuto dos Benefícios Fiscais.

6 — Os rendimentos a que se refere o n.º 1 podem ser englobados para efeitos da sua tributação, por opção dos respetivos titulares, residentes em território nacional, desde que obtidos fora do âmbito do exercício de atividades empresariais e profissionais.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(397)

7 — Feita a opção a que se refere o número anterior, a retenção que tiver sido efetuada tem a natureza de paga-mento por conta do imposto devido a final.

8 — Os titulares de rendimentos referidos nas alíneas a) a d), f), m) e o) do n.º 1 do artigo 18.º sujeitos a retenção na fonte nos termos do presente artigo que sejam residentes noutro Estado membro da União Europeia ou do espaço económico europeu, neste último caso desde que exista obrigação de cooperação administrativa em matéria fis-cal equivalente à estabelecida na União Europeia, podem solicitar a devolução, total ou parcial, do imposto retido e pago na parte em que seja superior ao que resultaria da aplicação da tabela de taxas prevista no n.º 1 do artigo 68.º, tendo em consideração todos os rendimentos, incluindo os obtidos fora deste território, nas mesmas condições que são aplicáveis aos residentes.

9 — Para os efeitos do disposto no número anterior, são dedutíveis até à concorrência dos rendimentos, os encargos devidamente comprovados necessários para a sua obtenção que estejam direta e exclusivamente relacionados com os rendimentos obtidos em território português ou, no caso dos rendimentos do trabalho dependente, as importâncias previstas no artigo 25.º

10 — A devolução do imposto retido e pago deve ser requerida aos serviços competentes da Autoridade Tribu-tária e Aduaneira, no prazo de dois anos contados do final do ano civil seguinte em que se verificou o facto tributário, devendo a restituição ser efetuada até ao fim do 3.º mês seguinte ao da apresentação dos elementos e informações indispensáveis à comprovação das condições e requisitos legalmente exigidos, acrescendo, em caso de incumpri-mento deste prazo, juros indemnizatórios a taxa idêntica à aplicável aos juros compensatórios a favor do Estado.

11 — A apresentação do requerimento referido no nú-mero anterior implica a comunicação espontânea ao Es-tado de residência do contribuinte do teor do pedido de devolução formulado e do respetivo montante.

12 — Estão sujeitos a retenção na fonte a título defini-tivo, à taxa liberatória de 35 %:

a) Todos os rendimentos referidos nos números ante-riores sempre que sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados, exceto quando seja identificado o beneficiário efetivo, termos em que se aplicam as regras gerais;

b) Os rendimentos mencionados na alínea a) do n.º 1, obtidos por entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças;

c) Os rendimentos mencionados na alínea b) do n.º 1, pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares, residentes em território português, devidos por entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português e que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorá-vel, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, por intermédio de entidades que estejam mandatadas por devedores ou titulares ou ajam por conta de uns ou outros.

13 — (Revogado.)14 — (Revogado.)

Artigo 72.ºTaxas especiais

1 — São tributados à taxa autónoma de 28 %:

a) As mais -valias previstas nas alíneas a) e d) do n.º 1 do artigo 10.º auferidas por não residentes em território português que não sejam imputáveis a estabelecimento estável nele situado;

b) Outros rendimentos auferidos por não residentes em território português que não sejam imputáveis a estabele-cimento estável nele situado e que não sejam sujeitos a retenção na fonte às taxas liberatórias;

c) O saldo positivo entre as mais -valias e menos -valias, resultante das operações previstas nas alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º;

d) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º, quando não sujeitos a retenção na fonte, nos termos do artigo anterior;

e) Os rendimentos prediais.

2 — São tributados autonomamente à taxa de 25 %:

a) Os rendimentos auferidos por não residentes em ter-ritório português que sejam imputáveis a estabelecimento estável aí situado; e

b) Não obstante o disposto no número anterior, os ren-dimentos previstos nas alíneas a) e c) do n.º 4 do artigo anterior, obtidos em território português por não residentes, quando não sujeitos a retenção na fonte.

3 — As gratificações auferidas pela prestação ou em razão da prestação de trabalho, quando não atribuídas pela entidade patronal nem por entidade que com esta mante-nha relações de grupo, domínio ou simples participação, independentemente da respetiva localização geográfica, são tributadas autonomamente à taxa de 10 %.

4 — (Revogado.)5 — As pensões de alimentos, quando enquadráveis

no artigo 83.º -A, são tributadas autonomamente à taxa de 20 %.

6 — Os rendimentos líquidos das categorias A e B au-feridos em atividades de elevado valor acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico, a definir em portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, por residentes não habituais em território português, são tributados à taxa de 20 %.

7 — (Revogado.)8 — Os rendimentos previstos nas alíneas c) a e) do

n.º 1, no n.º 5 e no n.º 6 podem ser englobados por opção dos respetivos titulares residentes em território português.

9 — Os residentes noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, podem optar, relativamente aos rendimentos referidos nas alíneas a) e b) do n.º 1 e no n.º 2, pela tributa-ção desses rendimentos à taxa que, de acordo com a tabela prevista no n.º 1 do artigo 68.º, seria aplicável no caso de serem auferidos por residentes em território português.

10 — Para efeitos de determinação da taxa referida no número anterior são tidos em consideração todos os rendimentos, incluindo os obtidos fora deste território, nas mesmas condições que são aplicáveis aos residentes.

11 — Os acréscimos patrimoniais não justificados a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 9.º, de valor superior a € 100 000, são tributados à taxa especial de 60 %.

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12 — São tributados autonomamente à taxa de 35 %:

a) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º e mencionados nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior, devidos por entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, quando não sujeitos a retenção na fonte nos termos da alínea b) do n.º 12 do artigo anterior;

b) O saldo positivo entre as mais -valias e menos -valias, resultante das operações previstas nos n.os 4) e 5) da alí-nea b) do n.º 1 do artigo 10.º, quando respeitem a valores mobiliários cujo emitente seja entidade não residente sem estabelecimento estável em território português, que seja domiciliada em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças;

c) Os ganhos previstos no n.º 3) da alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º relativos a estruturas fiduciárias domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Artigo 72.º -A [cessou vigência]Sobretaxa extraordinária

1 — Sobre a parte do rendimento coletável de IRS que resulte do englobamento nos termos do artigo 22.º, acres-cido dos rendimentos sujeitos às taxas especiais constantes dos n.os 3, 4, 6 e 10 do artigo 72.º, auferido por sujeitos pas-sivos residentes em território português, que exceda, por sujeito passivo, o valor anual da retribuição mínima men-sal garantida, incide a sobretaxa extraordinária de 3,5 %.

2 — À coleta da sobretaxa extraordinária são deduzidas apenas:

a) 2,5 % do valor da retribuição mínima mensal garan-tida por cada dependente ou afilhado civil que não seja sujeito passivo de IRS;

b) As importâncias retidas nos termos do artigo 99.º -A, que, quando superiores à sobretaxa devida, conferem di-reito ao reembolso da diferença.

3 — Aplicam -se à sobretaxa extraordinária as regras de liquidação previstas nos artigos 75.º a 77.º e as regras de pagamento previstas no artigo 97.º

4 — Não se aplica à sobretaxa extraordinária o disposto no artigo 95.º

Artigo 73.ºTaxas de tributação autónoma

1 — As despesas não documentadas, efetuadas por su-jeitos passivos que possuam ou devam possuir contabi-lidade organizada, no âmbito do exercício de atividades empresariais e profissionais, são tributadas autonoma-mente, à taxa de 50 %.

2 — São tributados autonomamente os seguintes en-cargos, suportados por sujeitos passivos que possuam ou devam possuir contabilidade organizada no âmbito do exer-

cício de atividades empresariais ou profissionais, excluindo os veículos movidos exclusivamente a energia elétrica:

a) Os encargos dedutíveis relativos a despesas de re-presentação e a viaturas ligeiras de passageiros ou mistas cujo custo de aquisição seja inferior a € 20 000, motos e motociclos, à taxa de 10 %;

b) Os encargos dedutíveis relativos a automóveis ligei-ros de passageiros ou mistos, cujo custo de aquisição seja igual ou superior a € 20 000, à taxa de 20 %.

3 — Excluem -se do disposto no número anterior os encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, motos e motociclos, afetos à exploração do ser-viço público de transportes, destinados a serem alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo, bem como as reintegrações relacionadas com as viaturas rela-tivamente às quais tenha sido celebrado o acordo previsto no n.º 9) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º

4 — Consideram -se despesas de representação, nomea-damente, os encargos suportados com receções, refeições, viagens, passeios e espetáculos oferecidos no país ou no estrangeiro a clientes ou a fornecedores ou ainda a quais-quer outras pessoas ou entidades.

5 — Consideram -se encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, motos e motociclos, nomeada-mente, as reintegrações, rendas ou alugueres, seguros, despesas com manutenção e conservação, combustíveis e impostos incidentes sobre a sua posse ou utilização.

6 — São sujeitas ao regime do n.º 1, sendo a taxa apli-cável 35 %, as despesas correspondentes a importâncias pagas ou devidas, a qualquer título, a pessoas singulares ou coletivas residentes fora do território português e aí submetidas a um regime fiscal claramente mais favorável, tal como definido para efeitos de IRC, salvo se o sujeito passivo puder provar que tais encargos correspondem a operações efetivamente realizadas e não têm um carácter anormal ou um montante exagerado.

7 — São tributados autonomamente, à taxa de 5 %, os encargos dedutíveis relativos a despesas com ajudas de custo e com compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não faturadas a clientes, escrituradas a qualquer título, exceto na parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário, bem como os encargos da mesma natureza, que não sejam dedutíveis nos termos da alínea f) do n.º 1 do artigo 42.º do Código do IRC, suportados por sujeitos passivos que apresentem prejuízo fiscal no exercício a que os mesmos respeitam.

8 — Excluem -se do disposto nos n.os 2, 7, 10 e 11 os sujeitos passivos a quem seja aplicado o regime simpli-ficado de determinação do lucro tributável previsto nos artigos 28.º e 31.º

9 — Nas situações de contitularidade de rendimentos abrangidas pelo artigo 19.º o imposto apurado relativa-mente às despesas que, nos termos dos números anteriores, estão sujeitas a tributação autónoma é imputado a cada um dos contitulares na proporção das respetivas quotas.

10 — No caso de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas híbridas plug -in, as taxas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 2 são, respetivamente, de 5 % e 10 %.

11 — No caso de viaturas ligeiras ou mistas de passa-geiros movidas a gases de petróleo liquefeito (GPL) ou gás natural veicular (GNV), as taxas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 2 são, respetivamente, de 7,5 % e 15 %.

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Artigo 74.ºRendimentos produzidos em anos anteriores

1 — Se forem englobados rendimentos que comprova-damente tenham sido produzidos em anos anteriores àquele em que foram pagos ou colocados à disposição do sujeito passivo e este fizer a correspondente imputação na declara-ção de rendimentos, o respetivo valor é dividido pela soma do número de anos ou fração a que respeitem, incluindo o ano do recebimento, aplicando -se à globalidade dos ren-dimentos a taxa correspondente à soma daquele quociente com os rendimentos produzidos no próprio ano.

2 — A faculdade prevista no número anterior não pode ser exercida relativamente aos rendimentos previstos no n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º

CAPÍTULO IV

Liquidação

Artigo 75.ºCompetência para a liquidação

A liquidação do IRS compete à Autoridade Tributária e Aduaneira.

Artigo 76.ºProcedimentos e formas de liquidação

1 — A liquidação do IRS processa -se nos termos se-guintes:

a) Tendo sido apresentada a declaração até 30 dias após o termo do prazo legal, a liquidação tem por objeto o ren-dimento coletável determinado com base nos elementos declarados, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 65.º;

b) Não tendo sido apresentada declaração, a liquidação tem por base os elementos de que a Autoridade Tributária e Aduaneira disponha;

c) Sendo superior ao que resulta dos elementos a que se re-fere a alínea anterior, considera -se a totalidade do rendimento líquido da categoria B obtido pelo titular do rendimento no ano mais próximo que se encontre determinado, quando não tenha sido declarada a respetiva cessação de atividade.

2 — Na situação referida na alínea b) do número an-terior, o rendimento líquido da categoria B determina -se em conformidade com as regras do regime simplificado de tributação, com aplicação do coeficiente mais elevado previsto no n.º 1 do artigo 31.º

3 — Quando não seja apresentada declaração, o titular dos rendimentos é notificado por carta registada para cum-prir a obrigação em falta no prazo de 30 dias, findo o qual a liquidação é efetuada, não se atendendo ao disposto no artigo 70.º e sendo apenas efetuadas as deduções previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 79.º e no n.º 3 do artigo 97.º

4 — Em todos os casos previstos no n.º 1, a liquidação pode ser corrigida, se for caso disso, dentro dos prazos e nos termos previstos nos artigos 45.º e 46.º da lei geral tributária.

Artigo 77.ºPrazo para liquidação

A liquidação do IRS deve ser efetuada no ano imediato àquele a que os rendimentos respeitam, nos seguintes prazos:

a) Até 31 de julho, com base na declaração apresentada nos prazos referidos no n.º 1 do artigo 60.º;

b) (Revogada.)c) Até 30 de novembro, no caso previsto na alínea b)

do n.º 1 do artigo 76.º

Artigo 78.ºDeduções à coleta

1 — À coleta são efetuadas, nos termos dos artigos subsequentes, as seguintes deduções relativas:

a) Aos dependentes do agregado familiar e aos ascen-dentes que vivam em comunhão de habitação com o sujeito passivo;

b) Às despesas gerais familiares;c) Às despesas de saúde e com seguros de saúde;d) Às despesas de educação e formação;e) Aos encargos com imóveis;f) Às importâncias respeitantes a pensões de alimentos;g) À exigência de fatura;h) Aos encargos com lares;i) Às pessoas com deficiência;j) À dupla tributação internacional;k) Aos benefícios fiscais.

2 — São ainda deduzidos à coleta os pagamentos por conta do imposto e as importâncias retidas na fonte que tenham aquela natureza, respeitantes ao mesmo perío do de tributação, bem como as retenções efetuadas ao abrigo do artigo 11.º da Diretiva n.º 2003/48/CE, de 3 de junho.

3 — As deduções referidas neste artigo são efetuadas pela ordem nele indicada e apenas as previstas no número anterior, quando superiores ao imposto devido, conferem direito ao reembolso da diferença.

4 — (Revogado.)5 — As deduções previstas no n.º 1 aplicam -se apenas

aos sujeitos passivos residentes em território português.6 — As deduções referidas nas alíneas a) a h) bem como

na alínea j) do n.º 1 só podem ser realizadas:

a) Mediante a identificação fiscal dos dependentes, ascendentes, colaterais ou beneficiários a que se reportem, feita na declaração a que se refere o n.º 1 do artigo 57.º;

b) Nos casos de deduções que não sejam de montante fixo, as mesmas só podem ser realizadas se constarem de documentos comunicados pelos emitentes à Autori-dade Tributária e Aduaneira, com identificação do sujeito passivo ou do membro do agregado a que se reportam através do número de identificação fiscal correspondente, que sejam:

i) Fatura, fatura -recibo ou recibo, emitidos nos termos do Código do IVA ou da alínea a) do n.º 1 do artigo 115.º; ou

ii) Outro documento, quando o fornecedor dos bens ou prestador dos serviços esteja dispensado daquela obri-gação.

7 — A soma das deduções à coleta previstas nas alí-neas c) a h) e k) do n.º 1 não pode exceder, por agregado familiar, os limites constantes das seguintes alíneas:

a) Para contribuintes que, depois de aplicado os di-visores previstos no artigo 69.º, tenham um rendimento coletável inferior a € 7 000, sem limite;

b) Para contribuintes que, depois de aplicado os di-visores previstos no artigo 69.º, tenham um rendimento

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coletável superior a € 7 000 e inferior a € 80 000, o limite resultante da aplicação da seguinte fórmula:

c) Para contribuintes que, depois de aplicado os di-

visores previstos no artigo 69.º, tenham um rendimento coletável superior a € 80 000, o montante de € 1 000.

8 — Nos agregados com três ou mais dependentes a seu cargo, os limites previstos no número anterior são majorados em 5 % por cada dependente ou afilhado civil que não seja sujeito passivo do IRS.

9 — Sempre que o mesmo dependente ou ascendente conste de mais do que uma declaração de rendimentos, o valor das deduções à coleta previstas no presente Código por referência a dependentes ou ascendentes é reduzido para metade, por sujeito passivo.

10 — A dedução à coleta prevista no artigo 83.º -A im-pede a consideração das demais deduções referentes ao dependente por referência ao qual o sujeito passivo efetua pagamentos de pensões de alimentos.

11 — No caso de sujeitos passivos casados ou unidos de facto, sempre que o valor das deduções à coleta pre-vistas no presente Código é determinado por referência ao agregado familiar, não havendo opção pela tributação conjunta, esses valores são reduzidos para metade, por sujeito passivo.

Artigo 78.º -ADeduções dos dependentes e ascendentes

1 — Sem prejuízo da aplicação da ponderação por de-pendente ou ascendente no âmbito do quociente familiar previsto no artigo 69.º, à coleta do IRS devido pelos su-jeitos passivos é dedutível:

a) Por cada dependente, o montante fixo de € 325;b) Por cada ascendente que viva efetivamente em co-

munhão de habitação com o sujeito passivo, desde que aquele não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral, o montante fixo de € 300.

2 — Às deduções previstas no número anterior somam--se os seguintes montantes:

a) € 125 por cada dependente referido na alínea a) do número anterior que não ultrapasse três anos de idade até 31 de dezembro do ano a que respeita o imposto;

b) € 110 no caso de existir apenas um ascendente en-quadrável na alínea b) nos termos previstos no número anterior.

Artigo 78.º -BDedução das despesas gerais familiares

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 35 % do valor suportado por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de € 250 para cada sujeito passivo, que conste de faturas que titulem prestações de serviços e aquisições de bens comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos termos da Portaria n.º 426 -B/2012, de 28 de dezembro,

enquadradas em qualquer setor de atividade, exceto os setores previstos nos artigos 78.º -C a 78.º -E.

2 — A dedução à coleta prevista no número anterior opera no ano em que as faturas foram emitidas.

3 — Os adquirentes que pretendam beneficiar da dedu-ção à coleta devem exigir ao emitente a inclusão do seu número de identificação fiscal nas faturas.

4 — As pessoas singulares que sejam sujeitos passivos de IVA apenas podem beneficiar das deduções à coleta relativamente às faturas que titulam aquisições efetuadas fora do âmbito da sua atividade empresarial ou profissional.

5 — O valor das deduções à coleta é apurado pela Au-toridade Tributária e Aduaneira com base nas faturas que lhe forem comunicadas, por via eletrónica, até ao dia 15 de fevereiro do ano seguinte ao da sua emissão, relativamente a cada adquirente nelas identificado.

6 — A Autoridade Tributária e Aduaneira disponibiliza no Portal das Finanças o montante das deduções à coleta até ao final do mês de fevereiro do ano seguinte ao da emissão das faturas.

7 — Do cálculo do montante das deduções à coleta referido no número anterior, pode o adquirente reclamar, até ao dia 15 de março do ano seguinte ao da emissão, de acordo com as normas aplicáveis ao procedimento de reclamação graciosa com as devidas adaptações.

8 — À dedução prevista no presente artigo são apli-cáveis, com as necessárias adaptações, os n.os 6 a 8 do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto, alterado pela Lei n.º 66 -B/2012, de 31 de dezembro, pelo Decreto -Lei n.º 71/2013, de 30 de maio, e pela Lei n.º 83 -C/2013, de 31 de dezembro.

9 — No caso de famílias monoparentais, a dedução prevista no n.º 1 é de 45 % do valor suportado por qual-quer membro do agregado familiar, com o limite global de € 335.

Artigo 78.º -CDedução de despesas de saúde

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 15 % do valor suportado a título de despesas de saúde por qualquer mem-bro do agregado familiar, com o limite global de € 1 000:

a) Que conste de faturas que titulem prestações de ser-viços e aquisições de bens, isentos de IVA ou tributados à taxa reduzida, comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos termos da Portaria n.º 426 -B/2012, de 28 de dezembro, pelos emitentes que estejam enquadrados, de acordo com a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3 (CAE — Rev. 3), aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, nos seguintes setores de atividade:

i) Secção Q, classe 86 — Atividade de saúde humana;ii) Secção G, classe 47730 — Comércio a retalho de pro-

dutos farmacêuticos, em estabelecimentos especializados;iii) Secção G, classe 47740 — Comércio a retalho de

produtos médicos e ortopédicos, em estabelecimentos es-pecializados;

b) Que correspondam a prémios de seguros ou contri-buições pagas a associações mutualistas ou a instituições sem fins lucrativos que tenham por objeto a prestação de

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cuidados de saúde que, em qualquer dos casos, cubram exclusivamente os riscos de saúde relativamente ao sujeito passivo ou aos seus dependentes, pagos por aquele ou por terceiros, desde que, neste caso, tenham sido comprova-damente tributados como rendimento do sujeito passivo;

c) Que tenham sido objeto de comunicação nos termos dos n.os 2 e 5.

2 — Os estabelecimentos públicos de saúde são obri-gados a comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira, através de modelo a aprovar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, o valor das taxas moderadoras pagas pelos sujeitos passivos, cujos montantes são considerados para efeitos da dedução à coleta prevista no número anterior.

3 — O disposto no número anterior é igualmente aplicá-vel, com as necessárias adaptações, às prestações de servi-ços e transmissões de bens efetuadas pelas entidades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º, exceto quando emitam e comuniquem faturas.

4 — Os n.os 2 a 8 do artigo anterior são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

5 — Caso as despesas de saúde tenham sido realizadas noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, pode o sujeito passivo comunicá -las através do Portal das Finan-ças, inserindo os dados essenciais da fatura ou documento equivalente que as suporte.

6 — A dedução prevista no n.º 1 não abrange a parte das despesas no mesmo referida que tenha sido comparticipada por seguradoras, associações mutualistas ou instituições sem fins lucrativos que tenham por objeto a prestação de cuidados de saúde.

Artigo 78.º -DDedução de despesas de formação e educação

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 30 % do valor suportado a título de despesas de formação e educação por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de € 800:

a) Que conste de faturas que titulem prestações de servi-ços e aquisições de bens, isentos de IVA ou tributados à taxa reduzida, comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, enquadradas, de acordo com a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3 (CAE — Rev. 3), aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novem-bro, nos seguintes setores de atividade:

i) Secção P, classe 85 — Educação;ii) Secção G, classe 47610 — Comércio a retalho de

livros, em estabelecimentos especializados;

b) Que tenham sido objeto de comunicação nos termos dos n.os 5 e 8.

2 — Para efeitos do disposto no presente artigo, consideram--se despesas de educação e formação os encargos com o pa-gamento de creches, jardins -de -infância, lactários, escolas, estabelecimentos de ensino e outros serviços de educação, bem como as despesas com manuais e livros escolares.

3 — As despesas de educação e formação suportadas só são dedutíveis desde que prestadas, respetivamente, por estabelecimentos de ensino integrados no sistema nacional de educação ou reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios competentes, ou por entidades reconhe-cidas pelos ministérios que tutelam a área da formação profissional e, relativamente às últimas, apenas na parte em que não tenham sido consideradas como encargo da categoria B.

4 — Não são dedutíveis as despesas de formação e educação até ao montante que no ano em causa seja ex-cluído de tributação nos termos da alínea b) do n.º 1 do ar-tigo 2.º -A ou reembolsado no âmbito de um Plano Poupança--Educação, nos termos previstos na legislação aplicável.

5 — Os estabelecimentos públicos comunicam à Autori-dade Tributária e Aduaneira o valor das propinas e demais encargos considerados dedutíveis nos termos deste artigo, mediante a entrega de declaração de modelo oficial, a aprovar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, até ao final do mês de janeiro do ano seguinte àquele em que ocorreu o respetivo pagamento.

6 — O disposto no número anterior é igualmente aplicá-vel, com as necessárias adaptações, às prestações de servi-ços e transmissões de bens efetuadas pelas entidades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º, exceto quando emitam e comuniquem faturas.

7 — Os n.os 2 a 8 do artigo 78.º -B são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

8 — Caso as despesas de educação e formação tenham sido realizadas noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, pode o sujeito passivo comunicá -las através do Portal das Finanças, inserindo os dados essenciais da fatura ou documento equivalente que as suporte.

Artigo 78.º -EDedução de encargos com imóveis

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 15 % do valor suportado por qualquer membro do agregado familiar:

a) Com as importâncias, líquidas de subsídios ou com-participações oficiais, suportadas a título de renda pelo arrendatário de prédio urbano ou da sua fração autónoma para fins de habitação permanente, quando referentes a contratos de arrendamento celebrados ao abrigo do Re-gime do Arrendamento Urbano, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 321 -B/90, de 15 de outubro, ou do Novo Regime do Arrendamento Urbano, aprovado pela Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, até ao limite de € 502;

b) Com juros de dívidas, por contratos celebrados até 31 de dezembro de 2011, contraídas com a aquisição, cons-trução ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente ou arrendamento devidamente comprovado para habitação permanente do arrendatário, até ao limite de € 296;

c) Com prestações devidas em resultado de contratos celebrados até 31 de dezembro de 2011 com cooperativas de habitação ou no âmbito do regime de compras em grupo, para a aquisição de imóveis destinados a habitação própria e permanente ou arrendamento para habitação permanente do arrendatário, devidamente comprovadas, na parte que

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respeitem a juros das correspondentes dívidas, até ao limite de € 296; ou

d) Com importâncias pagas a título de rendas por contrato de locação financeira celebrado até 31 de dezembro de 2011 relativo a imóveis para habitação própria e permanente efe-tuadas ao abrigo deste regime, na parte que não constituam amortização de capital, até ao limite de € 296.

2 — Para efeitos do disposto na alínea a) do número anterior, apenas são considerados os encargos:

a) Que constem de faturas que titulem prestações de serviços, isentos de IVA, comunicadas à Autoridade Tribu-tária e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, enquadradas, de acordo com a Classifi-cação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3 (CAE — Rev. 3), aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, no setor de atividade da secção L, classe 68200 — Arrendamento de bens imobiliários; ou

b) Que foram comunicados utilizando os meios descritos no n.º 5 do artigo 115.º sempre que os senhorios sejam sujeitos passivos de IRS não abrangidos pela obrigação de emissão de fatura;

c) Que constem de outros documentos, no caso de pres-tações de serviços e transmissões de bens efetuadas pelas entidades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º

3 — Os n.os 2 a 8 do artigo 78.º -B são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

4 — Não obstante o disposto na alínea a) do n.º 1, o limite da dedução à coleta aí previsto é elevado para os seguintes montantes:

a) Para contribuintes que depois de aplicado os divisores previstos no artigo 69.º tenham um rendimento coletável inferior a € 7 000, um montante de € 800;

b) Para contribuintes que depois de aplicado os divisores previstos no artigo 69.º tenham um rendimento coletável superior a € 7.000 e inferior a € 30.000, o limite resultante da aplicação da seguinte fórmula:

5 — Não obstante o disposto nas alíneas b) a d) do n.º 1,

os limites das deduções à coleta aí previstos são elevados para os seguintes montantes:

a) Para contribuintes que depois de aplicado os divisores previstos no artigo 69.º tenham um rendimento coletável inferior a € 7 000, um montante de € 450;

b) Para contribuintes que depois de aplicado os divisores previstos no artigo 69.º tenham um rendimento coletável superior a € 7 000 e inferior a € 30 000, o limite resultante da aplicação da seguinte fórmula:

6 — As deduções referidas no n.º 1 não são cumulativas.7 — As entidades a que se refere a subalínea ii) da alí-

nea b) do n.º 6 do artigo 78.º são obrigadas a comunicar as rendas recebidas através do meio previsto na alínea b) do n.º 5 do artigo 115.º, exceto quando emitam e comu-niquem faturas.

8 — Caso os encargos com imóveis tenham sido rea-lizadas noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal, pode o sujeito passivo comunicá -los através do Portal das Finan-ças, inserindo os dados essenciais da fatura ou documento equivalente que as suporte.

Artigo 78.º -FDedução pela exigência de fatura

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 15 % do IVA suportado por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de € 250 por agregado familiar, que conste de faturas que titulem prestações de serviços comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto--Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos termos da Portaria n.º 426 -B/2012, de 28 de dezembro, pelos emitentes que estejam enquadrados, de acordo com a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3 (CAE — Rev. 3), aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, nos seguin-tes setores de atividade:

a) Secção G, classe 4520 — Manutenção e reparação de veículos automóveis;

b) Secção G, classe 45402 — Manutenção e reparação de motociclos, de suas peças e acessórios;

c) Secção I — Alojamento, restauração e similares;d) Secção S, classe 9602 — Atividades de salões de

cabeleireiro e institutos de beleza.

2 — O valor do incentivo, calculado nos termos do presente artigo, pode ser atribuído à mesma igreja ou co-munidade religiosa radicada em Portugal, à mesma pes-soa coletiva de utilidade pública de fins de beneficência, de assistência ou humanitários, ou à mesma instituição particular de solidariedade social, constante da lista ofi-cial de instituições, escolhida pelo sujeito passivo para receber a consignação de quota do IRS prevista na Lei da Liberdade Religiosa, aprovada pela Lei n.º 16/2001, de 22 de junho.

3 — Os n.os 2 a 8 do artigo 78.º -B são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

Artigo 79.ºDeduções dos sujeitos passivos, descendentes e ascendentes

(Revogado.)

Artigo 80.ºCrédito de imposto por dupla tributação económica

(Revogado.)

Artigo 81.ºEliminação da dupla tributação jurídica internacional

1 — Os titulares de rendimentos das diferentes cate-gorias obtidos no estrangeiro, incluindo os previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 do artigo 72.º, têm direito a um cré-dito de imposto por dupla tributação jurídica internacional, dedutível até ao limite das taxas especiais aplicáveis e, nos casos de englobamento, até à concorrência da parte da

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coleta proporcional a esses rendimentos líquidos, conside-rados nos termos do n.º 6 do artigo 22.º, que corresponde à menor das seguintes importâncias:

a) Imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro;b) Fração da coleta do IRS, calculada antes da dedução,

correspondente aos rendimentos que no país em causa possam ser tributados, líquidos das deduções específicas previstas neste Código.

2 — Quando existir convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, a dedução a efetuar nos termos do número anterior não pode ultrapassar o imposto pago no estrangeiro nos termos previstos pela convenção.

3 — Sempre que não seja possível efetuar a dedução a que se refere o n.º 1, por insuficiência de coleta no período de tributação em que os rendimentos obtidos no estrangeiro foram incluídos no rendimento coletável, o remanescente pode ser deduzido à coleta dos cinco períodos de tributa-ção seguintes, com o limite previsto na alínea b) do n.º 1 que corresponder aos rendimentos obtidos no estrangeiro incluídos no rendimento coletável e depois da dedução do próprio ano.

4 — Aos residentes não habituais em território português que obtenham, no estrangeiro, rendimentos da categoria A aplica -se o método da isenção, bastando que se verifique qualquer das condições previstas nas alíneas seguintes:

a) Sejam tributados no outro Estado contratante, em conformidade com convenção para eliminar a dupla tribu-tação celebrada por Portugal com esse Estado; ou

b) Sejam tributados no outro país, território ou região, nos casos em que não exista convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, desde que os ren-dimentos, pelos critérios previstos no n.º 1 do artigo 18.º, não sejam de considerar obtidos em território português.

5 — Aos residentes não habituais em território português que obtenham, no estrangeiro, rendimentos da categoria B, auferidos em atividades de prestação de serviços de ele-vado valor acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico, a definir em portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, ou provenientes da propriedade intelectual ou industrial, ou ainda da prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, bem como das categorias E, F e G, aplica -se o método da isenção, bastando que se verifique qualquer uma das condições previstas nas alíneas seguintes:

a) Possam ser tributados no outro Estado contratante, em conformidade com convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal com esse Estado; ou

b) Possam ser tributados no outro país, território ou re-gião, em conformidade com o modelo de convenção fiscal sobre o rendimento e o património da OCDE, interpretado de acordo com as observações e reservas formuladas por Portugal, nos casos em que não exista convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, desde que aqueles não constem de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, relativa a regimes de tributação privilegiada, claramente mais favoráveis e, bem assim, desde que os rendimentos, pelos critérios previstos no artigo 18.º, não sejam de con-siderar obtidos em território português.

6 — Aos residentes não habituais em território por-tuguês que obtenham, no estrangeiro, rendimentos da categoria H, na parte em que os mesmos, quando tenham origem em contribuições, não tenham gerado uma dedução para efeitos do n.º 2 do artigo 25.º, aplica -se o método da isenção, bastando que se verifique qualquer das condições previstas nas alíneas seguintes:

a) Sejam tributados no outro Estado contratante, em conformidade com convenção para eliminar a dupla tribu-tação celebrada por Portugal com esse Estado; ou

b) Pelos critérios previstos no n.º 1 do artigo 18.º, não sejam de considerar obtidos em território português.

7 — Os rendimentos isentos nos termos dos n.os 4, 5 e 6 são obrigatoriamente englobados para efeitos de deter-minação da taxa a aplicar aos restantes rendimentos, com exceção dos previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e no n.º 6 do artigo 72.º

8 — Os titulares dos rendimentos isentos nos termos dos n.os 4, 5 e 6 podem optar pela aplicação do método do crédito de imposto referido no n.º 1, sendo neste caso os rendimentos obrigatoriamente englobados para efeitos da sua tributação, com exceção dos previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e nos n.os 3 e 6 do artigo 72.º

9 — Os rendimentos obtidos no estrangeiro relativa-mente aos quais, por força de convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, seja aplicado o método da isenção com progressividade, são obrigatoria-mente englobados para efeitos de determinação da taxa aplicável aos restantes rendimentos.

Artigo 82.ºDespesas de saúde

(Revogado.)

Artigo 83.ºDespesas de educação e formação

(Revogado.)

Artigo 83.º -AImportâncias respeitantes a pensões de alimentos

1 — À coleta devida pelos sujeitos passivos são deduzi-das 20 % das importâncias comprovadamente suportadas e não reembolsadas respeitantes a encargos com pensões de alimentos a que o sujeito esteja obrigado por sentença judicial ou por acordo homologado nos termos da lei civil, salvo nos casos em que o seu beneficiário faça parte do mesmo agregado familiar para efeitos fiscais ou relativa-mente ao qual estejam previstas outras deduções à coleta ao abrigo do artigo 78.º

2 — A dedução de encargos com pensões de alimentos atribuídas a favor de filhos, adotados, enteados e afilhados civis, maiores, bem como àqueles que até à maioridade estiveram sujeitos à tutela, depende da verificação dos requisitos estabelecidos na alínea b) do n.º 5 do artigo 13.º

Artigo 84.ºEncargos com lares

1 — À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 25 % do valor

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suportado a título de encargos com lares, nos termos do presente artigo, com o limite global de € 403,75:

a) Que conste de faturas que titulem prestações de servi-ços e aquisições de bens, isentos de IVA ou tributados à taxa reduzida, comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto -Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, enquadradas, de acordo com a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3 (CAE — Rev. 3), aprovada pelo Decreto -Lei n.º 381/2007, de 14 de novem-bro, nos seguintes setores de atividade:

i) Secção Q, classe 873 — Atividades de apoio social para pessoas idosas e com deficiência, com alojamento;

ii) Secção Q, classe 8810 — Atividades de apoio social para pessoas idosas e com deficiência, sem alojamento;

b) Que tenham sido objeto de comunicação nos termos do n.º 3.

2 — A dedução a que se refere o número anterior abrange encargos com apoio domiciliário, lares e instituições de apoio à terceira idade relativos aos sujeitos passivos, bem como dos encargos com lares e residências autónomas para pessoas com deficiência, seus dependentes, ascendentes e colaterais até ao 3.º grau que não possuam rendimentos superiores à retribuição mínima mensal garantida.

3 — Os estabelecimentos públicos comunicam à Auto-ridade Tributária e Aduaneira o valor dos encargos con-siderados dedutíveis nos termos deste artigo, mediante a entrega de declaração de modelo oficial, a aprovar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, até ao final do mês de janeiro do ano seguinte àquele em que ocorreu o respetivo pagamento.

4 — O disposto no número anterior é igualmente aplicá-vel, com as necessárias adaptações, às prestações de servi-ços e transmissões de bens efetuadas pelas entidades a que se refere a subalínea ii) da alínea b) do n.º 6 do artigo 78.º, exceto quando emitam e comuniquem faturas.

5 — Os n.os 2 a 8 do artigo 78.º -B são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à dedução prevista no presente artigo.

Artigo 85.ºEncargos com imóveis

(Revogado.)

Artigo 85.º -ADeduções ambientais

(Revogado.)

Artigo 86.ºPrémios de seguros

(Revogado.)

Artigo 87.ºDedução relativa às pessoas com deficiência

1 — São dedutíveis à coleta por cada sujeito passivo com deficiência uma importância correspondente a quatro vezes o valor do IAS e por cada dependente com deficiên-cia, bem como, por cada ascendente com deficiência que

esteja nas condições da alínea e) do n.º 1 do artigo 79.º, uma importância igual a 1,5 vezes o valor do IAS.

2 — São ainda dedutíveis à coleta 30 % da totalidade das despesas efetuadas com a educação e a reabilitação do sujeito passivo ou dependentes com deficiência, bem como 25 % da totalidade dos prémios de seguros de vida ou contribuições pagas a associações mutualistas que ga-rantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice.

3 — No caso de contribuições pagas para reforma por velhice a dedução depende de o benefício ser garantido, após os 55 anos de idade e cinco anos de a duração do contrato, ser pago por aquele ou por terceiros, e desde que, neste caso, tenham sido comprovadamente tributados como rendimento do sujeito passivo, com o limite de € 65, tratando -se de sujeitos passivos não casados ou separados judicialmente de pessoas e bens, ou de € 130, tratando -se de sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens.

4 — A dedução dos prémios de seguros ou das contri-buições pagas a associações mutualistas a que se refere o n.º 2 não pode exceder 15 % da coleta de IRS.

5 — Considera -se pessoa com deficiência aquela que apresente um grau de incapacidade permanente, devida-mente comprovado mediante atestado médico de incapaci-dade multiúso emitido nos termos da legislação aplicável, igual ou superior a 60 %.

6 — É dedutível à coleta, a título de despesa de acom-panhamento, uma importância igual a quatro vezes o valor do IAS por cada sujeito passivo ou dependente, cujo grau de invalidez permanente, devidamente com-provado pela entidade competente, seja igual ou superior a 90 %.

7 — Por cada sujeito passivo com deficiência das Forças Armadas abrangido pelo Decreto -Lei n.º 43/76, de 20 de janeiro, e pelo Decreto -Lei n.º 314/90, de 13 de outubro, que beneficie da dedução prevista no n.º 1 é, ainda, de-dutível à coleta uma importância igual ao valor do IAS.

8 — As deduções previstas nos n.os 1, 6 e 7 são cumu-lativas.

Artigo 88.º

Benefícios fiscais

(Revogado.)

Artigo 89.º

Liquidação adicional

1 — Procede -se a liquidação adicional sempre que, de-pois de liquidado o imposto, se verifique ser de exigir em virtude de correções efetuadas nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 76.º ou de fixação do rendimento tributá-vel, nos casos previstos neste Código, imposto superior ao liquidado.

2 — Procede -se ainda a liquidação adicional, sendo caso disso, em consequência de:

a) Exame à contabilidade do sujeito passivo;b) Erros de facto ou de direito ou omissões verificadas

em qualquer liquidação, de que haja resultado prejuízo para o Estado.

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(405)

Artigo 90.ºReforma de liquidação

Sempre que, relativamente às entidades a que se aplique o regime definido no artigo 20.º, haja lugar a correções que determinem alteração dos montantes imputados aos respetivos sócios ou membros, a Autoridade Tributária e Aduaneira procede à reforma da liquidação efetuada àqueles, cobrando -se ou anulando -se em consequência as diferenças apuradas.

Artigo 91.ºJuros compensatórios

1 — Sempre que, por facto imputável ao sujeito passivo, for retardada a liquidação de parte ou da totalidade do imposto devido ou a entrega de imposto a pagar anteci-padamente, ou retido ou a reter no âmbito da substituição tributária, acrescem ao montante do imposto juros com-pensatórios nos termos do artigo 35.º da lei geral tributária.

2 — São igualmente devidos juros compensatórios nos termos referidos no n.º 1 quando o sujeito passivo, por facto a si imputável, tenha recebido reembolso superior ao devido.

Artigo 92.ºPrazo de caducidade

1 — A liquidação do IRS, ainda que adicional, bem como a reforma da liquidação efetua -se no prazo e nos ter-mos previstos nos artigos 45.º e 46.º da lei geral tributária.

2 — Em caso de ter sido efetuado reporte de resultado líquido negativo, o prazo de caducidade é o do exercício desse direito.

3 — Determina o início da contagem do prazo de ca-ducidade, nos casos em que haja lugar a liquidação de imposto, a ocorrência de qualquer dos seguintes factos:

a) A não afetação do imóvel à habitação do sujeito pas-sivo ou do seu agregado familiar no prazo referido nas alíneas a), b) e c) do n.º 6 do artigo 10.º;

b) O decurso do prazo de reinvestimento do valor de realização de imóvel destinado a habitação própria e per-manente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar sem que o mesmo tenha sido concretizado, total ou par-cialmente, nos termos da alínea a) do n.º 5 do artigo 10.º;

c) O pagamento de qualquer capital em vida, antes de decorridos cinco anos, relativo a seguros ou produtos mutualistas cujos prémios ou contribuições tenham sido deduzidos nos termos e condições previstos no n.º 1 do artigo 27.º ou nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 87.º

Artigo 93.ºRevisão oficiosa

1 — Quando, por motivos imputáveis aos serviços, te-nha sido liquidado imposto superior ao devido, procede -se a revisão oficiosa da liquidação nos termos do artigo 78.º da lei geral tributária.

2 — Revisto o ato de liquidação, é emitida a conse-quente nota de crédito.

3 — O crédito ao reembolso de importâncias indevida-mente cobradas pode ser satisfeito por ordem de pagamento ou por compensação nos termos previstos na lei.

Artigo 94.ºJuros indemnizatórios

São devidos juros indemnizatórios nos termos do ar-tigo 43.º da lei geral tributária, a serem liquidados e pagos nos termos do artigo 61.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

Artigo 95.ºLimites mínimos

Não há lugar a cobrança ou reembolso quando, em virtude de liquidação, ainda que adicional, reforma ou re-vogação de liquidação, a importância a cobrar seja inferior a € 25 ou a importância a restituir seja inferior a € 10.

Artigo 96.ºRestituição oficiosa do imposto

1 — A diferença entre o imposto devido a final e o que tiver sido entregue nos cofres do Estado em resultado de retenção na fonte ou de pagamentos por conta, favorável ao sujeito passivo, deve ser restituída até ao termo dos prazos previstos no n.º 1 do artigo 97.º

2 — Sobre a diferença favorável ao sujeito passivo entre o imposto devido a final liquidado com base em declaração apresentada dentro do prazo legal e o que tiver sido retido ou pago por conta é devida uma remuneração compensatória.

3 — A remuneração referida no número anterior é lí-quida e não tem a natureza de rendimento de capitais.

CAPÍTULO V

Pagamento

Artigo 97.ºPagamento do imposto

1 — O IRS deve ser pago no ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos nos seguintes prazos:

a) Até 31 de agosto, quando a liquidação seja efetuada no prazo previsto na alínea a) do artigo 77.º;

b) (Revogada.)c) Até 31 de dezembro, quando a liquidação seja efetuada

no prazo previsto na alínea c) do artigo 77.º

2 — Nos casos previstos na alínea b) do n.º 1 do ar-tigo 76.º, ao imposto são acrescidos os juros compensa-tórios que se mostrarem devidos.

3 — As importâncias efetivamente retidas ou pagas nos termos dos artigos 98.º a 102.º são deduzidas ao valor do imposto respeitante ao ano em que ocorreu a retenção ou pagamento.

Artigo 98.ºRetenção na fonte — Regras gerais

1 — Nos casos previstos nos artigos 99.º a 101.º e nou-tros estabelecidos na lei, a entidade devedora dos rendi-mentos sujeitos a retenção na fonte, as entidades regista-doras ou depositárias, consoante o caso, são obrigadas, no ato do pagamento, do vencimento, ainda que presumido, da sua colocação à disposição, da sua liquidação ou do

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apuramento do respetivo quantitativo, consoante os casos, a deduzir -lhes as importâncias correspondentes à aplicação das taxas neles previstas por conta do imposto respeitante ao ano em que esses atos ocorrem.

2 — As quantias retidas devem ser entregues em qual-quer dos locais a que se refere o artigo 105.º, nos prazos indicados nos números seguintes.

3 — As quantias retidas nos termos dos artigos 99.º a 101.º devem ser entregues até ao dia 20 do mês seguinte àquele em que foram deduzidas.

4 — Sempre que se verifiquem incorreções, para mais ou para menos, nos montantes retidos, ainda que a título liberatório, devidas a erros imputáveis à entidade sobre a qual recai a obrigação de retenção, pode a sua retificação ser feita na primeira retenção a que deva proceder -se após a deteção do erro, ou nas seguintes se o montante em excesso ou em falta não se puder retificar numa só retenção, sem, porém, ultrapassar o último período de retenção anual.

5 — (Revogado.)6 — Os titulares dos rendimentos das categorias A, B

e H podem optar pela retenção do IRS mediante taxa inteira superior à que lhes é legalmente aplicável em declaração para o efeito a apresentar à entidade pagadora dos rendi-mentos.

7 — Exceto no caso das retenções sobre rendimentos das categorias A e H, nas situações mencionadas no n.º 4, a entidade sobre a qual recai a obrigação de retenção deve ter prova da restituição do montante do imposto que foi indevidamente retido, sendo responsável pelo imposto que por efeito da retificação deixou indevidamente de ser deduzido e entregue ao Estado.

Artigo 99.ºRetenção sobre rendimentos das categorias A e H

1 — São obrigadas a reter o imposto no momento do seu pagamento ou colocação à disposição dos respetivos titulares as entidades devedoras:

a) De rendimentos de trabalho dependente, com exceção dos rendimentos em espécie e dos previstos na alínea g) do n.º 3 do artigo 2.º; e

b) De pensões, com exceção das de alimentos.

2 — As entidades devedoras e os titulares de rendimen-tos do trabalho dependente e de pensões são obrigados, respetivamente:

a) A solicitar ao sujeito passivo, no início do exercício de funções ou antes de ser efetuado o primeiro pagamento ou colocação à disposição, os dados indispensáveis relativos à sua situação pessoal e familiar;

b) A apresentar declaração à entidade devedora dos rendimentos contendo a informação a que se refere a alínea anterior, bem como qualquer outra informação fis-calmente relevante ocorrida posteriormente.

3 — Nos casos previstos na alínea d) do n.º 1 e na se-gunda parte do n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º, bem como nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 11.º, considera--se, para todos os efeitos legais, como entidade devedora dos rendimentos aquela que os pagar ou colocar à dispo-sição do respetivo beneficiário.

4 — Para efeitos do disposto no artigo 54.º, compete ao titular do direito aos rendimentos comprovar junto da enti-dade devedora que a prestação que lhe é devida comporta

reembolso de capital por si pago ou que, tendo sido pago por terceiro, todavia foi total ou parcialmente tributado como rendimento seu.

5 — Ficam dispensados da retenção na fonte a que se refere o n.º 1, os rendimentos do trabalho obtidos por ati-vidades exercidas no estrangeiro por pessoas singulares residentes em território português, sempre que tais rendi-mentos sejam sujeitos a tributação efetiva no país da fonte em imposto similar ou idêntico ao IRS.

6 — No apuramento do IRS a reter sobre remunerações fixas ou fixas e variáveis do trabalho dependente, pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares, ter -se -á em conta:

a) A situação familiar dos sujeitos passivos;b) A dedução específica aos rendimentos da categoria A,

prevista no artigo 25.º;c) As deduções à coleta previstas no artigo 78.º

7 — No apuramento do IRS a reter sobre pensões ter--se -á em conta:

a) A situação familiar dos sujeitos passivos;b) A dedução específica aos rendimentos da categoria H,

prevista no artigo 53.º;c) As deduções à coleta previstas no artigo 78.º

8 — No caso de remunerações mensalmente pagas ou postas à disposição de residentes não habituais em territó-rio português, tratando -se de rendimentos de categoria A auferidos em atividades de elevado valor acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico, definidas em portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, aplica -se a taxa de 20 %.

Artigo 99.º -ARetenção na fonte — Sobretaxa extraordinária [cessou vigência]

1 — As entidades devedoras de rendimentos de tra-balho dependente e de pensões são, ainda, obrigadas a reter uma importância correspondente a 50 % da parte do valor devido do subsídio de Natal ou da prestação adicio-nal correspondente ao 13.º mês que, depois de deduzidas as retenções previstas no artigo 99.º e as contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e para sub-sistemas legais de saúde, exceda o valor da retribuição mínima mensal garantida.

2 — Encontra -se abrangido pela obrigação de retenção prevista no número anterior o valor devido do subsídio de Natal ou da prestação adicional correspondente ao

13.º mês, cujo pagamento ou colocação à disposição do respetivo beneficiário incumba, por força da lei, à segurança social ou a outra entidade.

3 — A retenção na fonte prevista nos números ante-riores é efetuada no momento em que os rendimentos se tornam devidos nos termos da legislação aplicável ou, se anterior, no momento do seu pagamento ou colocação à disposição dos respetivos titulares.

4 — Quando o valor devido do subsídio de Natal ou da prestação adicional correspondente ao 13.º mês for pago fracionadamente, retém -se, em cada pagamento, a parte proporcional da sobretaxa extraordinária, calculada nos termos do n.º 1.

5 — As quantias retidas devem ser entregues no prazo de oito dias contados do momento em que foram deduzidas,

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(407)

e nunca depois de 23 de dezembro, nos locais indicados no artigo 105.º

Artigo 99.º -BSituação familiar

1 — Para efeitos da consideração da situação familiar do titular dos rendimentos, as tabelas de retenção atendem ao número de dependentes a cargo do sujeito passivo.

2 — As taxas constantes das tabelas respeitantes a titu-lares com deficiência aplicam -se às remunerações totais do trabalho dependente ou à totalidade das pensões que mensalmente lhes forem pagas ou colocadas à disposição pela mesma entidade devedora.

3 — Se o titular dos rendimentos não fornecer à entidade devedora os elementos respeitantes à sua situação familiar, deve aquela proceder à retenção do imposto no pressuposto de que o titular não tem dependentes.

Artigo 99.º -CAplicação da retenção na fonte à categoria A

1 — Sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 1 e no n.º 8 do artigo 99.º, a retenção de IRS é efetuada sobre as remunerações mensalmente pagas ou postas à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes correspondam, constantes da respetiva tabela.

2 — Considera -se remuneração mensal o montante pago a título de remuneração fixa, acrescido de quaisquer outras importâncias que tenham a natureza de rendimentos de trabalho dependente, tal como são definidos no artigo 2.º, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

3 — A pedido do titular, podem ainda ser sujeitas a retenção na fonte as gratificações auferidas pela prestação ou em razão da prestação do trabalho quando não atribuí-das pela respetiva entidade patronal, pagas ou colocadas à disposição do seu titular no mesmo período, ainda que respeitantes a períodos anteriores, bem como os rendimen-tos pagos em espécie.

4 — No caso de remunerações fixas relativas a períodos inferiores ao mês, considera -se como remuneração mensal a soma das importâncias atribuídas, pagas ou colocadas à disposição em cada mês.

5 — Os subsídios de férias e de Natal são sempre ob-jeto de retenção autónoma, não podendo, para o cálculo do imposto a reter, ser adicionados às remunerações dos meses em que são pagos ou postos à disposição.

6 — Quando os subsídios de férias e de Natal forem pa-gos fracionadamente, deve ser retido, em cada pagamento, a parte proporcional do imposto calculado nos termos do número anterior.

Artigo 99.º -DAplicação da retenção na fonte à categoria H

1 — A retenção de IRS é efetuada sobre o valor das pensões mensalmente pagas ou postas à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes correspondam, constantes da respetiva tabela.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, consideram -se pensões os rendimentos previstos no ar-tigo 11.º

3 — Na retenção sobre complementos de pensões, pagos por entidade diferente da que está obrigada ao pagamento

da respetiva pensão, pode ser tido em conta o montante desta, por solicitação expressa do respetivo titular.

4 — As prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses são sempre objeto de retenção autónoma, não podendo, para o cálculo do imposto a reter, ser adiciona-das às pensões dos meses em que são pagas ou postas à disposição.

5 — Quando as prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses forem pagas fracionadamente, deve ser retido, em cada pagamento, a parte proporcional do imposto calculado nos termos do número anterior.

Artigo 99.º -EMecanismo de retenção nos rendimentos

das categorias A e H

1 — A importância apurada mediante aplicação das taxas de retenção é arredondada para a unidade de euros inferior.

2 — Quando forem pagos ou colocados à disposição do respetivo titular rendimentos das categorias A ou H em mês, do mesmo ano, diferente daquele a que respeitam, recalcula -se o imposto e retém -se apenas a diferença entre a importância assim determinada e aquela que, com refe-rência ao mesmo período, tenha eventualmente sido retida.

Artigo 99.º -FTabelas de retenção na fonte

1 — As tabelas de retenção na fonte aplicáveis aos rendimentos das categorias A e H são aprovadas por des-pacho do membro do Governo responsável pela área das finanças.

2 — As tabelas de retenção na fonte a que se refere o número anterior aplicam -se aos rendimentos de trabalho dependente e de pensões pagos ou colocados à disposição após a entrada em vigor das mesmas.

3 — A utilização indevida das tabelas aplicáveis a «ca-sado, único titular», implica o pagamento de juros com-pensatórios por parte do sujeito passivo sobre a diferença entre a retenção na fonte devida e a retenção na fonte efetuada.

Artigo 100.ºRetenção na fonte — Remunerações não fixas

1 — As entidades que paguem ou coloquem à disposição remunerações do trabalho dependente que compreendam, exclusivamente, montantes variáveis devem, no momento do seu pagamento ou colocação à disposição, reter o im-posto de harmonia com a seguinte tabela de taxas:

Escalões de remunerações anuais(em euros)

Taxas(percentagens)

Até 5 269 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0De 5 269 até 6 222 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2De 6 222 até 7 381 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4De 7 381 até 9 168 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6De 9 168 até 11 098 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8De 11 098 até 12 826 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10De 12 826 até 14 692 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12De 14 692 até 18 416 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15De 18 416 até 23 935 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18De 23 935 até 30 302 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21De 30 302 até 41 415 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24De 41 415 até 54 705 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27De 54 705 até 91 176 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

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6546-(408) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

Escalões de remunerações anuais(em euros)

Taxas(percentagens)

De 91 176 até 136 792 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33De 136 792 até 228 034 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36De 228 034 até 506 343 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38Superior a 506 343 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

2 — A taxa a aplicar nos termos do n.º 1 é a correspon-dente à remuneração anual estimada no início de cada ano ou no início da atividade profissional do sujeito passivo, ou a correspondente ao somatório das remunerações já recebidas ou colocadas à disposição, acrescido das re-sultantes de eventuais aumentos verificados no ano a que respeite o imposto.

3 — Quando, não havendo possibilidade de determinar a remuneração anual estimada, sejam pagos ou colocados à disposição rendimentos que excedam o limite de € 5 269, aplica -se o disposto no n.º 1.

4 — Sempre que o somatório das remunerações já re-cebidas e a receber implique mudança de escalão, deve efetuar -se a respetiva compensação no mês em que ocorra tal facto.

Artigo 101.ºRetenção sobre rendimentos de outras categorias

1 — As entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada são obrigadas a reter o imposto, mediante a aplicação, aos rendimentos ilíquidos de que sejam devedoras e sem prejuízo do disposto nos números seguintes, das seguintes taxas:

a) 16,5 %, tratando -se de rendimentos da categoria B referidos na alínea c) do n.º 1 do artigo 3.º, de rendimentos da categoria E ou de incrementos patrimoniais previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 9.º;

b) 25 %, tratando -se de rendimentos decorrentes das atividades profissionais especificamente previstas na tabela a que se refere o artigo 151.º;

c) 11,5 %, tratando -se de rendimentos da catego-ria B referidos na alínea b) do n.º 1 e nas alíneas g) e i) do n.º 2 do artigo 3.º, não compreendidos na alí-nea anterior;

d) 20 %, tratando -se de rendimentos da categoria B auferidos em atividades de elevado valor acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico, definidas em portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, por residentes não habituais em território português;

e) 25 %, tratando -se de rendimentos da categoria F.

2 — Tratando -se de rendimentos referidos no artigo 71.º, a retenção na fonte nele prevista cabe:

a) Às entidades devedoras dos rendimentos referidos nos n.os 1 e 4 e na alínea c) do n.º 12 do artigo 71.º;

b) Às entidades que paguem ou coloquem à disposi-ção os rendimentos referidos na alínea b) do n.º 1 e nas alíneas a) e b) do n.º 12 do artigo 71.º

3 — Tratando -se de rendimentos de valores mobiliá-rios sujeitos a registo ou depósito, emitidos por entidades residentes em território português, o disposto na alínea a) do n.º 1 e na alínea a) do n.º 2 é da responsabilidade das entidades registadoras ou depositárias.

4 — A taxa é aplicada ao rendimento ilíquido sujeito a retenção, antes da liquidação do IVA a que, sendo caso disso, deva proceder -se.

5 — (Revogado.)6 — (Revogado.)7 — (Revogado.)8 — A retenção que incide sobre os rendimentos das

categorias B e F referidos no n.º 1 é efetuada no momento do respetivo pagamento ou colocação à disposição e a que incide sobre os rendimentos da categoria E em conformi-dade com o disposto no artigo 7.º

9 — Estão sujeitos a retenção, nos termos do n.º 1, os rendimentos de capitais e prediais auferidos no âmbito do exercício de atividades empresariais e profissionais, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

10 — Quando os rendimentos referidos no número ante-rior se encontrem sujeitos a retenção nos termos do disposto no artigo 71.º, o seu englobamento é sempre obrigatório, o imposto retido tem a natureza de pagamento por conta e as entidades devedoras estão obrigadas, quanto aos mesmos, a dar cumprimento ao disposto nos artigos 119.º e 120.º

11 — Nos casos previstos no artigo 20.º, o rendimento não é objeto de retenção na fonte.

12 — As sociedades gestoras de património residentes em território português com conta aberta nos termos do n.º 1 do artigo 5.º do Decreto -Lei n.º 163/94, de 4 de junho, alterado pelos Decretos -Leis n.os 17/97, de 21 de janeiro, e 99/98, de 21 de abril, junto de entidades registadoras ou de-positárias, estão obrigadas ao cumprimento das obrigações previstas no presente Código para as entidades registadoras ou depositárias, designadamente as de retenção na fonte, de pagamento e declarativas.

13 — Sempre que os rendimentos decorrentes do ar-rendamento se enquadrem na categoria B, o locador deve comunicar esse facto ao locatário.

Artigo 101.º -ARetenção sobre juros contáveis e diferenças entre

valor de reembolso e preço de emissão

1 — Os sujeitos passivos de IRC e de IRS, quando obrigados a efetuar retenção sobre os rendimentos sujeitos a imposto nos termos da alínea c) do n.º 3 do artigo 7.º, devem proceder ao registo individual, operação a operação, das transações efetuadas que tenham por objeto títulos de dívida emitidos por entidades com residência, domicílio, sede ou direção efetiva em território nacional ou que aqui possuam estabelecimento estável a que seja imputável o pagamento da respetiva remuneração, numa conta corrente com o Estado, em que releve:

a) A débito:1) O imposto considerado no apuramento do valor lí-

quido dos juros respeitantes a títulos alienados, contados desde a data do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocorrido qual-quer vencimento, até à data da alienação; e

2) As diferenças, pela parte correspondente àqueles períodos, entre o valor de reembolso e o preço de emissão, no caso de títulos cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, por aquela diferença;

b) A crédito:1) O imposto considerado no apuramento do valor lí-

quido dos juros respeitantes a títulos adquiridos, contados

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(409)

desde a data do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocorrido qual-quer vencimento, até à data da alienação; e

2) As diferenças, pela parte correspondente àqueles períodos, entre o valor de reembolso e o preço de emissão, no caso de títulos cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, por aquela diferença.

2 — O disposto no número anterior é igualmente aplicá-vel às transmissões de títulos de crédito sujeitos ao regime de capitalização automática, efetuadas antes do prazo da sua amortização.

3 — O saldo da conta corrente a que se refere o n.º 1 é regularizado trimestralmente, nos termos seguintes:

a) Sendo credor, a respetiva importância é entregue nos cofres do Estado até ao dia 20 do mês seguinte ao do trimestre em que foi apurado;

b) Sendo devedor, a respetiva importância pode ser compensada nas entregas de imposto retido pelas entidades credoras sobre rendimentos de capitais, a efetuar após o seu apuramento.

4 — Se, apesar do disposto na alínea b) do número anterior, a compensação não tiver sido possível até ao fim do trimestre seguinte ao do apuramento do saldo devedor e este for igual ou superior a € 25 000, ou, qualquer que seja o seu montante, até à entrega do imposto respeitante ao último período de retenção anual, é concedida às enti-dades credoras a faculdade de pedirem o seu reembolso, observando -se o seguinte:

a) O pedido de reembolso do saldo devedor determina a impossibilidade de ser efetuada a respetiva compensação por alguma das formas previstas para o efeito;

b) Em caso algum o saldo devedor da conta corrente pode ser invocado como retenção com a natureza de pa-gamento por conta na declaração anual de rendimentos da entidade credora;

c) A restituição indevida de imposto mediante reem-bolso ou compensação das mesmas importâncias, por facto imputável à entidade credora, é equiparada, para todos os efeitos legais, à falta de entrega de imposto cobrado por retenção na fonte.

5 — Não pode ser relevada na conta corrente a que se refere o n.º 1 a retenção efetuada pelas entidades devedoras dos rendimentos no momento do seu vencimento ou na data da amortização ou reembolso dos correspondentes títulos, a qual tem, sendo caso disso, natureza de pagamento por conta do imposto devido a final pelas entidades que os auferirem.

6 — Os montantes compensados nos termos da alínea b) do n.º 3 são evidenciados na declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 119.º

Artigo 101.º -BDispensa de retenção na fonte

1 — Estão dispensados de retenção na fonte, exceto quando esta deva ser efetuada mediante taxas liberatórias:

a) Os rendimentos da categoria B, com exceção das comissões por intermediação na celebração de quaisquer contratos, e da categoria F, quando o respetivo titular pre-veja auferir, em cada uma das categorias, um montante anual inferior ao fixado no n.º 1 do artigo 53.º do Código do IVA;

b) As importâncias que respeitem a reembolso de despesas efetuadas em nome e por conta do cliente ou a reembolso de despesas de deslocação e estada, no âmbito da categoria B, devidamente documentadas, correspon-dentes a serviços prestados por terceiros e que sejam, de forma inequívoca, direta e totalmente imputáveis a um cliente determinado;

c) Os rendimentos da categoria B referidos nas alíneas c), d), e), f) e h) do n.º 2 do artigo 3.º;

d) Os rendimentos da categoria E, sempre que o mon-tante de cada retenção seja inferior a € 5;

e) Os rendimentos da categoria A, que respeitem a ati-vidades exercidas no estrangeiro por pessoas singulares residentes em território português, sempre que tais rendi-mentos sejam sujeitos a tributação efetiva no país da fonte em imposto similar ou idêntico ao IRS.

2 — A dispensa de retenção nos termos das alíneas a) e b) do número anterior é facultativa, devendo os titulares que dela queiram aproveitar exercer o direito mediante aposição, nos recibos de quitação das importâncias rece-bidas, da seguinte menção: «Sem retenção, nos termos do n.º 1 do artigo 101.º -B do Código do IRS.»

3 — A faculdade de dispensa de retenção relativa aos rendimentos previstos na alínea a) do n.º 1:

a) Não pode ser exercida por titulares que, no ano an-terior, tenham auferido rendimentos de montante igual ou superior ao limite ali estabelecido;

b) Cessa no mês seguinte àquele em que tiver sido atin-gido o limite nela fixado.

4 — Não obstante o disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 71.º, nas situações previstas nos n.os 4 a 6 do ar-tigo 81.º, os rendimentos a que se aplicar o método de isenção estão dispensados de retenção na fonte.

Artigo 101.º -CDispensa de retenção na fonte e reembolso de imposto

relativo a rendimentos auferidos por não residentes

1 — Não existe obrigação de efetuar a retenção na fonte de IRS, no todo ou em parte, consoante os casos, relati-vamente aos rendimentos referidos no artigo 71.º quando, por força de uma convenção destinada a evitar a dupla tributação celebrada por Portugal, a competência para a tributação dos rendimentos auferidos por um residente do outro Estado contratante não seja atribuída ao Estado da fonte ou o seja apenas de forma limitada.

2 — Nas situações referidas no número anterior, os beneficiários dos rendimentos devem fazer prova perante a entidade que se encontra obrigada a efetuar a retenção na fonte da verificação dos pressupostos que resultem de convenção para evitar a dupla tributação, de um outro acordo de direito internacional, ou ainda da legislação interna aplicável, através da apresentação de formulário de modelo a aprovar por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças:

a) Certificado pelas autoridades competentes do respe-tivo Estado de residência; ou

b) Acompanhado de documento emitido pelas autori-dades competentes do respetivo Estado de residência que ateste a sua residência para efeitos fiscais no período em causa e a sujeição a imposto sobre o rendimento nesse Estado.

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6546-(410) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

3 — A prova referida no número anterior deve ser efe-tuada até ao termo do prazo estabelecido para a entrega do imposto que deveria ter sido deduzido nos termos das normas legais aplicáveis.

4 — O meio de prova a que se refere o n.º 2 tem a vali-dade de um ano a contar da data de certificação por parte da autoridade competente do Estado de residência da entidade beneficiária dos rendimentos ou da emissão do documento, devendo a entidade beneficiária informar imediatamente a entidade que se encontra obrigada a proceder à reten-ção na fonte das alterações verificadas relativamente aos pressupostos de que depende a dispensa total ou parcial de retenção.

5 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, quando não seja efetuada a prova até ao termo do prazo estabelecido para a entrega do imposto, fica o substituto tributário obrigado a entregar a totalidade do imposto que deveria ter sido deduzido nos termos da lei.

6 — Sem prejuízo da responsabilidade contraordenacio-nal, a obrigação estabelecida no número anterior pode ser afastada sempre que o substituto tributário comprove com o documento a que se refere o n.º 2 a verificação dos pres-supostos para a dispensa total ou parcial de retenção.

7 — Os beneficiários dos rendimentos, relativamente aos quais se verificam as condições referidas no n.º 1, po-dem solicitar o reembolso total ou parcial do imposto que tenha sido retido na fonte, no prazo de dois anos a contar do termo do ano em que se verificou o facto gerador do imposto, mediante a apresentação de um formulário de modelo aprovado pelo membro do Governo responsável pela área das finanças:

a) Certificado pelas autoridades competentes do respe-tivo Estado de residência; ou

b) Acompanhado de documento emitido pelas autori-dades competentes do respetivo Estado de residência, que ateste a sua residência para efeitos fiscais no período em causa e a sujeição a imposto sobre o rendimento nesse Estado.

8 — O formulário previsto no número anterior deve, quando necessário, ser acompanhado de outros elementos que permitam aferir da legitimidade do reembolso.

9 — O reembolso do excesso do imposto retido na fonte deve ser efetuado no prazo de um ano contado da data da apresentação do pedido e dos elementos que constituem a prova da verificação dos pressupostos de que depende a concessão do benefício e, em caso de incumprimento desse prazo, acrescem à quantia a reembolsar juros indem-nizatórios calculados a taxa idêntica à aplicável aos juros compensatórios a favor do Estado.

10 — Para efeitos da contagem do prazo referido no número anterior, considera -se que o mesmo se suspende sempre que o procedimento estiver parado por motivo imputável ao requerente.

Artigo 101.º -DSujeição parcial de rendimentos a retenção

1 — A retenção que deva ser efetuada sobre rendimentos da categoria B apenas incide sobre 50 % dos mesmos, nos seguintes casos:

a) Quando auferidos por médicos de patologia clínica, médicos radiologistas e farmacêuticos analistas clínicos, como tal reconhecidos pelas entidades competentes e ins-

critos nas respetivas associações de classe, quando a ins-crição seja requisito para o exercício oficial da atividade profissional;

b) Quando beneficiem do regime previsto no artigo 58.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais;

c) Quando auferidos por titulares com deficiência com um grau de invalidez permanente igual ou superior a 60 %.

2 — A sujeição parcial de rendimentos à retenção pre-vista no número anterior é facultativa, devendo os titulares que dela queiram aproveitar exercer o direito mediante aposição, no recibo de modelo oficial de quitação das importâncias recebidas, da seguinte menção: «Retenção sobre 50 %, nos termos do n.º 1 do artigo 101.º -D do Có-digo do IRS.»

3 — Sendo os rendimentos previstos na alínea b) do n.º 1 auferidos por sujeitos passivos deficientes com um grau de invalidez permanente igual ou superior a 60 %, a retenção pode incidir apenas sobre 25 % dos referidos rendimentos, devendo, no recibo de modelo oficial de quitação das importâncias recebidas, ser aposta a seguinte menção: «Retenção sobre 25 %, nos termos do n.º 3 do artigo 101.º -D do Código do IRS.»

4 — Quando os rendimentos sujeitos a retenção, não expressamente previstos nos números anteriores, beneficiem de isenção total ou parcial nos termos do Estatuto dos Benefícios Fiscais, a retenção incide ape-nas sobre a parte do rendimento sujeita a tributação, devendo ser sempre aposta no recibo de quitação das importâncias recebidas a menção da norma que concede o benefício.

Artigo 102.ºPagamentos por conta

1 — A titularidade de rendimentos da categoria B deter-mina, para os respetivos sujeitos passivos, a obrigatorie-dade de efetuarem três pagamentos por conta do imposto devido a final, até ao dia 20 de cada um dos meses de julho, setembro e dezembro.

2 — A totalidade dos pagamentos por conta é igual a 76,5 % do montante calculado com base na seguinte fórmula:

em que as siglas utilizadas têm o seguinte significado:

C = coleta do penúltimo ano, líquida das deduções a que se refere o n.º 1 do artigo 78.º, com exceção da dedução constante da alínea i);

R = total das retenções efetuadas no penúltimo ano sobre os rendimentos da categoria B;

RLB = rendimento líquido positivo do penúltimo ano da categoria B;

RLT = rendimento líquido total do penúltimo ano.

3 — O valor de cada pagamento por conta, resultante da aplicação do disposto no número anterior, arredondado por excesso para euros, é comunicado aos sujeitos passivos através de nota demonstrativa da liquidação do imposto respeitante ao penúltimo ano, sem prejuízo do envio do documento de pagamento, no mês anterior ao do termo do respetivo prazo, não sendo exigível se for inferior a € 50.

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4 — Cessa a obrigatoriedade de serem efetuados os pagamentos por conta quando:

a) Os sujeitos passivos verifiquem, pelos elementos de que disponham, que os montantes das retenções que lhes tenham sido efetuadas sobre os rendimentos da categoria B, acrescidos dos pagamentos por conta eventualmente já efetuados e relativos ao próprio ano, sejam iguais ou su-periores ao imposto total que será devido;

b) Deixem de ser auferidos rendimentos da categoria B.

5 — Os pagamentos por conta podem ser reduzidos pelos sujeitos passivos quando o pagamento por conta for superior à diferença entre o imposto total que os sujeitos passivos julgarem devido e os pagamentos já efetuados.

6 — Verificando -se, pela declaração de rendimentos do ano a que respeita o imposto, que, em consequência da cessação ou redução dos pagamentos por conta, deixou de pagar -se uma importância superior a 20 % da que, em condições normais, teria sido entregue, há lugar a juros compensatórios se a liquidação do imposto do penúltimo ano tiver sido efetuada até 31 de maio do ano em que os pagamentos por conta devam ser efetuados e os sujeitos passivos se mantiverem integrados no mesmo agregado, sendo para o efeito a importância considerada em falta imputada em partes iguais ao valor de cada um dos paga-mentos devidos.

7 — Os juros compensatórios referidos no número an-terior são calculados nos termos e à taxa previstos no artigo 35.º da lei geral tributária, contando -se dia a dia desde o termo do prazo fixado para cada pagamento até à data em que, por lei, a liquidação deva ser feita.

8 — Os titulares de rendimentos das categorias A e H, cujas entidades devedoras dos rendimentos não se encon-trem abrangidas pela obrigação de retenção na fonte pre-vista no artigo 99.º, podem, querendo, efetuar pagamentos por conta do imposto devido a final, desde que o montante de cada entrega seja igual ou superior a € 50.

Artigo 102.º -ADireito à remuneração no reembolso

1 — Verificando -se, na liquidação anual de IRS, que foi retido ou pago por conta imposto superior ao devido, determinado em função do rendimento líquido total e das deduções à coleta previstas no artigo 79.º, os sujeitos pas-sivos têm direito a uma remuneração sobre a diferença, que corresponde a 72 % da taxa de referência EURIBOR a 12 meses, a 31 de dezembro do ano em que se efetuarem as retenções na fonte ou os pagamentos por conta.

2 — Para apuramento da diferença suscetível de bene-ficiar da remuneração a que se refere o número anterior calcula -se o pagamento médio mensal efetivo e o imposto médio mensal apurado, por forma a determinar o mês em que o sujeito passivo passa a ficar numa situação de crédito, assumindo -se a distribuição regular do rendimento e dos pagamentos ao longo do ano.

3 — A remuneração é devida desde o mês em que, nos termos do número anterior, se verifique a situação de cré-dito até ao mês anterior àquele em que a liquidação foi efetuada.

4 — Quando a liquidação de que resulte o direito à remuneração tenha sido feita com base em declaração anual de rendimentos apresentada fora do prazo legal, a remuneração só é devida desde 1 de janeiro do ano seguinte àquele a que o imposto respeite até ao fim do mês anterior

aquele em que a liquidação vier a ser efetuada, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte.

5 — Extingue -se o direito à remuneração sempre que:

a) A liquidação seja feita pela administração fiscal e os sujeitos passivos, não estando dispensados, não tenham apresentado a declaração anual de rendimentos;

b) A liquidação tenha por base declarações de rendi-mentos apresentadas fora dos prazos legais.

Artigo 102.º -BDireito à restituição

1 — A diferença entre o imposto devido a final e o que tiver sido entregue nos cofres do Estado em resultado de retenção na fonte ou de pagamentos por conta, favorável ao sujeito passivo, deve ser restituída até ao termo dos prazos previstos no n.º 1 do artigo 97.º

2 — Se, por motivos imputáveis aos serviços, não for cumprido o prazo previsto no número anterior, são devidos juros indemnizatórios, contados dia a dia desde o termo do prazo previsto para o reembolso até à data em que for emitida a correspondente nota de crédito.

3 — Se a diferença a que se refere o n.º 1 for apurada em liquidação que deva ser efetuada em virtude do direito ao reporte legalmente permitido exercido em declaração anual de rendimentos apresentada nos prazos legais, são devidos juros nos termos do número anterior.

4 — Se a diferença a que se refere o n.º 1 for apurada em liquidação que deva ser efetuada com base em decla-ração de rendimentos apresentada dentro de prazo legal diferente dos previstos para a apresentação anual, os juros a que se refere o n.º 2 são devidos a partir do fim do ter-ceiro mês seguinte àquele em que a declaração tiver sido apresentada.

5 — Se a diferença a que se refere o n.º 1 for apurada em liquidação efetuada com base em declaração de ren-dimentos em que se tenha verificado erro, inexatidão ou omissão dos elementos declarados, os juros a que se refere o n.º 2 são devidos a partir do fim do segundo mês seguinte àquele em que tiver ocorrido a regularização dos elementos declarados por iniciativa do contribuinte ou, não tendo havido essa regularização, a partir do terceiro mês seguinte àquele em que os serviços tenham apurado os factos e levantado o correspondente auto de notícia.

6 — A remuneração prevista no artigo anterior não é cumulável com aquela a que se refere o n.º 2.

7 — A taxa dos juros indemnizatórios é equivalente à taxa dos juros legais fixados nos termos do n.º 1 do artigo 559.º do Código Civil.

Artigo 102.º -CResponsabilidade pelo pagamento

1 — Sendo exercida a opção pela tributação conjunta, a responsabilidade dos sujeitos passivos pelo pagamento do imposto é solidária.

2 — Na tributação separada, a responsabilidade dos cônjuges pelo pagamento do imposto é a que decorre da lei civil, presumindo -se o proveito comum do casal.

3 — Cada dependente é subsidiariamente responsável, relativamente aos sujeitos passivos, pelo pagamento do imposto em falta, até à fração do imposto correspondente aos seus rendimentos líquidos, das deduções específicas previstas no presente Código.

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4 — A responsabilidade do outro cônjuge e a respon-sabilidade subsidiária, previstas nos n.os 2 e 3, efetivam -se por reversão do processo de execução fiscal.

Artigo 103.ºResponsabilidade em caso de substituição

1 — Em caso de substituição tributária, é aplicável o artigo 28.º da lei geral tributária, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.

2 — (Revogado.)3 — (Revogado.)4 — Tratando -se de rendimentos sujeitos a retenção

que não tenham sido contabilizados nem comunicados como tal aos respetivos beneficiários, o substituto assume responsabilidade solidária pelo imposto não retido.

5 — Em caso de não cumprimento do disposto no n.º 3 do artigo 101.º e no artigo 120.º, as entidades emitentes de valores mobiliários são solidariamente responsáveis pelo pagamento do imposto em falta.

Artigo 104.ºPagamento fora do prazo normal

Quando, por qualquer razão, não se proceda à liquida-ção no prazo previsto no artigo 77.º, o sujeito passivo é notificado para satisfazer o imposto devido no prazo de 30 dias a contar da notificação.

Artigo 105.ºLocal de pagamento

O IRS pode ser pago em qualquer tesouraria de finanças, nas instituições bancárias autorizadas, nos correios ou em qualquer outro local determinado por lei.

Artigo 106.ºComo deve ser feito o pagamento

O pagamento do IRS deve ser integral e efetuado em moeda corrente, por cheque ou vale do correio, transfe-rência conta a conta ou qualquer outro meio, nos termos autorizados por lei.

Artigo 107.ºImpressos de pagamento

Os pagamentos previstos neste Código são efetuados me-diante a apresentação dos impressos de modelo aprovado.

Artigo 108.ºCobrança coerciva

1 — Findos os prazos de pagamento previstos neste Código sem que o mesmo se mostre efetuado, é extraída pela Autoridade Tributária e Aduaneira certidão de dívida com base nos elementos de que disponha para efeitos de cobrança coerciva.

2 — Nos casos de substituição tributária, bem como nos casos em que o imposto deva ser autonomamente liquidado e entregue nos cofres do Estado, a Autoridade Tributária e Aduaneira, independentemente do procedimento contra-ordenacional ou criminal que no caso couber, notifica as entidades devedoras para efetuarem o pagamento do im-posto e juros compensatórios devidos, no prazo de 30 dias

a contar da notificação, com as consequências previstas no número anterior para a falta de pagamento.

Artigo 109.ºCompensação

(Revogado.)

Artigo 110.ºJuros de mora

Quando o imposto liquidado ou apurado pela Autoridade Tributária e Aduaneira, acrescido dos juros compensatórios eventualmente devidos, não for pago no prazo em que o deva ser, começam a contar -se juros de mora nos termos previstos no artigo 44.º da lei geral tributária.

Artigo 111.ºPrivilégios creditórios

Para pagamento do IRS relativo aos três últimos anos, a Fazenda Pública goza de privilégio mobiliário geral e privilégio imobiliário sobre os bens existentes no patri-mónio do sujeito passivo à data da penhora ou outro ato equivalente.

CAPÍTULO VI

Obrigações acessórias

Artigo 112.ºDeclaração de início de atividade, de alterações

e de cessação

1 — Antes de iniciar alguma atividade suscetível de produzir rendimentos da categoria B, deve o sujeito passivo apresentar a respetiva declaração de início num serviço de finanças, em impresso de modelo oficial.

2 — Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração de início de ativi-dade, deve o sujeito passivo entregar em qualquer serviço de finanças, no prazo de 15 dias a contar da alteração, se outro prazo não for previsto neste Código, a respetiva declaração de alterações, em impresso de modelo oficial.

3 — No caso de cessação de atividade, deve o sujeito passivo, no prazo de 30 dias a contar da data da cessação, entregar a respetiva declaração num serviço de finanças, em impresso de modelo oficial.

4 — Quando o serviço de finanças recetor disponha dos meios informáticos adequados, as declarações refe-ridas nos números anteriores podem ser substituídas pela declaração verbal, efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários ao registo e início de atividade, à alteração de dados constantes daquele registo e à cessação de atividade, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

5 — O documento tipificado nas condições referidas no número anterior substitui, para todos os efeitos legais, as declarações referidas nos n.os 1 a 3.

6 — O documento comprovativo do início de atividade, das alterações ou da cessação é o documento tipificado, consoante os casos, processado após a confirmação dos dados do declarante, autenticado com a assinatura do fun-cionário recetor e com aposição de vinheta do técnico

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oficial de contas que assume a responsabilidade fiscal do sujeito passivo a que respeitam as declarações, quando seja adotada contabilidade organizada.

7 — As declarações referidas nos n.os 1 a 3 podem ser enviadas por transmissão eletrónica de dados.

8 — Estão dispensados de apresentação da declaração de início de atividade os sujeitos passivos que apenas aufiram, na categoria B, subsídios ou subvenções no âm-bito da PAC de montante anual inferior a quatro vezes o valor do IAS.

Artigo 113.ºDeclaração anual de informação contabilística e fiscal

1 — Os sujeitos passivos de IRS devem entregar anual-mente uma declaração de informação contabilística e fiscal, de modelo oficial, relativa ao ano anterior, quando possuam ou sejam obrigados a possuir contabilidade organizada ou quando estejam obrigados à apresentação de qualquer dos anexos que dela fazem parte integrante.

2 — A declaração referida no número anterior deve ser enviada, por transmissão eletrónica de dados, até 15 de julho, independentemente de esse dia ser útil ou não.

Artigo 114.ºCessação de atividade

1 — A cessação considera -se verificada quando:

a) Deixem de praticar -se habitualmente atos relacio-nados com a atividade empresarial e profissional, se não houver imóveis afetos ao exercício da atividade;

b) Termine a liquidação das existências e a venda dos equipamentos, se os imóveis afetos ao exercício da ativi-dade pertencerem ao dono do estabelecimento;

c) Se extinga o direito ao uso e fruição dos imóveis afe-tos ao exercício da atividade ou lhe seja dado outro destino, quando tais imóveis não pertençam ao sujeito passivo;

d) Seja partilhada a herança indivisa de que o estabe-lecimento faça parte, mas sem prejuízo do disposto nas alíneas anteriores;

e) Se dê a transferência, a qualquer título, da propriedade do estabelecimento.

2 — Quando, no âmbito da categoria B, existirem rendi-mentos de atividades agrícolas, silvícolas ou pecuárias e de pesca a cessação só se considera verificada quando deixe de ser exercida esta atividade e tenha terminado a liquidação das existências e a transmissão dos equipamentos ou a afetação destes a outras atividades, exceto quando for feita a opção prevista na última parte do artigo 36.º, caso em que a cessação ocorre no final do período de diferimento de imputação do subsídio.

3 — Independentemente dos factos previstos no n.º 1, pode ainda a administração fiscal declarar oficiosamente a cessação da atividade quando for manifesto que esta não está a ser exercida nem há intenção de a exercer, ou sempre que o sujeito passivo tenha declarado o exercício de uma atividade sem que possua uma adequada estrutura empresarial em condições de a exercer.

4 — A cessação oficiosa a que se refere o número ante-rior não desobriga o sujeito passivo do cumprimento das obrigações tributárias.

Artigo 115.ºEmissão de recibos e faturas

1 — Os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados:

a) A passar fatura, recibo ou fatura -recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clien-tes, pelas transmissões de bens ou prestações de serviços referidas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de des-pesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

2 — (Revogado.)3 — (Revogado.)4 — As pessoas que paguem rendimentos previstos no

artigo 3.º são obrigadas a exigir os respetivos recibos ou faturas.

5 — Os titulares dos rendimentos da categoria F são obrigados:

a) A passar recibo de quitação, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus inquilinos, pelo pagamento das rendas referidas nas alíneas a) a e) do n.º 2 do artigo 8.º, ainda que a título de caução, adiantamento ou reembolso de despesas; ou

b) A entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira uma declaração de modelo oficial que descrimine os rendimen-tos mencionados na alínea anterior até ao fim do mês de janeiro de cada ano, por referência ao ano anterior.

Artigo 116.ºRegistos

1 — Os titulares dos rendimentos da categoria B, quando não possuam contabilidade organizada, são obrigados a:

a) Efetuar os registos a que se referem as alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo 50.º do Código do IVA; e

b) Registar em separado as importâncias respeitantes a reembolsos de despesas efetuadas em nome e por conta do cliente, as quais, quando devidamente documentadas, não influenciam a determinação do rendimento.

2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, os sujeitos passivos que exerçam atividades agrícolas, silví-colas ou pecuárias devem ainda:

a) Registar o movimento de produtos, gado e materiais; eb) Registar imobilizações.

3 — Os registos referidos no número anterior podem ser substituídos pelos livros e demais elementos de escrita exigidos pelo sistema adotado na Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas ou pelas listagens do Sistema Gestagro, independentemente de os sujeitos passivos es-tarem integrados na referida rede.

4 — Os registos referidos na alínea a) do n.º 1 obedecem às seguintes regras:

a) Os lançamentos devem ser efetuados no prazo má-ximo de 60 dias;

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b) As importâncias recebidas a título de provisão ou a qualquer outro título destinadas a custear despesas da responsabilidade dos clientes devem ser registadas em conta corrente;

c) Os lançamentos devem ser sempre suportados por documentos comprovativos.

5 — Os titulares dos rendimentos referidos nas alíneas h) e i) do n.º 2 do artigo 3.º ficam dispensados do cumprimento das obrigações previstas no n.º 1.

6 — Os titulares de rendimentos da categoria B que, não sendo obrigados a dispor de contabilidade organizada, possuam, no entanto, um sistema de contabilidade que satisfaça os requisitos adequados ao correto apuramento e fiscalização do imposto podem não efetuar os registos referidos no presente artigo.

Artigo 117.ºObrigações contabilísticas

1 — Os titulares de rendimentos da categoria B que não estejam abrangidos pelo regime simplificado de tributação são obrigados a dispor de contabilidade organizada, nos termos da lei comercial e fiscal, que permita o controlo do rendimento apurado.

2 — Aos sujeitos passivos referidos no número anterior é aplicável o disposto no artigo 123.º do Código do IRC.

Artigo 118.ºCentralização, arquivo e escrituração

1 — Os sujeitos passivos são obrigados a centralizar a contabilidade ou a escrituração referidas nos artigos anteriores no seu domicílio fiscal ou em estabelecimento estável ou instalação situados em território português, devendo neste último caso indicar, na declaração de início ou na declaração de alterações, a sua localização.

2 — Os sujeitos passivos são obrigados a conservar em boa ordem os livros, registos contabilísticos e respetivos documentos de suporte durante 12 anos.

Artigo 119.ºComunicação de rendimentos e retenções

1 — As entidades devedoras de rendimentos que es-tejam obrigadas a efetuar a retenção, total ou parcial, do imposto, bem como as entidades devedoras dos rendi-mentos previstos nos n.os 4), 5), 7), 9) e 10) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º e dos rendimentos não sujeitos, total ou parcialmente, previstos nos artigos 2.º e 2.º -A e nos n.os 2, 4 e 5 do artigo 12.º, e ainda as entidades através das quais sejam processados os rendimentos sujeitos ao regime especial de tributação previsto no n.º 3 do artigo 72.º, são obrigadas a:

a) Possuir registo atualizado das pessoas credoras desses rendimentos, ainda que não tenha havido lugar a retenção do imposto, do qual constem, nomeadamente, o nome, o número fiscal e respetivo código, bem como a data e valor de cada pagamento ou dos rendimentos em espécie que lhes tenham sido atribuídos;

b) Entregar ao sujeito passivo, até 20 de janeiro de cada ano, documento comprovativo das importâncias de-vidas no ano anterior, incluindo, quando for caso disso, as correspondentes aos rendimentos em espécie que lhes hajam sido atribuídos, do imposto retido na fonte e das

deduções a que eventualmente haja lugar ou ainda, nos 15 dias imediatos à respetiva ocorrência, de qualquer facto que determine a alteração dos rendimentos ou a obrigação de os declarar;

c) Entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira uma declaração de modelo oficial, referente aos rendimentos pagos ou colocados à disposição e respetivas retenções de imposto, de contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde, bem como de quotizações sindicais:

i) Até ao dia 10 do mês seguinte ao do pagamento ou colocação à disposição, caso se trate de rendimentos do trabalho dependente, ainda que isentos ou não sujeitos a tributação, sem prejuízo de poder ser estabelecido por portaria do Ministro das Finanças a sua entrega anual nos casos em que tal se justifique;

ii) Até ao final do mês de janeiro de cada ano, relativa-mente aos restantes rendimentos do ano anterior;

d) Apresentar a declaração a que se refere a alínea ante-rior nos 30 dias imediatos à ocorrência de qualquer facto que determine a alteração dos rendimentos já declarados ou que implique a obrigação de os declarar.

2 — As entidades devedoras dos rendimentos a que se refere o artigo 71.º, cujos titulares beneficiem de isenção, dispensa de retenção ou redução de taxa, são obrigadas a:

a) Entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao fim do mês de julho de cada ano, uma declaração relativa àqueles rendimentos, de modelo oficial;

b) Possuir um registo atualizado dos titulares desses rendimentos com indicação do respetivo regime fiscal, bem como os documentos que justificam a isenção, a redução de taxa ou a dispensa de retenção na fonte.

3 — Tratando -se de rendimentos de quaisquer títulos nominativos ou ao portador e de juros de depósitos à ordem ou a prazo, cujos titulares sejam residentes em território português, o documento referido na alínea b) do n.º 1 ape-nas é emitido a solicitação expressa dos sujeitos passivos que pretendam optar pelo englobamento.

4 — (Revogado.)5 — (Revogado.)6 — O registo, documento e declaração a que se referem

as alíneas a) a d) do n.º 1 devem individualizar os rendi-mentos devidos que, nos termos da lei, não foram objeto de retenção na fonte.

7 — Tratando -se de rendimentos devidos a sujeitos pas-sivos não residentes em território português as entidades devedoras são obrigadas a:

a) Entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao fim do 2.º mês seguinte àquele em que ocorre o ato do pagamento, do vencimento, ainda que presumido, da sua colocação à disposição, da sua liquidação ou do apu-ramento do respetivo quantitativo, consoante os casos, uma declaração de modelo oficial relativa àqueles ren-dimentos;

b) Cumprir as obrigações previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 e b) do n.º 2, consoante o caso.

8 — Quando haja criação ou aplicação, em benefício de trabalhadores ou membros de órgãos sociais, de pla-nos de opções, de subscrição, de atribuição ou outros de efeito equivalente, ainda que por entidade compreendida

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no âmbito de aplicação do n.º 10 do artigo 2.º, a entidade patronal é obrigada a declarar a existência dessa situação, cujo conhecimento se presume em todos os casos, através de modelo oficial, até 30 de junho do ano seguinte.

9 — As entidades que suportem os encargos, preços ou vantagens económicas referidos no n.º 4 do artigo 24.º, ainda que em relação a planos de opções, de subscrição, de atribuição ou outros de efeito equivalente criados ou atribuídos por entidade compreendida no âmbito de apli-cação do n.º 10 do artigo 2.º, são obrigadas a:

a) Possuir registo atualizado das pessoas que auferem os correspondentes rendimentos, do qual constem o número fiscal e respetivo código, bem como as datas de exercício das opções, direitos de subscrição ou direitos de efeito equivalente, da alienação ou renúncia ao exercício ou da recompra, os valores, preços ou vantagens económicas referidos no n.º 4 do artigo 24.º;

b) Entregar aos sujeitos passivos, até 20 de janeiro de cada ano, cópia do registo referido na alínea anterior, na parte que lhes respeita;

c) Incluir na declaração a que se referem as alíneas c) e d) do n.º 1 informação relativa aos valores mencionados na alínea a).

10 — (Revogado.)11 — Tratando -se de rendimentos de quaisquer valores

mobiliários, o cumprimento das obrigações referidas no presente artigo é da responsabilidade das entidades regis-tadoras ou depositárias previstas no artigo 125.º

12 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2, as entidades devedoras ou as entidades que paguem ou coloquem à dis-posição dos respetivos titulares residentes os rendimentos a que se refere o artigo 71.º ou quaisquer rendimentos sujei-tos a retenção na fonte a título definitivo são obrigadas a:

a) Cumprir a obrigação prevista na alínea a) do n.º 1;b) Entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao

final do mês de fevereiro de cada ano, uma declaração, de modelo oficial, referente àqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, relativas ao ano anterior;

c) Emitir a declaração prevista na alínea b) do n.º 1 nas condições previstas no n.º 3.

13 — (Revogado.)

Artigo 120.ºEntidades emitentes de valores mobiliários

As entidades emitentes de valores mobiliários são obri-gadas a comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao fim do mês de julho de cada ano, através de modelo oficial, os seguintes elementos:

a) Identificação das entidades registadoras ou deposi-tárias previstas no artigo 125.º;

b) Quantidade de valores mobiliários que integram a emissão, e tratando -se de emissão contínua, a quantidade atualizada dos valores mobiliários emitidos;

c) Quantidade de valores mobiliários registados ou de-positados em cada uma das entidades referidas na alínea a).

Artigo 121.ºComunicação da atribuição de subsídios

As entidades que paguem subsídios ou subvenções não reembolsáveis no âmbito do exercício de uma atividade

abrangida pelo artigo 3.º devem entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao final do mês de fevereiro de cada ano, uma declaração de modelo oficial, referente aos rendimentos atribuídos no ano anterior.

Artigo 122.ºEmpresas gestoras de fundos de poupança -reforma,

poupança -educaçãoe poupança -reforma/educação

(Revogado.)

Artigo 123.ºNotários, conservadores, secretários judiciais, secretários

técnicos de justiça e entidades e profissionaiscom competência para autenticar documentos particulares

Os notários, conservadores, secretários judiciais, se-cretários técnicos de justiça e entidades e profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial ou que intervenham nas operações previstas nas alíneas b), e), f) e g) do n.º 1 do artigo 10.º são obrigados a enviar à Autoridade Tributária e Aduaneira, por via eletrónica, até ao dia 15 de cada mês, relação dos atos por si praticados e das decisões transitadas em julgado no mês anterior dos processos a seu cargo que sejam suscetíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS, através de declaração de mo-delo oficial, aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Artigo 124.ºOperações com instrumentos financeiros

As instituições de crédito e sociedades financeiras de-vem comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao final do mês de março de cada ano, relativamente a cada sujeito passivo, através de modelo oficial:

a) As operações efetuadas com a sua intervenção, re-lativamente a valores mobiliários e warrants autónomos;

b) Os resultados apurados nas operações efetuadas com a sua intervenção relativamente a instrumentos financeiros derivados.

Artigo 125.ºRegisto ou depósito de valores mobiliários

1 — As entidades registadoras ou depositárias a que se referem os artigos 61.º e 99.º do Código dos Valores Mobiliários, para além do cumprimento das obrigações constantes do artigo 119.º, são, ainda, obrigadas a:

a) Comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao fim do mês de julho de cada ano, através de modelo oficial, os registos efetuados relativamente a valores mo-biliários;

b) Entregar aos investidores, até 20 de janeiro de cada ano, uma declaração onde constem os movimentos de registo efetuados no ano anterior.

2 — As entidades registadoras ou depositárias de quais-quer valores mobiliários que não sejam consideradas re-sidentes em território português nem possuam estabeleci-mento estável aí situado, devem designar um representante com residência, sede ou direção efetiva nesse território

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para efeitos de cumprimento das obrigações legalmente previstas.

Artigo 126.ºEntidades emitentes e utilizadoras dos vales de refeição

1 — As entidades emitentes de vales de refeição devem emitir fatura ou fatura -recibo nos termos do Código do IVA de todas as importâncias recebidas das entidades adqui-rentes no âmbito da prestação de serviços, ou pelo valor facial dos títulos vale de refeição emitidos, e possuir registo atualizado do qual conste, pelo menos, a identificação das entidades adquirentes bem como dos respetivos documen-tos de alienação e do correspondente valor facial.

2 — As entidades emitentes de vales de refeição são obrigadas a enviar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao final do mês de maio de cada ano, a identificação fiscal das entidades adquirentes de vales de refeições, bem como o respetivo montante, em declaração de modelo oficial.

3 — O disposto no número anterior não dispensa as entidades adquirentes dos vales de refeição de cumprir o disposto no artigo 119.º, relativamente às importâncias que excedam o valor excluído da tributação nos termos do n.º 2) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º

4 — As entidades adquirentes de vales de refeição de-vem possuir registo atualizado, do qual conste, pelo menos, a identificação das entidades emitentes, bem como dos respetivos documentos de aquisição, faturas ou faturas--recibo, e ainda registo individualizado dos beneficiários e dos respetivos montantes atribuídos.

5 — A diferença entre os montantes dos vales de refei-ção adquiridos e dos atribuídos, registados nos termos dos números anteriores, deduzida do valor correspondente aos vales que se mantenham na posse da entidade adquirente, fica sujeita ao regime das despesas confidenciais ou não documentadas.

Artigo 127.ºComunicação de encargos

1 — As instituições de crédito, as cooperativas de ha-bitação, as empresas de locação financeira, as empresas de seguros e as empresas gestoras dos fundos e de outros regimes complementares referidos nos artigos 16.º, 17.º e 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, incluindo as associações mutualistas e as instituições sem fins lucra-tivos que tenham por objeto a prestação de cuidados de saúde, e as demais entidades que possam comparticipar em despesas de saúde, comunicam à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao final do mês de fevereiro de cada ano, em declaração de modelo oficial, relativamente ao ano anterior e a cada sujeito passivo:

a) Os juros e amortizações suportados respeitantes a dívidas contraídas com a aquisição, construção ou bene-ficiação de imóveis para habitação própria e permanente ou arrendamento, com exceção das amortizações efetuadas por mobilização dos saldos das contas poupança -habitação, que possam ser deduzidos à coleta;

b) Os prémios pagos respeitantes a contratos de seguro que cubram exclusivamente riscos de saúde, que possam ser deduzidos à coleta nos termos deste Código e, bem as-sim, as contribuições efetuadas às associações mutualistas, às instituições sem fins lucrativos que tenham por objeto a prestação de cuidados de saúde;

c) O montante das despesas de saúde dedutíveis à co-leta nos termos do artigo 78.º -C na parte da despesa não comparticipada e na parte comparticipada;

d) As importâncias aplicadas em fundos de pensões e outros regimes complementares de segurança social, incluindo os disponibilizados por associações mutualis-tas, previstos nos artigos 16.º, 17.º e 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais;

e) As importâncias pagas aos beneficiários com inob-servância das condições previstas no n.º 2 do artigo 87.º, bem como a título de resgate, adiantamento ou reembolso dos certificados nas condições previstas nos artigos 16.º, 17.º e 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais.

2 — (Revogado.)3 — As entidades que recebam ou paguem importâncias

suscetíveis de dedução à coleta devem entregar, a soli-citação dos sujeitos passivos, documento comprovativo das mesmas.

Artigo 128.ºObrigação de comprovar os elementos das declarações

1 — As pessoas sujeitas a IRS devem apresentar, no prazo de 15 dias, os documentos comprovativos dos ren-dimentos auferidos, das deduções e de outros factos ou situações mencionadas na respetiva declaração, quando a Autoridade Tributária e Aduaneira os exija.

2 — O prazo previsto no número anterior é alargado para 25 dias quando o sujeito passivo invoque dificuldade na obtenção da documentação exigida.

3 — A obrigação estabelecida no n.º 1 mantém -se du-rante os quatro anos seguintes àquele a que respeitem os documentos.

4 — O extravio dos documentos referidos no n.º 1 por motivo não imputável ao sujeito passivo não o impede de utilizar outros elementos de prova daqueles factos.

Artigo 129.ºProcesso de documentação fiscal

1 — Os sujeitos passivos de IRS que, nos termos deste Código, possuam ou sejam obrigados a possuir contabili-dade organizada devem constituir, até ao termo do prazo para entrega da declaração a que se refere o artigo 113.º, um processo de documento fiscal relativo a cada exercício, que deve conter os elementos a definir por portaria do Ministro das Finanças.

2 — O referido processo deve ser centralizado e con-servado de acordo com o disposto no artigo 118.º

Artigo 130.ºRepresentantes

1 — Os não residentes que obtenham rendimentos su-jeitos a IRS, bem como os que, embora residentes em território nacional, se ausentem deste por um período su-perior a seis meses devem, para efeitos tributários, designar uma pessoa singular ou coletiva com residência ou sede em Portugal para os representar perante a Autoridade Tri-butária e Aduaneira e garantir o cumprimento dos seus deveres fiscais.

2 — O disposto no número anterior não é aplicável, sendo a designação de representante meramente faculta-tiva, em relação a não residentes de, ou a residentes que

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Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014 6546-(417)

se ausentem para, Estados membros da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que esse Estado membro esteja vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia.

3 — A designação a que se referem os números anteriores é feita na declaração de início de atividade, de alterações ou de registo de número de contribuinte, devendo nela constar expressamente a sua aceitação pelo representante.

4 — Na falta de cumprimento do disposto no n.º 1, e independentemente da sanção que ao caso couber, não há lugar às notificações previstas neste Código, sem prejuízo de os sujeitos passivos poderem tomar conhecimento das matérias a que as mesmas respeitariam junto do serviço que, para o efeito, seja competente.

Artigo 130.º -ARenúncia à representação

1 — O representante pode renunciar à representação nos termos gerais, mediante comunicação escrita ao represen-tado, enviada para a última morada conhecida deste.

2 — A renúncia torna -se eficaz relativamente à Autori-dade Tributária e Aduaneira quando lhe for comunicada, devendo esta, no prazo de 90 dias a contar dessa comuni-cação, proceder às necessárias alterações.

Artigo 131.ºPluralidade de obrigados

Se a obrigação acessória impender sobre várias pessoas, o cumprimento por uma delas exonera as restantes.

CAPÍTULO VII

Fiscalização

Artigo 132.ºEntidades fiscalizadoras

(Revogado.)

Artigo 133.ºDever de colaboração

(Revogado.)

Artigo 134.ºDever de fiscalização em especial

(Revogado.)

Artigo 135.ºDeclarações e outros documentos

(Revogado.)

Artigo 136.ºAssinatura das declarações

(Revogado.)

Artigo 137.ºGarantia de observância de obrigações fiscais

(Revogado.)

Artigo 138.ºAquisição e alienação de ações e outros

valores mobiliários

1 — Os alienantes e adquirentes de ações e outros valores mobiliários são obrigados a entregar declaração de modelo oficial à Autoridade Tributária e Aduaneira, quando a respetiva alienação ou a aquisição tenha sido realizada sem a intervenção das entidades referidas nos artigos 123.º e 124.º, nos 30 dias subsequentes à realização das operações.

2 — As entidades que intervenham no pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos a que os valores confiram direito ou que a eles estejam associados não podem realizar o respetivo pagamento ou colocação à disposição sem que lhes seja feita prova da apresentação da declaração a que se refere o número anterior, quando esta se mostre devida, sendo solidariamente responsáveis pelo imposto não liquidado na esfera do respetivo titular do rendimento em virtude da inobservância da referida obrigação, sem prejuízo do disposto no Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de junho.

3 — Os adquirentes de ações e outros valores mobili-ários, para exercerem quaisquer direitos, diferentes dos referidos no número anterior, conferidos pela respetiva titularidade, diretamente ou por intermédio da instituição financeira, devem fazer prova, perante a entidade respetiva, que foi apresentada a declaração a que se refere o n.º 1 ou que a aquisição foi realizada com a intervenção das entida-des referidas nos artigos 123.º e 124.º deste Código, sendo o titular e aquela entidade ambos responsáveis quanto ao dever de comprovação, sem prejuízo de o Ministério Público poder promover a inibição do exercício daqueles direitos, e do disposto no Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de junho.

Artigo 139.ºPagamento de rendimentos a sujeitos

passivos não residentes

Não se podem realizar transferências para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a IRS obtidos em território portu-guês por sujeitos passivos não residentes sem que se mostre pago ou assegurado o imposto que for devido.

CAPÍTULO VIII

Garantias

Artigo 140.ºMeios de garantia

1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, os sujeitos passivos e outros legítimos interessados podem socorrer -se dos meios de garantia legalmente previstos, nomeadamente na lei geral tributária e no Código de Pro-cedimento e de Processo Tributário.

2 — Em caso de erro na declaração de rendimentos, a impugnação é obrigatoriamente precedida de reclamação graciosa a apresentar no prazo de dois anos a contar do termo do prazo legal para a entrega da declaração.

3 — Nos casos de retenção de importâncias total ou parcialmente indevidas, sempre que se verifique a im-possibilidade de ser efetuada a correção a que se refere o

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6546-(418) Diário da República, 1.ª série — N.º 252 — 31 de dezembro de 2014

n.º 4 do artigo 98.º ou de o respetivo montante ser levado em conta na liquidação final do imposto, os prazos de reclamação e de impugnação pelo substituído contam -se a partir do dia 20 de janeiro do ano seguinte àquele a que a retenção disser respeito.

4 — (Revogado.)5 — (Revogado.)

Artigo 141.ºClassificação das atividades

(Revogado.)

Artigo 142.ºCompetência territorial

(Revogado.)

CAPÍTULO IX

Disposições diversas

Artigo 143.ºAno fiscal

Para efeitos do IRS, o ano fiscal coincide com o ano civil.

Artigo 144.ºModelos oficiais

(Revogado.)

Artigo 145.ºDeclarações e outros documentos

(Revogado.)

Artigo 146.ºAssinatura das declarações

1 — As declarações devem ser assinadas pelos sujeitos passivos ou pelos seus representantes, legais ou voluntá-rios, ou por gestor de negócios, devidamente identificados.

2 — São recusadas as declarações que não estiverem devidamente assinadas, sem prejuízo das sanções estabe-lecidas para a falta da sua apresentação.

3 — Sempre que o cumprimento das obrigações de-clarativas se faça por meio de transmissão eletrónica de dados, a certificação da respetiva autenticidade é feita por aposição de assinatura eletrónica ou por procedimentos alternativos, consoante o que seja definido em portaria do Ministro das Finanças.

Artigo 147.ºRecibo de documento

(Revogado.)

Artigo 148.ºPrazo para envio pelo correio

1 — (Revogado.)2 — (Revogado.)

3 — Ocorrendo extravio, a Autoridade Tributária e Adua-neira pode exigir segunda via, que, para todos os efeitos, tem a data em que, comprovadamente, haja sido entregue ou expedida a declaração.

Artigo 149.º

Notificações

(Revogado.)

Artigo 150.º

Registo dos sujeitos passivos

1 — Com base nas declarações de início de atividade, de alterações ou de outros elementos de que disponha, a Autoridade Tributária e Aduaneira organiza e mantém atualizado um registo de sujeitos passivos de IRS.

2 — O cancelamento do registo respeitante a não resi-dentes é feito em face da declaração da cessação de ativi-dade em território português ou de declaração de alienação das suas fontes de rendimento tributável nesse território, as quais devem ser apresentadas até final do mês seguinte ao da verificação desses factos.

Artigo 151.º

Classificação das atividades

As atividades exercidas pelos sujeitos passivos do IRS são classificadas, para efeitos deste imposto, de acordo com a Classificação das Atividades Económicas Portuguesas por Ramos de Atividade (CAE), do Instituto Nacional de Estatística, ou de acordo com os códigos mencionados em tabela de atividades aprovada por portaria do Ministro das Finanças.

MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL

Portaria n.º 286-A/2014de 31 de dezembro

A Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, que aprova o Orçamento do Estado para 2015, suspende o regime de atualização do valor do indexante dos apoios sociais (IAS) previsto no artigo 5.º da Lei n.º 53-B/2006, de 29 de de-zembro, mantendo em vigor o valor de €419,22, esta-belecido no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 323/2009, de 24 de dezembro.

Tendo em consideração o princípio da equidade social, à semelhança do que este Governo tem feito nos últimos 3 anos, procede-se à atualização em 1% das pensões míni-mas do regime geral de segurança social correspondentes a carreiras contributivas inferiores a 15 anos, das pensões de aposentação, reforma e invalidez e outras correspondentes a tempos de serviço até 18 anos do regime de proteção social convergente, as pensões do regime especial das atividades agrícolas, as pensões do regime não contri-butivo e de regimes a este equiparados, as pensões dos regimes transitórios dos trabalhadores agrícolas, as pensões por incapacidade permanente para o trabalho e por morte