salvação

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41 Paulo insistiu com os crentes da Galácia para que aquelas normas e exigências do Antigo Testamento minguassem diante da excelência da fé: Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão, tem valor algum, mas a fé que atua pelo amor. (Gl 5:5-6) 3. A salvação vem pela graça, porém a santificação depende de nós. Segundo essa inferência, Deus fez sua parte na cruz e agora exige que seus filhos se aperfeiçoem em santidade. Mais uma vez nos defrontamos com uma argumentação falida e sem sustentação teológica. Seria uma irresponsabilidade divina se Deus providenciasse, através dos méritos exclusivos de Cristo, a nossa salvação e depois exigisse que, por meio de nossos esforços, desenvolvêssemos o que ele começou. Tanto a salvação como a santificação acontecem na vida do cristão pela fé, não advêm dele mesmo, são dons gratuitos de Deus: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se nesse último tempo. (1 Pe 1:3-5) Infelizmente temos de admitir que alguns líderes, caudilhescamente, firmam-se em seus cargos incutindo medo nas pessoas. Primeiro, diminuem a obra vicaria de Cristo pelas exigências pesadíssimas que impõem sobre as pessoas. Depois, mantêm-nas presas pelo medo inerente à quebra de algum dos inúmeros mandamentos apregoados a cada sermão. Como legisladores de pesadas exigências religiosas, tais líderes se estabelecem como autênticos messias. Essa situação é duradoura porque, ao elaborarem um sistema tão implacável, ninguém nunca se sente isento de culpa para poder questioná-los. |á me perguntaram se considero autenticamente cristã uma pessoa presa pelo legalismo religioso. Há duas dimensões nessa pergunta que necessitam ser pensadas. Uma negativa e outra positiva. Primeiro, analisemos, do ponto de vista negativo, o caso dos líderes.

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Page 1: salvação

41

Paulo insistiu com os crentes da Galácia para que aquelas normas e exigências

do Antigo Testamento minguassem diante da excelência da fé:

Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da

fé. Porque em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão, tem valor

algum, mas a fé que atua pelo amor. (Gl 5:5-6)

3. A salvação vem pela graça, porém a santificação depende de nós. Segundo essa inferência, Deus fez sua parte na cruz e agora exige que seus filhos

se aperfeiçoem em santidade. Mais uma vez nos defrontamos com uma argumentação

falida e sem sustentação teológica. Seria uma irresponsabilidade divina se Deus

providenciasse, através dos méritos exclusivos de Cristo, a nossa salvação e depois

exigisse que, por meio de nossos esforços, desenvolvêssemos o que ele começou.

Tanto a salvação como a santificação acontecem na vida do cristão pela fé, não

advêm dele mesmo, são dons gratuitos de Deus:

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita

misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição

de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem

mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois

guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para

revelar-se nesse último tempo. (1 Pe 1:3-5)

Infelizmente temos de admitir que alguns líderes, caudilhescamente, firmam-se em

seus cargos incutindo medo nas pessoas. Primeiro, diminuem a obra vicaria de Cristo

pelas exigências pesadíssimas que impõem sobre as pessoas. Depois, mantêm-nas

presas pelo medo inerente à quebra de algum dos inúmeros mandamentos

apregoados a cada sermão. Como legisladores de pesadas exigências religiosas, tais

líderes se estabelecem como autênticos messias. Essa situação é duradoura porque,

ao elaborarem um sistema tão implacável, ninguém nunca se sente isento de culpa

para poder questioná-los.

|á me perguntaram se considero autenticamente cristã uma pessoa presa pelo

legalismo religioso. Há duas dimensões nessa pergunta que necessitam ser pensadas.

Uma negativa e outra positiva.

Primeiro, analisemos, do ponto de vista negativo, o caso dos líderes.