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Templo Expiatório da Sagrada Família O Templo Expiatório da Sagrada Família, ou simplesmente Sagrada Família como ficou popularmente conhecida consiste em uma das maiores obras do século 19, situada na cidade catalã de Barcelona, a obra vai além de um elemento construído da cidade, caracteriza-se como a identidade da pr ópria cidade. Apesar de Barcelona ser repletas de inúmeras construções que chamam atenção pela sua arquitetura, o Templo da Sagrada Família, atravessou séculos e perdurou como símbolo de poder e orgulho para o povo catalão. A idealização do Templo nasceu da devoção de Josep Maria Bocabella, responsável por fundar a Associação de Devotos de São José e também por comprar o terreno que hoje situa a catedral. Inicialmente o projeto fora entregue a Francisco de Paula Villar, que propunha um modelo neogótico com três grandes naves e um campanário em forma de agulha. A primeira pedra assentada da construção foi em 19 de março de 1882 dia de São José, com a presença do bispo de Barcelona José María Urquinaona, entretanto as obras não haviam iniciado de fato até o dia 25 de agosto de 1883. Impossível falar da Sagrada Família e não falar de Antoni Gaudi, que em 1883 assumiu o projeto da mesma que fora renunciado por Francisco de Paula Villar. Gaudi nasceu em Reus, na Ctalunha, desde de muito jovem inclinou-se para as artes ingressando desde de cedo na escola provincial de arquitetura de Barcelona, incorporando um estilo mais orgânico, utilizando-se de motivos florais, répteis, mosaicos, influência de Mudejár, justaposição de formas geométricas e utilização de formas inusitadas, manipulação de pedras, tijolos e ferro, para elaboração de peças com formas ousadas. Gaudi passou pela experimentação de vários estilos, os quais ficam evidentes com a evolução de suas obras. A principal influencia dele para a construção da Sagrada Família, acredita-se que tenha sido o movimento Renaixensa catalã, entretanto muito se especula sobre o verdadeiro propósito de Gaudi, já que a construção foi feita em etapas, e pouco se encontra realmente concluído. Dentre as interpretações do projeto do Templo Expiatório acredita-se que Gaudi tenha feito uso de características neogóticas de maneira moderna, fazendo uso de arcos parabólicos e rejeitando por completo o projeto anterior, propondo um projeto monumental, onde a igreja seguem planta com o formato de cruz latina. A Sagrada Família, não se trata somente de uma obra grandiosa e bem elaborada, mas o símbolo da arte, cultura e religião catalã, representa a “Igreja como uma rocha” ou, mesmo a “ Montanha Sagrada”. A construção da igreja faz-se desde de seus 130 anos de existência é patrocinada por donativos da população e o valor que é cobrado para sua visitação. Neste sentido Gaudi dizia inclusive que “A Igreja expiatória de La Sagrada Família é feita pelo povo e espelhado em uma obra que esta nas mãos de Deus e a vontade do Povo". Gaudi dedicou 43 anos de sua vida ao Templo, dos quais 15 deles inteiramente, passando os últimos dias de sua vida, nos próprios estaleiros da igreja. Enquanto vivo presenciou somente a conclusão de uma das fachadas “Natividade”, finalizada em 1930. Gaudi faleceu em 1926, após ser atropelado por um bonde e sofrer graves ferimentos, que o levaram a morte três dias depois do acidente. O estaleiro em que Gaudi viveu os últimos anos de sua vida é conhecido como “el obrador”. “El Obrador” está dividido em três partes: o atelier, a loja e o estúdio. Em sua oficina, Gaudí trabalhava no projeto da Sagrada Família, onde existiam diversos desenhos, fotografias, descrições escritas da obra e maquetes a cerca do Templo. Mas em 1936, dez anos após a morte de Gaudí, durante a Guerra Civil Espanhola, o estaleiro foi incendiado. Boa parte do material a cerca do projeto da Sagrada Família, deixado por Gaudi antes de sua morte, foi perdido. Hoje, os arquitetos realizam uma reinterpretação do material ainda existente após o incêndio para que a construção do Templo continue. Junto à igreja foram construídos prédios em anexo que compõem o quadro que se desenvolveu com o passar dos anos no entorno da Sagrada Família. Dentre eles a Escola provincial da Sagrada Família, projetada por Gaudi, para os filhos dos operários envolvidos na construção do templo e as crianças do bairro, por sua simplicidade, beleza e eficiência é uma peça chave da arquitetura moderna. Atualmente, na escola existe a replica atelier de Gaudí incendiado em 1936. Além da escola existem ainda, um museu que guarda o detalhamento ainda conservado do projeto, com maquetes, plantas, fotografias e desenhos, contando a história do decorrer da construção do Templo. Possuí também, uma loja que vende lembranças, relacionadas tanto a catedral como a Gaudi. A inserção da Sagrada Família no meio urbano não configura simplesmente a ocupação de um espaço, devido a seu processo construtivo a Igreja cresceu como organismo vivo no centro de Barcelona. No seu plano inicial proposto por Cerdá o bairro de Poblet onde se encontra a igreja deveria ser ajardinado e amplo, contudo entre os anos de 1884 – 1990 os planos de expansão de Cerdá foram reduzidos: parques e praças foram reduzidos e poucos blocos relacionados ao comércio foram construídos. A Sagrada Família se desenvolve então ao meio do crescimento do mercado, da indústria e da maior mudança urbanística a que Barcelona já tivera passado. Em 1904, Leon Jaussely arquiteto e projetista italiano, propôs soluções que inserissem de maneira dinâmica a igreja, colocando-a, de modo a que saíssem avenidas diagonais dela, e que fossem povoadas por prédios de significância pública, como: o museu da higiene, a biblioteca municipal, entres outros. Com o decorrer dos anos inúmeros outros projetos foram sugeridos, dentre eles, Em 1905 Gaudí realizou um projeto para englobar a Sagrada Família dentro do Plano Jaussely, que concebeu situar o templo dentro de uma zona ajardinada em forma de estrela octogonal, que teria proporcionado uma excelente visão do templo a partir de todas as zonas circundantes. Todavia, em virtude do alto custo dos terrenos, o projeto fora readequado, para uma estrela de quatro pontas, que permitia uma ampla visão de todos os vértices. Contudo, o plano de Gaudí não se levou a cabo: em 1975 o Município de Barcelona realizou um estudo urbanístico que previa reabilitar uma zona em forma de cruz em torno da Sagrada Família, com quatro praças ajardinadas em cada extremo do templo, mesmo assim, atualmente existem apenas duas destas praças, e a criação das novos espaços implicaria demolir vários edifícios, pelo qual ainda se estuda a solução ideal para enquadrar a Sagrada Família numa envolvente apropriada. Após a morte de de Gaudi, as obras da igreja tiveram que ser, praticamente estudadas, pois era preciso que que mesma continuasse a seguir o legado de Gaudi deixado nela. A esse ofício foram designados seu grupo de associados, Sugrañes Domènec, tomou a gestão da obra até 1938.

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Templo Expiatório da Sagrada FamíliaO Templo Expiatório da Sagrada Família, ou simplesmente Sagrada Família como ficou

popularmente conhecida consiste em uma das maiores obras do século 19, situada na cidade catalã de Barcelona, a obra vai além de um elemento construído da cidade, caracteriza-se como a identidade da pr ópria cidade.

Apesar de Barcelona ser repletas de inúmeras construções que chamam atenção pela sua arquitetura, o Templo da Sagrada Família, atravessou séculos e perdurou como símbolo de poder e orgulho para o povo catalão.

A idealização do Templo nasceu da devoção de Josep Maria Bocabella, responsável por fundar a Associação de Devotos de São José e também por comprar o terreno que hoje situa a catedral.

Inicialmente o projeto fora entregue a Francisco de Paula Villar, que propunha um modelo neogótico com três grandes naves e um campanário em forma de agulha. A primeira pedra assentada da construção foi em 19 de março de 1882 dia de São José, com a presença do bispo de Barcelona José María Urquinaona, entretanto as obras não haviam iniciado de fato até o dia 25 de agosto de 1883.

Impossível falar da Sagrada Família e não falar de Antoni Gaudi, que em 1883 assumiu o projeto da mesma que fora renunciado por Francisco de Paula Villar.

Gaudi nasceu em Reus, na Ctalunha, desde de muito jovem inclinou-se para as artes ingressando desde de cedo na escola provincial de arquitetura de Barcelona, incorporando um estilo mais orgânico, utilizando-se de motivos florais, répteis, mosaicos, influência de Mudejár, justaposição de formas geométricas e utilização de formas inusitadas, manipulação de pedras, tijolos e ferro, para elaboração de peças com formas ousadas. Gaudi passou pela experimentação de vários estilos, os quais ficam evidentes com a evolução de suas obras. A principal influencia dele para a construção da Sagrada Família, acredita-se que tenha sido o movimento Renaixensa catalã, entretanto muito se especula sobre o verdadeiro propósito de Gaudi, já que a construção foi feita em etapas, e pouco se encontra realmente concluído.

Dentre as interpretações do projeto do Templo Expiatório acredita-se que Gaudi tenha feito uso de características neogóticas de maneira moderna, fazendo uso de arcos parabólicos e rejeitando por completo o projeto anterior, propondo um projeto monumental, onde a igreja seguem planta com o formato de cruz latina.

A Sagrada Família, não se trata somente de uma obra grandiosa e bem elaborada, mas o símbolo da arte, cultura e religião catalã, representa a “Igreja como uma rocha” ou, mesmo a “ Montanha Sagrada”.

A construção da igreja faz-se desde de seus 130 anos de existência é patrocinada por donativos da população e o valor que é cobrado para sua visitação. Neste sentido Gaudi dizia inclusive que “A Igreja expiatória de La Sagrada Família é feita pelo povo e espelhado em uma obra que esta nas mãos de Deus e a vontade do Povo".

Gaudi dedicou 43 anos de sua vida ao Templo, dos quais 15 deles inteiramente, passando os últimos dias de sua vida, nos próprios estaleiros da igreja. Enquanto vivo presenciou somente a conclusão de uma das fachadas “Natividade”, finalizada em 1930. Gaudi faleceu em 1926, após ser atropelado por um bonde e sofrer graves ferimentos, que o levaram a morte três dias depois do acidente.

O estaleiro em que Gaudi viveu os últimos anos de sua vida é conhecido como “el obrador”. “El Obrador” está dividido em três partes: o atelier, a loja e o estúdio. Em sua oficina, Gaudí trabalhava no projeto da Sagrada Família, onde existiam diversos desenhos, fotografias, descrições escritas da obra e maquetes a cerca do Templo.

Mas em 1936, dez anos após a morte de Gaudí, durante a Guerra Civil Espanhola, o estaleiro foi incendiado. Boa parte do material a cerca do projeto da Sagrada Família, deixado por Gaudi antes de sua morte, foi perdido.

Hoje, os arquitetos realizam uma reinterpretação do material ainda existente após o incêndio para que a construção do Templo continue.

Junto à igreja foram construídos prédios em anexo que compõem o quadro que se desenvolveu com o passar dos anos no entorno da Sagrada Família. Dentre eles a Escola provincial da Sagrada Família, projetada por Gaudi, para os filhos dos operários envolvidos na construção do templo e as crianças do bairro, por sua simplicidade, beleza e eficiência é uma peça chave da arquitetura moderna. Atualmente, na escola existe a replica atelier de Gaudí incendiado em 1936.

Além da escola existem ainda, um museu que guarda o detalhamento ainda conservado do projeto, com maquetes, plantas, fotografias e desenhos, contando a história do decorrer da construção do Templo. Possuí também, uma loja que vende lembranças, relacionadas tanto a catedral como a Gaudi.

A inserção da Sagrada Família no meio urbano não configura simplesmente a ocupação de um espaço, devido a seu processo construtivo a Igreja cresceu como organismo vivo no centro de Barcelona.

No seu plano inicial proposto por Cerdá o bairro de Poblet onde se encontra a igreja deveria ser ajardinado e amplo, contudo entre os anos de 1884 – 1990 os planos de expansão de Cerdá foram reduzidos: parques e praças foram reduzidos e poucos blocos relacionados ao comércio foram construídos. A Sagrada Família se desenvolve então ao meio do crescimento do mercado, da indústria e da maior mudança urbanística a que Barcelona já tivera passado.

Em 1904, Leon Jaussely arquiteto e projetista italiano, propôs soluções que inserissem de

maneira dinâmica a igreja, colocando-a, de modo a que saíssem avenidas diagonais dela, e que fossem povoadas por prédios de significância pública, como: o museu da higiene, a biblioteca municipal, entres outros.

Com o decorrer dos anos inúmeros outros projetos foram sugeridos, dentre eles, Em 1905 Gaudí realizou um projeto para englobar a Sagrada Família dentro do Plano Jaussely, que concebeu situar o templo dentro de uma zona ajardinada em forma de estrela octogonal, que teria proporcionado uma excelente visão do templo a partir de todas as zonas circundantes. Todavia, em virtude do alto custo dos terrenos, o projeto fora readequado, para uma estrela de quatro pontas, que permitia uma ampla visão de todos os vértices. Contudo, o plano de Gaudí não se levou a cabo: em 1975 o Município de Barcelona realizou um estudo urbanístico que previa reabilitar uma zona em forma de cruz em torno da Sagrada Família, com quatro praças ajardinadas em cada extremo do templo, mesmo assim, atualmente existem apenas duas destas praças, e a criação das novos espaços implicaria demolir vários edifícios, pelo qual ainda se estuda a solução ideal para enquadrar a Sagrada Família numa envolvente apropriada.

Após a morte de de Gaudi, as obras da igreja tiveram que ser, praticamente estudadas, pois era preciso que que mesma continuasse a seguir o legado de Gaudi deixado nela. A esse ofício foram designados seu grupo de associados, Sugrañes Domènec, tomou a gestão da obra até 1938.

Page 2: Sagrada familia pagina 1

1882

Primeira pedra. Projeto elaborado pelo arquiteto

Villar.1883

O arquiteto Antoni Gaudí toma conta da obra.

1889Conclusão da Construção

da Cripta.

1892Começa a construção da fachada da Natividade.

1894É concluída a construção das

paredes do apse.