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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÙDE COLETIVA DISCIPLINA DE ATIVIDADE INTEGRADA DE EDUCAÇÃO SAÚDE E CIDADANIA - SACI BAIRRO FELIPE CAMARÃO JULIANO JOSÉ DA SILVA PORTFÓLIO FINAL NATAL/RN 2007

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Portifólio final contendo todos a produção escrita produzida durante a disciplina de Saúde e cidadania.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE SAÙDE COLETIVA DISCIPLINA DE ATIVIDADE INTEGRADA DE EDUCAÇÃO SAÚDE E

CIDADANIA - SACI

BAIRRO FELIPE CAMARÃO

JULIANO JOSÉ DA SILVA

PORTFÓLIO FINAL

NATAL/RN 2007

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JULIANO JOSÉ DA SILVA

PORTFÓLIO FINAL

Artigo apresentado ao Departamento de Saúde Coletiva, como requisito parcial de conceito da cátedra Atividade Integrada de Educação Saúde e Cidadania - SACI

Tutoras: Maria do Socorro Meine Saionara Alcantâra

NATAL/RN 2007

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“Teoria é quando você sabe tudo e não faz nada. Prática é quando você faz tudo e não sabe porquê. Quando não se casa teoria e prática, não se faz nada e não se sabe porquê.” Autor desconhecido.

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Sumário Introdução............................................................................................................................6

1) Avaliação da disciplina e do aprendizado: .........................................................7

a. Expectativas:...........................................................................................................7

b. Atividades: ...............................................................................................................8

c. Aprendizado: ...........................................................................................................8

Conteúdo: Discussão sobre cidadania, direitos e deveres relacionados....10

Conteúdo: Apresentação de Natal e orientação sobre produção de

portfólios ........................................................................................................................11

Conteúdo: Tematização do trabalho em grupo e orientações para o

desenvolvimento da disciplina ................................................................................12

Conteúdo: Passeio exploratório pelo bairro de Felipe Camarão....................13

Conteúdo: Apresentação dos equipamentos sociais de Felipe Camarão 214

Conteúdo: Visita domiciliar na comunidade de Felipe Camarão 2 ................15

Conteúdo: Apontamento dos problemas encontrados no bairro. .................16

Conteúdo: Discussão do texto “O conceito de saúde e do processo saúde-

doença” ..........................................................................................................................17

Conteúdo: Elaboração do mapa social..................................................................18

Conteúdo: Discussão sobre o texto “Abrigo subterrâneo” e escolha do

problema a ser abordado...........................................................................................19

Conteúdo: Escolha do problema a ser abordado e articulação da reunião

com a comunidade para aprovar as nossas propostas ....................................20

Conteúdo: Reunião com a comunidade e escolha final do tema a ser

abordado ........................................................................................................................21

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Conteúdo: Reunião com a comunidade e desenvolvimento da proposta de

interação.........................................................................................................................22

Conteúdo: O Dia da ação ...........................................................................................23

3) Anexos:.......................................................................................................................24

a. Pesquisa:................................................................................................................24

i. Pesquisa sobre Djalma maranhão ..............................................................24

ii. Pesquisa sobre os aspectos positivos de Felipe camarão ..................29

iii. Pesquisa sobre os agentes comunitários de saúde: .................................33

b. Produção escrita do grupo: ..............................................................................62

i. Problemas apontados: ...................................................................................62

ii. Repente: .............................................................................................................63

iii. Presentes na Assembléia Do dia 25/10/2007............................................64

iv. Reunião...........................................................................................................65

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Introdução Este artigo tem por objetivo evidenciar as expectativas, as atividades e o

aprendizado relativos à experiências vivenciadas na disciplina Atividade Integrada de educação Saúde e Cidadania. Tais vivencias ocorreram em vários lugares estando dentre eles a Escola de Enfermagem da UFRN, a faculdade de Odontologia da UFRN e a Unidade de saúde Básica de Felipe Camarão 2. Esse artigo vai tratar dessas vivencias de forma a mostrar a visão do autor na medida em que os temas abordados e as vivencias são parte de sua correlação particular com os eventos ocorridos e seu próprio ser de conhecimentos pré-adquiridos e assim não poderiam ser tratados sem a composição subjetiva do vivenciador, que como esta tão inserido dentro do objeto observado acaba por fazer parte do mesmo. Todo o andamento das atividades da disciplina foi acompanhado e orientado por nossos tutores que nos trouxeram esclarecimentos e textos para discussão além de propor pesquisas para a elucidação ou o conhecimento mais profundo dos temas abordados, tais produções contendo esses artifícios para a aprendizagem se encontram no final desse artigo.

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1) Avaliação da disciplina e do aprendizado:

a. Expectativas:

A disciplina Atividade Integrada de Educação Saúde e Cidadania (Doravante denominada SACI) se apresenta para um aluno universitário como uma forma totalmente nova de se estudar os conteúdos do ensino superior, primeiro pelo seu tema que não é muito explorado em cursos da área da saúde e segundo pela sua condução e avaliação. A disciplina se apresenta sem uma localização única, o que causa um enriquecimento em termos de correlação com a comunidade, a qual recebe o grupo de estudante de SACI. No entanto esta diferenciação das outras disciplinas pode ser considerada um tanto diferente e até mesmo uma complicação quanto à locomoção até o local. Em meu ponto de vista, acredito que esse fato da descentralização das aulas do campus universitário é bom para o desenvolvimento do conteúdo e dos temas tratados, na medida em que o aluno entra em contato direto com o seu principal objeto de estudo. No entanto acho que em algumas vezes, quando se trabalha com dados que já forma recolhidos na comunidade, se faz mais cômodo o trabalho no ambiente da universidade, para assim poder evitar imprevistos que possam atrasar o andamento das atividades e aumentar o tempo para lidar com a discussão dos problemas observados. Outro ponto extremamente interessante sobre a disciplina é a confecção dos portfólios, pois estes que muitas vezes acabam nos tomando muito tempo, são muito construtivos em relação à expressão de nossas vivências, e contribuem para o aperfeiçoamento da nossa opinião quanto aos conteúdos ministrados. A proposta da disciplina e à condução da mesma pelo professor, que em nossa disciplina é tratado como um tutor, denominação esta que deixa claro o objetivo da disciplina, fazer com que o universitário se torne um ser pensante e capaz de aprender e compreender tanto os conteúdos quanto os fenômenos que se passam em seu redor. Acredito que o método de avaliação por meio de portfólio é muito importante e deve ser elogiado na medida em que permite um grande crescimento do aluno, como responsável pelo seu próprio aprendizado. Outro ponto que não posso deixar de citar é quanto à proposta clara de que o aluno vai enfrentar as dificuldades e precisa aprender a superar os imprevistos, na minha experiência vivencial não foram raras às vezes em que enfrentamos problemas devido à estrutura física da UBS que não tinha um local adequado para as nossas reuniões. Este ponto foi colocado de forma bem clara desde o primeiro dia do desenvolvimento da disciplina. E por isso acredito que já estava munido do conceito de que devemos nos esforçar para atingir nossas metas mesmo quando nos deparamos com barreiras que dificultem o cumprimento das metas estabelecidas.

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b. Atividades:

A disciplina de SACI desenvolveu inúmeras atividades em grupos ou em subgrupos que acrescentaram muito a minha formação na medida em que propiciaram aquisição de conhecimentos variados, muitos deles correlacionados com as profissões da área de saúde. Mas os conhecimentos técnicos sobre o sistema de saúde e sobre os aspectos da comunidade de Felipe camarão foi apenas um dos vários aspectos em que tivemos a oportunidade de conhecer o bairro e vivenciar as experiências dos profissionais que trabalham na UBS e nas próprias casas dos moradores da comunidade visitada. Um dos pontos mais interessantes de todas as atividades e que também é quase que único nas disciplinas da universidade e a produção de atividades em conjunto com vários estudantes de cursos diferentes. Isso fez com que o compartilhamento de experiências e informações entre os estudantes de cada curso fosse de importância crucial para o desenvolvimento das atividades, bem como propiciou um maior conhecimento de cada curso por parte de cada um dos componentes do grupo da SACI. Eu tenho certeza que inúmeras informações e conhecimentos sobre os outros cursos da área da saúde me foram acrescentados na medida em que compartilhava experiências com os meus colegas de disciplina. As atividades foram sempre conduzidas de forma que cada um tivesse sua participação, e assim sendo resultaram e uma integração que deve servir de exemplo para os alunos que estarão entrando no mercado de trabalho daqui a alguns anos, pois a tendência e que tais profissionais trabalhem em equipes multiprofissionais e assim precisem saber trabalha em conjunto de forma coordenada.

c. Aprendizado:

O aprendizado se deu de uma forma descontraída sem muitas cobranças o que implica num desenvolvimento menos cansativo das atividades. No entanto não teve ausência de compromisso, pois na medida em que se dava o avanço do conteúdo se evidenciava a necessidade de dar andamento ao cronograma para que as metas propostas fossem realmente cumpridas. O aprendizado se deu em sua maior parte por meio de vivencia e discussão do conteúdo presente nos textos em que trabalhamos, a maioria das atividades tinha um objetivo especifico que resultava na aquisição de um determinado conhecimento.

A forma como se tratou o conteúdo e suas implicações foram bem correlacionadas, por isso a aquisição do conhecimento sobre as vivencias na comunidade são tão construtivas, pois estão diretamente relacionadas com a matéria a ser analisada. Mas outro ponto importante nas vivencias na comunidade é a oportunidade que as visitas exploratórias geram, pois permitem que conheçamos pessoas de características únicas, capazes de nos impressionar de inúmeras formas. A maioria das pessoas que conheci durante as visitas exploratórias me mostraram aspectos muito interessantes da comunidade e

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também da sociedade em geral. Tanto aspectos de personalidade marcante, quanto aspectos relacionados com a prática do trabalho na área da saúde, penso que essas contribuições são o ponto mais importante das vivencias e que posso chamá-las com toda a certeza de aprendizado correlacionado com a área da saúde e conseqüentemente com o meu curso.

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2) Portfólios Parciais:

Data: 02/08/2007 Local: Auditório da Escola de Enfermagem/ Campus central da UFRN Conteúdo: Discussão sobre cidadania, direitos e deveres relacionados.

“Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes: ...”

Constituição Federal de 1988

Esta primeira aula teve por objetivo nos trazer um pouco à noção de cidadania e de como podemos e devemos ser cidadãos. No intuito de atingir esse objetivo, nos foram apresentados os direitos do cidadão, sendo estes: Os Direitos Civis, Políticos e Sociais. Que além de terem sido expostos também foram questionados quanto a sua efetivação, já que tais direitos são garantidos constitucionalmente, seria de se esperar que a todos fossem garantidos de forma plena e igualitária. No entanto, a discussão do tema nos proporcionou a oportunidade de refletir sobre a real situação do cidadão e dos seus direitos na sociedade e na nossa própria comunidade. Construindo assim um ambiente favorável ao questionamento do papel do Estado e do cidadão, este último que pode ser visto como individuo único e como sociedade civil organizada. A continuidade do assunto nos conduziu a falar sobre os pilares da cidadania (Educação-saúde-trabalho), que se fazem necessários para que o indivíduo possa ser considerado como um verdadeiro cidadão. Neste ponto se tornou evidente que grande parte da população não poderia ser entendida como plenos cidadãos, pois apenas uma minoria tem acesso a essas três condições necessárias para a cidadania. O grande desafio para a melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento sustentável é justamente possibilitar a efetivação dos pilares da cidadania para a população em geral, levando em conta a necessidade de cumprir o que está dito em nossa carta magna. Tendo em vista o exposto devemos considerar certas questões: Cada um de nos deve primar pela cidadania própria e coletiva, sendo que só teremos plena cidadania quando os seus pilares forem garantidos de forma ampla para todos os indivíduos, bem como expresso no texto de Leonardo Boff, que nos foi apresentado, intitulado “Minha liberdade acaba onde começa a tua”; Cada profissional tem suas obrigações junto à sociedade e por isso deve estar trabalhando sempre voltado para uma ação cidadã que reflita as necessidades da sociedade; a universidade considerada como centro formador de profissionais e instituição mantida pela sociedade, não pode se abster do seu papel social, bem como o universitário que se beneficia dos benefícios de uma universidade. A realidade clama por profissionais bem preparados e voltados para a sociedade, que tenham a percepção de que devem atuar como multiplicadores de cidadania.

Juliano José da Silva

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Data: 09/08/2007 Local: Auditório da Escola de Enfermagem/ Campus central da UFRN Conteúdo: Apresentação de Natal e orientação sobre produção de portfólios

“Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.”

Pablo Picasso

Natal, uma cidade cheia de encantos e fascínios, impossível seria falar dessa cidade sem falar em suas belezas naturais, mas esta não é a única face da “noiva do sol”. A apresentação de Natal iniciou-se com a visualização e comentários sobre a beleza natural da capital do nosso estado, mas logo nos deparamos com outra face que não deveria ser desconhecida por nossa parte. Cidade bela, que apresenta em seus arredores um enorme número de favelas, 72 para ser mais exato.

Tais favelas muitas vezes não se encontram ao alcance da visão dos turistas que visitam as belezas da cidade. Mesmo assim elas estão lá e aumentam progressivamente, tanto em quantidade quanto em tamanho. As conseqüências de tal fenômeno urbano são diversas: Deficiência de infra-estrutura, transporte e serviços básicos como saúde e educação para os moradores das favelas; conseqüências ambientais, devidas á ocupação de áreas que deveriam ser preservadas para a manutenção de um ambiente natural necessário à habitabilidade da área urbana.

Tantas conseqüências importantes para o destino da cidade e para o desenvolvimento social nos conduzem a pensar que o poder público deveria intervir. No entanto essa intervenção, que muitas vezes não ocorre, não é efetiva, pois mesmo quando há realocação dos moradores não se oferecem as condições necessárias para a permanência nas áreas de realocamento, que na maioria dos casos também é deficiente em termos de infra-estrutura.

Não é só nas favelas que podemos encontrar problemas urbanos, nos foram apresentados as problemáticas da cidade, com ênfase na necessidade de correção e no papel do cidadão como agente produtor de mudanças e fiscalizador do dever do Estado. Isso nos levou a refletir nas necessidades de nossa própria comunidade e na maneira como devemos buscar erradicar ou, pelo menos, minorar tais problemas urbanos.

A partir desse ponto iniciou-se a discussão de como produzir os portfólios, que deveriam ser compostos segundo os critérios de organização propostos e com um pensamento reflexivo sobre os problemas e situações vivenciadas no decorrer da disciplina. Sendo assim cada portfólio é um convite a pensar sobre a problemática vivenciada na comunidade onde estaremos como meros visitantes e em qualquer um de nossos ambientes de convivência.

Juliano José da Silva

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Data: 16/08/2007 Local: Faculdade de Odontologia/ Campus da UFRN em Lagoa Nova Conteúdo: Tematização do trabalho em grupo e orientações para o desenvolvimento da disciplina

“A percepção de que o fracasso de um pode ser o fracasso de todos e que o sucesso de um é fundamental para o sucesso da equipe.”

Extraído do texto “o trabalho em equipe” Trabalhado em sala.

As atividades se iniciaram com uma dinâmica que tinha por objetivo facilitar a apresentação dos alunos, tal dinâmica contava com três perguntas que deveriam ser respondidas por cada um dos alunos. Em especial a última pergunta nos levou a refletir sobre aquilo que fazemos e que se tivéssemos oportunidade não retornaríamos a fazer, e se pudéssemos ir mais longe, talvez nunca tivéssemos feito. Isso nos leva a pensar bastante na extensão de cada um de nossos atos e lembrar que nossas potencialidades são desenvolvidas na medida em que vivenciamos as oportunidades de usá-las, mas ao mesmo tempo temos que pensar em suas conseqüências.

A continuidade das atividades nos levou a questão da importância de se trabalhar as múltiplas potencialidades de cada um, tendo em vista o bem do todo, fazendo com que cada componente possa ajudar, da forma em que mais possa ser eficiente e bem sucedido, na tarefa do todo. A noção da participação nesse todo também foi abordada, sendo que nos foi apresentada a questão da participação de cada um em relação aos vários grupos de que fazemos parte, enfatizando a necessidade de se estar presente e atuante em todos os grupos nos quais estamos inseridos. Bem como a importância da análise critica dos fatos e acontecimentos que nos cercam dentro do meio grupal onde nos encontramos. A necessidade de pensar e se lançar um olhar crítico-racional sobre os problemas que se interpõem entre os objetivos e suas concretizações, se faz cada vez mais evidente devido à interdependência grupal.

O texto trabalhado em sala, “O trabalho em grupo”, enfatizou a importância de se estabelecer objetivos em comum entre os componentes do grupo e de se determinar os Direitos e Deveres de cada membro. Utilizando-se de exemplos de tipos de grupos que apresentam características próprias, explicitando a adequação que a função do individuo deve apresentar em relação ao objetivo comum. Isto é, cada um é parte importante no processo de concretização de metas, no entanto isso não quer dizer que ele não possa estar ausente por causa de uma necessidade ou seja deslocado de sua atividade inicial a fim de se adequar a novas necessidades que surgiram durante a execução do plano.

Por fim estabelecemos em conjunto o “contrato de convivência”, que foi composto com as propostas que cada um dos componentes de nosso grupo acreditou que deveriam ser consideradas importantes e que foi sancionado pelos demais. O contrato de convivência constituiu-se como primeiro passo para a realização dos objetivos do grupo, na medida em que é uma ferramenta que auxilia a estabelecer as prioridades e a forma de se lidar com as situações.

Juliano José da Silva

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Data: 23/08/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 Conteúdo: Passeio exploratório pelo bairro de Felipe Camarão

“Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser a mesma pessoa que você é hoje, exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar”

Charles Jones

Iniciamos o passeio exploratório desde o momento em que chegamos à comunidade, pois já começamos a olhar para as edificações e para as pessoas que encontrávamos pelas ruas de Felipe Camarão. Ao chegar a Unidade básica de saúde (UBS) tivemos a oportunidade de conhecer dois profissionais que trabalham lá, a odontologa Mariane e o médico Jasiel. Assim que o grupo se reuniu por completo, fomos subdivididos em subgrupos e partimos rumo ao passeio exploratório. O subgrupo em que eu me encontrava estava acompanhado por Rejane Martins, agente comunitária, que faz parte da equipe oito. Logo no inicio de nosso passeio tivemos a oportunidade de ver a sede da associação comunitária onde estava ocorrendo um treino de artes marciais onde jovens estavam a se divertir com o treino. Esse foi um aspecto positivo, mas logo adiante foi possível detectar um esgoto em profusão a ser jogado na rua, um local onde havia tanto água servida quanto acúmulo de lixo. Ao continuar o nosso passeio fomos até a casa de Dona Graça, que se encontrava adiante de sua casa como se adivinhasse que nos estaríamos indo até lá. Logo no inicio foi possível perceber que ela é uma pessoa falante e muito ativa, uma das coisas interessantes que ela falou de si foi o fato de ser bem conhecida e que também é conhecida como “A mulher da igreja”. Tal igreja citada foi um dos pontos interessantes no nosso passeio, A capela de Santo Antônio, local de oração e de desenvolvimento de ações sociais. Uma ação social importante desenvolvida na Capela Santo Antônio é a biblioteca comunitária, biblioteca Maria das graças, que é uma ferramenta importante para o desenvolvimento educacional da comunidade. Um dos problemas identificáveis nesse ponto de nossa excursão foi a falta de voluntários para estar presente na biblioteca prestando serviço à comunidade. Além da biblioteca, varias outras atividades são desenvolvidas dentro da área física anexa à capela, como, por exemplo, as aulas de teatros e as reuniões dos grupos de jovens da comunidade e até mesmo as atividades de SACI. Percebe-se que existem atividades sócio-culturais muito relevantes dentro da nossa área de aprendizado. Posterior à visita que participamos nos dirigimos de volta à USB, no caminho conhecemos, através de nossa acompanhante, o fato de o bairro estar às vésperas de completar 39 anos, também fomos informados sobre o grupo de pastoril Peixe-boi Encantado, que já é um grupo premiado e com reconhecimento interestadual. Ao chegar à USB, tivemos a oportunidade de conhecer uma pessoa que foi de muita importância para o nosso aprendizado e para o conhecimento sobre o bairro, a Dona Geralda, que é integrante do grupo de pastoril. Ela enfatizou os problemas das favelas, nos revelando que o alcoolismo, as outras drogas e a violência estão presentes no bairro e marcam todos os moradores. Em resumo é possível dizer que Felipe Camarão possui muitos problemas, mas tão notável quanto seus problemas são as ações social de seus moradores, que são positivamente surpreendentes.

Juliano José da Silva

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Data: 30/08/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 Conteúdo: Apresentação dos equipamentos sociais de Felipe Camarão 2

“O autoconhecimento é o começo da sabedoria, em cuja tranqüilidade e silêncio se encontra o Imensurável.“

Krishnamurti A apresentação dos equipamentos sociais se iniciou com os esclarecimentos de

Selma, agente comunitária, sobre o grupo Viva a vida com saúde. Ela evidenciou o papel que tal grupo desempenha na comunidade, este grupo é aberto a todos, mas apresenta uma importância ainda maior entre os idosos, e um de seus objetivos é justamente ajudar no controle de doenças como hipertensão arterial e diabetes. Este projeto social tanto apresenta um papel de suma importância para a saúde dos participantes quanto para uma integração social entre os mesmos, além de ter um papel psicoterapêutico, na medida em que permite a convivência e o não isolamento dos idosos.

O grupo viva a vida com saúde busca algo mais do que somente a clínica, pois se determina a ir além e tentar melhorar a qualidade de vida de cada participante. No entanto, a preservação e os cuidados com a saúde não são esquecidos, pois cada participante precisa passar por uma avaliação médica para fazer parte do grupo e grande parte dos integrantes está participando por indicação médica. O grupo esta sempre aberto à participação daqueles que se interessem, evidenciando assim a abertura do grupo a novos participantes. A importância de um projeto como esse reside no fato de constituir-se em uma grande ajuda para os idosos que muitas vezes não tem um alguém presente para incentivar as atividades físicas e, em outros casos, nem possuem uma integração social satisfatória.

Os movimentos sociais de Felipe Camarão apresentam uma força marcante devido ao empenho de certos componentes da sociedade que se dedicam de forma efetiva na atuação em beneficio do bem comum. Existem vários movimentos sociais, dos quais se pode citar: Fundação Adam Eridam; Conselho comunitário; associação da juventude construindo sonhos; associação para-folclórica; Pastoril Peixe-boi encantado, dentre outros. O papel desses movimentos sociais e dos demais que estão a atuar no bairro, é atuar junto à comunidade a fim de conseguir melhorar a qualidade de vida da coletividade. Algo importante para a maior efetividade desses grupos é difundir informações sobre o seu funcionamento e incentivar a entrada de novos participantes no intuito de expandir a área de atuação desses movimentos, bem como permitir que os seus objetivos sejam alcançados.

Uma iniciativa muito interessante para a comunidade é o fórum de Qualidade de vida, que é o resultado da integração de todos os movimentos sociais do bairro, mediado através dos profissionais da saúde. Essa integração garante uma atuação mais bem dirigida para os problemas mais urgentes da comunidade, assim como também garante a cooperação entre os movimentos que dessa forma conseguem ter maior força diante dos problemas em comum.

Por fim, fizemos uma visita as instalações do UBS, conhecendo suas dependências e podendo ter noção das dificuldades relativas ao espaço e os transtornos causados pela demora na conclusão da obra de reforma da UBS. Também foi possível perceber as dificuldades gerais em relação às instalações físicas e a maneira como os funcionários buscam se adaptar às condições distantes das ideais para poder prestar o melhor atendimento possível à população.

Juliano José da Silva

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Data: 06/09/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 e comunidade de Felipe Camarão 2 Conteúdo: Visita domiciliar na comunidade de Felipe Camarão 2

“... a fumaça negra que encobre os holofotes.” Trecho de um Rap que estava sendo reproduzido durante a visita domiciliar

Partimos da Unidade Básica de Saúde tendo por objetivo conhecer o trabalho do agente comunitário de saúde, percebi que o agente de saúde tem um roteiro de atividades diárias, mas que para desenvolver seu trabalho precisa muito do conhecimento da comunidade. Pois não há quem goste de abrir as portas de seu lar para um completo estranho, e isso acaba sempre alterando um pouco o seu roteiro, na medida em que cada morador precisa receber uma abordagem diferente e adequada a sua realidade social. E era dessa forma que eu estava sendo observado pelos moradores, como um estranho, contudo, por já conhecer o trabalho da disciplina SACI, os moradores tinham uma certa perspectiva de quem eram aqueles intrusos que passeavam por entre as ruas de sua comunidade. O grupo em que eu me encontrava acompanhou a agente Jeane, que nos conduziu pela área 7. Na primeira residência que visitamos a agente comunitária de saúde foi entregar um encaminhamento que já estava marcado, a moradora pediu para a agente de saúde para checar como estava o processo para a autorização de recebimento de medicamentos na UNICAT. Essa moradora demonstrou uma enorme simpatia por nós e se mostrou conhecedora da atividade dos universitários na comunidade. Além disso, ela também deixou transparecer uma enorme esperança ao nos ver, parecia que a visão de jovens profissionais da área da saúde fez com que ela refletisse sobre as oportunidades de crescimento que a educação oferece e/ou de uma renovação na forma como os profissionais encaram a comunidade. Ao caminhar pelas ruas de Felipe Camarão, ouvi um rap que dizia em um de seus trechos: “... a fumaça negra que encobre os holofotes.” Por um momento comecei a pensar a que poderia se referir esse trecho musical, talvez o próprio ouvinte não tenha percebido a extensão da mensagem que a música continha. Mas imaginei que seria interessante refletir sobre os fatos que escondem os aspectos positivos de uma comunidade. O que imediatamente veio a minha mente foi a criminalidade, no entanto, refletindo um pouco mais sobre o assunto imaginei que a principal causa da maioria dos problemas de uma comunidade pobre é a falta de oportunidade. É isso o que motiva a tantas pessoas da comunidade a nos ver com tanta esperança em seus olhos, pois não só nós temos contato com a comunidade, mas também a comunidade entra em contato conosco, que de uma forma quase inconsciente passamos um pouco de esperança para eles. Na próxima visita conhecemos Dona Conceição, que se preparava para uma intervenção cirúrgica, ela apresentava uma dualidade típica de um paciente que se submete a uma atividade muito invasiva, apresentava tanto medo como esperança. Eu percebi que mesmo confiando na medicina e nos médicos que iriam tratar de sua patologia, ela ainda sentia muita angústia em relação ao procedimento cirúrgico de que iria participar. Isso foi muito importante, pois fez com que eu me colocasse na situação vivenciada pela Dona Conceição, e isto contribuiu muito para a forma como vou lidar com meus pacientes no futuro.

Juliano José da Silva

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Data: 13/09/2007 Local: Faculdade de Odontologia/ Campus da UFRN em Lagoa Nova Conteúdo: Apontamento dos problemas encontrados no bairro.

“Enfrente um problema de cada vez Seja como for, só poderá tratá-los um por um.”

Autor Desconhecido

O dia de atividade começou com um período de ansiedade, pois já esperava que fosse divulgada a primeira avaliação sobre os meus portfólios. A ansiedade não se encontrava apenas em minha mente, mas também se evidenciava no semblante dos meus colegas de disciplina, todos imaginavam o que poderiam ter escrito de uma melhor forma e o que poderiam ter acrescentado na produção escrita dos portfólios. Eu, particularmente senti que tinha sido um tanto impessoal na minha maneira de dissertar sobre as vivencias experimentadas na disciplina, algo que venho tentando modificar e que acredito ser fruto da insistência em sempre escrever em terceira pessoa durante o ensino médio. Contudo esta ansiedade não fora a única que se apresentou neste dia, pois já sabia que seriam apontados os principais problemas na comunidade para se iniciar a escolha do problema a ser tratado no decorrer de nossas atividades. E isso muito me interessava porque na medida em que conheci a comunidade tive vontade de ajudar de alguma forma e a escolha desse problema a ser tratado pode indicar como poderei agir no intuito de contribuir para a comunidade. Assim como foi acordado com a nossa tutora Meine, apontamos os problemas encontrados para depois receber os portfólios avaliados. A principio, se falou nos problemas de atividade social, sendo estes, principalmente, a falta de lazer e o uso de álcool, o primeiro causa a ociosidade e pode contribuir, junto com outros fatores para o segundo problema. Posteriormente partimos para a questão da participação nas atividades sociais oferecidas, ressaltando a questão da participação do individuo e a parcela de descuido das autoridades com relação ao incentivo para a participação deste no meio social. Percebi que devido à importância da escolha do problema a ser tratado se permitiu que a escolha se desse em um momento ulterior. Então partimos para a entrega dos portfólios avaliados, o que ficou evidente em quase todos e também no meu era o fato de se notar uma ausência de crítica quanto ao nosso aprendizado. Deficiência essa que estou começando a suprir de maneira que os portfólios que estou produzindo após o resultado da entrega dos primeiros a serem avaliados estão a ser tecidos com uma avaliação do que aprendi na atividade da disciplina. Sendo que neste dia aprendi a ver os problemas de uma forma critica, observando quais deles estamos aptos a interferir e a procurar formas de resolução compatíveis com as possibilidades do grupo em geral, no intuito de chegar a uma forma de exposição da melhor maneira de agir em uma ação resolutiva ou quando não for possível dar uma resolução pelo menos uma ação que amenize o problema trabalhado.

Juliano José da Silva

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Data: 20/09/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 e comunidade de Felipe Camarão 2 Conteúdo: Discussão do texto “O conceito de saúde e do processo saúde-doença”

“Caráter processual da saúde e da doença”

Trecho extraído do texto utilizado em aula

Esse dia foi marcado pela minha ausência nas atividades da disciplina, tudo começou com um mal estar que me acometeu no sábado anterior ao início dessa semana, o que me fez não conseguir estudar neste dia nem no domingo subseqüente, resultando no atraso do conteúdo de outra disciplina. Como a avaliação dessa disciplina estava programada para a próxima sexta e não tive a possibilidade de estudar todo o conteúdo que tinha programado, então, me vi diante de um impasse, pois precisava estudar o conteúdo e tinha o compromisso de comparecer as atividades da disciplina SACI. Um tanto contrariado no âmbito das minhas vontades, resolvi que precisava ficar em casa para tentar colocar o conteúdo em dia, já que me encontrava na véspera da prova, em seguida liguei para Jaiana e pedi para que ela avisasse sobre a minha ausência. A partir daqui tento descrever aquilo que perdi por não participar da atividade programada para o nosso grupo. O cronograma da disciplina estabelecia a leitura e discussão do texto: “O conceito de saúde e do processo saúde-doença”. Mas a aula foi iniciada com a discussão sobre a produção dos portfólios ressaltando a importância de não modificar textos da internet, em seguida foram discutidos assuntos relativos à apresentação da disciplina na CIENTEC. Posteriormente se falou na importância da criatividade na prática das profissões relacionadas à saúde, devido a importância de as mensagens dessas profissões necessariamente terem que ser transmitidas a população. Penso que a principal perda que eu tive ate esse ponto foi ter perdido a chance de participar dessa discussão relativa a necessidade de adaptabilidade do profissional a necessidade da população. Ao continuar a discussão se iniciou comentários sobre a situação da população da terceira idade, que precisa de atenção especial e de atividades que possam os manter inseridos no meio social. Essa foi outra grande perda para mim, pois com o aumento da taxa de envelhecimento da população brasileira a cada dia esta temática estará mais evidente e eu como profissional devo ter conhecimentos sobre a forma de tratar dessas problemáticas. Tanto que a temática do envelhecimento da população esta inserida no texto a ser discutido, onde se demonstra que esta ocorrendo uma mudança demográfica na população brasileira. Já no texto discutido a minha perda foi quanto à discussão sobre o processo saúde e doença, considerações estas que evidenciaram a característica dinâmica do processo abordado, relativizando os conceitos de saúde plena e de estado doentio de forma a considerar que ambos são processos gradativos que estão intimamente inter-relacionados na medida em que são até certo ponto complementares. Em resumo, perdi uma reflexão sobre um tema extremamente importante para o meu desenvolvimento como profissional, que precisarei suprir para não ficar sem este importante conhecimento.

Juliano José da Silva

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Data: 27/09/2007 Local: Capela Santo Antônio em Felipe Camarão 2 Conteúdo: Elaboração do mapa social “Observa-se na pesquisa etnográfica aquilo que se toma como problema. O olhar

é, portanto, seletivo.” Extraído de texto usado em aula, “Porque usar técnicas etnográficas no mapeamento”.

Esse dia de atividades se iniciou com uma carga de cansaço muito grande devido a inúmeras atividades feitas nas semanas anteriores e que culminaram na prova do dia anterior, ou seja, me encontrava exausto devido às atividades e avaliações que se sucederam em um pequeno período de tempo e com uma intensidade que me esgotaram fisicamente. Contudo iniciei o dia com vontade de driblar o cansaço e me dirigir para as atividades da quinta, uma delas a aula da disciplina SACI, ainda um pouco sonolento consegui chegar a tempo na UBS, mas não começamos logo a seguir com o programa devido a atrasos. Considero que isso seja normal, no entanto, o fato de ter de ficar esperando me dispersou um pouco do meu foco, mas superadas as dificuldades iniciais, partimos para a Capela Santo Antônio, onde iniciaríamos a confecção do mapa social. A princípio fomos divididos em subgrupos de acordo com as divisões anteriores feitas para a realização das visitas exploratórias, devíamos lembrar e escolher os pontos mais relevantes da nossa visita exploratória. Entendi que isso foi muito interessante, pois permitiu que nós tecêssemos uma reflexão sobre as nossas impressões do bairro e compartilhássemos as nossas impressões pessoais sobre as atividades executadas. Em seguida, o meu subgrupo iniciou a confecção dos esboços a serem utilizados na confecção final do mapa social. Neste ponto se evidenciaram os dotes artísticos de alguns de nossos colegas, bem como a minha ineficiência como desenhista e artista plástico, contudo consegui prestar minha contribuição na medida em que opinei sobre objetos que poderiam se fazer presente nos desenhos. Após a conclusão dos esboços individuais, juntamos nossos esboços e começamos a pensar o que poderíamos colocar no nosso mapa social que decidimos confeccionar em conjunto, neste ponto percebi que cada subgrupo possui uma visão diferente do bairro na medida em que cada um deles teve a oportunidade de conhecê-lo de forma diferente. Sendo assim cada esboço apresentava visões diferentes de uma mesma realidade que se evidenciava de forma mais ou menos uniforme diante de nossos olhos, nos apresentando as disparidades presentes na sociedade em que estamos inseridos. O desenvolvimento do desenho do mapa já se iniciou em um horário muito adiantado, o que, na minha opinião, acabou limitando o nosso tempo de dedicação ao mesmo. Entre a confecção do mapa ocorreu um momento de descontração que foi o lanche, foi um ótimo momento que creio que deve ser repetido. A produção do mapa me fez perceber o quanto é difícil lidar com várias opiniões sobre um mesmo projeto, o que contribuiu para o meu aprendizado, porque me mostrou a importância de negociar os pontos discordantes no intuito de conseguir desempenhar a tarefa proposta.

Juliano José da Silva

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Data: 11/10/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 Conteúdo: Discussão sobre o texto “Abrigo subterrâneo” e escolha do problema a ser abordado

“São sempre os caminhos sofridos e pedregosos que amadurecem e domam o espírito.”

Anair Weirich A atividade do dia de hoje já era esperada com certa ansiedade, pois já tínhamos entrado em contato com o texto a ser discutido e tínhamos começado a conjecturar sobre quem cada um iria proteger dentro do abrigo. Em resumo o texto falava de uma situação calamitosa, onde várias pessoas se encontravam em risco de morte e cada um de nós teria de escolher quais destes teriam a oportunidade de sobreviver a tal calamidade, pois só havia espaço para poucos. Tal situação é bem caracterizada como uma “escolha de Sofia”, pois nunca poderá haver uma resposta mais certa do que outra porque a dependência do julgamento sobre quem pode ter a chance de sobreviver estaria totalmente atrelada ao pensamento individual de cada um. Sendo assim e sabendo que nos foram apresentadas características de cada um daqueles que se encontravam em perigo eminente de morte, é fácil perceber que cada um fez suas escolhas, tendo por constante apenas a variabilidade de critérios adotados. Cada qual fez a escolha e a fez a seu próprio modo. Ao observar o que acorria durante a atividade fui capaz de perceber que a percepção de cada um é muito diferente da dos demais, pois a variabilidade das escolhas estava presente para comprovar que cada componente do nosso grupo tinha uma forma diferente de pensar. Além disso, percebi que as escolhas nunca foram fáceis, pois foram apresentadas pessoas com características diferentes, mas cada uma delas tinha em comum o direito a vida. Portanto as escolhas se deram não por uma simples aplicação de critérios, mas sim por uma valoração de prioridade social, onde cada um do grupo expressou, através de suas escolhas, o que acreditava ser prioridade para aquele grupo de pessoas. Nesse dia também esperava que fosse escolhido o problema a ser tratado em nossa atividade final da disciplina, tudo já se encontrava encaminhado, pois os problemas já se encontravam apontados e nos já tínhamos uma visão de qual era o problema que mais tinha sido observado por todos os subgrupos nos passeios exploratórios. Tal problema era a capacitação dos agentes comunitários de saúde, e a nossa proposta inicial era promover um evento para fazer uma reciclagem e agregar mais alguns conhecimentos aos agentes, no intuito de aumentar a sua capacidade de interagir com a população e conseguir fazer com que esta ultima se torna-se peça ativa nos cuidados com a saúde. No entanto, algo de inesperado estava acontecendo, pois os agentes se encontravam em greve, o que impossibilitava o nosso plano inicial. Devido aos acontecimentos tivemos que retornar a lista de problemas e assim decidimos deixar a decisão para a próxima aula, pois precisaríamos de mais tempo para pensar tanto nos problemas como na forma de tratá-los. Creio que tive como aprendizado nessa atividade de SACI o conhecimento sobre a necessidade de fazer escolhas difíceis e escolher as prioridades para agir em momentos de necessidade, bem como pode perceber a diferença de pensamento de cada individuo do grupo, que devem ser respeitados e considerados em todos os momentos.

Juliano José da Silva

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Data: 18/10/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 Conteúdo: Escolha do problema a ser abordado e articulação da reunião com a comunidade para aprovar as nossas propostas

“Não somos o que somos capazes de fazer, mas sim as escolhas que fazemos”

Autor desconhecido A escolha não era fácil, já tínhamos deixado de lado uma proposta de trabalho que tinha sido aceita pelo grupo por causa da impossibilidade de concretizá-la, se fazia necessário pensar em uma atividade que fosse possível e que pudesse ser aprovada pelo grupo, então voltamos à lista de problemas apontados. Na lista encontramos uma variada quantidade de problemas que demandavam variadas formas de abordagem e como da primeira vez partimos para aqueles que mais foram apontados pelos subgrupos nas visitas exploratórias, assim o tema que decidimos abordar foi bastante discutido. Antes de falar da interação da discussão acho importante falar que tivemos inúmeras dificuldades que fizeram com que atrasássemos as nossas atividades, dentre elas a falta de um local próprio para se ter as atividades da disciplina foram sempre um motivo de atraso nas atividades. Esse fato tem duas formas de ser encarado, por um lado a variabilidade de locais proporcionou um maior contato com a comunidade, mas por outro algumas atividades que se deram exclusivamente com os dados já captados, como por exemplo, a confecção do mapa social poderiam ter se dado em uma sala de aula convencional, teria sido mais cômodo e menos demorado. O que teria nos dado mais tempo para a discussão dos problemas e das propostas de como tratá-los. Bom o nosso objetivo era conseguir escolher o problema a ser abordado, de acordo com os apontamentos do grupo o próximo que apresentava o maior número de observações por parte do grupo era a gravidez na adolescência. A primeira vista parecia ser a escolha mais lógica, contudo tínhamos que pensar na forma de lidar com tal situação, o que se mostrou muito complicado, devido as características próprias que a geram. Então se pensou no lixo, problema constante e de grande importância para a saúde de toda a população e que poderia ser abordado de uma forma mais direta. Considerando todos os fatos escolhemos que a gravidez na adolescência seria o melhor assunto a ser tratado mesmo considerando as características próprias do assunto. Ainda assim, iríamos apresentar os problemas apontados à população que teria um papel ativo na escolha do nosso tema de trabalho. Para tanto possibilitaremos a apresentação e a discussão desses problemas em uma reunião que se dará na próxima quinta, onde a população poderá adicionar e votar nos problemas a serem abordados. Assim agilizamos convites e entregamos os mesmos nos equipamentos sociais a fim de trazer pessoas da comunidade para a nossa reunião e só então poder ter a certeza de ter escolhido o tema que mais se adéqua à comunidade na qual estamos desenvolvendo as nossas atividades. O meu aprendizado que adquiri nas atividades desse dia pode ser resumido à forma de lidar com as opiniões a fim de se fazer a escolha dentro de um grupo e a organização e planejamento de um encontro com a comunidade de maneira a compartilhar com a mesma as escolhas do nosso grupo.

Juliano José da Silva

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Data: 25/10/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 Conteúdo: Reunião com a comunidade e escolha final do tema a ser abordado

“Será que a nossa prioridade é a mesma da comunidade?” Questionamento feito durante as atividades de SACI

Comecei o dia apressado, pois sabia que tinha várias coisas a preparar para a reunião com a comunidade e por isso todos pretendiam chegar um pouco mais cedo a fim de conseguir efetuar o preparo da apresentação dos problemas detectados e assim poder interagir diretamente com a comunidade na escolha e conseqüentemente na proposta de como tratar tal problema. Como já tínhamos estabelecido quais seriam os principais temas, na nossa opinião, sobre os problemas e as dificuldades da comunidade de Felipe Camarão, decidimos expor os mesmos em um cartaz e apresentá-los depois de termos falado um pouco sobre a disciplina e sobre os objetivos de estarmos presentes em sua comunidade.

E então assim procedemos a confecção dos cartazes, para assim poder expor de uma forma mais ampla para todos os que se fizessem presentes, os pontos que iríamos apontar. A princípio uma parte do nosso grupo começou a explicar o funcionamento de nossa disciplina, com ajuda dos demais que contribuíram para a explicação. Em seguida, começamos a falar dos problemas e o primeiro que foi tratado foi justamente o que para nos era o que seria tratado, então iniciamos com os motivos que nos levaram a escolher tal problema, eu e Rafael de Medeiros, fomos os responsáveis por conduzir essa parte, logo que acabamos de falar sobre a gravidez na adolescência seguimos abordando cada um dos problemas mais apontados. Assim que concluímos a nossa apresentação abrimos a possibilidade de se acrescentar mais algum problema ao nosso cartaz, de acordo com o que eles pensassem que seria interessante se tratar em nosso trabalho.

Foi ai então que surgiu um ponto novo, a questão da contaminação d água. Foi interessante a quantidade de pessoas que tiveram o olhar sobre o mesmo ponto, uma moradora começou a falar sobre os problemas que ela achava mais evidentes no bairro e dentre eles destacou a falta de informação sobre a contaminação da água. Posterior a tal exposição foram tantas as observações sobre esse mesmo ponto que então ficou claro que o tema a ser tratado não poderia ser outro, que não fosse a questão da água na atualidade.

Por fim, agradecemos a participação de todos, a nossa acolhida dentro da comunidade e convidamos a população a se fazer presente na próxima reunião que ocorreria na próxima quinta, onde então discutiríamos como se daria a forma de lidar com a questão e a forma de interagir com a sociedade.

Após a reunião com a comunidade nos reunimos por um curto espaço de tempo e então determinamos o que cada um faria, nesse ponto já surgiu um problema, o pouco tempo para elaborar a proposta de interação com a comunidade e a forma de executá-la.

O aprendizado nesse dia foi muito propício a entender a necessidade da participação da comunidade na gestão dos serviços de saúde, pois só quem vive na própria comunidade pode ser capaz de detectar com clareza os principais problemas presentes. Sendo assim a experiência de se reunir com a comunidade e expor o que encontramos e receber informações sobre a opinião que eles têm sobre o assunto foi muito construtivo para a minha visão de participação da sociedade nas escolhas relativas ao trabalho que é direcionado a ela.

Juliano José da Silva

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Data: 01/11/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 Conteúdo: Reunião com a comunidade e desenvolvimento da proposta de interação

“O dia D, primeira parte”

Referência a um dia primordial

Com a escolha do tema partimos para a fase de planejamento do trabalho, já tínhamos conhecimento de que a direção da Escola Djalma Maranhão estava disposta a colaborar com nossas atividades e portanto já tínhamos idéia do espaço físico que teríamos disponível para a realização do evento que começávamos a planejar. Todos se encontravam ansiosos, pois mesmo sabendo qual seria a sua parte de atuação na formação do projeto, ainda não tinha a idéia geral de como tudo seria feito.

O primeiro passo foi determinar o que era possível fazer e como fazer, a forma de garantir que a população participasse do nosso evento e que ele tivesse um significado real para a população. Então começamos a pensar em como fazer tudo isso. Para iniciar nos dividimos em subgrupos para poder agilizar as atividades que tínhamos pensado para serem realizadas na próxima quinta feira, sendo assim um subgrupo foi cuidar das atividades a serem desenvolvidas com as crianças do quarto e quinto ano da escola Djalma Maranhão, outro da mesa redonda voltada para os pais dessas crianças intitulada “qual a qualidade da nossa água?”, outro responsável pela organização de todo o evento e outro responsável pelo registro dos eventos que ocorreriam no dia do evento.

Devido a algumas peculiaridades não tivemos a participação da comunidade de forma tão efetiva quanto a reunião anterior, acredito que por não termos nos dedicado a convidar as pessoas pessoalmente para a presença na reunião do grupo. No entanto os poucos que se apresentaram tiveram uma participação ativa, tanto dando idéias quanto se oferecendo para participar no dia da nossa ação.

Eu e Jaiana ficamos responsáveis por preparar a mesa redonda e então partimos para a reflexão sobre o tema e como poderíamos abordá-lo, já sabíamos quem seriam os convidados: um representante da CAERN e um representante da Promotoria Pública. Sendo assim partimos para a confecção de perguntas sempre pensando em o que a população mais precisa saber e qual a melhor forma de colocar essas perguntas para se ter clareza e precisão nas respostas dos convidados.

A última coisa que fizemos foi decidir o nome do evento, todos juntos escolhemos como titulo para o dia de ação o nome de “Encontro sobre a Água e Saúde”. O aprendizado deste dia foi muito enriquecedor, pois fez com que eu percebesse a importância da organização para a realização do evento e ver que existem inúmeros detalhes que precisam ser considerados no planejamento de qualquer evento.

Juliano José da Silva

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Data: 08/11/2007 Local: Unidade básica de saúde de Felipe camarão 2 Conteúdo: O Dia da ação

“O Dia D, propriamente dito ”

Referência a um dia primordial

Este texto não se refere diretamente aos acontecimentos do dia 8 de novembro, pois como a entrega do Portfólio final esta prevista para esse dia e como temos um atraso no nosso cronograma será inviável a produção do mesmo após a ação do grupo na comunidade. No entanto tento aqui descrever as expectativas e as previsões para o dia referido, assim como nossa tutora orientou.

O “dia D” assim como fiz referência no inicio deste portfólio parcial, se apresenta para mim como a oportunidade de retribuir a recepção que a comunidade de Felipe Camarão dispensou a todos os componentes do grupo de SACI que tiveram a oportunidade de participar dessa disciplina. No planejamento, está previsto que o evento será iniciado com uma cerimônia de abertura que precedera todos os eventos e será seguida do inicio das atividades de ensino-aprendizagem com os alunos do quarto ano da Escola Djalma Maranhão. Bem como do atendimento das crianças da escola por parte de um pediatra da Unidade Básica de Saúde de Felipe Camarão 2, que contribuirá com o nosso evento.

Em seguida, após as primeiras atividades citadas será iniciado um intervalo, seguido do mesmo trabalho de ensino-aprendizado agora com os alunos do quinto ano e se dará inicio a mesa redonda “Qual a qualidade da nossa Água?”. Na medida em que as atividades da mas redonda forem sendo desenvolvidas haver a finalização das atividades com as crianças através da apresentação de um teatro da CAERN, que irá tratar da questão da água.

Com essas atividades pretendemos fazer uma conscientização tanto com as crianças quanto com os seus pais permitindo assim uma troca de informações entre eles, e tendo por objetivo maior formar vários multiplicadores de informação e agentes conscientes da preservação e importância do meio ambiente, visto principalmente pelo ângulo de visão da necessidade indispensável da água.

Quanto a mim imagino que essas atividades podem contribuir para um enriquecimento dos conhecimentos dos mesmos, mas tenho certeza que o maior ganho será de todos os universitários componentes do meu grupo de SACI, pois vão poder entrar em interação direta com a comunidade, relacionando-se com duas faixas etárias distintas e complementares que são as crianças e seus pais.

Quanto ao conhecimento adquirido acredito que não poderei falar o bastante, pois na medida do desenrolar das atividades é que eu terei a plena percepção sobre tais conhecimentos, ou seja, existe um fator imponderável que apreendemos a considerar na medida em que vivenciamos as atividades da Disciplina Integrada de Educação Saúde e Cidadania – SACI.

Juliano José da Silva

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3) Anexos:

a. Pesquisa:

i. Pesquisa sobre Djalma maranhão

Djalma Maranhão

Texto de Moacyr de Góes

Djalma Maranhão (1915-1971). Nasceu em Natal (Rio Grande do Norte, Brasil), filho de Luiz Ignácio de Albuquerque Maranhão e Salomé de Carvalho Maranhão. Viveu entre os irmãos Natércia, Cândida, Luiz e Clóvis.

1.Vida Pública - Professor de Educação Física do Colégio Estadual do Ateneu Norte-rio-grandense, jornalista e esportista. Fundador e diretor de jornais.

Na política, militou no Partido Comunista até o início dos anos quarenta, depois, reorganizou as forças populares herdadas de Café Filho e, finalmente, constitui seu próprio partido, nas legendas do Partido Trabalhista Nacional (PTN) e, posteriormente, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), constituindo-se, nos anos sessenta, na terceira força - política do Rio Grande do Norte e na primeira que não era fundada na oligarquia latifundiária da Estado.

Foi eleito Deputado Estadual (1954) e assumiu, como primeiro suplente, a Câmara Federal (1959-1960). Por duas vezes exerceu o cargo de Prefeito de Natal: a primeira, na segunda metade dos anos 50, por nomeação do governador Dinarte Mariz (em decorrência da aliança UDN-cafeístas); a segunda, em 1960 na primeira eleição direta para a municipalidade da Capital, com 64% dos votos válidos, integrando uma frente política de centro-esquerda chamada Cruzada da Esperança, tendo Aluízio Alves como candidato a governador do Rio Grande do

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Norte.

Pelo golpe de Estado de abril de 1964 foi deposto da prefeitura, cassado seu mandato, e esteve preso em quartéis do Exército em Natal, na ilha de Fernando de Noronha e no Recife. Libertado por ordem do Habeas Corpus do Supremo Tribunal Federal em dezembro de 1964, após publicar um manifesto na imprensa do Rio de Janeiro (O (General Fome está nas Ruas), asilou-se na Embaixada do Uruguai. Morreu no exílio, em Montevidéu, em 30 de julho de 1971, aos 56 anos de idade. Seus restos mortais repousam no cemitério do Alecrim.

Em sua prática política, Djalma Maranhão manteve coerente posição política aos postulados nacionalistas, daí seus discursos de denúncia ao imperialismo e à guerra fria e de apoio aos não-alinhados; lutou pela formação de um governo popular e democrático, daí seu apoio às Reformas de Base do Presidente João Goulart, ao pluralismo político, à reforma agrária, à Revolução Cubana e de denúncia aos golpistas que, no Brasil de 1954 à 64, conspiraram contra a constituição de 1946 na pregação da derrubada do Estado de Direito. Foi casado com Dona Dária Maranhão e deixou um filho, Marcos.

2. O sonho. - Na América Latina dos anos sessenta, o sonho de erradicação do analfabetismo voltou, com mais força, a repovoar a cabeça de lideranças políticas comprometidas com classes subordinadas e um melhor futuro. Até agora, somente Fidel, com a sua revolução Cubana, conseguiu o objetivo. No Brasil, Paulo Freire criou um método de alfabetização em 40 horas (1962) e Djalma Maranhão jogou todo o peso de sua administração no mesmo caminho, desde de 1961. O Golpe de 1964 interrompeu esses processos e essas duas lideranças, com centenas de outras, conheceram o exílio e a prisão.

Djalma Maranhão deixou a herança de administrador competente no planejamento e execução; honesto no trato de dinheiro público; lúcido e independente quando das opções tomadas. Todavia, a lembrança que mais permanece na memória popular é a Campanha De Pé no Chão também se Aprende a Ler, isto é, sua luta para a erradicação do analfabetismo.

A Campanha De Pé no Chão também se Aprende a Ler, na verdade, foi além de uma proposta alfabetizadora e alcançou o nível de uma política educacional, esta aliada à revalorização da cultura e dos autos populares e iniciação profissional. Hoje, na distância do tempo, dá para perceber nessa política cultural alguns traços do pensamento de Gramsci e a formulação de seu intelectual orgânico.

Na administração do Prefeito Djalma Maranhão, a escola pública municipal foi fruto de duas vertentes: o saber acadêmico, historicamente acumulado, de seus professores e técnicos, e as propostas do movimento popular vitorioso das urnas de outubro de 1960, estas, organizadas pelos Comitês Nacionalistas que continuaram funcionando após a posse, em novembro. Esta especificidade da

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escola municipal nesse momento, em Natal, faz emergir no ensino oficial do município a Educação Popular.

De Pé no Chão venceu quatro desafios comuns a escola brasileira: - 1) onde não havia escolas de alvenaria, construiu Acampamentos Escolares; - 2)como não havia professores diplomados, qualificou os seus próprios recursos humanos; - 3)face ao material didático alienado, redigiu seus próprios textos educacionais; - 4) a sala de aula jamais foi largada à própria sorte: o acompanhamento técnico-pedagógico se fez na proporção de um supervisor para vinte professores.

Em termos estatísticos (e quando a população de Natal era de 160.000 mil habitantes), em três anos, De Pé no Chão alcançou uma matrícula acumulada de 34 mil alunos; criou um centro de formação de professores; desdobrou-se na Campanha De Pé no Chão também se Aprende uma Profissão; qualificou 500 monitores e 32 orientadores/supervisores; obteve índices de aprovação escolar que foram de 60%, em 1`961, a 85%, em 1963; e o custo-aluno médio anual foi de menos de dois dólares.

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1997.

F a s c í c u l o 1 3 - C r i s e d e 6 4 e P o s t e r i o r P a z O Golpe de 1964

O Jogo Claro de Djalma Maranhão

Djalma Maranhão nasceu em Natal, no dia 27 de novembro de 1915. Filho de Luís Inácio de Albuquerque Maranhão e de dona Salomé de Carvalho Maranhão, teve os seguintes filhos: Lamarck (falecido), Marcos e Ana Maria.

Djalma Maranhão foi um homem simples, inteligente e que sabia exatamente o que queria da vida. Não transigia nas suas idéias. Amaca os mais humildes e lutava para atender às reivindicações das classes menos favorecidas. Nacionalista, denunciava, gritava, protestava. Expressava sua ideologia de maneira clara e inequívoca, acreditando na vitória do socialismo, convicto de que "somente a dialética marxista-leninista libertará as massas da opressão e da fome através da socialização dos meios de produção e da entrega da terra aos camponeses".

Como não se acomodava às intrigas políticas, nem concordava ou se adaptava a qualquer tipo de corrupção, foi expulso de alguns partidos.

Militante comunista, quando era cabo do exército participou da Intentona Comunista de 35, sendo preso. É o próprio Djalma Maranhão que diz: "Andei

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pelos presídios políticos e pelos campos de concentração, martirizado pelos esbirros de Felinto Müller e de Getúlio Vargas".

Em 1946, foi expulso do partido comunista, porque denunciou os diretores do partido como desonestos. Foi eliminado, quando se encontrava ausente de plenário, sem que pudesse se defender. A acusação feita por Djalma Maranhão foi escrita.

Era de fato um homem temperamental. Às vezes, contudo, sabia se conter. Exemplo: durante a campanha de 1960 para prefeito de Natal, Djalma Maranhão entrou irado na sala de redação da "Folha da Tarde" com um exemplar na mão. Perguntou, então, quem tinha escrito a manchete de seu jornal, que dizia o seguinte: "Lott - Jango - Walfredo - Maranhão - Gonzaga. Vote do primeiro do sexto". Ao saber que o autor da manchete foi Moacyr de Góes, de conteve e disse: "A manchete está certa. É assim mesmo. Não vamos ficar em cima do muro. Jogo claro. Honrar as alianças".

Mantinha cordiais relações com a Igreja. Certo dia, uma funcionária criticou as pessoas que trabalhavam para a Arquidiocese. Djalma Maranhão sorriu e disse: "Deixe o padre fazer o trabalho dele. E nós faremos o nosso".

Na campanha "De Pé no Chão Também se Aprende a Ler" trabalhavam cristãos (católicos e protestantes), espíritas e marxistas. Por essa razão, o professor Moacyr de Góes chamou o movimento de uma "frente".

Profundamente humano. Intransigente contra a falsidade e a desonestidade, admitia o erro, desde que fosse cometido por alguém que desejasse acertar.

Para ele, governar era realizar. Nas suas administrações como prefeito de Natal, procurou deixar uma marca de dinamismo.

Nas eleições de 31/10/1954, foi eleito deputado estadual pelo Partido Social Progressista, obtendo ótima votação em Natal. Como legislador, teve um grande desempenho, sendo inclusive autor do projeto que deu autonomia ao município de Natal.

Em 1955, Djalma Maranhão apoiou Dinarte Mariz para governador, na coligação PSP-UND. Mariz derrotou Jocelyn Vilar, do PSD. Como conseqüência do acordo dessas eleições, Djalma Maranhão foi designado prefeito da Cidade do Natal, cuja posse ocorreu no dia 1/2/1956.

De acordo com Moacyr de Góes, "nessa primeira administração de Djalma Maranhão, a Prefeitura vai implantar o programa municipal de ensino, através das escolinhas de alfabetização e do Ginásio Municipal de Natal".

No ano de 1959, Djalma Maranhão rompeu com Dinarte Mariz. Suplente,

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assumiu o cargo de deputado federal, onde se destacou como membro atuante da Frente Parlamentar Nacionalista.

Em 1960, se candidatou a prefeito, participando da coligação "Cruzada da Esperança", juntamente com Aluízio Alves, candidato ao governo do Estado.

Vitorioso, no dia 5/11/60 Djalma Maranhão assumiu novamente a Prefeitura de Natal, sendo dessa vez através do voto. Foi, portanto, o primeiro prefeito natalense eleito diretamente pelo povo, obtendo 66% dos voto.

Em sua segunda administração, Djalma Maranhão demonstrou toda a sua capacidade de trabalho e de liderança política. Aos poucos conquistou a confiança e o respeito da classe média, aumentando seu prestígio junto das classes populares.

Djalma Maranhão não foi apenas um político. Atuou, igualmente, como jornalista. Segundo Leonardo Arruda Câmara, "a imprensa foi a grande vocação. Revisor, repórter esportivo, repórter político, redator, secretário de redação, editorialista, diretor e proprietário de jornais, percorreu na carreira de jornalista todos os postos e funções. Fundou o "Monitor Comercial", o "Diário de Natal" e a "Folha da Tarde".

"Foi diretor e proprietário do "Jornal de Natal".

Como escritor, publicou "O Brasil e a Luta Anti-Imperialista", pelo Departamento de Imprensa Nacional, edição da Frente Parlamentar Nacionalista, no Rio de Janeiro, em 1960, e "Cascudo", Mestre do Folclore Brasileiro", lançado em 1963. Tem também uma obra póstuma: "Carta de um Exilado".

Com o golpe militar de 1964, Djalma Maranhão foi preso. Libertado, posteriormente, através de um "habeas corpus", concedido pelo Supremo Tribunal Federal, conseguiu se asilar na Embaixada do Uruguai, indo morar naquele país, onde veio a faleceu, no dia 30 de julho de 1971.

No último livro produzido pelo antropólogo Darcy Ribeiro, "O povo Brasileiro - A formação e o sentido do Brasil", publicado em 1997, o escrito refere-se à morte e ao apego de Djalma Maranhão ao Brasil, sem contudo citar seu nome. "Pude sentir, no exílio, como é difícil para um brasileiro viver fora do Brasil. Nosso país tem tanta seiva de singularidade que torna extremamente difícil aceitar e desfrutar do convívio com outros povos. O prefeito de Natal morreu em Montevidéu de pura tristeza. Nunca quis aprender espanhol, nem o suficiente para comprar uma caixa de fósforo", relata Darcy Ribeiro.

Segundo Leonardo Arruda Câmara, Djalma Maranhão "foi sepultado em Natal no Cemitério do Alecrim, graças à interferência do senador Dinarte Mariz, acompanhado de grande multidão no maior enterro já realizado em nossa capital

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que atestou o quanto ele era amado e querido por sua gente".

ii. Pesquisa sobre os aspectos positivos de Felipe camarão

FELIPE CAMARÃO

O município de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, região Nordeste do Brasil, tem população de 712.317 habitantes (IBGE, 2000), e tem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,788 (ano de 2000). Porém segundo estudos desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Estratégica da cidade do Natal, existe uma grande desigualdade, em termos de qualidade de vida, entre as regiões mais ricas e as mais pobres da cidade. Esta constatação foi verificada a partir dos estudos desenvolvidos por esta Secretaria, que, para tanto, desenvolveu um Índice de Qualidade de Vida (IQV) com vistas a verificar esta condição nas diversas regiões e bairros da cidade e orientar as políticas públicas e sociais locais. Esse índice registra uma variação que vai de 1 (que corresponde ao maior nível de IQV) na região Leste da cidade (bairro de Petrópolis) e índices abaixo de 0,47 (IQV baixo) na região Oeste. O bairro de Felipe Camarão possui os piores indicadores de qualidade de vida da cidade (IQV de 0,27), sendo o 3º pior índice do município assim como apresenta altos índices de violência material e simbólica, violência esta que se reflete também dentro do espaço escolar. Os equipamentos de prestação de serviços sociais disponíveis são: escolas da rede pública, 05 de ensino fundamental e 01 de ensino médio; Centro de Saúde e Maternidade; Associação de Moradores; Clube de Mães; Igrejas; Clube Esportivo e Social; Programa de Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Os principais problemas sociais identificados no bairro estão, numa perspectiva estrutural relacionados com a pobreza, ao desemprego e falta de renda, onde mais da metade das crianças e adolescentes residentes no bairro vivem em famílias com renda inferior a meio salário mínimo.

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A falta de ações capazes de dar respostas aos problemas sociais, particularmente de adolescentes e jovens, traz resultados bastante negativos para a qualidade de vida dessa população. Esta não se reconhece com possibilidades de mudanças. É notória a ausência do exercício da cidadania. As ações públicas existentes na comunidade não são suficientes para sanar as mazelas sociais que, com o inchaço populacional, se fazem cada vez mais presentes. Em contraponto ao cenário adverso, marcado pela exclusão social, Felipe Camarão possui também uma grande riqueza e tradição cultural, como o Boi de Reis do Mestre Manoel Marinheiro, o João Redondo de Chico Daniel, vários tocadores de rabeca, alguns já na terceira geração de rabequeiros, inúmeros grupos de quadrilha junina e capoeira, que se organizam por todo o bairro. Encontramos justamente nesta tradição de organização social pela cultura e arte um grande potencial de enfrentamento dessa realidade adversa e das vulnerabilidades sociais a qual está exposta.

O AUTO DE BOI DE REIS

Um homem e boi imaginário

Um homem canta e encanta um boi. Um boi mágico, colorido e cintilante que rodopia no salão. A música remete ao passado, aos tempos antigos hoje. Dentro do boi, um outro homem.

faça aqui o download das músicas "Na chegada desta casa" e "Menino Jesus da lapa", do cd "Canta meu boi".

MESTRE CHICO DANIEL

Nasceu em 1941, na cidade de Açú. Desde a infância esteve envolto na atmosfera dos bonecos, através do pai que manipulava fantoches percorrendo as fazendas do interior potiguar em apresentações. Até hoje, Mestre Chico Daniel, com sua mala empulhada, leva alegria com seu teatro de mamulengos

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por onde passa.

MESTRE MANOEL MARINHEIRO

Nascido na cidade de Goianinha, e radicado no bairro de Felipe Camarão (Natal/RN), Mestre Manoel Marinheiro tocou nossas raízes, dedicando-se por mais de 50 anos ao auto do boi-de-reis, tradição que vem da Península Ibérica e que ganhou, há séculos, uma roupagem diferente, reunindo música, teatro e dança num mesmo espetáculo. Morreu em 2004, deixando em seu legado, a riqueza da cultura popular.

Os cantos e bailados do Boi-de-Reis são encenados por um elenco com 17 componentes: o Mestre, a burrinha, os vaqueiros Mateus e Berico, Caterina, os galantes e as damas, as figuras, o boi, o bode, o gingante, o Jaraguá e o cão.

MESTRE CÍCERO DA RABECA

O mestre Cícero acompanha, com sua rabeca, Auto do Bois de Reis do mestre Manoel Marinheiro há trinta anos. Ele vem de uma família de músicos. Aprendeu a tocar com o pai, aos nove anos de idade, este "violino dos homens do povo do Brasil." É representante genuíno da cultura potiguar.

FELIPE CAMARÃO

As terras do atual bairro de Felipe Camarão pertenciam à viúva Machado, tradicional proprietária de terrenos no município de Natal, esposa do comerciante

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Manoel Machado. Desde 1933, essas terras estavam registradas no Patrimônio da União. Em 1962, parte das terras, entre os bairros de Guarapes e Felipe Camarão, foi vendida pela viúva Machado. Uma parte foi adquirida pelo empresário Raimundo Paiva; a outra, pela empresa GERNA-Agropecuária e Indústria Limitada. Em 1964, o empresário Gerold Geppert, alemão, naturalizado brasileiro, registrou o terreno, criando o loteamento que recebeu o nome de REFORMA. Esperava com isso, que se utilizasse o terreno de uma nova forma, diferente da ocupação que se verificava em outros locais da cidade, porém semelhante ao que ocorreu com a área da Cidade Nova, atuais bairros de Tirol e Petrópolis. Tal pretensão justificava-se, visto que o referido loteamento atingia 10% da área total do município. Abrangia terras dos Guarapes, Planalto, Quintas do Vigário e Peixe-Boi, o loteamento Reforma era, na época, o maior já registrado no Rio Grande do Norte. Assim sendo, pretendia o Sr. Gerold ver essas terras com largas ruas e avenidas, como inspirara o plano de Giácomo Palumbo. Infelizmente, tal intenção não se concretizou, pois invasões constantes fizeram reduzir o sonho de se manter amplas ruas e avenidas. A partir da década de 50, esta área já contava com um trabalho de um grupo de padres e leigos preocupados com a miséria na periferia de Natal. Na década de 70, o bairro teve um incremento populacional, a partir da ocupação de pequenos lotes, segundo atestam Eunádia Cavalcanti e verônica Lima em seu livro Construindo o Seu Lugar. Uma das formas foi a ocupação de pequenos lotes, com moradias autoconstruídas por migrantes interioranos. A outra forma foi motivada pelos programas institucionais para a população de baixa renda (programa de remoção de favelas), mais conhecido como PROMORAR, o Felipe Camarão II. E ainda, uma ocupação ilegal de área pertencente a uma parte da localidade de Quilômetro 06 e granjas de diversos proprietários. Resultante, também do programa de erradicação de favelas, o conjunto habitacional Morada Nova (1986), com 238 casas tipo embrião . Distinto dos demais desta área, o conjunto Jardim América foi construído em 1982, financiado pela APERN , cujos moradores se diferenciam por uma renda mais alta que a maioria dos habitantes de Felipe Camarão. Em 15 de maio de 1976, foi criado o Conselho Comunitário de Felipe Camarão, por iniciativa de líderes locais como Abraão Lira e Francisco Roberto, quando a população começou a se reunir em baixo de um abacateiro para discutir a falta de água, energia elétrica. No primeiro momento, visavam a obter a construção de um posto de saúde, conseguido através de ajuda financeira americana e do trabalho de mutirão dos habitantes do bairro. A ocupação efetiva da área, porém, só se concretizou a partir da venda de terrenos, tanto à vista quanto a prazo. Seus clientes eram pessoas físicas, em sua maioria, humildes, desejosas de construir moradia. Apenas alguns lotes foram adquiridos por uma empresa de transportes; outros foram doados à Igreja Católica e, um outro, ao Instituto Histórico e Geográfico. Para o início da construção das casas, foi cavado um poço que fornecia água às obras. Esse poço ficou conhecido popularmente como "Poço do Alemão", referência ao proprietário das terras. Após sua exaustão, o poço foi desativado e aterrado. Atualmente, a comunidade do bairro recebe a assistência social de igrejas e comunidades religiosas e organizações governamentais e não governamentais. Mas, na década de 60, quando começou a se estruturar, recebeu os primeiros benefícios com a construção de equipamentos urbanos. Um desses equipamentos foi construído em

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sistema de mutirão, a igreja e a primeira escola (Escola União do Povo, na rua Indomar), sob a orientação do Pe. Thiago, elo entre a comunidade e o poder público. Os moradores do lugar, na época desses primeiros trabalhos comunitários, recebiam doação de alimentos da Aliança para o Progresso. Em 1983 novas reivindicações mobilizam os habitantes do bairro. Desta vez pela assistência para o Quilômetro 06 , e após essa mobilização conseguem a construção de uma clínica popular. Na retrospectiva histórica do bairro a população organizada já´conseguiu, através de suas reivindicações a construção da Escola União do Povo, a igreja de Santa Luiz, padroeira do bairro e onde se realizam festas comemorativas todos os meses de dezembro, na rua do Fio; o Conselho Comunitário, Posto e Saúde, Clínica Popular e Chafariz do Conjunto Morada Nova. No ano de 2002, o bairro conheceu outra forma de unidade habitacional, com a construção de um edifício do PARPrograma de Arrendamento Familiar, da Caixa Econômica Federal, em parceria com a Prefeitura Municipal do Natal. O nome do bairro é uma homenagem a Felipe Camarão, nosso índio Poti, que se destacou no combate ao invasor holandês. Anteriormente, era a localidade de Peixe-Boi devido ao aparecimento de um grande peixe nos mangues ali existentes. Segundo se sabe, a denominação do atual bairro foi de autoria de um vereador, no ano de 1967. Pela Lei n.º 1.760, de 22 de agosto de 1968, na administração do Prefeito Agnelo Alves, Felipe Camarão foi oficializado como bairro. Em 1993, teve seus limites redefinidos pela Lei nº 4.330, de 05 abril do referido ano e publicada no Diário Oficial em 07 de setembro de 1994.

iii. Pesquisa sobre os agentes comunitários de saúde: Legislação Citada 01 PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual momento do desenvolvimento da atenção básica no Brasil; Considerando a expansão do Programa Saúde da Família (PSF) que se consolidou como a estratégia prioritária para reorganização da atenção básica no Brasil; Considerando a transformação do PSF em uma estratégia de abrangência nacional que demonstra necessidade de adequação de suas normas, em virtude da experiência acumulada nos diversos estados e municípios brasileiros; Considerando os princípios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, entre as esferas de governo na consolidação do SUS, que inclui a desfragmentação do financiamento da Atenção Básica; Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestão pública por resultados mensuráveis; e

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Considerando a pactuação na Reunião da Comissão Intergestores Tripartite do dia 23 de março de 2006, R E S O L V E: Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Básica, com vistas à revisão da regulamentação de implantação e operacionalização vigentes, nos termos constantes do Anexo a esta Portaria. Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará manuais e guias com detalhamento operacional e orientações específicas desta Política. Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de que trata a presente Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes Programas de Trabalho: I - 10.301.1214.0589 - Incentivo Financeiro a Municípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção Básica; II - 10.301.1214.8577 - Atendimento Assistencial Básico nos Municípios Brasileiros; e III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde. Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4º Ficando revogadas as Portarias nº 1.882/GM, de 18 de dezembro de 1997, publicada no Diário Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, página 10, nº 1.884/GM, de 18 de dezembro de 1997, publicada no Diário Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, página 11, nº 1.885/GM, de 18 de dezembro de 1997, publicada no Diário Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, página 11, nº 1.886/GM, de 18 de dezembro de 1997, publicada no Diário Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, página 11, nº 59/GM, de 16 de janeiro de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 14-E, de 21 de janeiro de 1998, Seção 1, página 2, nº 157/GM, de 19 de fevereiro de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 58, de 26 de março de 1998, Seção 1, página 104, nº 2.101/GM, de 27 de fevereiro de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 42, de 4 de março de 1998, Seção 1, página 70, nº 3.476/GM, de 20 de agosto de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 160, de 21 de agosto Legislação Citada 02 674/GM, de 3 de 44, nde 2003, Seção 1, página 45, nda União n2004, publicada no Diário Oficial da União n1.432/GM, de 14 de julho de 2004, publicada no Diário Oficial da União nde 2004, Seção 1, página 35, n1.434/GM, de 14 de julho de 2004, publicada no Diário Oficial da União n135, de 15 de julho de 2004, Seção 1, página 36, n2004, publicada no Diário Oficial da União n44, n2.024/GM, de 23 de setembro de 2004, publicada no Diário Oficial da União nde setembro de 2004, Seção 1, página 44, n2.025/GM, de 23 de setembro de 2004, publicada no Diário Oficial da União n185, de 24 de setembro de 2004, Seção 1, página 45, nde 1998, Seção 1, página 55, nº 3.925/GM, de 13 de novembro de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 22-E, 2 de fevereiro de 1999, Seção 1, página 23, nº 223/GM, de 24 de março de 1999, publicada no Diário Oficial da União nº 57, de

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25 de março de 1999, Seção 1, página 15, nº 1.348/GM, de 18 de novembro de 1999, publicada no Diário Oficial da União nº 221, de 19 de novembro de 1999, Seção 1, página 29, nº 1.013/GM, de 8 de setembro de 2000, publicada no Diário Oficial da União nº 175-E, de 11 de setembro de 2000, Seção 1, página 33, nº 267/GM, de 6 de março de 2001, publicada no Diário Oficial da União nº 46, de 7 de março de 2001, Seção 1, página 67, nº 1.502/GM, de 22 de agosto de 2002, publicada no Diário Oficial da União nº 163, de 23 de agosto de 2002, Seção 1, página 39, nº 396/GM, de 4 de abril de 2003, publicada no Diário Oficial da União nº 104, de 2 de junho de 2003, Seção 1, página 21, nº 673/GM, de 3 de junho de 2003, publicada no Diário Oficial da União nº 106, de 4 de junho de 2003, Seção 1, página 44, nº junho de 2003, publicada no Diário Oficial da União nº 106, de 4 de junho de 2003, Seção 1, página º 675/GM, de 3 de junho de 2003, publicada no Diário Oficial da União nº 106, de 4 de junho º 2.081/GM, de 31 de outubro de 2003, publicada no Diário Oficial º 214, de 4 de novembro de 2003, Seção 1, página 46, nº 74/GM, de 20 de janeiro de º 15, de 23 de janeiro de 2004, Seção 1, página 55, nº º 157, de 16 de agosto º º º 2.023/GM, de 23 de setembro de º 185, de 24 de setembro de 2004, Seção 1, página º º 185, de 24 º º º 619/GM, de 25 de abril de 2005, publicada no Diário Oficial da União nº 78, de 26 de abril de 2005, Seção 1, página 56, nº 873/GM, de 8 de junho de 2005. publicada no Diário Oficial da União nº 110, de 10 de junho de 2005, Seção 1, página 74 e nº 82/SAS, de 7 de julho de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 128, de 8 de julho de 1998, Seção 1, página 62. SARAIVA FELIPE POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA CAPÍTULO I Da Atenção Básica 1 - DOS PRINCÍPIOS GERAIS A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável.Legislação Citada 03 A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.

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A Atenção Básica tem como fundamentos: I - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada preferencial do sistema de saúde, com território adscrito de forma a permitir o planejamento e a programação descentralizada, e em consonância com o princípio da eqüidade; II - efetivar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integração de ações programáticas e demanda espontânea; articulação das ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar e em equipe, e coordenação do cuidado na rede de serviços; III - desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado; IV - valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e do acompanhamento constante de sua formação e capacitação; V - realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados, como parte do processo de planejamento e programação; e VI - estimular a participação popular e o controle social. Visando à operacionalização da Atenção Básica, definem-se como áreas estratégicas para atuação em todo o território nacional a eliminação da hanseníase, o controle da tuberculose, o controle da hipertensão arterial, o controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnutrição infantil, a saúde da criança, a saúde da mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a promoção da saúde. Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo com prioridades e pactuações definidas nas CIBs. Para o processo de pactuação da atenção básica será realizado e firmado o Pacto de Indicadores da Atenção Básica, tomando como objeto as metas anuais a serem alcançadas em relação a indicadores de saúde acordados. O processo de pactuação da Atenção Básica seguirá regulamentação específica do Pacto de Gestão. Os gestores poderão acordar nas CIBs indicadores estaduais de Atenção Básica a serem acompanhados em seus respectivos territórios. 2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA ESFERA DE GOVERNO Os municípios e o Distrito Federal, como gestores dos sistemas locais de saúde, são responsáveis pelo cumprimento dos princípios da Atenção Básica, pela organização e execução das ações em seu território. 2.1 - Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito Federal: I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União; II - incluir a proposta de organização da Atenção Básica e da forma de utilização dos recursos do PAB fixo e variável, nos Planos de Saúde municipais e do Distrito Federal; III - inserir preferencialmente, de acordo com sua capacidade institucional, a estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços, visando à organização sistêmica da atenção à saúde; IV - organizar o fluxo de usuários, visando a garantia das referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito da Atenção Básica;

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V - garantir infra-estrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propostas; VI - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais 04 Legislação Citada de Atenção Básica, inclusive os da Saúde da Família, em conformidade com a legislação vigente; VII - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial, utilizando instrumento de programação nacional ou correspondente local; VIII - alimentar as bases de dados nacionais com os dados produzidos pelo sistema de saúde municipal, mantendo atualizado o cadastro de profissionais, de serviços e de estabelecimentos ambulatoriais, públicos e privados, sob sua gestão; IX - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e avaliação da Atenção Básica na esfera municipal; X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação de recursos humanos para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção Básica; XI - definir estratégias de articulação com os serviços de saúde com vistas à institucionalização da avaliação da Atenção Básica; XII - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da Atenção Básica no seu território, divulgando anualmente os resultados alcançados; XIII - verificar a qualidade e a consistência dos dados alimentados nos sistemas nacionais de informação a serem enviados às outras esferas de gestão; XIV - consolidar e analisar os dados de interesse das equipes locais, das equipes regionais e da gestão municipal, disponíveis nos sistemas de informação, divulgando os resultados obtidos; XV - acompanhar e avaliar o trabalho da Atenção Básica com ou sem Saúde da Família, divulgando as informações e os resultados alcançados; XVI - estimular e viabilizar a capacitação e a educação permanente dos profissionais das equipes; e XVII - buscar a viabilização de parcerias com organizações governamentais, não governamentais e com o setor privado para fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do seu território. 2.2 - Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal: I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção à saúde por meio do apoio à Atenção Básica e estímulo à adoção da estratégia Saúde da Família pelos serviços municipais de saúde em caráter substitutivo às práticas atualmente vigentes para a Atenção Básica; II - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, estratégias, diretrizes e normas de implementação da Atenção Básica no Estado, mantidos os princípios gerais regulamentados nesta Portaria; III - estabelecer, no Plano de Saúde Estadual e do Distrito Federal, metas e prioridades para a organização da Atenção Básica no seu território; IV - destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica;

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V - pactuar com a Comissão Intergestores Bipartite e informar à Comissão Intergestores Tripartite a definição da utilização dos recursos para Compensação de Especificidades Regionais; VI - prestar assessoria técnica aos municípios no processo de qualificação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da estratégia Saúde da Família, com orientação para organização dos serviços que considere a incorporação de novos cenários epidemiológicos; VII - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e avaliação da Atenção Básica na esfera estadual; VIII - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação de recursos humanos para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção Básica; IX - definir estratégias de articulação com as gestões municipais do SUS com vistas à institucionalização da avaliação da Atenção Básica; X - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da Atenção Básica no território estadual, divulgando anualmente os resultados alcançados; XI - estabelecer outros mecanismos de controle e regulação, monitoramento e avaliação das ações da Atenção Básica e da estratégia Saúde da Família no âmbito estadual ou do Distrito Federal; XII - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saúde, pelo monitoramento da utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos municípios e ao Distrito Federal; XIII - submeter à CIB, para resolução acerca das irregularidades constatadas na execução do PAB Legislação Citada 05 fixo e variável, visando: a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as irregularidades; b) comunicação ao Ministério da Saúde; e c) bloqueio do repasse de recursos ou demais providências consideradas necessárias e regulamentadas pela CIB; XIV - assessorar os municípios para implantação dos sistemas de informação da Atenção Básica, como instrumentos para monitorar as ações desenvolvidas; XV - consolidar, analisar e transferir os arquivos dos sistemas de informação enviados pelos municípios para o Ministério da Saúde, de acordo com os fluxos e prazos estabelecidos para cada sistema; XVI - verificar a qualidade e a consistência dos dados enviados pelos municípios por meio dos sistemas informatizados, retornando informações aos gestores municipais; XVII - analisar os dados de interesse estadual, gerados pelos sistemas de informação, divulgar os resultados obtidos e utilizá-los no planejamento; XVIII - assessorar municípios na análise e gestão dos sistemas de informação, com vistas ao fortalecimento da capacidade de planejamento municipal; XIX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de formação e educação permanente dos membros das equipes;

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XX - articular instituições, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, para capacitação e garantia de educação permanente aos profissionais de saúde das equipes de Atenção Básica e das equipes de saúde da família; XXI - promover o intercâmbio de experiências entre os diversos municípios, para disseminar tecnologias e conhecimentos voltados à melhoria dos serviços da Atenção Básica; e XXII - viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organizações governamentais, não-governamentais e do setor privado para fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do estado e do Distrito Federal. 2.3 - Compete ao Ministério da Saúde: I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção à saúde no País, por meio do apoio à Atenção Básica e do estímulo à adoção da estratégia de Saúde da Família como estruturante para a organização dos sistemas municipais de saúde; II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento do Piso da Atenção Básica – PAB fixo e variável; III - prestar assessoria técnica aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios no processo de qualificação e de consolidação da Atenção Básica e da estratégia de Saúde da Família; IV - estabelecer diretrizes nacionais e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de capacitação e educação permanente dos profissionais da Atenção Básica; V - apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, para capacitação e garantia de educação permanente para os profissionais de saúde da Atenção Básica; VI - articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação na área da saúde, em especial de medicina, enfermagem e odontologia, visando à formação de profissionais com perfil adequado à Atenção Básica; VII - assessorar estados, municípios e o Distrito Federal na implantação dos sistemas de informação da Atenção Básica; VIII - analisar dados de interesse nacional, relacionados com a Atenção Básica, gerados pelos sistemas de informação em saúde, divulgando os resultados obtidos;06 Legislação Citada IX - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e avaliação da Atenção Básica de âmbito nacional; X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação de recursos humanos para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção Básica; XI - definir estratégias de articulação com as gestões estaduais e municipais do SUS com vistas à institucionalização da avaliação da Atenção Básica; XII - monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da Atenção Básica, no âmbito nacional, divulgando anualmente os resultados alcançados, de acordo com o processo de pactuação acordado na Comissão Intergestores Tripartite; XIII - estabelecer outros mecanismos de controle e regulação, de monitoramento e de avaliação das ações da Atenção Básica e da estratégia de Saúde da Família no âmbito nacional;

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XIV - promover o intercâmbio de experiências e estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica; e XV - viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organizações governamentais, não governamentais e do setor privado, para fortalecimento da Atenção Básica e da estratégia de saúde da família no País. 3 - DA INFRA-ESTRUTURA E DOS RECURSOS NECESSÁRIOS São itens necessários à realização das ações de Atenção Básica nos municípios e no Distrito Federal: I - Unidade(s) Básica(s) de Saúde (UBS) com ou sem Saúde da Família inscrita(s) no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, de acordo com as normas sanitárias vigentes; II – UBS com ou sem Saúde da Família que, de acordo com o desenvolvimento de suas ações, disponibilizem: III - equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, cirurgião dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico em higiene dental, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde, entre outros; IV - consultório médico, consultório odontológico e consultório de enfermagem para os profissionais da Atenção Básica; V - área de recepção, local para arquivos e registros, uma sala de cuidados básicos de enfermagem, uma sala de vacina e sanitários, por unidade; VI - equipamentos e materiais adequados ao elenco de ações propostas, de forma a garantir a resolutividade da Atenção Básica; VII - garantia dos fluxos de referência e contra-referência aos serviços especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico, ambulatorial e hospitalar; e VIII - existência e manutenção regular de estoque dos insumos necessários para o funcionamento das unidades básicas de saúde, incluindo dispensação de medicamentos pactuados nacionalmente. Para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da Família em grandes centros urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS para até 30 mil habitantes, localizada dentro do território pelo qual tem responsabilidade sanitária, garantindo os princípios da Atenção Básica. Para UBS com Saúde da Família em grandes centros urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS para até 12 mil habitantes, localizada dentro do território pelo qual tem responsabilidade sanitária, garantindo os princípios da Atenção Básica. 4 - DO CADASTRAMENTO DAS UNIDADES QUE PRESTAM SERVIÇOS BÁSICOS DE SAÚDE O cadastramento das Unidades Básicas de Saúde será feito pelos gestores municipais e do Distrito Federal em consonância com as normas do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. 5 - DO PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA São características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica:Legislação Citada 07 I - definição do território de atuação das UBS;

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II - programação e implementação das atividades, com a priorização de solução dos problemas de saúde mais freqüentes, considerando a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea; III - desenvolvimento de ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da população e ampliar o controle social na defesa da qualidade de vida; IV - desenvolvimento de ações focalizadas sobre os grupos de risco e fatores de risco comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a manutenção de doenças e danos evitáveis; V - assistência básica integral e contínua, organizada à população adscrita, com garantia de acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial; VI - implementação das diretrizes da Política Nacional de Humanização, incluindo o acolhimento; VII - realização de primeiro atendimento às urgências médicas e odontológicas; VIII - participação das equipes no planejamento e na avaliação das ações; IX - desenvolvimento de ações intersetoriais, integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde; e X - apoio a estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social. 6 - DAS ATRIBUIÇÕES DOS MEMBROS DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA As atribuições específicas dos profissionais da Atenção Básica deverão constar de normatização do município e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades definidas pela respectiva gestão e as prioridades nacionais e estaduais pactuadas. 7 - DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE A educação permanente dos profissionais da Atenção Básica é de responsabilidade conjunta das SMS e das SES, nos estados, e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Os conteúdos mínimos da Educação Permanente devem priorizar as áreas estratégicas da Atenção Básica, acordadas na CIT, acrescidos das prioridades estaduais, municipais e do Distrito Federal. Devem compor o financiamento da Educação Permanente recursos das três esferas de governo acordados na CIT e nas CIBs. Os serviços de atenção básica deverão adequar-se à integração ensino-aprendizagem de acordo com processos acordados na CIT e nas CIBs. CAPÍTULO II Das Especificidades da Estratégia de Saúde da Família 1 - PRINCÍPIOS GERAIS A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde. Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a estratégia Saúde da Família deve: I - ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em que as Equipes Saúde da Família atuam; II - atuar no território, realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações dirigidas aos problemas de saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando o cuidado dos indivíduos e das famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura pró-ativa frente aos problemas de saúde-doença da população;

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III - desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a programação realizados com base 08 Legislação Citada no diagnóstico situacional e tendo como foco a família e a comunidade; IV - buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial em sua área de abrangência, para o desenvolvimento de parcerias; e V - ser um espaço de construção de cidadania. 2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA NÍVEL DE GOVERNO Além das responsabilidades propostas para a Atenção Básica, em relação à estratégia Saúde da Família, os diversos entes federados têm as seguintes responsabilidades: 2.1 Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito Federal: I - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços visando à organização do sistema local de saúde; II - definir, no Plano de Saúde, as características, os objetivos, as metas e os mecanismos de acompanhamento da estratégia Saúde da Família; III - garantir infra-estrutura necessária ao funcionamento das equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e das unidades básicas de referência dos Agentes Comunitários de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propostas; IV - assegurar o cumprimento de horário integral – jornada de 40 horas semanais – de todos os profissionais nas equipes de saúde da família, de saúde bucal e de agentes comunitários de saúde, com exceção daqueles que devem dedicar ao menos 32 horas de sua carga horária para atividades na equipe de SF e até 8 horas do total de sua carga horária para atividades de residência multiprofissional e/ou de medicina de família e de comunidade, ou trabalho em hospitais de pequeno porte, conforme regulamentação específica da Política Nacional dos Hospitais de Pequeno Porte; V - realizar e manter atualizado o cadastro dos ACS, dos enfermeiros da equipe PACS e dos profissionais das equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal, bem como da população residente na área de abrangência das equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS, nos Sistemas Nacionais de Informação em Saúde definidos para esse fim; e VI - estimular e viabilizar a capacitação específica dos profissionais das equipes de Saúde da Família. 2.2 Compete às Secretarias Estaduais de Saúde: I - pactuar com a Comissão Intergestores Bipartite estratégias, diretrizes e normas de implementação e gestão da Saúde da Família no Estado, mantidos os princípios gerais regulamentados nesta Portaria; II - estabelecer no Plano de Saúde estadual metas e prioridades para a Saúde da Família; III - submeter à Comissão Intergestores Bipartite (CIB), no prazo máximo de 30 dias após a data do protocolo de entrada do processo, a proposta de implantação ou expansão de ESF, ESB e ACS elaborada pelos municípios e aprovada pelos Conselhos de Saúde dos municípios;

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IV - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de acompanhamento do cadastramento dos profissionais das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS nos sistemas de informação nacionais, definidos para esse fim; V - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de descredenciamento e/ou o bloqueio de recursos diante de irregularidades constatadas na implantação e no funcionamento das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS, a ser publicado como portaria de resolução da CIB, visando à regularização das equipes que atuam de forma inadequada; VI - analisar e consolidar as informações enviadas pelos municípios, referentes à implantação e ao funcionamento das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS; VII - enviar, mensalmente, ao Ministério da Saúde o consolidado das informações encaminhadas pelos municípios, autorizando a transferência dos incentivos financeiros federais aos municípios; VIII - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde pelo monitoramento, o controle e a avaliação da utilização dos recursos de incentivo da Saúde da Família transferidos aos municípios no território estadual;Legislação Citada 09 IX - prestar assessoria técnica aos municípios no processo de implantação e ampliação da SF; X - articular com as instituições formadoras de recursos humanos do estado estratégias de expansão e qualificação de cursos de pós-graduação, residências médicas e multiprofissionais em Saúde da Família e educação permanente, de acordo com demandas e necessidades identificadas nos municípios e pactuadas nas CIBs; e XI - acompanhar, monitorar e avaliar o desenvolvimento da estratégia Saúde da Família nos municípios, identificando situações em desacordo com a regulamentação, garantindo suporte às adequações necessárias e divulgando os resultados alcançados. 2.3. Compete ao Distrito Federal: I - estabelecer, no Plano de Saúde do Distrito Federal, metas e prioridades para a Saúde da Família; II - analisar e consolidar as informações referentes à implantação e ao funcionamento das equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS; III - responsabilizar-se junto ao Ministério da Saúde pelo monitoramento, o controle e a avaliação da utilização dos recursos de incentivo da Saúde da Família transferidos ao Distrito Federal; e IV - acompanhar, monitorar e avaliar o desenvolvimento da estratégia Saúde da Família no Distrito Federal, identificando e adequando situações em desacordo com a regulamentação e divulgando os resultados alcançados. 2.4 Compete ao Ministério da Saúde: I - definir e rever, de forma pactuada, na Comissão Intergestores Tripartite, as diretrizes e as normas da Saúde da Família; II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da Atenção Básica organizada por meio da estratégia Saúde da Família;

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III - apoiar a articulação de instituições, em parceria com Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, para capacitação e garantia de educação permanente específica aos profissionais da Saúde da Família; IV - articular com o Ministério da Educação estratégias de expansão e de qualificação de cursos de pós-graduação, residências médicas e multiprofissionais em Saúde da Família e em educação permanente; V - analisar dados de interesse nacional relacionados com a estratégia Saúde da Família, gerados pelos sistemas de informação em saúde, divulgando os resultados obtidos; e VI - para a análise de indicadores, de índices de valorização de resultados e de outros parâmetros, o cálculo da cobertura populacional pelas ESF, ESB e ACS será realizado a partir da população cadastrada no sistema de informação vigente. 3 - DA INFRA-ESTRUTURA E DOS RECURSOS NECESSÁRIOS São itens necessários à implantação das Equipes de Saúde da Família: I - existência de equipe multiprofissional responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo a média recomendada de 3.000 habitantes, com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes e composta por, no mínimo, médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde; II - número de ACS suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família; III - existência de Unidade Básica de Saúde inscrita no Cadastro Geral de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, dentro da área para o atendimento das Equipes de Saúde da Família 010 Legislação Citada que possua minimamente: a) consultório médico e de enfermagem para a Equipe de Saúde da Família, de acordo com as necessidades de desenvolvimento do conjunto de ações de sua competência; b) área/sala de recepção, local para arquivos e registros, uma sala de cuidados básicos de enfermagem, uma sala de vacina e sanitários, por unidade; c) equipamentos e materiais adequados ao elenco de ações programadas, de forma a garantir a resolutividade da Atenção Básica à saúde; IV - garantia dos fluxos de referência e contra-referência aos serviços especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico, ambulatorial e hospitalar; e V - existência e manutenção regular de estoque dos insumos necessários para o funcionamento da UBS. São itens necessários à incorporação de profissionais de saúde bucal nas Equipes de Saúde da Família: I - no caso das Equipes de Saúde Bucal (ESB), modalidade 1: existência de equipe multiprofissional, com composição básica de cirurgião dentista e auxiliar de consultório dentário, com trabalho integrado a uma ou duas ESF, com responsabilidade sanitária pela mesma população e território que as ESF às quais está vinculada, e com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus componentes; II - no caso das ESB, modalidade 2: existência de equipe multiprofissional, com composição básica de cirurgião dentista, auxiliar de consultório dentário e técnico

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de higiene dental, com trabalho integrado a uma ou duas ESFs, com responsabilidade sanitária pela mesma população e território que as ESFs, às quais está vinculada, e com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus componentes; III - existência de Unidade de Saúde inscrita no Cadastro Geral de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, dentro da área para atendimento das equipes de Saúde Bucal, que possua minimamente: a) consultório odontológico para a Equipe de Saúde Bucal, de acordo com as necessidades de desenvolvimento do conjunto de ações de sua competência; e b) equipamentos e materiais adequados ao elenco de ações programadas, de forma a garantir a resolutividade da Atenção Básica à saúde. É prevista a implantação da estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica. São itens necessários à organização da implantação dessa estratégia: I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no Cadastro Geral de estabelecimentos de saúde do Ministério da Saúde, de referência para os ACS e o enfermeiro supervisor; II - a existência de um enfermeiro para até 30 ACS, o que constitui uma equipe de ACS; III - o cumprimento da carga horária de 40 horas semanais dedicadas à equipe de ACS pelo enfermeiro supervisor e pelos ACS; IV - definição das microareas sob responsabilidade de cada ACS, cuja população não deve ser superior a 750 pessoas; e V - o exercício da profissão de Agente Comunitário de Saúde regulamentado pela Lei nº 10.507/2002. 4. DO PROCESSO DE TRABALHO DA SAÚDE DA FAMÍLIA Além das características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica, são características do processo de trabalho da Saúde da Família: I - manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos e utilizar, de forma sistemática, os dados para a análise da situação de saúde considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território; II - definição precisa do território de atuação, mapeamento e reconhecimento da área adstrita, que Legislação Citada 011 compreenda o segmento populacional determinado, com atualização contínua; III - diagnóstico, programação e implementação das atividades segundo critérios de risco à saúde, priorizando solução dos problemas de saúde mais freqüentes; IV - prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por meio do conhecimento da estrutura e da funcionalidade das famílias que visa propor intervenções que influenciem os processos de saúde-doença dos indivíduos, das famílias e da própria comunidade; V - trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e profissionais de diferentes formações;

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VI - promoção e desenvolvimento de ações intersetoriais, buscando parcerias e integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde, de acordo com prioridades e sob a coordenação da gestão municipal; VII - valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem integral e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos de confiança com ética, compromisso e respeito; VIII - promoção e estímulo à participação da comunidade no controle social, no planejamento, na execução e na avaliação das ações; e IX - acompanhamento e avaliação sistematica das ações implementadas, visando à readequação do processo de trabalho. As atribuições dos diversos profissionais das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal, ACS e enfermeiros das equipes PACS estão descritas no Anexo I. 5 - DA CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE DAS EQUIPES O processo de capacitação deve iniciar-se concomitantemente ao início do trabalho das ESF por meio do Curso Introdutório para toda a equipe. Recomenda-se que: I - o Curso Introdutório seja realizado em até 3 meses após a implantação da ESF; II - a responsabilidade da realização do curso introdutório e/ou dos cursos para educação permanente das equipes, em municípios com população inferior a 100 mil habitantes, seja da Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde; e III - a responsabilidade da realização do curso introdutório e/ou dos cursos para educação permanente das equipes, em municípios com população superior a 100 mil habitantes, e da Secretaria Municipal de Saúde, que poderá realizar parceria com a Secretaria de Estado da Saúde. No Distrito Federal, a sua Secretaria de Saúde é responsável pela realização do curso introdutório e/ou dos cursos para educação permanente das equipes. Os conteúdos mínimos do Curso Introdutório e da Educação Permanente para as ESFs serão objeto de regulamentação específica editada pelo Ministério da Saúde. 6 - DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO I - O município e o Distrito Federal deverão elaborar a proposta de implantação ou expansão de ESF, ESB e ACS e em conformidade com a regulamentação estadual aprovada pela CIB. Na ausência de regulamentação específica, poderão ser utilizados os quadros constantes no Anexo II a esta Portaria. A proposta deve definir: a) território a ser coberto, com estimativa da população residente, definição do número de equipes que deverão atuar e com o mapeamento das áreas e micro-áreas; b) infra-estrutura incluindo área física, equipamentos e materiais disponíveis nas UBS onde atuarão as equipes, explicitando o número e o local das unidades onde irão atuar cada uma das equipes; c) ações a serem desenvolvidas pelas equipes no âmbito da Atenção Básica, especialmente nas 012 Legislação Citada áreas prioritárias definidas no âmbito nacional; d) processo de gerenciamento e supervisão do trabalho das equipes;

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e) forma de recrutamento, seleção e contratação dos profissionais das equipes, contemplando o cumprimento da carga horária de 40 horas semanais; f) implantação do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), incluindo recursos humanos e materiais para operá-lo; g) processo de avaliação do trabalho das equipes, da forma de acompanhamento do Pacto dos Indicadores da Atenção Básica e da utilização dos dados dos sistemas nacionais de informação; h) a contrapartida de recursos do município e do Distrito Federal. II - A proposta elaborada deverá ser aprovada pelos Conselhos de Saúde dos Municípios e encaminhada à Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância regional para análise. O Distrito Federal, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, deverá encaminhar sua proposta para o Ministério da Saúde; III - A Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância regional terá o prazo máximo de 30 dias após a data do protocolo de entrada do processo para sua análise e encaminhamento à Comissão Intergestores Bipartite (CIB); IV - Após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de Saúde dos Estados e do Distrito Federal informar ao Ministério da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número de ESF, de ESB e de ACS que fazem jus ao recebimento de incentivos financeiros do PAB variável; V - O município, com as equipes previamente credenciadas pelo estado, conforme decisão da CIB, passará a receber o incentivo correspondente às equipes efetivamente implantadas, a partir do cadastro de profissionais no sistema nacional de informação definido para esse fim, e da alimentação de dados no sistema que comprovem o início de suas atividades; VI -O Ministério da Saúde, os estados e os municípios terão o prazo de até 180 dias para implantação do novo fluxo de credenciamento e implantação de ESF, de ESB e de ACS; e VII - O fluxo dos usuários para garantia da referência e contra-referência à atenção especializada, nos serviços assistenciais de média complexidade ambulatorial, incluindo apoio diagnóstico laboratorial e de imagem - RX e ultra-som, saúde mental e internação hospitalar, levando em conta os padrões mínimos de oferta de serviços de acordo com os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e a proposta para garantia da assistência farmacêutica básica devem constar no Plano Municipal de Saúde. CAPÍTULO III Do Financiamento Da Atenção Básica 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS O financiamento da Atenção Básica se dará em composição tripartite. O Piso da Atenção Básica (PAB) constitui-se no componente federal para o financiamento da Atenção Básica, sendo composto de uma fração fixa e outra variável. O somatório das partes fixa e variável do Piso da Atenção Básica (PAB) comporá o Teto Financeiro do Bloco Atenção Básica conforme estabelecido nas diretrizes dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Os recursos do Teto Financeiro do Bloco Atenção Básica deverão ser utilizados para financiamento das ações de Atenção Básica descritas nos Planos de Saúde do município e do Distrito Federal.

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2 - DO PISO DE ATENÇÃO BÁSICA O Piso da Atenção Básica - PAB consiste em um montante de recursos financeiros federais destinados à viabilização de ações de Atenção Básica à saúde e compõe o Teto Financeiro do Bloco Atenção Básica. O PAB é composto de uma parte fixa (PAB fixo) destinada a todos os municípios e de uma parte variável (PAB variável) que consiste em montante de recursos financeiros destinados a estimular a Legislação Citada 013 implantação das seguintes estratégias nacionais de reorganização do modelo de atenção à saúde: Saúde da Família – SF; Agentes Comunitários de Saúde – ACS; Saúde Bucal – SB; Compensação de Especificidades Regionais; Saúde Indígena – SI; e Saúde no Sistema Penitenciário. Os repasses dos recursos dos PABs fixo e variável aos municípios são efetuados em conta aberta especificamente para essa finalidade, com o objetivo de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal. Os recursos serão repassados em conta específica denominada “FMS – nome do município – PAB” de acordo com a normatização geral de transferências fundo a fundo do Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamentos, assim como seus identificadores literais, que constarão nos respectivos avisos de crédito, para tornar claro o objeto de cada lançamento em conta. O aviso de crédito deverá ser enviado ao Secretário de Saúde, ao Fundo de Saúde, ao Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Ministério Público dos respectivos níveis de governo. Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais mensais devidamente atualizados relativos aos recursos repassados a essas contas, ficarão, permanentemente, à disposição dos Conselhos responsáveis pelo acompanhamento, e a fiscalização, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e dos órgãos de fiscalização federais, estaduais e municipais, de controle interno e externo. Os municípios deverão remeter por via eletrônica o processamento da produção de serviços referentes ao PAB à Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com cronograma por ela estabelecido. As Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal devem enviar as informações ao DATASUS, observando cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde. Os municípios e o Distrito Federal deverão efetuar suas despesas segundo as exigências legais requeridas a quaisquer outras despesas da administração pública (processamento, empenho, liquidação e efetivação do pagamento). De acordo com o artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95, a comprovação da aplicação dos recursos transferidos do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde, na forma do Decreto nº 1.232/94, que trata das transferências, fundo a fundo, deve ser apresentada ao Ministério da Saúde e ao Estado, por meio de relatório de gestão, aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde. Da mesma forma, a prestação de contas dos valores recebidos e aplicados no período deve ser aprovada no Conselho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado ou Município e à Câmara Municipal.

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A demonstração da movimentação dos recursos de cada conta deverá ser efetuada, seja na Prestação de Contas, seja quando solicitada pelos órgãos de controle, mediante a apresentação de: I - relatórios mensais da origem e da aplicação dos recursos; II - demonstrativo sintético de execução orçamentária; III - demonstrativo detalhado das principais despesas; e IV - relatório de gestão. O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a aplicação dos recursos financeiros resultou em ações de saúde para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais de produção de serviços de Atenção Básica. 2.1. Da parte fixa do Piso da Atenção Básica Os recursos do PAB serão transferidos mensalmente, de forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal. Excepcionalmente, os recursos do PAB correspondentes à população de municípios que não 014 Legislação Citada cumprirem com os requisitos mínimos regulamentados nesta Portaria podem ser transferidos, transitoriamente, aos Fundos Estaduais de Saúde, conforme resolução das Comissões Intergestores Bipartites. A parte fixa do PAB será calculada pela multiplicação de um valor per capita fixado pelo Ministério da Saúde pela população de cada município e do Distrito Federal e seu valor será publicado em portaria específica. Nos municípios cujos valores referentes já são superiores ao mínimo valor per capita proposto, será mantido o maior valor. A população de cada município e do Distrito Federal será a população definida pelo IBGE e publicada em portaria específica pelo Ministério da Saúde. Os municípios que já recebem incentivos referentes a equipes de projetos similares ao PSF, de acordo com a Portaria nº 1.348/GM, de 18 de novembro de 1999, e Incentivos de Descentralização de Unidades de Saúde da FUNASA, de acordo com Portaria nº 1.502/GM, de 22 de agosto de 2002, terão os valores correspondentes incorporados a seu PAB fixo a partir da publicação do teto financeiro do Bloco da Atenção Básica. Ficam mantidas as ações descritas nos Grupos dos Procedimentos da Atenção Básica, na Tabela do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde que permanecem como referência para a alimentação dos bancos de dados nacionais. 2.2. Do Piso da Atenção Básica Variável Os recursos do PAB variável são parte integrante do Bloco da Atenção Básica e terão sua utilização definida nos planos municipais de saúde, dentro do escopo das ações previstas nesta Política. O PAB variável representa a fração de recursos federais para o financiamento de estratégias nacionais de organização da Atenção Básica, cujo financiamento global se dá em composição tripartite. Para fazer jus ao financiamento específico do PAB variável, o Distrito Federal e os municípios devem aderir às estratégias nacionais: I - Saúde da Família (SF);

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II - Agentes Comunitários de Saúde (ACS); III - Saúde Bucal (SB); IV - Compensação de Especificidades Regionais; V - Saúde Indígena (SI); e VI - Saúde no Sistema Penitenciário. A transferência dos recursos financeiros que compõem os incentivos relacionados ao PAB variável da Saúde Indígena – SI será regulamentada em portaria específica. A transferência dos recursos financeiros que compõem os incentivos relacionados ao PAB variável da Saúde no Sistema Penitenciário se dará em conformidade ao disposto na Portaria Interministerial nº 1.777, de 9 de setembro de 2003. A efetivação da transferência dos recursos financeiros que compõem os incentivos relacionados ao PAB variável da SF, dos ACS e da SB tem por base os dados de alimentação obrigatória do SIAB, cuja responsabilidade de manutenção e atualização é dos gestores do Distrito Federal e dos municípios: I - os dados serão transferidos, pelas Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal para o Departamento de Informática do SUS - DATASUS, por via magnética, até o dia 15 de cada mês; II - os dados a serem transferidos referem-se ao período de 1º a 30 do mês imediatamente anterior ao do seu envio; III - a transferência dos dados para a Base Nacional do SIAB se dará por meio do BBS/MS, da Internet, ou por disquete; IV - o DATASUS remeterá à Secretaria Estadual de Saúde o recibo de entrada dos dados na Base Nacional do SIAB; e V - O DATASUS atualizará a Base Nacional do SIAB, localizada no Departamento de Atenção Legislação Citada 015 Básica, da Secretaria de Atenção à Saúde, até o dia 20 de cada mês. O número máximo de equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e de ACS a serem financiadas pelo Ministério da Saúde, a cada ano, será definido em portaria específica, respeitando os limites orçamentários. Os valores dos componentes do PAB variável serão definidos em portaria específica pelo Ministério da Saúde. Equipe de Saúde da Família (ESF) Os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da Família implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de Equipe de Saúde da Família (ESF) registrados no cadastro de equipes e profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB, no mês anterior ao da respectiva competência financeira. O número máximo de ESF pelas quais o município e o Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específicos será calculado pela fórmula: população / 2400. A fonte de dados populacionais a ser utilizada para o cálculo será a mesma vigente para cálculo da parte fixa do PAB. São estabelecidas duas modalidades de financiamento para as ESF: 1. ESF Modalidade 1: são as ESF que atendem aos seguintes critérios:

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I - estiverem implantadas em municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual ou inferior a 0,7 e população de até 50 mil habitantes nos Estados da Amazônia Legal e até 30 mil habitantes nos demais Estados do País; ou II - estiverem implantadas em municípios que integraram o Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS) e que não estão enquadrados no estabelecido na alínea I deste item; e III - estiverem implantadas em municípios não incluídos no estabelecido nas alíneas I e II e atendam a população remanescente de quilombos ou residente em assentamentos de no mínimo 70 (setenta) pessoas, respeitado o número máximo de equipes por município, publicado em portaria específica. 2. ESF Modalidade 2: são as ESF implantadas em todo o território nacional que não se enquadram nos critérios da Modalidade 1. Os valores dos componentes do PAB variável para as ESF Modalidades I e II serão definidos em portaria específica publicada pelo Ministério da Saúde. Os municípios passarão a fazer jus ao recebimento do incentivo após o cadastramento das Equipes de Saúde da Família responsáveis pelo atendimento dessas populações específicas no Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). Agentes Comunitários de Saúde (ACS) Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de ACS implantadas são transferidos a cada mês, tendo como base o número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), registrados no cadastro de equipes e profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB, na respectiva competência financeira. Será repassada uma parcela extra, no último trimestre de cada ano, cujo valor será calculado com base no número de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadastro de equipes e profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB, no mês de agosto do ano vigente. O número máximo de ACS pelos quais o município e o Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específicos será calculado pela fórmula: população IBGE/ 400. 016 Legislação Citada Para municípios dos estados da Região Norte, Maranhão e Mato Grosso, a fórmula será: população IBGE da área urbana / 400 + população da área rural IBGE/ 280. A fonte de dados populacionais a ser utilizada para o cálculo será a mesma vigente para cálculo da parte fixa do PAB, definida pelo IBGE e publicada pelo Ministério da Saúde. Equipes de Saúde Bucal (ESB) Os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde Bucal implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de Equipes de Saúde Bucal (ESB) registrados no cadastro de Equipes e profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB, na respectiva competência financeira. Farão jus ao recebimento dos incentivos financeiros referentes a Equipes de Saúde Bucal (ESB), quantas equipes estiverem implantadas no SIAB, desde que não ultrapassem o número existente de Equipes de Saúde da Família, e considerem a lógica de organização da Atenção Básica - Saúde da Família.

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São estabelecidas duas modalidades de financiamento para as ESB: I - Equipe de Saúde Bucal Modalidade 1: composta por no mínimo 1 cirurgião-dentista e 1 auxiliar de consultório dentário; II - Equipe de Saúde Bucal Modalidade 2: composta por no mínimo 1 cirurgião-dentista, 1 auxiliar de consultório dentário e 1 técnico de higiene dental. Compensação de Especificidades Regionais Os valores do recurso Compensação de Especificidades Regionais serão definidos em Portaria Ministerial especifica para este fim. A utilização dos recursos de Compensação de Especificidades Regionais será definida periodicamente pelas CIBs. A CIB selecionará os municípios a serem contemplados, a partir de critérios regionais, bem como a forma de utilização desses recursos de acordo com as especificidades regionais e/ou municipais de cada estado, a exemplo de sazonalidade, migrações, dificuldade de fixação de profissionais, IDH, indicadores de resultados, educação permanente, formação de ACS. Os critérios definidos devem ser informados ao plenário da CIT. No caso do Distrito Federal, a proposta de aplicação deste recurso deverá ser submetida à aprovação pelo Conselho de Saúde do Distrito Federal. As Secretarias Estaduais de Saúde enviarão a listagem de municípios com os valores e o período de transferência dos recursos pactuados nas CIBs ao Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, para que os valores sejam transferidos do FNS para os FMS. 3 - REQUISITOS MÍNIMOS PARA MANUTENÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DO PAB Os requisitos mínimos para a manutenção da transferência do PAB são aqueles definidos pela legislação federal do SUS. O Plano de Saúde municipal ou do Distrito Federal, aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde e atualizado a cada ano, deve especificar a proposta de organização da Atenção Básica e explicitar como serão utilizados os recursos do Bloco da Atenção Básica. Os municípios e o Distrito Federal devem manter a guarda desses Planos por no mínimo 10 anos, para fins de avaliação, monitoramento e auditoria. O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a aplicação dos recursos financeiros resultou em ações de saúde para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais de produção de serviços de Atenção Básica, e deverá ser apresentado anualmente para apreciação e aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde. Os valores do PAB fixo serão corrigidos anualmente mediante cumprimento de metas pactuadas para indicadores da Atenção Básica. Excepcionalmente o não alcance de metas poderá ser avaliado e justificado pelas Secretarias Estaduais de Saúde e pelo Ministério da Saúde de maneira a garantir Legislação Citada 017 esta correção. Os indicadores de acompanhamento para 2006 são: I - Cobertura firmada pelo gestor municipal e do Distrito Federal para o ano anterior no Pacto da Atenção Básica, para: a) média anual de consultas médicas por habitante nas especialidades básicas;

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b) proporção de nascidos vivos de mães com quatro ou mais consultas de pré-natal; c) razão entre exames citopatológico cérvico-vaginais em mulheres entre 25 e 59 anos e a população feminina nessa faixa etária; e II - Cobertura vacinal da terceira dose de tetravalente em menores de um ano de idade maior ou igual a 95%; O Ministério da Saúde publicará anualmente, em portaria específica, os indicadores de acompanhamento para fins de reajuste do PAB fixo. 4 - DA SOLICITAÇÃO DE CRÉDITO RETROATIVO Considerando a ocorrência de problemas na alimentação do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB, por parte dos municípios e/ou do Distrito Federal, e na transferência dos arquivos, realizada pelos municípios, o Distrito Federal e os estados, o Fundo Nacional de Saúde - FNS/SE/MS poderá efetuar crédito retroativo dos incentivos financeiros a equipes de Saúde da Família, a equipes de Saúde Bucal e a de Agentes Comunitários de Saúde, com base em solicitação da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS. Esta retroatividade se limitará aos seis meses anteriores ao mês em curso. Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o Distrito Federal deverão: I - preencher a planilha constante do Anexo III a esta Política, para informar o tipo de incentivo financeiro que não foi creditado no Fundo Municipal de Saúde ou do Distrito Federal, discriminando a competência financeira correspondente e identificando a equipe, com os respectivos profissionais que a compõem ou o agente comunitário de saúde que não gerou crédito de incentivo; II - imprimir o relatório de produção, no caso de equipes de Saúde da Família, referente à equipe e ao mês trabalhado que não geraram a transferência dos recursos; e III - enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado, pleiteando a complementação de crédito, acompanhado da planilha referida no item I e do relatório de produção correspondente. No caso do Distrito Federal, o ofício deverá ser encaminhado ao Departamento de Atenção Básica da SAS/MS. As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a documentação recebida dos municípios, deverão encaminhar ao Departamento de Atenção Básica da SAS/MS solicitação de complementação de crédito dos incentivos tratados nesta Portaria, acompanhada dos documentos referidos nos itens I e II. A Secretaria de Atenção à Saúde – SAS/MS, por meio do Departamento de Atenção Básica, procederá à análise das solicitações recebidas, verificando a adequação da documentação enviada, se houve suspensão do crédito em virtude da constatação de irregularidade no funcionamento das equipes e se a situação de qualificação do município ou do Distrito Federal, na competência reclamada, permite o repasse dos recursos pleiteados. 5 - DA SUSPENSÃO DO REPASSE DE RECURSOS DO PAB O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos do PAB aos municípios e ao Distrito Federal, quando: I - Não houver alimentação regular, por parte dos municípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados nacionais de informação, a saber: a) Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) - para os municípios e o Distrito Federal, caso

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018 Legislação Citada tenham implantado ACS e/ou ESF e/ou ESB; b) Sistema de Informações Ambulatorial - SIA; c) Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM; d) Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC; e) Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN; f) Sistema de Informações de Agravos de Notificação - SINAN; e g) Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações SIS-PNI. Considera-se alimentação irregular a ausência de envio de informações por 2 meses consecutivos ou 3 meses alternados no período de um ano. II - Forem detectados, por meio de auditoria federal ou estadual, malversação ou desvio de finalidade na utilização dos recursos. A suspensão será mantida até a adequação das irregularidades identificadas. 5.1. Da suspensão do repasse de recursos do PAB variável O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos dos incentivos a equipes de Saúde da Família ou de Saúde Bucal ao município e/ou ao Distrito Federal, nos casos em que forem constatadas, por meio do monitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual de saúde ou por auditoria do DENASUS, alguma das seguintes situações: I - inexistência de unidade de saúde cadastrada para o trabalho das equipes e/ou; II - ausência de qualquer um dos profissionais da equipe por período superior a 90 (noventa) dias, com exceção dos períodos em que a contratação de profissionais esteja impedida por legislação específica e/ou; III - o descumprimento da carga horária para os profissionais das Equipes de Saúde da Família ou de Saúde Bucal estabelecida nesta Política. O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos dos incentivos, relativos aos Agentes Comunitários de Saúde, ao município e/ou ao Distrito Federal, nos casos em que forem constatadas, por meio do monitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde, ou por auditoria do DENASUS, alguma das seguintes situações: I - inexistência de unidade de saúde cadastrada como referência para a população cadastrada pelos ACS e/ou; II - ausência de enfermeiro supervisor por período superior a 90 (noventa) dias, com exceção dos períodos em que a legislação eleitoral impede a contratação de profissionais, nos quais será considerada irregular a ausência de profissional por e/ou; III - ausência de ACS, por período superior a 90 (noventa) dias consecutivos, e/ou; IV - descumprimento da carga horária estabelecida nesta Política, para os profissionais. 6 - DOS RECURSOS DE ESTRUTURAÇÃO Na implantação das Equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal os municípios e/ou o Distrito Federal receberão recursos específicos para estruturação das Unidades de Saúde de cada Equipe de Saúde da Família e para Equipes de Saúde Bucal, visando à melhoria da infra-estrutura física e de equipamentos das Unidades Básicas de Saúde para o trabalho das equipes. Esses recursos serão repassados na competência financeira do mês posterior à implantação das equipes.

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Caso a equipe implantada seja desativada num prazo inferior a 12 (doze) meses, contados a partir do recebimento do incentivo de estruturação, o valor recebido será descontado de futuros valores repassados aos Fundos de Saúde do Distrito Federal, do estado ou do município. Em caso de redução do numero de Equipes de Saúde da Família ou de Saúde Bucal, o município ou o Distrito Federal não farão jus a novos recursos de implantação até que seja alcançado o número de equipes já implantadas anteriormente.Legislação Citada 019 O Ministério da Saúde disponibilizará, a cada ano, recursos destinados à estruturação da rede básica de serviços de acordo com sua disponibilidade orçamentária. A CIT pactuará os critérios para a seleção dos municípios e/ou do Distrito Federal. Para o ano de 2006 serão disponibilizados recursos aos municípios: I - Que realizem residência médica em medicina de família e comunidade credenciada pelo CNRM; e II - Que em suas Unidades Básicas de Saúde recebam alunos de Cursos de Graduação contemplados no PROSAUDE. O Ministério da Saúde publicará portaria especifica com o montante disponibilizado, a forma de repasse, a listagem de contemplados e o cronograma de desembolso. Esses recursos serão transferidos fundo a fundo aos municípios que se adequarem a esses critérios, e depositados em conta específica. ANEXO I AS ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, DE SAÚDE BUCAL E DE ACS As atribuições globais abaixo descritas podem ser complementadas com diretrizes e normas da gestão local. 1 - SÃO ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS: I - participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos, inclusive aqueles relativos ao trabalho, e da atualização contínua dessas informações, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local; II - realizar o cuidado em saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas, associações,entre outros), quando necessário; III - realizar ações de atenção integral conforme a necessidade de saúde da população local, bem como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão local; IV - garantir a integralidade da atenção por meio da realização de ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e curativas; e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização das ações programáticas e de vigilância à saúde; V - realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação compulsória e de outros agravos e situações de importância local;

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VI - realizar a escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as ações, proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento do vínculo; VII - responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando esta necessita de atenção em outros serviços do sistema de saúde; VIII - participar das atividades de planejamento e avaliação das ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis; IX - promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle social; X - identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais com a equipe, sob coordenação da SMS; XI - garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas nacionais de informação na Atenção Básica;020 Legislação Citada XII - participar das atividades de educação permanente; e XIII - realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais. 2 - SÃO ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS Além das atribuições definidas, são atribuições mínimas específicas de cada categoria profissional, cabendo ao gestor municipal ou do Distrito Federal ampliá-las, de acordo com as especificidades locais. Do Agente Comunitário de Saúde: I - desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividade; II - trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea; III - estar em contato permanente com as famílias desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde e a prevenção das doenças, de acordo com o planejamento da equipe; IV - cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados; V - orientar famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; VI - desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e de agravos, e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito daquelas em situação de risco; VII - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade, de acordo com as necessidades definidas pela equipe; e VIII - cumprir com as atribuições atualmente definidas para os ACS em relação à prevenção e ao controle da malária e da dengue, conforme a Portaria nº 44/GM, de 3 de janeiro de 2002. Nota: É permitido ao ACS desenvolver atividades nas unidades básicas de saúde, desde que vinculadas às atribuições acima. Do Enfermeiro do Programa Agentes Comunitários de Saúde: I - planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS;

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II - supervisionar, coordenar e realizar atividades de qualificação e educação permanente dos ACS, com vistas ao desempenho de suas funções; III - facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Básica de Saúde e ACS, contribuindo para a organização da demanda referenciada; IV - realizar consultas e procedimentos de enfermagem na Unidade Básica de Saúde e, quando necessário, no domicílio e na comunidade; V - solicitar exames complementares e prescrever medicações, conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; VI - organizar e coordenar grupos específicos de indivíduos e famílias em situação de risco da área de atuação dos ACS; e VII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS. Do Enfermeiro: I - realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade;Legislação Citada 021 II - conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações; III - planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; IV - supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem; V - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do Auxiliar de Enfermagem, ACD e THD; e VI - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. Do Médico: I - realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade; II - realizar consultas clínicas e procedimentos na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc); III - realizar atividades de demanda espontânea e programada em clínica médica, pediatria, ginecoobstetrícia, cirurgias ambulatoriais, pequenas urgências clínico-cirúrgicas e procedimentos para fins de diagnósticos; IV - encaminhar, quando necessário, usuários a serviços de média e alta complexidade, respeitando fluxos de referência e contra-referência locais, mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário, proposto pela referência;

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V - indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento do usuário; VI - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente dos ACS, Auxiliares de Enfermagem, ACD e THD; e VII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem: I - participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc); II - realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em situação de risco, conforme planejamento da equipe; e III - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. Do Cirurgião Dentista: I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal; II - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais; III - realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento local, com resolubilidade; IV - encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de assistência, mantendo 022 Legislação Citada sua responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o segmento do tratamento; V - coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar. VII - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF; VIII - realizar supervisão técnica do THD e ACD; e IX - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. Do Técnico em Higiene Dental (THD): I - realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção, prevenção, assistência e reabilitação) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e legais; II - coordenar e realizar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos;

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III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar. IV - apoiar as atividades dos ACD e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal; e V - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. Do auxiliar de Consultório Dentário (ACD): I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde; II - proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados; III - preparar e organizar instrumental e materiais necessários; IV - instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista e/ou o THD nos procedimentos clínicos; V - cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos; VI - organizar a agenda clínica; VII - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe de saúde da família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; e VIII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. ANEXO II DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA Quadros Para Projetos de Implantação – ACS/SF/SB Caracterização Geral Nome ou nº da SF/SB.

Área geográfica de atuação (Nome do município / Bairro / Comunidade)

População estimada

Legislação Citada 023 Infra-Estrutura Forma de contratação de recursos humanos Profissional Forma de

recrutamento Forma de seleção

Forma de contratação

Regime de trabalho

Médico Enfermeiro Auxiliar de enfermagem Agente comunitário de saúde Dentista Auxiliar de Consultório Dentário (ACD)

Técnico em Higiene Dental (THD) Outros profissionais (especificar) Quadro de Metas das Ações em Áreas Estratégicas

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Nome ou nº da ESF

Área estratégica de atuação

Ações propostas para a ESF

Quantitativo de ações programadas por ano, por ESF

Saúde da Criança Saúde da Mulher Controle do Diabetes Controle da Hipertensão Eliminação da Hanseníase Controle da Tuberculose Saúde Bucal Eliminação da desnutrição infantil Promoção da saúde Saúde do Idoso Avaliação e acompanhamento das ações Instrumento de Avaliação Forma de acompanhamento proposta SIAB Pacto de Atenção Básica Pacto de Gestão Outros (especificar)

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024 Legislação Citada Quadro resumo de financiamento das áreas de implantação Despesas Despesas com

pessoal Despesas com material/manutenção.

Estruturação TOTAL

Atual Proposta com SF/SB Receitas Recursos

municipais Recursos estaduais

Incentivo Ministério da Saúde

TOTAL

Atual PAB Fixo Proposta com SF/SB ? Definição das Referências na Média Complexidade Ações de Referência

Nome e local da Unidade de Referência

Forma de Encaminhamento

Atendimentos especializados Atendimentos de urgência Exames de laboratório Radiodiagnóstico Ultra-sonografia Reabilitação Internação nas Clínicas Básicas ANEXO III DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA SOLICITAÇÃO RETROATIVA DE COMPLEMENTAÇÃO DO REPASSE DOS INCENTIVOS FINANCEIROS – ANO ______ EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, EQUIPES DE SAÚDE BUCAL E DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE. MUNICÍPIO:____________________ UF: _____________________ CÓDIGO IBGE: _____________________________________ COMPETÊNCIA:______________ TIPO DE INCENTIVO: CUSTEIO ( ) ADICIONAL ( ) ESF ( ) ACS ( ) ESB Mod I( ) ESB Mod II ( ) IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE: _____________________________ MOTIVO DO NÃO CADASTRAMENTO NO SIAB:______________________________________ ______________________________________________________________________________ NOME DOS PROFISSIONAIS

CATEGORIA PROFISSIONAL

REGISTRO PROFISSIONAL / IDENTIDADE

NOME DA EQUIPE: Identificação da equipe através do nome por ela utilizado. TIPO DE INCENTIVO: Identificar, inicialmente, se o incentivo é de custeio (aquele transferido mensalmente) ou é o adicional. Em seguida, marcar se é relativo a

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equipes de saúde da família, agentes comunitários de saúde ou equipes de saúde bucal, modalidade I ou II. RELAÇÃO DE PROFISSIONAIS: Nome completo de cada profissional integrante da equipe, que não gerou incentivo. CATEGORIA PROFISSIONAL: Identificar a categoria de cada profissional listado na coluna anterior IDENTIDADE/ REGISTRO PROFISSIONAL: Informar, para o médico, enfermeiro e dentista, o registro profissional; e para os demais, digitar o número do documento de identidade, DATA:__________________________________________________ SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE:_____________________ SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO: ____________________________________________

b. Produção escrita do grupo:

i. Problemas apontados:

Aula do dia 13/09/2007- Faculdade de Odonto. Principais Problemas Visualizados nas Visitas de Campo em Felipe Camarão: # Grupo: 01 *Lixo na rua, esgoto. *Falta de voluntariado na biblioteca comunitária. * *Indisponibilidade de Lazer. *Alcoolismo. * *Falta de espaço adequado para projetos sociais. Ex: dentinho. *Demora na reforma da USF. *Falta de Vacina na USF. * Falta de organização e de espaço lúdico na Biblioteca. #Grupo: 02 * Lixão. * Falta de equipamentos sociais. * Disponibilidade social-casas diferenciadas. * População não acredita na prevenção. * * * * * Falta uma política de planejamento familiar. * * Falta de compromisso da polícia. # Grupo: 03 *Inexistência da escola de ensino médio. *Pessoas ociosas-desempregadas.* * *Esgoto a céu aberto provocando mau cheiro. *Posto policial sem viatura e sem armas. *Gravidez na adolescência. * * * * * * Habitação inadequada-Favela do fio.

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# Grupo: 04. * Falta de incentivo dos profissionais (agente de saúde), para inserir os usuários em grupos operativos. * * * * * Violência doméstica-mulher. * Drogadição. * Falta de conscientização do ACS, DO PAPEL DE EDUCADOR. * Sobrecarga de famílias nas equipes. * Feira ao lado da USF, sem estrutura. Os problemas que estão em vermelho, foram aqueles que consideramos mais importante. Aqueles que se for possível pretendemos melhorar ao longo do nosso trabalho na saci. A quantidade de asterisco representa o grau de importância.

ii. Repente: SACI

Construindo a Saúde no Bairro É no intuito de ajudar Que vamos orientar Pois o povo a saúde Deve preservar. /// Cada um tem que se cuidar E o posto procurar Não esperar ficar doente Tem que sempre se lembrar / Prevenir é bem melhor Do que remediar. /// O posto está lá Esperando por você Na equipe de saúde Tem que confiar. /// E das doenças lhe defender Pra que com saúde Você possa viver. /// É preciso consciência Procurar conhecimento Lutar por água tratada E também saneamento. /// O povo deve estar atento Agora e em todo momento E dos políticos cobrar

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Sempre investimento. /// Não quero caridade E sim solidariedade É nosso direito É minha vontade. / Lutar para mudar Essa realidade. Falado (D. Chiquinha): E assim eu termino meu verso Que minha poesia não seja em vão Essa é a mensagem Da Saci de Filipe Camarão. Obs: /// = pausa, / = pequena pausa

iii. Presentes na Assembléia Do dia 25/10/2007.

# Dona Graça: Representante da Capela Santo Antonio.

# Iza Carmem: Representante do PDA Caminho do Sol da Visão Mundial.

# Professora Luciene: Representante da Escola Municipal Djalma Maranhão.

# Maria do Rosário:Representante do Grupo Pastoril.

#Carmelita: Representante da Unidade Básica.

# Jaziel: Médico da Unidade Básica.

# Sônia Lima: Representante da Creche Recanto de Clara.

#Maria Aparecida: Representante da Comunidade.

# José Maria Bezerra: Representante do bairro- faz trabalho voluntariado na Associação de

Morados e é o responsável pela feira.

# Luciano Dias: Agente Comunitário da Unidade Básica de Saúde.

# Climere: Enfermeira da Unidade básica de saúde.

# Darcy Viana: Representante da Unidade básica de saúde.

# Ilma: Representante da Unidade básica de saúde.

#Josineide Francisca: Moradora do Bairro.

# Joseane: Moradora do Bairro.

# Susany: Diretora da Unidade básica de saúde.

#Aldenora Néri: Moradora do Bairro.

# Jose Francisco: Moradora do Bairro

# Jose Roberto: Moradora do Bairro

#Magali Saionara: Moradora do Bairro

#Severina Lucas: Representante do Conselho Gestor, junto a UBS E TRABALHA NA

PastoraL da Criança.

# Dorgival da Silva: Funcionário da UBS.

#Cristina Soares: Moradora do Bairro.

# Maria da Gloria de Morais: Trabalha no grupo Conviver.

#Leila Maria: Dentista da UBS.

# Neise da Conceição: Moradora do Bairro.

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#Maria Lucinda: Moradora do Bairro.

#Maria das Graças:trabalha na UBS.

iv. Reunião

I MOMENTO – Apresentação da Disciplina Joelma iniciou a apresentação citando como surgiu a disciplina Saci (projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e os objetivos estabelecidos, dentre os quais: - Identificar os problemas da comunidade, procurando resolve-los; - Multiprofissionalidade e Interdsciplinaridade; - Trabalho em equipe; - Humanzação dos profissionais. A colega Jaiana falou a comunidade sobre o seu aprendizado no Saci, inclusive o impacto que essa matéria sobre sua vida profissional e pessoal. Foi dada ênfase a importância de existir interação e convívio entre os profissionais e os seus beneficiados desde o início do curso. A primeira pergunta foi feita pelo médico da UBS, doutor Jaziel: qual foi a forma que o grupo chegou aos problemas? Conversando com as pessoas da comunidade? A resposta, dada pelos componentes do Saci como um todo, foi que chegamos aos problemas através dos passeios exploratórios. Tais passeios foram fundamentais para conhecermos os aspectos do bairro. A segunda pergunta deste momento foi feita pela convidada Maria do Rosário, integrante do grupo pastoril: como ocorre a atuação do grupo Saci na comunidade? A resposta dada pelos componentes Ingrid e Rafael Vasconcelos foi que procuramos implantar a conscientização através de conversas, reflexões e atividades interativas. O princípio que move a disciplina é o de ser o sujeito ativo do processo, como lembrou Rafael. II MOMENTO – Problemas Identificados A introdução deste segundo momento foi feita por Juliano. Foram feitos os devidos agradecimentos às boas vindas do grupo Saci. Foi ressaltada, ainda, a atividade dos grupos culturais do bairro, como o Grupo Pastoril. Rafael Vasconcelos, em seguida, apresentou aos convidados os problemas identificados, dentre os quais: - Gravidez na adolescência; - Lixo e Esgotos a céu aberto; - Uso de drogas; - Violência; - Falta de policiamento; - Ausência de lazer; - Questões envolvendo Educação e Saúde. - Contaminação da água por Nitrato. Dona Maria do Rosário acrescentou mais dois problemas: a questão do saneamento básico, inexistente no bairro, e o maltrato e descaso com os animais abandonados. Entretanto, o problema que mais atraiu a atenção dos convidados foi o último, da contaminação da água. Novamente, Dona Maria expôs sua opinião sobre o assunto, falando o quão seria importante haver esclarecimentos sobre como lidar com essa água; até que ponto ela seria prejudicial.

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Nesse ponto, a discussão começou a se prolongar e a tutora Socorro chamou a atenção dos convidados para a escolha do problema. A professora Lucienne, da escola Djalma Maranhão, falou de um problema que está sendo observado nesta escola são as doenças de pele constantes entre as crianças. Aproveitou o momento, também, para informar que a intervenção do Saci vai ser desenvolvida no espaço da escola, no dia 08/11/2007. Dona Severina, representante do Conselho Gestor, falou da importância do bairro também se mobilizar e buscar os órgãos responsáveis, e não somente reclamar do descaso e falta de compromisso. Ressaltou ainda o poder que o grupo tem sobre as mudanças, quando um único indivíduo dificilmente detem esse poder. Alguns convidados também reclamaram das ruas que não são calçadas e por isso recebem toda a água que escoa das chuvas e esgotos. Ficou decidido que, na próxima quinta feira, uma nova reunião será realizada para a discussão das possíveis soluções para o problema escolhido, que foi a Contaminação da Água por Nitrato. Por fim, dona Graça, médica do Programa Saúde da Família, sugeriu fazer um planejamento de trabalho para 2008.

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Referências: GÓES, Moacir de, Djalma maranhão.Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/memoria/djalma/textos/apresent.htm> Acessado em 23 de agosto de 2007 Historia do Rio Grande do Norte, C r i s e d e 6 4 e P o s t e r i o r P a z. Disponível em:<http://tribunadonorte.com.br/especial/histrn/hist_rn_13d.htm> Acessado em 23 de agosto de 2007 Conexão Felipe Camarão, Felipe camarão. Disponível em: <http://www.conexaofelipecamarao.org.br/felipecamarao-o-bairro.php> Acessado em 13 de setembro de 2007

Prefeitura do Natal, Felipe Camarão. Disponível em: <http://www.natal.rn.gov.br/semurb/bairros/oeste/felipe_camarao.php>.Acessado em 13 de setembro de 2007