sabor de-saber-poetar

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Edith Chacon Theodoro

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Page 1: Sabor de-saber-poetar

Edith Chacon Theodoro

Page 2: Sabor de-saber-poetar

Etapas: O sabor de saber poetar O que é poesia? Cadê a poesia daqui? Haicai Poema concreto

Objetivo: Sensibilizar e instrumentalizar o profissional sobre o sabor de saber poetar

Page 3: Sabor de-saber-poetar

Há poesia no jogo do nome Metamorfose Receita de acordar palavras Sugestões de atividades A poesia dentro e fora da estante

Edith Chacon Theodoro - e-mail: [email protected]

Page 4: Sabor de-saber-poetar

O SABOR DE SABER POETAR

A poesia está bem próxima de nós, quer nas letras de música, quer nas brincadeiras infantis, quer nas páginas da bíblia. A poesia está em toda parte. É só olhar em volta: no pulsar das estrelas, no sorriso de uma criança, no perfume das flores, no silêncio, no olhar, no despertar, no desejo, na rua, na lua... A poesia está em qualquer lugar, como bem escreveu o poeta Elias José “ A poesia– é só abrir os olhos e ver – tem tudo a ver com tudo.”

Trabalhar as emoções, brincar com o ritmo e as rimas, fazer sons, jogar com palavras, imagens e a fantasia, decifrar metáforas, escrever, ler, sentir, declamar, se encantar com os poemas e principalmente saboreá-los deveria fazer parte do nosso cardápio cotidiano, pois a poesia alimenta nossa alma, apimenta e adoça nossa imaginação.

Crie seu instante poético e aceite o convite do poeta José Paulo Paes.

Profª Edith Chacon Theodoro

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Poesia é, principalmente, para ser sentida, para que a criança, a partir das emoções que o poema lhe desperta, descubra que ela também pode brincar com a palavra, o som e a imagem e aceite o convite do poeta José Paulo Paes:

CONVITE

Poesia é brincar com as palavrasComo se brincaCom bola, papagaio, pião.

Só que Bola, papagaio, piãode tanto brincarse gostam.

As palavras não:quanto mais se brinca com elasmais novas ficam.

Como a água do rioQue á água sempre nova.Como cada diaQue é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

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Tudo pode ser poesia!. Uma dança, um gesto, uma pintura, uma escultura, um poema, a cena de um filme, uma fotografia e até a sua rotina ... É só abrir os olhos, ver e se deslumbrar.

A seguir, há uma coletânea de imagens e textos poéticos para você treinar o seu olhar de poeta. Saboreie esse momento. Lembre-se de que o olhar do poeta é especial, pois flagra tudo com sensibilidade. Ele fotografa o cotidiano e nos mostra que a arte de ver não é tão complicada assim. Brinque com as imagens, as palavras e os sons. Se desejar, rabisque seus primeiros versos. Clique e bom apetite!

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Vincent Van Gogh

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Sebastião Salgado

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Pablo Picasso

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Sebastião Salgado

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As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa embolada [...]. Saudade dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...

[...]Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi

berrando... Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...

ROSA, João Guimarães. “O Burrinho Pedrês”. In: Sagarana, Rio de Janeiro, José

Olympio Ed., 1982, p.24

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Salv

ador

Dalí

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Diálogo consigo mesmocom a morteos astrosos mortosas idéiaso sonhoo passadoo mais-que-futuroEscolhe teu diálogoetua melhor palavraouteu melhor silêncioMesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos.

O CONSTANTE DIÁLOGO

Há tantos diálogosDiálogo com o ser amadoo semelhanteo diferenteo indiferenteo opostoo adversárioo surdo-mudoo possessoo irracionalo vegetalo mineralo inanimado

Carlos Drummond de Andrade

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Mil vezes ao dia,três gotas de poesia. Usointerno somente.Angela Leite de Souza

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A poesia é só abrir os olhos e ver.

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Trabalhar poesia é aprender a olhar e a sentir o mundoFunções da poesia:

cognitiva –alimenta o espírito; social, política, ideológica – retrata de modo implícito os dramas sociais, responde ao mundo aspectos da existência humana com suas contradições e ambigüidades; catártica – mexe com o nosso interior; lúdica – brinca com as palavras, com os aspectos sonoros, visuais e semânticos; estética – é literatura, obra de arte, uma recriação da realidade.

Mexe com nossos cinco sentidos despertando prazer e interesse pela leitura, em qualquer fase ou faixa etária .

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Haicai

Poema conciso, de origem japonesa, formado por três versos no total de dezessete sílabas. Não há necessidade de rima ou título e seu conteúdo brota da natureza.

Gota de orvalho:

lágrima da madrugada

que a folha enxugou.

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Uma gota de lágrimapede uma gota de chuva.

Ai! Cai! Edith Chacon Theodoro

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Décio Pignatari

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Miro

Age

Geme

Ramo

ARGEMIRO Ar

Mar

Remo

Rio

GO I R

Ira

Rima

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Dentro do seu nome,tiro um AR gostoso,que bate suavemente no meu corpoe aplaca minha IRA.

RIO e vejo quanta água límpida corre do seu nome.Há RIO... Há MAR! Ah! Mar! E no caminho encontro RAMOS, RIMAS, resíduos...GIRO, MIRO e vejo você,

ARGEMIRO.

Edith Chacon Theodoro

ARGEMIRO

UMA BRINCADEIRA COM SEU NOME

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ATO BATO CATO FATO GATO JATO MATO NATO PATO RATO TATO

O gato vê o rato no mato.O rato faz um trato com o pato.

O pato de fato acha chato o gato caçar o rato.Aceita o trato do rato e com seu nado a jato,

molha o gato, que no ato

dá um salto e se esconde no mato.

Lá, cara a cara, gato e rato fazem um pacto com muito tato.

Cada qual no seu espaço.Chega de tanto estardalhaço!

Edith Chacon Theodoro

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Faça sua receita com algumas dessas palavras: ásperas,doces, amargas, silenciosas, barulhentas, frias, quentes, pesadas, leves, engraçadas...

Palavras são como estrelasfacas ou floreselas têm raízes pétalas são lisas ásperas leves ou densaspara acordá-las basta um soproem sua almae como pássarosvão encontrar seu caminho.

Roseana Murray

Receita de acordar palavras

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Criar um ambiente poético. LER muitas poesias.Criar uma caixa mágica de poesias. Brincadeiras com letras, palavras e/ou sons. Brincadeiras orais (trava-línguas, parlendas, poemas musicados, cantigas de roda...) Selecionar versos de diferentes poemas e criar um outro poema ou “quadrinhas malucas” com esses versos. Escrever palavras com rimas ou repetição de sons. Ilustrar poemas (desenhos, colagens, e/ou outros recursos plásticos). Baralho de versos - Quebra-cabeça.

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Desembaralhando as palavras. Criar poemas a partir de imagens. Criar poemas a partir de cenas do cotidiano. Criar poemas a partir de outros gêneros. Ouvir músicas. Fotografar um instante poético e criar um poema. Elaborar uma coletânea de poemas. Brincadeiras com rimas. Dramatizar um poema. Declamar / Fazer um jogral Elaborar um livro de poesias. Expor poemas em um varal poético. Fazer um sarau. E você, o que sugere?

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BIBLIOGRAFIA

1. Para se aprofundar

BERALDO, Alda. Trabalhando com poesia. São Paulo: Ed.Ática,1990.GANCHO, Cândida B.V. Introdução à poesia. São Paulo: Atual,1989.GOLDSTEIN, Norma. Análise do poema. São Paulo: Ática, 1980.JOSÉ, Elias. A poesia pede passagem: um guia para levar a poesia às escolas. São Paulo: Paulus,2003 – Pedagogia da Educação.KIRINUS, Glória. Criança e poesia na pedagogia Freinet. São Paulo: Paulinas, 1998.MICHELETTI, Guaraciaba. Leitura e construção do real: o lugar da poesia e da ficção. São Paulo: Cortez, 2000. – (Coleção aprender e ensinar com textos; v.4)PAIXÃO, Fernando. O que é poesia? São Paulo: Ed. Brasiliense, 1991.

2. Para saborear, se encantar e desejar poetar...

AGUIAR, Vera. (COORD.) Poesia fora da estante. Porto Alegre: Editora Projeto: CPL/PUCRS,1996. ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. AZEVEDO, Ricardo. Ninguém sabe o que é um poema. São Paulo: Ática,2005__________________. A casa do meu avô. São Paulo: Melhoramentos,BANDEIRA, Manuel. Berimbau e outros poemas. Rio de janeiro: Nova Fronteira,1996

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BELINKY, Tatiana. Livro das Tatianices. São Paulo: Salamandra,2004_____________. Di-versos hebraicos. São Paulo: Ed. Spicione,1991.CAMARGO, Luís. O cata-vento e o ventilador. São Paulo: Ed. FTDJOSÉ, Elias. Segredinhos de amor. São Paulo: Moderna,2001_________. O jogo das palavras mágicas. São Paulo: Paulinas,2000_________. O jogo da fantasia. São Paulo: Paulus,2001 LALAU e Laurabeatriz: Brasileirinhos, São Paulo:Cosac&Naif Edições, 2001.LISBOA, Henriqueta. O menino poeta. São Paulo: Ed. Global,LIMA, Ricardo da Cunha, Cambalhota. São Paulo: Companhia das Letrinhas,1996.MAIAKÓVSKI. Poemas. São Paulo, Ed. Perspectiva, 1982.MEIRELES, Cecília. OU isto ou aquilo. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 1981.MORAES, Vinícius. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1991.MURRAY, Roseana. Receita de olhar. São Paulo: FTD,1997NERUDA. Cem sonetos de amor.Porto Alegre: L&PM, NICOLA, José de. Alfabetário. São Paulo: Moderna, 1996._____________. Classificados Poéticos. Belo Horizonte: Minguilim,1984.ORTHOF, Sylvia. Ponto de tecer poesia. Rio de Janeiro: EBAL,1987.

PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática,1990PAIXÃO, Fernando. Poesia a gente inventa. São Paulo: Ática,1995PESSOA, Fernando. Poesias. Porto Alegre: L&PM,1996.QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de. Diário de Classe. São Paulo: Moderna,1992QUINTANA, Mário. Poesias. Porto Alegre: Globo, 1989.______________. Nariz de vidro.SOUZA, Angela Leite de. Três gotas de poesia. São Paulo: Moderna, 1996.TELLES, Carlos Q. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1990._____________. Sementes de sol. São Paulo: Moderna, 1992.ZATZ, Lia. Alfabetando. São Paulo: Paulinas, 2002