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S2C3T1 Fl. 2 1 1 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11030.720367/201416 Recurso nº De Ofício e Voluntário Acórdão nº 2301005.086 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 6 de julho de 2017 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrentes COOPERATIVA AGRICOLA MISTA IBIRAIARAS LTDA. FAZENDA NACIONAL ASSUNTO:CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Anocalendário: 2009, 2010, 2011, 2012 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. (Súmula CARF 103.) CARF. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA PARA SE MANIFESTAR SOBE A RETIFICAÇÃO DA RELAÇÃO DE VÍNCULOS. A Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais RepLeg” e a “Relação de Vínculos VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. (Súmula Carf 88.) RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Súmula Carf 01.) COISA JULGADA. INEXISTÊNCIA. A ação judicial 1999.71.04.0036182 e o RE 363.582/MG não fazem coisa julgada em relação à contribuição a ser recolhida pelo empregador rural pessoa física, prevista no art. 25 da Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei 10.256/2001. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO 11030.720367/2014-16 Fl. 1181 DF CARF MF

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S2C3T1Fl.2

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S2C3T1 MINISTRIODAFAZENDACONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISSEGUNDASEODEJULGAMENTO

Processon 11030.720367/201416

Recurson DeOfcioeVoluntrio

Acrdon 2301005.0863Cmara/1TurmaOrdinriaSessode 6dejulhode2017

Matria CONTRIBUIESPREVIDENCIRIAS

Recorrentes COOPERATIVAAGRICOLAMISTAIBIRAIARASLTDA.

FAZENDANACIONAL

ASSUNTO:CONTRIBUIESSOCIAISPREVIDENCIRIASAnocalendrio:2009,2010,2011,2012

RECURSODEOFCIO.LIMITEDEALADA.Parafinsdeconhecimentoderecursodeofcio,aplicaseolimitedealadavigente na data de sua apreciao em segunda instncia. (Smula CARF103.)

CARF.AUSNCIADECOMPETNCIAPARASEMANIFESTARSOBEARETIFICAODARELAODEVNCULOS.

ARelaodeCoResponsveisCORESP,oRelatriodeRepresentantesLegaisRepLegeaRelaodeVnculosVNCULOS,anexosaautodeinfrao previdencirio lavrado unicamente contra pessoa jurdica, noatribuemresponsabilidadetributriaspessoasaliindicadasnemcomportamdiscusso no mbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendofinalidademeramenteinformativa.(SmulaCarf88.)

RENNCIASINSTNCIASADMINISTRATIVAS.

Importa renncia s instncias administrativas a propositura pelo sujeitopassivodeaojudicialporqualquermodalidadeprocessual,antesoudepoisdo lanamento de ofcio, com omesmo objeto do processo administrativo,sendocabvelapenasaapreciao,pelorgodejulgamentoadministrativo,dematriadistintadaconstantedoprocessojudicial.(SmulaCarf01.)

COISAJULGADA.INEXISTNCIA.

A ao judicial 1999.71.04.0036182 eoRE363.582/MGno fazemcoisajulgada em relao contribuio a ser recolhida pelo empregador ruralpessoafsica,previstanoart.25daLei8.212/1991,comaredaodadapelaLei10.256/2001.

SUSPENSODAEXIGIBILIDADEDOCRDITOTRIBUTRIO

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11030.720367/2014-16 2301-005.086 SEGUNDA SEO DE JULGAMENTO De Ofcio e Voluntrio Acrdo 3 Cmara / 1 Turma Ordinria 06/07/2017 CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS COOPERATIVA AGRICOLA MISTA IBIRAIARAS LTDA. FAZENDA NACIONAL RO No Conhecido e RV Negado Crdito Tributrio Mantido em Parte CARF Relator Joo Bellini Jnior 2.0.4 23010050862017CARF2301ACC Assunto: Contribuies Sociais Previdencirias Ano-calendrio: 2009, 2010, 2011, 2012 RECURSO DE OFCIO. LIMITE DE ALADA. Para fins de conhecimento de recurso de ofcio, aplica-se o limite de alada vigente na data de sua apreciao em segunda instncia. (Smula CARF 103.) CARF. AUSNCIA DE COMPETNCIA PARA SE MANIFESTAR SOBE A RETIFICAO DA RELAO DE VNCULOS. A Relao de Co-Responsveis - CORESP, o Relatrio de Representantes Legais - RepLeg e a Relao de Vnculos - VNCULOS, anexos a auto de infrao previdencirio lavrado unicamente contra pessoa jurdica, no atribuem responsabilidade tributria s pessoas ali indicadas nem comportam discusso no mbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. (Smula Carf 88.) RENNCIA S INSTNCIAS ADMINISTRATIVAS. Importa renncia s instncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ao judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lanamento de ofcio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabvel apenas a apreciao, pelo rgo de julgamento administrativo, de matria distinta da constante do processo judicial. (Smula Carf 01.) COISA JULGADA. INEXISTNCIA. A ao judicial 1999.71.04.003618-2 e o RE 363.582/MG no fazem coisa julgada em relao contribuio a ser recolhida pelo empregador rural pessoa fsica, prevista no art. 25 da Lei 8.212/1991, com a redao dada pela Lei 10.256/2001. SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE DO CRDITO TRIBUTRIO As hipteses de suspenso da exigibilidade do crdito tributrio so as previstas no art. 151 do CTN. SOBRESTAMENTO DO JULGAMENTO. Salvo nas estritas hipteses conexo, decorrncia ou de processos reflexos (Art. 6, 1, Anexo II, Ricarf), no h norma que permita o sobrestamento do feito nas instncias administrativas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos voto, portanto, por (a) NO CONHECER DO RECURSO DE OFCIO e (b) CONHECER EM PARTE DO RECURSO VOLUNTRIO, unicamente quanto aos pedidos de nulidade do auto de infrao, afronta coisa julgada na ao 1999.71.04.003618-2 e no RE 363.852/MG, retificao da Relao de Vnculos, sobrestamento do feito e de suspenso do crdito tributrio para, na parte conhecida, REJEITAR AS PRELIMINARES e, no mrito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do relator. JOO BELLINI JNIOR Presidente e Relator. EDITADO EM: 14/07/2017 Participaram da sesso de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Fabio Piovesan Bozza, Luis Rodolfo Fleury Curado Trovareli, Alexandre Evaristo Pinto, Wesley Rocha e Joo Bellini Jnior (Presidente). Trata-se de recurso voluntrio em face do Acrdo 08-31.608, exarado pela 6 Turma da DRJ em Fortaleza (e-fls. 1138 a 1149). Os autos de infrao de obrigao principal compreendem os perodos de 02/2009 a 12/2012, e compreendem:a) debcad 51.053.503-8: parte patronal e parcela decorrente do financiamento dos benefcios concedidos em razo do grau de incidncia de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, incidente sobre a aquisio de produo rural de pessoa fsica, no valor de R$9.443.335,76;b) debcad 51.053.504-6: contribuies destinadas a outras entidades e fundos (Senar), incidente sobre a receita bruta de comercializao de produo rural, no valor R$932.908,44.Consta do relatrio fiscal, em sntese, que:(a) trata o lanamento da contribuio previdenciria e da contribuio destinada ao Senar, perodo de apurao 02/2009 a 07/2012, nos termos dos arts. 30 e 25, I e II, da Lei 8.212, de 1991, com as alteraes da Lei 10.256, de 2001; (b) o art. 25 da Lei 8.212, de 1991 tem sido objeto de diversas demandas judiciais; contudo, a anlise resume-se constitucionalidade da contribuio do empregador rural pessoa fsica; no se tem notcia de decises que tenham declarado a inconstitucionalidade da contribuio do segurado especial nem tampouco da contribuio destinada ao financiamento do Senar; (c) existem dois recursos extraordinrios submetidos ao rito da repercusso geral, sem deciso definitiva do STF RE 596177 e RE 718874; (d) em 28/07/1999 a Cooperativa Agrcola Mista Ibiraiaras Ltda. ajuizou a Ao Declaratria 1999.71.04.003618-2 na 2 Vara Federal de Passo Fundo, visando declarao da inexigibilidade da contribuio previdenciria sobre a comercializao da produo rural, na condio de representante de seus cooperados; subsidiariamente, requereu o deposito judicial da contribuio contestada; (e) foi indeferida a compensao dos valores e deferida a tutela antecipada para que a autora depositasse mensalmente a contribuio previdenciria sobre a produo rural adquirida de pessoa fsica; (f) pela deciso do TRF da 4 Regio no Agravo de Instrumento 15554.40.2011.00, a cooperativa poderia se abster de realizar os depsitos a partir competncia 10/2012; (g) deciso transitada em julgado determinou a converso do depsito em renda em favor da Unio Federal na integralidade dos valores depositados; (h) diante disso, foram lanados os valores a ttulo de contribuio previdenciria e contribuio para o Senar cujos valores, posteriormente convertidos em renda, deixaram de ser depositados na sua integralidade nas competncias 02/2009, 04/2009 a 01/2012 e 03/2012 a 07/2012, razo pela qual foram constitudos pelo lanamento; (i) o sujeito passivo deixou de informar em Guia de Recolhimento do FGTS e Informaes Previdncia Social (Gfip) a produo rural adquirida de pessoa fsica; (j) a autuada obteve liminar desobrigando-a de recolher a contribuio para o Senar entre 06/2011 e 07/2012; (l)a cooperativa apresentou planilha na qual identifica os empregadores rurais e segurados especiais dos quais adquiria produtos rurais; essas informaes foram confrontadas com o cadastro interno da Receita Federal do Brasil (RFB), a fim de separar os empregadores rurais e os segurados especiais.Na impugnao foi alegado, em sntese: (1) haver deciso judicial (n 1999.71.04.003618-2, 2 Vara Federal de Passo Fundo RS) beneficiando a autora, na qual declarou-se a ilegitimidade da cobrana da contribuio social sobre a receita bruta proveniente da comercializao da produo rural de empregadores pessoas fsicas; (2) o auditor fiscal deixou de considerar os valores depositados judicialmente e posteriormente convertidos em renda, exigindo-os novamente por meio de lanamento fiscal, caracterizando bis in idem; elabora planilha para comprovar que os valores convertidos em renda no foram deduzidos do auto de infrao; (3) no h fundamentao legal suficiente no auto de infrao, mas apenas a informao de que os depsitos no correspondem ao montante integral do crdito tributrio, razo pela qual deve ser declarada a nulidade do lanamento; (4) possui cerca de 3.000 associados espalhados por diversos municpios e que se dedicam produo rural, cujos produtos so por ela recebidos, beneficiados, armazenados e comercializados em comum, atravs do ato cooperativo; (5) discorre sobre o conceito de ato cooperativo, para concluir que a cooperativa no age autonomamente, mas por conta dos seus associados e as eventuais sobras de cada exerccio retornam ao patrimnio dos cooperados, na proporo das operaes de cada um; (6) recolhe a contribuio previdenciria e para o Senar em nome prprio, por conta do seu associado, reduzindo as sobras ao fim do exerccio; (g) o sentido alcanado pela norma constitucional ao estatuir que a seguridade social ser financiada por toda a sociedade (art. 195 da Carta da Repblica) no pode alcanar o absurdo de ser exigido de uma s classe de contribuintes (no caso, o produtor rural cooperativado, proprietrio ou no, que exera suas atividades em regime de economia familiar e/ou com auxlio de empregados) o recolhimento de 2,3% sobre o valor de sua produo agrcola e, outra vez, em bis in idem, recolha mais vinte por cento incidentes sobre o total das remuneraes pagas ou creditadas a qualquer ttulo, no decorrer do ms, aos seus segurados empregados, que constituem os trabalhadores da sua empresa cooperativa por decorrncia do ato cooperativo deles prprios ento, dentro do princpio da transubstanciao; (h) as cooperativas no se enquadram na definio prevista no 8, do art. 195, da Constituio Federal; (i) conforme deciso proferida nos autos de Recurso Extraordinrio n 363.852, o STF declarou a inconstitucionalidade da contribuio sobre a aquisio de produo rural de pessoa fsica art. 1 da Lei 8.540/92, que deu nova redao aos art. 12, V e VII, 25, I e II e 30, IV da Lei 8.212/91; (j) em 22/01/2014, ajuizou Ao Declaratria Constitutiva e Condenatria Cumuladas contra a Unio, visando ao reconhecimento da inconstitucionalidade e a inexigibilidade da exigncia tributria sobre a aquisio de produo rural, prevista no art. 25, inciso I e II, da Lei n 8.212/91, alterada pelo art. 1 da Lei 10.256/2001, alm da repetio dos valores indevidamente recolhidos quele ttulo desde janeiro/2009; diante disso, deve ser sobrestado o julgamento do litgio at o trmino do processo judicial; (h) o relatrio de vnculos elaborado pelo agente do fisco contm erros, conforme descrito fl. 993 dos autos e comprovados por meio das atas de eleio da entidade. A DRJ julgou a impugnao parcialmente procedente, e seu acrdo recebeu as seguintes ementas (e-fls. 1138):ASSUNTO: CONTRIBUIES SOCIAIS PREVIDENCIRIASPerodo de apurao: 01/02/2009 a 31/07/2012NORMAS PROCESSUAIS. OPO PELA VIA JUDICIAL. RENNCIA INSTNCIA ADMINISTRATIVA.A submisso tutela autnoma e superior do Poder Judicirio de matria com a mesma identidade de objeto do processo administrativo, importa em renncia via administrativa.AO JUDICIAL. SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE. DEPSITO JUDICIAL PARCIAL.Somente o depsito do montante integral nos termos do art. 151, II, do Cdigo Tributrio Nacional - CTN, suspende a exigibilidade do crdito tributrio.LANAMENTO FISCAL. DEPSITO JUDICIAL. BIS IN IDEM.Caracteriza bis in idem a exigncia de contribuio previdenciria j depositada judicialmente.Impugnao Procedente em Parte Crdito Tributrio Mantido em ParteConstou no dispositivo do acrdo recorrido:Acordam os membros da 6a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, nos termos do relatrio e voto que integram a presente deciso, julgar procedente em parte a impugnao e manter em parte o crdito tributrio, para:- exonerar o crdito tributrio no valor principal de R$ 894.424,11, Debcad 51.053.503-8, ao qual dever ser acrescido multa e juros;- manter o crdito tributrio no valor principal de R$ 3.508.388,45, Debcad 51.053.503-8, ao qual dever ser acrescido multa e juros; - manter integralmente o crdito tributrio no Debcad 51.053.504-6.Recorre-se de ofcio do presente Acrdo ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, em virtude de o crdito tributrio exonerado ser superior ao limite de alada previsto no Decreto n 70.235/72, art. 34, I, c/c artigo 1 da Portaria do Ministro da Fazenda n 3, de 07/01/2008. Assim, a exonerao do crdito operada por este acrdo somente ter plena eficcia aps o reexame necessrio a ser efetuado em 2 instncia.A cincia dessa deciso ocorreu em 09/01/2015 (e-fl. 1169).Em 09/02/2015, foi apresentado recurso voluntrio, na qual alegado, em sntese (e-fls. 1171 a 1176): (1) ao ter mantido o lanamento versando sobre a contribuio previdenciria incidente sobre a comercializao da produo rural de produtos rurais recebidos de seus cooperados (produtores rurais pessoas fsicas), das competncias 02/2009 a 07/2012, o acrdo recorrido colidiu frontalmente com o decidido pelo STF, que declarou inconstitucional tal exao face aos produtores rurais pessoas fsicas empregadores rurais, quer pelo decidido no RE 363.582/MG, quer na deciso havida pelo mesmo STF nos autos do Processo 1999.71.04.003618-2, em que figurou a ora Recorrente como parte autora, em que pese ela ter informado quais os seus produtores-associados que detm aquela condio, bem como os valores pertinentes a cada um deles (anexo 02 do auto de infrao);(2) dever ser revista a deciso que declarou a renncia esfera administrativa em relao ao discutido na Ao Ordinria 5000957-04.2014.404.7104/RS;(3) a exigncia tributria constante do lanamento impugnado contribuio a ser recolhida pelo empregador rural pessoa fsica (RE 718.874/RS) e pelo segurado especial (RE 761.263), prevista no art. 25 da Lei 8.212, de 1991, com a redao dada pela Lei 10.256, de 2001, objeto de anlise pelo STF, com reconhecida repercusso geral;(4) interps ao para salvaguardar eventual direito seu de interromper a decadncia e a prescrio do direito de repetir a contribuio previdenciria in comento, caso haja um pronunciamento favorvel do STF com relao inconstitucionalidade, nos mesmos valores e pocas em que o Fisco est a exigindo atravs presente auto de infrao; nada obsta que fique sobrestado o lanamento at que se aguarde a deciso daquela Corte, pois j estaria procedida a interrupo do prazo decadencial em relao ao fisco; mesmo que se admita que a repercusso geral determinada pelo STF no seja motivo legal para a suspenso do lanamento, o sobrestamento do feito at que haja uma deciso definitiva daquela Corte constitui medida de bom senso, justa e no elide eventual direito do Fisco;(5) a deciso hostilizada no andou bem, tambm, com relao retificao do Relatrio de Vnculos, pois, simploriamente, constou naquela deciso que "No possvel atender o pleito da impugnante quanto retificao do Relatrio de Vnculos, uma vez que as atas das assemblias juntadas impugnao no seguem ordem cronolgica...Foram feitos os seguintes pedidos: (I) seja julgado procedente o recurso voluntrio, anulando-se o auto de infrao;(II) na hiptese de no ser acolhida a preliminar de anulao do auto de infrao, que seja retificado o referido auto de infrao, excluindo-se os valores correspondentes as contribuies referentes s transaes com Produtores Rurais Pessoas Fsicas empregadores rurais que constam do Anexo 02 do auto de infrao, bem com a excluso da exao reflexa Senar correspondente queles produtores pessoas fsicas empregadores rurais;(III) na eventualidade de restar valores lanados, que seja sobrestado o presente julgamento at que o Judicirio decida definitivamente a questo posta na ao ajuizada anteriormente. o relatrio. Conselheiro Relator Joo Bellini JniorDO RECURSO DE OFCIOFoi exonerado o montante de R$894.424,11 a ttulo da parte patronal e parcela decorrente do financiamento dos benefcios concedidos em razo do grau de incidncia de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, incidente sobre a aquisio de produo rural de pessoa fsica (debcad 51.053.503-8). A tal valor acrescida a multa de 75% (ver extrato do processo, e-fls. 1151 a 1159). Assim, o crdito tributrio exonerado monta a R$894.424,11 + R$670.818,10 (multa de 75%) = R$1.565.242,19.Presentemente, no teor da Portaria MF n 63, de 2017, o reexame necessrio ocorre quando o acrdo da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$2.500.000,00 (dois milhes e quinhentos mil reais):Art. 1 O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrer de ofcio sempre que a deciso exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhes e quinhentos mil reais). 1 O valor da exonerao dever ser verificado por processo. 2 Aplica-se o disposto no caput quando a deciso excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigncia do crdito tributrio.De acordo com a Smula CARF 103, para fins de conhecimento de recurso de ofcio, aplica-se o limite de alada vigente na data de sua apreciao em segunda instncia.Considerando que foi exonerado montante inferior ao definido no art. 1 da Portaria MF n 63, de 2017, no conheo do recurso de ofcio.

DO RECURSO VOLUNTRIOda nulidade do lanamentoFoi pedido o reconhecimento da nulidade do auto de infrao.No possvel deferir o pedido. consabido que no processo administrativo fiscal as causas de nulidade se limitam s que esto elencadas no artigo 59 do Decreto 70.235, de 1972:Art. 59. So nulos:I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente;II os despachos e decises proferidos por autoridade incompetente ou com preterio do direito de defesa. 1 A nulidade de qualquer ato s prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqncia. 2 Na declarao de nulidade, a autoridade dir os atos alcanados, e determinar as providncias necessrias ao prosseguimento ou soluo do processo. 3 Quando puder decidir do mrito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declarao de nulidade, a autoridade julgadora no a pronunciar nem mandar repetir o ato ou suprir-lhe a falta. (Pargrafo acrescentado pela Lei 8.748, de 1993.)A teor do art. 60 do mesmo diploma legislativo, as irregularidades, incorrees e omisses diferentes das retromencionadas no configuram nulidade, devendo ser sanadas se resultarem em prejuzo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando no influrem na soluo do litgio:Art. 60. As irregularidades, incorrees e omisses diferentes das referidas no artigo anterior no importaro em nulidade e sero sanadas quando resultarem em prejuzo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando no influrem na soluo do litgio.No caso concreto, no sequer afirmada a existncia de qualquer ato ou termo lavrado por pessoa incompetente ou de despachos ou deciso proferido por autoridade incompetente ou com preterio do direito de defesa. Na verdade, a preliminar de anulao somente aparece no pedido, dando a entender que foi tomada como equivalente ao provimento de mrito, o qual ser analisado a seguir.Da retificao da Relao de VnculosA recorrente pede a retificao da relao de vnculos. Porm, tal matria no pode ser conhecida por este CARF, por falta de competncia, a teor da Smula Carf 88, pela qual a Relao de Vnculos VNCULOS no comporta discusso no mbito do contencioso administrativo fiscal federal:Smula CARF n 88: A Relao de Co-Responsveis - CORESP, o Relatrio de Representantes Legais RepLeg e a Relao de Vnculos VNCULOS, anexos a auto de infrao previdencirio lavrado unicamente contra pessoa jurdica, no atribuem responsabilidade tributria s pessoas ali indicadas nem comportam discusso no mbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. (Grifou-se.)

Da renncia esfera administrativa Ao Ordinria 5000957-04.2014.404.7104/RSEm 22/01/2014, a recorrente ajuizou a Ao Ordinria 5000957-04.2014.404.7104/RS (e-fls. 1069 e seguintes), visando ao reconhecimento da inconstitucionalidade e a inexigibilidade da exigncia tributria sobre a aquisio de produo rural pessoa fsica, prevista no art. 25, inciso I e II, da Lei 8.212, de 1991, alterada pelo art. 1 da Lei 10.256, de 2001, alm da repetio dos valores indevidamente recolhidos quele ttulo desde janeiro/2009. a ttulo ilustrativo, reproduzo pedido da petio inicial (e-fl. 1122):

De acordo com a Smula Carf n 01, Importa renncia s instncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ao judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lanamento de ofcio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabvel apenas a apreciao, pelo rgo de julgamento administrativo, de matria distinta da constante do processo judicial.No presente caso, resta caracterizada a renncia, pelo recorrente, discusso administrativa da matria concernente incidente sobre a aquisio de produo rural de pessoa fsica, que no presente lanamento constitui crdito tributrio das competncias das competncias 02/2009 a 07/2012.No entanto, devem ser conhecidos (e to somente) os pedidos relacionados ao reconhecimento de afronta coisa julgada, de suspenso do crdito tributrio e de sobrestamento do julgamento em face do STF ter reconhecido a repercusso geral nos RE 718.874/RS e 761.263/SC. da contribuio para o SenarA excluso da exao reflexa Senar correspondente queles produtores pessoas fsicas empregadores rurais no merece ser conhecida face ao disposto no art. 17 do Decreto n 70.235, de 1972, por no haver contestao expressa no recurso voluntrio, ou seja, no foram apresentadas quaisquer razes pelas quais esses valores deveriam ser excludos.Decreto n 70.235, de 1972Art. 17.Considerar-se- no impugnada a matria que no tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.(Redao dada pela Lei n 9.532, de 1997)

Da coisa julgada na ao judicial 1999.71.04.003618-2 e no RE 363.582MGA recorrente afirma que, ao manter o lanamento versando sobre a contribuio previdenciria incidente sobre a comercializao da produo rural de produtos rurais recebidos de seus cooperados (produtores rurais pessoas fsicas), das competncias 02/2009 a 07/2012, o acrdo recorrido colidiu frontalmente com o decidido pelo STF, que declarou inconstitucional tal exao face aos produtores rurais pessoas fsicas empregadores rurais tanto no RE 363.582/MG quanto nos autos do Processo 1999.71.04.003618-2, em que a recorrente parte autora.No lhe assiste razo.Primeiramente, cumpre referir que, no julgamento do RE 718.874/RS, o STF firmou a Tese de Repercusso Geral 669, com o seguinte teor: constitucional formal e materialmente a contribuio social do empregador rural pessoa fsica, instituda pela Lei 10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercializao de sua produo. (Grifou-se.)Tal tese de reproduo obrigatria nos julgamentos deste CARF, por fora do disposto no art. 62, 2, do Ricarf.Quanto ao 1999.71.04.003618-2, seu prprio nmero indica que foi proposta em 1999, antes da edio da Lei 10.256, de 2001. Consulta ao stio eletrnico do TRF4 indica que:(a) em 21/03/2001 foi exarada sentena de improcedncia (https://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtValor=199971040036182&selOrigem=RS&chkMostrarBaixados=&todasfases=S&selForma=NU&todaspartes=&hdnRefId=4667c7509aaf2d866dc2d75259c9f6b9&txtPalavraGerada=ktrr&txtChave=): 21/03/2001 13:44 RECEBIDOS DO JUIZ : SENTENA DE IMPROCEDNCIA(b) a apelao da contribuinte foi desprovida em 25/06/2002 (https://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtValor=199971040036182&selOrigem=TRF&chkMostrarBaixados=&todasfases=S&selForma=NU&todaspartes=&hdnRefId=4667c7509aaf2d866dc2d75259c9f6b9&txtPalavraGerada=ktrr&txtChave= ):25/06/2002 19:00APREGOADO O PROCESSO, FOI JULGADO (JUIZ P/ ACORDO: ALCIDES VETTORAZZI) A TURMA, POR UNANIMIDADE, NEGOU PROVIMENTO AO APELO, NOS TERMOS DO VOTO DO(A) JUIZ(A) RELATOR(A). Recurso especial pleiteando a extino das contribuies para o Funrural aps 1.9.1989 (Lei n. 7.787/89), o qual tomou o nmero 505.602-SC (2003/0037586-2), foi parcialmente provido em 11/06/2008, em acrdo que reconheceu que o Funrural esteve vigente at a edio da Lei n. 8.213/91. Reproduzo a sua ementa:TRIBUTRIO CONTRIBUIO PARA O FUNRURAL LEI N. 7.787/89 CUSTEIO DA PREVIDNCIA SOCIAL AT A EDIO DA LEI N. 8.213/91 RECURSO ESPECIAL PROVIDO EM PARTE.(...)Ante o exposto, com fundamento no artigo 557, caput, e 1-A do Cdigo de Processo Civil, dou parcial provimento ao recurso especial, para reconhecer a extino da contribuio do FUNRURAL incidente sobre a folha de salrios, prevista no art. 15, inciso II, da Lei Complementar n. 11/71, subsistindo a aludida contribuio sobre a comercializao de produtos rurais que somente foi suprimida com a edio da Lei n. 8.213/91, em seu art. 138. Em razo da sucumbncia recproca, cada parte arcar com os honorrios dos respectivos patronos. Publique-se. Intimem-seOs limites objetivos da coisa julgada ficam claros luz do EDcl no AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL N 505.602 - SC (2003/0037586-2):EMBARGANTE: COOPERATIVA AGRCOLA MISTA IBIRAIARAS LTDA TRIBUTRIO - SEGURIDADE SOCIAL - CONTRIBUIO PARA O FUNRURAL - VALOR DE COMERCIALIZAO DOS PRODUTOS RURAIS - LC N. 11/71 - EXTINO APENAS COM A LEI N. 8.213/1991 - AUSNCIA DE QUALQUER UM DOS VCIOS ELENCADOS NO ART. 535 DO CPC - IMPOSSIBILIDADE DE EFEITOS INFRINGENTES. 1. Conforme consignado no acrdo embargado, a contribuio para o FUNRURAL - incidente sobre o valor comercial dos produtos rurais (artigo 15, I, da Lei Complementar 11/71) -, permaneceu vigente at o advento da Lei n. 8.213/1991, que passou a vigorar em novembro de 1991. 2. O pleito da ora embargante, nas razes de recurso especial, foi no sentido do reconhecimento da extino das contribuies para o Funrural aps 1.9.1989 (Lei n. 7.787/89), logo, no h falar em total provimento do recurso especial, porquanto apenas parte do pedido foi atendido. (Grifou-se.)(...)A obrigao da Unio foi adimplida e foi extinta a execuo de sentena:15/06/2016 00:31 Disponibilizao de Sentena no dia 15/06/2016 (Boletim JF 085/2016) - Abrir documento EXECUO DE SENTENA CONTRA FAZENDA PBL N 1999.71.04.003618-2/RSEXEQUENTE: COOPERATIVA AGRICOLA MISTA IBIRAIARAS LTDAEXECUTADO: UNIO - FAZENDA NACIONALSENTENACOOPERATIVA AGRCOLA MISTA IBIRAIARAS promoveu Execuo de Sentena contra a UNIO - FAZENDA NACIONAL com base em ttulo executivo judicial transitado em julgado.Aps o processamento regular do feito, a executada efetuou o pagamento do dbito fl. 1232.Considerando o adimplemento da obrigao de pagar, impe-se a extino do feito.Ante o exposto, EXTINGO A EXECUO com fundamento no art. 924, II, do CPC. (Grifou-se.)Logo, no h falar sobre os efeitos da coisa julgada da ao 1999.71.04.003618-2 sobre o lanamento em questo.A seu turno, o RE 363.582/MG no foi conhecido pelo STF:

Por sua vez, o decidido no RE 363.852/MG atinge fatos geradores que tm como fato gerador as Leis 8.540, de 1992 e 9.528, de 1997, ou seja anteriores edio da Lei 10.256, de 2001: CONTRIBUIO SOCIAL - COMERCIALIZAO DE BOVINOS - PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS - SUB-ROGAO - LEI N 8.212/91 - ARTIGO 195, INCISO I, DA CARTA FEDERAL - PERODO ANTERIOR EMENDA CONSTITUCIONAL N 20/98 - UNICIDADE DE INCIDNCIA - EXCEES - COFINS E CONTRIBUIO SOCIAL - PRECEDENTE - INEXISTNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. Ante o texto constitucional, no subsiste a obrigao tributria sub-rogada do adquirente, presente a venda de bovinos por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n 8.212/91, com as redaes decorrentes das Leis n 8.540/92 e n 9.528/97. Aplicao de leis no tempo - consideraes. (RE 363852/ MG - Minas Gerais) (Grifou-se.)Uma vez que, no presente caso, a exigncia da contribuio previdenciria incidente sobre o valor da compra de produo rural junto a produtor rural pessoa fsica refere-se a fatos geradores ocorridos entre 02/2009 a 07/2012, na vigncia de Lei 10.256, de 2001, tambm o decidido no RE 363.852/MG no produz efeitos sobre o lanamento. Assim, no h falar, no presente caso, em eficcia ou efeitos da coisa julgada da ao 1999.71.04.003618-2 ou do RE 363.852/MG. Porm, tambm no produz efeitos o decidido no do RE 718.874 (Tese de Repercusso Geral 669), em face da renncia esfera administrativa.Do sobrestamento do feitoDa suspenso da exigibilidade do crdito tributrioSalvo nas estritas hipteses conexo, decorrncia ou de processos reflexos (Art. 6, 1, Anexo II do Ricarf), no h norma que permita o sobrestamento do feito nas instncias administrativas, a exemplo do que ocorre na esfera judicial, no sendo possvel, portanto, deferir o pedido do contribuinte nesse sentido.No mesmo sentido vem decidindo esta Turma:INCONSTITUCIONALIDADE. CONTRIBUIO DO EMPREGADOR RURAL PESSOA FSICA. PERODO POSTERIOR LEI 10.256/2001. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE POR SUBSTITUIO TRIBUTRIA. CONTRIBUIO DA AGROINDSTRIA. O Supremo Tribunal Federal declarou, em sede de Recurso Extraordinrio com Repercusso Geral Reconhecida, a inconstitucionalidade da contribuio do empregador rural pessoa fsica prevista no art. 25, I e II, da lei 8212/91, nas redaes dadas pelas leis n 8.540/92 e 9.528/97, cuja deciso no abarca as contribuies da mesma natureza, exigidas aps a Lei 10.256/2001, nem o instituto da sub-rogao da obrigao de o adquirente arrecadar e recolher tais contribuies, previsto nos incisos III e IV do art. 30 da Lei 8.212/91, com a redao da Lei 9.528/97.O CARF no est autorizado a suspender o julgamento da contribuio da Agroindstria enquanto pendente deciso de mrito sobre a matria, em sede de Recurso Extraordinrio com Repercusso Geral Reconhecida. (Acrdo 2301-004.470)Quanto suspenso do crdito tributrio, deve se aplicado o art. 151 do Cdigo Tributrio Nacional (CTN):Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio: I - moratria; II - o depsito do seu montante integral; III - as reclamaes e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributrio administrativo; IV - a concesso de medida liminar em mandado de segurana. V a concesso de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espcies de ao judicial;(Includo pela Lcp n 104, de 2001) VI o parcelamento.(Includo pela Lcp n 104, de 2001) Pargrafo nico. O disposto neste artigo no dispensa o cumprimento das obrigaes assessrios dependentes da obrigao principal cujo crdito seja suspenso, ou dela conseqentes.No caso, havendo recurso administrativo, o crdito tributrio fica com a sua exigibilidade suspensa at o final de seu julgamento.ConclusoPelo exposto, voto, portanto, por (a) NO CONHECER DO RECURSO DE OFCIO e (b) CONHECER EM PARTE DO RECURSO VOLUNTRIO, unicamente quanto aos pedidos de nulidade do auto de infrao, afronta coisa julgada na ao 1999.71.04.003618-2 e no RE 363.852/MG, retificao da Relao de Vnculos, sobrestamento do feito e de suspenso do crdito tributrio para, na parte conhecida, REJEITAR AS PRELIMINARES e, no mrito, NEGAR-LHE PROVIMENTO.

(assinado digitalmente)Joo Bellini JniorRelator

2

As hipteses de suspenso da exigibilidade do crdito tributrio so asprevistasnoart.151doCTN.

SOBRESTAMENTODOJULGAMENTO.

Salvo nas estritas hipteses conexo, decorrncia ou de processos reflexos(Art.6,1,AnexoII,Ricarf),nohnormaquepermitaosobrestamentodofeitonasinstnciasadministrativas.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros docolegiadoporunanimidadedevotosvoto,portanto,por(a)NOCONHECERDORECURSODE OFCIO e (b) CONHECER EM PARTE DO RECURSO VOLUNTRIO, unicamentequanto aos pedidos de nulidade do auto de infrao, afronta coisa julgada na ao1999.71.04.0036182enoRE363.852/MG,retificaodaRelaodeVnculos,sobrestamentodo feito e de suspenso do crdito tributrio para, na parte conhecida, REJEITAR ASPRELIMINARESe,nomrito,NEGARLHEPROVIMENTO,nostermosdovotodorelator.

JOOBELLINIJNIORPresidenteeRelator.

EDITADOEM:14/07/2017

Participaramdasessodejulgamentoosconselheiros:AndreaBroseAdolfo,Fabio Piovesan Bozza, Luis Rodolfo Fleury Curado Trovareli, Alexandre Evaristo Pinto,WesleyRochaeJooBelliniJnior(Presidente).

Relatrio

TratasederecursovoluntrioemfacedoAcrdo0831.608,exaradopela6TurmadaDRJemFortaleza(efls.1138a1149).

Os autos de infrao de obrigao principal compreendem os perodos de02/2009a12/2012,ecompreendem:

a)debcad51.053.5038:partepatronaleparceladecorrentedofinanciamentodos benefcios concedidos em razo do grau de incidncia de incapacidade laborativadecorrentesdosriscosambientaisdotrabalho,incidentesobreaaquisiodeproduoruraldepessoafsica,novalordeR$9.443.335,76

b)debcad51.053.5046:contribuiesdestinadasaoutrasentidadesefundos(Senar), incidente sobre a receita bruta de comercializao de produo rural, no valorR$932.908,44.

Constadorelatriofiscal,emsntese,que:

(a) trata o lanamento da contribuio previdenciria e da contribuiodestinadaaoSenar,perododeapurao02/2009a07/2012,nostermosdosarts.30e25,IeII,daLei8.212,de1991,comasalteraesdaLei10.256,de2001

(b) o art. 25 da Lei 8.212, de 1991 tem sido objeto de diversas demandasjudiciais contudo, a anlise resumese constitucionalidade da contribuio do empregadorrural pessoa fsica no se tem notcia de decises que tenham declarado a

Fl. 1182DF CARF MF

Processon11030.720367/201416Acrdon.2301005.086

S2C3T1Fl.3

3

inconstitucionalidade da contribuio do segurado especial nem tampouco da contribuiodestinadaaofinanciamentodoSenar

(c) existemdois recursos extraordinrios submetidos ao ritoda repercussogeral,semdecisodefinitivadoSTFRE596177eRE718874

(d) em 28/07/1999 aCooperativaAgrcolaMista Ibiraiaras Ltda. ajuizou aAo Declaratria 1999.71.04.0036182 na 2 Vara Federal de Passo Fundo, visando declarao da inexigibilidade da contribuio previdenciria sobre a comercializao daproduorural,nacondioderepresentantedeseuscooperadossubsidiariamente,requereuodepositojudicialdacontribuiocontestada

(e) foi indeferida a compensao dos valores e deferida a tutela antecipadapara que a autora depositasse mensalmente a contribuio previdenciria sobre a produoruraladquiridadepessoafsica

(f) pela deciso do TRF da 4 Regio no Agravo de Instrumento15554.40.2011.00,acooperativapoderiaseabsterderealizarosdepsitosapartircompetncia10/2012

(g) deciso transitada em julgado determinou a converso do depsito emrendaemfavordaUnioFederalnaintegralidadedosvaloresdepositados

(h) diante disso, foram lanados os valores a ttulo de contribuioprevidenciriaecontribuioparaoSenarcujosvalores,posteriormenteconvertidosemrenda,deixaram de ser depositados na sua integralidade nas competncias 02/2009, 04/2009 a01/2012e03/2012a07/2012,razopelaqualforamconstitudospelolanamento

(i)osujeitopassivodeixoudeinformaremGuiadeRecolhimentodoFGTSeInformaesPrevidnciaSocial(Gfip)aproduoruraladquiridadepessoafsica

(j)aautuadaobteveliminardesobrigandoaderecolheracontribuioparaoSenarentre06/2011e07/2012

(l) a cooperativa apresentou planilha na qual identifica os empregadoresrurais e segurados especiais dos quais adquiria produtos rurais essas informaes foramconfrontadascomocadastrointernodaReceitaFederaldoBrasil(RFB),afimdesepararosempregadoresruraiseosseguradosespeciais.

Naimpugnaofoialegado,emsntese:

(1)haverdecisojudicial(n1999.71.04.0036182,2VaraFederaldePassoFundo RS) beneficiando a autora, na qual declarouse a ilegitimidade da cobrana dacontribuiosocialsobreareceitabrutaprovenientedacomercializaodaproduoruraldeempregadorespessoasfsicas

(2)oauditorfiscaldeixoudeconsiderarosvaloresdepositadosjudicialmenteeposteriormenteconvertidosemrenda,exigindoosnovamentepormeiodelanamentofiscal,caracterizando bis in idem elabora planilha para comprovar que os valores convertidos emrendanoforamdeduzidosdoautodeinfrao

Fl. 1183DF CARF MF

4

(3)nohfundamentaolegalsuficientenoautodeinfrao,masapenasainformaodequeosdepsitosnocorrespondemaomontanteintegraldocrditotributrio,razopelaqualdeveserdeclaradaanulidadedolanamento

(4) possui cerca de 3.000 associados espalhados por diversosmunicpios eque se dedicam produo rural, cujos produtos so por ela recebidos, beneficiados,armazenadosecomercializadosemcomum,atravsdoatocooperativo

(5) discorre sobre o conceito de ato cooperativo, para concluir que acooperativanoageautonomamente,masporcontadosseusassociadoseaseventuaissobrasdecadaexerccioretornamaopatrimniodoscooperados,naproporodasoperaesdecadaum

(6)recolheacontribuioprevidenciriaeparaoSenaremnomeprprio,porcontadoseuassociado,reduzindoassobrasaofimdoexerccio

(g) o sentido alcanado pela norma constitucional ao estatuir que aseguridade social ser financiada por toda a sociedade (art. 195 daCarta daRepblica) nopodealcanaroabsurdodeserexigidodeumasclassedecontribuintes(nocaso,oprodutorrural cooperativado,proprietrioouno,que exera suas atividades em regimedeeconomiafamiliar e/ou com auxlio de empregados) o recolhimento de 2,3% sobre o valor de suaproduoagrcolae,outravez,embisinidem,recolhamaisvinteporcentoincidentessobreototal das remuneraes pagas ou creditadas a qualquer ttulo, no decorrer doms, aos seussegurados empregados, que constituem os trabalhadores da sua empresa cooperativa pordecorrncia do ato cooperativo deles prprios ento, dentro do princpio datransubstanciao

(h)ascooperativasnoseenquadramnadefinioprevistano8,doart.195,daConstituioFederal

(i) conforme deciso proferida nos autos de Recurso Extraordinrio n363.852,oSTFdeclarouainconstitucionalidadedacontribuiosobreaaquisiodeproduoruraldepessoafsicaart.1daLei8.540/92,quedeunovaredaoaosart.12,VeVII,25,IeIIe30,IVdaLei8.212/91

(j) em 22/01/2014, ajuizou Ao Declaratria Constitutiva e CondenatriaCumuladas contra a Unio, visando ao reconhecimento da inconstitucionalidade e ainexigibilidadedaexignciatributriasobreaaquisiodeproduorural,previstanoart.25,incisoIeII,daLein8.212/91,alteradapeloart.1daLei10.256/2001,almdarepetiodosvalores indevidamente recolhidos quele ttulo desde janeiro/2009 diante disso, deve sersobrestadoojulgamentodolitgioatotrminodoprocessojudicial

(h) o relatrio de vnculos elaborado pelo agente do fisco contm erros,conformedescritofl.993dosautosecomprovadospormeiodasatasdeeleiodaentidade.

ADRJjulgouaimpugnaoparcialmenteprocedente,eseuacrdorecebeuasseguintesementas(efls.1138):

ASSUNTO:CONTRIBUIESSOCIAISPREVIDENCIRIAS

Perododeapurao:01/02/2009a31/07/2012

NORMAS PROCESSUAIS. OPO PELA VIA JUDICIAL.RENNCIAINSTNCIAADMINISTRATIVA.

Fl. 1184DF CARF MF

Processon11030.720367/201416Acrdon.2301005.086

S2C3T1Fl.4

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Asubmisso tutelaautnomae superiordoPoder Judiciriode matria com a mesma identidade de objeto do processoadministrativo,importaemrennciaviaadministrativa.

AO JUDICIAL. SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE.DEPSITOJUDICIALPARCIAL.

Somenteodepsitodomontanteintegralnostermosdoart.151,II, do Cdigo Tributrio Nacional CTN, suspende aexigibilidadedocrditotributrio.

LANAMENTOFISCAL.DEPSITOJUDICIAL.BISINIDEM.

Caracteriza bis in idem a exigncia de contribuioprevidenciriajdepositadajudicialmente.

ImpugnaoProcedenteemParte

CrditoTributrioMantidoemParte

Constounodispositivodoacrdorecorrido:

Acordam os membros da 6a Turma de Julgamento, porunanimidade de votos, nos termos do relatrio e voto queintegram a presente deciso, julgar procedente em parte aimpugnaoemanteremparteocrditotributrio,para:

exonerar o crdito tributrio no valor principal de R$894.424,11,Debcad51.053.5038,aoqualdeverseracrescidomultaejuros

manter o crdito tributrio no valor principal de R$3.508.388,45, Debcad 51.053.5038, ao qual dever seracrescidomultaejuros

manter integralmente o crdito tributrio no Debcad51.053.5046.

Recorrese de ofcio do presente Acrdo ao ConselhoAdministrativo de Recursos Fiscais CARF, em virtude de ocrdito tributrio exonerado ser superior ao limite de aladaprevisto no Decreto n 70.235/72, art. 34, I, c/c artigo 1 daPortariadoMinistrodaFazendan3,de07/01/2008.Assim,aexonerao do crdito operada por este acrdo somente terplenaeficciaapso reexamenecessrioa ser efetuadoem2instncia.

Acinciadessadecisoocorreuem09/01/2015(efl.1169).

Em 09/02/2015, foi apresentado recurso voluntrio, na qual alegado, emsntese(efls.1171a1176):

(1)aotermantidoolanamentoversandosobreacontribuioprevidenciriaincidente sobre a comercializao da produo rural de produtos rurais recebidos de seuscooperados(produtoresruraispessoasfsicas),dascompetncias02/2009a07/2012,oacrdorecorrido colidiu frontalmente com o decidido pelo STF, que declarou inconstitucional tal

Fl. 1185DF CARF MF

6

exaofaceaosprodutores ruraispessoas fsicasempregadores rurais,querpelodecididonoRE 363.582/MG, quer na deciso havida pelo mesmo STF nos autos do Processo1999.71.04.0036182,emquefigurouaoraRecorrentecomoparteautora,emquepeseelaterinformado quais os seus produtoresassociados que detm aquela condio, bem como osvalorespertinentesacadaumdeles(anexo02doautodeinfrao)

(2)deverserrevistaadecisoquedeclarouarennciaesferaadministrativaemrelaoaodiscutidonaAoOrdinria500095704.2014.404.7104/RS

(3)aexignciatributriaconstantedolanamentoimpugnadocontribuioaserrecolhidapeloempregadorruralpessoafsica(RE718.874/RS)epeloseguradoespecial(RE761.263),previstanoart.25daLei8.212,de1991,comaredaodadapelaLei10.256,de2001,objetodeanlisepeloSTF,comreconhecidarepercussogeral

(4) interps ao para salvaguardar eventual direito seu de interromper adecadnciaeaprescriododireitoderepetiracontribuioprevidenciria incomento,casohajaumpronunciamentofavorveldoSTFcomrelaoinconstitucionalidade,nosmesmosvaloresepocasemqueoFiscoestaexigindoatravspresenteautodeinfraonadaobstaquefiquesobrestadoolanamentoatqueseaguardeadecisodaquelaCorte,poisjestariaprocedidaainterrupodoprazodecadencialemrelaoaofiscomesmoqueseadmitaquearepercussogeraldeterminadapeloSTFnosejamotivolegalparaasuspensodolanamento,osobrestamentodofeitoatquehajaumadecisodefinitivadaquelaCorteconstituimedidadebomsenso,justaenoelideeventualdireitodoFisco

(5)adecisohostilizadanoandoubem,tambm,comrelaoretificaodoRelatriodeVnculos,pois,simploriamente,constounaqueladecisoque"NopossvelatenderopleitodaimpugnantequantoretificaodoRelatriodeVnculos,umavezqueasatasdasassembliasjuntadasimpugnaonoseguemordemcronolgica...

Foramfeitososseguintespedidos:

(I) seja julgado procedente o recurso voluntrio, anulandose o auto deinfrao

(II) na hiptese de no ser acolhida a preliminar de anulao do auto deinfrao, que seja retificado o referido auto de infrao, excluindose os valorescorrespondentes as contribuies referentes s transaes com Produtores Rurais PessoasFsicas empregadores rurais que constam do Anexo 02 do auto de infrao, bem com aexcluso da exao reflexa Senar correspondente queles produtores pessoas fsicasempregadoresrurais

(III) na eventualidade de restar valores lanados, que seja sobrestado opresente julgamento at que o Judicirio decida definitivamente a questo posta na aoajuizadaanteriormente.

orelatrio.

Voto

ConselheiroRelatorJooBelliniJnior

DORECURSODEOFCIO

Fl. 1186DF CARF MF

Processon11030.720367/201416Acrdon.2301005.086

S2C3T1Fl.5

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Foi exonerado o montante de R$894.424,11 a ttulo da parte patronal eparceladecorrentedofinanciamentodosbenefciosconcedidosemrazodograudeincidnciade incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, incidente sobre aaquisiodeproduoruraldepessoafsica(debcad51.053.5038).Atalvaloracrescidaamulta de 75% (ver extrato do processo, efls. 1151 a 1159). Assim, o crdito tributrioexoneradomontaaR$894.424,11+R$670.818,10(multade75%)=R$1.565.242,19.

Presentemente,noteordaPortariaMFn63,de2017,oreexamenecessrioocorre quando o acrdo da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) exonerarsujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior aR$2.500.000,00(doismilhesequinhentosmilreais):

Art.1OPresidentedeTurmadeJulgamentodaDelegaciadaReceita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrer deofcio sempre que a deciso exonerar sujeito passivo dopagamento de tributo e encargos de multa, em valor totalsuperior a R$ 2.500.000,00 (dois milhes e quinhentos milreais).

1Ovalordaexoneraodeverserverificadoporprocesso.

2 Aplicase o disposto no caput quando a deciso excluirsujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade daexignciadocrditotributrio.

DeacordocomaSmulaCARF103,parafinsdeconhecimentoderecursodeofcio,aplicaseolimitedealadavigentenadatadesuaapreciaoemsegundainstncia.

Considerandoquefoiexoneradomontante inferioraodefinidonoart.1daPortariaMFn63,de2017,noconheodorecursodeofcio.

DORECURSOVOLUNTRIO

DANULIDADEDOLANAMENTO

Foipedidooreconhecimentodanulidadedoautodeinfrao.

Nopossveldeferiropedido.consabidoquenoprocessoadministrativofiscalascausasdenulidadeselimitamsqueestoelencadasnoartigo59doDecreto70.235,de1972:

Art.59.Sonulos:

Iosatosetermoslavradosporpessoaincompetente

II os despachos e decises proferidos por autoridadeincompetenteoucompreteriododireitodedefesa.

1Anulidadedequalqueratosprejudicaosposterioresquedelediretamentedependamousejamconseqncia.

Fl. 1187DF CARF MF

8

2 Na declarao de nulidade, a autoridade dir os atosalcanados, e determinar as providncias necessrias aoprosseguimentoousoluodoprocesso.

3Quandopuderdecidirdomritoafavordosujeitopassivoaquem aproveitaria a declarao de nulidade, a autoridadejulgadora no a pronunciar nem mandar repetir o ato ousuprirlhe a falta. (Pargrafo acrescentado pela Lei 8.748, de1993.)

A teor do art. 60 do mesmo diploma legislativo, as irregularidades,incorreeseomissesdiferentesdasretromencionadasnoconfiguramnulidade,devendosersanadas se resultarem em prejuzo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dadocausa,ouquandonoinfluremnasoluodolitgio:

Art. 60. As irregularidades, incorrees e omisses diferentesdas referidas no artigo anterior no importaro emnulidade esero sanadas quando resultarem em prejuzo para o sujeitopassivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando noinfluremnasoluodolitgio.

No caso concreto, no sequer afirmada a existncia de qualquer ato outermolavradoporpessoaincompetenteoudedespachosoudecisoproferidoporautoridadeincompetenteoucompreteriododireitodedefesa.Naverdade,apreliminardeanulaosomenteaparecenopedido,dandoaentenderquefoitomadacomoequivalenteaoprovimentodemrito,oqualseranalisadoaseguir.

DARETIFICAODARELAODEVNCULOS

Arecorrentepedearetificaodarelaodevnculos.Porm,talmatrianopodeserconhecidaporesteCARF,porfaltadecompetncia,ateordaSmulaCarf88,pelaqualaRelaodeVnculosVNCULOSnocomportadiscussonombitodocontenciosoadministrativofiscalfederal:

Smula CARF n 88: A Relao de CoResponsveis CORESP,oRelatriodeRepresentantesLegaisRepLegea Relao de Vnculos VNCULOS, anexos a auto deinfrao previdencirio lavrado unicamente contra pessoajurdica,noatribuemresponsabilidadetributriaspessoasaliindicadasnemcomportamdiscussonombitodocontenciosoadministrativo fiscal federal, tendo finalidade meramenteinformativa.(Grifouse.)

DARENNCIAESFERAADMINISTRATIVA

AOORDINRIA500095704.2014.404.7104/RSEm 22/01/2014, a recorrente ajuizou a Ao Ordinria 5000957

04.2014.404.7104/RS (efls. 1069 e seguintes), visando ao reconhecimento dainconstitucionalidadeeainexigibilidadedaexignciatributriasobreaaquisiodeproduoruralpessoafsica,previstanoart.25,incisoIeII,daLei8.212,de1991,alteradapeloart.1daLei10.256,de2001,almdarepetiodosvaloresindevidamenterecolhidosquelettulodesdejaneiro/2009.attuloilustrativo,reproduzopedidodapetioinicial(efl.1122):

Fl. 1188DF CARF MF

Processon11030.720367/201416Acrdon.2301005.086

S2C3T1Fl.6

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De acordo com a Smula Carf n 01, Importa renncia s instnciasadministrativas a propositura pelo sujeito passivo de ao judicial por qualquermodalidadeprocessual, antes ou depois do lanamento de ofcio, com o mesmo objeto do processoadministrativo,sendocabvelapenasaapreciao,pelorgodejulgamentoadministrativo,dematriadistintadaconstantedoprocessojudicial.

Nopresentecaso,restacaracterizadaarenncia,pelorecorrente,discussoadministrativa da matria concernente incidente sobre a aquisio de produo rural depessoa fsica, que no presente lanamento constitui crdito tributrio das competncias dascompetncias02/2009a07/2012.

Noentanto,devemserconhecidos(etosomente)ospedidosrelacionadosaoreconhecimento de afronta coisa julgada, de suspenso do crdito tributrio e desobrestamento do julgamento em face do STF ter reconhecido a repercusso geral nos RE718.874/RSe761.263/SC.

DACONTRIBUIOPARAOSENAR

A excluso da exao reflexa Senar correspondente queles produtorespessoasfsicasempregadoresruraisnomereceserconhecidafaceaodispostonoart.17doDecreton70.235,de1972,pornohavercontestaoexpressanorecursovoluntrio,ouseja,noforamapresentadasquaisquerrazespelasquaisessesvaloresdeveriamserexcludos.

Decreton70.235,de1972

Art. 17.Considerarse no impugnada a matria que notenhasidoexpressamentecontestadapeloimpugnante.(RedaodadapelaLein9.532,de1997)

DACOISAJULGADANAAOJUDICIAL1999.71.04.0036182ENORE363.582MG

A recorrente afirma que, ao manter o lanamento versando sobre acontribuio previdenciria incidente sobre a comercializao da produo rural de produtosrurais recebidos de seus cooperados (produtores rurais pessoas fsicas), das competncias02/2009 a 07/2012, o acrdo recorrido colidiu frontalmente como decidido peloSTF, quedeclarou inconstitucional tal exao face aos produtores rurais pessoas fsicas empregadoresruraistantonoRE363.582/MGquantonosautosdoProcesso1999.71.04.0036182,emquearecorrenteparteautora.

Fl. 1189DF CARF MF

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Nolheassisterazo.

Primeiramente,cumprereferirque,nojulgamentodoRE718.874/RS,oSTFfirmouaTesedeRepercussoGeral669,comoseguinteteor:

constitucional formalematerialmenteacontribuiosocialdo empregador rural pessoa fsica, instituda pela Lei10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida com acomercializaodesuaproduo.(Grifouse.)

TaltesedereproduoobrigatrianosjulgamentosdesteCARF,porforadodispostonoart.62,2,doRicarf.

Quanto ao 1999.71.04.0036182, seu prprio nmero indica que foiproposta em 1999, antes da edio da Lei 10.256, de 2001. Consulta ao stio eletrnico doTRF4indicaque:

(a) em 21/03/2001 foi exarada sentena de improcedncia(https://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtValor=199971040036182&selOrigem=RS&chkMostrarBaixados=&todasfases=S&selForma=NU&todaspartes=&hdnRefId=4667c7509aaf2d866dc2d75259c9f6b9&txtPalavraGerada=ktrr&txtChave=):

21/03/200113:44RECEBIDOSDOJUIZ:SENTENADEIMPROCEDNCIA

(b) a apelao da contribuinte foi desprovida em 25/06/2002(https://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtValor=199971040036182&selOrigem=TRF&chkMostrarBaixados=&todasfases=S&selForma=NU&todaspartes=&hdnRefId=4667c7509aaf2d866dc2d75259c9f6b9&txtPalavraGerada=ktrr&txtChave=):

25/06/2002 19:00APREGOADO O PROCESSO, FOIJULGADO (JUIZ P/ ACORDO: ALCIDES VETTORAZZI) ATURMA, POR UNANIMIDADE, NEGOU PROVIMENTO AOAPELO, NOS TERMOS DO VOTO DO(A) JUIZ(A)RELATOR(A).

Recurso especial pleiteando a extino das contribuies para o Funruralaps1.9.1989 (Lein.7.787/89),oqual tomouonmero505.602SC (2003/00375862), foiparcialmente provido em 11/06/2008, em acrdo que reconheceu que o Funrural estevevigenteataediodaLein.8.213/91.Reproduzoasuaementa:

TRIBUTRIOCONTRIBUIOPARAOFUNRURALLEIN. 7.787/89 CUSTEIO DA PREVIDNCIA SOCIAL AT AEDIO DA LEI N. 8.213/91 RECURSO ESPECIALPROVIDOEMPARTE.

(...)

Anteoexposto,comfundamentonoartigo557,caput, e1AdoCdigodeProcessoCivil,douparcialprovimentoaorecursoespecial, para reconhecer a extino da contribuio doFUNRURALincidentesobreafolhadesalrios,previstanoart.15, inciso II, da Lei Complementar n. 11/71, subsistindo aaludidacontribuiosobreacomercializaodeprodutosrurais

Fl. 1190DF CARF MF

Processon11030.720367/201416Acrdon.2301005.086

S2C3T1Fl.7

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quesomentefoisuprimidacomaediodaLein.8.213/91,emseuart.138.

Emrazodasucumbnciarecproca,cadapartearcarcomoshonorriosdosrespectivospatronos.

Publiquese.Intimemse

OslimitesobjetivosdacoisajulgadaficamclarosluzdoEDclnoAgRgnosEDclnoRECURSOESPECIALN505.602SC(2003/00375862):

EMBARGANTE: COOPERATIVA AGRCOLA MISTAIBIRAIARAS LTDA TRIBUTRIO SEGURIDADE SOCIAL CONTRIBUIO PARA O FUNRURAL VALOR DECOMERCIALIZAODOSPRODUTOSRURAISLCN.11/71EXTINOAPENASCOMALEIN.8.213/1991AUSNCIADEQUALQUERUMDOSVCIOSELENCADOSNOART.535DOCPCIMPOSSIBILIDADEDEEFEITOSINFRINGENTES.

1.Conformeconsignadonoacrdoembargado,acontribuiopara o FUNRURAL incidente sobre o valor comercial dosprodutos rurais (artigo 15, I, da Lei Complementar 11/71) ,permaneceu vigente at o advento da Lei n. 8.213/1991, quepassouavigoraremnovembrode1991.

2.Opleitodaoraembargante,nas razesde recursoespecial,foinosentidodoreconhecimentodaextinodascontribuiesparaoFunruralaps1.9.1989(Lein.7.787/89), logo,nohfalaremtotalprovimentodorecursoespecial,porquantoapenaspartedopedidofoiatendido.(Grifouse.)

(...)

AobrigaodaUniofoiadimplidaefoiextintaaexecuodesentena:

15/06/2016 00:31 Disponibilizao de Sentena no dia15/06/2016(BoletimJF085/2016)Abrirdocumento

EXECUO DE SENTENA CONTRA FAZENDA PBL N1999.71.04.0036182/RS

EXEQUENTE: COOPERATIVA AGRICOLA MISTAIBIRAIARASLTDA

EXECUTADO:UNIOFAZENDANACIONAL

SENTENA

COOPERATIVA AGRCOLA MISTA IBIRAIARAS promoveuExecuodeSentenacontraaUNIOFAZENDANACIONALcombaseemttuloexecutivojudicialtransitadoemjulgado.

Aps o processamento regular do feito,a executada efetuou opagamentododbitofl.1232.

Considerandooadimplementodaobrigaodepagar,impeseaextinodofeito.

Fl. 1191DF CARF MF

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Ante o exposto, EXTINGOA EXECUO com fundamento noart.924,II,doCPC.(Grifouse.)

Logo, no h falar sobre os efeitos da coisa julgada da ao1999.71.04.0036182sobreolanamentoemquesto.

Aseuturno,oRE363.582/MGnofoiconhecidopeloSTF:

Porsuavez,odecididonoRE363.852/MGatingefatosgeradoresque tmcomofatogeradorasLeis8.540,de1992e9.528,de1997,ousejaanterioresediodaLei10.256,de2001:

CONTRIBUIO SOCIAL COMERCIALIZAO DEBOVINOS PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS SUBROGAO LEIN 8.212/91 ARTIGO 195, INCISO I,DA CARTA FEDERAL PERODO ANTERIOR EMENDACONSTITUCIONALN20/98UNICIDADEDEINCIDNCIAEXCEES COFINS E CONTRIBUIO SOCIAL PRECEDENTE INEXISTNCIA DE LEI COMPLEMENTAR.Anteo textoconstitucional, nosubsisteaobrigao tributriasubrogada do adquirente, presente a venda de bovinos porprodutores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos 12,incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n8.212/91,comasredaesdecorrentesdasLeisn8.540/92en9.528/97. Aplicao de leis no tempo consideraes. (RE363852/MGMinasGerais)(Grifouse.)

Fl. 1192DF CARF MF

Processon11030.720367/201416Acrdon.2301005.086

S2C3T1Fl.8

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Uma vez que, no presente caso, a exigncia da contribuio previdenciriaincidentesobreovalordacompradeproduoruraljuntoaprodutorruralpessoafsicareferesea fatosgeradoresocorridos entre02/2009a07/2012,navignciadeLei10.256,de2001,tambmodecididonoRE363.852/MGnoproduzefeitossobreolanamento.

Assim,nohfalar,nopresentecaso,emeficciaouefeitosdacoisajulgadadaao1999.71.04.0036182oudoRE363.852/MG.Porm,tambmnoproduzefeitosodecididonodoRE718.874(TesedeRepercussoGeral669),emfacedarennciaesferaadministrativa.

DOSOBRESTAMENTODOFEITODASUSPENSODAEXIGIBILIDADEDOCRDITOTRIBUTRIO

Salvo nas estritas hipteses conexo, decorrncia ou de processos reflexos(Art. 6, 1,Anexo II doRicarf), no h normaque permitao sobrestamento do feito nasinstncias administrativas, a exemplo do que ocorre na esfera judicial, no sendo possvel,portanto,deferiropedidodocontribuintenessesentido.

NomesmosentidovemdecidindoestaTurma:

INCONSTITUCIONALIDADE. CONTRIBUIO DOEMPREGADOR RURAL PESSOA FSICA. PERODOPOSTERIOR LEI 10.256/2001. RESPONSABILIDADE DOADQUIRENTE POR SUBSTITUIO TRIBUTRIA.CONTRIBUIODAAGROINDSTRIA.

O Supremo Tribunal Federal declarou, em sede de RecursoExtraordinrio com Repercusso Geral Reconhecida, ainconstitucionalidade da contribuio do empregador ruralpessoa fsica prevista no art. 25, I e II, da lei 8212/91, nasredaesdadaspelas leisn8.540/92e9.528/97, cujadecisonoabarcaascontribuiesdamesmanatureza,exigidasapsaLei 10.256/2001, nem o instituto da subrogao da obrigaodeoadquirentearrecadarerecolhertaiscontribuies,previstonosincisosIIIeIVdoart.30daLei8.212/91,comaredaodaLei9.528/97.

O CARF no est autorizado a suspender o julgamento dacontribuio da Agroindstria enquanto pendente deciso demritosobreamatria,emsededeRecursoExtraordinriocomRepercussoGeralReconhecida.(Acrdo2301004.470)

Quanto suspenso do crdito tributrio, deve se aplicado o art. 151 doCdigoTributrioNacional(CTN):

Art.151.Suspendemaexigibilidadedocrditotributrio:

Imoratria

IIodepsitodoseumontanteintegral

III as reclamaes e os recursos, nos termos das leisreguladorasdoprocessotributrioadministrativo

IVaconcessodemedidaliminaremmandadodesegurana.

Fl. 1193DF CARF MF

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Vaconcessodemedidaliminaroudetutelaantecipada,emoutras espcies de ao judicial(Includo pela Lcp n 104, de2001)

VIoparcelamento.(IncludopelaLcpn104,de2001)

Pargrafo nico. O disposto neste artigo no dispensa ocumprimento das obrigaes assessrios dependentes daobrigao principal cujo crdito seja suspenso, ou delaconseqentes.

Nocaso,havendorecursoadministrativo,ocrditotributrioficacomasuaexigibilidadesuspensaatofinaldeseujulgamento.

Concluso

Peloexposto,voto,portanto,por(a)NOCONHECERDORECURSODEOFCIOe(b)CONHECEREMPARTEDORECURSOVOLUNTRIO,unicamentequantoaos pedidos de nulidade do auto de infrao, afronta coisa julgada na ao1999.71.04.0036182enoRE363.852/MG,retificaodaRelaodeVnculos,sobrestamentodo feito e de suspenso do crdito tributrio para, na parte conhecida, REJEITAR ASPRELIMINARESe,nomrito,NEGARLHEPROVIMENTO.

(assinadodigitalmente)JooBelliniJnior

Relator

Fl. 1194DF CARF MF