FLIPAR 2011 PROJETO DAS TURMAS DA 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

SUSSURROS E VISLUMBRES DO EU FEMININO:

MORENINHA e CAPITU Este é um breve manual de instruções para a realização do projeto do FLIPAR 2011 das turmas de 2ª série do E.M. Reúna o grupo, leia e discuta todos os tópicos, antes de realizar todas as tarefas de acordo com o solicitado. Observar com atenção quais serão os produtos finais desse projeto e as datas de entrega. Qualquer dúvida recorra imediatamente ao professor pessoalmente ou por email.

ROTINA:

Reúna o grupo sempre que necessário.

Todos devem trabalhar/realizar as tarefas em tempo de acordo com o cronograma.

Todos devem cumprir suas próprias tarefas, assim ninguém ficará onerado e o trabalho terá melhor qualidade.

Este trabalho está dividido em 2 (duas) partes: 1. Análise crítica dos livros;

a. Selecionar trechos; b. Analisá-los e produzir textos críticos explicativos.

2. Produtos finais: a. Trechos selecionados e comentados (respostas de questões e

análises comparativas, apenas 1 (um) por grupo). b. Gravações de leituras de trechos para exibição em datashow

(ver detalhes abaixo).

O QUE FAZER?

Etapa O que eu preciso fazer? O que o grupo precisa

fazer? Datas

I

Ler o livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis

Início: última

semana de abril/2011.

II

Selecionar 1 (um) trecho de cada uma das partes do livro a seguir (serão três trechos por integrante): COMEÇO: cap. I ao cap.

Se o seu grupo tem 6 (seis) integrantes, teremos 18 (dezoito) trechos DIFERENTES; Se seu grupo tem 5 (cinco)

Início: 16/maio Entrega: 27/maio

XXXVIII. MEIO: cap. XLIX ao cap. LXXXVI. FIM: cap. LXXXVII ao capítulo final. ATENÇÃO: Leia as questões para ter

uma melhor noção do foco para selecionar os trechos!

Cada um dos trechos tem de ser significativo da personalidade de Capitu, trechos que falem sobre ela e também trechos de sua própria fala.

integrantes, teremos 15 (quinze) trechos DIFERENTES. Copiar todos os trechos

em um único arquivo do Word, não esqueça de indicar, o capítulo e página em que o mesmo aparece.

III Responder ao questionário analítico abaixo.

IV

Gravar a leitura de 1 (um) dos trechos selecionados no item II desta tabela.

Se o seu grupo tem 6 (seis) integrantes, teremos 6 (seis) trechos DIFERENTES gravados; Se seu grupo tem 5 (cinco) integrantes, teremos 5 (cinco) trechos DIFERENTES gravados.

V Monitoria da mostra. FLIPAR,

em 4/6/2011

ANÁLISE LITERÁRIA Com os trechos selecionados e copiados de acordo com a orientação

acima, responda no mesmo arquivo do WORD a seguintes questões. Dica importante válida para todos os tópicos: o grupo deve fazer

inferências, não espere encontrar todas as respostas evidenciadas no texto do livro.

Use também, trechos dos textos selecionados abaixo no tópico: “Teoria Feminina”

QUESTÕES

1. Explique os conceitos realistas que são evidentes ou que são

subentendidos nos trechos selecionados (dê exemplos). Enfim, o que há de realista nessas descrições da mulher? Explique. O QUE É e COMO É a mulher de acordo com as descrições

realistas? Explique.

2. O que as outras personagens dizem de Capitu? Componha um pequeno retrato de Capitu de como as outras

personagens, incluindo Bentinho vêem a personagem. Dê exemplo através dos trechos. Há “preconceitos” nessa concepção de mulher?

3. Capitu tem consciência de si mesma?

É possível dizer que Capitu sabe o que é ser mulher? Explique se é possível dizer o que é mulher para Capitu?

4. Faça uma comparação entre Carolina, personagem feminina do livro

“A Moreninha” com Capitu. Selecione 3 (três) trechos de “A Moreninha” em que a

personagem Carolina é descrita ou mesmo falas que evidenciem sua personalidade “romântica” (há muitos disponíveis na internet).

a) Explique qual é a diferença entre o nível de consciência dos narradores sobre a personalidade de Capitu e Carolina.

b) Qual a diferença de abordagem do Realismo e do Romantismo para as personagens femininas? Justifique.

c) Compare os trechos de “A Moreninha” com alguns trechos de “Dom Casmurro” selecionados pelo grupo.

5. Explique qual personagem é mais significativa representação da mulher do século XIX? Justifique sua resposta com elementos tirados dos trechos e

também dos textos do tópico “Teoria Feminina”

TEORIA FEMININA: Devemos nos aproximar ainda mais de nosso objeto de pesquisa: o

feminino. Abaixo vamos ler alguns pressupostos sobre a mulher, questões filosóficas e psicológicas que ainda estão em pauta de discussão.

"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico, define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino. Só a mediação de outrem pode constituir um indivíduo como outro."

(Fonte: Simone de Beauvoir, “O segundo Sexo”. 1987:13)

“Foi Freud que afirmou „a natureza foi madrasta para a mulher por ela não ter capacidade de simbolizar como o homem.‟ Foi Lacan que afirmou „que o simbólico é masculino e que „a mulher não existe‟ porque não tem acesso à ordem simbólica. A palavra pertence ao homem e o silêncio à mulher. Segundo ele o simbólico é estruturado pela cadeia de significantes cujo grande organizador é o Falo. Este ao mesmo tempo é metáfora do órgão sexual masculino e do poder.”

(Fonte: http://rosaleonor.blogspot.com/2008/01/mulher-no-existe-disse-lacan.html)

Leiam também, algumas falas sobre Capitu, a principal personagem

feminina de Dom Casmurro: "Dentro do universo machadiano, não importa muito que a convicção de Bento seja falsa ou verdadeira, porque a conseqüência é exatamente a mesma nos dois casos: imaginária ou real, ela destrói sua casa e a sua vida."

(Fonte: Antônio Cândido, "Esquema de Machado de Assis" em Vários Escritos).

"Os críticos estavam interessados em buscar a verdade sobre Capitu, ou a impossibilidade de se ter a verdade sobre Capitu, quando a única verdade a ser buscada é a de Dom Casmurro."

(Fonte: Antônio Cândido, "Retórica da Verossimilhança" em Uma Literatura nos Trópicos)

“Respeite-nos um dos dogmas da nossa literatura, que é o da maculada conceição do filho de Capitu com Escobar. Cultuemos a sua infidelidade e não afastemos de nós a negra inveja que sentimos de Escobar"

(Fonte: Antônio Cândido, Folha de S. Paulo, 12/10/1994).

“Essa é uma tese que começa praticamente com os trabalhos de uma estudiosa norteamericana, que estudou Dom Casmurro e ficou muito preocupada com o fato de que a história de Capitu, tenha sido narrada pelo marido ciumento, Bentinho. Então há de fato um drama aqui, um drama que termina com a acusação, a culpabilidade. Todos sabem que Machado deixou isso em suspenso e não se sabe se Capitu é culpada ou não, esse era um dos encantos do romance, porque aí o romance é sempre lido e relido com a preocupação de encontrar as pistas. É claro que as pistas são dadas pelo narrador, que as acumula desde o início. Então, foi essa estudiosa, Helen Caldwell, quem amadrinhou esta tese. Dom Casmurro já velho e desenganado, lembrando seus primeiros encontros

com Capitu, mostrou uma menina muito esperta, muito dissimulada, muito capaz de armar situações que levariam, realmente, primeiro à desistência de dona Glória de fazer com que Bentinho continuasse no seminário, e, depois, ao casamento. Bom, daí por diante tudo vai crescendo, a suspeita de que ela fosse uma pessoa capaz de enganar permeia todo o romance e toda a expressão do próprio narrador. Então uma feminista assumida dirá: mas isto é a narração do acusador! Será que ele não mente de propósito? Bom, a pergunta em si é levemente ridícula, porque achar que o narrador mente é ter suspeita, não só suspeita, mas também conhecer uma verdade oposta. Até hoje, nenhum daqueles que acha que o narrador mente escreveu outro romance, aliás, a gente pediria que eles escrevessem um romance do ponto de vista de Capitu, seria um romance em que ela contasse toda a verdade que estamos tão ansiosos para saber; mas, como nenhum crítico se arriscou a escrever um outro romance, então nós só temos esse romance, não temos outro. Então com o que é que ficamos? Com a idéia de que Machado de Assis não só faz o narrador nos enganar, mas ele nos dá pistas para saber que o narrador nos está enganando. Até hoje, nenhuma delas me convenceu, quer dizer, eu posso sempre suspeitar que ele me engana, isso, evidentemente, porque o narrador está na primeira pessoa.”

(Fonte: Alfredo Bosi em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/Revisao-T.Machado-Alfredo%20Bosi.pdf)

Agora, é a hora do trabalho de análise e crítica literária! O grupo deve

seguir o passo a passo descrito abaixo, teremos ao final nosso produto final “bruto” para o FLIPAR:

PRODUTO FINAL: Documento:

o Cada grupo deve entregar um arquivo (tipo DOC) com os trechos selecionados e as análises solicitadas (respostas as questões que aparecem nos tópicos anteriores).

Para exposição da FLIPAR: Gravação:

Cada membro do grupo deve selecionar 1 (um) trecho diferente de “Dom Casmurro” (USE OS TRECHOS JÁ SELECIONADOS ANTERIORMENTE).

Cada membro pode ser gravado por um amigo lendo o trecho em um momento casual (importante é não criar situações constrangedoras ou engraçadinhas demais, mas manter a casualidade).

o Veja um exemplo interessante desse procedimento em: http://www.milcasmurros.com.br/

As gravações não poderão exceder 30 (trinta) segundos por membro do grupo.

Equipamentos: celular ou máquina digital – importante é que o arquivo seja digital, compatível com o formato WMA ou similares para edição em Windows Film Maker.

o QUALIDADE: mantenha o som e a imagem estáveis para que todos os trechos possam ser aproveitados.

o COMO SALVAR: salvar o arquivo com o nome de quem aparece no vídeo e o capítulo em que o trecho aparece.

ENTREGA:

Tudo deve ser entregue em um CD (ou CD-R); o Não serão aceitos trabalhos em pendrive, disquetes ou via email.

DATA DE ENTREGA: 27/MAIO/2011

A data não será adiada em hipótese alguma!

Atrasos comprometerão a apresentação do FLIPAR e as notas do grupo como um todo.