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e iro po do s pela bola sultado ostran· nosso corno o urna assisti tos, o or por centro. rirneiro s rapa- te mal não nos adver- a taça eixeira t. 12 DE SETEMBRO DE 1964 ANO XXI - N. 0 535 - Preço j CA SA oo GAIATO * e cc ., '" ,, ,, . · ···" cc º'"' ,.., .·.>" · ·"·· * A ."'' * ti:) '·"·-· ( 1.. A (l ; r• 1 •• 1 s 1 R :. e .. o . ..., _, F '• ;;i A:; o R (_,,/ J /. -,, :/ ', ,- º ., * . c•u• " P 'º" e •. º' .Jf/t/íl' ._ .. ////lt'1t1'/ · (""'"'." , ...... .. ., E H'' •. , G ... ,., º" cAsA :Jo GA 1A r "ltOP!\111 OAOI Q;, BR \ D '\ 01 l 1 e o CORRENDO o vosso matrimónio Deus em que quereis consumir a vossa vida, asamenfo na semana 14.ª depois do que o mesmo é dizer: consumar o vosso sa- Pentecostes, quem pode re- crifício. sistir ao tema que a Mãe Se fosse possível transfundir o espírito I greja sugere, quando nos como o sangue são no doente para o sa lvar, d o a meditar o «Evangelho das aves do céu havíamos ele manipular este trecho do E van- e dos lírios do campo»? ! gelho, concentrá-lo e injectá-lo no nosso 'roda a palavra do Senhor «naquele tempo» mundo, de mentalidade tão às avessas das é para nós, hoje, uma descida do Espírito aYes do céu e dos lírios do campo. : Santo, que nos visita para fi car connosco Que vemos nós?... a descobrirmos a «riqueza insondável qos Tantos cuidados! Tantas preocupações ! Q + mistérios escondidos em Deus». Depois d.o Tanto desejo de posse! Tanta insatisfação u 1 m Pentecostes é sempre Pentecostes - eis o no que se possui, obsecados os homens : . quotidiano da . admirável Providência de pelo frenesim de outras posses! Tanto atro - Deus, cuja solicitude para connosco não pelo dos direitos essenciais da maioria para cansa nem sofre descontinuidade na discreta que se realizem os caprichos de alguns! E : iluminação e fortificação das nossas almas, por entre esta desorientação das almas, bas- para que nada nos falte na ciência e na sa- tantes hipócritas que fingem acreditar na e bedoria do caminho de regresso à Casa dQ possibilidade de servir a e a «Mamona», p · e alguns poucos iludidos, julgando que o ru. Reino de Deus é sempre Banquete, no tempo E quantas vezes - ai de nós! - não e.orno na eternidade! d abrimos a porta ao suave bater do Espírito; Isto que nós vemos explica a ausência da ou depressa O despedimos, desinteressados Paz no mundo, porque Ela falta noi coração -. das graças actuais que nos oferece para d h os omens. realização em nós do «crescimento da vida E o Evangelho, que nos diz?... divina» ! «Não vos inquieteis com o que haveis de O «evangelho das aves do céu e dos lírios comer ou de beber ... nem com o que cobri- E 1 1 ' • do campo» uma oportunidade extraordL reis 0 vosso corpo» ... «0 vosso Pai Celeste nú. ria para os homens do nosso tempo; e sa be que necessitais de tudo isso». tem uma importância de primeiro plano na : formação das vossas almas para o ser viço de Continua na S E G U N D A página . e 1·e1as A Obra da Rua em Africa como na Metrópole, vale sobre- t'Udo como testemunho! Testemunho de valores não dimensio- náveis, mas bem perceptíveis e convincentes. Quem está por uns dias e contacta com as horas do nosso singelo viver quotidiano colhe flagrantes, que não pode remeter senão ao autor de todas as coisas - por Ele Vudo; e sem Ele nada do que existe ! A carrinha acaba de chegar do Lobito. Américo vem eufó- rico. um pulQ e veja! Hoje foram duas latas de azeite, óleo, dois sacos de massa, outro de, arroz e peixe e mais coisas q'Ue ali vêm e um Senhor q'Ue voltássemos todos os meses 1 Aqui é assim! - diz o Américo. Padre Manuel António acrescenta: - temos massa. mensal. Só nos falta o arroz. De resto, não precisamos de mais nada, por ora, para. as refeições dos rapazes. Dão-n0s tudo. E as coisas hão-de vir, consoante o aumento dos rapazes. Se não fora a dor dos pais, que sentem o peso da ed'UcaçãQ CONTINUA NA TERCEIRA PAGINA Nunca supus que hóuvc aqui tanto atractivo para coração de padre. Há outros minhas, além dos da fé, que tem de ajudar a rasgar - caminlws da j1tstiça social e amor fraterno. É a dois passos da no Casa. Perfiladas, com seus metros de comprido e 2,50 largo, as duas pa lelas abrigam-se à sombra árvores medonhas. A rectaguai de ambas ostenta Gretas altas cerâmica, a servir de ventilai res. A frente, sem janelas, ap senta uma enfiada de por pateiras. Abeiro·me da prime e espreito o interi.or. O comp timento rr eo mede 2,50x2,50 nem mais. Ao fundo, tari ba de madeira com esteira hun decida e manta de algodã.o , desalinlw. Ao lado, latas, cac. papeis e pedaços de roupa. morador não está. Dormita , tendido por terra, sob a co duma acácia a poucos metr1 O guarda aponta para ele. trôpego e idoso já. Nã.o tem j mília. Andava a mendigar pt cidade e recolheram-no aqui · dizem-me. Passo {],() seguni compartimente. Tu.do igual G anterior. Está ocupado. O dor. porém, nãc fala. É paralíti também. Mal coberto most parte do tronco. As móscas la; bem-no e esvoaçam radianto Calafrio trespassa-me pelo co r, enquanto tento aguentar o m1 cheiro que sobe do catre. f< chã.o, latas e cacos. Miro, correr, mais outro, mais outr compartimentos e nã.o encont novidades. Os moradores, qua todos na ru.a, sentados, sobre lenha ou no chã.o, preparam ca. qual, a própria refeiçã.o. Pern cruzadas, lenha a arder, pane de barro em cima, e dentro de.s a fuba a cozer. Esta come Cont. na TERCEIRA págii MALANJE O sorriso e a boa disposiçãQ do grupo, molduram o ar gaiato do «Faniqueira». 'avato

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e iro po do s pela

bola sultado ostran·

nosso

corno o urna assisti

tos, o or por centro.

rirneiro s rapa­te mal não nos adver­a taça

eixeira

t.

12 DE SETEMBRO DE 1964 ANO XXI - N.0 535 - Preço j

C A SA oo GAIATO * e cc ., '" ,, ,, . · ···" cc º'"' ,.., .·.>" · ·"·· * A."'' * ti:) '·"·-· • ( 1.. A (l ; ~ r• 1 •• 1 s 1 R :. e .. o . ..., _, F '• ;;i A:; o R (_,,/ J /. -,, :/ ', • ,-

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~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ~ ~ ~ ~ ~ e o CORRENDO o vosso matrimónio Deus em que quereis consumir a vossa vida, ~ ~ asamenfo na semana 14.ª depois do que o mesmo é dizer: consumar o vosso sa- ~ ~ Pentecostes, quem pode re- crifício. ~ ~ ~ ~ sistir ao tema que a Mãe Se fosse possível transfundir o espírito ~ ~ Igreja sugere, quando nos como o sangue são no doente para o salvar, ~ ~ d o dá a meditar o «Evangelho das aves do céu havíamos ele manipular este trecho do Evan- ~ ~ ~ ~ e dos lírios do campo»? ! gelho, concentrá-lo e injectá-lo no nosso ~ ~ 'roda a palavra do Senhor «naquele tempo» mundo, de mentalidade tão às avessas das ~ ~ é para nós, hoje, uma descida do Espírito aYes do céu e dos lírios do campo. ~ : Santo, que nos visita para ficar connosco Que vemos nós?... ~ ~ a descobrirmos a «riqueza insondável qos Tantos cuidados! Tantas preocupações ! ~ ~ Q + mistérios escondidos em Deus». Depois d.o Tanto desejo de posse! Tanta insatisfação ~ ~ u 1 m P entecostes é sempre Pentecostes - eis o no que já se possui, obsecados os homens ~ : . quotidiano da . admirável Providência de pelo frenesim de outras posses! Tanto atro- ~ ~ Deus, cuja solicitude para connosco não pelo dos direitos essenciais da maioria para ~ ~ cansa nem sofre descontinuidade na discreta que se realizem os caprichos de alguns! E ~ : iluminação e fortificação das nossas almas, por entre esta desorientação das almas, bas- ~ ~ para que nada nos falte na ciência e na sa- tantes hipócritas que fingem acreditar na ~ ~ e bedoria do caminho de regresso à Casa dQ possibilidade de servir a De~ e a «Mamona», ~ ~ p · e alguns poucos iludidos, julgando que o ~ ~ ru. ~ ~ Reino de Deus é sempre Banquete, no tempo ~ ~ E quantas vezes - ai de nós! - não e.orno na eternidade! ~ ~ d abrimos a porta ao suave bater do Espírito; Isto que nós vemos explica a ausência da ~ ~ • ou depressa O despedimos, desinteressados Paz no mundo, porque Ela falta noi coração ~ -. das graças actuais que nos oferece para d h ~ os omens. ~ ~ realização em nós do «crescimento da vida E o Evangelho, que nos diz?... ~ ~ divina» ! «Não vos inquieteis com o que haveis de ~ ~ O «evangelho das aves do céu e dos lírios comer ou de beber ... nem com o que cobri- ~

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' • do campo» t~m uma oportunidade extraordL reis 0 vosso corpo» ... «0 vosso Pai Celeste ~ ~ nú.ria para os homens do nosso tempo; e sabe que necessitais de tudo isso». ~ ~ tem uma importância de primeiro plano na : ~ formação das vossas almas para o ser viço de Continua na S E G U N D A página ~ ~ ~ ~ ~ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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1·e1as A Obra da Rua em Africa como na Metrópole, vale sobre­

t'Udo como testemunho! Testemunho de valores não dimensio­náveis, mas bem perceptíveis e convincentes.

Quem está por uns dias e contacta com as horas do nosso singelo viver quotidiano colhe flagrantes, que não pode remeter senão ao autor de todas as coisas - por Ele Vudo; e sem Ele nada do que existe !

A carrinha acaba de chegar do Lobito. Américo vem eufó­rico. Dá um pulQ e veja! Hoje foram duas latas de azeite, óleo, dois sacos de massa, outro de, arroz e peixe e mais coisas q'Ue ali vêm e um Senhor q'Ue voltássemos lá todos os meses 1 Aqui é assim! - diz o Américo.

Padre Manuel António acrescenta: - Já temos massa. mensal. Só nos falta o arroz. De resto, não precisamos de mais nada, por ora, para. as refeições dos rapazes. Dão-n0s tudo. E as coisas hão-de vir, consoante o aumento dos rapazes.

Se não fora a dor dos pais, que sentem o peso da ed'UcaçãQ

CONTINUA NA TERCEIRA PAGINA

Nunca supus que hóuvc aqui tanto atractivo para coração de padre. Há outros minhas, além dos da fé, que tem de ajudar a rasgar -caminlws da j1tstiça social e amor fraterno.

É a dois passos da no Casa. Perfiladas, com seus metros de comprido e 2,50 largo, as duas coMtr~ões pa lelas abrigam-se à sombra árvores medonhas. A rectaguai de ambas ostenta Gretas altas cerâmica, a servir de ventilai res. A frente, sem janelas, ap senta uma enfiada de por pateiras. Abeiro·me da prime e espreito o interi.or. O comp timento térreo mede 2,50x2,50 nem mais. Ao fundo, tari ba de madeira com esteira hun decida e manta de algodã.o , desalinlw. Ao lado, latas, cac. papeis e pedaços de roupa. morador não está. Dormita , tendido por terra, sob a co duma acácia a poucos metr1 O guarda aponta para ele. trôpego e idoso já. Nã.o tem j

mília. Andava a mendigar pt cidade e recolheram-no aqui · dizem-me. Passo {],() seguni compartimente. Tu.do igual G

anterior. Está ocupado. O dor. porém, nãc fala. É paralíti também. Mal coberto most parte do tronco. As móscas la; bem-no e esvoaçam radianto Calafrio trespassa-me pelo cor, enquanto tento aguentar o m1 cheiro que sobe do catre. f< chã.o, latas e cacos. Miro, correr, mais outro, mais outr compartimentos e nã.o encont novidades. Os moradores, qua todos na ru.a, sentados, sobre lenha ou no chã.o, preparam ca. qual, a própria refeiçã.o. Pern cruzadas, lenha a arder, pane de barro em cima, e dentro de.s a fuba a cozer. Esta já come

Cont. na TERCEIRA págii

MALANJE O sorriso e a boa disposiçãQ

do grupo, molduram o ar

gaiato do «Faniqueira». 'avato

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'Casamento do Quim e da Elisa Não é um conYilc à preguiça

o que o ScnJ1or uos dirige. É uma vocação à confiança em Deus e à sob1·icdade no, uso dos bens criados.

Eis .os dois polos da altís­sima Y"irtuclc da Pobreza -única força que libertará o mundo e os hoinens de muitas misérias que ameaçam afogá­-l os. O prémio de quem a quer para si será. a Paz r einante 110 :-;eu coração : «Não vos inquic­tris, . . . porque o Vosso P ai Celeste sa bc do que ncrcs­:-;itais ... » E nós sabemos que Ele é Pai Omnipoten.te.

À luz destes dois elementos que me parecem constit uir a Pobreza, virtude cristã, dese­jaria porpor-vos breve medita­ção em ordem à sociedade conjugal que ides contratar e a uma maior consciência dos vossos dever es perante a socie­dade a que ficais pertencendo agora de um modo novo.

A construção da unidade conjugal não se processa au­tomàticamente, nem se realiza de uma só vez.

Será um trabalho simultâ­neamente penoso e entusias­mante, para quem se coloca na perspectiva cristã. Todavia, porque tal construção demora a vida inteira, os tempos fáceis alternarão com crises, em que a confiança mútua parece ainda valor por confirmar. E só o não é, na medida em que ela fôr feita da confiança d& ambos em Deus. Ele é Pai. Se vos fez .encont r ados e vos trou­xe a este transe de recíproco dom e aceitação, foi pelo vosso bem eterno começado agora no tempo.

Ele quc1· a harmonia elo par que ides ser e ajudar­-vos-á. a consegui-la, com cer teza que t ambém pela contradiçiio. Haverá mo­ment()l'; cujo quê e porquê não compreendereis senão muito depois de os haver­des passado. Nesses me>men_ tos só a collfiança cm Deus Yos pode sustentar a Paz -naquele Deus que é Pai Omnipotente e sabe tudo ele que necessitais e sabe igual­mente do que importa às aves do c6u e as sustenta. E vós, nãe> Yaleis muito mais do que ela~?

Então, abandonar -vos à Sua solicitude é desde ag-0ra e sempre a atituda sábia, a única decisão coerente com a Fé sobre que não hesitais.

Acha melhor quem procurar .em Deus do que em si mesmo. Repito: Deus não nos convida

Continuação da PRIMEIRA página

à preguiça. Ordena-nos o es­forço {nada pequeno para a nossa ânsia orgulhosa de suficiência!) de «pedir », de «procurar», de «bater»... E pr omete-nos, se assim f izer -

mos, a certeza pacificante de que «receberemos» e «achare­mos» e nos «Serão abertas» as portas do Céu.

«Bem-aventura dos os Pobres de espírito ... »

i\1as nâo se cinge â confiança ern Deus, mais do que ern si próprios, para a construção estável e harmoniosa da comimidade ronjugal, o papel dos dois obreiros humanos.' Eles tenío que de­molir em si mesmos muito princípio de construçcio pré·existente, que não é compatível com <i realidade definitiva. Ora é nat.ural que cada um esteja apegado a essas «rapelas imperfeitas» que há em si e as julgue, assim tais. omamento de i•alor.

É aqui que urn sentido de sobriedade a. respeito do que somos e do que te:nos, lerá ocasião de intervir, amo1:tecendo a dor da demolição e estimula11do·nos <i consumá-la por sobre o sofrimento inevitável. É aquela, escolha, perante a qual est remece a nossa hu-111a11idade, mas exigida. 1'ine qua non para entrarmos na posse do Reino: Trocarmos todas as pérofa:inhas de bugiganga com que nos enjeitávamos vistosamente, pela Pérola Preciosa, singela, mas t •er­dadeira, que reveste de Cristo a nossci radical nude=. Feli:es dos Fobres de espirilo. que confiando eni Deus, certos da indigência que todos somos e renunciando ao pouco que 'L·alemos, lel'antarcio ao Céu a sua obra, como jamais jorwn capa:es os orgulhosos de Babel e os poderosos deste mundo.

·= Mas vós dissestes.me, repeti­

da vezes pela boca do noivo, que ambos desejáveis servir um ideal que ele começou a conhe­cer concretamente há muitos anos e mo diz ter comunicado à noirn, suficientemente. Aceito a boa fé da vossa declaração, mas sei que estais longe da cons­ciência plena das eÀigências que cs e serviço implica. Por isso, estribado naquela boa fé, dese­java e clarecer-vos o caminho por onde todos temos muito (e sempre) que caminhar.

Arrcditamos que D eus é o Criador das aYes <lo Céu, a quem sustenta, dos lírios elo campo, que Yeste ... E mais do que elas e do que eles somos n ós, pois 14e chamamos Pai. «Qual & e> pai que pedindo-lhe o filho pão, lhe dá um a p cdnt; ou lhe pedindo peixe, lhe d[L

uma serpente»? Se são assim os pais da terra em toda a contingência e limitac·ão da sua humanidade, con~o não será cm bondade o Pai Celeste que é infinito cm todos os bens? !

A alegria dos noivos, sob o olhar de Pai Américo, repercute-se ll(L

alma dos seus irnuíos.

ão que vos faltem os dados preciso- no domínio do conheci­mento. Mas por muitas palavras cortas que tenhais ouvido e até por muitas que saibais proferir, tendes, frente a vós, um campo imenso de renúncias, até que vos 1 i bcrteis de todo o apa ralo das coisas acidentais e fiqueis presos, somente, à nudez do essencial. J sto, se para a,'.ém da função que ides desempenhar, quereis, au­tenticamente, prestar um sen-iço que tenlia alma.

Não é pois do domínio do conhecimento que virá mais luz, mas sim da vida, da expe1iência sempre retomada e aprofundada da vida <la Obra, cuja «riqueza é a sua Pobreza».

A que outr.os polos quereis fr tomar a luz, senão àqueles mesmos que j á considerámos a respeito da vossa sociedade e011jugal? Pois não ó deles que se ilumina a Obra diante dos homens? Digo melhor: Não é por eles que a Obra é uma «iluminação da face de Cristo» diante dos homens?

E ste «Evangelho das aves elo céu e dos líri0;:; do campo» é bem o retrato a que compete configurarm.o-nos, conforme a a vocação que r ecebemos.

Se lhe chamamos Pai e cre­mos no que afirmamos, como poderemos vacilar àcerca da Sua solicitude para connosco?!

única possÍ\·el na lógica d<~ }'é. Não há nela nem insen.-11-tcz, nem insensibilidade. H á uma supc1·a1;ão tlaquele olhar exclusivamente humano, ncga­t iYo e infeliz, que nos mostra a Pobreza sob o aspecto do não - ter , da insegurança mate­rial, do risco. P elo contrário: a perspectiva divina é de li­bertação.

Por isso caminhamos, sem inquietaç:ão sobre º' que have­mos de comer e de beber e de vestir, p 1·ocurand<> semear a Verdade antes que o nosso pão, certos de que o «operái·io, é dig;no <lo seu salário».

E sta a.titudc deliberada é a

Não - ter - a ausência ele objcctos possuidos fora de nós liberta-nos a atenção para nós

.,.,.,.,~~~.,.,~.,~., ~

.,~~~~.,.,.,~~~.,.,s

~ ~ ~ ~ ~ ~ r:. r:. ~ ~ ~ ~ ~ r:. r:. r:. r:. r:. r:. r:. r,., r:. ~ ~ ~ r:. r:. r:. r,,. ~ ~ ~ ~ r:. ~ ~

~

Notas de Reportagem Por FAUSTO TEIXEIRA

~ ., ~ ~ ~ ., ., ~ ~

Volt ar am a abrir-se as portas da nossa capela par a r eceber mais dois que quiseram unir-se pelos laços indissolúveis d o Matrimónio. E 1 e J oaquim P ereira Gomes ; ela E lisa Cardoso Correia. For am padrinhos por parte da noiva Lucas Correia Ga­geiro e Graciosa

Padre Carlos, assis­tiram além de vá­rios convidados e amigos toda a co­munidade da nossa Casa de Paço de So'Usa. A p ó s a s perguntas rituais

r ealizara a s u a ~

os noivos unem-se para sempre. «0 que Deus u n i u jamais o homem pode separar » !

No final do San-Cardoso Correia. to Sacrifício da Pelo noivo Alberto de Oliveira Rama­da e Olga Dias Marques.

Missa, felizes e sor-ridentes, os nuben­tes abandonam a capela onde mo-

união.

Dadas as felici­t ações e vivas do costume, dirigimo­-nos para o r efei­tório onde saboreá­mos um apetitoso almoço. Daqui para a frente é fácil adivinhar o que se passou. A habitual boa disposição de todos e a algazarra do costume. Ao terminar este pe­queno apontamen­to, queremos dese-jar a:os n-0ivos as maiores felicidades Ao act~ a qu e

presidiu o Senhor mentos antes se e prosperidades.

., ., ~ ., ~ ~ ~ ., ~ ~ ~ ., ., ~ ~ ~ ~ ~ ~ ., ~ ~ ., ~ ~ ~ ~

mcs111os e permite-nos um csforç:o mais eficaz de aperJci­~oamcnto pessoal. E tor11a-11os mais dispcmíveis, mais prontos pa1·a a mobilidade que o scrvi<:o do ideal pode Yir a exigil' ele nós.

Da inquieta<;ão da. insegu­rança material, do risco, a promessa divina nos libm'ta, mais do que a.os servidores dos príncipes deste mundo. O Senhor não nos exor ta em vão e Ele diz e repete: «Não YOS inquieteis .. ., «de que Yos vale inquietar-vos? . .. » Nós sabemos a quem ser vimos e sabemos que o ser viço do Senhor exclui_ -nos dos ser viços de todos -0s scnJ1or cs. E sendo assim : pos­SÍ\tcl apenas O serviç,o de um só - com quem, mais ·egura­mcnte, menos arr iscadamente, po<leríamos comprometer-nos, senão com o «Único que tem palavras do vida eterna»~

Aquele a quem se se1Te é aquele a quem se ama - e este é ao que <lemos a. nossa confiança. Ao D eus, Íllfinito cm todos os bens, só é digna a. nossa entrega incondicional. É o único modo que a humana l imitação tem de tender para o infinito: a entrega incondi­cio11al. Deus exige-nos assim - «Quem não é por ) fim é contra M.im» - e não podia. ser de out~·a. maneira.

Confiarmos, confiarmos n Ele sem medida, até à suprema lmmildade de acreditarmos nas maravilhas que Ele pode -0pcrar cm nós, por meio de nós .. ., apesar do estorYo que

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um erfci-

1a-nos ·ontos ue o Yir <l

1 egu­·co, a berla, es dos o. o

vão

é -e nossa.

1finito digna

cional. ana

snElr prema os nas

pode io de

·o que

somos e Lhe seremos até ao fim - eis o caminho que Deus nos abre e nos ajuda a pros­seguir.

O Seu amor por nós, o Seu amor de Pai, libertar-nos-á da inquietação, daquele olhar baixado de quem concebe a vida à maneira de uma pasta-

gem que se come ou se reco-­lhe - para nos deixar crescer verticalmente, olhos nos Seus olhos, certeza. nos corações, Paz no ma.is profundo das almas.

«Procurarmos o Reino de Deus» - eis a nossa parte. O resto é com Ele.

Mas e1t comecei por vos di:er que a f.uz que há·de gzâar-vos

irradiará dct vida, da experiência sempre retomada e aprofwulada

da vida. dct Obra, através <le urn ra111 po imenso de re11á11cias - o

t•osso campo de batalha, onde ganhareis a Liberdade, aprendendo

a despojar-vos . Ncío foi assim que fe: o pequeno David diante de

Cofia.~, o gigante?! . , . Pois a Pobre:a, que «é a nossa rique:a» no di:er de Pat Amen co,

niío consiste ape11as na confiança cm Dens, no sereno abandono à

'ua Pro1•iilência. Esta virtude, que tem enamorado tantos santos,

que enamorou Pai Américo, e é dos rnlores crislãos a que a lfuma­nidade do nos.1o tr1npo é mais sc11sfrel , jus/amente porque a tendência

dom inante dos homens é. a corridn sem freio aos bens materiais,

- eslci v irtude é integrada. também peln sobriedade 110 uso dos bens

criados.

O primeiro elemento desinquieta-nos, tranquili:rt-nos a respeito

do rss1•11 cial à t'ida. que receberemos com certe::a das mãos do Pai

Cell'slt•. Mas para além do rssencial, luí muitos ac.essórios a que fàcil­

mc11te nos pre11demos e dos quais ficamos presa,, se não adquirir­

mos, por uma coni-l'niente ascese no sett uso, aquclct libérrima indiferença entre o ler e o ll(iO-tl'r. T raia-se <lei sobre-humana sabedo­

ria de Job : cDeus me deu; Deus me tirou. Bendito seja o ome

do 'cnhor».

Felizes nos dias fartos por­que foi Ele quem deu a fartu­ra. Felizes nos dias parcos, porque foi Ele quem permitiu a parcimónia. Nuns e nout ros se manifesta e é reconhecid8t a presença de Deus, que nos trata sempre com amor de Pai, a.inda mesmo pela contra--. dicão.

Ninguém se permita a ilusão de pensar 'que alguma vez chegará a ser pobre de espíri­to, se não se exercitar na po­breza-ef ectiva, na pobreza­-renúncia, depondo voluntària_ mente os acessórios para se bastar com o essencial - que é, na verdade, o bastante.

O sinal do cristão é a Cruz. 'Mas não um sinal-símbolo, uma convencão morta. O sinal do cristão ~é a sua Cruz, a que lhe coube na partilha pelos homen~ da Cruz de, Cristo. «Se somos filhos, somos herdeiros e coherdeiros de Cristo». Coher­deiros da Glória e também da Cruz - da Glória pel'à Cruz.

Coma poderíamos, pois, al­cancar uma virtude cristã co~ a Pobreza, sem um ele­mento crucüicante? !

A confiança que. nos leva ao abandono na Providência Divina e à Paz que tal aban­dono realiza em nossas almas é o doce prémio da nossa Fé. Mas o preço por que .o adquiri­mos é o sacrifício que há na escolha e na decisão de t rocar­mos as m'llitas pérolas falsas que nos adornavam, pela P é-1·ola verdadeira que discreta­mente transfigura a nossa nudez, revestindQ-a de Cristo.

P rivações são meio neces­sário para se chegar à Pobre­za. Penso nas criancinhas que de tudo estão privadas se lhes não fôr chegado por a lguém. E penso naqUJela afirmação de Pai Américo: «A Obra da Rua nasceu pequenina, como é pró­prio das coisas destinadas a

ser grandes». É verdade : A di­mensão que ela atingiu vem-lhe de ter começado pequenina, privada de muita coisa, que entretanto lhe foi sendo che­gada e foi instrumento do seu crescer. E ainda hoje na gran­de dimensão já alcançada, é ainda uma cer ta «infantilida~ de gaiata» caracterizada por um estado de privação, que nos garante as achegas q'ue vão alimentando o nosso incessan­te crescimento.

Eu queria que vós desejás­seis começar assim de peque­ninos, em estado de privação, a reclamar presenças caloro­sas que vos bafejassem e fi­zessem crescer. Já não é iné­dito entre nós este. modo de ser!

Se o não pudestes, porém, t ende em gu arda a vossa li­berdade a respeito do que não é essencial, não fôsse aconte­cer que os acessórios vos to­lhessem os movimentos e a Obra não pudesse dispor de vós como t em o direito, se é que, para a lém da funçã:o que ides desempenhar, quereis, autênticamente, prestar um serviço que tenha alma.

Aprendei liberdade com as aves do céu e beleza com os lírios do campo. «Não vos in­quieteis». A vossa boa fé -agora decisão mais luminosa e firme de que só um senhor . podeis servir: aquele a quem amais, o Senhor Jesus - é um válido ponto de partida.

O Espírit o Santo descerá a fecundá-la e irá chegando Luz e Força à vossa indigência, para ultrapassardes a puerícia e a adolescência das vossas almas a caminho da matur i­dade cujo grau e momento só a Ele pertence fixar .

«Não vos inq'llieteis». «Procurai ant es de t'udo o

Reino de Deus». ... O rest o, é com Ele.

ÁFRICA E, se amar aquele que tombe

na doenç(]) é causa nobre, entâ se a doença é incurável e doente repugnante, a causa te na-se heróica. Só Cristo, Ele, pode implantar na vida ( quem t rabalha r, a força e o am. precisos para a defender e vencE Cont. da PRIMEIRA página

p1rao com as próprias m ãos pouco limpas. Esta, toda enf ari-11hada, está feliz . Aqueles dois, em banco man noritado, estendem, a mão e charnam-nos. Um angolar - pedem. É para cigarro, acres­centam. J<eparo qzie são cegos.

Aquela mulher anda corn a perna enrolada em trapos negros como a pele. Sofre de elefan­tíase. Peço licença e descubro­-lhe o torno:elo. O pus escorre e derrama-se na terra. Os vermes que a/foram da úlcera rernexem­·se e caLLSam-me novo cata/ rio. - Então, quem a tmta? - Aqui llCÍO há ninguém! E sorri. - Mas mio lhe doi? Sorri. lllais ao lado, um. cobertor enrola outro ser. Destapo. É uma paralítica cega, prostrada no cluio poeirento, anele a ztrina começa a f a::er lama. - Qitern a laua e cnida dela? - Os dois cegos, que estão ali, - informaram-me. Ainda de manluí a levamm, ao balneário, mas voltaram com ela para estn poeira!

Só a boct vonl a.de n<ÍO basta para resolver situações desta nalure:ct. E isto que vejo é-fruto imicamenle de boa vontade. Não houve mais nada.. Nent sequer o acom pan~wr aquilo que se semeou. A coisa nasceu como abrigo pam os inválidos sem abrigo. Foi entregue a urn assai a riado im preparado. F:st e reparle (f. juba, ma11térn certa ordem externa e de mais não é capa::. Não consegue sequer evitar a promiscuidade inevitável.

Com o ú'Limo domingo ele Agosto terminaram a nossa se­menteira e colheita nas praias e termas do Centro. Dizemos sementeira porqu e, quando va­mos, queremos semear e dei"\'.ar mais do que aqui lo q ue colhemos e trazemos. Levamos na alma a aflição feita pelas aflições dos i rmãos que escutamos e vemos. É esta aflição que nos move e nos arrasta até onde vamos.

Em toda a parte o mesmo ca­rinho, a mesma simpatia, a mesma resposta. Não nos atre­vemos a dizer •onde nos acolhem melhor. Não notamos diferença. Ficamos sempre com a impressão de que entrámos fundo no cora­ção de todos {embora alguns riam a dizer que só lhes entrá­mos nas ca1tei ras ) . Seja Monte Real ou S. Martinho do Porto, Luso, Figueira da Foz ou S. Pe­dro de Mu()'., cm toda a parte nos encontramos em famíJia. A Obra da Rua é aquilo que Pa~ Américo S<'rnpre quis: uma Obra da família portuguesa.

Com o peditório em S. José de Coimbra te1m inaram os pedi­tórios na cidade. Nesta igreja houve alguém que depôs numa das sacas dez notas das g randes muito embrulhadinhas.

Também a Marguil , represen-

A ra=ão tem qLLC andar a par das bo.as inicúitivas para estas tenderem, à perfeição. E o amor tem, que brotar forte para cm­frenla r as dificuldades inerentes a enipresa como esla - ajndar os doentes sem cura a suportar e valori::ar a sLLa sitM.Ção.

O dinheiro, que muitos apre­goam como mola real, é apenas rneio com que se levantam em­preendimentos destes. Está em plano secwulcírio. A boa vontade também não chega. A ra=ão equilibrada que encontra a melhor solução é dado preciso e indispensável. Mas sem o amor

. nada se consrgue que perdure, que seja obra acabada em ma­téria de assistência social.

Há muito que não sofria l

manha choque. Nunca supus qi pudesse ficar tão preso ct es A/rica. N unca. Os irmc?os em d, e martírio estão-me agora ma dentro do peito.

Já advogámos esta causa jw1 de todas as entidades loca maiores. Uma reunião breve v pôr termo a este cancro. E lod, lucramos com a extinção do mG

Nós vi vemos em alegria a11t cipacla. Os doentes afoda 11ii1

,Jfas dentro em pouco serem• todos mais amigos. Cristo es jcí mais contente.

P.c BAPTJ T

Areias do Cavac! CONT I UAÇÃO D .-l PRIMEIRA PÃGIN.

dos filhos - filhos que os pais não quiseram - a vida dentr das nossas casas era um paraíso, sem mescla de nuvens que nã fossem as que quebram a monotonia dos dias. Mas aquele pe~ não seria suportável sem a mão do Senhor em provas constant1 de presença continua.

Nós somos sobretudo um testemunho! Testemunho de presença do divino na vida q'ue levamo Testemunho do valor poderoso da família no resgate à

vàdio. Testemunho do valor indispensável da família na formaçã

de todo o homem. Testemunho do valor da presença dos mais pobres, (n<

somos essencialmente e voluntàriamente pobres !) j'unto daquelE que podem - encontrarmo-nos, conhecermo-nos e despertarmc o amor dos homens para com os homens !

tantc das máquinas de costura Alfa, apresentou ao público· de Coimbra, nas festas da Academia e da "Cidade, uma novidade cheia de simpatia : uma montra movi­mentada a favor da Casa do Gaiato e do Asilo da Infância Desvalida. À nossa pa1te coube­-nos quatro mil moedas de um escu do. Parabéns ao seu gerente e o nos o testemunho de gratidão.

De Abril para cá 'Outros teste­munhos nos têm chegado : qua­renta da Figueira da Foz; cin­quenta de Pinheiro da Cruz; mil no aniversário nata1~ício de quem faz tudo por nós; mil de pl'O­messa a P ai Américo; vinte do primeiro ordenado; cem na minha mão ; cem de médico em ::\1ira ; mais cem na mesma terra; mais '<> mesmo na mesma; cem em carta; setenta dos alu­nos da escola primária de Coim­bra; quinhentos de anónimo; cinquenta em vale; um saco de doces que alguém premiado na T. V. cá veio trazer; alguns

mimos r1uc nos deram cm Jull1 na P raia de Mira; e tudo o qu vão deposita r nas Casas do Ca telo.

Cem e mais quinhentos para ~ Colónias de Férias. Estas tc1111 naram hoje e ontem um de miúdos Yeio dizer-me que nã se importava de lá ficar sempr• Hoje, de manhã, foi a festa \"Olta do Altar. Muito obrigadt Senhor, po1: estes vinte dis felizes.

Duas vezes quatrocentos d Maria Helena e l\Iaria IsabtJ sempre com a mesma prontidã e carinho ele há tantos anos alguém veio de Tomar e deixo cheque de três contos; quinhcr tos de quem passou o deixo para imagens vivas; cem d casal de Nova Lisboa que nc mio ver; cem para o Calvári ou outra necessidade; cem ei

carla; quinhentos na despcdid de um dos nossos.

Muita graças ao Senhor.

Padre II orcíci.

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Lar do Porto -­"t"""· e Há quem goste muito de jardi·

nagem mas tanto como .a Snr.ª D. Diamantina há por aí poucos. Níio digo isto por a encontrarmos muitas ve.res regabda em volta das couves, a regar aquele qu intalejo, mas digo-o pelos cuidados que tem em mandar o Paulo e m constante vigilâncii1 com a agricultura. Como ns flores síio inúmeras é preciso arranjar um bo· cadinho de tempo p1rn este dever e como ele tem sido proporcionado e aproveitado a horta ri florida, de bem tran~da.

Até há dias encontrávamos diiíceis cuidados com a hortaliça, então quando o quintal começou ln render, passamos a gastar dele. Tem-nos chegado para os cozimentos e a sopa que última· mente saboreámos é feita com abÓ· horas aqui germinadas.

Ainda não t ire o gosto de contr.lr, no entanto meia dúzia devem ser as laranjeiras, ainda noviçns, que o Puulo anda a alimentar.

e Ern um pacote o que constava no já 2.º aviso. Este repetido

a\ iso não veio por descuido mas por falta de quem o pudesse aviar e chegou altura parn o efeito. Agora posso dizê-lo; se adi,•inhássemos que o conteúdo eram uns patins não haveria mais que o 1.0 aviso! Qual não foi o entusiasmo, mais vivo nos mais novos, quando descobriram a «pólvora>: Patins! Até que e nfim alguém não conseguiu dormir sem nos mandar tal coisa ...

Não somos um só e para que o Lar do Porto tenha coragem e von­tade de derrotar os compatriotas de Paço de Sousa é útil equiparmo-nos cada um com o seu exemplar. Ora "êdes? O fogo está ateado, é preciso mais lenha!

e Foi há cerca de 15 ou 20 dias que um Snr., talvez empregado

do benfeitor, trouxe até nós quatro embrulhos contendo roupas usadas, uma pasta e~colar, uma almofada, revistas turísticas e mais um objccto a que chamarei brinquedo. Tudo fo i aproveitado e distribuído pela Confc· r~ncia só a almofada é que não pôde ainda ir para o Calvário, mas irá. Também \'inham lá quatro pares de sapatos que foram para a Con· ferêncb.

Da Conferência - Emboro com falta de confrades, pois alguns colegas por não haver tempo não podem aderir li nossa Conferência, o nosso trabalho mantem-se contínuo e se há impedeição é só no melhor ou pior coração de cada um de nós.

A Senhora Palmi~ que tem um bando de íilhos e, por via destes, já vai há tempos que a forçaram a sair da dlsa imunda que habitava. Mudando para melhor, mas para mais longe trouxe-nos trabllhos em que deparo.mos a dificuldade de a poder· mos ver tantas vezes, quando ela é a pobre que mais precisa da nossa presença com o espírito vicentino de que somos portadore~.

.A Senhora Palmira encontrava-se muito doente e du11!lnte e.sse tempo dá,·amos-lhe 20$00 por semana para despesas com o transporte ao hospi· tal. Como não acusou visita de me­lhoras internou-se e a presença do respectivo confrade está determinada.

Também o Senhor Gou,·eia que é todo dorido e vive em mil canseiras com a enfermidade de sua mulher, recebeu um contentamento indescrití· vel - o filho que veio da tropa.

A Senhora Justina cuja famíli.3 são quatro pessoas todas doentes, tem re· cebido 60SOO para o aluguer e um cartão que dá direito ia mercearia no valor de lOSOO o qual lhe é en· tregue semanalmente. Tem-se visto em

sofrimento com a sua mãe que, tão doente como se encontra, aumenta a tristeza do pequeníssimo lar e a espera em choro pela dor corporal, quo Deus lhe chegue a mão e a leve.

O esplço, porque «0 Gaiato» é pequeno, não dá para descrever algo sobre as dezenas de almas que por \'OSSO intermédio ajudamos a \•Í\'er e a re-A:ir e assim dou aqui referência às dádi,-as que estamos recebendo:

No mês de Junho os queridos subscritores mandaram um total de 200$90; vieram 150$00 de diversos anónimos e recebemos 20$00 ela ass. 14305; 60$00 de três assinantes; 100$ da Sapataria Nair; 100 00 do Senhor Fnmcisco de Vasconcelos e muito carinho nas respectivas cartas.

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que tiveres qualquer trabalho, lem­bra-te um pouco de nós, e na me­dida que ajudares o rapaz a ocupar-se com as máquinas e com trabalho, assim contribuirás para a sua valorização profissional.

• Falemos hoje de estudo, de escolas, de estudantes. É certo

que estamos em férias, mas ainda não tínhamos falado este ano no assunto. Foi um ano normal, tanto no ensino primário como no se­cundário. Oito fizeram o exame da 4. • classe, quatro dos quais fizeram também exame de admissão e passaram. No ensino secundário, o Márinho passou para o 4.º Comer­cial, os estudantes nocturnos, Ama­ral e Mário, passaram para o 2.• dos Liceus, enquanto o Quarenta se deixou ficar pelo 2.• ano. O Luís fará em Setembro.

melhor maneira. Que nem todos os frutos foram bons, embora quase a totalidade satisfa~a mas a própria árvore por melhor que seja por ve-.i;cs dá um ou outro fruto mais fraco. Pediu-lhe também que ~e Iizesre com· preender perante nós e o aj udasre a fll7.er melhor. Nós unidos a ele concretizamos o seu pedido.

e Vida escol'1r - Os resultados de_te ano não satisfizeram.

Houve «chuml.>0s~ e também notas boas. Os mais velhos todos p13ssaram.

Do Colégio só o Rocha falhou. Da Escola Comercial os mais novos atra­saram-se em algumas disciplinas. fj ele esperar que o «chumbo» deste ano os desperte para o seguinte.

e O Crisanto cheg-011 de S. Tomé. Cheio de vontade prepara-se

paro a admissão ao magistério. Ao mesmo tempo acabará o 7.0 ano. Quo as suas notas ~e distingam como sempre na sua vich estudantil.

JOAQ U IM

eaLtJário No mês de. J ulho recebemos 122$50 de subscritores; anónimos 375$00; do nosso tão atencioso e sempre querido Alberto Resende 250,..00; Sapauaria Nnir, 100$00; assinante 14305, 20SOO; assinante 4610 160$00; ela Senhora D. M. I. Ferreira de Almeida, 20$; o Senhor Mota Alves enviou 50$00 e umn carta com uma preocupação que demonstra o carinho que lhe merece­mos; da Rua Ferrei11!l Borges, 135, de Coimbra, alguém que sabe quanto é sofrer manda 1.000$00 que com mais 550$00 que amealhamos se destinaram ao pagamento de duas facturas nllnsadas de mercearia onde os nossos Pobres vão buscar os seus alimento~.

Como se vê, foi um ano muito normal, mas aquele que virá, há-de com certeza ser muito melhor: Para já, muitas esperanças nos quatro novos estudantes : Moreno, Luis Augusto, Jacinto e Papagaio. O novo ano lectivo está à porta, mas antes que ele chegue, fiquemos por aqui até novas noticias.

Na terça-feira passada, 01i seja a 4 de Agosto,

Por causa dum passari-[nho

T iue pena, até desgosto.

É verdade que o Senhor [Padre

Não estara na ocasião,

l\fas estaram as senhoras E o S enhor Abraão

Que linda cena!... O [canúrio,

A o rer a infelicidade, Mete - lhe o c;omer no

[bico.

Que exemplo de Cari· [dade!

Nem sabeis quanto enchestes de alegria e espe11:mça esta Conferência que se renova. Estamo-vos cheios de grntidíio pelo atendimento que prcs· tastes ao meu último apelo e o que vos peço hoje é que continueis com o vosso esforço o qual ainda que pe­queno nunca é inglório pois que quem luta pelo bem comum é sempre glo­rificado n11 terra e no céu.

ORLANDO

TOJAL e Uma vez mais, a Campanha

do selo a abrir a nossa crónica. Grande número de encomen·

das chegaram até nós. Umas en­tregues no Lar, no Montepio, ou aos vendedores, outras enviadas directamente pelo correio, enfim, todas chegaram, e portanto mais um estímulo para prosseguir . Eis a lista desta quinzena : Maria Durães, do Minho, muitos selos em bom estado; Joana Maria e Maria Luisa entregaram as suas encomendas no Lar ; muitos do Porto e arre­dores como Baltar, Foz do Douro, e muitos mais entregues em Paço de Sousa ; de uma Religiosa de França, acompanhados com pa· lavras de apreço e simpatia; Lou­renço Marques representa-se pelo assinante 2327 4 ; e como de cos· tume, um grande amigo nosso das Caldas, que respondeu pre­sente desde a primeira hora ; novamente, selos do Snr. Luís Pereira.

Hoje não há quadro de honra, mas se houvesse um vencedor, seria a cidade do Porto.

e Terminou hoje a debulha do trigo, e como quase todos os

trabalhos agricolas deste ano, ela foi executada por nós. Comandados pelo Rogério, agora chefe das actividades agrícolas, lá foram co­laborando todos os que puderam, e o trabalho está feito. Foi a primeira vez que se efectuou a debulha em nossa Casa, mas com mais razão poderemos um dia dizer: «como o pão que foi ganho com o suor do meu rosto». E a propósito de . trabalho, a nossa Tipografia es­pera a tua colaboração. Sempre

Luís Gonzaga

• Lar de Coimbra e Dia 13 de Agosto. Dia de festa

em noss!l Casa. Data em que o Senhor Padre Horácio foi o rdenado 5acerdotc para mais espiritualmente poder estar junto de nós e compreen· der os no•sos problemas. Cator.1:e anos já lá Yão. 'o dia 15, todos reunidos em i\liranda, rezámos o terço na cn· pela na qual o Senhor Padre Horácio publicamente teve uma con\'ers:i com o cultor dizendo-lhe que em todos estes anos O procurou servir da

Veio o Alfredo, O porteiro desta casa, Veio trazer um pardal

Paralítico ciumo asa.

Vinham o pai e a mãe A fa::er seu comentário, A pedir para o seu filho Ficar aqui no Calvário.

A Dulce r1wi pronta· [mente,

Paralitica tamb•:m, Despaclum aqueles pais

sem consultar a nin· [guém.

Em todo a noite pensei

Naquela pobre are:inha: Como gorcrnará vida, Apenas com uma asi-

[nha?

Quando no dia seguinte O pardal 1·eio outra i·e:,

A Senhora Margarida Essa vontade me fez.

Quando chego ao pavi· [lhão

O pardal em padiola, Juntei-o logo ao canário

Dentro da mesma gaiola.

O pardalinho, coitado, Nunca comia alpí,sta. Morreu antes de chegar O Senhor Padre lJap·

[tista.

O pardalinho m orreu. Foi um desgosto p'ra

[mim. Tratei do se1i funeral

illesmo no nosso jardim,

VIRG1NIA

x X

X X x A Esperança é o grande alimento da Eu tenho dito que confio. Eles con- x x jnYcntucle. Fundamenta-lhe o Ideal e fiam muito mais. Eu por yezes sofro de x X X x conquista-lhe o fuluro. Na construção uma amargUI·a inexplicável cujas c.-ausas x x das oficinas eu tenho sentido bem neles ignoro na sua complexidade mas que ;nc x x a influência da Esperança. Oficinas de parece nascer da falta de Espcrau~a. x ~ tipografia, serralhada e carpintaria são Tenho andado pelas praias do Sul ~ x já uma boa base de formação profissional e pregado: o fulgor duma Casa elo Gaiato x x para quem dirige uma Casa com centena devidamente apetrechada, sobre quadros x x o meia de rapazes. Só quem vh·e as autênticos da mais degradante mis6ria x X X x exigências (aliás justas) da escolha pro- a que tantas crianças nossas estão conde- x x fissional feita por cada um deles e a nadas. Procu1·0 falar com todo o cntusias. x x experiência confirmada do critério J;en- mo dos casos que consigo remediar e dos x ~ doso desta escolha, poderá. compreender sem número deles, que mais me afligem ~ x a sofreguidão com que eu desejo pôr a ainda, pol' não poder solucioná-los. Por x x funcionar oficinas. A compreensão dos aquilo que me dão avalio que não sou x x rapazes tem sido animadora e a esperança C<Ymprcendido. É urgente construir! É ~ ~ que lhes sorri ajudou-os a "l"encer o urgente comprar máquinas 1 É urgente x x desânimo natural que causa o lançamento pôr a funcionar. x x das fundações em qualquer construção. Eles confiam. Andam alegres 1 Sorri- x ~ Daqui em diante será mais fácil entusias- -lhes a esperança. Eu confio no Senhor! ~ x má-los. As paredes cameçarão a levan- Por isso vou sentindo que poucos homens x x tar-se, cada uma das três oficinas come- vivem do Senhor e para o Senhor 1 Terá x x çará a deliniar-se e eles vão sonhandd aqui raíz a minha amargura? ... Também x ~ com uma máquina aqui, um torno acolá; não só aqui. Eu sonho com os r apazes ~ x os fatos macacos, os mestres, a obra das nas oficinas e sinto o peso do encargo x x suas mãos, um futuro assegurado, sã material que elas vão ser! Sofro sem x x alegr·ia de viYer. querer mas luto pela conquista da Es- x X X x No ambiente geral de todos os rapa- peran~a. x x zes é vitória uma paz de espírito, uma Vem daí 1 És capaz de arrancar x x facilidade de comando, uma alegria de ao que necessitas aquilo que outros não. x ~ obeclecer e o gosto do trabalho. Frutos tfram ao supérfluo? ~ x formidáYeis da Esperança i PADRE ACíLIO x X X X ~ xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xx