s. martinho 1

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LENDA DE S. MARTINHO Martinho era um valente soldado romano que estava a regressar da Itália para a sua terra, algures em França. Montado no seu cavalo estava a passar num caminho para atravessar uma serra muito alta, chamada Alpes, e, lá no alto, fazia muito, muito frio, vento e mau tempo. Martinho estava agasalhado normalmente para a época: tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam. De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio que lhe pediu esmola. Infelizmente, Martinho não tinha nada para lhe dar. Então, pegou na sua espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre. Nesse momento, de repente, as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão! Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom. É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho.

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LENDA DE S. MARTINHO

Martinho era um valente soldado

romano que estava a regressar da

Itália para a sua terra, algures em

França.

Montado no seu cavalo estava a

passar num caminho para atravessar

uma serra muito alta, chamada Alpes,

e, lá no alto, fazia muito, muito frio,

vento e mau tempo.

Martinho estava agasalhado

normalmente para a época: tinha uma

capa vermelha, que os soldados

romanos normalmente usavam.

De repente, aparece-lhe um homem

muito pobre, vestido de roupas já

velhas e rotas, cheio de frio que lhe

pediu esmola. Infelizmente, Martinho

não tinha nada para lhe dar. Então,

pegou na sua espada, levantou-a e

deu um golpe na sua capa.

Cortou-a ao meio e deu metade ao

pobre.

Nesse momento, de repente, as

nuvens e o mau tempo

desapareceram. Parecia que era

Verão!

Foi como uma recompensa de Deus a

Martinho por ele ter sido bom.

É por isso que todos os anos, nesta

altura do ano, mesmo sendo Outono,

durante cerca de três dias o tempo fica

melhor e mais quente: é o Verão de

São Martinho.

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POESIAS

Lenda de S. Martinho

A lenda de S. Martinho

Dá-nos uma grande lição

Ajudou o pobrezinho

Estendendo-lhe a sua mão

Deu-lhe metade da capa

Que o deixava quentinho

Mas ele não se importou

E o tempo foi amiguinho

As nuvens foram-se embora

P´ra que o sol aparecesse

Neste dia fez calor

Para que ninguém o esquecesse

E a 11 de Novembro

O sol sempr aparece

É o verão de S. Martinho

Que neste dia te aquece.

Rosa Mateus

Castanhas

As castanhas dão bom cheiro

Que sai do assador

Mas nem só bom é o cheiro

Bom é também o sabor

As castanhas nós comemos

Para ir comemorar

O dia de S. Martinho

Com o sol a espreitar

Faz cartuchos sem parar

P’ra com castanhas encher

Antes que elas acabem

Deixem-me ir a correr.

Venha daí um cartucho

Com castanhas a saltar

Vou levar à minha mãe

Page 4: S. martinho 1

Para que as possa provar.

Rosa Mateus

Magusto

Na minha escola

Festejo o S. Martinho

Comendo castanhas

Bebendo suminho!

A história de S. Martinho

Iremos aprender.

De algumas castanhas

Bonecos vão aparecer!

Lourdes Custódio

As Castanhas

Castanhas, castanhasTão quentinhas com sal.Quentinhas e assadinhas

A ninguém faz mal.

Castanhas assadinhasCom sal são saborosas.

Quentinhas e boasSão tão gostosas!

As Castanhas

São castanhas, são castanhas!Bem assadas e quentinhasCompre uma dúzia, menino,

São boas e baratinhas.

Com as mãos enregeladasFui descascando as castanhas

As mãos ficaram quentesMas todas enfarruscadas.

Para casa fui andandoE ao longe ainda se ouvia

A vendedeira gritando:- Castanhas quentes e boas!

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As Castanhas

Castanhas na brasaDe casca a estalar,Vós sois o regaloDo meu paladar.

Os ouriços a sorrirMostram no seu interiorAs castanhas a dormirNuma alcofa de rigor.

O vendedor de castanhasLá anda, de rua em rua,

Vendendo castanhas quentesNo dia triste com bruma.

S. Martinho

No dia de S. Martinhoas castanhas a assar

os vendedores a vendere os meninos a comer.

No dia de S. Martinhoas castanhas vou comervou comprar uma dúzia

e os bigodes lamber.

Com 200 escudos comprouma dúzia de castanhasficamos todos calados

porque elas são tamanhas.

Estava a jogar à bolaquando a atiro para o

castanheirocaem muitas castanhase como-as no recreio.

Page 6: S. martinho 1

S. Martinho

Vivam as castanhasviva o S. Martinho

as castanhas são boascom um copo de vinho.

O homem anda por aíele anda a trabalhar

ele vende as castanhasque é para se sustentar

Ele anda a chorarnão anda a brincar

quem lhe dera, quem lhe deraandar a passear.

Vamos a elas, vamos a elaselas são castanhinhas

são boas, são boase também são gostosinhas.

As castanhinhas são boasassadinhas com sal

podes come-las à vontadeque não te fazem mal.

As castanhinhas boas sãoelas podem ser assadas

elas aquecem-nos o coraçãoe também podem ser grelhadas.

S. Martinho

Outono, que linda estação!Logo a seguir ao Verão

A comer castanhas ao serãoassadas no fogão.

Com o frio a chegarE a natureza a se transformar

Ao castanheiro vou treparPara as castanhas ir buscar.

O S. Martinho está a chegarA lareira vou ter de acender

Para castanhas assarE contigo as comer.

Page 7: S. martinho 1

Que lindo é o Outono,Que lindo que é!

Uvas e castanhasDeu-me o avô Zé.

Quentes e Boas

Quentes e boas castanhas

Metidas no assador

Dão estoiros barulhentos

Quando lhes chega o calor.

Sou...

Sou um castanheiroSou alto, alto, alto

Sou um castanheiro Não pulo e não salto

Sou um ouriço Que pico, pico, pico

Se alguém me apanha Salta logo um grito

Sou uma castanha

Redonda, redondinha Quando alguém me apanha

Mete-me na boquinha

A Castanha

Oh castanha, castanhinha desce do castanheiro

vais ficar bem assadinha nas brasas do fogareiro

olé, olá, ai que lindo castanheiro olá, olé, ai que boa que ela é.

Page 8: S. martinho 1

S. Martinho

Todo o dia a apanhar chuvaCoitado do vendedor,

Mas à beira das castanhasFica cheio de calor.

Do ouriço saem as castanhasPara eu as assar

Saio de casa cheia de frioPara ir à rua comprar.

São Martinho, São MartinhoSão Martinho folgazão

Dá-me as castanhas e o vinhoPara aquecer o coração

CANÇÕES

NO MEU BOLSO GUARDEI

NO MEU BOLSO GUARDEI

MEIA DÚZIA DE CASTANHAS

DE TÃO QUENTES QU´ESTÃO

AINDA QUEIMO A MINHA MÃO.

VOU DÁ-LAS AO PAI

VOU DÁ-LAS À MÃE

CASTANHAS QUENTINHAS

QUE SABEM TÃO BEM.

O OUTONO AO CHEGAR

A TODOS VAI DAR

CASTANHAS ASSADAS

AO LUME ESTALAR.

O OURIÇO JÁ SECOU

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O OURIÇO JÁ SECOU

JÁ CAIU A CASTANHINHA;

HOJE É DIA DE COMER

A CASTANHA COZIDINHA.

COZIDINHA OU ASSADINHA

NA FOGUEIRA A SALTITAR;

É DIA DE SÃO MARTINHO

VAMOS CANTAR E BAILAR.

.

AH, AH, AH, MINHA CASTANHINHA

AH, AH, AH, MINHA CASTANHINHA  

(bis)

QUEM TE PÔS A MÃO SABENDO

QU’ÉS MINHA.  (bis)

.

SABENDO QU’ÉS MINHA, DO MEU

CORAÇÃO (bis)

SALTA CASTANHINHA PARA A MINHA

MÃO. (bis)

. «

É NA TUA MÃO QUE EU QUERO FICAR 

(bis)

ANDA PR’Ó RECREIO, VAMOS LÁ

SALTAR (bis)

.

VAMOS LÁ SALTAR E BATER O PÉ

(bis)

PORQUE É NO RECREIO QUE O

MAGUSTO É.  (bis)

.

VAIS BATER O PÉ E VAIS ME COMER.  

(bis)

É DENTRO DE TI QUE EU VOU VIVER

(bis)

.Melodia: "Ah, ah, ah Minha Machadinha"

Page 10: S. martinho 1

SÃO TÃO BOAS AS CASTANHAS

SÃO TÃO BOAS AS CASTANHAS

NA FOGUEIRA ASSADINHAS

TAMBÉM GOSTO DELAS CRUAS

DEPOIS DE BEM TRINCADINHAS.

REFRÃO

SÃO AS CASTANHAS DO CASTANHEIRO

QUE NÓS COMEMOS JUNTO AO BRASEIRO.

AS CASTANHAS JÁ COMI

E AGORA VOU BRINCAR

NO CARVÃO SUJO AS MÃOS

PARA ME ENFARRUSCAR.

Música: "Todos me querem..."

AS CASTANHAS

AS CASTANHAS A ESTALARNA PANELA A SALTAR

AS CRIANÇAS A BRINCARPUM, PUM, PUM, PUM

AS CRIANÇAS A CORRERE A RODA A GIRAR

ÁGUA-PÉ PARA BEBERPUM, PUM, PUM, PUM

A FOGUIRA ESTÁ A ARDERE O SOL A ESPREITAR

VAMOS TODOS FESTEJARPUM, PUM, PUM, PUM

A NOITE ESTÁ A CHEGARA FOGUEIRA A APAGAR

E A FESTA ACABARPUM, PUM, PUM, PUM

Música: “Passarinhos a Bailar”

Page 11: S. martinho 1

AI DO OURIÇO

AI DO OURIÇO, AI DO OURIÇOSAEM AS CASTANHAS

PARA COMER, PARA COMERTÃO ASSADINHAS (Bis)

ORA VAMOS LÁ, ORA VAMOS LÁPARA AS PROVAR

ASSIM TÃO BOAS, MUITO QUENTESTOSTADINHAS (Bis)

Música: "Ai dizem mal dos caçadores”

FAZEMOS RODAS CANTAMOS

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REFRÃOFAZEMOS RODAS CANTAMOS

AILARI LARI, LOLÉ.BEBEMOS SUMOS E ÁGUA,

NINGUÉM NOS DÁ ÁGUA-PÉ.(Bis)

SALTAM, SALTAM AS CASTANHASA FUGIREM DA FOGUEIRA.

COMO UMA OUTRA E OUTRA,JÁ ESTOU COM A BARRIGA CHEIA.

(Bis)

REFRÃO

Cassete – Música para Todos – Audição 71

HISTÓRIAS

UM DRAGÃO NO MAGUSTOEra uma vez um dragão que vivia numa montanha, perto de um vulcão.Ele queria assustar os animais e as pessoas e para isso precisava de fogo para lançar pela boca.Todos os dias ia abastecer-se de fogo ao vulcão.Perto da montanha havia uma aldeia com muitos habitantes. Os habitantes andavam muito assustados por causa do dragão. Alguns começaram a abandonar as suas casas e a fugir para a cidade. A aldeia começou a ficar deserta.O David, que era um menino muito corajoso que morava na aldeia, pensou que alguém tinha

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de resolver aquele problema. Pensou, pensou... Até que encontrou uma solução!- Já sei! Amanhã, bem cedo, sem ninguém ver, vou à montanha tentar falar com o dragão.Passou a noite muito nervoso e mal o sol nasceu, pé ante pé, saiu de casa sem ninguém se aperceber.Quando chegou à montanha o dragão ainda estava a dormir. Então pegou num saco de comida que trazia e, devagarinho, foi colocá-lo perto do dragão.Escondeu-se atrás de uma rocha e esperou que o dragão acordasse.O dragão acordou, cheirou, cheirou aquele saco e quando descobriu que era comida, comeu tudo como um guloso. Depois de estar satisfeito, arrotou fogo e olhando para todos os lados disse:- Quem me terá trazido esta comida tão deliciosa?!O David que estava escondido atrás da rocha disse:- Fui eu, fui eu. Estou aqui atrás da rocha. Posso aparecer? Não me fazes mal?- Como é que posso fazer mal a alguém que foi tão meu amigo e me trouxe comida tão boa!Contente com a resposta do dragão o David saiu do esconderijo.- Olá, eu sou o David. Fui eu que te trouxe a comida. Vim cá porque queria conversar contigo.- O que é que me queres dizer?- Queria fazer-te um pedido porque estou muito preocupado.- Porque é que estás preocupado? Faz lá o teu pedido.- Eu estou muito preocupado porque tu tens andado a queimar as casas da minha aldeia e os habitantes estão muito assustados. Vim aqui pedir-te para não voltares a queimar as nossas casas.- Pois é, o pior é que eu tenho muito fogo dentro de mim e não sei onde o hei-de deitar – respondeu o dragão.- Tenho uma ideia. Podes usar o teu fogo para fazer alguma coisa útil.- Como? Como é que o fogo pode ser útil?- Podemos usar o fogo para fazer uma fogueira, para cozinhar os alimentos, para nos aquecermos, etc...- Boa ideia, nunca tinha pensado nisso.- Olha, estamos no Outono, é a época das castanhas e podíamos fazer um magusto no largo da aldeia.- Um magusto?! O que é isso? Nunca ouvi esse nome.- Um magusto é uma festa onde as pessoas se reúnem, fazem uma grande fogueira e assam castanhas.- Castanhas assadas?! Ai que bom! Até já me está a crescer fogo na boca.- Vamos então combinar: eu vou á aldeia explicar aos meus amigos que tu, afinal, não és mau. Vamos juntar caruma, lenha e castanhas e amanhã venho cá dizer-te o dia do magusto.- Está combinado. Fico á tua espera. Então o David foi á aldeia, reuniu toda a gente e contou-lhes a conversa que tinha tido com o dragão.- A sério?! Falas-te mesmo com o dragão ou estás a gozar-nos? – perguntaram os vizinhos muito admirados.- É mesmo verdade. Falei com o dragão lá na montanha e afinal ele não é tão mau como nós pensávamos.- Não acredito nisso. Se ele não é mau porque é que queimou as nossas casas? – perguntou um habitante desconfiado.- Ele fazia isso porque não sabia utilizar correctamente o seu fogo. Eu estive a ensiná-lo a utilizar o fogo e combinámos fazer um magusto. - Ah! Boa ideia, mas para isso temos de juntar caruma, lenha, pinhas e castanhas – disse um dos habitantes.

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- Eu, para festejar a coragem do meu filho, ofereço as castanhas a todas as pessoas da aldeia – disse o pai do David.- Podíamos combinar e íamos ao pinhal juntar caruma, lenha e pinhas para fazer a fogueira – falou um homem que estava ali perto.- Está combinado, amanhã bem cedo juntamo-nos no largo da igreja e vamos ao pinhal – disseram vários habitantes.- Mas afinal ainda não combinamos o dia do magusto e eu tenho de dar uma resposta ao dragão – disse o David.- O melhor dia é o dia 11 de Novembro, dia de S. Martinho.- Está combinado – disseram várias pessoas ao mesmo tempo.No dia seguinte, bem cedo, o David subiu á montanha e foi dizer ao dragão o dia escolhido. Entretanto na aldeia vários habitantes juntaram-se para apanhar a caruma, a lenha e as pinhas necessárias.Na manhã do dia de S. Martinho, no largo da igreja, havia um grande monte de caruma, lenha e pinhas.O pai do David chegou com um enorme saco de castanhas.Quando estava tudo preparado o David foi á montanha chamar o dragão.Durante a tarde foram chegando á aldeia os habitantes que tinham fugido para a cidade. Vinham a convite do David que lhes tinha escrito a contar tudo.Á tardinha, chegou o dragão acompanhado do seu amigo David e ficou muito feliz quando viu tanta gente á sua espera.Pediu ás pessoas para fazerem uma grande roda á volta das castanhas mas um pouco afastadas para ninguém se queimar com o seu fogo. Então, com cuidado, o dragão acendeu a fogueira e, pouco tempo depois algumas castanhas já estalavam como foguetes. Quando todas as castanhas estavam assadas colocaram-nas em cestas e distribuíram-nas por todas as pessoas. No fim cantaram, dançaram e fizeram uma grande festa.Então agradeceram ao dragão a sua amizade e ele pediu desculpa às pessoas e prometeu não tornar a queimar nenhuma casa. Quando anoiteceu cada um foi para sua casa e o dragão regressou á sua gruta na montanha. Antes de se ir embora despediu-se do David e prometeu vir visitar a aldeia de vez em quando.

Colori, colorado, está o conto acabado.

A MARIA CASTANHA

O céu estava cinzento e quase nunca aparecia o sol, mas enquanto não

chovia os meninos iam brincar para o jardim.

Um jardim muito grande e bonito, com uma grade pintada de verde toda

em volta, de modo que não havia perigo de os automóveis entrarem e

atropelarem os meninos que corriam e brincavam à vontade, de muitas

maneiras: uns andavam nos baloiços e nos escorregas, outros deitavam

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pão aos patos do lago, outros metiam os pés por entre as folhas secas e

faziam-nas estalar – crac, crac - debaixo das botas, outros corriam de

braços abertos atrás dos pombos, que se levantavam e fugiam, também

de asas abertas.

Era bom ir ao jardim. E mesmo sem haver sol, os meninos sentiam os pés

quentinhos e ficavam com as bochechas encarnadas de tanto correr e

saltar.

Uma vez apareceu no jardim uma menina diferente: não tinha bochechas

encarnadas, mas uma carinha redonda, castanha, com dois grandes olhos

escuros e brilhantes.

- Como te chamas? – Perguntaram-lhe.

- Maria. Às vezes chamam-me Maria Castanha.

- Que engraçado, Maria Castanha! Queres brincar?

- Quero.

Foram brincar ao jogo do apanhar.

A Maria Castanha corria mais do que todos.

- Quem me apanha? Ninguém me apanha!

- Ninguém apanha a Maria Castanha!

Ela corria tanto. Corria tanto que nem viu o carrinho do vendedor de

castanhas que estava à porta do jardim, e foi de encontro a ele.

Pimba!

O saco das castanhas caiu e espalhou-as todas à reboleta pelo chão.

A Maria Castanha caiu também e ficou sentada no meio das castanhas.

- Ah. Minha atrevida! – gritou o vendedor de castanhas todo zangado.

- Foi sem querer – explicaram os outros meninos.

- Eu ajudo a apanhar tudo – disse Maria Castanha, de joelhos a apanhar as

castanhas caídas.

E os outros ajudaram também.

Pronto. Ficaram as castanhas apanhadas num instante.

- Onde estão os teus pais? – perguntou o vendedor de castanhas à Maria

Castanha.

- Foram à procura de emprego.

- E tu?

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- Vinha à procura de amigos.

- Já encontraste: nós somos teus amigos – disseram os meninos.

- Eu também sou – disse o vendedor de castanhas.

E pôs as mãos nos cabelos da Maria Castanha, que eram frisados e

fofinhos como a lã dos carneirinhos novos.

Depois, disse:

- Quando os amigos se encontram é costume fazer uma festa. Vamos

fazer uma festa de castanhas. Gostam de castanhas?

- Gostamos! Gostamos! – gritaram os meninos.

- Não sei. Nunca comi castanhas, na minha terra não há – disse Maria

Castanha.

- Pois vais saber como é bom.

E o vendedor deitou castanhas e sal dentro do assador e pô-lo em cima do

lume.

Dali a pouco as castanhas estalavam… Tau! Tau!

- Ai, são tiros? – assustou-se a Maria Castanha, porque vinha de uma terra

onde havia guerra.

- Não tenhas medo. São castanhas a estalar com o calor.

Do assador subiu um fumozinho azul-claro a cheirar bem.

E azuis eram agora as castanhas assadas e muito quentes que o vendedor

deu à Maria Castanha e aos seus amigos.

- É bom é – ria-se Maria Castanha a trincar as castanhas assadas.

- Se me queres ajudar podes comer castanhas todos os dias. Sabes fazer

cartuchos de papel?

A Maria Castanha não sabia mas aprendeu.

É ela quem enrola o papel de jornal para fazer os cartuchinhos onde o

vendedor mete as castanhas que vende aos fregueses à porta do jardim.

PROVÉRBIOS

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"Dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho"

"Pelo São Martinho, prova o teu vinho, ao cabo de um ano já não te

faz dano"

"Pelo São Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho"

"Pelo São Martinho semeia favas e linho"

"No dia de São Martinho fura o teu pipinho"

"O Verão de São Martinho é bom mas é curtinho"

"No dia de São Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho"

“No dia de São Martinho bebe o vinho e deixa a água para o

moinho"

RECEITAS

Tronco de CastanhasIngredientes:

500g de castanhas em puré

125g de açúcar em pó

125g de chocolate (em barra)

125g de manteiga

Preparação:

1 - Cozem-se muito bem as castanhas. Retira-se-lhes a película e esmaga-se com

uma colher de pau ou passam-se pelo passe-vite até formar um puré. Adiciona-se

depois o açúcar.

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2 - Numa tigela, bate-se a manteiga que deve estar à temperatura ambiente, e junta-

se ao puré de castanhas batendo muito bem.

3 - Num tachinho, põe-se o chocolate em pedacinhos com duas colheres de sopa de

água. Leva-se ao lume, muito brando, mexendo sempre, durante cinco minutos.

Depois de derretido, adiciona-se ao puré de castanhas.

4 - Põe-se a massa sobre uma tábua e com a ajuda de uma faca sem bico e de um

garfo, molda-se o tronco da árvore de acordo com a nossa imaginação.

Decoração do Tronco:

5 - Salpica-se o tronco com um pouco de chocolate granulado

6 - Unta-se ligeiramente com manteiga a travessa destinada ao tronco e polvilha-se

com bolacha moída e salpica-se com nozes. Com a ajuda de duas espátulas coloca-

se o tronco na travessa.

7 - Põe-se algumas folhinhas verdes de açúcar a decorar o tronco e umas castanhas

cruas soltas.

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BOLINHOS DE CASTANHAS

Ingredientes:

500g de castanhas em puré

150g de açúcar

100g de manteiga

200g de farinha de trigo

1 c. de chá de fermento

1 c. de chá de canela

1 ovo (para 4 doses 5 ovos)

1 gema de ovo

erva doce

Preparação:

1 - Cozem-se muito bem as castanhas com sal. Retira-se-lhes a película e esmaga-

se com uma colher de pau ou passam-se pelo passe-vite até formar um puré.

2 - Numa tigela mistura-se a manteiga com o açúcar e adiciona-se a canela, erva-

doce, o fermento, os ovos inteiros, batendo tudo muito bem.

3 - Adiciona-se o puré de castanhas e a farinha aos poucos.

4 - Depois da massa estar bem batida, fazem-se pequenas bolas que, depois de

barradas com a gema de ovo, vão ao forno.