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jornal Ano 5 - Nº 51 Junho 2014 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá O Céu é o Limite MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da O 2º Congresso da Clínica Giras- sol acolhe 65 oradores internacio- nais, 70 nacionais e espera dois mil participantes. De acordo com o seu presidente, António Felipe Júnior,o evento proporciona "o melhor conhecimento disponível da assistência à saúde e um espaço de convívio e troca de experiên- cias entre os profissionais, com um especial enfoque na utilização de novas tecnologias aplicadas à prática clínica". De 21 a 24 de Outubro, em Luanda. |22 Girassol 2014 A farmacêutica Novartis lançou este mês, em Luanda, duas novas apresentações de Coartem. Um comprimido corresponde a quatro dos antigos. O dispersível para crianças tem sabor doce a cereja. Melhoram a eficácia do tratamen- to da malária não complicada. |27 Malária com tratamento mais eficaz Na grande foto-reportagem que publicamos veja, passo a passo, como a equipa do bloco cirúrgico troca a válvula mitral por uma prótese mecânica. |6 e 7 Como se troca uma válvula mitral O que fazer e não fazer para pre- venir um ataque cardíaco, manter um coração saudável e viver mais anos.|8 Os 10 mandamentos para um coração saudável O que deve comer para que as artérias coronárias, que fornecem sangue ao músculo cardíaco, não estreitem, nem bloqueiem.|10 Plano alimentar que evita doenças A neurofisiologia clínica é uma especialidade médica que estuda o sistema nervoso central e periféri- co através do registo da actividade bioeléctrica dos nervos e múscu- los. Em Luanda, a Meditex dis- põe de tecnologia e pessoal espe- cializado para a realização e inter- pretação de provas neurofisiológi- cas. |12 Sistema nervoso Cirurgias cardíacas com tecnologia avançada e a custo zero Especial Coração Já é possível realizar cirurgias cardíacas em Angola a custo zero, com profissionais espe- cializados e equipamentos de última geração. O centro de cardiologia e cirurgia cardía- ca do Hospital Josina Machel está preparado para realizar os mais avançados diagnósti- cos e procedimentos terapêu- ticos nesta área. Evacuação de doentes para o exterior reduziu significativamente.

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  • jornalAno 5 - Nº 51 Junho2014Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá

    O Céu é o Limite

    MINISTÉRIO DA SAÚDE

    GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA audea saúde nas suas mãos

    A N G O L A

    da

    O 2º Congresso da Clínica Giras-

    sol acolhe 65 oradores internacio-

    nais, 70 nacionais e espera dois

    mil participantes. De acordo com

    o seu presidente, António Felipe

    Júnior,o evento proporciona "o

    melhor conhecimento disponível

    da assistência à saúde e um espaço

    de convívio e troca de experiên-

    cias entre os profissionais, com

    um especial enfoque na utilização

    de novas tecnologias aplicadas à

    prática clínica". De 21 a 24 de

    Outubro, em Luanda. |22

    Girassol 2014

    A farmacêutica Novartis lançou

    este mês, em Luanda, duas novas

    apresentações de Coartem. Um

    comprimido corresponde a quatro

    dos antigos. O dispersível para

    crianças tem sabor doce a cereja.

    Melhoram a eficácia do tratamen-

    to da malária não complicada. |27

    Malária com tratamento mais eficaz

    Na grande foto-reportagem que

    publicamos veja, passo a passo,

    como a equipa do bloco cirúrgico

    troca a válvula mitral por uma

    prótese mecânica. |6 e 7

    Como se troca umaválvula mitral

    O que fazer e não fazer para pre-

    venir um ataque cardíaco, manter

    um coração saudável e viver mais

    anos.|8

    Os 10 mandamentos para

    um coração saudável

    O que deve comer para que as

    artérias coronárias, que fornecem

    sangue ao músculo cardíaco, não

    estreitem, nem bloqueiem.|10

    Plano alimentar queevita doenças

    A neurofisiologia clínica é uma

    especialidade médica que estuda o

    sistema nervoso central e periféri-

    co através do registo da actividade

    bioeléctrica dos nervos e múscu-

    los. Em Luanda, a Meditex dis-

    põe de tecnologia e pessoal espe-

    cializado para a realização e inter-

    pretação de provas neurofisiológi-

    cas. |12

    Sistema nervoso

    Cirurgias cardíacas com

    tecnologiaavançada e a

    custo zero

    Especial

    CoraçãoJá é possível realizar cirurgias

    cardíacas em Angola a custo

    zero, com profissionais espe-

    cializados e equipamentos de

    última geração. O centro de

    cardiologia e cirurgia cardía-

    ca do Hospital Josina Machel

    está preparado para realizar

    os mais avançados diagnósti-

    cos e procedimentos terapêu-

    ticos nesta área. Evacuação

    de doentes para o exterior

    reduziu significativamente.

  • Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano da Fa-culdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Carvalho,Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. ConceiçãoMartins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isabel Masso-colo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Joseth de Sou-sa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuela de Jesus Men-des, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Redacção: Francisco Cosme dos Santos; Luís Óscar; Madalena Mo-reira de Sá; Mara Mota.Correspondentes provinciais: Elsa Inakulo(Huambo); Diniz Simão (Cuanza Norte); Casimiro José (Cuanza Sul);Victor Mayala (Zaire) Publicidade:Márcia Costa Tel.: 923 276837 [email protected] Revisão: Sara Veiga; Fotogra-fia:António Paulo Manuel (Paulo dos Anjos). Editor:Marketing For You,Lda - Rua Dr. Alves da Cunha, nº 3, 1º andar - Ingombota, Luanda, An-gola, Tel.: +(244) 935 432 415 / 914 780 462, [email protected]. Conservatória Registo Comercial de Luanda nº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Ministério da ComunicaçãoSocial nº 141/A/2011, Folha nº 143.Delegação em Portugal: Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693Sintra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247 670 Fax: + (351) 219 247 679E-mail: [email protected] Geral: Eduardo Luís Morais Salvação BarretoPeriodicidade: mensal Design e maquetagem: Fernando Almeida; Impressão e acabamento: Damer Gráficas, SATransportes: Francisco Carlos de Andrade (Loy) Distribuição e assinaturas:AfricanaTiragem:20 000 exemplares. Audiência estimada:100 mil leitores.

    FICHA TÉCNICA

    Parceria:

    O Jornal da Saúde chega gratuitamente às suas mãos graças

    ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente

    responsáveis que contribuem para o bem-estar dos angolanos

    e o desenvolvimento sustentável do país.

    QUADRO DE HONRAEmpresas Socialmente Responsáveis

    www.jornaldasaude.org

    2 actualidade Junho 2014 JSa

    Coração acalenta, coração ri e chora, coração dói,

    mas não se cansa de mostrar que está batendo e

    está vivo. Apesar de tudo ele prevalece ali! Nesta

    edição damos mais valor ao seu coração. Veja co-

    mo protegê-lo. Não é assim tão difícil. Mas, se adoe-

    cer, saiba que em Angola já se realizam cirurgias car-

    díacas muito avançadas e sem custos para os pa-

    cientes. Não precisa de ser evacuado para o exte-

    rior.

    Nas províncias, a municipalização dos serviços de

    saúde tem dado frutos. Os cuidados primários de

    saúde melhoram. Observa-se uma cada vez maior

    articulação entre as direcções provinciais e os ad-

    ministradores municipais, conforme relatam os

    nossos correspondentes.

    O sector privado da saúde tem registado, também,

    progressos assinaláveis. As clínicas preparam gran-

    des congressos e recebem prémios internacionais.

    Surgem novos serviços e especialidades. As farmá-

    cias modernizam-se. E os principais laboratórios

    farmacêuticos internacionais estabelecem-se em

    Angola.

    Sabemos que ainda falta muito. Mas vamos no bom

    caminho.

    Poema do coração

    António Gedeão

    Eu queria que o Amor estivesse realmente no coração,

    e também a Bondade,

    e a Sinceridade, e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse

    realmente no coração.

    Então poderia dizer-vos:

    "Meus amados irmãos,

    falo-vos do coração",

    ou então,

    "com o coração nas mãos".

    Mas o meu coração é como o dos compêndios.

    Tem duas válvulas (a tricúspide e a mitral),e os seus

    compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos).

    O sangue ao circular contrai-os e distende-os

    segundo a obrigação das leis dos movimentos.

    ...

    Então, meninos!

    Vamos à lição!

    Em quantas partes se divide o coração?

    Rui MoReiRa de SáDirector [email protected]

    Bate, bate sem parar

  • Resultados preliminares de análises laboratoriais in-

    dicam que cerca de um terço da população nasci-

    da, em Abril, na maternidade do Hospital Geral do

    Bengo, no Caxito, apresenta alguma alteração na es-

    trutura da hemoglobina, o que poderá ser compli-

    cado nos primeiros anos de vida, de acordo com

    um comunicado do Centro de Investigação em Saú-

    de de Angola (CISA). Este Centro vai assim estudar,

    durante dois anos, a prevalência das principais he-

    moglobinopatias nas crianças nascidas nesta unida-

    de de saúde. As consultas trimestrais de seguimen-

    to ao longo de dois anos virão auxiliar as famílias em

    todo este processo.

    As hemoglobinopatias são doenças hereditárias

    provocadas por alterações na síntese de cadeias de

    globina. Se não forem diagnosticadas e tratadas a

    tempo, causam a morte nos primeiros anos de vi-

    da. Os programas de rastreio têm por objectivo

    atenuar os efeitos da deficiência detectada.

    O projeto do CISA “ Epidemiologia das hemo-

    globinopatias: variabilidade genética da hemoglobi-

    na e de enzimas eritrocitárias na Província do Ben-

    go” envolve uma parceria com o Hospital Geral do

    Bengo e prevê a formação de enfermeiros nesta

    área. Iniciado em Abril, já atingiu os 72% na recolha

    de colheitas de sangue para papel de filtro e do cor-

    dão umbilical às crianças nascidas na maternidade,

    em parto normal.

    O projeto CISA- Centro de Investigação em

    Saúde de Angola é uma parceria entre o Ministério

    da Saúde de Angola, o Governo Provincial do Ben-

    go, o Camões-Instituto da Cooperação e da Língua

    e a Fundação Calouste Gulbenkian.

    A hemoglobina é uma proteína presente nos

    glóbulos vermelhos do sangue. Além de transpor-

    tar oxigénio, a hemoglobina também participa do

    processo de transporte de nutrientes a todas as cé-

    lulas do corpo.

    actualidade 3Junho 2014 JSa

    Bengo

    Um terço dos bebés nasce com alteração na estrutura da hemoglobinaCISA vai estudar prevalência das hemoglobinopatias

    A clínica Clidopa foi galardoada pela Europe Busi-

    ness Assembly como a melhor empresa do ano no

    ramo da saúde, pela sua actividade em Angola, e a

    sua gestora, a médica Ana Macedo Costa, recebeu

    o título de melhor gestor do ano de 2013.

    A outorga das distinções ocorreu no evento reali-

    zado no âmbito do London Summit of Leaders, em

    Abril, com base numa recomendação da Europe

    Business Assembly (EBA, Oxford, UK), como reco-

    nhecimento da excelente reputação da Clidopa no

    mercado, a sua gestão eficaz e crescimento cons-

    tante. Os critérios utilizados para esta escolha fo-

    ram: a implementação de programas eficazes de

    gestão , a aplicação de inovações intelectuais e tec-

    nológicas originais, a implementação no terreno de

    políticas de qualidade de serviço , a utilização de tec-

    nologias modernas e a transparência, entre outros

    atributos.

    Abertura a particulares

    A Clidopa é uma clínica privada, com uma gestão

    profissional, fundada em Janeiro de 1996, sede em

    Luanda e delegação na província do Zaire, que pres-

    ta assistência médica a cerca de 50 mil pessoas de

    empresas petrolíferas e corpo diplomático. Outra

    boa notícia é que, em Janeiro último, abriu os servi-

    ços a qualquer cidadão particular. Tem ao seu servi-

    ço 300 profissionais de saúde, dos quais 90 por cen-

    to são angolanos e um terço tem formação supe-

    rior.

    Óscares da gestão entregues em Londres

    Clínica angolana vence na categoria de"melhor empresa da saúde" A médica Ana Macedo Costa recebeu galardão de "melhor gestor"

    O tratamento da doença Chikungunya, vulgar-

    mente conhecida por Katolotolo, é feito com me-

    dicamentos que aliviam a dor, sobretudo analgé-

    sicos, com o objectivo de se evitar problemas co-

    laterais, disse ao Jornal da Saúde a directora pro-

    vincial de Saúde de Luanda, a médica Rosa Bessa,

    à margem de um encontro técnico realizado pe-

    la sua instituição.

    De acordo com a responsável, a doença trans-

    mite-se através da picada de um mosquito infec-

    tado. “Não há nenhum medicamento antiviral es-

    pecífico contra o vírus Chikungunya, por isso o

    seu tratamento é inteiramente sintomático, com

    o paracetamol como droga inicial de escolha, até

    que outras etiologias, como a dengue, sejam des-

    cartadas”, disse.

    O vírus da chikungunya causa uma enfermida-

    de febril, associada com artralgia (dores nas arti-

    culações), artrite, dor lombar e cefaleia.

    As medidas de prevenção para a chikungunya

    são as mesmas do paludismo. Como não existe a

    vacina, reduza ao máximo a exposição ao mos-

    quito: use mosquiteiros impregnados com insec-

    ticidas, repelentes na pele exposta, redes nas ja-

    nelas, roupas compridas, esvazie as águas paradas

    de recipientes ao ar livre, mantenha os recipien-

    tes (bidões), e tanques de água tapados, reduza as

    picadas em casa vaporizando com insecticida. E,

    se já estiver doente, evite ainda assim ser picado

    para não transmitir a doença a outros através do

    mosquito.

    Não faça massagens com substância químicas

    como o petróleo, ou alho. Vá a um centro médi-

    co.

    Como prevenir a Chikungunya

    A capital já dispõe de uma clínica espe-

    cializada em fisioterapia dotada de uma

    equipa de profissionais altamente espe-

    cializada. A Fisio Luanda oferece fisiote-

    rapia orto-traumatológica, desportiva,

    neurofuncional, correctiva postural e,

    ainda, consultas de clínica geral, cirurgia

    geral, medicina desportiva e ortopedia.

    Ver anúncio na página 13.

    Luanda com fisioterapia de primeira qualidade

    Ana Macedo Costa e Roças da Costa recebem, em Londres, o galardão de melhor empresa doano no ramo da saúde, entregue pelo director geral da Europe Business Assembly (UK), John Net-ting. A médica foi ainda laureada com o título de melhor gestor.

    Em pleno centro de Luanda, a futura nova fachada da Clidopa, cujas obras de ampliação e remode-lação já iniciaram, revela o espírito inovador e empreendedor da gestão desta clínica de referência

  • Alertar a comunidade médi-ca para a necessidade de re-dobrar a atenção relativa-mente à cardiologia e tam-bém a sociedade em geralpara que previna as doençascardiovasculares foram os fo-cos principais da segundaedição do Simpósio de Car-diologia e Cirurgia Cardíaca,segundo o director-geral doHospital Josina Machel - Ma-ria Pia.Leonardo Inocêncio, em

    declarações ao nosso jornal,salientou igualmente o afin-co na prevenção da febre reu-mática recorrendo ao trata-mento das infecções causa-doras da doença. “Por não se detectar pre-

    cocemente, a hipertensão ar-terial tem feito com que os

    pacientes estejam sujeitos àcontracção não só das doen-ças do foro cardíaco, comotambém renais, neurológicase outras”, asseverou Leonar-do Inocêncio.Na sua intervenção na

    sessão de abertura do simpó-sio, Leonardo Inocêncio des-tacou o facto de o evento seenquadrar nos objectivos doPrograma Nacional de De-senvolvimento Sanitário(PNDS) 2012-2025 do Execu-tivo angolano, visando me-lhorar a prestação dos cuida-dos de saúde com qualidadenas vertentes de promoção,tratamento e reabilitação. “Osimpósio cumpriu os objec-tivos do PNDS, nomeada-mente no que se refere à for-mação de quadros, ao au-

    mento da prestação dos cui-dados sanitários e à aproxi-mação dos serviços primá-rios e terciários de saúde aonível das comunidades”,considerou o director-geraldo Hospital Josina Machel -Maria Pia, admitindo que “ospróximos desafios serão a ex-pansão dos serviços a nívelnacional”.Leonardo Inocêncio ape-

    lou aos participantes das pro-víncias para difundirem amensagem, “para que asdoenças do foro cardíaco se-jam detectadas mais preco-cemente, principalmente afebre reumática, a hiperten-são arterial, a doença coroná-ria e outras complicaçõesque têm dilacerado as popu-lações”.

    Leonardo Inocêncio reclama atenção para a cardiologia

    Da sociedade em geral e dos próprios médicos

    4 Coração Junho 2014 JSA

    Mensagem do secretário de Estado da Saúde no II Simpósio de Cardiologia e Cirurgia Cardíaca

    A “qualidade dos serviços” é“o maior desafio” que se co-loca aos profissionais de saú-de angolanos, afirmou o se-cretário de Estado da Saúdena sessão de abertura do IISimpósio de Cardiologia eCirurgia Cardíaca. CarlosAberto Masseca consideroua troca de experiências como“fundamental para o êxitodos serviços” e realçou aatenção e os esforços do Exe-cutivo angolano para “capa-citar cada vez mais os recur-sos humanos, de forma queestejam à altura de se con-frontarem com o actual pa-drão epidemiológico, queexige novos conhecimentos,

    novas práticas, e nova postu-ra dos profissionais”.O II Simpósio de Cardio-

    logia e Cirurgia Cardíacareuniu em Luanda 242 pro-fissionais de saúde, entre osquais 92 médicos e 49 enfer-meiros, oriundos de Luandae de oito províncias (Ben-guela, Cabinda, Malanje,Huíla, Lunda Sul, Moxico,Cunene e Bengo). Entre osparticipantes encontravam-se também convidados pro-venientes de Brasil, Portugale Cuba.“Sendo o primeiro e pio-

    neiro no que se refere às ci-rurgias cardíacas em Ango-la, acredita-se que, maisuma vez, o Josina Machelcontinuará a liderar o pro-

    cesso”, confiou o secretáriode Estado da Saúde, encora-jando a direcção e os qua-dros do hospital a “redobra-rem os seus esforços paraque sejam os pilares nesta

    área, em todo o território na-cional”.Sob o lema “Vamos de-

    senvolver a Cardiologia emAngola”, o II Simpósio deCardiologia e Cirurgia Car-

    díaca debateu temas como acardiopatia reumática emAngola, a síndrome coroná-ria aguda, a insuficiênciacardíaca, o diagnóstico porimagem e o tratamento per-

    cutâneo da estenose aórtica.O evento recebeu o alto pa-trocínio da Ministério daSaúde.A sessão de abertura, pre-

    sidida pelo secretário de Es-tado da Saúde, Carlos Alber-to Masseca, contou com aspresenças do bastonário daOrdem dos Médicos de An-gola, Carlos Alberto Pinto deSousa, do presidente da So-ciedade Angolana dasDoenças Cardiovasculares,Mário Fernandes, do chefedo Departamento de Car-diologia do Hospital JosinaMachel, Constantino Chie-va, do ex-director AlbertoPaca e do director-geral,Leonardo Inocêncio, anfi-trião do simpósio.

    Masseca aponta “qualidade dos serviços” como “maior desafio” para os profissionaisFrancisco cosme dos santos

    Angola vive um novo ciclo na história da suacardiologia, depois da realização da primeiracirurgia cardíaca a 11 de Outubro de 2008, numpaciente com diagnóstico de Anomalia de Ebs-tein. A intervenção foi efectuada por uma equi-pa de cirurgia mista, liderada pelo cirurgiãocardiovascular brasileiro Evando Esteves deLucena e pelo cirurgião cardíaco angolano JoãoSardinha.

    Desde essa data até Dezembro de 2013, rea-lizaram-se no Hospital Josina Machel 1.011 ci-rurgias cardíacas, sem custos para os pacientes,das quais 69 por cento são referentes a valvula-patias (doenças das válvulas cardíacas), 8 porcento congénitas, 11 por cento para revascula-rização miocardíaca, 12 por cento dos grandesvasos, com registo de uma mortalidade cirúrgi-ca global de 5,5 por cento. Foram também reali-zadas 82 cineangiocoronariografias, 12 porcento delas angioplastias com implantes destents intra-coronários, 51 por cento com im-plantes de marcapassos definitivos, e, ainda,148 fistulas artériovenosas.

    O Hospital Josina Machel tornou-se a gran-

    de referência nacional após a sua requalifica-ção. Actualmente, o Serviço de Cardiologiaconta com uma capacidade de 36 camas hospi-talares. Os serviços incluem ambulatório deconsultas externas com recepção de pacientes,sala de triagem, dois consultórios médicos, salade métodos gráficos em cardiologia e sala deecografia. O quadro de pessoal é composto por120 trabalhadores, dos quais 80 (67 por cento)são do género feminino. O serviço possui 15médicos especialistas em cardiologia, 66 porcento nacionais. O corpo médico dispõe de 6cardiologistas clínicos, 2 cardiologistas hermo-dinamicistas, 4 cirurgiões cardíacos, 1 médicoanestesista e 1 médico intensivista. Fazem tam-bém parte da equipa 3 técnicos superiores desaúde (1 cardiopneumologista/métodos gráfi-cos e 2 perfusionistas), 14 técnicos superiores e49 técnicos médios de enfermagem, além de 5administrativos.

    Com a criação dos serviços de cardiologia ecirurgia cardíaca reduziu-se de forma drásticao número de pacientes tratados no exterior, no-meadamente África do Sul, Portugal e Espanha.

    Novo ciclo na cardiologia angolana

    Mais de mil cirurgias desde Outubro de 2008

  • 5publicidadeJSA Junho 2014

  • 6 corAção Junho 2014 JSA

    Mais de mil intervenções realizadas em Angola são marco na história da cardiologia

    João Sardinha, cirurgião car-diovascular, fala ao Jornal daSaúde sobre este grupo mui-to vasto de doenças queafectam o coração e os gran-des vasos, artérias e veias,que constituem a rede dedistribuição sanguínea noorganismo humano, expli-cando que os factores de ris-co que se associam à proba-bilidade de se desenvolver adoença cardíaca “são muitovariáveis”.

    Quanto à existência defactores de maior incidên-cia, João Sardinha salientaserem muito reduzidos: aidade, o tabagismo, a hiper-tensão arterial, diabetes e os

    altos níveis de colesterol.“Os demais factores são mo-dificáveis quando sofrem in-tervenções que controlem asua influência”, explica o ci-rurgião cardiovascular.

    A causa primária dadoença cardíaca é a ateros-clerose, uma situação emque o alto nível de colesterolno sangue leva a que esse co-lesterol adira às paredes dasartérias. As gorduras em ex-cesso tornam-se nefastas pa-ra a saúde por se acumula-rem nos vasos coronários eprovocarem o estreitamentode duas ou mais artérias, ori-ginando a diminuição do flu-xo sanguíneo. Daqui resultaa insuficiência coronariana,por ausência ou diminuiçãode sangue rico em oxigénio.Sem este, o funcionamentodo músculo miocárdio ficaafectado e, se houver inter-rupção, verifica-se um enfar-te do miocárdio.

    A aterosclerose é um es-pessamento de uma artéria,seja coronária, renal ou ou-tra. “Esta situação patológicatem uma elevada incidênciano Ocidente e também emÁfrica, mas em menor esca-la”, realçou João Sardinha.

    “Além do enfarte do miocár-dio, existem várias doençascardíacas que se desenvol-vem no coração, como as val-vulopatias reumáticas, quesurgem em consequência dafebre reumática, e as endo-cardites, que possuem comoagente causador o estrepto-coco beta-hemolítico do gru-po A, considerado em Ango-la como endemia” acrescen-tou o médico.

    Alargar os serviçosDesde o dia 11 de Outubro

    de 2008, data da primeira ci-rurgia cardíaca em Angola,até este ano, realizaram-seno Josina Machel mais de milintervenções cirúrgicas. Ac-tualmente, regista-se umamédia semanal de 12 cirur-gias e a intenção é, a curtoprazo, alargar os serviços,que possuem apenas 36 ca-mas para internamentos eum número de profissionaisque não satisfaz os anseios dainstituição hospitalar.

    O Bloco Operatório contacom 9 profissionais, entre osquais 3 cirurgiões cardiovas-culares - Evando Guevara(cubano), João Sardinha eJoaquim Gonga (angolanos)

    - uma anestesista, MarleneGuevara (cubana), uma cir-culante de sala, três perfu-sionistas, uma enfermeirainstrumentista principal (aprimeira angolana no país)e um técnico de apoio.

    Da consulta à operaçãoPara se realizar uma ope-

    ração cirúrgica no Serviço deCardiologia do Hospital Jo-sina Machel é preciso cum-prir diversos procedimen-tos. O atendimento começapela marcação da consulta.Feito o diagnóstico, caso osestudos demonstrem crité-rios para cirurgia, o utente éencaminhado para a área decirurgia cardíaca, onde éreavaliado e, se for o caso,internado. Após o interna-mento, os médicos reúnem-se com toda a equipa, paradecidirem especificamentese o paciente é ou não cirúr-gico e se está dentro do pra-zo exigido pelos trâmites,para se avaliar os riscos doacto cirúrgico e como supe-rá-los. Estando o pacienteapto, faz-se uma doaçãosanguínea, marca-se a cirur-gia e, finalmente, é feita a in-tervenção.

    Válvula mitral é a válvula cardíaca que separa a aurícula esquerda do ventrículo esquerdo, impedindo que o sangue recue para a aurícula após ser bombeado desta para o ventrículo.

    A equipa cirúrgica em acção O médico cardiopneumologista MiguelAspecto final da implantação da válvula mitral

    Instalação do circuito da

    circulação extra-corpórea (CEC).

    Os médicos cirurgiões Guevara e Gonga

    procedem à canulação aórtica.

    A circulação extracorpórea consiste na

    substituição temporária das funções de

    órgãos vitais de um paciente, como o

    coração e os pulmões, quando estes

    estão inoperantes durante uma

    complexa cirurgia cardíaca, por exemplo.

    Nesta imagem fazem a canulação venosa

    Francisco cosme dos santos

    Cerca de 30 pacientes são

    atendidos diariamente nas

    consultas externas de cardio-

    logia no Hospital Josina Ma-

    chel - Maria Pia, apresentando

    diversas complicações do fo-

    ro cardíaco. O termo “doença

    cardiovascular” refere-se a

    um conjuto de patologias que

    inclui doenças dos vasos san-

    guíneos, artérias coronárias,

    arritmias, deficiência cardía-

    ca, infecções e outras.

    Josina Machel faz 12 cirurgias cardiovasculares por semana

  • 7JSA Junho 2014 corAção

    Entre as cirurgias mais fre-quentes no Hospital JosinaMachel destaca-se a da vál-vula mitral, a estrutura docoração responsável pelapassagem de sangue do átrioesquerdo para o ventrículoesquerdo. Esta válvula pos-sui duas cúspides, que fun-cionam como portas que seabrem apenas numa direc-ção.

    As doenças da bicúspidesão a estenose (estreitamen-to), que dificulta a passagemdo sangue, e a insuficiência(aumento), causadora do re-torno de sangue do ventrícu-lo esquerdo para o átrio es-querdo. A origem desta insu-

    ficiência é, maioritariamen-te, a febre reumática.

    Outra intervenção fre-quente no Serviço de Car-diologia do Hospital JosinaMachel é o bypass, uma ci-rurgia de revascularizaçãocoronária (ponte safena). Es-ta técnica permite que o san-gue contorne (ou faça umaponte sobre) uma secçãoobstruída, em uma ou maisartérias coronárias. Proce-de-se à remoção da safenapara, posteriormente, costu-rá-la na artéria em tratamen-to, antes e após o local blo-queado, alterando a circula-ção sanguínea, de cima parabaixo.

    Cirurgias mais frequentes têm válvula mitral como alvo

    Febre reumática na origem de muitos casos

    AortaArtéria

    pulmunaresquerda

    Veias pulmunares

    superiore inferioresquerdas

    Átrioesquerdo

    Válvulamitral

    Ventriculoesquerdo

    Artéria subclávia

    Artériacarótida comumTroncobraquicefálico

    Veia cavasuperior

    Átriodireito

    Ventriculodireito

    Veia cavainferior

    Válvulatricúspide

    A máquina de circulação extra corpórea

    e o perfusionista* Miguel, acompanhado

    do estagiário de perfusão Kimene.

    Também conhecida como “máquina coração-pulmão” é

    um equipamento que recebe o sangue pobre em oxigé-

    nio do paciente e retorna-o oxigenado.

    A máquina faz propulsão e aspiração do sangue é com-

    posto pelo oxigenador de membrana(onde ocorre a

    oxigenação do sangue), o reservatório, “bio-

    pump”(bomba centrífuga), a cardioplegia(sistema de

    mistura de sangue e solução cardioplégica) e os

    tubos(arterial e venosos).

    A cardioplegia é uma solução composta de sangue enri-

    quecido com electrólitos (K+,Mg++, lidocaína,etc). Pro-

    porciona a paragem do coração para se poder operar.

    Trâmites da operação para trocar a válvula mitral por uma prótese mecânica ou biológica

    1. Instalação do circuito de circulação extracorpórea 2.Esternotomia mediana 3.Confecção da bolsa aórtica e auricular 4. Introdução da cânula arterial venosa e sua conexão com a máquina de circulação extracorpó-

    rea (CEC), após heparinização 5. Abertura do átrio direito, para o estudo das lesões (na mitral) 6. Implantação da prótese biológica ou mecânica no lugar da válvula mitral 7.Encerramento das cavidades

    8.Reversão da heparina com protamina 9.Hemostase 10.Decanulação 11.Síntese esternal 12. Encerramento por planos 13.Curativo

    A equipa procede à abertura do átrio direito

    A excisão

    da válvula

    mitral nativa

    A equipa cirúrgica (da

    esq. para a dir.): Rosa

    Custódio (circulante

    de sala), Lúcia Dongal

    (perfusionista*), Célia

    Culita (instrumentista

    principal e a primeira

    instrumentista angola-

    na), Rafael Sampaio,

    Joaquim Gonga (cirur-

    gião), Guevara (cirur-

    gião, cubano), Márcio

    (anestesista, brasilei-

    ro), Miguel (perfusio-

    nista) e Kimene (esta-

    giário de perfusão)

    * O perfusionista é o membro de

    uma equipe de cirurgia habilitado

    para operar a máquina de circula-

    ção extracorpórea e demais

    acessórios, sendo responsável

    pela manutenção das funções

    cardiorrespiratórias, do equilí-

    brio bioquímico, hematológico e

    hidroeletrolítico do paciente du-

    rante o procedimento cirúrgico.

    Esse profissional deve reunir

    qualidades como: agilidade, aten-

    ção, compromisso, consciência,

    ética, precisão, responsabilidade

    e, principalmente, interdisciplina-

    ridade.

    • Cirurgia valvular (mitral, aórtica,

    mitro-aórtica e tricúspide)

    • Cardiopatia congénita de

    comunicação interatrial (CIA)

    e de comunicação

    interventricular (CIV)

    • Tetralogia de Fallot

    • Coarctação da aorta

    • Cirurgia coronária

    • Cirurgia da aorta

    (aneurisma da aorta)

    cirurgias cardíacas realizadas no Hospital Josina Machel

    • Troca da válvula mitral aórtica

    por prótese biológica ou mecânica

    • Plastia da válvula mitral

    • Encerramento de comunicação

    interatrial (CIA)

    • Encerramento de comunicação

    interventricular (CIV)

    • Pericárdio autólogo ou bovino

    • Correcção da tetralogia de Fallot

    Técnicas cirúrgicas usadas em cirurgias cardiovasculares

  • 8 Coração Junho 2014 JSA

    coraçãosaudável

    Como manter um

    Adopte um estilo de vida activo e diminua os factores de risco para uma vida longa.

    As doenças cardiovascularesDoenças cardiovasculares são todas

    as entidades em que existe alteração dosistema circulatório, isto é, do coração edos vasos sanguíneos, tais como artérias,veias e capilares.A designação "cardiovasculares" ad-

    vém de "cardio" (coração) e de vascula-res (vasos sanguíneos).

    Os factores de riscoFactores de risco cardiovascular são

    factores que geralmente associados pos-sibilitam o desenvolvimento de doençacardiovascular, habitualmente mais co-mum a partir dos 45 anos de idade. Por causa dos hábitos erróneos do

    dia-a-dia, tais como trabalhar sem des-canso, fumar muito, consumo de ali-mentos muito salgados, consumo ex-cessivo de bebidas alcoólicas, de doces,sedentarismo (pessoas que se movi-mentam pouco), excesso de peso, cadavez mais cresce o número de doentes in-dependentemente da idade, sexo, raçae nível social. Todos estes factores de-pendem do comportamento do indiví-duo. Existem outros factores que são in-dependentes, isto é, não podem ser mo-dificados, tais como a idade, sexo ehistória familiar, quetambém influenciameste quadro dra-mático.

    Doenças silenciosasAs doenças cardiovasculares muitas

    vezes são silenciosas e só se manifes-tam de forma muito grave. Exemplodesta situação são pessoas aparente-mente saudáveis que são levadas às ur-gências pelos familiares porque têmuma dor forte no peito, deixam de me-xer os braços e/ou as pernas, paralisamum lado do corpo, ficam com a bocatorta, deixam de falar ou caem ao chãoaparentemente sem razão. Quandoainda for possível, o médico diagnosti-ca o que vulgarmente se chama trom-bose ou ataque do coração.

    Conselhos para viver mais anos saudáveisO conselho para viver mais anos

    uma vida saudável é que tenha tempopara si (não só de trabalho vive o ho-mem; tire férias, dê um passeio), façaexercício físico regularmente soborientação médica (caminhe pelo me-nos 30 minutos três vezes por sema-na), aumente o consumo de fru-tas, legumes e verduras, ou me-lhor, opte por uma alimentação

    diversificada, troque o guisado pelogrelhado, não gaste o seu dinheiro acomprar cigarros e bebidas alcoólicas,tenha o hábito de ir ao médico para sa-ber como está a sua saúde e para sermais bem orientado, de forma a preve-nir situações graves, como doença docoração (insuficiência cardíaca, infar-to, etc.), doenças do rim (insuficiênciarenal), má circulação, acidente vascu-lar cerebral, etc. Todos os hábitos saudáveis devem

    começar com as crianças. Se se sentir cansado, dificuldade em

    respirar (falta de ar, respiração curta),dor no peito, batimento rápido do co-ração, dores nas pernas ao andar, in-chaço no rosto e nas pernas, urinarpouco, etc., vá ao médico, não fiquecom o problema em casa, ou procurecuriosos, para não atrasar o início dotratamento.

    mandamentos para prevenirum ataquecardíaco10

    1- Pare de fumar.Se é fu-mador, parar de fumar di-minui muito o risco deocorrer um infarto do miocár-dio (ataque cardíaco). Este riscodiminui 50% em dois anos, po-dendo tornar-se igual ao de al-guém que nunca fumou em 7 a12 anos. O risco relativo de uminfarto dobra a partir de 5 a 10cigarros por dia. Este risco au-menta até oito vezes nos indiví-duos que fumam cerca de duascarteiras por dia (40 cigar ros).

    2-Faça exercício físicoregularmente.Reco-menda-se a realização deexercícios físicos aeróbicos (an-dar, correr, pedalar, dançar, nadare fazer hidroginástica), pelo me-nos 3 vezes por semana (5 a 7vezes para os indivíduos queprecisam perder peso), no míni-mo durante 30 minutos, comuma intensidade moderada (aofazer o exercício, fica um poucoofegante, mas consegue dizerfrases inteiras). As actividades fí-sicas do dia-a-dia (ex.: caminhardurante 15 minutos para ir aotrabalho e mais 15 minutos paravoltar do trabalho) também tra-zem resultados positivos.

    3- Alimente-se de umaforma saudável.Procu-re ingerir uma quantidadede calorias diárias que lhe ajudea atingir um peso adequado. Aingestão diária de fruta, verdu-ras e legumes ajuda a prevenirum infarto do miocárdio. Limitea ingestão de sal em menos de 6gramas por dia (cerca de 6 col-heres rasas de chá de sal, ou se-ja, 4 colheres rasas de chá de salpara o preparo dos alimentosmais duas colheres de sal pró-prio dos alimentos). Evite os ali-mentos ricos em colesterol (in-gira menos de 300 mg de coles-terol por dia), os quais são ex-clusivamente de origem animal(derivados do leite com alto te-or de gordura, gordura aparen-te das carnes, gema dos ovos,pele das aves, miúdos, embuti-dos e certos frutos do mar).

    Evite também as gordurassaturadas (frituras) e as gordu-ras trans ou hidrogenadas, quese encontram em alguns produ-tos industrializados, como mol-hos, sorvetes, bolos e certosbiscoitos. Procure ingerir peixe,principalmente os ricos em áci-dos graxos ómega-3 (sardinha,truta, salmão e bacalhau), pelomenos duas vezes por semana.Os fitoesteróis são substânciasantioxidantes de origem vegetalque podem ser encontradas emmargarinas enriquecidas, umaóptima opção para substituir amanteiga ou as margarinas comgorduras hidrogenadas. Procureingerir alimentos ricos em fibras(cereais, fruta, verduras e legu-mes). Derivados da soja, grão,integrais, nozes, assim como ou-tros alimentos, apresentam efei-tos comprovadamente benéfi-cos sobre as gorduras do san-gue e a aterosclerose (leia as pá-ginas sobre alimentos funcio-nais).

    4- Procure ingerir bebi-das alcoólicas mode-radamente.A ingestãoregular de bebidas alcoólicas,como o vinho tinto, não deveser estimulada, com o objectivode prevenir um infarto do mio-cárdio. Se é homem e costumabeber, procure restringir a in-gestão de álcool em 30 g de eta-

    nol por dia (700 ml de cerveja =2 latas de 350 ml, ou 300 ml devinho = 2 taças de 150 ml, ou100 ml de destilado = 3 dosesde 30 ml). Se é mulher, essa in-gestão deverá ser de 15 g deetanol, ou seja, 50% da quantida-de aconselhada aos homens.Lembre-se: o álcool é calórico,pode aumentar os níveis deaçúcar, ácido úrico e triglicerí-deos, além de poder causar de-pendência física e psíquica (alco-olismo).

    5- Persiga o seu pesoideal.Um índice de mas-sa corporal (IMC = pesodividido pela altura ao quadra-do) inferior a 25 kg/m2 e umacircunferência abdominal infe-rior a 94 cm nos homens e 80cm nas mulheres são as metas aatingir quando o assunto é pesoe medidas. Para uma perda depeso, uma dieta hipocalórica e aprática diária de exercícios físi-cos são fundamentais. A utiliza-ção de medicamentos poderáser útil. A cirurgia bariátrica po-de ser indicada para casos selec-cionados.

    6- Não deixe de ir aconsultas médicas pe-riódicas.Consulte regu-larmente o(s) seu(s) médico(s)de confiança. Retorne ao con-sultório para as reavaliações clí-nicas dentro do tempo estipula-do pelo seu médico.

    7- Realize todos os exa-mes complementaressolicitados pelo seumédico. O resultado destesexames será fundamental para aavaliação do seu quadro clínicoe, consequentemente, para adefinição de um plano de pre-venção e tratamento adequadoa si.

    8- Não deixe de usar assuas medicações deuso contínuo. Para ocombate dos factores de riscopara o infarto do miocárdio(como a hipertensão arterial, asdislipidemias, a diabetes mellitus,a obesidade, o hábito de fumar,entre outros), poderá ser ne-cessária a utilização de medica-mentos. A maioria destas dro-gas será de uso contínuo e inde-finido. Use regularmente as me-dicações prescritas pelo seumédico. Não pare de usá-lassem a permissão do mesmo.Evite trocas no balcão das far-mácias.

    9- Combata o stress e adepressão.Se está stres-sado ou até depressivo,procure o seu médico de con-fiança. Estas duas situações au-mentam o risco de sofrer um in-farto do miocárdio. Provavel-mente será necessária a avalia-ção de um profissional especiali-zado na área, como um psiquia-tra ou psicólogo. Exercícios físi-cos, técnicas de relaxamento,psicoterapia e uso de medica-mentos poderão ser necessá-rios.

    10- Dedique pelomenos um dia da semana total-mente para si e para o con-vívio junto dos seus familia-res. Permaneça a maior partedo tempo possível junto daspessoas que ama. Procure viverem paz e harmonia com o mun-do que está à sua volta.

  • 9publicidadeJSA Junho 2014

  • Nas doenças cardiovascu-lares dá-se uma disrupçãoda acção bombeadora docoração ou do fluxo de san-gue que passa através dosvasos sanguíneos. As arté-rias podem ser danificadaspela tensão arterial alta eestreitadas pelos depósitosde gordura, sobretudo co-lesterol, que restringem ofluxo sanguíneo. Quando asartérias coronárias, que for-necem sangue ao músculocardíaco, se estreitam e blo-queiam, ocorre o ataquecardíaco. Se o fluxo de san-gue que é levado ao cérebrofor interrompido, ocorreráum AVC – acidente vascularcerebral.

    Doenças cardiovasculares mais comunsA hipertensão arterial–

    tensão arterial superior a 140mmHg (sistólica) ou 90mmHg (diastólica) – provo-ca tensão no coração e nasartérias, levando a um estrei-tamento destas e dificultan-do o fluxo sanguíneo a che-gar ao seu destino.Os níveis de colesterol

    total, colesterol LDL ("maucolesterol") e triglicerídeoselevados, aumentam o riscode acumulação de gordura –formação de placas de gor-dura nos vasos sanguíneosque obstruem a passagem

    normal do sangue. Uma ali-mentação rica em gordurassaturadas e sal, aliada a umdéfice de exercício físico, éresponsável por uma grandeparte das doenças cardíacasexistentes.

    Conselhos nutricionaispara a prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares:1-Reduza a ingestão de

    gorduras saturadas, respon-sáveis pelo aumento do co-lesterol LDL, ou seja, deveescolher lacticínios magrose carnes brancas (peito defrango, peito de peru, lom-bo de porco…) e retirar to-das as peles e gorduras visí-veis.2- Aumente a ingestão de

    gorduras mono e polinsatu-

    radas, pois, ao aumentar aingestão de ómega-3, ajudaa aumentar o "bom coleste-rol" colesterol HDL. Utilizeapenas o azeite para tempe-rar e cozinhar e sempre empouca quantidade; aumen-te o consumo de peixe gor-do, como carapau, atum,sardinhas, e também de fru-tos secos (nozes, avelãs,amêndoas, pinhões, linha-ça, amendoim…), pois sãoalimentos ricos em gordu-ras insaturadas e antioxi-dantes.3- Uma alimentação rica

    em fibras diminui o risco deataque cardíaco, e tambémos níveis sanguíneos de co-lesterol LDL. Aposte noconsumo de fibras, aumen-tando a quantidade de ce-reais de aveia, cereais inte-grais, frutos e vegetais.4- Diminua a quantidade

    de sódio da sua alimenta-ção, optando por temperaros alimentos com ervas aro-máticas.5- A prática de exercício

    físico é fundamental para ofortalecimento dos vasossanguíneos e músculos.

    10 CorAção Junho 2014 JSA

    Exemplo de plano alimentarpara tratamento de doençascardiovascularesPeq. Almoço - 1 peça de fruta com 6 colheres de sopa de cereaisintegrais e um copo de leite magro.

    Meio da manhã - 1 fatia de pão integral com uma fatia de queijo magroe uma peça de fruta.

    Almoço - Sopa de vegetais, metade do prato com salada variada, posta de peixe, 1 batata cozida.

    Lanche - 1 iogurte magro com um punhado de frutos secos e uma peça de fruta.

    Jantar - Sopa de vegetais, metade do prato com salada variada, bife de peito de frango e três colheres de sopa de arroz integral

    com legumes.

    Ceia - 1 copo de leite magro.

    Para iniciar qualquer dieta deverá consultar primeiro

    o seu nutricionista.

    Nutrição e doenças cardiovasculares

  • 11publicidadeJSA Junho 2014

  • À medida que continua aaumentar o número de ca-sos e de mortes pelo vírusÉbola na Guiné, Libéria eSerra Leoa, a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS)avisa que é necessário to-mar medidas drásticas.

    Até o momento, a OMStem prestado apoio técnicocom o destacamento deuma equipa multidiscipli-nar de mais de 150 peritos,envolvidos numa variedadede actividades de respostaao surto epidémico, no-meadamente vigilância, co-municação e mobilizaçãosocial, controlo da infecção,logística e gestão de dados.

    Não obstante, tem-se ve-rificado um aumento signi-

    ficativo no número diáriode casos e de mortes porÉbola notificados, assim co-mo novos distritos afecta-dos durante as últimas trêssemanas, o que torna esteactual surto epidémico deÉbola no maior de semprenão só em termos do núme-ro de casos e de mortes, mastambém em termos de pro-pagação geográfica.

    “Não se trata mais de umsurto específico a um país,mas é antes uma crise sub-regional que exige uma ac-ção robusta por parte dosgovernos e dos parceiros. AOMS está profundamentepreocupada com a trans-missão transfronteiriça quese verifica nos países, bem

    como com o potencial paraum maior alastramento in-ternacional. É urgentemen-te necessário intensificar osesforços de resposta, pro-mover a colaboração e apartilha de informaçãotransfronteiriça de casossuspeitos e de contactos,em linha com as orienta-ções da OMS, e mobilizartodos os sectores da comu-nidade para assegurar o li-vre acesso às zonas afecta-das. Esta é a única forma dese enfrentar eficazmente es-te surto”, afirmou o DirectorRegional da OMS para Áfri-ca, Luís Sambo, nas véspe-ras da reunião especial con-vocada para o efeito a 2 e 3de Julho.

    epidemia de Ébola é a maior de sempre

    12 SiSteMA nervOSO Junho 2014 JSA

    A afectação primária ou se-cundária do sistema nervosoentra nas áreas de actuaçãode muitas especialidadesmédicas e cirúrgicas.

    A clínica Meditex possui oequipamento e pessoal pro-fissional formado na realiza-ção e interpretação de provasneurofisiológicas, entre asquais, neste momento, seoferecem os seguintes estu-dos:

    Electroencefalografia -útil em epilepsia e seu acom-panhamento, trauma crâ-nio-encefálico, cefaleias,transtornos neurodegenera-tivos e demência, encefalites,ataques transitórios de is-quemia atípicos, enfermida-de cerebrovascular, síncope,pré-síncope e tonturas, tre-mor, espasmos e tiques,morte encefálica.

    O estudo de condução

    nervosa é uma prova quemede a velocidade e o grauda actividade eléctrica emdeterminado nervo para de-terminar se está funcionan-do normalmente, avaliandoo funcionamento dos nervosperiféricos para determinardisfunção sensitiva ou moto-ra. No caso de dor ou rigidezna perna podem-se fazer es-tas provas para averiguarquanto estão sendo afecta-dos os nervos como sucedena neuropatia periférica deorigem alcoólica, diabética,ou de outro tipo, ou localiza-do, como na compressão oulesão por estiramento dasraízes nervosas (radiculopa-tia), ou nos problemas decompressão de nervo, comoa síndrome do túnel cárpico(compressão do nervo mé-dio no pulso), ou do plexo.

    A electromiografia (EMG)mede a actividade eléc-trica do músculo no estadode repouso e durante con-tracções leves e fortes. Reali-za-se para identificar a causada debilidade, deformidade,espasticidade, atrofia e rigi-dez dos músculos.

    Pode-se utilizar tambémpara detectar se uma pessoapadece de verdadeira debili-dade muscular, ou uma de-bilidade causada por dor oufactores psicológicos. O re-sultado anormal de umaEMG pode indicar diversostranstornos musculares ounervosos, entre eles, polimio-site (uma enfermidade mus-cular inflamatória que pro-voca uma diminuição da for-ça muscular), distrofia mus-

    cular (uma enfermidade ge-nética crónica que afecta afunção muscular de maneiraprogressiva), miastenia grave(um transtorno genético ouimunológico que tem lugarno ponto no qual o nervo seconecta com o músculo) emiotonia (rigidez muscular).Utiliza-se muitas vezes juntocom o exame de velocidadede condução nervosa (NCV)para diferenciar um transtor-no muscular de um nervo.

    Potenciais evocados multimodaisPotenciais evocados vi-

    suais- utilizado para conhe-cer a integridade da via vi-sual em: traumas, tumores,neurite óptica (desmielini-zantes, metabólicas, diabe-tes, vasculares, isquémicas,degenerativas, tóxicas).

    Potenciais evocados au-ditivos de corte cerebral - uti-lizado para conhecer a inte-gridade da via auditiva na

    avaliação do amadureci-mento da via em pediatria,enfermidades desmielini-zantes, tumores (neurino-mas do acústico, gliomas),lesões vasculares, enfermi-dades heredodegenerativas,coma e morte encefálica, hi-poacusias.

    Potenciais evocados so-matosensoriais - útil naavaliação de doenças queafectam o sistema nervoso(enfermidades desmielini-zantes, heredodegenerati-vas), lesões focais (vascula-res, tumorais, etc.) queafectam a via somatosenso-rial a nível medular comomielopatias degenerativas,traumáticas, desmielini-zantes ou compressivas,síndrome do cono medulare da cola de cavalo, síndro-me de Guillain Barré, neu-ropatias axonais que afec-tam as vias espinais largas,

    alterações de raízes nervo-sas (compressivas ou trau-máticas), defeitos no ama-durecimento da via em ida-des pediátricas.

    Sistema nervoso autónomoEpisódios de perda de co-

    nhecimento de causa desco-nhecida, hipotensão ortostá-tica, síndrome de taquicar-dia postural, disfunção se-xual eréctil, doença de Par-kinson, atrofia multisistémi-ca, falha autonómica pura,neuropatias periféricas comcompromisso autonómico,desequilíbrios neurovegeta-tivos.

    A Meditex dispõe de fer-ramentas diagnósticas queterá repercussões na melho-ria sensível do diagnósticoprecoce, prognóstico e nu-ma melhor orientação tera-pêutica dos pacientes.

    Meditex oferece serviço de neurofisiologia de elevada qualidade

    A clínica Meditex possui o equipamento e profissionais formados

    para a realização e interpretação de provas neurofisiológicas

    Norge de Jesus saNtiestebaN

    Velázquez

    doutor em Medicina. Master e investiga-

    dor agregado. especialista em Neurologia

    e Neurofisologia Clínica

    Clínica Meditex.

    A Neurofisiologia Clínica é

    uma especialidade médica

    que estuda o sistema nervoso

    central e periférico através do

    registo da actividade bioeléc-

    trica dos nervos e músculos,

    tanto espontânea, como pro-

    vocada por estimulação. Para

    este fim, a Meditex dispõe de

    tecnologia altamente espe-

    cializada desenvolvida em

    Cuba com fins de diagnóstico,

    prognósticos e de orientação

    terapêutica.

    "A OMS está profundamente preocupada com a transmissão transfronteiriça que se verifica nos países"

    Medidas drásticas vêm a caminho

    As consultas externas, entre as quais de neurofisiologia, são de

    manhã, entre as 10 e as 12 horas e à tarde das 14 às 17 horas.

    No centro, a responsável, Dulce Zequeira Betencourt

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  • Nesta profunda reflexão so-bre a malária no país, ondecontinua a ser a principalcausa de doença e de morteem crianças menores de 5anos, o director do Progra-ma Nacional de Luta Contraa Malária constatou que,apesar da redução dos índi-ces ao longo dos últimosanos, os resultados aindanão satisfazem. FilomenoFortes afirmou ser precisoum maior engajamento detodo o país, nomeadamentedas comunidades (por se-rem as principais vítimas),dos governos provinciais,das administrações munici-pais e de todo o pessoal dasaúde.Numa altura em que está

    em curso a revisão do PlanoNacional Estratégico, pro-jectando-o até 2017, preten-de-se que, até ao próximoano, Angola entre na rota depré-eliminação da maláriacom uma estratégia baseadaem diagnósticos mais cor-rectos, tratamentos rápidose adequados, medidas pre-

    ventivas que sejam susten-táveis e duradouras, além demuita pesquisa operacionale organização.“Nalgumas províncias te-

    mos mais casos e noutrasmais óbitos. Infelizmente, aprovíncia de Luanda está aliderar assustadoramenteeste quadro, interferindo naestatística. Por este motivo,vamos tratar a estatística deLuanda separadamente. Aprovíncia do Huambo apre-senta-se como modelo e,por isso, recebeu um certifi-cado de mérito. O Uíge pelosesforços realizados no últi-mo ano também mereceureconhecimento, apesar deoutras províncias, comoMalanje, apresentaremigualmente redução signifi-cativa do número de casos ede óbitos”, avançou o res-

    ponsável.“Huíla e Benguela”, con-

    tinuou Fortes, “apresentamainda um quadro preocu-pante, principalmente Huí-la, que tem condições parareverter a situação. Vamosenviar uma comissão técni-ca para identificar as reaiscausas e reforçar as acçõesde combate à malária na-quela província.”

    Ministro aplaudeDurante o encontro no

    Huambo, o Ministro da Saú-de sublinhou o engajamen-to do Governo na coberturauniversal com redes mos-quiteiras e o aperfeiçoamen-to de mecanismos de imple-mentação da luta anti-larval,para que com as medidaspreventivas constituam pila-res no combate à malária e

    outras enfermidades trans-mitidas por vectores, comoé o caso da dengue. José Van-Dúnem felici-

    tou e pediu à província doHuambo para continuar aser o modelo de organiza-ção, engajamento e bons re-sultados na luta contra a ma-lária.

    Províncias apreciamOs supervisores provin-

    ciais participantes no certa-me levaram experiências su-ficientes para melhorar a re-dução da malária nas suasprovíncias, seguindo oexemplo do Huambo.“Ficando isolado na pro-

    víncia a trabalhar, não setem noção do que os outrosavançam em termos de es-tratégias e do Huambo levoferramentas necessárias pa-

    ra melhorar o controlo doscasos de malária graves esimples”, admitiu o supervi-sor do Kuanza-Norte, Gon-çalo João Tandala. A supervisora provincial

    de Malanje, Angelina Nu-nes, garantiu que, depois daexperiência adquirida noHuambo, a primeira medi-da a ser tomada na sua pro-víncia é a criação de equipasde auditoria por morte pormalária. Malanje é conside-rada híper endémica quantoà malária e, “desta maneira,estaremos em condições dereduzir os casos”, concluiuAngelina Nunes.

    Exemplo encorajadorA província do Huambo

    conseguiu alcançar nos últi-mos três anos uma reduçãosignificativa de morbilidade

    (menos 93 por cento) e mor-talidade (menos 97,5 porcento) por malária, o queencoraja os esforços e asprincipais medidas de pre-venção e de controlo, confir-mou o vice-governador pro-vincial do Huambo para osector técnico e infraestrutu-ras, Kalunga Kissanga, aoencerrar as primeiras jorna-das da malária.A malária continua a ser

    um problema de saúde pú-blica em Angola por ocuparos primeiros lugares dedoenças e de óbitos em qua-se todas as províncias mas,para o Huambo, a malária éagora a 4.ª causa de doençae da procura de assistênciamédica e a 9.ª causa de mor-talidade ao nível das unida-des sanitárias da província.Estes resultados devem-seaos esforços do GovernoProvincial, com o apoio dosseus parceiros, como a ABT,a The Mentor-PSI/Angola, ea Força Saúde.O Huambo deu um salto

    qualitativo no combate amalária. De 643 mil doentese 2 mil óbitos em 2005 pas-sou-se para 40 mil doentes e19 óbitos em 2013, conquis-ta alcançada com a mobili-zação social através da ad-vocacia junto das autorida-des tradicionais e religiosas,do melhoramento do diag-nóstico, do tratamento e se-guimento de casos de malá-ria, do treinamento dos pro-fissionais de saúde, assimcomo da permanente dispo-nibilidade de meios diag-nósticos e medicamentososeficazes, indica um relatório.

    JSA Junho 2014 14Saúde Huambo

    Elsa Inakulo

    Correspondente no Huambo

    A província do Huambo foi

    distinguida pelos êxitos al-

    cançados no combate à ma-

    lária nos últimos anos. O re-

    conhecimento do Ministério

    da Saúde e do Programa Na-

    cional de Luta Contra a Ma-

    lária foi feito durante o en-

    cerramento da Jornada Na-

    cional da Malária, que decor-

    reu a 28 e 29 de Abril na cida-

    de do Huambo.

    Campanha para evitar mortalidade infantil no país

    Passou de 2 mil óbitos para apenas 19 em oito anos

    Província do Huambo distinguida pelo êxito no combate à malária

    Angola possui vacinação contra orotavírus desde 28 de Abril. A cam-panha lançada na cidade do Huam-bo pelo Ministro da Saúde visa res-ponder aos objectivos de desenvol-vimento do milénio, considerandoJosé Van-Dúnem que a vacina teráum impacto significativo na sobre-vivência das crianças angolanas.“As principais causas de mortali-

    dade infantil e infanto-juvenil são,fundamentalmente, malária, doen-ças respiratórias e diarreicas agudas,doenças que podem ser preveníveis

    com intervenção de baixo custo e al-ta eficácia, onde a vacinação ocupaum lugar de grande destaque”, afir-mou José Van-Dúnem, acrescen-tando que “o Ministério da Saúdetem vindo a proceder à introduçãode novas vacinas, dando respostaaos objectivos de desenvolvimentodo milénio, particularmente o n.º 4,que se prende com a redução damortalidade infantil”. O país fez grandes progressos na

    melhoria dos indicadores relaciona-dos com a saúde da criança e “a

    mortalidade de menores de 5 anospassou de 250 por mil nascidos vivosem 2001 para 116 por mil nascidosvivos em 2009. Neste sentido, em2006 foi introduzida a vacina penta-valente que contém os antigenescontra a hepatite B, difteria, tosseconvulsa, tétano e influenza, o quepermitiu a redução da mortalidadeinfantil pela meningite, provocadapor este agente. Em Junho de 2013foi introduzida a vacina contra opneumococos tipo 13, responsávelpela maior parte das infecções res-

    piratórias agudas bacterianas, emespecial a pneumonia e a otite”,prosseguiu o ministro.Os óbitos por diarreia causada

    pelo rotavírus encontram-se na fai-xa de maior mortalidade, com umaestimativa de 2,4 a 3,2 óbitos por milnascidos vivos. Os dados nacionaisdemonstram que o rotavírus é aprincipal causa de diarreia grave emcrianças, estimando-se cerca de 300mil casos por ano, com uma alta le-talidade.“Esta intervenção vai reduzir o

    número de episódios de diarreia e,consequentemente, o número deóbitos por esta causa, devendo-seassociar outras práticas familiares-chave, como a lavagem frequentedas mãos com água e sabão, o usode água tratada e de latrinas ou casasde banho”, afirmou o governante.A vacina contra o rotavírus é de

    administração oral em duas doses,sendo a primeira aos 2 meses e a se-gunda aos 4 meses, não devendo seradministrada depois dos 8 meses devida.

    Van-Dúnem lança no Huambo vacinação contra o rotavírus

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  • O anúncio foi feito ao Jornalda Saúde pela chefe do De-partamento Provincial deSaúde Pública e Controlo deEndemias, Maria Lussinga,que considerou preocupan-te a crescente propagaçãoda malária no Cuanza Sul,mas garantiu que a situaçãoestá sob controlo das autori-dades sanitárias. “Continua-mos a notificar casos de ma-lária nos municípios queconsideramos críticos, co-mo os do Sumbe, Porto Am-boím, Amboím, Seles, Cas-songue, Cela e Libolo, mas,felizmente, as mortes baixa-ram consideravelmente,graças aos esforços para in-verter o quadro”, frisou.

    A chefe do DepartamentoProvincial de Saúde Públicarevelou que, durante o pri-meiro trimestre de 2014, fo-ram notificados 73.574 casosde malária, tendo sido con-firmados 42.696 casos, queresultaram em 112 mortes,das quais 78 são criançasmenores de cinco anos.

    Fazendo uma caracteri-zação da situação da maláriadurante o ano transacto, aresponsável disse que foramnotificados durante o pri-meiro trimestre 94 mil casosque resultaram na morte de198 pessoas, ao contrário darealidade actual. “No anopassado registaram-se maismortes por malária, o quenão é o caso deste ano. Osindicadores mostram não sóo empenho das autoridadessanitárias, como também oacatamento das medidaspreventivas contra a maláriapor parte das populações”,asseverou Maria Lussinga.

    A responsável provincialadiantou que alguns casosde morte resultam da negli-gência de muitas famíliasque só levam os doentes àsunidades hospitalares em

    estado crítico, com poucaspossibilidade de sobreviverà doença. “Muitas vezes, asfamílias são culpadas pelamorte dos seus entes queri-dos porque, inicialmente,procuram remediar em casacom medicação não ade-quada e só se lembram ir aohospital quando o doente jáestá em estado crítico”, la-mentou.

    Resultados satisfatóriosna luta contra a maláriaA chefe do Departamento

    de Saúde Pública e Controlode Endemias garantiu aoJornal da Saúde que o Pro-grama de Luta contra a Ma-lária está a ser implementa-do em toda extensão da pro-víncia do Cuanza Sul comresultados satisfatórios.

    Maria Lussinga assinalouque o programa de combateà malária desenvolve-se emtodos os municípios nascomponentes de fumigaçãodas ruas com insecticidas,desinfestação dos focos daságuas residuais, recolha re-gular do lixo e distribuiçãode mosquiteiros impregna-dos. Lussinga referiu que aprovíncia do Cuanza Sul re-cebeu uma doação de443.007 mosquiteiros de or-ganizações internacionaisque estão a ser distribuídosnos seis municípios commaior taxa de prevalência damalária, nomeadamente,Porto Amboím, Amboím,Quibala, Cela, Libolo e Qui-lenda.

    A chefe do Departamentode Saúde Pública e Controlode Endemias do Cuanza Sulacrescentou que, a par doPrograma de Luta contra aMalária, a instituição que di-rige está a desenvolver, emtoda a extensão da provín-cia, os programas de comba-te à lepra, tuberculose e sa-rampo, além de campanhasperiódicas e de rotina de va-cinação contra a poliomieli-te.

    Maria Lussinga anunciouque, durante o primeiro tri-mestre do corrente ano, va-cinaram-se contra a pólio16.608 crianças e foram no-tificados 103 casos de tuber-culose, que já receberamtratamento, o que resultouna cura de 15 pessoas.

    Segundo a chefe do De-partamento, estão a ser im-plementados programas devigilância epidemiológica,

    de saúde reprodutiva, demedicamentos essenciais eo Plano de Aceleração daResposta às Infecções deTransmissão Sexual (ITS) edo VIH/sida.

    A responsável destacouque, no domínio dasaúde reprodutiva,tem-se registadoavanços significati-vos. Durante o pri-meiro trimestre de2014, aderiram àsconsultas pré-na-tais 43.831 mulhe-res, o que permitiu aredução da taxa demorbimortalidade ma-terno-infantil.

    Neste mesmo período,foram realizadas 5.788 con-sultas de planeamento fami-liar e registaram-se 7.396partos institucionais, dosquais 97 cesarianas. Foramimunizadas 9.388 mulheres

    contra o tétano.Quanto à sida, Maria Lus-

    singa reconheceu que a des-centralização dos serviçosde testes foi uma medidaacertada contra a discrimi-nação e tabus. “Nos últimostempos, registámos aafluência de mais pessoasaos testes voluntários parasaberem do seu estado sero-lógico, ao contrário dos tem-pos passados, quando mui-tos se sentiam acanhados aodirigirem-se aos centros detestagem voluntária(CATV)”, lembrou.

    Nos primeiros três mesesdo ano foram controlados eaconselhados 12.120 cida-dãos, dos quais 195 saírampositivos. Lussinga reiteroua necessidade de dar conti-nuidade às campanhas desensibilização sobre o modode transmissão e prevençãocontra as ITS.

    Questionada sobre a con-duta de pessoas de ambos ossexos que, mesmo sabendodo seu estado serológico, in-fectam outras pessoas, Ma-ria Lussinga disse que a leisobre o VIH/sida é clara re-lativamente às penalizaçõesque recaem sobre os preva-ricadores. “É lamentável queexistam pessoas com estecomportamento que, mui-tas vezes, ainda por cima fazperigar as suas próprias vi-das porque, ao invés detransmitirem, contraem ou-tras infecções. Mas, se hou-ver denúncia, há instrumen-tos legais para penalizar”, re-matou.

    Relativamente às campa-nhas de sensibilização, Ma-ria Lussinga adiantou que oesquema está montado paraactuar nas comunidades.

    Estas campanhas vão en-volver 50 activistas e 10 briga-distas, começando pelo mu-nicípio de Sumbe, como ex-periência-piloto, seguindopara os demais municípios

    da província.No que respeita às medi-

    das de combate à malária, aresponsável provincial lem-brou que, em Abril e Maio,foram realizados ciclos deformação, em colaboraçãocom seus parceiros sociais.Foram formados 100 técni-cos de saúde com as novaspolíticas do controlo da ma-lária e procedimentos de ac-tualização sobre os cuidadosa ter com doentes infectados.

    Maria Lussinga defendeque o programa de luta con-tra a malária precisa demeios de transporte paraatingir as comunidades e fa-cilitar o trabalho dos activis-tas no terreno.

    Envolvimento das administrações municipais e comunais A responsável provincial

    do Departamento de SaúdePública entende que a chavepara melhorar a saúde naprovíncia do Cuanza Sul pas-sa pela conjugação de esfor-ços, desde as estruturas liga-das ao sector a nível provin-cial, até às autoridades admi-nistrativas dos municípios edas comunas, bem como doslíderes comunitários, autori-dades tradicionais e popula-ção em geral.

    Maria Lussinga realçouque, no combate à malária,“quando as comunidadesparticipam nas medidas pre-ventivas os resultados sãopositivos” e pediu aos admi-nistradores municipais parase empenharem mais namelhoria dos programas deabastecimento de água potá-vel às populações, para re-forçarem o pessoal técniconas unidades de saúde cons-truídas e para criarem basesque propiciem assistênciasanitária mais digna nascomunidades. “O con-sumo de água impró-pria também concor-re para o surgimen-to de doenças e, porisso, deve ser dadamaior atenção como abastecimento deágua potável às po-pulações”, alertou.No cargo desde

    2011, Maria Lussinga estáconvicta de que os actuaisindicadores da luta contra amalária são promissores ediz que só vai estar tranquilano dia em que o Cuanza Sulsair do gráfico das provín-cias mais endémicas da ma-lária.

    Chefe do depArtAmento provinCiAl de SAúde públiCA e Controlo de endemiAS, mAriAluSSingA “Muitas vezes, as famílias são culpadas pela morte dos seus entes queridos porque, ini-cialmente, procuram remediar em casa com medicação não adequada e só se lembram ir ao hos-

    pital quando o doente já está em estado crítico”

    Durante o primeiro trimestre do corrente ano vacinaram-se

    contra a pólio 16.608 crianças

    Autoridades sanitárias do Cuanza-sul redobram esforços numa luta que começa a dar resultados

    "A

    descentralização

    dos serviços de testes da

    SIDA foi uma medida

    acertada contra a discriminação

    e tabus. Nos últimos tempos,

    registámos a afluência de mais

    pessoas aos testes voluntários para

    saberem do seu estado serológico,

    ao contrário dos tempos passados,

    quando muitos se sentiam

    acanhados ao dirigirem-se aos

    centros de testagem

    voluntária (CATV)”

    JSA Junho 2014 16Saúde CUAnzA SUl

    CASIMIRO JOSÉ | SUMBE

    Correspondente no Cuanza Sul

    As autoridades sanitárias da

    província do Cuanza Sul es-

    tão a redobrar os esforços

    tendentes a diminuir os ca-

    sos de malária que têm sido

    causa de muitas mortes nas

    comunidades, sobretudo

    crianças menores.

    Mortes por malária continuama afectar sobretudo as crianças

  • — Pode-se considerar oHospital Municipal do Ca-zengo já como uma unida-de sanitária de referência? — Sim, actualmente, dentrono nosso contexto, pode-mos já considerar este hos-pital como uma unidade dereferência. — Que comparação faz dofuncionamento actual dohospital relativamente hátrês anos? — Quando o hospital foientregue, só funcionavacom as consultas externasasseguradas por um únicomédico. O banco de urgên-cia trabalhava 24/24 horas,mas só com enfermeiros.Todos os casos que davamentrada eram referenciadospara o hospital provincial.Não tinha serviço de inter-namento, nem de ambula-tório. A maioria das vezes osseus serviços não funciona-vam porque a sua aberturateria como consequência ointernamento de doentes e opleno funcionamento do la-boratório, algo até aí inexis-tente.Portanto, em 2011, foi

    elaborado um plano queviabilizou a vinda de maismédicos ao hospital, permi-tindo uma presença efectiva

    destes especialistas durante24/24 horas no serviço. Co-meçamos a internar doen-tes. Em decorrência, abri-mos o refeitório que serve,não só os funcionários, mastambém para os doentes.Inaugurámos a sala de

    partos e um espaço para ointernamento de gestantes

    com doenças decorrentesda gravidez, fortalecemos osserviços de vacinação e co-meçámos também a fazerconsultas de seguimento àgrávida. Melhorámos osmeios de diagnóstico com ainstalação de um ecógrafo -que está a permitir o acom-panhamento da evolução

    fetal das grávidas - e um apa-relho de raios X moderno,porque o anterior estavaconstantemente a avariar. Apar do laboratório de análi-ses clínicas que já funciona,a instituição contará, dentroem breve, com um laborató-rio de microbiologia que vaipermitir realizar exames

    que, até ao momento, obri-gava os pacientes a recorre-rem a Luanda ou Malanje. — Quer isto dizer que emNdalatando não existe umlaboratório de microbiolo-gia? — Não como tal. Estamos acriar. Tão logo seja possível,será aberto o laboratório demicrobiologia. Já estamos afazer alguns ensaios comparte do equipamento quejá aqui se encontra. Faltamoutros componentes para oseu pleno funcionamento.Garantias dadas pelo forne-cedor indicam que, até aofim do mês de Junho, che-gam a esta cidade os ele-mentos em falta. — Como é financiada ainstalação do laboratório? — O investimento éefectuado no âmbito do pro-grama de municipalizaçãodos serviços de saúde, atra-vés da administração muni-cipal. A par deste projecto,abrimos recentemente osserviços de cuidados inter-médios. E, em breve, o blocooperatório. Na verdade, jáfaz algumas cirurgias locais,como a de otorrino, masqueremos que esteja prepa-rado para fazer grandes ci-rurgias. O banco de sangue,que já possuímos, e cujaabertura está dependentedo processo em curso de se-lecção e capacitação do pes-soal que vai trabalhar nestaárea vital, irá permitir o seupleno funcionamento. — Foram estes avançosque garantiram a classifi-cação deste hospital emunidade de referência? — Sim, foram estes avançosque estiveram na origemdesta classificação e que sãofrutos dos investimentosrealizados pela administra-

    ção municipal no âmbito doprograma de municipaliza-ção da saúde. Os recursos humanos

    eram escassos. Com esteprograma, admitimos médi-cos e enfermeiros e meiostécnicos. Por exemplo, a grá-vida que precisasse de umaecografia tinha quer ir a Ma-lanje ou Luanda. Hoje, jánão! Registamos, em média,cerca de 200 consultas pordia. — Que outros ganhostrouxe ao hospital a muni-cipalização dos serviços desaúde? — Disponibilidade de maise diversificados medica-mentos para a população.Por exemplo, temos vindo aregistar o aumento de nú-mero de doentes hiperten-sos e diabéticos. Os medica-mentos para o tratamentodestas doenças são caros.Mas nós procuramos teraqui um stock para acudirpontualmente estes pacien-tes. E ainda a ambulânciapara a evacuação de doen-tes, uma incineradora paradar tratamento correcto aolixo hospitalar. — Finalmente, qual asituação em termos de re-cursos humanos? — Em termos de recursoshumanos, o hospital contacom 12 médicos e 92 enfer-meiros. Adicionados aos de-mais, totaliza 188 funcioná-rios. Todavia, para comple-tar o seu quadro orgânico,são precisos mais 120 cola-boradores, entre os quais,médicos, enfermeiros e ma-queiros. De imediato, o hos-pital, para atender a deman-da, carece de, pelo menos,mais dois médicos, 38 enfer-meiros e 46 técnicos de diag-nóstico e terapêutica.

    Hospital de Catome: uma referência no panorama sanitário de Ndalatando Diniz Simão

    Correspondente no Cuanza norte

    texto e fotografia

    O Hospital municipal do Ca-

    zengo, vulgo “hospital de Ca-

    tome”, sedeado em Ndala-

    tando, sede da província do

    Cuanza Norte, já é considera-

    do uma unidade de referên-

    cia.

    Quem o afirma é o director-

    geral da instituição, José Fran-

    co Martins, destacando os

    avanços registados no atendi-

    mento aos pacientes, fruto do

    empenho do Executivo na

    melhoria das condições de

    trabalho das unidades hospi-

    talares e sociais dos profissio-

    nais do sector.

    Na entrevista que se segue ao

    “Jornal da Saúde”, este médi-

    co sublinhou o facto de as au-

    toridades centrais e provin-

    ciais terem estado a trabalhar

    para melhorar o atendimen-

    to aos cidadãos que procu-

    ram diariamente os serviços

    naquela instituição sanitária.

    JoSé FrAnco MArtinS "Em 2011, foi elaborado um plano que viabilizou a vinda de mais médicosao hospital, permitindo uma presença efectiva destes especialistas durante 24/24 horas no servi-

    ço. Começamos a internar doentes. Em decorrência, abrimos o refeitório que serve, não só os fun-

    cionários, mas também para os doentes"

    O hospital tem um stock de medicamentos para a hipertensão

    e diabetes - doenças que têm vindo a crescer na região

    JSA Junho 2014 18Saúde Cuanza norte

    Inaugurado em 2010, o Hospital Municipaldo Cazengo dispõe de uma capacidade de in-ternamento de 70 pacientes e contempla osserviços de banco de urgência, farmácia, con-sultas externas, medicina, pediatria, gineco-logia e obstetrícia, morgue, sala de parto, con-

    sultas pré natal, imunização, cuidados inter-médios, laboratório, imagiologia, testagemvoluntária e aconselhamento do VIH-Sida.Por abrir, estão a hemoterapia e o bloco ope-ratório. Conta com 12 médicos e 92 enfermei-ros.

    As valências desta unidade de referência

    O Hospital Municipal do Cazengo dispõe de uma capacidade de internamento de 70 pacien-

    tes, conta com 12 médicos e 92 enfermeiros

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  • Jsa Junho 2014 20Saúde Zaire

    As crianças de diversas escolas pri-márias e do primeiro ciclo do ensi-no secundário na província do Zai-re passaram a beneficiar de ras-treios grátis de saúde oral no âmbitodo projecto denominado “ Angolaa Sorrir”, lançado pelo Secretário doEstado da Saúde, Carlos AlbertoMasseca.

    Desenvolvido em parceria como Banco Espírito Santo Angola (BE-SA), o projecto está enquadrado naspolíticas do Executivo angolanoque visam garantir os cuidados pri-mários de saúde e contempla tam-bém acções de sensibilização sobreas práticas diárias de higiene bucal.

    A iniciativa teve a sua experiên-cia piloto em 2012 na capital do paíscom a denominação “Luanda aSorrir”. Os promotores pretendematingir em todo o país 300 mil crian-ças dos seis aos 12 anos de idade evai ser implementada de forma gra-dual, devendo cada ano contem-plar duas províncias.

    “Angola a Sorrir” apresenta-secomo sendo um projecto inovadorao introduzir uma tecnologia digitalno rastreio de doenças orais, atra-vés de uma câmara intra-oral queregista e transmite para um compu-tador as necessidades de interven-ção, emitindo no final um diplomapersonalizado com o nome, foto-grafia e os resultados do rastreio decada criança.

    À margem do acto de lançamen-to decorrido na escola primária nº31, no bairro da Bela Vista, arredo-res da cidade de Mbanza Congo, fo-ram realizados consultas de rastreiode demonstração em crianças deuma turma da referida instituiçãode ensino, por técnicos da escolaprofissional da saúde de Vila Novade Gaia em Portugal.

    A introdução de tecnologia digi-tal facilita a obtenção de resultadosdo diagnóstico na hora e tem a pe-culiaridade do rastreio ser efectua-do em ambiente escolar. A tecnolo-gia utilizada tem ainda a vantagemde ser intrusiva e presenciada pelaspróprias crianças no acto de ras-treio, por meio do ecrã do compu-tador.

    Educação e prevençãoPretende-se, com a acção, en-

    sinar também as crianças a iden-tificar as estruturas da boca, refe-renciar as principais doençasorais, assim como ensinar a pre-veni-las. As crianças aprendemigualmente a utilizar correcta-

    mente a escova e o fio dentário.Às crianças abrangidas vão ser

    entregues kits para escovagem e di-plomas que lhes habilitarão aocombate da cárie dentária e a pro-mover acções de higiene bucal.

    No Zaire, o tratamento é assegu-rado por especialistas do hospitalprovincial. Paralelamente a isso,vão ser desenvolvidos planos de

    formação e transferência de “know-how” em matéria de assistênciadentária para os quadros angolanosà luz de um protocolo estabelecidoentre o Ministério de Saúde e a Es-cola Profissional de Saúde de VilaNova de Gaia.

    Durante a cerimónia, a consul-tora do gabinete do ministro daSaúde, Fernanda Baptista Cardoso

    que procedeu a apresentação doprojecto, explicou que “Angola asorrir” surge com o propósito deconcretizar três medidas: a higieneoral, a administração do flúor e aaplicação do selante nas fissuras.

    O Secretário de Estado da Saúdereferiu que a concretização do pro-grama é o reafirmar do compromis-so que o Executivo assumiu paracom as crianças.

    “Estamos aqui hoje a lançar esseprojecto que visa, fundamental-mente prevenir um conjunto dedoenças que podem afectar as nos-sas crianças”, disse Carlos AlbertoMasseca. Para este responsável oacto visa ainda o relançamento doprograma saúde escolar no quadroda reforma que Ministério da Saú-de, em parceria com o Ministério daEducação, leva a cabo, por orienta-ção do presidente da República.

    Importância da saúde oralAs doenças da boca são as

    mais frequentes em todos os gru-pos etários e constituem um gra-

    ve problema de saúde pública.Entre elas, destacam-se, pela suaelevada prevalência, a cárie den-tária e as gengivites. E com o ob-jectivo de prevenir o surgimentodessas patologias, o projecto “An-gola a Sorrir” pretende constituir-se numa iniciativa pioneira paraaumentar a higiene oral e conse-quentemente melhorar a quali-dade de vida da população ango-lana

    Com o evento testemunhadopelo governador provincial doZaire em exercício, o Ministérioda Saúde e o Banco Espírito SantoAngola (BESA) quiseram home-nagear a criança africana pelo seudia, assinalado a 16 de Junho.

    Presentes na cerimónia, esti-veram o director nacional dos Re-cursos Humanos do Ministérioda Saúde, António Alves da Costa,a coordenadora nacional do Pro-grama de Cuidados Primários deSaúde, Helga Freitas e o subdirec-tor Comercial do Banco EspíritoSanto Angola, Afonso Maria Kon-de.

    Crianças beneficiam de rastreio de saúde oral Víctor Mayala

    correspondente no Zaire

    Tecnologia digital com câmara intra-

    oral regista e transmite para um

    computador as necessidades de in-

    tervenção.

    Carlos alBerto MasseCa “Este projecto visa prevenir um conjunto de

    doenças que podem afectar as nossas crianças”

    Fernanda Baptista Cardoso “Angola a sorrir” surge com o propósito de

    concretizar três medidas: a higiene oral, a administração do flúor e a aplica-

    ção do selante nas fissuras

    “Angola a Sorrir” é um projecto inovador ao introduzir uma tecnologia digi-

    tal no rastreio de doenças bucais, através de uma câmara intra-oral que re-

    gista e transmite para um computador as necessidades de intervenção, emi-

    tindo no final um diploma personalizado com o nome, fotografia e os resulta-

    dos do rastreio de cada criança.

    Os estudantes

    no acto de lança-

    mento decorri-

    do na escola pri-

    mária nº 31, no

    bairro da Bela

    Vista, arredores

    da cidade de

    Mbanza Congo

  • 21publicidadeJSA Junho 2014

  • 22 publicidade Junho 2014 JSA

  • Ao ver num jornal o anúncio de estágios cur-riculares para estudantes do terceiro ano, ofe-recidos pela organização não-governamental(ONG) Development Workshop (DW), Her-mingarda Campos, estudante de 25 anos, docurso de Contabilidade e Administração naUniversidade Católica, percebeu que era umaoportunidade de contactar com o mercado detrabalho que não podia deixar escapar. “Eu queria saber como é, na realidade, o

    mercado de trabalho”, explica Hermingarda.“Toda a teoria que vamos aprendendo ao lon-go do curso acaba por ser aplicada no merca-do profissional mas só percebemos de queforma o devemos fazer quando estamos real-mente em contacto com esse mundo profis-sional”. Acabou por ser direcionada pela DW para

    um estágio de seis meses na MiraConsultoria,

    uma empresa especializada em auditoria fi-nanceira, assessoria e consultoria fiscal. Her-mingarda considerou o estágio “muito impor-tante. O que aprendemos na universidade, porsi só, não é suficiente para termos sucesso nomercado de trabalho”, constata. “Precisamosde alguém com experiência profissional quenos auxilie no princípio da nossa carreira.” Anabela Almeida, responsável pela área da

    contabilidade e auditoria da Mira Consultoria,foi quem acompanhou Hermingarda duranteo semestre que durou o estágio. Anabela con-ta-nos que, durante este período, os estagiá-rios “encontram um ambiente de interacçãoentre todos os profissionais da empresa e domercado que só lhes pode ser proporcionadoatravés destes estágios.” Com esta iniciativa, apoiada pelo Bloco 31

    – operado pela BP Angola, Sonangol, Sonan-

    gol P&P, Statoil Angola e SSI –, a DW, atravésdos estágios que proporciona, acaba por apre-sentar mais-valias às empresas. “A DW é quenos contacta, apresentando os vários candi-datos, para que nós possamos analisar todas

    as candidaturas e escolher os perfis que se me-lhor encaixem nas necessidades da nossa em-presa”, revela Anabela Almeida.Findos os seis meses de estágio, Hermin-

    garda estava desejosa de continuar a sua ex-periência profissional e até se encontrava dis-posta a ficar na empresa a custo zero. “A mi-nha preocupação era trabalhar e ganhar maisexperiência”, admite. Mas não foi necessárioesta medida extrema para continuar a traba-lhar na Mira Consultoria. Anabela gostou tan-to do trabalho de Hemingarda que decidiucontratá-la para assistente de contabilidade. Hermingarda está agora a trabalhar com

    dois clientes da empresa e ainda auxilia Ana-bela com outras contas. Um grande“empur-rão” na carreira de uma jovem estudante queaproveitou a oportunidade profissional que oestágio comunitário lhe proporcionou.

    Estágio comunitário assegura futuro na contabilidadeJovem Hermingarda campos aproveita oportunidade na Mira consultoria

    24 responsabilidade social Junho 2014 JSA

    Feira

    "A organização modernadeve, não só incorporar aresponsabilidade social,mas também as novas tec-nologias ambientais, poisintegram vertentes comuns,como a sustentabilidade dodesenvolvimento que as-senta na eficiência e no evi-tar do desperdício e da de-gradação do meio ambien-te", afirmou.A ministra foi recebida no

    stand da BP Angola pelo seupresidente regional, Martyn

    Morris, que reiterou a pro-cura da melhoria contínuado desempenho ambientalda BP e o compromisso dacompanhia com a reduçãopermanente dos seus riscos."Gerimos o nosso impactoconforme estabelecido nanossa política de saúde, pro-tecção, segurança e ambien-te. Estabelecemos metasanuais, medimos e reporta-mos de forma transparenteo nosso desempenho am-biental", disse.

    Estudos de impacto ambientalA directora do ambiente

    da BP, Shirley Oliveira, guioua visita ao stand, onde os vi-sitantes puderam constatara preocupação da empresacom o equilíbrio dos ecossis-temas e os estudos de im-pacto ambiental nas zonasde perfuração, entre as quaiso Bloco 24, na bacia de Ben-guela, recentemente alvo deuma consulta pública na-quela cidade.Também fo-

    ram apresentados os projec-tos DELOS - que ajuda a co-nhecer melhor o oceanoprofundo -, WASP - um veí-culo autómato usado paracaptura de imagens e vídeodo fundo do mar -, MEGA-CORE - aparelho que obtémamostras do fundo do mar,ROBIO - fotografa e recolhedados marinhos - e, por fim,a interface Web do Sistemade Informação Geográfica(GIS), uma ferramenta cria-da para apoiar gestores de

    recursos ambientais e ajudaras equipas de emergência.

    Componente didácticaPor sua vez, o vice-presi-

    dente para Vice-presidentepara área de Comunicação eRelações Externas da BP An-gola, Paulo Pizarro, adiantouque a BP decidiu participar,de novo, na feira do ambien-te, para mostrar aos seusparceiros e ao público emgeral as tecnologias de pontaque utiliza na área do am-

    biente e segurança. "O standé maior do que o do ano pas-sado e tem uma componen-te didáctica forte, designada-mente através dos plasmasque exibem vídeos educati-vos". O stand da BP distingue-

    se entre as restantes empre-sas expositoras pela sua cria-tividade e riqueza de conteú-dos. A coordenar os traba-lhos uma equipa chefiadapelo director de marketing emedia, Amílcar da Costa.

    Ministra do Ambiente elogia actuaçãoda BPA Ministra do Ambiente, Fátima Jardim, congratulou-se com a

    presença da BP na feira Ambiente Angola, elogiou a actuação res-

    ponsável da companhia nesta área e enalteceu, ainda, os projectos

    Kitabanga, sobre a protecção às tartarugas, e o Namibe Verde.

    Referindo-se a este último declarou tratar-se de "um projecto crí-

    tico que precisamos replicar para combater a desertificação" e

    recordou a árvore que plantou naquela cidade. "Baptizei-a com o

    meu nome, Fátim