rubrica - drarosabasto.com · rubrica 32 zen energy ... como ter ficado fechado em algum lugar sem...

4

Click here to load reader

Upload: lamkien

Post on 13-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: rubrica - drarosabasto.com · rubrica 32 ZEN ENERGY ... como ter ficado fechado em algum lugar sem conseguir sair (elevador, casa de banho, armário…). Nestes casos, pode desenvolver

A hipnoterapeuta dos portugueses

Claustrofobia com ataques de pânico

A claustrofobia é um medo aterrador que uma pessoa tem quando se encontra num espaço fechado. Os sintomas de ansiedade e pânico excessivos acontecem sem que a pessoa possa

ter controlo sobre si e a situação. Saiba mais sobre este distúrbio psicológico.

rubrica

32 ZEN ENERGY Julho 2017

Como já falei em artigos ante-riores, a fobia é uma forma de distúrbio de ansiedade no qual um indivíduo sofre mui-

to medo irracional de algumas situações ou objetos. Pessoas que apresentam

problemas relacionados com a ansie-dade têm uma grande predisposição de desenvolver uma fobia. Um dos tipos de fobia mais comuns é a claustrofobia, no qual o indivíduo sente um medo profundo de permanecer em ambientes

fechados, podendo ter um ataque de pânico dentro de elevadores, aviões, salas fechadas ou até dentro de uma casa de banho com a porta fechada. Ou seja, em qualquer lugar que a pessoa se sinta fechada.

Page 2: rubrica - drarosabasto.com · rubrica 32 ZEN ENERGY ... como ter ficado fechado em algum lugar sem conseguir sair (elevador, casa de banho, armário…). Nestes casos, pode desenvolver

As causas da claustrofobia

As causas podem estar associadas a algum evento traumático na infância, como ter ficado fechado em algum lugar sem conseguir sair (elevador, casa de banho, armário…). Nestes casos, pode desenvolver claustrofobia na idade adulta. Este distúrbio também pode estar associado ao processo durante a vida intrauterina e também no nascimento. São muitos os casos que atendo onde as pessoas têm memórias recalcadas no momento do nascimento. Outras situações relacionam-se com a modelagem dos mais significativos (pai ou mãe, ou outros igualmente significativos). Os pais claustrofóbicos podem transmitir esse medo com muita facilidade na fase do desenvolvimento aos filhos. A herança genética também é umas das possibilidades.

Julho 2017 ZEN ENERGY 33

Sintomas da claustrofobia Quando uma pessoa tem claustrofobia pode apresentar alguns sintomas específicos durante um ataque de ansiedade num ambiente limitado.

Sintomas físicos:• Sudorese elevada;• Frequência cardíaca aumentada;• Hiperventilação;• Falta de ar;• Náuseas (enjoo);• Desmaio;• Tremores;• Sensação de asfixia;• Ondas de calor ou calafrios;• Dor ou sensação de aperto no peito;• Dor de cabeça;• Tonturas;• Sensação de desmaio;• Boca seca;• Zumbido no ouvido;• Dores de barriga;• Desorientação ou confusão;• Formigueiro ou dormência dos membros do corpo.

Sintomas psicológicos:• Medo de desmaiar, perder o controlo e de morrer;• Medo intenso.

A claustrofobia está relacionada com a perturbação do pânico?A claustrofobia e a perturbação do pânico não são o mesmo distúrbio. Pessoas claus-trofóbicas podem ter ataques de pânico diante de uma exposição ao estímulo ao qual têm fobia, como ficar preso num elevador. Por outro lado, uma pessoa pode sofrer da perturbação do pânico e

não ter nenhuma fobia. Estas têm ataques de forma espontânea inicialmente e depois receiam ter uma nova crise. Contudo, os dois problemas compartilham algo em comum: ambos são distúrbios de ansieda-de, mas com sintomas, curso e impactos diferentes, assim como o tratamento para cada caso. Quando o paciente tem crises de pânico com o objeto ou situação fóbica, o tratamento visa tratar os dois distúrbios.

Page 3: rubrica - drarosabasto.com · rubrica 32 ZEN ENERGY ... como ter ficado fechado em algum lugar sem conseguir sair (elevador, casa de banho, armário…). Nestes casos, pode desenvolver

rubrica

34 ZEN ENERGY Julho 2017

Caso Clínico

Lígia Moreira tem 53 anos, é enfermeira e desde muito nova que sofre de claustrofobia. Pediu ajuda através da minha rubrica de hipnoterapia no programa A Tarde É Sua, da TVI.Na primeira sessão, Lígia contou que se lembrava que desde criança que sofre do medo de estar em espaços fechados. Certo dia, quando tinha 8 anos de idade, estava a brincar com os primos e esconderam-se atrás de um armário. Nesse momento sentiu-se muito apertada e afl igiu-se. A partir daí, os espaços apertados fi zeram-lhe sempre muita confusão. Foi sempre uma menina bem-comportada e embora tivesse uma infância feliz era ansiosa e perfecionista. Teve uma infância em que nada lhe faltou, mas a sua mãe também era ansiosa e com um pensamento negativo. Embora tenha tido uma excelente mãe, assistiu a estados emocionais negativos. Cresceu e formou-se em Enfermagem, e hoje em dia trabalha como enfermeira obstetra. Devido à claustrofobia desenvolveu crises de pânico que a impediram de fazer muitas coisas de que gostava. Nunca andou de avião nem de teleférico, e todos os espaços fechados criavam-lhe terror. Estar e andar num elevador era impensável. Só de imaginar as portas a fecharem-se entrava em pânico. Estar numa casa de banho sem janelas e com a porta fechada à chave, mesmo que fosse por dentro, era impossível para ela. Contou que no hospital, nas urgências, sempre pedia a colegas para levarem as parturientes para o bloco no elevador, porque devido ao seu problema não conseguia acompanhá-las. Embora muitas pessoas não soubessem do seu estado claustrofóbico, tinha de pedir a alguém para levar os doentes nos elevadores, pois nem acompanhada conseguia realizar esta tarefa. A claustrofobia acompanhada de pânico impediu-a de viajar e de ir com a família e os amigos a lugares maravilhosos. Os evitamentos eram uma constante na sua vida. Não conseguia ser totalmente feliz com este distúrbio.

Page 4: rubrica - drarosabasto.com · rubrica 32 ZEN ENERGY ... como ter ficado fechado em algum lugar sem conseguir sair (elevador, casa de banho, armário…). Nestes casos, pode desenvolver

O tratamento

Julho 2017 ZEN ENERGY 35

Muitas vezes, as pessoas pensam que para se ter uma fobia é suposto ter acontecido algo grave. Mas não é bem assim, porque um evento na infância pode ser a causa de a criança se tornar um adulto fóbico. Foi o que aconteceu na vida de Lígia. Embora seja uma mulher muito inteligente, tem uma personalidade perfecionista que a leva a ser ansiosa e a não querer falhar. As pessoas que fazem tudo para não falhar sempre “correm” mais que os outros, já que nunca estão satisfeitas com elas próprias. Deixam de viver o presente e vivem no futuro. As preocupações do que pode acontecer ocupam-lhes quase todo o espaço mental e isso desgasta.

Esse desgaste faz com que entrem em estados cada vez mais ansiosos. Produzem mais adrenalina e esta, por sua vez, faz estragos. Muitas vezes, aparecem outros distúrbios, como depressões, fobias, problemas psicossomáticos, entre outros. Lígia desenvolveu uma fobia de estar em espaços fechados – claustrofobia acompanhada de ataques de pânico. A primeira parte do tratamento consistiu em libertá-la do pânico e ensiná-la a ser mais tranquila. A comunicação interna também foi uma prioridade no tratamento, pois mesmo que concretizasse os seus objetivos, isso nunca era sufi ciente, uma vez que exigia muito dela própria. Aprender a aceitar o seu ritmo e a valorizar as suas conquistas foi o que mais precisámos de trabalhar. Lígia tinha muitas crenças limitantes e pensamento negativo aprendido e modelado por ter tido na infância o convívio com o pensamento negativo da mãe. Depois de lhe tratar o pânico, passámos ao tratamento dos espaços fechados e o elevador foi o primeiro espaço a ser resolvido com sucesso. Ao fi m de seis sessões, Lígia já fazia várias coisas que antes a limitavam. Começou a fi car na casa de banho com a porta fechada, a andar em elevadores. Fizemos outras sessões e hoje sente-se mais segura, sendo que pretende andar de avião nas férias. A sua vida nunca mais foi a mesma, pois hoje em dia - quer no hospital, quer no dia a dia - não evita absolutamente nada. A cada dia que passa sente que deu mais um passo na sua segurança e confi ança. Adeus claustrofobia e ataques de pânico!

Testemunho de Lígia Moreira

Tinha muita expectativa neste tratamento, porque estava no fi m da linha. O cansaço de evitar tantas coisas na minha vida, devido a esta fobia fez-me pedir ajuda à Dra. Rosa. Era a minha última esperança para resolver este problema que me acompanhava há 45 anos. O meu maior medo era fi car dependente, mas este tratamento dá-nos asas, reforços e mecanismos para fi carmos independentes. A Dra. ensinou-me uma nova forma de pensar e de relativizar. Posso dizer que havia uma Lígia antes de conhecer a Dra. Rosa e uma nova Lígia depois de conhecer a Dra. Rosa. Hoje sinto--me uma mulher muito mais segura e confi ante, e com vontade de viver todas as coisas que não vivi ao longo destes anos. Grata por tudo o que fez por mim!

Lígia Moreira

Julho 2017 ZEN ENERGY 35

Rosa Basto

Licenciada em PsicologiaHipnoterapeutaCriadora do método Terapia Diamante®

Presidente da Associação Internacional de Hipnose Clínica e Terapias Integrativas (AIHCT)Presença quinzenalmente na TVI com a rubrica “Curar com a Hipnoterapia” no programa A Tarde É SuaFormadora nacional e internacional de Hipnose Clínica e PNL e Terapia Diamante®

[email protected]: 218 222 403 / Porto: 224 017 112