rotinas e orientaÇÕes para autoconstruÇÃo: em … · contribuindo para a sustentabilidade...

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ROTINAS E ORIENTAÇÕES PARA AUTOCONSTRUÇÃO: EM BUSCA DA SUSTENTABILIDADE SOCIAL Silvia Mikami Pina (1); Doris C.C.K. Kowaltowski (2); Daniel Rocha C. Silva (3) e Fernando Gavinelli Francisco (4) UNICAMP – Departamento de Arquitetura e Construção – Faculdade de Engª Civil Arquitetura e Urbanismo - CP 6021 – 13084-971 – Campinas – SP- Brasil (1) [email protected]; (2) [email protected]; (3) [email protected]; (4) [email protected] RESUMO Este trabalho apresenta rotinas e orientações desenvolvidas enquanto apoio para Autoconstrução, já que esta é uma das principais modalidades habitacionais praticadas pela população de baixa renda em Campinas/SP. Tais moradias, além de apresentarem baixa qualidade, geram desperdício e resíduos para a cidade, devido às dificuldades dessa população e ausência de orientação. O objetivo do trabalho é elevar o patamar de qualidade da moradia autoconstruída através de mecanismos que apoiem e orientem nos aspectos relativos ao projeto de arquitetura e na construção da casa. Foram desenvolvidos um manual, home-page, CD-ROM e um folheto com orientações e rotinas para o autoconstrutor, acompanhando as tendências mundiais de inclusão digital das comunidades carentes e a abrangência cada vez maior da Internet. Cada mídia desenvolvida considerou a especificidade de uso no processo de autoconstrução, tendo em comum a ênfase na importância do projeto para a construção de uma habitação adequada e de comunidades, partindo de investigações no cotidiano e de parcerias técnico-sociais. O trabalho utilizou-se de informações coletadas no projeto de pesquisa “Transferência de Inovação Tecnológica na Auto-construção de Moradias – TITAM”. O apoio é complementado com dados sobre quantificação dos elementos construtivos e rotinas para execução de partes específicas da obra em desenhos tridimensionais . Palavras-chave : Autoconstrução – Habitação social – Transferência de Tecnologia – Rotinas e Orientações 1. INTRODUÇÃO As cidades são ecossistemas abertos que dependem das trocas externas ao território que ocupam, cujo desafio fundamental é crescer em condições ideais, criando prosperidade, eqüidade e sustentabilidade. 18-21 julho 2004, São Paulo. ISBN 85-89478-08-4. X ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO I CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

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ROTINAS E ORIENTAÇÕES PARA AUTOCONSTRUÇÃO:

EM BUSCA DA SUSTENTABILIDADE SOCIAL

Silvia Mikami Pina (1); Doris C.C.K. Kowaltowski (2); Daniel Rocha C. Silva (3) e Fernando Gavinelli Francisco (4)

UNICAMP – Departamento de Arquitetura e Construção – Faculdade de Engª Civil Arquitetura e Urbanismo - CP 6021 – 13084-971 – Campinas – SP- Brasil

(1) [email protected]; (2) [email protected];(3) [email protected]; (4) [email protected]

RESUMO

Este trabalho apresenta rotinas e orientações desenvolvidas enquanto apoio para Autoconstrução, já

que esta é uma das principais modalidades habitacionais praticadas pela população de baixa renda em

Campinas/SP. Tais moradias, além de apresentarem baixa qualidade, geram desperdício e resíduos

para a cidade, devido às dificuldades dessa população e ausência de orientação. O objetivo do trabalho

é elevar o patamar de qualidade da moradia autoconstruída através de mecanismos que apoiem e

orientem nos aspectos relativos ao projeto de arquitetura e na construção da casa. Foram

desenvolvidos um manual, home-page, CD-ROM e um folheto com orientações e rotinas para o

autoconstrutor, acompanhando as tendências mundiais de inclusão digital das comunidades carentes e

a abrangência cada vez maior da Internet. Cada mídia desenvolvida considerou a especificidade de uso

no processo de autoconstrução, tendo em comum a ênfase na importância do projeto para a construção

de uma habitação adequada e de comunidades, partindo de investigações no cotidiano e de parcerias

técnico-sociais. O trabalho utilizou-se de informações coletadas no projeto de pesquisa “Transferência

de Inovação Tecnológica na Auto-construção de Moradias – TITAM”. O apoio é complementado com

dados sobre quantificação dos elementos construtivos e rotinas para execução de partes específicas da

obra em desenhos tridimensionais.

Palavras-chave: Autoconstrução – Habitação social – Transferência de Tecnologia – Rotinas e

Orientações

1. INTRODUÇÃO

As cidades são ecossistemas abertos que dependem das trocas externas ao território que ocupam, cujo

desafio fundamental é crescer em condições ideais, criando prosperidade, eqüidade e sustentabilidade.

18-21 julho 2004, São Paulo. ISBN 85-89478-08-4.X ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDOI CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Assim, elas devem conformar seu espaço e organizar as atividades que se realizam no seu cerne com o

objetivo de ascender a uma melhor habitabilidade, assegurando a ampliação das condições de

qualidade de vida para seus futuros moradores, sem comprometer a sustentabilidade de seus diversos

âmbitos de influência. O desafio está, então, em conseguir melhorar a habitabilidade interna mantendo

a sustentabilidade global, isto é, sem ampliar os impactos ambientais globais, sem destruir os recursos

locais ou de outras áreas que a sustentam, procurando um equilíbrio positivo entre o capital natural

que evite nova degradação e permita recuperar a situação anterior.

O crescimento populacional urbano concentrado em certas áreas e, ao mesmo tempo, disperso em

pelos territórios periféricos, característico de grande parte das cidades paulistas, supõe uma pressão

sobre as cidades e seus domínios e por conseguinte sobre a deterioração dos recursos naturais. Essa

deterioração, se descontrolada, pode criar situações de extensa gravidade tanto para o meio natural

como para as atividades humanas. A habitabilidade urbana de várias cidades apresenta, hoje, situações

de degradação elevada mas que podem ser revertidas com o tempo, reduzindo o impacto sobre outros

ecossistemas: são as melhorias de habitabilidade que contemplem os aspectos ambientais e sociais,

contribuindo para a sustentabilidade global da cidade e do território como um todo.

Os empreendimentos habitacionais de forma geral, desde a concepção das unidades até a seleção das

tecnologias construtivas, seja por meio de conjuntos habitacionais ou moradias construídas

pontualmente em bairros periféricos, podem ter impactos significativos sobre a sustentabilidade e

qualidade global da vida urbana. Naturalmente, quanto antes forem considerados parâmetros

específicos de sustentabilidade, maior a facilidade de incorporação de conceitos positivos e a

probabilidade de êxito.

Dada a complexidade dos problemas, faz-se necessária a cooperação em várias frentes que permitam

também a ampliação da base social e institucional, integrando os recursos em novas formas de

atuação. A habitação influencia de forma determinante e sobre múltiplos aspectos o dia -a-dia dos

moradores, marcando profundamente a sua qualidade de vida e suas expectativas e possibilidades de

desenvolvimento futuro. A qualidade habitacional, como expressão direta na satisfação dos moradores,

constitui um importante objetivo de todos os intervenientes nos processos de promoção,

financiamento, projeto, construção, fiscalização, utilização e gestão de empreendimentos

habitacionais. Neste sentido, uma das ações necessárias é a atuação junto ao setor da Autoconstrução,

solução de moradia encontrada pela maioria da população carente, onde a produção habitacional

necessita da atenção e do envolvimento da comunidade científica e de suas pesquisas tecnológicas, a

fim de propiciar um incremento na qualidade construtiva e urbana do ambiente construído e na

qualidade de vida de seus moradores.

O termo "autoconstrução" pode ser entendido como um processo de produção de habitações que tem

como gestor do processo o próprio morador. A autoconstrução também é entendida como a resposta

básica às necessidades de satisfazer determinadas necessidades sociais que não são supridas a contento

(JACOBI, 1981). A denominação enfatiza a forma pela qual são edificadas, de forma parcelada, à

medida que o morador consegue recursos financeiros para aquisição dos materiais de construção e

para pagamento de mão-de-obra para terceiros, quanto recursos humanos para a construção da casa em

si, geralmente nos fins-de-semana ou nas férias. Acrescente-se a isso a forma de aquisição do terreno,

geralmente em loteamentos periféricos, desprovidos de serviços e equipamentos públicos e que o

autoconstrutor vai pagando ao longo do tempo, muitas vezes simultaneamente à construção da casa

(TASCHNER e MAUTNER, 1982; MARICATO, 1979).

O universo da autoconstrução de moradias passou a fazer parte do interesse da comunidade acadêmica

a partir da década de 70, com a publicação de Housing by people , de John Turner, em 1976. Nesta

obra, o autor avaliava positivamente esta modalidade habitacional na esfera do terceiro mundo

fundamentada nas características de solidariedade e contato direto com a produção da casa. Turner

contrapunha a autonomia e a participação dos moradores na construção da sua moradia à ineficácia

dos programas habitacionais baseados na organização centralizada. Alguns autores apontam que um

equívoco na visão de Turner fez com que a autoconstrução fosse considerada como a grande solução

para os países subdesenvolvidos (JACOBI, 1981 e MARICATO, 1979). Apesar das críticas, as

experiências contribuíram especialmente para o desenvolvimento e incorporação de conceitos de co-

gestão e de autogestão, mais tarde adaptados aos programas de mutirões. Nos anos 80, Ward (1982)

enfatizou a importância do processo de autoconstrução como meio de alcançar a participação efetiva

do usuário no processo de projeto, atingindo dessa forma a sua satisfação. Na década de 90, o processo

de participação foi incrementado por Hamdi (1991), visando a “construção de comunidades”, partindo

de investigações no cotidiano e de parcerias técnico-sociais.

Extensa pesquisa realizada pela Urplan – Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São

Paulo, levantou detalhadamente o perfil dos autoconstrutores e de suas moradias (SÃO PAULO,

1978). Em 1981, estimava-se que na Região Metropolitana de São Paulo (MAUTNER, 1981) cerca de

63% das moradias haviam se originado a partir da autoconstrução.

No Brasil, a intervenção do Estado na autoconstrução, apesar de constar de documentos oficiais e

diagnósticos desde as décadas de 1960 e 1970, passou a ser apreciada apenas a partir dos anos 80, após

a fase de descapitalização do Sistema Financeiro da Habitação (após 1983), através de programas

governamentais específicos e organização de mutirões, quando se começou a valorizar a

“participação” da população, apropriando-se das formas espontâneas populares.

Vários estudos propõem uma caracterização da autoconstrução, principalmente no Estado de São

Paulo, abrangendo aspectos relacionados à técnica e processo de construção, projetos e agenciamento

espacial, questões econômicas e urbanísticas (SAMPAIO e LEMOS, 1984, TASHNER e MAUTNER,

1982; PINA, 1991; ORNSTEIN, ROMÉRO e CRUZ, 1995). Em Campinas/SP, a autoconstrução foi

estudada em pesquisa realizada em meados dos anos 90, reafirmando esta modalidade como a mais

praticada devido às características peculiares de inicia tiva e decisão individual relegados à família de

baixa renda (KOWALTOWSKI ET AL., 1995 e PINA, 1998).

2. A AUTOCONSTRUÇÃO EM CAMPINAS

A prática construtiva da autoconstrução em Campinas apresentou-se predominantemente nos bairros

periféricos e mais concentradamente na região sudoeste da cidade, nas imediações do aeroporto

internacional. Tal prática também é comum nas casas dos conjuntos habitacionais onde as ampliações

e reformas posteriores foram executadas e geridas através da autoconstrução. As informações

levantadas e sua análise permitiram a elaboração do perfil da moradia autoconstruída e do

autoconstrutor em relação à sua família, seus hábitos, valores, espaços e comportamento.

O universo da autoconstrução em Campinas revelou, dentre as principais informações levantadas,

parâmetros bastante padronizados em relação aos aspectos físico-espaciais e agenciamento funcional

(KOWALTOWSKI ET AL., 1995 e PINA, 1998). Apesar da precariedade geral, as moradias

pesquisadas revelaram uma vivência espacial rica em relação às áreas necessárias à sua forma de

morar. Tais áreas são generosas o suficiente para acomodar as atividades atuais, assim como hábitos

emergentes. A atividade de autoconstrução possui um caráter individual, sem interação com

associação de apoio técnico específico, o que dificulta o acesso às inovações construtivas e controle da

qualidade da produção habitacional. As moradias são realizadas sem planejamento prévio adequado ou

orientado por profissionais, onde a reforma é uma constante, criando um círculo vicioso de construir -

demolir e reconstruir. Grande parte dessas reformas, além do desperdício que representam em relação

aos materiais, energia e recursos, provocam o decréscimo na pouca qualidade existente no imóvel

(KOWALTOWSKI e PINA, 1995). Apresentam também sérios problemas em relação ao conforto das

edificações dado o desconhecimento por parte dos usuários das soluções adequadas para sua obtenção,

a inexistência de um planejamento prévio da construção global, a lentidão no processo de finalização

da obra e a conseqüente perda de qualidade oriunda destes aspectos.

Considerando a probabilidade da perseverança do fenômeno da autoconstrução, confirmada em

estudos que evidenciam que a ausência de alternativas viáveis permitirá que a autoconstrução continue

a existir como parte do crescimento urbano (HAMDI,1991), as tendências atuais na habitação

autoconstruída mostram a urgência de apoio visando garantir um nível adequado de qualidade, apesar

das restrições reais características dessa faixa de renda.

Assim, para um sistema de apoio efetivo ao autoconstrutor é necessário atuar inicialmente em duas

frentes: no projeto e na construção da casa. Nesse sentido, é relevante o envolvimento da universidade

junto às comunidades carentes para a criação de oportunidades de transferência mútua de

conhecimentos, ressaltando-se a valorização dos saberes, tanto popular quanto técnico-científico, onde

a produção habitacional necessita da atenção e do envolvimento da comunidade científica e de suas

pesquisas tecnológicas, propiciando um incremento na qualidade construtiva e urbana do ambiente

construído. Para isso, foram desenvolvidos trabalhos de apoio à autoconstrução de moradias em

parceria com a universidade1. O trabalho da equipe concentra-se na região de Campinas/SP, onde

1 Transferência de Inovação Tecnológica na Autoconstrução de Moradias – Projeto TITAM – apoio FINEP, através do Departamento de Arquitetura e Construção da UNICAMP.

foram detectadas diversas falhas na autoconstrução evidenciando a necessidade de apoio técnico ao

autoconstrutor.

As características e dimensão desta modalidade habitacional em Campinas justificaram o

desenvolvimento de procedimentos inovadores na área de projeto de arquitetura e mudança de atitude

na atuação de profissionais de projeto e construção. Assim, a inovação revela -se na forma de uma

metodologia automatizada de projeto arquitetônico com recursos computacionais e gráficos,

considerando os dados da pesquisa de campo anteriormente realizada, a fim de garantir a afinidade

necessária com as características da autoconstrução.

A base deste projeto é um software desenvolvido pela equipe, o Automet? , o qual gera projetos de

arquitetura de moradias dentro do ambiente CAD e programação em AutoLisp, de acordo com dados

introduzidos sobre terreno, família e orientação solar. Este programa trabalha sobre uma base de oito

projetos (Figura 1) os quais são gerenciados e escolhidos segundo a melhor combinação de orientação

e conforto ambiental (KOWALTOWSKI ET AL., 1995). Para se atingir uma qualidade desejada nas

moradias autoconstruídas é necessário que o apoio ao projeto chegue ao auto-construtor antes do início

da obra, possibilitando além de uma orientação, a ampliação de suas opções e uma visualização dos

fatores condicionantes envolvidos.

Figura 1: exemplos da base de projetos do Automet

Objetivando a melhoria da qualidade das moradias autoconstruídas e, dessa forma, a qualidade de vida

dos seus moradores e do bairro de uma forma geral, foram estabelecidos contatos com órgãos ligados

à habitação social em Campinas para transferência de tecnologia, divulgação da metodologia de apoio

e formalização de convênios (Figura 2).

Figura 2: Cenas do centro móvel de apoio para a Transferência de Inovação Tecnológica na Autoconstrução de Moradias – Souzas/Campinas

Para viabilizar o centro móvel de transferência de tecnologia o projeto contou com parcerias de

empresas do setor privado. O veículo foi identificado como parte integrante do projeto de pesquisa e

adaptado para a colocação de equipamentos como impressora, notebook , etc., necessários para a

transferência e apoio Essas atividades contaram com a participação de docentes e alunos-bolsistas dos

cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo (Figura 3).

Figura 3: Projeto TITAM: exemplos de moradias autoconstruídas

3. DESENVOLVIMENTO DO MATERIAL DE APOIO AO AUTOCONSTRUTOR

A experiência da transferência de tecnologia reforçou a idéia inicial da equipe em complementar o

apoio com o fornecimento de informações e dados que orientassem o autoconstrutor também nas duas

frentes de atuação, ou seja, o projeto e a obra em si. Originalmente três instrumentos de apoio

complementar estavam previstos: o Manual do autoconstrutor, uma página interativa na WEB e um

CD-Rom para treinamentos (Figura 4).

Qualquer que seja o formato escolhido, os instrumentos para a informação/formação de

autoconstrutores devem ser adequados às exigências e necessidades dos usuários identificados. Devem

ainda estimular, por parte deles, um comportamento ativo, orientado para a aquisição real de

conhecimento.

O amadurecimento do processo de autoconstrução requer a revisão dos instrumentos tradicionais de

formação técnica, em grande parte ainda fortemente vinculados à práticas de ensino ultrapassadas e

ineficientes, em conflito com novas propostas de aprendizado permanente e contínuo. Além de

oferecer aos setores populares organizados os componentes fundamentais para a elaboração de novas

propostas, um sistema eficiente de circulação de informações tende a estimular a pesquisa de

alternativas que possam eliminar atores intermediários e privilegiem práticas autônomas de gestão e

produção da habitação. Daí a necessidade que os instrumentos didáticos utilizados em programas

habitacionais sejam repensados, em relação a um processo real de reconstrução dos direitos de

cidadania. Como documentos que organizam o desenvolvimento do processo de autoconstrução, os

materiais didáticos têm um papel muito preciso, e devem respeitar o caráter de espontaneidade e

improvisação que caracterizam este processo. Sem pretender, portanto, fornecer respostas absolutas,

mas deixando ao usuário a decisão final. Além de promover a execução de tarefas específicas, as

iniciativas ligadas à autoconstrução vem assim estimular o desenvolvimento comunitário,

configurando-se como um canal para a formação de mão-de-obra e incrementando as possibilidades de

trabalho.

Um levantamento preliminar identificou as características do material de apoio ao autoconstrutor

existente em relação à construção. São pequenas cartilhas, folhetos e livros, patrocinados por

indústrias de materiais para construção ou por órgãos públicos. Entretanto, nenhum deles tratava

exclusivamente do projeto em si, e sim focalizando seu conteúdo em pontos como a escolha do

material adequado, técnicas de construção, instalações elétricas e hidráulicas etc. Notou-se uma

carência no que diz respeito a material voltado ao autoconstrutor que elucidasse as principais dúvidas

do mesmo em relação ao projeto de sua futura residência, demostrando a importância dos conceito

existentes em cada configuração; que apresentasse exemplos de projetos acompanhados de

comentários em relação aos aspectos positivos ou não; que explicasse as variáveis de conforto de

forma clara e elucidativa, com exemplos práticos; enfim, que demonstrasse o quanto o projeto é

importante no processo da construção.

A partir dos dados fornecidos pela pesquisa sobre Autoconstrução em Campinas e análises dos

materiais disponíveis foram desenvolvidos os conteúdos das mídias2. Tal conteúdo foi produzido em

sua totalidade, enfocando aspectos de conforto térmico, acústico, funcional e visual. Para cada uma

das mídias foi realizado um estudo sobre a forma mais adequada pela qual os textos e imagens

deveriam ser representados, levando em conta as características próprias das mesmas, tais como

facilidade de leitura, existência de conteúdo não-textual, auxílios à leitura, etc. Dessa forma, criou-se

linguagem e conteúdo uniforme a todo o projeto, sem esquecer da existência de diferenças de

linguagem em cada uma das partes.

Figura 4: Ilustração das Ferramentas desenvolvidas para Apoio ao Autoconstrutor

2 O desenvolvimento desse material contou com a participação dos alunos Daniel Rocha C. da Silva – Curso de Arquitetura e Urbanismo e Fernando Gavinelli Francisco – Curso de Engª Civil – FEC UNICAMP, bolsistas de Iniciação Científica CNPq.

Para o Manual de orientação ao Autoconstrutor realizado em papel, as orientações com enfoque no

projeto de arquitetura foi o fio condutor do seu desenvolvimento. As informações para a construção da

moradia estão no formato passo-a-passo, iniciando pelo terreno, implantação da casa no lote, aspectos

funcionais (fluxos, dimensões, aberturas) de cada ambiente, aspectos de conforto térmico, lumínico e

acústico, tratamento de áreas livres, acessos e dicas gerais para a construção.

Observando as tendências mundiais do uso da informática em prol das comunidades mais carentes,

como a doação de computadores para associações de moradores, programas de inclusão digital e a

abrangência cada vez maior da Internet, vislumbrou-se outra possibilidade de comunicação e de

treinamento. O grande crescimento do uso da Internet no Brasil e a atual facilidade de acesso à mesma

pelas camadas mais pobres da população – com a criação dos provedores gratuitos de acesso à Internet

e a instalação de computadores em centros comunitários - indicam que a distribuição de informação

por meio dessas ferramentas é bastante promissora. Investiu-se esforços na criação de um ambiente

que auxiliasse o autoconstrutor e sua comunidade, com informações tanto na parte da construção (com

dicas, métodos, técnicas) como na de projeto (nos mesmos moldes do manual), além de um programa

em multimídia interativo, criado para auxiliar o futuro morador quanto à reformulações de projeto e à

reformas de construções. Tal tipo de instrumento possui um caráter mais abrangente na medida que

permite o treinamento de grupos de pessoas em locais de sua própria referência, como centros

comunitários, igrejas, escolas, que posteriormente ao treinamento passam a ser elementos de

divulgação do uso, ampliando a cadeia de usuários em potencial nas diversas comunidades (Figura 5).

O web site foi desenvolvido para auxiliar o autoconstrutor e sua comunidade, com informações tanto

na parte da construção, com dicas, métodos, técnicas, como na de projeto nos mesmos moldes do

manual e um programa em multimídia interativo, criado para auxiliar o futuro morador quanto à

reformulações de projeto e à reformas de construções. Tal tipo de instrumento possui um caráter mais

abrangente observadas as tendências mundiais do uso da informática em prol das comunidades mais

carentes.

O web site se divide em duas seções principais: “Sua Casa” e “Ferramentas Interativas”. Na primeira,

o usuário encontrará basicamente o mesmo conteúdo do manual de orientação, mas poderá contar com

animações e testes para a fixação dos conceitos repassados. Na segunda seção, foram colocadas

ferramentas interativas para auxiliar o usuário de uma maneira mais prática a tomar decisões na

construção de sua moradia.

O CD ROM também foi desenvolvido para auxiliar o autoconstrutor e visa ser um importante

instrumento de auxílio especialmente em treinamentos orientados, uma das formas de atendimento

pretendidos na clínica da autoconstrução A utilização dessas duas últimas mídias implica num trabalho

junto à comunidade em relação à um treinamento na utilização do computador e da Internet. Houve

grande preocupação em relação ao público que estará utilizando esta ferramenta. Os ícones e símbolos

utilizados foram os mais simples e diretos possíveis, reportando sempre a relações com o mundo real.

O site é de fácil uso, mas requer um pré-conhecimento do mundo virtual por parte dos usuários, tarefa

compatível num ambiente de treinamento. A iniciativa pode ser mais eficaz se o conhecimento

adquirido for transmitido, contribuindo para o desenvolvimento das habilidades técnicas de outros

grupos dentro da mesma comunidade. Trata-se, portanto, de fornecer indicações para promover a

difusão da experiência e estimular os usuários para colaborar na formação posterior de outros

autoconstrutores.

Figura 5: Instrumentos desenvolvidos para Apoio ao Autoconstrutor –Web site e CD-Rom

A linguagem e formato desses instrumentos têm como premissa que os futuros habitantes de uma casa

podem perfeitamente participar de seu projeto, em qualquer circunstância em que ele seja

desenvolvido. Para isso é necessário que eles sejam informados das conseqüências de sua decisão,

sejam elas relativas ao conforto, ao dimensionamento dos ambientes, ao custo e tempo de realização.

A continuidade dos trabalhos de transferência de tecnologia para população carente indicou ainda a

necessidade de uma complementação tanto das orientações fornecidas quanto de informações e dados

que facilitassem o planejamento e a execução da obra e, principalmente, uma previsão simples e ágil

dos custos da construção. Para atender tal exigência o material de apoio ao Autoconstrutor foi

ampliado com o desenvolvimento de listagens com a quantificação e detalhamento de material de

construção e serviços para toda a base de projetos do Automet? , segundo as etapas previstas de

construção (Figura 6).

Posteriormente, todas as informações das planilhas foram organizadas num único boletim, juntamente

com o desenho do anteprojeto de arquitetura, elétrica, hidráulica e esgoto e etapas de construção,

constituindo um conjunto de orientações de grande importância no apoio ao autoconstrutor. Dessa

forma, o autoconstrutor poderá ter em mãos orientações e solução das dúvidas mais freqüentes que

possa vir a ter no que diz respeito ao projeto da moradia que estão recebendo ou planejando construir.

Figura 6: Ilustração das Ferramentas complementares de Orientação ao Autoconstrutor

unidade

aluno

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL - FEC

Fernando Gavinelli Francisco

Profa. Dra. Silvia A. M. G. Pina

Pibic - CNPq

auto construção - orientação - planejamento de obra

[email protected]

[email protected]

ag. financiadora

palavras-chave

Para se atingir uma qualidade desejada nas moradias auto-construídas é necessário

que o chegue ao antes do início da obra, possibilitando além de

uma orientação, a ampliação de suas opções e uma visualização dos fatores

condicionantes envolvidos no e na

A complementação dessa orientação aos auto-construtores pode ser realizada com

o fornecimento de informações e dados que facilitem o planejamento e a execução da

obra e, principalmente, uma previsão dos custos da construção.

Esta pesquisa de iniciação científica realizou essas rotinas de planejamento da obra,

através da elaboração de ao auto-construtor. O

conteúdo destes boletins são:

A elaboração dessas listagens e detalhamentos foi realizada com base no TCPO

2000 sistema PINI e permite sua inserção no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos

e Índices da Construção Civil SINAPI, da Caixa Econômica Federal.

Esta pesquisa integra o projeto - ransferência de novação ecnológica na

utoconstrução de oradias.

apoio auto-construtor

projeto construção.

TITAM T I T

A M

BOLETINS DE ORIENTAÇÃO

� QUANTIFICAÇÃO E LEVANTAMENTO DE CUSTOS DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS

� ANTEPROJETO DE ARQUITETURA

� ANTEPROJETO DE ELÉTRICA, ÁGUA E ESGOTO

PROJETO DE

ARQUITETURA

Exemplo de

M ATERIAL

C IM EN TO POR LTLANDC ALVIR GEM EM POAR EIAPE DRA BRITAD A 1PE DRA BRITAD A 2TIJ OLO D E BARRO FURADO 10X20X20C MAç o CA-50Ø 6,3 m m (BAR RA DE 12 M)LAJ E PRÉ-FABR ICADA P/FOR ROTELHA C ERÂM ICA PLANTELHA C ERÂM ICA FRANC ESAM ADEIR A PEROB A ROSA

PREÇO EM BRIÃO PINI PREÇO TOTAL PINI

494,13 950,2553,12 89,64215,39 412,6314,92 34,4838,34 88,77392,00 697,40136,40 272,80260,19 602,37248,14 671,84209,28 566,400,22 0,59

MATERIAL UNIDADE QDE. EMBR IAO QDE. TOTAL

CIMENTO PORLTLAND SC 39 75CAL VIR GEMEM PO SC 16 27AREIA M3 7,24 13,87PEDRA BRITADA 1 M3 0,58 1,34PEDRA BRITADA 2 M3 1,49 3,45TIJO LO D E BAR RO FURADO 10X20X20CM UNID 1960 3487AçoCA-50 Ø 6,3 mm ( BAR RA DE 12 M) BARRA 22 44

LAJE PRÉ-FABRICAD AP/FOR RO M2 28,91 66,93TELHAC ERÂMICA PLAN UNID 653 1768TELHAC ERÂMICA FRANCESA UNID 436 1180MAD EIR APER OBA ROSA M3 0,5712 1,5477

AUTOMET

LISTAGEM E CUSTO DE MATERIAIS BÁSICOS

O processo de transferência de Tecnologia e do apoio ao autoconstrutor indicou ainda dificuldades

quanto ao entendimento de determinadas porções da construção da moradia, especialmente quanto aos

telhados e algumas instalações prediais. Era fundamental, então, a complementação dessa orientação

aos autoconstrutores com a realização de rotinas orientadoras através da elaboração de desenhos

tridimensionais no formato passo a passo, buscando uma compreensão maior para execução destas

partes específicas da obra. Experiências realizadas em diferentes contextos (VAN LENGEN, 1982)

indicam uma compreensão maior de figuras tridimensionais, especialmente em culturas ocidentais

onde a perspectiva é de fácil domínio e leitura. É necessário contudo, que os desenhos tenham o ponto

de vista do observador, pois dele depende a visibilidade total ou parcial dos objetos tratados. A

apresentação seqüencial das instruções pressupõe a divisão das operações em etapas, enfatizando a

idéia da construção como um processo, o que poderá ser alcançado pelo formato passo-a-passo.

Antes da realização dos desenhos tridimensionais das coberturas, foram realizados os cálculos para

determinar as distâncias máximas entre tesouras, assim como entre caibros, ripas, terças. Como cada

um dos projetos da base Automet prevê a construção evolutiva das moradias, cada projeto básico

possui um projeto embrião e o projeto completo. Assim sendo, foi realizado o manual passo-a-passo

primeiramente para o telhado do embrião e depois para a construção completa. Com os desenhos dos

telhado já concluídos, passou-se ao detalhamento com as medidas dos cortes para as ligações por

entalhes (sambladuras), cuja finalidade é evitar o corte errado da madeira e, assim, evitar que a

estrutura do telhado ficasse instável. Com o detalhamento foi possível montar-se a orientação

completa do telhado, desde o corte da madeira até a conclusão do telhado (Figura 7).

Figura 7: Ilustração da orientação tridimensional para o projeto completo e embrião tipo CA8S-T

Aluno:

[email protected] Profa: Dra. Silvia A. M. Pina

[email protected]

FERNANDO GAVINELLI FRANCISCO

Faculdade de Engenharia Civil - FEC

Palavras-chaves: Auto-construção, Moradia, Orientação

PIBIC-CNPq

Cobertura: Corte e montagem

Esgoto

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A linguagem e formato dos instrumentos aqui desenvolvidos adotou como premissa o potencial de

participação e envolvimento que os futuros habitantes de uma casa podem ter, em qualquer

circunstância em que ele seja desenvolvido (Friedman, 1975). Para isso é necessário que eles sejam

informados das conseqüências de sua decisão, sejam elas relativas ao conforto, ao dimensionamento

dos ambientes, ao custo, ao tempo de realização. Além da realização de tarefas específicas no âmbito

delimitado, os manuais orientados para programas habitacionais vem se inserindo num quadro mais

amplo como instrumento de suporte às práticas de participação comunitária, e contribuindo para o

amadurecimento das iniciativas de autogestão (Hamdi, 1986). Nesta perspectiva, a questão consiste em

fornecer instrumentos para capacitar os usuários a dominar a gestão do processo construtivo e definir

formas de organização e representação política em relação estreita com as realidades locais.

A análise dos resultados da Transferência de Tecnologia na Autoconstrução de Moradias demonstrou a

eficácia da utilização de uma metodologia automatizada de projeto arquitetônico para atender em um

curto espaço de tempo um volume grande de projetos. A experiência de apoio ao autoconstrutor no

próprio bairro de moradia, através de um centro de atendimento móvel, foi importante pois permitiu

uma maior interação entre este, pesquisadores e bolsistas da comunidade científica, tornando possível

uma re-alimentação da própria metodologia. Ficou evidente a importância de material de apoio ao

projeto como o Manual de Orientação ao Autoconstrutor, com informações adicionais sobre o projeto,

principalmente em relação à funcionalidade e conforto ambiental.

Esses resultados indicam que o objetivo principal do projeto de ação social, o de colaborar para

condições melhores de vida para a população carente, evitar desperdícios e incentivar práticas de

sustentabilidade, foi atingido através da disponibilidade de projetos arquitetônicos de casas

adequadamente elaborados do ponto de vista técnico e com base em conhecimento social, cultural e

econômico da região.

Quanto ao projeto em si, percebeu-se que o sonho da casa própria cria expectativas, muitas vezes

impossíveis de serem realizadas, pela população. A impossibilidade de realização está vinculada

principalmente com as características geométricas dos lotes residenciais e a restrições impostas pelo

código de obras em vigor nos loteamentos. Do outro lado, a experiência da Transferência de

Tecnologia demonstrou a possibilidade de transmitir informações técnicas a esta população, com

explicações que orientaram tecnicamente melhor a realização do projeto da casa dentro de uma

legalidade e qualidade de vida desejável e sustentável. É importante notar que através do contato

direto dos pesquisadores e bolsistas com a população foi possível, em alguns casos, atender desejos

individuais dentro de um ambiente automatizado. O envolvimento dos bolsistas proporcionou o maior

contato dos alunos universitários com a realidade habitacional, permitindo também a aplicação prática

e real dos conhecimentos adquiridos em tecnologia construtiva. Tal oportunidade auxilia na

conscientização da responsabilidade social desses futuros profissionais.

O desenvolvimento da metodologia automatizada de projeto arquitetônico Automet e a ação de

cooperação, através da transferência de inovação tecnológica, são iniciativas singelas na busca de

melhoria da qualidade das moradias autoconstruídas nas regiões carentes. A precariedade das

condições das habitações requer uma estratégia mais abrangente que proporcione ao autoconstrutor

orientação e acompanhamento técnico da construção e uma política de atuação eficiente, atuação esta

que transcende a própria casa e atinge também as condições do bairro. Para efetivar a melhoria das

condições habitacionais da população carente se faz necessário, principalmente a adoção de projetos

urbanísticos apropriadamente desenvolvidos que propicie aos seus moradores condições ambientais,

sanitárias, de lazer e cultura e de acessibilidade. É indispensável, ainda, redefinir a gestão do urbano

para atuação em conjunto nas distintas dimensões da cidade, superando políticas setoriais e

incorporando os agentes sociais (CARMONA, 2001). Dessa forma, é que se conseguirá que as

atuações distintas, a curto e longo prazo, somem seus efeitos em direção ao desenvolvimento

sustentável. A complexidade dos problemas apresentados requer, certamente, a aplicação de mais

recursos mas, sobretudo a reconsiderar os atuais, romper barreiras e cooperar ampliando a base social

e institucional, integrando os recursos nessas novas formas de atuação. É fundamental, portanto, um

processo de reflexão coletiva que permita a incorporação de novos valores num consenso social e

político para abordar os desafios que se apresentam.

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